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O Mito da Alma Gêmea Introdução O mito da Alma Gêmea Quem nunca ouviu dizer: encontrei minha tampa da panela, cara metade, carne e unha, metade da laranja, minha alma gêmea! O que significa isso? De onde saiu que nós, humanos, individuais, temos ou compartilhamos nossa alma com outro ser? Alma gêmea quer dizer que nasceram juntas? Na verdade, o mito da alma gêmea foi criado por Platão que em seu livro “O Banquete” tenta definir o que é o amor. E nessa busca, muitos convidados de uma festa, cada um por vez, faz um elogio ao deus Eros (deus do amor). No entanto, um dos momentos mais fascinantes do texto é quando toma a palavra o comediógrafo Aristófanes. Ele faz um discurso belo e que se imortalizou como a teoria da alma gêmea. Aristófanes começa dizendo que no início dos tempos os homens eram seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem. Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os homens por sua rebeldia. Tomou na mão uma espada e cindiu todos os homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento (o umbigo) e virasse a face dos homens para o lado da fenda para que observassem o poder de Zeus. Dessa forma, os homens caíram na terra novamente e, desesperados, cada um saiu à procura da sua outra metade, sem a qual não viveriam. Tendo assumido a forma que nós temos hoje, os homens procuram sua outra metade, pois a saudade nada mais é do que o sentimento de que algo nos falta, algo que era nosso antes. Por isso, os homens vivem em sociedade, pois desenvolvem o trabalho para buscar, nessa relação amorosa, manter a sua sobrevivência. Dessa forma, o ser que antes era completo homem-homem gerou o casal homossexual masculino; o ser mulher-mulher, o casal homossexual feminino. E o andrógino (parte homem, parte mulher) gerou o casal heterossexual. E a força que une a todos é o que nos protege, já que Zeus prometeu cindir novamente os homens (ficaríamos com uma perna e um braço só!) se não cumpríssemos o que foi designado pela divindade. Vale notar que Platão vai utilizar uma linguagem poética- imagética para poder refutar essa teoria, mas no fundo, a

O Mito da Alma Gêmea

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O Mito da Alma Gêmea

IntroduçãoO mito da Alma GêmeaQuem nunca ouviu dizer: encontrei minha tampa da panela, cara metade, carne e unha, metade da laranja, minha alma gêmea! O que significa isso? De onde saiu que nós, humanos, individuais, temos ou compartilhamos nossa alma com outro ser? Alma gêmea quer dizer que nasceram juntas?Na verdade, o mito da alma gêmea foi criado por Platão que em seu livro “O Banquete” tenta definir o que é o amor. E nessa busca, muitos convidados de uma festa, cada um por vez, faz um elogio ao deus Eros (deus do amor).No entanto, um dos momentos mais fascinantes do texto é quando toma a palavra o comediógrafo Aristófanes. Ele faz um discurso belo e que se imortalizou como a teoria da alma gêmea.Aristófanes começa dizendo que no início dos tempos os homens eram seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem. Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os homens por sua rebeldia. Tomou na mão uma espada e cindiu todos os homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento (o umbigo) e virasse a face dos homens para o lado da fenda para que observassem o poder de Zeus.Dessa forma, os homens caíram na terra novamente e, desesperados, cada um saiu à procura da sua outra metade, sem a qual não viveriam. Tendo assumido a forma que nós temos hoje, os homens procuram sua outra metade, pois a saudade nada mais é do que o sentimento de que algo nos falta, algo que era nosso antes. Por isso, os homens vivem em sociedade, pois desenvolvem o trabalho para buscar, nessa relação amorosa, manter a sua sobrevivência. Dessa forma, o ser que antes era completo homem-homem gerou o casal homossexual masculino; o ser mulher-mulher, o casal homossexual feminino. E o andrógino (parte homem, parte mulher) gerou o casal heterossexual. E a força que une a todos é o que nos protege, já que Zeus prometeu cindir novamente os homens (ficaríamos com uma perna e um braço só!) se não cumpríssemos o que foi designado pela divindade.Vale notar que Platão vai utilizar uma linguagem poética-imagética para poder refutar essa teoria, mas no fundo, a plasticidade do texto é que ficou na tradição como a obra mais bela que explica sobre o amor. Isso inspirou os movimentos românticos em todas as suas fases na modernidade.Um caminho para tornar os relacionamentos mais saudáveis.Costumo dizer que casar não é difícil, o grande desafio é permanecer casado e feliz. Isto porque o casamento é a união entre duas pessoas diferentes que decidiram viver juntas. O processo de ajustamento leva tempo, e depende muito da vontade dos dois de crescerem juntos.Se você vai se casar ou já se casou, ou está pensando no assunto, casar é para ser feliz e o segredo para ser feliz é fazer o cônjuge feliz. Quando o homem faz sua esposa feliz ele passa a colher felicidade, e vice versa. Dar motivos para que o outro viva feliz é semear a favor da sua própria

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felicidade. Quando marido e esposa vivem com esta consciência, o resultado final é paz, comunhão, alegria, unidade, prazer e segurança para os dois dentro do casamento.É impossível ser feliz sozinho. Porque nós seremos humanos fomos criados e feitos para amar. Este é a vontade de Deus. Ele nos criou para amarmos, sermos amados e através deste amor, vivermos experiências fascinantes para amadurecermos e crescermos. Amar é uma necessidade vital do ser humano por isso queremos amar porque queremos ser felizes e sermos também amados.Queremos amar porque o amor é o alimento da alma e, é através do amor, que podemos viajar no mundo da fantasia, embalados pelas emoções, em busca do prazer e da plena felicidade.Mas por ser um sentimento da alma e do coração, o amor, para muitas pessoas, é algo complicado, difícil de administrar, sobretudo quando existem desequilíbrios na intensidade e na reciprocidade .Muitos têm medo de amar pelo risco de sofrer, porém, viver um amor, sem que tenhamos cicatrizes, é tão difícil como encontrar uma rosa sem espinhos. As rosas são lindas, perfumadas, delicadas. Mas todas possuem espinhos. Assim também é o amor. Por isso, a maioria de nós não está preparada para amar alguém, porque imaginamos que o amor é lindo e só nos trará prazer e felicidade. Mas a realidade mostra que isso não é uma certeza. O amor pode trazer sofrimento também.Mas se fomos feitos para amar e queremos sentir um amor lindo e maravilhoso, porque isso pode causar sofrimento?Porque amar é envolve-se emocionalmente. Quando amamos, nos doamos, nos entregamos e passamos a viver, também a vida da outra pessoa. Porém, não existem duas pessoas iguais. Somos diferentes, pensamos de forma diferente, agimos diferente.O envolvimento será motivado pelo sentimento e pelo desejo, mas poderão surgir atritos, com base nas diferenças de personalidade, comportamento e ações de um e de outro. Se as atitudes, palavras e comportamento forem diferentes daquilo que imaginávamos, surgirão situações inesperadas e que podem trazer decepção e sofrimento.Esse é o momento em que a maioria das pessoas desiste e se despede do amor. Entendem que a ruptura resolverá todos os problemas. É quando a razão fala mais alto do que o coração.É sempre um momento difícil, de reflexões, de luta interior de noites mal dormidas. Razão e emoção em conflito. Sabemos que estamos gostando, que estamos amando, mas não queremos aceitar um amor que pode nos fazer sofrer. E se a razão predominar, com tristeza, nos despediremos.Mas quando gostamos de verdade, é após a despedida do amor que sofremos mais ainda! Dúvidas e questionamentos começam a surgir e começamos a buscar respostas de como será possível seguir nosso caminho se ainda amamos aquela pessoa.Percebemos, então, que a razão só falou mais alto no momento da decisão de deixar o amor. Passado aquele momento, outro sentimento começa a se agigantar dentro de nós. Um sentimento que não imaginávamos que pudesse surgir, E esse, é avassalador: a saudade.A saudade nos obriga a entender que a razão jamais calará o coração e que, a cada batimento, ele trará a lembrança dos momentos lindos vividos durante esse amor.O coração nos lembrará de tudo o que poderia ter acontecido e não aconteceu. Isso trará mais sofrimento ainda, mas agora é tarde. O amor já se foi. Decidimos deixá-lo lembra? Não existe dor maior do que prosseguirmos pela vida amando alguém que já perdemos e que não precisa ter perdido. Mas, o amor se foi. Ficou a saudade e as lembranças. Ficou somente o aprendizado. Lições a tirar. Só o tempo é capaz de curar a dor de um amor que já se foi, mas que contínua vivo,

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latente, palpitante dentro do coração. Sim, só o tempo, lentamente… dia a pós dia, noite após noite.O tempo vai passar e ai, virá um novo dia, após uma longa noite de trevas.Que os ensinamentos aqui descritos possam servir de instrumento que auxilie aos casais a conviverem harmoniosamente, com sabedoria e prudência. Que amem e sejam amados, dentro dos princípios equilíbrio do respeito.E que, ao fim, perceba que é possível viver um amor sem sofrimento. Um amor de felicidade, de prazer e de alegria. Um amor que possa ser construído, um pouco a cada dia. E assim, que se transforme, ao longo do tempo, em uma construção sólida, resistente a tudo e a todos, e principalmente, resistente as ações do próprio tempo.Há quem diga que relacionamentos são complicados. Na verdade eles não andam sozinhos e requerem atenção permanente. Tem que cuidar sempre como se fosse uma horta. Arrancar as ervas daninhas, que teimam em crescer, regar, alimentar, proteger. As pessoas, em geral, relaxam após a conquista e imaginam que o barco possa seguir sem comando ou que a horta sobreviva por conta própria e isso é o começo do fim. Não existe receita para o sucesso, nem fórmula mágica, que assegurem garantia de felicidade e longevidade, mas nestas palavras você descobrirá caminhos e atitudes indispensáveis para construir bases sólidas, tornando, assim, as relações mais saudáveis e felizes. É claro que só esses caminhos não bastam, mas sem eles, a horta morre e o barco afunda. Somente assim podemos quebrar o Mito da Alma Gêmea. 

Índice Falar menos, ouvir mais

A complexidade do simples

Equilíbrio emocional

Diga “não” às polêmicas e discussões

Gentileza e educação

Dar sem esperar retomo

Generosidade e doação

Cumplicidade

Não faça cobranças

Construindo confiança

Compromisso X liberdade

Temores e fantasmas

Construindo a relação

A armadilha das expectativas

Respeitando limites

Paciência e saber esperar

Perdoe

Você é o que você pensa

Lidando com os defeitos

Deixe o amor chegar, naturalmente

Ninguém é perfeito

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Amar com o coração, agir com a razão

O novo conceito do amor

Deixe ir

 

Falar menos e ouvir maisA sinceridade não consiste em dizer tudo o que se pensa, mas em pensar tudo o que se diz

Afinal, não é sem propósito que temos 2 ouvidos e uma boca. Quem fala demais acaba se complicando e se comprometendo. É um equivoco pensar que por muito falar dominam as conversas e diálogos, e assim se destacam, trazendo para si a razão.Falar mais e ouvir aumenta a dificuldade de maximizar possibilidades, de ver o macro e não o micro, de analisar mais profundamente, ponderar, entender, compreender, encontrar soluções e definir respostas apropriadas.Quando falamos mais do que ouvimos, multiplicamos a chance de errar, julgar ou agir precipitadamente, pensamos menos, não dando espaço para a mente elaborar ideais, raciocinar. E quanto menos se elabora o pensamento, mais improvisamos. Ao improvisar, floreamos e enriquecemos o enredo. Desta modo ficamos no limiar entre realidade e fantasia, do que é verdadeiro ou falso.Quem fala demais em uma relação desequilibra, tornando quem fala mais, mais evidente, e quando isso acontece evidencia mais seus defeitos do que suas qualidades.É escutando e com atenção os detalhes que percebemos o que o outro espera de você, alem de mostrar respeito e interesse. Um aspecto negativo é quando na relação, um tende a interromper o que o outro está falando, já tirando conclusões, como seu já soubesse o fim da história e quer ganhar tempo, sem deixar que o outro exponha seu ponto de vista até o fim. Quebra-se o diálogo, esfria-se a comunicação. E sem comunicação, não há relação. Deixe-o falar, escute-o com atenção, não faça ouvidos de mercador, apenas para ser simpático, pois se está dizendo algo é que suas conclusões ao final do que está sendo dito tem importância senão não estaria dizendo a você.De todos os sentidos humanos, o mais importante para aprendizagem, conhecimento, e alimentação da intimidade, do amor e do viver a dois é a audição. É o órgão no casal que deveria ser o mais estimulado, com afeto, respeito, compreensão e carinho.Isso permite que possamos falar não somente de coisas banais do dia-a-dia, mas dá mais segurança ao casal de expor seus sentimentos mais profundos, evoluir na relação, crescer, abrindo o coração, desta forma criando um espaço para que cada um expresse o que há de mais intimo, sem temor, ou medo de ser rejeitado, trazendo assim, compreensão e comunhão.E o melhor de tudo isso é que sabendo ouvir, aprendemos a falar na hora certa e com mais propriedade. Isso aumenta a credibilidade e a admiração, pois o ato de ouvir exige humildade, desta forma motivado, fala-se não com a cabeça, mas com o coração, permitindo até que o outro tenha discordâncias, uma visão diferente da nossa, uma opinião, até contrária, porem tratada com respeito e consideração.Tende-se a admirar mais a quem ouve do que quem fala.A arte de amar está intimamente ligada com a arte de ouvir. Será muito difícil amar uma pessoa que não sabe ouvir.

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A Complexidade do SimplesPara harmonizar a convivência basta ser simples e verdadeiroO princípio da simplicidade. Casamento não é algo tão complexo assim. Simplicidade é um princípio com sinônimo de sabedoria, e presente nas relações afetivas torna a vida simples e bela.Significa naturalidade, espontaneidade, singelo, puro. Qualidade do é simples. Do que não apresenta obstáculo ou dificuldade.Quando deixamos de ser práticos e simples, seja em atitudes ou em palavras, transformamos coisas simples em complexas demais, as vezes até insuportáveis. Isso acontece muitas das vezes porque queremos competir, e desta forma, tornar coisas simples em complexas dá idéia de surpreender, superestimar, querendo sempre agradar ao outro. Pois queremos fazer acontecer sempre do nosso jeito, perfeccionista de ver.Nas relações tendenciosas a complexidade, fica evidente a falta de entendimento e compreensão das partes. Desta forma as coisas simples se tornam confusas, pesadas, e existirão grandes dificuldades de interpretar com simplicidade o que o outro quer, alem de criar ambientes de discórdia, competição, desentendimentos constantes, freqüentes e crescentes.Dizer com clareza, verdade, simplicidade o que pensa e sente, é a chave para se relacionar melhor. Na verdade, por mais que doa, há sempre simplicidade.A terceira Lei de Newton, também conhecida com a Lei da Ação e Reação, é uma afirmação da ciência, e que a Bíblia a expõe claramente na Lei da Semeadura, que em resumo, declara que toda a ação tem sua reação, ou que nenhuma ação fica sem uma reação. Frase do tipo “tudo o que sobe desce”, ”o que vai vem”, “olho por olho, dente por dente”, “bateu, levou”, aqui se faz, aqui se paga”, “colhemos o que plantamos”, são alguns exemplos da aplicabilidade desta Lei em nosso cotidiano.Em uma relação afetiva, se nós ofendemos alguém com uma palavra ou atitude dura (ação) estaremos, ao mesmo tempo, sendo alvo do todo o ressentimento e dor que isso pode causar (reaçao).Isso pode, na verdade, fazer mais mal a quem ofendeu do àquele a quem foi dirigida a ofensa, por criar um clima explicito de animosidade (richas). E geralmente, e pior, é que há grandes chances de que, na reação, seja mantida a essência, mais se aumente a intensidade, então a reação se torna ação mais forte, e a ação anterior, de menor intensidade, esquecida momentaneamente, se torna alvo da nova ação (agora do ofendido, tornando-se ofensor), criando um ciclo terminal, crescente e altamente destrutivo a relação.Jamais, repito jamais, use uma comunicação verbal ou não verbal, sem tato, cortesia, destituída de palavras bondosas, afáveis, bem como o uso de palavras ferinas, agressivas, richosas, com a intenção de ferir, machucar, magoar, ofender, com tom de voz mandatório, gritando, autoritário, incluindo também, e não menos dolosa, a arma do silêncio e indiferença após a discussão.Este comportamento tem sido o maior responsável pela perda do respeito, admiração, afeto, a honra, tornando-se um ataque cruel ao amor, abrindo uma hemorragia fatal na relação, causando frustração e decepção, o começo do fim da relação.Por isso, em tudo, seja claro, simples, verdadeiro, mas, sobretudo, com delicadeza, gentileza, respeito, sendo gentil com as palavras. Saber ouvir, o domínio próprio e o controle das emoções são elementos fundamentas no sucesso da comunicação simples e eficaz. Se colocar no

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lugar do outro, também, é um bom exercício, afinal você gostaria de ser ouvinte de suas próprias palavras? 

Equilíbrio EmocionalNão há nada de nobre em sermos superiores aos outros. A verdadeira nobreza consiste em sermos superiores  hoje ao que éramos ontem.Conhecer a si mesmo! Conhecer suas falhas e aprender como lidar com elas, evita a ruptura do equilíbrio e ajuda a manter consigo a harmonia desejada. Quem tem equilíbrio emocional está mais predisposto a estabelecer relacionamentos duradouros e saudáveis. Neste aspecto, é imprescindível a manutenção do equilíbrio entre o racional e o emocional através da força pedagógica de ensinar e aprender com os erros e acertos.Nós, seres humanos, somos compostos de planos físico, mental, emocional e espiritual.Tudo o que você vê ou os outros vêem em você, se refere ao seu plano físico, ou seja, seu mundo visível: dinheiro, saúde, trabalho; criado a partir do seu mundo invisível: pensamentos, emoções e espírito. Na natureza, as raízes, invisível para nós, dependendo da força, da qualidade da terra e da sustentação, poderão dar bons ou maus frutos em suas árvores. Em sua vida o processo ocorre da mesma maneira. Há todo um conjunto invisível em você que trabalha para apresentar o que você é. Como funciona? Os seus pensamentos geram as emoções que você está vivendo tais como, alegria, dor e raiva. As emoções são responsáveis diretas pelas ações que você pratica em cada situação. E das ações obtêm-se os resultados. Tudo se origina no nível invisível, ou seja, seus pensamentos, e, este nível levará você aos resultados, ou seja, seu nível visível. Se você deseja um dar os resultados em sua vida, você precisa mexer no seu nível invisível, seu mundo interior, pois é nele que tudo se forma. Procure desde já observar seus pensamentos.Alimente aqueles que tornam você mais forte e despreze os pensamentos negativos. Assim você começa a mexer nos seus resultados, em busca do equilíbrio emocional. Contudo, saiba que isso nem sempre é fácil de ser feito.A ruptura do equilíbrio, geralmente ocorre em ambientes de estresse intenso, motivado por duas áreas, particularmente, significativas na vida das pessoas: questões envolvendo a atividade profissional e a incapacidade de se manter relacionamentos saudáveis.Nestes casos, é importante meditar e verificar como anda a nossa vida fisicamente, espiritualmente e emocionalmente.No plano físico, procure ter uma rotina consistente de exercícios e uma alimentação saudável. Cuide bem do seu corpo. Alimentação, sono e exercício são fundamentais para uma vida melhor. Seu corpo é seu templo. Gostar da gente deixa as portas abertas para os outros gostarem também.No plano espiritual, leia livros de doutrinas e textos de inspiração e meditação. Forme novos princípios e valores que possam criar ações para guiar a sua vida.Tenha uma rotina espiritual. Converse diariamente com Deus, especialmente para agradecer. Reconheça com gratidão, benção e benefícios de Tê-lo em sua vida. Ore antes de dormir. Faz bem ao sono e a alma. Reconheça com humildade seus erros e os confesse a Deus em oração. Arrependa-se. Mude, transforme-se a cada passo errado, a cada falha, por menor que seja. Oração e meditação da Palavra de Deus são

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fontes de inspiração. A leitura de bons livros ajuda e nos enriquece a alma.No plano emocional, avalie os seus relacionamentos, especialmente com o parceiro. Observe se a relação precisa de reparos e com que intensidade isso influi nas outras áreas de sua vida.Mas isso não significa que você deva desanimar. Acredite sempre no amor. Não fomos feitos para a solidão. Se você está sofrendo por amor, você está sendo a pessoa errada ou amando de uma forma ruim para você. Caso tenha se separado, e decidiu encontrar outra pessoa, curta a dor, não por muito tempo… mas, se abra para outro relacionamento.Amor é um jogo cooperativo. Se vocês estão juntos é para jogar no mesmo time. Se não estão, conserte a relação.Alimentar relacionamentos que só trazem sofrimento é masoquismo e isso vai atrapalhar sua vida.Em qual área você é melhor ou mais forte? Em que área fica clara a necessidade de investir mais tempo e energia? Todas as três áreas são importantes, porque é sempre no elo mais fraco que a corrente arrebenta. É imprescindível se dedicar e iniciar as ações necessárias para trazer mais harmonia a estas áreas, com conseqüência direta sobre a longevidade e prosperidade da sua vida, tanto pessoal quanto profissional. A verdade é que a sua vida provavelmente nunca estará em “equilíbrio completo”. A minha com certeza nunca esteve. A chave não é a busca de um ponto místico de equilíbrio, mas sim a caminhada para chegar lá.No que você se transforma durante a jornada é o que realmente importa. E a diferença está toda em começar a caminhada. Certamente, essa será uma maratona que vai durar a vida inteira e, talvez, você nunca cruze a linha de chegada, Mas a transformação na sua vida, corpo e mente certamente valerão a pena. 0 fato de criar um estado de crescimento contínuo, avaliando e corrigindo seu curso de ação, também não é o essencial. O ponto importante é que, ao iniciar a jornada e fazer esse esforço, você dará passos largos na direção de uma vida mais feliz, mais saudável e mais produtiva. 

Diga NÃO as polêmicas discussõesDevemos absorver e desfrutar o colorido das coisas e jamais discutir suas minúcias. As minúcias são sempre vulgares. Apenas detalhes.Todos nós desejamos que a vida nos conceda duas coisas: Sucesso e felicidade. Somos todos diferentes uns dos outros. O conceito de sucesso pode variar de pessoa para pessoa, mas, existe um fator muito importante e decisivo para o sucesso: ninguém pode obter a realização pessoal e a felicidade, sozinho. É na convivência com outra pessoa que encontramos as bases de sustentação para ser feliz. Mas esta convivência nem sempre pode ser fácil. Ao mesmo tempo em que nossos relacionamentos nos abastecer: de satisfação, e também, por meio dele, que experimentemos nossas dores e sofrimentos.Existe quase um consenso de que ninguém muda ninguém, mas você pode mudar a sua maneira de receber e dar sentimentos para as pessoas. Se todas as pessoas, que cruzassem os nossos caminhos, nos mostrassem o seu melhor lado, não haveria problemas. É muito fácil construir relacionamentos com aqueles que se encontram nas mais altas esferas evolutivas. Geralmente são pessoas plenas de amor, dispostas a reparti-lo sem cobrar retorno ou reconhecimento. São humildes e sempre prontas a servir ao próximo. Segundo estudiosos, os seres

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humanos, de todos os continentes, possuem quase que na sua totalidade, quatro características básicas:1 ― todos têm sede de alimentar o próprio ego e, portanto, necessitam aumentar sua auto-estima.2 – Todos estão mais interessados em si mesmos do que em qualquer outra coisa no mundo.3 Todos querem se sentir importantes e chegar a ser alguém.4 – Todos desejam ter a aceitação dos outros para poderem então se aceitar.Quando encontramos pessoas que possuem alta dose de auto-estima, fica fácil nos darmos bem com elas. Geralmente são leves, generosas, tolerantes, dispostas a escutar as idéias dos outros, possuem jovialidade nas atitudes. Admitem, sem nenhum problema, que não são perfeitas e que cometem erros, que se equivocam. Podem ser criticadas, pois isso não abala a sua sólida e elevada confiança. Agora, quando ocorre o contrário e, em nosso caminho surge alguém com baixa auto-estima é que a coisa se complica sobremaneira. Isso porque estas pessoas são o estopim para criar situações de brigas e desentendimentos.Os arrogantes e prepotentes têm um baixo conceito de si mesmo de si mesmos, por isso têm uma necessidade enorme de aumentar a sua importância como pessoas, e conseguem isso com atitudes que diminuem os outros. Eles também são muito medrosos. Esse medo faz com que se sintam extremamente vulneráveis. Eles trazem no mais profundo de seu ser a convicção de que qualquer humilhação vinda de você os deixará completamente destruídos.Percebendo que as pessoas que agem assim carecem de auto-estima, você estará mais bem preparado para um relacionamento produtivo com elas, se não agravar a situação em que se encontram.Desarme o gatilho usando um elogio sincero. No exato momento em que ele estiver preparado para odiá-lo, faça-o gostar de você. Expresse seu apreço por qualquer coisa que ele faça bem, fale sobre seus interesses e ofereça sugestões úteis. Quebre o ciclo do antagonismo. Raiva gera raiva, Intimidação gera intimidação, retaliação também. Só o amor com a mão estendida é capaz de atrair amor.Quando nos relacionamos com as outras pessoas, é necessária a prática de vermos nossas próprias atitudes refletidas no comportamento do outro. É como se estivéssemos diante de um espelho. Quando sorrimos, a pessoa do espelho também sorri. Quando fechamos nossa fisionomia, o outro também fecha. Nosso tom de voz também pode refletir o do outro. Se alguém grita: com você, responda num tom equilibrado. Isto fará com que o outro baixe o tom. Procure plantar, dentro do seu Coração e da sua mente, a empatia, aprenda a trocar de lugar com O outro. Não tome as ofensas que receber dos outros para si. A resolução de conflitos é uma atribuição humana. É para isto que você está aqui nesta vida e só será possível construir relacionamentos sólidos e bem-sucedidos se mentalmente e emocionalmente você estiver sintonizado com a compaixão.Quando alguém cruzar o seu caminho, saiba que não será por acaso. Você certamente terá algo a compartilhar com esta pessoa. Na vida, não temos amigos nem inimigos. Todos são nossos instrutores. 

Gentileza e EducaçãoSer gentil é mais importante do que estar certo. Prefira ser feliz ao ter sempre razão.

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Gentileza é o nobre sentimento que, bem cultivado, liga as almas umas às outras, gerando alegria, bem-estar e respeito mútuo. É a expressão do amor ao semelhante, que precisa trocar as experiências sob os estímulos do entendimento e do apreço fraternal entre as criaturas.Existe muita falta de gentileza nos relacionamentos. A maior causa é o egoísmo que afasta as pessoas e as isola, por temer o contato com o semelhante. Não percebemos que o outro carrega as mesmas dificuldades e temores, as quais nos atormentam. O medo nos coloca em guarda, e por qualquer coisa agredimos ou· infelicitamos O nosso parceiro, sem nos darmos conta de que uma atitude de gentileza une e alegra a relação, apaziguando os ânimos, equilibrando as ações, enquanto que a desconfiança desarmoniza e desequilibra as mentes, endurecendo os corações.Em nossa vida diária, a gentileza é fácil de ser cultivada, através de pequenas atitudes, em gestos de simpatia e com as quais se firmam as raízes do afeto seguro. Elas se fortalecem e não esgotam diante dos choques naturais dos relacionamentos e conquistaram os corações que, como o nosso, também estão ávidos por esses sentimentos.Mas, por que ser gentil?Porque é comprovado que gestos de gentileza, isentos da busca de recompensa, melhoram a saúde mental, a auto-estima e a sensação de bem-estar de quem os cultivam. Nas relações a dois, a prática constante de atitudes gentis é uma etiqueta obrigatória, sobretudo porque o parceiro é a pessoa mais importante para você. Puxar a cadeira para ela ou abrir a porta do carro, são pequenos gestos desprendidos que, muitas vezes, trazem resultados grandiosos e que geram respeito e admiração.Isso é recíproco. Estreitamos nossos relacionamentos com as pessoas, que nos respeitam, nos tratam bem e são, especialmente, gentis conosco.Diga sempre ao seu cônjuge: Diante da vastidão do tempo e da imensidão do planeta, é um prazer imenso, pra mim, dividir este espaço e este momento com você! 

Dar sem esperar retornoSe fizer, não te lembres, se receber nunca esqueçaNão existe amor de palavras. Ninguém dá amor. O amor não é substantivo. A gente pode dar coisas como, carinho, atenção e respeito, mas amor não. Por essa razão, digo que amor é “verbo condicionado”, assim, à ação de amar. E na vida, quando encontramos as pessoas que amam de verdade, não é difícil percebê-las, embora, muitas vezes, não reconheçamos isso. Acredito, pois, que amar é, sobretudo, dar sem esperar retorno. Amar é doar- se ao outro.O amor é incondicional, mas a única condição que ele pede é que você acredite que ele exista. Alguém só vai gostar de você se você se valorizar. Se não, por que fará com que alguém sinta amor por você? Amar é acreditar no amor, ame para ser amado, sem esperar jamais um retomo.Um motivo de grande frustração e sofrimento para as pessoas é quando elas criam expectativas. Expectativas são as esperanças que colocamos em outras pessoas ou em outras coisas e que acabam norteando nossa maneira de viver. As pessoas mais sensíveis estão mais sujeitas ao sofrimento, porque vivem na esperança de que os outros vão reagir como elas esperam. E elas esperam quase sempre. Ama, doam-se

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verdadeira e inteiramente e quando o retorno não vem, sentem-se feridas, pequenas, magoadas e até mesmo mal-amadas.Amar incondicionalmente é amar sem esperar retomo, E precisamos lançar mão de práticas educativas para conviver com as circunstâncias que poderão ocorrer, contrariamente, ao que convencionamos chamar de retomo e reciprocidade.É verdade que é cansativo dar-se a cada instante e se contentar com isso, sem esperas. Geralmente quem dá, dá o que gostaria de receber. Quem visita, convida, telefona e diz coisas agradáveis, vive com a constante expectativa de receber um retorno equivalente. É como dar um presente e ficar esperando pra ver se o outro gostou. É claro que queremos agradar e que fiquem felizes para que nos sintamos recompensados pelo ato.Mas no amor, não podemos esperar retorno e nos angustiar pela falta de sinais. Devemos sempre fazer a nossa parte e ter em nossa consciência a serenidade que o ato de amar somente é autenticado por atitudes naturais, sublimes e divinas.Se livrarmos nossa alma das expectativas do sentimento dos outros, aprenderemos a amar e seremos felizes, não por que o outro nos corresponde, mas, simplesmente, porque o ato de dar e levar felicidade nos traz ternura e alegria ao coração, iluminando nossa vida e tornando-a mais encantada.Esse é o único e verdadeiro retomo do amor. 

Generosidade e DoaçãoDá, se puderes; se não, sê ao menos afável.Generosidade é a virtude do dom. Não se trata mais de atribuir a cada um, o que é seu, mas de oferecer o que não é seu.A generosidade pode não ser amante, mas o amor é quase necessariamente generoso, pelo menos em relação ao amado e enquanto ama. Sem se reduzir ao amor, a generosidade tenderia, pois, em seu mais extremo ápiœ, a se confundir com ele, pois, se é possível dar sem amar, é por assim dizer impossível amar sem dar.É possível dar sem amar, mas impossível amar sem dar.A generosidade, como todas as virtudes, é plural, tanto em seu conteúdo como nos nomes que lhe prestamos ou que servem para designá-la. Somada à coragem, pode ser heroísmo. Somada à justiça, faz·se eqüidade. Somada à compaixão, torna-se benevolência. Somada a misericórdia, vira indulgência. Mas, todos conhecem o seu lado mais belo: somada à doçura, ela se chama bondade.Nas relações afetivas, o verdadeiro ato de dar requer quatro elementos:1- É se importar, demonstrando preocupação ativa com a vida e o crescimento do parceiro.2 – È a responsabilidade, ou seja, responder às necessidades sentimentais, expressadas ou não.3 – É o respeito, a habilidade de ver a pessoa como ela é, estar ciente de sua individualidade única, e conseqüentemente, querer que cresça e se revele como ela é. Este três componentes dependem do quarto:4 – O conhecimento. Você pode cuidar atender às necessidades e respeitar o próximo tão profundamente quanto o conhece.A prática da generosidade facilita sobremaneira a decisão de amar. O amor é uma escolha e ele não vem só do fato de apreciarmos a bondade. O amor não precisa necessariamente acontecer, você pode fazer acontecer. O amor é ativo. Você pode criá-lo. A generosidade nos conduz a outro milagre, pois o efeito do ato de DAR é profundo. Permite-

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nos entrar no mundo de outra pessoa e perceber a sua bondade. Ao mesmo tempo, significa investir parte de si mesmo no outro, capacitando-lhe a amar esta pessoa como ama a si mesmo.Enfoque na bondade de outra pessoa ― e todo mundo tem alguma. Se puder fazer isto facilmente, amará facilmente. 

CumplicidadeSer cúmplice é ser luz, cuminho, mão dupla. Ter idéias, seguir juntos, de mão dadas. Ser refúgio e fortaleza.Ninguém duvida que, relacionar-se é difícil, sobretudo pelas circunstâncias dos dias atuais, onde os valores se invertem e as pessoas andam mais perdidas do que nunca. Preocupadas apenas consigo mesmas buscam em outra pessoa, alguém capaz de satisfazer suas necessidades, seja de carência, seja de auto-afirmação. Não há foco no doar, no se dedicar, no se entregar. A maioria não se preocupa em construir uma relação, Saudável, sólida e comprometida em satisfazer as necessidades de ambos os parceiros. Falta cumplicidade.Cúmplice se entende como alguém que está a par do que o outro sabe e faz. Mais do que isso: compartilha dos mesmos ideais. A cumplicidade cria uma aliança, um compromisso entre os dois, onde um faz pelo outro e vice-versa. Tem como base de sustentação, a confiança, construída por revelações intimas, as quais fortalecem os laços da união. A cumplicidade nos torna parceiros de uma história e não um simples coadjuvante.Os benefícios de uma relação com cumplicidade é que há uma tendência de haver maior entendimento e umidade entre os dois por partilharem das mesmas coisas.A história é construída a quatro mãos, com apoio e fortalecimento mútuos. Mas porque falta cumplicidade nos relacionamentos?Um dos prováveis motivos é o medo. Medo de se expor, ou por vaidade ou por insegurança, fato que compromete a naturalidade e impede a construção de uma ponte de confiança.Se não podemos falar abertamente das nossas fraquezas, dificuldades, medos e insatisfação, então não podemos amar e sermos amados plenamente e, nesse caso, o amor não fluirá.A relação afetiva é um veículo de duas rodas: só se equilibra em movimento. Para que duas pessoas se tornem uma unidade é preciso criar um objetivo, um ideal. O conteúdo em si não é importante, pois seja qual for, é a cumplicidade que o transforma em algo fundamental.A cumplicidade, junto com o carinho e o respeito, faz com que o casal mantenha os corações abertos, confiantes e doadores. Ingredientes essenciais para a felicidade e estabilidade da relação. 

Não faça cobrançasSe compreendermos a natureza daqueles que nos cercam, certamente viveremos melhor e em mais harmonia.Devemos aceitar e acompanhar o ritmo do amor. Assim como ninguém vai empolgadíssimo todos os dias para o trabalho, ninguém está sempre no auge da paixão. Cobrar, de si e do outro, viver sempre nas nuvens é o começo de muita frustração. Não faça do seu relacionamento um caderno de multas onde você fica assinalando o que o outro fez ou

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deixou de fazer. Nem espere que ele diga o que você está pensando. Ele não sabe o que você está pensando e isso não dá o direito para desconfianças e controles.Um relacionamento amoroso não tem espaço para cobranças nem para pressão. Isso é opressão. Só tem valor o que ambos desejam.Ficar procurando quem fez de errado, o que, quando, porque, o que um ou outro deixou de dizer ou corresponder, é colocar-se num ringue de luta e isso faz de você um competidor, não um companheiro.Faça do seu relacionamento um jogo de frescobol, onde ambos procuram passar a bola da melhor maneira possível para o outro fazer a sua jogada. Ao contrário do jogo de tênis ou ping-pong, em que cada um dos jogadores tem como objetivo fazer com que o outro não alcance a bola e perca a jogada.Abandone a idéia do controle. A única coisa que você pode controlar é a sua própria atitude. Isso é o que realmente importa. Você escolhe a atitude que terá diante dos acontecimentos e por isso, adquire o poder de construir a sua relação de acordo com a forma que escolheu.Querer controlar o outro é sinal de fraqueza e de insegurança e isso não contribui para o desenvolvimento do relacionamento. Ao contrário, abre brechas e deixa os flancos desguarnecidos e, em pouco tempo, um dos dois ou ambos, se cansarão.Viva e deixe viver e aprenderá que o amor não sobrevive a um constante estado de tensão. Isso não tem nada a ver com o amor. 

Construindo confiançaAchar a verdade não é difícil. Difícil é não fugir dela quando foi encontrada.Confiança permeia a vida de um individuo em diversos momentos e, nas relações, é considerada base de toda a estrutura afetiva.A decisão de confiar ou não em alguém é influenciada por um componente constituído pelo julgamento racional, com base no que julgamos serem boas razões incluindo entre elas, o respeito e a honestidade.As emoções e sentimentos existentes entre as pessoas são parte importante das relações, conseqüentemente, influem diretamente na construção da confiança, visto que investimentos emocionais são feitos por ambas as partes.Dentre essas emoções e sentimentos, devemos nos perguntar se estamos nos relacionando com verdade ou se estamos alimentando medos que prejudicam nós mesmos. Viver um relacionamento vai depender do quanto você está disposto a viver em verdade para o outro e para você mesmo,.Relacionamento é feito a dois, e a confiança depositada ali é chave para tudo dar certo. O que pode atrapalhar a confiança é a falta da verdade trazendo como conseqüência o medo. Este, quando presente nos relacionamentos, compromete de maneira grave a continuidade da união. Apesar do erro fazer parte da nossa essência, enquanto seres humanos, numa relação, vista como muito especial, o medo se agiganta significativamente.A reação mais comum é tomarmos a defensiva, encontrando desculpas ou acusando o outro lado, mas nunca assumindo responsabilidades. A vida mostra que é dever de cada um reconhecer quando erra e assumir os próprios os erros. É mais fácil, embora nem sempre seja menos doloroso.

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Ser claro e transparente em tudo, ser impecável com a palavra, viver continuamente falando e tratando com a verdade, independente das conseqüências, são aspectos fundamentais do comportamento para construir confiança em bases sólidas. 

Compromisso x LiberdadeA individualidade fortalece o amorExistem muitas pessoas que atingiram um estágio na vida e vivem numa zona de relativo conforto. Fogem de compromissos que, aparentemente, possam suprimir suas liberdades.Estão tão bem com o mundo que querem mais é se divertir e aproveitar a sua independência emocional e posição profissional e financeira, para curtir os prazeres da vida, sozinhos.Uma outra razão que pode justificar essa postura é o medo que essas pessoas têm de se apaixonar de verdade e virem a sofrer no futuro. Certos conceitos podem ter seu uso exacerbado, o que culmina em deturpação de seu significado original.A modernidade, o senso da novidade e da eterna juventude, associado à vaidade humana, onde os testes de aceitação pelas outras pessoas se repetem sob a forma de novas conquistas, e um excelente adubo para esses desvios conceituais, que geram profundas transformações de mentalidade e de comportamento. Como tudo o que é novo agrada, entendem que a única forma de desfrutá-lo é manterem-se livres e independentes.Por isso, não querem apegos, cobranças nem compromissos. Combatem duramente as emoções usando um raciocínio, aparentemente lógico. O ego grita e a alma sussurra. Como os prazeres e o novo são mais ruidosos, só escutam os berros do ego tentando impor controle à situação. Os apelos da alma, aqueles que injetam vitalidade na existência, ficam inaudíveis.É o que ocorre com o conceito de liberdade, nos tempos que estamos vivendo. A liberdade, inerente à própria condição humana, banalizou-se e perdeu a sua essência.O sentido atual de liberdade vulgarizou-se, depreciou-se, esvaziou-se e pouco tem a ver com a verdadeira liberdade, que identifica e distingue o homem no reino da vida, o qual assume compromissos e investe na qualidade do comprometimento, sem perder a capacidade de tomar decisões.Esse é o exercício da liberdade plena, contudo, surgiu a falsa liberdade, com as lamentáveis e desastrosas conseqüências, principalmente na ética e no investimento em relações sólidas e duradouras. Hoje em dia, por qualquer obstáculo, é mais cômodo desistir do que superar; é mais fácil interromper do que buscar alternativas que viabilizem a continuidade. Na verdade, compromisso é condição inata e não pode ser visto como uma opção.Não estar comprometido com alguém ou alguma coisa já é o próprio compromisso assumido. Por mais que se tente afirmar que a liberdade é o oposto do compromisso, isto não passa de uma ilusão, uma tentativa de se apegar a uma condição impossível de existir.Estar vivo já é um compromisso. Não se pode ser livre sem, antes, estar comprometido.Para viver, fazer história, deixar marcas, precisamos assumir compromissos. O compromisso de crescer é o primeiro. Andar, falar, escrever, ler, fazer amigos, enfim, amadurecer enquanto pessoa.

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Depois, o amor, as paixões, as relações. Dentre isso tudo, as decepções, as vitórias, as alegrias e as dores. Tudo isso é vivido como compromisso.Todo mundo chega a um momento, em suas vidas, onde precisam fazer escolhas, porque são elas que nos permitem amadurecer, evoluir e ser felizes.O amor moderno é flutuante, episódico, sem compromisso com o amanhã. Hoje em dia, o fato de namorar alguém, e as vezes até noivar e inclusive estar casado não quer dizer que você esteja comprometido.Muita gente perde bons momentos na vida por medo de entrar numa situação da qual não consiga sair depois. Se este é seu receio, isso é sinal de que você precisa fortalecer a sua capacidade de dizer o que sente e também fazer as escolhas que deseja.O único compromisso verdadeiro numa relação é o desejo mútuo de que tudo aconteça novamente no dia seguinte e enquanto houver dias seguintes, estará ai, sendo construído um futuro em bases desejáveis.Naturalmente. Sem compromisso. 

Temores e fantasmasO passado é para ser relembrado. Não revivido. São muitos os dilemas da paixão amorosa. Muita gente se convence de que amar é sofrer. Uma das maiores contradições a respeito do amor é que, se ele não tem continuidade, não se realiza. Em contrapartida, se continua, pode acabar enfraquecendo.Algumas pessoas, mais idealistas, descrevem o amor como ele deveria ser. Outras, mais realistas, crêem que ele é incerto e pode causar dor.O amor deve se encaixar à vida. Todos querem amar e muitos têm medo porque acham que não vão receber o mesmo amor de volta. O resultado são renúncias, desapaixonamentos e abandonos que criam uma enorme descrença em relação ao amor.Alguns dos temores mais comuns que podem acabar com as chances de um romance antes que ele aconteça são o medo da frustração. O receio de que dê tudo errado e o outro acabe pondo um fim na situação é muito comum, até porque, isso realmente acontece várias vezes na vida das pessoas_ Outra preocupação é o medo de sofrer por amar demais e ser abandonado, morrer de ciúmes ou sofrer uma decepção. Pode ser que isso aconteça, faz pane do jogo da vida. Mas é você quem escolhe a sua atitude diante do que lhe acontece. O medo de sofrer, em geral, não tem fundamento e ao fazer isso, você esta projetando no futuro algo que aconteceu no passado. O futuro não é igual ao passado. Transforme o medo de sofrer em poder pessoal e consciência de que você pode e deve pilotar as suas reações diante das novas experiências que se apresentam. Estabeleça limites para si mesmo e eduque-se emocionalmente. Preste atenção em suas atitudes e pensamentos. Não se permita seguir caminhos destrutivos, nem reforce pensamentos negativos. Se eles aparecerem, e aparecem, deixe que retomem para o nada de onde se originaram. Imagine a vida feliz que quer levar ao lado de alguém e esforce-separa conquistar o que deseja. Onde você coloca a sua atenção, você coloca a sua energia. Outro temor é a sensação de incapacidade dentro de uma relação. A baixa auto-estima ou a visão negativa de si mesmo pode fazer com que uma pessoa duvide de você. Quem não se sente merecedor de amor, acaba sabotando os relacionamentos sem perceber. Tenha em mente que se alguém o escolheu, é porque gosta do que vê em você e tem boas expectativas quando imagina a vida ao seu lado.Cultive a auto-estima. Você não precisa expor essa sensação de que não se sente digno de ser amado.

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Se sentir que precisa de um apoio, procure ajuda profissional ou mesmo de amigos mais experientes em quem confia. Lembre-se de que, se você, se der uma oportunidade e relaxar, verá que a vida segue seu caminho naturalmente, e a alegria estará nas menores coisas. À medida que buscar a harmonia sem se co¬brar muito, mas sendo o seu melhor e se esforçando para superar as suas limitações, ganhará segurança e perceberá que merece, como qualquer outra pessoa, viver um relacionamento sólido e feliz.

Construindo a RelaçãoSe estiver muito difícil encontrar um caminho, faça-o!Ao se apaixonar, a pessoa costuma adaptar seu comportamento às expectativas que têm em relação à outra pessoa, ou à sua ideia de amor ideal.Mais cedo ou mais tarde, as personalidades e temperamentos aparecerão e com elas as primeiras decepções. Para evitar isso, é preciso saber entender e aceitar o outro como ele é sem querer mudá-lo.Entregar os pontos diante do primeiro grande problema não é a melhor solução, já que todos sabem que nenhuma relação ou pessoa é perfeita. Para melhorar a relação, é preciso trabalhar e ser perseverante. Uma relação se constrói dia após dia e por ambas as parte as quais se esforçam para compreender os defeitos e potencializar os pontos fortes que reforçam o amor.Pode ser que isto acabe com os ideais românticos de alguém, mas evitará surpresas futuras e amadurecerá o amor romântico.Tenha cuidado e atenção com as discussões. As disputas medem a saúde da relação. São positivas quando buscam um acordo ou uma solução, sem violência, insultos ou humilhações, e quando servem para que a relação funcione, como um nexo de atração para viver a sexualidade, ou pelo prazer trazido pela reconciliação posterior.Por outro lado, elas podem ser negativas se envolvem críticas constantes, baixa auto-estima ou críticas pessoais de um sobre o outro. Um importante ponto negativo é quando a discussão utiliza-se do silêncio como resposta, ou quando se age com indiferença para acabar com a paciência do companheiro.As discórdias e incompreensões tomam-se difíceis de serem contornadas quando começam exigindo concessões que o companheiro não está disposto a fazer. A situação fica ainda pior quando ele reage com negativas, para não perder a batalha, ou cedendo, para não discutir mais.É importante que você se faça algumas perguntas para avaliar a qualidade do relacionamento.1- A relação tem o mesmo significado para os dois? Pode ser que uma pessoa busque estabilidade e compreensão, enquanto a outra pensa apenas na paixão e aventura, por exemplo.2- Vocês têm interesses ou objetivos que podem ser compartilhados?3 – Está disposto a fazer todo o possível para solucionar os conflitos que o levaram a pensar em se separar?4 – O desgaste se deve mais a motivos práticos de convivência do que por razões emocionais, como a falta de amor ou paixão?5 – As alegrias e o prazer da relação superam os problemas?Se a resposta à maioria destas dúvidas for positiva, o relacionamento tem muitas chances de se salvar e continuar sua trajetória. 

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A armadilha das expectativasSe alguém não encontra felicidade em si mesmo, é inútil que a procure em alguém ou noutro lugar.O ser humano é visto como um indivíduo em integração com o outro. O modelo básico de relacionamento é dado na infância, aproximadamente até os oito anos de idade. É por isso que procuramos nos aproximar, de alguma forma, de pessoas que vão nos ajudar a reconstituir aquele modelo de relacionamento.À medida que ficamos mais velhos, toma-se cada vez mais importante estabelecer relações satisfatórias e mais maduras com os outros. Experimentar e compartilhar emoções faz parte do crescimento. Na idade adulta podemos descobrir que, para alcançar mais efetivamente os objetivos a que nos propomos, precisamos coordenar e integrar nossos recursos internos.Num modelo ideal, nossos sentimentos seriam desenvolvidos e harmonizados de modo a podermos nos aproveitar de sua energia. Nossa mente nos permitiria pensar criativamente, seria capaz de planejamentos amplos, assim como lidar com detalhes específicos. Finalmente, o corpo, os sentimentos e a mente deveriam ser harmonizados e integrados para poderem funcionar sinergicamente. Na realidade, o desenvolvimento e a integração não ocorrem tão facilmente ou tão completamente. Vários sentimentos em conflito, tais como, ansiedades, depressões e medos, interferem no funcionamento equilibrado. A integração, plena e harmoniosa, das funções do ser humano é um longo e contínuo processo.E o que pode, então, acontecer num relacionamento amoroso? Cada um dos parceiros vai para uma vida em comum com muitas expectativas, esperando que o outro o salve de suas insatisfações, deficiências e preencha suas carências, principalmente a expectativa da aceitação. Em geral, tais expectativas, conscientes e inconscientes, têm sua origem na infância e as pessoas partem para o relacionamento como se um contrato não verbal, não explícito estivesse claro e plenamente endossado por ambos. Há uma série de desejos e obrigações, os quais só existem na cabeça de cada um, que, em troca do que vai dar, quer receber exatamente o que precisa, porém o outro não sabe disso.É certo que todas as pessoas têm carências e inseguranças em maior ou menor grau. O problema é transferir a solução dos problemas para o parceiro e sobrecarregá-lo com expectativas e não se aperceber disso.A possibilidade de desenvolver um relacionamento saudável só existe se ambos, sabendo que não são perfeitos, forem capazes de assumir a responsabilidade tanto pelos aspectos que admiram em si mesmos quanto pelos aspectos que consideram indesejáveis, aceitando-se a si mesmos. Em qualquer tipo de relacionamento, o difícil é enfrentarmos a fundo a nós mesmos. Como podemos compreender e aceitar o outro se não conseguimos nos compreender primeiro? 

Respeitando limitesConhecer, amar e respeitar. Saber os limites do outro. Essa é a base para a sobrevivência do amor.Cada um de nós tem um círculo invisível que nos circunda, estabelecendo os nossos limites. Se o raio é pequeno, significa que nos expomos mais, ou seja, permitimos que as pessoas se aproximem mais das nossas individualidades. Porém, se o raio é mais amplo, impomos

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mais dificuldades para que as pessoas penetrem em nossas intimidades.Com o tempo, é inevitável que a intimidade entre um casal aumente. Entretanto, é um erro querer viver a vida do outro e transitar no espaço que pertence somente a ele. Intimidade implica respeito e ter os limites bem definidos, como compartilhar a essência e as experiências. Invadir a privacidade do outro, não significa que vai conhecê-lo mais.Numa relação a dois, imaginar dois corações fundindo-se num só parece uma imagem muito bonita e romântica. Mas contém a armadilha da falta de limites entre os parceiros, fato que impede o respeito à individualidade e a saúde do próprio relacionamento. Não se pode imaginar, por exemplo que, invadindo os limites do outro, possamos estabelecer uma relação de igualdade. Essa pretensão de igualdade é o grande problema. Primeiro, porque será impossível de ser obtida e depois, porque o que dá movimento a tudo é a diferença.Fronteira é limite, é amor. Amor é algo cuidadoso, exercido com ternura. A perda da fronteira significa a perda da diferenciação, isto é, da própria identidade de cada um dos parceiros. Fronteira é um conceito importante porque não é só geográfico ou físico.É também o que diferencia o EU do TU. É tudo que divide e ao mesmo tempo une.Toda existência envolve o EU e o TU. Não há existência de um, isoladamente. As fronteiras seguras servem também para garantir a comunicabilidade, permitir a passagem de informações, selecionando influências favoráveis e descartando as outras. Os parceiros, com fronteiras seguras, que suportem os eventos inesperados e as dificuldades temporárias, podem encontrar as soluções mais criativas e adequadas às suas necessidades. 

Paciência e saber esperarNão adianta querer o que ainda não é seu, por que o desejo é inimigo da paciência e parceiro da ansiedade.A paciência é uma das virtudes mais importantes para a pessoa que almeja o autoconhecimento também o desenvolvimento espiritual. E também conhecida como a mãe de todas as virtudes. Todavia, é difícil ser paciente e agir com paciência. Mesmo sabendo que a impaciência nos leva à precipitação, ao pré-conceito, à ansiedade e à ações sem conhecimento profundo e verdadeiro.A paciência brota do amadurecimento do caráter e da clarificação da mente. Dissipamos as névoas da ansiedade à medida que superamos o imediatismo imaturo e egoísta. Todas as nossas relações irão exigir de nós paciência. Na maior parte dos diálogos se observa que as pessoas não têm paciência de escutar, e assim compreender e conhecer realmente uma à outra. Quando uma está falando, a outra já está com a resposta pronta, ou não espera aquela terminar de falar. Assim, acontecem discussões ou monólogos no lugar de diálogos. É no verdadeiro diálogo que uma terceira ideia  nova, pode surgir. Na discussão, esta terceira possibilidade é constantemente abortada, pela falta de paciência de um escutar o outro.Antoine de Saint-Exupéry diz que “Amar não é apenas olhar um para o outro e sim juntos em uma mesma direção. O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.”, logo não deve prevalecer a opinião de um ou de outro, deve-se ter paciência em buscar uma terceira visão, uma outra dimensão, que vem com espera e paciência.A pressa em ver as coisas acontecerem é outro aspecto, resultado da falta de paciência, que conduz as pessoas para a irritação e desestímulo com a relação e também com atitudes impulsivas. É preciso saber deixar

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o barco navegar naturalmente e cultivar essa prática com sabedoria e serenidade.Pessoas impacientes são as que desprezam o curso natural das coisas e esquecem que há um ritmo próprio regendo tudo o que se move no mundo – e tudo se move. Não podemos desejar que a Terra gire em seu eixo em menos que 24 horas, nem que um bebê venha ao mundo em quatro meses.As pessoas não são iguais e cada uma tem, também, ritmos diferentes para as diversas situações. Enquanto uma pode estar amando mais intensamente, a outra, embora ame também, pode estar com esse sentimento numa outra velocidade. É claro que isso pode criar insatisfações do companheiro, que entrega taças cheias e pode estar recebendo-as pela metade. Contudo, as pessoas amam de formas, e em níveis de intensidade, diferentes. Não existe equilíbrio na entrega de cada uma das partes envolvidas.Nesse caso, é preciso não só paciência, mas compreender a natureza do parceiro, cuja diferença, em relação à sua, não é motivo para questionar o seu sentimento. Ter paciência para esperar que o outro desenvolva suas intensidades, naturalmente, e ter a serenidade para compreender que ele não precisa ser, necessariamente, igual a você, são condições imprescindíveis para permitir que a relação avance com harmonia.O amor é paciente e a paixão, impaciente. Uma vez entendido que ser paciente é ser amoroso então, tudo será compreendido. Você precisa aprender a esperar. Assim se aprende a amar.Espere com amor profundo; saiba reconhecer e agradecer por aquilo que já aconteceu e tenha paciência por aquilo que irá acontecer. Isso é contemplação!A nossa mente faz justamente o contrário. Ela está sempre reclamando por aquilo que não aconteceu e está sempre impaciente para que aconteça. Está sempre se queixando e nunca agradecendo; sempre desejando e nunca criando a capacidade de receber.O desejo é fútil, se você não tiver a capacidade de receber. O importante é a escolha e a espera, consciente, de que tudo tem um tempo para acontecer. 

PerdoePerdoar é assumir a responsabilidade pelo que você sente.O perdão é uma grande virtude que abre o caminho da luz. É uma bênção tanto para quem recebe como para quem concede. O perdão é um ato do coração e faz você experimentar o amor de seu próprio interior. Toma-se mais fácil perdoar quando você não multiplica as ofensas, não guarda mágoas e nem permite que a dor cresça em seu coração, relembrando do que lhe fizeram ou do que aconteceu.É preciso saber que tudo que você pensa, fala e faz cria seu próprio mundo. Deste modo, ao criar dor para a alguém você está criando sofrimento e inquietude para si mesmo. Você pode até achar que se sente aliviado, ao responder da mesma maneira, mas isso será uma bomba, em gestação, que um dia explodirá dentro de você mesmo.Para superar essas emoções destrutivas, você precisa cultivar a paciência e a tolerância. Quando somos realmente pacientes e tolerantes, o perdão surge naturalmente.O Perdão é uma palavra perdida em nossa vida.O primeiro sentimento que se perde no caminho da loucura é o sentimento do perdão, o sentimento do auto-perdão. Se a culpa é a

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vergonha da queda, o auto¬perdão é o elo entre a queda e o levantar de novo.O perdão é uma escolha. É recuperar seu poder, é assumir a responsabilidade pelo que você sente.O perdão é para sua própria cura porque você não gasta energia, desnecessária, sentindo raiva e sofri¬mento em relação a coisas sobre as quais você não pode mais mudar e controlar.Perdoar não é esquecer algo doloroso que aconteceu. Perdoar e esquecer são coisas diferentes. Você pode até se lembrar dos acontecimentos, mas o importante é abandonar os sentimentos negativos relacionados a eles. Ao perdoar você não fica preso ao passado pois é o amor que o liberta.O perdão aos outros é apenas um modo de dizermos aos outros que já nos perdoamos. Perdoarmo-nos é restabelecer a nossa própria unidade, a nossa inteireza diante da vida, é unir outra vez o que a culpa dividiu, é uma aceitação integral daquilo que já aconteceu, daquilo que já passou, daquilo que já não tem jeito; é o encontro corajoso e amoroso com a realidade.Alimente a força do perdão. E experimente como essa virtude abençoada fortalece e ajuda a superar as dificuldades.Abra mão dos julgamentos. Quem ama não precisa ficar rotulando, criticando ou julgando. Nada disso faz parte do amor. Ao contrário, os julgamentos afastam o sentimento do amor. Pratique o perdão e saiba que, ao guardar ressentimentos e mágoas, estará ocupando o espaço do amor e da imensa alegria que ele produz em seu coração. 

Você é o que você pensaO seu comportamento depende do seu estado mental e o estado mental pode ser alterado, se você muda o pensamento.Viva com responsabilidade e leveza de espírito. Sem cobranças, sem tantas expectativas, sem a seriedade para enfrentar as rotinas do cotidiano. Desfrute o momento, esquecendo o que passou e sem se preocupar som o minuto seguinte.Viva aceitando verdadeiramente o momento presente que é a sua colheita. Não adianta desejar algo mágico e fantasioso quando isso não depende só de você. Você tem o que precisa e merece. Nada acontece por acaso. A vida é como tem que ser e é preciso inteligência emocional e serenidade para aceitar isso.Você é mais feliz quando tem aceitação de si mesmo, aceita os acontecimentos e aprende com eles, extraindo lições.Leve a vida mais leve, não cobre nem se cobre tanto, não complique as coisas simples.A chave para ser mais feliz é saborear a vida e aceitar os outros como eles são. Não tente mudar ninguém. Isso é impossível. Mude apenas a você mesmo. Se mudarmos a nós mesmos, poderemos experimentar harmonia e paz, mas se esperarmos que o mundo ou que os outros mudem, com certeza teremos que esperar em vão por todos os séculos.É como a história de um grande sábio. Ele costumava orar pedindo a Deus energia para modificar o mundo. Muitos anos se passaram e, quando ele chegou a meia-idade, percebeu que não tinha mais força suficiente para mudar o mundo. Assim, ele pediu a Deus energia suficiente para mudar os parentes. Anos se passaram e ele ficou idoso. Então, como ele percebeu que não dispunha de força para mudar os parentes, pois eram mais fortes que ele, começou a orar para Deus: -ó Senhor dê-me força suficiente para que eu possa pelo menos mudar a

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mim mesmo na vida que me resta”. E só assim ele ficou satisfeito e em paz. Deste modo, este sábio nos alerta para pedirmos energia e coragem para mudarmos a nós mesmos para vermos o mundo com outros olhos.O poder do pensamento é imensurável e, por isso, é de muita importância pensar de modo positivo a respeito de nós mesmos e dos outros. Nossos pensamentos criam nosso céu e nosso inferno interior e com eles, podemos nos valorizar ou nos diminuir.Ninguém é responsável pelo que você adquire ou o que sente, pois tudo é conseqüência de seu pensamento. Tudo o que acontece na vida está dentro de seu pensamento. Você colhe o que planta. Isto é certeza absolutaNão podemos mudar as causas dos acontecimentos, mas podemos mudar os efeitos dos acontecimentos. Podemos mudar nossa atitude interior, como pensamos, como falamos, como agimos em cada ocasião.Isto faz toda a diferença.É importante restaurar a harmonia mental, melhorando nossos pensamentos e palavras, praticar ações corretas, como a bondade, a compaixão, a tolerância, o perdão e o agradecimento.Os frutos destas práticas são a sabedoria, a paz interior, mais saúde física, mental e emocional.Curta a vida. Desfrute cada momento como se fosse único. Seja feliz, sempre. 

Lidando com os defeitosBusque as qualidades e as elogie e os defeitos logo desaparecerão.Para se conquistar um bom relacionamento amoroso é necessário ter em mente que as pessoas têm defeitos, caso contrário você não vai conseguir se relacionar com ninguém.Sabemos que nem sempre é fácil aceitar os de¬feitos dos outros, no entanto, o convívio a dois requer tolerância e compreensão.Para fazermos isso, necessitamos analisar a nós mesmos, nossos padrões de vida, nossos hábitos, nossas atitudes cotidianas, para constatar que também temos muitos defeitos. As divergências podem ser até positivas quando se entende que uma completa a outra. É certo que alguns defeitos sempre incomodam, mas é preciso aprender a tolerá-los assim como o outro precisa tolerar os seus. As diferenças de gostos, opiniões e até atitudes estão presentes em tudo na vida.Devemos sempre nos perguntar como gostaríamos que os outros agissem conosco, em relação às nossas próprias deficiências. Jesus ensinou: “Fazei, aos outros, o que gostaria que eles vos fizessem”.Para evitar o desgaste da relação, é importante ter em mente que é preciso ceder para viver em equilíbrio  Quem deseja manter um relacionamento com harmonia, precisa ser paciente, saber a hora de avançar, de recuar e, acima de tudo, de aceitar o outro como ele é. Afinal, ter defeitos não é exclusividade da pessoa com quem nos relacionamos.Abrir mão de algumas vontades não é tarefa fácil, porém nada que o amor e o respeito não ajudem. Vale a pena esforçar-se para fazer com que o relacionamento funcione. Cada um tem que saber quando deve ser a sua vez de fazer concessões. Por mais difícil que seja não prolongue discussões sem fundamento. Entenda e respeite o outro. Mostre que você percebe quando o seu parceiro está mais frágil e precisa da sua compreensão.

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O importante é procurar a sua responsabilidade na construção de um relacionamento, ao invés de ficar apontando os defeitos do parceiro em uma tola tentativa de fugir da tarefa de assumir a parte que lhe cabe.Se você se responsabilizar pelas dificuldades que tem para chegar a um acordo, estas certamente acabarão sendo superadas. O segredo é nao se preocupar com as fórmulas de sucesso ou de fracasso e procurar sempre dar o melhor de si sem esperar do outro aquilo que ele muitas vezes não pode nos dar.Nunca espere nem busque a perfeição. Mire nas possibilidades e saiba que os defeitos irão sempre existir. Aprenda a lidar com eles, com paciência e diálogo.Com o tempo você passa a fazê-lo sem perceber. 

Deixe o amor chegar, naturalmenteExistem amores e existe um amor especial, apenas uma vez em nossas vidas. Esse tipo de amor pertence ao céu, é incondicional e ele será para sempre. O difícil é descobri-lo, discerni-lo, em meio às tempestades do nosso coração.Muitas pessoas têm dificuldade para determinar o que é amor e se perguntam se o que sentem é de fato amor. Amor é a paixão aprovada e administrada pela razão. Contudo, é importante identificar, claramente, se a paixão é algo saudável, serena e tranquila que, conduz o sentimento dentro de um equilíbrio controlado ou se é doentia, avassaladora e que se organiza dentro da ansiedade e da urgência.Esse tipo de paixão, geralmente, acontece quando as pessoas estão se sentindo mal, insatisfeitas consigo e com os outros. Nessas situações, uma paixão faz a pessoa sentir que está vivendo intensamente. Claro que não se pode negligenciar a escolha da pessoa por quem vai se apaixonar, mas o mecanismo passional vem antes. É acionado quando começamos a desejar algo que nos traga uma nova energia vital. A paixão toca no que existe de mais profundo na existência de cada um. É uma autoterapia e um antidepressivo muito eficaz.Quando você aprende a avaliar seus sentimentos e preza a pessoa por quem sente afeição, poderá então, desfrutar da paixão saudável, deixando que o amor floresça naturalmente.A atração sexual, que costuma ser tão valorizada, é apenas um detalhe do relacionamento amoroso. Um bom entendimento na relação sexual é natural, quando as pessoas se gostam, pois sexo é bom e gostoso. Nada mais lógico que as pessoas que se amam se dêem bem sexualmente, mas não existe aí nenhuma grande conquista, nem algo difícil de ser encontrado. O que é realmente difícil entre um homem e uma” mulher é a capacidade de desenvolver uma relação afetiva de mútuo entendimento e respeito, baseada em sentimentos de admiração, consideração, carinho, respeito e confiança.No amor, a palavra-chave é “delicadeza”. Quando nos aproximamos de alguém que está mexendo com nossos sentimentos, o importante é que o contato seja feito suavemente, sem que a gente invada a outra pessoa e inunde sua alma com a nossa paixão. A melhor maneira de lidar com esta situação consiste em ficar atento aos sentimentos do outro e respeitá-los. Se você o ama, deve sempre querer que o outro se sinta bem ao seu lado. O amor é o que dá colorido e sentido à vida, mas as condições para que o amor floresça são difíceis de serem atingidas e mantê-las é uma árdua empreitada. Por isso o amor é tão valioso.Muitas pessoas têm o desejo de “amar loucamente”. Essa é uma visão do amor muito distante daquilo que parece razoável. Amar loucamente

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soa como uma contradição, pois o amor deve ser sadio e tranqüilo, e, portanto, não deveria ter nada de loucura. Além disto, o amor requer independência, o que quer dizer poder viver sem o outro. É muito bom quando duas pessoas, que podem viver sozinhas, descobrem o desejo de estarem juntas, não porque precisam ou por dependência, ou mesmo por um compromisso. Mas, por escolha, por preferência.Amor não é simplesmente um sentimento que brota dentro de nós, mas toda uma forma de nos com¬portarmos e de dirigirmos nossas vidas. Amor é feito de auto-estima, de consideração e respeito, pela pessoa amada. Além disso, o amor requer reciprocidade para poder ter o direito de existir. A relação de amor entre um homem e uma mulher se fundamenta na cumplicidade.O casal se une, não para tentar ser mas para construir a felicidade, juntos. 

Ninguém é perfeitoExperiência é o nome que damos aos nossos próprios erros.Por detrás de nossas tristezas e frustrações, de nossas insatisfações na vida, de nossos tédios e angústias, está um sentimento, o mais pesado em nosso comportamento e responsável por grandes sofrimentos que é o sentimento de culpa. O sentimento de culpa é o apego ao passado, é uma tristeza por alguém não ter sido como deveria ter sido, é uma tristeza por ter cometido algum erro que não deveria ter cometido.A culpa é a frustração pelo que nós fomos e a imagem de como nós deveríamos ter sido. É uma auto-vingança por não termos atendido a expectativa de alguém a nosso respeito.Quem acredita que é possível ser perfeito, viverá atormentado pelo sentimento de culpa. A expectativa perfeccionista é um produto da nossa fantasia, é um conceito de que é possível viver sem cometer erros.Embora as pessoas acreditem que errar é humano, elas simplesmente não acreditam que são humanas. Embora digam que a perfeição não existe, continuam a se torturar e a se punir em busca da perfeição e torturam e punem os outros por não corresponderem a um ideal perfeccionista do qual não querem abrir mão.Outra crença que nos leva à culpa é acreditarmos que há uma relação necessária entre o erro e a culpa. Acreditamos que a culpa é decorrência natural do erro, que não pode haver erro sem haver culpa.Se acreditarmos nisto, estamos num problema insolúvel. Ou vamos passar a vida inteira tentando não errar para não sentirmos culpa ou então passaremos a vida inteira nos sentindo culpados porque sempre vamos errar.Essa vinculação entre erro e culpa é falsa.A culpa não decorre do erro, mas da maneira como nos colocamos diante do erro; vem do nosso conceito e da nossa raiva por termos errado.Erro e culpa são duas coisas distintas, separadas, e que nós unimos de má fé. Erro é atitude e culpa é sentimento, vem de nós, vem da crença de que é errado errar, que não podemos errar, que devemos ser castigados pelas faltas cometidas.Não é possível não errar, o erro é inerente à natureza humana, ele é necessário a nossa vida. Só crescemos através do erro. O perfeccionismo é uma morte lenta. Se tudo se cumprisse à risca, a vida seria uma repetição infinita de sucessos já vividos.Quando cometemos um erro, vivemos algo inesperado. O medo de cometer erros parece fundamentar-se na presunção de que somos

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potencialmente perfeitos. Contudo, o erro é uma demonstração de como somos, e quando damos ouvidos aos nossos erros, ao invés de lamentar-nos por dentro, estaremos em processo de crescimento.Temos medo de errar, mas erros não são pecados, erros são formas de fazer algo de maneira diferente, talvez, criativamente nova.Não devemos nos aborrecer pelos nossos erros.No mínimo, eles significam que tivemos a coragem de dar algo de nós mesmos. 

Amar com o coração, agir com a razãoSe é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz.Existe uma mística romântica que valoriza os desatinos cometidos em nome do amor, os gestos grandiosos, exibicionistas e os arroubos insensatos e irrefletidos. Mas a verdade é que se nossa vida é impulsionada pelo coração, deve ser dirigida pela razão.A emoção é nosso motor, mas a direção é dada pela nossa capacidade de pensar. Quando precisamos tomar decisões sobre os rumos a seguir, o coração aponta a direção, mas é a razão que escolhe o caminho.A realidade é que nem sempre existe razão no amor e podemos amar sem saber porque. O amor é fruto de uma força inexplicável, muitas vezes, ilógica. Amor de verdade é incondicional, ou seja, não há condição para se gostar.O amor sem razão não nos deixa dúvidas. Apenas a razão nos ensina a ter dúvidas sobre as certezas do amor. Se o amor fosse apenas guiado pela emoção não amaríamos ninguém. Teríamos apenas desejo. A emoção e o desejo são como a espuma das ondas do mar. Para o amor ser eterno – e o amor só faz sentido, pensado e vivido como eterno, é necessária a razão para superar as inconstâncias do desejo.Muitas pessoas confundem o conceito do verdadeiro amor. Amam sem razões, movidas pelas paixões, ou seja, o coração aponta o caminho e ele mesmo escolhe a direção.As emoções proporcionadas pelo amor, devem ser vividas e desfrutadas nos momentos de devaneio, de prazer, de alegria e felicidade, mas o equilíbrio do relacionamento deve ser pautado pela razão, até porque, amar é uma escolha, mais do que um estado de espírito e, isso, passa pela razão.É através de um amor inteligente que vamos, aos poucos, construindo uma base sólida para a plena felicidade. Não existe garantia para o amanhã. Só existe o hoje, o agora.E, é no presente que poderemos fazer as bases para que haja um dia seguinte. Isso, se nós fizermos as coisas da maneira certa.Não basta pensar e viver o amor como eterno, pois somente construindo o dia seguinte, sucessivamente, é que vamos eternizar o amor. 

O novo conceito do amorNão entregue a sua vida nas mãos de ninguém, Nem acredite que sem alguém, você não vai viver. A vida continua e, se você deixar, ela pode te trazer algo muito melhor.

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A independência, cada vez maior, das mulheres, somada às mudanças nos contextos sociais e profissionais, estão criando um novo cenário para as relações afetivas, as quais vem se transformando e, por conseqüência, mostrando uma nova forma de amor e de amar.O que se busca hoje é uma relação na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um, deposita no outro toda uma expectativa de felicidade. A ideia de alguém ser uma ponte para a nossa felicidade, tem fundamento no romantismo e na poesia, contudo, a realidade sempre é diferente dos contos de fada. As pessoas que agem e pensam dessa forma, trazem consigo, carências afetivas e fraquezas emocionais e não conseguem lidar com a sua individualidade. Quando sozinhas, sentem-se solitárias e consideram que para resolver todas as suas angústias, precisam encontrar alguém. Na verdade, é nos momentos de solidão que precisamos aprender a gostar e desfrutar da nossa própria companhia, ter atividades que possam agregar valores à auto-estima e ao amor-próprio.Quando aprendemos a conviver conosco. com equilíbrio e controle da nossa individualidade, começamos a criar uma estrutura emocional mais sólida para iniciar um relacionamento saudável.O maior objetivo, hoje, nos relacionamentos é buscar a parceria. Substitui-se o amor de necessidades pelo amor de desejo. É preciso gostar e desejar a companhia do parceiro, sem precisar dela. Eis a grande diferença.Com a vida agitada dos dias de hoje e a oferta de uma gama, cada vez maior, de opções de lazer e entretenimento, as pessoas estão perdendo o medo de ficar sozinhas e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.Daí, começam a perceber que se sentem uma fração, mas são inteiras. O parceiro, com o qual se estabelece um elo, também, se sente uma fração. Não é príncipe nem vai ser responsável pela felicidade de ninguém. É apenas um companheiro de viagem.A nova forma de amor, tem novo conteúdo e significado. Visa a aproximação de dois inteiros e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o individuo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma relação afetiva saudável e equilibrada.A solidão é boa e ficar sozinho não é motivo para tristeza. Ao contrário, dá dignidade às pessoas. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito, só podem ser encontradas dentro dele mesmo e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.As boas relações afetivas são muito parecidas com o ficar sozinho. Ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominações e de concessões exageradas são fadadas a se desgastarem rapidamente.Cada pessoa é única. Nosso modo de agir e pensar não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. 

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Deixe irDespedir-se de algo que não faz mais sentido e abrir-se para os desafios e as oportunidades de um novo ciclo é parte natural da vida.O amor é algo que se constrói juntos, ambos investindo e participando. Não é uma tarefa de apenas um, sozinho. Se não houver empenho do parceiro, o bom senso aconselha dizer adeus. É assim que se harmoniza a razão com a emoção, permitindo sair da relação e aterrissar com boas lembranças e não com amargura e arrependimento. Não se pode amar por ninguém nem o suficiente para substituir o amor do outro, muito menos forçar alguém a amar-te.Tudo isto deve ser tratado com disciplina que é a maior e melhor manifestação da auto-estima. Se você se gosta, vai usar a disciplina para trabalhar por seu bem-estar, por sua saúde e por sua felicidade em primeiro lugar.Uma paixão equivocada é como um vício. É preciso abandoná-la da mesma forma como se cura um vício: com esforço e disciplina estimulados pela auto-estima. Significa querer fazer o bem a si mesmo ainda que custe todo o sacrifício que for necessário.Deixar ir embora faz parte da existência, tanto quanto começar um ciclo novo. Só que, em diferentes graus, todo ser humano tem dificuldade de colocar um ponto final. Por isso, teima em insistir numa situação conhecida, embora já insatisfatória, e não consegue assumir que aquela etapa esgotou-se e que deve finalizá-la. É preciso coragem para dizer adeus. Um adeus verdadeiro, do fundo da alma e com consciência.Nem sempre o adeus é consciente, fruto de um período de maturação. Pode ser o desejo de escapar de um contexto desconfortável. Isso acontece quando a intimidade começa a se estabelecer num relacionamento amoroso e uma das partes acha que não suporta a situação. Em ambos os casos, a pessoa decide, às pressas, pôr um ponto final na experiência a fim de fugir dela e evitar o confronto com seus fantasmas. Por isso, é comum que a pessoa se pegue, tempos mais tarde, chorando de saudade ou questionando se aquela opção foi a melhor.O sofrimento é uma das grandes complicações das despedidas. Como admitir que a vida, planejada anteriormente, não faz mais sentido? Por isso, uma das razões para o sofrimento causado pelo adeus é um velho conhecido: o apego. Atribuímos nossos próprios significados às pessoas e às situações que nos cercam e isso nos liga a elas de tal forma que não conseguímos nos desapegar.O problema é que o ser humano, não se contenta apenas em vivenciar a relação. Ele quer possuir, reter, conservar, para que se mantenha “para sempre”.Segundo uma metáfora budista, segure firme um objeto em suas mãos, alongue os braços à sua frente com a palma para baixo e relaxe seus dedos. Você perderá o que carrega. Contudo, se mantiver a palma da mão para cima, mesmo afrouxando os dedos, o objeto ainda estará ali.O segredo, então, é conservar o que se tem com desapego ou, então, soltar de vez o que não tem mais valor. O medo da perda dificulta a tomada de decisão.Porém, junto com toda renúncia há sempre um ganho e um aprendizado, que aos poucos serão conhecidos. Todo adeus traz, consigo, um “sim” para a vida dito imediatamente antes. Como a princípio esse “sim” nem sempre é evidente, vem a angústia. Há o choque inicial, o período de negação ou dúvida e o momento em que sentimentos e sensações misturados, como insegurança, solidão, baixa auto-estima e outros vêm à tona de forma torrencial.

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Depois, o instante em que o indivíduo se dá conta de que o fato é real e, por fim, a aceitação. Permitir-se vivenciar todos os estágios é fundamental. O adeus acontece desde o instante em que se resolve mudar. Até o momento da ruptura, elabora-se o que se ganha e o que se perde.De todas as despedidas, a mais delicada é a da separação amorosa. Mesmo que seja um adeus fruto de consenso, a aceitação da própria “morte” na consciência do outro é muito dolorida. Reconhecer que você não fará mais parte das escolhas e das alegrias do ex-parceiro, que não partilhará mais, é muito difícil.Contudo, é importante ter o sentimento de que, a despedida de um amor, não significa uma desestruturação, mas sim, um momento para reorganização.