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O Mundo e o Brasil: Cenários Focalizados na Crise e Pós-Crise Econômica – um ensaio exploratório Claudio Porto e Rodrigo Ventura Julho de 2009

O Mundo e o Brasil: Cenários Focalizados na Crise e Pós-Crise Econômica – um ensaio exploratório

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O Mundo e o Brasil: Cenários Focalizados na Crise e Pós-Crise Econômica – um ensaio exploratórioClaudio Porto e Rodrigo VenturaJulho de 2009

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Sobre a Macroplan

• Empresa brasileira de consultoria especializada em estudos prospectivos, planejamento e administração estratégica, gestão para resultados e gestão estratégica da inovação

• Fundada em 1989, tem escritórios, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Atua em todo o Brasil

• Mais de 250 projetos de consultoria para grandes organizações

• Equipe multi-geracional de 40 profissionais com vínculo permanente e formação pluridisciplinar aliada a uma ampla rede de parceiros e especialistas

• Soluções “sob medida” e construção em conjunto com os clientes

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75% dos clientes desenvolveram mais de um projeto com a Macroplan

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Experiência da Macroplan Alguns clientes e projetos em Cenários

Cenários Exploratórios e Plano de Desenvolvimento do ES

2005-2025

Cenários Exploratórios do Rio de Janeiro 2007-2027 e Plano

Estratégico 2007 - 2010

Cenários Energéticos da Amazônia 1998-2020

Cenários do setor de telecomunicações 1996-2010Cenários Corporativos 2004-2015

e Regionalização do Cenário Corporativo

Cenários do Ambiente de Atuação das Organizações de Pesquisa

2007-2023

Cenários Exploratórios e Plano Mineiro de Desenvolvimento

Integrado 2007-2023

Cenários focalizados do Sistema SENAC 2000-2005 e do SENAC SP

2000-2010

Cenários e Plano Estratégico do Sistema 1996-2010 e Regiões

Cenários e Plano Estratégico 2003-2010

Cenários da Indústria de Cerâmicas e Revestimento1995-

2005

Cenários Focalizados no Ambiente das MPE Fluminenses 2008-2027

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Cenários publicados

11 22 33

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“A construção de cenários é uma reflexão sistemática que visa orientar a ação presente

à luz de futuros possíveis”

Michel Godet

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A utilidade dos cenários para a formulação estratégica de longo prazo

• O futuro é um espaço aberto a várias possibilidades e repleto de incertezas

• Para lidar com esses fatores incertos, a construção de cenários é uma das técnicas mais eficazes

• O seu propósito primário não é o de predizer o futuro, e sim, organizar, sistematizar e delimitar as incertezas explorando os pontos de mudança ou manutenção dos rumos de uma dada evolução de situações

• Os cenários contribuem para a melhoria da qualidade da reflexão estratégica ao antecipar futuros alternativos a longo prazo

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Lições de nossa experiência com cenários

1. Na vida real, nenhum cenário acontece exatamente como descrito

2. Na grande maioria dos casos, a trajetória da realidade evolui dentro do espaço de possibilidades antecipada pelo conjunto de cenários

3. Um bom conjunto de cenários proporciona, aos que estão ‘pilotando’ governos ou organizações, referências consistentes e úteis para os inevitáveis ajustes na rota planejada que a realidade impõe

4. Um conjunto de cenários adequadamente utilizado reduz os conflitos de percepção a respeito do futuro

5. É perda de tempo pretender que os cenários ‘adivinhem’ o que vai acontecer no futuro

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A crise econômica mundialOrigens, impactos e cenários de médio prazo

O Brasil em face da criseCanais de transmissão, impactos e cenários de médio prazo

Brasil: potencialidades e gargalosEntraves e impulsionadores do desenvolvimento sustentado

3Ensaio exploratório para o pós-criseCenários de longo prazo

4

Parte I: O mundo e o Brasil em tempos de crise

Parte II: O mundo e o Brasil pós-crise

Parte III: Implicações para o Setor elétrico brasileiro

Algumas Questões para Reflexão Estratégica sobre o Setor Elétrico Brasileiro35

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Plano da Apresentação

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Parte I: O mundo e o Brasil em tempos de crise

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A crise econômica mundial

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As origens da crise

Desequilíbrios macroeconômicos globais

Países superavitários:

•Aumento da poupança interna

•Estratégia de desenvolvimento orientada para exportações (câmbio desvalorizado)

•Acúmulo de reservas

China, Índia, Japão, outras economias asiáticas e países exportadores de

commodities

Países deficitários:

• Aumento do déficit fiscal (guerras no Iraque, Afeganistão etc)

• Aumento do consumo e redução da poupança das famílias

• Aumento do déficit externo

• Atratividade dos ativos financeiros

EUA, Reino Unido e países da Zona do Euro

Crédito farto e barato

• Falhas nos instrumentos de regulação e supervisão financeira

• Falhas nos mecanismos de avaliação de riscos

• Alto grau de alavancagem das instituições financeiras

• Criação de ativos de risco

• Aumento da razão entre a riqueza financeira e a real

• Surgimento de “bolhas” de preços nos EUA e em outras economias desenvolvidas

Aumento da interligação das economias e disseminação do risco

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As origens da crise

Desequilíbrio macroeconômico global e seus efeitos

Fonte: World Economic Outlook/FMI (abr/2009)

Contas externas: economias superavitárias e deficitárias

1 Somatório, em valores absolutos, dos balanços em transações correntes como percentual do PIB global

Desequilíbrios globais, liquidez e preços dos imóveis norte-americanos

Desequilíbrios globais 1 (escala da direita)

Índice de preços dos imóveis dos EUA

(escala da esquerda)

Base monetária + reservas internacionais

(escala da esquerda)

% do PIB globalÍndice

Balanço em Transações Correntes(Em % do PIB global)

EUAJapãoEmergentes asiáticos

União EuropéiaPaíses exportadores de petróleo

% do PIB global

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As origens da criseRelação entre a economia financeira e a economia real – 1990 e 2008

Grau de alavancagem de alguns bancos americanos

31 30 2518

Recomendado pelo BIS

12

Merrill Lynch

LehmanBrothers

GoldmanSachs

Citigroup

EUA: poupança familiar em percentual da renda disponível

EUA: dívida dos mutuários em percentual da renda disponível

Fontes: Revista Veja (dez/2008) e The Economist (nov/2008)

1990 95 2000 05 081990 95 2000 05 08

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6

4

2

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-2

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130

120

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701990 95 2000 05 081990 95 2000 05 08

1980ATIVOS FINANCEIROS

12 Trilhões de Dólares

2008ATIVOS FINANCEIROS

170 Trilhões de Dólares(crescimento de 1300%)

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Eventos

• Aumento dos desequilíbrios macroeconômicos globais

• Intensificação dos déficits gêmeos nos EUA (fiscal e externo)

• Expansão do consumo nos EUA, acima do potencial de crescimento da economia

• Crédito farto e barato

• Alto grau de alavancagem das instituições financeiras

• Desregulamentação do sistema financeiro internacional

• Forte aumento da participação dos ativos financeiros na geração de riqueza

• Inovações no sistema financeiro

• Profunda interligação entre as economias mundiais

• Estouro da bolha do mercado imobiliário subprime norte-americano

As origens da criseA metáfora do iceberg

Fonte: Macroplan (2009) 14

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A crise mundialAlguns dados e evidências

1. A maior crise desde a Grande Depressão de 1929

2. Grande perda de riquezas

• US$ 35 trilhões entre outubro de 2008 e março de 2009

3. Velocidade e intensidade de propagação sem precedentes

• Queda de 6,25% no PIB global, 7,5% no PIB das economias desenvolvidas e 4% no PIB das economias emergentes (taxas anualizadas) no 4º trimestre de 2008

4. Todos os países foram afetados

• O Japão anunciou queda do PIB no 1º trimestre de 2009 de 15,2%, a Alemanha de 14,4% e o México de 21%

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A crise mundialAlguns dados e evidências (Cont.)

5. Redução do fluxo global de capitais para emergentes

• O volume de empréstimos internacionais para emergentes caiu 70% em relação a 2008 (IIF, 2009)

6. Risco de deflação nas economias desenvolvidas

7. Pacotes de apoio aos bancos: os governos realizaram estímulos monetários e socorros financeiros jamais vistos, já totalizando US$ 15 trilhões ao redor do mundo (FMI, 2009)

8. Governos empreenderam políticas fiscal (programas de investimentos, pacotes setoriais e desonerações) e monetária (limitada pelos juros baixos e pela expectativa de deflação) expansionistas para estimular a demanda agregada

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A crise mundial: alguns dados e evidências

Produção Industrial (% a.a.) Comércio mundial (% a.a.)

Emprego (% a.a.) Vendas no varejo (% a.a.)

Fonte: World Economic Outlook/FMI (abr/2009)

Economias avançadas

Mundo

Emergentes Em US$ (valor)

Volume(quantum)

União Européia

EUA

Japão

Emergentes

Mundo

Economias avançadas

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O que é certo ou quase certo até 2012“O capitalismo sobreviverá mas sem o esplendor, a glória e a abundância desta última década” (Martin Wolf)

• Queda da atividade econômica mundial, com recessão nos EUA e demais economias desenvolvidas e desaceleração do crescimento nos países emergentes

• Desaceleração do comércio internacional e redução do fluxo de capitais ao redor do mundo

• Redução do consumo e aumento da poupança nos EUA

• Risco de deflação nas economias desenvolvidas

• Diminuição da liquidez e do crédito em escala mundial

• Aumento da regulação sobre o sistema financeiro internacional

• Maior aversão ao risco

• Aumento da demanda por ativos reais de baixo risco

• o que pode trazer benefícios para o Brasil, que se destaca como uma fronteira de oportunidades de investimentos de menor risco, em especial na área de infraestrutura

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O que é certo ou quase certo até 2012 “O impacto fiscal desta crise será tão oneroso quanto o de uma guerra de grande escala” (Martin Wolf)

Nas economias desenvolvidas haverá forte aumento da dívida pública como proporção do PIB nos próximos quatro anos, reduzindo o espaço para a política fiscal

2007 2014

Reino Unido 46,9 87,8

França 70,1 89,7

Alemanha 65,5 91

Itália 113,2 129,4

Japão 170,6 234,2

Espanha 42,7 69,2

EUA 62,9 106,7

Dívida pública (% do PIB)

Fonte: OCDE apud The Economist (jun/09)

Dívida pública do G20 (em % do PIB)

19Fonte: IMF

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A crise mundialPrincipais incertezas

Como evoluirá a atual crise econômica mundial?• Como evoluirá o mercado imobiliário nas economias desenvolvidos e quais serão seus efeitos sobre

o crédito?

• As grandes instituições financeiras e não financeiras conseguirão equacionar de forma sustentável os problemas em seus balanços patrimoniais?

• As políticas econômicas de enfrentamento à crise serão implementadas de forma orquestrada entre os países?

• O risco de deflação neutralizará a expansão monetária, inibindo, assim, a recuperação econômica?

• Quais serão os efeitos da política macroeconômica sobre a demanda agregada? Conseguirão impulsioná-la?

• Como evoluirão as economias emergentes neste contexto?

Dupla recessão(formato W)

Dupla recessão(formato W)

Superação eficaz(formato U)

Superação eficaz(formato U)

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Dois cenários para a crise: 2009-2012

1. Risco de calote no mercado imobiliário permanece elevado, acentuando o risco sistêmico e inibindo o crédito e o consumo

2. Implantação fragmentada das políticas macroeconômicas, abrindo excessivo espaço para arbitragem nos mercados

3. Queda nos preços dos ativos, perdas nos balanços patrimoniais e aumento do número de falências

4. Deflação nos principais países desenvolvidos, anulando os efeitos da política monetária

5. Ausência de reformas institucionais profundas no setor financeiro anulam os efeitos da política fiscal expansionista e do suporte financeiro dos governos

6. Aumento do grau de incerteza, aprofundamento da recessão mundial e desaceleração dos emergentes

1. Risco de calote no mercado imobiliário permanece elevado, acentuando o risco sistêmico e inibindo o crédito e o consumo

2. Implantação fragmentada das políticas macroeconômicas, abrindo excessivo espaço para arbitragem nos mercados

3. Queda nos preços dos ativos, perdas nos balanços patrimoniais e aumento do número de falências

4. Deflação nos principais países desenvolvidos, anulando os efeitos da política monetária

5. Ausência de reformas institucionais profundas no setor financeiro anulam os efeitos da política fiscal expansionista e do suporte financeiro dos governos

6. Aumento do grau de incerteza, aprofundamento da recessão mundial e desaceleração dos emergentes

1. Reequilíbrio rápido do mercado imobiliário nos países desenvolvidos, redução do risco sistêmico e aumento dos níveis de crédito e consumo

2. Cooperação dos países na implantação das políticas macroeconômicas

3. Recuperação dos balanços patrimoniais e aumento da confiança do setor privado

4. Risco de deflação neutralizado pela recuperação da atividade econômica

5. Recuperação da confiança dos agentes e incremento da demanda agregada (efetividade da política macroeconômica expansionista e das reformas institucionais no setor financeiro)

6. Descolamento incremental dos emergentes, com crescimento da China, Índia e Brasil impulsionado pelos seus mercados internos

1. Reequilíbrio rápido do mercado imobiliário nos países desenvolvidos, redução do risco sistêmico e aumento dos níveis de crédito e consumo

2. Cooperação dos países na implantação das políticas macroeconômicas

3. Recuperação dos balanços patrimoniais e aumento da confiança do setor privado

4. Risco de deflação neutralizado pela recuperação da atividade econômica

5. Recuperação da confiança dos agentes e incremento da demanda agregada (efetividade da política macroeconômica expansionista e das reformas institucionais no setor financeiro)

6. Descolamento incremental dos emergentes, com crescimento da China, Índia e Brasil impulsionado pelos seus mercados internos

“Superação eficaz (U)” “Dupla recessão (W)”

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Painel das expectativas mais recentes em relação à economia mundial

• “Não há nenhuma dúvida de que isso (...) ainda está longe de se resolver. Ainda deve durar algum tempo.” (Alan Greenspan – ex-presidente do Fed)

• “Lamentavelmente os problemas ainda estarão conosco por muitos e muitos meses.” (Joseph Stiglitz – vencedor do Prêmio Nobel de Economia)

• “Os EUA perderão uma década de crescimento, assim como ocorreu com o Japão nos anos 90” (Edward Prescott - vencedor do Prêmio Nobel de Economia)

• “A economia continuará caindo, mas em ritmo mais devagar. A queda livre da economia terminou. Os EUA podem sair da recessão ainda este ano. Mas para isso talvez seja preciso um segundo pacote.” (Nouriel Roubini – vencedor do Prêmio Nobel de Economia)

• "É admissível que a economia mundial continue a se contrair. Temo que se repita em escala mundial o que aconteceu ao Japão nos anos 90.” (Paul Krugman - vencedor do Prêmio Nobel de Economia)

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O Brasil em face da crise

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Três principais canais de propagação da crise para o Brasil

1. Redução da demanda externa

• Redução do saldo da balança comercial brasileira de 40 bilhões para 24,7 bilhões entre 2007 e 2008.

• Projeção de queda de 33,5% nas exportações brasileiras em 2009.

(Fonte: MDIC, dados históricos e DEPEC/Bradesco, estimativa 2009)

2. Redução do acesso a linhas de financiamento (queda do crédito externo e doméstico) – em processo de recuperação

• Redução da taxa de crescimento do crédito nominal, de 31,1% para 12,9% no período 2008-2009. Para 2010, espera-se recuperação da taxa para 19%.

(Fonte: Banco Central e Febraban, 2009)

3. Redução da confiança dos consumidores e dos empresários – em processo de reversão

• Após ter alcançado seu menor nível em 10 anos em janeiro de 2009, a confiança do empresário industrial vem se recuperando gradualmente.

(Fonte: CNI, 2009)

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Impactos da crise no Brasil

A Vale cortou investimentos previstos para 2009 em quase 40%. (O Globo, junho/2009)

A Vale cortou investimentos previstos para 2009 em quase 40%. (O Globo, junho/2009)

Em 2009, o consumo nacional de energia elétrica vai encolher pela primeira vez desde o apagão de 2001: queda de 1%, puxada pelo setor industrial. (EPE, 2009)

Em 2009, o consumo nacional de energia elétrica vai encolher pela primeira vez desde o apagão de 2001: queda de 1%, puxada pelo setor industrial. (EPE, 2009)

Aumento da taxa de desemprego aberto de 7,4% para 8,1% entre outubro de 2008 e junho de 2009. (Fonte: PME/IBGE, 2009)

Aumento da taxa de desemprego aberto de 7,4% para 8,1% entre outubro de 2008 e junho de 2009. (Fonte: PME/IBGE, 2009)

Arrecadação federal acumula redução de 7% em 2009 após oito quedas consecutivas. (Fonte: Receita Federal, 2009)

Arrecadação federal acumula redução de 7% em 2009 após oito quedas consecutivas. (Fonte: Receita Federal, 2009)

O PIB brasileiro caiu 0,8% no 1º trimestre de 2009. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 1,8%. (IBGE, 2009)

O PIB brasileiro caiu 0,8% no 1º trimestre de 2009. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 1,8%. (IBGE, 2009)

PIB no 1º trimestre de 2009 (var.% em relação ao período anterior)

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Impactos da crise no Brasil

Fonte: MTE, 2009Fonte: MTE, 2009

Fonte: CNI, 2009Fonte: CNI, 2009Fonte: EPE, 2009Fonte: EPE, 2009

PIB trimestral (em var. %)

1º trim. 094º trim. 083º trim. 082º trim. 081º trim. 08

Fonte: IBGE, 2009Fonte: IBGE, 2009

Criação de trabalho formal, em mil, nos meses de abril

Consumo industrial de energia (em GWh) Índice de Confiança do consumidor

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Brasil: projeções para o ano de 2009 (Relatório Focus/Banco Central)

• Desaceleração do crescimento do PIB: de 5,08% para -0,34% a.a.

• Leve queda no saldo da balança comercial: de US$ 24,7 bilhões para US$ 23 bilhões

• Redução da taxa de crescimento da produção industrial: de 3,12% para -6,29% a.a.

• Crescimento médio da população ocupada se reduz: de 3,36% para 0,71% a.a.

• Redução da taxa de crescimento da massa salarial do trabalho: de 7,5% para 2,2% a.a.

• Taxa de crescimento do investimento negativa: redução de 13,9% para -3,4% a.a.

27Fontes: IBGE e BACEN / BRADESCO

Investimento público é muito relevante, mas não compensará de forma integral a redução do investimento privado

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Composição do investimento total da economia brasileira

Formação Bruta de Capital Fixo – decomposição por origem em 2008 (% do investimento total)

Fonte: IBGE/SCN 2008 AnualFonte: IBGE/SCN 2008 Anual 28

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Como o Brasil e a China vêm enfrentando a crise

• Impulsionar a demanda agregada interna (investimentos e consumo)

• Fomentar exportações (quantum e valor)

• Pesados investimentos governamentais em projetos de infraestrutura e PD&I (pacote econômico de US$ 586 bilhões)

• Incentivo ao consumo (pacote de US$ 4,4 bilhões em subsídios à compra de automóveis e bens de consumo duráveis)

• Redução dos juros

• Manutenção do câmbio desvalorizado (câmbio fixo)

CHINA

Foco

Instrumentos

• Sustentar o consumo doméstico (consumo de massa)

• Política monetária expansionista: redução da taxa básica de juros (Selic) e diminuição do compulsório

• Flutuação administrada do câmbio, com uso das reservas internacionais

• Aumentos dos gastos governamentais especialmente os de custeio: R$ 36 bilhões (apenas R$ 1,3 bilhões com investimentos)

• Redução de impostos para automóveis, bens de consumo duráveis e habitação

BRASIL

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O Brasil pode ser um dos países menos afetados pela crise mundial

• Relativo fechamento da economia + magnitude do mercado interno reduzem os impactos negativos no crescimento do PIB

• Expectativas mais recentes (Boletim Focus) queda de 0,34%

• Tamanho e cobertura da rede de proteção social

• Mitigação ou neutralização dos impactos sobre segmentos da população de menor renda, condicionado à situação fiscal

• Inflação não será problema em 2009

• Há espaço para uma queda acentuada dos juros (em especial o cobrado pelos bancos para PF e PJ) e para expansão do crédito

• A solidez do sistema financeiro nacional é uma ‘blindagem’ contra crises de confiança

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“Reaping the Rewards of Indolence” (Revista The Economist, março de 2009)

• Elevada influência do Estado na economia

• Influência do setor estatal no mercado financeiro (Banco do Brasil e Caixa Econômica)

• BNDES – crédito mais barato

• Melhorias significativas

• Dívida do setor público = 43% do PIB. Já foi > 50%.

• Aumento do volume das reservas internacionais

• Baixo déficit de conta corrente

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Alerta: risco de crescimento acentuado das despesas governamentais e do endividamento público

Outros países estão elevando gastos na crise, mas concedem bônus de uma única vez. No Brasil, os gastos adicionais são permanentes.

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Qual será a natureza da estratégia de reação à crise por parte dos agentes públicos?

Foco no médio prazo

Medidas anticíclicas orientadas à mitigação dos riscos de curto prazo e na sustentabilidade de médio prazo:

• Investimentos públicos estruturantes e incentivo aos investimentos privados (financiamento e melhoria do ambiente de negócios)

• Desonerações fiscais horizontais e temporárias

Foco exclusivo no curto prazo

Medidas anticíclicas imediatistas com foco exclusivo na mitigação dos riscos econômicos (e políticos) de curto prazo:

• Aumento das despesas públicas correntes (custeio , pessoal, aposentadorias, etc) de caráter permanente

• Desonerações fiscais setoriais

Qual será o comportamento predominante do setor empresarial brasileiro?

Empreendedor

• Aumento da eficiência e preservação de competências

•Aumento da confiança e sustentação de projetos de investimento

Defensivo

•Redução generalizada de custos e perda de competências

•Redução da confiança e cancelamento de investimentos

Como evoluirá a atratividade do ambiente de negócios para investimentos estrangeiros?

Aumento da atratividade

Fortalecimento da imagem externa e diferenciação positiva do Brasil em um ambiente de escassez de oportunidades de negócio

Limitação da atratividade

Risco de deterioração da imagem externa do Brasil e limitada capacidade de atração de investimentos

Aposta de riscoAposta de riscoEstratégia de travessiaEstratégia de travessiaComo o Brasil enfrentará a crise?

Como o Brasil enfrentará a crise?

Incertezas Hipóteses

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Cenários Econômicos para o Brasil 2009-2012

Aposta de riscoAposta de riscoEstratégia de travessiaEstratégia de travessia

1. Travessia Segura e Controlada

A retomada do crescimento sustentado

1. Travessia Segura e Controlada

A retomada do crescimento sustentado

4. Uma Crise Anunciada

A contratação de uma crise doméstica futura

4. Uma Crise Anunciada

A contratação de uma crise doméstica futura

3. Travessia na Escassez

Um difícil crescimento com barreiras

3. Travessia na Escassez

Um difícil crescimento com barreiras

2. Solução Rápida de Alto Risco

Uma escolha de resultado perigoso

2. Solução Rápida de Alto Risco

Uma escolha de resultado perigoso

Como o Brasil enfrentará a crise?Como o Brasil enfrentará a crise?

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Estamos por aqui

Dupla recessão(formato W)

Dupla recessão(formato W)

Superação eficaz(formato U)

Superação eficaz(formato U)

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Pontos de atenção

Riscos potenciais:

• Afrouxamento fiscal, potencializado pelo recrudescimento do déficit previdenciário

• Risco inflacionário

• Aumento, a médio prazo, da desconfiança dos agentes quanto à solvência das finanças públicas (redução do superávit primário)

• Necessidade de novos aumentos nos juros no futuro

• Diminuição do espaço de atuação da política fiscal

• Redução do espaço para investimentos públicos

• Aperto do setor exportador (apreciação do câmbio)?

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Parte II: O mundo e o Brasil pós-crise

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Brasil: potencialidades e gargalos estruturais

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Brasil: o crescimento econômico numa perspectiva de longo prazo

• Entre 1910 e 1974 o Brasil foi o país que experimentou a maior taxa de crescimento do mundo: 7% a.a. em média

• Mas entre 1980 e 2007 o crescimento arrefeceu e o país cresceu a taxas inferiores às da média mundial

• A partir de 2005 o Brasil acelerou o crescimento e em 2008 superou a média mundial (5,08 x 3,4%)

• A atual crise econômica mundial abortará nossa aceleração recente?

Crescimento Econômico Acumulado entre 1980 e 2008 – Brasil x Mundo (Índice

1980 = 100)

Crescimento Econômico Acumulado entre 1980 e 2008 – Brasil x Mundo (Índice

1980 = 100)

Fonte: Banco Mundial (2009)Fonte: Banco Mundial (2009)

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Potencialidades x Gargalos

O futuro da economia brasileira no longo prazo está condicionado à evolução de alguns fatores estruturais que poderão impulsionar ou inibir o seu desenvolvimento sustentado:

•Potencialidades

•Gargalos

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Potencialidades estruturais

1. Diversidade e abundância de fontes de energia, inclusive renováveis

2. Disponibilidade de água e solos agricultáveis

3. Mercado nacional integrado e de grande escala, com segmentos econômicos mundialmente competitivos

4. Solidez e elevado desempenho do Sistema Financeiro Nacional

5. Dimensão e dinamismo do mercado interno

6. Pujança do mercado acionário

7. Acúmulo de reservas internacionais

8. Diversificação de mercados

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Debilidades: os principais gargalos ao desenvolvimento

1. Baixo nível de escolaridade e de capacitação da população

2. Violência urbana

3. Gargalos na infra-estrutura logística

4. Carga tributária elevada, sistema tributário distorcido e má qualidade do gasto

público

5. Déficit da previdência e pressões crescentes sobre o sistema previdenciário

6. Excesso de burocracia

7. Elevada pressão antrópica

8. Baixo desempenho em P&D e Inovação

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Ensaio exploratório para o pós-crise

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A principal incerteza de longo prazo para o Brasil

• Incerteza síntese: o Brasil consolidará ou não uma trajetória de crescimento sustentado e em patamares elevados nos próximos anos?

• Esta incerteza se desdobra em:

1. Incerteza externa: como evoluirá o comportamento do ambiente econômico mundial em relação ao Brasil?

2. Incerteza interna: com que intensidade nós enfrentaremos os gargalos estruturais ao desenvolvimento sustentado do país nos próximos anos?

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Como evoluirá o comportamento do ambiente econômico mundial em relação ao Brasil?

“As recessões são parte inerente do capitalismo. Os períodos de alta e baixa do ciclo de negócio ‘purificam’ a economia e têm o potencial de prepará-la para novos ciclos de inovação.”(Joseph Schumpeter)

O mundo no pós-crise

• Como a economia global e o sistema financeiro internacional que a suporta emergirão da atual crise econômica mundial?

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O mundo pós-crise: algumas incertezas

• Como evoluirão os desequilíbrios macroeconômicos globais? O aumento da poupança nos países deficitários será compensada pela intensificação da demanda agregada nas economias superavitárias?

• Como evoluirá a arquitetura do Sistema Financeiro Internacional? Haverá uma reforma regulatória das finanças?

• Até que ponto os elevados níveis de endividamento e queda no patrimônio líquido gerarão maior propensão a poupar nas famílias mais afetadas nos Estados Unidos? Como evoluirão os níveis de confiança e de percepção de risco dos agentes privados?

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O mundo pós-crise: algumas incertezas

• Conseguirão os governos administrar seus monumentais déficits públicos, recolocando-os em trajetória sustentável? Quando os mercados vão exigir maior remuneração pelo risco desses déficits? Os bancos centrais conseguirão gerar uma saída não inflacionária?

• Com os investimentos limitados, conseguirá o aumento da produtividade (eficiência econômica) sustentar o crescimento econômico potencial nas principais economias desenvolvidas?

• Como será a governança global no pós-crise?

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Dois mundos “pós-crise”

1. Equacionamento gradual dos desequilíbrios globais, com aumento da poupança nos EUA e UE e incremento da demanda interna no Japão e nos emergentes. Recuperação do fluxo de capitais.

2. Reforma regulatória das finanças, com recuperação da confiançano setor financeiro

3. Recuperação da confiança do setor privado, estimulando a recuperação econômica

4. Retorno gradual aos padrões de endividamento nos países, incentivado pela recuperação econômica

5. Predomínio das inovações tecnológicas e produtivas, estimulando o aumento da produtividade

6. Progressiva adoção de uma cesta de moedas

7. Mulltipolaridade política e econômica. Maior protagonismo dos emergentes

8. Mais destaque para a “economia verde”

9. Adesão a Copenhagen e mobilização global em face das mudanças climáticas

1. Equacionamento gradual dos desequilíbrios globais, com aumento da poupança nos EUA e UE e incremento da demanda interna no Japão e nos emergentes. Recuperação do fluxo de capitais.

2. Reforma regulatória das finanças, com recuperação da confiançano setor financeiro

3. Recuperação da confiança do setor privado, estimulando a recuperação econômica

4. Retorno gradual aos padrões de endividamento nos países, incentivado pela recuperação econômica

5. Predomínio das inovações tecnológicas e produtivas, estimulando o aumento da produtividade

6. Progressiva adoção de uma cesta de moedas

7. Mulltipolaridade política e econômica. Maior protagonismo dos emergentes

8. Mais destaque para a “economia verde”

9. Adesão a Copenhagen e mobilização global em face das mudanças climáticas

1. Manutenção dos desequilíbrios globais, reduzindo a atratividade dos ativos americanos. Aumento do protecionismo.

2. Leve aumento na regulamentação das finanças, propiciando o surgimento de novas bolhas e ativos de risco

3. Incertezas e riscos inibem a recuperação econômica sustentável

4. Retorno lento aos padrões de endividamento nos países desenvolvidos (em percentual do PIB), com pressões inflacionárias

5. Predomínio das inovações financeiras

6. Dólar continua como moeda de referência

7. Mulltipolaridade econômica. Maior protagonismo econômico dos emergentes. Aumento gradual de sua relevância política

8. Combustíveis fósseis predominam

9. Baixa adesão a Copenhagen e mitigação reativa de impactos ambientais

1. Manutenção dos desequilíbrios globais, reduzindo a atratividade dos ativos americanos. Aumento do protecionismo.

2. Leve aumento na regulamentação das finanças, propiciando o surgimento de novas bolhas e ativos de risco

3. Incertezas e riscos inibem a recuperação econômica sustentável

4. Retorno lento aos padrões de endividamento nos países desenvolvidos (em percentual do PIB), com pressões inflacionárias

5. Predomínio das inovações financeiras

6. Dólar continua como moeda de referência

7. Mulltipolaridade econômica. Maior protagonismo econômico dos emergentes. Aumento gradual de sua relevância política

8. Combustíveis fósseis predominam

9. Baixa adesão a Copenhagen e mitigação reativa de impactos ambientais

“Business as Usual” “A Emergência dos Emergentes”

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PIB Mundial (variação % anual do PIB)

Fonte: Macroplan, 2009Fonte: Macroplan, 2009

Dois mundos “pós-crise”(Conjecturas sobre a evolução do PIB Global)

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O Brasil no pós-crise

• Com que intensidade nós enfrentaremos os gargalos estruturais ao desenvolvimento sustentado do país nos próximos anos?

• Baixo nível de escolaridade e de capacitação da população

• Gargalos na infra-estrutura logística

• Carga tributária elevada, sistema tributário distorcido e má qualidade do gasto público.

• Baixo nível de poupança.

• Déficit da previdência e pressões crescentes sobre o sistema previdenciário

• Como o Brasil lidará com a questão fiscal nos próximos anos?

• Como se dará a inserção internacional do Brasil nos próximos anos?

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• Excesso de burocracia

• Elevada pressão antrópica

• Baixo desempenho em P&D e Inovação

• Forte crescimento e generalização da violência urbana

• Baixo crescimento da produtividade total dos fatores de produção

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Uma incerteza adicional para 2010, de natureza política, com impactos até 2014

• Que coalizão de forças políticas será vitoriosa nas eleições de 2010 ?

• Presidente da República

• 27 Governadores de Estado

• 2/3 do Senado

• Câmara dos Deputados

• 27 Assembléias Legislativas Estaduais

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Desfechos plausíveis das eleições de 2010

Coalizão Pró-Mudanças Estruturais

Coalizão Pró-Mudanças Incrementais Coalizão Neopopulista

Escopo das mudanças

Mudanças estruturais:

• Previdência Social

• Sistema tributário

• Sistema político

• Legislação Trabalhista

• Regulação

• Educação

Melhorias incrementais

• Previdência social

• Sistema tributário

• Sistema político

• Regulação

• Educação

Não há reformas nem melhorias

Política econômica

•Câmbio flutuante

• Metas de inflação

• Responsabilidade fiscal (superávit nominal)

•Câmbio flutuante

• Metas de inflação

• Responsabilidade fiscal (superávit primário)

•Câmbio administrado

•Controle de preços

•Forte expansão do gasto e do déficit público

Atratividade do ambiente de negócios para investimentos privados

Muito alta Média Baixa

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Quatro Cenários Econômicos para o Brasil 2012-2030

1. Um salto para o 1º mundo

A conquista da prosperidade sustentável

1. Um salto para o 1º mundo

A conquista da prosperidade sustentável

4. Crescimento inercial

O desperdício das melhores oportunidades

4. Crescimento inercial

O desperdício das melhores oportunidades

3. Mudança de patamar

Prosperidade à vista

3. Mudança de patamar

Prosperidade à vista

2. Um emergente retardatário

Perdendo espaço em um mundo de oportunidades

2. Um emergente retardatário

Perdendo espaço em um mundo de oportunidades

BaixaBaixaAltaAlta

Intensidade de enfrentamento dos gargalos estruturais ao desenvolvimento sustentado

Intensidade de enfrentamento dos gargalos estruturais ao desenvolvimento sustentado

A emergência dosemergentes

A emergência dosemergentes

“Business as usual”“Business as usual”

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PIB Brasil (variação % anual do PIB)

Fonte: Macroplan, 2009Fonte: Macroplan, 2009

Quatro Cenários Econômicos para o Brasil 2012-2030(Conjecturas sobre a evolução do PIB brasileiro)

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Brasil: Taxa de Investimento (% do PIB)

Fonte: Macroplan, 2009Fonte: Macroplan, 2009

Quatro Cenários Econômicos para o Brasil 2012-2030(Conjecturas sobre a evolução da taxa de investimento)

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Brasil: Investimento Estrangeiro Direto (% do fluxo mundial de capitais)

Fonte: Macroplan, 2009Fonte: Macroplan, 2009

Quatro Cenários Econômicos para o Brasil 2012-2030(Conjecturas sobre a evolução do IED)

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Algumas Questões para Reflexão Estratégica sobre o Setor Elétrico Brasileiro

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Qualquer que seja o cenário, é certo ou quase certo que algumas tendências estruturais com forte impacto no setor elétrico brasileiro serão mantidas

• Aceleração das inovações tecnológicas especialmente nos domínios da eficiência energética e da ‘energia limpa’

• Fortalecimento dos instrumentos e das práticas de proteção ao meio ambiente

• Consolidação do consumidor como ator social relevante

• Aumento da complexidade do setor de energia (novo modelo, mercado mais competitivo, novos atores, multi-setorialidade, integração energética continental)

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Por último: o futuro do setor elétrico brasileiro não é totalmente incerto: qualquer que seja o cenário predominante nos próximos anos, alguns aspectos podem ser antecipados...

1. Em qualquer cenário haverá expansão de investimentos em energia

2. O aumento da aversão ao risco decorrente da atual crise econômica estimulará o investimento em ativos reais

• O Brasil emerge como uma das principais fronteiras de oportunidades em investimentos de baixo risco: infraestrutura, energia, habitação e saneamento

3. A obtenção do investment grade e a percepção positiva do posicionamento do Brasil ampliarão os investimentos externos diretos de longo prazo no país e tendem a reduzir o custo de captação de recursos (em comparação com outros países)

4. O ambiente mundial é favorável à expansão da geração hidroelétrica, em função das baixas emissões de GEE e também à energia nuclear

5. As oportunidades de diversificação para outras fontes de geração de energia tornam-se mais atraentes

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Conclusão: apesar da crise, o ambiente ainda é muito favorável para negócios relacionados à expansão da oferta de energia no Brasil