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O Município e o saneamento
13 de agosto de 2008Elida Séguin
O art. 225 da Constituição Federal de 1988 assegura a todos o direito a um Meio Ambiente ecologicamente equilibrado. Da mesma forma, é dever do Estado assegurar a saúde, mediante políticas sociais e econômicas, garantir o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação (art. 196).
Lei nº 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde) art. 3º"A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País" Parágrafo Único - Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir as pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social."
Lei Federal 11.445/2007.“Art. 2o Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princípios fundamentais:III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;”
A CF\1988 atribui ao Município competência para o saneamento básico (art. 23; item IX e art. 30; itens I e V) e concorrente para a Saúde, a participação na formulação da política e da execução das ações de saneamento básico (art. 200 ; item IV).
A Lei Orgânica de Saúde (LOS) aborda o saneamento e o cuidado com o ambiente como ações de saúde (artigos 3º, 6º e 7º). A LOS afirma que as ações de saneamento devem estar integradas às de saúde.
Saneamento e Saúde
Então, a partir da Constituição de 88 e da LOS, abre-se espaço para a descentralização das ações,
tanto em saneamento quanto na área de saúde.
As Políticas Públicas para o Saneamento Ambiental envolvem um complexo conjunto de desafios como: a universalização do acesso e qualidade dos serviços em saneamento ambiental; organização e gestão institucionais; e a interação com as políticas urbanas, referentes às questões ambientais e de saúde.
Lei 11.445∕2007 determina que o saneamento básico engloba serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:
• abastecimento de água potável; • esgotamento sanitário; • limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos; e • drenagem e manejo das águas
pluviais urbanas.
Qualidade de vida e saúde exigem:
-água potável para todos
- esgotamento sanitário
- destinação adequada dos resíduos sólidos (lixo)
-Áreas verdes
-Inexistência de barreiras arquitetônicas
-Mobilização e Educação Social
Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos do Sistema Nacional de Informações em Saneamento, o índice médio nacional de abastecimento de água é de 95,4% e os serviços de esgotamento sanitário e tratamento de esgotos apresentam baixos índices na media nacional: 50,3% e 31,3%, respectivamente.
Quadro Atual do Saneamento Mundial
(PNUD,2006)
Enquanto Isso...
A compreensão das relações entre saneamento e saúde constitui etapa importante no desenvolvimento de um modelo de planejamento de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. É importante que a cada etapa de implantação de ações de saneamento se avalie os resultados em termos da saúde da população, afim de que possam ser estabelecidas novas prioridades e apontar o direcionamento mais adequado das ações, tendo resultados mais efetivos.
Art. 43. A prestação dos serviços atenderá a requisitos mínimos de qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condições operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contratuais.
Art. 45. Ressalvadas as disposições em contrário das normas do titular, da
entidade de regulação e de meio ambiente, toda edificação permanente
urbana será conectada às redes públicas de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da
conexão e do uso desses serviços.
A Resolução 15, do Conselho das Cidades, indica: a educação ambiental
deve estar sempre associada às ações de saneamento, possibilitando a ampliação da participação de todos os segmentos sociais em uma gestão democrática dos
espaços urbanos.
OS RECURSOS HÍDRICOS NÃO INTEGRAM O SERVIÇO PÚBLICO
DE SANEAMENTO BÁSICO a lei estabelece a diferença entre a “outorga de
“água-bruta”, esta regida pela PNRH, e o saneamento-água, posto que “a titularidade da água-bruta” (se da União ou se do Estado) não altera por si só a titularidade da prestação de
serviço de saneamento (essencialmente Municipal)”. Alochio,Luiz Henrique Antunes. Direito do Saneamento.
Millennium, Campinhas, 2007, p. 17.
Nos Recursos Hídricos a participação da comunidade já está consagrada
nos comitês de bacia e as bacias hidrográficas foram , na forma do
inciso X, do art. 48, adotadas como unidade de referência para o planejamento das ações de
saneamento.
Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento
A Lei no 11.445\2007 agasalhou o controle social ligando-o às políticas e ações de saneamento, definido como “conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico” (art. 3º, inciso IV). O controle social é forma de participação.
CONTROLE SOCIAL o direito do cidadão e o dever estatal de gerir o patrimônio público é tanto maior quanto mais intensa for a participação responsável dos vários grupos sociais. Esta, por sua vez, pode ser estimulada pela educação ambiental, que favorece a percepção das realidades diversas.
CONTROLE SOCIAL ADMINISTRATIVO
Não impede a propositura de Ação Popular ou de Ação Civil Pública, já que a Constituição Federal garante que nenhuma lesão de direito pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário.
Legitimidade da Defensoria Pública propor ACP
ÁGUA. ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA NÃO-TRIBUTÁRIA. SERVIÇO. ESGOTAMENTO SANITÁRIO. Negado provimento ao agravo. Se o Tribunal de Justiça reconheceu a não-prestação do serviço de esgotamento sanitário, é impossível, nesta via, admiti-lo para se autorizar a cobrança da tarifa. Por outro lado, consolidada a jurisprudência no sentido de que a contraprestação pelo serviço público de fornecimento de água não tem natureza tributária, revela-se inadmissível o dissídio pretoriano suscitado pela agravante. Precedentes citados: REsp 149.654-SP, DJ 17/10/2002, e REsp 740.967-RS, DJ 28/4/2006. AgRg no Ag 819.677-RJ, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 15/5/2007.
Sentença que se reforma parcialmente já que a ré não se desincumbiu do ônus invertido da prova para
comprovar a existência de coleta de esgoto na unidade consumidora da parte autora que viabilizasse a
cobrança da taxa de esgoto. Provimento parcial do recurso do autor para confirmar a tutela antecipada de
fls. 32 e determinar que a CEDAE se abstenha de efetuar cobrança de taxa de esgoto, enquanto
indisponível o serviço, sob pena de multa mensal de R$ 500,00 por fatura emitida, na forma dos artigos 461,
644 e 645 do CPC c/c 84 do CDC. Conselho Recursal dos Juizados Especiais Cíveis do TJRJ. Recorrente Erli Barbosa Moreira, Recorrido
CEDAE, Juizado de Origem XIX JEC da Capital, recurso 2007.700.013635-5, Juiz Relator Flavio Citro Vieira de Mello.
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃOPRINCÍPIO DA INFORMAÇÃOSaber o que ocorre permite a mobilização e somar Saber o que ocorre permite a mobilização e somar
forças para minimizar efeitos danosos.forças para minimizar efeitos danosos.
É um direito público subjetivo. Dever legal do Poder Público garantir o acesso aos bancos de dados disponíveis e organizados e fornecer informações quando solicitadas. Inclui:
· O direito de informar· O direito de se informar
· O direito de ser informado
O direito de informar, este um poder-dever, que protege o direito de divulgar dados;O direito de se informar, como garantia constitucionalmente prevista no art. 5º XXXIII, numa posição pró ativa daquele que busca a notícia;O direito de ser informado, para aquele não procurou mas que não pode ser deixado a margem dos acontecimentos.
O acesso à informação é garantido através da ampla divulgação das propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas (§ 5º, V, art. 19).Regulação atenderá ao princípio da transparência (art. 21, II) e os prestadores de serviços são obrigados a comunicar aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações relativas aos serviços (§ 2º , do art. 23).
A Lei no 11.445\2007 não discriminou como ocorrerá o processo participativo e o controle social.
Com a participação em colegiados de caráter consultivo (art. 47) ?
Estatuto da CidadeArt. 4º § 3º - Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos por parte do Poder Público municipal devem ser objeto de controle social, garantida a participação da comunidade, movimentos e entidades da sociedade civil.
Estatuto da Cidade a participação da sociedade se inicia desde a discussão do orçamento (alínea f, do inciso III, do art. 4º).
O EC estabelece que, para garantir a gestão democrática da cidade, devem ser utilizados, entre outros: a participação em colegiados, debates, audiências públicas e consultas públicas, conferências sobre assuntos de interesse urbano; e a iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano (art. 43).
DicotomiaDicotomia entre a participação popular e as obrigações que o estado tem que cumprir.
A comunidade se mobiliza para exigir do Poder Público a efetivação dos princípios constitucionais e das garantias individuais.
A participação envolve políticas públicas estatais, Organizações Não-Governamentais, fortalecendo o papel do cidadão não apenas como titular de direitos, mas como segmento social. Participação é um direito natural que cabe ao Estado garantir e propiciar meios para sua existência. Participar não é um favor do Estado, mas um direito individual subjetivo, cabendo lembrar que sem participação não existe a democracia.
Aterros e Lixões
Atualmente:
Uma longa paisagem
de lixo a céu aberto,
liberando metano
Ou podem ficar assim!!!
Lei nº 11.445/2007: Pontos preocupantes
Art. 44. O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes gerados nos processos de tratamento de água considerará etapas de eficiência, a fim de alcançar progressivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, em função da capacidade de pagamento dos usuários.
§ 1 o A autoridade ambiental competente estabelecerá procedimentos simplificados de licenciamento para as atividades a que se refere o caput deste artigo, em função do porte das unidades e dos impactos ambientais esperados.
Lei nº 11.445/2007: Pontos preocupantes
Art. 44. O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes gerados nos processos de tratamento de água considerará etapas de eficiência, a fim de alcançar progressivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, em função da capacidade de pagamento dos usuários.
§ 1 o A autoridade ambiental competente estabelecerá procedimentos simplificados de licenciamento para as atividades a que se refere o caput deste artigo, em função do porte das unidades e dos impactos ambientais esperados.
IMPACTO DA LEI NOS MUNICÍPIOSImplementar os Conselhos Municipais de SB ou das Cidades;Formular as Políticas Municipais de SB;Elaborar os Planos de SB locais ou em conjunto com outros municípios, através de consórcios;Implantar os órgãos reguladores, com independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira podendo instituir Consórcios Públicos ou delegar para o Estado;Fazer avaliação econômico-financeira da concessão antes da delegação;
O estado pode modificar a lei, mas
não consegue alterar os conceitos sociais. Só a própria
sociedade pode fazê-lo.
Estou à disposição virtualmente
[email protected]@gmail.com