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O NOVO CÓDIGO FLORESTAL
CRISTINA GODOY DE ARAÚJO FREITAS
PROMOTORA DE JUSTIÇA
MP-SP
O panorama sócio-ambiental • Final de 2007: o IPCC publicou o seu 4o. Relatório, com a estimativa
de que, em razão da ação humana na Terra, até o final deste século a temperatura do planeta deverá sofrer elevação entre 1,8oC e 4oC, o que comprometerá a sobrevivência de pelo menos um terço das espécies do planeta.
• Brasil: visando o recrudescimento do desmatamento e consequente incremento da vegetação, foi editado o Decreto 6686, de 10 de dezembro de 2008, dentre outras medidas, alterou o art. 55, do Decreto 6514, de 22 de julho de 2008, impondo a penalidade “de advertência e multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da área de reserva legal” que não fosse averbada no prazo de 120 dias da atuação, caso não fosse firmado termo de compromisso para tal fim.
• Fevereiro/2009 - o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) divulgou o relatório GEO Amazônia noticiando o desmate acelerado da Amazônia: o desmatamento provocou a extinção de 26 espécies de animais e plantas até 2006; risco de savanização da floresta.
• 19/03/2009: Os resultados do Estudo Biota-Fapesp foram divulgados no Diário Oficial do Estado do dia (www.biota.org.br)
• MAIO/2009 - INPE e SOS Mata Atlântica divulgaram os dados do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”: desmatamento de 102.938 hectares de cobertura florestal nativa no período de 2006-2008, ou dois terços do tamanho da cidade de São Paulo.
• Novembro/2009: dois meses após a criação da comissão especial na Câmara dos Deputados, a imprensa noticiou a queda no desmatamento da Amazônia no período de 2008-2009, ficando no patamar de 7.000 Km2, contra 12.900 Km2 no período anterior (área maior que a do DF).
• MAIO/2010: ONU - Panorama Global da Biodiversidade (GBO-3) – mundo não atingiu a meta.
• Secretário Executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf : “As notícias não são boas. Continuamos a perder biodiversidade a um ritmo nunca antes visto na história – as taxas de extinção são talvez mil vezes superiores à taxa histórica”
• “Manter o status quo já não é uma opção a considerar se quisermos evitar danos irreversíveis aos sistemas de apoio à vida no nosso planeta”.
• JUNHO/2011 - pesquisa Datafolha: 85% dos entrevistados - “a reforma do Código Florestal deveria priorizar a preservação das florestas e rios, ainda que, em alguns casos, isso prejudique a produção agropecuaria”.
• 77% dos entrevistados entendeu que o Senado deveria parar para ouvir os cientistas antes de votar o novo Código Florestal
O processo normativo e o contexto fático subjacente: a contrarreforma ambiental
• 08/09/2009 : Presidência da Câmara dos Deputados cria Comissão Especial
• 06/07/2010: relatório foi aprovado na Comissão Especial
• 24/05/2011: a matéria foi aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados
• Senado: o PLC 30/2011 passou pela CCJ, pela CCT, pela CRA e pela CMA
• 06/12/2011: o substitutivo apresentado foi aprovado pelo plenário do Senado;
• e, aos 25/04/2012: a matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados.
• Presidência da República sancionou o texto com 12 vetos (Lei 12.651/12) e editou a MP 571/2012 para suprir lacunas deixadas pelos vetos (Lei 12.727/12).
• O texto, no entanto, foi aprovado pelo Senado e pela Câmara, contando com o veto apenas parcial da Presidência da República.
A análise científica e normativa das áreas de Preservação Permanente
• Lei 12.651/12: “a área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (Art. 3o., inciso II).
• Necessário observar a função mais exigente: no caso, a função biótica, relacionada ao fluxo de indivíduos para a preservação da biodiversidade
• Normativa atual: manutenção dos limites (art. 4º., I, “a” a “e” – de 30 a 500 metros).
• Possibilidades de intervenção; leito regular; nascentes; áreas consolidadas.
Apps de nascentes e olhos d’água Artigo 3º: XVII - Nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água; XVIII - Olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente; Artigo 4º: IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes, qualquer que seja a sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros (Lei 12.727/12);
Legenda
& Nascente
Curso de água perene
Curso de água intermitente
Área de Preservação Permanente São José dos Campos, SP. Fonte: IGC (1979)
Legenda
& Nascente
Curso de água perene
Curso de água intermitente
Área de Preservação Permanente São José dos Campos, SP. Fonte: IGC (1979)
Legenda
& Nascente
Curso de água perene
Curso de água intermitente
Área de Preservação Permanente São José dos Campos, SP. Fonte: IGC (1979)
Mato Grosso do Sul
Porção do Município de Pedro Gomes em Mato Grosso do Sul. Ao fundo a carta topográfica escala 1:100.000, Pedro Gomes (Folha SE-21-Z-B-II). Em cor azul a lâmina d’água do Rio Taquari e em vermelho as APPs de hidrografia consideradas, com destaque para a rede drenagem intermitente (linhas vermelhas), delimitadas de acordo com a Lei 4771/65 e Resolução CONAMA 303/02(vigentes), relativas à cursos d’água.
Fonte: Ministério Público MS do Sul
Porção do Município de Pedro Gomes em Mato Grosso do Sul. Ao fundo a carta topográfica escala 1:100.000, Pedro Gomes (Folha SE-21-Z-B-II). Em cor azul a lâmina d’água do Rio Taquari e em linhas vermelhas as APPs de hidrografia consideradas drenagem intermitente delimitadas de acordo com a Lei 4771/65 e Resolução CONAMA 303/02 (vigentes), que desaparecem (novo texto).
Fonte: Ministério Público – MS do Sul
APPS DE CURSOS D’ÁGUA E VÁRZEAS
Leito
Regular
NOVA APP
VÁRZEA
A Várzea para além da nova APP DEIXA DE SER APP
Sem proteção contra o
Assoreamento
Reservatórios artificiais
• Reservatórios de até 1 hectare não tem mais proteção de Apps (art. 4º, parágrafo 4o.).
• Novos empreendimentos terão suas faixas de proteção definidas no licenciamento ambiental (art. 4º, inciso III), sendo observado:
- mínimo de 15 metros de APP para reservatórios situados em área rural com até 20 hectares; - para aqueles destinados à geração de energia ou abastecimento público, a
faixa mínima deve ser de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana.
• Reservatórios artificiais de água destinados a geração de energia ou abastecimento público que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão ou autorização assinados anteriormente à Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, a faixa da Área de Preservação Permanente será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota máxima maximorum.
APPs de reservatórios < 1 hectare:
Art. 62. Para os reservatórios artificiais de água destinados a geração de energia ou abastecimento publico, que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão ou autorização assinados anteriormente a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, a faixa da Área de Preservação Permanente será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota maxima maximorum.
UHE Jaguari – Jacareí
Medidas no sistema SPRING: APPs total (nascentes e cursos d’água perenes e intermitentes;
topos de morro; margens do reservatório) = 110 ha
UHE Jaguari: Apps (total sobre imagem 2009) = 110 ha
2007
Ortofoto de 2007 da EMPLASA com a APP de 100m no entorno do reservatório com a área aproximadamente de 81,90ha. Observa-se em cor mais clara a faixa entre as cotas máxima operacional de 623 metros e a cota máxima maximorum de 625,80 metros, contida na APP de 100 metros da represa, com uma diferença altimétrica de 2,80 metros, faixa esta em que a vegetação não se desenvolve.
2007
Ortofoto de 2007 da EMPLASA com a APP no entorno do reservatório com a área aproximadamente 7,39ha correspondente a faixa entre as cotas máxima operacional de 623 metros e a cota máxima maximorum de 625,80 metros.
2009
Imagem do satélite GeoEye de Ortofoto de 14 de agosto de 2009 com a APP no entorno do reservatório com a área aproximadamente de 7,39ha correspondente a faixa entre as cotas máxima operacional de 623 metros e a cota máxima maximorum de 625,80 metros, totalmente submersa e a APP correspondente a faixa de 100 metros
UHE ENG. SÉRGIO MOTTA
PORTO PRIMAVERA
Mapa do reservatório de Porto Primavera. A linha em marrom avermelhado é a linha de desapropriação (cota 259) e o reservatório só foi autorizado a operar na cota 257, portanto a faixa entre-cotas é a faixa entre o reservatório (cor azul) e a linha marrom avermelhada. Considerando o texto aprovado na Comissão de Meio Ambiente do Senado, a maior parte do reservatório ficará sem APP.
Processo 0900588-47.2012.8.26.0103 Ação Civil Publica - Meio Ambiente Ministério Público do Estado de Sao Paulo X Andre Luis Lange e outros. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 62, com a obrigatoriedade da reparação integral do dano.
APPs de Topo de Morro
IX – no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação media maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois tercos) da altura mínima da elevação sempre em relação a base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’agua adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
São Luis do Paraitinga
SP
Apps Topo de Morro
Área adotada para exercício comparativo exemplificativo referente à delimitação de APP de topo de morro. São Luis do Paraitinga – SP. Em linhas vermelhas a altimetria da cartografia do IGC (escala 1:10.000), e em cor verde a APP de topo de morro delimitada de acordo com a Lei 4771/65; e Resolução CONAMA 303/02 vigente.
Medida no sistema (SPRING) com aproximadamente: 252.166219 ha (hectares)
Texto aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado: nenhuma proteção para os topos de morros.
DOMINGOS MARTINS
ESPÍRITO SANTO
APPS DE TOPO DE MORRO
APP de Topo de Morro (legislação vigente) = 1.253,30 ha
APP de Topo de Morro (texto aprovado na CMA do Senado) = 34,09 ha
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: IV - Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica pré-existente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio; Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, será permitido o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social. Art. 63. Nas áreas rurais consolidadas nos locais de que tratam os incisos V, VIII, IX e X do artigo 4º será admitida a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, bem como da infraestrutura física associada ao desenvolvimento de atividades agrosilvopastoris, vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.
“Áreas rurais consolidadas”
Ex: Topo de Morro
Reserva Legal
Artigo 12: § 6º Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal. § 7º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica. § 8º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
Art. 15. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que: I – não impliquem a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo; II – área esteja conservada ou em processo de recuperação; III – proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão no CAR; § 3º O cômputo de que trata o caput aplica-se a todas as modalidades de cumprimento da Reserva Legal, abrangendo a regeneração, a recomposição e a compensação.
Art. 66 O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando alternativas, como aquelas definidas nos parágrafos 3º e 6º. Apel. No. 0009543-33.2009.8.26.0189 “...em melhor interpretação, passei a entender que o artigo 66 só é aplicável caso haja reserva legal já instituída na propriedade em extensão inferior ao estabelecido no artigo 12 do mesmo Diploma Legal.”... J. Em 28.2.2013 Rel. Ruy Alberto Leme Cavalheiro
Exemplo:
Estado do Espírito Santo
Como se observa na Tabela, 92,78 % dos imóveis no Espírito Santo se enquadram na
categoria de até quatro módulos fiscais, sendo que para estes haveria dispensa de Reserva
Legal.
Exemplo:
Estado de Santa Catarina
Levantamento Agropecuário Catarinense - LAC (2005; Fonte: EPAGRI). Notar que a maioria das propriedades (cerca de 90%) tem menos de 50 hectares.
Classes de área (ha)
Número% Cumulativo Área (ha)
Menos de 1 821 0,4% 349,4 1 a menos de 10 54.500 29,6% 290.770,8 10 a menos de 20 59.293 61,3% 823.275,8 20 a menos de 50 52.721 89,5% 1.542.242,1 50 a menos de 200 16.199 98,1% 1.363.117,6 200 a mais 3.527 100,0% 1.937.760,0
Total 187.061 5.957.514,9
IPEA - a porcentagem da área de reserva legal que será perdida com a propos, em relação à área atual de reserva
legal por bioma será de:
Amazônia- 13,60 % Caatinga - 48 %
Cerrado - 18,55 % Mata Atlântica - 45,57 %
Pampa - 31,44 % Pantanal - 5,01 %
A compensação de RL no mesmo Bioma, na qual uma área localizada no Bioma da Mata Atlântica, por
exemplo, no extremo norte do Estado de Pernambuco, pode considerar uma hipótese de
compensação de reserva, por exemplo, no Estado de Santa Catarina.
É um completo equívoco no âmbito científico que
não considera as diferentes configurações dos ecossistemas dentro de um bioma e trata áreas
distintas como se fossem iguais.
Propriedade
RESERVA
MESMO BIOMA!!!
ANISTIA
Área rural consolidada(art.3º, IV): área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio (XXIV – 5 anos).
APPs: “Escadinha” - cursos d’água naturais: - art.61-A: continuidade das atividades nas áreas rurais
consolidadas (22/07/2008): • Até 1 módulo rural: 5 metros; • + de 1 módulo até 2: 8 metros; • + de 2 módulos até 4: 15 metros; • + de 4: recomposição das faixas; • Demais casos: mínimo de 20 e máximo de 100 (cf. PRA)
APPs:
Nascentes:
- Par. 5º.: 15 metros;
Lagos e lagoas naturais:
- 5 metros: até 1 módulo fiscal;
- 8 metros: + de 1, até 2;
- 15 metros: + de 2, até 4;
- 30 metros: + de 4
Conceito de pequena propriedade rural ou posse rural familiar (art. 3º, item V)
Pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os
assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006;
O conceito foi alterado, agregando também a figura do empreendedor (pessoa jurídica). A legislação anterior definia um tamanho de até trinta hectares para a
pequena propriedade rural no Estado de São Paulo. A dimensão desta área corresponde agora à medida de até 04 módulos fiscais (que varia de município a
município, definido por Instrução Normativa do INCRA). Os módulos fiscais variam amplamente (Estado de São Paulo: entre 5 e 40 hectares). Nos municípios de Cunha, Natividade da Serra, São Luis do Paraitinga, Redenção da Serra, o módulo fiscal é de
40 hectares o que leva a uma “pequena propriedade” de 160 hectares.
Conforme inventário do Instituto Florestal, ano 2009, vegetação nativa cobre 4,3 milhões de hectares (17,5% do território paulista). Mapeamentos realizados pela SOS Mata Atlântica/INPE corroboram o regime de escassez de remanescentes deste bioma.
ONDE RESTOU VEGETAÇÃO NATIVA?
Mais de 78% da cobertura vegetal nativa que resta no Estado situa-se fora das Unidades de Conservação de Proteção Integral. Essas áreas, em grande parte, situam-se em propriedades rurais particulares, onde o desmatamento está sujeito às disposições mais permissivas da Lei 12.651/2012. Portanto, grande parte da vegetação nativa remanescente no Estado está ameaçada pela redução de proteção trazida pela Lei 12.651/12.
• Não é possível que, diante de um cenário de devastação, de
fragilidade ambiental, a proteção da lei ordinária fique aquém do mínimo de qualidade ambiental estatuído pela Constituição Federal, sem a garantia dos processos ecológicos essenciais
• (processos que garantem a persistência e higidez das características típicas de composição, estrutura e funcionalidade do ambiente, envolvendo fluxos de energia, ciclos de matéria e relações funcionais estabelecidas no âmbito da estrutura biótica e abiótica, em constantes interações).
O substrato Constitucional: a proibição de
retrocesso e a proteção insuficiente
• direito humano fundamental: DEVER • Solidariedade intergeracional • Cumpre ao Estado nortear a conduta social, inclusive
com a edição de normas, de modo a garantir o equilíbrio do meio ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida.
• Dever de preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e proteger a fauna e a flora (Art. 225, parágrafo 1o., I, II e VII, da Constituição Federal.)
• Não haverá “desenvolvimento nacional” ou “progresso da humanidade” (arts.2º., II e 4o., IX, da CF) com retrocesso ambiental.
• Ou sem a preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais.
• Há afronta ao princípio do progresso.
• Há afronta ao dever substantivo do Poder Público de garantir a solidariedade intergeracional e há afronta ao dever fundamental ecológico de defender e proteger o meio ambiente.
• Diretriz da PGJ (Aviso nº 134/2013 – PGJ, de 15/03/2013).
• Nesse sentido: 3 ADINs;
• Trabalho árduo
• Tarefa não é fácil
• STJ – Pet no Resp 1.240.122/PR – 2a. T. – j. 02.10.2012 – v.u. – rel. Min. Herman Benjamin – Dje 19.12.2012 (“irretroatividade da norma revogadora sob o fundamento da proteção de direitos adquiridos ambientais, cujos titulares mais destacados estão concentrados nas futuras gerações” – direito adquirido de conteúdo transindividual).
OBRIGADA! [email protected]