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O Paje

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RITUAIS INDIGENAS

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    Proibida a venda ou reproduo desse material sem a expressa autorizao dos responsveis.

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    O PAJ

    O paj, nome de origem tupi, o mesmo que xam, termo usado na antropologia,

    originrio de uma lngua siberiana. Ele o intermediador entre o mundo material, em que

    vivemos e o mundo espiritual dos espritos. Exerce no s a funo de sacerdote como

    tambm a de mdico. Alm de ter o segredo das plantas, vai atuar nas causas das doenas,

    descobrindo as foras espirituais que a desencadearam.

    Durante muito tempo o xam foi visto como uma pessoa ligada a cultos primitivos,

    arcaicos e que seriam abandonados medida que as pessoas tivessem acesso s culturas

    superiores. Tal situao no ocorreu, pois o xamanismo tem se desenvolvido muito nos

    pases de alta tecnologia, onde as pessoas esto buscando nas religies ligadas natureza

    respostas aos problemas da vida moderna.

    No xamanismo indgena, o paj no uma funo hereditria e nem fruto de uma opo

    pessoal, embora entre alguns povos da Amaznia, como os Arawet, do Par, todos so

    potencialmente pajs.

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    Mas na maioria dos povos indgenas, a pessoa escolhida por entidades espirituais,

    manifestadas, sobretudo, por sonhos ou pela capacidade de previses futuras. Entre os

    Pankararu, de Pernambuco, esse sinal dada por uma semente que aparece pessoa,

    dizendo que ela poder assumir a funo de paj, quando a pessoa, vestida com roupa

    ritual participa de determinadas danas religiosas.

    Uma vez escolhida, caso a aceite, essa pessoa passa por um perodo de preparao com

    outros pajs, para aprender rituais e o contato com os espritos.

    Basicamente compete ao paj curar as pessoas, predizer o futuro, expulsar espritos maus,

    comunicar-se com os espritos e compor cantos.

    O transe na pajelana pode ocorrer com a ingesto de substncias alucingenas. O tabaco,

    usado no cachimbo importante elemento do ritual e serve para a cura e como purificador

    do ambiente, como ocorre com os Guarani Mby.

    Nessa interpenetrao entre os vrios mundos, muitas vezes o paj pode assumir a figura

    de um animal, como relata Orlando Villas Boas, o que facilita seu contato com o mundo

    espiritual.

    Pelo poder que tm, os pajs so temidos e respeitados. Como escreveu Frei Claude

    dAbbeville, no sculo 17, os ndios entretanto apreciam os pajs; tratam-nos bem em

    qualquer lugar que se encontrem. So honrosamente mencionados em seus cantos e bem

    acolhidos nas danas e cauinagem [festas com cauim] e em todas as cerimnias, pois todos

    acreditam que as coisas correm bem quando so amigos dos pajs e, ao contrrio, muito

    mal, se no os agradam.

    No sem razo Gunter Kroemer afirma que os povos indgenas resgataram o aspecto

    coletivo da magia, que nosso mundo racionalista havia perdido, vindo da o grande

    interesse atual pelo xamanismo".

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    Interferindo no mundo material, sobretudo na natureza, podemos dizer que o xamanismo

    possui tambm um papel social e ecolgico, influenciando a comunidade na preservao

    da natureza, como observa o citado autor.

    Alm dos pajs-auxiliares, em algumas culturas as mulheres poder exercer essa funo,

    tendo persistido essa figura em nossas benzedeiras.

    Entre os povos tupis havia tambm o paj andarilho, chamado karaba, espcie de

    missionrio ambulante, que circulava pelas vrias aldeias, exortando e fazendo curas.

    Esse trao do paj ambulante permaneceu, sobretudo no Nordeste, na figura dos beatos,

    que atravs de uma vida penitente e pobre, que vo de povoado em povoado

    reconstruindo oratrios, recitando o tero e ladainhas e at aglutinando pessoas, em volta

    de si, num projeto de vida comunitria, como foi o caso do Beato Loureno, do Caldeiro,

    no Cear, na poca do pe. Ccero, ou os lderes poltico-comunitrios, como Antnio

    Conselheiro, na Bahia, ou o beato Joo Maria, em Santa Catarina, no comeo do sculo

    passado.

    Fonte: O SAGRADO NAS CUTURAS INDGENAS. Disponvel em:

    http://portograal.no.comunidades.net