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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O PEDAGOGO EMPRESARIAL INTERFERINDO NA APROPRIAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS NA COMUNIDADE DE QUISSAMÃ. Autora: Izanir Silva Rodrigues Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O PEDAGOGO EMPRESARIAL INTERFERINDO NA APROPRIAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS

NA COMUNIDADE DE QUISSAMÃ.

Autora: Izanir Silva Rodrigues

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O PEDAGOGO EMPRESARIAL INTERFERINDO NA APROPRIAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS

NA COMUNIDADE DE QUISSAMÃ.

OBJETIVOS: Este trabalho atende a complementação ao curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado condições de chegar até aqui. A minha família, esposo e filho, pelo apoio e compreensão e aos professores pela contribuição na construção do conhecimento. Em especial ao professor orientador Vilson Sérgio.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha família, meu esposo Adriano e meu filho Lucas, pelo carinho, atenção, paciência. Também a minha mãe Daria pelas orações e exemplo de fé, vida e trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho pretende enfocar a interferência do pedagogo na

apropriação das tecnologias sociais pelas comunidades de Quissamã através

do saber popular local. As mudanças econômicas e políticas têm exigido

constantes inovações na busca de um desenvolvimento local e sustentável no

sentido de atender as regiões consideradas carentes em sua conservação

ambiental, como um meio de satisfazer suas necessidades e realizações. A

partir do estudo entendeu-se que a importância do pedagogo empresarial,

como um mediador na construção da gestão do conhecimento, como estratégia

de inovação do saber popular local é o de criar um espaço educativo para o

crescimento da população e da própria comunidade, onde sua principal missão

será formar o indivíduo, desenvolvendo suas potencialidades e fazendo com

que ele descubra seus caminhos e novas formas de conhecer e aprender. Faz-

se necessário ampliar o estudo das tecnologias sociais com a população local,

considerando sua importância, para a mobilização e participação da

comunidade. É necessário ainda analisar experiências de desenvolvimento de

tecnologias que contribuem para melhorar as condições de vida da população

de baixa renda.

PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento, Gestão de Conhecimento e Tecnologias Sociais

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................7

CAPÍTULO I – O QUE É PEDAGOGIA ...........................................................12

1.1 – Conceituando Pedagogia .............................................................12

1.2 - Pedagogia Empresarial ................................................................14

CAPÍTULO II - O PEDAGOGO EMPRESARIAL INTERFERINDO NA

APROPRIAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS NAS COMUNIDADES DE

QUISSAMÃ. .....................................................................................................16

2.1 – Gestão do Conhecimento ..............................................................16

2.2 – O que é Tecnologia? .....................................................................17

2.3 – Tecnologias Sociais ......................................................................17

CAPÍTULO III - COMPREENDER MELHOR OS MEIOS DISPONÍVEIS. .......20

3.1 - Projetos de natureza técnica, educacional e cultural que auxiliem

tecnicamente os artesãos a aprimorar seus produtos através da experiência e

sabedoria acumuladas da comunidade. ...........................................................20

3.2 - O Conhecimento Tácito .................................................................20

CAPÍTULO IV - ANALISAR A INTERFERÊNCIA DO PEDAGOGO COMO

DISSEMINADOR DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS COMUNIDADES

DE QUISSAMÃ, NA CONCRETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO, NA CONSTRUÇÃO

DA AUTONOMIA, INCENTIVANDO O DESENVOLVIMENTO DO

PROTAGONISMO SOCIAL E SUSTENTÁVEL .............................................. 27

4.1 - Interação, comunicação e mobilização social ............................... 30

4.2- Inserir tecnologias sócias e desenvolvimento sustentável

incentivando o empreendedorismo. .............................................................. 32

CONCLUSÃO ................................................................................................. 34 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 35

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INTRODUÇÃO

Em 2009 o Programa do Estado ProJovem Urbano, implantado na

cidade de Quissamã, tinha como proposta oferecer aos jovens de 18 a 29

anos, que sabiam ler e escrever, formação no Ensino Fundamental,

qualificação profissional, aula de informática e bolsa auxílio de R$100,00 (cem

reais) mensais, com duração de 18 meses.

O programa na sua efetividade apresentou novas demandas sociais e

econômicas dos alunos e de seus familiares.

Quissamã tem um alto índice de analfabetismo, evasão escolar,

abandono do ensino fundamental nas séries iniciais: 3ª, 4ª e 5ª séries, falta de

qualificação profissional, violência doméstica e alcoolismo, o que acarreta para

as famílias exclusão social, desemprego, baixa auto-estima, levando a quadros

de depressão e problemas psiquiátricos.

O enorme contingente de desempregados ou com trabalho precário e

informal em Quissamã, para os que detêm emprego se deterioram as

condições de trabalho e se generaliza o medo de perda do trabalho, passando

pelo estímulo do trabalho informal. O perfil duradouro de ausência ou

precarização do trabalho difunde os quadros de desamparo e depressão, bem

como provoca uma desarticulação da perspectiva de futuro através da

dedicação ao trabalho e à carreira profissional e da esperança dos filhos terem

uma vida melhor através do investimento de longo prazo na educação e

formação para o trabalho.

A diminuição da capacidade dos homens adultos atuarem como

provedores de renda de sua família, devido às altas taxas de desemprego, leva

a desesperança e a desarticulação da perspectiva de um futuro melhor. Este

atual contexto vem abrindo caminhos, particularmente entre jovens e homens

desempregados, para o consumo de drogas e alcoolismo, índice que vem

aumentando em Quissamã. Na falta do homem como provedor da família, vem

crescendo a participação da mulher no mercado de trabalho, como mãe

referência de família (provedora de renda) que vem gerando outra demanda, a

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diminuição da disponibilidade para a provisão de cuidado informal dentro das

famílias.

O PROJOVEM Urbano veio com a proposta de aumentar o grau de

escolaridade desses jovens, qualificá-los profissionalmente para o mercado de

trabalho, ter uma participação ativa como cidadão nos espaços sociais e

entender-se como sujeitos da própria história..

No decorrer do Programa ProJovem Urbano, foi apontadas

necessidades, trazidas (comunicado) pelos alunos, de várias localidades, como

dar continuidade a vários trabalhos já existentes nas suas respectivas

comunidade, principalmente aquelas mais afastada do Centro da cidade, tais

como a do bairro do Imbiú, que trabalhava com artesanato de fibra de coco,

bairro da Penha, Casa de Costura (bonecas de pano), bairro Barra do Furado,

artesanato de Taboa, que executavam muito bem, mas por diversas questões

encontravam-se estagnados. O pedagogo poderá interferir em suas realidades

levando a Eles a Gestão do Conhecimento, através das Tecnologias Sociais,

contribuindo assim para orientar, defender, consolidar e ampliar direitos que

resultem em melhoria da qualidade de vida para a população das comunidades

carentes de Quissamã.

Dentro deste contexto, qual o papel do Pedagogo? onde atuar? como

atuar? Analisar a população como um todo, de forma genérica, ou estudar cada

grupo, cada comunidade para saber seus costumes, suas tradições culturais,

seus valores éticos?

Introduzir novos conhecimentos, novas idéias, sem conhecer o grupo

que vai receber essas informações, pode trazer prejuízo ainda maior a esta

comunidade. Para que isso não venha acontecer, será função do Pedagogo

conhecer, pesquisar a cidade que esta comunidade faz parte.

Um pouco da história de Quissamã

Localização

O município de Quissamã fica distante 212 km do Rio de Janeiro,

localizado a noroeste do Estado do Rio de Janeiro.

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Principais atividades econômicas:

• Cana de açúcar;

• Coco anão verde;

• Abacaxi;

• Pecuária, e

• Petróleo.

Histórico

Em 9 de agosto de 1627, as terras compreendidas entre o Rio Macaé e

o Cabo de São Tomé, aí incluídas as terras de Quissamã, foram doadas por

sesmarias aos "Sete Capitães" (Miguel Aires Maldonado, Gonçalo Correa,

Duarte Correa, Manoel Correa, Antônio Pinto, João de Castilho, Miguel

Riscado), por Martim de Sá, em pagamento por serviços prestados à Coroa

Portuguesa.

Consta que o nome Quissamã foi dado à região pelos Sete Capitães,

quando de sua viagem de exploração em 1832. Ao chegarem à Aldeia Nova

foram recepcionados por um grupo de índios, encontrando-se entre eles um

negro. Ao indagarem quem era ele e como viera para ali, respondeu-lhes que

era forro; ao perguntarem se era crioulo da terra respondeu-lhes simplesmente

que era da Nação Quissamã na África. Quissamã é uma palavra de origem

Angolana e é uma cidade que fica a 80 km de Luanda na foz do Rio Kwanza.

A freguesia do Furado foi o núcleo de população mais antigo de Macaé,

seguindo-se -lhe o de Quissamã.

A Povoação de Nossa Senhora do Desterro de Quissamã foi elevada à

categoria de freguesia em 1749.

Consta que o brigadeiro José Caetano foi fundador da Vila e construtor

da Matriz. Com a instalação definitiva do capitão Manuel Carneiro da Silva em

Mato de Pipa, iniciou-se, a seu redor, a expansão de Vila de Quissamã.

Desde o início da instalação dos primeiros colonizadores, o controle

administrativo de Quissamã era exercido pelas autoridades da Vila de São

Salvador dos Campos dos Goytagazes, até que em função da distância entre a

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Vila e as freguesias de Nossa Senhora do Desterro de Quissamã e de Nossa

Senhora das Neves, o Bispo do Rio de Janeiro decidiu, 1802, erigir a freguesia

de Quissamã em Cabeça de Comarca, ficando subordinada a esta, freguesia

de Nossa Senhora das Neves.

Gentílico: quissamaense

Formação Administrativa

Freguesia criada com a denominação de Quissamã, por alvará de 12-01-

1755 e decretos nº 1, de 08-05-1892 e nº 1-A, de 03-06-1892, subordinado ao

município de Macaé.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de

Quissamã figura no município de Macaé.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e

31-XII-1937.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Quissamã

permanece no município de Macaé.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 18-XIII-1988.

Elevado à categoria de município com a denominação de Quissamã,

pela lei estadual nº.1419, de 04-01-1989, desmembrado de Macaé. Sede no

antigo distrito de Quissamã. Com área do distrito de Quissamã e parte do

distrito de Carapebus. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1990.

Em "Síntese" de 31-XII-1994, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Dados Atuais

Síntese das Informações Censo 2010 - Fonte: IBGE

População: 20.244 pessoas

Base Territorial Área da unidade territorial – 713 Km²

Representação Política 2006 Eleitorado -13.177 Eleitores

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Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 PIB per capita a preços correntes

177.851,28 Reais

Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Matrícula

Ensino fundamental – 2009 – 3.681 MatrículasMatrícula

Ensino médio – 2009: 835 MatrículasDocentes

Ensino fundamental – 2009: 216 Docentes

Ensino médio – 2009: 42 Docentes

Serviços de Saúde 2009

Estabelecimentos de Saúde SUS: 19 estabelecimentos

Estatísticas do Registro Civil 2009

Nascidos vivos - registrados - lugar do registro 285 pessoas

Finanças Públicas 2008

Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 238.231.326,60 Reais

Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 196.221.472,30 Reais

Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 7.847.499,44 Reais

Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008

Número de unidades locais 311

UnidadesPessoal ocupado total 2.943 Pessoas

CAPÍTULO I - O QUE É PEDAGOGIA?

1.1 - Conceituando Pedagogia?

É a área que trata dos princípios e métodos de ensino, na administração

de escolas e na condução dos assuntos educacionais. O pedagogo, que

trabalha para garantir e melhorar a qualidade da educação, tem dois grandes

campos de atuação: a administração e o magistério, de modo que pode tanto

gerenciar e supervisionar o sistema de ensino quanto orientar os alunos e os

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professores. Em órgãos do governo, estabelece e fiscaliza a legislação de

ensino em todo o país. Em escolas, orienta e dirige os professores, com o

objetivo de assegurar a qualidade do ensino. Também é ele quem verifica se

os currículos estão sendo cumpridos e se condizem com as leis educacionais.

Acompanha e avalia, ainda, o processo de aprendizagem e as aptidões de

cada aluno. Pode trabalhar também com portadores de deficiências físicas ou

intelectuais, auxiliando em sua inclusão na sociedade, ou com educação a

distância. www.guiadoestudante.abril.com.br(28/01/2010).

A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão,

ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo.

A palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e

agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se

como correlato da educação. Entretanto, a prática educativa é um fato social,

cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno

educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que

modernamente associa-se ao termo pedagogia. Assim, a indissociabilidade

entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao

nível científico. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de fato e de direito,

investido de uma função reflexiva, investigativa e, portanto, científica do

processo educativo.

Atualmente, denomina-se pedagogo o profissional cuja formação é a

Pedagogia, que no Brasil é uma graduação e que, por parte do MEC -

Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos assuntos

relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de uma Licenciatura,

cuja grade horário-curricular atual estipulada pelo MEC confere ao pedagogo,

de uma só vez, as habilitações em educação infantil, ensino fundamental,

educação de jovens e adultos, coordenação educacional, gestão escolar,

orientação pedagógica, pedagogia social e supervisão educacional, sendo que

o pedagogo também pode, em falta de professores, lecionar as disciplinas que

fazem parte do Ensino Fundamental e Médio, além se dedicar à área técnica e

científica da Educação, como por exemplo, prestar assessoria educacional.

Devido a sua abrangência, a Pedagogia engloba diversas disciplinas, que

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podem ser reunidas em três grupos básicos: disciplinas filosóficas, disciplinas

científicas e disciplinas técnico-pedagógicas.

O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo

intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque

próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico. Como todo

cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na reflexão e na prática

para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo na sistemática

mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir acerca dos fins

últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das condições

existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo

educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares

que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico. O objeto de

estudo do pedagogo compreende os processos formativos que atuam por meio

da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a

educação como prática humana e social naquilo que modifica os indivíduos e

os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e culturais.

Além da Pedagogia no âmbito escolar, atualmente o papel do pedagogo

envolve outros ambientes de educação informal.

O pedagogo social cuida da socialização do sujeito, em situações

normalizadas ou especiais. Implica o conhecimento e a ação sobre os seres

humanos, em atividades como crianças abandonadas, orientação profissional e

atenção aos direitos da terceira idade.

O pedagogo hospitalar atende às necessidades educacionais de criança

hospitalizada. Requer trabalho dos processos afetivos de construção cognitiva.

Envolve atividades como promover a qualidade de vida de crianças

hospitalizadas, propiciar uma rotina próxima ao período antes da internação e

acesso à educação. www.pt.wikipédia.org/wiki/Pedagogia.

1.2 - Pedagogia Empresarial

A Pedagogia empresarial se ocupa de conhecimentos e competências

necessárias à melhoria da produtividade. As habilidades são na qualificação,

requalificação e treinamento dentro da empresa, nas atividades como

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coordenar equipe multidisciplinar, gerar mudanças culturais e acompanhar o

desempenho do funcionário.

“A Pedagogia Empresarial se apresenta como uma ponte entre o

desenvolvimento das pessoas e as estratégias organizacionais. Isto porque,

como já foi abordado, a Pedagogia é a ciência que estuda de forma

sistematizada o ato educativo, isto é, a prática educativa concreta que se

realiza na sociedade. Assim, a educação é o conjunto de ações, processos,

influênciais e estruturas que intervêm no desenvolvimento humano, na sua

relação ativa com o meio natural e social, em um contexto de relações entre

grupos e classes sociais.

Assim, diante dos níveis de exigência ocorrida no mundo empresarial,

surge a Pedagogia Empresarial, um ramo da Pedagogia que se ocupa em

delinear frentes para que ocorra o desenvolvimento dos profissionais, como um

diferencial entre as empresas. Ela procura favorecer uma aprendizagem

significativa e o aperfeiçoamento do capital intelectual (produto da Pedagogia

Empresarial) para o desenvolvimento de novas competências que atendam ao

mercado de trabalho. Isso tudo aliado às competências dos profissionais da

área administrativa e psicológica.

Mas é fundamental que o próprio profissional queira participar

efetivamente desse processo, pois, sem seu engajamento total, fica muito difícil

conseguir modificação de comportamento.” (Lopes, Izolda, Pedagogial

Empresarial: formas e contexto de atuação.3ª.ed.pág.32.)

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Capítulo II - O PEDAGOGO EMPRESARIAL INTERFERINDO NA

APROPRIAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS NAS

COMUNIDADES DE QUISSAMÃ.

Definições:

Conhecimento: sm.1- Ato ou efeito de conhecer. 2 – Informação ou

noção adquirida pelo estudo ou pela experiência. Aurélio: O Dicionário da

Língua Portuguesa, Curitiba: Editora Positivo 2008. Edição Especial.

2.1 - Gestão do Conhecimento

A Gestão do Conhecimento, do inglês KM - Knowledge Management, é

uma disciplina que tem suscitado cada vez mais atenção nas últimas décadas,

tendo originado inúmeros trabalhos de investigação e investimentos cada vez

mais significativos por parte das organizações que reconhecem a sua

crescente importância. A investigação na área da gestão do conhecimento está

ligada à várias disciplinas, entre as quais, a gestão estratégica, a teoria das

organizações, os sistemas de informação, a gestão da tecnologia e inovação, o

marketing, a economia, a psicologia, a sociologia, etc.(Georg van Krogh, 2002)

A gestão do conhecimento tem como objetivos:

• Tornar acessíveis grandes quantidades de informação organizacional,

compartilhando as melhores práticas e tecnologias;

• Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e

informações ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins

lucrativos (Memória Organizacional);

• Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o

estabelecimento de vantagens competitivas.

• Dar vida aos dados tornando-os utilizáveis e úteis transformando-os em

informação essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário.

• Organiza e acrescenta lógica aos dados de forma a torná-los

compreensíveis.

• Aumentar a competitividade da organização através da valorização de

seus bens intangíveis.

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O conhecimento pode ser implícito (tácito) ou explícito.

Gestão do Conhecimento

“Técnicos da Gestão do Conhecimento agrupam o

conhecimento em duas categorias: o explícito e tácito. O

conhecimento explícito é aquele que se pode articular, é

aquele que conseguimos transmitir na forma escrita ou

verbal. Já o conhecimento tácito é aquele que está em

nossas mentes, mas é difícil de transmitir.” textos, Luiz

Carlos S. Azevedo (Gestão do Conhecimento em

Organizações Publicas). Site: Controladoria Geral do

Município do Rio de Janeiro – www7.rio.rj.gov.br/cgm.

2.2 - O que é Tecnologia

Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo")

é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas,

processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.

O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de

conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura;

Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de

como combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso

conhecimento do que pode ser produzido).

2.3 -Tecnologias Sociais

“Tecnologias Sociais caracterizam-se pela simplicidade, baixo custo, e

fácil aplicação que potencializam a utilização de insumos locais e mão de obra

disponível, protegem o meio ambiente, tem impacto positivo e capacidade de

resolução de problemas sociais. ”site do Ministério da Ciência e Tecnologia,

www.mct.gov.br, 28/01/2011.

“O conceito de Tecnologia Social vem sendo construído, no Brasil,

desde o ano de 2001, embora as organizações e comunidades já trabalhem

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com o desenvolvimento e a reaplicação dessas tecnologias há muitos e muitos

anos. A Fundação Banco do Brasil foi a primeira que usou esse conceito de

forma mais institucionalizada. Isso se deu com a criação do Prêmio FBB de

Tecnologia Social, no ano de 2001. Nesse mesmo ano, outras instituições

também começaram a se dedicar ao tema e a discussões sobre o conceito.

Com o início da mobilização em torno da criação da Rede de Tecnologia

Social (RTS), foi reforçado o processo de construção e afirmação do conceito,

dessa vez com o envolvimento de muitas outras instituições da sociedade civil,

empresas, órgãos de governo e universidades. É um conceito novo, dinâmico e

que traduz muitas das soluções criadas a partir de uma interação de saberes

tradicionais e técnicos. É pensada, desenvolvida e reaplicada com uma

intencionalidade de promoção do desenvolvimento sustentável.

Enfim, todo esse movimento em torno da consolidação do conceito de TS

se justifica à medida que a RTS vê a tecnologia como central no processo de

inclusão e emancipação social. No entanto, a TS parte de uma abordagem

distinta da que observamos no conceito e na prática proposta pela tecnologia

convencional. Incorpora características como:

• adequada a pequenos produtores e consumidores de baixo poder

econômico;

• não promovedora do controle, segmentação, hierarquização e

dominação nas relações de trabalho;

• poupadora de recursos;

• orientada para o mercado interno de massa;

• incentivadora do potencial e da criatividade do/a produtor/a direto e dos

usuários;

• capaz de viabilizar economicamente empreendimentos como

cooperativas populares, incubadoras e pequenas empresas.”

www.gestaosocial.org.br

De acordo com as definições acima, concluímos que, quando pensamos

em tecnologia, associamos a palavra a alguma inovação ou a uma nova

maneira de funcionar ou de fazer alguma coisa. As mudanças no meio

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ambiente, nas comunicações com a globalização, mostram mais claramente o

quanto as tecnologias fazem parte do nosso cotidiano de diversas maneiras,

em diferentes lugares e tempos. A introdução do computador e da internet no

cotidiano de qualquer pessoa transformam radicalmente seus caminhos de

acesso à informação e formas de comunicação pessoal e social, gerando

impactos na convivência social e na sua participação como cidadã.

Se, por um lado, o desenvolvimento das novas tecnologias traz inúmeros

benefícios para a vida em sociedade, por outro, essas novidades também

convivem com antigos problemas sociais, como violência urbana, pobreza,

desemprego e exclusão social. Por causa disso, nem todos tem acesso às

novas tecnologias. Mas quando falamos de tecnologia social, referimo-nos a

produtos, métodos e técnicas que incorporam a cultura e os recursos locais, e

são desenvolvidas com a participação ativa da comunidade, visando solucionar

problemas coletivos e melhorar a qualidade de vida das pessoas .Aí entrará o

papel do pedagogo interferindo na apropriação de tecnologias sociais nas

comunidades carentes de Quissamã, aliado ao saber popular local.

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CAPÍTULO III - COMPREENDER MELHOR OS MEIOS

DISPONÍVEIS.

3.1 - Projetos de natureza técnica, educacional e cultural que

auxiliem tecnicamente os artesãos a aprimorar seus produtos através da

experiência e sabedoria acumuladas da comunidade.

O que é necessário para que o conhecimento popular local se

transformem em tecnologia social?

Incentivar a implementação de programas de inclusão produtiva,

projetos de enfrentamento a pobreza, desenvolvimento sustentável com o

aproveitamento da cultura e saber popular local.

Colaborar para o desenvolvimento de competências das comunidades,

valorizando suas habilidades, potencialidades, transformando em

oportunidades de inclusão no mundo do trabalho e geração de renda.

Fomentar o fortalecimento da convivência comunitária, da participação

coletiva nos espaços sociais, da apropriação desses espaços como lugar de

opinião e expressão, na efetivação dos direitos sociais, civis e políticos

garantindo os direitos: á vida, à saúde, à alimentação, à cultura, à habitação,

ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidades, ao

respeito , ao saneamento básico, à participação ativa na vida política e

liberdade de expressão.

Ampliar a difusão das redes solidárias de produção e consumo de bens,

serviços e tecnologias, de ações educativa, culturais e políticas em projetos

autônomos, na implementação de projetos de geração de trabalho e renda.

Contribuir para viabilizar a participação da comunidade nas decisões,

garantindo a democratização da informação.

3.2 - O Conhecimento Tácito

“No ambiente da administração, muitos consideram A

Gestão do Conhecimento sucedânea da noção de

Organização Aprendiz, popularizada em 1990. Outros a

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vinculam à Aprendizagem Organizacional. Todavia, há

um diferencial, aquilo que provavelmente é a principal

contribuição dos estudiosos da Gestão do

Conhecimento: a relevância atribuída ao conhecimento

tácito.

Este conceito foi popularizado por Nonaka e

Takeuchi(1995) e resgatou aquele desenvolvido nos

anos 1950 pelo filósofo Michael Polanyi(1958a, 1958b) .

Foi o livro dos dois autores japoneses, premiado como o

melhor título de negócios daquele ano, que disparou o

interesse pela Gestão do Conhecimento em

organizações. Note-se que ambos os autores haviam

dedicado, no passado, maior atenção à inovação e ao

desenvolvimento de novos produtos, e não a questão

ligadas à cognição. Eles rejeitam a afinidade com a tese

da organização aprendiz ao afirmar que Peter

Senge(1994) enfatizava o aprender com a mente e não

com o corpo. Evitando a dicotomia corpo versus mente,

os autores japoneses partiram do pressuposto de que

aprender fazendo seria a fonte mais poderosa para

internalizar conhecimento. Mas não de conhecimento

formal e explicitável, e sim de parcelas tácitas de

conhecimento,

Polanyi foi muito feliz ao denominar tácito esta parcela de

conhecimento. Tácito deriva do latim tácito e significa

“silencioso, calado, que não emite ruído ou rumor”. Dessa

origem etimológica deriva toda dificuldade de lidar com

aquilo que é tácito.

Para explicar a noção de aprender com o corpo, exploro

um exemplo mencionado por Polanyi(1958ª). Se

perguntássemos a um grupo de adultos quanto deles

sabem andar de bicicleta , provavelmente todos

responderiam positivamente. Bicicleta é o meio de

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transporte mais popular e irrestrito entre adultos, crianças

e idosos. Também é algo fácil de ser ensinado, tanto que

crianças se tornam ciclistas antes mesmo de serem

alfabetizadas. Todavia, ao perguntar aos que acenavam

positivamente quantos dentre eles sabem a razão pela

qual a bicicleta não tomba para os lados enquanto está

em movimento. Apenas um ou outro responderia

corretamente. Alguns diriam que é questão de equilíbrio,

mas há de convir que o equilíbrio é mantido mesmo em

terrenos inclinados ou irregulares; mantemos o equilíbrio

mesmo quando há alguém na garupa inclinando –se ora

um lado ora para outro.(pág.51.)

Há ainda algo peculiar no conceito de conhecimento

tácito: ele não reside apenas na mente de seu detentor,

pertence ao seu corpo! Ou arrisco afirmar que a mente

não compreende apenas o cérebro, mas a totalidade do

nosso ser...

Um pescador e um camponês têm igual necessidade de

conhecer o clima, pois seus trabalhos dependem das

condições do tempo. Quase nunca erram quando indicam

a proximidade ou intensidade de chuvas. E como

chegaram a essa previsão? Quando questionados, as

explicações podem ser tanto simplórias quanto podem

revelar uma aguda percepção dos ventos, da

nebulosidade, do movimento das aves etc. Em quaisquer

casos, é forçoso reconhecer que isso é conhecimento,

dado que pode ser corroborado com a realidade

posterior. E eles se julgam ignorantes! Pois é

conhecimento tácito tudo aquilo que não sabemos que

sabemos. Ora, toda habilidade ou talento natural revela,

na verdade, conhecimento tácito...(pág.52)

A questão é saber o que prevalece ou é determinante.

Há ocupações de cunho intelectual que demandam um

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uso maior de conhecimento explicitável: a matemática

por exemplo. Ocupações práticas ou relações humanas

requerem o oposto. Mas em ambas as situações

permanecem a indagação: qual desses conhecimentos é

determinante para a qualidade do resultado obtido?

(pág.53)

Temos entre nós os melhores jogadores de futebol e

suponhamos que fossem convidados a redigir , com

apoio de competentes jornalistas, a “Enciclopédia do

Futebol”. E que, depois, excelentes instrutores

transformassem essa enciclopédia em lições, instruções

e técnicas. Seriam escolhidos para um rigoroso

treinamento, dentre os jogadores, aqueles com melhor

perfil físico e aptidão para o jogo. Quantos “Pelés” e

“Ronaldos” poderiam ser criados dessa maneira?

Provavelmente nenhum, pois os autores poderiam ter

desprezado, em sua enciclopédia, exatamente o que

mais conta para o sucesso: uma certa malícia de jogo, a

catimba, a prontidão para enfrentar situações

imprevistas, a visão de jogo ampla e imaginativa o

suficiente para perceber oportunidades, a atitude lúdica,

mas esforçada e persistente, o desejo de superar-se etc.

Há tantos fatores a considerar, todos relacionados não

com o conhecimento racional e objetivo sobre regras do

jogo e fisiologia do esporte, mas com o saber tácito de

um craque da bola.

Não há oposição entre o saber tácito e o explícito, eles

são na verdade, complementares. Todo conhecimento

envolve uma parcela explicitável, que pode ser registrada

na enciclopédia ou nas instruções do exemplo anterior, e

uma parcela tácita. Alguns preferem o termo

conhecimento explícito a explicitável. Indago se seria

possível existir um conhecimento puramente explícito.

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Seria, na verdade, apenas informação e, além do mais,

pobre em simbolismos, pois, se o conhecimento é algo

pessoal, dádiva dos seres humanos, algo de tácito

sempre existirá nele. Por isso, opto pelo termo

explicitável: algo que não é, mas poderá ser – um

potencial”.(pág.54)”.

Espirais do Conhecimento, Paulo Yazigi Sabbag, São Paulo,: Saraiva, 2007.

Compreender como valorizar o Saber popular (tácito), inserir o Saber

técnico (explícito), na comunidade.

As tecnologias sociais aliam saber popular, organização social e

conhecimento técnico científico. Partem do reconhecimento de que existe um

saber que está na comunidade, que passa de uma geração para outra, mas

que nem sempre é visto como válido. Voltamos a pergunta anterior- O que é

necessário para que o conhecimento popular se transforme em tecnologia

social? Valorizá-lo e fazer a conexão entre ele e o saber que é produzido com

pesquisas e com os estudos já existentes sobre a realidade local. É

fundamental que haja o envolvimento direto entre as pessoas que vivenciam os

problemas e que já sabem por onde passam as soluções, e as universidades,

instituto de pesquisas, ou outros agentes, que trazem acúmulo diferentes

obtidos por meio de estudos e pesquisas sistematizadas. A partir desse

encontro. O conhecimento se estrutura e as tecnologias sociais são

construídas.

Nesta perspectiva, as tecnologias sociais não podem ser simplesmente

introduzidas “de fora”. Devem considerar um melhor aproveitamento da cultura,

dos modos de fazer e conviver, das matérias- primas e do meio ambiente local.

Não só devemos respeitar, como até incorporar saberes tradicionais presentes

no grupo social e na comunidade com a qual se pretende trabalhar. A

comunidade local precisa participar do processo de trabalho, tanto para

aprender como esse se organiza e funciona, como para sugerir mudanças e

participar ativamente do seu aperfeiçoamento.

Por isso, todo o processo de trabalho implica o desenvolvimento de uma

ação social na comunidade, por exemplo, é tão importante quanto os

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resultados obtidos por meio dele. E é com o acompanhamento e o

monitoramento contínuo da ação coletiva que esses aspectos podem ser

evidenciados e apropriados por todos os que dela participam.

Quando monitoramos, levantamos informações (mapas dos desafios),

dados e relatos que trazem relatos diversos e significativos sobre a realidade.

Esse monitoramento é um importante instrumento para trazer a visão da

comunidade sobre os problemas locais e subsidiar ajustes e melhorias nas

ações e tecnologias desenvolvidas para seu enfrentamento.

A principal característica das tecnologias sociais é que são reaplicáveis,

ou seja, podem ser usadas e multiplicadas entre um grande número de

pessoas. A idéia de reaplicação é diferente da de replicação. A tecnologia

social não pode ser simplesmente copiada tal como foi concebida (replicação).

É importante que, no processo de multiplicação das experiências, ela seja

recriada, ajustada, e que sejam agregados novos elementos (inovação) pelas

pessoas da comunidade. Com isso, espera-se que o conhecimento seja, de

fato, apropriado e reconstruído pela comunidade. É esse movimento que

chamamos de reaplicação.

Reaplicar é, portanto, uma ação aberta a novos saberes construídos a

partir da organização comunitária, da articulação das ações em redes sociais,

da comunicação e mobilização social.

Fomentar a prática da Gestão do Conhecimento a constituir-se

objetivamente numa rede de gestão do conhecimento que opere segundo

interesse da comunidade .

Compreender como o empreendedorismo como recurso estratégico,

através da implantação de diversas práticas a fim, pode garantir a

transformação do conhecimento tácito em explícito

Analisar e instigar os jovens, a comunidade a construção de projetos

pessoais, coletivos, visando o desenvolvimento de capacidades e

oportunidades para o desenvolvimento de autonomia pessoal, social e

sustentabilidade.

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Refletir sobre o conhecimento tradicional já existente entre as pessoas

de uma comunidade e a articulação de redes sociais, para a conexão do

conhecimento proveniente de pesquisas e estudos de organizações

especialistas para gerar soluções que respondam a necessidades coletivas e

melhorias na qualidade de vida.

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CAPÍTULO IV - ANALISAR A INTERFERÊNCIA DO PEDAGOGO COMO

DISSEMINADOR DA GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS COMUNIDADES

DE QUISSAMÃ, NA CONCRETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO, NA

CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA, INCENTIVANDO O DESENVOLVIMENTO

DO PROTAGONISMO SOCIAL E SUSTENTÁVEL.

Dentro desse contexto, a atuação do pedagogo com a contribuição da

Pedagogia Empresarial, como disseminador da gestão do conhecimento e

facilitador ( mediador) da construção desse conhecimento pela comunidade, é

necessário colocar em prática os quatro pilares da Educação

OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÂO

“Para buscar respostas plausíveis aos desafios que essa nova educação

impõe, o educador deve organizar-se buscando quatro aprendizagens

essenciais que ao longo de toda a vida, serão de algum modo sua bússola

segura: essas aprendizagens seriam:

* Aprender a conhecer. Isto é , adquirir as competências para a

compreensão, incluindo o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento.

Em síntese, quem aprende a conhecer aprende a aprender, e essa

aprendizagem é absolutamente essencial para as relações interpessoais, as

capacidades profissionais e os fundamentos de uma vida digna. Essa primeira

aprendizagem seria uma palavra de ordem que dá um basta à aprendizagem

de saberes inúteis que entulham nossos currículos e também o fim de uma

visão de que o ensino deve estar restrito a um certo número de horas por dia

e de um certo número de anos para a sua conclusão. Em seu lugar devem

imperar habilidades para se construir conhecimentos, exercitando os

pensamentos, a atenção e a memória, selecionando as informações que

efetivamente possam ser contextualizadas com a realidade que se vive e

capazes de serem expressas através de linguagens diferentes;”

(pág.13).”Como desenvolver as competências em sala de aula – Celso Antunes

– Editora Vozes – 2º Ed. – 2001.”

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È necessário a convivência nas comunidades, a interação para conhecer

suas potencialidades, habilidades, necessidades, ganhar a confiança das

mesmas, a própria comunidade apontará suas prioridades.

* Aprender a fazer. Embora quem aprenda a conhecer já esteja

aprendendo a fazer, esta segunda aprendizagem enfatiza a questão da

formação profissional e o preparo para o mundo do trabalho. Que não se

entenda aqui que o tema possa se referir ao Ensino Técnico ou algo similar,

mas sim que a escola, desde a educação infantil, ressalte a importância de se

pôr em prática os conhecimentos significativos ao trabalho futuro. Aprender a

fazer , portanto, não pode continuar significando “ preparar alguém para uma

tarefa determinada”, mas sim despertar e estimular a criatividade para que se

descubra o valor construtivo do trabalho, sua importância como forma de

comunicação entre o homem e a sociedade, seus meios como ferramentas de

cooperação e para que transforme o progresso do conhecimento em novos

empreendimentos e em novos empregos;” (pág.14). ”Como desenvolver as

competências em sala de aula – Celso Antunes – Editora Vozes – 2º Ed. –

2001.”

Valorizar a cultura local. Não trazer conhecimento de fora. Mas valorizar

o saber local. Dar nova cara aos produtos, inovar, recriar sempre para se

manter no mercado. Ser sustentável. Incentivar o empreendedorismo.

• Aprender a viver juntos, a viver com os outros. Para que isso possa

verdadeiramente acontecer é essencial que os professores tenham

coragem de desvertir a escola de sua fisionomia de quartel e deixar de

ser disfarçado campo de competições para , aos poucos, ir se

transformando em um verdadeiro centro de descoberta do outro e

também um espaço estimulador de projetos solidários e cooperativos ,

identificados pela busca de objetivos comuns. Essa missão é bem mais

difícil de ser começada do que ser concluída e em diferentes pontos e

lugares existem experiências extraordinárias da descoberta do outro a

partir da descoberta de si mesmos. Os caminhos do autoconhecimento e

da auto-estima são os mesmos da solidariedade e da

compreensão;”(pág.15). ”Como desenvolver as competências em sala

de aula – Celso Antunes – Editora Vozes – 2º Ed. – 2001.”

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As possibilidades de mudanças acontecem, através do exercício da

cidadania participativa, que se vai construindo de muitas formas, sendo uma

delas o desenvolvimento de iniciativas comunitárias que tem gerado e efetivado

projetos de transformação .

Participação ativa da comunidade, visando solucionar problemas coletivos

e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

• Aprender a ser. Houve um tempo na educação grega em que era

quase impossível pensar na mente se que se pensasse também no

corpo. Essa visão holística e integral do homem, tempos depois, foi

sendo devorada por uma concepção divisionária da educação, onde os

atributos do corpo somente deveriam ser perseguidos pelos limitados

em sua mente. Aprender a ser retoma a idéia de que todo ser humano

deve ser preparado inteiramente – espírito e corpo, inteligência e

sensibilidade, sentido estético e responsabilidade pessoal, ética e

espiritualidade – para elaborar pensamentos autônomos e críticos e

também para formular os próprios juízos de valores, de modo a poder

decidir, por si mesmos, como agir em diferentes circunstâncias da

vida.”( Pag.15). ”Como desenvolver as competências em sala de aula –

Celso Antunes – Editora Vozes – 2º Ed. – 2001.”

O ser humano como um todo, corpo e mente ( penso logo existo), sendo

construído a todo momento na práxis, ação, reflexão, ação. Os quatros pilares

da educação é necessário, tanto para o pedagogo, quanto para a comunidade

que irá trabalhar . É difícil pois, a comunidade, não foi educada, organizada

para o exercício da reflexão. Mas a comunidade é um espaço de formação de

cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e

coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

4.1 - Interação, comunicação e mobilização social

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O crescimento acelerado das cidades e certa desintegração gerada

pela grande expansão urbana vem diminuindo drasticamente o uso

compartilhado de espaços públicos que proporcionam experiências comuns

de vida. Especialmente nos grandes centros urbanos, a desconexão entre

habitantes é, muitas vezes, compensada pela conexão proporcionada pelos

meios de comunicação de massa.

Nesses tempos em que a informação assume um papel cada vez mais

relevantes, promover o exercício da cidadania significa motivar e sensibilizar

as pessoas para transformarem as diversas formas de participação na defesa

da qualidade de vida e em co-responsabilidade social.

Mobilização social consiste nas ações de despertar interesses,

convocar vontades e integrar vozes para alcançar o objetivo comum de

intervir na realidade e mudar situações e atitudes .É da necessidade de juntar

pessoas e unir forças que nascem mobilizações voltadas para estimular o

desejo de agir e formar opiniões nas pessoas. Por isso, mobilização social é

também comunicação, pois aproxima e permite compartilhar desejos comuns,

convoca apoio e parcerias, socializa informações de maneira que todos se

sintam parte de uma ação ou movimento. Essa comunicação pode

materializar-se em processos ou produtos , como campanhas, seminários

debates, oficinas, programas de rádio, blogs, sites etc., que cumprem o papel

de promover a troca e a difusão das informações.

Mais do que pelo fato de integrar uma rede social, o sucesso de uma

intervenção na comunidade depende do quanto se consegue a adesão das

pessoas direta e indiretamente envolvidas . Para uma ação de mobilização

social ganhar força é preciso do apoio da comunidade. No apoio direto, o

desafio está em construir relações de parceria que contribuam

substantivamente para o desenvolvimento da proposta.

O termo parceria tem sido empregado para traduzir várias formas de

relação entre diferentes organizações, instituições, ou empresas. Parceiros são

pessoas, organizações que se unem em torno de um interesse. Comum.

Frequentemente a palavra “parceria” também é associada à idéia de

complementaridade entre as partes, soma de esforços, responsabilidade

partilhada ou co-responsabilidade, ação integrada, participação conjunta. A

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consolidação das relações entre parceiros passa em diferentes níveis ou grau

por:

- compreensão compartilhada da situação ou da realidade social em que

se estrutura a ação conjunta;

- construção de relações de confiança entre parceiros por meio de trocas

e conhecimento mútuo. Essa confiança ganha expressão quando existe e se

reconhece a reciprocidade do investimento de cada parte em torno do projeto

comum e quando se constroem afinidades de postura e de crença;

-respeito e valorização das diferenças entre parceiros, o que proporciona

aprendizagem de novos saberes e complementação de competências no

desenvolvimento das ações;

- flexibilidade nas relações, que favorece o surgimento de novas

oportunidades, bem como criação a recriação dos processos de

trabalho. Supõe ainda interação permanente e diálogo aberto;

- informação e comunicação ágil e contínua que alimentam o processo

coletivo de trabalho ampliando horizontes e renovando-os continuamente, bem

como favorecendo maior horizontalidade nas relações e qualificando a

participação;

- transparência na prestação de contas do que está sendo feito por cada

parceiro e na avaliação da atuação de cada parte envolvida;

- apropriação dos resultados e impactos que são gerados pelas ações

comuns;

- respeito à autonomia e independência de atuação entre parceiros,

respeitando- se os acordos estabelecidos , o que pressupõe definição clara de

papéis e funções de cada um.

A partir da união de esforços entre diferentes atores, como organizações da

sociedade civil, iniciativa privada e governos, criam-se condições de ampliar os

horizontes de uma ação social, na perspectiva de contribuir para promoção do

desenvolvimento local sustentável.

4.2- Inserir tecnologias sócias e desenvolvimento sustentável

incentivando o empreendedorismo.

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As tecnologias sociais surgirão como resultados de um processo que se

caracteriza pela introdução de valores como construção compartilhada do

conhecimento e comprometimento com a solução de problemas que afetam a

qualidade de vida da população. Como a tecnologia é socialmente construída,

ela é uma ferramenta que promove inclusão e, mais que isso emancipação

social, tornando-se essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento

– o desenvolvimento sustentável.

A idéia de desenvolvimento sustentável ganhou força nos últimos anos

por conciliar o crescimento econômico, a justiça social e a proteção ambiental.

Além disso,

- Leva em consideração as pessoas – suas crenças, habilidades e

valores, o direito à qualidade de vida e a preservação do meio ambiente no

processo de desenvolvimento;

- Direciona suas ações a partir não somente de demandas e problemas

,mas também das potencialidades locais e, por isso, é sustentável. Neste

sentido são importantes tanto as iniciativas dos governos e das empresas

como as das comunidades que são protagonistas do processo de

desenvolvimento, buscando a participação social , a autonomia e o bem estar

das gerações atuais e futuras;

- Constrói um processo baseado na mobilização social,na interação com

redes sociais , na participação e valorização das tecnologias sociais , e não

apenas na boa vontade e disposição de poucos.

A idéia de desenvolvimento sustentável incorpora:

- uma dimensão “humana”, no sentido de estar voltado para as pessoas ,

suas culturas e particularidades locais;

- uma dimensão “social”, na medida em que considera os interesses da

coletividade e precisa ser “sustentável”, isto é, precisa buscar o bem estar

atual da comunidade e, ao mesmo tempo , manter o compromisso com as

gerações futuras.

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As tecnologias sociais, compreendidas como conhecimento aplicável que

inclui metodologias, processos, produtos e modos de fazer coisas, contribuem

para construir essa nova visão de desenvolvimento.

A valorização do saber local, a conexão dele com outros saberes, o

resgate da auto-estima, a cooperação, a solidariedade, o exercício de

cidadania e novas perspectivas de geração de trabalho e renda constituem os

pilares do desenvolvimento sustentável. A partir do momento em que as

comunidades percebem que as soluções que criaram são tecnologias,passam

a valorizar sua vivência e os conhecimentos que produzem. Esse movimento

gera a percepção da importância da própria prática para as mudanças da

realidade local e de todo o país.

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CONCLUSÃO

A função social do pedagogo empresarial, como educador, facilitador é

ser agente de transformação. Cabe a ele auxiliar na organização dos desejos e

necessidades da população com a qual trabalha. Ele se constitui numa

referência para a comunidade, participando da estruturação do movimento

popular a partir do seu trabalho com os jovens, com a família, com a

comunidade. Sua função não se restringi ao trabalho com os grupos, mas

amplia-se para as famílias e a comunidade em geral.

As possibilidades de mudanças acontecem através do exercício da

cidadania participativa, que vai se construindo de muitas formas, sendo uma

delas o desenvolvimento de iniciativas comunitárias que têm gerado e efetivado

projetos de transformação, articulando entre si uma teia de experiências que

têm diferenciado o movimento social nos últimos anos.

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