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O Perdão – O Perdão – Andradina de Andradina de Oliveira Oliveira

O Perdão – Andradina de Oliveira

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O Perdão – O Perdão – Andradina de Andradina de

OliveiraOliveira

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Questão norteadora: Como as Questão norteadora: Como as personagens femininas de “O Perdão” personagens femininas de “O Perdão” representam o lugar ocupado pela representam o lugar ocupado pela mulher na sociedade da época?mulher na sociedade da época?

Objetivo: Analisar a obra “O Perdão”, Objetivo: Analisar a obra “O Perdão”, de Andradina de Oliveira sob a de Andradina de Oliveira sob a perspectiva do papel desempenhado perspectiva do papel desempenhado pela mulher na sociedade da segunda pela mulher na sociedade da segunda metade do século XIX, de acordo com metade do século XIX, de acordo com as personagens femininas do as personagens femininas do romance.romance.

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““Era preciso todo o cuidado, pois que a Era preciso todo o cuidado, pois que a honra da mulher é frágil como o honra da mulher é frágil como o vidro.”vidro.”

(OLIVEIRA, 2010, p. 67)(OLIVEIRA, 2010, p. 67)

““Quem for capaz de resistir a Quem for capaz de resistir a alucinação da paixão que lhe atire a alucinação da paixão que lhe atire a

primeira pedra.” primeira pedra.”

(Idem, p. 276)(Idem, p. 276)

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Contextualização da obraContextualização da obra

““O Perdão” se passa na Porto Alegre O Perdão” se passa na Porto Alegre do fim do século XIX ;do fim do século XIX ;

A cidade apresentava um cenário de A cidade apresentava um cenário de desenvolvimento urbano;desenvolvimento urbano;

Andradina de Oliveira escreveu a Andradina de Oliveira escreveu a obra durante um mês, no ano de obra durante um mês, no ano de 1909.1909.

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Andradina de OliveiraAndradina de Oliveira

Nascida em Porto Alegre, em 12 de junho de Nascida em Porto Alegre, em 12 de junho de 1870;1870;

Em 1898 fundou a revista semana “Escrínio”, Em 1898 fundou a revista semana “Escrínio”, juntamente com sua filha Lola, em Bagé;juntamente com sua filha Lola, em Bagé;

Membro da Academia Literária Feminina do Membro da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul; patrona da Cadeira nº 11;Rio Grande do Sul; patrona da Cadeira nº 11;

Uma das feministas mais ardorosas da época;Uma das feministas mais ardorosas da época; Foi presa durante a Revolução de 1932;Foi presa durante a Revolução de 1932; Faleceu em São Paulo, em 19 de junho de Faleceu em São Paulo, em 19 de junho de

1935.1935.

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O PerdãoO Perdão

Tema central: Adultério.Tema central: Adultério.

Crítica social às classes;Crítica social às classes; A cultura do casamento no contexto da A cultura do casamento no contexto da

família burguesa;família burguesa; A descoberta da própria sexualidade, pela A descoberta da própria sexualidade, pela

mulher.mulher.

Ficção naturalista.Ficção naturalista.

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EnredoEnredo• A família de Leonardo é apresentada;

• Birutinha aparece na casa ao mesmo tempo que “os pobrezinhos de Lúcia”;

• Alguns anos se passam e Estela está casada com Jorge; o casal têm dois filhos;

•Junto da família vive Armando, sobrinho de Jorge;

•Armando tenta seduzir Estela – ela tenta resistir e acaba ficando doente;

•Celeste se apaixona por Armando;

•Estela acaba sucumbindo à sedução do jovem;

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Desesperada e envergonhada, acaba fugindo com Armando, deixando carta para o marido e para os pais;

Jorge chega em casa e descobre que a esposa o deixou;

Este vai até a casa de Leonardo e explica o ocorrido. Celeste tem um ataque e acaba falecendo ao saber do ocorrido;

Toda a cidade comenta o ocorrido; Estela pula do navio, buscando

desesperadamente o seu perdão.

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EspaçoEspaço

A história se passa em Porto Alegre, na segunda A história se passa em Porto Alegre, na segunda metade do século XIX.metade do século XIX.

Casa da família de Leonardo;Casa da família de Leonardo; Casa de Estela e Jorge;Casa de Estela e Jorge; Bondes;Bondes; Confeitaria Central.Confeitaria Central.

São Leopoldo;São Leopoldo; Moinhos de Vento;Moinhos de Vento; Lagoa dos Patos.Lagoa dos Patos.

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TempoTempo

Cronológico, com a utilização de flashback, Cronológico, com a utilização de flashback, para contar a história de alguns personagens.para contar a história de alguns personagens.

““O casamento de Birutinha ia se realizar daí a O casamento de Birutinha ia se realizar daí a dois meses, mas o noivo foi assassinado, por dois meses, mas o noivo foi assassinado, por engano, uma noite quando saía do teatroengano, uma noite quando saía do teatro (...)”(...)”

(OLIVEIRA, 2010, p. 70)(OLIVEIRA, 2010, p. 70)

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PersonagensPersonagens EstelaEstela CelesteCeleste LúciaLúcia PaulaPaula D. BirutinhaD. Birutinha Tia ZinaTia Zina EvaEva CombaComba

ArmandoArmando JorgeJorge LeonardoLeonardo Mário e PetrônioMário e Petrônio ErnestoErnesto JacintoJacinto MartinhoMartinho

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Foco narrativoFoco narrativo

3ª pessoa - narrador onisciente;3ª pessoa - narrador onisciente;

“ “Fitou o amante. Ele podia dormir! E uma Fitou o amante. Ele podia dormir! E uma onda de nojo e ódio se levantou, terrível, onda de nojo e ódio se levantou, terrível, dentro do seu ser crucificado e ultrajado dentro do seu ser crucificado e ultrajado (...) Uma ideia sinistra, que lhe vinha (...) Uma ideia sinistra, que lhe vinha verrumando forte o cérebro enfebrecido, verrumando forte o cérebro enfebrecido, impelia-a agora, qual uma visão, pelo impelia-a agora, qual uma visão, pelo corredor deserto e penumbroso.”corredor deserto e penumbroso.”

(OLIVEIRA, 2010, p. 304)(OLIVEIRA, 2010, p. 304)

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LinguagemLinguagem Utiliza-se expressões em língua inglesa e Utiliza-se expressões em língua inglesa e

francesa, bem como termos do vocabulário francesa, bem como termos do vocabulário gauchesco. A fala dos serviçais e pessoas de gauchesco. A fala dos serviçais e pessoas de classe mais baixa é adaptada também.classe mais baixa é adaptada também.

““Era dos pagos dela que Leonardo falava.” (p. Era dos pagos dela que Leonardo falava.” (p. 41)41)

““É memo um peixão!” (p. 43)É memo um peixão!” (p. 43)

““(...) uma leve poeira de ‘Peau d’Espagne’ (...) uma leve poeira de ‘Peau d’Espagne’ pulverizou o mármore ‘rose’ do toucador” (p. pulverizou o mármore ‘rose’ do toucador” (p. 80)80)

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Há bastante referências à música erudita Há bastante referências à música erudita europeia, bem como à músicas tradicionais europeia, bem como à músicas tradicionais do folclore gauchesco, e ainda à alguns do folclore gauchesco, e ainda à alguns artistas de teatro da época.artistas de teatro da época.

““Se Chopin te ouvisse te invejaria!”Se Chopin te ouvisse te invejaria!” (p. 55) (p. 55)““Tudo o que tu quiseres, até a ‘Chimarrita’, a Tudo o que tu quiseres, até a ‘Chimarrita’, a

‘Tirana’, o ‘Tatu’, o ‘Boi Barroso’.”‘Tirana’, o ‘Tatu’, o ‘Boi Barroso’.” (p. 52) (p. 52)““Se fosses para o teatro nem a Hariclée Se fosses para o teatro nem a Hariclée

Darclée nem a Patti te excederiam.”Darclée nem a Patti te excederiam.” (p. 51) (p. 51)

Referências à “O Primo Basílio”, de Eça de Referências à “O Primo Basílio”, de Eça de Queiroz.Queiroz.

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O lugar da mulher na O lugar da mulher na sociedade do fim do século XIXsociedade do fim do século XIX

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Charge que procura ridicularizar a atuação profissional das mulheres no século XX, na

Inglaterra; publicada pelo Punch Magazine em 1907.

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Figuras femininas de “O Figuras femininas de “O Perdão”Perdão”

EstelaEstela PaulaPaula

CelesteCeleste LúciaLúcia

D. BirutinhaD. Birutinha Tia ZinaTia Zina

EvaEva CombaComba

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““Paula era de uma família honestíssima, Paula era de uma família honestíssima, porém pobre. Cônscia da sua formosura e porém pobre. Cônscia da sua formosura e inteligência, sedenta de brilhar na sociedade, inteligência, sedenta de brilhar na sociedade, o que a pobreza dos pais lhe vedava, ela, sem o que a pobreza dos pais lhe vedava, ela, sem mesmo indagar se o coração palpitava pelo mesmo indagar se o coração palpitava pelo moço quase milionário, aceitou-o para moço quase milionário, aceitou-o para marido!”marido!”

((OLIVEIRA, 2010, p. 48)OLIVEIRA, 2010, p. 48)

““Tenho já vinte anos, quero ter um lar, Tenho já vinte anos, quero ter um lar, porque só dentro dele somos porque só dentro dele somos verdadeiramente rainhas!”verdadeiramente rainhas!”

(Idem, p. 67)(Idem, p. 67)

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““Se Paula casara para salvaguardar-Se Paula casara para salvaguardar-se de uma situação de penúria, se de uma situação de penúria, prerrogativa com que justifica sua prerrogativa com que justifica sua escolha, para Stella essa opção não escolha, para Stella essa opção não ocorre como solução para uma ocorre como solução para uma vivência menos privilegiada, mas vivência menos privilegiada, mas como consequência de um como consequência de um pensamento pragmático que a leva a pensamento pragmático que a leva a decidir-se pela manutenção de uma decidir-se pela manutenção de uma vida abastada e confortável.”vida abastada e confortável.”

(SANTOS, 2010, p. 155)(SANTOS, 2010, p. 155)

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““Tinha pressentimentos de mágoas futuras Tinha pressentimentos de mágoas futuras naquele presente faustoso. Por que não? A naquele presente faustoso. Por que não? A vida é feita de risos e dores. Quanta gente vida é feita de risos e dores. Quanta gente a padecer! Quanta gente a gozar (...) bem a padecer! Quanta gente a gozar (...) bem ditosos os que partiam cedo!”ditosos os que partiam cedo!”

(OLIVEIRA, 2010, p. 54)(OLIVEIRA, 2010, p. 54)

““Morrer moça... Ir de noiva... Não ficar aqui Morrer moça... Ir de noiva... Não ficar aqui para sofrer e chorar... Ai! Quem me dera para sofrer e chorar... Ai! Quem me dera ter morrido aos quinze anos!”ter morrido aos quinze anos!”

(Idem, p. 270)(Idem, p. 270)

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““- (...) Papai nunca teve ciúmes da mamãe - (...) Papai nunca teve ciúmes da mamãe nem ela dele. Jamais vi aquele casal nem ela dele. Jamais vi aquele casal aborrecer-se.aborrecer-se.

- E segues o exemplo deles?- E segues o exemplo deles?

- Ah! Sim.- Ah! Sim.

- É fácil, filha, quando se tem um marido - É fácil, filha, quando se tem um marido como o teu. Eu sei que Jorge é louco por ti.como o teu. Eu sei que Jorge é louco por ti.

- Casamo-nos por muita amizade.- Casamo-nos por muita amizade.

- Ah! Então não foi um casamento por amor?- Ah! Então não foi um casamento por amor?

- No amor está compreendida a amizade.”- No amor está compreendida a amizade.”

(OLIVEIRA, 2010, p. 153)(OLIVEIRA, 2010, p. 153)

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““(...) São quase quatro horas! O (...) São quase quatro horas! O Ricardo já está a minha espera! O Ricardo já está a minha espera! O Valério hoje janta com a amante. São Valério hoje janta com a amante. São coisas da vida! Consequências da coisas da vida! Consequências da indissolubilidade do nó matrimonial. indissolubilidade do nó matrimonial. Viesse o divórcio e estava tudo Viesse o divórcio e estava tudo remediado. Eu casava-me com o remediado. Eu casava-me com o Ricardo e o Valério com a tipa. Não Ricardo e o Valério com a tipa. Não era mais decente e mais humano?”era mais decente e mais humano?”

(OLIVEIRA, 2010, p. 157)(OLIVEIRA, 2010, p. 157)

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““A mulher das classes superiores tinham A mulher das classes superiores tinham que entender cedo que a única porta aberta que entender cedo que a única porta aberta para uma vida que fosse, ao mesmo tempo, para uma vida que fosse, ao mesmo tempo, fácil e respeitável era aquela do casamento. fácil e respeitável era aquela do casamento. Logo, ela dependia de sua boa aparência, Logo, ela dependia de sua boa aparência, nos conformes do gosto masculino daqueles nos conformes do gosto masculino daqueles dias, de seu charme e das artes de sua dias, de seu charme e das artes de sua penteadeira".penteadeira".

(Charlotte Despard, memórias não (Charlotte Despard, memórias não publicadas, registro de 1850) publicadas, registro de 1850)

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““Muitas lágrimas verteram os seus olhos Muitas lágrimas verteram os seus olhos que, hoje, riam com as graças de Lúcia, o que, hoje, riam com as graças de Lúcia, o anjo que embalara nos braços, e que enchia anjo que embalara nos braços, e que enchia de carícias a sua vida. E o seu coração de carícias a sua vida. E o seu coração amoroso de mulher (...) estremeceu de uma amoroso de mulher (...) estremeceu de uma saudade imensa (...) que havia de saudade imensa (...) que havia de acompanhá-la até a sepultura. (...) Fora acompanhá-la até a sepultura. (...) Fora sinceramente amada por um jovem garboso sinceramente amada por um jovem garboso e forte que, em defesa da pátria, morrera e forte que, em defesa da pátria, morrera tão distante do seu carinhos, lá nas plagas tão distante do seu carinhos, lá nas plagas inóspitas do Paraguai.”inóspitas do Paraguai.”

(OLIVEIRA, 2010, p. 50)(OLIVEIRA, 2010, p. 50)

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"Permanecer solteira era considerado uma "Permanecer solteira era considerado uma desgraça e aos trinta anos uma mulher que desgraça e aos trinta anos uma mulher que não fosse casada era chamada de velha não fosse casada era chamada de velha solteirona. Depois que seus pais morriam, o solteirona. Depois que seus pais morriam, o que elas podiam fazer, para onde poderiam que elas podiam fazer, para onde poderiam ir? Se tivessem um irmão, poderiam viver ir? Se tivessem um irmão, poderiam viver em sua casa, como hóspedes permanentes em sua casa, como hóspedes permanentes e indesejados. Algumas tinham que se e indesejados. Algumas tinham que se manter e, então, as dificuldades manter e, então, as dificuldades apareciam.”apareciam.”

(Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito (Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito de 1860) de 1860)

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““A Lúcia, com a habitual vivacidade e a sua A Lúcia, com a habitual vivacidade e a sua graça adorável, dava um encanto graça adorável, dava um encanto dulcíssimo àqueles almoços de uma vez dulcíssimo àqueles almoços de uma vez por semana. (...) Eles adoravam, deveras, a por semana. (...) Eles adoravam, deveras, a galante mocinha.”galante mocinha.”

(OLIVEIRA, 2010, p. 83)(OLIVEIRA, 2010, p. 83)

““IsmolaIsmola escondida não é bonito não é escondida não é bonito não é bonito. É bonito. É mió entrá a cambuiadamió entrá a cambuiada: : ansim ansim o povo pensa que tudo aqui tem o povo pensa que tudo aqui tem bão bão coração! coração! Despois Despois os os nome nome vai vai prá prá o o jornal. A Eva é burra jornal. A Eva é burra mais mais entende as entende as coisacoisa.”.”

(Idem, p. 79)(Idem, p. 79)

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““Ainda que, em sua fala, Eva se Ainda que, em sua fala, Eva se reconheça burra, o reparo feito reconheça burra, o reparo feito demonstra seu aguçado grau de demonstra seu aguçado grau de consciência a respeito do processo consciência a respeito do processo de benemerência paternalista, que de benemerência paternalista, que apenas mascara uma situação social apenas mascara uma situação social injusta, sublimando com a esmola injusta, sublimando com a esmola semanal a realidade de um sistema semanal a realidade de um sistema falacioso.”falacioso.”

(SANTOS, 2010, p. 187)(SANTOS, 2010, p. 187)

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““E Estela (...) revoltava-se contra o E Estela (...) revoltava-se contra o marido, contra Armando, contra si marido, contra Armando, contra si própria. Era angustiosa a situação própria. Era angustiosa a situação que aquele momento de desvario a que aquele momento de desvario a colocava! (...) E estremecia toda, até colocava! (...) E estremecia toda, até as entranhas, à recordação dos as entranhas, à recordação dos lábios rubros e gelados do moço. lábios rubros e gelados do moço. Nunca sentira emoção igual! Nunca!”Nunca sentira emoção igual! Nunca!”

(OLIVEIRA, 2010, p. 114)(OLIVEIRA, 2010, p. 114)

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Era então bem certo que a sociedade Era então bem certo que a sociedade só fecha as suas portas à mulher que só fecha as suas portas à mulher que cai e as abre, sempre, ao vil cai e as abre, sempre, ao vil causador da queda (...) Estava ali, causador da queda (...) Estava ali, só... Exilada do convívio social!”só... Exilada do convívio social!”

(OLIVEIRA, 2010, p. 240)(OLIVEIRA, 2010, p. 240)

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““Contemplou, soberba, o oceano Contemplou, soberba, o oceano imenso... Toda aquela água não imenso... Toda aquela água não lavaria a mácula do seu corpo?!... lavaria a mácula do seu corpo?!... Ergueu os olhos, os olhos Ergueu os olhos, os olhos esplendorosos... O céu era doce e esplendorosos... O céu era doce e tranquilo... Lá encontraria o seu tranquilo... Lá encontraria o seu Perdão...”Perdão...”

(OLIVEIRA, 2010, p. 304)(OLIVEIRA, 2010, p. 304)

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““Stella tornara-se refém da paixão Stella tornara-se refém da paixão que nutre por Armando, o qual, de que nutre por Armando, o qual, de forma cada vez mais ousada, persiste forma cada vez mais ousada, persiste seduzindo-a, transformando-a em um seduzindo-a, transformando-a em um ser infeliz, pois a descoberta da ser infeliz, pois a descoberta da própria sexualidade significa, para a própria sexualidade significa, para a personagem, não ser mais digna de personagem, não ser mais digna de conviver com os familiares.”conviver com os familiares.”

(SANTOS, 2010, p. 157)(SANTOS, 2010, p. 157)

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““A culpa que Stella experimenta, a partir do A culpa que Stella experimenta, a partir do deslocamento em direção à descoberta de deslocamento em direção à descoberta de sua sexualidade, responde à pulsão sua sexualidade, responde à pulsão vida/morte, desencadeando um percurso vida/morte, desencadeando um percurso dicotômico em que a personagem se projeta dicotômico em que a personagem se projeta em direção a emoções contraditórias: de um em direção a emoções contraditórias: de um lado, vislumbra a possibilidade de ser feliz e lado, vislumbra a possibilidade de ser feliz e ter vida nova; de outro, entrega-se à dor ter vida nova; de outro, entrega-se à dor física e moral, deixando-se envolver por um física e moral, deixando-se envolver por um sentimento destrutivo de autopunição, que sentimento destrutivo de autopunição, que se avoluma ao longo da narrativa e a projeta se avoluma ao longo da narrativa e a projeta para uma situação de angústia tensa (...) para uma situação de angústia tensa (...) que abala sobremaneira a saúde física da que abala sobremaneira a saúde física da protagonista.”protagonista.”

(SANTOS, 2010, p. 158)(SANTOS, 2010, p. 158)

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Plano de Plano de aulaaula

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Considerações finaisConsiderações finais

As personagens femininas de “O As personagens femininas de “O Perdão”, nos mostram diferentes Perdão”, nos mostram diferentes lados da mulher do século XIX, em lados da mulher do século XIX, em fase de transição, em uma Porto fase de transição, em uma Porto Alegre que estava em um processo Alegre que estava em um processo de crescimento e desenvolvimento de crescimento e desenvolvimento urbano.urbano.

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Referências BibliográficasReferências Bibliográficas

A situação das mulheres no século XIX.A situação das mulheres no século XIX. In: In: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/arthttp://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=203igo.asp?artigo=203. Acesso em 15/05/2011.. Acesso em 15/05/2011.

OLIVEIRA, Andradina de. O Perdão. OLIVEIRA, Andradina de. O Perdão. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2010.Florianópolis: Ed. Mulheres, 2010.

SANTOS, Salete Rosa Pezzi dos. SANTOS, Salete Rosa Pezzi dos. Duas Duas mulheres de letras:mulheres de letras: representações da representações da condição feminina. Caxias do Sul, RS: Educs, condição feminina. Caxias do Sul, RS: Educs, 2010.2010.