10
OPINIÃO PÚBLICA Editora interina: Fernanda Ferreira [email protected] (62) 3267-1147 1 Diário da Manhã DM.COM.BR GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013 E stamos no tempo de mudanças épi- cas. A maior delas é a da limpeza moral da Humanidade. Nenhum mal fi- cará de pé na Terra. O tecido social será despido da inversão de valores nas elites e nas plebes. As vantagens individuais irão caindo para o interesse coletivo nos famosos e nos anônimos. Os cofres chei- os nos ricos não mais advirão dos pratos vazios nos pobres. O justo sobreporá os bons aos maus. Sujaram demais a vida. Há dores chorando na alma do mundo. Deus começou passar a limpo a civiliza- ção contemporânea. A corrupção come o Planeta. Ela é a droga indutora do incentivo à dependên- cia nos vícios. A todos eles. Os criminaliza- dos e impunes na servidão às clandestini- dades. Os condenáveis e legalizados no consenso das permivissidades. O poder perdeu a moral na partilha das culpas. Até as autoridades que vivem bem no bolso estão vivendo mal na consciência. A pe- núria miserável é a da pobreza no caráter. O cívico foi ao chão das nulidades tri- unfantes no cínico. Há mitos reluzentes nos ídolos. Estão líderes nas venerações do ilusório. Não são estadistas no cerne da ética. São empenáveis no idealismo. Amoldam-se ao alarido das conveniên- cias de ajeito das negociatas de assessores nos negócios públicos. Às vezes o escrú- pulo quer reagi-los. Vacilam. A conivência não os deixa. E passam o resto da vida no gosto amargo do arrependimento. O verdadeiro líder tem bom coração, a cabeça no sonho, noção do justo e obsti- nação nos atos. É atento à vozeria das im- prudências e não se influência dos insen- satos. As assessorias são necessárias e pro- fícuas no limite de suas tarefas exercidas, com humildade e obediência, no conjun- to do trabalho definido no objetivo do al- mejado. Essa é a lei na ordem dos valores e seletiva dos méritos diferenciados na mais-valia de cada auxiliar. Hierarquia é imprescindível. Organização é fundamen- tal. Clareza de propósitos e firmeza nas de- cisões são vitais. Nada funciona direito nos empreendimentos humanos, sem a preci- são de uma máquina ajustada nas peças. A identidade no ideal é o fator deter- minante da unidade entre pessoas de condições sociais diferentes dedicarem- se identificadas na mesma luta por uma causa relevante. Caráter é a primazia das prioridades na ética. Onde há caráter, tu- do se concerta nos erros. Na pessoa que não tem caráter, nada dá certo no corre- to. Até as religiões se desonestam na doutrina divina do Cristianismo. Até a ci- ência política se emburrece nas ideias dos políticos medíocres. A honestidade, mais que uma dádiva da moral, é uma bênção da inteligência. A retidão de princípios é tão essencial quanto à graduação profissional nos membros de uma equipe. O dirigente precisa ter superioridade de conheci- mento e ser inflexível na honradez, para ser respeitado em sua autoridade. É con- dição intrínseca ao comando. A turveza intelectual e a fragilidade moral estimu- lam a condescendência com as insubor- dinações e fomenta a formação de sub- grupos nocivos à disciplina dos coman- dos. O líder vacilante fraqueja na autono- mia, perde o controle da situação, torna- se refém dos desmandos e faz-se cúm- plice dos insubordinados inescrupulo- sos. Aí é sofrer na espada que o que mais dói nela não é o corte na lâmina, mas a mão que fere no cabo dela. O estadista é um consertador de civili- zações, portador das ideias construtivas, reformulador do destino nas nações, res- taurador da paz nas guerras, antevedor das mudanças históricas, condutor da evolução no mundo. O estadista é o missi- onário da perfeição, para o aprimoramen- to continuo da vida. Nas pessoas e nos animais. Nas pedras e nos vegetais. Nos ventos e nas respirações. Nas sombras e nas luzes. Por que tudo é vida interligada no Universo e tem espirito no corpo físico. O tempo de agora está se refazendo do ciclo das bonanças estáveis no clima das impunidades. O inexorável realinha- mento das condutas humanas consu- ma-se, como as mudanças atmosféricas nas quatro estações do ano. No início dos períodos chuvosos, primeiro troveja e relampeja, depois chuvisca antes de chover grosso, em seguida vem o tempo- ral com raios e termina em lama escor- rendo nas enxurradas. Acontece igual nos céus do poder. Começou com es- trondos de escândalos. Relampejaram denúncias nos ares do governos. Nuvens negras choveram condenações pesadas. Rajadas de coriscos fulminaram os ali- cerces da podridão moral nos povos. As tempestades da moralização rugem e formam-se em sua turbulência tufões varredores dos que desonram a vida pa- ra os esgotos da corrupção. A ambientação da decência mudou na natureza humana. Ser honesto e ser bom é ser um ser enviesado do váli- do no atual. O justo da solidariedade individual manchou-se do injusto na coletivização da cumplicidade. Os im- puros arrastaram os puros para a apa- rência que os iguala nas configurações do indigno. Há horas doídas trazendo dores caladas e remorsos escorrendo gemidos vindo de sofrimentos terríveis. O céus espelham, debruço, e teto am- plo de uma prisão repartida em muitas celas, com correrias de consciências fu- gindo das culpas e, em todas elas, cada qual levando dentro de si o juiz da sen- tença de sua condenação. Vivemos um apagão moral. A cor- rupção derreteu nas riquezas o caráter de políticos. Chefes religiosos, a serviço das almas na Terra, trabalharam no di- nheiro dos dízimos a ascensão para os céus da política nos mandatos popula- res. Dirigentes empresariais aplicaram nas licitações das obras públicas a téc- nica da renda participativa com autori- dades nos lucros dos superfaturamen- tos. A esperteza faz-se soberana nas va- lias do vencedor. A ética desusou-se na validez das conquistas do sucesso. O postulado das lutas reserva para os ide- alistas o destino dos mártires. As pinturas dos quadros de Cristo Cru- cificado no Calvário sugerem compara- ção com o cenário das ideologias políti- cas em todas as formas de poder na civi- lização contemporânea: as pessoas ho- nestas estão sendo crucificadas entre la- drões à direita e ladrões à esquerda. Toda pessoa tem a sua cruz para carre- gar no próprio destino e precisa da ajuda de companheiros para suportar o peso dela. Por isso é providencial ao líder estar sempre em alerta com às más compa- nhias, para não se desviar da missão nas travessias das grandes amarguras. Jesus era santo, selecionou uma assessoria de 12 apóstolos, e foi traído por Judas, pri- mo de Jesus, num momento de desespe- ro, e negado por Pedro, o príncipe dos apóstolos, num instante de medo. Agora tentem dimensionar a longitude entre as equipes, pelo mérito do plano de lideranças pecadoras e pela virtude das dimensões do líder divino. É a mesma entre os faróis traseiros de um carro e a luz de uma estrela. E as cintilações na in- teligência da maioria dos líderes terrenos são fagulhas de pirilampos ante a lumi- nosidade da sabedoria de Jesus Cristo. O líder idealista é um demolidor de atrasos. Traz no luzeiro do sonho a resplandecência que acende os valiosos e apaga os tolados. A sua clarividência ir- radia a força de um incêndio que tem no fogo a chama que ilumina os bons e queima os maus. Todo avanço da mo- dernidade encontra resistência na rude- za mental dos néscios. E é mais fácil de- sempenar com a força das mãos um blo- co de aço que alinhar uma mentalidade empedrada no atraso cultural. Os luminares do estrelato humano não se impregnam da ação dos fracos. São infensos aos elogios ou às críticas. Nem se alteram nas quedas ou nas re- erguidas. Nunca se modelam no apego às coisas da Terra. Não tiram proveito de seus benéficos. A vocação os predes- tinou com a premunição aberta para o transcendental, de que o bem que fize- rem enquanto estão no corpo, só verão a amplidão deles quando já estiveram no espírito. Assim nascem e assim mor- rem os estadistas. Moisés libertou os hebreus dos egípcios, e não viu a sua Terra Prometida. Platão mostrou a li- berdade para as nações, e não viu a sua República. Lincoln acabou com a Guerra de Secessão e aboliu a escrava- tura, e não viu sua liberdade nos patrio- tas negros nos Estados Unidos. Moisés, Platão e Lincoln construíram um mun- do novo. E morreram pobres. Mas vive- rão na posteridade. É a Lei do Maktub. Os líderes que, na Terra, chegam pobres e saem ricos do poder, vão milionários para o cemitério e irão da sepultura empobrecidos no espirito para o Céu. O Brasil começa, dá voltas e termina em Goiás, e é o Estado mais perto de todos os lugares mais longes do País. O futuro está aqui. Os políticos ainda es- tão lá no passado. Mostram os defeitos uns dos outros e não se marcam nas vir- tudes recíprocas. Veem a pobreza de suas cabeças e não enxergam as riquezas no coração do Brasil. A estabilidade do cli- ma em todas as estações do ano. A fertili- dade das terras em todas as regiões. A abundância das nascentes das águas abastecendo as duas maiores bacias flu- viais da América do Sul, a dos rios Aragu- aia e Tocantins para a Amazônia, e a do rio Paranaíba para o Prata. A variedade abusiva de pedras preciosas e de miné- rios sobrando na jazidas do subsolo. O desperdício de poemas na planura das planícies e dos planaltos à toas no pro- gresso. A solidão dos sonhos no rosário das águas nas cachoeiras quebrando o silêncio das furnas no curral das monta- nhas pedindo devoção ao turismo. Mas os líderes políticos não avistam, d’aqui, as potencialidades naturais que as multinacionais já perceberam aqui. Os líderes políticos de Goiás precisam deixar de abanarem as orelhas e abrirem os olhos – se não para ouvirem a canção dos ventos nas colinas e verem a busca de amor na grinalda das manhãs –, mas para escutarem e enxergarem, hoje, os próximos vinte anos: Goiás não estará sendo governado por goianos. Goiás está indo-se embora da pro- víncia abarracada nos duelos de ódios vazando o continuísmo nos revides das vinganças mútuas em todos os flancos do populismo clientelista. O povo cansou-se da bandidagem das calunias dos que, pisados na lama, en- lameiam com a difamação e a injúria os adversários. Impõe-se o critério da civilidade entre eles e o fundamento do respeito deles para o público. O estado raia-se à luz da modernida- de. É de toda prudência que os governa- doriáveis em oferta nos partidos políti- cos, façam pesquisas qualitativas para aferir a cotação de suas imagens na aprovação das tendências de votos. Há muita espuma de prestigio flutuante na popularidade volatizada de realidade e massificada pela mídia. Credibilidade não se estampa nas versões do aparen- te, mas, sim, se insere na veracidade dos fatos palpáveis no concreto. O próximo governador terá de reunir abrangência de conhecimento, de plenitu- de na seriedade e de altivez na vergonha. Precisa-se de uma pessoa com res- peitabilidade na dimensão histórica de sua biografia. Um expoente do talento empreendedor, e paradigma da honra- dez. Um vocacionado do dom gestor, e ícone da bondade. Um notável da competência eficiente, e paradigma de reconhecido caráter. Um ilustrado na visão de conjunto da capacitação téc- nica da equipe, e ícone da misericór- dia. Um exemplo comprovado de tino de líder na solução das crises, e para- digma do justo. Um conhecedor dos 246 municípios para fazer um plano de metas baseado na vivência prática das lideranças do interior e não teori- zado pelo imaginativo de gabinete, e ícone no senso de responsabilidade. Um estadista que não pareça haver fi- cado fora de seu governo, e seja para- digma da autoridade que se dá ao res- peito e não se nivela a subterfúgios. Um paradigma do sim é sim, do não é não, e ícone da honra como o patri- mônio que se vive e se morre por ela. Um líder que simbolize a grandeza no forte: o intrépido na coragem, o divino na bondade, o imutável no caráter, a sabedoria na inteligência, a humilda- de no poder, o justo nas decisões, a paciência nas tormentas, para não se ilhar no banzeiro das assessorias, in- fernizantes quais mosquitos nas ore- lhas do burro que fica parado, batendo a cabeça no ar, não sai do lugar e não se livra dos voos curtos das inteligên- cias como nas asas das moscas. Mes- mo os asnos há o indomáveis, pulam as cercas dos currais escapam do assé- dio da mosquitada. Também os líderes bravos são irrefreáveis no idealismo, saltam das amarras das turbas comuns e planam na imensidão das ideias. O futuro já amanheceu nos horizon- tes do mundo. E Goiás quer tomar sol no universo das inteligências de um condutor de povo que seja a corporifi- cação do líder que o filósofo Demóste- nes procurou com a sua lamparina pe- las ruas de Atenas e não viu nos gover- nos da Grécia, e que as pessoas hones- tas de todas as cidades goianas querem ver no governador do Estado. A iniciativa de concitar as principais li- deranças da sociedade a escreverem artigos assinados, especificando o grau de representatividade dos autores nas entidades, para o OPINIÃOPÚBLICA, nessa edição do Diário da Manhã , – tra- çando o perfil ideal do próximo governa- dor goiano –, tem o objetivo de contribu- ir para a modernização da política em Goiás. O propósito não nasceu do pen- samento de melindrar quaisquer dos pretendentes ao governo, mas nasceu do pensamento caridoso de evitá-los do constrangimento de virem a ser surpre- endidos por uma derrota nas urnas. E, sobretudo, três causas relevantes da ra- zão foram decisivas. Para que os eleitores avaliem as opini- ões definindo o perfil ideal para o gover- nador eleito em 2014, e tirem suas pró- prias conclusões. Para que os pretensos candidatos te- nham a oportunidade de aquilatarem o cabedal de suas qualidades enquadran- do-os nos quesitos avocados. E se os cre- dencia na versatilidade do saber e na su- premacia moral. O s invocados a subirem na passare- la da sucessão estadual em 2014, precisam, antes, dar uma olhada cau- telosa no ar das mudanças. São épicas. O ambiente na vida pública está toma- do de redemoinhos esmigalhando cor- rupções e cujos cacos estão quebrando telhas e abrindo goteiras no telhado das casas políticas. Chovem mazelas em umas. Respingam sinecuras em outras. Caem raios das falcatruas às portas de vários, sobem coriscos do ilí- cito do chão em diversos quintais. Há culpas em fugas, umas tropeçan- do nas outras em todas. Existem ino- centes nos culpados e culpados nos inocentes. E cada qual, dos respingados e dos encharcados, age como se o cul- pado fosse do outro. A gritaria é geral e ensurdece a verdade. S ABEM de uma coisa?! Nos feudos políticos, está passando da hora de os adultos começarem a ouvir as crian- ças. Elas são o silêncio dos inocentes. Batista Custódio Editor-geral do Diário da Manhã O PERFIL DO PRÓXIMO GOVERNADOR

O perfil do próximo governador

Embed Size (px)

DESCRIPTION

O Batista Custódio e eu somos amigos com idade nas lutas do jornalismo e não houve em nós um descuido na lealdade. Às vezes a vida escala-nos para missões diferentes, mas identificadas nos princípios da honra. Eu estava num momento de descanso na imprensa. Ele está num instante de cansaço no trabalho do Diário da Manhã. Chamou-me para coordenar, com design gráfico de Célio Galdino, o fechamento de dez páginas do OPINIÃOPÚBLICA, com 35 artigos das principais lideranças da sociedade, definindo o perfil ideal do próximo governador de Goiás. Os políticos ficarão surpresos com as opiniões das personalidades representativas de todos os segmentos da sociedade goiana. É mais uma revolução que o Diário da Manhã faz no jornalismo. (Lorimá Dionísio - Mazinho)

Citation preview

Page 1: O perfil do próximo governador

OPINIÃOPÚBLICAEditora interina: Fernanda Ferreira [email protected] (62) 3267-1147

1Diário da Manhã DM.COM.BR GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013

E stamos no tempo de mudanças épi-cas. A maior delas é a da limpeza

moral da Humanidade. Nenhum mal fi-cará de pé na Terra. O tecido social serádespido da inversão de valores nas elitese nas plebes. As vantagens individuaisirão caindo para o interesse coletivo nosfamosos e nos anônimos. Os cofres chei-os nos ricos não mais advirão dos pratosvazios nos pobres. O justo sobreporá osbons aos maus. Sujaram demais a vida.Há dores chorando na alma do mundo.Deus começou passar a limpo a civiliza-ção contemporânea.

A corrupção come o Planeta. Ela é adroga indutora do incentivo à dependên-cia nos vícios. A todos eles. Os criminaliza-dos e impunes na servidão às clandestini-dades. Os condenáveis e legalizados noconsenso das permivissidades. O poderperdeu a moral na partilha das culpas. Atéas autoridades que vivem bem no bolsoestão vivendo mal na consciência. A pe-núria miserável é a da pobreza no caráter.

O cívico foi ao chão das nulidades tri-unfantes no cínico. Há mitos reluzentesnos ídolos. Estão líderes nas veneraçõesdo ilusório. Não são estadistas no cerneda ética. São empenáveis no idealismo.Amoldam-se ao alarido das conveniên-cias de ajeito das negociatas de assessoresnos negócios públicos. Às vezes o escrú-pulo quer reagi-los. Vacilam. A conivêncianão os deixa. E passam o resto da vida nogosto amargo do arrependimento.

O verdadeiro líder tem bom coração, acabeça no sonho, noção do justo e obsti-nação nos atos. É atento à vozeria das im-prudências e não se influência dos insen-satos. As assessorias são necessárias e pro-fícuas no limite de suas tarefas exercidas,com humildade e obediência, no conjun-to do trabalho definido no objetivo do al-mejado. Essa é a lei na ordem dos valores eseletiva dos méritos diferenciados namais-valia de cada auxiliar. Hierarquia éimprescindível. Organização é fundamen-tal. Clareza de propósitos e firmeza nas de-cisões são vitais. Nada funciona direito nosempreendimentos humanos, sem a preci-são de uma máquina ajustada nas peças.

A identidade no ideal é o fator deter-minante da unidade entre pessoas decondições sociais diferentes dedicarem-se identificadas na mesma luta por umacausa relevante. Caráter é a primazia dasprioridades na ética. Onde há caráter, tu-do se concerta nos erros. Na pessoa quenão tem caráter, nada dá certo no corre-to. Até as religiões se desonestam nadoutrina divina do Cristianismo. Até a ci-ência política se emburrece nas ideiasdos políticos medíocres. A honestidade,mais que uma dádiva da moral, é umabênção da inteligência.

A retidão de princípios é tão essencialquanto à graduação profissional nos

membros de uma equipe. O dirigenteprecisa ter superioridade de conheci-mento e ser inflexível na honradez, paraser respeitado em sua autoridade. É con-dição intrínseca ao comando. A turvezaintelectual e a fragilidade moral estimu-lam a condescendência com as insubor-dinações e fomenta a formação de sub-grupos nocivos à disciplina dos coman-dos. O líder vacilante fraqueja na autono-mia, perde o controle da situação, torna-se refém dos desmandos e faz-se cúm-plice dos insubordinados inescrupulo-sos. Aí é sofrer na espada que o que maisdói nela não é o corte na lâmina, mas amão que fere no cabo dela.

O estadista é um consertador de civili-zações, portador das ideias construtivas,reformulador do destino nas nações, res-taurador da paz nas guerras, antevedordas mudanças históricas, condutor daevolução no mundo. O estadista é o missi-onário da perfeição, para o aprimoramen-to continuo da vida. Nas pessoas e nosanimais. Nas pedras e nos vegetais. Nosventos e nas respirações. Nas sombras enas luzes. Por que tudo é vida interligadano Universo e tem espirito no corpo físico.

O tempo de agora está se refazendo dociclo das bonanças estáveis no clima dasimpunidades. O inexorável realinha-mento das condutas humanas consu-ma-se, como as mudanças atmosféricasnas quatro estações do ano. No iníciodos períodos chuvosos, primeiro trovejae relampeja, depois chuvisca antes dechover grosso, em seguida vem o tempo-ral com raios e termina em lama escor-rendo nas enxurradas. Acontece igualnos céus do poder. Começou com es-trondos de escândalos. Relampejaramdenúncias nos ares do governos. Nuvensnegras choveram condenações pesadas.Rajadas de coriscos fulminaram os ali-cerces da podridão moral nos povos. Astempestades da moralização rugem eformam-se em sua turbulência tufõesvarredores dos que desonram a vida pa-ra os esgotos da corrupção.

Aambientação da decência mudouna natureza humana. Ser honesto e

ser bom é ser um ser enviesado do váli-do no atual. O justo da solidariedadeindividual manchou-se do injusto nacoletivização da cumplicidade. Os im-puros arrastaram os puros para a apa-rência que os iguala nas configuraçõesdo indigno. Há horas doídas trazendodores caladas e remorsos escorrendogemidos vindo de sofrimentos terríveis.O céus espelham, debruço, e teto am-plo de uma prisão repartida em muitascelas, com correrias de consciências fu-gindo das culpas e, em todas elas, cadaqual levando dentro de si o juiz da sen-tença de sua condenação.

Vivemos um apagão moral. A cor-rupção derreteu nas riquezas o caráterde políticos. Chefes religiosos, a serviçodas almas na Terra, trabalharam no di-nheiro dos dízimos a ascensão para oscéus da política nos mandatos popula-res. Dirigentes empresariais aplicaramnas licitações das obras públicas a téc-nica da renda participativa com autori-dades nos lucros dos superfaturamen-tos. A esperteza faz-se soberana nas va-lias do vencedor. A ética desusou-se navalidez das conquistas do sucesso. Opostulado das lutas reserva para os ide-alistas o destino dos mártires.

As pinturas dos quadros de Cristo Cru-cificado no Calvário sugerem compara-ção com o cenário das ideologias políti-cas em todas as formas de poder na civi-lização contemporânea: as pessoas ho-nestas estão sendo crucificadas entre la-drões à direita e ladrões à esquerda.

Toda pessoa tem a sua cruz para carre-gar no próprio destino e precisa da ajudade companheiros para suportar o pesodela. Por isso é providencial ao líder estarsempre em alerta com às más compa-nhias, para não se desviar da missão nastravessias das grandes amarguras. Jesusera santo, selecionou uma assessoria de12 apóstolos, e foi traído por Judas, pri-mo de Jesus, num momento de desespe-ro, e negado por Pedro, o príncipe dosapóstolos, num instante de medo.

Agora tentem dimensionar a longitudeentre as equipes, pelo mérito do plano delideranças pecadoras e pela virtude dasdimensões do líder divino. É a mesmaentre os faróis traseiros de um carro e aluz de uma estrela. E as cintilações na in-teligência da maioria dos líderes terrenossão fagulhas de pirilampos ante a lumi-nosidade da sabedoria de Jesus Cristo.

O líder idealista é um demolidor deatrasos. Traz no luzeiro do sonho a

resplandecência que acende os valiosose apaga os tolados. A sua clarividência ir-radia a força de um incêndio que tem nofogo a chama que ilumina os bons equeima os maus. Todo avanço da mo-dernidade encontra resistência na rude-za mental dos néscios. E é mais fácil de-sempenar com a força das mãos um blo-co de aço que alinhar uma mentalidadeempedrada no atraso cultural.

Os luminares do estrelato humanonão se impregnam da ação dos fracos.São infensos aos elogios ou às críticas.Nem se alteram nas quedas ou nas re-erguidas. Nunca se modelam no apegoàs coisas da Terra. Não tiram proveitode seus benéficos. A vocação os predes-tinou com a premunição aberta para otranscendental, de que o bem que fize-rem enquanto estão no corpo, só verãoa amplidão deles quando já estiveramno espírito. Assim nascem e assim mor-rem os estadistas. Moisés libertou oshebreus dos egípcios, e não viu a suaTerra Prometida. Platão mostrou a li-berdade para as nações, e não viu a suaRepública. Lincoln acabou com aGuerra de Secessão e aboliu a escrava-tura, e não viu sua liberdade nos patrio-tas negros nos Estados Unidos. Moisés,Platão e Lincoln construíram um mun-do novo. E morreram pobres. Mas vive-rão na posteridade. É a Lei do Maktub.Os líderes que, na Terra, chegam pobrese saem ricos do poder, vão milionáriospara o cemitério e irão da sepulturaempobrecidos no espirito para o Céu.

OBrasil começa, dá voltas e terminaem Goiás, e é o Estado mais perto

de todos os lugares mais longes do País.O futuro está aqui. Os políticos ainda es-tão lá no passado. Mostram os defeitosuns dos outros e não se marcam nas vir-tudes recíprocas. Veem a pobreza de suascabeças e não enxergam as riquezas nocoração do Brasil. A estabilidade do cli-ma em todas as estações do ano. A fertili-dade das terras em todas as regiões. Aabundância das nascentes das águasabastecendo as duas maiores bacias flu-viais da América do Sul, a dos rios Aragu-aia e Tocantins para a Amazônia, e a dorio Paranaíba para o Prata. A variedadeabusiva de pedras preciosas e de miné-rios sobrando na jazidas do subsolo. Odesperdício de poemas na planura dasplanícies e dos planaltos à toas no pro-gresso. A solidão dos sonhos no rosáriodas águas nas cachoeiras quebrando osilêncio das furnas no curral das monta-nhas pedindo devoção ao turismo.

Mas os líderes políticos não avistam,d’aqui, as potencialidades naturais queas multinacionais já perceberam aqui.

Os líderes políticos de Goiás precisamdeixar de abanarem as orelhas e abriremos olhos – se não para ouvirem a cançãodos ventos nas colinas e verem a buscade amor na grinalda das manhãs –, maspara escutarem e enxergarem, hoje, ospróximos vinte anos: Goiás não estarásendo governado por goianos.

Goiás está indo-se embora da pro-víncia abarracada nos duelos de ódiosvazando o continuísmo nos revidesdas vinganças mútuas em todos osflancos do populismo clientelista. Opovo cansou-se da bandidagem dascalunias dos que, pisados na lama, en-lameiam com a difamação e a injúriaos adversários. Impõe-se o critério dacivilidade entre eles e o fundamentodo respeito deles para o público.

O estado raia-se à luz da modernida-de. É de toda prudência que os governa-doriáveis em oferta nos partidos políti-cos, façam pesquisas qualitativas paraaferir a cotação de suas imagens naaprovação das tendências de votos. Hámuita espuma de prestigio flutuante napopularidade volatizada de realidade emassificada pela mídia. Credibilidadenão se estampa nas versões do aparen-te, mas, sim, se insere na veracidade dosfatos palpáveis no concreto.

O próximo governador terá de reunirabrangência de conhecimento, de plenitu-de na seriedade e de altivez na vergonha.

Precisa-se de uma pessoa com res-peitabilidade na dimensão histórica desua biografia. Um expoente do talento

empreendedor, e paradigma da honra-dez. Um vocacionado do dom gestor, eícone da bondade. Um notável dacompetência eficiente, e paradigma dereconhecido caráter. Um ilustrado navisão de conjunto da capacitação téc-nica da equipe, e ícone da misericór-dia. Um exemplo comprovado de tinode líder na solução das crises, e para-digma do justo. Um conhecedor dos246 municípios para fazer um planode metas baseado na vivência práticadas lideranças do interior e não teori-zado pelo imaginativo de gabinete, eícone no senso de responsabilidade.Um estadista que não pareça haver fi-cado fora de seu governo, e seja para-digma da autoridade que se dá ao res-peito e não se nivela a subterfúgios.Um paradigma do sim é sim, do não énão, e ícone da honra como o patri-mônio que se vive e se morre por ela.Um líder que simbolize a grandeza noforte: o intrépido na coragem, o divinona bondade, o imutável no caráter, asabedoria na inteligência, a humilda-de no poder, o justo nas decisões, apaciência nas tormentas, para não seilhar no banzeiro das assessorias, in-fernizantes quais mosquitos nas ore-lhas do burro que fica parado, batendoa cabeça no ar, não sai do lugar e nãose livra dos voos curtos das inteligên-cias como nas asas das moscas. Mes-mo os asnos há o indomáveis, pulamas cercas dos currais escapam do assé-dio da mosquitada. Também os líderesbravos são irrefreáveis no idealismo,saltam das amarras das turbas comunse planam na imensidão das ideias.

O futuro já amanheceu nos horizon-tes do mundo. E Goiás quer tomar solno universo das inteligências de umcondutor de povo que seja a corporifi-cação do líder que o filósofo Demóste-nes procurou com a sua lamparina pe-las ruas de Atenas e não viu nos gover-nos da Grécia, e que as pessoas hones-tas de todas as cidades goianas queremver no governador do Estado.

A iniciativa de concitar as principais li-deranças da sociedade a escreverem

artigos assinados, especificando o graude representatividade dos autores nasentidades, para o OPINIÃOPÚBLICA,nessa edição do Diário da Manhã, – tra-çando o perfil ideal do próximo governa-dor goiano –, tem o objetivo de contribu-ir para a modernização da política emGoiás. O propósito não nasceu do pen-samento de melindrar quaisquer dospretendentes ao governo, mas nasceu dopensamento caridoso de evitá-los doconstrangimento de virem a ser surpre-endidos por uma derrota nas urnas. E,sobretudo, três causas relevantes da ra-zão foram decisivas.

Para que os eleitores avaliem as opini-ões definindo o perfil ideal para o gover-nador eleito em 2014, e tirem suas pró-prias conclusões.

Para que os pretensos candidatos te-nham a oportunidade de aquilatarem ocabedal de suas qualidades enquadran-do-os nos quesitos avocados. E se os cre-dencia na versatilidade do saber e na su-premacia moral.

Os invocados a subirem na passare-la da sucessão estadual em 2014,

precisam, antes, dar uma olhada cau-telosa no ar das mudanças. São épicas.O ambiente na vida pública está toma-do de redemoinhos esmigalhando cor-rupções e cujos cacos estão quebrandotelhas e abrindo goteiras no telhadodas casas políticas. Chovem mazelasem umas. Respingam sinecuras emoutras. Caem raios das falcatruas àsportas de vários, sobem coriscos do ilí-cito do chão em diversos quintais.

Há culpas em fugas, umas tropeçan-do nas outras em todas. Existem ino-centes nos culpados e culpados nosinocentes. E cada qual, dos respingadose dos encharcados, age como se o cul-pado fosse do outro. A gritaria é geral eensurdece a verdade.

SABEM de uma coisa?! Nos feudospolíticos, está passando da hora de

os adultos começarem a ouvir as crian-ças. Elas são o silêncio dos inocentes.

BatistaCustódioEditor-geral do

Diário da Manhã

O PERFIL DO PRÓXIMO GOVERNADOR

Page 2: O perfil do próximo governador

É necessário avançarmos nas questões da ética política. Asociedade espera dos gestores públicos atitudes austerasdiante da corrupção e dos favorecimentos. Uma reforma

política adequada pode fortalecer e acelerar esses avanços.José Mário Schreiner

Diário da Manhãwww.dm.com.br

Editado por Unigraf Unidas Gráfica e Editora Ltda.Fundado em 12 de março de 1980

Av. Anhanguera, 2.833, Setor Leste Universitário.

OpiniãoPúblicaEditora interina: Fernanda Ferreira / Repórter: Ligia Galvão

Diagramador: Denis Silva Oliveira / Célio Galdino/ Contato: 3267-1147 ([email protected])

FUNDADOR: Fábio Nasser Custódio dos Santos / PRESIDENTE: Júlio NasserEDITOR-GERAL: BATISTA CUSTÓDIO / Editor-Executivo: Arthur da Paz /

Diretor de Produção Editorial: Ulisses Aesse / Diretor do DMTV: Alex de Assis PereiraDiretora da Rádio DM: Gracie Clímaco / Editor de Arte: Arthur da Paz

OPINIÃOPÚBLICA2 GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013 DM.COM.BR Diário da Manhã

Na rotina da nossa democraciarepresentativa, teremos daqui apouco mais de ano uma nova elei-ção de governador. Como de há-bito, enquanto esse tempo vai seaproximando celeremente, lide-ranças e grupos políticos vão seposicionando para a necessáriaapresentação diante do eleitora-do. É quando deveria surgir umprimeiro apontamento de idéias econcepções de projetos a seremempreendidas no Estado. Infeliz-mente, não é bem assim. E é as-sim que mais vicejam as maledi-cências do que a exposição depropósitos e de projetos.

Mas como é de direito de qual-quer cidadão, é necessário seu in-gresso nesse debate, para que passedesde já a cobrar um modelo quecontenha alguma coisa das muitastransformações que os novos tem-pos exigem. Uma delas é central, nomeu modesto ponto de vista: que seapresente o candidato com deter-minação para assumir o primeiromandato como se fosse único. Umcomportamento assim nos daria atodos os eleitores a satisfação de terpela frente o comprometimentocom o realizar e o fazer. E desta for-ma, não veríamos repetirem-se osexemplos destes tempos, em que jáno primeiro ano do mandato a pri-oridade não é a obra, ou o compro-misso de campanha, mas o projetoda reeleição.

Aliás, talvez fosse até interesseum debate, desde já, em torno daproposta do senador Aécio Neves,ele mesmo um candidato em po-tencial, para se estender os man-datos executivos no País de quatropara cinco anos, e suprimindo-seo instituto da reeleição. Juscelinofez 50 anos em 5, como promete-ra, porque desde a primeira horado mandato – e a despeito da crise

política que antecedeu sua posse eque se enraizou nos seus primei-ros meses de governo – dedicou-sesem trégua à concretização do seuplano de metas.

O ponto central desta discussãotalvez nem seja este, mas o que é aprática do funcionamento da má-quina governamental. O governantea ser eleito em outubro do ano quevem precisaria aparecer para o elei-torado com um comprometimentocom a gestão do Estado. O ponto departida, aí, seria a adoção de um pla-nejamento estratégico de longo pra-zo, com o envolvimento do setorprodutivo. O foco não pode ser ou-tro: infraestrutura.

Nós debatemos hoje com carên-cias graves, que fazem de nossas ci-dades o território da ineficiência.São muitas as necessidades e den-tre tantas podemos apontar o trân-sito e o transporte, a mobilidade ur-bana, os sistemas ferroviário e aero-viário e sobretudo a definição deum modelo eficiente de transportede massa para conjurar o gravíssi-mo desafio da mobilidade nas cida-des da Grande Goiânia.

Em Goiás, no governo anteriorao atual, investiu-se muito na mol-dagem de um modelo de desen-

volvimento para levar o Estado,com avanços acelerados, até o anode 2030. Certamente que dessedocumento muito se pode tirar, jáque foi elaborado por mentes es-tudiosas e com abordagens oriun-das da problemática global de Go-iás. Estes e outros fundamentosserão indispensáveis para a defini-ção de um modelo de gestão quevenha a dar sentido prático ao quefor elencado por um planejamen-to sério e competente, com a visãodo futuro e com a participação derepresentantes dos segmentos or-ganizados da sociedade.

Na própria história recente deGoiás há bons exemplos a serembuscados. Partimos da gestão deMauro Borges Teixeira, que comseu articulado Plano MB deu formaa um modelo de modernização deGoiás, do que resulta agora, meioséculo depois, um Estado pujante elíder no processo do crescimentoeconômico no País. Dizia Washing-ton Luiz que governar é abrir estra-das. Assim o fez Juscelino. Com oPlano MB, Goiás também foi corta-do por vias incrementadoras do de-senvolvimento. Outros governos oseguiram. Tanto tempo depois, asexigências são outras. Num modelonovo de desenvolvimento, outrosmodais precisam ser contempla-dos nas políticas dos governos.

Com determinação e compro-misso de fazer o que foi planejadoe prometido, o que será viável se seadotar um modelo dinâmico eoperoso de gestão, conduzindo alocomotiva do Estado por trilhosque não descarrilam, com certezaque se chegará a outro tempo. Esteé o compromisso que se impõe pa-ra quem, agora, vai saindo à lutapara a busca da cadeira principalno Palácio das Esmeraldas.

(Ilézio Inácio Ferreira é Presidente da Ademi-GO)

Ilézio InácioFerreira Gestão do Estado

Uma política voltadapara resultados

Goiás é um Estado abençoado,com suas riquezas naturais, povo tra-balhador e economia pujante. O esta-do tem experimentado muitos avan-ços, porém, tem um potencial enor-me para ampliar ainda mais sua par-ticipação no cenário nacional.

Vivemos em um momento degrandes oportunidades. O setor pro-dutivo e a sociedade em geral man-têm uma grande expectativa de quea política seja exercida com cora-gem, audácia, ética e paixão para su-perar as barreiras e buscar sempremais resultados efetivos.

Cada vez mais, exige-se dos gover-nantes uma visão moderna de gestão egrande sensibilidade para alcançar osavanços socioeconômicos almejados.Torna-se necessário a adoção de solu-ções criativas, para que o Estado nãofique refém do custeio da máquina.

Ter capacidade de investimentosuficiente para alavancar o desenvol-vimento, reduzir as desigualdades,avançar na educação, saúde e segu-rança da população, infraestrutura,estimular a capacidade empreende-dora e melhorar, de forma significati-va, a qualidade de vida da população.

É preciso quebrar paradigmas etratar a administração pública comfoco em resultados eficientes e estra-tégicos. Uma gestão moderna deveser ágil, transparente e desburocrati-zada, contar com pessoal qualificadoe concursado para fazer o atendi-mento adequado ao cidadão em to-das as áreas demandadas.

É necessário avançarmos nasquestões da ética política. A socieda-de espera dos gestores públicos atitu-des austeras diante da corrupção e

dos favorecimentos. Uma reformapolítica adequada pode fortalecer eacelerar esses avanços.

Não esperamos soluções mági-cas para o desenvolvimento. O ad-ministrador deve buscar o aperfei-çoamento das vocações do Estado.E sabemos que a principal vocaçãode Goiás é produzir alimentos ematérias-primas.

Mais de 60% do Produto InternoBruto (PIB) é proveniente do agrone-gócio. O setor emprega, de forma dire-ta, mais de um milhão de pessoas.

O crescimento sustentável da pro-dução, da produtividade e das expor-tações é estratégico para o desenvolvi-mento econômico e social de Goiás.Ainda temos espaço para ampliar es-ses índices, avançando na solução dosprincipais gargalos existentes.

Julgamos ser necessário o estabe-lecimento de um pacto entre gover-no e segmentos organizados da soci-edade, visando o aperfeiçoamentodas normas, regulamentos, reduçãoda carga tributária, melhoria da in-fraestrutura e logística.

Assim, teremos capacidade de am-pliar a competitividade, divulgar e pro-mover os produtos goianos no Brasil eexterior e atingir patamares dignos deum Estado desenvolvido, justo, de eco-nomia robusta, com visão estratégica eoportunidades para todos.

José Mário Schreiner é presidente daFederação da Agricultura e Pecuária de

Goiás (FAEG) e vice-presidente de Finan-ças da Confederação da Agricultura e

Pecuária do Brasil (CNA).

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

José MárioSchreiner

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

Há décadas, os governantes brasi-leiros, nos quatro entes federados,são reféns da colossal dívida públicaque os atinge e de interesses priva-dos. Isso, em grande medida, é a cau-sa do baixo investimento no desen-volvimento social, especialmente emsaúde e educação de qualidade.

Assim, as suas administraçõespúblicas se caracterizam pelo geren-ciamento dessa dívida e pela adoçãode medidas que atendem aos inte-resses de grupos econômicos.

Para comprovar essa assertiva,basta que se diga que, no âmbito fe-deral, todos os ministérios são sub-metidos aos ditames do Ministério daFazenda, e, nos estados, das suas se-cretarias de fazenda, que controlamos seus orçamentos, reduzindo-os apatamares ínfimos, insuficientes paraatender às demandas sociais básicas.

No contexto brasileiro, são in-vestidos 5%, do PIB, em educa-ção, 3,7%, na saúde, 5,6%, no ser-viço da dívida pública.

O Sindicato dos Professores doEstado de Goiás, o Sinpro Goiás, re-presentante dos professores das es-colas particulares, e que neste anocelebra seu cinqüentenário, marca asua presença na sociedade goianacom uma postura histórica a favorda educação pública de qualidade eda destinação de recursos públicoexclusivamente para escola pública.

O nosso entendimento é o de queo homem público que queira lavrarseu nome na História, como gover-nante goiano dedicado à causa dopovo, bastará ter coragem paracumprir a Constituição de Repúbli-ca, que determina aos Estados o in-vestimento mínino de 25% da recei-ta líquida de impostos em educaçãoe 12% em saúde. Importante desta-

car, ainda que esses percentuais sãoinsuficientes. Grandeza maior dogovernante estaria em ampliar essesíndices para a educação e a saúde.

Tanto se torna mais necessáriauma nova visão do futuro governantequando se constata que, em Goiás,ainda prevalece uma clara inversão,quanto a essas prioridades: no pri-meiro bimestre, o Governo Estadualdestinou apenas 17,32% da receita li-quida de impostos para a educação esomente 5,96% para a área da saúde.

O próximo governante goianoprecisará, sobretudo, prover-se decoragem para romper com essa in-versão de prioridades na correlaçãodo interesse público com os interes-ses privados. Estes se sobrepõemaos sociais, impedindo a adoção deprogramas estruturais de distribui-ção de renda e de desenvolvimentosocial. Todos os programas sociais,adotados na última década, são pe-riféricos, não mudando a estruturade desigualdade social brasileira.

Em Goiás, pioneiro na guerra tri-butária, há mais instrumentos detransferências para concentraçãode riqueza, por meio de renúnciafiscal, por exemplo, do que distri-buição de renda como prática depromoção da justiça social.

O Brasil é um país de profun-das contradições. Somos politica-mente democráticos, porém soci-almente injustos.

A título de ilustração, toma-se asua renda per capita, que, em 2012,foi de U$ 11.670, apesar de ele ocuparo 6° lugar no ranking mundial do PIB.Enquanto isto, no Reino Unido, a séti-ma economia mundial, a renda per

capita foi de U$ 35.334.Mais de 60% dos municípios bra-

sileiros são sustentados pelo Fundode Participação dos Municípios(FPM) e pela aposentadoria rural deum salário mínimo.

São mais de 13 milhões de analfa-betos, o que representa aproximada-mente 7% da população total, de 193milhões de pessoas

Esse quadro social caótico deve serretratado na esfera de Goiás.

Para que se tenha uma ideia datriste realidade goiana, cita-se omunicípio de Cavalcante, com26,9% de analfabetos.

O Estado de Goiás vem patinandoao longo dos anos nos indicadores docampo da educação, em que contacom uma população 1,4 milhão decrianças e jovens, com idade entre 4 e17 anos. Isso tende a piorar: a partirde 2016, as crianças a partir de 4 anosde idade deverão ser matriculadas naeducação básica. É o que determina aLei 12.796, do dia 5 deste mês de abril.

O próximo governador precisará,

assim, de contar com amplo apoioda sociedade para se concentrar naeducação de indivíduos de quatroaos 17 anos. E justamente na faixaque agora se amplia por força de lei,o Estado de Goiás apresenta maiorfragilidade e está muito longe dos in-dicadores de qualidade das metas aserem alcançadas até 2022.

A leitura dos números do Índicede Desenvolvimento da EducaçãoBásica – IDEB, do Ministério da Edu-cação, indicam que o Estado de Goi-ás, na atualidade, atende pouco mais66% das crianças situadas nessa faixade idade. Os desafios a serem enfren-tados pelo Governo se avolumam:em 2011, apenas 72,2% dos jovens de16 anos haviam concluído o ensinofundamental e somente 55,3% dosjovens de 19 anos concluíram o ensi-no médio. Todos esses indicadorescolocam o Estado de Goiás na tercei-ra posição, entre as unidades da fede-ração, no Centro-Oeste.

Um pouco mais acima, na outraponta, outro desafio: o reduzido nú-

mero de alunos que chegam ao ensi-no médio e que míngua ainda maisna conclusão desse nível da educa-ção, na idade certa de escolaridade:apenas 53,3% dos jovens de 19 anosconcluíram o ensino médio, em Goi-ás, no ano de 2011.

O futuro governante, a ser consa-grado nas próximas eleições, não terádificuldades para encontrar os indica-dores e as análises que lhe permitirãofazer um bom planejamento e eleger aeducação com prioridade, bem comoa valorização dos professores, para odesenvolvimento social de Goiás. Oaparato legislativo estará à sua dispo-sição, conferindo-lhe poderes parapromover a educação pública. O para-digma dessas ações está ao seu alcan-ce, nas deliberações da ConferênciaNacional de Educação e, sendo umdemocrata, poderá contar com inter-locutores de gabarito em instituiçõescomo o Conselho Estadual de Educa-ção e o Fórum Estadual de Educação.

Além da disposição para assegu-rar a melhor educação nas institui-ções públicas, o futuro governantepoderá, corajosamente, lançar mãodos poderes que o povo confere aospolíticos, para regulamentar, noâmbito do Estado, as atividades dasinstituições particulares de ensino,de modo a livrar a sociedade goianada perversidade mercantilista dosque tratam a educação como mer-cadoria e que exploram o trabalhode professores e professoras, visan-do a aumentar lucros.

Alan Francisco de Carvalho é Profes-sor, sociólogo, presidente do Sindicato

dos Professores do Estado de Goiás

AlanFrancisco deCarvalho

Coragem para assegurar a educação de qualidade socialEspecial para

OPINIÃOPÚBLICA

Page 3: O perfil do próximo governador

O melhor indicador de que uma sociedade é desenvolvidaé a confiança: entre as pessoas, do cidadão em relação às

instituições, das instituições em relação aos cidadãos e,em especial, do eleitor em relação aos governantes.

Paulo Roberto da Costa

OPINIÃOPÚBLICAGOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013

Quais os sentidos da palavra go-vernar?

Segundo dicionários vários, go-vernar é:saber o que fazer; é exer-cer com capacidade eponderaçãoa avaliação de seres e coisas;é diri-gir;é administrar;é influenciarações e comportamentos;é contro-lar direções;é tratar devidamentenegócios e interesses.

Portanto, governar é um ato com-plexo, que exige capacitação, discer-nimento, bom-senso, firmeza parapriorizar escolhas e ações, cujo obje-tivo deve e deverá sempre ser o bem-estar dos destinos que lhe são colo-cados nas mãos.

A opinião de que os dias de hoje,sob os mais diversos aspectos, sãocompletamente diferentesdos de al-guns anos atrás, é incontestável. Bas-ta nomearmos a tecnologia moder-na e suas consequências drásticaspara o desenvolvimento operacionaldo mundo, modificando coisas e afe-tando pessoas, intervindo até noacontecer dos fenômenos naturais.

E a tese de que a intervençãodesses processos de transforma-ção no cotidiano é irreversível, istosim, é certeza absoluta.

O perfil de um governador, ho-je,além de humanista, é o de umempreendedor capaz de apreciare de conviver com tantas novas

possibilidades do fazer, porémconservando os princípios essen-ciais do ser humano.

Isto não é nada simples, poisquem se quer governadorterá debuscar soluções, envolver cidadãos,sociedades e tantos outros fatoresafins e não afins, considerando sem-pre as diferentes características e ne-cessidades peculiares de cada grupo,e chamando-os a um comprometi-mento de ações benéficas no presen-te e atentas ao tempo futuro.

Assim, deveráum governadorvestir-se de responsabilidade paracom os seus governados, oferecen-do-lhes um programa de ação ja-mais ilusório, sempre ancorado nahonestidade, na confiabilidade eno respeito cuidadoso para comtodos e tudo, porque a pessoa quegoverna é um cuidador, um cuida-dor maior e abrangente, um cuida-dor disposto a se ocupar das neces-sidades materiais, espirituais, soci-ais, artísticas, ecológicas do outro,porque constantemente compro-metido com o desafio de suprir ne-cessidades fundamentais para a sa-tisfação plena das exigências docorpo e do espírito do homem.

Entretanto, nada disso é feitosolitariamente. Parcerias respon-sáveis, pautadas por políticas de

integração de ações, capazes dedefinir valores e de assegurar ins-trumentalizações cabíveis, são im-prescindíveis para que aconteça aconvivência benéfica entre gover-nantes, cidadãos, trabalho e meioambiente, elemento indispensávelpara a manutenção da vida.

Deste modo, a escolha dosmembros das equipes de um go-verno, feita por um governante,deve ser afinada pelo objetivo co-mum, pela aptidão e preparo, ja-mais por alianças que não se ali-mentem de ideais.

Quanto à afinação, a que se re-fere o parágrafo acima, não se tra-ta de ausência de discussões e di-ferença de posicionamentos emrelação às atitudes a serem toma-das. Ao contrário,é importante aexistência depontos de vista dife-rentes e debates saudáveis, poisdeles resultam decisões abrangen-tes e práticas adequadas.

Sobre a salutar convivência dasdiferenças, basta lembrar o funcio-namento das orquestras, pois elasreúnem instrumentos diversos,cuja escala sonora é variadíssima,

mas que se regidas com compe-tência e sensibilidade, realizam-sinfonias magistrais.O mesmoacontece com o canto coral, ondea beleza da harmonia é provenien-te da afinação conjunta das vozes.

Deverá, pois, um governador,apurar sua equipe governamental,e mesmo que sejammúltiplas as fi-nalidades do seu secretariado, co-mo: educação, saúde, segurança,sustentabilidade, cultura, lazer, es-porte, tecnologia e outras mais,que os objetivos das ações progra-madas possam ser alcançados ecom grande ajuste qualitativo.

Será utópico este modo de dese-nhar o perfil de um governador?

Não sei. Ou pensando melhor,pode mesmo ser utopia, porque tãopouco verossímil, se considerados osúltimos anosda nossa história políti-ca. Mas garanto que, se tudo aconte-cesse como foi acima sugerido, amaioria dos brasileiros, ao sair de ca-sa, não se blindaria com uma oraçãopara o seu “anjo da guarda”, rogandopor proteção, porque seriam os go-vernantes que os guiariam e os pro-tegeriam com zelo incorruptível.

Heloísa Helena de Campos Borges éex-presidente da Academia Feminina de

Letras e Artes de Goiás – Cadeira nº30

HeloísaHelena deCampos

Kubernân...Guvernare... governar...o que é governar?Especial para

OPINIÃOPÚBLICA

Goiás já atingiu uma maturida-de política suficientemente avan-çada para democraticamente es-colher o melhor governante para oEstado. Essa maturidade exigiu denossa sociedade um dolorosoaprendizado de gestão pública.Aprendemos, com a prática que, aação de um gestor público equivo-cada atinge diretamente o público,seus equipamentos públicos, oserviço público. Aos poucos,aprendemos que o público somosnós, empresários, trabalhadores,cidadãos de bem, contribuintes.Somos o dono do serviço, pois épúblico, e principal beneficiado.Mas, a gestão destes produtos eserviços públicos não é do público.A gestão é de pessoas escolhidaspor todos. Então, a escolha, a sele-ção destas pessoas que tanto vãointerferir na nossa vida deve serfeita como em uma empresa. Vá-rios critérios devem ser levados emconta. Contratar (por voto) umgestor público é algo muito sério.

Devemos, a sociedade, refletirquanto ao tempo que dedicamos aanalisar o trabalho, cobrar respos-tas (os meios de comunicação comos gestores público são imediatos,diretos), parabenizar quando ocor-rer melhorias. Devemos, nós cida-dãos, fugir de um gratuito jogo po-lítico, que é legítimo de quem épartidário, mas a sociedade, paracobrar resultados, precisa ser isen-ta. Não olhar as gestões públicascom olhos políticos-partidários,sem paternalismo ou denuncismofácil. O comportamento do políti-co que vai gerir Goiás, em qual-quer tempo, tem de ser moderno,empresarial e social. Separar bemo que gestão, o mandato que os ci-dadãos lhe deram, da política par-tidária. Deve centrar-se no coman-do das ações práticas da gestão ebuscar resultados.

No Brasil, no dia seguinte ao as-sumir o mandato, gestores públi-cos já fazem reunião para discutira próxima eleição; já começam, naprimeira semana de mandato, aarticular a campanha do próximopleito. É uma falha gigantesca donosso sistema político – tanto fi-nanciamento de campanha quan-to o excesso de partidos, que obri-gam o gestor a malabarismo e con-cessões que muitas vezes pode in-viabilizar um mandato.

Assim como nas empresas, ogestor público do futuro tem de

acordar diariamente repetindo apalavra INOVAÇÃO. Partir do pres-suposto que tudo pode ser melho-rado. E, no serviço público, muitotem a melhorar. A empresa é re-pensada na ótica da inovação todosos dias. O serviço público precisadestravar. A ordem tem de vir de ci-ma, pois o servidor é competente osuficiente para propor soluções eexecutá-las. Mas, descobrir quemfaz, como faz e quem não faz. Esti-mular e recompensar os melhorespor tarefas entregues – cobrar expli-cações por tarefas ou metas des-cumpridas. Agindo assim, o setorpúblico sempre avançará.

Se em nossas empresas tratamoso cliente como objetivo de nossaexistência – uma empresa sem clien-te não existe – o setor público deve-ria receber de tapete vermelho o ci-dadão que busca o seu serviço. Deveser fortalecida essa cultura de sobre-vivência, de respeito e atenção.

Goiás tem a vantagem de teruma sociedade esclarecida e evo-luída. Assim como no mercadoempresarial, o consumidor dita orumo. Essa consciência do goia-no, a cobrança cada vez maisacentuada, só tem a promovermudanças de comportamento.Hoje o gestor público atende de-mandas. O consumidor do serviçopúblico é muito mais ativo do quehá alguns anos. O governante sabeque é arriscado errar, gerir mal.

O governante do futuro precisaentender mais de tecnologia, meioambiente e administração. Agirpensando na Educação, Saúde eSegurança do povo. Acertar a eco-nomia. Essa atitude pró-cidadãotransforma o governante em umagente de prosperidade. Sempreque ocorre isso ocorre, a pressãopopular vai estar ao lado dele, suavida pública será destacada, pois amemória do povo é seletiva – só osmelhores permanecem nela.Prati-car gestão moderna e ter ouvidospara a sociedade, dialogando dire-tamente com os agentes sociais – enão só com os políticos – garantirásucesso ao governante. Buscar so-luções onde as políticas públicasderam certo, é uma gesto de sabe-doria. Conhecer os anseios sociais,atacar os problemas com determi-nação, e ter uma equipe unida e ca-pacitada – com menos apadrinha-dos e mais talentos em gestão, sãopré-requisitos para a seleção dos fu-turos gestores de Goiás.

A lógica governamental deve sermais próxima da lógica empresari-al. O espírito de transformação ges-tora e de preservação ambiental –inclusive em áreas que estão fun-cionando muito bem – deve ser atônica de um administrador mo-derno, público ou privado.

(Pedro Bittar, é empresárioe Presidente do MGC)

PedroBittar Goiás na era da

gestão modernaEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

No eterno otimismo do povobrasileiro, estamos sempre espe-rando ser o país do futuro. Dequando em vez, sempre no iníciode cada governo, vem uma ondade otimismo e grande parte da so-ciedade acredita que agora vai serdiferente, que vamos caminharrumo ao primeiro mundo. Doceilusão, com raras exceções!

Sabemos que uma seqüênciade bons governantes no âmbitomunicipal, estadual ou federal écapaz de mudar para melhor orumo da história de uma cidade,de um estado ou de um país, co-mo também a seqüência demaus governantes leva uma so-ciedade ao caos!

O melhor indicador de queuma sociedade é desenvolvida é aconfiança: entre as pessoas, do ci-dadão em relação às instituições,das instituições em relação aos ci-dadãos e, em especial, do eleitorem relação aos governantes. Tam-bém sabemos que confiança nãoexiste só de um lado, ela tem queser de mão dupla. Alguém temque dar a primeira demonstraçãodesta confiança e o mais indicadoé que sejam os políticos eleitos,porque o povo votou acreditandona sua honestidade e ética.

Pensando com a cabeça de ci-dadão e contribuinte, o que maisdá sinal de que nossos governan-

tes são confiáveis é quando as lici-tações de obras públicas não te-nham custo político incluído nopreço; que os aumentos dos salá-rios dos servidores não sejam fei-tos em causa própria; que os fun-cionários públicos façam seus tra-balhos sem criar dificuldade paravender facilidade; que os órgãospúblicos não sejam cabide de em-prego, que tenham quantidadesuficiente de funcionários deacordo com suas necessidades eque sejam remunerados pela me-ritocracia, sendo ideal que pos-sam também ser demitidos comoacontece na iniciativa privada.

Do lado do cidadão a obriga-ção é pagar todos os impostos ecumprir a lei, se todos pagareme o governo converter integral-mente a arrecadação em benefí-cio social, com certeza todos pa-garão menos e o Brasil se torna-rá mais competitivo na econo-mia global. Estará tudo resolvi-do, sobrará dinheiro para edu-cação, saúde e infra-estrutura.

Sou um eterno otimista e te-nho valorizado muito meu votoem época de eleições. É comatitude ética individual e cadaum fazendo sua parte que ire-mos fazer os filtros a cada elei-ção, escolhendo pessoas dobem para nos governar.

Vamos sim, chegar ao dia queteremos confiança mútua e tere-mos o Brasil do presente no pri-meiro mundo!

(Paulo Roberto da Costaé Empreendedor imobiliário,

integrante do Secovi, Ademi econselheiro do Compur –

([email protected])

PauloRobertoda Costa

Confiança em mão dupla

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

3Diário da Manhã DM.COM.BR GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013

Page 4: O perfil do próximo governador

OPINIÃOPÚBLICA O papel de um governante, além de exerceruma liderança, é de ser carismático, criativo,altruísta, humanitário e, principalmente, ético.

Gerson de Almeida Taguatinga

No Brasil, muito se fala sobre ogovernante ideal, evocando sem-pre o quesito honestidade. Ora, serhonesto não é o principal requisitopara um administrador público;esse tem que ser inerente a qual-quer cidadão ou cidadã, principal-mente para aqueles que gover-nam, que administram e quecompõem os quadros de uma ins-tituição pública em qualquer esfe-ra, desde o mais simples e humildecargo ou fun– ção, até os mais altosescalões de todos os poderes.

A tarefa de um governante é ár-dua, promoven– do até um enve-lhecimento mais rápido, mor-mente aquele que se preocupamais em servir do que ser servido.

Homens como D. Pedro, Deo-doro da Fonseca, Floriano Peixo-to, Getúlio Vargas, Juscelino Ku-bitscheck, Jânio Quadros, etc., ti-veram características marcantespelos seus estilos de governar e,em Goiás, Pedro Ludovico, Leoni-no Caiado, Mauro Borges e ou-tros, também marcaram suas ad-ministrações com projetos arroja-dos para o Estado.

Definir o perfil ideal de um go-vernador faz com que, cada umde nós, eleitor, passe a enxergarmais longe, vislumbrando um

conjunto de virtudes, tais como:experiência em administraçãopública, visão periférica e capaci-dade de gestão do Estado comoum todo, honestidade de princí-pios e de propósitos e, também,disposição para trabalhar sem li-mite de esforços.

O papel de um governante,além de exercer uma liderança, éde ser carismático, criativo, altru-ísta, humanitário e, principal-mente, ético. Há uma gama enor-me de predicados para se traçar operfil de um próximo governador,den-tre os quais citamos: conhe-cimento, comprome-timento, fle-xibilidade, agilidade, humildade,imparcialidade e equilíbrio.

Nossa visão quanto aos admi-nistradores públicos, para os trêspoderes e em todos os níveis, éde que deveria ser obrigatório,antes de se registrar uma candi-datura a qualquer cargo eletivo,que o candidato passe por umaescola especializada na forma-ção de líderes e de administraçãopública. Uma vez eleito, que ogovernante tenha a postura deum estadista, buscando a uniãode forças, suprapartidária, embenefício de toda a sociedade.

Ainda, que o próximo gover-nador volte sua atenção para asclasses menos favorecidas, pro-pician-do-lhes melhores condi-ções nas áreas de saúde, de ins-trução, meios de locomoção ede segurança pública.

E que o próximo governadorveja, nos profissio-nais das áreastecnológicas, o caminho para a

alavancagem dos recursos finan-ceiros tão neces-sários ao cresci-mento e ao desenvolvimento donosso Estado. Desde a construçãode uma pequena moradia, até aedificação de grandes obras, lem-brando também a produção agrí-cola de todo o Estado, a informati-zação, a moderni-zação, enfim, tu-do passa pelas mãos de profis-sio-nais das áreas tecnológicas.

É atribuida a Jesus Cristo, a se-guinte frase:

“Quem quiser ser líder, tem queser primeiro servidor”.

O conteúdo dessa frase é ines-gotável, tornando– nos pequenopara desenhar o perfil de um pró-ximo governador. Mas, tudo oque aqui está, é o mínimo que apopulação anseia e o mínimo quelhe deve ser oferecido.

Gerson de Almeida Taguatinga,Eng. Civil Gerson e

presidente do CREA-GO

Gerson deAlmeidaTaguatinga

O Perfil do próximoGGOOVVEERRNNAADDOORR

O governarno que eu quero,o governo que o povo quer

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

O candidato ao governo deGoiás no pleito do próximo anodeve ter o seguinte perfil:

IMAGEM — A imagem positi-va é importante para o desenvol-vimento do Estado. Impedir des-perdícios de toda natureza fazparte de uma administração sau-dável.

FUTURO – Visão voltada parao futuro, porque o mundo hojeanda depressa e não dá mais pa-ra esperar o que precisa ser feitoagora. O metrô, seja de superfícieou subterrâneo, precisa ser im-plantado, antes que o caos com-pleto se instale em Goiânia. A ex-plosão demográfica é uma reali-dade e o sistema urbano de tran-sporte rápido e funcional repre-senta a melhor solução ao públi-co usuário.

DEMOCRACIA – Comprome-timento com a democracia, o sa-neamento financeiro e maiordesburocratização da máquinaadministrativa. O Estado pode edeve contribuir fortemente para apaz mundial, através de seus líde-res e, sobretudo, por intermédiode seus deputados e senadores,além do governador. Mauro Bor-ges, por exemplo, foi um baluarteda democracia. O Estado não de-ve nem pode sobrecarregar de dí-vidas. Portanto, uma máquinaenxuta faz parte desse cenário.

TRIPÉ – Comprometimentocom a saúde, a educação e a se-gurança públicas. Fomento àagroindústria, agregação de va-lor nos produtos agropecuáriospara que a economia regional

se fortaleça. Os investimentosem educação devem ocorrer,porque eles contribuem parauma população saudável e ope-rosa em todos os sentidos. Aeducação reflete de imediatonas questões de saúde, de segu-rança, entre outros.

LOGÍSTICA – Integração dosistema de transportes (rodoviá-rio, ferroviário e hidroviário) esua manutenção permanente.Goiás é um Estado essencial-mente agropecuário, com duasou mais safras anuais. Desta for-ma, a sua produção precisa serescoada para os centros de con-sumo interno e externo. A malhaviária precisa corresponder paracomplementar a geração e circu-lação de riquezas. Uma logísticabem integrada significa reduçãode custos e conseqüente melhorestado de ânimo à cadeia agroin-dustrial. Este fator pode significartambém novos reinvestimentos.O resultado disso tudo será umapopulação social e economica-mente mais produtiva e rica.

Ricardo Yano é Presidente daSociedade Goiana de Pecuária

e Agricultura (SGPA).

RicardoYano

Máquinaadministrativa

enxuta

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

4 GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013 DM.COM.BR Diário da Manhã

O governador que quero

Batista Custódio pede-meque diga o que espero do futurogovernador (ou governadora,por que não?), a ser eleito em2014. Respondo:

Quero que seja alguém dota-do de espírito público e que te-nha uma ampla visão sobre Goi-ás, o Brasil e o mundo. Que te-nha qualidades enquanto admi-nistrador e não tenha preocupa-ção sobre o número de votos quevenha a receber na eleição se-guinte. De preferência, que nãotenha o projeto de ser reeleito.Ou seja, que, mesmo podendolegalmente, não queira candida-tar-se à reeleição. Aliás, em paí-ses sub, como o nosso, nem de-veria existir essa extravagância dareeleição para cargos executivos.

O motivo?Ora, se boa parcela da popu-

lação carece de uma “renda ci-dadã”, como falar em reeleição?Claro que os candidatos gover-nistas mandam seus “cabos elei-torais” fazer ameaças: “Se o pre-sidente, ou o governador, ou oprefeito perder, essa ajuda viaacabar”. Então, é corrupção elei-toral oficializada.

Se quero alguém “com espíri-to público”, nem seria precisoacrescentar: “que não roube”.

Mas é bom detalhar: Quero um governador que,

terminado o mandato, tenha omesmo patrimônio que possuíaao chegar ao poder. Se esse pa-trimônio tiver diminuído, aindamelhor. Diga-se o mesmo de to-dos os parentes do governador,a começar pelo pai, a mãe e osirmãos. E mais: um governadorque, ao chegar à condição de ex,volte às atividades profissionaisque exercia de ter sido candida-to. Por absoluta necessidade.

Agora, pergunto:Estou pedindo muito?

(Valterli Guades é Presidenteda Associação Goiana

de Imprensa – AGI)

ValterliGuedesEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Não me pergunte a ideologia,opção político-partidária, religi-ão, nível de formação e profissão,condição socioeconômica, condi-ção familiar, time do coração, so-nho de consumo, meios de loco-moção, opções de lazer, etc.

O governo que o povo quer, eeu quero, deve estar acima de tu-do isso, tendo por base um proje-to construído com e para toda asociedade goiana.

O governo que eu quero não écontra o desenvolvimento, que édiferente de mero crescimentoeconômico, mas que investe comequilíbrio, que adota políticas deatração de investimentos que nãoresultem em vantagens apenaspara as empresas investidoras,mas que, efetivamente, benefici-em a população como um todo,dentro de um projeto de desen-volvimento sustentável, do pontode vista econômico, social e am-biental, com resultados de rendae qualidade de vida.

O governo que eu quero orga-niza a segurança pública e garan-te a tranquilidade dos cidadãosegarantir a liberdade das pessoas ea condição de viver bem e que,por isso, não precisariam mais setrancarem em condomínios ou seenvolverem em cercas elétricas,por medo dos assaltos e da pró-pria polícia.

O governo que eu quero inves-te no planejamento e organiza-ção da produção, priorizando aprodução diversificada da agri-cultura familiar, voltada para oabastecimento local e regional,com pesquisa e garantia de assis-tência técnica gratuita voltadapara este setor estratégico no de-senvolvimento equilibrado.

O governo que eu quero, naárea da educação, prioriza as es-colas do campo e no campo,adequando calendário e conteú-do às necessidades das popula-ções rurais, garantindo forma-ção técnica para o cultivo da ter-ra de forma sustentável e, destaforma, viabilizando a perma-nência do agricultor e de seus fi-lhos na atividade rural. Assim,evitaremos grandes bolsões demiseráveis que incham as cida-des e esvaziam o campo.

O governo que eu quero, di-vulga as ações essenciais para asociedade, mas de fato cuidadas estradas e não espera quefiquem intransitáveis para de-pois anunciar projetos de re-construção com contagem deresultados superdimensionadose desvio de percentuais vulto-sos para o caixa dois das cam-panhas políticas futuras.

O governo que eu quero nãoimplanta políticas públicas comfins meramente eleitoreiros, masas implementa visando efetiva-mente a melhoria das condições

de vida da população.O governo que eu quero não

está centralizado em uma pessoae as ações não são planejadas eexecutadas para realçar a figurade uma pessoa, qual seja, o seuchefe maior, o governador. O go-verno que eu quero está centrali-zado num projeto de sociedade,onde a imagem e a aprovação deseus governantes não precisamda propaganda diuturna, mas éresultado da efetiva melhoria dascondições de vida, saúde e edu-cação do povo como um todo,sempre ouvindo e consultando ossegmentos organizados da socie-dade, dos trabalhadores e traba-lhadoras e dos setores de geraçãode emprego e renda.

Enfim, o governo que eu queroé isto e muito mais.

O governo que eu quero aindaé um sonho, mas que eu sei quepode ser realidade.

Elias D’Angelo Borges é Presidente da Federação

dos Trabalhadores na Agriculturado Estado de Goiás (Fetaeg)

EliasD’AngeloBorgesEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Page 5: O perfil do próximo governador

Como as eleições brasileiras são obrigatoriamentedisputadas por seres humanos partidários, entendo que

o candidato ideal deva ter um histórico tradicional defiliação, sem o ziguezague próprio dos oportunistas.

Felicíssimo Sena

OPINIÃOPÚBLICAGOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013

Quando o assunto é governo, so-mos instintivamente ou cultural-mente levados à critica, a fazer juízosem nunca nos colocarmos na pelede quem governa. Agora, se temosoportunidade de discutir e não dis-cutimos, é ainda mais grave. É a ne-gligência, é o não ter esperança, é onão acreditar, é o não sonhar. En-fim, é nem saber o que queremos.Portanto, acredito que um governo,– antes de qualquer coisa, – tem quemanter viva a fé de que é possívelsermos ouvidos nos nossos mais si-lenciosos pedidos e também nosmais contundentes.

Como ainda tenho fé, me vejo nodireito de sonhar com um governoque eu quero. Quero um governo es-tadual que entenda e considere quefazemos parte de uma Federação.Que lute para melhorá-la mas quetente convencer outras esferas de go-verno no sentido de que uma convi-vência pacífica é possível mesmoquando se pensa totalmente diferen-te. Que os interesses do povo estejamacima dos interesses individuais. Bri-ga de ex-presidente herdada por pre-sidenta, não pode impedir que ener-gia elétrica chegue aos motores queimpulsionam a nossa economia.

Como dirigente classistas, comopresidente de empresa e principal-mente como cidadão, quero um go-verno que veja o Estado de formaglobal mas que esteja presente emtodas as regiões, empurrando asque estão crescendo e dando as

mãos às que estão ficando para traz,independentemente de quem estejano governo local, que atenda as pes-soas. Que conheça a cidade deAnhanguera assim como conheceAnápolis ou Goiânia e saiba que emtodas as cidades do Estado, moramgoianos e brasileiros.

Quero um governo que ouça re-conheça e atenda com justiça todosos setores da sociedade. Dos traba-lhadores aos empresários, dos fun-cionários públicos aos profissionaisliberais sem se esquecer dos queprecisam de trabalho.

Que através de uma boa comuni-cação, estabeleça uma relação dire-ta realista e sincera com o povo parase nortear em suas decisões e não fi-que apenas ouvindo coronéis e pes-soas que sempre rodeiam o poder,cujos interesses nem sempre são re-publicanos e muitas vezes são in-confessáveis. Que ouça os setoresorganizados da sociedade. Que ou-ça as minorias. Um tempo novo po-de durar uma eternidade desde quese renove a cada dia e não volte aospoucos às praticas do tempo velho.

Toda vez que ouvimos um gover-

nante reclamando da falta de recur-sos, ele esta claramente dizendo queprecisa arrecadar mais. Por isso,quero um governo que contentecom o muito já arrecadado, fazendobom uso do dinheiro e multiplican-do-o em ações e projetos inteligen-tes e inovadores em favor do povo.

Existem as questões que tambémnão posso deixar de querer e quesão óbvias: ser honesto, melhorar aeducação, a saúde, a moradia, a as-sistência social, a segurança além dezelar pelo meio ambiente. Enfim,quero um governo onde todos sesintam parte. Afinal, o governo deveser de todos nós.

Que bom seria se todos os diri-gentes tivessem em mente a frasedo grande pensador Jean JacquesRousseau na sua obra O ContratoSocial (1762) escreveu que “todo po-der emana do povo e em seu nomedeve ser exercido.”

Joaquim Guilherme Barbosa deSouza é Presidente do Sindileite – Sin-

dicato das Indústrias de Laticínios noEstado de Goiás e Presidente da Coo-perativa Complem de Morrinhos-Go

Decidiu, o “Diário da Manhã”,por sábia iniciativa de seu DiretorBatista Custódio, que dedicaria a edi-ção de hoje do Caderno “OpiniãoPública” ao Perfil do futuro Governa-dor, apelando aos colaboradoresdeste influente órgão da imprensagoiana para dizer, com objetividade,quais seriam os traços caracterizado-res de nosso governante, a partir daseleições de 2014. Sábia e feliz iniciati-va. Porquanto, em verdade, a partirda Constituição de 1891, – a Consti-tuição de Rui Barbosa – o governantede um Estado federativo passaria aser escolhido mediante sufrágio po-pular, em lugar do tradicional Presi-dente de Província, instituído pelaConstituição de 1824, a Constituiçãooutorgada por Dom Pedro I, no pri-meiro Império, nomeado pelo prín-cipe, e, em decorrência, sem qual-quer relacionamento com o eleitora-do, porquanto sua indicação nãomera respaldada pelo crivo popular.

A criação de Rui Babosa, institu-indo uma República Federativa,nos moldes da Constituição Ameri-cana, seria mantida nas Constitui-ções que a sucederam: a Constitui-ção de 1934, de efêmera duração; aConstituição de 1937, redigida porFrancisco Campos e outorgada pe-lo presidente Getúlio Vargas; aConstituição, de 1946, marcando areconstitucionalização do País,após o feroz Estado Novo, inspira-do no Estado Nazista de Adolf Hit-ler, e no Estado Fascista de BenitoMussolini; a Constituição de 1967,inspirada na ditadura militar de1964; a Constituição Cidadã de1988, moldada nos ideais democrá-ticos que levaram à implosão da di-tadura militar que durou de 1964 a1985. Com exceção de um interreg-no, na vigência da Constituição de1969, em que se instituiu a hetero-doxa figura do governador biônico,todos os governadores de Estadopassaram a ser eleitos pelo povo, dequatro em quaro anos. É o gover-nante eleito pelo povo, na melhoracepção democrática cunhada pelomaior estadista da América do Nor-te, Abrahão Lincoln, segundo a

qual a Democracia é “o governo dopovo, pelo povo e para o povo”.

Em todo o País, já se lançampré-candidatos à presidência a Re-pública, a governadores de Estado,embora a campanha eleitoral, pre-vista no Código Eleitoral, e realiza-da sob a supervisão dos TribunaisRegionais Eleitorais, e pelo Tribu-nal Superior Eleitoral, somente co-meçaria no ano eleitoral, 2014.

Importante, pois, que os setoresmais respeitáveis da sociedade co-mecem a se manifestar, notadamen-te por intermédio da imprensa livre,quais as qualidades que os eleitoresgostariam de ver no....... governador.

Ao se aproximarem as eleições,convém lembrar as lições do grandeestadista da República, Rui Barbosasobre vários tópicos concernentes aogoverno representativo.

ELEIÇÃOSubmeter-se às regras “A eleição é

o mecanismo pelo qual se exerce asoberania, designando os seus órgãosrepresentativos. No eleitorado residea expressão viva da soberania, queassim se exerce” (in “Rui Barb0sa –Escritos e Discursos Seletos”, EditoraJosé Aguilar, 1960, pág. 1033).

TER CREDIBILIDADEA credibilidade é requisito fun-

damental daquele que se dispõedisputar cargo eletivo, qualquerque ele seja, mormente o cargo degovernador de Estado da Repúblicafederativa......... (pág.s 1016-1017).

SER VERDADEIRO“Os antigos enxergavam no men-

tiroso o mais vil dos tarados morais.Depois de enumerar todas as misé-rias de um perdido, concluíam,quando cabia: ‘E até mente’. Entredois ladrões crucificaram os judeus aJesus; porque não ousaram excruciá-lo entre dois burlões. O ladrão prosti-tui, com o roubo, as suas mãos. Omentiroso, com a mentira, a própriaboca, a palavra e a consciência. O la-drão ofende o próximo nos bens dafortuna. O mentiroso, não é no patri-mônio, é na honra, na liberdade, na

própria vida. Tanto vai do latrocínioa calúnia. Do ladrão nos livra a tran-ca, o apito, a guarda. Do mentirosonada nos livra; porque o enredo, a in-vencionice, a detração, volatilizadosno ar, depois de tramados, sussurra-dos, cochichados ou temperadoscom os condimentos do jornalismo,são impalpáveis como os germensdas grandes epidemias. Nem o la-drão despoja senão aos que possu-em.” (pág.s 1057-10958, idem).

ABOMINAR O JOGO“De todas as desgraças, que pe-

netram no homem pela algibeira, earruínam o caráter pela fortuna, amais grave é, sem dúvida nenhu-ma, essa: o jogo, o jogo na sua acep-ção usual, o jogo propriamente di-to; em uma palavra: o jogo – os nai-pes, os dados, a mesa verde/Per-manente como as grandes epide-mias que devastam a humanidadeuniversal como o vício, furtivo co-mo o crime, solapado no seu contá-gio como as invasões purulentas,corruptor de todos os estímulosmorais como o álcool, ele somba dadecência, das leis e da polícia, abar-ca no domínio das suas emanaçõesa sociedade inteira, nivela sob a suadeprimente igualdade todas asclasses, mergulha na sua promiscu-idade indiferente até os mais baixosvolutabros do lixo social, alcança

no requinte das suas seduções asalturas mais aristocráticas da inteli-gência, da riqueza, da autoridade,inutiliza gênios; degrada príncipes;emudece oradores; atira à luta polí-tica almas azedadas pelo cataclis-mo habitual das paradas infelizes, àfamília corações degenerados pelocontato cotidiano de todas as im-purezas, à concorrência do traba-lho diurno os náufragos das noitestempestuosas do azar; e não raro aviolência das indignações furiosas,que vem estuar no recinto dos par-lamentos, é apenas a ressaca dasagitações e dos destroços das lon-gas madrugadas do cassino.(...) Apolítica, vizinha parede-meia dabatota, com quem convive e co-mercia, o reconheceu, pôs-lhe di-ante o tabuleiro das grandes corre-tagens, elevou-o às cumeadas, e sólhe faltaria presidir a nação, paraestar de manifesto que a nação édos tafuis, que a nação é o jogo”. E,arremata: “O jogo é a lepra do vivoe o verme do cadáver” (idem,págs.1048. O futuro governador nãodeve envolver-se nem jamais ter-seenvolvido com o jogo, em qualquerde suas modalidades.

CULTIVAR A FIDELIDADEO futuro governador deve ser fi-

el aos compromissos com os ide-ais que acalenta, e com as pira-

ções populares. Disse, Rui:”...Parasermos fiéis no muito, o devemosser no pouco” (Idem, pág.1039).

NÃO SER DEMAGOGO“Os demagogos de todas as espé-

cies, os anarquistas de todos os gêne-ros, os jacobinos de todos os moldes,o pior dos quais é certamente o dosque se aninham no governo com asó legitimidade da fortuna, a simplesdignidade da audácia, a única auto-ridade da ignorância, calcando leis,direitos, instituições, costumes, soba inconsciência das suas ambições,como os bandos de feras arribadascalcam aos pés as messes, os jardins,as obras de árte´, – esses podem rirdo tribunal, que, ao proferir os seusjulgados, não consulta o humor doexecutivo, que não se julga exauto-rado pela indocilidade do poder,que não se importa de arriscar a ma-jestade das decisões judiciais ao lu-díbrio da força” (Idem, págs.1021-1022). O futuro governador não deveser um demagogo, na acepção quelhe deu a Grégia Antiga.

AGIR COM DECÊNCIA“Quatro faces, pelo menos, nos

apresenta a idéia, absolutamente re-lativa, de decência. Há a decênciamoral, que é a da Justiça, a do poder,ou a da honra. Há a decência social,que é a das conveniências. Há a de-cência literária, que é a do escrever.Há, enfim, a decência lógica, a do ar-gumentar, do raciocinar” (Idem,pág.1021). O futuro governador devecultivar a decência, em qualquer eem todas as suas modalidades.

Eis, a meu sentir, os requisitos quedeve ter o futuro governador. E, dou-tra parte, os defeitos e vícios que nãodeve sofrer.

Salvo melhor juízo.

Licínio Barbosa é Advogado Criminalista, Professor Emérito da

UFG, Professor Titular da PUC-Goiás,Membro Titular do IAB-Instituto dos

Advogados Brasileiros-Rio/RJ, e doIHGG-Instituto Histórico e Geográficode Goiás, Membro Efetivo da Acade-

mia Goiana de Letras, Cadeira 35 – E-mail [email protected]).

JoaquimGuilhermeBarbosa

O governo que eu quero

O perfil do futuro governador

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

5Diário da Manhã DM.COM.BR GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013

Sugeriu-me o jornalistaBatista Custódio que definis-se as linhas básicas de um go-vernador ideal. Óbvio que es-se Chefe de Estado seria goia-no e portanto devo me ater ascircunstâncias próprias denosso meio, em que os valo-res têm contornos próprios elinhas definidas, embora hajaatributos que devem ser pró-prios de todo homem públicoque se preze e valorize as fun-ções que exerce.

Como as eleições brasilei-ras são obrigatoriamente dis-putadas por seres humanospartidários, entendo que ocandidato ideal deva ter umhistórico tradicional de filia-ção, sem o ziguezague própriodos oportunistas, cuja, origensnão se conhece e cujo futuronão se pode prever.

O chefe do Estado goianodeve ter bases culturais con-sistentes que lhe permitamorientar-se pela história e defi-nir as pegadas do futuro comalguma firmeza de acerto.

Nosso gestor deve ser ad-versário da ociosidade e par-ceiro constante do trabalho.Deve ter linha profissionaldefinida com história que lhedê rumo após o governo, de

sorte que não precise realizaralcances sobre o erário públi-co, pois embora essa nefastaprática não se instale em ra-zão da baixa economia dogestor, não é muito admitirque a ganância pela via co-mum insatisfeita, tem fortesindicativos rumo ao peculato.

O ideal para governar Goi-ás será um ser humano quetenha respeito à lei e a cidada-nia, sem, todavia, ser piegasou interesseiro, que cultue va-lores nobres e sóbrios que es-colha para auxiliá-lo a admi-nistrar um rol de bons com-panheiros e não uma trupe deaudazes espertalhões.

Sem embargo de entenderque a conceituação do gestorideal seja possível, não é muitolembrar que várias vezes erra-mos, pois a própria bola decristal tem limitadas ligaçõescom o futuro, esse sempre dis-posto a nos pregar peças.

Felicíssimo Sena é advogadoe Conselheiro da Ordemdos Advogados do Brasil

– Seção de Goiás

FelicíssimoSena

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

LicínioBarbosa

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

O ideal e seu contexto

Page 6: O perfil do próximo governador

A saúde é uma necessidade básica e um direito assegurado constitucionalmente

a todos os cidadãos e merece estar sempre entre as prioridades dos planos de governo,

Salomão Rodrigues

OPINIÃOPÚBLICA

Recentemente os termos gover-nança e bom governo estão sendoutilizado de forma crescente. Umamá gestão de governo é consideradacada vez mais como uma das princi-pais mazelas da nossa sociedade. Asinstituições financeiras internacio-nais cada vez mais cobram por umgoverno licito e democrático capazde dar cabo as ações com celeridadee clareza durante o exercício domandatário. O conceito de boa go-vernança não é novo. É tão antigocomo a civilização humana, significaque o processo de tomada de deci-são são implementadas ou não.

A boa governança tem, no meuentender, algumas característicasprincipais: Participação, Legalida-de, Transparência, Eficácia e Efici-ência e também a Sensibilidade

Um bom governador tem queassegurar que não haja corrupção,e durante o seu mandato as deci-sões sejam levadas em conta as mi-norias e suas reivindicações, e quetambém trabalhe as necessidadespresentes e futuras da sociedade,principalmente para os que maisnecessitam.

PARTICIPAÇÃOA participação tanto de homens

como de mulheres pode ser umponto chave de um bom governo.Essa participação pode ser diretaou também através de instituiçõescom seus representantes legítimos.Importante dizer que a democraciarepresentativa significa que as ne-cessidades dos necessitados serãolevadas em consideração durante oprocesso de decisão de um deter-minado Programa ou Plano de Go-verno. E, isto significa que a liber-dade plena de atuação destas orga-nizações da sociedade civil, e o seudevido reconhecimento;

LEGALIDADE O bom governante necessita

que seu marco legal seja justo e quese imponha de forma imparcial.Também requer uma proteção to-tal dos direitos humanos, particu-larmente aqueles que são excluí-dos da sociedade.

TRANSPARÊNCIATransparência a que refiro é que

as decisões sejam levadas a cabosuas realizações de forma quecumpra as leis e normas estabeleci-das. Também significa que a infor-mação estará disponível para qual-quer pessoa e também que o aces-so seja facilitado, e facilmente com-preendidas.

CONSENSOHá muitos atores envolvidos no

Governo, portanto muitos pontosde vista e interesses. Um bom go-vernador tem que agir como media-dor entre os diferentes interesses dasociedade e assim alcançar amplosconsensos no que concerne aosmaiores interesses do conjunto dasociedade e pode estabelecer regrasde como podem realizá-los. Tam-bém requer uma perspectiva amplae a longo prazo, sobre as necessida-des para o desenvolvimento huma-no sustentável e como alcançar osobjetivos deste desenvolvimento. Is-to só será possível se as ligações coma sociedade e todos seus atores;

EQUIDADE Uma sociedade de bem estar so-

cial depende que seja assegurado atodos seus membros sentem quefaça parte dela e não sentem ex-cluídos da inércia majoritária desua sociedade. Para ele há necessi-dade que todos os grupos, especi-almente os mais vulneráveis, te-nham as oportunidades para me-lhorar a sua situação da sua famíliapara buscar uma porta de saída pa-ra não depender do Governo.

EFICÁCIA E EFICIÊNCIAO bom Governador há de asse-

gurar que os procedimentos de

gestão sejam ágeis e as instituições(Órgãos) tenham resultados positi-vos de gestão, e que os recursosdisponíveis sejam utilizados de for-ma atender a ampla maioria da so-ciedade. O conceito de eficiênciano contexto de bom governo tam-bém inclui o uso dos recursos na-turais de forma sustentável com aproteção ambiental.

SENSIBILIDADEA sensibilidade do Governador é

uma das chaves para que se façauma boa gestão. Tanto nas institui-ções governamentais como no se-tor privado e a sociedade civil. Sen-sibilidade com as demandas dopúblico e seus grupos de interesses,as decisões e as ações tomadas in-ternas ou externas da organizaçãoou instituição sejam amparadas denormas e leis.

Concluo que meus argumentosexpostos deveriam ficar mais oumenos claro que O Governador fa-ça uma boa gestão, mas é um idealdifícil de levar a cabo em sua totali-dade. De qualquer forma para as-segurar um desenvolvimento hu-mano sustentável, as ações devemter como norte os objetivos busca-do, analisando claramente a reali-dade do Estado de Goiás!

Israel Silva Neto é Presidente da Confederação Nacional de Associações de Moradores e

Entidades Comunitárias do Brasil

Israel Silva Neto

O que espero do próximo Governo!

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

6 GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013 DM.COM.BR Diário da Manhã

O perfil ideal para um bom candidato a Governador 2014

Como seria bom se tivésse-mos como definir o perfil corretopara um bom governo, principal-mente, diante das inúmeras difi-culdades que a todo instante en-contramos.Questões de seguran-ça, saúde, transporte, moradia,infraestrutura, são algumas dasconstantes reclamações da socie-dade goianiense, as quais, tam-bém se estendem a todo o Esta-do.Portanto, um bom perfil para2014, esta na segurança de esco-lhermos quem saberá lidar comceleridade com toda esta proble-mática, e ao mesmo tempo, en-carar o desafio de continuar a co-locar Goiás nos trilhos do desen-volvimento. Que saiba unir o Es-tado em uma coalização que oevidencie ainda mais no cenárionacional, e atraia mais investi-mentos para este grande Estadodo Planalto Central.

Temos que tomar muito cui-dado com projetos pessoais. Comos interesses de grupos. Com avenda de ilusões. Com líderes vo-lúveis que pagam caro para con-quistarem seus espaços. Comaventureiros. Com o coronelismoque tanto retrocesso trouxe aonosso Estado. Portanto, fácil di-zer, é do perfil não recomendávelpara 2014, pois a nossa história jános revelou o quanto a estagna-ção nos é prejudicial. Goiás na úl-tima década experimentou umcrescimento jamais visto em suahistória. Enquanto no Brasil Pro-duto Interno Bruto (PIB) cresceuna ordem de 0,9%, o menor em 3anos, Goiás demonstrou umcrescimento de 6,6% no primeirotrimestre de 2012. Isto demonstraa indubitável força de nossa eco-nomia, e a confiança de que esta-mos no caminho certo.

Um bom líder é aquele quecarrega a marca de um estadista,que para o filósofo francês Merle-au-Ponty, é adaptável às circun-stâncias, harmonizando o pró-prio comportamento à exigênciados tempos. É aquele capaz derealizar um governo imparcial.Sem amarras. Sem condiciona-mentos. Sem barganhas. Semperseguições. É ter a hombridadee a responsabilidade de saber di-zer não. A rever os seus conceitose decisões, quando necessário.De ter planejamento. De ser aus-tero no bom uso do dinheiro pú-blico e a cortar gastos, devolven-do o equilíbrio fiscal do Estado.

Muitos nos apresentarão eprometerão um futuro promis-sor. Demonstrarão a soluçãoquase que imediata de todos osnossos problemas. Acusarão esteou aquele de má gestão. Irão ex-por os fracassos de seus oponen-tes como cavalo-de-batalha, es-quecendo-se de quem somenteacusa, demonstra antes de tudo,a sua própria incapacidade.

O bom líder preocupa-se eminovar sempre, não priorizandomeramente a crítica destrutiva epolitiqueira. O melhor perfil quetemos que esperar para 2014,não é a personificação do Salva-dor da Pátria, mas aquele quepossui na sua biografia, a indubi-tável marca da capacidade.

Sebastião da Paz Rodriguesé Presidente da Federação

Goiana de Associaçãode Moradores – FEGAM

Sebastiãoda PazRodriguesEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Sempre que se aproxima umaeleição, os eleitores se questionam –ou pelo menos deveriam se questi-onar – o que esperam dos candida-tos. Muitos cidadãos focam suas ex-pectativas naquelas necessidadesmais próximas, como o asfaltamen-to da rua onde mora, a reforma daescola do bairro ou o lançamentode um novo programa social.

É extensa a lista de demandas ede expectativas dos eleitores, mas,podemos afirmar que, seguramen-te, um ponto as reivindicações doscidadãos têm em comum: a melho-ria dos serviços públicos de saúde.Independentemente de ser ou nãousuária do sistema público de saú-de, acreditamos que a maioria dosgoianos espera e cobra mais quali-dade nesta assistência.

Duas pesquisas recentes feitaspor um instituto da capital mos-traram que mais de 70% dos en-trevistados – 89,7% na primeiradelas – demonstraram insatisfa-ção com a saúde pública em Goiâ-nia e cobraram mais postos deatendimento, mais médicos, maisconsultas e melhorias em geral.

Quase às vésperas de uma novaeleição para o Governo de Goiás,entendemos que essa insatisfaçãoda sociedade deve merecer maisatenção dos futuros candidatos. Asqueixas dos entrevistados reforçamo alerta que o Cremego vem, hátempos, fazendo aos gestores esta-duais e municipais sobre a necessi-dade urgente de mais investimen-tos e melhorias na área da saúdeem Goiânia e no interior do Estado.

É preciso que os futuros – e os

atuais – deputados estaduais, de-putados federais, senadores e go-vernador de Goiás entendam essainsatisfação popular não apenascomo mais uma avaliação pontuale sujeita a oscilações momentâne-as dos serviços de saúde. É precisoque vejam no resultado das pes-quisas o reflexo claro de uma reali-dade que precisa ser mudada.

A saúde é uma necessidade bási-ca e um direito assegurado constitu-cionalmente a todos os cidadãos emerece estar sempre entre as priori-dades dos planos de governo, nãosomente nos projetos apresentadosem palanque durante as campa-nhas eleitorais, mas no topo da listado trabalho diário dos eleitos.

E nós, como representantes daclasse médica e defensores de umasaúde pública de qualidade, quan-do nos questionamos o que esperardo próximo governador jamais po-deríamos deixar de reforçar essa rei-vindicação. Reconhecemos que já

houve avanços em algumas áreasde atendimento, com a melhoria deserviços prestados à população, masentendemos que muito ainda preci-sa ser feito. E mais: com urgência.

Então, o que esperamos do pró-ximo governador de Goiás é que te-nha projetos e ações para melhorara saúde pública no Estado. Essamelhoria passa por uma reformula-ção ampla dos serviços, com a con-tratação de mais médicos, investi-mentos em infraestrutura, em pro-gramas básicos de saúde e em cam-panhas educativas e preventivas dedoenças. Precisamos de unidadesde saúde em quantidade suficientepara atender a demanda e com aqualidade necessária para garantira resolutividade dos atendimentos.

O déficit de médicos registradohoje nas unidades de saúde traduzo desinteresse da classe médica pe-lo setor público, um problema quetende a se agravar diante da escas-sez de investimentos no setor. O

próximo governador precisa estaratento e pronto para sanar esse pro-blema. Deve também estar cienteque é preciso valorizar os médicos eos demais profissionais de saúde.

Quando falamos em valorizaçãodos médicos não nos restringimosao pagamento de salários dignos ecompatíveis com o exercício e a res-ponsabilidade da profissão médica.A boa remuneração é, sim, funda-mental para que o médico ingresseno serviço público, mas a valoriza-ção do trabalho médico, essencialpara garantir a permanência doprofissional na rede pública, de-pende da criação de uma carreirade Estado para o médico.

O médico precisa de seguran-ça, estabilidade, remuneraçãojusta e condições dignas de tra-balho para que possa se transfe-rir para as pequenas cidades dointerior e levar assistência àspessoas que nelas moram. A in-teriorização da medicina está di-

retamente vinculada à valoriza-ção dos profissionais médicos.

Propostas, como a lançada re-centemente pelo Governo Federalde suprir o déficit de médico no se-tor público com a importação deprofissionais formados em Facul-dades de Medicina de outros paí-ses, premiando-os com a revalida-ção automática de seus diplomas,não passam de um engodo, de umaameaça aos médicos, à medicinabrasileira e à população.

A sociedade precisa de médi-cos preparados e em número sufi-ciente para assegurar o funciona-mento dos serviços de saúde ecom as condições de trabalho ne-cessárias para garantir a boa assis-tência aos pacientes. A falta demeios aumenta o risco para o pa-ciente e para o médico. O médicoprecisa ser motivado a atuar noserviço público. E a saúde públicaprecisa da atenção do Estado.

Assim, ao nos questionarmos so-bre o que esperamos do próximogovernador, a resposta é certa: quezele pela sociedade e que priorize asaúde pública. Os subsídios para aelaboração de um bom plano degoverno na área da saúde estão portoda parte. Basta que os candidatosouçam as entidades médicas e oclamor da sociedade.

Entre os pré-candidatos ao go-verno de Goiás já é possível identifi-car quem tem na saúde muito maisdo que uma bandeira política. Ca-berá a nós, cidadãos, médicos eeleitores, escolhermos e elegermosquem tem compromisso e determi-nação para trabalhar em prol da sa-úde pública e, depois, acompa-nharmos e fiscalizarmos o trabalhodo nosso futuro governador.

Salomão Rodrigues Filhoé médico psiquiatra e presidente

do Conselho Regional deMedicina do Estado de Goiás.

O que a saúde espera do próximo governador

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

SalomãoRodriguesFilho

Page 7: O perfil do próximo governador

O próximo governador precisasaber dialogar com as liderançassindicais e discutir as melhoressoluções para os problemas.

Jayme Bueno de Aguiar

OPINIÃOPÚBLICAGOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013

Realmente as opções de nomescolocados na raia da disputa dasucessão estadual do ano quevem não oferecem oportunidadede preencher o mínimo de requi-sitos para compor um perfil idealde um futuro governador, sugeri-do por um grupo de pessoas re-presentativo de segmentos da so-ciedade goiana. A carência dequalidades impede que muitosdos pré-candidatos a inquilino daCasa Verde da Praça Cívica consi-gam romper a malha grossa daprimeira das sete peneiras da éti-ca, que deveriam existir em todasas eleições de homens públicos.

A construção de um futuro go-vernador deveria começar pelabase, que seria forjada dentro deuma família equilibrada e rígidana educação dos filhos, notada-mente nas infinitas áreas da ho-nestidade e do apego ao trabalho.Os chefes de famílias jamais con-seguem implantar cultura namente de seus filhos. Eles vãocrescendo e adquirindo os hábi-tos dos pais e avós, adubo que for-talece a compreensão sobre o queé bom, o que é certo, o que é belo,o que é criativo e o que é saber.Dificilmente cresce uma vida tor-ta em um ambiente familiar sadioe sério. Quem pisa em trilha erra-da geralmente é engolido pelo os-tracismo e desaparece sem deixarmarca no universo da existência.

Goiás já produziu ou teve umbom número de homens públicosexemplares, sérios, honestos, cul-tos e corajosos. Entre os muitos

que deixaram seus belos exem-plos de vida, evidentemente quecom a grande possibilidade de secometer o erro da omissão e es-quecimento de alguns nomes, po-demos citar Pedro Ludovico Tei-xeira, seu filho Mauro Borges, Al-fredo Nasser, Henrique Santillo,Pedro Celestino da Silva, JarmundNasser, Venerando de Freitas Bor-ges, Licardino de Oliveira Ney (úl-timo prefeito da velha Campinas),jornalista Jayme Câmara e outrosque representaram o povo goia-no. Muitos estão vivos, porém ébom lembrar, representando osque são bons e sérios, do ex-de-putado estadual Clepino Antôniode Araújo, de Itumbiara que, as-sim como outros parlamentaressérios, honrou seu mandato comtrabalho e ética.

Hoje temos um bom númerode gente que sonha em ser chefedo Executivo goiano a partir de2014. Não podemos nivelar todospela falta de qualidade e formaçãode caráter, porém, muitos devemexplicações ao povo goiano sobresuas intenções, agora, caso ve-nham assumir o comando políti-co do Estado. Alguns possuem nocurrículo vasta folha de serviçosprestados à comunidade, porémisso não dá o brilho necessário noperfil ideal do futuro governante.Fazer obras é dever de todos. Sa-ber gastar bem o dinheiro dos im-postos é demonstração de serie-dade e honestidade. Esse é o ca-minho que faz um homem públi-co passar pela tela mais fina da úl-tima peneira da ética.

Ajudando a editar este cader-no, por convite do jornalista Ba-tista Custódio, conhecemos maisde duas dezenas de opiniões so-bre a moldura ideal da próximafigura pública que deveria ser go-vernador goiano a partir de 2015.

A grande maioria citou o zelocom o patrimônio do Estado, in-cluindo aí a arrecadação dos im-postos. Muitos pediram estradas,melhor política de segurança, sa-lários justos para profissionais dasaúde e da educação, empenhona industrialização do Estado e,consequentemente, abertura domercado de trabalho e circulaçãodas riquezas.

O quadro da disputa eleitoralpara o ano que vem já está prati-camente montado e, muitos dosque fazem parte dele já estão emcampanha. A troca de acusaçõesserá intensa. Que vença aqueleque souber conquistar a confian-ça do povo e que este vencedorse limpe da lama da justa eleito-ral e, a partir de então lute parafazer parte do restrito número dehomens públicos que deixou sa-udades como representantes detodos nós.

Lorimá Dionísio – Mazinho é jornalista.

7Diário da Manhã DM.COM.BR GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013

“De qualquer governantese espera que tenha palavra eque a honre, quando forempenhada com seus conci-dadãos. Um homem não éobrigado a prometer absolu-tamente nada. Entretanto,um homem público, que sedirige à população apresen-tando suas propostas paragerir os destinos públicosempenha sua palavra e faz aspessoas acreditarem. Se elefalta com esses compromis-sos é uma ruptura na confia-bilidade que a população nãomerece, principalmente osmais humildes, que são maisdados a acreditar com facili-

dade. Um governante cum-prir o que promete é o míni-mo que se espera, além desaber ouvir críticas comhumildade”.

(Ruy Rocha de Macedo,médico, professor universitárioe Grão-Mestre da Grande Loja

Maçônica de Goiás)

Ruy RochaEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Palavrahonrada

Formaçãoprofissional

“Precisamos de um governoque invista pesadamente em for-mação, qualificação e requalifi-cação dos trabalhadores paraocupar os postos de trabalho egerar a renda. O governante pre-cisa estar atento às necessidadesque os trabalhadores apresen-tam e discutir suas demandas.Muito se fala dos postos de tra-balho ociosos e da falta de mãode obra qualificada, mas poucotem sido feito para solucionar es-se problema. O próximo gover-nador precisa saber dialogarcom as lideranças sindicais e dis-cutir as melhores soluções paraos problemas. Quando o diálogofor harmônico e voltado para aconstrução de uma vertente de

respeito mútuo e preocupaçãocom a equalização dos interessesexistentes entre o capital e o tra-balho por certo o crescimento detodos será facilmente notado emuito mais produtivo para Goi-ás e para o Brasil”.

(Jayme Bueno de Aguiar,presidente da Federação dosTrabalhadores no Transporte

Rodoviário de Goiás e Tocantins)

JaymeBueno deAguiarEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Ouvido abertoàs críticas

“Um gestor público precisasaber aceitar críticas para nãoparecer pedante. Necessita sa-ber que a diversidade de ideiaspossibilita sempre a renovaçãode conceitos e a melhoria das di-retrizes aplicadas na administra-ção pública. Esses conceitosprecisam estar sempre aliadosao respeito à coisa pública e queo governante precisa empregarrecursos públicos como se per-tencessem a seus filhos e que épreciso ter respeito e probidadeao aplicar dinheiro que é de to-dos, sob pena de deixar todosórfãos e desvalidos. Por outro la-do um governante precisa olhara vida sempre com alegria e so-nhos vívidos para mostrar aoseu povo que os sonhos fazemparte do processo de crescimen-to e evolução. O que esperamos

para o próximo governador deGoiás é que ele se lembre sem-pre das origens humildes denosso estado, que nossa gentetrabalhadora ergueu um dasmais prósperas Unidades da Fe-deração e que somos um povoque luta e se alegra, sabendoque toda renovação é salutar”.

(João Domingos Gomes dos San-tos, presidente da Confederaçãodos Servidores Públicos do Brasil)

JoãoDomingosGomesEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Se eu fosse um cientista políticotentaria descrever o perfil do candi-dato a governador sob o olhar da ci-ência e da prática política brasileira.Como cidadão comum, sujeito asvariáveis que o modelo político vi-gente impõe à sociedade, mesmobombardeado por informações nemsempre honestas, tenho procuradome posicionar à luz da verdade, dosmeus parcos conhecimentos e obe-diente à minha consciência.

O assunto aqui abordado é pal-pitante, atual e tem tudo a ver comos interesses da maioria do povobrasileiro. De fato, a escolha de umcandidato a governador deve sercriteriosa, responsável e focada nointeresse público.

Nesse sentido, estou certo danecessidade urgente de uma refor-ma política que democratize e mo-dernize o processo político do Bra-sil. A prevalecer como está, os parti-dos políticos lavam as mãos, o po-vo continua reclamando e a práticapolítica, que só beneficia quem es-tá no poder, perpetuará.

Com base nos exemplos que te-nho visto ao longo dos anos, ficamuito fácil identificar, com isenção,o perfil ideal do candidato a gover-nador. Aliás, perfil esse que não temsido exigido pelos partidos políticose muito menos pelo eleitores. Quan-to aos partidos, só lutam pelo poder,enquanto que os eleitores, na maio-ria das vezes, trabalham apenas emcausa própria, vendem-se.

Hoje tenho plena convicção deque o candidato a governador deveter preparo intelectual, conheci-mento de administração, vocaçãopara o servir, conduta ilibada, vidaprofissional e social limpas, ser de-mocrático e capaz de construir umplano de governo confiável e quecontemple as aspirações do con-junto da sociedade. Mesmo que ocandidato tenha esse perfil, o elei-tor, de tanto ver desmandos na ad-ministração pública, tende a nãoacreditar que haja candidato comesse perfil. Todavia, é importanteconsiderar que o maior defeito nãoestá no candidato, e sim, na práticapolítica adotada no Brasil.

De qualquer forma, nunca sedeve deixar de observar o perfil docandidato.

Essa é a garantia que o cidadãotem de errar menos na escolha e decontribuir para o fortalecimento doprocesso.

No próximo ano haverá eleições.Candidatos a governadores vão seapresentar.

É certo que cada um vai pro-curar mostrar para o eleitor queo seu programa de governo émelhor, que nele se pode confiare que seu partido tem história desucesso na política brasileira.Nessa hora, todos se julgambons e merecedores da confian-ça e do voto dos eleitores. Às ve-zes, até se esquecem de que nemeles confiam neles, na medidaem que buscam marqueteirospara fabricar uma nova identida-de sua, completamente diferenteda sua própria imagem.

Concluo afirmando que, se de-sejamos ter bons governantes, nãoé preciso ir a outro planeta, bastanão abrir mão de nossa cidadania,dos nossos direitos e escolher osgovernantes pela razão e não pelaemoção. Quando alcançarmos esseestágio de conscientização política,teremos melhores governantes.

Gercy Joaquim Camêlo,governador do Rotary

International Distrito 4530

Que as urnas reciclemos perfis que já temos

GercyJoaquimCamêloEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

O governador ideal

LorimáDionísio –MazinhoEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Page 8: O perfil do próximo governador

O que mais espero do próximogovernador é que ele tenha

palavra e cumpra com o queprometer na campanha eleitoral.

Belmiro Rosa Borges

OPINIÃOPÚBLICAGOIÂNIA, SEXTA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2013

Um perfil contemporâneo damodernidade, que adote a ética co-mo regra, tenha sensibilidade paraas artes e a cultura, faça investi-mentos no esporte e no futebol eque continue a modernizar o Esta-do e a sua rede de infraestrutura. Éo que espero do próximo governa-dor do Estado de Goiás, a ser eleitoem outubro de 2014.

Mais do que nomes, Goiás preci-sa debruçar-se sobre um programapolítico e administrativo que man-tenha o Estado na rota do cresci-mento econômico e do desenvolvi-mento sustentável. Preto no bran-co: que coloque, em primeiro lugar,no âmbito das políticas públicas, a

qualidade de vida do cidadão co-mo eixo de prioridades.

É fundamental também que onovo inquilino do Palácio das Es-meraldas, ou talvez se o atual forreeleito, por decisão soberana dasurnas, mantenha uma postura re-publicana com as 246 prefeiturasmunicipais e caminhe, de mãos

dadas, com o Palácio do Planalto.União, estado e municípios devematuar de forma unificada paraconstruir a cidadania.

Conquistas da sociedade co-mo o Renda Cidadã, Bolsa Uni-versitária, FICA (Festival Interna-cional de Cinema Ambiental),Festival de Teatro de Porangatu,Canto da Primavera, Vapt-Vupt,pagamento em dia do funciona-lismo, 13? salário antecipado nomês do aniversário precisam sermantidos e até ampliados.

A oxigenação das instâncias depoder no executivo, legislativo e aténo Judiciário, com a ampliação docontrole externo dessas institui-ções, prestariam um serviço valorinestimável ao século 21 em Goiás.Que o eleitor, em 2014, exerça a suacidadania com a consciência volta-da para o futuro que Goiás merece.

Marcos Martinez é presidente-exe-cutivo do Vila Nova Futebol Clube

Diário da ManhãDM.COM.BRGOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013

A marca dosucesso

“A maturidade que o povobrasileiro tem demonstrado naescolha de seus representantesprecisa ser então ainda maisaprimorada. É preciso que esco-lhamos pessoas antes de maisnada, idôneas. Além disso, pes-soas que tenham um perfil dearrojo, de empreendedorismo,de vitória no que fez ao longo davida, da ética, do fio do bigode,da palavra empenhada, e docompromisso com aqueles maisnecessitam do estado, afinal, sãopessoas que nos representarão,e que executarão as ações de es-tado a serem voltadas para obem comum. Nosso estado éum dos mais ricos do Brasil, masainda capenga em muitos as-pectos. Nossas estradas estãodeterioradas, não há obras ex-pressivas, não existe aeroporto,o sistema de Saúde está doente,a Educação não valoriza profes-sor, não investe em escolas, emobras estruturantes, em ciênciae tecnologia, enfim necessita-mos de sacudir as estruturasexistentes a 32 anos com o do-mínio de apenas dois grupos emnosso estado.

É chegado o momento, por-tanto, da classe trabalhadoragoiana estar atenta para esco-lher quem melhor pode lhe re-presentar e realizar seus ansei-os justos e necessários. Inves-tindo em Saúde, em SegurançaPública, em Educação, Estra-das, Industrias, Emprego, empolíticas para as mulheres, pa-ra juventude etc.

A classe trabalhadora do esta-do de Goiás, precisa de um go-

vernador com ênfase socialista,que invista no social acima detudo, que ouça os movimentossociais e com ele faça compro-missos e cumpra-os, que dêoportunidades para a juventudee invista nos seus anseios e quetodos tenham oportunidades dese apresentarem e prestarem re-levantes serviços ao nosso esta-do. E que este candidato seja umvencedor, com uma biografia ili-bada, que tenha uma história derealizações, de ética, de compe-tência, que saiba ouvir e de ouvi-dos as vozes das ruas, que invis-ta no social sem ser clientelista,que ajude os pobres proporcio-nando a eles não só programassociais de ajuda mas que possi-bilite o pleno emprego, a cida-dania, que desonere dos impos-tos estaduais os produtos dacesta básica, que institua o salá-rio mínimo regional, que fo-mente o micro empreendedorindividual as micros e pequenasempresas. Que seu currículo, te-nha apenas a marca do sucesso,tanto na sua passagem pela vidaprofissional, como administra-dor público.

(Mauro Zica Júnior, presidenteda Nova Central Sindical dos

Trabalhadores em Goiás)

Mauro Zica JúniorEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Esperamos que seja um gover-nador que seja correto e não sejacorrupto, para que as pessoas ten-ham orgulho de tê-lo como gover-nante e não vergonha de dizer queele foi eleito com o voto da maioriada população.

Que seja inteligente e que estejaantenado com o que exista de maismoderno no mundo para não ficarpara trás. Sintonia com as inovaçõesé crucial para o desenvolvimento e a

maioria dos estados está se adi-antando a isto, com uma produçãode inovações tecnológicas invejáveis.

Que tenha compromisso com oEstado e não com grupos ou com-promissos pessoais, que governepara todos indistintamente e quetenha visão de futuro.

Que queira sair do marasmo.Que fale a verdade, acima de

tudo e que não esconda nada dapopulação. Verdade nos discursos,nas propagandas e seja transparen.

Que tenha compromisso com averdade, com a Justiça e com aliberdade.

Hélio Rodrigues de Almeida,presidente da Federação das

Pequenas e Médias Empresas doEstado de Goiás (Fepemg)

Um olhar para o futuro

Que perfil tem que ter o próximo governador?

Nelson Gonçalves, que para mimé o eterno Rei da Boemia, cantavauma música denominada ESCUL-TURA, na qual dizia que estava can-sado de tanto amar em vão e que cri-ara na sua imaginação uma mulherdiferente, de olhar e voz envolvente.Uma mulher que atingisse a perfei-ção. E na música, numa forma de so-nho singular, esculturou essa mulherfantasia, dando-lhe um pouco de ca-da mulher que conhecera.

Questionado sobre QUAL PERFILTEM QUE TER O PRÓXIMO GOVER-NADOR PARA GOIÂNIA, resolvi fazero mesmo. Cansado de tantos des-mando e incompetência, esculpimeu governador ideal. Dei-lhe o esti-lo de administração ágil e operantede Mauro Borges, que tinha um bomplano de governo e uma equipe for-mada pela Fundação Getúlio Vargasdo Rio de Janeiro para executa-lo epriorizou o concurso público, ondeos funcionários públicos eram con-tratados pelos seus méritos. Dei-lhe aousadia na implantação de ideiasmodernas e a preocupação com a sa-úde de Henrique Santillo, que im-plantou um projeto de saúde auda-cioso para Goiás, pois durante suagestão construiu os Cais e Ciams emGoiânia. Construiu o Hospital de Ur-gências de Goiânia (HUGO), o He-mocentro e dez hospitais espalhadospelo Estado. E ainda criou o progra-ma de Agentes Comunitários, quedepois foi copiado pelos outros esta-dos. Ao governador dos meus sonhostambém dei-lhe a capacidade de rea-lizar mutirões e obras de Iris Rezen-de, que num só dia construiu mil ca-sas, que asfaltou as ruas de todos os

bairros de Goiânia, fez boas estradas.Mudou a história econômica desteestado criando o Fomentar, criandoo maior programa de energia rural dopaís. E que Construiu o maior núme-ro de áreas de lazer, colocando Goiâ-nia entra as capitais com maior quali-dade de vida. Dei-lhe a capacidadede administrar com equilíbrio fiscal,de realizar reforma administrativa e ojejum midiático de Alcides Rodri-gues. Dei a meu esculpido governa-dor a modernidade de Marconi Peril-lo, que ousou criar um Tempo Novo,adotou a meritocracia, implantouVapt Vupts, implementou o progra-ma Bolsa Universitária, inserindo jo-vens pobres no ensino superior. Cri-ou o Cartão Renda Cidadã e elevou osalário da polícia, dando-lhe dignida-de. Dei-lhe a simplicidade e a sapiên-cia de Jales Fontoura que, à frente daSecretaria da Fazenda de Goiás, reu-nia-se com os profissionais liberais,como contadores e advogados, pe-dindo opiniões para a sua gestão eem muitos casos as acatando. Tam-bém dei-me ao luxo de dar a meuGovernador ideal, o bom humor deGraciliano Ramos, que em sua pres-tação de contas indicou “No cemité-rio enterrei 189$000 – pagamento aocoveiro e conservação”. Dei-lhe a dis-posição de varrer toda a sujeira da

administração pública, tanto pregadapor Jânio Quadros e quiçá seu modoerudito de ser. Dei-lhe também a po-lítica de “Tolerância Zero” de Ru-dolph Giuliani contra criminosos, oque diminuiu sensivelmente as taxasde criminalidade de Nova York. Dei-lhe também um pouco da disposiçãode Carlos Lacerda na limpeza dosmendigos e drogados da cidade, nãotanto quanto seu rigor, mas que per-mitisse minha filha voltar da escolasem ser molestada e minha mãe po-der ir ao supermercado. Ah! E nãopoderia esquecer de dar a meu go-vernador a insaciável vontade deeducar este rincão de pequis, de Cris-tóvão Buarque, ex-governador doDistrito Federal.

Os livros me ensinaram que políti-ca é a arte de resolver problemas semcausar problemas, o que parece utó-pico. Mas queria um político que fi-zesse um pouco mais pelo menosguarnecidos e convencesse aos quelhes financiam campanha de quetambém abrissem mão de suas fatu-ras políticas em prol daqueles. Tam-bém aprendi que aqueles que radi-calmente quiseram mudar a formahumana de governar morrem crucifi-cado, como Jesus cristo ou morreramesquartejados, como Tiradentes, am-bos aplateiados pela covardia passivodos pelos quais lutavam (povo). Masagora, diante da escultura do perfil domeu governador ideal para Goiás, mepergunto qual político atual se apro-ximaria dele? Um moço que está ini-ciando a política agora, sem dinheiro,sem jornal, sem ligação com grupoeconômico? Um político velho, expe-riente, querendo deixar sua marca re-gistrada na história como o melhorpolítico da história goiana? Ou umpolítico com a fome da presidência,que precisa se reescrever politica-mente para isso?

(Everaldo Ribeiro da CunhaPresidente do Sindicato dos

Contabilistas no Estado de Goiás.)

HélioRodriguesde AlmeidaEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

MarcosMartinez

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

O sonho maior

Tenho 53 anos, tenho es-posa e três filhos adolescen-tes, que ainda estudam e ain-da sou presidente de um sin-dicato onde lidamos direta-mente com a arrecadação deimpostos no Estado de Goiás.Sou um cidadão e um funcio-nário público e isso às vezesestá tudo junto e misturado.

O que mais espero do pró-ximo governador é que ele te-nha palavra e cumpra com oque prometer na campanhaeleitoral. Sonho, como co-nhecedor do fluxo de caixa dogoverno, que ele privilegie aspequenas empresas e deixede lado os mega empresáriosque financiam as campanhaseleitorais. É preciso mudar alógica de endividar o estado evender patrimônio público.Tem de cortar benefícios em-presariais, que eles chamamde benefícios fiscais, que reti-ra dinheiro da população eengorda o patrimônio depoucos.

Em 28 anos de fisco já viquebrarem o Agrobanco, Cai-xego e Beg. Vi vender Cacho-eira Dourada e o controleacionário da Celg e agora atéo Batalhão Anhanguera foifuzilado. Trabalho, pago osimpostos e cobro impostos.Tenho que pagar plano de sa-úde, escola e rezar para nãoter que pagar um segurança.Ficaria feliz se investissem noapoio à agricultura familiar,investissem na “Bolsa Digni-

dade” – Onde você prepara afamília para o mercado detrabalho nesse alardeado PIBde Goiás.

Como servidor público es-pero que sejamos respeitadoem nossos direitos garantidosnas leis, e não mais, continu-ar esperando, além dos 23anos, para receber uma dife-rença salarial do tempo doSantillo(1.990), ou, não au-mentar mais os 20 anos parareceber a diferença da URVdo Governo Iris-Agenor, de1.994. Ou a diferença do mal-fadado 13º no aniversário doMarconi. Quero ver ainda umgovernador que restabeleça orestante da paridade salarialdos aposentados e pensionis-tas retiradas por Marconi eJalles , que foi 87% corrigidapor Alcides e Braga. Sonhomaior, é ter uma Lei Orgânicada Administração Tributária– Onde o fisco terá autono-mia para atuação.

(Belmiro Rosa Borges,presidente do Sindifisco)

BelmiroRosaBorgesEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

EveraldoRibeiro daCunhaEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Orgulho em um governante

8

Page 9: O perfil do próximo governador

9

A população goiana confia seus impostospagos ao Poder público, mas nem

sempre têm a informação transparentesobre a aplicação desses recursos.

Alcides Ribeiro Filho

OPINIÃOPÚBLICAGOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013

Os goianos desejam um gover-nador que, de fato, governe e nãofique apenas fazendo acordos“gentis e cavalheiros” para se man-ter em algum cargo político e usu-fruir de benefícios do poder do Es-tado. O Estado é um território re-gulamentado por um conjunto deleis, habitado por pessoas que tra-balham e geram riquezas. O poderé do Estado, não é do governante.

O Estado tem riquezas e seu go-vernador tem compromissos. É de-ver de governador administrar ri-quezas do Estado em beneficio deseus legítimos donos: o povo. Entre-tanto, há governantes que arrancampoder da população para benefíciopróprio. A população do Estado étão responsável por sua sustentabili-dade, quanto mais for consciente deseus direitos e deveres, a começarpelo direito de eleger quem temcompetências e exigir, com datasmarcadas, as realizações propostas.

A população goiana confia seusimpostos pagos ao Poder público,mas nem sempre têm a informaçãotransparente sobre a aplicação des-ses recursos. Os goianos desejam umgovernante que supere aqueles queapontam falsas soluções para pro-blemas estruturais e sociais e sempredizem que ainda vão agir, mas nãoagem, porque não se interessam emcortar as raízes dos problemas.

O povo deseja um governante quefaça totalmente diferente dos tipos“sujeitos promessões”, acostumadosa alimentar as esperanças populares,com o mínimo de “favorzinhos,agradinhos, abraços, apertos demãos, cartõezinhos e largos sorri-sos...”, espertos em investir fortunasnas propagandas que fazem de simesmos, não importa à custa doquê, nem de quem.

No ano de 2015, Goiás terá, na for-ma da lei, um novo governante e écom a eleição deste que o povo goia-no deve tomar todos os cuidados.

O primeiro semestre de 2014 se-rá decisivo para as corporações po-líticas, porque em agosto começam

as campanhas milionárias. O povogoiano terá o governador que ele-ger e, desde já, espera dele a lide-rança que permitirá a ampliação doacesso aos direitos sociais garanti-dos pela Constituição Federal: aeducação, a saúde, a alimentação, otrabalho, a moradia, o lazer, a segu-rança, a previdência social, a prote-ção à maternidade e à infância, aassistência aos desamparados.

Goiás é uma riqueza em condi-ções de dar a dignidade de vida comqualidade a seus habitantes, os legí-timos detentores dessa riqueza. OPoder público do Estado deve irmuito além de uma promessa quealimenta sonhos de eleitores duran-te as campanhas. A população goia-na espera merecer o respeito de seufuturo governante, durante os qua-tro anos de exercício do mandato.Governante não só cumpre algu-mas promessas, mas, acima de tu-do, realiza, com a equipe gestora, asações planejadas segundo pesqui-sas, a pedido do povo e presta con-tas de modo transparente.

Ilusões, mentiras, adivinhações,previsões sem lógica, venda de infor-mações, troca de favores programa-dos, ataques a pessoas, instituições epromessas descabidas, – do primeiroa último dia de campanha política, –são muito contraditórias e se con-fundem com a omissão, as promes-sas não cumpridas e prazos vencidosdurante o mandato seguinte. Esta éuma velha história a ser mudadacom a máxima urgência.

Estradas, energia elétrica, águapotável, higiene, meio ambiente, ha-bitação, transporte, saúde, seguran-ça, cesta básica e educação têm sidobandeiras de políticos cuja educa-ção, sendo o primeiro item dos direi-tos sociais, não está comprometidanem com o Estado nem com o povo.Administra-se tudo isso com a maiscruel das artimanhas das prestaçõesde contas por meio de ‘outdoors’, rá-

dios, jornais, revistas e televisão parao povo que pagou mesmo sem saberque estava pagando.

O Estado arrecada tributos pararedistribuir bens e serviços ao povoe não a seus próprios administrado-res diretos. Quando o governante er-ra, demite-se o secretário e quandoo secretário erra, demite-se o subal-terno a este, numa cadeia de hipo-crisias que tentam dar ao povo a im-pressão de que o governo está prati-cando a disciplina da justiça admi-nistrativa, enquanto nada de benefí-cio interessante se destina ao povo.As prioridades não são para educa-ção, saúde e segurança, porque essetriângulo consome “muito” e rendepoucos votos futuros. O que rendevoto, segundo a crença tradicional,são as grandes obras, como viadu-tos, pontes, estradas, estádios, reser-vatórios de água, desapropriações eoutras, por meio das quais é possívelrealizar bons acordos com as em-preiteiras, nos mais “transparentes”processos de licitação.

Alertamos aqui, especialmentepara os dois primeiros direitos soci-ais que embasam toda a cadeia pro-dutiva do Estado: a educação e a saú-de. Estes sustentam qualquer inicia-tiva para o trabalho no extrativismo,comércio, indústria, e outras modali-

dades de produção. A falta de serviços escolares com

qualidade, nas instituições públi-cas de Educação Básica em Goiás,é tão expressiva que seus própriosdiretores e muitos professores pa-gam escolas particulares para seusfilhos e dependentes, da mesmaforma que a falta de serviços comqualidade, nas instituições de saú-de pública de Goiás, obriga direto-res dessas instituições e muitosmédicos e enfermeiros a pagar ser-viços de saúde particulares paraseus filhos e dependentes.

A grande maioria dos trabalhado-res bem qualificados nas áreas deeducação e saúde, exercem suas fun-ções públicas com cargas horáriasmínimas, porque se ocupam de ou-tras atividades para complementar onecessário à sobrevivência.

É vergonhoso, não para o Esta-do, mas para os administradorespolíticos, que as instituições públi-cas que prestam serviços essenciaiscomo saúde e educação sejamopostas a si mesmas, difundindo ocultivo à manutenção da doença eda falta de educação, e por conse-quência, gerando violência em to-dos os níveis, de modo que Goiásfoi “promovido” de “terra de índio”para um dos estados “bem” lista-

dos, infelizmente, no “ranking” dosmais violentos do Brasil.

Estamos num Estado em que háuma enorme distância entre o se-cretário e o serviço prestado pelasua respectiva secretaria. O secre-tário que delibera sobre a obra ou oserviço na educação ou saúde cos-tuma acompanhar atentamente oprocesso licitatório. Depois ajudadescerrar a cortina da placa deinauguração, faz um inflamadodiscurso e desaparece, mas ressur-ge, de repente, no futuro, pedindovotos, quando necessário.

Por exemplo, seria bom, masnunca foi possível, que o secretáriode educação, uma vez no início doano, sem data nem local agendados,vestisse roupas simples e ministras-se uma aula de 50min para uma tur-ma de Ensino Fundamental, numaescola do Estado. Depois, retornasseà turma no final do ano, com maisde 50min, para averiguar com os pa-is e professores as reais causas dobaixo rendimento e evasão escolarde crianças e adolescentes. Assim, ogovernador poderia encontrar umpermissivo na legislação, para grati-ficar o secretário, com o valor 2 aulasdadas por ano, na condição de pro-fessor substituto, no mínimo em re-gime de contrato especial.

Ainda, por exemplo, seria bom,mas nunca foi possível, que o secre-tário da educação tivesse o apoio dogovernador e da câmara de deputa-dos, para encomendar várias pesqui-sas de cunho científico, que averi-guassem as causas do abandono decrianças e adolescentes das escolasestaduais e ações fossem direciona-das para resolver o problema.

Alcides Ribeiro Filho é educador há mais de 40 anos, Diretor Geral

da Faculdade Alfredo Nasser e empreendedor no setor de comércio,

com instituições instaladas em Apareci-da de Goiânia, GO e Remanso, BA.

AlcidesRibeiroFilho Um Governador desejado:

mudança ou repetição? Especial para OPINIÃOPÚBLICA

Diário da Manhã DM.COM.BR

O candidato aGovernador Ideal

O virtual perfil dofuturo governador

Arriscar a identificar hojequem será o próximo governa-dor de Goiás, numa eleição ain-da distante cerca de 18 meses,seria apostar no acaso. Anteci-par o perfil virtual, que conside-ramos ideal para o futuro admi-nistrador goiano, consideramosperfeitamente lógico e racional.

Para o bem de Goiás e doBrasil, para o maior desenvolvi-mento econômico e social deambos, o governador ideal de-ve ter o perfil de estadista, mui-to mais do que de político,mantendo o interesse públicoacima da questão partidária.

Para satisfação das necessida-des de seus governados,vai buscao melhor relacionamento possívelcom o poder central.

Seus procedimentos, em rela-ção aos adversários, não podemconter ressentimentos. Têm deser republicanos, expressão quemodernamente significa dispen-sar a todos a mesma considera-ção, selecionando os valores éti-cos para só então escolher o me-lhor. Sucesso total, só lhe é possí-vel com a união de todas as forças,imprescindível na edificação dasociedade que almejamos.

Sua visão será integral, estrate-gicamente distribuída por todos ossetores, para obtenção de soluções

equilibradas e sistêmicas. Isso re-quer amplo conhecimento da rea-lidade estadual, nos seus 246 mu-nicípios, suas potencialidades epretensões de sua gente. O gover-nador ideal será continuamentedesenvolvimentista, combinandocrescimento econômico com de-senvolvimento social.

Para ele, é impossível ao em-preendedor produzir mais se nãotiver como escoar seus produtos,daí porque lhe providencia emantém funcionando a impres-cindível infraestrutura, – rodovi-as, energia, ferrovias, hidrovias,aeroportos e sistema portuário

O gerenciador público idealprecisa ser hábil negociador, paraconcretizar grandes decisões polí-tico-administrativas. Não podemlhe faltar autoridade e decisões nahora certa, muito menos perma-nente disposição ao diálogo. Ele sóolha para frente, desprezando di-ferenças que deixou para trás.

Ele sabe que somente com odesenvolvimento econômico sepode atingir a melhoria da quali-

dade de vida das pessoas. Entre-tanto, a educação é o instrumen-to mais eficiente à evolução hu-mana, começando das chechesao ensino fundamental, profissi-onalizante e universitário.

Ele dissemina hospitais pelointerior do Estado, para aliviaro fluxo de demanda da saúdepública na capital.

Ele prestigia e amplia o or-ganismo policial, porque a po-pulação exige segurança.

Ele profissionaliza o serviçopúblico, oferecendo-lhe cursosespecíficos e premiando-o pelaprodutividade. Otimizando oatendimento público e atacan-do a burocracia.

O governador ideal é sensí-vel e realiza uma gestão sob to-dos os pontos de vista demo-crática, transparente, objetiva,dinâmica e moderna.

Pedro Alves de Oliveira é empresário, administrador e Presidente da Federação das

Indústrias do Estado de Goiás – Fieg

Um gerente honesto

Esperamos que o próximoGovernador seja, acima de tudo,uma pessoa que tenha um his-tórico limpo e sem envolvimen-to com corrupção. Alguém comideais puros, comprometimentocom o serviço público e isento

de contaminações do sistema.Além disso, que tenha o cuidadode gerenciar de forma honesta eproba o dinheiro que nós em-prestamos ao Governo, atravésde inúmeros impostos, para queele nos devolva em benefícios.

Outrossim, penso que não há es-paço para aventureiros. Deve ter ex-periência comprovada e notório sa-ber em administração pública. So-bretudo, sensível com as questõesprimordiais: saúde e educação.

Leonardo Mariano Reis é presi-dente do Sindicato dos Médicos

O candidato a Governadorideal deve ser aquele que co-loque em seu plano de gover-no metas de regionalizaçãoadministrativa do Estado, co-mo forma equilibrada e har-mônica da gestão pública,corrigindo as distorções e osdesequilíbrios regionais decrescimento, propiciando umdesenvolvimento espacial eambiental integrado e susten-tado, favorecendo o desen-volvimento e o fomento dacompetitividade de Goiás,enfrentando os desafios paraconsolidar o Estado como po-lo econômico regional.

Neste contexto o fortaleci-

mento dos Municípios é defundamental importância pa-ra solucionar problemas soci-ais, por ser o Governo que es-tá mais próximo da popula-ção sendo, por conseguinte,mais acessível ao cidadão,tendo facilidade para mobili-zar recursos locais e somá-losaos recursos públicos desti-nados à prestação de serviçose execução de obras de inte-resse comunitário.

O próximo Governadortem que reduzir o fluxo mi-gratório, buscando um alíviodas pressões de demanda so-bre os serviços industriais esociais básicos nos grandescentros urbanos, evitando as-sim o caos em que hoje en-contra-se nossa Capital.

Garibaldi Rizzo é Presidentedo Sindicato de Arquitetos e

Urbanistas de Goiás

GaribaldiRizzo

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

PedroAlves deOliveira Especial para OPINIÃOPÚBLICA

LeonardoMarianodos ReisEspecial para OPINIÃOPÚBLICA

Page 10: O perfil do próximo governador

10

É definir hoje o futuro dos nossos jovensnas escolas com educação de qualidade.

Sim porque amanhã são eles que vãofazer funcionar as empresas.

Helenir Queiroz

OPINIÃOPÚBLICAGOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 29 DE MAIO DE 2013 DM.COM.BR Diário da Manhã

Mal acabamos de sair da eleiçãomunicipal e, mesmo faltando umano e meio para o pleito, o assuntoque pauta a cobertura política naimprensa já é a sucessão estadual.A questão que tem permeado asdiscussões em torno dos possíveisnomes que participarão da corridaao Palácio das Esmeraldas é quecandidato ofereceria as melhorescondições para um bom desempe-nho à frente do governo estadual.

Para além das questões partidá-rias ou ideológicas, Goiás precisade um governante que esteja com-prometido com o bem estar do po-vo e, consequentemente, com odesenvolvimento do Estado, con-dição que permite a oferta de qua-lidade de vida para a população.

Diante dos inúmeros casos decorrupção que vêm pipocando emtodas as esferas de governo e queajudam a preencher a pauta da co-

bertura política, a questão ética é,sem dúvida, um item básico nacomposição do perfil do postulan-te ao governo. Além disso, aqueleque ocupará o principal cargo exe-cutivo do Estado também não po-de prescindir da capacidade de di-álogo com a sociedade e o setorprodutivo.

É a partir dessas característicasque esse governante será capaz deouvir as demandas e, com sensibi-lidade e honestidade, elaborar polí-ticas de governo que atendam aointeresse coletivo. É importante

que ele tenha compromisso com avalorização do contribuinte, traba-lhando no sentido de desonerar atributação, assim como simplificá-la, visando reduzir a carga tributá-ria e diminuir os custos operacio-nais das empresas.

Deve ainda ter foco nos investi-mentos, não apenas de curto pra-zo, mas também nos de longo pra-zo, que são essenciais para o de-senvolvimento do Estado, aplican-do de forma consistente recursosem infraestrutura e logística, deforma a garantir rodovias, ferroviase aeroportos para o escoamento daprodução. Isso sem esquecer, evi-dentemente, o tripé educação-saú-de-segurança, tão cobrado pelapopulação em todos os embateseleitorais e que são áreas que, comcerteza, ainda tem o que avançar.

Saber conciliar razão e sensibili-dade é o melhor caminho para fa-zer um governo justo, dinâmico eprogressista, que é a aspiração decada eleitor goiano quando está di-ante da urna na hora da eleição.

José Evaristo dos Santos é Presidente do Sistema Fecomércio-

Sesc-Senac em Goiás

Razão e sensibilidade

Qual é a missão?

O tema proposto pelo Diárioda Manhã é um muito instiga-dor: Qual o perfil ideal do próxi-mo governador de Goiás.

Antes de pensar no perfil tive queolhar para outra pergunta: Qual amissão a ser cumprida por ele?

Sim porque o perfil dependeda missão e dos desafios a se-rem superados.

E a missão maior é ter mais focono cidadão e menos na máquinaadministrativa.

Porque?Porque a administração publica

hoje consome a maioria dos im-postos que pagamos. Não sobra di-nheiro para o custeio e muito me-nos para investimentos.

É como um restaurante quecontrata gerente, relações públi-cas, assessor de imprensa, chefede cozinha, auxiliares, manobris-ta, ascensorista, estoquista e poraí vai. Mas não tem gás para pro-duzir a comida ou pior, para in-vestir no fogão.

Dá para imaginar? – Mas é assimque funciona quando se fala de go-verno em todos os níveis.

Então, a missão é mesmo ter

mais foco no cidadão e em ga-rantir resultados reais. Que sejabásica mas que garanta que ha-verá comida.

Ter foco no cidadão quer dizerolhar para a frente e com visão ar-rojada.

É definir hoje o futuro dos nos-sos jovens nas escolas com educa-ção de qualidade. Sim porque ama-nhã são eles que vão fazer funcio-nar as empresas.

É evitar que a violência, ocrack e os acidentes de motoderrote o futuro promissor des-ses jovens que vão fazer falta naeconomia. É proteger a criança,o idoso com mais agilidade nosatendimento da saúde.

É projetar agora que Vale do Silí-cio ou que indústria inovadora po-de ser pensada em terras goianas.

— Sim, porque a excelência

não chega por acaso, tem queser planejada.

É querer tornar nossas empresascompetitivas e evitar que a buro-cracia, a corrupção no varejo dosalvarás, os meses de espera por umlicenciamento nos impeçam de ge-rar empregos que garantam o bemestar do goiano.

É motivar os legisladores a pen-sar mais no cidadão e em serem re-eleitos por seu trabalho em prol dacomunidade que representam.

É agir para evitar que a lentidãodas decisões atrapalhe os avançossociais.

É acordar cedo pensando emacelerar o crescimento, em moder-nizar as cidades, incentivar as em-presas, reduzir a desigualdade en-tre as regiões.

Essa é uma missão para um lí-der dinâmico, arrojado, empreen-dedor, cheio de energia, com gos-to pelo trabalho, visionário, comum olho no futuro e outro no pre-sente, com coragem para fazer oque tem que ser feito e, principal-mente, que queira deixar como le-gado um estado do qual ele pró-prio se orgulhe.

Esse é o perfil ideal do próximogovernador de Goiás. Um líder quepossa trazer horizonte de futuropara quem precisa acreditar.

Helenir Queiroz é Presidente daAssociação Comercial e Industrial do

Estado de Goiás – Acieg

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

JoséEvaristo dosSantos

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

HelenirQueiroz

Outro dia foi trazido a minhapresença um artista, o qual, comlápis de cor retratava pessoasnuma cartolina.

Disse-me quem o apresentavaque ele queria me retratar, ao queobjetei com a falta de tempo.

É rápido – foi a resposta. Unsdez minutos, no máximo.

Mandou que fizesse uma deter-minada pose, de modo que me fix-asse bem o rosto. Fiz. E quandoachei que teria que ficar naquelapostura por muito tempo ele, apósolhar-me fixamente por uns trintasegundos, disse: está bom. Pode semovimentar à vontade.

Fiquei olhando como trabalhavao desenho.

Fez um ponto, em determina-da parte da cartolina e daqueleponto saiam todos os traços.Trabalhava nas extremidades dopapel, mas sempre voltava aoponto marcado inicialmente,como se o mesmo fosse umareferência inafastável, uma fontegenetriz, uma fonte de irradiaçãode todos os demais traços quepoucos momentos depois iriamtraduzir o meu rosto no papel.

Penso assim com o perfil que sedeva traçar do próximo governadordo Estado.

Tudo partirá de uma palavrachave: COMPROMISSO.

Compromisso com a verdade,que o impedirá de prometer aqui-lo que sabidamente não poderáfazer ou de acobertar sob o mantodo partido ou da amizade pessoalpessoas que possam ou tenhamprejudicado pelos mais diversosmeios os objetivos reais de umgoverno legítimo.

Compromisso com o interessepúblico, que envolve o bem doEstado governado, mas, con-comitantemente, a felicidadepessoal dos governados, traduzi-da esta na efetiva consecução depelo menos três metas vitais:educação, saúde e segurança.

Porque delineadas e cumpridasestas metas, o governo poderá,com um sistema e uma estruturaeducacional adequadas, tanto naformação como na remuneraçãode seus agentes, parar de ofereceresmolas ao povo, em forma de ces-tas, de cheques, de programaspara, isto sim, atender reivindi-cações de emprego para a mão deobra qualificada agora existentepela educação. Para poder anun-ciar e cumprir que os programaspúblicos de saúde não terão seuspostos de atendimento fechadospor falta de médicos mal remuner-ados ou pela manutenção detabelas irrisórias de valores a serem

passados para a rede privada con-cessionária de tais atendimentos.Para poder anunciar que o estadolegal, de direito, não está à reboquedo estado paralelo, criminal, tantasvezes andando na frente, coman-dando os destinos de duma popu-lação insegura e aterrorizada pelopoder do crime organizado.

Feito isto, a autoridade governa-mental, ao anunciar a saúde doEstado, não precisará se enver-gonhar da doença do povo que ointegra. Ao mostrar o progresso,traduzido em obras portentosas,não terá receio de ter de esconder

que por debaixo do progresso estáo desenvolvimento precário, repre-sentado nas condições lamentáveisde vida de tantos cidadãos, relega-dos ao esquecimento e só lembra-dos quando da necessidade de seprepararem buchas para o canhãoe massa de manobra para asincursões da politiquice de favoresmomentâneos e objetivos mera-mente de poder.

Com isto se poderá ter um perfil.Sem isto ter-se-á uma desfigura-

da caricatura.

Getulio Targino Lima

Perfil de um governante

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

GetulioTarginoLima

O Homemde Bem

O perfil que esperamos do novoGovernador de Goiás, assim comode todos os nossos governantes éque sejam Homens de Bem.

O verdadeiro Homem de bemé aquele que pratica a lei de justiçae do amor. Tem fé na Vida e no fu-turo e sabe que toda ação temuma reação, portanto se fizer obem receberá o bem e se fizer omal, assim também o receberá.

Sabe que todas as dificuldadesque encontrar pelo caminho, temum propósito maior e tanto maiorserá o seu louro se assim agir comhonestidade e benevolência!

O Homem de Bem possuídopelo sentimento de amor ao pró-ximo faz o bem pelo bem, sem es-perar recompensa, paga o malcom o bem, toma a defesa do fra-co contra o forte e sacrifica sem-pre o seu interesse à justiça.

Encontra sua satisfação nos be-nefícios que distribui, nos serviçosque presta, nas venturas que pro-move, nas lágrimas que faz secar,nas consolações que leva aos aflitos.Seu primeiro impulso é o de pensarnos outros, antes de em si mesmo,de tratar dos interesses dos outros,antes dos seus. O egoísta, ao contrá-rio, calcula os proveitos e as perdasde cada ação generosa!

O Homem de Bem é justo, bome não alimenta preconceitos con-tra raças, credos, opções sexuais epartidárias, etc. Pois com o mesmorigor que julgar será julgado.

Em todas as circunstâncias, ajustiça, a ética e a moral são osseus guias. Considera que aqueleque prejudica os outros, em bene-fício próprio, não cumpre o requi-sito do Homem de Bem.

Não alimenta ódio nem rancor,nem desejos de vingança. A exem-plo de Jesus, perdoa e esquece asofensas, e não se lembra senãodos benefícios que poderá propi-ciar ao povo. Porque a quem mui-to foi dado, muito será cobrado.

Não se compraz em procuraros defeitos dos outros, nem de pô-los em evidência. Se a necessidadeo obriga a isso, procura sempre obem que pode atenuar o mal.

Estuda as suas próprias imper-feições e trabalha sem cessar emcombatê-las. Empenhando-se emmelhorar a cada dia!

Não se envaidece em nadacom a sua sorte, nem com os seuspredicados pessoais, porque sabeque tudo quanto lhe foi dado po-de ser lhe retirado.

Não abusa dos bens que lhesão emprestados devido ao cargoque ocupa, pertencente ao patri-mônio publico, o que significapertencer ao povo.

Trata aqueles que estão ao seuredor com respeito, porque sãoseus iguais perante a Vida. Usa suaautoridade para erguer-lhes, e nãopara os esmagar com o seu orgu-lho e evita tudo que poderia hu-milhar-lhes, pois se o fizer, tam-bém será humilhado.

Compreende os deveres dasua posição e tem o escrúpulode procurar cumpri-los consci-entemente.

O Homem de Bem, respeitanos seus semelhantes todos os di-reitos que lhes são asseguradospelas leis dos homens e pelas leisda consciência, como desejariaque os seus fossem respeitados,pois os governantes não são seressuperiores a nenhum de seu povoe sim subordinados a eles, vistoque são eleitos e remunerados poreste para representá-los.

Enfim, o Homem de Bem inter-roga a sua consciência sobre os pró-prios atos, pergunta se não violouessas leis, se não cometeu o mal, sefez todo o bem que podia, se nãodeixou escapar voluntariamenteuma ocasião de ser útil, se ninguémtem do que se queixar dele, enfim,se fez aos outros aquilo que gostariaque os outros lhe fizessem.

Portanto, o Governador que se-rá eleito deverá representar o pen-samento do povo, buscando ouvi-lo e ajudá-lo em suas necessida-des, mais do que aos seus própriosinteresses, de seus aliados ou dosfinanciadores que estão por trás desuas campanhas.

Será que temos algum candida-to a Homem de Bem?

(Baseado no texto do escritorfrancês Rivail, H.L.D.)

Myrella Brasil, terapeuta, escritora e palestrante, escreve

todas as quintas para o DM, [email protected]

Especial para OPINIÃOPÚBLICA

MyrellaBrasil