O Perfil Socioeconômico e Cultural dos Acadêmicos de Comunicação da Ufam - 2007 a 2009

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    1/15

    1

    O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao

    da Ufam - 2007 a 2009

    Luiza Elayne AZEVEDO1

    Rosiel do Nascimento MENDONA2

    Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM

    RESUMO

    Realizou-se um estudo com o objetivo de conhecer o perfil dos acadmicos deComunicao Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), referente aoperodo de 2007 a 2009. A partir de variveis socioeconmicas e culturais, procurou-severificar a origem escolar dos acadmicos, alguns indicadores do seu consumoinformacional e de que forma esses e outros fatores interagem com o conceito de capitalcultural, proposto por Pierre Bourdieu. Para isso, trabalhou-se com um universo de 137acadmicos e uma amostra de 97 questionrios, aplicados aos acadmicos dos cursos deJornalismo e Relaes Pblicas.

    PALAVRAS-CHAVE: Ufam; comunicao social; perfil socioeconmico e cultural.

    1. IntroduoO curso de Bacharelado em Comunicao Social da Universidade Federal do

    Amazonas, com 41 anos de existncia, conta hoje com as habilitaes de Jornalismo e

    Relaes Pblicas, tendo sido um dos primeiros a desenvolver projetos de extenso na

    universidade. Atualmente, h um curso de Jornalismo em Parintins, como parte do

    programa de interiorizao de ensino de graduao da Ufam, fato que vem consolidando

    a atuao do Departamento de Comunicao Social (Decom) nos municpios do interior

    do estado.O momento atual tem sido marcado pela experincia de produo acadmica dos

    professores e alunos em disciplinas da grade e demais programas, como Bolsas de

    Iniciao Cientfica (PIBIC), Programa de Educao Tutorial (PET), na revista

    eletrnica Maloca Digital e nos 3 grupos de pesquisa existentes: Grupo de Estudos e

    1 Jornalista, doutora em Cincias Socioambientais, professora do curso de graduao e ps-graduao doDepartamento de Comunicao Social da Ufam, tutora do Programa de Educao Tutorial de Comunicao Social(PETCom) e lder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Comunicao Social (Gepecs). E-mail: [email protected] Acadmico do 5 perodo do curso de Jornalismo da Ufam, bolsista do PETCom e colaborador do Gepecs. E-mail:

    [email protected].

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    2/15

    2Pesquisa em Cincia da Informao, Comunicao, Design e Artes (Interfaces), Grupo

    de Estudos e Pesquisa em Comunicao Social (GEPECS) e Ncleo de Estudos em

    Relaes Pblicas (NERP), credenciados pelo CNPq3. Alm disso, o curso da Ufam

    adquiriu reconhecida importncia na regio amaznica nos ltimos anos, tendo

    implantado em 2008 o primeiro mestrado em Cincias da Comunicao da regio norte

    (PPGCCOM)4.

    O ingresso no curso de Comunicao se d atravs de seleo especfica para

    cada habilitao (38 vagas para Jornalismo e 34 para Relaes Pblicas). Dentre as

    vrias formas de ingresso, as mais comuns so o Processo Seletivo Contnuo (PSC) e o

    Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem)5, processo ao qual a Ufam aderiu h pouco

    mais de um ano, abrangendo a oferta de 50% das vagas. Ademais, a crescente demanda

    pelo vestibular da instituio inclui o curso na lista dos mais concorridos na rea de

    Cincias Sociais Aplicadas6. Em decorrncia disso, h uma procura intensa por

    cursinhos pr-vestibulares da cidade como meio facilitador ao ingresso na universidade.

    Com o objetivo de conhecer as condies socioeconmicas dos ingressantes no

    curso de Comunicao da Ufam se realizou em 2007 um diagnstico do perfil dos seus

    acadmicos. Especulava-se: a maioria dos acadmicos era proveniente de escolas

    particulares, tese que remete elitizao das universidades pblicas federais e do

    prprio curso. Entre os resultados obtidos se destacam: 62% dos entrevistados eram

    oriundos de escolas particulares; 11,3% vinham de famlias com renda acima de 20

    salrios mnimos; 69% haviam cursado pr-vestibulares.

    Sabemos, no entanto, da complexidade do indivduo a partir de suas

    caractersticas socioeconmicas e de outros fatores promotores do sucesso na sua

    formao enquanto profissional capacitado para o mercado de trabalho. Dessa forma,

    conhecer tambm o perfil de consumo cultural e informacional do acadmico se torna

    de extrema importncia no contexto da graduao, permitindo inclusive oredirecionamento das prprias aes pedaggicas a partir dos resultados.

    Atendendo necessidade de se expandir a compreenso acerca do perfil do

    corpo discente de Comunicao da Ufam, se iniciou um novo estudo que integrasse no

    3http://decomufam.wordpress.com.4http://www.ppgccom.ufam.edu.br.5 Substituiu o Processo Seletivo Macro (PSM), de acordo com a Resoluo n 005/2009, do Conselho de Ensino,Pesquisa e Extenso.6 Dados do vestibular de 2009 revelam que a relao candidato/vaga era de 8,42 (PSC) e 12,96 (PSM) para a

    habilitao de Jornalismo, e 5,80 (PSC) e 7,65 (PSM) para Relaes Pblicas.

    http://decomufam.wordpress.com/http://decomufam.wordpress.com/http://decomufam.wordpress.com/http://www.ppgccom.ufam.edu.br/http://www.ppgccom.ufam.edu.br/http://www.ppgccom.ufam.edu.br/http://www.ppgccom.ufam.edu.br/http://decomufam.wordpress.com/
  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    3/15

    3somente as categorias socioeconmicas, mas especificamente as caractersticas e

    preferncias culturais dos acadmicos, uma vez admitida a existncia de relaes

    intrnsecas entre cultura e formao profissional.

    2. Discusses iniciais: elitizao e capital culturalVrias pesquisas e a prpria mdia vm relatando a ocorrncia de um processo

    de elitizao das Universidades Pblicas Federais do pas. Alm disso, as escolas

    particulares esto assumindo cada vez mais um papel duplo na educao: o de fornecer

    conhecimento aos alunos e prepar-los ao mximo para que obtenham sucesso nos

    vestibulares das universidades pblicas. Enquanto isso, as escolas pblicas, a priori, se

    voltam para o mercado de trabalho.Schwartzman7 fornece algumas consideraes a respeito dos exames

    vestibulares, pressupostos teis nesta discusso inicial. Em primeiro lugar, o autor

    estabelece uma relao diretamente proporcional entre o nvel socioeconmico da

    famlia do candidato e as suas chances de sucesso no vestibular. Em seguida, revela uma

    tendncia que leva os candidatos de mais baixa renda a escolherem cursos menos

    concorridos; os alunos de maiores rendas, dessa forma, acabam se concentrando nos

    cursos do mais alto prestgio social, como Direito e Medicina. Apesar do significativo aumento das vagas nas universidades brasileiras, no

    estaria havendo uma democratizao na entrada dos alunos mais carentes, na viso de

    Schwartzman. Por fim, ele afirma que os cursos que formam professores para o ensino

    de segundo grau so justamente os que recebem os alunos em piores condies de

    aproveitamento, gerando uma cadeia viciosa de deficincia no ensino.

    Outros autores, no entanto, assumem posies contrrias. o caso de Wilson

    Mesquita

    8

    , que ao contestar a tese da elitizao das universidades e problematizar oprprio conceito de elite, afirma: embora a renda exera influncia, ela no varivel

    nica para qualificaodos alunos entre os diversos cursos. Mesquita defende que no

    se pode generalizar a existncia de indivduos nesse patamar presentes na

    universidade pblica brasileira para o conjunto dos alunos.

    Na mesma linha, Fiamengue (2002), em sua tese de doutorado sobre o vestibular

    da Universidade Estadual Paulista, afirma que o conceito de elite uma abstrao com

    7

    Disponvel em:http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdf.8 Disponvel em:http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdf.

    http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdfhttp://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdfhttp://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdfhttp://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdfhttp://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdfhttp://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdfhttp://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdfhttp://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdf
  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    4/15

    4forte componente ideolgico, que a partir de uma utilizao muito abrangente serve

    muitas vezes para mascarar processos sociais. (p. 154). Assim, o conceito apenas

    perderia seu carter abstrato a partir do momento em que fosse relacionado com a

    deteno de poder, conforme atesta a autora em sua concluso: a utilizao do conceito

    de elite vlida para conceituar as cpulas que possuem o poder e que alis no

    mandam seus filhos para a universidade pblica. (p. 158).

    Outro conceito fundamental na anlise do atual perfil dos acadmicos de

    Comunicao da Ufam foi o de capital cultural, proposto por Bourdieu (2002). Segundo

    o autor, a estrutura de distribuio do capital cultural nada mais que um reflexo da

    estrutura de distribuio do capital econmico. Efetivando a discusso, Amaral (2007)

    argumenta sobre o capital cultural como um conjunto de disposies estticas dos

    indivduos, manifestadas em suas preferncias e gostos, resultantes do seu habitus

    cultural e determinantes do seu consumo de bens culturais (p. 101). Assim, o capital

    cultural assume trs formas bsicas:

    estado incorporado preferncias musicais, experincias adquiridas emviagens, lugares que freqenta, conhecimento assimilado, etc. Pressupe

    investimento em tempo e dinheiro;

    estado objetivado - sob a forma de quadros, livros e outros bensculturais/simblicos;

    estado institucionalizado um diploma, por exemplo, que confere aoindivduo o respaldo de um conhecimento ou preparo adquirido

    institucionalmente.

    Partindo dessa perspectiva, se infere existir um paradigma no sentido de validar

    a tese de que o sucesso e desempenho escolar de um indivduo mantm relao direta

    com a sua origem socioeconmica, expressa em variveis como nvel de instruo dos

    pais, renda familiar, local de residncia e sua prpria escolaridade, conforme prope

    Amaral (2007). Com base nesses pressupostos, um dos objetivos da atual pesquisa foi

    relacionar os resultados obtidos com o conceito de capital cultural, capaz de gerar, do

    ponto de vista de um acadmico em formao profissional,

    uma grande capacidade de ampliao e converso dediferentes capitais, potencializando a mobilidade e a

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    5/15

    5capitalizao de recursos na luta concorrencial por melhoresposies no espao social (BRANDO, 2003, p. 514).

    Portanto, procura-se agora preencher esta lacuna, uma vez que na primeira

    pesquisa no se pode detectar com preciso a existncia desse capital cultural, pois a sua

    nfase se deu no diagnstico da elitizao do curso.

    3. Perfil dos acadmicos da UfamNo primeiro estudo sobre o perfil dos acadmicos de Comunicao da Ufam9,

    coordenado pela professora Luiza Elayne Azevedo Lundia (Decom-Ufam) e as

    acadmicas Alana Santos, Cristiane Naiara de Souza e Taianne Mafra, o universo de

    anlise correspondia a 153 estudantes de Comunicao, sendo 74 de Relaes Pblicas;79 de Jornalismo. A partir da, obteve-se uma amostra de 132 acadmicos com a

    aplicao de questionrios socioeconmicos aos universitrios do 1 ao 9 perodo de

    ambas as habilitaes (correspondendo aos anos de 2003 a 2007).

    Dessa forma, constatou-se:

    A maioria dos acadmicos entrevistados tinha renda mensal familiar oscilandoentre 06 e 15 salrios mnimos (SM)10;

    A maioria havia feito cursinho pr-vestibular;

    Notvel crescimento de alunos provenientes de escolas particulares ao longo dosanos pesquisados;

    A provenincia escolar do acadmico em pouco influenciou no seu desempenhoacadmico, medido atravs do seu coeficiente de rendimento.

    Dependendo da necessidade, pesquisas precisam ser realizadas continuamente,

    com certos intervalos de tempo, de modo a verificar possveis mudanas no perfilestudado ou at mesmo para aperfeioar os mtodos de anlise. Assim, uma segunda

    pesquisa com o objetivo de traar o perfil dos acadmicos de Comunicao foi realizada

    entre o segundo semestre de 2009 e o primeiro semestre de 2010. Alm das variveis

    sociais e econmicas, foram inseridas variveis culturais, como consumo informacional

    9 A pesquisa resultou em artigo apresentado no XII Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ),

    realizado em abril de 2009, na cidade de Belo Horizonte/MG.10 Em 2007, o salrio mnimo era de R$ 380,00.

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    6/15

    6e cultural desses acadmicos, seu envolvimento em atividades de pesquisa e extenso e

    em outras atividades que venham a somar na sua formao.

    3.1. Mtodos e materiaisNa pesquisa mais recente, trabalhou-se com o universo de 137 alunos11 e uma

    amostra igual a 97, distribuda da seguinte forma: 18 alunos do ano de 2007 (18,6%); 29

    de 2008 (29,9%); 50 de 2009 (51,5%): sendo 50,5% da habilitao de Relaes Pblicas

    e 49,5% de Jornalismo. Foram utilizados questionrios mistos (perguntas abertas e

    fechadas) como instrumento de coleta de dados.

    3.2. Definio da amostragemA pesquisa atual aponta para um total de 80,4% de acadmicos entre 18 e 21

    anos e uma maioria de 72% de mulheres, levando em conta as duas habilitaes. Em

    relao instituio de origem, 52,6% dos entrevistados concluram o Ensino Mdio em

    escola particular e 47,4% em escola pblica.

    3.3. Perfil econmicoQuanto ao perfil econmico, foi considerada a varivel de renda familiar mensal

    e origem da renda pessoal, caso houvesse. Verificou-se que a maioria dos acadmicos

    (53,6%), levando em conta tanto o grupo de escola particular quanto o de pblica,

    possua renda de at 10 salrios mnimos12. Ainda assim, nota-se que o grupo de escola

    particular o que apresenta o maior nmero de pessoas com renda familiar oscilando

    entre 10 e mais de 20 SM, conforme demonstra o (Grfico 1):

    11 Conforme dados coletados junto Pr-reitoria de Ensino de Graduao (PROEG).12

    Na poca, o salrio mnimo era de R$ 465,00.

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    7/15

    7

    Grfico 1

    Esta varivel a mais indicada quando se quer avaliar o perfil econmico, pelofato de estar diretamente relacionada ao poder de acesso a escolas particulares, cursos

    preparatrios, livros e diversos outros meios facilitadores do ingresso nas universidades

    pblicas, espao cada vez mais competitivo.

    A pesquisa revelou ainda que a maioria dos entrevistados (16,5% de escola

    pblica e 19,6% de particular) possui mesada ou penso como fonte de renda pessoal.

    Por outro lado, 29,9% dos respondentes declararam ter como fonte de renda estgio ou

    atividade profissional remunerada (13,4% de escola pblica e 16,5% de particular).Bolsas concedidas por atividades acadmicas vm em seguida, com 15,5% de

    acadmicos de escola pblica e 6,2% de escola particular. No mbito geral, entretanto, a

    renda pessoal dos acadmicos no ultrapassa a faixa de 01 SM.

    3.4. Caractersticas sociais e educacionaisEm relao ao Ensino Mdio, 25,8% dos entrevistados concluram o curso em

    escolas estaduais, 12,4% em escolas tcnicas federais, 10,3% no Centro Educacional

    Lato Sensu, 8,2% em escolas militares, 7,2% no Centro Educacional La Salle e 35,1%

    em outras instituies.

    Dos universitrios entrevistados, tem-se que 55,7% cursaram pr-vestibulares,

    conforme o (Grfico 2). Na pesquisa anterior, essa maioria era de 69%.

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    8/15

    8

    Grfico 2

    Esses resultados sugerem, em consonncia com os dados do perfil econmico, o

    poder aquisitivo desses acadmicos, uma vez que os cursinhos pr-vestibulares exigem

    o pagamento de mensalidades que variam entre RS 200 e R$ 400, em Manaus.

    Em relao ao envolvimento em atividades de pesquisa e extenso percebemos

    uma inexpressiva participao dos acadmicos: vinculados ao Decom, apenas 15,5%

    desenvolvem pesquisa e 17,5% participam de atividades de extenso, sendo que a

    maioria dos que esto envolvidos so provenientes de escola pblica, conforme os

    (Grficos 3 e 4):

    Grfico 3

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    9/15

    9

    Grfico 4

    Essa realidade reflete o que Lima (2009) define como alienao da vidaacadmica em relao ao mercado profissional, o conseqente desinteresse pela

    pesquisa e sua desvalorizao.Quanto formao complementar desses acadmicos, obtiveram-se os seguintes

    dados: 50,5% fazem ou j concluram curso de idiomas (30,9% de escola particular);

    44,3% fazem ou j concluram curso de informtica (27,8% de escola pblica); 19,6%

    fazem ou j concluram cursos artsticos (msica, teatro, dana, etc.), sendo 12,4%

    destes de escola particular; apenas 7,2% dos entrevistados fazem ou j concluram

    cursos tcnicos da rea de Comunicao (6,2% de escola particular), conforme o

    (Grfico 5):

    Grfico 5

    Constatou-se tambm:

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    10/15

    10

    Apenas 25,8% cursam outra graduao. Publicidade, Letras e Turismo, reas quede certa forma se relacionam com a Comunicao, foram os cursos que

    apareceram com mais freqncia;

    Dos entrevistados que tm domnio fluente das lnguas Inglesa e/ou Espanhola(27,8% e 6,2%, respectivamente), a maioria proveniente de escola particular;

    Os que possuem computador com acesso a internet representam 82,5% dosentrevistados, contra 13,4% que possuem computador sem acesso internet e

    3,1% que no possuem computador.

    3.5. Perfil culturalEm relao s reas culturais de interesse, parte expressiva dos acadmicos

    entrevistados (82,5%) se disse interessada por Cinema e Audiovisual, 75,3% por

    Msica, 48,5% por Literatura, 46,4% por Teatro, 35,1% por Esportes, 30,9% por Dana

    e apenas 22,7% por Artes Plsticas.

    De modo a conhecer tambm o perfil de consumo informacional dos

    entrevistados, perguntou-se qual o meio de comunicao os acadmicos mais utilizam

    para se manterem informados. O resultado revelou que a internet o veculo mais

    utilizado por 85,6% dos entrevistados, seguida pela televiso, atravs de seustelejornais, com 77,3% de preferncia, revistas com 55,7%, jornais impressos com

    52,6% e rdio com apenas 24,7% da preferncia.

    Em se tratando dos jornais impressos, de acordo com o (Grfico 6), os cadernos

    culturais se destacam com 82,5% da preferncia de leitura dos acadmicos, seguidos

    pelas notcias de Educao, com 55,7%, e Poltica, com 51,5%.

    Grfico 6

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    11/15

    11

    Conforme o (Grfico 7), as revistas de notcias semanais e as de

    variedades/curiosidades aparecem como as mais lidas pelos acadmicos, com 57,7% e

    50,5% de preferncia, respectivamente, contra apenas 3,1% em se tratando de revistas

    com contedo regional.

    Grfico 7

    A partir do (Grfico 8), temos que no rdio a preferncia dos acadmicos se

    concentra na programao musical (73,2%), nos radiojornais (44,3%) e nos programas

    de entrevista (24,7%).

    Grfico 8

    Na televiso, os programas que lideram a preferncia dos acadmicos so os

    seriados (81,4%), filmes (84,5%), telejornais (80,4%) e entrevistas ou documentrios

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    12/15

    12(75,3%). Programas culturais vm em seguida, com 46,4% da preferncia, humorsticos,

    com 37,1%, novelas, com 28,9%, e esportes, com 23,7%.

    A maioria dos entrevistados, 76,3%, acessa a internet diariamente, sendo que

    45,4% utilizam o microblog twitter e 35,1% produzem contedo em blogs ou sites

    pessoais.

    Uma varivel importante no diagnstico do perfil cultural dos acadmicos de

    Comunicao da Ufam a que revela os seus nveis de leitura. Para isto, usou-se como

    parmetro a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2007), realizada pelo Instituto Pr-

    livro: a mdia de leitura anual dos brasileiros para aqueles que se encontram no ensino

    superior de 5 livros no-acadmicos (fora da escola) e 3,3 livros acadmicos

    (indicados pela escola).

    Desse modo, chegou-se ao seguinte resultado: em se tratando de leitura no-

    acadmica, a maioria do grupo de escola particular (29,9%) est na mdia nacional, ou

    acima dela, enquanto a maioria do grupo de escola pblica (24,7%) se encontra abaixo

    dessa mdia, conforme o (Grfico 9).

    Grfico 9

    Quanto preferncia por gneros de leitura, os romances aparecem em primeiro

    lugar, com 72,2%, seguidos pelos livros de no-fico, com 49,5%, e livros religiosos,

    com 20,6%. Quando perguntados sobre os trs ltimos livros lidos, os mais recorrentes

    foram A Cabana, O Caador de Pipas, O Cdigo Da Vinci, A Menina que Roubava

    Livros, O Menino do Pijama Listrado, e os da srie Crepsculo (Lua Nova, Eclipse,

    Crepsculo e Amanhecer), livros que figuram na lista dos mais vendidos do ano de

    2009.

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    13/15

    13Em relao leitura de livros acadmicos, de acordo com o (Grfico 10), o

    resultado se inverte: a maioria do grupo de escola pblica (23,7%) est na mdia

    nacional, ou acima dela, enquanto que a maioria dos de escola particular (26,8%) est

    abaixo, conforme demonstra o grfico abaixo. A inferncia que pode ser feita com base

    nesses dados diz respeito ao fato de os acadmicos provenientes de escola pblica serem

    os que mais se envolvem em atividades de pesquisa e extenso, pois isto influenciaria

    diretamente no seu nvel de leitura acadmica.

    Grfico 10

    Por fim, a pesquisa demonstrou a inexpressiva participao dos acadmicos em

    atividades polticas/partidrias (1%), esportivas (11,3%) e estudantis (19,6%), o que

    acena para uma preocupante falta de articulao e mobilizao poltica no curso. Alm

    disso, a maioria dos envolvidos em atividades artsticas ou culturais se encontram no

    grupo de escola particular (cerca de 12%).

    4. Consideraes

    Considerando as variveis utilizadas nesta pesquisa e as suas interrelaes,percebe-se uma aproximao entre os componentes socioeconmicos e os culturais

    avaliados, confirmando, desse modo, uma das proposies da pesquisa: o capital

    cultural do acadmico cresce conforme a sua posio econmica. A sua constatao se

    interliga com o fato de que os acadmicos com domnio fluente das lnguas inglesa e/ou

    espanhola se encontram situados no grupo proveniente de escola particular. A mesma

    relao vale para os que mais investem em formaes complementares, como cursos de

    idiomas, artsticos ou cursos tcnicos na rea de Comunicao. Estes dados revelam,

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    14/15

  • 8/9/2019 O Perfil Socioeconmico e Cultural dos Acadmicos de Comunicao da Ufam - 2007 a 2009

    15/15

    15AZEVEDO, Luiza Elayne; MAFRA, Taianne; SANTOS, Alana; SOUZA, Cristiane.Perfil scio-econmico: acadmico de Comunicao Social da Ufam. Disponvel em:http://www.fnpj.org.br/soac/ocs/viewpaper.php?id=560&cf=18. Acesso em: 29 jun.2010.

    BOURDIEU, Pierre. Os trs estados do capital cultural. In: NOGUEIRA, M. A.;CATANI, A. (orgs). Escritos de educao. Petrpolis: Vozes, 2002.

    BRANDO, Zaia; LELLIS, Isabel. Elites acadmicas e escolarizao dos filhos.Campinas, 2003. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302003000200011&script=sci_arttext&tlng=e. Acesso em: 29 jun. 2010.

    FIAMENGUE, Elis Cristina. Mas afinal que elite essa? Elitizao/Deselitizao novestibular Vunesp. Tese (Doutorado) - Faculdade de Cincias e Letras da UniversidadeEstadual Paulista. Araraquara, 2002. Disponvel em:www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/1226/1/tese.pd. Acesso em: 03 jul. 2010.

    INSTITUTO PR-LIVRO. Retratos da Leitura no Brasil. 2007. Disponvel em:http://www.prolivro.org.br. Acesso em: 03 jul. 2010.

    LIMA, George Santos. O ensino de Jornalismo no Piau e a prtica no mercado.Anais do XI Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Nordeste. Teresina,2009.

    MESQUITA, Wilson. Que elite essa de que tanto se fala? Disponvel em:http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdf. Acessoem: 29 jun. 2010.

    SCHWARTZMAN, Jacques. A seletividade scio-econmica do vestibular e suasimplicaes para a poltica universitria pblica. Disponvel em:http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdf. Acesso em: 29 jun.2010.

    http://www.fnpj.org.br/soac/ocs/viewpaper.php?id=560&cf=18http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302003000200011&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302003000200011&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/1226/1/tese.pdhttp://www.prolivro.org.br/http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdfhttp://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdfhttp://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/es/artigos/165.pdfhttp://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalho/GT14-1794--Int.pdfhttp://www.prolivro.org.br/http://www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/1226/1/tese.pdhttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302003000200011&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302003000200011&script=sci_arttext&tlng=ehttp://www.fnpj.org.br/soac/ocs/viewpaper.php?id=560&cf=18