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O PODER DA ENFERMAGEM Lynda H. Moyet, NP, PhD, RN

O PODER DA ENFERMAGEM - expansaoeventos.com.br · de comida processada ... •Cuida –Conhecer a pessoa ... geral; e, de 49 para 91% em pacientes com câncer. –Morrer no domicílio

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O PODER DA ENFERMAGEM

Lynda H. Moyet, NP, PhD, RN

Nos EUA:

– 7% acreditam nos Políticos

– 32% acreditam no Presidente

– 83% continuam a consideram os enfermeiros os profissionais mais honestos e éticos

• Quando você ou um ente querido está hospitalizado, quem entra com mais frequência no seu quarto?

• Por que as pessoas são admitidas no Hospital?

• Por que passam a noite no Hospital?

• Por que existem indivíduos em UTIs?

• Quem decide quando eles precisam ser transferidos para a UTI?

• Quando você entra no quarto de um paciente em fase terminal pela primeira vez, e os familiares te olham, qual a primeira impressão que eles têm de você?

• Quando você está no quarto do paciente e a porta está fechada, quem está direcionando sua prática?

• ENFERMAGEM é, sobretudo, assistir indivíduos (doentes ou não) com atividades que contribuem para a saúde ou sua recuperação (ou para uma morte sem sofrimento existencial) que são realizados quando os enfermeiros são empoderados com conhecimento

• ENFERMAGEM, ainda, auxilia indivíduos em sua terapêutica prescrita e para sua independência assim que possível

• Quando precisa de auxilio para:

– Atender alguém raivoso

– Controlar a dor de um paciente viciado

– Assistir uma mulher abusada sexualmente

– Implementar um código de Não Reanimação

• Quem você procura?

Qual LINGUAGEM DIAGNÓSTICA os ENFERMEIROS usam?

A ENFERMAGEM BIFOCAL

• Compreendendo a fisiopatologia e tratamentos dos diagnósticos médicos e suas complicações associadas

DIRECIONAM O ENFERMEIRO PARA – Monitorar as respostas do indivíduo ao

tratamento,

– Detectar precocemente as mudanças fisiopatológicas; e,

– Iniciar tratamentos e orientações apropriadas.

E por educar, aconselhar, escutar, apoiar e acolher

– Reduzir fatores de risco de vulnerabilidades,

– Promover estilos de vida saudáveis,

– Coletar dados de respostas de indivíduo, família, comunidades para condições de saúde (in)esperadas; e,

– Ativamente assistir indivíduo, família, comunidades para reduzir ou eliminar problemas.

COMO os Enfermeiros Assistenciais REAGEM aos diagnósticos de

enfermagem?

POR QUE não podemos usar as palavras que sempre usamos?

A Linguagem da Enfermagem (antes dos diagnósticos de Enfermagem)

– Diabetes Mellitus?

– Pneumonia?

– Dificuldade?

– Fibrose cística?

– Hipertensão?

– Hiperglicemia?

– Alcoolismo?

Descrevem fisiopatologia e não a experiência do indivíduo frente à

condição

AVC

IAM AIDS

A Linguagem Médica direciona o Cuidado de Enfermagem

Intervenções específicas

Diabetes

Hipoglicemia

Pneumonia

Quais intervenções são DIRECIONADAS por:

?

Falta de cooperação

Choro

Raiva

Por exemplo: Quando uma pessoa tem risco para Lesão Por Pressão os enfermeiros usam uma variedade de problemas, como:

– Imobilidade

– Comatoso

– Pele hiperemiada

– Incontinência

– Inabilidade em mover-se

imobilidade comatoso

incontinência inabilidade

para mover-se

Risco para Lesão por Pressão

• Aos poucos, as enfermeiras aprenderam que os diagnósticos médicos não descrevem os problemas do paciente com os detalhes suficientes para a elaboração de um plano de cuidados de enfermagem que atenda ao paciente como um todo.

Por exemplo: RAIVA pode ser um sinal de:

– Medo

– Sofrimento Espiritual

– Estrutura familiar disfuncional

– Confusão

– Enfrentamento Ineficaz

– Luto

• A Medicina se sustenta em um sistema de classificação padronizado para ensinar sua Ciência aos estudantes e comunicar os problemas dos indivíduos.

• Como a Enfermagem ensina sua Ciência aos estudante e comunica os problemas aos indivíduos e membros da equipe?

Sem Linguagem Padronizada é difícil:

– Coletar os dados clínicos para melhoria da qualidade

– Definir responsabilidades de cada profissional

– Coletar dados clínicos para pesquisa

– Organizar o conhecimento da profissão para os estudantes

Na profissão médica usar Diagnósticos

Médicos

Na profissão de Enfermagem usar Diagnósticos de Enfermagem

Não é OPCIONAL

Diagnósticos de Enfermagem NÃO devem substituir estas terminologias:

– Sangramento

– Insuficiência renal

– Fratura

– Úlcera gástrica

– Choque

Modelo Bifocal da Prática Assistencial de Carpenito

Enfermagem Medicina

Diagn Enf

COLABORAÇÃO

Diagn Médico

Expertise da Disciplina Enfermagem

– Entrevistar, Fazer Histórico e Exame Físico – Triar indivíduo, família e comunidade de

alto risco – Ensinar estratégias preventivas – Diagnosticar e gerenciar as respostas

problemáticas ou comprometidas do indivíduo, família e comunidade

– Usar várias modalidades de intervenções, por ex, aconselhar, ensinar, auto cuidado, terapias alternativas, negociações

– Gerenciar problemas de saúde recorrentes

Expertise da Disciplina Médica

– Entrevistar, Fazer Histórico e Exame Físico – Diagnosticar problemas médicos agudos e

crônicos – Usar Prescrições, Intervenções e Orientações – Gerenciar as condições médicas agudas e

crônicas – Diferenciar problemas médicos complexos – Gerenciar problemas médicos recorrentes – Gerenciar as doenças multissistêmicas com

alta taxa de morbidade e mortalidade – Usar Aconselhamento quando apropriado

Expertise da Colaboração de Enfermagem

– Vigilância para detectar com antecedência complicações fisiológicas dos diagnósticos médicos e de seus tratamentos

– Iniciar as intervenções de enfermagem e médicas prescritas para prevenir morbidade e mortalidade

E quando não estamos cuidando

SUFICIENTEMENTE

Quando seu indivíduo assistido é:

– Um viciado em drogas

– Um doente mental

– Um homem gay abusado sexualmente

– Uma garçonete assaltada

– Um home sem teto

– Um obeso mórbido

• Como a outra enfermeira lhe passou o caso desta pessoa?

• Podemos ser tendenciosos antes de conhecer este indivíduo?

Vício

– É uma doença

– É uma tortura que se repete de novo a cada dia

– Destrói indivíduos

– Destrói famílias

“Amor rude não vai ajudar indivíduos

com vícios”

Mary O’Hagan, uma pessoa com doença mental escreveu:

“Eu não me lembro das enfermeiras pelas suas habilidades profissionais, mas eu lembro delas pelas qualidades humanas. Acima de tudo, me lembro das enfermeiras pela gentileza e compaixão”

MENTAL HEALTH Edited by N. Proctor. H Hamer, D. Mc Garry, R. Wilson, T Froggatt.(2014)Cambridge Press, New York

“Compaixão significa ser capaz de se colocar no lugar do outro e estar junto com este em seu sofrimento. Compaixão necessita de consistente auto percepção, paciência e aceitação das diferenças”

Estupro

Pessoas abusadas sexualmente acreditam que

suas pobres decisões causaram o abuso.

• Ir sozinho ao local com quem cometeu o abuso

• Vestir-se de modo provocativo

• Embriagar-se

• Beijar quem cometeu o abusou

• Caminhar só para casa

• Flertar com quem cometeu o abuso

Pessoas abusadas sexualmente verbalizam que eles NÃO deveriam ter:

Se fosse atingido na cabeça com uma pá

• Ir sozinho ao local com quem cometeu o abuso

• Vestir-se de modo provocativo

• Embriagar-se

• Beijar quem cometeu o abusou

• Caminhar só para casa

• Flertar com quem cometeu o abuso

Estas questões importariam?

Casos de homens abusados por outros homens

– Menos de 1 em 10 são registrados

– Prevalência de vida é de 12,5%

– 94% dos abusos ocorrem antes dos 18 anos de idade

– Algo extremamente estigmatizado

Abuso sexual é um ato de violência,

não sexo.

• 344 foram registrados

• 63 foram detidos

• 13 chegam à promotoria

• 7 chegam à condenação criminal

• 6 foram presos

• E os outros 994 caminham livremente

Nos EUA em cada 1000 abusos (2014):

Fonte: Vozes de Coragem. http://www.datesafeproject.org/wp-content/uploads/2015/08/voices_of_courage_ebook_2013.pdf (ebook)

Nos EUA, o número de moradores de rua com sérios diagnósticos de saúde mental e drogadição é:

– 25 tem séria doença mental

– 38% abusam de alcool

– 26% abusam de drogas

= 89%

A obesidade é uma escolha?

• Resposta ao stress excessivo

• Comer alta quantidade de comida processada ou fast food

• “É de família” ou “É genético”

• Hábitos não saudáveis tendem a surgir em famílias

• Comfort eating – se você tem baixa alta estima ou sente-se depremido

• Atividade física insuficiente

Nos Etiologia do excesso em comer:

Obesidade não acontece da noite pro dia

• Machuca:

– Juntar a equipe em conversar negativas

– Ignorar o obeso

– Acreditar que a solução é simplesmente “comer menos”

• Cuida

– Conhecer a pessoa

– Gentilmente, perguntar como o peso está afetando a vida da pesa?

– Se desejável, identificar 3 mudanças de estilo de vida possíveis

O que o enfermeiro pode fazer que:

Saiba que, quando você evita um quarto, você está

fazendo o mal

ÉTICA X MORAL

Um dilema ético é quando alguém se depara com duas decisões que podem ser boas

Um dilema moral está na natureza da situação que é uma violação dos direitos humanos do indivíduo

O Julgamento moral dos enfermeiros e as percepções das atitudes morais apropriadas estão ligadas:

– Aos fortes valores morais para aliviar o sofrimento (não maleficência)

– Respeitar os desejos do indivíduo (autonomia)

– Manter a transparência (veracidade)

– Distribuir recursos escassos de saúde de modo apropriado (justiça)

Moralmente, você é responsável por quem?

Enfermeiros tem um conhecimento pessoal sobre as necessidades, desejos e respostas dos indivíduos, então:

– Deveria os desejos da família se sobrepor aos dos indivíduo?

– Deveria o tratamento prolongar a vida?

– O que faria se lhe pedissem para não discutir a morte com família e médicos?

Ações que não são parte dos melhores interesses do indivíduo:

– Exames desnecessários

– Cirurgias desnecessárias

– Terapias desnecessárias

Decepção

– Código “slow”

– Dizer que não pode discutir o status do código com a família

– Verdades parciais

– Ignorar perguntas do indivíduo e família

“Pergunte ao Médico”

– Aprender a estar confortável com o sofrimento Você pode sentar-se ao meu lado na minha caverna escura, sem falar sobre luz.

– Dê o mesmo cuidado ao zelador que daria ao Presidente do banco.

– Defenda os direitos de todos os indivíduos e de suas famílias pra receber o mesmo cuidado que espera para seus filhos, parceiros, pais e entes queridos.

.

.

.

Como você sabe que estamos prolongando a vida ou a morte?

Você saberá…

…quando está errado… ...está errado

Enfermeiros têm insights precoces sobre a futilidade de

tratamentos adicionais

Fonte:Hefferman & Heilig, 1999

Porquê? Porque

Eles confiam em nós

Os vulneráveis necessitam de

nós Nós conhecemos as possibilidades

Nós testemunhamos seus sofrimentos

Nós somos profissionais

Obrigação da

Enfermagem

Dizer a verdade

Reduzir sofrimento

Permanecer forte

Não cometer

erros

Advogar para que cada indivíduo possa “DISCUTIR” e

escrever suas decisões

FIM DE VIDA

nos EUA

– Mais de 25% dos custos em saúde são gastos no último ano de vida

– Aproximadamente 20% das mortes ocorrerm em UTIs

– A diferença entre condição crítica e doença terminal não está clara

– Morrer enquanto se recebe intervenções agressivas para estender a vida gera confusão, conflitos, estresse nos cuidadores, no indivíduo doente e em suas famílias

Fonte:Elpern et al, 2005

– Apesar dos benefícios dos cuidados paliativos e dos hospices, muitos pacientes em fase terminal de sérias doenças de tratamento longo morrem em locais onde não recebem o cuidado para seu sofrimento nas últimas horas de vida

Fonte:Miyashita, Morita, Sato et.al (2008

– Uma revisão sistemática de literatura internacional demonstrou que a preferência por morte no domicílio aumentou de 59 para 81% na população geral; e, de 49 para 91% em pacientes com câncer.

– Morrer no domicílio tem associação com alta satisfação familiar, melhores resultados, significante aumento da “qualidade do processo de morrer”.

Engajar-se em diálogo aberto com os médicos

– “Não estou confortável com...”

– “A família perguntou, questionou, sente...”

– “Sr...perguntou, sente, questiona ”

Não assuma que os médicos também não têm sofrimento moral

– Práticas organizacionais como Comitês Éticos favorecem o desenvolvimento e a discussão das dificuldades e desafios dos cuidados e dos problemas e implicações morais contribuindo para percepções morais do clima do cuidado.

Fonte: Olson, 1998

Que tipo de tratamento e morte você quer para VOCÊ e para

quem ama?

– O ato da Auto-Determinação do Paciente (Testamento Vital no Brasil) assegura os direitos dos adultos sobre sua saúde. Especialmente, os adultos com capacidade:

– Podem escolher ou recusar qualquer tratamento médico ou cirúrgico

– Podem dar direcionamentos ou escolher um procurador

FIM DE VIDA

No BRASIL

• Fonte: Soares, M(2011) End of life Care in Brazil: the Long and Winding Road. Critical Care15(1): 110.

• Embora o consentimento informado é cada vez mais adotado em hospitais brasileiros, diretivas avançadas não são legalmente reguladas no Brasil e o registro das preferências dos pacientes em prontuário não é uma prática comum, embora esteja se tornando mais frequente.

• Finalmente, apesar da resolução do Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM N ° 1805/2006. DOU, 28 de novembro de 2006), bem como a revista 2010 Código Brasileiro de Ética Médica determinar que as decisões de Fim de vida para doente terminal sem condições, as condições do pacientes devem necessariamente serem discutidas com procuradores, membros da família. O que não ocorre frequentemente ainda em tais decisões

Aborde com o indivíduo e seu sistema de suporte separadamente:

– Sua percepção da situação

– Sentimentos provocados pela situação atual

– Questões abertas, como por ex., quais as opções?

– Gentilmente explorar as decisões de final de vida

– Se indicado, explicar a condição “no code”

– Explicar os cuidados paliativos e os cuidados agressivos

Nunca peça permissão para a prática profissional de

enfermagem

Se você não tem coragem profissioal para defender os direitos de um indivíduo e de seus

ente queridos

ENTÃO

Ceda o espaço deixa outro enfermeiro

SER ENFERMEIRO E CUIDAR

.

.

.

A prática de Enfermagem é um privilégio

Esteja atento ao seu poder

E use-o com sabedoria

Conheça o poder de uma enfermeira. Use este poder para

cuidar, não para fazer o mal.

Exija Respeito.

Mas tolere o comportamento desagradável que é fruto da

ansiedade e do medo

Aprenda a estar confortável com o sofrimento

Isto significa entrar na caverna escura do indivíduo e não falar

sobre luz.

Quando salvar uma vida, te chamarão de

HERÓI

Quando salvar muita vidas...

ENFERMEIRO

Curta as pequenas coisas da vida

Pois, um dia elas serão chamadas

GRANDES COISAS

Espero que tenha apreciado meu trabalho Por favor, me contate se deseja usar para objetivos pessoais. Obrigado [email protected]

Direitos Autorais 2016 por Lynda Moyet