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LEI N. 562, DE 4 DE OUTUBRO DE 2017.
Institui o Cdigo Municipal de Defesa do
Usurio de Servios Pblicos e d outras
providncias.
O PREFEITO DO MUNICPIO DE CABECEIRA GRANDE, Estado de
Minas Gerais, no uso da atribuio que lhe confere o artigo 76, inciso III da Lei Orgnica do
Municpio, faz saber que a Cmara Municipal de Cabeceira Grande decreta e ele, em seu
nome, sanciona e promulga a seguinte Lei:
CAPTULO I
DO OBJETO, MBITO DE APLICAO NORMATIVA E DISPOSIES
PRELIMINARES
Art. 1 Esta Lei institui o Cdigo Municipal de Defesa do Usurio de Servios
Pblicos, identificado pela sigla Codusp, no mbito do Municpio de Cabeceira Grande,
contendo normas bsicas para participao, proteo e defesa dos direitos do usurio dos
servios pblicos prestados direta ou indiretamente pela administrao pblica, de modo a
se instituir boas prticas e padres de qualidade no atendimento aos usurios de servios
pblicos, bem como para regular a aplicao, no Municpio, da Lei Federal n. 13.460, de 26
de junho de 2017, que dispe sobre a participao, proteo e defesa dos direitos do usurio
dos servios pblicos da administrao pblica, e do Decreto Federal n. 9.094, de 17 de
julho de 2017, que dispe sobre a simplificao do atendimento prestado aos usurios dos
servios pblicos, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticao em
documentos produzidos no Pas e institui a Carta de Servios ao Usurio.
1 O disposto nesta Lei aplica-se administrao pblica direta e indireta do
Poder Executivo e ao Poder Legislativo especialmente quando no exerccio da funo
administrativa.
2 O disposto nesta Lei guarda consonncia com os incisos I e II do
pargrafo 3 do artigo 37, inciso II do pargrafo nico do artigo 175, todos da Constituio
Federal e no artigo 27 da Emenda Constitucional n. 19, de 4 de junho de 1998.
(Fls. 2 da Lei n. 562, de 4/10/2017)
3 Aplica-se, no que couber, o disposto nesta Lei aos servios pblicos
prestados por particular, notadamente a prestadores de servios, delegatrios,
concessionrios, permissionrios, autorizatrios de servios pblicos dentre outros, sendo
que a expresso prestador de servios equivale a todos.
4 A aplicao desta Lei no afasta a necessidade de cumprimento do
disposto:
I em normas regulamentadoras especficas, quando se tratar de servio ou
atividade sujeitos a regulao ou superviso;
II na Lei Federal n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, quando caracterizada
relao de consumo;
III na Lei Federal n. 12.527, de 18 de novembro de 2011 Lei de Acesso
Informao;
IV na Lei Complementar Federal n. 101, de 4 de maio de 2000 Lei de
Responsabilidade Fiscal, notadamente com a nova redao dada pela Lei Complementar
Federal n. 131, de 27 de maio de 2009 Lei da Transparncia;
V na Lei Municipal n. 360, de 24 de novembro de 2011 Lei de Processo
Administrativo; e
VI em outras leis pertinentes.
5 As leis e normas mencionadas nos incisos deste artigo aplicam-se, no que
couber e subsidiariamente, ao presente Diploma Legal.
6 O acesso do usurio a informaes ser regido pelos termos da Lei
Federal n. 12.527, de 2011, observado o disposto na Lei Complementar n. 138, de 2009.
CAPTULO II
DAS CONCEITUAES BSICAS
(Fls. 3 da Lei n. 562, de 4/10/2017)
Art. 2 Para os fins desta Lei, porm sem prejuzo do entendimento dominante
da doutrina e jurisprudncia a respeito, consideram-se:
I usurio: pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado, que se
beneficia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de servio pblico;
II servio pblico: atividade administrativa ou de prestao direta ou indireta
de bens, obras ou servios populao, exercida ou titularizada por rgo ou entidade da
administrao pblica;
III administrao pblica: rgo ou entidade integrante da administrao
pblica direta ou indireta de qualquer dos Poderes do Municpio;
IV agente pblico: quem exerce cargo, emprego ou funo pblica, de
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remunerao; e
V manifestaes: reclamaes, denncias, sugestes, elogios e demais
pronunciamentos de usurios que tenham como objeto a prestao de servios pblicos e a
conduta de agentes pblicos na prestao e fiscalizao de tais servios.
CAPTULO III
DO QUADRO GERAL DE SERVIOS, DOS PRINCPIOS BSICOS E DA AO
GOVERNAMENTAL
Art. 3 Com periodicidade mnima anual, cada rgo ou unidade
administrativa da administrao direita e indireta do Poder Executivo publicar quadro geral
dos servios pblicos prestados, que especificar os rgos ou entidades responsveis por
sua realizao e a autoridade administrativa a quem esto subordinados ou vinculados.
Art. 4 Os servios pblicos e o atendimento do usurio sero realizados de
forma adequada, observados os princpios da qualidade, regularidade, continuidade,
efetividade, segurana, atualidade, generalidade, transparncia, urbanidade e cortesia,
humanizao, celeridade, simplificao e racionalizao, formalismo moderado, sem
prejuzo da observncia dos primados regentes da gesto pblica, dentre eles legalidade,
(Fls. 4 da Lei n. 562, de 4/10/2017)
impessoalidade e finalidade, moralidade, publicidade, eficincia, razoabilidade e
proporcionalidade, segurana jurdica, supremacia do interesse pblico, motivao,
celeridade, ampla defesa e contraditrio e, entre outros, se orientaro no sentido de
desenvolvimento do Municpio e de aprimoramento dos servios prestados populao,
mediante planejamento de suas atividades.
Art. 5 As atividades da Administrao Municipal e, especialmente, a
execuo de planos e programas de governo, obedecero aos princpios de planejamento e
coordenao.
Art. 6 Na elaborao e execuo de seus programas, o Municpio efetuar a
hierarquizao das prioridades, de acordo com a necessidade da obra ou servio e o
atendimento do interesse coletivo.
Art. 7 A atuao do Municpio em reas assistidas pela ao do Estado ou da
Unio ser supletiva e, sempre que for o caso, buscar mobilizar os recursos humanos,
materiais e financeiros disponveis.
Art. 8 A ao do Governo Municipal ser norteada especialmente pelas
seguintes diretrizes bsicas:
I valorizao dos cidados do Municpio Cabeceira Grande, cujo
atendimento deve constituir meta prioritria da Administrao Municipal;
II aprimoramento permanente da prestao dos servios pblicos de
competncia do Municpio;
III entrosamento com o Estado e a Unio para a obteno de melhores
resultados na prestao de servios de competncia concorrente;
IV empenho no aprimoramento da capacidade institucional da
Administrao Municipal, principalmente atravs de medidas visando:
a) a simplificao e o aperfeioamento de normas, estruturas organizacionais,
mtodos e processos de trabalho;
(Fls. 5 da Lei n. 562, de 4/10/2017)
b) a coordenao e a integrao de esforos das atividades de administrao
centralizada;
c) o envolvimento funcional dos servidores pblicos municipais; e
d) o aumento de racionalidade das decises sobre a alocao de recursos e a
realizao de dispndio da administrao municipal.
V desenvolvimento social, econmico e administrativo do Municpio, com
vistas ao fortalecimento de seu papel no contexto da regio em que est situado;
VI disciplina criteriosa no uso e parcelamento do solo urbano, visando a sua
ocupao equilibrada e permanente e a obteno de melhor qualidade de vida para os
habitantes do Municpio;
VII integrao da populao vida poltico-administrativa do Municpio,
atravs da participao de grupos comunitrios no processo de levantamento e debate dos
problemas sociais, fortalecendo o primado do Governo Democrtico e Participativo;
VIII fomento cooperao de associaes representativas no planejamento
municipal; e
IX atendimento e observncia estrita das normas da Lei de Responsabilidade
Fiscal e de controladoria interna.
CAPTULO IV
DOS DIREITOS BSICOS DOS USURIOS E ASSUNTOS CORRELATOS
Seo I
Diretrizes Bsicas
Art. 9 O usurio de servio pblico tem direito adequada prestao dos
servios, devendo os agentes pblicos e prestadores de servios pblicos observar as
seguintes diretrizes bsicas:
(Fls. 6 da Lei n. 562, de 4/10/2017)
I urbanidade, respeito, acessibilidade e cortesia no atendimento aos
usurios;
II presuno de boa-f do usurio;
III atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgncia e
aqueles em que houver possibilidade de agendamento, asseguradas as prioridades legais s
pessoas com deficincia, aos idosos e nesse caso respeitada a prioridade especial
octogenria de que trata a Lei Federal n. 13.466, de 12 de julho de 2017, s gestantes, s
lactantes e s pessoas acompanhadas por crianas de colo;
IV adequao entre meios e fins, vedada a imposio de exigncias,
obrigaes, restries e sanes no previstas na legislao;
V isonomia e igualdade no tratamento aos usurios, vedado qualquer tipo de
discriminao;
VI cumprimento de prazos e normas procedimentais;
VII definio, publicidade e observncia de horrios e normas compatveis
com o bom atendimento ao usurio;
VIII adoo de medidas visando a proteo sade e a segurana dos
usurios;
IX autenticao de documentos pelo prprio agente pblico, vista dos
originais apresentados pel