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UNIVERSIDADE PAULISTA MAGNA FERREIRA DOS SANTOS SILVA O PROCESSO DE LUTO DOS FILHOS ADULTOS: a perda dos pais.

O Processo de Luto dos Filhos Adultos: a perda dos pais

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Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Magna Ferreira dos Santos Silva para obtenção do título de especialista em Saúde Mental para Equipes Multiprofissionais sob coordenação do Prof. Hewdy Lobo Ribeiro.

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UNIVERSIDADE PAULISTAMAGNA FERREIRA DOS SANTOS SILVA

O PROCESSO DE LUTO DOS FILHOS ADULTOS: a perda dos pais.

SO PAULO2015

MAGNA FERREIRA DOS SANTOS SILVA

O PROCESSO DE LUTO DOS FILHOS ADULTOS:a perda dos pais.Trabalho de concluso de curso para obteno do ttulo de especialista em Sade Mental para Equipes Multiprofissionais apresentado Universidade Paulista - UNIP.Orientadores: Profa. Ana Carolina S. de OliveiraProf. Hewdy L. Ribeiro

SO PAULO2015

Silva, Magna Ferreira dos SantosO processo de luto dos filhos adultos: a perda dos pais. Magna Ferreira dos Santos Silva / So Paulo, 2015. 21 f. +1CD

Trabalho de concluso de curso (especializao) apresentado ps-graduao lato sensu da Universidade Paulista, So Paulo, 2015. rea de concentrao: Sade mental. Orientao: Prof. Ana Carolina Schmidt Orientao: Prof. Hewdy Lobo 1. Luto. 2. Adultos. 3. Perda dos pais. 4 Sade Mental I. Universidade Paulista - UNIP. II. Ttulo. III. Silva, Magna Ferreira dos Santos.

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MAGNA FERREIRA DOS SANTOS SILVA

O PROCESSO DE LUTO DOS FILHOS ADULTOS:a perda dos pais.Trabalho de concluso de curso para obteno do ttulo de especialista em Sade Mental para Equipes Multiprofissionais apresentado Universidade Paulista - UNIP.Orientadores: Profa. Ana Carolina S. de OliveiraProf. Hewdy L. Ribeiro

Aprovado em:BANCA EXAMINADORA_______________________/__/___Prof. Hewdy Lobo Ribeiro Universidade Paulista UNIP_______________________/__/___Profa. Ana Carolina S. OliveiraUniversidade Paulista UNIP

DEDICATRIA Dedico este trabalho em memria da minha me Tereza, que antes de partir em maio de 2014 me ajudou e se dedicou como fez durante toda a sua vida, a me ver sempre bem.Tambm dedico este trabalho ao meu pai Jos, que est ao meu lado me dando todo o apoio possvel!Aos meus irmos, e irm, e as minhas sobrinhas que me auxiliaram e me deram todo apoio para continuar., as minhas amigas Milena, Juliana e Viviane, que com muito carinho, me deram apoio para seguir em frente.Ao meu namorado (Handerson) que esteve ao meu lado, com muito carinho e pacincia.Enfim, aos mestres do curso que dedicaram seu tempo para nos ensinar.

AGRADECIMENTOS Agradeo aos meus pais, aos familiares, e ao meu namorado, por estarem comigo me incentivando nessa jornada.Agradeo tambm ao coordenador do curso Hewdy L. Ribeiro, e a professora Ana Carolina S. de Oliveira, pelas orientaes e conhecimentos transmitidos ao longo do curso.Agradeo tambm a professora Michelle Cristina da Silveira, pelo apoio e contribuio com relao ao tema escolhido.

RESUMOO presente trabalho teve como objetivo pesquisar o processo de luto entre filhos adultos que perdem os pais. Para tanto se buscou contextualizar e compreender o processo do luto, especificamente de filhos na fase adulta, para melhor conhecer os motivos e as razes que fazem com que os mesmos tenham diversos tipos de reaes como resultados dessa perda parental. O processo de luto nesta populao pode ser vivenciado por meses ou at mesmo anos depois, e quando este sofrimento considerado como um retrocesso, danos e prejuzos podem ser gerados, como o comprometimento da sade mental destes filhos.Ficou clara a importncia de ampliar os conhecimentos acadmicos sobre o luto dos filhos na fase adulta.Palavras-chave: Luto, Adultos, Perda dos Pais, Sade Mental.

ABSTRACT This study aimed to find the grieving process between adult children who lose their parents. Therefore we sought to contextualize and understand the process of mourning, specifically children in adulthood, to better understand the motives and reasons that cause them have various types of reactions as results of parental loss. The grieving process in this population can be experienced for months or even years later, when this suffering is regarded as a setback, damages can be generated, such as impaired mental health of these children.It became clear the importance of broadening the academic knowledge of mourning their children in adulthood.Keywords: Grief, Adults, Father Loss, Mental Health.

SUMRIO

1 INTRODUO................................................................................................101.1 Morte.......................................................................................................101.2 Luto.........................................................................................................111.2.1 Fases do luto...........................................................................................132 OBJETIVO......................................................................................................143 METODOLOGIA.............................................................................................154 RESULTADOS E DISCUSSO.....................................................................165 CONCLUSES...............................................................................................20REFERNCIAS.................................................................................................21

1 INTRODUO A presente pesquisa tem como tema o processo de luto dos filhos adultos diante da perda dos pais. Procurou-se compreender este processo, de forma a contribuir para que em trabalhos futuros, esses enlutados tenham maior qualidade de direcionamento e sejam assistidos em tratamentos na rea de sade mental da melhor forma possvel. Discorre-se brevemente sobre a morte, e os aspectos emocionais negativos gerados pela perda. Verificou-se neste estudo diversas maneiras de auxili-los diante da questo da perda, e dos efeitos psicolgicos da mesma. Realizou-se uma pesquisa descritiva, com base em revises bibliogrficas, em que se verificaram as condies dos enlutados na fase adulta diante da perda de seus pais. Demostrou-se as fases do luto, e deu-se nfase na vida de pessoas adultas enlutadas. As religies e a filosofia sempre procuram questionar e explicar a origem e o destino do homem. Por tradio cultural, familiar ou mesmo por investigao pessoal cada um de ns traz dentro de si uma morte, ou seja, a sua prpria representao da morte.So atribudas a esta, personificaes, qualidades, formas. (KOVCS, 1992, pg.01).A morte algo considerado misterioso por muitos, e h tempos estudiosos tentam encontrar um sentido para a mesma. Existem aqueles que acreditam na vida aps a morte, e os que dizem que aps a mesma, tudo se acaba. Sendo a morte o fim de toda uma saga ou no, a mesma sempre vem acompanhada do luto e de sofrimento (KOVCS, 1992).

1.1 MORTEDe que morte falo, daquela do momento final, da fantasia, a que nos acompanha durante a vida, do sonho, do alvio, da dor, da ruptura? Falo de todas e de nenhuma em particular. (KOVCS,1992, pg. 11).

Falar-se de morte sempre muito complexo, o medo da mesma, que perdura sobre uma vida toda de alguns indivduos, a idealizao de uma morte dolorosa, ou at mesmo de uma morte tranquila, o alvio dito por muitos quando por ventura algum com cncer vem a falecer por exemplo. (Kovcs,1992). Para Kovcs (1992) falar de morte no falar especificamente de um tipo de morte, mas sim da morte em um contexto unificado. A morte que separa uns, une outros, que traz lgrimas, separa corpos, e modifica vidas nica, porm tem efeitos diversos na vida de cada indivduo que por essa experincia passa.O medo a reposta psicolgica mais comum diante da morte. O medo de morrer universal e atinge todos os seres humanos, independente da idade, sexo, nvel socioeconmico e credo religioso.Apresenta-se como diversas facetas e composto por vrias dimenses. (KOVCS, 1992, pg. 15). E ao tratar-se sobre a morte, vem tona uma de suas consequncias: o luto, que para as pessoas que ficam pode torna-se muito complicado, e provocar diversas reaes.

1.2 LUTO Assim sendo, o luto entendido como uma importante transio psicossocial com impacto em todas reas de influncia humana. (PARKERS,1998, pg. 09).

O luto desencadeante de diversos pensamentos e crenas que interferem nas emoes, nos comportamentos e at nas reaes fisiolgicas, no mbito pessoal, profissional, afetivo, financeiro, social e na sade.

Pode-se perceber que Parkes (1998) ao descrever o luto ressalta que o mesmo impacta em diversos aspectos da vida do enlutado. O luto diferente do que muitos pensam, segundo Parkes (1998), acaba por desencadear efeitos negativos sobre todas as reas da vida do enlutado. As crenas ficam mais fortes ou abaladas, pensamentos diversos, em sua maioria negativos, comportamentos agressivos ou at mesmo de isolamento, falta de apetite, ou aumento do consumo de alimentos, abandono do emprego, desligamento da vida afetiva, sade mental comprometida, o abuso e dependncia de substncias qumicas e do lcool (PARKES, 1998).Estgios iniciais do luto, tempo no qual a maioria das pessoas busca ajuda. (PARKERS, 1998, pg.209).Segundo Parkes (1998) O autor refere que na fase inicial do processo de luto, os enlutados em sua maioria precisam de um apoio maior. Esse primeiro perodo para muitos em geral o mais complicado, principalmente no que se refere aceitao deste momento de perda, podendo tambm o enlutado ter esse tipo de reao mais tardia, algum tempo depois da perda. O estgio inicial do luto para muitos o mais doloroso, e uma fase onde o apoio a estes enlutados essencial. Parkers (1998) menciona que o luto, embora muitos no reconheam, tambm pode ocasionar um bito. A tristeza profunda de um enlutado, a dor to forte de perder um ente querido, a idealizao de que a vida perdeu o sentido, e que no adianta continuar a jornada da vida sem ter a pessoa querida e amada ao lado, torna alguns dos enlutados seres vulnerveis.O luto pode ser causa de morte? Voc no encontrar luto em um atestado de bito, no hoje em dia. Mas a noo de que algum pode morrer por luto tema frequente entre autores de romance e, no faz muito tempo, foi reconhecido como causa de morte. (PARKERS,1998, pg.31).

As dependncias de substncias qumicas tendem a aumentar com o efeito do luto. O sofrimento, a dor, a revolta, levam alguns indivduos ao abuso de lcool e drogas, o que no contribui em nada na recuperao deste processo (PARKES,1998).Criar dependncia de lcool um risco verdadeiro aps o luto, e treze dos cento e quinze pacientes psiquitricos enlutados do estudo combinado Betlen pronturios tornaram-se usurios crnicos. No caso do os perigos sade so, claro, bem conhecidos hoje e o hbito de fumar pode ser responsabilizado por parte do aumento da mortalidade em razo de trombose coronariana, encontrada em caso de pessoas enlutadas. (PARKERS, 1998, pg.224,225). Apresenta-se ento as fases do luto, os momentos em que estes enlutados aps o estgio inicial, passam a ter diversos tipos de reaes diante da perda, e como estas reaes atingem a vida dos mesmos (PARKES,1998).

1.2.1 As Fases do Luto

Segundo a psiquiatra Ross (1996), o processo de luto e perda classifica-se em cinco etapas, pelas quais as pessoas passam a lidar com a morte e o morrer. 1- Negao: o doente nega a doena, amenizando o impacto diagnstico:2- Raiva: quando o indivduo no pode mais negar, a negao substituda por sentimento de revolta e de ressentimento;3- Barganha: j que a revolta no resolver o problema, tenta-se ento obter a cura atravs de barganhas e promessas a Deus;4- Depresso: (interiorizao), surgem lamentaes, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar s;5- Aceitao: no h mais depresso ou raiva, mas uma contemplao do fim prximo com um certo grau de tranquilidade e expectativa, e a compreenso de que a vida chegou ao fim. Os discursos de pacientes citados abaixo so comuns entre enlutados (ROSS, 1996): Na negao e Isolamento: Isso no pode estar acontecendo Raiva: Por que eu? No justo! Barganha: Me deixe viver apenas at meus filhos crescerem Depresso: Estou to triste. Por que me preocupar com qualquer coisa? Aceitao: Tudo vai acabar bemEm todas as fases o enlutado afetado de alguma maneira, essas afetaes geram prejuzos, danos sade mental dos mesmos. Negar, sentir raiva, barganhar, deprimir, tudo isso faz parte da difcil vida que o enlutado passa a ter aps a perda. Essas fases so impactantes na vida dos enlutados (ROSS, 1996).

2 OBJETIVO

O presente trabalho tem por objetivo compreender as consequncias da morte dos pais na sade mental de adultos. Visa discutir as questes relacionadas ao tratamento do luto em filhos enlutados na fase adulta, a partir da literatura acadmica nacional.

3 METODOLOGIA

Diante do foco da presente pesquisa de colocar em evidncia a ajuda aos filhos enlutados na fase adulta, foi realizada uma reviso bibliogrfica sobre a temtica a partir da leitura de livros da rea. Tambm foi feita uma ampla busca nas bases de dados Lilacs e Google Acadmico de artigos completos em portugus sobre luto entre adultos que perderam os pais, que foram selecionados a partir da leitura de ttulos, depois dos resumos e por fim da leitura completa dos escolhidos. Priorizou-se materiais de autores relevantes da rea.

4 RESULTADOS E DISCUSSO Foram selecionadas dez (10) referncias bibliogrficas referentes a morte e ao luto na fase adulta, entre o perodo de 1992 a 2013. A morte como perda supe um sentimento, uma pessoa e um tempo. a morte que envolve, basicamente, a relao entre pessoas. Se ocorre de maneira brusca e inesperada tem uma potencialidade de desorganizao, paralisao e impotncia. As aes do cotidiano, como falar, atravessar a rua, cuidar do outro, alimentar-se, so matizadas pelo constrangimento do inusitado em duas situaes: diante da prpria perda e diante de algum que perdeu algum.Embora saibamos racionalmente que a morte inevitvel, este saber nem sempre est presente, fazendo surgir o paradoxo da morte (in) esperada. Em casos extremos a morte invade de tal forma a vida que passa a fazer parte dela. (KOVCS,1992, pg.154).DependnciaQuando uma pessoa muito dependente da outra ou mantm uma relao de apego inseguro com outra, o rompimento dessa relao tende a dar margem a problemas. (PARKERS,1998, pg. 172). A morte encarada como algo que os indivduos sabem que ir acontecer em determinado momento de sua existncia, porm a aceitao algo que ainda causa muita resistncia. Retomar a vida logo aps tal acontecimento torna-se algo dificultoso e requer em alguns casos, esforo para abandonar os laos de apego e prosseguir. A relao de apego determina em muitos aspectos como ser vivenciada a fase de luto do indivduo. (KOVCS, 1992; PARKERS, 1998; BOWLBY,2006). A no aceitao da perda, principalmente na fase adulta, acaba por gerar frustrao, insegurana, mal-estar, desmotivao, entre outros. Algumas pessoas acabam por deixar de viver a realidade, e passam a se martirizar com as supostas aes que poderiam ser tomadas por elas para que a perda fosse evitada. Essa autoacusao muito comum, como se pode constatar nas fases do luto (KOVCS, 1992; PARKERS, 1998; FRANCO,2010).Se a fase inicial do luto um perodo no qual a famlia, os amigos e outros devem estar disponveis e aliviar os recm- enlutados de alguns de seus papis e obrigaes, o estgio posterior ocorre quando o enlutado deveria receber ajuda para restabelecer a sua autonomia. importante que tenham um tempo para se enlutar. tambm importante que tenham um tempo para pr fim ao luto, para parar de se afastar da vida e para comear a construir uma nova vida. (PARKES,1995, pg. 209). A psicanlise tem procurado compreender melhor o processo de luto, o que muito importante, pois este processo envolve muitas pesquisas e descobertas, e futuramente poder obter-se muito mais solues contributivas aos enlutados (PARKERS,1998; KATHERINE,2013; GIBRAN,2013; FREUD, 2013; RIVERA 2012.).FREUD descreveu, no trabalho de luto, como cada lembrana que liga o sobrevivente ao objeto perdido precisa ser ativada e hipercatexizada. Com isto, ele quer dizer que a energia deve ser usada para cortar a ligao com o objeto perdido e, em consequncia, deixar livre a energia a ele associada (catxis). importante ter em mente que FREUD no est falando aqui de energia fsica real, mas de energia psquica hipottica (libido) que obedece a leis similares. Sua teoria da libido, da qual isto uma parte, um modelo ciberntico til na proporo em que corresponde aos dados, mas que no deve ser levado longe demais. (PARKERS, 1995, pg. 99). No raro o processo de luto reativa situaes extremamente primitivas, que devem ser trabalhadas em profundidade. (KOVCS,1992, pg.105) O processo de luto pode estar apenas adormecido dentro dos enlutados, e muitos ainda acreditam no retorno da pessoa falecida, e mantm a ideia de que o ente querido que veio a falecer, poder voltar. (KOVCS,1992).Os enlutados tm disposio muitas fontes possveis de ajuda. As escolhas se do entre: ajuda especializada ou no especializada; em grupo ou individual; de profissionais ou de voluntrios; mdica ou no mdica; laica ou religiosa. (PARKERS, 1998, pg.212).Parkers fala sobre os diversos tipos de ajuda que um enlutado pode encontrar, as mesmas tm diversas origens, porm com resultados variados de acordo com o enlutado e o luto. (Parkes ,1998). Seja qual for o tipo de ajuda que ser oferecida ao enlutado, a mesma dever sempre ter o apoio das pessoas ao seu redor. A ajuda mdica feita como apoio do uso de drogas como os benzodiazepnicos. Em muitos casos os mdicos so os primeiros a dialogarem com os enlutados, e precisam auxili-los da forma que os competem (PARKES,1998).No National Health Service (Servio Nacional de Sade), na Gr-Bretanha, enfermeiras psiquitricas comunitrias e assistentes sociais psiquitricos tm papel importante nos cuidados bsicos e so os que atuam mais de perto com a famlia, alm de construir uma valiosa participao da equipe teraputica. Recentemente psiclogos comearam a se interessar por este campo, e esta atuao traz muitas esperanas quanto ao futuro. (PARKERS,1998, pg.230).Verificou-se que atuao de uma equipe especializada pode contribuir muito para auxiliar os enlutados, gerando credibilidade e confiana para o tratamento dos mesmos vir a fluir da melhor forma possvel. Os enlutados tambm so encaminhados aos profissionais de psiquiatria. (Parkers,1998; KATHERINE,2013; GIBRAN,2013; FREUD, 2013; RIVERA 2012.). Os enlutados pela perda dos pais na fase adulta, geralmente tendem a recorrer a todos estes tipos de ajuda acima citadas. O fato do enlutado estar na fase adulta no garante que o mesmo seja autossuficiente e no recorra a ajuda de outras pessoas ou profissionais para auxili-lo nesta hora to difcil. O mesmo pode ter a iniciativa de procurar a ajuda necessria de quem considera apto naquele momento, ou pode isolar-se (PARKERS, 1998; KATHERINE,2013; GIBRAN,2013; FREUD, 2013; RIVERA 2012. ). O isolamento comum em alguns casos, pois na fase adulta, as pessoas tendem a trabalhar mais, ter uma vida mais estressante, e quando ocorre uma perda, principalmente a dos pais, os mesmos tendem a se afastar das rotinas (PARKERS, 1998). Existem tambm os laicos, que buscam em si, a prpria fora para seguir em frente e superar seu luto. Sejam quais forem as alternativas, podemos dizer que todas elas so vlidas e tem seus efeitos mediante a situao do enlutado (PARKERS, 1998). Visto que em alguns casos, alguns querem fazer de sua rotina uma vlvula de escape, o que pode ser perigoso futuramente, pois o luto no vivenciado no presente, tende a ser vivenciado no futuro, podendo ter at em alguns dos casos maiores prejuzos no que diz respeito a aspectos cognitivos (PARKERS, 1998).Deve ser enfatizado, porm, que os cuidados com o enlutado so de responsabilidade da comunidade, e os familiares e outras pessoas no deveriam deixar de apoi-los s porque foi encaminhado ao psiquiatra (PARKERS, 1998, pg.230). Ressalta-se a importncia da contribuio das pessoas com maior afinidade com o enlutado, para que o tratamento ocorra de forma eficaz. No somente um encaminhamento a um profissional que resolve os problemas do enlutado, mas tambm a relao das pessoas que passam ao mesmo credibilidade e confiana em seu dia a dia, com o bem mais precioso para eles, o apoio (PARKERS, 1998). As religies tambm costumam ser fortes aliadas no que diz respeito a ajuda aos enlutados. Muitos indivduos enlutados passam a frequent-las para auxilio no combate da dor e perda (PARKERS, 1998).Muitas outras formas de terapia tm sido consideradas no atendimento do enlutado. Dentre elas incluem-se: a Gestalt terapia, a Hipnose, a Visualizao, a terapia emocional racional, a Logoterapia, e, quando existe distrbio de estresse ps-traumtico, dessensibilizao por movimento ocular. No entanto, falta de estudos comparativos, impossvel avaliar sua eficcia (PARKERS,1998, pg. 230,231).

Segundo Parkers (1998) existem diversos tipos de terapia para auxiliar os enlutados. Desta forma, verificou-se que tanto no presente momento, quanto h um futuro prximo, a expectativa que cada vez mais, criem-se formas de apoio aos enlutados.

5 CONCLUSES Concluiu-se que os enlutados na fase adulta so passveis de ter diversas reaes nas quais aps a perda, os mesmos tornam-se mais vulnerveis e necessitados de apoio de profissionais da sade mental. Os mesmos devem melhor assistidos, na tentativa de que o luto seja realmente tratado como algo possivelmente letal, sendo o enlutado o maior prejudicado, podendo ter graves consequncias. Foi possvel atravs deste estudo verificar a importncia de distinguir o grau do luto, atravs de suas fases e atravs do acompanhamento da evoluo das mesmas. Verificou-se tambm que, o enlutado pode por muitas vezes no vivenciar prontamente seu luto, e que o processo pode ser vivenciado algum tempo depois da perda. No presente estudo demonstrou-se que os filhos adultos enlutados, muitas vezes utilizam de vlvulas de escape para amenizar o processo de luto, como por exemplo: bebidas alcolicas e drogas. necessrio acompanhar melhor os enlutados na fase adulta, e dar-lhes a ateno profissional devida, garantindo que futuramente ao visar com riqueza de detalhes o comportamento dos mesmos, se possa aprimorar as tcnicas de atendimento, tornando este momento to delicado na vida dos mesmos, alvo de uma compreenso mais extensa e qualitativa. Perceber que a sade destes enlutados adultos deve ser priorizada, e que ainda h muito o que se pesquisar e entender, para melhor atend-los.

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