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Rio de Janeiro 2010 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Por: Luciane de Oliveira Araújo Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para Pós-graduação em Docência do Ensino Superior.

O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO · 2.1 Sistemas da administração de produção ... 3.3.1 Previsão de Demanda ... processo de substituição da força braçal

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Rio de Janeiro

2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E

CONTROLE DA PRODUÇÃO

Por: Luciane de Oliveira Araújo

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

Pós-graduação em Docência do Ensino

Superior.

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Por: Luciane de Oliveira Araújo

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AGRADECIMENTOS

A elaboração de um trabalho acadêmico é longa e entre muitos requisitos

exige reflexão, introspecção, formulação, construção e correção, o que acaba

parecendo um processo individual e solitário. Porém, muito pelo contrário, se torna

uma construção coletiva aonde a concretização do trabalho só se dá quando a

parceria e o companheirismo se somam e se expressam através de uma palavra

amiga, de um sorriso na hora certa, na presença em um momento oportuno, na

crítica, na discussão dos conceitos, nas contribuições e ao estímulo dos que estão

próximos. Quero expressar minha grande gratidão a todas as pessoas que me

apoiaram e me estimularam durante toda esta longa caminhada.

Aos professores, agradeço a todo aprendizado que tive e pela atenção que

sempre recebi de todos vocês.

À minha família, obrigada por todos os momentos que dividiram comigo, por

suportarem as ausências, se alegrarem com as conquistas e oferecerem conforto

e segurança.

Aos colegas de turma que, durante esta caminhada foram se tornando

amigos, foi ótima a oportunidade de conviver com vocês, desfrutar da parceria, do

carinho e principalmente, das festas que fizemos que permitiram um

aprofundamento desta amizade.

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DEDICATÓRIA

Aos meus familiares, incentivadores do

desenvolvimento da minha vida acadêmica,

que despertaram em mim o desejo e a

necessidade de se buscar cada vez mais

conhecimento, aos quais nunca conseguirei

retribuir o apoio concreto e afetivo para a

realização da minha trajetória acadêmica.

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RESUMO

A abordagem histórica do planejamento e controle da produção é um tema pouco explorado pela literatura. A compreensão das transformações ocorridas no PCP desde o início da revolução industrial é essencial para que se possa compreender o que se espera futuramente para o PCP. A administração de produção relaciona-se com problemáticas reais da maneira pelas quais as empresas produzem bens e serviços. Em um sistema de produção o planejamento e controle acolhem da direção os objetivos a serem atingidas e a partir daí começa a formular planos para atingi-las, administrando os recursos humanos e físicos com base nos planos e acompanha as ações corrigindo prováveis desvios. Mesmo com o grande aumento da automação, o enfoque no homem também tem sido de grande importância para o PCP. A versatilidade dos funcionários tem sido exigida nas fábricas, para isso cada vez mais exigem-se profissionais capacitados com um nível de educação maior. A qualidade passou a ser também um fator chave dentro das manufaturas. As novas exigências do mercado fazem dessa característica a base para a sobrevivência da empresa, face a concorrência. Exigi-se ainda mais das atividades do Planejamento e Controle da Produção. Sendo a presente monografia visa discutir os conceitos de planejamento e controle da produção.

Palavras-chave: planejamento, controle, produção, estratégia.

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METODOLOGIA

Diante da temática, escolheu-se as abordagens abaixo descritas, pela

necessidade de compreender como o gerente pode se tornar difusor da motivação

dentro da empresa.

Neste trabalho a pesquisa se dá pelo método bibliográfico, descritivo e

exploratório como se explica a seguir:

Cervo e Bervian (1983) a pesquisa bibliográfica é feita com vistas a recolher

informações e conhecimentos prévios acerca de um problema a responder ou uma

hipótese a testar.

Oliveira (1997), afirma que o estudo bibliográfico permite ao pesquisador

obter uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e

elementos que influenciam determinado fenômeno.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................... 8

CAPÍTULO I A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PRODUÇÃO............. 9

1.1 Abordagem histórica................................................................ 9

CAPÍTULO II A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ........................... 12

2.1 Sistemas da administração de produção................................ 12

2.2 Classificação dos sistemas de produção................................ 14

2.3 Principais sistemas de administração de produção................ 17

2.3.1 JUST IN TIMEHHHHHHHHHHHHHHHHHH 17

2.3.2 MRP II............................................................................. 18

2.2.3 OPT................................................................................ 19

CAPÍTULO III O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO... 20

3.1 Diferença entre planejamento e controle.................................. 20

3.2 Conceito de planejamento e controle da produção.................. 20

3.3 As atividades do PCP............................................................... 21

3.3.1 Previsão de Demanda..................................................... 22

3.3.2 Planejamento de Recursos de Longo Prazo................... 23

3.3.3 Planejamento Agregado de Produção............................. 23

3.3.4 Planejamento Mestre da Produção.................................. 23

3.3.5 Planejamento de Materiais.............................................. 24

3.3.6 Planejamento e Controle da Capacidade........................ 24

3.3.7 Programação e Seqüenciamento da Produção............... 25

3.3.8 Controle da Produção e Materiais................................... 25

3.4 Papel da função planejamento e controle da produção........... 26

3.5 A informação no planejamento e controle da produção........... 27

CONCLUSÃO......................................................................................... 29

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 30

ÍNDICE................................................................................................... 31

FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................................ 32

INTRODUÇÃO

Diante da globalização e da competitividade, organizações acirram disputa

tanto de clientes quanto de reconhecimento e sobretudo, por permanecerem

competitivas e lucrativas no mercado, sendo importante o desenvolvimento de

subsídios que propiciem a essas organizações na tomada de decisões para que

se tornem mais vantajosas possíveis.

As transformações nos sistemas de produção acontecem a todo o

momento, apresentando inovações tecnológicas relacionadas à área da produção

e comunicação, obrigando as organizações não apenas a se tornarem atentas,

mas também a atualizarem seus conceitos, em benefício da produtividade. Para

as transformações que acontecem no intuito de aperfeiçoar tecnologias é

necessário investimento, trazendo bons resultados em se tratando de

produtividade e competitividade. Isto é, para as organizações continuarem

atuantes, estas devem agregar os avanços científicos e tecnológicos e usufruir de

tudo o que os mesmos podem trazer.

Diante deste cenário, a administração de produção deve procurar um

planejamento estratégico com o objetivo de chegar a um planejamento de metas.

De acordo com Brito (1996), o plano estratégico deve ter por objetivo a busca do

melhor resultado para as operações e a diminuição dos riscos nas tomadas de

decisões, sabendo que estas atingem a organização a longo prazo e

desencadeiam transformações na essência e no clima organizacional. Tais

objetivos devem respeitar os limites e as habilidades com o objetivo de criar

vantagens competitivas.

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Quando existem muitos fatores afetando a administração de produção,

mesmo que de forma direta ou indireta em suas decisões, nota-se ser impraticável

a tomada de boas decisões sem que se haja uma descrição e um detalhamento

da visão de tudo o que permeia a produção.

CAPÍTULO I

A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PRODUÇÃO

1.1 Abordagem histórica

Slack; Harrison e Johnston (1997) definem a função produção como um

grupo de tarefas que levam à transformação de um bem em um de maior utilidade.

Desde os primórdios, o homem executou a tarefa de produção, quando por

exemplo, quis transformar a pedra em um utensílio mais eficaz. Nessa época, as

ferramentas e os utensílios eram exclusivos de quem os fabrica, pois não existia

comércio, mesmo que de troca ou permuta.

Com o passar do tempo, muitas pessoas se mostraram habilidosas na

produção, de certos bens, e passaram a produzi-los primeiramente em pequenas

escalas conforme pedidos e especificações apresentadas pelos clientes. Surgindo

na verdade os primeiros artesões e a primeira maneira de produção organizada, já

que os mesmos possuíam prazos de entrega, criando lista de entregas prioritárias,

atendiam especificações predefinidas e estipulavam preços para as encomendas.

Muitas evoluções foram percebidas ao longo dos tempos na produção artesanal

em virtude das inúmeras encomendas, necessitando da contratação de auxiliares,

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que primeiramente faziam somente as atividades mais pesadas e de menor

responsabilidade. À medida que aprendiam o ofício iam se tornando novos

artesões.

Esta produção artesanal entrou em falência com o surgimento da

Revolução Industrial e a descoberta das máquinas a vapor dando início ao

processo de substituição da força braçal pela força maquinária. Estes artesões

que até a presente data trabalhavam por conta própria em suas oficinas,

passaram a ser contratados para formar equipes nas primeiras fábricas.

Constituiu-se então uma revolução na fabricação dos produtos trazendo consigo

algumas exigências (SLACK; CHAMBERS, 2002).

Alguns dos conceitos empregados hoje, não existiam aquela época, como

por exemplo, o conceito de padronização de componentes, criado em 1790 por Eli

Whitney, quando gerenciou a confecção de mosquetões com peças

intercambiáveis, ofertando enorme vantagem operacional aos exércitos.

Segundo Ballestero-Alvare (2001) no final do século XIX surgiu nos EUA as

teses de Frederick W. Taylor tipificado hoje como sendo o pai da Administração

Científica. Seus trabalhos deram origem à sistematização do conceito de

produtividade, isto é, a busca constante por melhores métodos de trabalho e

processos de produção, com o intuito de se adquirir vantagens na produtividade

com o menor custo possível. Essa busca ainda hoje é a principal meta dentro das

organizações, transformando-se apenas as técnicas utilizadas e adequando-as a

cada realidade empresarial. A relação da quantidade/valor das receitas advindas

de venda dos produtos produzidos e da quantidade/valor das matérias-primas,

propicia a quantificação da produtividade, na qual é vista como indicador do

sucesso ou não das organizações.

Posteriormente, Henry Ford criou a linha de montagem em série,

proporcionando uma revolução nos métodos e processos produtivos da época.

Com isso, deu-se o início do conceito de produção em massa, nome atribuído

devido os grandes volumes de produtos padronizados, com pequena variação nos

tipos de produtos finais. Essa procura pela melhora da produtividade mediante

novas técnicas definiu o que hoje se conhece por engenharia industrial.

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Este tipo de produção expandiu a produtividade e a qualidade, obtendo-se

mediante dela produtos bem mais uniformes, justificado pela padronização e

utilização de técnicas de controle de qualidade. Cabe ressaltar neste momento

que, no final da década de 90 existiam no Brasil fábricas que montavam 1.800

veículos em um dia, ou seja, uma média de 1,25 veículos por minuto (OLIVEIRA,

2007).

Tais conceitos e técnicas de produção em massa perduraram nas fábricas

até a metade da década de 60, quando foram criadas novas técnicas produtivas,

caracterizando a conhecida produção enxuta.

Em meio a esse processo de evolução da produção toda a atenção volta-se

para a figura do consumidor em nome do qual tudo se tem feito. De acordo com

Tubino (2007) a busca pela satisfação do cliente proporcionou às organizações a

atualização constante das técnicas de produção, cada vez mais eficazes e de alta

produtividade. O foco no consumidor torna-se tão importante que este, passa a

especificar em detalhes o seu produto, sem que isso atrapalhe os processos de

produção do fornecedor, tal a flexibilidade. Assim, caminha-se para a produção

customizada, que, se bem analisada, é um regresso ao artesanato sem a

presença do artesão, que passa a ser substituído por moderníssimas fábricas.

Neste momento, Chase, Jacobs e Aquilano (2006) denominam de

organização de classe mundial aquela onde seu foco principal é o cliente, sem

perda de característica de uma organização enxuta, apresentando indicadores de

produtividade que permitem sua competitividade, em termos mundiais, e também

a característica de buscar constantemente por melhorias. Em suma, a organização

de classe mundial tem como cultura a melhoria mediante técnicas arrojadas, como

modelagem matemática para simulação de cenários futuros.

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CAPÍTULO II

A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

2.1 Sistemas da administração de produção

Dentro da Administração de organizações um dos setores que sofreu e que

ainda sofre extremas transformações é a Administração da Produção, deixando de

ser considerada por outras áreas da empresa como um setor desconhecido e sem

relevância para o sucesso da empresa (CORRÊA; GIANESI e CAON, 2001).

Gaither e Fraizier (2001) afirmam que são atribuídos a transformação do

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papel da manufatura na empresa três fatores: maior competitividade;

competitividade das novas tecnologias de processo e de gestão de manufatura; e

melhor compreensão do papel estratégico que a produção tem na busca das

metas estratégicas da organização.

Com o advento da revolução industrial houve nos EUA um sistema fabril

conhecido por Sistema Americano, convertendo tal país em potência econômica,

tendo como: peças substituíveis, maquinário especializado, confiança em

fornecedores, mais atenção no processo produtivo, divisão de tarefas, flexibilidade

e crescimento da tecnologia. No começo do século XX tais características já não

se faziam suficientes no atendimento da crescente demanda, propiciando o

surgimento do sistema conhecido por paradigma da Produção em Massa,

acrescentando-se alguns dos princípios no sistema anterior, tais como: fluxo, foco

nos preços e custos, economias de escala, padronização do produto e

organização hierárquica.

Com as transformações nos mercados idênticos e estáveis, deram-se o

início do sistema conhecido por Customização Maciça, enquadrando elementos de

variedade e personalização mediante flexibilidade, pequenos ciclos de produção,

menos custos, qualidade, conformidade e respostas rápidas aos clientes.

Dentro deste novo padrão de produção, Gaither e Fraizier (2001) enfatizam

que as respostas aos clientes e o cenário de produção são determinados por três

grandezas básicas: demanda por respostas rápidas; a hierarquia de customização

do produto; e o estágio da produção onde a customização/diferenciação deve

acontecer. Assim as organizações escolhem entre quatro abordagens, conforme o

ambiente: make-to-stock quando a customização é baixa, a velocidade de

resposta é alta ou baixa, sendo o estágio de diferenciação cedo ou tarde;

make-to-order quando a velocidade de resposta é baixa, a customização alta,

sendo o estágio de diferenciação cedo ou tarde; assemble-to-order quando a

customização e a velocidade de resposta é alta e o estágio de diferenciação do

produto é tarde; buid-to-forecast quando a pressão é por respostas velozes e

customização alta, e o estágio de diferenciação é cedo.

Com isso fica claro a importância da conformidade do processo de

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produção a situação da empresa em alguns mercados, na procura de benefícios

competitivos de encontro a crescente concorrência.

Oliveira (2007) enfatiza que a potencialidade da produção como um

elemento competitivo e a sua utilização como diligente estratégico não deve ser

descuidado pelas organizações, havendo a necessidade, de tomada decisão na

produção de maneira estratégica. Conceitua estratégia de produção como sendo a

instituição e priorização de normas competitivas, com conformidade interna,

externa e temporal, buscando-se a conexão das atividades operacionais da

manufatura como as principais metas da empresa.

Com a meta de sustentar os benefícios competitivos mantidos em longo

prazo, mediante estratégias e gerenciamento de recursos de produção, Tubino

(2007) define uma mistura de característica de desempenho respaldados em

prioridades competitivas. A partir destas são escolhidos dois tipos de critérios: os

ganhadores e os qualificadores de pedido. O grande valor de cada um destes

critérios depende da maneira como atuará o empreendimento no mercado, ou da

estratégia do negócio. Os cinco critérios competitivos propiciam os seguintes

benefícios: em custos; em qualidade; em velocidade de entrega; em confiabilidade

de entrega; em flexibilidade.

Ao surgir um novo padrão e crescente importância da manufatura neste

cenário propicia o surgimento dos modernos Sistemas de Administração da

Produção, sustentados em novas idéias de gestão da produção e dos materiais,

com prioridades de atendimento às demandas do mercado, destacando-se o MRP

II, o JIT e o OPT.

2.2 Classificação dos sistemas de produção

Com o objetivo de facilitar o entendimento das características dos Sistemas

de Produção e a sua relação com as atividades de produção, Chase, jacobs e

Aquilano (2006) classifica os sistemas de produção de acordo com o grau padrão

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dos produtos, o tipo de operações que sofrem os produtos e a natureza dos

mesmos.

O grau de padronização dos produtos divide-se em duas categorias: em

sistemas que produzem produtos com padrão e sistemas fabricantes de produtos

sob medida. Os primeiros são bens/serviços com alto grau de coerência, são

manufaturados em larga escala e estão sempre disponíveis no mercado. Como

exemplo, tem-se a manufatura de calçados, alimentos, bebidas etc. Já o segundo,

são produtos manufaturados de acordo com a precisão e especificação de cada

consumidor. A mão-de-obra é cada vez mais se especializa e os produtos

tornam-se mais custosos.

De acordo com Gaither e Fraizier (2001), essa classificação relaciona-se

com o nível de controle efetuado sobre a produção, isto é, quanto maior o padrão

do produto, maior sua confiabilidade no controle do processo e menor a

flexibilidade.

Segundo Correa, Gianesi e Caon (2001), existem outra categorização

relativa ao tipo de operação que os produtos sofrem. Essa categorização é

dividida em processos contínuos e discretos. Os processos contínuos são relativos

à fabricação de produtos de difícil identificação individual. Já os processos

discretos são sujeitos a isolamento em lotes ou unidades, ou seja,

individualmente. Os processos discretos podem se dividir em processos repetitivos

em massa, processos repetitivos em lotes e processos por projeto.

Oliveira (2007) classifica os tipos de produção em contínua e intermitente,

que é subdividida em produção repetitiva ou em série e produção sob encomenda.

A diversidade entre esses dois tipos de produção, é que nos sistemas de

produção contínua os produtos não sofrem alteração, entretanto nos intermitentes

os produtos sofrem alteração de forma mais contínua.

Tubino (2007) demonstra uma categorização divergente para os processos

de produção de acordo com o volume de produção e a variedade. Ele os

categoriza em: processo de projeto, processos de jobbing, processos em lotes,

processos de produção em massa e processos contínuos. Os processos de

projetos e jobbing possuem como característica baixo volume e alta variedade,

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diferenciando no que diz respeito aos recursos dedicados mais ou menos

exclusivamente para ele, em processos de jobbing cada produto deve compartilhar

os recursos da operação com diversos outros.

Brito (1996) nos dá como de processo de projeto e de jobbing as

construções de navios e qualquer outro serviço por encomenda, respectivamente.

Como exemplo de processos em lotes o autor dá-nos a fabricação de peças para

computadores e a produção de sapatos.

Para o processo de produção em massa, Ballestero-Alvare (2001) explica

que este ostenta alto volume e baixa variedade, com operações repetitivas e

calculáveis. Neste processo há como exemplo a fabricação de DVDs.

Por último, existe o processo contínuo que ostenta volumes maiores que o

anterior e menor variedade. Seu fluxo de operações é contínuo com uma

tecnologia inoxerável. Como exemplo deste tipo de processo tem-se as indústrias

petrolíferas.

Slack e Chambers (2002) também citam a questão da produção dos bens e

serviços, explicando que um bem é algo simplesmente palpável enquanto serviço

não. Uma empresa necessariamente não precisa produzir apenas bem ou apenas

serviços e pode sim, produzir os dois de forma simultânea.

Existe uma grande complexidade em relação a esta classificação dos

processos produtivos que acabam por serem muito mais complexas em empresas

que possuem uma variação de produtos oferecidos. Mesmo assim, tal

classificação torna-se essencial para o PCP e tomadas de decisão.

Segundo Brito (1996) os sistemas são subdividos em outros sistemas que

se inter-relacionam. São partes que cuidam desde a entrada, do processamento e

da saída do produto de acordo com as metas estipuladas. Para que i sistema de

produção seja eficaz na realização de suas tarefas, ele foi dividido em pequenos

sistemas que possuem a finalidade de contribuir de forma particular em um

determinado momento e que após entrarem em conjunto, consente a realização

dos planos de produção. Esses pequenos sistemas dizem respeito a entrada, a

saída, o planejamento e o controle.

Slack, Harrison e Johnston (1997) demonstram em sua obra a figura de um

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sistema de produção onde se pode notar que o sistema de entrada está

intimamente relacionado com as áreas de pessoal (mão-de-obra), engenharia

(equipamento) e finanças (capital). Onde a área de pessoal é um dos pontos

chaves da produção por ser de sua responsabilidade a realização da atividade. A

área de engenharia fornece todo o material para a realização do trabalho e a área

de finanças entra com os recursos financeiros necessários para a execução.

No lado direito da mesma figura tem-se o sistema de saída, que tem por

responsabilidade o despacho dos produtos produzidos, onde mediante dele, se

obtém o retorno econômico-financeiro pela produção da organização.

No meio, existe o sistema de planejamento responsável por atingir as metas

propostas pela organização, relacionando-se com a demanda a ser fabricada, com

o tempo que levará para tal fabricação, a qualidade e as especificações. E o

sistema de controle é responsável pela manutenção, processos e estoques no

intuito de garantir o sincronismo as metas e planejamentos (SLACK; CHAMBERS,

2002).

Figura 1 – Sistemas de Produção

Da mesma maneira, os dois últimos sistemas são tidos de forma

estratégica, já que é mediante o planejamento e o controle da produção que a

organização se torna capacitada em aumentar a qualidade do seu produto e

racionalizar o custo e o tempo de execução.

2.3 Principais sistemas de administração de produção

Para Oliveira (2007) os sistemas de administração de produção são como

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uma parte da função de manufatura no interior das empresas desempenhando

papel essencial pelo fato de coordenar a fabricação onde suas decisões implicam

no desempenho da mesma.

Várias são as metas estipuladas pelas empresas refletindo os vários

segmentos de mercado que as mesmas objetivam alcançar. O entendimento de

tais diferenças é de extrema importância para a formulação de estratégias na

obtenção de melhores resultados.

A seguir são apresentados os sistemas de administração de produção mais

utilizados bem como as diferenças existentes entre eles: Just in Time (JIT),

Material Requirements Planning (MRP), Optimized Production Technology (OPT).

2.3.1 JUST IN TIME

O sistema “Just In Time” originou-se no Japão nos anos 70, onde o país

passava por uma crise econômica, no qual a Toyota tendo como intuito

desenvolver um sistema de produção 100% eficaz tanto no cumprimento da

demanda quanto na continuidade do fluxo de produção, deu origem ao JIT.

No JIT o seu processo de fluxo possui a política de que as partes

pertinentes a montagem somente atingem a linha de montagem no momento de

precisão e com a quantidade certa. Segundo Correa, Gianesi e Caon (2001) a

organização que consegue estabelecer tal tipo de fluxo, pode vir a chegar a

estoque zero. É considerado pelos autores como um seguimento contínuo com

objetivo de promover a melhora e a qualidade da produtividade focada no intuito

de aperfeiçoar a produção, obtendo como subproduto a diminuição do estoque.

Esse objetivo de reduzir o estoque é incentivado não somente para reduzir

custos ou pelos recursos financeiros imobilizado que um estoque de grandes

proporções representa, mas sobretudo, pela problematização que surge quando

se possui em estoque uma grande quantidade de produtos, onde isto pode vir a

mascarar problemas como defeitos em produtos ou desperdícios seja de recursos

ou materiais.

Para Chase, Jacobs e Aquilano (2006) a principal meta do sistema

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Just in time é minimizar ao máximo o tempo gasto entre a solicitação do pedido

feito pelo consumidor e o pagamento. Com isso, removem-se desperdícios e

traz-se como vantagem a velocidade na produção e conseqüentemente a

confiabilidade. Mas para que este sistema consiga tal proeza, é necessário que as

metas sejam detalhadas assim como as restrições da produção para que se

possam ser viabilizadas as metas partindo-se do fim para o começo,

harmonizando-se as exigências com a capacidade de produção, no menor tempo

possível.

As limitações deste sistema estão relacionadas com a flexibilidade do

sistema de produção, isto é, a multiplicidade de produtos e a oscilação da

demanda proporcionam empecilho para a introdução do sistema. Difere-se dos

outros sistemas tipificados como tradicionais porque aqueles possuem como

característica de impelir a produção dos lotes mediante o cálculo dos materiais

necessários, levando-se em conta a prioridade dos itens no momento de

fabricação enquanto o sistema Just in time provoca a produção em lote a partir da

demanda. Neste contexto, o lote somente sofre processamento se o mesmo

obtiver requerimento a partir da operação subseqüente (TUBINO, 2007).

2.3.2 MRP II

Este é um tipo de sistema de produção implementado com muita freqüência

baseando-se no cálculo das necessidades, possui o objetivo de cumprir com a

demanda armazenando o mínimo de produtos em estoque, com planejamento de

compras e produção de apenas as quantidades necessárias para o cumprimento

de tal demanda. Para que esse objetivo seja alcançado, tem-se como princípio o

cálculo das necessidades que levam em conta o tempo gasto no momento do

processamento realizado por meios informatizados de gestão, e seu início se dá

mediante determinação da necessidade de materiais pela administração da

produção, que ao consultar os produtos no estoque, subtrai do mesmo apenas os

necessários a realização da tarefa.

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O funcionamento do MRP II dá-se mediante detalhamento dos planos de

longo prazo, até que se chegue ao nível de recursos precisos. Tais sistemas estão

disponíveis no mercado por meio de sofisticados pacotes para computador,

separados por módulos interligados entre si (GAITHER, FRAIZIER, 2001).

Para Correa, Gianesi e Caon (2001) alguns estudos apontam uma

variedade de problemas no sistema MRP II, que não são inerentes a ele, mas da

forma como ele é adotado em algumas empresas, que contam com situações

irreais, como, por exemplo, intervalos constantes entre as entregas dos

fornecedores ou com máquinas sempre disponíveis.

De acordo com Chase, Jacobs e Aquilano (2006), o MRP II é um sistema

que tem por propósito auxiliar as empresas nas tomadas de decisões de quando e

quanto cada material deve ser disponibilizado durante o período de planejamento.

2.3.3 OPT

Segundo Gaither e fraizier (2001) este sistema consiste de uma técnica de

gestão de produção desenvolvida por pesquisadores israelenses que apesar de

sua significar Tecnologia de Produção Otimizada, não se trata necessariamente

de uma técnica otimizadora, mas sim, de uma técnica que se baseia em

procedimentos com resultados inexatos, no qual os detentores dos direitos de

comercialização do sistema não tornaram público até o momento.

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CAPÍTULO III

O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

3.1 Diferença entre planejamento e controle

Segundo Barros e Lehfeld (2001), para a compreensão de sua função, é

essencial que se conheça a etimologia das palavras planejamento e controle de

forma individual.

De acordo com Chiavenato (1991) o planejamento é um esboço do que se

pretende alcançar em determinado período futuro. Planejar não significa que algo

irá realizar-se. Pode ser que, por meio de algumas influências, o planejamento

tenha que ser refeito. Clientes podem mudar seus anseios, fornecedores podem

não cumprir o prazo de entrega, a linha de produção pode parar por ausência de

produto, por equipamentos defeituosos e isso significa afirmar que o que foi

planejado nem sempre pode ser executado.

Já a palavra controle, está relacionada fazendo-se os ajustes que permitem

que as operações alcancem as metas estabelecidas no planejamento, mesmo que

as hipóteses realizadas pelo plano não se confirmem. Além do mais, controlar

significa avaliar se o executado está de acordo com o planejado e tomar as

medidas corretivas quando necessárias. Desse modo, planejar e controlar estão

interligados à procura da satisfação do consumidor.

3.2 Conceito de planejamento e controle da produção

Mediante os conceitos discutidos acima, é pertinente, agora, a definição da

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função de Planejamento e Controle da Produção.

Essa função é constituída de informações oriundas de outras áreas da

organização, onde a partir destas condições são dadas para que a área de

Produção tenha a capacidade de realizar suas atividades. Neste sentido Cury

(2000) afirma que o planejamento e controle da produção constitui-se de

atividades que precedem e produzem condições para a produção, atuando sobre

o produto, recursos, produção. Alonga suas ações ou produz reflexos em toda a

empresa, promovendo a produção através do acionamento das unidades de

produção baseado em atividade coordenativa.

Nesta mesma linha de raciocínio, Meredith e Shafer (2002) ainda

acrescentam ser a complementação de todos os pedidos, onde o seu

alcançamento representa satisfação de todas as áreas da organização assim

como dos consumidores.

De fato, constata-se que a função do departamento de planejamento e

controle da produção em uma empresa é muito complexa. É preciso compreender

um pouco de cada área e também faz parte da rotina de cada uma delas. No

entanto, o planejamento e controle da produção, apesar de sua importância, é

uma atividade de apoio para as demais áreas.

Montana e Charnov (2001) apresentaram como conceito para o

planejamento e controle da produção, que o mesmo envolve a empresa e o

planejamento do processo de fabricação, constituindo no planejamento da

seqüência de operações, da programação, da movimentação e da coordenação

da inspeção, e no controle de materiais, métodos e tempos operacionais. A meta é

a organização do suprimento e movimentação dos RH, utilização de maquinário e

atividade afins, com o propósito de conseguir alcançar os resultados de produção

almejados, em termos de quantidade, qualidade, tempo e lugar.

3.3 As atividades do PCP

As atividades devem ter uma hierarquia, isto é, devem ser executadas

segundo uma ordem. No entanto, Barros e Lehfeld (2001) lembram que o uso

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dessa abordagem requer cuidados para não se incorrer em sub-otimização.

Chiavenato (1991) estabelece três níveis hierárquicos para o planejamento

e controle da produção: nível estratégico; nível tático e o nível operacional.

Figura 2 – Níveis hierárquicos das atividades de PCP

3.3.1 Previsão de Demanda

As investigações sobre as condições de mercado e previsões de demanda

vindouras, são essenciais na preparação do planejamento de longo prazo. Mesmo

em empresas com fabricação de produtos por encomenda, onde há a ausência de

estudos formais de cálculo de demanda, a administração tem como realizar

suposições a respeito do estado financeiro bem como que ainda estejam por vir da

organização.

Segundo Cury (2000) os cálculos de demanda se classificam em: previsões

de longo, médio e curto prazo. Onde as de curto prazo relacionam-se com a

programação da produção e as decisões referentes ao controle de estoque; As de

médio prazo são previsões que podem variar de seis meses a dois anos, onde os

planos agregado produção e mestre de baseiam-se em tais previsões. Nas de

longo prazo, o planejamento pode se alongar a cinco ou mais anos. Tem a

responsabilidade de auxiliar em decisões estratégicas, como por exemplo, no

desenvolvimento ou alteração de um produto.

Cálculos de demanda baseiam-se em informações relacionadas análises

realizadas ou em opiniões de uma ou mais pessoas. Um excelente sistema de

cálculos de demanda deve possuir cálculos simples e capacidade de ajustes

repentinos mediante as modificações.

3.3.2 Planejamento de Recursos de Longo Prazo

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As empresas se preparam com elaboração de planos de longo prazo com o

intuito de conseguirem dimensionar suas capacidades vindouras, através de

estudos de previsão de demanda e metas formuladas por planos estratégicos

realizados pela administração, com o intuito de realizar a previsão dos materiais

necessários que usualmente não são sujeitas a aquisição no curto prazo

(BALLESTERO-ALVARE, 2001).

3.3.3 Planejamento Agregado de Produção

Sua elaboração baseia-se no planejamento de longo prazo, no qual o

resultado é um planejamento de médio prazo que fixa níveis de produção e

estoque, e realiza o dimensionamento da força de trabalho. Seu horizonte pode vir

a sofrer uma variação de 6 a 24 meses, de acordo com a atividade industrial.

Tal atividade geralmente não é analisada de forma individual como feita

neste momento. Particularidades de cada organização, como por exemplo,

previsões de demanda acabam por fazer com que a mesma em alguns momentos

nem seja realizada. Sendo assim, ela tende a ser incorporada pelo planejamento

mestre da produção (SLACK; CHAMBERS, 2002).

3.3.4 Planejamento Mestre da Produção

Este é um elemento central da estrutura global apresentada na figura 3.

Produzido a partir do plano agregado de produção, fragmentando-o em produtos

acabados, orientará as atividades do sistema de manufatura em curto prazo,

fixando o momento e a quantidade na qual os produtos devem ser produzidos.

Este tempo fixado pode variar de 4 a 12 meses, sendo que quanto menor for o

horizonte de tempo maior será a eficácia do planejamento mestre de produção.

3.3.5 Planejamento de Materiais

É a ação mediante a qual é realizado o levantamento dos materiais

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necessários para realização do plano de produção. Mediante as necessidades

oriundas da listagem de materiais, das impertinências obrigadas pelo

planejamento mestre da produção e dos dados advindos do controle de estoque,

busca delimitar quando, quantos e quais materiais serão fabricados ou

comprados.

Os planejamentos desses materiais estão ligados ao gerenciamento de

estoques de matérias-primas, de produtos em desenvolvimento e produtos

acabados (MONTANA, CHARNOV, 2001).

3.3.6 Planejamento e controle da capacidade

É a ação que tem como intuito prever se a organização terá ou não

capacidade para realizar o planejamento de produção para prover um determinado

pedido de produtos ou serviços.

Os planejamentos da capacidade promovem dados que propiciam a

possibilidade de planejamento de materiais; obtenção de informações para outros

planejamentos de capacidade mais eficazes; possibilita identificar gargalos;

promove a programação de curto prazo e estipula os que são viáveis para futuros

requerimentos.

Já o controle da capacidade possui a tarefa de acompanhar o nível da

produção realizada comparando-a com os níveis planejados e realizar normas de

correção de curto prazo, caso estejam havendo desvios significativos (MEREDITH

e SHAFER, 2002).

3.3.7 Programação e Seqüenciamento da Produção

Esta atividade tem o objetivo de determinar prazos para que as atividades

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sejam cumpridas, acontecendo em algumas fases das atividades de planejamento

da produção. Com informações como equipamentos disponíveis, matérias-primas,

funcionários, processo de produção, tempo de processamento, prazos e

prioridades no processo de fabricação; a ordem de fabricação poderá ser

distribuída aos centros produtivos onde será iniciada a execução do planejamento

mestre de produção (BRITO, 1996).

3.3.8 Controle da Produção e Materiais

Tem como meta acompanhar a manufatura e aquisição dos itens

planejados, com o objetivo de assegurar que os prazos estipulados sejam

cumpridos. A atividade de controle da produção e materiais também guarda

informações importantes como: quantidades trabalhadas e de refugos, quantidade

de material empregado e o tempo gasto.

Observa-se que o conceito atribuído a essa área é variável de acordo com

cada autor. A maioria dos autores na literatura a conceitua de planejamento e

controle da produção, mas há quem a defina como programação e controle da

produção ou até mesmo como planejamento, programação e controle da

produção.

Em suma, todos os dados apresentados até o momento, defini-se o PCP

como um mecanismo para obtenção de informações que irão ajudar no processo

de produção de modo a definir, tudo o que for necessário, como recursos e

medidas no intuito de conciliar o fornecimento com a demanda. Sendo assim, é

preciso que os recursos de produção estejam disponíveis na quantidade e no

momento e no nível de qualidade adequado (MONTANA, CHARNOV, 2001).

Nota-se que, as funções de programação se fundem com as de

planejamento. Mas a justificativa ser que diferentes autores dão conceitos

variados para essa área.

De acordo com Barros e Lehfeld (2001) todas essas atividades dirigem-se a

conciliar as capacidades de fornecimento de uma operação com as demandas

colocadas sobre ela.

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Figura 3 – Visão geral das atividades de PCP

3.4 Papel da função planejamento e controle da produção

A tarefa da estratégia organizacional é desenvolver os recursos para que se

possam fornecer as condições necessárias para propiciar a empresa atingir suas

metas estratégicas.

Faz parte também de suas tarefas o desenvolvimento ou compra de

processos que são flexíveis o suficiente para fabricar novos produtos/serviços,

organizar e treinar colaboradores para que compreendam como os produtos

transformam-se e fazer as mudanças necessárias na produção. Está relacionada

com o desenvolvimento de interação com os fornecedores que auxiliem a

responder no pronto fornecimento de novos componentes, pois quanto melhor a

produção fizer essas coisas, mais apoio estará dando para a estratégia

competitiva da empresa (CURY, 2000).

3.5 A informação no planejamento e controle da produção

De acordo com Meredith e Shafer (2002) a produção, entendida como um

sistema, é a reunião de recursos humanos, físicos, tecnológicos e informações

que possuem a capacidade de modificar processos. Produzindo-se sejam bens ou

serviços. A produção, pode ser subdividida em subsistemas, de acordo com os

interesses estabelecidos. E um desses subsistemas é o subsistema gerenciador

de informações que fornece os elos entre os componentes, que faz com que as

atividades sejam executadas de maneira sincronizada.

De acordo com o modelo de produção da empresa, pode haver

divergências em relação ao tipo de informação bem como sua forma de obtenção.

Fica claro, no entanto, que uma série de informações necessita ser

disponibilizada na área de produção de maneira coerente para ajudar nas

decisões. A informação é o elemento estratégico e mais importante na tomada de

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decisão, pois fornece base para a complementação dos vários subsistemas ou

áreas da empresa. Para Montana e Charnov (2001), a informação é o resultado de

dados coletados e ordenados, com seus significados de acordo com o contexto

em que se encontram.

Com o intuito de otimizar o emprego da informação dentro das empresas,

houve a criação dos sistemas de informação. Esses sistemas são um conjunto

estruturado de informação, RH, TI e práticas de trabalho, organizados de maneira

a possibilitar o melhor atendimento das metas organizacionais (CHIAVENATO,

1991).

Os SI são estruturados após identificar-se as necessidades e fontes de

dados, à qual se segue a definição dos fluxos de informação, e a coleta e

processamento destas, mantendo a informação disponível.

Segundo Barros e Lehfeld (2001), os sistemas de informação possuem o

intuito de permear a tomada de decisões em nível tático e estratégico, através da

ajuda das atividades de planejamento, execução, controle, e no nível operacional,

eles pretendem ajudar o sistema produtivo, seja em nível tático ou estratégico.

Cury (2000) afirma que as empresas têm muitas informações, porém seu

emprego depende de uma direção que aponte para as metas do todo ou de suas

partes. Isso significa a formatação dos requisitos específicos de certo nível

decisório, de certo sistema ou de uma área, como a de produção, por exemplo.

O PCP é um sistema de informações que tem como tarefa gerenciar a

produção referindo-se as quantidades, o tipo de bem/serviço e do tempo

necessário para sua realização. Tal produção resulta dessas informações, através

do start do sistema de produção, o modificador de entradas em saídas. Quando se

faz menção a integração de um sistema de produção, designa-se um trabalho,

além de síncrono, direto e automaticamente conectado desde o pedido até a

expedição das saídas.

Figura 4 – Fluxo de informações no PCP

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CONCLUSÃO

Embora tradicionalmente a Administração da Produção tivesse como

objetivo de estudo os setores produtivos das organizações industriais, atualmente

muitas das suas técnicas vêm sendo aplicadas em atividades de serviços como

bancos, escolas, hospitais, etc. Formalmente, a Administração da Produção e

Operações é o estudo de técnicas e conceitos aplicáveis à tomada de decisões

nas funções de produção e operações.

A globalização da economia e a crescente concorrência pelos mercados

consumidores têm levado as organizações a repensarem seus processos

produtivos e a forma como os mesmos são administrados. O que não era

relevante passou a ser essencial já nas médias e pequenas organizações, o

planejamento e controle da produção ganharam destaque e passou a ser um

diferencial entre as organizações, tendo em vista os benefícios e os resultados

satisfatórios que proporciona às mesmas.

Todas as partes de qualquer empresa têm seus próprios papéis para

desempenhar a fim de se chegar ao sucesso. O papel de cada função está

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refletido em seu nome. A produção deve apoiar a estratégia desenvolvendo

objetivos e políticas apropriados aos recursos que administra, fazendo a estratégia

acontecer, transformando decisões estratégicas em realidade operacional e

devendo fornecer os meios para a obtenção de vantagem competitiva. Para que

qualquer organização seja bem sucedida a longo prazo, a contribuição de sua

função produção é vital. Ela dá à organização uma "vantagem baseada em

produção".

Mediante a revisão da literatura efetuada, verifica-se que as técnicas para

desenvolvimento do Planejamento e Controle da Produção deverão ser utilizadas

em consonância com as estratégias globais da organização, interagindo com os

demais sistemas da empresa, na busca da realização das metas organizacionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALLESTERO-ALVARE, Maria Esmeralda. Administração da Qualidade e

da Produtividade: Abordagens do Processo Administrativo. 1ª Edição, São

Paulo, Atlas, 2001.

BARROS, Aidil J. S. e LEHFELD, Neide A. S. Fundamentos de

metodologia científica: um guia para a iniciação científica. São Paulo: Makron

Books, 2000.

BRITO, Rodrigo G. F. A. Planejamento programação e controle da

produção. São Paulo: Iman, 1996.

CHASE, R. B.; JACOBS, F. R.; AQUILANO, N. T. Administração da

produção para a vantagem competitiva. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração da Produção. São

Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.

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CORRÊA, H. L. , GIANESI, I. G. N., CAON, M. Planejamento,

Programação e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2001.

CURY, Antônio. Organização e métodos: Uma visão Holística. 7 ed. São

Paulo: Atlas, 2000.

GAITHER, N. & FRAZIER, G. Administração da Produção e Operações.

Pioneira thomson Learning. São Paulo. 2001.

MEREDITH, Jack R.; SHAFER Scott M., Administração da Produção

para MBAs, Porto Alegre, Bookman, 2002.

MONTANA, Patrick J; CHARNOV, Bruce H. Administração. 2ª ed. São

Paulo: Saraiva, 2001.

OLIVEIRA, D. de P.R. Planejamento Estratégico, conceitos,

metodologia e práticas. SP, Ed. Atlas, 2007.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart. Administração da Produção. 2ª.

Edição, São Paulo: Atlas, 2002.

SLACK, Nigel; HARRISON, Alan; JOHNSTON, Robert. Administração da

Produção. São Paulo: Atlas, 1997.

TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e controle da produção: teoria e

prática. São Paulo: Atlas, 2007.

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO................................................................................ 2

AGRADECIMENTO................................................................................. 3

DEDICATÓRIA........................................................................................ 4

RESUMO................................................................................................. 5

METODOLOGIA...................................................................................... 6

SUMÁRIO................................................................................................ 7

INTRODUÇÃO........................................................................................ 8

CAPÍTULO I A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PRODUÇÃO............. 9

1.1 Abordagem histórica................................................................ 9

CAPÍTULO II A ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ........................... 12

2.1 Sistemas da administração de produção................................ 12

Page 32: O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO · 2.1 Sistemas da administração de produção ... 3.3.1 Previsão de Demanda ... processo de substituição da força braçal

2.2 Classificação dos sistemas de produção................................ 14

2.3 Principais sistemas de administração de produção................ 17

2.3.1 JUST IN TIMEHHHHHHHHHHHHHHHHHH 17

2.3.2 MRP II............................................................................. 18

2.2.3 OPT................................................................................ 19

CAPÍTULO III O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO... 20

3.1 Diferença entre planejamento e controle.................................. 20

3.2 Conceito de planejamento e controle da produção.................. 20

3.3 As atividades do PCP............................................................... 21

3.3.1 Previsão de Demanda..................................................... 22

3.3.2 Planejamento de Recursos de Longo Prazo................... 23

3.3.3 Planejamento Agregado de Produção............................. 23

3.3.4 Planejamento Mestre da Produção.................................. 23

3.3.5 Planejamento de Materiais.............................................. 24

3.3.6 Planejamento e Controle da Capacidade........................ 24

3.3.7 Programação e Seqüenciamento da Produção............... 25

3.3.8 Controle da Produção e Materiais................................... 25

3.4 Papel da função planejamento e controle da produção........... 26

3.5 A informação no planejamento e controle da produção........... 27

CONCLUSÃO......................................................................................... 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 30

ÍNDICE................................................................................................... 31

FOLHA DE AVALIAÇÃO........................................................................ 32

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: O processo de planejamento e controle da produção

Autor: Luciane Oliveira de Araújo

Data da entrega:_________/__________/___________

Avaliado por:__________________________________Conceito:_________