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O PROFISSIONAL CONTÁBIL DIANTE DA CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS

o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

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O PROFISSIONAL CONTÁBIL DIANTE DA CONVERGÊNCIA

DAS NORMAS CONTÁBEIS

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1 INTRODUÇÃO

A Contabilidade, por ser considerada uma ciência social, sofre grandes

influências dos aspectos culturais, históricos, políticos e econômicos do ambiente

em que atua, influenciando nas práticas contábeis de cada país (NIYAMA; SILVA,

2008).

Niyama (2007) afirma que a Contabilidade é considerada a linguagem dos

negócios e diante dos mercados globalizados é utilizada como ferramenta no

processo de tomada de decisões em nível internacional. Porém, essa linguagem é

divergente entre os países uma vez que possuem práticas contábeis próprias e

diferentes entre si.

A Contabilidade está diante de novos desafios causados pelas constantes

mudanças no cenário econômico mundial onde a economia globalizada, o

desenvolvimento do mercado de capitais internacional e o aumento dos

investimentos estrangeiros geram a necessidade de utilização de normas e

procedimentos que contribuam para reduzir as diferenças das informações contábeis

entre os países (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009).

Iudícibus e Marion (2002) complementam afirmando que o atual cenário de

globalização em que as empresas estão inseridas representa desafios e

oportunidades de desenvolvimento tanto para o conhecimento contábil como para os

contadores, sendo uma das tendências para a evolução da Contabilidade a

harmonização dos princípios contábeis diante dos mercados internacionalizados.

Dessa forma, a fim de minimizar as divergências internacionais e facilitar a

comunicação e comparação das informações contábeis, existe um consenso entre

os diversos envolvidos para uma harmonização dos procedimentos contábeis

(NIYAMA, 2007). Portanto, entende-se por harmonização contábil o processo que

busca um acordo entre os padrões contábeis internacionais mediante um conjunto

comum de princípios preservando as particularidades de cada país. Atualmente tal

processo também é conhecido pelo termo convergência (VILLELA, 2007).

Diante desse contexto, a presente pesquisa questiona: Qual a percepção do

profissional contábil dos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx sobre a Convergência

das Normas Contábeis?

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Considerando o problema de pesquisa proposto, o objetivo geral desse

estudo é identificar qual a percepção do profissional contábil dos municípios de xxxx

e xxxxx xxxxxx sobre a Convergência das Normas Contábeis.

Especificamente, pretende-se:

- Identificar o nível de conhecimento dos profissionais contábeis sobre o

assunto;

- Verificar quais mudanças poderão ocorrer nos procedimentos da prática

profissional diante da convergência das normas contábeis.

De acordo com Villela (2007) o constante aumento do número de pesquisas e

publicações sobre a Harmonização Contábil Internacional vem confirmar a grande

discussão sobre o assunto que chama cada vez mais a atenção dos profissionais e

acadêmicos do Brasil.

Essa afirmação ressalta a importância em desenvolver a presente pesquisa

tendo em vista que se refere a um tema atual e que representa um desafio para o

cenário contábil. Dentro desse contexto, trata-se de um assunto relevante, pois

representa uma etapa no processo de evolução da Contabilidade que gera

mudanças na prática contábil exigindo do profissional adequação aos novos

procedimentos.

Girotto (2007) ressalta a necessidade do contabilista e demais profissionais

da área contábil estarem preparados para as mudanças que estão por vir, bem

como os envolvidos no âmbito de formação acadêmica.

O fator motivador dessa pesquisa se refere ao fato de ser um assunto ainda

novo, despertando o interesse das pesquisadoras em adquirir um conhecimento

maior sobre o tema. Dessa forma, esse estudo poderá ser utilizado como ferramenta

multiplicadora de conhecimento sobre o assunto abordado, tendo em vista que o

meio acadêmico deve estar em consonância com as mudanças ocorridas na

Contabilidade, preparando adequadamente os futuros profissionais contábeis para o

mercado.

Em relação à metodologia, a pesquisa se caracteriza quanto aos objetivos

como descritiva e quanto aos procedimentos de coleta de dados como bibliográfica e

de levantamento. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário

aplicado aos profissionais contábeis que exercem suas atividades nos escritórios de

contabilidade dos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx - XX.

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2 A PROFISSÃO CONTÁBIL

2.1 A ATUAÇÃO DO CONTABILISTA

Sendo o patrimônio das entidades o objeto de estudo da Contabilidade

enquanto ciência, o contabilista é o profissional responsável pelos registros dos fatos

que originam os demonstrativos e os relatórios contábeis que apresentam o histórico

econômico-financeiro das empresas (FORTES, 2001).

Segundo Martins et al. (1997), por sua formação profissional, o contabilista

pode ser classificado em duas categorias: Contador, aquele que obtém o título de

Bacharel em Ciências Contábeis através de nível superior ou Técnico em

Contabilidade, formado através do nível médio.

Fortes (2001) complementa que, para o exercício da profissão, tanto o

contador como o técnico em contabilidade precisam estar devidamente registrados

no Conselho Regional de Contabilidade – CRC do estado de origem.

De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC

(BRASIL, 1983) nº 560/83, no Art. 2°, o contabilista pode exercer, dentre outras

funções, a de analista, assessor, auditor, consultor, controller, educador, escriturador

contábil ou fiscal, perito e professor na condição de profissional liberal, de

empregado, de servidor público ou sócio de qualquer tipo de sociedade.

Atualmente o mercado de trabalho para o contador é um dos mais

promissores em decorrência, principalmente, da exigência das empresas em

aprimorar o controle e planejamento dos negócios. Assim o contador deve agregar

às capacidades técnicas comportamentos éticos, prudentes e íntegros (IUDÍCIBUS

et al., 1998).

Marion (2003) afirma que novas tendências estão surgindo para o profissional

contábil como o Investigador Contábil, a Contabilidade Ecológica, a Contabilidade

Estratégica, a Auditoria Ambiental e a Contabilidade Prospectiva. Além dessas,

Autran e Coelho (2004) apontam também a área pública como alternativa no

crescente campo de atuação do contabilista, principalmente a partir da Lei de

Responsabilidade Fiscal, que exige do poder público, profissionais contábeis

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responsáveis em atender as obrigatoriedades quanto à movimentação dos recursos

públicos.

Diante desse contexto, percebe-se, portanto, o constante crescimento da

classe contábil brasileira bem como sua evolução e reconhecimento por parte da

sociedade (FORTES, 2001).

2.2 A IMPORTÂNCIA DO CONTABILISTA

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) através da Deliberação nº 29, de

05-02-86 (BRASIL, 1986), considera a Contabilidade como sendo “um sistema de

informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e

análises de natureza econômica, física e de produtividade, com relação à entidade

objeto de contabilização.”

A Contabilidade pode ser considerada como uma importante ferramenta de

auxílio para a administração da empresa por ser a responsável pelas informações

econômicas e financeiras, oferecendo melhor sustentação para uma boa tomada de

decisão (MARION, 2005).

Segundo Autran e Coelho (2004) somente através da contabilidade se torna

possível obter as informações da empresa ao longo do tempo. Através de ações

passadas se torna possível planejar o futuro. Dessa forma, além de controlar o

patrimônio da empresa, a contabilidade também oferece subsídios para seu

planejamento através de informações confiáveis, consistentes e claras.

O contabilista exerce papel de grande relevância no que se refere à

informação, um bem considerado importante no mundo dos negócios e que serve de

base para todas as decisões da empresa. De fato, é função do profissional contábil,

fornecer aos usuários da contabilidade informações de acordo com suas

necessidades (MARTINS et al., 1997).

Marion (2005) esclarece que os usuários da Contabilidade são pessoas

físicas ou jurídicas, podendo ser classificados como usuários internos (funcionários,

administradores, diretores) ou externos (acionistas, fornecedores, instituições

financeiras, governo).

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Dentre as diversas atividades do contador, produzir e gerenciar informações

aos usuários é considerada como sendo tarefa básica, não devendo se limitar

apenas a atender as exigências do fisco (IUDÍCIBUS; MARION, 2002).

Sá (2009) afirma que a função contábil é cada vez mais significativa e

necessária para a humanidade. Sua principal importância é orientar as organizações

na conquista da eficácia constante, sendo papel do profissional contábil direcionar

os negócios para a prosperidade a partir da teoria científica. Informar, simplesmente,

pode ser tarefa de um sistema de informação manuseado por qualquer pessoa,

porém, explicar e orientar requer conhecimento científico do profissional da área.

De acordo com Autran e Coelho (2004), é obrigado por lei que toda empresa

possua os serviços de um contabilista. No cenário atual, esse profissional não deve

se restringir apenas aos números. As empresas esperam que este profissional tenha

capacidade de orientá-las em diversas situações não se limitando somente em

satisfazer as exigências do fisco.

Dessa forma, percebe-se que, apesar do seu contato com os números, a

contabilidade é considerada uma ciência social pela sua responsabilidade em

divulgar informações de qualidade e credibilidade sobre o patrimônio das empresas

(AUTRAN; COELHO, 2004). Iudícibus e Marion (2002) compartilham dessa idéia

quando afirmam que o contador possui um papel social de grande importância ao

informar à sociedade sobre a gestão dos recursos das empresas.

Merlo (2006, p.11) considera a contabilidade uma “atividade moderna e

necessária”. Sendo assim, é importante que o profissional contábil esteja atento às

necessidades da sociedade de modo a atendê-las com comprometimento,

seriedade, agilidade, objetividade e com visão para os negócios.

2.3 O PERFIL DO PROFISSIONAL CONTÁBIL NA ATUALIDADE

No decorrer dos tempos, o desenvolvimento da profissão contábil esteve

ligado ao crescimento comercial. Antigamente, o contador geral se encarregava pela

área pública, enquanto a contabilidade das empresas era de responsabilidade dos

chamados guarda-livros. Normalmente esse profissional, responsável pela

escrituração dos livros mercantis, tinha como principal função o registro de

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transações já ocorridas, além de muitos cálculos em meio a documentos e livros de

capa preta (AUTRAN; COELHO, 2004).

A função do profissional contábil sempre esteve e estará vinculada às

necessidades da sociedade que evoluem a partir do desenvolvimento dos negócios

empresariais (MERLO, 2006).

Marion (2005) ressalta que a profissão contábil está passando por um

momento de transição onde a fase mecânica foi substituída pela técnica e,

atualmente, pela fase da informação. No mercado atual, dificilmente o contabilista

conseguirá sobreviver no papel do antigo escriturador ou guarda-livros. Dessa

forma, o profissional contábil deve estar em constante evolução apresentando

atributos importantes para o exercício da profissão.

Sá (2002) complementa ao afirmar que o profissional da Contabilidade deve

possuir a função de orientar ao invés de simplesmente registrar os fatos ocorridos,

oferecendo opiniões e direcionamento sobre os negócios da empresa.

De acordo com Marion (2005), o contador deve ser um tradutor de

informações, sendo capaz de interpretá-las e associá-las ao processo de tomada de

decisão. A função moderna do contabilista é de um consultor sobre os negócios da

empresa (SÁ, 2002).

Sá (2009) afirma ainda, que o perfil do contador atual se baseia nos

conhecimentos científicos e tecnológicos, tornando-o capaz de entender as

demonstrações e direcionar o caminho a ser seguido pela empresa.

Diante desse contexto, Merlo (2006) apresenta uma comparação entre as

exigências do profissional contábil de ontem, de hoje e do amanhã:

ONTEM HOJE AMANHÃ

Baixa competitividade Competitivo Alta Competitividade

Comércio tradicional Relações comerciais

complexas

Globalização/

Desregulamentação

Ênfase na escrituração Ênfase no registro Ênfase nos negócios

Ensino comercial Ensino técnico Ensino de gestão

Busca pela padronização Padronização legal Adaptação aos negócios

Pouco envolvimento nos negócios Acompanhamento da gestão Proposição de soluções

Baixa complexidade das operações Operações complexas Operações virtuais

Não-utilização da TI Uso intensivo da TI Business Inteligence

Luta pelo reconhecimento Profissão reconhecida Profissão fundamental

Quadro 01: Comparação entre as exigências do profissional contábil Fonte: Merlo (2006, p. 11)

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Muitos autores afirmavam que a Contabilidade seria a profissão do futuro. Já

na primeira década do século XXI percebe-se que a profissão contábil está

passando por várias mudanças, tornando-se mais confiável, consistente e valorizada

pelo mercado (NOSSA, 2010).

Para Abrantes (2010) os principais fatores que influenciaram nas mudanças

da profissão são o aquecimento da economia e o aumento da participação das

empresas brasileiras no mercado internacional. Tais mudanças revolucionaram a

demanda por esses profissionais que, a partir de agora, devem apresentar um perfil

mais estratégico e com visão para os negócios.

Nossa (2010) ressalta que as mudanças na profissão têm como foco tanto a

Tecnologia da Informação (Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, Sistema

Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias -

SINTEGRA, Nota Fiscal Eletrônica - NF-e) como a internacionalização das normas

contábeis.

Diante desse contexto, para que o contabilista alcance êxito em sua carreira,

a qualificação profissional é condição indispensável, tornando-o capaz de

acompanhar a evolução dos negócios que se encontra em constante mutação

(MERLO, 2006).

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3 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

3.1 A ORIGEM

Apesar de alguns pesquisadores declararem que os primeiros indícios da

existência da Contabilidade tem seus registros por volta de 4.000 anos a.C., não é

possível afirmar com precisão a época de seu surgimento (FAVERO et al., 2006).

Pode-se, entretanto, afirmar que a Contabilidade é tão antiga quanto a

existência da humanidade, visto que seu surgimento ocorreu de forma rudimentar

antes mesmo da moeda, da escrita e do número (IUDÍCIBUS; MARION, 2002).

No livro de Jó, o mais antigo da bíblia, é possível perceber os registros de sua

riqueza, tendo em vista que era um homem muito rico e, portanto, tinha necessidade

de apurar e controlar seus bens. Dessa forma, entende-se que a Contabilidade

surgiu a partir da necessidade do proprietário da riqueza em avaliar e controlar seu

patrimônio (MARION, 2005).

Diante da necessidade de controlar seu patrimônio, o homem primitivo

utilizava desenhos em paredes de cavernas e tábuas de pedra classificando

quantitativa e qualitativamente os seus bens (MARQUES, 2006).

Iudícibus e Marion (2002) classificam esse momento em que o patrimônio

existente era registrado através de figuras e desenhos como sendo a fase empírica

da Contabilidade.

Percebe-se que a evolução contábil ocorreu lentamente até o surgimento da

moeda, pois, até então, os registros se limitavam ao inventário físico, sem avaliação

monetária. À medida que as atividades se desenvolveram, o homem precisou

aprimorar suas ferramentas de avaliação da riqueza (IUDÍCIBUS, 2006).

A partir do momento em que o homem utilizou alguma forma de controlar

seus bens, conheceu a Contabilidade, que desde então vem se desenvolvendo com

a finalidade de proporcionar um gerenciamento adequado à riqueza patrimonial

(MARQUES, 2006).

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3.2 O DESENVOLVIMENTO

Analisando a evolução da Contabilidade, verifica-se que seu desenvolvimento

sempre esteve vinculado às mudanças nas relações mercantis, econômicas e

sociais (FAVERO et al, 2006).

No início, antes de ser considerada ciência, a Contabilidade era entendida

como um sistema de escrituração por partidas dobradas, tendo seus registros

iniciais por volta de 1299-1300 e, mais tarde, em 1340, na cidade de Gênova, de

forma mais completa. Não é possível afirmar quem desenvolveu, inicialmente, o

método das partidas dobradas, mas, sem dúvida, foi a partir da obra de Luca Pacioli

que esse método teve grande destaque (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005).

O livro Summa de arithmetica, geométrica, proportioni et proportionalitá, de

Pacioli, embora seja uma obra matemática, possui uma parte explicando o sistema

de escrituração pelo método de partidas dobradas, demonstrando a base para os

lançamentos contábeis. Embora tenha sido escrito há mais de 500 anos, suas

citações são consideradas importantes ainda nos dias de hoje (HENDRIKSEN;

BREDA, 1999).

Segundo Iudícibus e Marion (2002) a obra do Frei Luca Pacioli, publicada em

1494, que destacava o método das partidas dobradas com os termos de débito e

crédito, é considerada a primeira literatura de relevância para a Contabilidade,

representando o início do pensamento científico contábil.

A partir do século XIII a Contabilidade teve um crescimento significativo na

Europa em decorrência do desenvolvimento mercantil. Foi nesse período que surgiu

a escola italiana (européia) de Contabilidade que se espalhou por toda a Europa

exercendo influência em praticamente todo o mundo até o início do século XX

(FAVERO et al, 2006).

Marion (2005) considera que a Contabilidade alcançou sua maturidade entre

os séculos XIII e XVI, época caracterizada pelo comércio com as Índias,

Renascimento e Mercantilismo, inclusive a obra sobre Contabilidade do frei Luca

Pacioli. Dessa forma, teve início a escola italiana de Contabilidade.

Até o século XVI, a Contabilidade tinha como principal objetivo a produção de

informações para o proprietário da empresa que, geralmente, tinha um único dono.

Nessa época, não se percebia diferença entre os negócios pessoais e empresarias

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de um proprietário, não havendo padrões uniformes para divulgação de suas contas.

Não se conhecia também os conceitos de exercício contábil e empresa em

funcionamento. Visto que os empreendimentos tinham curta duração, o resultado

era calculado ao final de sua realização (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).

Marques (2006) menciona que no final do século XVI iniciou-se o período Pré-

Científico, onde o empirismo, até então base para a Contabilidade, foi sendo

substituído pelas primeiras doutrinas contábeis.

No que se refere ao processo de evolução contábil, Iudícibus, Martins e

Carvalho (2005), afirmam que a Contabilidade partiu de um sistema de escrituração

evoluindo, lentamente, até se tornar ciência. Esse momento foi impulsionado pela

necessidade de acompanhar o progresso patrimonial das entidades (“espírito

capitalista”), iniciando-se no século XII, fortalecendo-se no século XIII até o início do

século XIX, aprimorando suas técnicas de escrituração. Somente no século XIX que

o conhecimento contábil adota uma postura científica, deixando a simples

escrituração para assumir procedimentos que acompanhem a evolução do

patrimônio.

Iudícibus (2006) concorda com tal afirmação quando menciona que no século

XIX tem início o período, considerado por muitos, como científico, onde se percebe

os primeiros sinais de que a teoria se desenvolve de acordo com as necessidades

reais da sociedade. È nesse momento também que a escola italiana vai perdendo o

domínio contábil que exercia sobre os demais países.

A Contabilidade sofreu grandes influências com o advento da Revolução

Industrial, no final do século XIX e início do século XX, principalmente nos Estados

Unidos e na Inglaterra. Com a expansão das indústrias, surgiu a necessidade de

informações sobre os custos de produção e avaliação de estoques, bem como o

cálculo da depreciação, surgindo a Contabilidade de Custos. Além disso, diante da

exigência de grandes quantias de capital, surgiram as sociedades por ações, sendo

necessária a separação de investidor e administrador. Isso contribuiu para a

expansão das informações contábeis que passaram a ser fornecidas também aos

acionistas, investidores, credores e governo (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).

No início do século XX as teorias e práticas contábeis norte-americanas foram

fortemente impulsionadas pelo surgimento das grandes corporações, crescimento do

mercado de capitais e acelerado ritmo de desenvolvimento econômico no país

(IUDÍCIBUS, 2006).

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Segundo Iudícibus e Marion (2002) nessa época a Escola Norte-americana foi

alcançando destaque no cenário contábil internacional assumindo o domínio, até

então, exercido pela Escola Européia (italiana). Diante desse contexto, os autores

apresentam alguns motivos que ocasionaram tal mudança:

Algumas razões da Queda da Escola

Européia (especificamente italiana)

Algumas razões da Ascensão da Escola

Norte-americana

1. Excessivo Culto à Personalidade: grandes mestres e pensadores da contabilidade ganharam tanto notoriedade que passaram a ser vistos como “oráculos” da verdade contábil.

1. Ênfase ao Usuário da Informação Contábil: a Contabilidade é apresentada como algo útil para a tomada de decisões, evitando-se endeusar demasiadamente a contabilidade; atender os usuários é o grande objetivo.

2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica: as mentes privilegiadas produziam trabalhos excessivamente teóricos, difundindo-se idéias com pouca aplicação prática.

2. Ênfase à Contabilidade Aplicada: principalmente à Contabilidade Gerencial. Ao contrário dos europeus, não havia uma preocupação com a teoria das contas, ou querer provar que a Contabilidade é uma ciência.

3. Pouca importância à Auditoria: principalmente na legislação italiana, o grau de confiabilidade e a importância da auditagem não eram enfatizados.

3. Bastante Importância à Auditoria: como herança dos ingleses e transparência para os investidores das Sociedades Anônimas (e outros usuários) nos relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.

4. Queda do nível das principais faculdades: principalmente as faculdades italianas, superpovoadas de alunos.

4. Universidades em busca de qualidade: grandes quantias para as pesquisas no campo contábil, o professor em dedicação exclusiva, o aluno em período integral valoriza o ensino nos Estados Unidos.

Quadro 02: Comparação de duas escolas Fonte: Iudícibus e Marion (2002, p.36)

Marion (2005) ressalta que a Contabilidade nos Estados Unidos adquiriu

maior relevância principalmente após a crise de 1929, formando a Escola Contábil

americana predominante na atualidade.

Favero et al. (2006) destaca a importância da escola norte-americana, através

do Instituto Americano de Contadores Públicos, para o desenvolvimento dos

Princípios Contábeis e, consequentemente, da própria Contabilidade. Além disso,

outro fator que merece destaque segundo os autores, é a mudança na forma de

gerar a informação contábil, que até então tinha como foco a Contabilidade

Financeira. A partir desse momento, a escola norte-americana se volta, também,

para o usuário interno, fornecendo-lhe informações confiáveis para o processo de

tomada de decisão, proporcionando condições para o surgimento da Contabilidade

Gerencial.

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3.3 A CONTABILIDADE NO BRASIL

De acordo com Iudícibus (2006) foi a escola italiana que exerceu,

inicialmente, influência sobre a contabilidade brasileira. Em 1902, foi criada a Escola

de Comércio Álvares Penteado, a primeira especializada no ensino da contabilidade.

Com o surgimento das empresas anglo-americanas e da Faculdade de

Economia e Administração da Universidade de São Paulo – FEA/USP (1946),

percebe-se a introdução da Escola Contábil Americana no país (MARION, 2005).

Iudícibus (2006) complementa que através do curso de Ciências Contábeis e

Atuariais (USP) surgiu, efetivamente, o primeiro centro de pesquisa na área contábil

de acordo com o modelo norte-americano. Com isso, artigos científicos e teses

acadêmicas de qualidade passaram a ser desenvolvidas por professores que se

dedicavam ao ensino e à pesquisa.

Marion (2005) destaca que o domínio da escola americana de contabilidade

se tornou mais significativo a partir da década de 70 com o lançamento do livro

Contabilidade Introdutória, desenvolvido por uma equipe de professores da

FEA/USP. Tal domínio se tornou ainda mais nítido com a divulgação da Circular n°

179/72 do Banco Central e, posteriormente, com a Lei n° 6.404/76 – Lei que

regulamentava as Sociedades Anônimas.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Instituto dos Auditores

Independentes do Brasil (IBRACON) e a Comissão de Valores Imobiliários (CVM)

são as entidades que exercem, tradicionalmente, maior influência no meio contábil,

emitindo pronunciamentos que contribuem para o desenvolvimento da contabilidade

no país. Além desses o Banco Central e a Receita Federal também atuam na

legislação contábil (IUDÍCIBUS, 2002).

No que se refere às perspectivas contábeis no Brasil, Iudícibus (2006) afirma

que é possível um progresso constante e equilibrado, capaz de solidificar a

contabilidade brasileira, sendo necessário para tanto, concretização de alguns

pontos importantes: continuidade no trabalho de pesquisa sobre os princípios

contábeis através dos órgãos representantes da classe contábil; formação adequada

para os técnicos de Contabilidade por meio de bons cursos de Ciências Contábeis;

dedicação das instituições, principalmente as universidades, à pesquisa contábil,

treinando e atualizando seu corpo docente.

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3.4 O FUTURO DA CONTABILIDADE

Observando o contexto histórico da Contabilidade, percebe-se que sua

evolução sempre ocorreu em função do desenvolvimento da humanidade, bem

como o que se refere ao progresso dos negócios e das relações comerciais

(MERLO, 2006).

Todavia, a partir da análise de sua evolução, é desafiador relatar com

precisão o que é a Contabilidade e, principalmente, o que será do seu futuro, sendo

que o que está por vir representa um mistério para o cenário mundial (IUDÍCIBUS;

MARTINS; CARVALHO, 2005).

Para Iudícibus e Marion (2002), acima de qualquer previsão do que possa vir

a ser da Contabilidade, deve-se observar o desenvolvimento da sociedade de modo

a atender as necessidades dos usuários com informações úteis para tomada de

decisão.

Sabe-se, entretanto, que no mundo moderno internacionalizado,

caracterizado pela era da informação, a informática está revolucionando as relações

comerciais e a Contabilidade, enquanto ciência inserida nesse contexto está

passando por uma reestruturação (MARQUES, 2006). O autor afirma ainda que os

pesquisadores da Contabilidade moderna defendem a idéia de tornar os princípios e

métodos contábeis universais entre os países. Essa tendência de padronização das

normas contábeis predominará num futuro muito próximo.

Embora a Contabilidade seja considerada, em seu estágio atual, como uma

importante e eficiente ferramenta de gestão de recursos econômicos e financeiros,

acredita-se que essa ciência irá evoluir ainda mais. Porém, a direção e a extensão

dessa evolução dependerão de fatores institucionais, econômicos e sociais

(IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005).

Muito sabiamente, os autores concluem tal pensamento afirmando que

“querer, assim, prognosticar o que a Contabilidade possa vir a ser é querer prever o

que a sociedade humana será, no futuro”. (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO,

2005, p.18).

A partir do contexto histórico apresentado, é possível ilustrar a evolução da

Contabilidade através de uma linha do tempo destacando os principais

acontecimentos no decorrer do seu desenvolvimento:

20

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???...

Figura 01: Linha do tempo – evolução da contabilidade Fonte: Elaborada pelas autoras

Legenda:

Surgimento da Contabilidade por volta de 4.000 anos A.C.: controle do patrimônio através de desenhos (forma rudimentar);

Registros iniciais do sistema de escrituração por partidas dobradas em torno de 1299-1300;

Publicação do livro Summa de arithmetica, geométrica, proportioni et proportionalitá do frei Luca Pacioli, em 1494, onde o método das partidas dobradas alcançou destaque;

Surgimento da Escola Italiana (Européia) de Contabilidade a partir do século XIII;

Início do período pré-científico no final do século XVI;

No século XIX o conhecimento contábil adota uma postura científica;

A Contabilidade de Custos surge a partir das influências da Revolução Industrial;

A partir do século XX a contabilidade norte-americana adquire relevância no cenário contábil, predominando na atualidade. Surge a Contabilidade Gerencial;

No século XXI se intensifica a tendência de harmonização das normas contábeis brasileiras ao padrão internacional;

???... “prognosticar o que a Contabilidade possa vir a ser é querer prever o que a

sociedade humana será, no futuro”. (IUDÍCIBUS; MARTINS; CARVALHO, 2005, p. 18).

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3.5 O PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS AO

PADRÃO INTERNACIONAL

A Contabilidade enquanto ciência social está sujeita às grandes influências do

ambiente em que atua, sendo que as práticas contábeis são fortemente afetadas

pelos valores culturais, tradição histórica, estrutura política, econômica e social.

Dessa forma, os sistemas contábeis se diferenciam de acordo com o conjunto de

leis, filosofias, procedimentos e objetivos de cada país (NIYAMA, 2007).

Diante de tais diferenças, percebe-se a existência de critérios divergentes e

próprios para reconhecer e mensurar um mesmo fato. Assim, a ausência de

uniformidade das normas e procedimentos contábeis compromete a

comparabilidade das informações apresentadas através das demonstrações

financeiras (AVELINO et al., 2010).

De acordo com Niyama e Silva (2008), a expansão das relações comerciais e

internacionais no cenário globalizado, a necessidade de investimento e o avanço

tecnológico que permite fácil acesso à informação, exige uma linguagem em comum

entre os países estabelecendo padrões contábeis uniformes.

Leite (2002) afirma que diante da globalização dos mercados torna-se

inevitável a padronização contábil entre os países, de modo que sejam utilizadas

normas transparentes e comparáveis em todo o mundo.

A harmonização das normas contábeis se faz necessária tendo em vista que,

diante da mundialização dos mercados, os negócios não estão mais restritos apenas

aos limites de um país. Considerando que as multinacionais estão inseridas nesse

contexto, é importante ressaltar que a participação dessas empresas a nível

internacional vai além de transações somente com suas filiais, mas envolve também

os investimentos através da disponibilidade de ações a serem negociadas em bolsa

de valores de todo o mundo (SANTOS et al., 2010).

Visando facilitar a comunicação e comparabilidade das informações,

minimizando as diferenças entre os países, existe um conjunto de esforços para que

os procedimentos contábeis sejam harmonizados (NIYAMA, 2007).

Portanto a harmonização contábil pode ser entendida como o processo pelo

qual diversos países, a partir de um consenso, buscam a compatibilidade das

Page 17: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

17

normas contábeis preservando as particularidades e características de cada região

(SILVA; MADEIRA; ASSIS, 2004).

Niyama (2007) concorda com tal pensamento ao afirmar que a harmonização

visa à reconciliação dos procedimentos contábeis entre os países, respeitando suas

peculiaridades, de modo que as informações sejam melhor interpretadas e

compreendidas.

Diante da utilização de diferentes nomenclaturas ao abordar tal processo,

alguns autores esclarecem a relação existente entre elas. Niyama e Silva (2008)

estabelecem um vínculo entre os termos padronização e harmonização. Contudo, a

padronização possui caráter mais amplo e impositivo, enquanto a harmonização

está associada à adequação das normas a nível internacional permitindo

comparação. Atualmente, utiliza-se também o termo convergência, que transmite a

idéia de que o processo está se direcionando a um ponto em comum.

Para Lemes e Silva (2007) a harmonização refere-se ao alinhamento,

consistência e coerência das normas e práticas contábeis enquanto a convergência

visa eliminar as diferenças entre as normas emitidas pelos diversos órgãos

contábeis que a partir de 2002, com o Projeto de Convergência FASB - Financial

Accounting Standards Board X IASB – International Accounting Board, direcionaram

o foco para a convergência ao invés da harmonização.

Girotto (2008) apresenta alguns pontos favoráveis para a convergência às

normas internacionais, dentre eles, a necessidade das empresas que possuem

operações no exterior e que precisam apresentar informações às suas

controladoras. Além disso, a convergência assegura transparência e confiabilidade

às práticas e procedimentos contábeis e oferece sustentação de normas contábeis

de alta qualidade na evidenciação de informações sobre a situação patrimonial e

financeira das empresas.

Complementando a idéia, Niyama e Silva (2008) apontam outros benefícios

que podem ser percebidos com o advento da harmonização contábil. Através desse

processo, a divulgação das informações deverá seguir um padrão de acordo com a

norma estabelecida, fazendo com que os usuários tenham acesso às mesmas

informações. Tal situação possibilita aos interessados a análise e comparação de

dados entre as empresas, evitando, assim, a chamada “assimetria da informação”.

Outro fator de considerável importância é que, ao padronizar normas e

procedimentos, pode-se reduzir o custo de transação e de pesquisa. Por fim, apesar

Page 18: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

18

da padronização não ter como objetivo a redução ou eliminação do risco do mercado

de capitais é possível reduzir ou eliminar a incerteza do investidor mediante

informações adequadas e confiáveis ao analisar uma empresa.

3.5.1 Panorama Mundial do Processo de Convergência

Diversos organismos internacionais estão envolvidos no processo que busca

a harmonização da Contabilidade entre os países (NIYAMA, 2007).

Neto, Dias e Pinheiro (2009) destacam o empenho do International

Accounting Board (IASB), do International Federation of Accounting (IFAC), do

International Organizational of Securities Commission (IOSCO), das Nações Unidas,

da União Européia e do Financial Accounting Standards Board (FASB) na promoção

e adoção das normas contábeis internacionais em todo o mundo.

O IASB (International Accounting Standard Board), sucessor do IASC

(International Accounting Standards Committee), é o órgão que tem papel de grande

importância no processo de harmonização, sendo uma de suas atribuições a

promoção da convergência das normas contábeis a nível internacional. Composto

por membros de vários países, o IASB é um organismo independente que tem como

competência o desenvolvimento de normas compreensíveis e de alta qualidade

através de informações que vão de encontro aos padrões da contabilidade (LEMES;

SILVA, 2007).

Baseado na constituição do IASB, Niyama e Silva (2008) apresentam como

sendo os objetivos desse organismo: o desenvolvimento de um conjunto uniforme de

normas contábeis utilizadas na elaboração e apresentação das demonstrações

contábeis, a nível mundial, utilizando informações de alta qualidade, comparáveis e

transparentes que auxiliem na tomada de decisões econômicas; a promoção e

aplicação de forma rígida dessas normas; e, a promoção da convergência das

normas contábeis ao padrão internacional.

Niyama e Silva (2008) esclarecem que os pronunciamentos emitidos pelo

IASB não possuem caráter obrigatório, mas podem ser considerados como uma

recomendação e referência que auxilia na interpretação das informações contábeis.

Page 19: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

19

Portanto, o IASB tem função normatizadora, emitindo normas internacionais

de contabilidade através do padrão IFRS - International Financial Reporting

Standards (CALIXTO, 2010).

As normas internacionais de contabilidade recebiam o nome de IAS

(International Accounting Standards) e, atualmente, são conhecidas como IFRS.

Emitidas pelo IASB, essas normas são pronunciamentos baseados em princípios e

não em regras específicas (IFRS, 2008).

Em 2002, a União Européia adotou uma medida que representou um marco

no processo de convergência aos padrões internacionais. Tal decisão se refere à

obrigatoriedade, a partir de 2005, das empresas de capital aberto sediadas em seus

países membros a apresentarem suas demonstrações contábeis consolidadas

conforme as normas internacionais de contabilidade do IASB (CALIXTO, 2010).

Além desse acontecimento, Niyama e Silva (2008) destacam que o IASB se

tornou o único órgão a emitir Normas Internacionais de Contabilidade a partir da

iniciativa dos Estados Unidos de aderirem ao processo de convergência de suas

normas, publicadas pelo FASB, ao padrão IFRS.

No cenário atual, vários países já adotaram as normas internacionais de

Contabilidade emitidas pelo IASB. Outros países, no entanto, buscam medidas para

a adoção de tais normas (IFRS, 2008).

A situação desses países quanto à adoção do padrão IFRS pode ser ilustrada

da seguinte forma:

Page 20: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

20

Figura 02: Estágio Atual dos IFRS’s no mundo Fonte: http://www.iasb.org.br

Países que requerem ou permitem o IFRS para as empresas locais

Países que estão buscando convergência com os IFRS’s Países sem plano de adoção formalizado

São grandes as expectativas em relação à adoção do IFRS, tendo em vista

as importantes mudanças que passam a ocorrer no âmbito dos negócios,

principalmente a utilização de uma única linguagem contábil entre os diversos

países (CALIXTO, 2010).

A harmonização das normas contábeis deve ser percebida como um processo

natural resultante do amadurecimento das relações sociais e comerciais, devendo

ser realizada sem imposição e de forma a não contrariar a Contabilidade enquanto

ciência (JUNIOR; MEIRELLES, 2009).

Page 21: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

21

3.5.2 O Processo de Convergência no Brasil

O Brasil vem participando do desenvolvimento da contabilidade no cenário

mundial a caminho da convergência para as normas do IASB buscando minimizar as

diferenças internacionais (LEMES; SILVA, 2007).

Langoni (2010) considera que a contabilidade brasileira está passando por

uma grande revolução diante, principalmente, das mudanças trazidas pela

convergência das normas brasileiras ao padrão internacional.

Órgãos como o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Comissão de

Valores Mobiliários (CVM) buscam incorporar o país nesse processo de

harmonização contábil (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009).

Dessa forma, foi criado em setembro de 2005 o Comitê de Pronunciamentos

Contábeis (CPC) com o objetivo de emitir pronunciamentos de acordo com as

Normas Internacionais visando agilidade no processo de convergência (LEMES;

SILVA, 2007).

Segundo Girotto (2007), o CPC, criado através da Resolução do Conselho

Federal de Contabilidade (CFC) nº 1.055/05, é formado por membros da Associação

Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação dos Analistas e

Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Bolsa de Valores

de São Paulo (BOVESPA), Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e

Financeiras (FIPECAFI), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON)

e o CFC, representando uma das ações mais efetivas no processo de convergência.

De acordo com o Comitê de Pronunciamento Contábeis (CPC, 2010) além

dessas entidades, também são convidados a participar de suas reuniões

representantes da CVM, Banco Central do Brasil (BACEN), Secretaria da Receita

Federal (SRF) e Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução nº 1.055/05, no

Art. 3°, define como o objetivo do CPC:

o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de norma pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais (BRASIL, 2005, p. 3).

Page 22: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

22

Somente a partir de 2008, com a promulgação da Lei nº 11.638/07 iniciou-se

de maneira efetiva no Brasil o processo de convergência ao padrão contábil

internacional (NETO; DIAS; PINHEIRO, 2009).

Girotto (2008) considera a Lei nº 11.638/07 uma importante conquista para a

contabilidade brasileira, trazendo uma série de mudanças que possibilita ao Brasil a

adoção ao padrão contábil internacional.

Assim, a Lei nº 11.638/07 alterou de forma significativa as disposições da Lei

nº 6.404/76 no que se refere à escrituração e elaboração das demonstrações

financeiras para as sociedades ou conjunto de sociedades de grande porte, não

somente as constituídas por ações (COSTA; CAMPOS; AMARAL, 2009).

Desde então, estão sendo emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos

Contábeis vários CPC’s. Segue abaixo a posição atual dos pronunciamentos

técnicos já emitidos:

CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos

CPC 02 Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis

CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa

CPC 04 Ativo Intangível

CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas

CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil

CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais

CPC 08 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários

CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado

CPC 10 Pagamento Baseado em Ações

CPC 11 Contratos de Seguros

CPC 12 Ajustes a Valor Presente

CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08

CPC 14 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação

CPC 15 Combinação de Negócios

CPC 16 Estoques

CPC 17 Contratos de Construção

CPC 18 Investimento em Coligada e em Controlada

CPC 19 Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture)

CPC 20 Custos de Empréstimos

CPC 21 Demonstração Intermediária

CPC 22 Informações por Segmento

CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

CPC 24 Evento Subseqüente

Page 23: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

23

CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis

CPC 27 Ativo Imobilizado

CPC 28 Propriedade para Investimento

CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola

CPC 30 Receitas

CPC 31 Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada

CPC 32 Tributos sobre o Lucro

CPC 33 Benefícios a Empregados

CPC 35 Demonstrações Separadas

CPC 36 Demonstrações Consolidadas

CPC 37 Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade

CPC 38 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração

CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação

CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação

CPC 41 Resultado por Ação

CPC 43 Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40

CPC PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas

Quadro 03: Relação dos CPC’s Fonte: CPC (2010)

Com isso, as companhias abertas e outras empresas de grande porte tiveram

que observar tais pronunciamentos para elaboração das demonstrações contábeis

dos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2008 (NETO; DIAS; PINHEIRO,

2009).

Niyama e Silva (2008) afirmam que as Normas Internacionais de

Contabilidade passarão a ser efetivamente adotadas a partir do exercício findo de

2010. De acordo com o Comunicado do BACEN nº 14.298/06 e Instrução da CVM nº

457/07, as instituições financeiras e companhias abertas deverão adotar o padrão

IFRS ao elaborar e divulgar suas demonstrações financeiras consolidadas.

Percebe-se, entretanto, que a aplicação de tais normas não se limitará às

empresas de grande porte. Jinzenji (2008) já afirmava que a aplicação da norma

legal não ficaria restrita às companhias e empresas de grande porte, apesar de estar

direcionada a elas. Visto que as pequenas e médias empresas predominam na

economia brasileira, se torna necessário também desenvolver a convergência para

essas empresas.

Page 24: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

24

Em consonância com tal previsão, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis

emitiu o “CPC PME” direcionado às pequenas e médias empresas, impondo o

cumprimento das novas regras contábeis (SÁ, 2010).

3.5.3 Profissional Contábil X Convergência

Diante do contexto apresentado, percebe-se que novos desafios estão a

caminho, sendo necessário que pesquisadores, estudiosos, profissionais e usuários

da Contabilidade assumam com compromisso e responsabilidade seu papel no

processo de harmonização das normas contábeis (SANTOS et al., 2010).

O Brasil passa por uma etapa de adaptação e requer profissionais

preparados, sendo indispensável para tanto, o conhecimento das normas

internacionais (COSTA; CAMPOS; AMARAL, 2009).

As exigências para o contador diante desse processo, vão além da

capacitação para se adequar às novas regras contábeis. Faz-se necessário uma

mudança de postura de modo a alcançar uma maior valorização profissional.

Aqueles que não acompanharem essa evolução da ciência contábil, serão em pouco

tempo, excluídos do mercado de trabalho (LANGONI, 2010).

Page 25: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

25

4 METODOLOGIA DE PESQUISA

Andrade (2003) afirma que a metodologia consiste em descrever os métodos

utilizados para alcançar o conhecimento.

De acordo com Gil (2002) pesquisa pode ser entendida como um processo

pelo qual busca-se informações para solucionar o problema proposto através de

procedimentos científicos de aspecto racional e sistêmico. Dessa forma, a presente

pesquisa procurou descobrir a postura e a percepção do profissional contábil acerca

do processo de Convergência das Normas Contábeis Brasileiras ao padrão

Internacional.

Conforme Marconi e Lakatos (2003) a população ou universo de uma

pesquisa é constituído pelo conjunto de elementos que serão pesquisados tendo

pelo menos uma característica em comum. A população dessa pesquisa é composta

pelos profissionais contábeis que exercem suas atividades em escritórios de

contabilidade nos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx - XX. Como se trata de uma

população pequena foi possível considerá-la em sua totalidade.

A relação dos escritórios de contabilidade onde se realizou o estudo foi obtida

por meio de contato via e-mail com a Coordenadora do Setor de Registro do CRC-

ES, totalizando 16 escritórios (ANEXO 01). Participaram da pesquisa os profissionais

responsáveis por cada escritório e aqueles indicados por eles.

A presente pesquisa é classificada, quanto aos objetivos, como descritiva,

pois, de acordo com Gil (2002), esse tipo de pesquisa procura verificar as opiniões e

atitudes de determinada população, bem como descrever as características de um

grupo ou fenômeno. Sendo assim, a pesquisa buscou descrever as características

que indicam a percepção do profissional contábil diante do processo de

Convergência das Normas Contábeis.

Gil (2002) caracteriza a pesquisa bibliográfica como sendo desenvolvida a

partir de material existente. Dessa forma, quanto aos procedimentos de coleta de

dados, a referida pesquisa se classifica como bibliográfica pois foram utilizados

livros, revistas, informativos, artigos científicos e sites especializados sobre o

assunto abordado.

Page 26: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

26

Ainda quanto aos procedimentos, foi utilizada a pesquisa de levantamento. Gil

(2002) afirma que essa pesquisa busca conhecer o comportamento de determinado

grupo através de informações obtidas pela interrogação direta.

Portanto, a pesquisa é considerada como sendo de levantamento pois

procurou-se obter junto aos profissionais contábeis informações que atendessem os

objetivos propostos.

O instrumento de coleta de dados utilizado nos levantamentos da presente

pesquisa foi o questionário que, segundo Marconi e Lakatos (2003), consiste em um

conjunto de perguntas a serem respondidas por escrito sem a presença do

entrevistador.

O questionário, deve ser testado antes de sua utilização através do pré-teste.

O pré-teste deve ser aplicado à uma população que possua características similares

àquela que será pesquisada procurando identificar possíveis falhas como

incompreensão das perguntas por parte do entrevistado, distorções e desvios de

respostas, utilização de vocabulário inadequado e ordem das perguntas (GIL, 2002;

MARCONI; LAKATOS, 2003; SILVA; SILVEIRA, 2008).

O pré-teste foi aplicado para sete pessoas que atuam em escritórios de

contabilidade localizados nas cidades de xxxx e xxxxx. Obteve-se um bom resultado

mas, foi necessário fazer alguns ajustes em perguntas e opções de resposta.

A partir de então, aplicou-se efetivamente o instrumento de coleta de dados

da pesquisa, tendo sido distribuídos o total de 21 questionários aos profissionais que

exercem suas atividades em escritórios de contabilidade dos municípios de xxxx e

xxxxx xxxxxx. O questionário foi entregue pelas pesquisadoras durante o mês de

outubro de 2010 através de visita aos escritórios relacionados pelo CRC-ES

(ANEXO 01). Foi concedido um prazo de 7 dias para que os profissionais

respondessem o questionário. Em xxxxx xxxxxx, foram recolhidos pelas próprias

pesquisadoras enquanto que no município de xxxx, por pessoas devidamente

orientadas para realização dessa tarefa.

Dentre os 21 questionários distribuídos, 17 retornaram e 4 não foram

devolvidos, mesmo sendo concedido um prazo maior para devolução.

Os dados coletados na pesquisa foram analisados, utilizando-se a média

aritmética (P/T*100) para apuração dos resultados.

Page 27: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

27

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A seguir, serão apresentados os resultados da pesquisa que procurou

identificar a percepção do profissional contábil diante da convergência das normas

contábeis brasileiras ao padrão internacional. O questionário utilizado encontra-se

ao final do trabalho (APÊNDICE A).

As respostas em que o percentual total ultrapassa 100%, se justifica pelo fato

do respondente ter optado por mais de uma alternativa.

Inicialmente, a fim de traçar o perfil dos respondentes, foi perguntado sobre o

seu município de atuação. Verificou-se que 64,71% dos participantes da pesquisa

exercem suas atividades em escritórios de contabilidade localizados em xxxx,

enquanto 35,29%, atuam na cidade de xxxxx xxxxxx.

Em seguida perguntou-se sobre o tempo de atuação como contabilista. As

respostas estão demonstradas na TAB. 01:

TABELA 01: Tempo de atuação dos participantes da pesquisa

TEMPO DE ATUAÇÃO % DE RESPONDENTES

Até 5 anos 0%

Entre 5 e 10 anos 5,88%

Entre 10 e 15 anos 23,53%

Há mais de 15 anos 70,59%

Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Observa-se que a maioria dos contabilistas, representado por 70,59%, atuam

há mais de 15 anos no mercado, sendo que nenhum dos participantes, ou seja, 0%,

exercem suas atividades há menos de 5 anos.

Quando se procurou identificar a formação profissional dos contabilistas, foi

verificado que 58,82% dos respondentes são Técnicos em Contabilidade e 41,18%

possuem formação acadêmica como Bacharel em Contabilidade.

Os resultados chamam a atenção pelo fato do maior percentual dos

respondentes possuírem apenas a formação de técnico em contabilidade. Nota-se

que, apesar da maioria dos contabilistas estarem atuando no mercado por um tempo

considerável (conforme apresenta a TAB. 01), esses profissionais limitaram sua

formação ao curso técnico.

Page 28: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

28

Iudícibus (2006) afirma que para um progresso equilibrado da Contabilidade

faz-se necessário, dentre outros fatores, que os técnicos em Contabilidade procurem

bons cursos de Ciências Contábeis a fim de adquirirem uma formação completa.

Corroborando com a citação de Iudícibus, espera-se que os profissionais

atuantes busquem formação superior para se qualificarem e se prepararem para as

mudanças contábeis a fim de atenderem a demanda do mercado.

Tratando-se especificamente da convergência das normas contábeis,

procurou-se saber, de uma forma geral, se os contabilistas possuíam algum

conhecimento sobre o processo. A grande maioria (82,35%) disse que sim,

enquanto somente 17,65% responderam que não.

Com o intuito de verificar se os participantes da pesquisa conhecem,

efetivamente, o processo de convergência das normas contábeis, foram

disponibilizadas 7 alternativas relacionadas ao assunto, procurando identificar o

nível de conhecimento dos respondentes de acordo com a quantidade de opções

escolhidas. Para tanto, as pesquisadoras adotaram o seguinte critério:

Quando os respondentes marcaram entre 01 e 03 opções, o nível

de conhecimento considerado foi baixo.

Quando os respondentes marcaram entre 04 e 05 opções, o nível

de conhecimento considerado foi médio.

Quando os respondentes marcaram entre 06 e 07 opções, o nível

de conhecimento considerado foi alto.

De acordo com as respostas obtidas, atingiram-se os seguintes percentuais:

35,30% dos respondentes possuem nível alto de conhecimento sobre o assunto,

enquanto os participantes com nível baixo e médio possuem o mesmo percentual,

ambos com 29,41%, conforme demonstra o GRAF. 01:

Page 29: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

29

5,88%

29,41% 29,41%

35,30%

Não Respondeu Nível Baixo Nível Médio Nível Alto

Gráfico 01: Nível de conhecimento sobre o processo de convergência Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Observando o GRAF. 01, percebe-se que, embora o maior percentual

(35,30%) esteja relacionado ao nível alto de conhecimento, este não se apresenta

de forma expressiva em relação aos demais, podendo indicar que,

proporcionalmente, os respondentes possuem apenas algum conhecimento sobre o

assunto. O fato do processo de convergência ainda estar em andamento e a todo o

momento serem disponibilizadas novas informações pode justificar os números

encontrados.

Marion (2005) afirma que o profissional contábil deve estar em constante

evolução apresentando atributos importantes para o exercício da profissão.

Dessa forma, Costa, Campos e Amaral (2009) alertam que, diante da fase de

adaptação que a contabilidade brasileira está passando, exige-se profissionais

capacitados, sendo indispensável o amplo conhecimento sobre as normas

internacionais de contabilidade.

Diante desse contexto, a expectativa é de que os profissionais contábeis se

atualizem constantemente, buscando novas informações para atuar de forma

competitiva e adequada às novas exigências.

Considerando que a partir das mudanças trazidas pela Lei nº 11.638/07 a

contabilidade brasileira iniciou, efetivamente, o processo de convergência ao padrão

Page 30: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

30

contábil internacional, buscou-se saber se os participantes da pesquisa estão

cientes das alterações provocadas por essa Lei. Para tanto, foram mencionadas

algumas situações onde os respondentes deveriam indicar se a sua ocorrência se

deu antes ou após a promulgação da Lei 11.638/07. Os resultados estão

demonstrados no QUADRO 04:

CERTO

ERRADO

NÃO RESPONDEU

Obrigatoriedade de apresentação da Demonstração de

Fluxo de Caixa (DFC) e Demonstração do Valor

Adicionado (DVA) para as companhias abertas.

76,47%

0,0%

23,53%

Classificação das contas do Ativo e do Passivo nos

grupos “Circulante” e “Não Circulante”.

76,47%

5,88%

17,65%

O Ativo Permanente é composto pelos subgrupos

“investimento, Imobilizado e Diferido”

88,24%

0,0%

11,76%

Obrigatoriedade para as pequenas e médias empresas

quanto à elaboração das seguintes demonstrações

financeiras: Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido e Demonstração do Fluxo de

Caixa, acompanhadas de Notas Explicativas

52,94%

17,65%

29,41%

No balanço as contas do Ativo serão registradas nos

grupos Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e

Permanente, enquanto as contas do Passivo serão

classificadas nos grupos Passivo Circulante, Exigível a

Longo Prazo, Resultados de Exercícios Futuros e

Patrimônio Líquido

64,70%

17,65%

17,65%

Mudança nos critérios de avaliação dos elementos do

Ativo e do Passivo

70,59%

5,88%

23,53%

Exclusão do Ativo Diferido e criação do Ativo Intangível 76,47%

0,0%

23,53%

Obrigatoriedade de divulgação da Demonstração de

Origem e Aplicação de Recursos (DOAR) para as

companhias abertas.

52,94%

29,41%

17,65%

Adequação da obrigatoriedade de apresentação das

Demonstrações Financeiras às Micro e Pequenas

Empresas.

23,53%

41,18%

35,29%

Quadro 04: Conhecimento dos respondentes sobre as alterações da Lei 11.638/07 Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Page 31: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

31

Ao observar o QUADRO 04, nota-se que, dentre as afirmativas propostas,

somente em uma delas o percentual de erros e dos que não responderam superou o

número de acertos. Dessa forma, verificam-se percentuais consideráveis de

respostas corretas na maioria das alternativas comprovando que os participantes da

pesquisa conhecem bem a Lei 11.638/07.

Entretanto, percebe-se que os menores percentuais de acertos estão

relacionados, na maior parte, às afirmativas que tratam da divulgação das

Demonstrações Financeiras o que indica que, apesar de terem um bom

conhecimento sobre a Lei, os respondentes não dominam especificamente esse

assunto.

Um ponto a se considerar é que, em algumas situações, o percentual de

alternativas sem respostas se apresenta de forma significativa, o que evidencia a

falta de conhecimento por parte de alguns respondentes.

Analisando os resultados dessa questão de um modo geral, é evidente o

predomínio das respostas corretas, obtendo-se 64,71% de acertos, 13,07% de erros

e 22,22% de alternativas não respondidas. Sendo assim, pode-se afirmar que,

embora a Lei 11.638/07 seja relativamente recente, os profissionais contábeis

entrevistados entendem do assunto possuindo um conhecimento satisfatório.

Vale destacar que os percentuais positivos dessa questão são mais

expressivos que os da questão anterior, que trata do nível de conhecimento sobre o

processo de convergência. Essa situação permite entender que os respondentes

possuem um entendimento maior sobre a Lei 11.638/07 quando comparado à

convergência como um todo.

Procurou-se conhecer como os participantes da pesquisa avaliam as

alterações decorrentes do processo de convergência das normas contábeis em

relação à prática contábil. Essas mudanças foram consideradas como muito

importantes por 52,94% dos profissionais contábeis e importantes por 41,18%,

sendo que nenhum dos respondentes as consideram como pouco importante e

5,88% não responderam à questão.

Vale ressaltar que os resultados dessa pesquisa encontram-se em

conformidade com o que apresenta a literatura no que diz respeito à importância da

convergência contábil para a contabilidade como um todo.

Quando perguntado sobre a percepção dos profissionais contábeis em

relação às mudanças ocorridas na prática contábil diante das alterações da Lei

Page 32: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

32

11.638/07 e dos pronunciamentos do CPC, verificou-se os seguintes dados

apresentados no GRAF. 02:

58,82% 58,82%

23,53%

58,82%

17,65%

94,12%

Valorizou mais a

profissão contábil

Aumentou as

responsabilidades

do profissional

contábil

trouxe benefícios

para a atuação do

profissional contábil

Assegura

transparência e

confiabilidade às

práticas contábeis

Dificultou os

trabalhos do

profissional contábil

Representa uma

etapa no processo

de evolução da

contabilidade

Gráfico 02: Percepção dos profissionais contábeis em relação à Lei e ao CPC Fonte: Dados obtidos na pesquisa

De acordo com o GRAF. 02, somente 17,65% dos respondentes percebem

que as mudanças dificultaram os trabalhos desenvolvidos pelo profissional; a grande

maioria, representada por 94,12%, considera que essas alterações representam

uma etapa no processo de evolução da Contabilidade.

Merlo (2006) afirma que a evolução da Contabilidade sempre esteve

associada ao desenvolvimento da humanidade, às novas formas de negócios e ao

aperfeiçoamento das relações comerciais, de modo a atender as demandas da

sociedade.

Sendo assim, Niyama e Silva (2008, p. 32) ressaltam que “a

internacionalização da Contabilidade é o resultado direto da internacionalização do

ambiente político e econômico.”

Entende-se, portanto, que a Contabilidade, enquanto ciência social continuará

evoluindo enquanto houver evolução da humanidade, de modo a atender as

necessidades de seus usuários.

Page 33: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

33

De acordo com Junior e Meirelles (2009) a classe contábil espera que através

da harmonização das normas de Contabilidade se alcance maior confiabilidade e

transparência diante dos seus diversos usuários, a partir de informações contábeis

mais seguras. Tal situação também foi percebida por 58,82% dos participantes da

pesquisa que apontaram as mudanças como forma de assegurar transparência e

confiabilidade às práticas contábeis.

Vale ressaltar que 58,82% dos respondentes também percebem as

mudanças como um momento de valorização da profissão contábil, o que é

confirmado por Nossa (2010) ao mencionar que as mudanças pelas quais a

profissão contábil está passando diante da internacionalização da Contabilidade,

está ocasionando mais credibilidade e valorização à profissão.

É importante que os contabilistas percebam que essas mudanças somente

irão valorizar a profissão se os profissionais adotarem uma postura dinâmica,

estando preparados para atuar de acordo com as perspectivas do mercado.

Foi perguntado aos participantes da pesquisa o seu conhecimento sobre a

que tipo de empresa se aplica as mudanças decorrentes do processo de

convergência das normas contábeis. O GRAF. 03 apresenta as respostas:

11,76% 11,76%

0,00%

76,47%

11,76%

Somente às

Companhias Abertas

Somente às

Empresas de

Grande Porte

Somente às

Pequenas e Médias

Empresas

Adequação a todos

os tipos de empresa

Não Respondeu

Gráfico 03: Aplicabilidade das mudanças quanto ao porte das empresas Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Page 34: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

34

A Lei nº 11.638, publicada em dezembro de 2007, normatiza a elaboração e

divulgação das Demonstrações Financeiras para as Companhias Abertas e

Empresas de Grande Porte (receita bruta anual de R$300.000.000,00 e/ou ativo total

superior a R$ 240.000.000,00), seguindo os critérios que permitem a adequação aos

padrões internacionais de contabilidade (BRASIL, 2007).

A Resolução do CFC nº 1.152/09, aprova a Norma Brasileira de Contabilidade

NBC T 19.41 que trata da Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. Essa

norma dispõe sobre as Demonstrações Contábeis para as empresas de pequeno e

médio porte (PME`s), representadas pelas sociedades fechadas, sociedades que

não possuem obrigação de prestação pública de suas contas ou ainda aquelas que

não se enquadram nos dispositivos da Lei nº 11.638/07 (BRASIL, 2009).

A partir dessas afirmações, entende-se que as novas práticas contábeis

adotadas no Brasil em função do processo de convergência, afetam todos os tipos

de empresas. Portanto, todas deverão se adequar às mudanças observando a

aplicabilidade das normas de acordo com a classificação de seu porte.

Diante desses esclarecimentos, percebe-se que a maior parte dos

profissionais contábeis tem conhecimento sobre a aplicabilidade da convergência

contábil, pois 76,47% responderam corretamente à questão ao afirmarem que as

mudanças deverão ser adequadas a todos os tipos de empresa.

Foi solicitado que os respondentes avaliassem o seu conhecimento sobre as

modificações ocasionadas pelo processo de convergência das normas contábeis. Os

percentuais obtidos estão demonstrados no GRAF. 04:

Page 35: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

35

17,65%

23,53%

29,41%

23,53%

5,88%

Sente-se

preparado e

seguro

Possui certo

conhecimento,

porém insuficiente

para atuação

segura

Possui noção

sobre o assunto,

necessitando

qualificação para

dominá-lo

Sente-se

despreparado, com

pouco domínio

Não Respondeu

Gráfico 04: Avaliação dos respondentes sobre seu conhecimento do assunto Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Analisando o GRAF. 04, nota-se que somente 17,65% dos participantes da

pesquisa sentem-se preparados e seguros para atuar, sendo considerado um

percentual muito pequeno. Um total de 29,41% afirma que possuem apenas uma

noção sobre o assunto, necessitando de qualificação para dominá-lo, enquanto

23,53% confessaram que se sentem, realmente, despreparados.

Baseado nesses resultados nota-se que os próprios profissionais que

participaram da pesquisa admitem não possuir conhecimento suficiente para

dominar o assunto. Portanto, esses profissionais ainda não estão totalmente

preparados para atuar com segurança diante das mudanças trazidas pelo processo

de convergência.

Os dados obtidos nessa auto-avaliação podem justificar os resultados

encontrados na questão onde se procurou medir o nível de conhecimento dos

profissionais quanto ao processo de convergência pelo fato de não se ter alcançado

percentuais expressivos que pudesse caracterizar um alto nível de conhecimento

por parte da maioria dos respondentes.

Fortes (2009) ressalta que nos dias de hoje a profissão contábil requer

constante estudo a fim de que o contador se atualize diante das novas normas e

exigências do mercado.

Page 36: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

36

Quando perguntado se os respondentes já participaram de algum curso de

aperfeiçoamento ou qualificação sobre a convergência contábil, 58,82% disseram

que não e 35,30% afirmaram que sim; 5,88% não responderam à questão. Para as

resposta positivas, foi deixado um espaço onde os profissionais contábeis deveriam

citar o curso ou a empresa que o concedeu. Foram mencionados os seguintes

cursos/empresas: Lucro Real e alterações (Capital S/A), Seminário na UFES, Curso

IOB, Datacempro, Palestras pelo CRC e FIPECAFI.

Langoni (2010) alerta sobre a necessidade de capacitação e de uma nova

postura do profissional contábil para se adequar às novas normas, sendo que,

aqueles que não se prepararem, serão excluídos do mercado.

Espera-se, portanto, que os profissionais contábeis procurem se qualificar

sobre o processo de convergência contábil, tendo em vista que se trata de um

importante requisito para uma atuação em consonância com as atuais exigências do

mercado.

Ainda sobre a capacitação dos profissionais quanto ao assunto, perguntou-se

de que forma o Conselho Regional de Contabilidade (CRC-ES) tem participado

nessa preparação, conforme apresenta o GRAF. 05:

47,06%

5,88%

0,00%

29,41%

0,00%

41,18%

17,65%

Promovendo

Palestras

Cursos

gratuitos

Cursos on-line Cursos pagos CRC

itinerante

Informativo no

site CRC-ES

Não obteve

apoio do

CRC-ES

Gráfico 05: Participação do CRC-ES na preparação dos profissionais contábeis Fonte: Dados obtidos na pesquisa

Page 37: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

37

Observando o GRAF. 05, verifica-se que 41,18% dos participantes da

pesquisa afirmam ter recebido apoio do CRC-ES através de Informativos

disponibilizados no site e 47,06% disseram que o Conselho contribui na preparação

promovendo palestras. É interessante ressaltar que 17,65% dos respondentes

alegam que não receberam apoio do CRC-ES sobre o assunto.

Analisando os resultados obtidos, percebe-se certa incoerência quando

alguns dos participantes informam não ter recebido suporte do Conselho enquanto

outros, representado pela maioria das respostas, dizem que o auxílio ocorre por

meio de informativo no site, sendo um meio de comunicação acessível a todos.

Dessa forma, entende-se que alguns profissionais não conhecem ou não utilizam as

ferramentas disponibilizadas pelo órgão a fim de divulgar informações.

Foi deixado um espaço em aberto para que os profissionais contábeis

apontassem que tipo de mudanças eles visualizam, efetivamente, nas práticas

contábeis em virtude do processo de convergência. As respostas obtidas foram:

harmonização dos procedimentos contábeis, maior transparência nas

demonstrações contábeis, adequação no plano de contas e na elaboração e

divulgação das demonstrações financeiras, confiabilidade e segurança nos serviços

contábeis.

Do total dos questionários aplicados, pouco mais da metade, ou seja, 52,94%,

tiveram essa questão respondida, sendo que 47,06% não registraram sua opinião.

Dentre os que responderam, percebe-se que a maior parte das respostas está

relacionada ao processo de convergência como um todo e não às mudanças que

ocorrerão de fato nas práticas contábeis. Essa situação pode ser justificada pela

falta de conhecimento ou insegurança sobre a prática desse assunto.

Por fim, foi solicitada a opinião dos participantes da pesquisa sobre a

perspectiva em relação à profissão contábil X convergência. Os profissionais

responderam que a profissão se tornará mais complexa, porém, mais valorizada;

que o processo representa um desafio para a profissão e que será necessário

constante estudo de modo que profissional esteja capacitado para se manter no

mercado.

Page 38: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada respondeu os objetivos inicialmente propostos pelas

pesquisadoras uma vez que foi possível analisar a percepção dos profissionais em

relação ao processo de convergência contábil, bem como mensurar o conhecimento

que têm acerca do assunto, além de verificar suas perspectivas em relação às

práticas contábeis.

Verificou-se que os profissionais contábeis percebem o processo de

convergência como sendo importante para a prática contábil e consideram que as

mudanças trazidas por tal processo representam uma etapa no processo de

evolução da contabilidade valorizando a profissão, aumentando as

responsabilidades do profissional, além de assegurar transparência e confiabilidade

às práticas contábeis.

Em relação ao conhecimento dos profissionais contábeis sobre o assunto,

identificou-se que 35,30% possuem alto nível, seguidos de 29,41% com nível médio.

Entende-se que os profissionais conhecem o assunto. Além disso, foi possível

perceber que a maioria dos profissionais possui um conhecimento que pode ser

considerado satisfatório em relação à Lei nº 11.638/07 e 11.941/09 e a aplicabilidade

da convergência quanto ao porte das empresas.

Foi possível constatar, de uma forma geral, que a maioria dos participantes

da pesquisa detém um bom conhecimento teórico sobre a convergência contábil,

porém, percebe-se a falta de conhecimento sobre a prática profissional do assunto.

Dessa forma, faz-se necessária a capacitação desses profissionais no que se refere

à prática, para uma atuação segura e condizente com as exigências do mercado.

Por se tratar de um assunto atual e de grande relevância para a

Contabilidade, ainda há muito que se discutir sobre o tema, oportunizando novos

estudos em outros municípios, bem como, abrangendo uma área maior para

realização da pesquisa. Outra oportunidade de pesquisa seria verificar de que forma

as mudanças ocorridas na Contabilidade, a partir da convergência das normas

contábeis, pode contribuir para o gerenciamento das empresas.

Page 39: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

39

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Page 40: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

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Page 44: o profissional contábil diante da convergência das normas contábeis

44

APÊNDICE A – Questionário da Pesquisa

O objetivo da pesquisa é identificar qual a percepção do profissional contábil dos municípios de xxxx e xxxxx xxxxxx sobre a convergência das normas contábeis. Para tanto, todos os profissionais contábeis que exercem suas atividade em escritório de contabilidade desses municípios serão entrevistados.

Esclarecemos que não há necessidade de identificar o respondente pois o questionário não se destina a uma avaliação individual. Todas as informações serão tratadas de forma confidencial.

Agradecemos sua preciosa coloração.

Em algumas questões, o respondente poderá assinalar mais de uma opção.

1- Em qual município você atua como Contabilista? ( ) xxxxxxx ( ) xxxxxxxxxxxx

2- Há quanto tempo você atua no mercado como Contabilista? ( ) até 5 anos ( ) entre 5 e 10 anos ( )entre 10 15 anos ( ) há mais de 15 anos

3- Qual sua formação profissional? ( ) Técnico em Contabilidade ( ) Bacharel em Contabilidade

4- Você possui algum conhecimento sobre o processo de convergência das normas contábeis brasileiras ao padrão internacional (IFRS)? ( ) Sim ( ) Não

5- Dentre as opções abaixo, assinale aquelas que no seu entendimento possuem relação com o processo de convergência das normas contábeis brasileiras ao padrão internacional: ( ) Harmonização dos procedimentos contábeis ( ) Adoção dos padrões IFRS ( ) Alterações na Lei 11.638/07 ( ) Facilidade na comunicação e comparação das informações contábeis ( ) Emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos contábeis convergentes com as normas internacionais através do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) ( ) Emissão de normas de contabilidade de acordo com os padrões internacionais para pequenas e médias empresas através do CPC – PME ( ) Alteração da Lei 6.404/76 e 11.638/07 através da MP 449/08 convertida na Lei 11.941/09

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6- De acordo com o seu conhecimento, indique nas opções abaixo aquelas que ocorreram antes ou depois da alteração na Lei 11.638/07:

ANTES DEPOIS

Obrigatoriedade de apresentação da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA) para as companhias abertas.

Classificação das contas do Ativo e do Passivo nos grupos “Circulante” e “Não Circulante”.

O Ativo Permanente é composto pelos subgrupos “investimento, Imobilizado e Diferido”

Obrigatoriedade para as pequenas e médias empresas quanto à elaboração das seguintes demonstrações financeiras: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração do Fluxo de Caixa, acompanhadas de Notas Explicativas

No balanço as contas do Ativo serão registradas nos grupos Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e Permanente, enquanto as contas do Passivo serão classificadas nos grupos Passivo Circulante, Exigível a Longo Prazo, Resultados de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido

Mudança nos critérios de avaliação dos elementos do Ativo e do Passivo

Exclusão do Ativo Diferido e criação do Ativo Intangível

Obrigatoriedade de divulgação da Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos (DOAR) para as companhias abertas.

Adequação da obrigatoriedade de apresentação das Demonstrações Financeiras às Micro e Pequenas Empresas.

7- Como você avalia as alterações decorrentes do processo de convergência das normas contábeis em relação à prática contábil? ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Pouco Importante

8- De que forma você percebe as mudanças ocorridas na prática contábil diante das alterações da Lei 11.638/07 e dos CPC’s: ( ) Valorizou mais a profissão contábil ( ) Aumentou as responsabilidades do profissional contábil ( ) Trouxe benefícios para atuação do profissional contábil ( ) Assegura transparência e confiabilidade às práticas contábeis ( ) Dificultou os trabalhos do profissional contábil ( ) Representa uma etapa no processo de evolução da Contabilidade

9- As mudanças decorrentes do processo de convergência das normas contábeis se aplicam a que tipo de empresas? ( ) Aplicável somente às companhias abertas ( ) Aplicável somente às empresas de grande porte ( ) Aplicável somente às pequenas e médias empresas

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( ) Deverá ser adequada a todos os tipos de empresa, seja ela de capital aberto ou fechado e independente do porte

10- Como você avalia seu conhecimento sobre as mudanças ocasionadas pelo processo de convergência das normas contábeis: ( ) sente-se preparado e seguro para atuar ( ) possui certo conhecimento, porém, não o suficiente para uma atuação profissional segura ( ) possui uma noção sobre o assunto, sendo necessária qualificação para dominá-lo ( ) sente-se despreparado, com pouco domínio sobre o assunto

11- Já fez algum curso de aperfeiçoamento ou qualificação sobre esse assunto? ( ) Sim ( ) Não Se sim, indique o curso e a empresa que concedeu: ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

12- De que forma o CRC-ES tem participado da preparação dos profissionais contábeis sobre o referido assunto: ( ) Promovendo palestras ( ) CRC itinerante ( ) Cursos gratuitos ( ) Informativo no site do CRC-ES ( ) Cursos on-line ( ) Não tive apoio do CRC-ES sobre o assunto ( ) Cursos pagos

13 – Que tipo de mudanças você visualiza, efetivamente, nas práticas contábeis, sem distinção de porte da empresa, em virtude do processo de convergência? ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

14- Enfim, qual a sua perspectiva em relação à profissão contábil X convergência? ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Agradecemos a atenção!

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47

ANEXO 01 – Relação dos Escritórios de Contabilidade

Escritório Individual e Sociedade Contábil – xxxxxx/XX

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Relação dos Escritórios de Contabilidade

Escritório Individual – xxxxxxx/XX