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O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NA CIDADE DE MANAUS Iana Cavalcante de Oliveira (COPPE/UFRJ) [email protected] Kaique Falcão Pires de Lima (CIESA) [email protected] Antonio Geraldo Harb (UEA) [email protected] O presente trabalho apresenta uma análise da influência que o programa Bolsa Família desempenhou no Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, das famílias do núcleo habitacional Amazonino Mendes sob a área de abrangência da Unidade Básica de Saúde N-10, na zona norte da cidade de Manaus. Apesar de ser considerado um dos motivos para redução da desigualdade de renda, o programa Bolsa Família gera diferentes posicionamentos entre os estudiosos. Enquanto alguns crêem que este é um programa insuficiente, outros o defendem sob a justificativa que a transferência de renda melhorou o bem-estar da população beneficiária. Foram feitas comparações e mensuração do grau de correlação entre os indicadores de educação, expectativa de vida e renda per capita das famílias beneficiárias e as não beneficiárias, e destas com países que se encontram em situação semelhante. Os procedimentos metodológicos utilizados foram os métodos indutivo, comparativo, estatístico e o estudo de caso. Quanto à natureza da pesquisa foi classificada como quantitativa. Os resultados apontaram que o programa Bolsa Família influenciou de modo positivo o índice educacional, porém quanto à análise dos outros indicadores, as famílias não beneficiárias apresentaram melhor desempenho. Palavras-chaves: Desenvolvimento Humano, Programa Bolsa Família, Cidade de Manaus 5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354

O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ÍNDICE DE … · na zona norte da cidade de Manaus. Apesar de ser considerado um dos ... tecendo uma crítica contra as ditaduras políticas existentes

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O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O

ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO

HUMANO NA CIDADE DE MANAUS

Iana Cavalcante de Oliveira (COPPE/UFRJ)

[email protected]

Kaique Falcão Pires de Lima (CIESA)

[email protected]

Antonio Geraldo Harb (UEA)

[email protected]

O presente trabalho apresenta uma análise da influência que o

programa Bolsa Família desempenhou no Índice de Desenvolvimento

Humano - IDH, das famílias do núcleo habitacional Amazonino

Mendes sob a área de abrangência da Unidade Básica de Saúde N-10,

na zona norte da cidade de Manaus. Apesar de ser considerado um dos

motivos para redução da desigualdade de renda, o programa Bolsa

Família gera diferentes posicionamentos entre os estudiosos. Enquanto

alguns crêem que este é um programa insuficiente, outros o defendem

sob a justificativa que a transferência de renda melhorou o bem-estar

da população beneficiária. Foram feitas comparações e mensuração

do grau de correlação entre os indicadores de educação, expectativa

de vida e renda per capita das famílias beneficiárias e as não

beneficiárias, e destas com países que se encontram em situação

semelhante. Os procedimentos metodológicos utilizados foram os

métodos indutivo, comparativo, estatístico e o estudo de caso. Quanto à

natureza da pesquisa foi classificada como quantitativa. Os resultados

apontaram que o programa Bolsa Família influenciou de modo

positivo o índice educacional, porém quanto à análise dos outros

indicadores, as famílias não beneficiárias apresentaram melhor

desempenho.

Palavras-chaves: Desenvolvimento Humano, Programa Bolsa Família,

Cidade de Manaus

5, 6 e 7 de Agosto de 2010

ISSN 1984-9354

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1. Introdução

O escritor e jornalista Nelson Rodrigues dizia que “a liberdade é mais importante do que o

pão”, tecendo uma crítica contra as ditaduras políticas existentes em Cuba, China, Rússia e

que mais tarde, tomaria o Brasil. Nota-se que na época do escritor, a liberdade estava

diretamente ligada ao grau de liberdade política de uma sociedade. Assim, esta frase dita há

quase meio século, hoje pode assumir uma conotação muito diferente da época em que foi

elaborada.

O baixo grau de bem-estar dos indivíduos mais pobres atenuou a necessidade de compreender

os efeitos do desenvolvimento econômico. Observa-se, que esses indivíduos concentram-se

em países de baixo nível de desenvolvimento, porém não deixam de existir em países

desenvolvidos. Por consequência, a liberdade comparada ao pão, por Nelson Rodrigues,

representa não apenas a democracia, mas também a capacidade que os indivíduos devem

possuir de ter seu pão, por meios próprios.

O acesso a educação e a saúde é a base fundamental para formação das capacidades humanas,

e são essas que agregam aos indivíduos a possibilidade de acesso às oportunidades. Partindo

desse princípio, o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH torna-se uma eficaz ferramenta

para identificar o grau de bem-estar que uma população goza. A preocupação com o bem-

estar da população vem estimulando muitos governos, a fim de minimizar ou eliminar os

bolsões de pobreza que assolam boa parte da população mundial.

A proposta do programa Bolsa Família objetiva a transferência de renda para as camadas mais

pobres da população, possibilitando o aumento do nível de escolaridade, melhoria dos

indicadores nutricionais, elevação da renda per capita e aumento da expectativa de vida da

população brasileira.

O presente trabalho apresenta uma análise das correlações entre o IDH e o programa Bolsa

Família em um núcleo habitacional da cidade de Manaus.

2. Referencial Teórico

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2.1 Considerações sobre o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

Segundo Machado e Pamplona (2008) a reconstrução da Europa pós-guerra, o crescimento

dos países socialistas e a importância de desenvolver os países do hemisfério sul, aumentaram

a preocupação com a questão do desenvolvimento. O reconhecimento que os países

exportadores de bens primários eram prejudicados em suas relações comerciais com os países

industrializados despertou na Organização das Nações Unidas – ONU, a consciência que os

problemas dos países pobres não eram apenas ligados à acumulação de capital físico, mas

também a escassez de capital humano. É a partir deste momento que o Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento - PNUD ganha papel de destaque na ONU.

Samuelson e Nordhaus (2004, p.470) explicam que o Índice de Desenvolvimento Humano –

IDH foi criado pelo PNUD e combina indicadores econômicos e sociais, apoiando-se na

abordagem “que o crescimento econômico deve melhorar a saúde e a educação das pessoas,

assim como seus salários.”. Para Paiva (2008) o IDH é uma variável capaz de assimilar

melhor as complexidades do desenvolvimento do que o Produto Interno Bruto - PIB.

2.2 Cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH

Como observado na figura 1, o Relatório do Desenvolvimento Humano (2004), apresenta as

três dimensões básicas necessárias para o cálculo do IDH.

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Dimensão

Uma vida longa

e saudável

Um nível

de vida

digno

Conhecimento

Indicador

Esperança de

vida ao nascer

Taxa de alfabetização

de adultos

Taxa de escolarização

bruta (TEB)

PIB per

capita (dól.

PPC)

Índice de

Dimensão

Índice de

Esperança de

vida

Índice de

alfabetização em

adultos

Índice TEB

Índice do

PIB

Índice de Educação

Índice de Desenvolvimento Humano - IDH

Fonte: PNUD - Relatório do Desenvolvimento Humano (2004, p. 258), com adaptações.

Figura 1 – Dimensões, indicadores e índices do IDH.

Cada dimensão é sintetizada num índice cujo valor varia entre 0 e 1, encontrada pela seguinte

fórmula:

Índice de

dimensão

Valor atual - Valor mínimo

=

Valor máximo - Valor mínimo

Na tabela 1, pode-se observar a definição dos valores máximos e mínimos para o cálculo do

índice de cada dimensão.

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Tabela 1 – Balizas para calcular os índices.

Indicador Valores

máximos

Valores

mínimos

Esperança de vida ao nascer (anos) 85 25

Taxa de alfabetização de adultos (%) 100 0

Taxa de escolarização bruta combinada

(%) 100 0

PIB per capita (dólares PPC) 40.000 100

Fonte: PNUD - Relatório do Desenvolvimento Humano (2004, p. 259), com adaptações.

2.3 A criação e o objetivo do Programa Bolsa Família

Segundo Klein (2005) durante o governo Fernando Henrique Cardoso, foi instituído o

Programa de Proteção Social que incluía os programas Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, o

Auxílio Gás e outros programas de assistência e geração de renda. O Programa Bolsa Escola

foi criado com o objetivo de criar um compromisso das famílias em manter seus filhos

estudando, sendo esta a contrapartida para receber o benefício. Senna et al (2007)

acrescentam que os objetivando não apenas a redução da pobreza, mas sobretudo a

eliminação do trabalho infantil.

Analisam que a falha dos programas Bolsa Escola e Bolsa Alimentação foi que alguns de seus

critérios eliminavam a possibilidade de outras famílias, tão pobres quanto às beneficiárias,

receber as transferências. Em virtude disso, em 2003, durante o início do Governo Lula, todos

os benefícios foram unificados criando o Programa Bolsa Família. Soares, Ribas e Osório

(2007) apresentam dados que incluem esse programa como um dos maiores em transferência

de renda do mundo. Segundo esses estudiosos, neste ano o benefício já abrangia um total de

11 milhões de famílias.

Segundo Klein (2005, p. 31) o surgimento do Programa Bolsa Família ocorreu sobre bases

bem definidas, “a construção de uma democracia social que assegure condições de igualdade

aos indivíduos”. O programa Bolsa Família constitui-se numa transferência de Soares, Ribas

e Osório (2007) argumentam que a redução, no curto prazo, da privação de renda das famílias

mais carentes e a quebra do ciclo de transmissão da pobreza, constitui os dois objetivos

básicos do programa. Como mecanismo para o primeiro objetivo, os autores apontam a

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transferência monetária, para o segundo, o cumprimento das condições educacionais e

sanitárias.

Para o sucesso de sua implantação, Santana (2007, p. 6) observa que foi necessário um Sendo

assim, “o Bolsa Família foi pensado como uma política social com gestão participativa da

comunidade e por isso deveriam ser criados comitês gestores nos municípios”. Considerando

o programa, “um processo de emancipação que parte da família, articula com a comunidade”,

Santana (2007) reconhece a Bolsa Família como um meio, não como um fim.

Mesmo assim, Senna et al (2007) expõem a fragilidade do controle social do programa,

baseando-se nas várias denúncias publicadas em diversos veículos de informação sobre

corrupção no processo de cadastramento em alguns municípios. Por outro lado, reconhecem

que o controle social não é um desafio apenas para o Programa Bolsa Família - PBF, mas

também para a política pública de forma geral.

Silva (2007) esclarece que as diretrizes do programa consideram as famílias que vivem com

renda per capita mensal até R$ 60,00, em situação de pobreza extrema. Este grupo recebe

uma transferência fixa de R$ 50,00, podendo receber quinze reais por cada filho até quinze

anos de idade, atendendo até três filhos, totalizando um teto máximo de R$ 95,00. Famílias

cuja renda per capita mensal esteja entre R$ 60,00 e R$ 120,00, recebem até R$45,00,

adicionando quinze reais por filho até quinze anos. Senna et al (2007) complementam

incluindo que o adicional de quinze reais também pode variar de acordo por cada gestante e

nutriz, da família. Sendo que estas devem ter sua rotina nutricional acompanhada e realizar

todas as consultas de pré-natal e puerpério, além disso, crianças de 0 a 6 anos devem estar

com a vacinação em dia.

Soares, Ribas e Osório (2007) afirmam que entre 1995 e 2004, a desigualdade de renda

brasileira, medida pelo Índice de Gini, caiu cinco pontos e atribuíram 21% desta queda às

transferências da Bolsa Família. Avaliam que esta transferência de renda não retira as famílias

da pobreza, porém para àquelas que vivem sobre pobreza extrema, estas transferências

representam a maior parte da renda das famílias, quando não a única fonte de renda.

Acrescentam também, que o erro de inclusão no programa chega a 49%, porém essas famílias

não estão muito acima da linha de pobreza, e o erro de exclusão próximo de 46%.

Kerstenetzky (2009), adotando o mesmo fundamento, expõe a expansão do mercado formal

de trabalho e os reajustes do salário mínimo, como os dois principais fatores de redução da

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desigualdade no Brasil. Afirma também, que 87% das transferências de renda do PBF foram

utilizadas pelas famílias para o consumo de alimentos, o que pode explicar a redução da

desnutrição infantil nos últimos anos. Sobre o erro de exclusão, Kerstenetzky (2009)

considera este muito elevado e atribui a falta de informações das famílias extremamente

pobres um dos motivos do crescimento erro de exclusão. Em consequência, tece uma crítica

ao considerar este um paradoxo, uma vez que estas famílias formam o principal alvo da Bolsa

Família. Adiciona também a possibilidade de algumas famílias não quererem viver sob o

estigma de benefícios sociais, e o fato da lista de beneficiários ser elaborada por informações

do governo local e informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, que

não é capaz de eliminar o clientelismo por parte de autoridades locais.

Silva (2007), por outro lado, apresenta uma visão um pouco menos otimista. Ao reconhecer a

importância da Bolsa Família na melhoria dos rendimentos das famílias, aborda que este

dificilmente atuará na redução da pobreza e que poderá até ser um regulador da pobreza

determinada pelas próprias exigências do programa. Avalia que este deveria ser um

redistribuidor de renda entre a população brasileira e não apenas um distribuidor. Finalmente,

Silva (2007) conclui que os resultados do programa são modestos frente a necessidade de

superação da pobreza e da fome no Brasil.

Assim como, Senna et al (2007) preocupam-se com o caráter do Programa, uma vez que não

há medidas focadas na geração de emprego e renda, que aliadas às estratégias políticas e

socioeducativas, poderiam cooperar com o rompimento do ciclo de reprodução da pobreza.

Para os estudiosos, essa pode ser considerada a maior debilidade do PBF, ou seja, a

incapacidade de inserir esta população adulta no ciclo produtivo da economia. Em

convergência, Kerstenetzky (2009, p. 60) assume que há consenso, mesmo entre os

defensores da Bolsa Família, que a criação de “oportunidades sustentáveis para as famílias é

realmente crítica”.

3. Procedimentos metodológicos

3.1. Métodos de abordagem

O presente artigo utilizou o método indutivo uma vez que pesquisou o caso específico do

núcleo habitacional Amazonino Mendes, na cidade de Manaus. Segundo Borba et al (2004), o

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método indutivo parte do particular para o geral e possui como finalidade a acumulação de

experiências e observações da realidade.

3.2. Métodos de procedimentos

A pesquisa utilizou os métodos: comparativo, estatístico e estudo de caso. O método

comparativo compara dados entre gêneros e diferentes grupos. Gil (2002) define o método

comparativo como aquele que se dá pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou

fatos, cuja finalidade é ressaltar as diferenças entres estes. Neste caso, o estudo comparou os

indicadores do IDH das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família com as não

beneficiárias e com alguns países periféricos.

Segundo Fachin (2003) o método estatístico se fundamenta nos conjuntos de procedimentos

apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de correlação entre

dois ou mais fenômenos. Os procedimentos estatísticos utilizados no presente trabalho foram

a regressão linear para estabelecer a expectativa de vida da região, as análises de correlação

para verificar o grau de correlações entre os beneficiários do Programa com os indicadores do

IDH e a estatística descritiva que objetivou a descrição dos dados quantitativos da pesquisa.

Borba et al (2004), definem o método de estudo de caso como uma profunda avaliação de um

objeto restrito, que possui importância por suas relações com a totalidade da qual faz parte, ou

como caso típico de uma população de fenômenos da mesma espécie. O estudo de caso

ocorreu no núcleo habitacional Amazonino Mendes na zona norte da cidade de Manaus.

3.3. Natureza da pesquisa

Martins e Theóphilo (2007) consideram a pesquisa quantitativa aquela em que os dados

numéricos colhidos são organizados, sumarizados, caracterizados e interpretados. A presente

pesquisa é considerada de natureza quantitativa uma vez que foi aplicado um instrumento de

pesquisa com perguntas fechadas para colher dados numéricos para consubstanciar o

tratamento estatístico empregado neste trabalho.

3.4. Quanto aos fins

Vergara (2000) afirma que a pesquisa descritiva demonstra especificidades de certas

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populações ou fenômenos, podendo construir correlações entre variáveis e definir seu caráter,

não tendo a obrigação de elucidar os fenômenos que descreve, mesmo que possa servir de

apoio para tal explicação. O estudo em lide descreve as correlações das variáveis pesquisadas

sem a interferência dos pesquisadores.

3.5. Quanto aos meios

Quanto aos meios a pesquisa foi bibliográfica e de campo. Para Gil (2002), a pesquisa

bibliográfica é fundamentada em livros e artigos científicos, ou seja, em um material já

elaborado e publicado.

A pesquisa também é de campo. Segundo Vergara (2000) esta pesquisa é uma investigação

empírica num determinado local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno, pode-se conter

entrevistas, questionários, testes e observação participante ou não.

3.6. População e tamanho da amostra

A população do núcleo habitacional Amazonino Mendes, na área de abrangência da Unidade

Básica de Saúde N-10, é de 4.056 pessoas divididas em 966 domicílios. Explica-se que para a

pesquisa fez-se necessário a aplicação de questionários nas residências, uma vez que sua

proposta era subsidiar o trabalho de informações para o cálculo do IDH. Assim, a amostra

calculada resultou em 216 residências, considerando um erro de 6%.

Por meio da fórmula proposta por Stevenson (1981), calculou-se o tamanho da amostra, onde

n é o tamanho da amostra, N o tamanho da população.

n = (N x no) / (N + no)

no = 1/E²

Sendo:

E = erro

Considerando:

Erro = 6,0%

Domicílios = 966

Calculando:

no = 1 / (0,06)² = 277,77 ≈ 278

n = (966 x 278) / (966 x 278) = 215,8 ≈

216 domicílios

4. Resultados e discussões

O cálculo do índice educacional do IDH é composto pela taxa de alfabetização e a taxa de

escolarização bruta, com respectivas ponderações de 2/3 e 1/3. Na tabela 2, observam-se os

dados educacionais do núcleo habitacional Amazonino Mendes, divididos entre aqueles que

recebem e não recebem o programa Bolsa Família.

Tabela 2 – Dados educacionais do núcleo habitacional Amazonino Mendes na cidade de

Manaus no ano de 2009.

Dados educacionais Todas as

famílias

Recebem

Bolsa

Família

Não recebem

Bolsa

Família

Taxa de Alfabetizados 96,32% 96,80% 95,77%

Taxa de Escolarização

Bruta 75,00% 78,51% 70,00%

Aplicando-se o cálculo deste indicador sobre as taxas de alfabetizados e escolarização bruta,

considerando as balizas mínimas e máximas de 0 e 100, encontram-se os seguintes valores:

Indicador de Alfabetizados

(Todas as famílias) =

96,32 – 0,00 = 0,963

100,00 – 0,00

Indicador de Alfabetizados

(Recebem Bolsa Família) =

96,80 – 0,00 = 0,968

100,00 – 0,00

Indicador de Alfabetizados

(Não recebem Bolsa Família) =

95,77 – 0,00 = 0,958

100,00 – 0,00

Indicador de Escolarização

Bruta

(Todas as famílias)

=

75,00 – 0,00

= 0,750 100,00 – 0,00

Indicador de Escolarização = 78,51 – 0,00 = 0,785

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Bruta (Recebem Bolsa Família) 100,00 – 0,00

Indicador de Escolarização

Bruta

(Não recebem Bolsa Família)

=

70,00 – 0,00

= 0,700 100,00 – 0,00

Consequentemente aplica-se as respectivas ponderações para cada um dos dois indicadores,

para encontrar o índice educacional.

Indicador de Educação (Todas as famílias) = 0,892

Indicador de Educação (Recebem Bolsa Família) = 0, 907

Indicador de Educação (Não recebem Bolsa Família) = 0,872

Ressalta-se que o indicador de educação das famílias que não recebem Bolsa Família é

inferior ao indicador das famílias que recebem devido à baixa taxa de frequência escolar

bruta. Mesmo que para esta taxa a ponderação seja menor, ela está mais de 0,1 abaixo das

famílias que recebem. Considerando que o índice varia entre 0 e 1, esta diferença torna-se um

peso negativo para as famílias que não recebem.

Observa-se na tabela 3, que se considerando o núcleo habitacional Amazonino Mendes uma

região isolada do resto do Brasil, ele ocuparia o 55º posicionamento no mundo, ordenado pelo

índice de educação. Porém, as famílias que recebem Bolsa Família ocupariam o 51º

posicionamento, enquanto as famílias que não recebem 63º.

Neste caso, a comparação com o resto do mundo torna-se uma maneira de identificar a lacuna

existente entre os dois grupos. O grupo beneficiário encontra-se 12 posições a frente do outro.

Ressalta-se, que este indicador é uma medida meramente quantitativa e não mensura a

qualidade do ensino fundamental, médio e superior, ou se o indivíduo alfabetizado possa ser

um analfabeto funcional.

Tabela 3 – Posição do núcleo habitacional Amazonino Mendes a alguns países, segundo o

índice de educação.

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Posicionamento

pelo IDH-E

Posicionamento

pelo IDH Países

Índice de

Educação

56 84 Armênia 0,909

- - Amazonino Mendes (Beneficiários) 0,907

57 109 Turcomenistão 0,905

63 39 Bahrain 0,893

- - Amazonino Mendes 0,892

64 113 Bolívia 0,892

90 76 Bósnia e Herzegovina 0,874

- - Amazonino Mendes (Não Beneficiários) 0,872

91 31 Kuwait 0,872

4.1 Dados de renda per capita No referencial teórico foi exposto o cálculo realizado para encontrar o índice de renda per

capita para compor o IDH e as balizas do mesmo. Adverte-se, porém, que o PNUD Brasil

para este cálculo, não utiliza a renda per capita em dólares PPC, e sim, a renda per capita

mensal, além de transformar as balizas mínimas e máximas. Sendo assim, o valor de 100

dólares é modificado para 3,90 reais, enquanto o valor de 40.000 dólares é modificado para

1560,17 reais.

Assim como os dados educacionais, a renda per capita mensal foi divida entre as famílias que

recebem e as que não recebem o benefício do programa Bolsa Família.

Índice de Renda per capita

(Todas as famílias) =

log (163,35) - log (3,90) = 0,628

log (1560,17) - log (3,90)

Índice de Renda per capita

(Recebem Bolsa Família) =

log (121,52) - log (3,90) = 0,533

log (1560,17) - log (3,90)

Índice de Renda per capita

(Não recebem Bolsa Família) =

log (224,38) - log (3,90) = 0,676

log (1560,17) - log (3,90)

Ao contrário do que ocorre no indicador educacional, o índice de renda per capita das

famílias que não recebem Bolsa Família é bem superior em comparação com as famílias

beneficiadas. Na tabela 4, encontra-se o posicionamento destas famílias em relação a alguns

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países periféricos.

Tabela 4 – Posição do núcleo habitacional Amazonino Mendes em relação a alguns países

periféricos, segundo o índice de renda per capita.

Posicionamento

pelo IDH-R

Posicionamento

pelo IDH Países

Índice de

Renda

per

capita

104 95 Maldivas 0,659

- - Amazonino Mendes (Não Beneficiários) 0,658

105 128 Namíbia 0,658

118 130 Marrocos 0,620

- - Amazonino Mendes 0,613

119 112 Honduras 0,607

126 121 Cabo Verde 0,570

- - Amazonino Mendes (Beneficiários) 0,566

127 114 Guiana 0,555

4.2 Dados de expectativa de vida

A expectativa de vida em uma região é calculada pela média aritmética dos óbitos por idade.

Porém, esses dados são calculados com maior frequência em municípios, estados e países. Por

este fato, não foram encontrados dados para o cálculo da expectativa de vida para o núcleo

habitacional Amazonino Mendes. Observa-se que poderia ser empregado o dado relativo à

cidade de Manaus, porém este não é uma garantia confiável.

Para solucionar esta limitação da pesquisa, a expectativa de vida da região foi calculada por

meio de regressão linear, com base na correlação da expectativa de vida com o índice do PIB

per capita de todos os países analisados no Relatório do Desenvolvimento Humano (2009).

Antes de mensurar o dado, justifica-se a correlação do índice do PIB per capita, após a

analisar o grau de correlação da expectativa de vida com mais outros três indicadores,

conforme se observa na tabela 5.

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Tabela 5 – Grau de correlação de quatro indicadores com a expectativa de vida.

Indicador Grau de

correlação

Índice do PIB per capita 0,796

Índice de educação 0,783

Taxa de escolarização bruta combinada 0,771

Taxa de alfabetização 0,734

Apesar dos quatro indicadores apresentarem forte grau de correlação, o índice do PIB per

capita é o que está mais bem correlacionado com a expectativa de anos vividos. Na figura 2,

observa-se a equação da reta, onde:

y = Índice do PIB

per capita

x = Expectativa de vida

Considerando:

yB = Índice do PIB per capita das famílias beneficiárias

yN = Índice do PIB per capita das outras famílias

yT = Índice do PIB per capita de todas das famílias

xB = Expectativa de vida (em anos) das famílias beneficiárias

xN = Expectativa de vida (em anos) das outras famílias

xT = Expectativa de vida (em anos) de todas das famílias

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Figura 2 – Correlação entre o índice do PIB per capita com a expectativa de vida (em anos).

xB = yB + 0,4586

= 0,533 + 0,4586

= 59,0 0,0168 0,0168

xN = yN + 0,4586

= 0,676 + 0,4586

= 67,5 0,0168 0,0168

xT = yT + 0,4586

= 0,628 + 0,4586

= 64,7 0,0168 0,0168

Destaca-se a grande diferença de anos vividos das famílias beneficiárias e as outras. Em

média as primeiras vivem 8,5 anos a menos que as segundas, causando, consequentemente,

uma forte diferença no índice de expectativa de vida.

Índice de Expectativa de Vida

(Todas as famílias) =

64,7 - 25 = 0,662

85 - 25

Índice de Expectativa de Vida

(Beneficiárias) =

59,0 - 25 = 0,567

85 - 25

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Índice de Expectativa de Vida

(Outras) =

67,5 - 25 = 0,708

85 - 25

Na tabela 6, observa-se que a diferença de anos vividos distancia as famílias beneficiárias das

outras em 29 posições. Porém, ambas as famílias apresentam dados ainda muito inferior em

relação aos países mais desenvolvidos.

Tabela 6 – Posição do núcleo habitacional Amazonino Mendes em relação a alguns países

periféricos, segundo o índice de expectativa de vida (em anos), 2009.

Posicionamento

pelo IDH-V

Posicionamento

pelo IDH Países

Índice de

Expectativa

de Vida

120 127 Tajaquistão 0,691

- - Amazonino Mendes (Não Beneficiários) 0,691

121 144 Nepal 0,688

133 133 Lao 0,659

- - Amazonino Mendes 0,646

134 134 Índia 0,643

139 149 Haiti 0,600

- - Amazonino Mendes (Beneficiários) 0,599

140 162 Timor-Leste 0,595

4.3 O IDH do Núcleo habitacional Amazonino Mendes na área de

abrangência da Unidade Básica de Saúde N-10

Após calcular os três indicadores, expõem-se na tabela 7 os resultados e o IDH, divididos

entre as famílias beneficiárias e as outras, além do cálculo do IDH do núcleo habitacional

Amazonino Mendes na área de abrangência da Unidade Básica de Saúde N-10.

Tabela 7 – O IDH do núcleo habitacional Amazonino Mendes na área de abrangência da

Unidade Básica de Saúde N-10, 2009.

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Indicadores Todas as famílias

Famílias que

recebem Bolsa

Família

Famílias que não

recebem Bolsa

Família

Índice de Expectativa de Vida 0,662 0,567 0,708

Índice de Educação 0,899 0,905 0,887

Índice de Renda per capita 0,623 0,574 0,676

IDH 0,730 0,668 0,757

Nota-se, que é no índice de educação que o núcleo habitacional Amazonino Mendes apresenta

seu melhor desempenho, sendo o único indicador que as famílias beneficiárias do programa

Bolsa Família demonstram melhor resultado. Nos outros dois indicadores, as famílias

beneficiárias estão muito abaixo do desempenho das outras. Porém, pelos critérios do PNUD,

ambas estão classificadas como nível de desenvolvimento médio. Na tabela 8, observa-se o

posicionamento do núcleo habitacional Amazonino Mendes perante países estudados pelo

PNUD (2009).

Tabela 8 – O IDH do conjunto Amazonino Mendes perante o mundo.

Posicionamento Países IDH

102 Sri Lanka 0,759

- Cj. Amazonino Mendes (Não

Beneficiários) 0,757

103 Gabão 0,755

112 Honduras 0,732

- Cj. Amazonino Mendes 0,73

113 Bolívia 0,729

129 África do Sul 0,683

- Cj. Amazonino Mendes (Beneficiários) 0,668

130 Marrocos 0,654

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No resultado final, o Índice de Desenvolvimento Humano das famílias beneficiárias

encontrar-se-iam vinte e sete posições atrás das não beneficiárias.

5. Conclusões

Nas análises dos resultados constatou-se que o núcleo habitacional Amazonino Mendes na

área de abrangência da Unidade Básica de Saúde N-10 não apresentou melhorias nos

indicadores de desenvolvimento humano. Com exceção do índice educacional, os outros dois

indicadores, expectativa de vida e renda per capita, estão muito abaixo dos índices de países

altamente periféricos.

A distância do IDH das famílias beneficiárias com as famílias não beneficiárias comprova os

recentes estudos sobre transferência de renda no Brasil, ou seja, o Programa Bolsa Família

não é capaz de retirar as famílias da linha de pobreza, e sim gerar uma melhoria na vida

dessas famílias, no curto prazo.

O ponto positivo desse programa foi a melhoria nos indicadores quantitativos sobre a

educação, pois a obrigatoriedade em manter as crianças matriculadas nas escolas, teve relativo

impacto nos resultados deste estudo. Os dados para o cálculo do IDH não levaram em

consideração a qualidade dessa educação, esses são apenas quantitativos e talvez essa

característica seja a grande falha do índice. A frequência escolar por si só, não é garantia que

as crianças estejam recebendo qualificação suficiente para expandir suas capacidades e ter

acesso a melhores oportunidades no futuro.

Quando a análise foca nos índices de expectativa de vida e renda per capita, é perceptível que

o Programa Bolsa Família não é capaz de igualar a diferença em relação às famílias não

beneficiárias. Evidencia-se que quando se trata das capacidades humanas, o Programa só

conseguiu atingir no que tange a educação, o mesmo não ocorre em relação aos anos vividos,

que denota melhores condições de habitação, saneamento básico, acesso a água potável, entre

outros aspectos relevantes, mas não considerados no presente estudo. Outro aspecto a

considerar, é que a diferença de renda entre os dois tipos de famílias estudadas apontam

melhores oportunidades para as famílias não beneficiárias do programa.

Com efeito, considerando a base do desenvolvimento as capacidades agregadas pelos

indivíduos e as oportunidades que os tornam aptos a aproveitar, conclui-se que o núcleo

habitacional Amazonino Mendes, não apresenta um ritmo de desenvolvimento capaz o

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suficiente para tirar suas famílias da linha de pobreza. Neste raciocínio, não se inclui apenas

as famílias beneficiárias, por mais que os dados das famílias não beneficiárias sejam

melhores, ainda assim, não são suficientes para qualificá-las com um nível de

desenvolvimento compatível com a cidade de Manaus.

Conclui-se que os problemas identificados no núcleo habitacional Amazonino Mendes são

típicos de uma cidade cujo crescimento ocorre de forma acelerada e desordenada. A

insuficiência de serviços básicos na região estudada é um problema que apenas um

planejamento adequado é capaz de solucionar, sendo de responsabilidade do poder público

investir nessa adequação, da sociedade em cobrar melhorias contínuas e das instituições que

estimulem estudos desses elementos para que se tornem explícitos à sociedade.

6. Referências

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