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VIVIANE MENDES DE MORAIS
O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA E A CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL NUTRICIONISTA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Paulista – UNIP – Ribeirão Preto, como parte das exigências para obtenção do titulo de Graduação em Nutrição.
Orientador (a): Profª Dra Kelli Cristina Paiva
RIBEIRÃO PRETO 2011
2
VIVIANE MENDES DE MORAIS
O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA E A CONTRIBUIÇÃO DO PROFISSIONAL
NUTRICIONISTA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Paulista – UNIP – Ribeirão Preto, como parte das exigências para obtenção do titulo de Graduação em Nutrição.
Data da aprovação de defesa: _____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Profa. Dra. Kelli Cristina Paiva Universidade Paulista - UNIP
________________________________________ Profa. Dra. Karina Pfrimer
Universidade Paulista – UNIP
3
Aos meus pais, Suely e Renato, por
iluminarem meus caminhos com afeto e
dedicação e pela confiança depositada em mim
de que concluiria este curso e chegaria aos
méritos da profissão.
Dedico
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter me dado a vida, e pela
oportunidade e privilégio que me foi dado ao freqüentar este curso.
Aos meus pais, Suely e Renato, pela base e cuidados para minha formação e,
principalmente, pelos ensinamentos, confiança e apoio, em todas as minhas
escolhas e por estarem sempre presentes em minha vida.
As minhas irmãs, Lilian e Renata, ao meu sobrinho, Guilherme e aos meus
cunhados, Michel e Junior, pelo apoio, confiança e pelos momentos de alegria.
Ao Gustavo, pelo amor dedicado, confiança, por acreditar e ter interesse em
minhas escolhas e pelo esforço junto a mim, para que eu alcançasse todos os meus
objetivos.
A minha coordenadora e orientadora Profª. Dra. Kelli Cristina Paiva pela
orientação, auxílio, sugestões, pela disponibilidade para realização deste trabalho, e
principalmente por sempre apoiar a construção de novos conhecimentos e a
incorporação do saber.
A todos os professores da Universidade Paulista – UNIP, por terem sido
meus mestres. Principalmente ao Profº. Mst. Carlos Simeão Junior pelos
ensinamentos prestados e pelo exemplo de doação, dedicação e de dignidade
pessoal.
A nutricionista Maria de Lourdes Evangelista Mauad, pelo privilégio de
conhecer a profissão a seu lado, ela que me serviu e me serve até os dias de
hoje, como fonte de inspiração e que me mostrou que a coragem, a determinação
e a paciência fazem parte das jornadas da vida.
A todos os grandes amigos e amigas que fiz no decorrer deste curso, com os
quais compartilhei anos de estudo e por trilharem junto a mim os duros obstáculos e
5
expectativas da vida acadêmica. Agradeço principalmente pelo companheirismo,
dedicação e incentivos trocados, na busca de novos conhecimentos que me
ajudaram na elaboração deste trabalho. Agradeço pelos momentos de alegria e
descontração, que fortaleceram este sentimento, e espero que possamos cultivar a
amizade que o tempo amadureceu.
A minha grande amiga Flávia Botelho Schiavetto, pela amizade, confiança,
incentivo e por estar sempre presente em minha vida.
A todos os meus amigos e amigas de vida, por simplesmente serem meus
amigos, e por me prestigiarem na finalização deste curso e desta etapa da vida.
A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente, na realização deste
trabalho.
6
“Se eu pudesse deixar algum presente a
você, deixaria aceso o sentimento de amor à
vida dos seres humanos. [...] ”
Mahatma Gandhi
7
RESUMO
O modelo assistencialista a saúde pública sofreu reformas que instituíram o SUS, que possui como um de seus programas voltados à multiplicação de serviços de atenção primária à saúde o PSF, cuja estratégia é reorganizar o modelo assistencial brasileiro através da estruturação dos serviços de saúde e da relação com a comunidade nos diversos níveis de assistência. O trabalho de equipes de saúdes é de fundamental importância para a concretização da estratégia traçada pelo PSF. O presente trabalho teve como objetivo verificar na literatura a importância da inserção e do papel do Profissional Nutricionista com participação ativa na Estratégia de Saúde da Família proposta pelo Programa Saúde da Família dentro do processo de mudança do modelo assistencial de saúde. Para tanto foi realizada pesquisa bibliográfica através de estudo descritivo sobre o tema e a bibliografia consultada compreendeu um período de 29 anos, sendo este de 1982 a 2011. O Programa de Saúde da Família (PSF), iniciado em 1991 através do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, e implantado no Brasil em 1995, consolidou-se como a estratégia de reorganização da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) propondo uma mudança de modelo assistencial e contribuindo para a efetiva melhoria das condições de vida das comunidades. Para isso, o mesmo conta com uma Equipe de Saúde multiprofissional que atua na estratégia Saúde da Família. As equipes de Saúde da Família devem ser pró-ativas na identificação do processo saúde-doença e no reconhecimento de agravos, seguidos ao longo do tempo. A Saúde da Família é compromissada principalmente com a promoção à saúde, com as mudanças dos hábitos e padrões de vida, atingindo o principio de integralidade às ações de saúde. Mediante o compromisso de atender integralmente os indivíduos, torna-se necessário a regulamentação da atuação do profissional nutricionista, sendo que este é o único profissional capacitado, dentro de sua área de ação, a atuar na promoção de hábitos alimentares mais saudáveis, produção de dietas e definição de diagnósticos nutricionais. A incorporação de valores e princípios oriundos da Ciência da Nutrição propiciará benefícios à população, principalmente se tratando aos usuários do Programa de Saúde da Família. Palavras-chave: Saúde da Família; Programa de Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; O nutricionista no Programa de Saúde da Família.
8
ABSTRACT
The welfare model of public health reforms that has established the SUS, which has as one of its programs to the multiplication of primary care services to health PSF, whose strategy is to reorganize the Brazilian health care model through the structuring of health services and relationship with the community at various levels of assistance. The work of health teams is crucial to achieving the strategy outlined by the PSF. This study aimed to verify the importance of integrating literature and the role of professional nutritionist with active participation in the Family Health Strategy proposed by the Family Health Program in the process of changing health care model. For this literature search was conducted through descriptive study on the subject and bibliography included a period of 29 years, this being 1982 to 2011. The Family Health Program (PSF), initiated in 1991 through the Program of Community Health Workers, and implanted in Brazil in 1995, established itself as a strategy of reorganization of the Primary Care Health System (SUS) proposing a changing the treatment model and contributing to the effective improvement of living conditions of communities. For this, it relies on a multidisciplinary team that works in the Health Family Health Strategy. The Family Health teams should be proactive in identifying the health-disease process and the recognition of injuries, followed over time. Family Health is committed primarily with health promotion, with the changing habits and patterns of life, reaching the whole principle of the health actions. Through a commitment to fully meet the individuals, it is necessary to regulate the activities of professional nutritionist, and this is the only professional trained within their area of responsibility, to act in promoting healthier eating habits, diets production and definition of nutritional diagnosis. The incorporation of values and principles from the science of nutrition will provide benefits to the population, especially when it comes to users of the Family Health Program.
Key-words: Family Health, Family Health Program, Primary Health Care; The nutritionist at the Family Health Program.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 01 - Meta e Evolução do Número de Agentes Comunitários de Saúde
Implantados de 1994 a agosto de 2011.....................................................................26
FIGURA 02 - Evolução do Número de Municípios com Agentes Comunitários de
Saúde Implantados de 1994 a agosto de 2011..........................................................26
FIGURA 03 - Evolução da População Coberta por Agentes Comunitários de Saúde
Implantados de 1994 a agosto de 2011.....................................................................27
FIGURA 4 - Evolução da Implantação das Equipes Saúde da Família no território
Brasileiro no período de 1998 a agosto de 2011.......................................................30
FIGURA 5 - Evolução do Número de Municípios com Núcleos de Apoio à Saúde da
Família implantados de 2008 a agosto de 2011........................................................32
FIGURA 6 - Evolução do Número de Núcleos de Apoio à Saúde da Família
implantados de 2008 a agosto 2011..........................................................................33
FIGURA 7 - Situação de Implantação de Núcleos de Apoio à Saúde da Família 1 e 2
de 2008 a agosto de 2011..........................................................................................34
10
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Resultados alcançados de 2003 a 2009 na Implantação de Equipes de
Saúde da Família, Total de Municípios cobertos e Cobertura Populacional..............22
TABELA 2- Resultados alcançados de 2003 a 2009 na Implantação de Equipes de
Saúde Bucal, Total de Municípios cobertos e Cobertura Populacional.....................23
TABELA 3- Resultados alcançados de 2003 a 2009 na Implantação de Agentes
Comunitários de Saúde, Total de Municípios cobertos e Cobertura Populacional....23
TABELA 4- Resultados de Investimentos em Reais de 2003 a 2009 na Estratégia de
Saúde da Família.......................................................................................................24
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS – Agentes Comunitários de Saúde
APS – Atenção Primária a Saúde
DAB - Departamento de Atenção Básica
DATASUS - Departamento de Informática do SUS
FAF - Fundo-a-Fundo
MS - Ministério da Saúde
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
PAB – Piso de Atenção Básica
PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PNAN – Programa Nacional de Alimentação e Nutrição
PSF - Programa de Saúde da Família
SF - Saúde da Família
SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica
SMS - Secretaria Municipal de Saúde
SUS - Sistema Único de Saúde
UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância
URSS - União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas
12
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2.0 OBJETIVOS ....................................................................................................... 15
3.0 METODOLOGIA ................................................................................................. 16
4.0 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 17
4.1 Levantamento Histórico ................................................................................... 17
4.1.1 A criação do Programa de Saúde da Família no Brasil ............................ 18
4.1.2 A Família como Área de Ação .................................................................. 19
4.1.3 Implantação, Financiamento e Responsabilidades ................................... 20
4.1.4 A Estratégia do Programa de Saúde da Família ....................................... 21
4.2 O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) ............................... 24
4.3 A Equipe de Saúde Multiprofissional ................................................................ 27
4.3.1 Núcleos de Saúde da Família (NASF) ....................................................... 31
4.4 O Papel do Nutricionista no Programa de Saúde da Família ........................... 34
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 39
13
1.0 INTRODUÇÃO
Desde os anos 70, estabeleceu-se, internacionalmente, um debate sobre
modelos de assistência que levassem em conta os uso das tecnologias e a relação
médico-paciente. Difundiu-se então a de atenção primária à saúde ou medicina
comunitária. Desde o início, essa proposta foi alvo de debates, havia os que se
importavam com os aspectos de simplificação e racionalização, caracterizando a
medicina comunitária como medicina pobre para os pobres, e havia aqueles que
viam a proposta como uma estratégia racionalizadora, importando-se com o acesso
de toda a população aos avanços tecnológicos na saúde (MOROSINI & CORBO,
2007). A reforma do modelo de assistência pública à saúde ocorreu com a criação do
Sistema Único de Saúde (SUS). Esse novo modelo inscrito na própria Constituição
brasileira de 1988 definiu o principio do universalismo para as ações de saúde, sob a
lógica da integralidade, da regionalização e da hierarquização (VIANA & POZ, 2005).
Nos últimos dez anos, o SUS passou por transformações importantes, dentre elas a
criação de uma série de programas voltados para a multiplicação de serviços de
atenção primária à saúde, e em 1994, se iniciou a estratégia do Programa de Saúde
da Família (PSF) no Estado do Piauí, e começou a ser implantado com a concepção
de "Medicina pobre para os pobres” (ROUQUAYROL & ALMEIDA FILHO, 2003).
O PSF é um movimento que se estruturou em 1966, nos EUA, e despontou
como uma das mais recentes estratégias assumidas pelo Ministério da Saúde (MS):
reorganizar o modelo assistencial brasileiro. Sua estratégia propõe uma nova
dinâmica para estruturação dos serviços de saúde e para a relação com a
comunidade nos diversos níveis de assistência. Prioriza as ações de prevenção,
promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua e tem
como pressuposto a implementação dos principios do SUS (FONTINELE JÚNIOR,
2008).
Para melhores resultados desse novo modelo de intervenção, o PSF
necessita de profissionais radicalmente novos para alcançar todos os seus objetivos
e efetivamente ser uma estratégia de mudança do modelo assistencial (GEUS, et al,
2011).
14
De modo geral o Brasil convive com enfermidades típicas de países
subdesenvolvidos. O quadro de morbi-mortalidade desenhado na atualidade para o
Brasil associa-se com a alimentação, a nutrição e o estilo de vida dos brasileiros.
Para mudança deste quadro, torna-se necessário a introdução de profissionais como
o nutricionista, pois é importante a presença de profissionais com visão sistêmica e
integral do indivíduo, família e comunidade, capazes de atuar com uma prática
humanizada, competente, que envolve ações de promoção, assistencial e de
reabilitação (GEUS, et al, 2011).
O PSF é claramente um novo campo de trabalho para o nutricionista. Agregar
esse profissional ao PSF é um ato claro de garantir à população serviços para
assegurar uma alimentação saudável e, automaticamente, prevenir doenças,
promover e recuperar a saúde (CARVALHO, 2005).
Partindo da incidência de enfermidades resultantes da má alimentação e
nutrição e diante da preocupação com a saúde da população brasileira, o tema
mostra sua relevância na reorientação do modelo assistencial brasileiro pela
Estratégia de Saúde da Família, visando à promoção de saúde através de uma
equipe multiprofissional que necessita da inserção do Profissional Nutricionista, cuja
presença contribui significativamente para a promoção da saúde da população,
minimizando o aparecimento e/ou a complicação de determinadas doenças,
aumentando assim a expectativa e a qualidade de vida da população.
15
2.0 OBJETIVOS
Verificar na literatura a importância da inserção e do papel do Profissional
Nutricionista com participação ativa na Estratégia de Saúde da Família proposta pelo
Programa Saúde da Família dentro do processo de mudança do modelo assistencial
de saúde.
16
3.0 METODOLOGIA
Foi realizada pesquisa bibliográfica através de estudo descritivo sobre o tema
tendo por base informações coletadas de artigos científicos publicados, monografias,
dissertações e trabalhos acadêmicos, além de livros e publicações em periódicos.
Segundo LIMA & MIOTO (2007), a pesquisa bibliográfica é um procedimento
metodológico que oferece ao pesquisador a possibilidade de busca por soluções
para seu problema de pesquisa. Parte da necessidade de exposição do método
científico escolhido pelo pesquisador; expõe as formas de construção do desenho
metodológico e a escolha dos procedimentos; e demonstra como se configura a
apresentação e análise dos dados obtidos.
Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizada busca nas seguintes bases
de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde)
e SciELO (Scientific Eletronic Library On-line) ambas acessadas através da BVS
(Biblioteca Virtual em Saúde), além da base de dados científicos do Ministério da
Saúde. Também foi efetuada pesquisa na literatura escrita na biblioteca da
Universidade Paulista (UNIP) campus de Ribeirão Preto.
A bibliografia consultada foi de 29 anos, compreendendo o período de 1982 a
2011.
Para busca dos artigos nas bases de dados que servirão de embasamento
para a revisão foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Saúde da Família,
Programa de Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde, O nutricionista no
Programa de Saúde da Família.
Após a seleção do material acerca do tema, foi efetuada leitura analítica com
subsequente elaboração de resumos que posteriormente serviram de base para a
construção do texto do trabalho.
17
4.0 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Levantamento Histórico
O Estado brasileiro ainda se apresenta muito dividido por setores e
fragmentado em suas ações, desvinculando o social do econômico. Porém, através
de esforços da sociedade em redemocratizar o País, foram alcançados muitos
avanços em 1988, como a elaboração da atual Constituição e a criação do Sistema
Único de Saúde (COHEN; et al, 2004).
Nos últimos dez anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou por
transformações importantes. Do período que vai da aprovação da nova Constituição
até os dias de hoje, dois grandes eixos se apresentam como questões complexas: a
descentralização político-administrativa e a organização da atenção à saúde (VIANA
& POZ, 2005)
A insatisfação política da população crescia com o aprofundamento da
desigualdade social. Uma das denúncias difundidas pela oposição foi o agravamento
de indicadores de saúde, como a mortalidade infantil. A outra consequência
perversa desse modelo é que ele pressiona o governo a gastar mais e mais dinheiro
com o tratamento das doenças que se multiplicam devido à falta de prevenção, em
detrimento da promoção da saúde, gerando um círculo vicioso (NEGRI, 2000).
Internacionalmente, assistia-se a uma progressiva tendência de valorização
da prioridade de expansão de serviços de atenção primária à saúde como estratégia
de reorganização do setor saúde. A doutrina de cuidados primários de saúde da
conferência de Alma-Ata já havia influenciado a formulação das políticas de saúde
no Brasil, e seus princípios foram traduzidos com o SUS. Contudo, uma política
específica, nacional, de atenção primária para todo o país nunca havia sido
formulada (PAIM, 2002).
A Conferência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Atenção Primária à Saúde (APS),
realizada em Alma-Ata, União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas (URSS), no
ano de 1978, foi um marco político dessa tendência. Refletindo esse movimento
internacional, no Brasil vai-se constituindo e se sucedendo uma série de programas
18
voltados para a multiplicação de serviços de atenção primária à saúde (ALEIXO,
2002).
O Programa de Saúde da Família é um movimento que se estruturou nos
Estados Unidos, em 1966, em que, comitês formados pela American Medical
Association elaboraram documentos para uma política que financiasse a formação
de médicos da família através de cursos de pós-graduação (FONTINELE JÚNIOR,
2008). O Programa tem a finalidade de propiciar a resolução de problemas
identificados, pela articulação de saberes e práticas com diferenciados graus de
complexidade tecnológica, integrando distintos campos do conhecimento e
desenvolvendo habilidades e mudanças de atitudes nos profissionais envolvidos
(PEDROSA & TELES, 2010).
4.1.1 A criação do Programa de Saúde da Família no Brasil
No Brasil, a história de vida do Programa de Saúde da Família (PSF) tem
pródromo recente, pois teve como antecesor a implantação do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde, em 1991 (FONTINELE JÚNIOR, 2008).
O PSF foi concebido em Brasília a partir de uma reunião ocorrida nos dias 27
e 28 de dezembro de 1993, sobre o tema Saúde da Família, convocada pelo
gabinete do ministro da Saúde. Essa reunião foi a resposta do ministério a uma
demanda de secretários municipais de Saúde, que queriam apoio financeiro para
efetuar mudanças na forma de operação da rede básica de saúde (VIANA & POZ,
2011).
As primeiras Equipes da Saúde da família foram formadas em 1994
(FONTINELE JÚNIOR, 2008), porém o Programa de Saúde da Família foi
implantado em âmbito nacional em 1995, considerado como um marco na
incorporação da estratégia de atenção primária na política de saúde brasileira e
apresentando características estratégicas para o Sistema Único de Saúde (SUS),
apontando possibilidades de adesão e mobilização das forças sociais e políticas em
torno de suas diretrizes (VIANA & POZ, 2011).
19
Despontando como uma das mais recentes estratégias assumidas pelo
Ministério da Saúde (MS), reorganizar o modelo assistencial brasileiro (ANDRAD,
BARRETO & BEZERRA, 2006) o programa é considerado como um marco na
incorporação da estratégia de atenção primária na política de saúde brasileira e tido
como uma das principais estratégias de reorganização e de reorientação das
práticas profissionais neste nível de assistência, levando a saúde para mais perto da
família substituindo o paradigma da medicina científica em favor da medicina
comunitária (PEDROSA & TELES, 2010).
Parte integrante da reorganização do SUS e da municipalização, o PSF
mantido por convênio entre o Ministério da Saúde, Estados e Municípios, veio com o
intuito de ser implantado, primeiramente, nas áreas de risco, onde os indicadores de
morbimortalidade demonstrem preocupação. Para isso a estratégia do PSF assume
o compromisso de prestar uma assistência universal, integral, equânime, contínua e,
acima de tudo, resolutiva para a população, na unidade de saúde e no domicílio
(CURY & GALERA, 2006).
4.1.2 A Família como Área de Ação
O PSF visa ter como foco do trabalho a família, esta é vista como unidade de
ação programática de saúde e não mais (tão somente) o indivíduo, e foi introduzida
a noção de área de cobertura (por família) (PAIM, 1986). Dessa forma, constitui uma
prática menos reducionista sobre a saúde, avançando para além da simples
intervenção médica, que busca a integração com a comunidade, numa atuação
interdisciplinar dos profissionais que compõem as equipes de saúde da família (LUZ,
1982).
O foco de trabalho nas famílias possibilita às equipes de saúde uma
compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de
intervenções, que vão além de práticas curativas e passam a ter caráter preventivo
sobre a demanda atendida (GIACOMOZZI & LACERDA, 2006).
Na verdade, o Ministério da Saúde institucionalizou, nesse momento, as
experiências de práticas em saúde com agentes comunitários, que já vinham se
20
desenvolvendo de forma isolada e focalizada em diversas regiões do país (RIVERA,
1997).
Sabe-se que esse movimento de "olhar a família" se deu em muitos países e
a formulação do PSF teve a seu favor o desenvolvimento anterior de modelos de
assistência à família no Canadá, Cuba, Suécia e Inglaterra que serviram de
referência para a formulação do programa brasileiro (VIANNA & POZ, 1998).
No PSF, as pessoas e grupos familiares são conhecidos pelo nome e por sua
história, da mesma forma que conhecem os integrantes da equipe. Esse
estreitamento do relacionamento entre profissionais envolvidos e a comunidade
atendida favorece a humanização das práticas de saúde e pode promover a
satisfação do usuário. A família como foco de atenção passou a ser valorizada; o
PSF reorganizou a saúde a partir dessa visão, e as condições de saúde passaram a
ser quantificadas e relatadas de forma sistemática ao Ministério da Saúde, por meio
do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) (CURY& GALERA, 2006).
Internacionalmente vem crescendo esta visão de que as unidades de
atuação ‘família’ e ‘comunidade’ são pontos importantes da estratégia de
integração das diversas políticas sociais. A escolha do ano de 1994, como Ano
Internacional da Família pela ONU reflete este movimento de priorização política
da família” (CARVALHO, 1994).
4.1.3 Implantação, Financiamento e Responsabilidades
A implantação do PSF começa com a identificação de áreas prioritárias para o
programa, com o mapeamento do número de habitantes de cada área; calcula-se o
número de equipes multiprofissional, agentes comunitários, estrutura e
equipamentos necessários para o funcionamento do programa. O Ministério da
Saúde está empenhado em dar todo o apoio necessário à elaboração do projeto. A
sua implantação acontece em municípios que aderem ao programa, através da
solicitação da Secretaria Estadual de Saúde (FONTINELE JÚNIOR, 2008).
As ações em Saúde do PSF possuem seu financiamento garantido pelo Piso
de Atenção Básica à Saúde (PAB) e pelos incentivos, que compõem a parte variável
do PAB, adicionados aos recursos estaduais e municipais (FONTINELE JÚNIOR,
21
2008). Os recursos do PSF são transferidos aos municípios na modalidade Fundo-a-
Fundo (FAF), tendo por base as informações enviadas ao Departamento de Atenção
Básica (DAB) pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) (CAPRARA &
RODRIGUES, 2004).
O PSF é uma estratégia prioritária do Ministério da Saúde para reestruturação
da atenção básica, a ele compete, mais especificamente, a formulação geral do
programa e a sua coordenação nacional (PAIM, 2002). Além disso, também deve
garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento do programa
(PAIM, 1986)
Em conjunto com o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde
estabelece as normas e as diretrizes complementares do programa (PAIM, 1986).
Cabe também prestar assessoria técnica aos municípios no processo de
implantação e monitoramento do programa, bem como o processo de capacitação
dos profissionais envolvidos (FONTINELE JÚNIOR, 2008). Além disso, o estado
também participa do financiamento do programa, através de incentivos estaduais
para a Saúde da Família (PAIM, 2002).
A operacionalização do PSF compete à Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
inserindo o mesmo em sua rede de serviços, garantindo infra-estrutura necessária
ao funcionamento das Unidades de Saúde da Família, dotando-as de recursos
materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações
preconizadas pelo Programa, além disso, ao município também cabe selecionar,
contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais,
conforme a legislação vigente. (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA, 2011)
4.1.4 A Estratégia do Programa de Saúde da Família
Por suas especificidades fugir da concepção usual dos demais programas
concebidos pelo Ministério da Saúde, o PSF começa então a perder o caráter de
programa e passa a ser claramente um instrumento de organização ou estruturação
do SUS. (VIANA & POZ, 2005)
22
Voltado para estender a cobertura assistencial em áreas de maior risco social,
o PSF aos poucos adquiriu centralidade na agenda governamental. Desde 1999, sua
estratégia propõe uma nova dinâmica para estruturação dos serviços de saúde e
para a relação com a comunidade nos diversos níveis de assistência. (ROSA &
LABATE, 2005)
Sua estratégia prioriza as ações de atenção primária a saúde, de prevenção,
promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua, e tem
como pressupostos a implementação dos principios do SUS (FONTINELE JÚNIOR,
2008). Esta estratégia possibilita a integração e promove a organização das
atividades em um território definido com o propósito de enfrentar e resolver os
problemas identificados. (VIANA & POZ, 2005)
De acordo com o Departamento de Atenção Básica (2011) os investimentos
na estratégia Saúde da Família de 2003 a 2009 estão representados nas Tabelas 1,
2, 3 e 4.
TABELA 1- Resultados alcançados de 2003 a 2009 na Implantação de Equipes de
Saúde da Família, Total de Municípios cobertos e Cobertura Populacional:
Equipes de Saúde da Família
Resultados alcançados em:
Equipes Implantadas
(mil)
Municípios Cobertos
(mil) Cobertura populacional
(% da população) 2003 19 4,4 35,7 2004 21,3 4,6l 39 2005 24,6l 4.986 44,4 2006 26.729 5.106 46,2 2007 27.324 5.125 46,6 2008 29.300 5.235 49,3 2009 30.328 5.251 50,7
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#numeros.
23
TABELA 2- Resultados alcançados de 2003 a 2009 na Implantação de Equipes de
Saúde Bucal, Total de Municípios cobertos e Cobertura Populacional:
Equipes de Saúde Bucal
Resultados alcançados em
Equipes Implantadas
(mil)
Municípios Cobertos
(mil)
Cobertura populacional (% da população)
2003 6,2 mil 2,8 mil 20,5% da população 2004 8,9 mil 3,2 mil 26,6% da população 2005 12,6 mil 3,9 mil 34,9% da população 2006 15.086 mil 4.285 mil 39,8% da população 2007 15,7 mil 4,3 mil 40,9% da população 2008 17.807 mil 4.597 mil - 2009 18.982 mil 4.717 mil -
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#numeros.
TABELA 3- Resultados alcançados de 2003 a 2009 na Implantação de Agentes
Comunitários de Saúde, Total de Municípios cobertos e Cobertura Populacional:
Agentes Comunitários de Saúde
Resultados alcançados em
Equipes Implantadas
(mil)
Municípios Cobertos
(mil)
Cobertura populacional (% da população)
2003 184,3 mil 5,1 mil 54% da população 2004 192,7 mil 5,1 mil 55,5% da população 2005 208 mil 5,2 mil 58,4% da população 2006 219.492 mil 5.309 mil 59,1% da população 2007 211 mil 5,3 mil 56,8% da população 2008 230.244 mil 5.354 mil 60,1% da população 2009 234.767 mil 5.349 mil 60, 9% da população
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#numeros.
24
TABELA 4- Resultados de Investimentos em Reais de 2003 a 2009 na Estratégia de
Saúde da Família:
Ano Investimento Anual Total
(milhões) 2003 R$ 1.662,80 milhões 2004 R$ 2.191,04 milhões 2005 R$ 2.679,27 milhões 2006 R$ 3.248,50 milhões 2007 R$ 4.064,00 milhões 2008 R$ 4.767,00 milhões 2009 R$ 5.698,00 milhões
Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#numeros.
Esses resultados demonstram que o os investimentos na estratégia de SF
vem aumentando ano a ano, sendo utilizados na implementação de Equipes de
Saúde da Família, Equipes de Saúde Bucal e de Agentes Comunitários de Saúde.
Isso se reflete na população dos municípios que a passam a receber os
atendimentos do programa, que ficam as ações de atenção primária a saúde, de
prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas
4.2 O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
Fazendo frente ao modelo tradicional de assistência primária, o PSF tem
como antecessor o PACS (SANTANA & CARMAGNANI, 2001).
O acúmulo de discussões e experiências na área, associado ao precário
quadro de morbi-mortalidade no país, impulsionou, em 1991, a criação do PACS,
tendo como objetivo principal estender a cobertura do sistema público de saúde às
populações rurais e das periferias urbanas, priorizando a população materno-infantil
e contribuir para a redução da mortalidade infantil e mortalidade materna (VIANA &
POZ, 2005).
A profissão foi criada pela Lei 10.507 de 10/07/02, sancionada pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso, sendo que o Decreto nº 3.189 de 04/10/99 fixa as
25
diretrizes para o exercício da atividade. O ACS faz parte da população atendida e ao
mesmo tempo, trabalha para ela, realizando monitoramento de forma contínua, sob
supervisão dos enfermeiros. Para ACS, supõe-se que é quem conhece as formas
cotidianas de viver e do comportamento das famílias locais (MARTINE & CHAVES,
2007).
Ao Agente Comunitário de Saúde (ACS) cabe fazer a ligação entre as famílias
e o serviço de saúde, visitando cada domicílio uma vez por mês. O trabalho do
agente está centrado no foco domiciliar e acompanhamento dos grupos de risco. O
encaminhamento para a Unidade de Saúde da Família se organiza de forma
diversificada, como, através da notificação carimbada, com cotas de
encaminhamento para cada agente, marcação de consultas feita pelo agente ou
marcação de consultas feita pela família (FONTINELE JÚNIOR, 2008).
A área inicial de implantação do PACS foi nas regiões Norte e Nordeste. A
partir da experiência acumulada pelo estado do Ceará com o PACS, houve a
percepção pelo Ministério da Saúde, de que os agentes poderiam ser peça
importante para a organização do serviço básico de saúde nos municípios (VIANA &
POZ, 2005). Em 1994, havia 987 municípios nas regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste com um total de 33.488 ACS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
Implantado em 1991, o PACS adotou como referência as experiências
internacionais e nacionais de extensão da cobertura à saúde por meio de assistência
às famílias, no próprio domicílio ou em articulação com as unidades de saúde.
Frente a isto, a equipe multiprofissional do PSF conta com o trabalho de base feito
pelos agentes, que visam assistência integral da população, entendida por ações
preventivas, promoção da saúde e curativas, nas quais se busca a qualidade de vida
e a cidadania do usuário, em cada etapa do processo de atenção (MARTINES &
CHAVES, 2007).
De acordo com o Departamento De Atenção Básica (2011), a evolução dos
números de ACS implantados e a meta dessa implantação, o número de municípios
cobertos e a cobertura populacional estão representados nos Figuras 1, 2 e 3.
26
FIGURA 01 - Meta e Evolução do Número de Agentes Comunitários de Saúde Implantados de 1994 a agosto de 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#histórico.
FIGURA 02 - Evolução do Número de Municípios com Agentes Comunitários de Saúde Implantados de 1994 a agosto de 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#histórico.
27
FIGURA 03 - Evolução da População Coberta por Agentes Comunitários de Saúde Implantados de 1994 a agosto de 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#histórico.
Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados ligados a uma
UBS ainda não organizada na lógica da SF ou ligados a uma Unidade Básica de
Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente, encontra-
se em atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades
rurais e periferias urbanas quanto em municípios urbanizados e industrializados. Em
pesquisa feita pelo Ministério da Saúde me parceria a Universidade de São Paulo e
a Universidade de Nova York, a cada 10% de aumento de cobertura pelo ACS, o
índice de mortalidade infantil cai em 4,6%. (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO
BÁSICA, 2011).
4.3 A Equipe de Saúde Multiprofissional
A Estratégia de Saúde da Família incorpora os princípios do SUS, modelo
que preconiza uma equipe de saúde da família de caráter multiprofissional
(CARVALHO, 1994).
28
As equipes de saúde multiprofissionais atuam na promoção da saúde,
prevenção recuperação e reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na
manutenção da saúde da população (PORTAL DA SAÚDE, 2011). Este
estreitamento entre os profissionais e as famílias, auxilia na aceitação das
pessoas ao acompanhamento freqüente e na resolução de suas necessidades
(OLIVEIRA & SPIRI, 2006), além de estimular a autonomia e a cidadania, o que
promove a participação da família na prestação de serviço (SCHIMITH & LIMA,
2006).
A estas equipes, se adscrevem um dado número de usuários, que trabalha
com definição de território de abrangência, cadastramento das famílias com
diagnóstico de suas características sociais, epidemiologias e demográficas,
acompanhamento da população residente na área com a identificação dos
principais problemas de saúde da área ou situações de risco (PAIN, 2002). Além
disso, pode-se contar com a participação da comunidade no desenvolvimento de
ações educativas para enfrentar os problemas de saúde (FONTINELE JÚNIOR,
2008).
Com a intervenção das equipes de saúde, pretende-se que a unidade de
saúde da família constitua a porta de entrada ao sistema local e o primeiro nível
de atenção, o que supõe a integração à rede de serviços mais complexos
(ANDRADE, BARRETO & BEZERRA, 2006).
O trabalho multiprofissional no PSF assume fundamental importância para
a abordagem da saúde da família, que envolve os profissionais e as
pessoas/famílias atendidas. O PSF prevê a visita domiciliar, como forma de
instrumentalizar os profissionais para sua inserção na realidade das famílias e da
população, a fim de estabelecer vínculos com as mesmas; visando atender as
diferentes necessidades de saúde das pessoas (GIACOMOZZI & LACERDA,
2006).
De acordo com a Portaria nº 648, de 28 de Março de 2006, foi estabelecido
que para a implantação das equipes de SF deva existir uma equipe multiprofissional
responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo que a média recomendada é
de 3.000. A equipe básica é composta por no mínimo: médico, enfermeiro, auxiliar
de enfermagem (ou técnico de enfermagem) e de quatro a seis ACS, em número
máximo de 1(um) ACS para cada 400 pessoas no urbano e 1 (um) ACS para cada
280 pessoas no rural (FONTINELE JÚNIOR, 2008). Quando ampliada, conta ainda
29
com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA, 2011). Inúmeras cidades brasileiras
contratam outros profissionais como farmacêuticos, nutricionistas, educadores
físicos, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, etc
(FONTINELE JÚNIOR, 2008).
Nas Equipes de Saúde da Família, atribui-se ao médico, atender a todos os
integrantes da família e desenvolver ações de prevenção e promoção de saúde e
qualidade de vida; ao enfermeiro atribui-se supervisionar o trabalho do ACS, além de
assistir as pessoas que necessitem de cuidados; ao auxiliar de enfermagem cabe
realizar procedimentos de enfermagem na Unidade de Saúde da Família, ou em
domícilio, além de dar orientações sanitárias; já ao Agente Comunitário, como dito
ateriormente, cabe principalmente, fazer a ligação entre as famílias e os
profissionais da equipe (FONTINELE JÚNIOR, 2008).
As equipes devem ser compostas por profissionais generalistas, sendo a
minoria com especializações diversas ou em saúde da família. O propósito dessa
composição é facilitar uma visão e atenção mais abrangente possível, voltada para a
saúde como um todo e não em especificidades. (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO
BÁSICA, 2011).
As Unidades de Saúde que possua o Programa de Saúde da Família (PSF)
pode atuar com uma ou mais equipes multiprofissional, dependendo da
concentração de famílias no território sob sua responsabilidade. Estas equipes
podem atuar em Unidades de Saúde e residências na mobilização das comunidades
intervindo nos fatores de risco que a comunidade esta exposta, prestando
assistência integral e permanente e de qualidade realizando atividades de educação
e promoção da saúde (FONTINELE JÚNIOR, 2008).
De acordo com o Departamento de Atenção Básica (2011), a implantação de
Equipes de Saúde da Família no território brasileiro só vem crescendo, é o que
mostra a Figura 4.
30
1998 1999 2000
2001 2002 2003
2004 2005 2006
2007 2008 2009
2010 AGOSTO/2011
FIGURA 4 - Evolução da Implantação das Equipes Saúde da Família no território Brasileiro no período de 1998 a agosto de 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#mapas.
31
O trabalho multiprofissional no PSF assume fundamental importância para a
abordagem da saúde da família, em especial na assistência domiciliar à saúde, que
envolve os profissionais e as pessoas/famílias atendidas. Sendo assim, as práticas
da assistência domiciliar pelos profissionais da estratégia do PSF devem ser
consideradas de modo a lhes revelar suas perspectivas, possibilitando uma reflexão
acerca de sua prática profissional na Estratégia da Saúde da Família (GIACOMOZZI
& LACERDA, 2006).
Para alcançar os objetivos do programa, o trabalho em equipe se torna
pressuposto para a integralidade das ações de saúde, requerendo a construção de
projeto assistencial comum para atender com qualidade as necessidades dos
usuários, reconhecendo que os indivíduos não escolhem arbitrariamente viver ou
trabalhar juntos, mas formam novo agrupamento diante de cada situação que se
apresenta com todas as suas representações e vivências anteriores (CARVALHO,
1994).
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca
permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os
integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de
Saúde (DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA, 2011).
Nesse contexto, o PSF propõe nova dinâmica para a estruturação dos
serviços de saúde, promovendo uma relação dos profissionais mais próximos do seu
objeto de trabalho, ou seja, mais próximos das pessoas, famílias e comunidades,
assumindo compromisso de prestar assistência integral e resolutiva a toda
população, a qual tem seu acesso garantido através de uma equipe multiprofissional
e interdisciplinar que presta assistência de acordo com as reais necessidades dessa
população, identificando os fatores de risco aos quais ela está exposta e neles
intervindo de forma apropriada (ROSA & LABATE, 2010).
4.3.1 Núcleos de Saúde da Família (NASF)
Para ajudar nos atendimentos dos usuários do PSF, o Ministério da Saúde
criou o NASF.
32
De acordo com a Portaria nº 154 (2008), os NASF, tem por objetivo “ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica”.
A quantidade de NASF e o número de municípios com os mesmos
implantados, só vem crescendo, é o que mostra as Figuras 5 e 6 elaborados com
base em informações do Departamento de Atenção Básica (2011), com a evolução
dos números de NASF implantados e os municípios cobertos pelos mesmos, de
2008 a agosto de 2011:
FIGURA 05 - Evolução do Número de Municípios com Núcleos de Apoio à Saúde da Família implantados de 2008 a agosto de 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#histórico.
33
FIGURA 06 - Evolução do Número de Núcleos de Apoio à Saúde da Família implantados de 2008 a agosto 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#histórico.
De acordo com a descrição do artigo 3 desta protaria, o NASF é dividido em 2
modalidades, NASF 1 e NASF 2 (PORTARIA Nº154, 2008). O NASF 1 poderá ser
composto por Equipes de Saúde da Família constituidas pelas seguintes ocupações
do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acupunturista; Assistente Social;
Profissional da Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo;
Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra;
Psicólogo; Médico Psiquiatra; e Terapeuta Ocupacional. Já o NASF 2, poderá ser
composto por Equipes de Saúde da Família constituidas pelas seguintes ocupações
do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Assistente Social; Profissional da
Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista;
Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional (PORTARIA Nº154, 2008).
No Brasil, a proporção de NASF 1 é maior do que de NASF 2, é o que mostra
a Figura 7, do Departamento de Atenção Básica (2011):
34
FIGURA 7 - Situação de Implantação de Núcleos de Apoio à Saúde da Família 1 e 2 de 2008 a agosto de 2011. Fonte: Brasil, Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica- DAB, 2011. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/dab/abnumeros.php#mapas.
4.4 O Papel do Nutricionista no Programa de Saúde da Família
O PSF tem como principal propósito reorganizar a prática de atenção à
saúde, e busca desenvolver ações de atenção primária à saúde, dirigidas não
somente para a cura e prevenção de doenças, mas, principalmente, para a
qualidade de vida, de forma que, pratica a medicina preventiva para desenvolver a
saúde, evitar a doença e a invalidez, e prolongar a vida. Implicitamente, este novo
modelo de atenção traz a noção do homem como um ser de múltiplas necessidades,
e não como portador de determinada doença. Para isso o Programa conta com a
Equipe de Saúde Multiprofissional, para que os saberes e as práticas associados
assegurem a resolução dos problemas de saúde da população brasileira.
(CARDOSO, 2002). De acordo com essa perspectiva, é inegável a influência de
fatores emocionais, sociais e ambientais na manifestação das patologias físicas
(GEUS, 2011).
As novas diretrizes curriculares para formação dos profissionais da saúde têm
como principal foco a maior aproximação com os serviços saúde atuais. O
nutricionista é um profissional de saúde cuja formação visa, principalmente, à
atuação no SUS. Entretanto, a Nutrição não apresenta ainda uma regulamentação
35
para a sua participação ativa dentro da Estratégia Saúde da Família (PÁDUA &
BOOG, 2006).
O perfil da saúde e da alimentação da população brasileira vem promovendo
profundas alterações no padrão de morbimortalidade e no estado nutricional em
todas as faixas etárias, portanto, o perfil nutricional e alimentar está diretamente
vinculado ao padrão de morbimortalidade da população, indicando a ascensão de
doenças como diabetes, obesidade, neoplasia, hipertensão arterial, hiperlipidemias,
entre outras (GEUS, 2011).
Para ASSIS, et al (2005), o processo de adoecimento da população é
explicado por uma rede complexa de determinantes biológicos, sociais, econômicos
e culturais. Desse modo, a prevenção e o tratamento das doenças que atingem os
brasileiros requerem a disponibilidade de uma equipe multidisciplinar, capaz de
oferecer a saúde na sua dimensão coletiva. Na atualidade, a prevenção e o
tratamento das enfermidades passam, necessariamente, pelo campo específico da
ciência da nutrição.
Comprovando o quanto a alimentação pode estar direta ou indiretamente
associada ao padrão de morbi-mortalidade, vemos que na faixa etária pré escolar,
temos mais freqüentemente presente as doenças parasitárias, deficiência de
vitamina e ferro, além da desnutrição energético protéica, sobrepeso e obesidade.
Já na adolescência, destaca-se a presença de obesidade, hipertensão arterial
sistêmica e hiperlipidemias, justificadas pelos costumes alimentares ou estilo de
vida, além de hábitos impostos pela sociedade moderna (ASSIS et al, 2005).
A educação nutricional foi apontada como estratégia de ação no campo da
educação em saúde pública no intuito de conter os avanços da ocorrência de
doenças crônico- degenerativas, considerando que uma alimentação de má
qualidade é considerada um fator de risco para inúmeras doenças. É nesse
contexto, que as ações de alimentação e nutrição constituem estratégias
indispensáveis em qualquer programa que tenha por finalidade promover a saúde
integralmente da população, a fim de conter os avanços da ocorrência de doenças
crônico-degenerativas, tornando visível a importância da presença do nutricionista
na equipe de atenção básica de Saúde da Família (DOMINGOS et al, 2010).
O nutricionista é um profissional plenamente capacitado para atuar no PSF,
pois a sua ausência confronta-se com o princípio da integralidade das ações de
saúde (PASQUIM, 2002). A graduação em Nutrição possibilita este profissional a
36
atuar na área de alimentação e nutrição dentro dos sistemas de assistência à saúde,
bem como demonstra a experiência brasileira deste profissional em outros
programas referentes à alimentação e saúde, como o Programa Nacional de
Alimentação e Nutrição (PNAN). Dentro da sua capacidade de ação, o nutricionista
deve estar atento a uma educação em saúde, promovendo hábitos alimentares
saudáveis, dietas, diagnósticos nutricionais e explicando as propriedades de
alimentos em evidência (GEUS, 2011).
De acordo com o Conselho Nacional de Educação (2001), o nutricionista possui formação generalista, humanista e crítica, capacitado a atuar, visando à segurança alimentar e à atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento em que alimentação e nutrição se apresentem fundamentais para a promoção, manutenção e recuperação da saúde e para a prevenção de doenças de indivíduos ou grupos populacionais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, pautado em princípios éticos, com reflexão sobre a realidade econômica, política, social e cultural.
Para Pádua e Boog (2006), como a graduação em nutrição visa, entre outros,
a atuação do nutricionista no SUS, seria coerente que estes estivessem realmente
inserido nele. A ausência deste profissional no PSF, não pode ser justificada por
falha técnica deste profissional, tampouco, por falhas na legislação que regulamenta
a profissão e descreve as atribuições dadas a ele (PÁDUA & BOOG, 2006).
Embora a composição mínima das Equipes de Saúde da Família venham
produzindo excelentes resultados, ela apresenta limites técnicos e físicos, diante da
necessidade de fazer uma saúde capaz de estender a prática clínica para fora da
unidade de saúde e prestar uma atenção integral à saúde da população em
consonância com os princípios norteadores do SUS (ASSIS et al, 2005). Assim a
inclusão do nutricionista na equipe mínima do PSF só viria a ajudar a promover a
saúde, no sentido de que a nutrição tem seu papel de manutenção da saúde através
da alimentação, o que ajudaria a manter o caráter preventivo do novo modelo de
assistência básica (FERREIRA & MAGALHÃES, 2007).
È importante ressaltar que, para que a assistência integral ocorra é oportuno
destacar que as ações de alimentação e nutrição em quaisquer formas de
intervenção devem ser consideradas uma estratégia indispensável (ASSIS et al,
2005). A eliminação da fome, da má nutrição e dos agravos relacionados ao excesso
de peso, é essencial para a melhoria da qualidade de vida das coletividades
(FERREIRA & MAGALHÃES, 2007).
37
A incorporação de valores e princípios oriundos da Ciência da Nutrição, sem
dúvida, propiciará benefícios à população, principalmente se tratando aos usuários
do Programa de Saúde da Família (VASCONCELOS, 2002), o que poderá contribuir
não só para diminuição de patologias ligadas a alimentação e nutrição, mas também
para apoiar os indivíduos na luta pelo seu direito constitucional à vida, à saúde e à
alimentação (PASQUIM, 2002).
38
5.0 CONSINDERAÇÕES FINAIS
O Programa Saúde da Família (PSF), apoiado pelo Ministério da Saúde (MS),
é hoje o resultado da busca e da valorização da família em nível de políticas sociais.
A revisão bibliográfica realizada com base nos diferentes autores citados possibilitou
a constatação, de que mudanças significativas vêm ocorrendo no modelo de
assistência à saúde no Brasil. Potencialmente, o PSF tem como estratégia a
mudança do modelo assistencial, no que se refere a uma abordagem às famílias,
trabalho em equipe e uma assistência humanizada, estratégia que possibilita a
integração e promove a organização das atividades em um território definido com o
propósito de enfrentar e resolver os problemas identificados. No processo de
transformação do modelo assistencial, o trabalho em equipe interdisciplinar e a
inclusão da família como foco de atenção básica, ultrapassando o cuidado
individualizado focado na doença, podem ser ressaltados como progressos da
atenção à saúde e como contribuição do PSF.
A partir da integração do nutricionista à equipe do Programa Saúde da
Família, estará conquistada a sua oportunidade de colocar à disposição da unidade
familiar, de forma integrada com outros profissionais, os saberes específicos da área
de alimentação e nutrição na direção de uma ação sobre os problemas que afetam a
saúde e a qualidade de vida da população brasileira. De uma maneira geral, pode-se
considerar que a não inclusão do profissional nutricionista na equipe mínima do PSF
impede a sociedade de desfrutar das atribuições dadas a este profissional e que
contribuem para a promoção da saúde da população. O nutricionista deve ter seu
papel reconhecido na sociedade e no setor da saúde em particular, não só pela sua
identidade profissional, como pela detenção do saber científico na área das ciências
da nutrição, mas também pela destreza de colocar este conhecimento em benefício
dos indivíduos e da coletividade, e assim contribuir com a melhoria da qualidade de
vida da população brasileira.
Conclui-se que é de fundamental importância a inserção do componente
nutrição no PSF, através da inserção do próprio profissional nutricionista com vistas
à promoção da saúde em todas as fases da vida, apresentação do conceito de
alimentação saudável, a questão da segurança alimentar, da cidadania e do direito
humano fundamental à alimentação.
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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