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O projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada:
Proposta de diretrizes para o seu desenvolvimento e implementação
Inês Martins Louraço Gonçalves da Silva
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Construção e Reabilitação
Orientadores: Prof. José Dinis Silvestre
Prof.ª Inês dos Santos Flores Barbosa Colen
Júri
Presidente: Prof. Pedro Manuel Gameiro Henriques Orientador: Prof. José Dinis Silvestre
Vogal: Prof. Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Novembro de 2014
i
Resumo Os revestimentos cerâmicos aderentes aplicados em fachadas têm uma grande tradição em Portugal,
sendo ainda utilizados ao longo do tempo nas edificações por essa razão e pelo seu bom
desempenho técnico e variadas possibilidades estéticas.
O presente trabalho inclui um levantamento comparativo da normalização em vigor, na Europa e fora
da Europa, aplicável ao projeto de revestimentos cerâmicos aderentes aplicados em fachadas, sendo
especificadas características de ladrilhos cerâmicos, colas e argamassas de juntas para ladrilhos, e
métodos de aplicação.
Foi realizado um questionário a profissionais envolvidos no projeto e aplicação destes revestimentos.
A análise deste questionário reflete a perceção destes profissionais sobre a prática do projeto de
revestimentos cerâmicos e a especificação dos respetivos materiais em Portugal.
Baseadas na análise dos questionários e da normalização, são propostas diretrizes a adotar no
projeto de revestimentos cerâmicos de fachadas, tendo em conta os respetivos suportes, o
posicionamento das juntas, e as condições ambientais e de manutenção, de modo a garantir o
adequado desempenho e durabilidade do sistema de revestimento ao longo da sua vida útil.
O êxito da implementação destas diretrizes depende de existir entre os intervenientes,
nomeadamente projetistas, arquitetos, engenheiros, donos da obra, empreiteiros, fornecedores,
aplicadores dos ladrilhos e dos materiais de preenchimento das juntas, uma partilha permanente de
informação sobre as boas práticas de projeto e de execução.
Palavras-chave: Projeto, revestimentos cerâmicos, fachada, colas para ladrilhos, argamassas de juntas, normalização.
iii
Abstract Adherent ceramic tiling applied in facades has a great tradition in Portugal, and has been used over
time in buildings for that reason and also because of its good technical performance and varied
aesthetical possibilities.
The main objective of this work is the study of current European and international standards applicable
to the design of adherent ceramic tiling applied in facades, and specifies characteristics of ceramic
tiles, adhesives and grouts for tiles, and their method of application.
A questionnaire was answered by professionals involved in the design and application of these
claddings. The analysis of this questionnaire reflects the perception of these professionals of the
practice of ceramic tiling design and the specification of the corresponding materials in Portugal.
Based on the analysis of the questionnaire and of the standards, a proposal of guidelines to be
followed in the design of ceramic tiling facades is presented, taking into account the corresponding
substrates, the movement joints, and the environmental and maintenance conditions, in order to
ensure a proper performance and durability of the cladding system throughout its service life.
The success of the implementation of these guidelines relies on a continuous exchange of information
on good design and execution practices between all the participants in the process, namely the
designers, architects, engineers, owners, contractors, suppliers, and tilers.
Keywords: Design, ceramic tiling, facade, adhesives for tiles, grouts for tiles, standards.
v
Agradecimentos Ao concluir este trabalho, quero manifestar o meu sincero agradecimento a todos os que, de alguma
forma, contribuíram para a sua realização.
Ao Professor Doutor José Dinis Silvestre, orientador desta dissertação, por me ter proporcionado a
oportunidade de realizar este estudo, pela colaboração, pelo tempo despendido e ensinamentos
prestados, fundamentais para o desenvolvimento do trabalho a que me propus.
À Professora Doutora Inês Flores-Colen, orientadora desta dissertação, pelo aconselhamento,
incentivo e pelas sugestões dadas, que tornaram possível a elaboração da mesma.
Ao Professor Doutor Jorge de Brito, pelos contributos dados na apresentação do seminário que me
incentivaram a prosseguir com o desenvolvimento do trabalho, bem como a todos os professores do
Mestrado de Construção e Reabilitação.
Ao contributo dos profissionais e investigadores que constam na Bibliografia e a todos os que
facultaram as suas opiniões no preenchimento do questionário enviado.
A todos os meus amigos e colegas que ao longo do curso do Mestrado de Construção e Reabilitação
me apoiaram incondicionalmente, nomeadamente Ana Coelho, Alexandra Guilhoto, Bruno Freire,
Cláudia Mota, Carmo Gonçalves, César Alho, Eugénio Nunes, João Torres, Luís Braz, Maria Roque,
Mariana Medeiros, Marco Pedroso, Nuno Real, Rita Calhorda, Rita Miranda entre outras inúmeras
pessoas que foram importantes a nível académico e pessoal.
À minha família, pelo apoio incondicional dado, ao longo do meu percurso académico.
vii
ÍNDICE GERAL
RESUMO i
ABSTRACT iii
AGRADECIMENTOS v
ÍNDICE vii
ÍNDICE DE FIGURAS ix
ÍNDICE DE QUADROS xiii
LISTA DE SIGLAS xv
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Considerações iniciais 1
1.2. Objetivos e metodologia 2
1.3. Organização da dissertação 3
2. EXIGÊNCIAS NORMATIVAS DO PROJECTO DE FACHADAS COM REVESTIMENTOS
CERÂMICOS ADERENTES 5
2.1. Considerações gerais 5
2.2. O Projeto de fachadas com revestimento cerâmico – Contexto nacional, europeu e
internacional 6
2.2.1.O modelo europeu - documento europeu CEN / TR 13548 6
2.2.2.O modelo alemão 16
2.2.3.O modelo francês 19
2.2.4.O modelo italiano 21
2.2.5.O modelo britânico 26
2.2.6. Documentação internacional 32
2.2.7.O modelo australiano 32
2.2.8.O modelo brasileiro 37
2.2.9.O modelo dos E.U.A. 41
2.3. Análise comparativa da regulamentação e normalização 45
2.4. Exigências funcionais dos revestimentos de fachada 55
2.4.1.Segurança 56
2.4.2.Utilização normal 58
2.4.3.Durabilidade 60
2.4.4.Economia 62
2.5. Considerações finais do capítulo 63
3. O PROJETO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS NA ÓTICA DOS INTERVENIENTES 65
3.1. Considerações iniciais 65
3.2. Análise de resultados dos questionários 65
3.2.1.Identificação do universo de análise - perfil dos inquiridos 65
3.2.2.Projeto de revestimento cerâmico de fachada 70
3.2.3.Especificação dos materiais 77
3.3. Considerações finais do capítulo 83
viii
4. O PROJECTO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ADERENTES DE FACHADA:
PROPOSTA DE DIRETRIZES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO 85
4.1. Considerações Iniciais 85
4.2. Vantagens do Projeto de Revestimentos de Fachada 85
4.3. Critérios para a seleção da técnica de colocação em fachadas 86
4.4. Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina 88
4.5. Critérios para a seleção da argamassa das juntas 90
4.6. Diretrizes para o projeto de revestimentos exteriores de fachada 91
4.6.1.Referências normativas 91
4.6.2.Especificações das condições do suporte 91
4.6.3.Especificações dos materiais 92
4.6.4.Método de aplicação 94
4.6.5.Condições climatéricas 96
4.6.6.Especificação do material de preenchimento das juntas entre ladrilhos 97
4.6.7.As juntas de movimento 97
4.6.8.Zonas singulares da fachada 103
4.7. Projeto de revestimentos cerâmicos 104
4.7.1.Considerações para a elaboração do projeto de revestimentos cerâmicos 104
4.7.2.Desenvolvimento do projeto 105
4.7.3.Análise preliminar 105
4.7.4.Fase de conceção 106
4.7.5.Definição dos documentos do anteprojeto ou projeto base 107
4.7.6.Definição dos documentos do projeto de execução 108
4.7.7.Redefinição do projeto de revestimento cerâmico de fachadas 114
4.7.8.Do projeto à execução 114
4.7.9.Cuidados e princípios necessários à manutenção de fachadas 115
4.8. Considerações finais do capítulo 116
5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 117
5.1. Conclusões finais 117
5.2. Desenvolvimentos futuros 120
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 121
ANEXOS
ANEXO A – Glossário A1
ANEXO B – Questionário sobre o projeto de revestimentos de fachada A7
ANEXO C – Resultados dos questionários - Amostra A - 257 inquiridos A13
ANEXO D – Resultados dos questionários - Amostra B - 107 inquiridos A23
ANEXO E – Projeto de juntas realizado no Brasil A33
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1. - Percentagem de ocorrência dos grupos de causas de anomalias em fachadas 2
Figura 2.1. - Fluxograma das variáveis no projeto e na execução de revestimentos cerâmicos. 8
Figura 2.2. - Corte Vertical – pormenor de parede com isolamento térmico pelo exterior, com fixação mecânica 17
Figura 2.3. - Corte Horizontal – pormenor de canto saliente de parede com isolamento térmico pelo exterior 17
Figura 2.4. - Coeficiente de absorção solar da fachada 20
Figura 2.5. - Parapeito 21
Figura 2.6. - Coroamento 21
Figura 2.7. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta estrutural 24
Figura 2.8. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta de fracionamento 24
Figura 2.9. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta de dilatação 24
Figura 2.10. - UNI 11493:2013 - Esquema de junta perimetral 24
Figura 2.11. - BS 5385-2:2006 - Detalhe do sistema construtivo de revestimento cerâmico aderente 27
Figura 2.12. - BS 5385-2:1991 Corte – Posicionamento da junta de movimento 29
Figura 2.13. - BS 5385-2:1991 Planta - Posicionamento da junta de movimento 29
Figura 2.14. - BS 5385-2:2006 - Posicionamento da junta de movimento 29
Figura 2.15. - BS 5385-2:2006 Junta do revestimento cerâmico alinhada com a junta estrutural 29
Figura 2.16. - BS 5385-2:2006 Junta do revestimento cerâmico alinhada com a junta estrutural (fixação direta) 29
Figura 2.17. - BS 5385-2:2006 Junta estrutural aberta 30
Figura 2.18. - BS 5385-2:2006 Junta não estrutural 30
Figura 2.19. - Fluxograma do processo da conceção da aplicação do revestimento cerâmico 34
Figura 2.20. - AS 3.958,2 – Junta vertical em parede 35
Figura 2.21. - AS 3.958,2 – Junta em parede 35
Figura 2.22. - NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação 41
Figura 2.23. - Pormenor W201-14 42
Figura 2.24. - Pormenor W202E-14 42
Figura 2.25. - Pormenor W244E-14 42
Figura 2.26. - Pormenor de Junta EJ171-14 44
Figura 2.27. - Pormenor de Junta EJ171C-14 44
Figura 2.28. - Pormenor de Junta EJ171D-14 44
Figura 2.29. - Pormenor de Junta EJ171E-14 44
Figura 2.30. - Pormenor de Junta EJ171H-14 44
Figura 2.31. - Movimentos possíveis em um edifício 57
Figura 3.1. - Atividade profissional (Amostra A) 66
Figura 3.2. - Atividade profissional (Amostra B) 66
x
Figura 3.3. - Número de anos de experiência na função ou atividade (Amostra A) 66
Figura 3.4. - Número de anos de experiência na função ou atividade (Amostra B) 66
Figura 3.5. - Número de obras projetadas e acompanhadas (Amostra A) 67
Figura 3.6. - Número de obras projetadas e acompanhadas (Amostra B) 67
Figura 3.7. - Membro de Ordem ou associação profissional (Amostra A) 67
Figura 3.8. - Membro de Ordem ou associação profissional (Amostra B) 67
Figura 3.9. - Ordem ou associação profissional a que pertence (Amostra A) 68
Figura 3.10. - Ordem ou associação profissional a que pertence (Amostra B) 68
Figura 3.11. - Escalão Etário (Amostra A) 68
Figura 3.12. - Escalão Etário (Amostra B) 68
Figura 3.13. - Sexo (Amostra A) 69
Figura 3.14. - Sexo (Amostra B) 69
Figura 3.15. - Distrito de residência (Amostra A) 69
Figura 3.16. - Distrito de residência (Amostra B) 69
Figura 3.17. - Nível de escolaridade (Amostra A) 70
Figura 3.18. - Nível de escolaridade (Amostra B) 70
Figura 3.19. - Conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas (Amostra A) 70
Figura 3.20. - Conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas (Amostra B) 70
Figura 3.21. - Se sim, onde? (Amostra A) 70
Figura 3.22. - Se sim, onde? (Amostra B) 70
Figura 3.23. - Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (Amostra A) 71
Figura 3.24. - Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (Amostra B) 71
Figura 3.25. - Pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal (Amostra A) 72
Figura 3.26. - Pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal (Amostra B) 72
Figura 3.27. - Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (Amostra A) 73
Figura 3.28. - Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (Amostra B) 73
Figura 3.29. - O projeto de revestimento de fachada (Amostra A) 74
Figura 3.30. - O projeto de revestimento de fachada (Amostra B) 74
Figura 3.31. - Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos (Amostra A) 75
Figura 3.32. - Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos (Amostra B) 75
Figura 3.33. - Importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos (Amostra A) 76
Figura 3.34. - Importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos (Amostra B) 76
xi
Figura 3.35. - Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico em fachada (Amostra A) 77
Figura 3.36. - Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico em fachada (Amostra B) 77
Figura 3.37. - Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Amostra A) 78
Figura 3.38. - Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Amostra B) 78
Figura 3.39. - Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de movimento
(Amostra A) 79
Figura 3.40. - Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de movimento
(Amostra B) 79
Figura 3.41. - Calcula a dimensão da abertura das juntas de revestimentos cerâmicos de fachada?
(Amostra A) 79
Figura 3.42. - Calcula a dimensão da abertura das juntas de revestimentos cerâmicos de fachadas? (Amostra B) 79
Figura 3.43. - Percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas (Amostra A) 80
Figura 3.44. - Percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas (Amostra B) 80
Figura 3.45. - Critérios na especificação do material de preenchimento das juntas (Amostra A) 81
Figura 3.46. - Critérios na especificação do material de preenchimento das juntas (Amostra B) 81
Figura 4.1. - Representação esquemática do método PML de pressão e movimento lateral do ladrilho 96
Figura 4.2. - Situação para o caso em que foi conferido um ligeiro movimento horizontal ao ladrilho 96
Figura 4.3. - Esquema de junta de fracionamento 97
Figura 4.4. - Esquema de junta periférica 97
Figura 4.5. - Esquema de junta estrutural 97
Figura 4.6. - Formato quadrado, configuração em diagonal com juntas na diagonal contínuas 98
Figura 4.7. - Formato quadrado, com juntas a prumo contínuas 98
Figura 4.8. - Esquema de junta em amarração 98
Figura 4.9. - Esquema de posicionamento das juntas de fracionamento verticais e horizontais 99
Figura 4.10. - Esquema de posicionamento das juntas de canto e horizontais 99
Figura 4.11. - Esquema em corte - Juntas de movimento 100
Figura 4.12. - Esquema em planta - Juntas de movimento 100
Figura 4.13. - Execução do corte da junta com auxílio de régua e frisador 102
Figura 4.14. - Limpeza da cavidade da junta com uma escova de cerdas macias 102
Figura 4.15. - Proteção das bordas dos ladrilhos cerâmicos na abertura da junta com fita adesiva 102
Figura 4.16. - Aplicação de primário no interior da abertura da junta 102
Figura 4.17. - Posicionamento do limitador de profundidade na abertura da junta 102
Figura 4.18. - Aplicação do mastique 102
xii
Figura 4.19. - O acabamento da junta com tubo de PVC 102
Figura 4.20. - Remoção da fita adesiva logo após o acabamento 102
Figura 4.21. - Fachada curva 104
Figura 4.22. - Raio de curvatura 104
Figura A.1. - Alçado com marcação das várias juntas de movimento A39
Figura A.2. - Planta com marcação das juntas verticais A40
Figura A.3. - Planta - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de painéis de revestimento A41
Figura A.4. - Alçado - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de áreas A41
Figura A.5. - Planta - Posicionamento de junta de trabalho – Laje em balanço A41
Figura A.6. - Fachada principal A42
Figura A.7. - Detalhe de varanda fachada principal – Juntas executadas A42
Figura A.8. - Execução de fachada – juntas de esquartelamento abertas durante a execução do emboço A42
Figura A.9. - Junta de esquartelamento horizontal posicionada no fundo da viga A42
Figura A.10. - Indicação das juntas verticais na fachada lateral direita A42
Figura A.11. - Junta intermédia/de fracionamento/esquartelamento A42
xiii
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1. - Organismos europeus e internacionais de normalização 5
Quadro 2.2. - Exigências funcionais da solução construtiva, segundo os documentos básicos do CTE 7
Quadro 2.3. - Classificação de ladrilhos cerâmicos 10
Quadro 2.4. - Características dos ladrilhos requeridas para paredes exteriores 11
Quadro 2.5. - Classes de colas para ladrilhos cerâmicos 12
Quadro 2.6. - Classes das argamassas para juntas entre ladrilhos cerâmicos 13
Quadro 2.7. - Características dos suportes segundo CEN /TR 13548 15
Quadro 2.8. - Norma francesa NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimiles — pierres naturelles 19
Quadro 2.9. - Limitação da aplicação de material de colagem em função da altura da fachada e da área de superfície 20
Quadro 2.10. - Classificação da robustez superficial do suporte para pavimentos e paredes. 23
Quadro 2.11. - Ladrilhos em parede: análise das solicitações e exigência para os diversos ambientes de destino 23
Quadro 2.12. - Requisitos da cola para ladrilhos – Ambiente de destino R4 25
Quadro 2.13. - Norma britânica BS5385-Wall and floor tiling 26
Quadro 2.14. - Níveis de desempenho para os sistemas de vedações verticais internas e externas 37
Quadro 2.15. - Critérios e níveis de desempenho para impacto de corpo duro na face externa de elementos estruturais 38
Quadro 2.16. - Massa de corpo percussor de impacto, altura e energia de impacto 38
Quadro 2.17. - Níveis de desempenho para estanqueidade à água de paredes de fachada 39
Quadro 2.18. - Campo de aplicação dos documentos sobre revestimentos cerâmicos 46
Quadro 2.19. - Quadro comparativo dos aspetos referidos na documentação europeia e internacional 46
Quadro 2.20. - Exigências de planeza do suporte em paredes exteriores referidas na normalização 47
Quadro 2.21. - Condições climatéricas referidos na normalização a nível internacional 47
Quadro 2.22. - Condições climatéricas referidos na normalização a nível europeu 47
Quadro 2.23. - Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível internacional 48
Quadro 2.24. - Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível europeu 48
Quadro 2.25. - Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível internacional 49
Quadro 2.26. – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível europeu 50
Quadro 2.27. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível europeu 50
Quadro 2.28. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível internacional 51
Quadro 2.29. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento a nível Europeu 52
Quadro 2.30. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento a nível internacional 52
Quadro 2.31. - Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos a nível internacional 53
xiv
Quadro 2.32. - Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos a nível Europeu 53
Quadro 2.33. - Pontos singulares referidos na normalização 54
Quadro 2.34. - Exigências funcionais dos revestimentos de paredes 55
Quadro 2.35. - Exigências funcionais dos revestimentos de paredes (continuação) 56
Quadro 2.36. - Regras de qualidade mais relevantes para os revestimentos cerâmicos aplicados em paramentos 56
Quadro 2.37. - Valores do coeficiente de absorção da radiação solar – αs em algumas superfícies, em função da cor 57
Quadro 2.38. - Valores do coeficiente de dilatação térmica linear - αI [ºC-1] de alguns materiais 58
Quadro 2.39. - Classificação estética 59
Quadro 2.40. - Diferentes tipos de mancha e correspondentes produtos de limpeza 62
Quadro 4.1. - Quadro resumo sobre a seleção da técnica de aplicação em revestimentos de fachada 86
Quadro 4.2. - Seleção da técnica de aplicação em revestimentos de fachada 87
Quadro 4.3. - Propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra 87
Quadro 4.4. - Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) 87
Quadro 4.5. - Critérios para a seleção do adesivo na aplicação em camada fina 88
Quadro 4.6. - Fornecedor A - Recomendações para a escolha do cimento-cola 89
Quadro 4.7. - Fornecedor B - Recomendações para a escolha do cimento-cola 89
Quadro 4.8. - Fornecedor C - Recomendações para a escolha do cimento-cola 89
Quadro 4.9. - Critérios para a seleção da argamassa das juntas com base na norma UNE-EN 13888 90
Quadro 4.10. - Recomendações dadas por fornecedores para a seleção da argamassa das juntas 90
Quadro 4.11. - Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) 90
Quadro 4.12. - Consumos de cimento-cola para a aplicação de elementos de superfície superior> 50 cm2
(dupla colagem) 95
Quadro 4.13. - Largura (L) máxima dos ladrilhos cerâmicos a colar, em função do raio de curvatura (R) do suporte 104
Quadro 4.14. - Informações que deverão estar presentes no projeto de execução de arquitetura 110
Quadro 4.15. - Documentos de projeto 111
Quadro 4.16. - Prescrições sobre os produtos para aplicar em fachada 111
xv
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AFNOR - Association Française de Normalisation
ANSI - American National Standards Institute
APICER - Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica
APFAC – Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas e ETICS
AS - Australian Standards
ASCER - Asociación Española de Fabricantes de Azulejos y Pavimentos Cerámicos
ASTM - American Society for Testing and Materials
BS - British Standards Institution
CEN - Comité Européen de Normalization
CTE - Código Técnico de la Edificación
DIN - Deutsches Institut für Normung
DTU - Document Technique Unifié
ISO – International Organization for Standardization
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
NBR - Norma Brasileira
NP – Norma Portuguesa
NP EN – Norma europeia traduzida para português e adotada em Portugal
NF - Norma Francesa
RECS - Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços
REH - Regulamento do Desempenho Energético Dos Edifícios De Habitação
RGEU - Regulamento Geral das Edificações Urbanas
RPC - Regulamento Produtos da Construção
RSA - Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes
SCE - Sistema de Certificação Energética dos Edifícios
TCNA - Tile Council of North America
UNE - Norma Espanhola
UNI - Norma Italiana
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais
A fachada de um edifício, como envolvente a um espaço público, é sempre um elemento único do
projeto arquitetónico, a que é dedicada grande atenção. Nos requisitos funcionais de qualquer
paramento exterior, há que conciliar tanto as considerações de ordem estética, técnica, como valores
simbólicos, culturais e de identidade cultural da comunidade no ambiente rural ou urbano onde é
inserido [1].
Atualmente existem duas tecnologias de aplicação do sistema de fachada em cerâmica: a fixação
mecânica e o sistema aderente [2 e 3]. Este trabalho é dedicado exclusivamente a fachadas com
revestimento cerâmico aderente aplicado sobre alvenaria de tijolo.
Os revestimentos cerâmicos aderentes são constituídos pelos ladrilhos cerâmicos, pelo material de
assentamento e pelo material de preenchimento das juntas entre ladrilhos. Todos os componentes
são igualmente importantes e intimamente relacionados entre si. Assim, o projeto de revestimento de
fachadas, a instalação e manutenção devem levar em consideração o desempenho de cada
componente, bem como o meio ambiente onde este revestimento é aplicado, e as condições que
prevalecem durante todo o processo de instalação [3 e 4].
O planeamento e seleção dos materiais, a qualidade da aplicação do revestimento cerâmico e a sua
manutenção ao longo da sua vida útil têm uma forte influência na qualidade e durabilidade dos
revestimentos cerâmicos. Na fase de conceção, os projetistas encontram grande diversidade de
soluções no mercado, seja na seleção do revestimento cerâmico ou do adesivo. Porém, verifica-se
que os prazos para a realização dos projetos são, em muitos casos, curtos, o que dificulta o processo
de tomada de decisão. [5]. Posteriormente, na execução da obra, os prazos de construção também
curtos podem levar à prematura colocação do revestimento cerâmico com posteriores riscos de
ocorrência de anomalias na construção. Por outro lado, os aplicadores, habituados a métodos
tradicionais, também devem adaptar-se a novos produtos e procedimentos que sejam mais
adequados [5].
Em Portugal, ainda não é prática corrente a execução de um projeto de revestimento de fachadas, da
responsabilidade do autor do projeto de arquitetura [6]. As fachadas representadas no projeto de
arquitetura e visualizadas em desenhos e maquetes virtuais preocupam-se na sua maioria apenas
com o aspeto estético e não técnico. Por outro lado, constata-se que no Brasil existem empresas que
se dedicam ao projeto de revestimentos de fachada. Segundo Paulo Silva [7] e Luiz Branco [8], o
projeto de revestimento de fachadas constitui uma ferramenta cada vez mais utilizada pelas grandes
empresas de construção. Luiz Branco [8], que foi solicitado a intervir em obras de recuperação de
revestimentos de fachada, refere como principal causa das anomalias de fachada os erros de projeto,
num significativo número de vezes.
2
José Dinis Silvestre [9], revela dados mais concretos sobre as causas de ocorrência das anomalias
em fachada. Na Figura 1.1., verifica-se que o valor mais significativo corresponde aos erros de projeto
- 37%, a par das ações ambientais - 37%, com menor percentagem os erros de execução - 11%, as
ações de origem mecânica exterior - 9%, as falhas de manutenção - 5% e a alteração das condições
iniciais - 1%.
Figura 1.1. - Percentagem de ocorrência dos grupos de causas de anomalias em fachadas [9]
Para realizar o “projeto de revestimentos de fachadas”, é necessário efetuar um estudo minucioso de
compatibilização do projeto de arquitetura com as outras especialidades, como por exemplo a
estabilidade, de modo a que seja possível alterar pequenos detalhes nestes projetos evitando
fragilizar a fachada. Também é fundamental analisar os materiais envolvidos (materiais de
acabamento cerâmicos, argamassas de chapisco e emboço), fazer a localização correta das juntas
nas fachadas, dar formação in loco aos envolvidos com a execução e ainda fazer o acompanhamento
da obra através de visitas técnicas [7].
Este trabalho concentra-se na sistematização de exigências e especificações no projeto e instalação
do revestimento cerâmico com o objetivo de estabelecer diretrizes que ajudem a melhorar a qualidade
do “projeto de revestimentos de fachadas” de edifícios, e as fases de execução e preparação de obra.
Essa sistematização será baseada na regulamentação e normalização portuguesa, europeia e
internacional e ainda em inquérito por questionário a profissionais envolvidos da área da construção
civil.
1.2. Objetivos e metodologia
Esta investigação tem como objetivo contribuir para uma maior pormenorização e especificação ao
nível do projeto de arquitetura, numa perspetiva pré-normativa, de tal forma que o “projeto de
revestimentos de fachadas” possa ser desenvolvido na fase de conceção, antes de se dar início à
fase de obra, e possa ainda ser compatibilizado com as outras especialidades nas fases de projeto de
execução e preparação de obra;
3
Assumem-se, como objetivos centrais:
• Contribuir para aumentar a qualidade do projeto e da execução dos revestimentos cerâmicos
aderentes de fachadas em alvenaria de tijolo;
• Fazer um balanço da prática atual em Portugal através das opiniões e sugestões registadas em
inquéritos por questionário a profissionais que tenham participação direta no processo de decisão da
tipologia de revestimentos de fachada a aplicar;
• Propor diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, incluindo a especificação e
a aplicação destes revestimentos.
A metodologia de investigação adotada para a elaboração do presente trabalho envolveu uma
pesquisa das normas em vigor, mais utilizadas e integradas no acervo normativo europeu e
internacional, relativas ao projeto de revestimentos cerâmicos aderentes, e respetivos materiais e
técnicas de aplicação. A metodologia proposta consistiu na pesquisa bibliográfica, procurando
considerações referentes aos conceitos pertinentes ao tema, sendo que o material consultado
abrange literatura técnica, documentos académicos e manuais dos fabricantes.
O trabalho também procura apresentar uma visão abrangente da experiência do projeto de fachadas
no território português vivenciadas no dia-a-dia por profissionais envolvidos de forma direta no
processo de decisão da tipologia de revestimentos de fachadas e no seu processo de projeto e
construção, tais como arquitetos; engenheiros civis; trabalhadores por conta própria ou de outrem;
desenhadores ou preparadores de obra; fornecedores de revestimentos cerâmicos/ material de
colagem/ argamassas; medidores orçamentistas; profissionais em empresas de construção civil e de
fiscalização. Para tal, foram realizados inquéritos por questionário de modo a que o universo de
respostas abrangido possa ser representativo das opiniões destes profissionais.
Neste trabalho, são ainda propostas diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes
de fachada com base na documentação acima referida e nas opiniões dos questionários.
1.3. Organização da dissertação
O presente trabalho encontra-se subdividido em cinco capítulos.
No presente capítulo (Capítulo 1 – Introdução), faz-se uma breve introdução ao tema, descrevendo-se
a organização, estrutura e metodologia da dissertação, assim como os principais objetivos a atingir
com a presente dissertação.
No segundo capítulo (Capítulo 2 – Exigências normativas do projeto de fachadas com revestimentos
cerâmicos aderentes), faz-se um balanço a nível nacional, europeu e internacional da prática do
projeto de execução de revestimentos de fachada assim como a situação existente do revestimento
de fachadas de edifícios como especialidade do projeto. É feita uma análise comparada da
regulamentação e documentação normativa aplicável. No final deste capítulo, faz-se uma identificação
e sistematização das exigências funcionais e especificações aplicáveis ao projeto de fachadas. O
glossário com a terminologia técnica mais relevante é apresentado no Anexo A.
4
No terceiro capítulo (Capítulo 3 – O projeto de revestimentos cerâmicos de fachada na ótica dos
intervenientes), faz-se uma análise dos resultados obtidos nos inquéritos por questionário aos
profissionais na área da construção civil que tenham participação direta no processo de decisão da
tipologia e aplicação de revestimentos de fachadas. O questionário sobre o projeto de revestimentos
de fachada inclui-se no Anexo B. Os resultados dos questionários da amostra A e B são apresentados
nos Anexos C e D, respetivamente.
No quarto capítulo (Capítulo 4 – O projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada:
proposta de diretrizes para o seu desenvolvimentos e implementação), é realizada uma descrição
exaustiva das características e critérios da escolha do método de aplicação, seleção de materiais de
colagem e materiais de preenchimento das juntas, de acordo com a normalização em vigor integrada
no acervo normativo nacional europeu e internacional sobre revestimentos cerâmicos.
Neste capítulo, são ainda apresentadas as diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos
aderentes de fachada, com base nas informações sintetizadas das normas abordadas no capítulo 2, e
nas opiniões recolhidas dos profissionais sobre o projeto de fachadas do capítulo 3. São referidas as
boas práticas do projeto destes revestimentos incidindo nas especificações das disposições
construtivas, dos materiais constituintes do sistema de revestimento cerâmico colado (ladrilhos
cerâmicos, colas e argamassas para juntas), descrevendo-se a tecnologia de aplicação deste tipo de
sistema. No final deste capítulo, são apresentados os procedimentos e considerações a ter desde a
conceção, passando pelo projeto base até à elaboração do projeto de revestimentos de fachada,
assim como os cuidados e princípios necessários à manutenção destes revestimentos de fachada. No
anexo E, inclui-se um exemplo de um caso prático de projeto de juntas realizado no Brasil com
apresentação de peças desenhadas e fotografias.
Por fim, no quinto capítulo (Capítulo 5 – Conclusões finais e desenvolvimentos futuros), apresenta-se
as considerações finais da dissertação resultantes deste estudo e os trabalhos futuros a desenvolver
nesta mesma área.
5
2. EXIGÊNCIAS NORMATIVAS DO PROJETO DE FACHADAS COM REVESTIMENTOS
CERÂMICOS ADERENTES
2.1. Considerações gerais
Neste capítulo, são abordadas as exigências normativas do projeto de fachadas com revestimentos
aderentes segundo as recomendações dos organismos europeus e internacionais de normalização
assinalados no Quadro 2.1.
Quadro 2.1 - Organismos europeus e internacionais de normalização
Localização dos organismos
País Denominação
Fora da Europa
Austrália Australian Standards (AS) Brasil Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
Estados Unidos da América
Tile Council of North America, Inc. (TCNA)
Europeus
Europa Comité Européen de Normalization (CEN) Alemanha Deutsches Institut für Normung (DIN)
França Association Française de Normalisation (AFNOR) Itália Ente italiano di normazione (UNI)
Reino Unido British Standards Institution (BSI)
De acordo com a norma NP EN 45020:2009 – Normalização e atividades correlacionadas.
Vocabulário geral, normalização é definida como a ‘‘atividade destinada a estabelecer, face a
problemas reais ou potenciais, disposições para a utilização comum e repetida, tendo em vista a
obtenção do grau ótimo de ordem, num determinado contexto. A normalização proporciona
importantes benefícios, nomeadamente através da melhoria da adequação dos produtos, processos e
serviços aos fins para que foram concebidos, eliminando obstáculos ao comércio e facilitando a
cooperação tecnológica’’ [10].
No Glossário de Pedro Brandão [11], as normas técnicas são definidas como “especificações
aprovadas por uma autoridade competente relativas às construções ou aos produtos, técnicas ou
processos construtivos destinadas a garantir a qualidade, a prevenir acidentes, a rentabilizar o uso ou
a garantir o interesse do utilizador, a sua segurança ou conforto, cuja observância pode não ser
legalmente obrigatória”.
As normas são documentos que estabelecem as especificações e procedimentos destinados a
garantir que os produtos, serviços e sistemas são seguros, confiáveis e consistentemente
desempenhados. Estabelecem uma linguagem comum, que define critérios de qualidade e segurança.
As normas são documentos de orientação que podem ser consultados na forma de normas nacionais,
normas internacionais e europeias; códigos; especificações; manuais; e diretrizes. Estes documentos
são práticos e não definem metas impossíveis, pois são baseados na experiência científica, da
indústria, e do consumidor e são constantemente atualizados para garantir o acompanhamento das
novas tecnologias [W1].
Na secção 2.4., apresenta-se uma análise comparada da normalização europeia e internacional
aplicável ao projeto de fachadas com revestimentos aderentes.
O glossário com a terminologia técnica relacionada com o projeto de fachadas com revestimentos
cerâmicos aderentes encontrada ao longo da dissertação faz parte do Anexo A.
6
2.2. O Projeto de fachadas com revestimento cerâmico - Contexto nacional, europeu e
internacional
Na maioria dos países ou áreas geográficas que compartilham normas, existem normas e
documentos técnicos sobre os materiais rígidos modulares, que são elaborados por Comités Técnicos
com presença decisiva das associações empresariais de fabricantes desses materiais. As normas
incidem normalmente sobre o método de aplicação desses materiais e, em alguns países, foram feitos
progressos significativos na publicação de documentos que incorporam simultaneamente as
características dos ladrilhos e dos suportes para especificar a técnica de aplicação. [1]
A nível europeu, refere-se os seguintes modelos mais relevantes de normalização aplicável ao projeto
de fachadas com revestimentos aderentes, os quais são apresentados nas seções indicadas desta
Dissertação:
• 2.2.1 - O modelo europeu – documento europeu CEN / TR 13548 [12];
• 2.2.2 - O modelo alemão [13];
• 2.2.3 - O modelo francês [14];
• 2.2.4 - O modelo italiano [15];
• 2.2.5 - O modelo britânico [16].
A nível internacional, refere-se os seguintes modelos mais relevantes:
• 2.2.7 - O modelo australiano [17 e 18];
• 2.2.8 - O modelo brasileiro [19 e 20];
• 2.2.9 - O modelo dos E.U.A. [21].
Cada um dos modelos apresentados, exclusivamente relacionados com a aplicação de ladrilho
cerâmico, propõe critérios importantes para o projeto e especificação destes revestimentos cerâmicos
e serve de base à definição da proposta de diretrizes para o projeto de fachadas apresentada no
capítulo 4.
2.2.1 O modelo europeu - documento europeu CEN / TR 13548 [12]
Nos países membros do CEN, existe uma situação muito irregular a respeito da publicação de
documentos e normas para o projeto e aplicação de revestimentos rígidos modulares. Nos países da
Europa Central (Alemanha, Áustria e Suíça), área da França e Benelux, Reino Unido, além de Itália,
existem normas e uma ampla documentação técnica, experimentada e difundida sobre a aplicação
dos revestimentos cerâmicos por aderência. Em Portugal e Espanha, embora existam manuais e
bibliografia relacionada com a temática dos revestimentos cerâmicos, não existem normas
exclusivamente dedicadas ao projeto e à aplicação dos revestimentos cerâmicos por aderência.
Em Portugal, o RGEU - Regulamento Geral das Edificações Urbanas [22] é um diploma de 1951 que
tem sofrido sucessivas alterações e se encontra em fase de revisão. O RGEU contém um conjunto de
regras e recomendações para a construção de edifícios. Mas não aborda matérias como durabilidade
e manutenção, qualidade da edificação, segurança da intrusão, não estando em conformidade com as
normas regulamentares específicas que existem atualmente para as edificações, e estando
desatualizado, também, nas questões tecnológicas.
Em Portugal, as "Instruções para a elaboração de projetos de obras" são dadas pela Portaria n.º 701-
H/2008, de 29 de Julho [23]. Este documento aprova o conteúdo obrigatório do programa e do projeto
de execução, bem como os procedimentos e normas a adotar na elaboração e faseamento de
7
projetos de obras públicas Esta portaria também faz a classificação de obras por categorias e
enumera as informações que devem constar nos documentos elaborados em cada fase de projeto.
Em Portugal, existe especificação e documentação técnica do LNEC [24, 25, 26 e 27] e da APICER
[2] que aborda a temática do revestimento cerâmico, com maior incidência na fase de aplicação do
revestimento cerâmico e nas anomalias que daí podem advir. Este último documento, O “Manual de
Aplicação de Revestimentos Cerâmicos” [2], constitui um documento relevante na divulgação das
boas práticas dos revestimentos cerâmicos. Dirige-se a todos os que, se relacionam profissionalmente
com o sector de atividade da indústria de construção civil, nomeadamente projeto de engenharia e
arquitetura e acompanhamento de obra. Neste manual também é referido o desejo de criar
instrumentos que possam estabelecer uma ligação entre as exigências e o desempenho de uma
determinada solução construtiva. Estes instrumentos seriam manuais, que conduziriam à elaboração
de cadernos de encargo exigênciais e não prescritivos.
Em Espanha, também existe um guia “La guía de la Baldosa Cerámica” [5] que é um documento
reconhecido (DRB 01/11) que pretende ser um livro de referência para a classificação, seleção do
material aderente e material aplicado nas juntas, nas especificações dos projetos, no controle da obra
e no uso e manutenção deste tipo de materiais cerâmicos.
Em Espanha, desde 2006, o “CTE - Código Técnico de la Edificación” [28] é o código em vigor no
país. É o principal conjunto de normas que regem a construção de edifícios e nele estabelecem-se os
requisitos básicos de segurança e habitabilidade dos edifícios, definidos pela “Lei de Planejamento da
Construção” (LOE). As suas exigências intervêm na conceção, projeto, construção, manutenção e
conservação e é uma regulação baseada no desempenho. No Quadro 2.2., são apresentadas as
exigências funcionais da solução construtiva segundo os documentos básicos do CTE.
Quadro 2.2. - Exigências funcionais da solução construtiva, segundo os documentos básicos do CTE [28]
Exigências funcionais do Código Técnico da Edificação (CTE) DB HE [Economia do consumo energético] HE 1 - Limitação do consumo energético / conforto térmico [partes 1-20]; consumo energético: Transmitância térmica da envolvente; condensação superficial em paredes e divisórias; definição da envolvente térmica do edifício HE 4 - Contribuição mínima solar das águas quentes; contribuição do revestimento cerâmico para a captação de energia solar HE 5 - Contribuição mínima fotovoltaica solar; contribuição do revestimento cerâmico para a captação de energia solar DB HR [Proteção contra o ruído] Isolamento acústico; isolamento ao ruído aéreo e a sons de percussão; valores limites de tempo de reverberação; ruído e vibrações das instalações DB HS [Salubridade] HS 1 - Proteção contra a humidade HS 3 - Qualidade do ar interior DB SI [Segurança em caso de incêndio]SI1 - Propagação interior; reação ao fogo dos elementos construtivos S12 - Propagação exterior SI 2.1. - Fachadas SI 2.2. - Coberturas DB SU [Segurança na utilização] [piscinas] SU 1 - Segurança contra o risco de quedas; resistência ao escorregamento; descontinuidades no pavimento; as escadas e rampas SU 6 - Segurança contra o risco de afogamento
8
Desde a aprovação da “Ley de Ordenación de la Edificación” de 1999 e, especialmente, o “Código
Técnico de la Edificación” [28] de 2006, o revestimento cerâmico, na maioria das situações, deve
cumprir:
• exigências básicas solicitadas pelos diferentes Documentos Básicos do CTE [28] . Neste contexto o
revestimento cerâmico deverá contemplar:
• as exigências funcionais: isolamento, impermeabilização e segurança em caso de incêndio, entre
outras.
• as condições climatéricas e o potencial risco de agressão ambiental no momento da aplicação, o
endurecimento dos materiais, mas também ao longo da vida útil do revestimento;
• considerações sobre localização, uso e as diferentes agressões externas e ambientais.
Na Figura 2.1. apresenta-se as variáveis a considerar no projeto e na execução de revestimentos
cerâmicos [28]
Figura 2.1. - Fluxograma das variáveis a considerar no projeto e na execução de revestimentos cerâmicos
(adaptado a partir de [28])
9
Os ladrilhos cerâmicos podem ser selecionados com base nas exigências funcionais e as condições
climatéricas, mas primeiro tem de se conhecer os suportes e as superfícies sobre os quais o ladrilho
vai ser aplicado, as camadas intermédias que respondem às exigências funcionais ou preparam a
superfície para a aplicação dos ladrilhos, antes de definir os materiais e o método de aplicação por
aderência.
O diagnóstico e a caracterização dos suportes são essenciais para garantir a qualidade e durabilidade
do revestimento cerâmico. Por isso, deve-se contemplar na conceção técnica do revestimento
cerâmico:
• a seleção dos ladrilhos cerâmicos, dependendo dos requisitos de aplicação do revestimento, bem
como os aspetos formais que o projeto exige;
• os suportes de aplicação, tanto para satisfazer as exigências funcionais como para preparar a
superfície para a colagem dos ladrilhos;
• os materiais de colagem e de preenchimento das juntas e os métodos de aplicação, incluindo as
particularidades da execução como o controlo das superfícies aplicadas por aderência; as tarefas de
execução; a preparação e aplicação dos materiais; as condições ambientais na preparação, execução
e endurecimento dos materiais;
• o controlo da execução;
• as condições de aceitação do revestimento;
• a manutenção e os parâmetros do ciclo de vida dos materiais utilizados no sistema de revestimento
e, se necessário, a garantia prevista.
A nível europeu, a Comissão responsável por revestimentos cerâmicos dentro do CEN (Comité
Europeu de Normalização), o Comité Técnico - CEN TC 67, produziu um Relatório Técnico unificado
sobre a conceção e instalação de revestimentos cerâmicos. No ponto 2.2.1.4. Documento técnico
CEN/TR 13548:2004 - General rules for the design and installation of ceramic tiling, vão ser referidas
as diretrizes gerais a serem adotadas na implementação de revestimentos cerâmicos e os requisitos
mínimos de qualidade que o revestimento tem de cumprir. O objetivo deste documento é fornecer a
todos os países abrangidos pelo CEN uma referência comum no revestimento cerâmico, sobre a qual
as normas nacionais devem ser harmonizadas.
Na Alemanha, existe uma vasta normalização aplicável aos revestimentos cerâmicos : DIN 18515-1
Design and installation of tile or stone cladding; DIN 18156-3 Materials for ceramic linings by thin
mortar bed technique; dispersion adhesives; DIN 18157-1 Execution of ceramic linings by thin mortar
bed technique; hydraulic mortar; DIN 18550 Platering/renderins and plastering/rendering systems-
execution. No ponto 2.2.2., vão ser indicadas as recomendações da norma DIN 18515-1 sobre o
projeto e aplicação de ladrilhos cerâmicos em fachadas.
Em França foi introduzida em 2009 uma norma técnica NF DTU 52.2 sobre a aplicação que é
composta por cinco partes, sendo as respetivas recomendações referidas no ponto 2.2.3.
Em Itália, foi recentemente (Junho de 2013) introduzida a norma técnica UNI 11493:2013 relativa à
colocação de revestimentos cerâmicos que especifica determinadas disposições já contidas na CEN
TR 13548. A norma aplica-se aos ladrilhos de cerâmica aplicados no pavimento e parede interior e
10
exterior, instalados principalmente com adesivos, mas também com argamassa de cimento. No ponto
2.2.4., vão ser referidos as orientações aplicáveis a paredes exteriores.
No ponto 2.2.5., vão ser referidas as orientações da norma britânica BS 5385, na parte 2, de 2006 que
constitui o código da prática para o projeto e instalação de revestimentos cerâmicos e mosaico
(incluindo terracota e azulejo).
2.2.1.1 Revestimentos cerâmicos - Norma NP EN 14411
A norma Europeia harmonizada aplicável aos pavimentos e revestimentos cerâmicos é a NP EN
14411:2008 – Pavimentos e revestimentos cerâmicos. Definições, classificações, características e
marcação [30]. Esta norma define e especifica os requisitos e critérios de marcação CE de ladrilhos
cerâmicos da melhor qualidade comercial (primeira qualidade), sendo que, quando estes se revelam
estar em conformidade com a norma, garantem a capacidade de desempenhar a sua função segundo
os níveis de desempenho declarados. Esta norma não abrange ladrilhos fabricados por outros
processos que não sejam os normais processos de extrusão ou prensagem a seco, nem acessórios
decorativos ou mosaicos (isto é, qualquer peça que caiba numa área de 7×7 cm). As características
especificadas nesta norma são avaliadas segundo os métodos de ensaio normalizados descritos na
série de normas NP EN ISO 10545 [31], dividida em partes, cada uma descrevendo um método de
ensaio específico.
No Quadro 2.3., estão enunciados todos os grupos e respetivas classificações dos ladrilhos cerâmicos
em função da absorção de água e do seu processo de fabrico. Os grupos não prevêem as aplicações
a que os produtos se destinam.
Quadro 2.3. – Classificação de ladrilhos cerâmicos [30] a
Processo de fabrico
Grupo I E ≤ 3%
Grupo IIa3% < E ≤ 6%
Grupo IIb6% < E ≤ 10%
Grupo III E > 10%
Método A Extrudidos
Grupo AIa E ≤ 0,5%
Grupo AIIa-1a
Grupo AIIb-1
a Grupo AIII
Grupo AIb 0,5% < E ≤ 3%
Grupo AIIa-2a Grupo AIIb-2
a
Método B
Prensados a seco
Grupo BIa E ≤ 0,5% Grupo BIIa Grupo BIIb
Grupo BIIIb
Grupo BIb 0,5% < E ≤ 3%
a Os Grupos AIIa e AIIb são divididos em duas partes (Partes 1 e 2) com diferentes especificações de produto. b O Grupo BIII abrange apenas ladrilhos vidrados. Existe uma pequena produção de ladrilhos prensados a seco
não vidrados com uma absorção de água superior a 10% que não está incluída neste grupo de produtos.
De acordo com a norma NP EN 14411 [30], os ladrilhos cerâmicos dividem-se em diferentes grupos
segundo o seu processo de fabrico, extrudidos (Método A) ou prensados a seco (Método B), e o seu
valor de absorção de água (Quadro 2.3). Através do Método A, são fabricados ladrilhos extrudidos, ou
seja, ladrilhos conformados no estado plástico por uma extrusora, sendo a coluna obtida cortada em
peças de dimensões predeterminadas. Pelo Método B, são fabricados ladrilhos prensados a seco:
ladrilhos conformados a partir de uma mistura finamente moída, conformada por prensagem e moldes
[30]. O Grupo I representa os ladrilhos com baixa absorção de água, E ≤ 3 %; o Grupo II representa
os ladrilhos com média absorção de água, 3 % < E ≤ 10 %; e o Grupo III, ladrilhos com alta absorção
de água, E > 10 %. Estes grupos são subdivididos em dois tipos de ladrilhos, ladrilhos extrudidos e
ladrilhos prensados a seco. Quanto mais baixa for a absorção de água, melhores serão as
11
características de resistência ao desgaste e resistência mecânica dos ladrilhos cerâmicos. No Quadro
2.4., são indicadas as características dos ladrilhos requeridas para paredes exteriores e o respetivo
ensaio.
Quadro 2.4. – Características dos ladrilhos requeridas para paredes exteriores [31]
Características dos ladrilhos Ensaio Dimensões e qualidade da superfície Referência
Comprimento e largura EN ISO 10545-2 Espessura EN ISO 10545-2 Retilinearidade dos lados EN ISO 10545-2 Perpendicularidade EN ISO 10545-2 Planearidade da superfície (curvatura e empeno) EN ISO 10545-2 Qualidade da superfície EN ISO 10545-2 Propriedades físicas Referência Absorção de água EN ISO 10545-3 Resistência à flexão EN ISO 10545-4 Módulo de rutura EN ISO 10545-4 Dilatação linear de origem térmica a EN ISO 10545-8 Resistência ao choque térmico a EN ISO 10545-9 Resistência ao fendilhamento – ladrilhos vidrados EN ISO 10545-11 Resistência ao gelo b EN ISO 10545-12 Dilatação com a humidade a EN ISO 10545-10 Pequenas diferenças de cor a EN ISO 10545-16
Propriedades químicas Referência Resistências às manchas - Ladrilhos vidrados - Ladrilhos não vidrados a
EN ISO 10545-14
Resistência a baixas concentrações de ácidos e de bases EN ISO 10545-13 Resistência a altas concentrações de ácidos e de bases EN ISO 10545-13 Resistência aos detergentes domésticos de limpeza e aos sais para água de piscinas
EN ISO 10545-13
Libertação de chumbo e de cádmio – ladrilhos vidrados a EN ISO 10545-15
a Método de ensaio disponível, mas sem valores especificados na norma. b Para produtos a aplicar em situações em que possam ocorrer condições de gelo.
2.2.1.2 Colas para ladrilhos cerâmicos - NP EN 12004:2008 [32]
A norma Europeia harmonizada aplicável a colas utilizadas em ladrilhos cerâmicos é a NP EN
12004:2008 – Colas para ladrilhos: Requisitos, avaliação da conformidade, classificação e designação
[32]. Esta norma aplica-se a colas para aplicações interiores e exteriores de ladrilhos cerâmicos em
pavimentos, paredes e tetos, definindo e especificando métodos de aplicação, ensaios, requisitos
funcionais e critérios de marcação, sendo que, quando estes se revelam estar em conformidade com
a norma, garantem a capacidade de desempenhar a sua função segundo os níveis de desempenho
declarados. A classificação apresentada na norma NP EN 12004 [32] distingue três tipos de colas,
para ladrilhos cerâmicos, em função da sua composição química: cimentos-cola (C), colas em
dispersão aquosa (D) e colas de resina de reação (R). Cada tipo está subdividido em diferentes
classes de acordo com as suas características fundamentais, isto é, propriedades específicas que
uma cola tem obrigatoriamente de apresentar, e características opcionais (propriedades importantes
requeridas apenas para utilizações e aplicações específicas, em que são necessários níveis de
desempenho acrescidos). As características fundamentais estão divididas em Classes 1 e 2. As
características opcionais dividem-se em cinco classes F, T, E, S1 e S2 (Quadro 2.5).
12
Quadro 2.5 – Classes de colas para ladrilhos cerâmicos [32]
Características fundamentais1 – Cola normal 2 – Cola melhorada (cumpre requisitos para características adicionais)
Características opcionaisE – Cola com tempo de abertura alargado F – Cola de presa rápida T – Cola com deslizamento vertical reduzido (resistência ao deslizamento vertical) S1 – Cola deformável S2 – Cola altamente deformável
A designação das colas é feita com o símbolo do tipo (C, D ou R) seguido da abreviatura da classe ou
classes a que pertence a cola. As classes fundamentais 1 e 2 podem ser combinadas com todas as
outras classes. Por exemplo, a Classe C2FT designa uma cola do tipo cimento-cola melhorada com
presa rápida e com elevada resistência ao deslizamento vertical.
Esta norma define os diferentes tipos de produtos e suas classes de desempenho, bem como várias
opções adicionais:
A seguir, são indicados alguns exemplos de combinações:
C1 = Cimento-cola normal; para especificações de aderência (tensão de aderência inicial à tração)
≥ 0,5 N/mm2;
C2 = Cimento-cola melhorado; para especificações de aderência (tensão de aderência inicial à
tração) ≥ 1 N/mm2;
C2 F = Cola de presa rápida;
C2 T = Cola com deslizamento vertical reduzido (resistência ao deslizamento vertical);
C2 E = Cola com tempo de abertura 30 minutos alargado;
C2 S1 = Cola deformável; deformabilidade ≥ 2,5 mm e < 5 mm;
C2 S2 = Cimento-cola melhorado: cola altamente deformável; deformabilidade ≥ 5 mm.
O cimento-cola C2 S1/S2 é um produto que tem tanto propriedades de adesão, como uma elevada
capacidade de se deformar por uma tensão entre a cerâmica e a superfície de colagem (sem perda de
aderência). Como estes produtos são ricos em resina (são normalmente cimentos cola de ligantes
mistos: cimento e resina), apresentam alto desempenho na aplicação de cargas pesadas, tais como
quando aplicados em fachadas, pisos aquecidos ou varandas / terraços, mas também no
assentamento de ladrilhos de grandes formatos.
2.2.1.3 Material de preenchimento das juntas - Norma EN 13888 [33]
A classificação e as especificações técnicas dos materiais de preenchimento das juntas são dadas
pela Norma EN 13888 “Grouts for tiles - Definitions and specifications” [33]. A classificação
apresentada na norma EN 13888 [33] distingue dois tipos de argamassas de juntas para ladrilhos
cerâmicos, em função da sua composição química: argamassa de cimento (GC) e argamassa de
resina de reação (RG).
argamassa de cimento (CG): misturas de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos inorgânicos,
que são misturados com água ou com aditivos líquidos, imediatamente antes da utilização;
argamassas de resinas de reação (RG): misturas de resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos
orgânicos, em que o endurecimento ocorre por meio de uma reação química.
13
As argamassas de cimento para juntas estão subdivididas em diferentes classes de acordo com as
suas características fundamentais, isto é, propriedades que uma argamassa tem obrigatoriamente de
apresentar, e características adicionais (propriedades específicas, em que são necessários níveis de
desempenho acrescidos). As características fundamentais estão divididas em Classes 1 e 2. As
características adicionais dividem-se em duas classes W e A (Quadro 2.6). As argamassas de resinas
de reação apenas possuem características fundamentais.
Quadro 2.6. – Classes das argamassas para juntas entre ladrilhos cerâmicos [33]
Características fundamentais1 – Argamassa de junta normal 2 – Argamassa de junta melhorada (cumpre requisitos para características adicionais)
Características opcionaisW – Reduzida absorção de água A – Resistência abrasiva
A designação das argamassas para juntas é feita com o símbolo do tipo (CG ou RG), seguido da
abreviatura da classe ou classes a que pertence a cola, conforme os seguintes exemplos de
combinações:
• classe CG 1, designa uma argamassa de junta à base de cimento normal;
• classe CG 2W, designa uma argamassa de junta à base de cimento melhorada com reduzida
absorção de água.
2.2.1.4 Documento técnico CEN/TR 13548:2004 – General rules for the design and
installation of ceramic tiling [12]
O documento técnico CEN/TR 13548:2004 é um documento informativo, sem carácter de norma, que
estabelece as regras para o planeamento geral e aplicação dos ladrilhos cerâmicos. Constitui um
documento geral que serve para estruturar os conteúdos do projeto.
O documento informativo CEN/TR 13548 é estruturado em 9 secções: Introdução; (1) Âmbito de
aplicação; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Intercâmbio de informações; (5)
Materiais; (6) Projeto; (7) Aplicação; (8) Qualidade dos ladrilhos cerâmicos: características e
requisitos; (9) Limpeza inicial, proteção e manutenção; Anexo A – Referências informativas.
Na introdução do documento CEN/TR 13548, é referido que este documento informativo não pretende
substituir as normas ou guias nacionais em vigor, nem impedir o desenvolvimento de normas
nacionais ou guias nos países que não têm essas normas. Este documento informativo tem o objetivo
de fomentar a difusão de normas que promovam a boa qualidade do projeto e da aplicação dos
ladrilhos cerâmicos em toda a Europa, especialmente nos países onde não existem normas ou guias
sobre esta temática.
No capítulo 4, dedicado ao intercâmbio de informações, é referido que, para que os revestimentos de
paredes e pavimentos sejam aplicados nas condições adequadas e no tempo correto, é essencial que
todas as partes envolvidas tenham um claro entendimento dos requisitos do projeto. Para assegurar
que isso seja alcançado, é essencial que haja consultas entre os intervenientes no projeto, incluindo
subempreiteiros e fornecedores. Acrescenta-se ainda que, como cada projeto é único, se considera
14
impossível dar uma lista definitiva da informação a ser compartilhada, sendo dados apenas alguns
exemplos como:
a) Projeto (informação requerida);
b) Requisitos especiais: facilidades de acesso, descarga, transporte, armazenamento, calor, luz e
energia elétrica, e qualquer item adicional considerado necessário para agilizar o trabalho;
c) Materiais: especificações técnicas e instruções para o transporte e armazenagem, uso.
d) Suportes: tipo e idade da construção; localização dentro do edifício; tipo, características
(resistência mecânica, deformações); e regularidade do suporte; e qualquer necessidade de um
substrato intermédio ou juntas de movimento;
e) Trabalho associado: ligações embebidas nas paredes ou que passem pelos suportes, e juntas
com acabamentos adjacentes;
f) Acabamento: tipo, tamanho e cor dos ladrilhos e requisitos de disposição dos ladrilhos;
g) Aplicação: tipo e técnica;
h) Programa: uma calendarização para o progresso do trabalho, tendo em consideração a secagem e
os períodos de cura dos suportes e ladrilhos até à conclusão dos trabalhos.
No capítulo 6 deste documento, dedicado ao projeto (“design”), refere-se que na fase de projeto, como
base para a especificação dos materiais e do sistema de revestimento cerâmico, devem ser
considerados os seguintes aspetos:
• informação do ambiente de destino: posicionamento em paredes ou pavimentos; localização exterior
ou interior; natureza do acesso: privado, residencial ou público; uso: civil ou industrial; especificação
da atividade a ser realizada na área a ser revestida;
• informação das condições de trabalho: condições atmosféricas (para uso exterior); área (urbana,
industrial); tipo de tráfego (pedonal, cadeiras de roda) e intensidade (para pavimentos);cargas
estáticas e dinâmicas esperadas; presença de água ou outros fluidos na superfície; presença de
químicos à superfície;
• outras informações previstas: o nível esperado de cargas mecânicas (superfície e massa), químicas
e higrotérmicas que atuam sobre a superfície revestida; as necessidades específicas de segurança
(por exemplo, resistência ao deslizamento, higiene, entre outras) ou outros requisitos adicionais.
O ponto 6.2.2., aponta algumas regras gerais a serem adotadas sobre os materiais de suporte:
• o suporte deve ser sólido e livre de contaminação;
• os suportes cimentícios são sujeitos à retração ao longo do tempo. Os riscos associados podem ser
prevenidos através de uma escolha adequada de materiais e da correta calendarização das tarefas;
• deverão ser consideradas camadas de regularização para assegurar a regularidade e para melhorar
a planearidade do suporte e do acabamento;
• podem ser utilizadas camadas especiais para adquirir a impermeabilização, o isolamento térmico e
acústico das paredes;
• as várias camadas devem ser usadas para evitar os efeitos da flexibilidade excessiva ou a
instabilidade dimensional do suporte;
• no caso de suportes muito deformáveis, deve ser considerada a aplicação de uma camada
adequada (por exemplo, um reforço de betonilha).
15
No Quadro 2.7., são apresentadas as características dos suportes segundo o CEN/TR 13548, que
podem ser utilizados como um guia, a fim de avaliar os suportes na fase de projeto dos revestimentos
cerâmicos, bem como para fornecer indicações para a especificação do sistema de revestimento
cerâmico.
Quadro 2.7. – Características dos suportes segundo o CEN /TR 13548
(adaptado a partir de [12])
(Fonte: Tabela 1, p. 13 CEN / TR 13548:2004)
Características Descrição Mecânicas Resistência
mecânica • Compressão• Maturação ou cura (coesão) • Tração
• Resistência à fissuração ou a danos sob carga • Propriedade de suportar o peso permanente do revestimento cerâmico
Deformação sob carga
• Compressão• Flexão • Fluência
• Tendência de o suporte deformar a cargas estáticas e dinâmicas
Deformação sem carga
• Contração de maturação• Deformação • Contração química • Movimentos de origem térmica ou higrométrica
• Movimentos devidos a outros fatores diferentes das cargas
Solidez ou consistência superficial • Propriedade de suportar as tensões do sistema de aplicação
Regularidade Planearidade • Desvios do suporte com respeito ao plano teórico (depressões, protuberâncias)
Acabamento superficial • Textura da superfície Físico/ químicas
Absorção de água • Capacidade de o suporte absorver água desde a superfície, procedente da argamassa de aplicação
Resistência à água • Comportamento do suporte exposto ao contacto com água, tanto durante a aplicação como nas condições de entrada em serviço
Compatibilidade química • Compatibilidade entre a superfície do suporte e o material adesivo ou as camadas que se dispõem sobre o suporte
No ponto 7.5, p. 17, são feitas ainda algumas considerações gerais sobre o controlo e preparação do
substrato, do suporte e da aplicação do revestimento cerâmico.
No ponto 6.3., Seleção e especificação de materiais, são apontados três critérios:
- desempenho – “o nível de desempenho do material selecionado não deve ser mais baixo do que o
nível de tensão esperada no destino ambiente”;
- compatibilidade – “os materiais selecionados deverão ser reciprocamente compatíveis”;
- segurança – "os materiais selecionados devem garantir uma instalação segura".
No ponto 6.4. (especificação do sistema de revestimento), refere-se que devem ser especificados os
seguintes aspetos:
- o material de colagem do revestimento cerâmico (cimento ou cola);
- os substratos do sistema de revestimento, como por exemplo a camada de reforço e a camada de
regularização;
- o método de aplicação: camada fina, camada grossa, colagem simples e colagem dupla;
No ponto 6.4.2., Juntas entre ladrilhos, refere-se que os ladrilhos devem ser posicionados com juntas
regulares retas e que a largura destas deve ser especificada tendo em conta o tipo, tamanho e
16
tolerâncias dimensionais dos ladrilhos, as características do suporte, o método de aplicação, o uso
esperado do ladrilho e as tensões esperadas na aplicação.
No ponto 6.4.3., Juntas de movimento, refere-se que na fase de conceção se devem prever juntas de
movimento (juntas estruturais, juntas perimetrais e juntas intermédias). A especificação para a junta
de movimento deve incluir a indicação do tipo, materiais (material de preenchimento da junta, juntas
metálicas, entre outros) e aplicação, dimensões (largura e profundidade) e posição, conforme os
seguintes exemplos:
- largura de juntas perimetrais: largura mínima (por exemplo, 5 mm), juntas intermediárias: largura
mínima (por exemplo, 5 mm), juntas estruturais: largura maior ou igual à junta do suporte;
- profundidade: juntas de perímetro: profundidade da argamassa de emboço; juntas intermédias:
profundidade da argamassa de emboço; juntas estruturais: profundidade do suporte;
- posição : juntas perimetrais: onde o ladrilho confina com outras superfícies;
- juntas intermédias: devem ser especificadas a área mínima e/ou a distância entre as juntas.
Diferentes limites ou valores de referência devem ser estabelecidos de acordo com o ambiente de
destino (por exemplo, para aplicações internas ou externas). As áreas entre juntas devem ser
aproximadamente quadradas;
- juntas estruturais: contínuas com as juntas estruturais do suporte.
2.2.2 O modelo alemão
A norma alemã, DIN 18515 Parte 1 [13] (DIN 18515 Parte 1 – “Außenwandbekleidungen,
angemörtelte Fliesen und Platten – Grundsätze der Planung und Ausführung” (Cladding for
external wall - Part 1:Tiles fixed with mortar, principles of design and application)), é estruturada
em 6 secções: Prefácio; (1) Objetivo; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4)
Materiais; (5) Requisitos para paredes exteriores e superfícies de condução; (6) Revestimento exterior
de paredes; (6.1) Suportes; (6.2) Preparação dos ladrilhos; (6.3) Juntas; (6. 3.1.) Largura da junta de
argamassa; (6.3.2) Material de preenchimento das juntas; (6.3.3) Juntas de movimento; (6.4)
Aplicação; (6.5) Condições climatéricas; Anexo A (informativo) Método para a determinação da
resistência à difusão de vapor do revestimento de parede exterior; Bibliografia.
A norma alemã DIN 18515 Parte 1 [13] limita o uso de revestimentos cerâmicos no exterior a ladrilhos
com arestas com um comprimento máximo de 0,49 m, com uma espessura máxima “d” de 0,015 m e
uma área máxima de 0,12 m².
Esta norma alemã estabelece, na parte 2 [34], que a altura máxima será de 4 metros em moradias
unifamiliares e 8 metros em outros edifícios (sem especificações adicionais). Para o sistema de
ladrilhos de maiores dimensões, a fachada pode ser reforçada através da aplicação de uma adequada
fixação mecânica de segurança (por exemplo, constituída por escoramento metálico de apoio); para
ladrilhos de formato superiores a 40x60 cm (ou área equivalente) e/ou mais pesados do que 40 kg/m2,
exigir-se-á a colocação por ancoragem mecânica (fachadas ventiladas) [35].
Em áreas geográficas expostas a ventos fortes, é recomendada a utilização de ladrilhos de pequeno
formato (até 35x35 cm) aplicados com sistema de fixação misto, aumentando a largura das juntas de
colocação, e a utilização das juntas de dilatação necessárias.
17
Em zonas geográficas de clima quente, podem ser utilizadas ladrilhos cerâmicos pertencentes aos
grupos normativos Blb e BlIa e também ladrilhos extrudidos de baixa absorção de água, de
preferência esmaltado.
Para reduzir as possíveis tensões associadas à dilatação térmica da fachada, é aconselhável o uso de
ladrilhos de cores claras em zonas geográficas de elevada insolação.
Em zonas de elevada pluviosidade e com risco de geada, deverão ser escolhidos ladrilhos cerâmicos
pertencentes ao grupo normativo Bla, já que apresentam um comportamento ideal, devido à sua baixa
capacidade de absorção de água (E < 0,5%).
A maior quantidade de aberturas, mudanças de plano, e recantos da fachada vai implicar um maior
custo no estudo e aplicação do revestimento. A maior quantidade de aberturas e menor superfície
cega da fachada traz menor eficácia no isolamento térmico e acústico do sistema de fixação (ex.:
sistema de fachada ventilada).
De acordo com a norma DIN EN 18515-1 [13], o ladrilho cerâmico aplicado em fachadas deve estar
de acordo com a DIN EN 14411 [34], ter um volume de poro Vg ≥ 20 mm3/g e um raio de poro máximo
de rp > 0,2 μm, o que é adequado para revestimento em conexão com sistemas compósitos para
isolamento térmico exterior (ETICS).
As juntas devem ser em linha reta e o preenchimento das juntas deve ser realizado de acordo com a
norma DIN 18540 [37]. As argamassas aplicadas devem ser do tipo PIII ou PII e ser fabricadas de
acordo com a norma DIN 18550 [38] e as suas propriedades e sua qualidade devem estar de acordo
com a EN 998-1 [39].
No ponto 4.4., Argamassa, indica-se que a argamassa de regularização deve ter uma relação de
mistura de cimento: areia de 1:3 a 1:4. O tamanho de grão de areia deve ser de 0 mm a 4 mm. A
contração da argamassa deve ser concluída antes de os revestimentos das paredes exteriores serem
aplicados.
A argamassa das juntas dos ladrilhos cerâmicos é uma argamassa seca de acordo com a norma DIN
EN 13888 [40].
As Figuras 2.2. e 2.3. apresentam pormenores de parede com isolamento térmico pelo exterior
revestido a cerâmico, com fixação mecânica e camada de reforço.
Legenda:
1 - Ladrilho; 2 - Peça de canto; 3 -
Cimento-cola; 4 - Material de
preenchimento das juntas; 5 -
Argamassa de regularização PIII
(DIN 18550); 6 - Reforço com malha
50x50x2 mm em aço inoxidável; 7 -
Isolamento térmico; 8 - Parede
estrutural; 9 - Escoramento metálico
de apoio; 10 - Selante elastomérico;
11 - Limitador de junta em espuma
de célula fechada; 12 - Material de
enchimento; 13 - Ancoragem de
apoio, preenchido com argamassa
de cimento.
Figura 2.2. – Corte vertical –
pormenor de parede com isolamento
térmico pelo exterior, com fixação
mecânica e camada de reforço [W1]
Figura 2.3. – Corte horizontal – pormenor de
canto saliente de parede com isolamento
térmico pelo exterior, com fixação mecânica
e camada de reforço [W1]
18
A selagem de juntas (ponto 4.1.4.) deve ser realizada de acordo com a norma DIN 18540 [37].
Alterações radicais de comprimento dos componentes de vedação exigem limitadores de
profundidade das juntas com pelo menos 70% de resiliência.
O ponto 6 refere que o suporte deve estar livre de poeira, de óleos descofrantes, eflorescência e
impurezas. A força de ligação ao substrato deve ser de pelo menos 0,5 N/mm2.
Para compensar imprecisões dimensionais maiores, deve ser aplicada uma argamassa de
regularização se for necessário (aplicação frequente no método de camada fina). A sua espessura
deve ser estar entre 10 e 25 mm.
Antes de aplicar a argamassa de regularização sobre a alvenaria de tijolo ou betão armado, deve-se
cobrir a superfície na sua totalidade com um primário. A argamassa deve ser curada antes da
aplicação dos ladrilhos, de modo que as suas tensões internas sejam reduzidas.
No ponto 6.2., ladrilhos, é referido que estes devem ser aderidos com argamassa ou colas de acordo
com a norma DIN EN 12004 [41] com o método de colagem dupla. A camada de argamassa fina deve
ter pelo menos 3 mm de espessura.
No ponto.3.1., refere-se que a largura das juntas entre ladrilhos vai depender do formato, de forma a
criar largura suficiente para que a permeabilidade ao vapor seja garantida. A determinação da
resistência à difusão de vapor do revestimento de parede exterior, tendo em conta a porção de junta,
pode ser efetuada em conformidade com o Anexo A (informativo).
A norma indica como valores de referência um intervalo entre 4 mm e 10 mm para a largura das
juntas entre ladrilhos. O ponto 6.3.2., Argamassa das juntas, indica que as juntas devem ser raspadas
geralmente em profundidade uniforme, em torno da espessura do ladrilho, devendo os resíduos ser
removidos, após a preparação dos ladrilhos e antes do endurecimento.
No ponto 6.3.3., Juntas de movimento, refere-se que, para reduzir tensões prejudiciais nas fachadas,
deve ser realizada a conceção e posicionamento das juntas. A conceção das juntas deve estar em
conformidade com a norma DIN 18540 [37].
No ponto 6.3.3.2, é referido que o número e o tipo de juntas de movimento em revestimentos de
paredes tem que ser decidido com base na estimativa das cargas resultantes de variações de
temperatura e humidade que se esperam. A amplitude da temperatura é o fator decisivo para a
distância entre juntas intermédias/de esquartelamento. A norma DIN 18515, Parte 1, indica que, se
não houver uma análise detalhada, se deve introduzir juntas de juntas intermédias/de
esquartelamento horizontais com uma distância máxima de 3 m, localizadas na parte inferior da laje, e
juntas verticais com intervalos mínimos de 6 m. Devem também ser contempladas juntas perimetrais
nos cantos internos e externos da fachada.
As juntas entre o ladrilho cerâmico e materiais adjacentes com diferentes coeficientes de dilatação,
como por exemplo caixilhos de alumínio, superfícies em betão, madeira, metal e componentes em
plástico, devem ser permanentemente elásticas, com uma largura mínima de 10 mm.
19
A norma DIN 18515, Parte 1, refere que os ladrilhos apenas podem ser aplicados, quando as
temperaturas dos materiais usados e da área de trabalho não forem inferiores a +5 °C.
2.2.3 O modelo francês
Em França, existe a norma NF DTU 52.2 que é dividida em cinco partes (Quadro 2.8).
Quadro 2.8. – Norma francesa NF DTU 52.2 - Pose collée des revêtements céramiques et assimiles -
pierres naturelles
Norma Descrição
NF DTU 52.2 P1-1-1 [42] Cahier des clauses techniques types pour les murs intérieurs
NF DTU 52.2 P1-1-2 [14] Cahier des clauses techniques types pour les murs extérieurs
NF DTU 52.2 P1-1-3 [43] Cahier des clauses techniques types pour les sols intérieurs et extérieurs
NF DTU 52.2 P 1-2 [44] Critères généraux de choix des matériaux
NF DTU 52.2 P2 [45] Cahier des clauses spéciales
O caderno de cláusulas técnicas, seção 1-1-2, sobre a aplicação de revestimentos colados a paredes
exteriores [14], é aplicável a construções em áreas em altitudes abaixo de 900 m, em regiões
climáticas ou naturais francesas, incluindo clima tropical húmido (Guadalupe, Martinica, Guiana
Francesa e Reunião).
A norma francesa NF DTU 52.2 P1-1-2 é estruturada em 9 secções: (1) Âmbito de aplicação; (2)
Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Materiais; (5) Dados relevantes; (6) Suportes; (7)
Aplicação; (8) Disposições relativas a juntas e pontos singulares; (9) Tolerâncias; Bibliografia.
A norma refere que o suporte deve apresentar as seguintes características:
- planeza: as tolerâncias de planeza são de 5 mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de
comprimento e de 2 mm em relação a uma régua retilínea com 0,20 m de comprimento;
- a superfície do suporte no momento da aplicação deve estar própria e coesa;
- o suporte não deve apresentar humidade.
Os produtos de revestimento de colagem de acordo com a altura dos suportes são definidos no
Quadro 2.9. A descrição do produto de ligação é definida na NF DTU 52.2 P1-2 [44] (CGM).
No ponto 2.6.1. do Manual da APICER de 2003 [2], (Revestimento colado em fachada, p. 139) é
apresentado um quadro relativo às classes de cimento-cola recomendados para o assentamento de
ladrilhos cerâmicos em fachadas e uma figura (2.6.1) sobre proteção superior de fachadas revestidas
com ladrilhos cerâmicos baseados no Cahier 3266 do CSTB [46].
Mais recentemente, em 2009, a norma NF DTU 52.2 P1-1-2 [14] incluiu a alteração desse quadro para
ladrilhos com absorção de água inferior a 0,5%, aplicados em fachadas, com altura inferior a 6 m:
antes recomendava-se cimento-cola do tipo C2 e agora recomenda-se cimento-cola do tipo C2 S1/S2.
Esta norma altera também a figura 2.6.1. [2], aumentando a distância mínima da pingadeira “d” de 20
20
para 25 mm e aumentando a distância mínima “d” na figura do capeamento de 25 para 30 mm. (ver
Quadro 2.9. e Figuras 2.5. e 2.6.)
Quadro 2.9. - Limitação da aplicação de material de colagem em função da altura da fachada e da área
de superfície dos elementos a revestir (adaptado de [14])
Elementos de revestimento a colar Altura da fachada (H) Natureza do ladrilho Superfície (cm ²) H=6 H=28 m Mosaico em pasta de vidro ou porcelânico
S ≤ 120 C2-S1/S2*
Plaquetas murais em terra cota S ≤ 231 C2-S1/S2* Azulejos em terra cota S ≤ 300 (15 x 15) C2-S1/S2*
300 < S ≤ 900
C2-S1/S2*
• Ladrilhos extrudidos ou prensados, (absorção de água superior a 0,5%) excluindo ladrilhos BIa • Pedra natural com porosidade > 2%
S ≤ 2000 (40 x 40) C2-S1/S2* 2000 < S < 3600 C2-S1/S2*
• Ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%) • Pedra natural com porosidade = 2%
S ≤ 2000 (40 x 40) C2-S1/S2*
Nota: *Na versão original, aparece o termo “C2-S1/S2 Façade”.
Legenda: Instalação colada permitida Instalação colada não permitida
Na secção 7, Aplicação, este documento faz uma advertência em relação à utilização de ladrilhos com
cores escuras nas fachadas.
A Figura 2.4 procura demonstrar que, em certos casos, a escolha de ladrilhos coloridos escuros com
coeficiente de absorção α > 0,7 é desaconselhada. Quando os ladrilhos coloridos são escuros, o
coeficiente de absorção de luz solar (α) é: α > 0,7 para ladrilhos cerâmicos; α > 0,9 para as plaquetas
de argila. Em todos os casos, estes ladrilhos devem ser colados com cola com classificação C2S1
segundo a norma NF EN 12004:2008 [47].
Legenda:
(1) Fachada orientada de oeste a sudeste: são
admitidas todas as cores
(2) Fachada exposta ao sol de Sudeste a Oeste
aplicação exclui cores escuras α > 0,7 (0,9 para
plaquetas de argila), salvo casos particulares (a)
(3) Fachada exposta ao sol de Sudeste a Oeste são
admitidas todas as cores (a) - Paramentos recuados em relação ao limite do
edifício como terraços e varandas;
- Pontos singulares das fachadas, tais como
enquadramentos de vãos ou cornijas;
- Faixas decorativas desde que não excedam
50 cm e não representam mais do que 20% da fachada."
Figura 2.4. – Coeficiente de absorção solar da fachada, adaptado a partir de [46]
Na secção 8, são expostas disposições relativas a pontos singulares como os coroamentos, ângulos
reentrantes e salientes e às juntas de movimento que englobam as juntas estruturais e juntas de
fracionamento.
21
As juntas entre ladrilhos devem respeitar as juntas estruturais do suporte. As juntas de fracionamento
complementares às juntas estruturais devem estar posicionadas de forma a delimitar áreas sem juntas
de área não superior a 60 m2.
No topo das superfícies de fachada revestidas com ladrilhos cerâmicos, deverá existir uma proteção
com pingadeira adequada, conforme se exemplifica nas Figuras 2.5 e 2.6 que fazem parte da norma
NF DTU 52.2 P1-1-2. [14].
Legenda:
1- Vazio ou material flexível com 5
milímetros de espessura mínima D > 25 mm
2- Presilha de fixação; 3- Chapa metálica
4 – Capeamento de proteção fixo por
presilhas, garantindo a estanqueidade à
água ao nível das fixações, seja pela
aplicação de parafusos com anilhas
vedantes, seja pela aplicação de presilhas
de fixação sobre as quais é acoplado o
capeamento, por clipagem.
d = 30 mm; r = 50 mm Figura 2.5. – Parapeito [14] Figura 2.6. – Coroamento [14]
2.2.4 O modelo italiano
Em Junho de 2013, foi introduzida em Itália uma norma técnica relativa ao projeto, aplicação e
manutenção de ladrilhos cerâmicos (UNI 11493 - Piastrellature ceramiche a pavimento e a parete
Istruzioni per la progettazione, l'installazione e la manutenzione). A norma aplica-se aos ladrilhos
de cerâmica em pavimentos e em paredes interior e exterior, aplicados principalmente com adesivos,
mas também com argamassa de cimento.
Esta norma é um marco importante no setor, uma vez que introduz um nível normativo dos conceitos
fundamentais para alcançar revestimentos cerâmicos duráveis. Estes conceitos, até agora conhecidos
apenas por especialistas na área, estão agora regulamentados a nível nacional e podem ser usados
tanto a nível das especificações de projeto como na prática, o que representa uma linguagem comum
para todos intervenientes interessados, em especial, os consumidores finais.
A norma italiana UNI 11493 [15] é estruturada em 9 secções: Índice; Introdução; (1) Âmbito e campo
de aplicação; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Operadores; (5) Características
e requisitos do ladrilho cerâmico; (6) Materiais; (7) Projeto; (8) Aplicação; (9) Manutenção; Apêndice A
– Intercâmbio de informação e ficha técnica de verificação; Apêndice B – Classificação e análise das
condições de exercício; Apêndice C – Características do suporte do revestimento; Apêndice D –
Esquema para a seleção e especificação do tipo de adesivo, em função dos dados de projeto e das
peças selecionadas.
Esta norma define o padrão de qualidade dos revestimentos cerâmicos com base na conformidade
com os requisitos gerais de: regularidade; durabilidade; facilidade de manutenção; segurança e
sustentabilidade. O cumprimento destes requisitos deve ser alcançado com a contribuição de todos os
intervenientes envolvidos na conceção, aplicação, uso e manutenção dos revestimentos cerâmicos.
As suas responsabilidades são claramente definidas dentro da norma (cliente, projetista, instalador,
fabricante de vários materiais, fornecedores de materiais diferentes).
22
A largura das juntas deve ser estabelecida no projeto, considerando os seguintes aspetos:
• tipo de ladrilhos (prensado / extrudido, ajustado / não ajustados);
• tamanho dos ladrilhos;
• tolerâncias dimensionais requeridas para os ladrilhos;
• coeficiente de dilatação térmica dos materiais que constituem os ladrilhos;
• propriedades mecânicas (deformabilidade / módulo de elasticidade) de materiais de instalação
(adesivo, material de argamassa);
• localização e posicionamento das juntas;
• propriedades mecânicas (rigidez, estabilidade dimensional) do suporte;
• ambiente de destino: condições (interior / exterior) e de funcionamento previstas.
A título indicativo, nas especificações de desenho, a largura das juntas pode variar de 6 a 8 mm –
ladrilhos obtidos por prensagem, com boa regularidade dimensionais, em ambientes exteriores.
A norma UNI 11493 também introduziu elementos relevantes, tais como:
• a largura mínima das juntas: a aplicação "sem junta" deixa de ser permitida. A largura das juntas
deve ser estabelecida no projeto, considerando todos os aspetos necessários e em nenhum caso
pode ser prescrita ou adotada uma largura da junta menor do que 2 mm;
• a definição e exigências relativas às juntas (estruturais, fracionamento, dilatação e perimetrais);
• o cuidado com pontos singulares (degraus, superfícies ao ar livre em contato com o chão, fachadas,
entre outros):
• o conceito e definição da aplicação da cola com a técnica de "colagem dupla", quando necessário;
• as características mínimas do substrato sobre o qual é esperado que a aplicação subsequente de
um revestimento cerâmico em relação às tensões de cada espécie que a superfície vai ser submetida;
• a seleção e especificação da cola de acordo com os dados do projeto;
• a adoção de uma fixação mecânica adequada de segurança, no caso de ladrilhos com tamanho
superior a 30 x 30 cm.
No ponto 7.1.3.7., “Facciate”, dedicado às fachadas, a norma UNI 11493 identifica os ladrilhos
aplicados no exterior como da classe R.4 - Parede exterior (Quadro 2.11). Ao considerar tanto os
riscos de segurança associados a destacamentos, como o nível particularmente elevado de tensões
induzidas por variações termo higrométricas, são especificadas nas fachadas as seguintes medidas
adicionais:
- o suporte deve ter uma resistência à tração coesiva, e a adesão à camada de suporte subjacente,
não inferior a 1 N/mm2;
- o suporte deve possuir robusteza superficial correspondente à classe AA conforme Quadro 2.10.;
- no caso de substratos de alvenaria de tijolo, blocos leves, etc., não é permitida a aplicação direta de
revestimentos cerâmicos, mas exige-se a colocação de argamassas em conformidade com os
requisitos da norma;
- a imposição de um revestimento prévio, em princípio, não é recomendada, a menos que
especificada pelo projetista;
- no caso de suportes que não estejam em conformidade com os requisitos da norma, a argamassa
de regularização é reforçada pela interposição de uma rede metálica ou em fibra ligada ao suporte;
23
- no caso de ladrilhos com o lado maior superior a 30 cm, é prescrita a dupla colagem, a fim de
assegurar o pleno assentamento. No entanto, a mesma medida, também é recomendada para
ladrilhos com tamanhos menores;
- no caso de ladrilhos com a aresta maior superior a 30 cm, deve ser avaliada pelo projetista a
necessidade de prescrever a adoção de uma adequada fixação mecânica de segurança (por exemplo,
constituída por ganchos de aço fixos no suporte), tendo em conta as condições de exposição
específicas, a qualidade do suporte e a conceção e instalação (dimensões das juntas, juntas de
dilatação, rede, etc.);
-para os sistemas de revestimento cerâmico no exterior realizados com diversas técnicas inovadoras,
devem ser seguidas as orientações e instruções do fabricante.
Quadro 2.10. - Classificação da robustez superficial do suporte para pavimentos e paredes (Tabela 5, ponto 7.3.4 UNI
11493; adaptado a partir de [15])
Classe de robustez superficial
Nível de resistência superficial
Valor de resistência R (N/mm2) - esforço paralelo ao substrato (medido de acordo com a norma UNI 10827)
B Baixa < 0,4 M Media 0,4 ≤ R < 0,8 A Alta 0,8 ≤ R < 1,2
AA Muito alta ≥ 1,2
O Quadro 2.11. faz uma análise do ambiente de destino segundo esta norma italiana.
Quadro 2.11. – Ladrilhos em parede: análise das solicitações e exigência para os diversos ambientes de destino
(Anexo B, extrato Tabela B.2, UNI 11493 [15])
Ambiente de destino
Descrição Tensões Exigência Mecânica Mecânica e
química superficial
Termo higrométrica
R.4 Parede exterior
R.4.1. Parede exterior em geral
A-AA A A-AA Segurança (risco de destacamento)
No ponto 7.11.1, as juntas são classificadas em juntas estruturais, juntas de fracionamento, juntas de
dilatação e juntas perimetrais:
• as juntas estruturais (“Giunti strutturali “ - Figura 2.7) do revestimento devem ser posicionadas em
correspondência com as juntas estruturais do suporte, em toda a sua espessura. A largura das juntas
estruturais deve ter em conta que as juntas são correspondentes a juntas na estrutura;
• as juntas de fracionamento (“Giunti di frazionamento“ - Figura 2.8.) são aplicáveis no caso de
ladrilhos cerâmicos de extensão significativa, em relação ao tipo de suporte e do ambiente de destino.
São feitas, geralmente, por corte até a uma profundidade de, pelo menos, um terço da espessura,
sem afetar a rede electrossoldada, se estiver presente. A localização e o posicionamento devem ser
especificados considerando em conjunto os aspetos técnicos do sistema e da função arquitetónica e
decorativa do ladrilho. Em princípio, as juntas de fracionamento devem subdividir a superfície em
malhas quadradas ou retangulares, mas com uma relação de lados que não é maior do que 1,5.
Como orientação, a malha pode ter as seguintes dimensões: ambiente interior: 5 m x 5 m a 6 m x 4 m;
ambiente exterior: 3 m x 3 m a 4 m x 2,5 m. As juntas de fracionamento devem corresponder e estar
contínuas com as juntas dos ladrilhos. No caso em que, pelo tamanho dos ladrilhos especificados,
esta continuidade não possa ser assegurada de um outro modo, é necessário proceder ao corte dos
24
ladrilhos. Quando possível, é conveniente traçar a configuração das juntas de fracionamento, uma vez
estabelecido o tamanho dos ladrilhos e a sub-base;
Figura 2.7. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta
estrutural [15]
Figura 2.8. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta de
fracionamento [15]
• as juntas de dilatação (“Giunti di dilatazione“ - Figura 2.9.), ou de movimento, devem ser preparadas
de antemão para dividir o revestimento cerâmico. Em princípio, as juntas de dilatação devem
subdividir a superfície em malhas quadradas ou retangulares, mas com uma relação de lados não
maior do que 1,5. Como orientação, a malha pode ter as seguintes dimensões: ambiente interior: 5 m
x 5 m a 6 m x 4 m; ambiente exterior: 3 m x 3 m a 4 m x 2,5 m. A localização e o posicionamento
devem ser estabelecidos, mesmo neste caso, tendo em conta os aspetos técnicos do sistema do
revestimento cerâmico e as funções arquitetónicas e estéticas das juntas.
As juntas de fracionamento acima prescritas também têm, obviamente, a função de junta de dilatação.
Daqui resulta que a configuração das juntas de dilatação acima especificada deve integrar e incluir
qualquer junta de fracionamento.
Quanto à constituição, o material de preenchimento da junta deve aderir apenas às paredes, e não ao
fundo da junta. Para assegurar tal condição, pode-se recorrer à aplicação de uma fita de papel no
fundo, antes de se proceder ao preenchimento da junta.
• as juntas perimetrais (“Giunti perimetrali“ - Figura 2.10.) devem ser predispostas - de acordo com a
definição - no perímetro dos ladrilhos, onde o revestimento faz fronteira com outras superfícies em
qualquer orientação.
Figura 2.9. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta de
dilatação [15]
Figura 2.10. – UNI 11493:2013 - Esquema de junta
perimetral [15]
No ponto 7.11.2., Dimensionamento, refere-se que o parâmetro de dimensionamento é a largura da
junta. A largura das juntas estruturais sobre os ladrilhos, como mencionado, deve ter em conta a
largura correspondente na estrutura. De modo semelhante, a largura das juntas de fracionamento
deve ser especificada em função da largura das juntas no suporte. Quanto às juntas de dilatação e
juntas perimetrais, a largura deve ser especificada tendo em conta os diferentes dados de projeto
(ambiente de destino e as condições de funcionamento; características do suporte), e também das
escolhas de desenho feitas contextualmente, tais como: tipo e formato do ladrilho; projeto da
configuração dos ladrilhos na superfície; tipo e as propriedades do adesivo e do material para juntas;
posicionamento das juntas. Indicativamente, a largura das juntas em causa pode ter 5 mm ou entre 10
e 12 mm (valores menores são, obviamente, considerados para situações previsivelmente menos
25
onerosas). No ponto 7.11.3., Constituição das juntas, as juntas, para a função específica que têm de
realizar, são como uma "câmara-de-ar ambiente" selada com um material deformável, que deve estar
de acordo com as diferentes funções. As juntas dos ladrilhos que são expostas a altas tensões
mecânicas e tráfego pesado devem ser reforçadas com perfis metálicos colocados nas extremidades
do ladrilho adjacente (Figura 2.7). As juntas podem ser pré-fabricadas ou ser executas em obra.
No Quadro 2.12., são apresentados requisitos da cola para ladrilhos aplicados em paredes exteriores.
Quadro 2.12. – Requisitos da cola para ladrilhos – Ambiente de destino R4
(Anexo B, extrato Prospeto D.7., UNI 11493, adaptado de [15])
Prescrição da cola (“adesivi”) (Classe segundo a UNI EN 12004) Ambiente de destino Referência
do reboco (adesão ao suporte)
Ladrilho – Absorção de água (segundo UNI EN 14411) e comprimento do lado maior (cm)
R4 – Parede exterior* AA≤3% E AA>3% ≤ 30 ≤ 60 ≤ 90 ≤ 120 1
Tipo de suporte
Reboco de cal / cimento sem aquecimento
≥ 1 N/mm2 C2 C2-C2S1/S2
C2-C2S1/S2
C2S1/S2
Argamassa em obra C2 C2-C2S1/S2
C2-C2S1/S2
C2S1/S2
Argamassa pré-fabricada C2 C2-C2S1/S2
C2S1/S2 C2S1/S2
Ladrilho / mosaico / pedra pré-existente
C2 R1 R2
Impermeabilização – Membrana em rolo
Dada a variedade de casos de estudos, dever-se-á recorrer às especificações dos fabricantes
Impermeabilização – Produto líquido não cimentício (DM,RM)
Dada a variedade de casos de estudos, dever-se-á recorrer às especificações dos fabricantes
Impermeabilização – Produto líquido cimentício (CM)
C2 C2 C2
Painel com base de cimento / fibrocimento 1)
C2 C2-C2S1/S2
C2S1/S2
Superfície de metal pré-existente R1-R2 R2
Legenda Sigla cola Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem) É necessário dimensionar a junta em função do módulo elástico do material de
preenchimento da junta e da configuração da junta de dilatação Aplicação excluída a não ser que seja especificada de outra forma
Nota 1) Prévia aplicação de primário idóneo a não ser que seja especificada de outra forma
Parede (R): superfície vertical ou inclinada “não pedonal”
A norma refere no ponto D.1.2. algumas prescrições gerais:
• em clima quente ou ventoso, é aconselhável utilizar cimentos-cola com características opcionais E
(cola com tempo de abertura alargado);
• as classes C1 e C2 podem ser substituídas por classes C1F e C2F (F = cola de presa rápida), se for
justificado pela necessidade de colocar em serviço ou em condições ambientais particulares (clima
frio);
• a indicação C2S1/S2 indica que os dados de projeto tomados em consideração não são suficientes
para selecionar entre as duas classes de deformação transversal;
• no caso de aplicação em parede de cima para baixo ou em diagonal, é aconselhável a utilização de
colas com o recurso opcional T (T = Cola com deslizamento vertical reduzido - resistência ao
deslizamento vertical).
26
2.2.5 O modelo britânico
No Reino Unido, a caracterização dos suportes, dos materiais e das técnicas de aplicação dos
revestimentos rígidos modulares (ladrilhos cerâmicos, pedra natural e mosaico) minerais está
organizada na norma BS 5385 em cinco partes (Quadro 2.13).
Quadro 2.13. – Norma britânica BS5385-Wall and floor tiling
Norma Descrição BS5385 - Part 1 [49] Code of practice for the design and installation of internal ceramic wall tiling and mosaics in normal
conditions BS5385 - Part 2 [16] Code of practice for the design and installation of external ceramic wall tiling and mosaics
(including terracotta and faience tiles) BS5385 - Part 3 [50] Code of practice for the design and installation of ceramic floor tiles and mosaics BS5385 - Part 4 [51] Code of practice for ceramic tiling and mosaics in specific conditions BS5385 - Part 5 [52] Code of practice for the design and installation of terrazzo tile and slab, natural stone and
composition block floorings
Considerando que existem códigos distintos para o desenho do ladrilho para paredes interiores e
exteriores, existe apenas um código de boas práticas (parte 3) para os pavimentos. No Reino Unido,
as condições climatéricas de inverno, com uma precipitação muito elevada, são das mais rigorosas da
Europa. Como resultado, tem-se especial cuidado no desenho e aplicação dos ladrilhos cerâmicos em
paredes exteriores.
Existe ainda a norma BS 8000 [53], dedicada à mão de obra no local da construção, BS 8000-11.1,
Workmanship on building sites – Part 11: Code of practice for wall and floor tiling – Section 11.1:
Ceramic tiles, terrazzo tiles and mosaics. Na parte 11 da BS 8000, apresenta-se um código
deontológico dedicado à aplicação de revestimentos e pavimentos (ladrilhos cerâmicos e pedra
natural). Esta norma fornece informações que direcionam o trabalho do dia-a-dia no local da obra com
instruções específicas e explicações sintéticas.
O Reino Unido dispõe de outras normas sobre material de colagem (BS 6213 [54]), substratos
exteriores (emboço argamassado) (BS EN 13914-1 [55]), entre outros, o que constituem um conjunto
de normas sobre as técnicas e materiais rígidos modulares aplicados por aderência.
A norma britânica BS 5385, na sua parte 2 [16], constitui o código da prática para o projeto e
instalação de revestimentos cerâmicos e mosaico (incluindo terracota e azulejo). Esta norma britânica
destaca-se por apresentar uma estrutura complexa e por ter sido utilizada como referência em outros
países na preparação das suas normas [1]. Esta norma é estruturada em 21 secções: Prefácio; (1)
Âmbito; (2) Referências normativas; (3) Termos e definições; (4) Intercâmbio de informações e
calendarização da obra (“Exchange of information and time schedule”); (5) Materiais; (6) Projeto
(“Design”); (7) Suportes (“Backgrounds”); (8) Preparação dos suportes; (9) Reboco (“Ciment :sand
rendering”); (10) Juntas de movimento (“Movement joints”); (11) Aplicação de ladrilhos: métodos e
materiais; (12) Aplicação de colas (“Bedding in adhesives”); (13) Tratamento da juntas entre ladrilhos
(“Tile joint treatment”); (14) Aplicação dos mosaicos: métodos e materiais; (15) Delineamento dos
trabalhos de corte dos mosaicos (“Setting out”); (16) Preparação dos mosaicos(“Preparation of
mosaics”); (17) Métodos de assentamento para mosaicos (“Bedding methods for mosaics”);
(18)Aplicação dos mosaicos; (19) Material de preenchimento das juntas dos mosaicos (“Grouting of
mosaics”); (20) Mosaicos de vidro (“Glass mosaics”); (21) Limpeza e manutenção (“Cleaning and
maintenance”).
27
Na secção 6, a norma BS 5385-2 [16] inclui um capítulo dedicado ao desenho (projeto) e uma ampla
referência ao intercâmbio da informação, para mencionar as características relevantes [porosidade e
absorção, coesão, movimentos higrotérmicas, agentes químicos, poluição, degradação física e
sustentabilidade] assim como os tipos de suporte e a sua descrição em cada caso, com uma
recomendação final sobre os materiais (e, indiretamente, a técnica) para a aplicação dos ladrilhos
cerâmicos.
Na Figura 2.11., é apresentado em detalhe o sistema construtivo de revestimentos cerâmico aderente
que faz parte da norma BS 5385, parte 2 [16].
Legenda:
1- Adesivo (“Adhesive bed”)
2- Reforço opcional (“Reinforcement (optional”)
3- Reboco (“Cement:sand rendering”)
4- Fixação mecânica ( “Fixing” )
5- Ladrilho (“Tile or tesserae”)
6- Junta (“Joint”)
7- Material de preenchimeno (“Grout”)
8- Parede estrutural (“Structural Wall”)
Figura 2.11. – BS 5385-2:2006 - Detalhe do sistema construtivo de revestimento cerâmico aderente [16]
O ponto 4.1., Intercâmbio das informações, refere que os desenhos e especificações de trabalho
devem ser preparados com detalhe suficiente para permitir a devida orientação na conceção e
execução do trabalho. Na fase de apresentação de propostas, as seguintes informações devem ser
procuradas e documentadas:
a) Obra - localização e vias de acesso;
b) Edifício - natureza do edifício e particularidades potencialmente prejudiciais para que a instalação
possa ser submetida em serviço (por exemplo, limpeza mecânica);
c) Parede(s) - tipo e idade da construção, localização, altura, tipo e precisão dos suportes e
necessidade de substrato intermédio ou sistemas de fixação mecânicos especiais;
d) Trabalho associado - elementos incorporados ou que passem pelas paredes, rodapés e pilares,
cruzamentos com outros acabamentos adjacentes;
e) Acabamentos - tipo(s) de ladrilhos, material de assentamento e de preenchimento das juntas e
requisitos necessários de planeza da superfície;
f) Contrato - se o trabalho é para ser concluído em qualquer ordem específica ou por partes.
g) Saúde e segurança - informações sobre os artigos e substâncias para uso durante o trabalho
suscetíveis de serem um risco para a saúde;
h) Cronograma - calendarização da obra;
i) Ensaios - detalhes de qualquer ensaio de aderência necessário.
A norma britânica BS 5385, na parte 2, no ponto 5.2., especifica que os ladrilhos cerâmicos para uso
externo, acima da altura do primeiro andar, devem ser da Classe BIa. A superfície do ladrilho não deve
ter uma área maior do que 0,1 m2 a menos que a fixação seja garantida por meios mecânicos. Os
ladrilhos cerâmicos para utilização no exterior até à altura do primeiro andar devem ter absorção de
28
água de não mais do que 3% (ladrilhos extrudido tipo AI ou ladrilhos prensados a seco do tipo BIa e
BIb). Antes de escolher um determinado tipo de ladrilho, devem ser obtidos conselhos a partir do
fornecedor sobre a sua adequação. Esta norma faz outras considerações sobre os materiais
utilizados:
• fita auto-adesiva (“Bond-breaker tape”) - é uma fita auto-adesiva, geralmente de polietileno ou de
politetrafluoretileno (PTFE) utilizada para prevenir a aderência da argamassa das juntas ao substrato;
• os limitadores de profundidade (“back-up materials”) são materiais compressíveis e devem ser de
um material ao qual o vedante não adere ou que possa ser coberto com uma fita auto-adesiva para
impedir a adesão;
• o limitador de profundidade na parte inferior da junta deve ser compatível com o vedante utilizado,
para poder recuperar após a compressão, e deve apoiar o vedante. Não deve transpirar produtos
betuminosos ou oleosos e não deve absorver quantidades excessivas de humidade. Em particular, a
sua compressibilidade deve ser tal que, quando a junta fecha o vedante, este não é forçado a sair. Os
materiais adequados incluem borracha de célula fechada (“closed cell cellular rubber”) e polímeros,
como o polietileno celular, algumas placas de fibras, placas de cortiça ou cabos sintéticos de cerâmica
(“synthetic ceramic cords”). Os limitadores de profundidade (“Back-up materiais”) estão disponíveis em
forma de folha e tira cabo, numa gama variada de tamanhos;
• reforço em rede de metal distendido para cimento: reforço de metal (deve ser de arame de aço
inoxidável austenítico em conformidade com a BS 4483). O fio deve ser de 2,5 mm de diâmetro
soldado em malha de aproximadamente 50 x 50 mm. As fixações devem ser de aço inoxidável
austenítico. O tipo de fixação depende do suporte. O reforço galvanizado, como recomendado no BS
5385-1, não deve ser utilizado no exterior, exceto onde pode ser adequado para pequenas áreas em
locais abrigados.
No ponto 6.3.3., Conceção de juntas, refere-se que a largura ideal para juntas entre os azulejos é
influenciada pelas variações do tamanho do ladrilho e a profundidade da junta necessária. A largura
da junta dos ladrilhos extrudidos deve geralmente ser de 8 a 10 mm, podendo a junta ser menor nos
ladrilhos prensados, dependendo da tolerância de tamanho, mas não mais estreita do que 3 mm. A
largura da junta nominal selecionada deve permitir alguns ajustes durante a fixação, de modo a que
as variações da largura da junta, necessária para acomodar as tolerâncias dimensionais do ladrilho,
não sejam demasiado evidentes no acabamento do ladrilho. As juntas devem ser suficientemente
largas para permitir que a argamassa possa ser inserida, sem muita dificuldade, para a profundidade
das juntas e, assim, alcançar juntas sólidas, tanto quanto possível, sem espaços vazios ou cavidades
onde a água poderia penetrar.
Nas Figuras 2.12. e 2.13., é representado em corte e em planta, respetivamente, o posicionamento da
junta de movimento em edifícios com estrutura de betão e com alvenaria de tijolo. Na Figura 2.14., é
representada uma axonometria e um pormenor do posicionamento da junta de movimento em
edifícios com estrutura de betão e com alvenaria de tijolo.
29
Figura 2.13. - Planta - Posicionamento da junta de movimento em
edifícios com estrutura de betão e com alvenaria de tijolo [56]
Figura 2.12. - Corte - Posicionamento da junta
de movimento em edifícios com estrutura de
betão e com alvenaria de tijolo [56]
Legenda: 1 - selante; 2 - ladrilho cerâmico; 3 - cimento cola ou
argamassa; 4 - alvenaria de tijolo; 5 - laje de betão; 6 - pilar
Legenda:
1 - argamassa das juntas;
2 - alvenaria de tijolo; 3 - fita
auto-adesiva (“Back-up strip”);
4 - laje em betão; 5 - cimento
cola ; 6 - material de
enchimento; 7 - ladrilho;
8 - argamassa de emboço;
9 - camada de assentamento
(“Adhesive bed”)
Figura 2.14. - Posicionamento da junta de movimento em edifícios com estrutura de betão com alvenaria de tijolo [16]
Nas Figuras 2.15 a 2.18 [16], são apresentados detalhes de juntas em revestimentos cerâmicos
exteriores de fachada.
Legenda:
1 - ladrilho; 2 - cimento cola ou
argamassa; 3 – material de
enchimento (“Joint filler board”);
4 – material de preenchimento
da junta; 5 – limitador de
profundidade em material
flexível (“back-up strip”);
6 - emboço; 7 - parede
estrutural; 8 - fita auto-adesiva
(“Bond-breaker tape”); 9 - vazio Figura 2.15. - BS 5385-2:2006 Junta do
revestimento cerâmico alinhada com a
junta estrutural [16]
Figura 2.16. - BS 5385-2:2006 - Junta do
revestimento cerâmico alinhada com a junta
estrutural (fixação direta) [16]
30
Legenda:
1 - ladrilho; 2 - cimento cola ou
argamassa; 3 – material de
enchimento (“Joint filler board”);
4 – material de preenchimento
da junta; 5 – limitador de
profundidade em material
flexível (“back-up strip”);
6 - emboço; 7 - parede
estrutural; 8 - fita auto-adesiva
(“Bond-breaker tape”); 9 - vazio
Figura 2.17. - BS 5385-2:2006 - Junta
estrutural aberta [16]
Figura 2.18. - BS 5385-2:2006 - Junta não
estrutural [16]
A norma BS 5385-2 apresenta no ponto 10.2. algumas regras genéricas para a localização das juntas
a serem consideradas pelo projetista:
• embora as juntas estruturais sejam isoladas por material limitador da profundidade da junta (“back-
up material”), as juntas das sucessivas camadas até ao nível do revestimento cerâmico devem ser
coincidentes e contínuas com as juntas estruturais existentes;
• quando os ladrilhos são aplicados a um substrato intermédio, as juntas de fracionamento devem
estender-se através do substrato intermédio;
• quando os suportes são coesos e estáveis, as juntas não-estruturais do revestimento cerâmico,
devem estender-se apenas através do ladrilhos e a sua camada de assentamento e ter um mínimo de
6 mm de largura;
• sobre juntas estruturais preexistentes; as juntas de movimento previstas para a estrutura, reboco e
alvenaria devem ser prolongadas e as suas dimensões mantidas até à camada de revestimento. Os
materiais de preenchimento devem atender aos requisitos de desempenho para as movimentações
previstas;
• em locais em que haja o encontro de revestimentos produzidos com materiais distintos;
• nos ângulos verticais externos, podendo ser posicionadas a uma distância entre 0,25 e 1 m a partir
da mudança de plano do revestimento;
• nas junções entre diferentes tipos de materiais no suporte, quando o revestimento cerâmico for
contínuo sobre a junta;
• juntas horizontais a cada pavimento, coincidindo com o fundo da laje ou da viga (na parte superior e
na parte inferior da laje ou na borda da viga), ou seja, na fronteira entre a alvenaria e a estrutura;
• juntas verticais afastadas entre 3 a 4,5 m, em quinas internas e em todas as junções entre alvenaria
e pilares.
Todas as juntas devem ter uma secção retangular, em linha reta, bordos lisos, livres de
irregularidades. As relações de largura: profundidade e dimensões do material de preenchimento da
junta, devem atender às recomendações do fabricante do material de preenchimento da junta.
Quando se formam as juntas, é útil inserir uma fita-adesiva para assegurar a limpeza das faces
laterais da junta e removê-la somente quando o assentamento do revestimento é suficientemente
31
firme. Deve-se ter cuidados para evitar que a argamassa ou outros materiais fiquem presos na
cavidade da junta, uma vez que estes impedem a aplicação adequada do limitador da junta e do
material flexível de preenchimento da junta.
A norma BS 5385-2 apresenta ainda, no ponto 10.4., algumas regras para a aplicação do material de
preenchimento das juntas:
• na maioria dos casos, o vedante flexível não deve ser aplicado até os espaços das juntas estarem
bem limpos e secos, mas estão disponíveis matérias flexíveis especiais, que podem ser aplicados na
presença de humidade;
• de preferência, as juntas devem ser protegidas contra a penetração de corpos estranhos. Podem ser
cobertas, por exemplo, por uma fita adesiva ou sarrafo, mas, quando a humidade ou os solventes
estão presentes na camada de assentamento ou no suporte, as juntas devem ser deixadas expostas
até que toda a humidade e os solventes sejam dissipados. Espaços das juntas descobertos podem
recolher substâncias nocivas e devem ser cuidadosamente limpos antes da selagem.
A norma BS 5385-2 apresenta, no ponto 10.5., algumas regras para a aplicação dos limitadores de
profundidade (“back-up materials”):
• do ponto de vista funcional e económico, os materiais compressíveis limitadores de profundidade
devem ser incorporados no conjunto para alcançar a profundidade requerida do material flexível das
juntas. O material flexível das juntas deve ser aplicado e devem ser utilizadas ferramentas para
garantir a aderência e acabamento superficial adequados;
• os materiais flexíveis das juntas devem ser ligados apenas às faces opostas da abertura, permitindo
que o vedante possa esticar ou comprimir livremente quando submetido a movimento. Se o vedante
for ligado a uma terceira superfície, na parte de trás do conjunto, inibe a acomodação de movimento e
aumenta a pressão sobre a junta e a probabilidade de falha do material flexível das juntas;
• quando a profundidade da junta é insuficiente para acomodar um material compressível limitador de
profundidade, deve ser aplicada uma fita adesiva, na parte inferior da junta para melhorar o
desempenho do conjunto;
• o material de enchimento deve ser colocado de forma a permitir a adequada profundidade de
aplicação do material flexível das juntas, devendo a profundidade mínima ser de 6 mm.
No ponto 6.1., esta norma refere que, na fase inicial de conceção dos revestimentos cerâmicos
aplicados em paredes exteriores, deve-se ter em consideração:
a) o tipo, tamanho e cor do ladrilho;
b) o tipo e dimensão das juntas;
c) o tipo, altura e idade do suporte;
d) o método e materiais a serem utilizados para o assentamento;
e) a posição e requisitos para as juntas de movimento.
No ponto 6.3.4., “Waterproofing details and external features”, é referido que os detalhes em pontos
singulares devem ser projetados de forma a proteger os ladrilhos em situações onde pode ficar
vulnerável à penetração de água ou descoloração pela deposição de sujidades. Esta proteção deverá
impedir a entrada de água pelo tardoz do ladrilho. Pingadeiras e remates que cubram os bordos
superiores dos ladrilhos devem ser desenhados por forma a impedir a entrada de água conduzida e
32
penetrando na estrutura por cima no bordo do ladrilho. Caleiras e algerozes deverão ter adequada
capacidade para a taxa de volume e fluxo de água que transportam.
2.2.6 Documentação internacional
A nível internacional, são abordados neste ponto três modelos: o modelo australiano, brasileiro e dos
E.U.A..
No ponto 2.2.6., Modelo australiano, são indicadas as recomendações da norma AS 3.958, parte 2
[18] - Ladrilhos cerâmicos. Parte 2: Guia para a seleção de um sistema de revestimento cerâmicos,
onde dedicam um parágrafo inteiro a juntas de dilatação (pp. 23-30), no capítulo sobre o planeamento
e projeto. Todas essas contribuições vêm da norma britânica BS 5885 (1987), que, nas suas
diferentes partes, identifica os requisitos e especificações de projeto desses elementos [1].
No ponto 2.2.7., Modelo brasileiro, são referidas duas normas:
- a norma de desempenho, NBR 15575-4: Edificações habitacionais - Desempenho - Parte 4:
Sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE, 2013 [19];
- a norma NBR 13755:1996 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e
com utilização de argamassa colante – Procedimento [20];
No ponto 2.2.8., Modelo dos E.U.A, é referido o 2014 TCNA Manual para instalação dos ladrilhos
cerâmicos [21].
2.2.7 O modelo australiano
A publicação, entre 1991 e 1992, de duas normas australianas sobre a aplicação de revestimentos
cerâmicos (AS 3.958-1:1991 e AS 3.958-2:1992), complementares à norma AS 3958 sobre ladrilhos
cerâmicos, constituiu um marco importante no panorama internacional na disponibilidade de
documentos técnicos sobre a aplicação por aderência de materiais rígidos modulares.
O IPC [1] refere que a norma australiana representa a síntese de dois modelos diferentes: o
americano, representado pelo Manual de Colocação do Revestimento Cerâmico [TCNA], e o britânico,
baseado na norma B5 5385.
A norma AS 3.958-1:2007 [Guia de instalação de revestimentos cerâmicos] [17] é dividida em cinco
seções, abrangendo:
• objetivo, referências documentais, definições e sinónimos.
• materiais: ladrilhos cerâmicos e mosaico, material adesivo, material de preenchimento das juntas,
preparação dos suportes e aplicação das juntas de dilatação, primário de ligação, componentes da
argamassa (cal, cimento, areia, água), camadas de separação para pavimento, camadas intermédias,
reforço, armazenagem e manuseio de materiais;
• sistemas de revestimento, incluindo guias para a sua seleção: pavimentos e revestimentos;
• preparação dos suportes para a aplicação: com informações gerais, betonilhas de regularização,
pavimentos, revestimento de madeira, painéis de fibrocimento, betão armado, muros pré-fabricados,
entre outros;
• aplicação dos ladrilhos cerâmicos, com considerações iniciais sobre a compatibilidade da técnica de
aplicação com os suportes, os critérios gerais para a instalação de ladrilhos e as juntas de movimento
[denominadas estruturais, intermédias e perimetrais];
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• na quinta seção, faz-se uma ampla descrição das técnicas de aplicação em camada grossa com
argamassa (em pavimentos e paredes) e da aplicação com adesivo, dá-se orientação sobre a
superfície de contacto mínima exigida em diferentes tipos de revestimentos, desde o mínimo de 65 %
para revestimentos interiores até exigências de cobertura de 90% no tardoz do ladrilho em
revestimentos no exterior.
A AS 3.958-2:1992 [Guias de seleção sistema de revestimento cerâmico] é uma norma importante
para o prescritor e projetista, como guia para a elaboração de um projeto de revestimento cerâmico. A
norma é estruturada em cinco seções dedicadas a:
• objetivo, campo de aplicação e informações gerais, com uma descrição das camadas intermédias
típicas de um sistema de revestimento;
• planeamento e desenho do sistema de revestimento em função do uso a que se destina,
acabamento desejado e tipo de suporte, com contribuição de um fluxograma com todos os dados
importantes na seleção de materiais e técnica de aplicação;
• a terceira seção é dedicada à análise dos dados do projeto, com informações gerais, a definição de
meio ambiente e comportamento do revestimento, a caracterização dos suportes, a geometria da
superfície e o local da execução;
• a quarta seção, a mais extensa, entra em detalhes no planeamento e no desenho, com uma seção
completa dedicada à descrição dos suportes [classes e características] e a técnica de escolha para a
aplicação, incluindo requisitos e tolerâncias a cumprir pelo suporte. Também inclui uma seção sobre
juntas de movimento. As últimas seções referem-se à verificação da conformidade do sistema de
revestimento cerâmico, elaboração de desenhos e especificações, bem como instruções para a
execução;
• a última seção é dedicada a revestimentos especiais com requisitos particulares como isolamento,
resistência mecânica e térmica, condutividade elétrica, requisitos especiais de higiene, ambientes
húmidos, entre outros.
A seção 1 do AS 3.958-2:1992 define as camadas funcionais de um sistema de revestimento,
distinguindo quatro partes principais: o revestimento cerâmico; a camada de assentamento dos
ladrilhos cerâmicos e as camadas intermédias (separação, isolamento acústico, isolamento térmico,
membranas de impermeabilização, camadas de reforço; e camada de regularização).
A norma Australiana AS 3958-2:1992 explica que a especificação das juntas de esquartelamento é
influenciada pelo tipo de estrutura, idade, dimensões, e geometria da superfície a ser revestida, pelo
potencial de expansão por humidade das placas cerâmicas, tamanho dos ladrilhos cerâmicos e das
juntas de assentamento e pela localização destas últimas. Porém, não são apresentados parâmetros
que permitam definir se a fachada analisada possui maior ou menor potencial de movimentação,
sendo o projeto realizado em função da "experiência" do projetista.
No ponto 2.3., Planeamento do sistema, refere-se que o planeamento e projeto de um revestimento
cerâmico requer uma análise dos dados do projeto, seguida do planeamento e do projeto do sistema.
O sistema é normalmente selecionado com base na escolha do sistema de camadas disponíveis ou
na escolha de materiais. A Figura 2.19 define este procedimento na forma de fluxograma.
34
Figura 2.19. - Fluxograma do processo da conceção da aplicação do revestimento cerâmico (adaptado e
complementado a partir de [18])
35
No ponto 4.5.3.2., Juntas em paredes, esta norma indica que as juntas estruturais em paredes devem
estender-se até ao revestimento e ao suporte e devem ter um mínimo de 6 mm de largura.
Nas Figuras 2.20 e 2.21, são apresentados pormenores de juntas de ladrilhos aplicados em paredes.
Legenda: 1 - suporte; 2 - ladrilho cerâmico; 3 - argamassa
das juntas; 4 - cimento-cola
Legenda: 1 - camada de regularização; 2 - ladrilho
cerâmico; 3 - argamassa das juntas; 4 - material de
enchimento
Figura 2.20. - AS 3.958,2 – Junta de movimento em
parede [18]
Figura 2.21. - AS 3.958,2 – Junta de esquartelamento
na base da parede [18]
As juntas de expansão devem ser instaladas nas seguintes localizações:
(A) Em juntas estruturais existentes;
(B) Onde o revestimento cerâmico confina com outros materiais;
(C) Nas junções entre diferentes materiais de suporte, por exemplo quando o revestimento é contínuo
e está sobre diferentes tipos de suporte;
(D) Juntas horizontais ao nível dos pisos e juntas verticais entre 3 e 4,5 m de distância. Idealmente,
deveriam ser localizadas sobre juntas estruturais dos suportes e nas mudanças de materiais
estruturais, como, por exemplo, juntas horizontais na parte inferior da laje ou juntas verticais nos
cantos interiores e nas junções com pilares.
No ponto 4.7., Preparação de desenhos e especificações, esta norma refere que, idealmente, cada
trabalho, independentemente da sua dimensão, deve ter uma especificação. No entanto, reconhece-
se que trabalhos pequenos e repetitivos podem não ser tão detalhados quanto trabalhos mais
complexos. No mínimo, o sistema de fixação deve respeitar a AS 3.958-1 e ser especificado, e o tipo
de ladrilho ter a sua classificação definida em termos de BS 6431.
Se for necessária alguma forma de preparação do suporte, esta deve ser compatível com o cimento-
cola e deve também deverá ser especificada. Onde sejam necessárias juntas de movimento, devem
ser fornecidos desenhos tipo e a sua dimensão e localização.
A norma indica ainda etapas guia para o uso da mesma no desenvolvimento de especificações:
(A) Descrição em especificação e desenhos da área a ser revestida;
(B) Selecionar o método de aplicação apropriado para o suporte;
36
(C) Selecionar e especificar o tipo de ladrilho necessário, tendo em conta o nível de desempenho
desejado da instalação. Todos os ladrilhos devem ser especificados de acordo com a BS 6431;
(D) Selecionar e especificar o material de colagem, argamassa, cimento-cola, ou adesivo orgânico;
(E) Selecionar e especificar o material de preenchimento das juntas;
(F) Especificar os materiais necessários e trabalho de preparação, incluindo o tempo de cura
necessário para qualquer substrato, betonilha ou argamassa;
(G) Especificar qualquer preparação a ser realizada pelo ladrilhador;
(H) Especificar juntas de dilatação e suas localizações. Mostrar detalhes de desenhos;
(I) Especificar os procedimentos de aplicação, referindo-se aos procedimentos aplicáveis das técnicas
de fixação utilizadas.
Procedimentos especiais de instalação e métodos de instalação e materiais proprietários devem ser
especificados em conformidade com as exigências do fabricante.
No ponto 4.8., Preparação de instruções, refere-se que, quando o trabalho incorpora requisitos ou
recursos especiais, estes devem ser recolhidos e direcionadas à pessoa apropriada para realizar o
trabalho. Estas instruções dependem do tipo e tamanho do projeto, do tipo de instalação e devem
relacionar, quando apropriado:
(a) O comprador – tipo de ladrilho, cola, argamassa, juntas de dilatação e outras camadas;
(b) O empreiteiro - datas críticas para a conclusão da estrutura de suporte;
(c) O aplicador das argamassas – datas para iniciar e concluir;
(d) O ladrilhador, como se segue:
(i) primeiras e últimas datas de início com base na disponibilidade de local (ou seja, o
suporte) e abertura prevista ao tráfego;
(ii) Definição de trabalho e juntas de movimento;
(iii) Proteção do trabalho existente;
(iv) Proteção da aplicação do ladrilho quando concluída e fornecimento de acesso para outros
trabalhos da edificação;
(v) O tratamento especial, por exemplo, em janelas e mobiliário;
(vi) Extensão da limpeza necessária;
(e) O empreiteiro especialista, como se segue:
(i) A aplicação de juntas de dilatação estruturais;
(ii) a aplicação de material de preenchimento das juntas.
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2.2.8 O modelo brasileiro
No Brasil, existe a norma de desempenho NBR 15575-4: Edificações habitacionais - Desempenho -
Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE, 2013. [19], a qual tem especial
relevo para os revestimentos cerâmicos. Esta norma só é aplicável a edificação habitacionais com até
cinco andares e estabelece 3 níveis de desempenho. Para todos os critérios, é estabelecido um
patamar mínimo de desempenho (M), que deve ser obrigatoriamente atendido, válido por defeito
quando o projeto não especificar outro. Para alguns critérios, são indicados ainda o nível intermediário
(I) e superior (S), a ser definido no início do projeto. Esta norma apresenta 11 níveis de desempenho
para os sistemas de vedações verticais internas e externas; conforme o Quadro 2.14.
Quadro 2.14. - Níveis de desempenho para os sistemas de vedações verticais internas e externas [19 e 57]
Desempenho Requisitos
Estrutural
Estabilidade e resistência estrutural dos sistemas de vedação internos e externosDeslocamentos, fissuração e ocorrência de falhas nos sistemas de vedações verticais internas e externas Solicitações de cargas provenientes de peças suspensas atuantes nos sistemas de vedações internas e externas Impacto de corpo-mole nos sistemas de vedações verticais internas e externas, com ou sem função estrutural Impacto de corpo mole nos sistemas de vedações verticais internas e externas –para casas térreas – com ou sem função estrutural Ações transmitidas por portasImpacto de corpo duro incidente nos SVVIE, com ou sem função estrutural Cargas de ocupação incidentes em guarda-corpos e parapeitos de janelas
Segurança contra
incêndio
Dificultar a ocorrência da inflamação generalizadaDificultar a propagação do incêndioDificultar a propagação do incêndio e preservar a estabilidade estrutural da edificação
Uso e operação* Segurança das instalações - Evitar a ocorrência de ferimentos ou danos aos usuários, em condições normais de uso.
Estanqueidade
Infiltração de água nos sistemas de vedações verticais externas (fachadas) Humidade nas vedações verticais externas e internas decorrente da ocupação do imóvel
Térmico Adequação de paredes externasAberturas para ventilação
Acústico Isolação acústica de vedações externas*Isolação acústica entre ambientes*Ruídos de impactos*Níveis de ruído admitidos na habitação
Lumínico* Iluminação naturalIluminação artificial
Durabilidade e manutenção
Vida útil de projeto dos sistemas de vedações verticais internas e externas “Manutenibilidade” dos sistemas de vedações verticais internas e externas
Saúde * Proliferação de microorganismosPoluentes na atmosfera interna à habitaçãoPoluentes no ambiente de garagem
Conforto antropodinâmico*
Conforto tátil e adaptação ergonômicaAdequação antropodinâmica de dispositivos de manobra
Adequação ambiental* Utilização e reuso de água*Nota: Os requisitos estão definidos na norma NBR 15575-1: Edificações habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos gerais [55].
No ponto 7.7., Impactos de corpo duro, indica-se que os impactos de corpo duro procuram representar choques acidentais aplicados por esferas de aço com diâmetro de 5 cm / massa de 5 N (impactos de utilização) e diâmetro de 6,25 cm / massa de 10 N (impactos de segurança), sendo que os elementos alvo de impacto não podem:
• ser transpassados, sofrer rutura ou instabilidade sob ação de impactos de segurança com energias
indicadas no Quadro 2.15;
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• apresentar fissuras, escamações, delaminações, ou outras falhas que comprometam o estado de
utilização, sob ação dos impactos de utilização indicados no Quadro 2.15.
Quadro 2.15. – Critérios e níveis de desempenho para impacto de corpo duro na face externa de
elementos estruturais e vedações verticais localizadas na fachada da edificação
(Combinação da Tabela D.4, pág. 30 da NBR 15575 – Parte 2 [52] e Tabela F.5, pág. 54 da NBR 15575 – Parte 4 [19])
Energia de impactoa) de corpo duro (J)
Critério de desempenho Nível de desempenho
3,75 Não ocorrência de fissuras, destacamentos, desagregações Mossas com qualquer profundidade
M
20 Não ocorrência de ruína e trespassamentoPermitidas falhas superficiais, como mossas, fissuras e desagregações
3,75 Não ocorrência de fissuras, destacamentos, desagregações Profundidade da mossa: p ≤ 5 mm b)
I
20 Não ocorrência de ruína e trespassamentoPermitidas falhas superficiais, como mossas, fissuras e desagregações
3,75 Não ocorrência de fissuras, destacamentos, desagregações Profundidade da mossa: p ≤ 2 mm
S
20 Não ocorrência de ruína e trespassamentoPermitidas falhas superficiais, como mossas, fissuras e desagregações
a) Sentido do impacto de fora para dentro.b) A Parte 4 da Norma limita p a 2 mm tanto para o nível intermediário como para o nível superior.
No Anexo B da Norma NBR 15575 – Parte 4 [19]), estabelece-se a verificação da resistência a
impacto de corpo duro-Método de ensaio. No ponto B.3, refere que a aparelhagem consiste em:
a) um corpo percussor de impacto com forma e massa (m) estabelecidas no Quadro 2.16;
b) um dispositivo para medição dos deslocamentos com resolução de 0,1 mm.
Quadro 2.16. – Massa de corpo percussor de impacto, altura e energia de impacto
(Anexo B, Tabela B.1, pág. 36 da NBR 15575-4) [19]
Corpo percussor de impacto m kg
h m
E J
Corpo duro de grandes dimensões (esfera de aço) – 10 impactos para cada energia
1 1
1,00 2,00
10 20
Corpo duro de pequenas dimensões (esfera de aço) – 10 impactos para cada energia
0,5 0,5
0,50 0,75
2,5 3,75
O ponto 7.8.1.3., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Cargas de ocupação incidentes em
guarda-corpos e parapeitos de janelas, refere que:
• o projeto deve estabelecer os detalhes executivos e as cargas de uso previstas para casos
especiais, bem como atender às dimensões estabelecidas na ABNT NBR 14718, no caso de guarda-
corpos.
As paredes de fachada com caixilhos devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que
proporcionem escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna, podendo
ocorrer pequenas manchas de humidade, com áreas limitadas aos valores indicados no Quadro 2.17.
39
Quadro 2.17. - Níveis de desempenho para estanqueidade à água de paredes de fachada (Anexo F, Tabela F.7, pág. 55 da NBR 15575-4) [19]
Edificação Tempo de ensaio h
Percentual máximo da soma das áreas das manchas de humidade na face oposta à incidência da água, em relação à área total do corpo de prova submetido à aspersão de água, no final do ensaio
Nível de desempenho
Térrea (só a parede de vedação)
7 10 M Sem manchas I; S
Com mais de um pavimento (só a parede de vedação)
7 5 M Sem manchas I; S
Vãos Atender à ABNT NBR 10821 M
A infiltração da água em fachadas ocorre normalmente através de fissuras ou destacamentos entre
vedações e estrutura, falhas de material de preenchimento das juntas entre paredes e caixilharia e
empoçamento de água em peitoris. Pode ser evitada com a adoção de detalhes construtivos
apropriados, correta escolha e aplicação do sistema de revestimento cerâmico, e do material de
preenchimento entre paredes e caixilharias. A arquitetura da fachada deve incluir detalhes, molduras,
peitoris e pingadeiras que promovam o afastamento das lâminas de água e previnam infiltrações.
O ponto 10.1.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Infiltração de água nos sistemas de
vedações verticais externas (fachadas), menciona que:
• o projeto deve indicar os detalhes construtivos para as interfaces e juntas entre componentes, a fim
de facilitar o escoamento da água e evitar a sua penetração para o interior da edificação. Esses
detalhes devem levar em consideração as solicitações a que os componentes da vedação externa
estarão sujeitos durante a vida útil de projeto da edificação habitacional;
• o projeto deve contemplar também obras de proteção na envolvente da construção, a fim de evitar a
acumulação de água nas bases da fachada da edificação.
O ponto 10.1.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Humidade nas vedações verticais
externas e internas decorrente da ocupação do imóvel, refere que:
• o projeto deve mencionar os detalhes executivos dos pontos de interface do sistema.
O ponto 14.2.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito - Vida útil de projeto dos sistemas de
vedações verticais internas e externas, indica que:
• o projeto deve mencionar o prazo de substituição e manutenções periódicas para os componentes
que apresentem vida útil de projeto menor do que aquelas estabelecidas para o SVVIE - Sistemas de
vedações verticais internas e externas.
O ponto 14.3.1.2., Premissas de projeto, relativas ao Requisito – “Manutenibilidade” dos sistemas de
vedações verticais internas e externas, menciona que:
• o fabricante do produto, o construtor, o incorporador público ou privado, isolada ou solidariamente, devem especificar em projeto todas as condições de uso, operação e manutenção dos sistemas de vedações verticais internas e externas, especialmente e com relação a:
a) caixilhos, esquadrias e demais componentes;
b) recomendações gerais para prevenção de falhas e acidentes decorrentes de utilização inadequada (fixação de peças suspensas com peso incompatível com o sistema de paredes, abertura de vãos em paredes com função estrutural, limpeza de pinturas, travamento impróprio de janelas tipo guilhotina e outros);
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c) periodicidade, forma de realização e forma de registro de inspeções;
d) periodicidade, forma de realização e forma de registro das manutenções;
e) técnicas, processos, equipamentos, especificação e previsão quantitativa de todos os materiais necessários para as diferentes modalidades de manutenção, incluindo-se não restritivamente as pinturas, tratamento de fissuras e limpeza;
f) menção às normas aplicáveis. A norma NBR 13755:1996 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e
com utilização de argamassa colante – Procedimento. é constituída por 6 secções: Prefácio; (1)
Objetivo; (2) Referências normativas; (3) Definições; (4) Requisitos relativos ao uso dos materiais; (5)
Requisitos relativos às disposições construtivas; (6) Critérios de conformidade; ANEXO A -
Determinação da resistência de aderência de revestimentos cerâmicos assentes com argamassa
colante. No ponto 4.2.5., Materiais das juntas de movimentação e de dessolidarização, é referido que
deve constar do projeto de arquitetura a especificação dos produtos enchimentos, selantes e
limitadores de profundidade:
• enchimentos (4.2.5.1) - devem ser empregues materiais altamente deformáveis, tais como borracha
alveolar, espuma de poliuretano, manta de algodão para calafetação, cortiça, aglomerado de madeira
(com densidade aparente de massa da ordem de 0,25 g/cm³), etc.;
• selantes (4.2.5.2) - na vedação das juntas de movimentação, de dessolidarização e estruturais,
devem ser empregues selantes à base de elastômeros, tais como poliuretano, polissulfeto, silicone,
etc. Em caso de dúvida sobre a qualidade dos selantes, a sua adequação deve ser comprovada por
laboratório especializado;
• limitadores de profundidade (4.2.5.3) - devem ser altamente deformáveis e compatíveis com a
deformação esperada. Em caso de dúvida sobre a qualidade dos limitadores de profundidade, a sua
adequação deve ser comprovada por laboratório especializado.
No ponto 4.4., Preparação do revestimento cerâmico, é referido que, na preparação do revestimento
cerâmico, o projeto do revestimento das fachadas deve evitar que se usem frações de placas
cerâmicas, fazendo a seguinte advertência “…Por motivos construtivos, quando houver necessidade
de remates, é permitido cortar as placas cerâmicas, mediante a utilização de ferramentas com ponta
ou disco, com a qual se obtém um corte perfeito.”
A necessidade da criação das juntas, espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou
distintos, é subdividida pelas normas em juntas de assentamento, juntas de movimentação, juntas de
dessolidarização e junta estrutural.
No ponto 5, a NBR 13.755 - Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas,
recomenda:
• a execução de juntas horizontais de movimentação e de dessolidarização espaçadas no máximo a
cada 3 metros ou a cada pé-direito, na região do encunhamento da alvenaria, bem como a execução
de juntas verticais de movimentação espaçadas a cada 6 metros;
• a execução de juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas mudanças de direção do plano
de revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas e vigas, ou com outros
41
tipos de revestimentos, bem como onde houver mudança de materiais que compõe a estrutura de
suporte de betão armado para alvenaria;
• que a largura destas juntas (“L” na Figura 2.22.) deve ser dimensionada em função das
movimentações previstas para a parede e para o revestimento, e em função da deformabilidade
admissível da argamassa das juntas, respeitado o coeficiente de forma (largura / profundidade da
junta), que deve ser especificado pelo fabricante da argamassa das juntas;
• que as juntas de assentamento das placas do revestimento devem manter o espaçamento
necessário para preencher as seguintes funções:
• compensar a variação de bitola, facilitando o alinhamento;
• atender a estética, harmonizando o tamanho das placas e as dimensões do pano a revestir com a largura das juntas entre os ladrilhos;
• oferecer o relativo poder de acomodação às movimentações da base e da placa cerâmica;
• facilitar o perfeito preenchimento, garantindo a completa vedação da junta;
• facilitar a troca de placas cerâmicas;
que as juntas estruturais devem ser respeitadas em posição e largura, em toda a espessura do
revestimento.
Nota: A dimensão mínima das juntas de assentamento pode ser de 5 mm, desde que esta largura e a
elasticidade do material de preenchimento das juntas atendam, pelo menos, às deformações devidas
à variação térmica a que está submetido o revestimento, mais a devida à expansão por humidade das
placas cerâmicas.
Figura 2.22. - NBR 13755/96 - Acabamento das juntas de movimentação ou dessolidarização
com material de enchimento e argamassa das juntas [19]
No ponto 4.5.1., refere-se que a argamassa para o chapisco deve ter o traço em volumes de 1:3 de
cimento Portland e areia grossa húmida e a argamassa para o emboço deve ter um traço em volume
aparente variando de 1:1/2:5 a 1:2:8 de cimento, cal hidratada e areia média húmida. Ainda se refere
nesse ponto que podem ser empregues argamassas industrializadas, desde que comprovado o
mesmo desempenho das argamassas acima citadas.
2.2.9 Modelo dos E.U.A.
A normalização e documentação disponível sobre os revestimentos cerâmicos e a sua aplicação por
aderência é muito abrangente e detalhada nos EUA. Este país é também pioneiro na proposta de
guias de seleção de materiais [ladrilhos, cimentos-cola, argamassas, entre outros] e na edição de
manuais de aplicação, estendidos à aplicação de pedra natural e mosaico de vidro [1].
42
O TCNA - Tile Council of North America, Inc. [21], com um percurso de mais de 60 anos, desenvolveu
as primeiras soluções construtivas adaptadas às condições ambientais e uso de revestimentos. Estes
guias de aplicação de ladrilhos em paredes e pavimentos serviram de referência para o
desenvolvimento da norma australiana AS 3958. Em conjunto com o Reino Unido e a Alemanha,
estes guias foram os primeiros a propor soluções construtivas para os recobrimentos rígidos mais
problemáticos, pela natureza dos suportes ou pelas exigências funcionais [1].
A documentação emitida nos EUA baseia-se num conjunto de regras que abrangem tanto as
especificações de materiais, como a aplicação e métodos de ensaio para a avaliação de
características. O Manual do TCNA [21] também fornece um guia para a seleção de cola e materiais
de preenchimento das juntas, em função do tipo de ladrilho [ladrilho cerâmico extrudido, porcelana,
mosaico, pedra] e do local de aplicação [parede interior ou exterior], fornecendo ainda recomendações
sobre a largura das juntas.
As fichas guia de cada solução de construção estão estruturadas em seções, além de fornecer um
pormenor do sistema de múltiplas camadas: faz referência aos usos recomendados, requisitos,
materiais, juntas de movimento e especificações para a aplicação. Nessas fichas, é feita uma
referência constante às normas consideradas em cada uma das seções, o que converte o manual
num documento útil para as especificações técnicas em projetos de revestimento.
O Manual do TCNA [21] para instalação de ladrilhos cerâmicos complementa as normas A108 [59]
(partes 01 a 17, dedicadas a especificações para a aplicação), A118 [59] (partes 1 a 15, dedicadas
aos materiais adesivos, materiais de preenchimento das juntas e membranas impermeáveis) e a
norma A137.1[59] (dedicado aos ladrilhos cerâmicos). Este manual inclui guias de seleção de
produtos; Campo de aplicação e requisitos de aplicação; orientações para juntas de movimento;
Apêndice: A – ISO 13007 [60] Normas para adesivos e argamassas para juntas; B - Peso estimado
para a aplicação em pavimentos; C - Especificações para materiais e aplicação. Neste manual,
existem três tipos de pormenor para paredes exteriores: W201-14 (Figura 2.23)), W202E-14 (Figura
2.24)) e W244E-14 (Figura 2.25.).
Figura 2.23. - Pormenor W201-14 [21] Figura 2.24. - Pormenor W202E-14 [21] Figura 2.25. - Pormenor W244E-14 [21]
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 -
cimento-cola; 3 - membrana; 4 -
argamassa de emboço; 5 - camada
raspada (“scratch coat”); 6 - chapa de
metal distendido (“metal lath”); 7 - barreira
de vapor (“cleavage membrane”); 8 - betão
/ alvenaria
*o uso de membrana é opcional
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 -
cimento-cola; 3 - membrana; 4 - betão /
alvenaria
*o uso de membrana é opcional
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 -
cimento-cola; 3 - camada de reforço; 4 -
estrutura metálica ou em madeira; 5 -
barreira retardadora de vapor; 6 -
membrana impermeabilizante
*o uso de membrana é opcional
43
No pormenor W244E-14, recomendado para paredes exteriores de alvenaria ou betão armado e onde
é aplicado o método de camada fina, refere-se sobre as tolerâncias na planeza do substrato do
ladrilho que a variação máxima permitida (para ladrilhos com todas as arestas mais curtas do que 15''
(0,38 m)) é 1/4'' (6,353 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido, com não mais do que 1/16'
(1,59 mm) de variação em 12' (0,3 m) quando medido a partir dos pontos altos na superfície. Para
peças com pelo menos uma aresta de 15'' (0,38 m) de comprimento, a variação máxima admissível é
de 1/8'' (3,18 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido, com não mais do que 1/16'’ (1,59 mm)
de variação em 24'' (0,61 m), quando medido a partir dos pontos elevados na superfície.
O manual refere sobre as juntas de movimento que os arquitetos têm que especificar o tipo de junta e
identificar a localização e os detalhes das juntas nas peças desenhadas. Ainda refere que as juntas
de movimento obrigatórias devem estar de acordo com as recomendações de EJ171 - “Movement
joint guidelines for ceramic, glass, and stone”. Refere ainda que as juntas perimetrais são essenciais e
necessárias na aplicação do revestimento com ladrilhos cerâmicos. Esta seção fornece
recomendações e orientações gerais, incluindo os meios pelos quais as juntas de dilatação no betão
armado são realizadas e incorporadas na execução dos revestimentos cerâmicos. Devido às
condições ilimitadas, e aos sistemas estruturais, em que o revestimento pode ser aplicado, o arquiteto
ou quem especifica deve indicar as localizações específicas e detalhes das juntas de movimento nas
peças desenhadas do projeto. A preparação de aberturas deixadas pelo empreiteiro e a aplicação de
fitas autoadesivas e argamassas para juntas deve ser especificada na seção de calafetagem e
selagens dos cadernos de encargos.
O TCNA [21] faz ainda as seguintes recomendações sobre a localização e frequência das juntas:
• juntas de movimento para aplicações no exterior devem ser colocadas pelo menos a cada 2,4 m a
3,7 m em cada direção;
• juntas perimetrais – são necessárias juntas de movimento onde o revestimento cerâmico confina
com outras superfície, como por exemplo em muro, pavimentos diferentes, lancis, colunas, tubagens,
tetos, e onde as mudanças ocorrem em materiais de apoio;
• todas as juntas de expansão, contração, controlo, construção e juntas sísmicas na estrutura devem
continuar através do revestimento cerâmico, incluindo as juntas em superfícies verticais.
Normalmente, isso significa que, além de garantir o funcionamento das juntas de movimento dos
substratos, o revestimento cerâmico necessita de juntas de movimento adicionais.
Os diferentes tipos de juntas de movimento são apresentados na secção EJ171 do Manual do TCNA
[21]. As juntas de movimento são normalmente consideradas juntas estruturais que podem
eventualmente mover-se verticalmente. Estas juntas existem em substratos de betão para isolar uma
porção da laje de outra, e em camadas de argamassa, ou como uma extensão da junta estrutural do
betão armado ou apenas para isolar uma porção da camada de argamassa. As Figuras 2.26 a 2.30
fazem parte da EJ17 que enuncia um conjunto de linhas diretrizes aplicáveis às juntas de movimento
para materiais cerâmicos, vidro e materiais pétreos.
44
O EJ17 faz as seguintes recomendações sobre a largura das juntas:
• a largura mínima de juntas de movimento deve ser aumentada 1,6 mm por cada 9,44 ºC de
mudança de temperatura da superfície do ladrilho quando a diferença entre a temperatura mais alta
do verão e a temperatura mais baixa do inverno for maior do que 37,8ºC;
• as juntas do revestimento cerâmico nunca devem ser mais estreitas do que as juntas estruturais.
Figura 2.26. - Pormenor de junta
EJ171-14 estrutural [21]
Figura 2.27. - Pormenor de junta
EJ171C-14 não-estrutural [21]
Figura 2.28. - Pormenor de junta
EJ171D-14 de isolamento e
estrutural [21]
Legenda: 1 - material de preenchimento com profundidade de ½ da largura; 2 - limitador de profundidade sem ligação à argamassa das juntas; 3 - material de enchimento; 4 - largura deve ser 4 vezes o movimento esperado.
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 - cimento-cola; 3 - camada de separação e reforço (malha de fibra ou metálica); 4 - membrana impermeabilizante; 5 - betão armado); 6 - material flexível a preencher a junta.
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 - cimento-cola; 3 - betão ou alvenaria; 4 - material flexível a preencher a junta; 5 - material de enchimento da junta estrutural; 6 - fita auto-adesiva.
Figura 2.29. - Pormenor de junta EJ171E-14
estrutural com camada de regularização [21]
Figura 2.30. - Pormenor de junta EJ171H-14 estrutural
com camada de separação e reforço [21]
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 - cimento-cola; 3 - argamassa de regularização; 4 - argamassa de chapisco; 5 - betão armado; 6 - material flexível de preenchimento da junta; 7 - fita auto-adesiva; 8 - material de preenchimento existente; 9 - junta estrutural existente.
Legenda: 1 - ladrilho cerâmico; 2 - cimento-cola; 3 - argamassa de regularização; 4 - reforço metálico; 5 - membrana impermeabilizante; 6 - betão armado; 7 - material flexível; 8 - fita auto-adesiva; 9 - material de preenchimento existente; 10 - junta estrutural existente.
As juntas de betonagem (“cold joint”) são o ponto de divisão de duas estruturas de betão adjacentes
quando estas são colocadas em alturas diferentes. Estes pontos fracos são mais propensos a
desenvolver fissuras e têm que ser tratados como uma junta de movimento. As juntas de construção
ou juntas de contração são juntas de controlo do betão armado que também devem ser tratadas como
juntas de movimento. Existem também vários tipos de juntas perimetrais, que são encontradas em
paredes de contenção ou pontos de transição de um plano para outro, que têm muito mais
probabilidade de ser submetidas a algum tipo de movimento.
45
O TCNA [21] faz as seguintes recomendações sobre os materiais aplicados nas juntas:
• os limitadores de profundidade devem ser flexíveis e compressíveis do tipo polietileno de célula
fechada, borracha de butilo, ou poliuretano de célula fechada, arredondada na superfície a contactar
com o material flexível de preenchimento da junta (Figuras 2.25 a 2.29), como recomendado pelos
fabricantes de vedantes. Devem-se encaixar perfeitamente na junta, sem compactação e a uma altura
que permita uma profundidade do vedante de metade da largura da junta;
• os vedantes não devem ligar-se ao material de apoio. Os vedantes adequados incluem silicone,
uretano, e polissulfureto, e estão disponíveis em composições mono e multicomponente. Ambas as
composições são geralmente adequadas para juntas de dilatação em ladrilhos. Vedantes
monocomponentes existem em pacotes pré-embalados ou outras formas que não exigem mistura em
obra. Vedantes multicomponentes requererem mistura em obra mas apresentam uma cura mais
rápida do que os monocomponente, tendo vantagens para áreas de tráfego. Vedantes de uretano são
recomendados para superfícies verticais exteriores e superfícies horizontais exteriores e interiores,
incluindo zonas de circulação em ladrilho cerâmico. Devido à sua resistência à abrasão e penetração,
os vedantes de uretano são recomendados para juntas de dilatação com revestimentos cerâmicos
aplicados em áreas de tráfego.
Além do manual do TCNA [21], a indústria dos EUA também fornece documentos de interesse sobre a
tecnologia de aplicação por aderência como o manual técnico “Direct adhered ceramic tile,stone and
thin brick facades” editado por Laticrete International, Inc.[59].
2.3 Análise comparativa da regulamentação e normalização
Nesta secção, é apresentada uma análise comparativa da documentação descrita nas secções
anteriores. Esta análise pretende ser um instrumento clarificador da atual legislação em vigor, na
Europa e fora da Europa, sobre o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada. Esta
análise tem o objetivo de descodificar algumas questões que a normalização pela extensão e
complexidade de conteúdo poderão apresentar.
A análise comparativa é estruturada em quadros temáticos e procura sistematizar informação
dispersa pelos vários documentos analisados, permitindo uma leitura mais rápida e clara de algumas
matérias específicas, tais como:
• campo de aplicação;
• aspetos referidos na normalização;
• exigências de planeza do suporte em paredes exteriores;
• condições climatéricas;
• seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho);
• seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho);
• terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos;
• recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento;
• terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em fachadas;
• pontos singulares.
46
No Quadro 2.18., são referidos os campos de aplicação dos documentos sobre revestimentos
cerâmicos e, no Quadro 2.19., os aspetos incluídos nessa mesma documentação europeia e
internacional.
Quadro 2.18. – Campo de aplicação dos documentos sobre revestimentos cerâmicos
Localização
dos
organismos
País
Documentos
Campo de aplicação
Paredes
interiores
Paredes
exteriores
Pavimentos
interiores
Pavimentos
exteriores
Fora da Europa
Austrália AS 3958-2:1992 [18] x x x x Brasil NBR 13755:1996 [20] x E.U.A. TCNA (2014) Handbook [21] x x
Europeus
Europa CEN/TR 13548:2004 [12] x x x x Alemanha DIN 18515-1:1998 [13] x Espanha Guia de la baldosa cerâmica
[5] x x x x
França NF DTU 52.2 P1-1-2:2009 [14] x Itália UNI 11493:2013 [15] x x x x Reino Unido
BS 5385-2:2006 [16] x
Quadro 2.19. - Quadro comparativo dos aspetos referidos na documentação europeia e internacional
Aspetos referidos na
normalização
DocumentosFora da Europa Europeus
Austrália Brasil E.U.A. Europa Alemanha Espanha França Itália Reino Unido
AS 3958.2 (1992)
[18]
NBR 13755 (1996)
[20]
TCNA (2014)
[21]
CEN/TR
13548 (2004)
[12]
DIN 18515-1 (1998)
[13]
Guia de la
baldosa cerâmica
[5]
NF DTU 52.2 P1-
1-2 (2009)
[14]
UNI 11493 (2013)
[15]
BS 5385-2
(2006) [16]
Calendarização da obra
x x x
Materiais x x x x x x x x xProjeto x x x x x x x x xSuportes x x x x x x x x xCritérios de seleção do cimento-cola
x x x x
Critérios de seleção da argamassa de junta
x x
Localização das juntas
x x x x x x x x x
Pontos singulares
x x x
Aplicação (Execução)
x x x x x x x x x
Manutenção x x x x x
No Quadro 2.19., verifica-se que todos os documentos fazem recomendações sobre especificação de
materiais, preparação dos suportes, localização das juntas e técnicas de aplicação. Constata-se que
apenas o manual do TCNA [21] e o “Guia de la baldosa cerâmica” [5] estabelecem critérios de seleção
das argamassas de juntas. Observa-se que apenas quatro documentos: manual do TCNA [21]; “Guia
de la baldosa cerâmica” [5], norma francesa [14] e a norma italiana estabelecem critérios de seleção
do cimento-cola.
47
Nos Quadro 2.20., 2.21. e 2.22., são referidas, respetivamente, as exigências de planeza do suporte
em paredes exteriores e as condições climatéricas referidas na normalização.
Quadro 2.20. – Exigências de planeza do suporte em paredes exteriores referidas na normalização
País Documentos PlanearidadeAustrália
AS 3958-2(1992) [18]
As tolerâncias de planeza são de 4 mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de comprimento.
Brasil NBR 13755(1996) [20]
O desvio de planeza da superfície sobre a qual serão assentes os revestimentos cerâmicos não deve ser maior do que 3 mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de comprimento.
E.U.A. TCNA (2014) [21]
A variação máxima permitida (para ladrilhos com todas as arestas mais curtas do que 15'' (0,38 m)) é 1/4'' (6,353 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido, com não mais do que 1/16' (1,59 mm) de variação em 12' (0,3 m) quando medido a partir dos pontos altos na superfície. Para peças com pelo menos uma aresta de 15'' (0,38 m) de comprimento, a variação máxima admissível é de 1/8'' (3,18 mm) em 10' (3,05 m) a partir do plano requerido, com não mais do que 1/16'’ (1,59 mm) de variação em 24'' (0,61 m), quando medido a partir dos pontos elevados na superfície.
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009) [14]
As tolerâncias de planeza são de 5 mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de comprimento e de 2 mm em relação a uma régua retilínea com 0,20 m de comprimento.
Quadro 2.21. – Condições climatéricas referidas na normalização a nível internacional
País Documentos Condições climatéricas da aplicação Austrália AS 3958-2
(1992) [18] A temperatura ideal para a instalação de revestimentos cerâmicos está entre 5 e 25°C. Fora deste intervalo, deve ser dada atenção ao fornecimento de aquecimento, ventilação ou proteção para permitir a continuação dos trabalhos. A temperatura do suporte, aquando da aplicação dos ladrilhos, deve estar entre 5 e 25°C. De um modo geral, o revestimento não pode ser satisfatoriamente realizado se a temperatura do suporte exceder 65 °C.
Brasil NBR 13755 (1996) [20]
Recomenda-se a execução do revestimento quando a temperatura ambiente estiver compreendida entre +5 e +40°C e quando as temperaturas da base do revestimento e dos materiais componentes do revestimento estiverem compreendidas entre +5 e +27°C.
Quadro 2.22. – Condições climatéricas referidas na normalização a nível europeu
País Documentos Condições climatéricas da aplicação Europa CEN/TR13548
(2004) [12] A aplicação de revestimentos cerâmicos não deve ser realizada quando a temperatura do ar, suportes ou materiais for inferior a 5 °C. A aplicação de ladrilhos no exterior não deve ser realizada em condições climáticas adversas (chuva, neve, vento).
Alemanha DIN 18515-1 (1998) [13]
Os ladrilhos apenas podem ser aplicados quando as temperaturas dos materiais usados e a área de trabalho é de pelo menos 5 °C.
Espanha Guia de la baldosa
cerâmica [5]
A aplicação deve ser realizada em condições climatéricas normais, (5 a 30 ºC) procurando evitar a exposição direta do sol e as correntes de ar
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009)
[14]
Não é recomendado realizar a aplicação com o revestimento com uma temperatura superior a 30 ºC ou inferior a 5 ºC, nem com vento muito forte.
Itália UNI 11493 (2013)
[15]
Não é recomendado realizar a aplicação com o revestimento com uma temperatura superior a 35 ºC ou inferior a 5 ºC, e a mesma não pode ser realizada em condições meteorológicas adversas (chuva, neve e vento).
Reino Unido
BS 5385-2 (BSI, 2006)
[16]
Antes de iniciar o trabalho, deve-se garantir que a temperatura do suporte é de pelo menos 5 °C, independentemente da temperatura ambiente.
No que se refere às condições climatéricas, todos os documentos analisados referem que os ladrilhos
apenas podem ser aplicados quando as temperaturas dos materiais usados e a área de trabalho é de
pelo menos 5 °C.
48
Nos Quadro 2.23. e 2.24., são referidas as recomendações sobre a seleção da cola adesiva em
paredes exteriores (classe de desempenho), nos Quadro 2.25. e 2.26., sobre a seleção do material de
preenchimento das juntas (classe de desempenho) e, nos Quadros 2.27. e 2.28., é indicada a
terminologia utilizada para juntas de movimento.
Quadro 2.23. – Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível
internacional
País Documentos Escolha da cola adesiva (classe de desempenho) Austrália AS 3958-2
(1992) [18] Não especifica o tipo de cola a ser recomendado. Refere que as paredes são revestidas geralmente com algum tipo de cola (“adhesive”). Os tipos específicos de colas variam com as propriedades do suporte e o ambiente de serviço necessário. É referido ainda que a argamassa de cimento raramente é aplicada em paredes. Algumas vezes é utilizada quando existem grandes variações na planearidade do suporte.
Brasil NBR 13755 (1996) [20]
Não especifica a classe do tipo de cola a ser recomendada, Mas no ponto 5.6.3 - Aderência refere que as placas cerâmicas devem estar aderidas ao substrato. Para tal, sempre que a fiscalização julgar necessário, deve ser feita a verificação da aderência, conforme ensaio descrito no anexo A da norma NBR 13755. Consideradas seis determinações da resistência de aderência, após a cura de 28 dias da “argamassa colante” utilizada no assentamento, pelo menos quatro valores devem ser iguais ou maiores do que 0,3 MPa.
E.U.A. TCNA (2014) [21]
Cimento cola: - quando uma membrana impermeabilizante não é utilizada – ANSI A118.15 ou de classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior; - quando uma membrana impermeabilizante é utilizada – ANSI A118.4 ou de classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior, a não ser que ANSI A118.1 ou ISO C1 seja recomendada pelo fornecedor das membranas impermeabilizantes.
Quadro 2.24. – Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho)
a nível europeu País Documentos Escolha da cola adesiva (classe de desempenho)
Europa CEN/TR 13548 (2004) [12]
Não especifica o tipo de cola a ser recomendada.
Alemanha DIN 18515-1 (1998) [13]
Não especifica o tipo de cola a ser recomendada. As colas devem estar em conformidade com a norma DIN EN 12004. A força de ligação do substrato deve ser de pelo menos 0,5 N/mm2.
Espanha Guia de la baldosa
cerâmica (2006) [5]
Ladrilhos sobre suportes cimentícios C2 (*) ou de melhor desempenho (Fonte: Tabla C: Técnica de colocación y material de agarre)
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009) ( Fonte: p.8 _
Tableau 2) [14]
C2 S1/S2 Fachada : - para qualquer altura e 6 até 28 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 2.000 cm2. - podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%) e ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%). - para qualquer altura até 6 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 3.600 cm2; - podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados, (absorção de água superior a 0,5%); - a aplicação colada não é permitida para superfície com 2.000 < S < 3.600 m2 e alturas entre 6 e 28 m.
Itália UNI 11493 (2013)
( Fonte: p.61_ Prospetto D.7)
[15]
Ladrilhos sobre suportes cimentícios - Absorção de água segundo EN 14411 L= lado maior do ladrilho
AA ≤ 3% E AA > 3% L ≤ 30 L ≤ 60 L ≤ 90 L ≤ 120 e L > 120
C2 C2-C2S1/S2** C2-C2S1/S2*** C2-C2S1/S2*** Reino Unido
BS 5385-2 (2006)
[16]
Não especifica o tipo de cola a ser recomendado. No ponto 11.2 (“Bedding methods for tiles”), refere que as colas devem ser utilizadas na fixação dos ladrilhos em paramentos exteriores. As colas devem estar em conformidade com a norma BS EN 12004. Ainda refere que ladrilhos com uma superfície superior a 0,1 m2 não deveriam ser aplicados acima da altura do primeiro andar a menos que a fixação seja garantida por meios mecânicos. Devem ser seguidas indicações dos fornecedores. É ainda referido que a argamassa de cimento raramente é aplicada em paramentos exteriores.
49
Notas Quadro 2.24. (*) efetuar colagem dupla; com ladrilhos de grande formato (> 60x40 cm) ou peso maior do que 25 kg/m2, utilizar fixação mecânica. (**) Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem) (***) Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem) e é necessário dimensionar a junta em função do módulo elástico do material de preenchimento da junta e da configuração da junta de dilatação. Nota: As designações das colas seguem a norma NP EN 12004:2008 – Colas para ladrilhos: Requisitos, avaliação da conformidade, classificação e designação.
Em Portugal, não existe uma norma dedicada exclusivamente ao projeto de revestimentos cerâmicos
aplicados em fachada, mas existe o manual da APICER de 2003 [2] que tem servido de orientação
aos profissionais nesta área e tem por base recomendações francesas [46] mas como estas foram
modificadas em 2009, alguns valores são menos exigentes face à normalização atualizada pelos
franceses [14].
Em Espanha, também não existe normalização, mas o “Guia de las baldosas” [5] é um documento
reconhecido pelo país com o objetivo de auxiliar os especificadores a selecionarem os materiais mais
adequados quer sejam aplicados em pavimentos quer em paredes interiores e exteriores. Este “Guia
de las baldosas” [5] define a classe C2 como nível mínimo de desempenho do cimento-cola de acordo
com NP EN 12004 [32], aconselhando efetuar colagem dupla; e define a classe CG2 de acordo com
EN 13888 [33] para uma argamassa de junta à base de cimento melhorada.
A Norma Italiana é recente (2013) e indica a classe de material de colagem mais apropriada em
fachada, variando em função do suporte. As classes de material de colagem mais apropriada para
suportes cimentícios variam das classes C2 à C2S1/S2. Esta norma especifica ainda o método de
colagem dupla em ladrilhos de dimensão superior a 30 cm.
A França é um país com longa tradição no desenvolvimento de normas. A norma NF DTU 52.2 P1-1-
2: 2009 [14] é a única analisada que estabelece a classe de desempenho do cimento-cola em função
das dimensões dos ladrilhos, da absorção de água do ladrilho e da altura de fachada.
Nos Estados Unidos da América, o Manual do TCNA [21] constitui um documento muito importante e
utilizado pelos aplicadores e estabelece a classe de desempenho C2S1 para o material de colagem
para suportes cimentícios.
Ao contrário do “Guia de las baldosas” [4] , do manual do TCNA [21] e das normas francesa e italiana
acima referidas, os documentos: norma alemã DIN 18515-1:1998 [13]; norma britânica BS 5385-
2:2006 [11]; documento europeu CEN/TR 13548:2004 [12]; norma australiana AS 3958-2:1992) [18];
norma brasileira NBR 13755:1996 [20] não especificam a classe de desempenho da cola adesiva.
Quadro 2.25. – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível
internacional
País Documentos Escolha do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)Austrália AS 3958-2
(1992) [18] Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
Brasil NBR 13755 (1996) [20]
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
E.U.A. TCNA (2014) [21]
Argamassa para juntas: nos pormenores W202E-14, W202E-14 e W244E-14: - de acordo com ANSI A118.6 ou de classe superior ou ISO CG1 (ISO 13007) ou de classe superior (CG1 = Argamassa de junta à base de cimento normal).
50
Quadro 2.26. – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho) a nível europeu
País Documentos Escolha do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
Europa CEN/TR 13548 (2004) [12]
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
Alemanha DIN 18515-1 (1998) [13]
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas. A argamassa das juntas dos ladrilhos é uma argamassa seca de acordo com a norma DIN EN 13888.
Espanha Guia de la baldosa cerâmica (2006) [5]
Argamassa para juntas em paramentos com características adicionais exteriores (Fonte: Tabla D:Selección de material de rejuntado): - classe CG2 (Argamassa de junta à base de cimento melhorada) de acordo com a norma de produto EN 13888. Nota: Para a aplicação do material de preenchimento das juntas, recomendam-se os seguintes tempos de espera desde a aplicação dos ladrilhos: se a aplicação for realizada com cimento-cola com as características de presa rápida (F), a aplicação da argamassa para juntas deve ser iniciada passadas 4 horas; se o cimento-cola não tiver características de presa rápida, deve ser iniciada passadas 24 horas; e, se for realizado com argamassa, é recomendado esperar 10-15 dias.
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009) [14]
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
Itália UNI 11493 (2013) [15] Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas.
Reino Unido BS 5385-2 (2006) [16]
Não especifica a classe de desempenho do material de preenchimento das juntas. A argamassa para juntas deve estar em conformidade com BS EN 13888:2002.
Quadro 2.27. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível europeu
País Documentos TerminologiaEuropa CEN/TR 13548
(2004) [12] A = “Movement joints” ; B = “Structural joints”; C = “Intermediate joints”. D = “Perimeter joints”;
Alemanha DIN 18515-1(1998) [13]
A = “Bewegungsfugen”; B =“Gebäudetrennfugen”; D = “Feldbegrenzungsfugen”.
Espanha Guia de la baldosa cerâmica [5]
A =“Juntas de movimiento”;B = “Juntas estructurales“; C =“Juntas de partición”. D =“Juntas perimetrales“;
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009) [14]
B = “Joints du support”;C = “Joints de fractionnement du revêtement”.
Itália UNI 11493 (2013) [15] B = “Giunti strutturali“;C = “Giunti di frazionamento“- junta com a espessura do revestimento cerâmico e parte da espessura do suporte; divide uma grande área de revestimento cerâmico em áreas menores, de forma aproximadamente quadrada. Tem a função de limitar as tensões mecânicas resultantes do movimento estrutural do edifício ou dos seus componentes; D = “Giunti perimetrali“; G = “Giunti di dilatazione“ - junta com apenas a espessura do revestimento cerâmico; tem a função de dividir uma grande área de revestimento cerâmico em áreas menores, de forma aproximadamente quadrada, a fim de limitar as tensões mecânicas relacionadas com as expansões e contrações térmicas.
Portugal Manual de aplicação de revestimentos cerâmicos. (APICER) (2003) [2]
A = Juntas de movimento:B = Juntas estruturais; C = Juntas de fracionamento ou intermédias; D = Juntas periféricas; E = Juntas de assentamento.
Reino Unido
BS 5385-2 (1996) [16]
A = “movement joint”;B = “structural movement joint”; F = “Non-structural movement joint”.
51
Notas Quadros 2.27. e 2.28.:
A = Juntas de movimento - juntas entre ladrilhos, substratos ou nos suportes, projetadas para acomodar
movimentos. São classificadas em juntas estruturais, periféricas e intermédias; B = Juntas estruturais - juntas
de movimento no revestimento cerâmico que corresponde, a uma junta estrutural do suporte; C = Juntas
periféricas / de contorno / perimetrais - juntas de movimento para isolar o revestimento cerâmico dos
elementos construtivos adjacentes; D = Juntas intermédias / fracionamento - junta que divide uma grande área
de revestimento cerâmico em áreas menores; E = Juntas de assentamento - espaço regular entre duas peças
de revestimentos adjacentes; F = Juntas não estruturais; G = Junta de dilatação.
Quadro 2.28. - Terminologia utilizada para juntas de movimento em revestimentos a nível internacional
País Documentos TerminologiaAustrália AS 3958-2
(1992) [18] A = “Movement joints”; B = “Structural movement joints”; C = “Intermediate joints”; D = “Perimeter joints”; E = “Contraction joints”.
Brasil NBR 13755(1996) [20]
Junta: Espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou distintos;B = Junta estrutural: espaço regular cuja função é aliviar tensões provocadas pela movimentação da estrutura de betão. C = Junta de movimentação*: espaço regular cuja função é subdividir o revestimento para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. D = Junta de dessolidarização*: espaço regular cuja função é separar o revestimento para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. F = Juntas de assentamento: espaço regular entre duas peças de revestimento adjacentes.
E.U.A. TCNA (2014) [21]
B = “Structural movement joints”;C = “Intermediate joints”; D = “Perimeter joints”; E = “Contraction / control joint”: formada, serrada ou ranhura trabalhada na estrutura de betão para criar um plano enfraquecido, e regular a posição de fissuração que resulta da variação dimensional das diferentes partes da estrutura. G = “Construction / cold joint”: a superfície onde confinam duas partes sucessivas de betão, através da qual pode ser desejável atingir ligação e através da qual o reforço pode ser contínuo. Uma junta de betonagem (“cold joint”) torna-se uma junta enfraquecida que, ao mover-se, vai fissurar, gerando fissuras no revestimento de piso sobre a laje. Estas juntas devem ser representadas em desenhos arquitetónicos. H = “Expansion joint”: (a) uma separação prevista entre partes adjacentes de uma estrutura para permitir o movimento onde a expansão é provavelmente superior à contração; (b) uma separação entre as placas de pavimento em série, preenchida com um material de enchimento compressível; (c) uma junta de isolamento destinada a permitir o movimento independente, entre partes adjacentes.
Nota: (*) - As diferenças entre “Junta de Movimentação” e “Junta de Dessolidarização” definidas pela NBR 13755
[20] são observadas quando se estabelecem recomendações de posicionamento destas juntas (Quadro 2.29).
A = Juntas de movimento - juntas entre ladrilhos, substratos ou nos suportes, projetadas para acomodar
movimentos. São classificadas em juntas estruturais, periféricas e intermédias; B = Juntas estruturais - juntas
de movimento no revestimento cerâmico que corresponde, a uma junta estrutural do suporte; C = Juntas
intermédias / fracionamento - junta que divide uma grande área de revestimento cerâmico em áreas menores;
D = Juntas periféricas / de contorno / perimetrais - juntas de movimento para isolar o revestimento cerâmico
dos elementos construtivos adjacentes; E = Junta de controlo; F = Juntas de assentamento - espaço regular
entre duas peças de revestimentos adjacentes; G = Junta de betonagem; H = Junta de expansão.
52
Nos Quadros 2.29. e 2.30., são dadas recomendações normativas para o posicionamento de juntas
de movimento em revestimentos cerâmicos de fachadas.
Quadro 2.29. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento em
revestimentos cerâmicos de fachadas a nível Europeu
País Documento PosicionamentoEuropa CEN/TR 13548
(2004) [12] Juntas horizontais e verticais: não especifica distâncias. Esta norma indica que deve ser especificada uma área (quadrada) ou distância mínima entre as juntas. Os diferentes limites ou valores de referência devem ser estabelecidos de acordo com as condições ambientais.
Alemanha DIN 18515-1(1998) [13]
Juntas horizontais: em cada andar, distância mínima de 3 metros. Juntas verticais: espaçadas a uma distância de 6 metros. Juntas verticais ou horizontais: entre diferentes materiais de revestimentos ou componentes construtivos.
Espanha Guia de la baldosa cerâmica (2006) [5]
A superfície máxima sem junta de fracionamento é de 25 a 30 m2 ou 8 a 10 m lineares.
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009) [14]
Juntas a todos os 60 m2 (o que corresponde a juntas horizontais a uma distância de cerca de 6 m e juntas verticais a uma distância de 10 m). No entanto, é referido que, se for utilizada uma argamassa para ladrilhos com força superior a 8,000 MPa, as juntas de movimento não são necessárias.
Itália UNI 11493 (2013) [15]
A localização e o posicionamento deve ser especificado considerando em conjunto os aspetos técnicos do sistema e a função arquitetónica e decorativa do ladrilho. Em princípio, as juntas de fracionamento deve subdividir a superfície em malhas quadradas ou retangulares, mas com uma relação de lados não maior do que 1,5. Como orientação, a malha pode ter as seguintes dimensões: ambiente exterior - 3 m x 3 m a 4 m x 2,5 m.
Reino Unido
BS 5385-2(2006) [16]
Juntas horizontais: em cada andar. Juntas verticais: espaçadas a uma distância de 3 a 4,5 metros. Posicionadas em todos os encontros entre alvenaria e elementos de betão.
Quadro 2.30. – Recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento em revestimentos cerâmicos de fachadas a nível internacional
País Documento PosicionamentoAustrália AS 3958-2
(1992) [18] Juntas horizontais: em cada andar. Juntas verticais: espaçadas a uma distância de 3 a 4,5 metros.
Brasil NBR 13755 (1996) [19]
Juntas horizontais de movimentação: em cada andar, aproximadamente a cada 3 metros, ou a cada pé-direito, na região de encunhamento da alvenaria Juntas verticais de movimentação: Espaçadas a uma distância máxima de 6 metros. Juntas de dessolidarização: nos cantos verticais, nas mudanças de direção do plano do revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas, vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem como onde houver mudança de materiais que compõem a estrutura-suporte de betão para alvenaria.
E.U.A. 2014 TCNA Handbook (2014) [21]
Juntas horizontais e verticais: as juntas devem ser posicionadas sempre que o revestimento encontrar restrições e onde ocorrer mudanças nos materiais da base. As juntas no exterior devem estar a uma distância de 2,44 m a 3,66 m em cada direção.
No que se refere às recomendações normativas para posicionamento de juntas de movimento em
revestimentos cerâmicos de fachadas, a maioria dos países estabelece juntas de esquartelamento
horizontais em cada andar com distância mínimas de 3 m. A norma francesa diverge das outras
normas, neste parâmetro pois estabelece 6 m como distância mínima das juntas de esquartelamento
horizontais. Na análise das recomendações, verifica-se que as recomendações para as juntas
verticais são menos consensuais pois variam entre 2,44 m [21], 3 a 4,5 m [16 e 18], 6 m [13 e 19] e 10
m [12]. As recomendações para a superfície máxima sem junta de fracionamento também não são
consensuais pois variam de entre 25 e 30 m2 [5] até 60 m2 [14].
53
Nos Quadros 2.31. e 2.32., é indicada a terminologia utilizada nos métodos de aplicação do
revestimento cerâmico em fachadas e, no Quadro 2.33., são indicados pontos singulares dos
revestimentos cerâmicos referidos na normalização.
Quadro 2.31. – Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em fachadas a nível internacional
Documento TerminologiaAustrália AS 3958-2
(1992) [18] A1 = (“buttering method”); D = Thin bed; E = Thick bed
Brasil NBR 13755 (1996) [20]
A = Camada única; B = Camada dupla
E.U.A. TCNA (2014) [21]
D = Thin-bed installation
Quadro 2.32. – Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em
fachadas a nível Europeu
Documento TerminologiaEuropa CEN/TR 13548
(2004) [12] A1 = “buttering method” – a cola ou argamassa é aplicada no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser colocado. A2 = “floating method” – a cola ou argamassa é aplicada na superfície de fixação, pouco antes de o ladrilho ser aplicado. B = “floating and buttering method” – a cola ou argamassa é aplicada na superfície de fixação e no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser aplicado. C = “direct bedding” – o ladrilho é fixado diretamente num suporte estrutural.
Alemanha DIN 18515-1 (1998) [13]
B = “Floating-Buttering-Verfahren”; D = ”Dünnbettverfahren“
Espanha Guia de la baldosa cerâmica [5]
C = “Sistema directo”; R2 = “Sistema sobre capa de regularización”D = “Colocación en capa fina com adesivo”; E = “Colocación en capa gruesa”
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (2009) [14]
“pose collée” - método de aplicação do revestimento com um produto adesivo para fixar os elementos de revestimento ao suporte A = “pose par simple encollage“- o cimento-cola só é aplicado no suporte, geralmente por meio de uma talocha para uma camada contínua e penteado com uma espátula denteada ou pente. Os elementos de revestimento são, em seguida, colocados no lugar, antes da formação de uma pele sobre a superfície do produto de ligação. B = ”pose par double encollage” - a cola ou argamassa é aplicada na superfície de fixação e no tardoz do ladrilho em "mancha" em toda a superfície, com um espátula, pouco antes do ladrilho ser aplicado, e a ligação é imediatamente estabelecida.
Itália UNI 11493 (2013) [15]
A = ”posa com singola spalmatura”; B = ”posa com doppia spalmatura”; C= “posa diretta”
Reino Unido
BS 5385-2(2006) [16]
A1 = (“buttering method”) – a cola ou argamassa é aplicado no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser colocado; B = (“Notched trowelling and buttering method).
Notas Quadros 2.31 e 2.32: A1 = Método de colagem simples - a cola ou argamassa é aplicada no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser aplicado; A2 = Método de colagem simples - a cola ou argamassa é aplicado na superfície de fixação, pouco antes de o ladrilho ser aplicado; B = Método de colagem dupla - a cola ou de argamassa é aplicada na superfície de fixação e no tardoz do ladrilho, pouco antes de o ladrilho ser aplicado; C = Colagem direta - aplicação do ladrilho, aderido por colagem diretamente a um suporte estrutural; D = Camada fina - a aplicação realiza-se sobre uma camada de regularização ou nivelamento do suporte; E = Camada grossa - sistema tradicional de aplicação do ladrilho sobre o suporte, com uma espessura generosa. Este método é incompatível com ladrilhos de baixa porosidade (grés porcelânico ou ladrilhos com absorção de água menor do que 3%) e com suportes de baixa porosidade (revestimentos existentes de cerâmica ou pedra natural) ou superfícies muito lisas. Com esta técnica não se garantem valores mínimos de aderência, por isso não se recomenda em exteriores ou quando se utilizam ladrilhos de formato maior do que 35x35 m [22]
54
Quadro 2.33 – Pontos singulares referidos na normalização
Documentos Pontos singulares
Austrália AS 3958-2 (1992) [18]
e
Reino Unido BS 5385-2 (1991) [16]
Parapeitos: a borda superior de paredes com revestimento cerâmico deve ser adequadamente protegida por um capeamento, desenhado por forma a garantir a estanqueidade à água. A água deve ser impedida de penetrar através do tardoz do revestimento; deve ser aplicada na parte de trás das paredes proteção adequada, como PVC ou aço galvanizado e, no caso de paredes duplas e paredes permeáveis, onde a altura permitir, deve-se prever ventilação e drenagem na base.Peitoris: são desenhados para fornecer proteção à prova de intempéries para a estrutura. Devem ser devidamente assentes para formar a adequada vedação sobre a parte superior do revestimento. A proteção pode ser melhorada pela utilização de resina epoxídica. A prática da continuação do revestimento sobre as bordas do peitoril não é recomendada. Cantos exteriores: em condições que poderiam introduzir um risco substancial de dano, devem ser introduzidas peças de canto adequadas para proteger a aplicação de ladrilhos. Tratamento na base: deve ser deixado um espaço suficiente para acomodar confortavelmente qualquer potencial movimento do pavimento entre a borda inferior do revestimento da fachada e o pavimento para evitar qualquer movimento posterior. Nesta posição, e em posições onde o revestimento é semelhantemente interrompido na horizontal, uma pingadeira deve ser formada para desviar a água da chuva para longe da abertura. Superfícies horizontais: a inclusão de superfícies horizontais deve ser evitada mas, se tal não for possível, devem ter inclinação suficiente para inibir a retenção de água, especialmente quando esta é suscetível de conter substâncias potencialmente agressivas.
França NF DTU 52.2 P1-
1-2 (2009) [14]
Coroamentos: a parte superior da fachada deve ser coberta com um remate que impeça a infiltração de água entre o substrato e o revestimento cerâmico. Cantos salientes e reentrantes: é recomendado o uso de perfis específicos para evitar o encontro direto entre ladrilhos.
Todos os países analisados fazem recomendações sobre preparação dos substratos, localização das
juntas, condições climatéricas e os métodos de aplicação. A norma britânica [16], a norma australiana
[18] e a norma francesa [14] são as únicas que tecem considerações sobre os pontos singulares da
fachada (Quadro 2.33).
Quanto aos revestimentos cerâmicos exteriores, a norma alemã [13] é prudente e aconselha a
utilização de ladrilhos de formato médio não superior a 30x40 (1.200 cm2), enquanto a norma
francesa [14] já concebe revestimentos cerâmicos de grande formato entre 2.000 e 3.600 cm2. A
norma britânica [16] refere que ladrilhos com uma superfície superior a 32x32 (1.000 cm2) não devem
ser aplicados acima da altura do primeiro andar a menos que a fixação seja garantida por meios
mecânicos.
A nível Europeu e internacional, verifica-se que os métodos em camada fina, com dupla colagem e
com colagem direta, são recomendados pela maioria dos países.
No método de dupla colagem, a cola é aplicada na superfície de fixação e no tardoz do ladrilho.
Existem recomendações diferentes quanto ao tamanho do ladrilho. A norma francesa recomenda o
método da dupla colagem para ladrilhos com superfície S > 50 cm2 (7x7 cm) e a norma italiana faz a
recomendação para ladrilhos com superfície S > 900 cm2 (30x30 cm).
O manual do TCNA [21], a norma britânica [16] e a norma brasileira [13] indicam que os materiais de
preenchimento das juntas de fracionamento, limitadores de profundidade, vedantes / “selantes”
devem constar nas especificações do projeto de arquitetura.
55
2.4 Exigências funcionais dos revestimentos de fachada
As exigências funcionais dos revestimentos de paredes são listadas nos Quadros 2.34. e 2.35. de acordo com um documento de referência do LNEC.
Quadro 2.34. – Exigências funcionais dos revestimentos de paredes [26]
Tipos principais de exigências
Exigências funcionais discriminadas Ações ou características
relevantes
Exigências de segurança
Estabilidade Estabilidade sob ações normais de uso
Peso próprio Ações climáticas Choques normais
Estabilidade sob ações de ocorrência acidental
Choques acidentais
Segurança contra riscos de incêndio
Limitação da propagação do fogo Reação ao fogo Limitação da liberdade de produtos tóxicos e fumos
Libertação de produtos tóxicos e fumos
Segurança no uso - Toxicidade
Segurança no contacto Rugosidade dos paramentos Temperatura nos paramentos
Exigências de estanqueidade
Estanqueidade à água Estanqueidade à água da chuva
Permeabilidade à água Absorção da água Permeabilidade ao vapor de água
Estanqueidade à água no interior Permeabilidade à água Absorção de água
Exigências termo-higrométricas
Isolamento térmico Resistência térmica
Exigências de qualidade do ar
Ausência de condensações superficiais interiores Temperatura superficial interior Ausência de emissão de odores - Ausência de libertação de poluentes - Ausência de libertação de poeiras -
Exigências de conforto acústico
Limitação do tempo de reverberação dos locais Coeficiente de absorção acústica
Exigências de conforto visual
Planeza Planeza geral - Planeza localizada -
Verticalidade - Retidão das arestas - Regularidade e perfeição de superfície
Limitação dos defeitos de superfície Defeitos de superfície Limitação da largura de fendas Largura de fendas
Homogeneidade de enodoamento pela poeira Homogeneidade da temperatura superficial interior
Homogeneidade de cor e de brilho Diferença de cor Diferença de reflectância difusa
Exigências de conforto táctil
Limitação da aspereza dos paramentos Perfil geométrico de superfície Ausência de pegajosidade dos paramentos - Secura dos paramentos -
Exigências de higiene
Limitação da fixação de poeiras e micro-organismos Aspereza dos paramentos Pegajosidade dos paramentos
Resistência à acção de limpeza -
Exigências de compatibilidade com o suporte
Compatibilidade geométrica - Compatibilidade mecânica - Compatibilidade química Resistência à saponificação -
Exigências de aptidão para a armazenagem
- -
Exigências de economia
Limitação dos custos iniciais - Limitação dos custos de manutenção -
Exigências de adequação ao uso
Resistência a ações de choque e de atrito
Resistência a ações de choque -
Resistência à riscagem Classe de resistência à riscagem
Resistência à acção da água
Resistência à água da chuva - Resistência às projeções acidentais de água
-
Resistência à lavagem Classe de resistência à lavagem Resistência aos vapores húmidos -
Aderência ao suporte Resistência ao arrancamento por tração -
Resistência à peladura -
Resistência à formação de nódoas de produtos químicos ou domésticos
Resistência à formação de nódoas -
Lavabilidade -
56
Quadro 2.35. – Exigências funcionais dos revestimentos de paredes (continuação) [26] Tipos principais
de exigências Exigências funcionais discriminadas
Ações ou características relevantes
Exigências de adequação ao uso
Resistência à formação de nódoas de produtos químicos ou domésticos
Resistência à formação de nódoas Lavabilidade
-
Resistência à suspensão de cargas -
Resistência aos agentes climáticos
Resistência ao calor Calor Resistência ao frio Frio Resistência à água Água Resistência à luz Luz Resistência aos choques térmicos Choques térmicos
Resistência aos produtos químicos do ar
Resistência ao ozono Ozono Resistência ao dióxido de azoto Dióxido de azoto Resistência ao dióxido de enxofre Dióxido de enxofre Resistência a soluções amoniacais Soluções amoniacais
Resistência à erosão devida às partes sólidas em suspensão no ar Resistência à fixação e desenvolvimentos de bolores
-
As regras de qualidade mais relevantes para os revestimentos interiores e exteriores de paredes são resumidas no Quadro 2.36, também com base num documento de referência do LNEC.
Quadro 2.36. - Regras de qualidade mais relevantes para os revestimentos cerâmicos aplicados em paramentos interiores e exteriores [26]
Designação Paramentos Interiores Paramentos exteriores Segurança
Contra risco de incêndio Aderência
X
X X
Utilização normal Estanqueidade à água Permeabilidade ao vapor de água Aderência Aspeto Higiene Compatibilidade com o suporte
X
X X X X
X
X X X X
Conservação da qualidade Resistência à água Resistência à temperatura Resistência ao gelo-degelo Resistência ao enodoamento
X X
X
X X X
Segundo o RPC - Regulamento Produtos da Construção (EU) n.º 305/2011 [62] publicado pela
Comissão Europeia, ‘‘para serem colocados no mercado, os produtos de construção, devem estar
aptos ao uso a que se destinam, devendo por isso apresentar características tais que as obras onde
venham a ser incorporados satisfaçam as seguintes exigências básicas’’: resistência mecânica e
estabilidade; segurança contra incêndio; higiene, saúde e ambiente; segurança e acessibilidade na
utilização; proteção contra o ruído; economia de energia e isolamento térmico; utilização sustentável
de recursos naturais (ciclo de vida dos produtos).
As exigências funcionais dos revestimentos cerâmicos aplicados em paredes exteriores podem ser
reunidas em quatro grandes grupos: segurança, utilização normal, durabilidade e economia.
2.4.1. Segurança
2.4.1.1. Segurança estrutural
A segurança estrutural de um paramento exterior é assegurada pelo correto dimensionamento face às
cargas permanentes, variáveis e acidentais. As cargas permanentes advêm do peso próprio dos
revestimentos, estrutura de suporte, equipamentos fixos, acessórios, entre outros. As cargas variáveis
dizem respeito ao vento, chuva, neve, diferenciais térmicos, sismos, entre outros. As solicitações
acidentais estão ligadas a fenómenos extraordinários como, por exemplo, incêndios, explosões ou
57
choques. A contabilização das cargas permanentes, variáveis e acidentais deve seguir o processo de
cálculo e os valores de referência preconizados no Regulamento de Segurança e Ações para
Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA) [63].
A Figura 2.31. representa os diferentes movimentos intrínsecos à própria construção ou induzidos a
partir do exterior a que um edifício é submetido: retrações dos elementos de construção;
assentamentos da estrutura; peso próprio dos elementos construtivos; cargas dinâmicas e estáticas;
dilatações e contrações de origem térmica e, em menor extensão, higroscópicas; pressão e
depressão provocada pelo vento; movimentos de natureza sísmica [1]. A previsão desses
movimentos deverá fazer parte do projeto e os revestimentos serão desenhados e executados de
acordo com essa previsão. A seleção dos materiais e o desenho das juntas de movimento terão um
papel importante na adaptação estrutural.
Legenda: 1- Dilatações e contrações térmicas 2- Retrações da estrutura 3- Cargas dinâmicas e estáticas 4- Assentamentos da estrutura 5- Vento 6- Sismo
Figura 2.31. Movimentos possíveis num edifício [61].
2.4.1.2. Movimentos de dilatação / contração por ação térmica
A radiação solar não é totalmente absorvida pelo ladrilho, alguma dela é refletida e outra removida do
ladrilho pelas correntes de ar. A reflexão é influenciada pela cor do ladrilho: ladrilhos de cor clara
refletem uma maior quantidade de calor, enquanto os ladrilhos de cor escura absorvem uma elevada
percentagem de calor solar e transmitem-na também para o suporte (Quadro 2.37). A temperatura do
ladrilho é também afetada pelas propriedades térmicas do suporte. Estas características podem ser
utilizadas na conceção de eficiência térmica dos edifícios.
Quadro 2.37. - Valores do coeficiente de absorção da radiação solar – αs em algumas superfícies, em
função da cor [2]
Cor da superfície Valor de αs Branco 0,2 a 0,3
Amarelo, cor-de-laranja, vermelho claro 0,3 a 0,5 Vermelho escuro, verde claro, azul claro 0,5 a 0,7
Castanho, verde escuro, azul vivo, azul escuro 0,7 a 0,9 Castanho escuro, preto 0,9 a 1
Em caso de se suspeitar que o movimento térmico dos ladrilhos pode ser excessivo, devem ser
consideradas precauções especiais, incluindo a conceção de juntas de dilatação flexíveis.
58
O Quadro 2.38. apresenta valores do coeficiente de dilatação térmica linear de materiais de
construção.
Quadro 2.38. - Valores do coeficiente de dilatação térmica linear - αI [ºC-1
] de alguns materiais [2]
Material αI [ºC-1]Alumínio (intervalo de 0 a 600 ºC) 23 x 10-6 Betão corrente 6 x 10-6
Calcário 7 x 10-6
Gesso 25 x 10-6 Granito 8 x 10-6
Ladrilhos cerâmicos Faiança 9 x 10-6
Porcelânico 9 x 10-6
Mármore 2 x 10-6
Tijolo (3,5 a 5,8) x 10-6 Vidro (intervalo de 0 a 100 ºC) (5 a 10) x 10-6
2.4.1.3. Segurança contra risco de incêndio
Os revestimentos de paredes não devem favorecer a propagação do fogo nem originar o
desprendimento de gotas inflamadas. Por outro lado, em caso de incêndio, não devem libertar
produtos tóxicos em quantidade suscetível de afetar gravemente os utentes.
Os revestimentos cerâmicos são produtos de fraco ou muito fraco teor de matéria orgânica, que são
de facto pouco, ou muito pouco, combustíveis.
De acordo com a norma EN 13501-1 [64], os revestimentos cerâmicos aplicados em paredes
exteriores aderidos ou fixados mecanicamente deveriam ser incombustíveis pertencendo à classe A1.
Isto significa que “não contribuem para o fogo” e não são necessários ensaios adicionais.
2.4.1.4. Aderência
Os revestimentos devem ter boa aderência ao suporte e boa coesão interna. Estas características
podem ser avaliadas através da determinação da tensão de arrancamento por tração, em ensaios
realizados com um dinamómetro, ou através da determinação da resistência à pelagem provocada
pela aplicação de pesos crescentes numa extremidade da película de revestimento.
A aderência dos revestimentos cerâmicos aos suportes, e das diversas camadas entre si, em
condições normais de utilização, não pode ser inferior a 0,5 MPa [26].
2.4.2. Utilização normal
2.4.2.1. Exigências de estanqueidade
A estanqueidade à água é a principal exigência de qualquer fachada. A conceção da fachada deve ter
como objetivo evitar a transposição da água do ambiente exterior para o interior. Deve ser analisada
segundo duas perspetivas: a do funcionamento global da fachada e a do funcionamento individual dos
elementos constituintes da fachada.
Os revestimentos cerâmicos aplicados devem contribuir para a estanqueidade à água das paredes.
As fixações e os materiais de preenchimento das juntas deverão ser de qualidade, flexíveis e
elásticos, de modo a aceitarem sem rotura os movimentos térmicos de dilatação e contração das
peças e assegurarem a estabilidade do conjunto ao longo da vida útil do edifício.
59
2.4.2.2. Aspeto visual
A norma AS 3958-2:1992 [18] faz algumas considerações estéticas. Refere que estão disponíveis
muitos tipos de ladrilhos para permitir que a seleção seja feita de acordo com a cor, tamanho, textura
e padrão para satisfazer a maioria das necessidades arquitetónicas. Ao escolher o ladrilho para um
efeito arquitetónico, é necessário aceitar que algumas limitações podem ser impostas como resultado
do processo de fabrico necessário para os produtos terem as necessárias características de
durabilidade para os produtos. Estes processos podem, por exemplo, restringir a gama de cores ou o
tamanho global ou a espessura de um produto.
A evolução do aspeto e do estado de higiene dos revestimentos cerâmicos é condicionada pelo
comportamento das juntas entre ladrilhos, pois é nelas que em geral se fixam poeiras e fungos. O
efeito criado pelas juntas entre ladrilhos deve ser considerado. Não deverá ser feita nenhuma tentativa
de tornar as juntas menos visíveis, tornando as suas larguras inferiores às recomendadas. O material
de preenchimento entre ladrilhos pode ser tingido, se desejado para se obter um efeito particular,
embora se deva notar que a cor do material de preenchimento das juntas se tornará mais escuro com
o tempo pela deposição de sujidade da atmosfera. É possível o ajuste para o espaçamento dos
ladrilhos durante a aplicação, uma vez que geralmente se espera que a largura das juntas seja o mais
uniforme possível em toda a área de aplicação.
Tal como acontece com a maioria dos outros materiais de construção, podem ocorrer pequenas
variações na tonalidade das peças cerâmicas. O manual TCNA [21] refere que os ladrilhos podem
variar na sua cor, textura ou aparência de acordo com o fabricante, para uma série particular ou linha
de produto. No Quadro 2.38., apresenta-se uma descrição das classes V0 a V4 que demonstra a
variação dessa classificação estética.
Quadro 2.39. - Classificação estética [21]
Classe DescriçãoV0 Ladrilhos têm uma aparência muito uniforme e uma textura lisa. Quando medido por
espectrofotómetro colorimétrico, os ladrilhos têm uma diferença global (delta E) de menos do que 3 Judds.
V1 Ladrilhos têm uma aparência geralmente uniforme com diferenças mínimas na produção entre as diferentes peças. Algumas diferenças de cor podem ser observadas.
V2 Ladrilhos têm cores semelhantes com variações na textura e/ou no padrão e são claramente distinguíveis.
V3 Ladrilhos variam moderadamente e, embora as cores e/ou texturas presentes em uma única peça sejam indicativos das cores e/ou texturas na outra, a quantidade de cores e/ou texturas de cada peça pode variar significativamente. Recomenda-se que a variação seja verificada antes de seleção e que seja feita uma simulação da disposição.
V4 Ladrilhos variam substancialmente com cor aleatória e/ou diferenças de textura de ladrilho para ladrilho, onde uma peça pode ter cores e/ou texturas totalmente diferentes de outra. Recomenda-se que a variação seja verificada antes da seleção e que seja feita uma simulação da disposição., porque a instalação final com ladrilhos V4 será única.
Embora a verificação da variedade de cor e textura para ladrilhos V3 e V4 seja especificamente
recomendada, todas as categorias acima mencionadas têm alguma variedade. Os ladrilhos devem ser
verificados e geralmente instalados a partir de várias caixas de forma aleatória para evitar problemas
estéticos.
A planeza do paramento acabado, quando avaliada com uma régua de 2 m de comprimento, deve ser
tal que não existam irregularidade de profundidade superior a 5 mm [14 e 26].
60
2.4.2.3. Permeabilidade ao vapor de água
Os revestimentos cerâmicos aplicados em paramentos exteriores de paredes simples devem ser
suficientemente permeáveis ao vapor de água, para que a água que eventualmente os atravesse
possa ser restituída ao exterior, na forma de vapor de água, quando as condições atmosféricas forem
favoráveis.
2.4.2.4. Compatibilidade com o suporte
Os diversos produtos utilizados na execução dos revestimentos cerâmicos devem ser físico-
quimicamente compatíveis com os suportes onde sejam aplicados. Devem ser particularmente
acautelados os riscos de saponificação e de formação expansiva de sais.
2.4.2.5. Isolamento térmico e acústico
O isolamento das paredes exteriores é fundamental para o conforto térmico dos edifícios. Isto não se
aplica apenas a edifícios novos, mas também à reabilitação de edifícios. No inverno, o isolamento
previne as perdas térmicas do interior para o exterior e no verão permite diminuir o efeito de
aquecimento, promovido pela radiação solar.
De facto, não é possível obter conforto interior sem estudar o edifício do ponto de vista térmico, para
que sejam percetíveis as necessidades de isolamento.
Em Portugal, os códigos de construção como o Decreto-Lei n.º 118/2013 [65] devem ser cumpridos
para assegurar exigências mínimas de isolamento térmico. Este documento congrega num único
diploma, o Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), que por sua vez integra o
Regulamento do Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH) e o Regulamento de
Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços (RECS).
A norma UNI 11493:2013 [15] refere que o sistema de revestimento cerâmico deve, em qualquer
caso, ser concebido e construído de modo a: assegurar uma adequada resistência às solicitações
mecânicas, químicas e higrotérmicas associadas ao ambiente de destino e às condições de
movimentação do ladrilho cerâmico e evitar qualquer risco de ponte térmica ou acústica.
2.4.3. Durabilidade
2.4.3.1. Conservação da qualidade
O revestimento deve conservar as suas caraterísticas sob a ação dos agentes de solicitação comuns:
água, temperatura e movimentos normais do suporte.
As cores claras reduzem a amplitude dos choques térmicos. Os movimentos diferenciais ladrilhos-
suportes devem ser absorvidos pelas juntas entre ladrilhos e por juntas de fracionamento e
perimetrais criteriosamente posicionadas. As juntas estruturais do suporte devem ser respeitadas.
2.4.3.2. Manutenção
O Relatório Técnico CEN TR 13548:2004 [12] afirma que deve ser dada atenção à proteção dos
ladrilhos de danos ou contaminações que podem ter origem em eflorescências; argamassas de
cimento; materiais de preenchimento das juntas; ou agentes de limpeza inadequados. Os
61
revestimentos cerâmicos devem ser mantidos limpos e livres de cimento, gesso e todos os materiais
suscetíveis de causar manchas.
Após a aplicação do material de preenchimento das juntas, a superfície do ladrilho cerâmico deve ser
limpa, a fim de ser removida qualquer contaminação ou materiais suscetíveis de causar manchas.
Deve-se ter em conta que todos os restos devem ser limpos o mais cedo possível e que antes e/ou
após a limpeza com agente agressivo químico, o revestimento deve lavado com água limpa. Os
conselhos sobre a limpeza devem ser disponibilizados pelos fabricantes adequados.
As pessoas responsáveis pela manutenção devem ser plenamente informadas de qualquer risco de
uso indevido provável de ocorrer, incluindo recomendações para a limpeza [12]. O proprietário deve
guardar uma quantidade de ladrilhos de reserva para que possam ser utilizados para eventuais
futuras substituições [12]. A operação de manutenção, geralmente consiste numa limpeza regular com
água (quente) e com uma solução de detergente neutro. No caso de manchas especiais e
incrustações, procedimentos especiais e produtos de limpeza devem ser utilizados. Recomenda-se a
aplicação do produto numa pequena área para o testar e antes de o aplicar em toda a superfície.
Segundo a norma italiana UNI 11493 (2013) [15], a manutenção do revestimento cerâmico
compreende as operações de limpeza e de tratamento necessárias para a reparação periódica do
ladrilho. Para estes tratamentos, devem ser consultadas as instruções do fabricante.
As ações de limpeza devem ser realizadas com frequência para evitar a acumulação excessiva de
sujidades, e a aplicação de tratamentos de limpeza mais longos e trabalhosos, e também química e
mecanicamente mais enérgicos. Nestas situações, as ações de limpeza podem resultar num aumento
do risco de deterioração da superfície do ladrilho. O tratamento de limpeza é geralmente realizado -
consoante o tipo e quantidade de sujidade da superfície - com detergente e água.
Um requisito importante é que a superfície de cerâmica e as juntas não sejam expostas ao ataque
químico pelo detergente utilizado. Para mais informações sobre este assunto, devem ser consultados
os manuais, quando disponíveis, e as informações fornecidas pelo fabricante dos ladrilhos e materiais
para juntas, e pelo fabricante de detergentes. Os detergentes contendo ácido fluorídrico, ou seus
derivados, devido à sua agressividade para a sílica e materiais afins, não devem ser usados na
limpeza de superfícies cerâmicas. Se for necessário aplicar tratamentos de superfície para restaurar
ou mudar as características da superfície, é necessário verificar a compatibilidade da substância com
o tratamento do material cerâmico, das juntas e outros elementos do revestimento cerâmico.
O manual TCNA [21] refere que todos os revestimentos cerâmicos, especialmente os aplicados no
exterior, que incluam a aplicação de material de preenchimento das juntas de movimento, requerem
inspeção periódica e manutenção por parte do proprietário. Devem ser consultados os fabricantes de
materiais e fabricantes de produtos de manutenção para os procedimentos recomendados.
O Guia de la baldosa [5] refere que, em geral, os revestimentos de cerâmica são caracterizados pela
maior facilidade de uso e de limpeza (menos requisitos de manutenção). Também refere que, após a
conclusão da aplicação do revestimento cerâmico, é desejável que o proprietário tenha uma reserva
62
de cada tipo de revestimento, o que equivale a um por cento (1%) do material aplicado, para possíveis
substituições.
Na maioria dos casos, a utilização de produtos de limpeza é suficiente para remover a maioria dos
tipos de manchas comuns. O Quadro 2.40. lista os produtos mais adequados para a limpeza de cada
tipo de mancha.
Quadro 2.40. – Diferentes tipos de mancha e correspondentes produtos de limpeza [2 e 5]
Tipo de mancha Produto de limpeza Observações Cimento, produtos à base de cimento, resíduos calcários
Ácido acético 10%Ácido clorídrico 10% (*) Ácido acético 10%
Seguir as indicações do fabricante. Está proibida a utilização dos ácidos fluorídricos.
Depósitos de óxidos Ácido fosfóricoAzeites Álcool etílicoGorduras Bicarbonato e água, tricloro etilenoAlcatrão ou betume Tricloro etileno Produtos inflamáveis: Pintura a óleo Decapante de soldadura Mastique Fruta e sumos de frutos - mancha recente Molho de tomate
Álcool metílico - arejar bem - não fumar - impedir faíscas de ferramentas ou interruptores elétricos
Pintura vinílica ou gliceroftálica Cola e matérias plásticas
Benzina
Borracha Dissolventes orgânicosCerveja ou vinho Detergentes alcalinosIodo Água oxigenada (H2O2)Sangue Água oxigenada (H2O2) ou soda
cáustica Fuelóleo Fruta e sumos de frutos - mancha antiga
Tricloro etileno
Óleo de linhaça Álcool etilenoTinta fresca, mercurocromo Permanganato de potássio seguido
de ácido oxálico Lixivia – hipoclorito de sódio e água
Proteger as mãos
Graffitis Cloreto de metileno e álcool Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco, e borracha
(*) O ácido clorídrico é corrosivo sendo preciso, portanto, proteger as mãos, evitar salpicos e usar vestuário
apropriado.
2.4.4. Economia Em geral, os sistemas de revestimento cerâmico aplicados em fachadas são soluções qualitativas e
económicas: apresentam uma expectativa de vida maior do que todos os outros revestimentos, com
uma manutenção simples e leve.
As soluções de revestimento cerâmico devem ser satisfatórias para o dono de obra e aliar economia e
facilidade de implementação para as partes envolvidas no processo construtivo.
As soluções do sistema de revestimento da fachada devem minimizar os custos de conservação,
manutenção e reparação mas cumprindo sempre as exigências atrás referidas.
63
2.5. Considerações finais do capítulo
As normas representam anos de experiência e de ensaios científicos, a partir do consenso alargado
de profissionais da indústria que cedem parte do seu tempo e esforço para ajudar arquitetos,
aplicadores e proprietários a conseguirem revestimento cerâmicos cada vez melhor executados.
Neste documento, procurou-se descrever, de forma sucinta, o atual panorama sobre normalização
europeia e internacional aplicável a revestimentos cerâmicos em paredes exteriores. Este resumo é
resultado de uma ampla pesquisa bibliográfica sobre o tema, a qual evidencia a diversidade das
exigências que devem ser asseguradas no planeamento e desenho do sistema de revestimento
cerâmico aderente.
A estrutura das várias normas analisadas varia de país para país, existindo algumas normas focadas
apenas num elemento construtivo, como por exemplo a Norma Britânica parte 2 que faz referência
apenas aos revestimentos cerâmicos aplicados em fachadas. Outras normas, como por exemplo a
Italiana, abrangem num único documento recomendações para pavimentos e paredes, tanto aplicados
no exterior como no interior.
Da normalização analisada, pode-se concluir que é dado um especial relevo aos seguintes aspetos,
que devem estar presentes na conceção dos revestimentos cerâmicos em fachadas:
• compatibilização com o suporte;
• exigências aplicáveis ao suporte;
• condições atmosféricas na aplicação;
• desenho das juntas de movimento na fachada, especificando a sua localização e estabelecendo
ainda distâncias mínimas e máximas entre juntas.
Também se pode concluir que, para garantir uma instalação de longa duração, é fundamental que os
arquitetos especifiquem e forneçam os requisitos para a conceção de todas as juntas, em conjunto
com a especificação do material de preenchimento dessas juntas.
A chave para uma instalação bem-sucedida dos revestimentos cerâmicos é seguir a normalização da
indústria, especificar os métodos de aplicação e os materiais de acordo com as normas em vigor e
divulgar essa informação a todos os intervenientes na execução do revestimento cerâmico de
fachada.
Seguidamente, no capítulo 3 [O projeto de revestimentos cerâmicos de fachada na ótica dos
intervenientes], faz-se uma análise dos resultados obtidos nos inquéritos por questionário aos
profissionais na área da construção civil que tenham participação direta no processo de decisão da
tipologia e aplicação de revestimentos em fachadas.
65
3. O PROJETO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE FACHADA NA ÓTICA DOS INTERVENIENTES
3.1. Considerações iniciais
Neste capítulo, são apresentados os resultados dos questionários realizados a profissionais que
trabalham na área da construção civil e que possam ter interferência na especificação de
revestimentos cerâmicos, tais como: arquitetos; engenheiros civis; trabalhadores por conta própria ou
de outrem; desenhadores ou preparadores de obra; fornecedores de revestimentos cerâmicos/
material de colagem / argamassas; medidores orçamentistas; profissionais em empresas de
construção civil e de fiscalização.
Além dos referidos resultados, este capítulo apresenta ainda a análise das respostas e sugestões
dadas pelos profissionais acima mencionados, tendo o respetivo questionário sido disponibilizado
para preenchimento através do envio para o respetivo endereço de correio eletrónico pessoal.
Durante o período de 2014-07-09 a 2014-09-18, foi obtida a amostra A constituída por 257 inquéritos
preenchidos por profissionais da área da construção civil e foram analisados os resultados.
No sentido de se poder, de alguma forma, comparar e validar as respostas de profissionais com mais
ou menos experiência, em obras projetadas e realizadas, optou-se por definir a amostra B com
profissionais com mais de 10 obras realizadas e 10 anos de experiência, verificando-se haver 107
inquiridos com estas caraterísticas. Todos estes profissionais mencionaram ter critérios ao
especificarem revestimentos cerâmicos e produtos para as juntas entre ladrilhos. Ao longo da análise
dos resultados dos questionários, por comparação dos resultados das amostras A e B, constatou-se
haver concordância de opinião com ligeiras diferenças nos valores referidos.
O questionário foi elaborado tendo por base o levantamento realizado no Capítulo 2, a respeito do
projeto de revestimentos cerâmicos aderentes, sobre a normalização europeia e fora da Europa. Os
resultados obtidos foram importantes para justificar a relevância da Dissertação e considerados no
desenvolvimento do Capítulo 4.
A análise deste questionário foi dividida em três partes: na primeira, faz-se a identificação do perfil dos
inquiridos; na segunda, faz-se a análise da prática do projeto de revestimentos cerâmicos; na terceira,
faz-se a análise da especificação dos materiais.
O questionário está disponível no Anexo B, sendo os resultados dos questionários da amostra A
apresentados no Anexo C e os resultados dos questionários da amostra B detalhados no Anexo D.
3.2. Análise de resultados dos questionários
3.2.1. Identificação do universo de análise - perfil dos inquiridos
3.2.1.1. Atividade profissional (questão 1)
Na Figura 3.1., observa-se que a grande maioria dos inquiridos (257 na amostra A) são arquitetos e
engenheiros civis, sendo 51% dos inquiridos arquitetos (131 respostas) e 35% engenheiros civis (89
respostas). Do total de 257 inquiridos, 255 responderam a esta pergunta.
Na Figura 3.2., verifica-se que a grande maioria dos inquiridos na amostra B (total de 107 inquiridos)
também são arquitetos e engenheiros civis, com 50% de arquitetos (52 respostas) e 30% de
engenheiros civis (31 respostas). Do total de 107 inquiridos, 105 responderam a esta pergunta.
66
Figura 3.1. – Atividade profissional (Amostra A)
Figura 3.2. – Atividade profissional (Amostra B)
3.2.1.2. Competências técnicas e profissionais - número de anos de experiência na função ou
atividade (questão 2)
No que se refere ao número de anos de experiência na função ou atividade (Figura 3.3.), constata-se
que 55% dos inquiridos (de um total de 257 na amostra A) têm uma “experiência superior a 10 anos”,
31% dos inquiridos têm uma “experiência superior a 5 anos” e 14% têm uma “experiência superior a 1
ano”. Do total de 257 inquiridos, 256 responderam a esta pergunta.
Relativamente ao número de anos de experiência na função ou atividade dos 107 inquiridos da
amostra B (Figura 3.4.), constata-se que todos (100%) têm uma experiência na função ou atividade
superior a 10 anos.
Figura 3.3. – Número de anos de experiência na função ou atividade (Amostra A)
Figura 3.4. – Número de anos de experiência na função ou atividade (Amostra B)
67
3.2.1.3. Competências técnicas e profissionais - número de obras projetadas e
acompanhadas (questão 3)
Quanto ao número de obras projetadas e acompanhadas pela totalidade dos inquiridos (257 na
amostra A - Figura 3.5.), constata-se que 68% têm uma “experiência superior a 10 obras”, 18% dos
inquiridos têm uma “experiência superior a 5 obras” e 14% têm uma “experiência superior a 1 obra”.
Do total de 257 inquiridos, 252 responderam a esta pergunta.
No que diz respeito ao número de obras projetadas e acompanhadas 107 inquiridos da amostra B
(Figura 3.6.), constata-se que todos (100%) têm um número de obras projetadas e acompanhadas
superiores a 10 obras.
Figura 3.5. – Número de obras projetadas e acompanhadas (Amostra A)
Figura 3.6. – Número de obras projetadas e acompanhadas (Amostra B)
3.2.1.4. Atividade profissional - Membro de ordem ou associação profissional
(questão 4)
Na Figura 3.7., observa-se que, dos 257 inquiridos, a grande maioria pertence a alguma ordem ou
associação profissional - 84% (correspondentes a 217 respostas), enquanto 16% dos inquiridos
responderam “Não” a esta questão (40 respostas).
Na Figura 3.8., observa-se que, dos 107 inquiridos da amostra B, a grande maioria também pertence
a alguma ordem ou associação profissional - 79% dos inquiridos (85 respostas), enquanto 21%
responderam “Não” (22 respostas).
Figura 3.7. – Membro de Ordem ou associação profissional (Amostra A)
Figura 3.8. – Membro de Ordem ou associação profissional (Amostra B)
3.2.1.5. Ordem ou associação profissional a que pertence (questão 5)
Na Figura 3.9., constata-se que, das 217 respostas obtidas, 57% dos inquiridos pertencem à Ordem
dos Arquitetos (124 respostas), 33% dos inquiridos pertencem à Ordem dos Engenheiros (71
68
respostas), 10% dos inquiridos pertencem à Ordem dos Engenheiros Técnicos (21 respostas) e 3%
pertencem a outras associações (6 respostas).
Na Figura 3.10., verifica-se que, das 85 respostas obtidas na amostra B (107 inquiridos), 60%
pertencem à Ordem dos Arquitetos (51 respostas), 28% pertencem à Ordem dos Engenheiros (24
respostas), 9% pertencem à Ordem dos Engenheiros Técnicos (8 respostas) e 3% pertencem a outras
associações (5 respostas).
Figura 3.9. – Ordem ou associação profissional a que pertence (Amostra A)
Figura 3.10. – Ordem ou associação profissional a que pertence (Amostra B)
3.2.1.6. Escalão etário (questão 23)
No que se refere às faixas etárias (Figura 3.11), observa-se que as mais representativas na totalidade
da amostra são “entre 25 e 34 anos” e “entre 35 e 44 anos”, com respetivamente 44% e 31% das
respostas obtidas. Já na amostra B (107 inquiridos) (Figura 3.12.), constata-se que as mais
representativas são “entre 35 e 44 anos” e “entre 45 e 54 anos”, com respetivamente 41% e 37% das
respostas obtidas.
Figura 3.11. – Escalão etário (Amostra A) Figura 3.12. – Escalão etário (Amostra B)
3.2.1.7. Sexo (questão 24)
Analisando a Figura 3.13., verifica-se que o número de inquiridos do sexo masculino tem um valor de
75% (189 inquiridos), enquanto o sexo feminino apresenta um valor de 25% (64 inquiridos). Quatro
dos inquiridos não responderam a esta pergunta, num universo de 257 inquiridos.
Na amostra B (107 inquiridos - Figura 3.14.), observa-se que o número de inquiridos do sexo
masculino tem um valor de 91% (95 inquiridos), enquanto o sexo feminino apresenta um valor de 4%
(9 inquiridos), havendo ainda 3 inquiridos que não responderam a esta pergunta.
Analisando as Figuras 3.13 e 3.14., conclui-se que a grande maioria dos inquiridos que responderam
ao questionário são do sexo masculino.
69
Figura 3.13. – Sexo (Amostra A) Figura 3.14. – Sexo (Amostra B)
3.2.1.8. Distrito de residência (questão 25)
Relativamente ao distrito de residência (Figura 3.15.), constata-se que 41% dos inquiridos têm
residência no distrito de Lisboa, 17% dos inquiridos têm residência no distrito do Porto, 10% dos
inquiridos têm residência no distrito de Setúbal, 5% dos inquiridos têm residência no distrito de
Coimbra, 4% dos inquiridos têm residência no distrito de Braga e 22% têm residência em outros
distritos. Do total de 257 inquiridos, 242 responderam a esta pergunta.
No que se refere ao distrito de residência dos 107 inquiridos na amostra B (Figura 3.16.), verifica-se
que 46% têm residência no distrito de Lisboa, 24% têm residência no distrito do Porto, 9% têm
residência no distrito de Setúbal e 22% têm residência em outros distritos. Do total de 107 inquiridos,
101 responderam a esta pergunta.
Figura 3.15. – Distrito de residência (Amostra A) Figura 3.16. – Distrito de residência (Amostra B)
3.2.1.9. Nível de escolaridade (questão 26)
Relativamente às habilitações académicas (Figura 3.17), observa-se que os inquiridos possuem níveis
de escolaridade médios / elevados. De facto, 43% dos inquiridos indicaram possuir um “Bacharelato
ou Licenciatura” e 44% indicaram possuir uma “Pós-graduação ou Mestrado”. Apenas 8% dos
inquiridos mencionaram ter o nível “Ensino Médio ou profissional” e 2% um “Doutoramento”. Do total
de 257 inquiridos, 253 responderam a esta pergunta.
No que se refere às habilitações académicas dos 107 inquiridos na amostra B (Figura 3.18.), verifica-
se que também possuem níveis de escolaridade médios/elevados. Na verdade, 41% dos inquiridos
indicaram possuir uma “Bacharelato ou Licenciatura” e 36% indicaram possuir uma “Pós-graduação
ou Mestrado”. Verifica-se que apenas 13% dos inquiridos mencionaram ter o nível “Ensino Médio ou
profissional” e 6% um “Doutoramento”. Do total de 107 inquiridos, 104 responderam a esta pergunta.
70
Figura 3.17. – Nível de escolaridade (Amostra A) Figura 3.18. – Nível de escolaridade (Amostra B)
3.2.2. Projeto de revestimento cerâmico de fachada
3.2.2.1. Conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas (questão 6)
Na Figura 3.19., observa-se que, dos 257 inquiridos, 51% (131 inquiridos) não têm conhecimento da
existência de projeto de revestimentos de fachadas e 49% (126 inquiridos) têm conhecimento.
Na Figura 3.20., observa-se que, dos 107 inquiridos na amostra B, mais de metade têm conhecimento
da existência de projeto de revestimentos de fachadas, com 60% (64 inquiridos) a responderem “Sim”,
e 40% (43 inquiridos) a responderem “Não”.
Figura 3.19. – Conhecimento da existência de
projeto de revestimentos de fachadas (Amostra A) Figura 3.20. – Conhecimento da existência de
projeto de revestimentos de fachadas (Amostra B)
3.2.2.2. Países onde existe a prática corrente do projeto de revestimento cerâmico de fachada
(questão 7)
Na Figura 3.21., constata-se que, das 124 respostas obtidas no universo de 257 inquiridos, 87% (108
respostas) responderam que conheciam a existência do projeto em Portugal e 38% (47 respostas)
responderam que conheciam em outros países. Os países que foram mencionados foram: Alemanha,
Angola, Brasil, China, Espanha, Reino Unido, Suíça, Suécia e Turquia.
Na Figura 3.22., observa-se que, das 63 respostas obtidas na amostra B (107 inquiridos), 89% (56
respostas) responderam que conheciam a existência do projeto em Portugal, 44% (28 respostas)
responderam que conheciam em outros países. Os países que foram indicados foram: Alemanha,
China, Espanha e Turquia.
Figura 3.21. – Se sim, onde? (Amostra A) Figura 3.22. – Se sim, onde? (Amostra B)
71
3.2.2.3. Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (questão 8)
Na Figura 3.23., observa-se que, das 125 respostas obtidas nos 257 inquiridos, 63% (79 respostas)
têm conhecimento da aplicação do projeto de revestimentos de fachada a “todos os revestimentos” e
37% (46 respostas) responderam que têm conhecimento da aplicação do projeto de revestimento de
fachada a “alguns revestimentos”.
Na Figura 3.24. verifica-se que, das 64 respostas obtidas na amostra B (107 inquiridos), 66% (42
inquiridos) têm conhecimento da aplicação do projeto de revestimentos de fachada a “todos os
revestimentos” e 34% (22 inquiridos) responderam que têm conhecimento da aplicação do projeto de
revestimento de fachada a “alguns revestimentos”.
Os materiais mencionados são: vidro, pedra, resinas, cimentícios, cerâmicos, metal, madeira e
derivados, fenólicos, acrílico, betão prefabricado, rebocos tradicionais, ETICS, rebocos armados,
fachada ventilada - painéis cerâmicos, argamassas e pintura, revestimentos metálicos (alumínio e
chapa zincada), mosaico, azulejo, barramentos, argamassas especiais, betão projetado, pastilha,
pedra, marmorite, fibrocimento, painéis compósitos, cortiça, painéis de madeira com cimento e chapas
metálicas.
Figura 3.23. – Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (Amostra A)
Figura 3.24. – Aplicação do projeto de revestimento de fachada a alguns materiais (Amostra B)
3.2.2.4. Pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal (questão 9)
Relativamente à pertinência da existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em
Portugal, na Figura 3.25. observa-se que a esmagadora maioria dos inquiridos julga pertinente a
existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal - 85% (210 inquiridos)
Apenas 15% (37 inquiridos) responderam “Não”, num total de 247 respostas.
Ao analisar a Figura 3.26., pode-se verificar que a esmagadora maioria dos inquiridos na amostra B
(107 inquiridos) julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em
Portugal, com 86% (89 inquiridos) a responderem “Sim” e 14% (14 inquiridos) a responderem “Não”,
num total de 103 respostas.
72
Figura 3.25. – Pertinência da existência de
projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal (Amostra A)
Figura 3.26. – Pertinência da existência de
projeto de fachadas com revestimento cerâmico
em Portugal (Amostra B)
Das respostas favoráveis, justifica-se a sua existência por algumas razões como:
• “tradição e prática corrente na arquitetura portuguesa, da aplicação de revestimentos cerâmicos em
fachadas”;
• “tratar-se de mais uma especialidade como os projetos de térmica, ITED, águas, esgotos, pluviais,
entre outros”;
• “necessidade de um aumento de prescrição; assegurar o cumprimento das normas e regulamentos”;
• “aumentar a segurança do projeto para os utentes do mesmo e para os transeuntes”;
• “prevenção do aparecimento de anomalias”;
• “assegurar o conforto e a eficiência térmica”;
• “singularidade de cada projeto ou de cada obra”;
• “durabilidade, estética das soluções”;
• “definição de materiais e técnicas de aplicação”;
• “porque os projetos são omissos nesta matéria, resultando na aplicação de forma empírica e nem
sempre com bons resultados”;
• “desde que contribua para o enriquecimento do património arquitetónico construído, para a
contenção de custos, ou ainda possibilitando uma correta execução por parte dos empreiteiros”.
Das respostas desfavoráveis, justifica-se a sua não existência por algumas razões como:
• “poder ser incluído nos projetos já previstos”;
• “poder ser integrado no projeto geral de arquitetura”;
• “não se justifica um projeto pois existem as orientações do fabricante”.
• “não apresenta complexidade suficiente que justifique um projeto específico”.
3.2.2.5. Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (questão
10)
Relativamente à importância das informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de
execução (amostra A na Figura 3.27.), destacam-se, como as informações “muito importantes” que
devem estar presentes no projeto de execução: os “Pormenores de execução”, as “Peças
desenhadas” e as “Medições e mapa de quantidades”, com cerca de 80%, 76% e 71%
respetivamente.
73
Figura 3.27. – Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução
(Amostra A)
Quanto à importância das informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de
execução (Figura 3.28.), verifica-se os inquiridos na amostra B consideraram que todas as
informações propostas são “Muito importantes”. Destacam-se, como informações que devem estar
presentes no projeto de execução, os “Pormenores de execução”, as “Medições e mapa de
quantidades” e as “Peças desenhadas”, com cerca de 80%, 77% e 73% respetivamente.
Figura 3.28. – Importância das informações escritas e desenhadas no projeto de execução (Amostra B)
3.2.2.6. Grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada
(questão 11)
Das 218 respostas na amostra A (257 inquiridos), obteve-se o valor médio de 2,51 numa escala de 1
a 5. Na amostra B (107 inquiridos), nas 95 respostas obtidas, alcançou-se o resultado médio de 2,81
numa escala de 1 a 5.
3.2.2.7. Descrição da prática do projeto de revestimento (questão 12)
Ao analisar a Figura 3.29., pode-se verificar que 54% das respostas considera que o projeto de
revestimentos “Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria ser realizada por mais
profissionais”, 50% das respostas indica que “Contribui para a redução de anomalias nas fachadas
dos edifícios”, 36% das respostas diz que “Contribui para antecipar problemas que possam existir na
obra”, 25% indica que “Reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da
qualidade dos revestimentos cerâmicos nas condições particulares de cada obra”. Apenas 2% refere
que “É uma prática dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada”.
74
Figura 3.29. – O projeto de revestimento de fachada (Amostra A)
Ao examinar com atenção a Figura 3.30., referente à Amostra B (107 inquiridos), pode-se verificar que
as descrições têm a mesma hierarquia de importância da Figura 3.29. (por ordem decrescente), mas
com uma acentuação das vantagens desta prática: “Não é uma prática corrente em Portugal, mas
deveria ser realizada por mais profissionais” (60% das respostas); “Contribui para a redução de
anomalias nas fachadas dos edifícios” (53% das respostas); “Contribui para antecipar problemas que
possam existir na obra” (41% das respostas) e “Reúne todas as informações necessárias para a
execução e controlo da qualidade dos revestimentos cerâmicos nas condições particulares de cada
obra” (31% das respostas). Apenas 4% das respostas refere que “É uma prática dispendiosa e não
existe interesse em ser concretizada”.
Figura 3.30. – O projeto de revestimento de fachada (Amostra B)
3.2.2.8. Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos
cerâmicos de fachadas (questão 13)
Ao analisar a Figura 3.31., pode-se verificar que os “manuais de aplicação de fabricantes de
revestimentos cerâmicos / material de colagem / argamassas” são o meio de informação mais
utilizado (70%), seguidos da Internet (62%), dos “manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos
(ex. APICER) ” (46%) e das normas e documentação técnica do LNEC (42%).
75
Figura 3.31. – Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos
cerâmicos de fachadas (Amostra A)
Ao analisar a Figura 3.32., pode-se verificar que, para a amostra B, são também os “manuais de
aplicação de fabricantes de revestimentos cerâmicos / material de colagem / argamassas” o meio de
informação mais utilizado (79%), seguidos da Internet (66%), dos “manuais de aplicação de
revestimentos cerâmicos (ex. APICER) ” (56%) e das normas e documentação técnica do LNEC
(50%).
Figura 3.32. – Meios de informação sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos
cerâmicos de fachadas (Amostra B)
Os inquiridos que responderam outra (s) mencionaram:
• consulta de consultores da especialidade; consulta de técnicos e fabricantes; manuais e fichas técnicas
de materiais e acessórios para aplicação de revestimentos cerâmicos; bom senso e experiência.
76
3.2.2.9. Importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos (questão 14)
No que diz respeito à importância dos aspetos A a H na prática do projeto de revestimentos cerâmicos
de fachada (Figura 3.33.), verifica-se que os três aspetos considerados “Muito importantes” por mais
inquiridos foram os A, B e H, ou seja, “A - Escolha de materiais compatíveis entre si”, “B -
Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos” e “H - Prescrição de cimentos
cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos”, com cerca de 54%, 44% e 45%
respetivamente.
Relativamente à importância dos aspetos A a H na prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos para os 107 inquiridos na amostra B (Figura 3.34.), também se verifica que os três aspetos
com o valor “Muito importantes” com mais respostas foram os A, B e H, ou seja, “A - Escolha de
materiais compatíveis entre si”, “B - Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os
ladrilhos” e “H - Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos”,
com cerca de 54%, 48% e 50% respetivamente.
Figura 3.33. - Importância dos aspetos A a H na
prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos (Amostra A)
Figura 3.34. - Importância dos aspetos A a H na
prática do projeto de fachada de revestimentos
cerâmicos (Amostra B)
Legenda: A - Escolha de materiais compatíveis entre si; B - Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os
ladrilhos; C - Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais; D - Cuidado na pormenorização das
zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes; E - Prescrição de colagem
dupla em vez de simples; F - Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico; G - Estereotomia conforme com as
características do suporte; H - Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos.
Os inquiridos ainda mencionaram outros aspetos como:
• “Escolha adequada do produto em função da zona / uso”;
• “Determinação e caracterização de agentes agressores da envolvente: poluição; vandalismo”;
• “Garantir o correto entendimento da regra conceptual que dá origem à estereotomia”;
• “A reutilização de práticas quase centenárias, de materiais para a colocação em algumas fachadas,
preterindo o cimento cola”;
• “Execução e acompanhamento da execução do trabalho”;
• “Correta medição e orçamentação”;
• “Adequabilidade do produto e sistema de suporte face à omissa manutenção dos edifícios que pode
provocar acidentes em terceiros”;
• “Compatibilização com a estrutura de suporte”.
77
3.2.3. Especificação dos materiais
3.2.3.1. Importância de certas características na especificação de um revestimento
cerâmico aplicado em fachada (questão 15)
Relativamente à importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico
numa fachada (Figura 3.35.), verifica-se que todas foram consideradas “Importantes”, sendo as mais
pontuadas “a facilidade de limpeza”, “ter uma boa relação qualidade preço” e o “grau de absorção da
peça cerâmica”, com cerca de 60%, 56% e 49% respetivamente.
Figura 3.35. – Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico
em fachada (Amostra A)
Relativamente à resposta dos 107 inquiridos da amostra B à mesma pergunta, (Figura 3.36.), contata-
se que o “Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura” foi considerado “Muito Importante”
para o maior número de respostas. Todas as outras caraterísticas foram consideradas “Importantes”,
sendo as mais pontuadas “a facilidade de limpeza”, “ter uma boa relação qualidade preço” e o “grau
de absorção da peça cerâmica”, com cerca de 61%, 56% e 51% respetivamente.
Figura 3.36. – Importância de certas características na especificação de um revestimento cerâmico
em fachada (Amostra B)
3.2.3.2. Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico
aplicado em fachada (questão 16)
Relativamente à importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em
fachada (Figura 3.37.), verifica-se que três foram considerados “Muito importantes” pelos inquiridos:
78
“Deformações excessivas do suporte”, “A altura da fachada e dimensão da área aplicada” e
“Orientação solar da fachada”, com cerca de 60%, 47% e 46% respetivamente. Os fatores “Poluição
atmosférica e ambiente circundante do edificado” e “Humidade do suporte” foram considerados
“Importantes”, com cerca de 51% e 50% respetivamente.
Figura 3.37. – Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico
aplicado em fachada (Amostra A)
Quanto à importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico em fachada
(Figura 3.38.), verifica-se que três fatores foram considerados como “Muito importantes” pelos
inquiridos na amostra B; “Deformações excessivas do suporte”, “A altura da fachada e dimensão da
área aplicada” e “Orientação solar da fachada”, com cerca de 66%, 59% e 53% respetivamente. Os
fatores “Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado” e “Humidade do suporte” foram
considerados Importantes, com cerca de 51% e 47% respetivamente.
Figura 3.38. – Importância de certos fatores na especificação de um revestimento cerâmico
aplicado em fachada (Amostra B)
79
3.2.3.3. Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de
movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimento cerâmico
aderente (questão 17)
Na Figura 3.39., constata-se que, das 255 respostas recebidas, 78% mencionaram que seguem
recomendações dadas por fornecedores e 62% indicaram que seguem recomendações dadas por
normas e documentação técnica.
Na Figura 3.40., verifica-se que, dos 106 inquiridos na amostra B, 86% mencionaram que seguem
recomendações dadas por fornecedores e 72% indicaram que seguem recomendações dadas por
normas e documentação técnica.
Figura 3.39. – Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de movimento entre ladrilhos em fachadas com
acabamento em revestimento cerâmico aderente (Amostra A)
Figura 3.40. – Critérios básicos utilizados no dimensionamento da abertura das juntas de movimento entre ladrilhos em fachadas com
acabamento em revestimento cerâmico aderente (Amostra B)
Os inquiridos ainda indicaram outros critérios como:
• “questões estéticas e arquitetónicas”; “experiência decorrente da análise de anomalias”; “critérios do
aplicador”; “estudo e aplicação das técnicas e boas práticas de aplicação tradicionais”.
3.2.3.4. “Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada?” (questão 18)
Considerando agora a pergunta sobre se calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de
esquartelamento ou estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada, na Figura 3.41. verifica-se
que a maioria dos inquiridos (85%) respondem “Não” e apenas 15% dos inquiridos respondem “Sim”.
Em relação à amostra B (107 inquiridos), a Figura 3.42. mostra do mesmo modo que a maioria dos
inquiridos (77%) respondem “Não”, mas a percentagem dos inquiridos a responderem “Sim” é
ligeiramente superior à amostra A, com 23%.
Figura 3.41. – Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada? (Amostra A)
Figura 3.42. – Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada? (Amostra B)
80
Os inquiridos ainda referiram que tinham em consideração:
• “recomendações do fornecedor”; “permeabilidade da parede”; “cores disponíveis”; “resistência aos
raios UV”; e “questões estéticas e arquitetónicas”.
3.2.3.5. Indicação das juntas dimensionadas (questão 19)
Dos 37 inquiridos que responderam “Sim” na amostra A (257 inquiridos), apenas 24 reponderam “De
quais?” e apontam sobretudo “todas as juntas”, “juntas de esquartelamento” e “juntas estruturais”.
Dos 24 inquiridos que responderam “Sim” na amostra B (107 inquiridos), apenas 14 reponderam “De
quais?” e apontam também “todas as juntas”, “juntas de esquartelamento” e “juntas estruturais”.
3.2.3.6. Percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (questão 20)
Quanto à percentagem das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (Figura 3.43.), verifica-se que apenas 29% da totalidade
dos inquiridos calcula em “75% e 100% das obras”, 19% dos inquiridos em “50% a 75% das obras,
26% dos inquiridos em “25% a 50% das obras e 26% dos inquiridos em “menos de 25% das obras”.
No que diz respeito à % das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (Figura 3.44.), verifica-se que 30% dos inquiridos na
amostra B calcula em “75% e 100% das obras”, 20% em “50% a 75% das obras”, 25% em “menos de
25% das obras” e 25% em “25% a 50% das obras.
Figura 3.43. – % das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (Amostra A)
Figura 3.44. – % das obras onde foi calculada a dimensão da abertura das juntas do
revestimento cerâmico aplicado em fachadas (Amostra B)
3.2.3.7. Critérios na especificação do material de preenchimento das juntas (questão 21)
Na Figura 3.45., constata-se que os resultados obtidos (para a especificação do material de
preenchimento das juntas) permitem diferenciar três critérios de maior peso: “Âmbito de aplicação do
produto” (ex.: exteriores e dimensão da junta) (63%), “Especificação do preenchimento das juntas com
material de deformabilidade compatível com as peças colocadas” (62%), “Especificação do
preenchimento das juntas com material impermeável e com resistência ao desenvolvimento de
microrganismos” (50%); e, por fim, a de menor peso: “Custo do produto” (27%).
Na Figura 3.46., verifica-se que os resultados obtidos (para a especificação do material de
preenchimento das juntas) na amostra B permitem diferenciar os mesmos três critérios de maior
concordância, e o de menor concordância, com ligeiras diferenças que indicam um maior peso em
relação aos valores assinalados na Figura 3.45.
81
Figura 3.45. – Critérios na especificação do
material de preenchimento das juntas (Amostra A) Figura 3.46. – Critérios na especificação do
material de preenchimento das juntas (Amostra B)
3.2.3.8. Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em
diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base
nos aspetos positivos e negativos da sua experiência, em termos de dimensão
dos edifícios e de cada revestimento) (questão 22)
Tendo sido fornecidas pelos inquiridos diversas opiniões e sugestões de aspetos relevantes a serem
integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, as mesmas foram
agrupadas, em três principais áreas:
1 -Opiniões sobre a prática do projeto em Portugal:
• “não é efetuado um estudo pormenorizado dos materiais a aplicar”;
• “um dos maiores e mais frequente problemas é a qualidade da execução em obra”;
• “as normas e manuais existentes são demasiado simplificados, não validados e não demonstrados,
por isso tecnicamente com muito pouco valor ou utilidade”;
• dever-se-ia aumentar a formação prática tanto para ladrilhadores como para quem especifica -“Na
prática são os ladrilhadores quem aconselha baseados na experiência (o tipo de colas e betumes para
aplicação), logo deviam ter formação própria na área. Igual para os arquitetos, visto serem estes
quem define os materiais a usar nas fachadas”;
• ”em azulejos históricos não utilizar argamassas cimentícias de quaisquer espécie”;
• “deve-se ter em conta o que na realidade vai ser possível executar em obra, quer por deficiência na
compreensão das condições técnicas ou deficiência na comunicação entre os encarregados e os
artistas assentadores, ou mesmo pelo aprumo e regularidade do próprio artista”;
• ”considerar as juntas estruturais do edifício”;
• “penso que ainda não existe uma clara comunicação entre os fornecedores de revestimentos
cerâmicos e os projetistas relativamente às características técnicas dos cerâmicos a aplicar em
fachadas de edifícios. Esse tipo de características técnicas deve ser uma preocupação desde a
especificação do material até à sua aplicação em obra, tendo em consideração a especificidade de
cada fachada”;
• ”garantir a adequabilidade estética e técnica no contexto paisagístico e no ambiente urbano, para o
material cerâmico deixar de ser uma mera escapatória, de ocultação da ‘má construção’”;
• comparação do projeto de estabilidade de uma estrutura de betão armado com o projeto de
revestimentos de fachadas – “deve-se conhecer o comportamento estrutural / material de
82
revestimento tal como é estudado o comportamento estrutural / material de uma estrutura em betão
armado”.
2 - Aspetos importantes no projeto de revestimentos de fachada:
A - Materiais
• estabilidade da base;
• humidade do suporte;
• “garantir a inexistência de infiltrações de água no tardoz dos cerâmicos”;
• cuidados da sua aplicação, nomeadamente na uniformidade da aplicação das colas na face a aderir;
• qualidade dos betumes pois devem absorver as dilatações / contrações;
• qualidade do revestimento cerâmico;
• porosidade da face visível;
• dimensão das peças a utilizar - a dimensão das peças a usar desempenha um papel fundamental
neste processo, uma vez que determina a imagem e está diretamente relacionada com as exigências
futuras de manutenção e conservação;
• cimento-cola apropriado para o efeito.
B - Fatores ambientais
• condições climatéricas e de temperatura ideais na aplicação do revestimento;
• fatores ambientais – humidade, térmica;
• principais agentes de deterioração da fachada e do próprio revestimento;
• analisar a especificidade do local da obra;
• cuidados a ter função da orientação da fachada a revestir;
• refração à luz do sol;
• área de superfície da fachada onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico;
• revestimento de embasamento ou zonas suscetíveis a humidade por ascensão capilar;
• durabilidade do revestimento às condições atmosféricas.
C – Aspetos a considerar no projeto de revestimento de fachadas
• pontos singulares na ligação da estrutura / alvenaria;
• adequação ao enquadramento arquitetónico circundante,
• tradição arquitetónica e construtiva local;
• atingir as pretensões do cliente;
• qualidade construtiva e custo das soluções propostas;
• ter acesso a fornecedores locais com experiência comprovada;
• continuidade de produção das peças para substituição;
• regionalização das peças;
• resistência mecânica / segurança para os utentes;
• manutenção do revestimento cerâmico de fachada ao longo da vida útil do edifício.
83
Estereotomia:
• “O maior problema é a compatibilização da estereotomia do material com o dimensionamento das
fachadas e vãos. Seria importante conseguir saber o dimensionamento adequado para o desenho das
fachadas no momento da elaboração do projeto”;
• “O estudo da estereotomia deve ser compatível com as saliências e reentrâncias da fachada,
nomeadamente dos vãos para se conseguir o equilíbrio estético desejável. Por vezes, as dimensões
padronizadas do material cerâmico apresentam-se como uma condicionante face a outros
revestimentos”.
3 - Sugestões:
• “obrigatoriedade de registo fotográfico de execução da obra em conformidade pois após a aplicação
do revestimento não é possível conferir a adequação da argamassa usada”;
• “adequação das características do revestimento a atividades circundante, como por exemplo as
paredes adjacentes a campos desportivos devem conter mosaicos de características (incluindo as
dimensões) que garantam maior resistência ao impacto de bolas”;
• “devia ser abordada a resistência de um dado revestimento cerâmico em determinados ambientes
como por exemplo em ambientes marítimos, de modo a evitar futuras anomalias”.
3.3. Considerações finais do capítulo
Neste capítulo 3, onde foi abordado o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes na ótica dos
intervenientes, tem-se a perceção dos profissionais face às questões inerentes ao projeto de
revestimentos quando aplicados em fachada e à especificação de materiais. As conclusões extraídas
e registadas na análise destes inquéritos justificam a importância do seu estudo.
Relativamente à questão “julgar pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento
cerâmico em Portugal”, no total dos 257 inquiridos, verificou-se que 85% respondem afirmativamente,
o que evidencia a necessidade de existir uma maior atenção aos pormenores, ao rigor dos projetos,
em suma, uma maior especificação nos projetos de arquitetura. No estudo realizado, verifica-se que a
maioria dos inquiridos que responderam ao questionário são do sexo masculino (75%), têm “entre 25
e 44 anos” (75%), residem no distrito de Lisboa (41%) e são membros de uma ordem profissional
(84%).
No que se refere à pergunta, “conhecimento sobre a existência de projeto de revestimentos de
fachadas”, verifica-se que há 49% de inquiridos na amostra A, e 60% na amostra B, revelam ter esse
conhecimento. Isso poderá dever-se ao facto de a amostra B ser constituída por profissionais com
mais de 10 anos de experiência profissional e mais de 10 de obras projetadas e acompanhadas, em
relação ao total dos inquiridos que constituem a amostra A.
Acerca da “descrição sobre a prática do projeto de revestimento”, verifica-se que 25% refere que
“reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da qualidade dos revestimentos
cerâmicos nas condições particulares de cada obra”, enquanto 2% refere que “é uma prática
dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada”. Existe de facto uma consciência coletiva, do
muito que há a melhorar, já que 50% dos profissionais indica que “contribui para a redução de
84
anomalias nas fachadas dos edifícios” e 54% diz que “não é uma prática corrente em Portugal, mas
deveria ser realizada por mais profissionais”.
Um dos pontos mencionados por alguns inquiridos é o de questionar se o projeto de revestimento de
fachadas deve ser um projeto específico, uma especialidade autónoma do projeto de arquitetura, ou
antes um projeto de execução de arquitetura mais desenvolvido. Considera-se que essa decisão
dependerá das especificidades da obra, da cultura da empresa de construção civil e das exigências
do dono da obra. Esta perspetiva tem em conta a análise da normalização apresentada no capítulo 2,
a análise dos questionários exposta neste capítulo 3 e reflete-se também na organização e no
conteúdo do capítulo 4. Neste capítulo, são estabelecidas diretrizes do projeto de revestimentos
cerâmico aderente em fachada.
Igualmente, apesar de o “dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos” ser
um aspeto considerado “muito importante” (questão 14), um elevado número de inquiridos (85%)
indica que não “calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou
estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada” (questão 18). Pode-se depreender-se que os
conceitos teóricos, de dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos, nem
sempre são levados à prática.
A interação entre os especificadores e os vários intervenientes na obra poderá ser reforçada nos seus
aspetos teóricos e práticos conjugados com bons manuais de aplicação. Sobre as boas práticas de
projeto e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas, os “manuais de aplicação de fabricantes
de revestimentos cerâmicos / material de colagem / argamassas” são o meio de informação mais
utilizado (70%), seguido pela “Internet” (62%).
De uma forma genérica, os inquiridos apresentam sugestões no sentido de uma maior necessidade
de prescrição detalhada dos revestimentos cerâmicos de fachadas, focando a importância da
aplicação adequada do revestimento cerâmico à especificidade da obra, tendo em conta fatores
climatéricos e arquitetónicos de projeto como a estereotomia, desenho, tamanho, corte das peças,
pontos singulares da fachada e a manutenção da fachada ao longo da vida útil.
Seguidamente, no capítulo 4, elabora-se uma proposta de diretrizes para o desenvolvimento e
implementação do projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada. Esta proposta é
estruturada e organizada tendo por base a análise da normalização em vigor na Europa e fora da
Europa e as opiniões emitidas pelos profissionais, nos respetivos capítulos 2 e 3.
85
4. O PROJECTO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ADERENTES DE FACHADA: PROPOSTA
DE DIRETRIZES PARA O SEU DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
4.1. Considerações Iniciais
Neste capítulo, são abordadas as vantagens do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, os
critérios para a seleção da técnica de aplicação deste revestimento em fachadas, do material de
colagem do ladrilho e da argamassa das juntas dos ladrilhos.
Na segunda parte deste Capítulo, é apresentada uma proposta de diretrizes para o desenvolvimento e
implementação do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, com base na normalização
analisada no capítulo 2, sendo referidas as especificações das condições do suporte, dos materiais e
dos métodos de aplicação. Depois de identificadas as juntas e as zonas singulares da fachada,
elementos que devem ser especificadas em projeto, são referidas as considerações para a
elaboração do projeto de revestimentos cerâmicos: as especificações em projeto, desde a fase de
conceção, passando pelos documentos do projeto base e projeto de execução, até ao projeto de
execução específico do revestimento cerâmico de fachadas.
Por fim, é analisada a sequência do projeto à execução e os princípios de manutenção de fachadas
com revestimento cerâmico aderente.
4.2. Vantagens do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada
No projeto de fachada de revestimentos cerâmicos, são reunidas todas as informações necessárias
para a execução e controlo deste revestimento de acordo com as condições particulares de cada
obra. Neste documento, é detalhado todo o processo, desde o tratamento das alvenarias e estrutura,
passando pelas etapas de chapisco e emboço, até ao assentamento dos ladrilhos e aplicação do
material de preenchimento das juntas [7].
O projeto de revestimentos cerâmicos abrange:
• especificação dos materiais utilizados;
• definição dos procedimentos e recomendações técnicas para a execução e o controlo;
• análise técnica e compatibilização dos revestimentos com os outros subsistemas do edifício;
• pormenorização completa da fachada.
As principais vantagens de se desenvolver este projeto são:
• reduzir o custo da obra, pois o corte de peças é evitado e, no caso de existir, é realizado de forma
planeada por forma a evitar erros;
• diminuir o desperdício de materiais;
• permitir a identificação e antecipação de problemas que só seriam detetados durante a execução;
• aumentar o desempenho dos revestimentos e o ciclo de vida do edifício;
• permitir o maior planeamento e coordenação dos trabalhos;
• reduzir as decisões de improviso realizadas pelos operários no momento de execução;
• aumentar o padrão de qualidade do empreendimento, valorizando-o economicamente.
86
4.3. Critérios para a seleção da técnica de aplicação em fachadas
A aplicação dos ladrilho cerâmico numa fachada é caracterizada pela identificação e especificação do
material adequado de colagem e, consequentemente, pela técnica de aplicação utilizada. Além disso,
os substratos, as camadas intermédias e as superfícies de aplicação também condicionam a escolha
do material de colagem e a técnica; essencialmente em função da sua estabilidade e compatibilidade
com o tipo de ligação.
Nos Quadros 4.1. e 4.2., são resumidos os critérios de seleção da técnica de aplicação em fachadas,
no que diz respeito a estes dois fatores fundamentais: a estabilidade do material aderente e a sua
adequação a cada técnica de aplicação.
Quadro 4.1 - Quadro resumo sobre a seleção da técnica de aplicação de revestimentos cerâmicos de fachada
(Adaptado de [1 e 29])
Técnica Código Usos recomendados Excluídos/ limitações Aplicação em camada
grossa com argamassa
RG
- Sobre suportes estáveis da classe 1; - Sobre superfícies de absorção / sucção média ou alta (1); - Sobre superfícies texturadas; - Com desvios de planeza até 20 mm em 2 m; - Ladrilhos cerâmicos de E > 3% (2); - Ladrilhos cerâmicos com superfície menor ou igual a 900 cm2.
- Suportes instáveis (classes 2 ou 3); - Superfícies planas e/ou não absorventes; - Ladrilhos com E ≤ 3%; - Ladrilhos de superfície maior do que 900 cm2.
Aplicação em camada fina com cimento-cola
RD
- Sobre suportes estáveis da classe 1 ou suportes instáveis da classe 2(3); - Sobre superfícies lisas; - Sobre superfícies com desvios de planearidade / menores ou iguais a 3 mm em 2 m (tipo de planeza I) (4); - Ladrilhos cerâmicos de E < 3%; - Ladrilhos cerâmicos com superfície maior do que 900 cm2.
- Suportes instáveis da classe 3, salvo quando se selecionam colas de resina de reação R deformáveis (sobre madeira ou metal).
Aplicação em camada fina com cimento-cola sobre camada de regularização
RD/R
- Sobre suportes estáveis da classe 1; - Sobre superfícies texturadas; - Sobre superfícies de absorção / sucção média ou alta; - Sobre superfícies compatíveis com a argamassa de cimento / cal e bem coesas e limpas; - Com desvios de planeza até 45 mm (5).
- Suportes instáveis (classe 2 ou 3); - Superfícies de derivados de gesso.
Aplicação em camada fina com cimento-cola sobre camada de regularização reforçada
RD/RR - Sobre suportes instáveis da classe 2 ou 3; - Sobre capas intermédias compressíveis; - Sobre superfícies texturadas; - Sobre superfícies com desvios da planeza da classe I; - Ladrilhos cerâmicos de E < 3% e formatos com superfície maior que 900 cm2;
- Sobre suportes com desvios da planeza do tipo de planeza III.
Legenda: 1- suporte; 2 – ladrilho cerâmico; 3 - argamassa; 4 - cimento-cola deformável; 5 – camada de regularização; 6 – cimento-cola; 7 – junta de assentamento; 8 – camada de reforço com malha de fibra de vidro. (1) Humedecer o suporte; (2) Humedecer os ladrilhos cerâmicos com E > 10 %; (3) Seleção de adesivos deformáveis; (4) Com desvios entre 3 e 8 mm, selecionam-se adesivos para camada média (até 15-20 mm de espessura); (5) Caso contrário, a regularização executa-se em duas camadas consecutivas.
Nota: As caraterísticas das classes do suporte e do tipo de planeza estão definidas no Quadro 4.2.
87
Quadro 4.2. - Seleção da técnica de aplicação de revestimentos cerâmicos de fachada (Adaptado de [1 e 29])
Em função do suporte Em função do ladrilho Técnica de aplicação em função do suporte e do ladrilho cerâmico Classe
do suporte
Tipo de planeza
Absorção Formato Absorção E S ≤ 900cm2 S > 900cm2 E ≤ 3% E > 3%
1 d < 20 mm Alta*/ média
Sim Não Não Sim RG - Aplicação em camada grossa com
argamassa
1/2 ** I (d ≤ 3mm) Alta-nula Sim Sim Sim Sim RD - Aplicação em camada fina com cimento-
cola
1/2 II (3 < d ≤ 8mm);
III ( 8 < d < 20).
Alta-nula Sim Sim Sim Sim RD/R - Aplicação em camada fina com
cimento-cola sobre camada de regularização
1/3 I (d ≤ 3mm) Alta-nula Sim Sim Sim Sim RD/RR - Aplicação em camada fina com
cimento-cola sobre camada de regularização
reforçada
* Humedecer a superfície **Seleção de adesivos deformáveis
Nos Quadros 4.3. e 4.4., são referidas, respetivamente, as propriedades das colas a ter em conta na
aplicação em obra e a seleção da cola adesivo em paredes exteriores (classe de desempenho).
Quadro 4.3. – Propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra [2] Designações Definições
Tempo de vida útil Tempo de armazenamento durante o qual uma argamassa mantém as suas propriedades Tempo de repouso Intervalo de tempo necessário desde a preparação até ao uso Tempo de vida Máximo intervalo de tempo até ao uso Tempo aberto Máximo intervalo de tempo para acabamento desde a aplicação Tempo de presa Intervalo de tempo a partir do fabrico das argamassas até começar a endurecer Tempo de endurecimento
Tempo necessário para que a argamassa desenvolva a sua resistência
Quadro 4.4 – Seleção da cola adesivo em paredes exteriores (classe de desempenho)
Seleção da cola adesivo em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível internacional
País Documentos Escolha da cola adesivo (classe de desempenho)
E.U.A. TCNA (2014) [21]
Cimento cola: quando uma membrana impermeabilizante não é utilizada – ANSI A118.15 ou de classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior; quando uma membrana impermeabilizante é utilizada – ANSI A118.4 ou de classe superior ou ISO C2S1 ou de classe superior, a não ser que ANSI A118.1 ou ISO C1 seja recomendada pelo fornecedor das membranas impermeabilizantes.
Seleção da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho) a nível europeu
País Documentos Escolha da cola adesivo (classe de desempenho) Espanha Guia de la
baldosa cerâmica (2006) [5]
Ladrilhos sobre suportes cimentícios C2 (*) ou de melhor desempenho (Fonte: Tabla C: Técnica de colocación y material de agarre)
França NF DTU 52.2 P1-1-2 (Fonte: p.8 _ Tableau 2) [14]
C2 S1/S2 Fachada : - Para qualquer altura e 6 até 28 m; a superfície do ladrilho não deverá ultrapassar 2.000 cm2. - Podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%) e ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%). - Para qualquer altura até 6 m; a superfície do ladrilho não deverá ultrapassar 3.600 cm2; - Podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%);
Itália UNI 11493 (2013) (Fonte: p.61_
Prospetto D.7) [15]
Ladrilhos sobre suportes cimentícios - Absorção de água segundo a EN 14411, L= lado maior do ladrilho em cm
AA≤3% e AA>3%
L ≤ 30 L ≤ 60 L ≤ 90 L ≤ 120 e L > 120
C2 C2-C2S1/S2** C2-C2S1/S2*** C2-C2S1/S2***
(*) Efetuar colagem dupla; com ladrilhos de grande formato (> 60x40 cm) ou peso maior do que 25 kg/m2, utilizar fixação mecânica; (**) Prever
cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por exemplo, dupla colagem); (***) Prever cola ou sistema que garanta o contacto pleno (por
exemplo, dupla colagem) e é necessário dimensionar a junta em função do módulo de elasticidade do material de preenchimento da junta e da
configuração da junta de dilatação.
Nota: As designações das colas seguem a norma NP EN 12004:2008 [32].
88
4.4. Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina
No Quadro 4.5., são referidos os critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina.
Quadro 4.5. - Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina [29]
Critérios para a seleção da cola na aplicação em camada fina (1) Tipo de adesivo Usos recomendados (2) Observações
Adesivo cimentício de
uso exclusivo em interiores (pavimentos e
revestimentos) MARCAÇÃO CE anexo ZA da norma UNE-EN 12004
- Sobre suportes estáveis da Classe 1; - Superfícies de aplicação ásperas ou texturadas; - Para ladrilhos cerâmicos com uma superfície S ≤ 900 cm2; - Para ladrilhos com capacidade de absorção de água 3% < E ≤ 10% [Grupos IIa e IIb segundo EN 14411]; - Em pavimentos de moradias com tráfego pedonal moderado.
- Em ladrilhos cerâmicos do Grupo III e/ou superfície de alta absorção / sucção recomenda-se conhecer o tempo aberto do adesivo (≥ 20 min.); - Técnica da dupla colagem em ladrilhos com relevo acentuado no tardoz; - Preparar e aplicar entre 5-30 °C sem correntes de ar, nem insolação direta.
Cimento-cola normal C1
UNE-EN 12004 • Cimento-cola normal C1 • Cimento-cola normal de presa rápida C1F • Cimento-cola normal deformável C1 S1 • Cimento-cola normal muito deformável C1 S2 • Cimento-cola normal com tempo aberto prolongado C1 E
- Sobre suportes estáveis da Classe 1; - Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, aplicados em interiores, com uma superfície S ≤ 1600 cm2; - Sobre todo o tipo de superfícies horizontais interiores; - Sobre superfícies verticais interiores texturadas e/ou com absorção média ou alta; - Sobre superfícies horizontais exteriores texturadas e/ ou com absorção média ou alta; - Em pavimentos com tráfego exclusivamente pedonal.
- Considerar a deformabilidade em suportes instáveis da Classe 2 e/ou ladrilhos com S > 1600 cm2. Selecionar cimento-cola C1S1 ou C1 S2 - Utilizar técnica da dupla colagem em ladrilhos com S>900 cm2 e/ou com relevos pronunciados no tardoz; - Considerar a aplicação de cimento-cola com tempo aberto prolongado (E) em condições climatéricas adversas, e substratos muito absorventes; - Considerar a aplicação de cimento-cola de presa rápida (F) quando existem manchas e eflorescências no suporte.
Cimento-cola melhorado
C2 UNE-EN 12004
• Cimento-cola melhorado C2 • Cimento-cola melhorado de presa rápida C2F • Cimento-cola melhorado deformável C2 S1 • Cimento-cola melhorado muito deformável C2 S2 • Cimento-cola melhorado com tempo aberto prolongado C2 E
- Sobre suportes estáveis de Classe 1; - Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, com uma superfície S ≤ 1.600 cm2; - Sobre todo o tipo de superfícies de aplicação; - De uso universal em interiores e exteriores (incluindo em clima frios); - De uso universal em pavimentos e revestimentos; - Sobre suportes instáveis de Classe 2 em interiores, com ladrilhos com superfície S ≤ 900 cm2 - Em pavimentos com tráfego elevado, em interiores e exteriores.
- Considerar a deformabilidade em suportes instáveis Classe 2 e ladrilhos com S > 900cm2; - Considerar a deformabilidade em ladrilhos com S > 1.600 cm2. Selecionar cimento-cola C2S1 ou C2S2; - Considerar a aplicação de cimento-colas com o tempo aberto prolongado (E) em condições climatéricas adversas e em revestimentos exteriores; - Considerar a aplicação de cimento-cola de presa rápida (F) quando existem manchas e eflorescências no suporte; - Utilizar técnica da dupla colagem em ladrilhos com S> 900 cm2 e/ou com relevos pronunciados no tardoz.
Colas em dispersão
aquosa D1
UNE-EN 12004
- Só é adequado para revestimentos interiores sobre qualquer tipo de superfície; - Sobre suportes instáveis da Classe 2 e Classe 3; - Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, com uma superfície S ≤ 900 cm2; - Em ambientes secos ou ocasionalmente húmidos.
- Em superfícies não absorventes e ladrilhos cerâmicos do grupo I, selecionar formatos pequenos (S ≤ 400cm2) e aplicação com junta aberta (min. 3 mm); - Não é recomendada a aplicação sobre metais.
Colas em dispersão aquosa melhoradas
D2 UNE-EN 12004
- Recomendações idênticas na aplicação para as colas em dispersão aquosa D1; - Melhor comportamento em altas temperaturas (70 °C); - Revestimentos interiores ocasionalmente húmidos e/ou permanentemente húmidos (cabines de chuveiros, saunas de uso privado, chuveiros coletivos).
- Observações idênticas para colas em dispersão aquosa normal D1.
Colas de resina de reação
R1 UNE-EN 12004
- Sobre suportes estáveis da Classe 1; - Sobre todas as superfícies de aplicação, sem exclusões; - Para todo o tipo de ladrilhos de cerâmicos, com uma superfície S ≤ 900 cm2; - Todo o tipo de aplicações (pavimentos, revestimentos interiores e exteriores); - Em pavimentos com tráfego não exclusivamente pedonal; - Pavimentos e revestimentos com exigências de resistência e estanqueidade química (4).
- Sobre suportes instáveis da Classe 2, só com ladrilhos cerâmicos S ≤ 900 cm2; - Sobre suportes instáveis da Classe 3, ou com ladrilhos cerâmios de S > 900 cm2 selecionar adesivos R deformáveis (3); - Reduzido intervalo de temperaturas de aplicação e manuseio.
Colas de resina de reação
melhorada R2 UNE-EN 12004
- Recomendações idênticas na aplicação para as colas de resina de reação R1; - Melhor comportamento contra o choque térmico; - Pavimentos e revestimentos em câmara frigoríficas; - Pavimentos e revestimentos sob processos de limpeza mecanizada com água quente a pressão.
- Observações idênticas para colas de resina de reação R1.
(1) Prevendo-se superfícies de aplicação limpas, coesas e planas, com desvios de planeza, prumo ou nível não superior a 33 mm em 2 m;
(2) Recomendações baseadas em assegurar a durabilidade do revestimento cerâmico em toda a sua vida útil;
(3) A característica de deformabilidade não está especificada na norma UNE-EN 12004 para adesivos de resinas de reação. São R deformáveis
os adesivos à base de poliuretano;
(4) Consultar fornecedores para saber a resistência química a produtos específicos.
89
Nos Quadros 4.6., 4.7. e 4.8., são indicadas recomendações de três fornecedores, para a escolha da
cola mais indicada para a aplicação do revestimento cerâmico em fachada, em função do tipo e
formato dos ladrilhos.
Quadro 4.6. – Fornecedor A - Recomendações para a escolha do cimento-cola para a aplicação do revestimento
cerâmico em fachada [68]
Formato Suporte Cimento-cola recomendado Largura mínima
das juntas entre
ladrilhos
Juntas de
fracionamento Classificação segundo EN 12004 e EN 12002
Com presa normal Com presa rápida
Máx. 400 cm2 Reboco C2TE C2FT/S1 6 mm A cada 12 m2 ,**
Betão C2TE 8 mm
Máx. 900 cm2 Reboco C2TE C2FTE/S2 8 mm A cada 12 m2,**
Betão C2TE/S1 10 mm
Máx. 1.600 cm2 * Reboco C2TE/S1 C2FTE/S2 12 mm A cada 9 m2,**
Betão C2TE/S2 C2FT/S2
> 1.600 cm2 * Reboco C2TE/S2 C2FT/S2 12 mm A cada 9 m2,**
Betão C2/S2
(*) Para ladrilhos de dimensões grandes aplicados em alturas superiores a 3 m, algumas normas internacionais prevêem que o
assentamento seja realizado com o sistema misto cola e ganchos metálicos a escolher em função do peso do ladrilhos, da
altura do revestimento e das condições da obra; (**) em correspondência com ângulos, esquinas, placas de divisão de pisos,
eventuais juntas no suporte e na proximidade de portas e janelas.
Nota: Para edifícios de altura considerável, consultar o fornecedor.
Quadro 4.7. – Fornecedor B - Recomendações para a escolha do cimento-cola para a aplicação do revestimento
cerâmico em fachada (adaptado de [35])
Tipologia do produto
Formato
Cimento-cola
recomendado
Classificação segundo
EN 12004 E EN 12002
Nota
Ladrilhos cerâmicos com
absorção de água E > 10%
(Grupo BIII, Azulejos)
400 cm2 (20 x 20 cm); 500 cm2 (20 x 25 cm); 912,5 cm2 (25 x
36,5 cm);
C2TES1
1,2*,4
1.422 cm2 (31,6 x 45 cm); 1.800 cm2 (30 x 60 cm) 1,2,4
2.880 cm2 (32 x 90 cm) 1,2,3,4
Ladrilhos cerâmicos com
absorção de água
3% < E < 6%
(Grupo BIII, Azulejos)
625 cm2 (25 x 25 cm)
C2TES1
1,2*
999,56 cm2 (31,6 x 31,6 cm); 1.108,89 cm2 (33,3 x 33,3 cm) 1,2*,4
1.640,25 cm2 (40,5 x 40,5); 2.025 cm2 (45 x 45) 1,2,4
Ladrilhos cerâmicos com
absorção de água E < 5%
(Grupo BIa, Grês porcelânico)
400 cm2 (20 x 20 cm); 900 cm2 (30 x 30 cm);
C2TES1
1,2*
1.600 cm2 (40 x 40); 2.025 cm2 (45 x 45); 1.800 cm2 (30 x 60) 1,2
3.600 cm2 (60 x 60); 4.050 cm2 (45 x 90); 7.200 cm2 (60 x 120) 1,2,3
Nota: (1) Efetuar método da dupla colagem; (2) Utilizar fixação mista (cola indicada + fixação mecânica); (2*) Utilizar fixação
mista (cola indicada + fixação mecânica) em alturas superiores a 6 m; (3) Altura máxima de 6m (dois pisos). Para alturas
superiores, consultar fornecedor; (4) Ladrilhos cerâmicos impróprios para zonas com risco de geada.
Quadro 4.8. – Fornecedor C - Recomendações para a escolha do cimento-cola para a aplicação do revestimento
cerâmico em fachada [69]
Formato
Cola recomendada
Classificação segundo EN 12004 E EN 12002
Com presa normal Com presa rápida
Menor do que 1.800 cm2 C2TES1 C2FTS1
Maior do que 1.800 cm2 C2TES2 C2FTS2
Constata-se, pela leitura dos Quadros 4.4. a 4.8., que as recomendações para a escolha do cimento-
cola para a aplicação do revestimento cerâmico em fachada variam em função do suporte, da altura
da fachada e do formato do ladrilho. Pode-se concluir que, para o assentamento em fachada, deve-se
90
utilizar pelo menos um cimento-cola melhorado da classe C2, com uma deformação transversal de
pelo menos S1.
4.5. Critérios para a seleção da argamassa das juntas
No Quadro 4.9., são referidos os critérios para a seleção da argamassa das juntas.
Quadro 4.9. - Critérios para a seleção da argamassa das juntas com base na norma UNE-EN 13888 [29]
Tipo de argamassa
de junta Usos recomendados
Argamassa de junta à base de cimento normal
CG1 UNE-EN 13888
- Em ladrilhos com capacidade de absorção de água E > 3%;
- Em revestimentos sobre suportes estáveis de Classe 1;
- Para revestimentos interiores, pisos e revestimentos;
- Considerar a deformabilidade em superfície do ladrilho; S > 1.600 cm2 [CG 1 S1];
- Considerar a baixa absorção de água, associada à facilidade de limpeza em revestimentos higiénicos (instalações sanitárias e cozinhas) [CG 1W];
- Considerar a alta resistência à abrasão para o revestimento de pavimentos interiores, com tráfego pedonal médio, com a entrada de material abrasivo a partir do exterior [CG 1AR].
Argamassa de junta à base de cimento
melhorado CG2
UNE-EN 13888
- Em ladrilhos com capacidade de absorção de água a E ≤ 3%;
- Em revestimentos sobre suportes instáveis Classe 2;
- Em revestimentos exteriores: pavimentos e revestimentos;
- Considerar a deformabilidade, dependendo da superfície do ladrilho; para formatos com S > 1.600 cm2 [CG 2 S1];
- Em revestimentos que requeiram impermeabilidade à água e capacidade de difusão do vapor de água;
- Em pavimentos de tráfego pedonal elevado;
- Indicado para revestimentos em imersão, se for especificado pelo fabricante, oferecendo resistência ao aparecimento de bolor e fungos.
Argamassa de junta à
argamassa de resina de reação
RG UNE-EN 13888
- Com qualquer tipo de ladrilho em relação à capacidade de absorção de água;
- Limitações no formato, pela rigidez da maioria destes materiais;
- Em revestimentos de altas tensões mecânicas e/ou resistência química aos produtos específicos;
- Em revestimentos que requeiram alta impermeabilização à água e ao vapor de água;
- Considerar o reduzido intervalo de temperaturas de manuseio e aplicação.
Para a betumação de juntas entre ladrilhos, quando aplicados em fachada, é necessário utilizar argamassas pré-misturadas caracterizadas por elevadas resistências mecânicas e absorção de água reduzida. No Quadros 4.10., são indicadas recomendações de três fornecedores para a seleção da classe da argamassa das juntas do revestimento cerâmico em fachada e, no Quadro 4.11., é referida a escolha do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho).
Quadro 4.10. – Recomendações dadas por fornecedores para a seleção da argamassa das juntas de revestimento
cerâmico em fachada
Classe de argamassa das juntas
Segundo EN13888
Largura da junta Fornecedor
Referência
CG2 0 a 20 mm [68]
CG2 mínimo 5 mm [35]
CG2 WA 0 a 20 mm [69]
Quadro 4.11 – Seleção do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
País Documentos Escolha do material de preenchimento das juntas (classe de desempenho)
Espanha Guia de la
baldosa
cerâmica
(2006) [5]
Argamassa para juntas em paramentos exteriores (Fonte: Tabla D: Selección de material de rejuntado):
- classe CG2 (Argamassa de junta melhorada à base de cimento) de acordo com a norma de produto EN
13888. Nota: Para a aplicação do material de preenchimento das juntas, recomenda-se os seguintes tempos de
espera desde a aplicação dos ladrilhos: se a aplicação for realizada com cimento-cola com as características de
presa rápida (F), a aplicação da argamassa para juntas deve ser iniciada passadas 4 horas; se o cimento-cola
não tiver características de presa rápida, deve ser iniciada passadas 24 horas; se for realizado com argamassa,
é recomendado esperar 10-15 dias.
91
Verifica-se, pela leitura dos Quadros 4.9. a 4.11., que o trabalho de betumação das juntas entre
ladrilhos deve ser realizado através da aplicação de uma argamassa melhorada de cimento de junta
CG2 que consiste numa mistura de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos inorgânicos, que são
misturados com água ou com aditivos líquidos, imediatamente antes da utilização.
4.6. Diretrizes para o projeto de revestimentos exteriores de fachada
4.6.1. Referências normativas
Nesta secção, são listados os documentos normativos que serviram de base à definição das
“Diretrizes para o projeto de revestimentos exteriores de fachada” descritas em detalhe nas secções
4.6.2. a 4.6.8.
• O.A.L. Instituto de Promocion Ceràmica, Diputacion Provincial de Castellòn (E) - Guia Electrònica de
la Tecnologia de Colocaciòn de Baldosas Ceràmicas, 1998 - Selección de las baldosa cerâmicas [1];
• NP EN 14411:2008 - Pavimentos e revestimentos cerâmicos – Definições, classificação,
caraterísticas e marcação [30];
• NP EN 12004:2008 - Definição e características de adesivos para o assentamento de revestimentos
cerâmicos e materiais rígidos modulares [32];
• EN 13888:2002 - Grouts for tiles. Definitions and specifications [33];
• CEN / TR 13548 - General rules for the design and installation of ceramic tiling [12];
• DIN 18515 Parte 1 Cladding for external wall - Part 1:Tiles fixed with mortar, principles of design and
application [13];
• NF DTU 52.2 P1-1-2 - Cahier des clauses techniques types pour les murs extérieurs [14];
• UNI 11493 - Piastrellature ceramiche a pavimento e a parete Istruzioni per la progettazione,
l'installazione e la manutenzione [15];
• BS 5385-2:2006 - Wall and floor tiling, Part 2: Code of Practice for the design and installation of
external ceramic wall tiling and mosaics (including terracotta and faience tiles) [16];
• AS 3958.2: 1992: Australian Standard- Ceramic tiles. Part 2: Guide to the selection of a ceramic tiling
system. Committee BD/44, Fixing of Ceramic Tiles, Australia, 1992 [18];
• NBR 13755:1996 -Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento [20];
• 2014 Handbook Wall and Ceiling Soffits Methods Ceramic and Glass. Excerpted from TCNA
Handbook for ceramic, glass and stone tile installation, Tile Council of North América (TCNA) [21];
• Guía de la baldosa cerámica, Documento Reconocido DRB 01/06 por la Generalitat Valenciana [5].
4.6.2. Especificações das condições do suporte
É recomendada a aplicação de revestimentos cerâmicos em paredes exteriores em alvenaria de tijolo
cerâmico, betão armado pré-moldado, armado in situ, e outros suportes estáveis à base de cimento.
Não é recomendada a aplicação de revestimentos cerâmicos sobre suportes com pouca coesão,
revestimentos de gesso, de madeira e de aço pré-fabricados e muito deformáveis.
Na preparação do suporte de aplicação, deve-se cumprir certos princípios:
92
• a aplicação direta de um revestimento cerâmico requer um suporte em betão ou em reboco de
cimento com uma superfície plana, estável, com resistência mecânica adequada, livre de fissuras e
eflorescências e sem vazios ou defeitos;
• os suportes devem ser rígidos, secos e limpos. Os suportes excessivamente lisos (cofragens
metálicas) devem ser raspados com escova de aço; a força de ligação ao substrato deve ser de pelo
menos 0,5 N/mm2 [13].
• não iniciar a aplicação do sistema sobre suportes em que não tenha decorrido pelo menos um mês
sobre a sua execução (alvenarias, betão, reboco), para que se encontrem em condições de
estabilidade, secagem e resistência adequados;
• desvios da planeza superiores a 20 mm, medidos em 2 m em todas as direções, requerem a
execução de uma camada de regularização, independentemente de outras considerações e qualquer
que seja o método aplicado; no método da camada fina com estes desvios de planeza a camada de
regularização será sempre necessária;
• sobre a superfície já preparada do suporte, aplica-se sempre um reboco basto, o qual prepara a
aderência das camadas seguintes ou a aplicação direta dos ladrilhos cerâmicos em camada grossa se
o substrato tiver desvios de planeza adequados;
• a camada de regularização aplicada sobre a superfície do suporte deve ser aplicada com uma
espessura entre 10 e 25 mm. Para espessuras superiores é necessário incluir uma armadura; [5];
• a aplicação com camada fina com cimento-cola sobre camada de regularização é necessária
quando existem desvios de planeza (d) 3 < d ≤ 20mm em relação a uma régua retilínea com 2 m de
comprimento;
• a execução da camada de regularização é necessária em fachadas expostas a fortes chuvas (grupo
de esforço III, DIN 4108, Parte 3ª) [13]. Neste caso, a argamassa deve incorporar um aditivo
hidrófugo. Nota: O grupo de esforço III, é aplicado para edifícios localizados em zonas geográficas de
precipitação média anual superior a 800 mm, e com risco de chuvas torrenciais, com uma ação
importante do vento, embora a precipitação seja inferior a esse montante [1];
• antes de aplicar a camada de regularização, as juntas estruturais devem ser limpas e protegidas e
deverão ter continuidade em toda a sua largura e comprimento, em todas as camadas do
revestimento cerâmico;
• as juntas de assentamento deverão ter uma largura entre 4 e 10 mm [13]. Quando for necessária
capacidade de difusão de vapor de água, a contribuição da superfície das juntas à superfície total do
revestimento de cerâmico não deverá ser inferior a 5%.
4.6.3. Especificações dos materiais
Os materiais deverão ser aplicados com determinadas características descritas nesta secção.
- Camada de regularização:
• argamassa para a camada de regularização de cimento CEM I ou II/32, 5 (RC/97) ou CEM I ou II
/42, 5 (RC/97) [1] na relação volumétrica de 1:2 ou 1:3, com areia lavada de distribuição
granulométrica Ø 0-4 mm [13];
• a camada de regularização deverá ter uma espessura mínima de 10 mm e uma espessura máxima
de 25 mm. Para espessuras superiores, é necessário incluir uma armadura;
93
• assim, a camada de regularização incorporará uma malha de reforço de aço inoxidável com fio de
2,5 mm Ø soldado em malha de 50x50 mm, situada no centro e com fixações mecânicas diretas sobre
o suporte, quando: a camada tiver uma espessura superior a 25 mm, mas também se o revestimento
for formado por materiais diferentes, se se prevêem movimentos diferenciais, se for necessário
revestir superfícies muito lisas ou se for aplicado um isolamento térmico pelo exterior [13];
- Cimentos cola:
• cimentos-cola do tipo C 2 S1 ou C 2 S2, ou seja cimento-cola melhorados com cola deformável S1
ou cola altamente deformável S2 [14];
• considerar a aplicação de cimento-colas com o tempo aberto prolongado (E) em condições
climatéricas adversas e em revestimentos exteriores;
• considerar a aplicação de cimento-colas de presa rápida (F) quando existem manchas e
eflorescências no suporte;
• os elementos de revestimento são aplicados sobre o suporte coberto com o cimento-cola dentro do
tempo aberto deste último, com o limite de: 20 minutos para o cimento-cola normal; 10 minutos para o
endurecimento do cimento-cola de presa rápida (F); 30 minutos para um produto com tempo de
abertura alargado (E) [14];
• os cimentos-cola C 2 S1 ou C 2 S2 poderão ser aplicados com algumas condições [14]:
- para qualquer altura de 6 a 28 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 2.000 cm2;
- podem ser aplicados ladrilhos extrudidos ou prensados (absorção de água superior a 0,5%) e
ladrilhos plenamente vitrificados BIa (absorção de água inferior a 0,5%);
- para qualquer altura até 6 m; a superfície do ladrilho não deverá passar 3.600 cm2;
- Isolamento térmico:
• se o sistema de isolamento térmico for aplicado pelo exterior, deverão ser utilizados materiais de
isolamento de alta resistência à compressão, painéis macho-fêmea, de célula fechada, com o objetivo
de conseguir um isolamento contínuo sem pontes térmicas [13];
- Ladrilhos cerâmicos:
• em áreas de alta insolação e clima de grandes variações de temperatura, a cor do revestimento em
material cerâmico deverá ser clara, com um coeficiente de absorção de radiação solar α < 0,7 [14];
• a escolha de ladrilhos coloridos escuros com coeficiente de absorção de radiação solar α > 0,7 em
fachadas expostas ao sol de Sudoeste a Oeste é desaconselhada [14];
• não deverá ser realizada a aplicação do sistema descrito em alturas superiores a 28 m [14];
• em revestimentos cerâmicos localizados em áreas geográficas com risco de geada, é recomendado
utilizar ladrilhos com porosidade inferior a 3% e que superem o método de ensaio de resistência ao
gelo, proposto na norma ISO 10545-12 [31];
• Para revestimentos cerâmicos exteriores, é prudente aconselhar a utilização de ladrilhos de formato
médio não superior a 30x40 (1.200 cm2) e espessura inferior a 15 mm [13] de forma a assegurar:
- um bom manuseio do produto cerâmico na aplicação;
- um compromisso entre a aderência e o peso do ladrilho, neste caso com o correspondente esforço
de cisalhamento;
94
- uma adequada elasticidade do revestimento cerâmico sem necessidade de sobredimensionar as
juntas de movimento;
- se for necessário, proporcionar uma correta difusão do vapor de água com juntas de assentamento
não superior a 8 mm.
Nota: Alguns fabricantes aconselham a aplicação com fixação mista (cola indicada + fixação
mecânica) a escolher em função do peso dos ladrilhos, da altura do revestimento e das condições da
obra [35 e 68].
4.6.4. Método de aplicação
Na aplicação da técnica em camada fina, deve-se cumprir alguns requisitos:
• a superfície de suporte da colagem deverá apresentar-se consistente, plana e seca e ter pelo menos
15 dias desde a sua aplicação;
• na aplicação em camada fina com cimento-cola diretamente sobre o suporte, ou sobre camada de
regularização reforçada, só deve ser adotada quando os suportes têm desvios de planeza ≤ 3 mm em
relação a uma régua retilínea com 2 m de comprimento;
• esta técnica de aplicação deve ser adotada em revestimentos cerâmicos com baixa porosidade e
nos casos em que sejam exigidas propriedades de aderência e elasticidade, com cimentos-cola do
tipo C 2 S1 ou C 2 S2, ou seja, cimentos-cola melhorados com cola deformável S1 ou cola altamente
deformável S2 [14];
• é imprescindível a adoção da técnica de colagem dupla em ladrilhos com formato superior a 7x7 cm,
ou seja, aplicar cola na superfície do suporte e no tardoz da peça a colar, para garantir um contato
perfeito desta com o suporte. Depois, deve-se aplicar a peça apertando-a bem contra o suporte para
esmagar adequadamente os cordões do cimento-cola; levantar a peça para verificar que não existem
zonas sem contacto com o suporte; correções e ajustes devem ser feitos imediatamente após a
colocação ou, pelo menos, dentro do tempo permitido [1];
• deve-se testar a capacidade de molhagem do adesivo a cada m2 como mínimo; com este ensaio,
pode-se garantir que a aplicação dos ladrilhos é realizada dentro do tempo aberto do adesivo; se a
superfície humedecida pelo adesivo no tardoz no ladrilho for inferior a 75%, é recomendado eliminar o
cimento-cola do ladrilho e do suporte de aplicação e aplicar o cimento-cola fresco;
• prever juntas de assentamento entre as peças cerâmicas com largura de pelo menos 4 mm, que
serão preenchidas com a argamassa específica (ver 4.6.6). No caso de aparecimento de “escorridos”
por eflorescência ao fim de algum tempo (2 a 3 semanas), os mesmos deverão ser limpos por
aplicação do agente de limpeza mais adequado e diluído e lavagem abundante com água. Proteger a
superfície da junta aplicando um hidrófugo [W3];
• as instruções do fabricante e o intervalo de temperatura recomendado para a preparação e
aplicação do material de ligação devem ser escrupulosamente respeitados;
• Nota: A utilização de pastas adesivas ou adesivos em dispersão D1 e D2 não é recomendada.
• Modo de colagem e consumos: em elementos de revestimento de pequeno tamanho, em que S = 50
cm2 (7 x 7), a montagem é feita com o método de colagem simples. O consumo mínimo permitido é de
3,5 kg/m2 em pó (usando por exemplo a espátula U6 - Quadro 4.12); em elementos de revestimento
95
de superfície, em que S > 50 cm2, com exceção das plaquetas de terra crua, a instalação ocorre em
dupla colagem [14].
O Quadro 4.12. indica as espátulas mais utilizadas; o consumo mínimo a respeitar sobre suportes
com boa planearidade, independentemente da espátula escolhida para aplicar o ladrilho cerâmico
com cimento-cola. Dada a variação das condições do local, um consumo inferior em 15% aos valores
mínimos pode ser admitido em áreas limitadas.
Quadro 4.12. - Consumos típicos de cimento-cola em paredes exteriores para a aplicação de
ladrilhos cerâmicos com área superior a 50 cm2 (dupla colagem) [14]
Área dos ladrilhos cerâmicos
(cm2)
50 < S ≤ 300 300 < S ≤ 1200 1200 < S ≤ 2000 2000 < S ≤ 3600**
Consumo de cimento-cola (kg/m 2 de área a revestir)
6 7 8 9
(exemplo de espátula*) (U6) (U9) (U9) (U9) *A nomenclatura das espátulas é especificada na NF DTU 52.2 P1-2 (CGM) [44]
**Unicamente para ladrilhos cerâmicos com absorção de água > 0,5%
• Revestimentos cerâmicos de grande formato: Os revestimentos cerâmicos de grande formato [14]
são elementos com uma área entre 2.000 e 3.600 cm2; a aplicação deve ser feita a partir de um local
de trabalho - andaime fixo, ou plataforma móvel estabilizada; para facilitar o manuseio dos elementos
de revestimento, deverão ser utilizadas ferramentas apropriadas como ventosas de sucção.
Na aplicação do revestimento cerâmico, deve-se ter em consideração alguns cuidados [70]:
• os cortes das peças cerâmicas deverão ser devidamente planeados e executados antes que se
processe à aplicação do cimento-cola, com recurso a um cortador mecânico;
• os revestimentos de fachada são executados normalmente, em Portugal, com o emprego de
andaime estático e/ou andaime móvel. A sequência mais adequada a este tipo de equipamento é a
execução de cima para baixo em panos contínuos (sem mudança de direção). Isto facilita, por um
lado, o aprumar das juntas verticais mas dificulta o nivelamento entre panos contíguos ortogonais.
Método PML de pressão e movimento lateral do ladrilho:
• a melhor forma de garantir contato a 100% da superfície da peça cerâmica com a argamassa
adesiva e, consequentemente, a máxima aderência é, segundo [74] utilizar o método de pressão e
movimento lateral. Este método consiste essencialmente na disposição dos cordões de cola
paralelamente entre si e na imposição de um deslocamento do ladrilho perpendicularmente a estes
cordões enquanto é pressionado contra a cola (Figura 4.1.). Este movimento do ladrilho permite que
os cordões abatam mais facilmente e assim se aumente a área de contato entre o tardoz do ladrilho e
a cola. Para testar a utilidade do método PML, foi desenvolvido pelo TCNA um teste que consiste no
assentamento de um ladrilho em acrílico transparente, que permite observar se os cordões de cola
“abatem” convenientemente. Este teste foi reproduzido no LNEC [75] (Figura 4.2.) para um cimento-
cola do tipo mais correntemente utilizado em Portugal, preparado de acordo com as instruções do seu
fabricante e para um ladrilho de 25x25 cm. No caso do ladrilho aplicado com um pequeno movimento
perpendicular aos cordões de cola, verificou-se que bastava a aplicação de uma pequena pressão
adicional, em simultâneo com o movimento do ladrilho, para provocar o abatimento da maioria dos
96
cordões de cola (Figura 4.2.), restando apenas alguns cordões visíveis somente na periferia do
ladrilho. Comprova-se assim a utilidade do método PML no assentamento de ladrilhos.
• o procedimento de colocar diversas peças na posição e apenas “bater” na sua superfície, tentando
esmagar os cordões, é desaconselhável pois pode provocar uma diminuição muito significativa da
aderência potencial [70].
Figura 4.1. – Representação esquemática do método
PML de pressão e movimento lateral do ladrilho [74]
Figura 4.2. – Situação para o caso em que foi
conferido um ligeiro movimento horizontal ao ladrilho
[74]
4.6.5. Condições climatéricas
Na aplicação por colagem do revestimento cerâmico em exteriores, deve-se seguir algumas
recomendações:
• não é recomendado realizar a aplicação com o revestimento com uma temperatura superior a 30 ºC
ou inferior a 5 ºC, nem com vento muito forte. Quando o tempo de ajuste termina, pode-se prosseguir
com a limpeza das juntas, antes do preenchimento, entre os ladrilhos ao longo do seu comprimento,
largura e profundidade da espessura do ladrilho [14].
• os trabalhos deverão ser executados em superfícies protegidas da ação direta do sol, ou seja,
deverá existir uma rede de proteção aplicada no andaime [12]; se existir uma insolação excessiva,
pode-se verificar uma evaporação acentuada da água de amassamento da argamassa, ajudando
também a comprometer a aderência;
• os materiais não deverão ser aplicados sob vento com alguma intensidade ou em condições de
chuva ou de poderem apanhar chuva antes de terem endurecido [12 e 14]; no caso da execução sob
chuva, pode haver uma lavagem da camada de fixação, comprometendo a aderência do componente
ou também uma saturação completa do emboço, também prejudicial para aderência do conjunto;
• deverão ser respeitadas todas as regras de aplicação de revestimentos cerâmicos em fachadas,
nomeadamente no que diz respeito à proteção do sistema quanto à penetração de água da chuva
para o seu interior (durante a execução e durante a vida útil) [12 e 14]; quando não for possível evitar
estas condições, alguns cuidados especiais deverão ser realizados como, por exemplo, proteger a
área a ser revestida, cobrindo-a com lonas plásticas;
• os trabalhos deverão ser executados por pessoal habilitado, com orientação e fiscalização
adequadas.
97
4.6.6. Especificação do material de preenchimento das juntas entre ladrilhos
Na especificação do material de preenchimento das juntas, deve-se seguir algumas recomendações:
• se for utlizada argamassa de cimento, deve-se ter cuidado na composição de modo a que não
apresente retração durante a presa que possa comprometer a adesão ou produzir fissuras. A areia de
sílica deverá ser de alta qualidade, lavada e com distribuição granulométrica equilibrada entre 0 e 2
mm de diâmetro. A argamassa deverá ter aditivos hidrófugos;
• por razões de segurança e desempenho, é recomendado o uso de materiais de preenchimento de
juntas do tipo CG2, ou seja, uma argamassa de junta à base de cimento melhorada, e devem-se
seguir as instruções do fabricante [5];
• a aplicação do material de preenchimento não deverá deixar lacunas, descontinuidades ou bolhas
na junta entre os ladrilhos.
• Exemplo de especificação para o Caderno de Encargos: betumação de juntas de 2 a 20 mm
mediante a aplicação de argamassa cimentícia melhorada, modificada com polímero, classificada
como CG2W (EN 13888), de presa e secagem rápidas, isenta de retrações, fendas e fissuração.
A superfície final deverá ser resistente à abrasão, lisa e compacta, de baixa absorção de água e de
fácil limpeza e deverá impedir a formação de fungos e algas. As cores devem ser uniformes e isentas
de manchas e o produto não deve produzir eflorescências [W5].
4.6.7. Juntas de movimento
Segundo o TCNA [21], o arquiteto deve especificar as juntas de movimento nas peças desenhadas do
projeto, incluindo o posicionamento, a largura e detalhes construtivos das juntas perimetrais e
intermédias, assim como os materiais a utilizar. Nas Figuras 4.3. a 4.5., são esquematizadas as juntas
que devem ser especificadas num projeto de revestimento cerâmico de fachada: juntas de
fracionamento / intermédias / esquartelamento; juntas perimetrais / periféricas e juntas estruturais.
Figura 4.3. – Esquema de junta
de fracionamento (adaptado de
[29])
Figura 4.4. – Esquema de junta
periférica (adaptado de [29])
Figura 4.5. – Esquema de junta
estrutural (adaptado de [29])
Legenda: 1 - camada de regularização; 2 - suporte; 3 - limitador de profundidade de junta em espuma de célula fechada; 4 -
mastique elastomérico; 5 - ladrilho cerâmico; 6 - material de enchimento; 7 - argamassa para preenchimento da junta; 8 –
reforço metálico; 9 – cimento-cola.
4.6.7.1. Juntas de assentamento
A junta de assentamento constitui o espaço regular deixado entre duas peças. A largura destas juntas
deve ser calculada em função das características das peças a colar e da utilização prevista para o
revestimento. Nos ladrilhos extrudidos, a largura mínima deve ser de 6 mm e no ladrilho prensado de
4 mm.
98
As juntas de assentamento têm a função de:
• reduzir o módulo de deformação do pano de revestimento e, por consequência, aumentar sua
capacidade de absorver deformações intrínsecas, provocadas pelas variações térmicas e
higroscópicas e deformações normais das bases;
• compensar as eventuais diferenças dimensionais entre peças;
• facilitar a substituição de peças em eventuais ações de manutenção;
• permitir trocas de vapor de água em fachadas;
• permitir alinhamentos precisos (nas duas direções ortogonais) dos componentes; caso contrário, por
apresentarem variações dimensionais, os esquadros não poderiam ser encostados uns nos outros,
sem perder o alinhamento;
• permitir configurações com harmonia estética que valorizem o conjunto.
A espessura mínima das juntas deve ser dimensionada, também, para permitir abertura suficiente
para preenchimento do material de betumação em todo o seu espaço volumétrico.
Os ladrilhos podem ser dispostos de inúmeras maneiras. A disposição adotada determina o tipo de
junta. As Figuras 4.6. a 4.8. esquematizam três configurações básicas possíveis: em diagonal (Figura
4.6.), a prumo (Figura 4.7.) e em amarração (Figura 4.8.). Das três disposições apresentadas, as
juntas a prumo são as mais utilizadas, principalmente porque resultam numa elevada produtividade da
mão-de-obra e menores desperdícios de materiais. Entretanto, tanto as juntas em diagonal como as
em amarração foram muito utilizadas no passado, podendo retornar, em função de estilos
arquitetónicos determinados.
Figura 4.6. – Formato quadrado,
configuração em diagonal com
juntas na diagonal contínuas [15]
Figura 4.7. – Formato quadrado,
com juntas a prumo contínuas [15]
Figura 4.8. – Esquema de junta em
amarração [15]
4.6.7.2. Juntas periféricas/de contorno/perimetrais
As juntas perimetrais / periféricas (Figura 4.4.) encontram-se na mudança de planos, seja no encontro
entre paredes e pavimentos ou esquinas de paredes. A largura das juntas deve ser maior ou igual a 5
mm. A profundidade adequada deverá garantir o prolongamento da junta do suporte.
As juntas perimetrais têm a função de delimitar os vários painéis de revestimento aliviando as tensões
geradas pelo movimento do suporte ou do próprio revestimento.
As juntas periféricas devem estar presentes nos cantos, nas mudanças de plano do revestimento e
nas mudanças de materiais, podendo ser posicionadas a uma distância entre 0,25 e 1 m a partir da
mudança de plano do revestimento [16].
99
4.6.7.3. Juntas de fracionamento / intermédias / esquartelamento
As juntas de fracionamento (Figuras 4.3. e 4.9.) subdividem áreas contínuas de colagem em frações
mais pequenas. A largura das juntas deve ser maior ou igual a 5 mm. A profundidade adequada inclui
a totalidade da espessura da camada de regularização até ao suporte. Deve-se prever juntas de
fracionamento elásticas ao longo da fachada, dispostas da melhor maneira em função dos detalhes
arquitetónicos, traduzidas no preenchimento das juntas das peças cerâmicas com material elástico do
tipo mastique. A distância máxima recomendável em paredes exteriores é: a cada 3 m na horizontal e
a cada 6 m na vertical [13]. Pode ir até 6 m na vertical e 10 m na horizontal [14].
Legenda: 1 - junta horizontal; 2 – junta vertical Legenda: 1 - junta de canto; 2 – junta
horizontal
Figura 4.9. – Esquema de posicionamento das juntas de
fracionamento verticais e horizontais
Figura 4.10. – Esquema de
posicionamento das juntas de canto e
horizontais [70]
As juntas intermédias devem definir panos com área entre 9 e 18 m2 [13], podendo ir até a 60m2 [14].
Recomenda-se em todos os casos dispor de uma junta no alinhamento inferior da laje de cada andar
e da laje de cobertura. As juntas verticais devem coincidir com os vazios e, em qualquer caso, ser
localizadas a uma distância entre 3 [16] e 6 m [13], podendo ir até a 10 m [14].
Segundo [68], recomenda-se a aplicação de mastique silicónico monocomponente de reticulação
neutra, inodoro, para juntas sujeitas a alongamento em exercício até 25%, na selagem das juntas de
fracionamento presentes no revestimento cerâmico. Refere-se ainda neste documento que a junta
deve ser dimensionada em função da capacidade de alongamento do mastique utilizado para a sua
selagem e, de qualquer modo, a largura da junta não deve ser inferior a 6 mm.
Por exemplo, se as juntas de fracionamento são colocadas a 3 m de distância e se descura a
presença de juntas entre os ladrilhos e a deformabilidade do adesivo, estas, na sequência de uma
variação de temperatura de 90 °C, estão sujeitas a uma variação dimensional igual a: 8 x 10-6 ºC -1 x
90 ºC x 3 x 103 mm = 2,2 mm.
Se o alongamento máximo de exercício silicone for igual a 25% da largura da junta, deverá coincidir
com a variação térmica linear de 3 m de ladrilho; a largura mínima da junta poderá, portanto, ser
deduzida pela seguinte fórmula: O,25 Lg = 2,2 mm, em que Lg é a a largura da junta. A largura
mínima da junta é então igual a Lg = 2,2 mm/0,25 = 8,8 mm.
4.6.7.4. Juntas estruturais
A junta estrutural (Figura 4.3.) constitui o espaço regular entre duas estruturas previsto no projeto para
aliviar as tensões provocadas pelo movimento das mesmas devido a variações térmicas ou cargas
mecânicas. A largura das juntas deve ser maior ou igual à junta do suporte. A profundidade da junta
100
deverá ser definida de forma a garantir o prolongamento da junta de suporte. Por exemplo, a junta que
divide dois blocos de apartamentos já existe na fase de construção da estrutura dos edifícios e deve
ser respeitada quando for colado o revestimento. As juntas estruturais existentes no suporte devem
ser rigorosamente respeitadas.
Os materiais de enchimento deverão ser não-absorventes, de células fechada, de alta
compressibilidade e inalteráveis por variações de temperatura (até 70 ºC).
Os materiais de preenchimento das juntas devem ser de alta elasticidade, adequados à largura da
junta desenhada, impermeáveis e com resistência química, e suportar altas temperaturas (mínimo de
70 ºC). As instruções do fabricante para a preparação e aplicação devem ser respeitadas.
Nas Figura 4.11 e 4.12, são esquematizados os diferentes tipos de juntas.
Legenda: 1 – junta periférica; 2 – laje; 3 – revestimento
cerâmico; 4 – junta de assentamento; 5 – junta intermédia
Legenda: 1 – junta estrutural; 2 – mastique; 3 – revestimento
cerâmico; 4 – junta de assentamento; 5 – junta periférica
Figura 4.11. – Esquema em corte - Juntas de
movimento [71]
Figura 4.12. – Esquema em planta - Juntas de movimento
[71]
No Anexo E, apresenta-se um exemplo de um projeto de juntas realizado no Brasil [72], com a
marcação das várias juntas do edifício em alçado e em planta.
4.6.7.5. Execução das juntas
i- Juntas de assentamento:
Os principais requisitos de desempenho de uma junta entre ladrilhos são: horizontalidade,
verticalidade, estanqueidade, evitar infiltrações; capacidade de absorver deformações e uniformidade
de espessura, a fim de atender às necessidades estéticas da camada de acabamento.
A fim de atender aos requisitos relativos à estética do revestimento, recomenda-se o uso de um
espaçador durante a fixação dos componentes de modo a proporcionar uniformidade de espessura.
Além disso, recomenda-se a contínua verificação do nivelamento, do aprumo e do alinhamento das
juntas através de linhas de referência. Normalmente, a determinação destas referências é feita pela
marcação prévia nos cantos convexos das suas extremidades, executando os painéis com estas
marcações para materializar (riscando sobre o emboço) a posição da junta que irá servir de
referência.
O prumo das juntas verticais é obtido com o auxílio de arames de fachada. A qualidade do
acabamento é normalmente função da quantidade destes arames. Para revestimentos com peças de
grandes dimensões, é usual que estes arames sejam posicionados entre cada duas ou três peças.
101
Recomenda-se que a distância entre os mesmos não ultrapasse um metro. O início da betumação das
juntas não deve ultrapassar o tempo mínimo pois a junta exposta permite que se acumulem sujidades,
o que dificulta a aderência da argamassa das juntas.
Como o atraso na betumação é benéfico quando aplicado em fachadas, no sentido de absorver
deformações estruturais, pode-se optar pela betumação das juntas apenas depois de concluído todo o
assentamento, impedindo no entanto que as condições de limpeza da junta prejudiquem a aderência.
Para que a betumação das juntas possa ser iniciada, é necessário que as juntas estejam devidamente
limpas, sendo que a limpeza pode ser feita com uma vassoura ou com uma escova de cerdas para
que sejam eliminados todos os resíduos que possam prejudicar a aderência do material de rejunte,
como, por exemplo, poeira e resíduos soltos de argamassa adesiva. Com os cuidados iniciais
observados, a pasta ou argamassa de betumação, deverá ser espalhada de modo a que penetre
uniformemente nas juntas, com o auxílio de um rodo pequeno, em movimentos alternados.
Após o espalhamento de material de betumação, as juntas poderão ser frisadas com madeira redonda
recurvada ou dando outro formato conforme especificações de projeto. Este procedimento permite
maior compacidade da junta, diminuindo a sua porosidade e, consequentemente, aumentando a sua
estanqueidade.
Com as pastas de cimento, recomenda-se uma limpeza, no dia seguinte, por escovagem do pó
depositado nas peças cerâmicas, seguido de limpeza com pano húmido. Com argamassa, a limpeza
deve ser feita logo que o endurecimento da mesma o permita.
Os materiais com resinas elastoméricas, no entanto, devem ser limpos rapidamente, cerca de 10 a 15
minutos após a aplicação, pois a secagem do mesmo sobre a cerâmica resulta em difícil remoção. As
recomendações são válidas para cerâmicas esmaltadas de superfície não-porosa. Caso contrário,
deve-se avaliar a capacidade de enodoamento do betume e adotar técnicas de proteção ou limpeza
adequadas.
ii- Juntas de fracionamento:
Os materiais normalmente indicados para execução destas juntas são os mastiques elastoméricos,
como os silicones, acrílicos e poliuretanos. A espessura das juntas de trabalho pode ser a mesma das
juntas entre ladrilhos, mantendo-se a modulação. A capacidade de absorver deformações, o nível de
deformação previsto e o espaçamento entre juntas definem a sua espessura.
Na sua execução, deve-se obedecer às características definidas em projeto. A recomendação é
seguir uma sequência de operações [72]:
• corte do emboço (Figura 4.13.) (argamassa de regularização, com serra circular elétrica, sob a junta
até aproximadamente 50% da espessura do emboço) verificando a desobstrução e limpeza da junta
executada;
• limpeza da cavidade da junta com uma escova de cerdas maciais, com remoção de material
pulverulento. Limpeza da junta com pano seco limpo e branco (100% algodão). O procedimento
deverá ser repetido sucessivamente, até que o pano não demonstre sinais de sujidade;
• aplicação de fita adesiva sobre os ladrilhos cerâmicos rente à abertura da junta; é importante aplicar
a fita apenas onde será aplicado o mastique naquele mesmo dia; pressionar a fita adesiva sobre as
juntas de assentamento para evitar a penetração do mastique sobre a argamassa das juntas;
102
• aplicação de uma camada muito fina de primário uniformemente nas laterais da junta;
• inserir o limitador de profundidade na abertura da junta de colocação do limitador de profundidade
em espuma;
• aplicação do mastique com modelagem da forma exterior da junta;
• remoção da fita adesiva após cura (ou conforme recomendação do fabricante do mesmo).
Deve-se evitar condições climáticas agressivas, principalmente chuva (antes, durante e após a
selagem da junta). As posições das juntas de trabalho devem estar claramente definidas no projeto de
revestimento e a sua execução deve seguir estritamente o que foi projetado.
Nas Figuras 4.13. a 4.20., são apresentadas as etapas de execução de uma junta de fracionamento.
Figura 4.13. – Execução do corte da junta com
auxílio de régua e frisador [72]
Figura 4.14. – Limpeza da cavidade da junta com uma
escova de cerdas macias [72]
Figura 4.15. – Proteção das bordas dos ladrilhos
cerâmicos na abertura da junta com fita adesiva [72]
Figura 4.16. – Aplicação de primário no interior da
abertura da junta [72]
Figura 4.17. – Posicionamento do limitador de
profundidade na abertura da junta [72]
Figura 4.18. – Aplicação do mastique [72]
Figura 4.19. – Acabamento da junta com tubo de
PVC [72]
Figura 4.20. – Remoção da fita adesiva logo após o
acabamento [72]
103
4.6.8. Zonas singulares da fachada
4.6.8.1. Remates da cobertura
A cobertura deverá ter um sistema de drenagem de água autónomo, impedindo que esta escorra pela
superfície da fachada ou se infiltre pelas camadas intermédias da mesma, o que pode causar uma
mudança na aparência da superfície da fachada, com a formação de eflorescências, no curto prazo,
e/ou ver comprometida a adesão do revestimento cerâmico ao suporte, no médio / longo prazo.
Assim, em todo o perímetro do edifício, a parte superior da fachada tem de ser coberta com um
remate que impeça a infiltração de água entre o suporte e o revestimento cerâmico. É fundamental,
para a manutenção do bom aspeto da fachada ao longo do tempo, que o desenho dos remates
superiores dos panos (beirados ou rufos) impeça a água da chuva de escorrer diretamente sobre a
superfície do revestimento, arrastando e depositando sobre esta os detritos acumulados na superfície
do elemento de remate. No caso de rufos, deverá ser garantida a inclinação para o lado interior da
cobertura, a projeção horizontal para além do plano do acabamento de 3 cm e um remate do tipo
pingadeira na sua extremidade [14].
4.6.8.2. Encontros com aberturas de vãos
As aberturas de vãos na fachada devem ser resolvidas de modo a assegurar a impermeabilização e
os requisitos de isolamento térmico e acústico. Estes requisitos podem ser conferidos pela
continuidade do revestimento cerâmico, com peças especiais com pingadeiras e material de
preenchimento das juntas impermeável, ou com elementos especiais para resolver os peitoris da
janela e soleiras de portas.
O desenho dos peitoris em janelas deve ser adequado para impedir a água da chuva de escorrer
diretamente sobre o revestimento, arrastando detritos acumulados que se depositarão na superfície.
As juntas entre o ladrilho cerâmico e materiais adjacentes com diferentes coeficientes de dilatação,
como por exemplo caixilhos de alumínio, superfícies em betão, madeira, metal e componentes em
plástico, devem ser permanentemente elásticas, e especificadas e executadas de forma idêntica às de
fracionamento / intermédias / esquartelamento com uma largura mínima de 10 mm [13].
Assim, para além de uma pendente para o exterior que garanta o bom escoamento da água, os
peitoris deverão garantir uma projeção horizontal com pingadeira de 3 cm para além do plano do
revestimento da fachada e a existência de um dispositivo nas suas extremidades laterais (ranhura,
pequeno canalete, parede vertical, etc.) que impeça a água de escorrer lateralmente, conduzindo-a a
escorrer pelo bordo frontal [14].
4.6.8.3. Zonas curvas
Nas situações em que a fachada a revestir seja curva, a opção mais adequada é escolha de ladrilhos
retangulares que deverão ser aplicados com o lado mais curto paralelo ao perímetro de curvatura, ou
de mosaicos porcelânicos, mais conhecido por “pastilha” (Figura 4.21.), com as dimensões de 2,5 x
2,5 cm, dado que permitem um acompanhamento mais eficaz da curvatura da superfície [9].
A fixação dos ladrilhos por colagem só é possível se as dimensões dos ladrilhos forem reduzidas. A
largura máxima dos elementos de revestimento deve ser escolhida em função do raio de curvatura R
do suporte (Figura 4.22.). No Quadro 4.13., são definidas as larguras máximas dos ladrilhos em
104
função do raio de curvatura do suporte. A sua aplicação é executada pelo método de dupla colagem,
com um alto consumo de cimento-cola, de forma a garantir a cobertura completa, sem vazios em todo
o perímetro do revestimento [14].
Quadro 4.13. - Largura (L) máxima dos ladrilhos cerâmicos a colar, em função do raio de curvatura (R -
Figura 4.14.) do suporte [14]
Raio de curvatura do suporte R (cm) 15 60 140 250 300 360
Largura máxima dos ladrilhos l (cm) 5 10 15 20 22 24
4.6.8.4. Mudanças de plano na fachada
As alterações de plano na fachada deverão ser resolvidas de forma a impedir a passagem da água
pela fachada. Recomenda-se nestes casos a utilização de peças com pingadeiras e elementos
impermeáveis que impeçam a água de atingir as superfícies da fachada.
Nos encontros entre paramentos verticais, com cantos salientes, é recomendado o uso de perfis
específicos para evitar o encontro direto dos ladrilhos cerâmicos. Os perfis são em geral prefabricados
de material polimérico ou de metal.
4.7. Projeto de revestimentos cerâmicos
4.7.1 Considerações para a elaboração do projeto de revestimentos cerâmicos
O desenvolvimento da construção de uma edificação requer a elaboração prévia de um projeto.
Efetivamente, poucos subsistemas são realmente executados a partir de um projeto específico, e
ainda assim, a obra chega à sua conclusão. No entanto, há que verificar o custo real da obra e qual o
custo de cada subsistema quando não é devidamente projetado. Certamente, a experiência tem
demonstrado que o custo final de uma atividade realizada sem planeamento é muito superior ao de
uma projetada de forma correta.
No projeto de revestimentos cerâmicos, devem ser especificados os materiais, as técnicas, os
equipamentos, e a mão-de-obra a serem empregues, bem como os procedimentos de controlo da
qualidade. Este projeto pode ser desenvolvido em conjunto com o projeto de Arquitetura ou após este
último estar concluído. Porém, é importante que sejam contempladas todas as especificações gráficas
e descritivas que especifiquem exaustivamente como o mesmo vai ser executado.
Os principais parâmetros a serem considerados ao projetar o revestimento são: a natureza e as
características do suporte e das camadas constituintes; as solicitações de obra; as solicitações
Figura 4.21. - Fachada curva [W4] Figura 4.22. - Raio de curvatura [14]
105
durante a sua vida útil; as condições de proteção e de contorno e a geometria dos painéis a serem
revestidos.
4.7.2 Desenvolvimento do projeto
O desenvolvimento do projeto de revestimentos cerâmicos de fachada poderá ser realizado em três
etapas [70]:
• a primeira etapa envolve a análise preliminar dos projetos das várias especialidades do edifício, para
identificar e conhecer as especificações produzidas para os vários sistemas construtivos;
• com a finalização da primeira etapa, desenvolve-se a etapa de especificações e elaboração do
projeto de revestimento, na qual devem ser considerados os parâmetros anteriormente abordados e a
necessidade de adoção - de detalhes construtivos específicos, como juntas, pingadeiras, remates,
entre outros;
• na terceira etapa, de redefinição do projeto, as diretrizes globais deste poderão ser reavaliadas
admitindo-se correções para as especificações inicialmente elaboradas, principalmente no decorrer da
obra e da confirmação das suas reais características, da alteração do cronograma das atividades, da
disponibilidade de materiais, entre outras.
4.7.3 Análise preliminar
Antes de realizar o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada, devem ser realizadas
algumas avaliações relativas ao projeto de Arquitetura e ao projeto de estabilidade.
O projeto de Arquitetura deve ser minuciosamente analisado pela equipa projetista, sendo
verificado(a):
• o grau de detalhe das peças desenhadas do projeto de Arquitetura, para permitir a sua
medição e orçamentação;
• a especificação dos vários materiais de revestimento de fachada;
• a estereotomia das fachadas;
• a necessidade de juntas de fracionamento e periféricas;
• a previsão e especificação das juntas de fracionamento;
• a quantificação da área dos panos com revestimento cerâmico - se a área dos panos com
revestimento cerâmico for superior a 18 m2 [5], haverá necessidade de estabelecer juntas intermédias
na fachada, ou seja, deverá existir um projeto de revestimentos ou a maior pormenorização do projeto
de Arquitetura.
O projeto de estabilidade também deve ser minuciosamente analisado em conjunto com o projeto de
Arquitetura verificando incompatibilidades ao nível:
• da localização de juntas estruturais;
• da espessura de pilares, lajes e vigas;
• de espessuras dos substratos e dos revestimentos finais;
• dos detalhes construtivos considerados “pontos singulares”, como frisos, pingadeiras, remates, entre
outros;
• da localização dos pontos de água, luz e energia elétrica;
• do tipo e posição de canalizações a serem embutidas na alvenaria.
106
Se não existirem juntas estruturais no projeto de estabilidade, ou os panos com aplicação de
revestimento cerâmico forem menores do que 3 m na horizontal e 6 m na vertical, não haverá
necessidade de existirem juntas de fracionamento.
Depois da finalização da etapa de desenhos e detalhes construtivos, iniciam-se as fases de
especificação, receção e armazenamento dos materiais a serem utilizados: argamassa de chapisco,
cimento-cola, camada de reforço, argamassa de emboço, ladrilhos cerâmicos e argamassas (colas e
de preenchimento das juntas).
A partir da cultura da empresa de construção e das recomendações gerais sobre execução,
desenvolve-se o processo de produção do revestimento. A documentação que constitui o projeto de
revestimentos de fachada, descreve o passo-a-passo da execução do revestimento cerâmico e os
procedimentos para aplicação dos ladrilhos, desde a preparação do suporte em alvenaria até ao teste
de estanqueidade e à limpeza antes da entrega da obra [70].
Dado que em Portugal não existe regulamentação que oriente a execução de projetos de
revestimento de fachada, ou a sua obrigatoriedade (ao contrário, por exemplo, do Plano de
Acessibilidades - Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de Agosto de 2006 [67], ou do projeto de térmica de
edifícios [63]), considera-se que a sua necessidade e aplicabilidade vai depender de uma série de
fatores tais como:
• complexidade da obra e/ou do revestimento em causa;
• cultura e prática do gabinete de projeto;
• cultura da empresa de construção e do dono de obra;
• falta de pormenorização do projeto de Arquitetura.
4.7.4 Fase de conceção
O projetista deve ter em consideração, na fase de conceção do projeto de revestimentos cerâmicos
aplicados em fachadas [16]:
• o tipo, altura e idade do suporte;
• o tipo, tamanho e cor do ladrilho;
• dimensão da área de aplicação do revestimento cerâmico;
• o tipo e dimensão das juntas;
• a posição e requisitos para as juntas de movimento.
• o método de fixação do revestimento: por colagem, misto ou por fixação mecânica;
• os detalhes construtivos: as soleiras, os peitoris, e as pingadeiras; as dimensões e posicionamento
dos frisos decorativos, molduras, apliques e elementos pré-fabricados decorativos;
• a interface entre revestimentos diferentes;
• os detalhes da interface da impermeabilização com os revestimentos (térreo, cobertura e terraços).
107
O projeto deve conter todas as definições geométricas e posicionamento dos seguintes detalhes
construtivos:
• frisos e juntas de trabalho; elementos decorativos; pingadeiras; soleiras; guarda-corpos e peitoris.
O projeto de Arquitetura caracteriza-se pela especificação dos materiais; estabelecimento de diretrizes
de seleção do sistema de revestimentos cerâmicos; projeto gráfico com as peças desenhadas e
detalhes construtivos.
4.7.5 Definição dos documentos do anteprojeto ou projeto base
Em Portugal, a definição dos documentos do anteprojeto ou projeto base está regulamentada na
portaria Portaria n.º 701-H/2008 [23]. Este documento refere, no artigo 6º “Anteprojeto ou Projeto
Base” que:
“1 - O anteprojeto, ou projeto base, desenvolve a solução do estudo prévio aprovado, sendo
constituído por peças escritas e desenhadas e outros elementos de natureza informativa que
permitam a conveniente definição e dimensionamento da obra, bem como o esclarecimento do modo
da sua execução;
2 - Se outras condições não forem fixadas no contrato, o anteprojeto deve conter, para além dos
elementos constantes da regulamentação aplicável, os seguintes:
a) Memórias descritivas e justificativas da solução adotada, incluindo capítulos especialmente
destinados a cada um dos objetivos especificados para o anteprojeto, onde figuram designadamente
descrições da solução orgânica, funcional e estética da obra, dos sistemas e dos processos de
construção previstos para a sua execução e das características técnicas e funcionais dos materiais,
elementos de construção, sistemas e equipamentos;
b) Avaliação das quantidades de trabalho a realizar por grandes itens e respetivos mapas;
c) Estimativa de custo atualizada;
d) Peças desenhadas a escalas convenientes e outros elementos gráficos que explicitem a
localização da obra, a planimetria e a altimetria das suas diferentes partes componentes e o seu
dimensionamento bem como os esquemas de princípio detalhados para cada uma das Instalações
Técnicas, garantindo a sua compatibilidade;
e) Identificação de locais técnicos, centrais interiores e exteriores, bem como mapa de espaços
técnicos verticais e horizontais para instalação de equipamentos terminais e redes;
f) Os elementos de estudo que serviram de base às opções tomadas, de preferência constituindo
anexos ou volumes individualizados identificados nas memórias;
g) Programa geral dos trabalhos.”
108
4.7.6 Definição dos documentos de projeto de execução
Em Portugal, a definição dos documentos de projeto de execução está regulamentada na portaria
Portaria n.º 701-H/2008 [23]. Este documento refere, no n.º 2 do artigo 7º “Projeto de Execução”, que
se outras condições não forem fixadas no contrato, o Projeto de execução inclui, além de outros
elementos constantes de regulamentação aplicável, as seguintes peças:
“a) Memória descritiva e justificativa, incluindo a disposição e descrição geral da obra, evidenciando
quando aplicável a justificação da implantação da obra e da sua integração nos condicionamentos
locais existentes ou planeados; descrição genérica da solução adotada com vista à satisfação das
disposições legais e regulamentares em vigor; indicação das características dos materiais, dos
elementos da construção, dos sistemas, equipamentos e redes associadas às Instalações Técnicas;
b) Cálculos relativos às diferentes partes da obra apresentados de modo a definirem, pelo menos, os
elementos referidos na regulamentação aplicável a cada tipo de obra e a justificarem as soluções
adotadas;
c) Medições e mapas de quantidade de trabalhos, dando a indicação da natureza e da quantidade dos
trabalhos necessários para a execução da obra;
d) Orçamento baseado nas quantidades e qualidades de trabalho constantes das medições;
e) Peças desenhadas de acordo com o estabelecido para cada tipo de obra na regulamentação
aplicável, devendo conter as indicações numéricas indispensáveis e a representação de todos os
pormenores necessários à perfeita compreensão, implantação e execução da obra;
f) Condições técnicas, gerais e especiais, do caderno de encargos.”
No ponto 3 do artigo 19º “Projeto de Execução”, refere-se que são elementos do projeto de
Arquitetura:
“a) Plantas cotadas de cada piso, pelo menos na escala 1:100, em que sejam indicadas:
(i) A compartimentação e as respetivas dimensões;
(ii) A localização e as dimensões dos diversos elementos de construção, nomeadamente escadas,
ascensores, portas, janelas, varandas, envidraçados, instalações sanitárias e outros necessários à
definição do edifício e da execução da obra;
(iii) As linhas de corte e os pormenores que sejam objeto de outras peças desenhadas;
(iv) A distribuição e a tipologia do mobiliário fixo;
b) Cortes gerais do edifício, pelo menos na escala 1:100, que evidenciem a compartimentação, as
dimensões dos vãos, as alturas e as larguras que interessem à construção, os diferentes níveis entre
toscos, ou limpos, dos pavimento e dos tetos, incluindo os tetos falsos, os locais destinados à
passagem de canalizações e condutas, os elementos da estrutura, tais como pilares, vigas, lajes,
escadas e outros elementos da construção, e outras informações necessárias à execução do edifício,
nomeadamente, natureza e localização dos materiais de revestimento, articulações mais importantes
entre diferentes elementos de construção e tipo de remates;
109
c) Alçados do edifício, pelo menos na escala 1:100, que explicitem a configuração e dimensões das
paredes exteriores e de todos os elementos nelas integrados, nomeadamente, janelas, portas, vergas,
palas, varandas, a natureza e a localização dos materiais utilizados nos revestimentos e nos
elementos de construção e outras informações que sejam indispensáveis à construção do edifício;
d) Cortes de pormenorização, em escala adequada, que indiquem os aspetos construtivos de maior
interesse para a execução da obra;
e) Mapa de vãos, com indicação da tipologia de cada vão, das respetivas dimensões e quantidades,
do modo de funcionamento, da natureza e das características dos materiais e das ferragens e de
outras informações necessárias ao fabrico e montagem de caixilharias, portas, envidraçados e outros
elementos;
f) Mapa de acabamentos que defina claramente os materiais e a natureza dos acabamentos
considerados para todos os elementos da construção;
g) Pormenores de execução dos diferentes elementos de construção com a definição precisa das
dimensões e da natureza das interligações dos diferentes materiais ou partes constituintes;
h) Outras representações necessárias à definição da construção e à execução das obras;
Ainda no ponto 3 do artigo 19 - Projeto de Execução, refere-se que são elementos do projeto de
estruturas:
a) Memória descritiva e justificativa da escolha do tipo de fundações e de estrutura e respetivas
verificações de cálculo, de acordo com os regulamentos em vigor;
b) Plantas e cortes definidores da estrutura, em escalas adequadas, em que sejam representadas:
(i) A posição, devidamente cotada, de todos os elementos estruturais, nomeadamente: as vigas, pelos
seus eixos ou pelos seus contornos; os pilares, pelos seus eixos e contornos; as lajes, com a
indicação das suas espessuras; as aberturas nas lajes, com a indicação da sua localização e das
suas dimensões; as paredes e outros elementos estruturais, pelos seus eixos e contornos;
(ii) As secções em tosco de todos os elementos estruturais;
(iii) As cotas de nível de toscos das faces superiores das vigas, paredes e lajes e, quando necessário,
as espessuras dos revestimentos;
(iv) A localização, devidamente referenciada, e as dimensões das aberturas e passagens através dos
elementos estruturais, nomeadamente as relativas a canalizações e a condutas;
(v) O desenvolvimento em altura dos pilares, definido nas plantas pela sua indicação nos níveis em
que têm início e em que terminam;
c) Pormenores de todos os elementos da estrutura que evidenciem a sua forma e constituição e
permitam a sua execução sem dúvidas ou ambiguidades, nas escalas 1:50, 1:20, 1:10 ou superior.”
110
No Quadro 4.14., são referidas informações que, no mínimo, deverão estar presentes nas plantas, cortes e alçados do projeto de execução.
Quadro 4.14. – Informações que deverão estar presentes nas plantas, corte e alçados do projeto de execução de Arquitetura
Informações Plantas Cortes longitudinais, transversais
e secções parciais
Alçados Mapa de vãos
Indicação do sistema de eixos organizacionais e modulação geral
x x x
Articulação, dimensionamento e caracterização de todos os ambientes
x
Articulação das áreas / ambientes / espaços técnicos x Indicação da função e da área de cada ambiente x Localização com dimensões de equipamentos x Indicação dos elementos do sistema estrutural x x Indicações de cotas parciais entre coordenadas e cotas totais x Cotas de desenho, em pormenores, dos locais que não serão desenhados em escala maior
x
Indicação dos cortes gerais, fachadas, detalhes e secções parciais
x
Referência e numeração dos elementos que serão desenhados em escala maior
x
Indicação de cotas de níveis de piso, inclusive circulações x Localização dos vãos em planta e em alçado, modulação e sentido de abertura
x x
Indicação dos elementos de proteção contra a radiação solar direta
x
Indicação de sancas, rebaixos e projeções x Indicação de soleiras e peitoris com especificação completa dos materiais
x
Pormenorização da fixação ou especificação dos elementos suportes
x
Chamada dos detalhes e ampliações necessárias x Tabelas com indicação de acabamentos x x x Especificações gerais de materiais e sistemas, notas gerais e legendas
x x x x
Sistema de modulação vertical x Distinção gráfica entre elementos da estrutura e vedações seccionadas
x
Cotas verticais de piso, parciais e totais dos elementos seccionados
x
Nível dos pisos seccionados, tosco e limpos x Níveis e alturas de todos os ambientes e das edificações x Indicação dos elementos de cobertura e platibandas x Indicação de juntas estruturais; posicionamento, largura e detalhes construtivos das juntas perimetrais e intermédias, assim como os materiais a utilizar, devem ser incluídos no projeto do edifício
x
Indicação do sistema de modulação horizontal e vertical (paginação de revestimentos, juntas e frisos)
x
Representação gráfica dos materiais de revestimento x Indicação da localização de equipamentos, tubagens ou outros elementos de sistemas prediais e de climatização aparente
x
Cotas parciais e totais dos componentes x Alçados dos vãos com representação das folhas e montantes (divisões e marcos), com cotas gerais dos seus componentes e indicação dos elementos fixos e móveis
x
Secções horizontais e verticais (quando pertinente) dos vãos, com dimensões gerais dos seus componentes, definição de abertura, indicação de peitoris e puxadores
x
Desenho de remates e adequação com revestimentos / acabamentos interiores e exteriores
x
Especificação das ferragens (dobradiças, pinos pivôs, fechaduras), vidros, painéis, etc.
x
Em cada documento do projeto de Arquitetura, deve-se fazer uma aproximação diferente aos
revestimentos cerâmicos tal como é indicado no Quadro 4.15. Uma vez que grande parte da
111
informação está repetida nas diferentes partes do projeto, é importante evitar discrepâncias entre os
diferentes documentos do projeto.
Quadro 4.15. – Documentos de projeto (adaptado e complementado a partir de [29])
I Memória Memória descritiva Definição geral do edifício sem entrar em detalhes, indicando-se as prestações gerais do edifício
Memória construtiva Descreve-se as soluções adotadas; na prescrição da envolvente e dos revestimentos, indica-se as características e prescrições para cumprir os requisitos de funcionalidade, segurança e habitabilidade
Cumprimento do RGEU [22] Justificação das prescrições do edifício por requisitos básicos em relação às exigências básicas do RGEU [22] e outras regulamentações aplicáveis
Anexos da memória São incluídos os anexos que sejam necessários para a definição do projeto. Definição do plano de controlo de qualidade onde se pode especificar os parâmetros a controlar e a sistematização do controlo a utilizar
II Peças desenhadas
Peças desenhadas com a definição construtiva
Na documentação gráfica, é de interesse incluir os alçados de fachada com indicação das juntas de dilatação, juntas intermédias e juntas perimetrais e a marcação da estereotomia
Memórias gráficas Detalhes construtivos explicativos dos distintos pontos singulares da fachadaIII Caderno de encargos
- Cláusulas administrativas - Cláusulas técnicas - Condições técnicas especiais dos trabalhos de construção civil
- Neste capítulo, devem ser redesenhadas as características técnicas exigíveis aos produtos, as condições de fornecimento e receção, as garantias de qualidade exigíveis e o controlo de receção a realizar; - As especificações podem ser feitas de acordo com as normas de produto ou guias de aplicação como, por exemplo, o “Guia de la Baldosa Cerámica” [5] ; - Verificações e ensaios a realizar para verificar o desempenho final do edifício.
IV Medições Desenvolve-se as descrições técnicas necessárias para a sua especificação e valorização V Orçamento Faz-se a valorização das mesmas
• Prescrições sobre os materiais aplicados em fachadas: Ladrilho cerâmico, material de ligação,
argamassa, material de isolamento, e camada de regularização; a prescrição dos produtos no projeto
deve ser feita de forma exaustiva nas especificações técnicas particulares, atendendo às
características definidas nos capítulos anteriores. Com o objetivo de simplificar essa exigência, pode-
se recorrer a códigos definidos nos vários guias e normas de produto. Nessas especificações, deve-se
definir todos os materiais utilizados com pelo menos as informações apresentadas no Quadro 4.16.
Quadro 4.16. – Prescrições sobre os materiais a aplicar em fachadas (adaptado e complementado a partir de [29])
Ladrilho Produto Azulejo, grés esmaltado, grés porcelânico, grés rústico, barro cozido,… Designação normativa Segundo a norma EN 14411 Código Segundo o Guia de la Baldosa Cerámica o definición equivalente (resistência
mecânica, desgaste por…) Formato, aspeto, tonalidade, …
Se for necessário
Material de assentamento
Produto Cola para ladrilho cerâmico (segundo norma EN 12004:2001) Designação normativa C2, C2 S1/S2 Características adicionais Tempo de abertura (E), Deformabilidade (S1,S2), Deslizamento Sistema de colocação Camada grossa ou camada fina
Material de preenchimento das juntas
Produto Argamassa de junta cimentícia Designação normativa Argamassa de junta cimentícia ex: GG2 (Segundo norma EN 13888) Cor Se for necessário
Material de isolamento
Material, espessura
Material da camada de regularização
Material (argamassa autonivelante, argamassa armada) tipo de argamassa, espessura, características de armadura (diâmetro, malha e tipo de aço)
• Prescrição sobre a execução: a prescrição sobre o sistema de execução deve ser realizada no
caderno de encargos e também deve ser verificada a preparação do suporte, o sistema de
construção, o processo de execução, e as técnicas de aplicação, com especial atenção para as juntas
de movimento, que englobam as juntas de assentamento, perimetrais, de fracionamento e estruturais.
• Exemplo de especificação de revestimento cerâmico aderente aplicado em fachada: revestimento
aplicado em paramento exterior, BIII (EN 14411), formato 33x 33, cor clara, acabamento brilhante.
112
Colocadas sobre suporte em alvenaria de tijolo, e vigas e pilares em betão armado. Aplicação em
camada fina, com método de dupla colagem com cimento-cola C2S1 (EN12004:2001), cor branca,
com argamassa para juntas CG2 (EN 13888) cor branca, junta de assentamento de 3 mm, com juntas
perimetrais e de fracionamento de espessura não inferior a 5 mm. Cantoneiras, juntas e encontros
mediante perfis especiais em PVC (de acordo com as peças desenhadas).
4.7.6.1 Projeto de execução do revestimento cerâmico de fachadas
Em Portugal, não existe um padrão que defina a estrutura e o conteúdo de um projeto de execução de
um revestimento cerâmico rígido modular. Mas podem servir de referência, os seguintes documentos:
• documento informativo europeu CEN/TR 13548:2004 [12];
• norma australiana AS 3958-2:1992 [18];
• norma britânica BS 5385-2:2006 [16].
Os resultados obtidos dos questionários e apresentados no capítulo 3 evidenciam um baixo nível de
especificação dos revestimentos em Portugal. Assim, em Portugal, a estrutura de uma proposta de
implementação de um revestimento cerâmico aplicado em fachadas deve ser semelhante ao que
consta na norma australiana AS 3958-2 [18], com a incorporação das especificações funcionais e com
um grande detalhe na descrição de requisitos, materiais e soluções construtivas.
De seguida, é proposta uma relação sequencial dos conteúdos de um projeto de execução de um
revestimento cerâmico aplicado em fachada:
1. Denominação genérica do projeto e sua inserção no projeto de Arquitetura;
2. Dados do projetista ou especificador;
3. Referências normativas – relação de normas agrupadas por camadas do sistema de revestimento;
4. Referência ao plano de qualidade da obra;
5. Referência ao plano de segurança e saúde;
6. Descrição das exigências funcionais: do sistema construtivo; do revestimento cerâmico;
informação da execução com peças desenhadas associadas; referências normativas particulares;
7. Descrição das condições ambientais [temperatura, humidade relativa do ar, ventilação, vento,
insolação solar, entre outros]; armazenamento e manuseio de materiais; processo de aplicação;
previsão da vida útil do revestimento cerâmico;
8. Descrição das exigências de utilização do revestimento cerâmico: relação entre as características
e os níveis mínimos exigidos, referindo-se a normas de produto e a métodos de ensaio, como por
exemplo: cargas de uso pontual, dinâmicas; resistência a ciclos de gelo e degelo; resistência a
altas temperaturas; condutividade elétrica; inalterabilidade da cor; resistência ao enodoamento,
facilidade de limpeza;
9. Descrição das características dos suportes: a estabilidade do elemento estrutural de suporte, das
camadas intermédias e das características da superfície de aplicação; descrição dos materiais e
suas características; a ordem de execução das camadas intermédias; elementos gráficos que
ilustrem detalhes de execução, encontros, entregas, pré-instalações, entre outros;
113
Os materiais que fazem parte das camadas intermédias são produtos normalizados, com
especificações técnicas. O projeto de execução deve incluir o seu nome ou o código do produto,
as suas características e modo de aplicação;
10. Descrição dos ladrilhos segundo norma de produto; características físico-químicas fundamentais
especiais ou particulares, com indicação do código; descrição da modulação da aplicação dos
ladrilhos;
11. Memória descritiva sobre os materiais e técnica de instalação:
• descrição dos materiais de colagem segundo normas, incluindo as condições de armazenamento,
preparação e técnicas de aplicação;
• dados sobre a técnica de aplicação, especificando detalhes do método de camada fina; condições
de maturação até à entrada em serviço;
• descrição das argamassas das juntas segundo normas, incluindo as condições de armazenamento,
operações de preparação e betumação das juntas;
• dados sobre as operações de betumação, limpeza e proteção até à entrada em serviço do
revestimento cerâmico;
• requisitos específicos sobre as orientações do plano de segurança e saúde;
• diretrizes sobre a organização interna do processo de aplicação: material em armazém, localização
e instalações para corte e manuseamento de materiais, iluminação e ventilação, itinerários, ordem de
execução, relatórios de incidentes, entre outros;
12. Memória sobre as juntas de movimento: desenho e descrição das características e da sua
localização; materiais incluindo elementos pré-fabricados. Características e requisitos relativos a
normas;
13. Relatório sobre a intervenção de outras empreitadas;
14. Discriminação de unidades de execução e critérios de valorização;
15. Cronograma da execução;
16. Se for o caso, relação de controlos de execução;
17. Requisitos de entrega do revestimento segundo normas ou regulamentos nacionais e/ou
condições particulares do projeto;
18. Memória sobre a manutenção do revestimento cerâmico aplicado em fachadas.
Esta informação estruturada de um projeto de execução de um revestimento pode ser sintetizada em
poucas páginas, especialmente, quando os produtos, processos e técnicas são bem regulamentados.
Caso contrário, deve-se insistir na necessidade de especificação detalhada, mesmo que apenas
como uma contribuição para difundir a cultura de qualidade do edificado.
114
4.7.7 Redefinição do projeto de revestimento cerâmico de fachadas
Esta etapa desenvolve-se em paralelo com a obra e pode ser considerada como atividade eventual de
correções e ajustes das especificações estabelecidas. Espera-se que grande parte das especificações
iniciais se mantenha. No entanto, em função das especificidades da obra, é necessária a implantação
de correções e redefinições, até mesmo nas últimos etapas das atividades de execução.
Considerando-se este facto, sob o ponto de vista do controlo da qualidade de execução e aceitação
dos serviços, esta dinâmica é valiosa. Entretanto, a falta de especificações e definições claras de
projeto deve ser evitada.
Basicamente, os seguintes tipos de especificações devem ser definidos:
a) espessura da camada de regularização, principalmente em função da falta de nivelamento do
suporte;
b) alteração da composição e doseamento das argamassas tanto em função da alteração da espessura da camada como da variação das características dos materiais de construção (principalmente dos agregados);
c) alteração das técnicas de execução devido a alterações de espessura e alteração da composição e doseamento das argamassas;
d) alteração nas especificações da camada de fixação em função dos desvios de planearidade encontrados na camada de regularização;
e) alteração das dimensões dos painéis de revestimento e das juntas entre componentes, da modulação, da estereotomia, dos locais de recortes, quando os componentes cerâmicos aceites em obra não cumprirem as especificações preliminares ou haja alterações muito significativas das condições de obra ou de exposição em relação às condições previstas;
f) alteração de detalhes como peitoris, pingadeiras e remates.
4.7.8 Do projeto à execução
Antes da aplicação do ladrilho numa parede exterior, a aplicação do ladrilho requer um planeamento
cuidadoso. Para o desenvolvimento deste projeto, deve-se ter em conta alguns requisitos básicos na
preparação do suporte antes de ser aplicado um sistema de revestimento cerâmico aderente.
O suporte deverá ser:
• sólido, livre de humidade e contaminação;
• regular, ou seja, planar, sem bossas ou depressões, com juntas em linha reta e regular;
• integro, ou seja, sem lacunas a partir dos elementos e sem quebrar;
• durável, ou seja, com a garantia de manter por muito tempo as suas próprias qualidades técnicas e
estéticas, sem sofrer as pressões de operação;
• seguro, ou seja, próprio e coeso;
O ponto de partida para um projeto eficiente é a avaliação de certos parâmetros, tais como: as
características da superfície a ser ladrilhadas; o ambiente de destino; o tipo de ladrilho e sua
especificação técnica.
A partir destes dados, pode-se determinar:
115
• imposições técnicas, em particular o tipo, a espessura, e regras de composição para a aplicação da
camada de assentamento;
• quaisquer camadas intermédias a serem aplicadas sobre a superfície de suporte;
• a extensão, localização e orientação das juntas entre os ladrilhos. Quem desenha deve especificar a
configuração do revestimento cerâmico paralelo ou diagonal;
• a localização e dimensões de juntas de movimento.
Neste ponto, prossegue-se com a aplicação, ou seja, a execução do projeto, em que é fundamental o
cuidado e o profissionalismo do aplicador.
Estudado o meio ambiente e o sistema de revestimento cerâmico aderente, deve-se proceder com:
• organização e planeamento da obra;
• verificação e preparação das superfícies a serem revestidas;
• verificação das medições, e da verticalidade das paredes e pisos;
• verificação dos materiais e da existência de defeitos visíveis e realizar relatório, se for considerado
necessário;
• otimização do plano de aplicação para tornar o trabalho o mais harmonioso possível;
• preparação dos ladrilhos, da cola dos ladrilhos e continuação com a aplicação;
• Após um tempo variável da aplicação dos ladrilhos (de algumas horas a alguns dias), procedimento
do preenchimento das juntas e limpeza final da superfície.
4.7.9 Cuidados e princípios necessários à manutenção de fachadas
As fachadas revestidas com ladrilho cerâmico devem ser inspecionadas regularmente, para se
verificar quaisquer defeitos na superfície do ladrilho ou nas juntas. Essas anomalias podem ocorrer
em consequência de movimentos do suporte ou de mudanças climatéricas. Tais defeitos devem ser
corrigidos antes que os revestimentos se deteriorem mais e possam levar, por exemplo, à penetração
de água através de fissuras e possivelmente a problemas mais graves na edificação [16].
É necessário prever o acesso a paramentos exteriores para limpeza normal, manutenção e inspeção
próxima do ladrilho, e da condição dos materiais de preenchimento das juntas de movimento [16].
Em edifícios com mais de dois pisos, terá de constituir uma prioridade a definição do método de
manutenção deste revestimento. Como tal, têm de ser previstos pontos de ancoragem, ou
equipamentos de sustentação ao nível da cobertura, para plataformas de trabalho suspensas (bailéus
elétricos ou de manivela). Os pontos de ancoragem devem ser especificados em projeto, de forma a
evitar improvisações e assegurar a execução segura das necessárias operações de limpeza.
Todos os revestimentos cerâmicos, especialmente os aplicados no exterior, que incluam a aplicação
de material de preenchimento das juntas de movimento, requerem inspeção periódica e manutenção
por parte do proprietário. Devem ser consultados os fabricantes de materiais e fabricantes de
produtos de manutenção para os procedimentos recomendados [19].
Deve haver cuidado na escolha de adequados materiais de preenchimento das juntas, para garantir
que a vida útil esperada estabelecida pelos fabricantes seja adequada às condições particulares de
cada obra [12].
A operação de manutenção geralmente consiste numa limpeza regular com água (quente) e numa
solução de detergente neutro. No caso de manchas especiais e incrustações, devem ser realizados
116
procedimentos especiais e produtos de limpeza. Recomenda-se a aplicação do produto numa
pequena área para o testar, antes de ser aplicada em toda a superfície [12].
Após a conclusão da aplicação do revestimento cerâmico, é desejável que o proprietário tenha uma
reserva de cada tipo de revestimento, o que equivale a um por cento (1%) do material aplicado, para
possíveis substituições [5].
4.8. Considerações finais do capítulo
As diretrizes apresentadas neste capítulo visam reunir informação sobre o projeto de revestimentos
cerâmicos de fachada, tendo por base a normalização europeia e fora da Europa e também as
recomendações sugeridas pelos fabricantes de ladrilhos cerâmicos, cimento-cola e material de
preenchimento das juntas.
As recomendações são aplicadas a construções em alvenaria de tijolo com estrutura de betão armado
e incidem nas condições gerais para a aplicação do método de camada fina e do método da dupla
colagem. Foram referidas as especificações das condições do suporte, dos materiais e dos métodos
de aplicação, assim como o método do pressionar e deslocar o ladrilho durante o assentamento.
O projeto de revestimentos cerâmicos de fachada deve ter início na fase inicial de conceção,
devendo-se ter em consideração a especificação dos suportes, a especificação do posicionamento
das juntas, com especial atenção aos pontos singulares da fachada tais como remates superiores,
peitoris em janela e superfícies curvas. Este projeto vai sofrendo diversas adaptações à medida que
vai sendo pormenorizado, atualizado e compatibilizado com as outras especialidades, como a
estabilidade.
Considerou-se importante abordar os aspetos de especificação dos materiais e os conteúdos do
projeto de revestimento cerâmico de fachada, nas fases de conceção, anteprojeto e projeto de
execução. No que diz respeito à durabilidade do revestimento ao longo da sua vida útil, será de
grande importância haver uma correta seleção do cimento-cola e do material de preenchimento das
juntas. A escolha do cimento-cola quando aplicado em fachada deve ser ponderada tendo em conta
as dimensões do ladrilho, a altura da fachada, as condições climatéricas de aplicação e a geometria
do suporte.
O êxito da implementação destas diretrizes exige uma reciprocidade entre todos os intervenientes,
incluindo os projetistas das diferentes especialidades, arquitetos e engenheiros, dono da obra,
empreiteiros, fornecedores, aplicadores dos ladrilhos e dos materiais de preenchimento das juntas.
No que diz respeito a regras de boa execução, é importante que o assentamento seja efetuado por
pessoal especificamente habilitado para o efeito e devidamente acompanhado.
117
5. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
5.1. Conclusões finais
O trabalho desenvolvido procurou responder aos objetivos definidos no Capítulo 1, ou seja, propor
diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos aderentes de fachada, tendo como contributo
inovador adicional:
• apresentação de uma síntese das boas práticas europeias e fora da Europa;
• divulgação da perceção dos intervenientes envolvidos sobre as questões abordadas nos
questionários: prática do projeto de revestimentos cerâmicos aderentes e a especificação dos
respetivos materiais em Portugal.
A experiência europeia e internacional de normalização da atividade de projeto de revestimentos
cerâmicos aderentes de fachada é fundamental, pois documenta informações sobre a especificação
dos materiais, técnicas de aplicação, com especial atenção ao posicionamento e caraterização dos
materiais de preenchimento das juntas. Constatou-se que os países da Europa que dominam esta
tecnologia, como é o caso da Alemanha, França, Inglaterra e Itália, bem como países fora da Europa
como os Estados Unidos da América, Brasil e Austrália, investigam há muitos anos o tema, fazendo
abordagem às questões de durabilidade dos materiais e das boas práticas de planeamento e
execução.
A análise comparativa da normalização apresentada no capítulo 2 pode ser um instrumento
clarificador da atual legislação em vigor, na Europa e fora da Europa, descodificando algumas
questões menos lineares que a normalização, pela extensão e complexidade de conteúdo, poderá
colocar. Esta análise comparativa é estruturada no capítulo 2 em quadros temáticos e procura
sistematizar informação dispersa pelos vários documentos analisados, permitindo uma leitura mais
rápida e clara de algumas matérias específicas, tais como:
(1) Exigências de planeza do suporte em paredes exteriores; (2) Condições climatéricas; (3) Seleção
da cola adesiva em paredes exteriores (classe de desempenho); (4) Seleção do material de
preenchimento das juntas (classe de desempenho); (5) Terminologia utilizada para juntas de
movimento em revestimentos; (6) Recomendações normativas para posicionamento de juntas de
movimento; (7) Terminologia utilizada nos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos em
fachadas; (8) Pontos singulares.
Em Portugal, não existe uma norma dedicada exclusivamente ao projeto de revestimentos cerâmicos
aplicados em fachada, mas existe o manual da APICER de 2003 [2] que tem servido de orientação
aos profissionais nesta área e tem por base recomendações francesas [46], mas como estas foram
modificadas em 2009 alguns valores são menos exigentes face à normalizada atualizada pelos
franceses. Em Espanha também não existe normalização, mas o “Guia de las baldosas” [5] é um
documento reconhecido pelo país com o objetivo de auxiliar os especificadores a selecionarem os
matérias mais adequados quer sejam aplicados em pavimentos ou paredes interiores e exteriores.
Este “Guia de las baldosas” [5] define a classe C2 como nível mínimo de desempenho do cimento-
cola de acordo com NP EN 12004 [32], aconselhando efetuar colagem dupla; e define a classe CG2
de acordo com EN 13888 [33] para uma argamassa de junta à base de cimento melhorada.
118
A norma Italiana é recente (2013) e indica a classe de material de colagem mais apropriada em
fachada, variando em função do suporte. As classes de material de colagem mais apropriadas para
suportes cimentícios variam das classes C2 à C2S1/S2. Esta norma especifica ainda o método de
colagem dupla em ladrilhos de dimensão superior a > 30 cm.
A França é um país com longa tradição no desenvolvimento de normas. A norma NF DTU 52.2 P1-1-
2: 2009 [14] é a única analisada que estabelece a classe de desempenho do cimento-cola em função
das dimensões dos ladrilhos, da absorção de água do ladrilho e da altura de fachada.
Nos Estados Unidos da América, o Manual do TCNA [21] constitui um documento muito importante e
utilizado pelos aplicadores e estabelece a classe de desempenho C2S1 para o material de colagem
para suportes cimentícios.
Ao contrário do “Guia de las baldosas” [4], do manual do TCNA [21] e das normas francesa e italiana
acima referidas, os documentos: norma alemã DIN 18515-1:1998 [13]; norma britânica BS 5385-
2:2006 [16]; documento europeu CEN/TR 13548:2004 [12]; norma australiana AS 3958-2:1992) [18]; e
norma brasileira NBR 13755:1996 [20], não especificam a classe de desempenho da cola adesiva.
Sobre outros aspetos que podem ser analisados, como por exemplo o desenho das juntas de
movimento, a maioria dos países estabelece juntas de esquartelamento horizontais em cada andar
com distância mínimas de 3 m. A norma francesa estabelece para este parâmetro 6 m como distância
mínima das juntas de esquartelamento horizontais.
A preparação dos substratos, as condições climatéricas e a aplicação são aspetos ponderados por
quase todos os países. Apenas as normas britânica [16], australiana [18] e francesa [14] fazem
considerações aos pontos singulares da fachada, como por exemplo: parapeitos, peitoris, cantos
salientes e reentrantes, coroamentos e tratamentos na base.
A norma britânica [16], o manual do TCNA [21] e a norma alemã [13] estabelecem regras para a
aplicação dos materiais de preenchimento das juntas de fracionamento. Um dos materiais utilizados é
o limitador de profundidade. Ao aplicar-se o limitador de profundidade dentro da junta, este material
compressível vai permitir a dilatação e contração do material vedante que é colocado em seguida. O
limitador de profundidade vai barrar o contato entre o material vedante e o suporte.
A elaboração de um projeto de revestimento de fachadas tem como finalidade a determinação dos
materiais, geometrias, juntas, reforços, acabamentos, procedimentos de execução e controlo de
qualidade das obras. O detalhe do projeto de execução de revestimentos cerâmicos aderentes será
possível desde que o mesmo seja coerente na adequação dos conceitos teóricos à prática, tendo em
conta a realidade da mão-de-obra da construção civil nacional.
Da análise dos questionários a 257 profissionais (Amostra A), verificou-se uma necessidade de
aumentar o rigor, com maior detalhe dos projetos de execução, das peças desenhadas e em especial
dos pormenores de execução que são uma peça chave na comunicação do projeto.
Na Amostra A, 51% dos inquiridos indica que não “tem conhecimento do projeto de revestimentos de
fachada”. Na Amostra B, constituída por profissionais mais experientes, 60% dos inquiridos refere que
tem esse conhecimento. Constatou-se que a maioria, 85% dos inquiridos, julga pertinente a existência
119
de projeto de revestimento de fachadas. O projeto de revestimento de fachada é percecionado pela
maioria dos inquiridos como uma necessidade e pode constituir uma ferramenta de auxílio aos
intervenientes envolvidos. A importância deste estudo justifica-se pelas conclusões extraídas e
resultados registados.
A escolha de materiais compatíveis entre si, o dimensionamento correto das juntas de movimento
entre ladrilhos e a prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
foram considerados aspetos muito importantes na prática do projeto de revestimentos cerâmicos.
O aspeto visual, com a especificação do acabamento superficial, cor e textura, foi considerado pela
Amostra B o aspeto mais importante na especificação de um revestimento cerâmicos em fachada. Na
mesma questão, foram identificados como aspetos importantes a facilidade de limpeza, a boa relação
qualidade preço e a especificação do grau de absorção da peça cerâmica.
As deformações excessivas do suporte, a altura da fachada e dimensão da área aplicada e a
humidade do suporte foram considerados os fatores mais importantes na especificação de um
revestimento de fachada.
Igualmente, apesar de o “dimensionamento correto das juntas de movimento” ser um aspeto
considerado “muito importante”, um elevado número de inquiridos (85%) indica que não “calcula a
dimensão da abertura dessas juntas. Pode-se concluir que os conceitos teóricos, de
dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos, nem sempre são levados à
prática.
Outro dos aspetos mencionados por alguns inquiridos é o de questionar se o projeto de revestimento
de fachadas deve ser um projeto específico, uma especialidade autónoma do projeto de arquitetura,
ou antes um projeto de execução de arquitetura mais desenvolvido. Isso dependerá de uma série de
fatores tais como: complexidade da obra e/ou do revestimento em causa; cultura e prática do gabinete
de projeto; cultura da empresa de construção e do dono de obra; falta de pormenorização do projeto
de Arquitetura. Esta perspetiva tem em conta a análise da normalização apresentada no capítulo 2 e a
análise dos questionários exposta no capítulo 3 e reflete-se também na organização e no conteúdo do
capítulo 4.
Em Portugal, mesmo que não exista obrigatoriedade na elaboração de um projeto de revestimento
cerâmico aderente, quando aplicado em fachada, o projeto de execução constitui uma importante
ferramenta para a obtenção de um desempenho satisfatório ao longo do tempo. No sentido de
aumentar a qualidade das obras executadas, a redução das falhas e os desperdícios de custos, é
necessário que o projeto de revestimento de fachadas seja exaustivo nas informações dadas e se
adapte às especificidades da obra, dos materiais e equipamentos disponíveis no local.
O desenvolvimento e execução do projeto de revestimentos cerâmicos em Portugal passa pela
elaboração de regulamentação específica que procure estabelecer os necessários critérios de
qualidade de modo a fomentar, incentivar e estimular estratégias para sua implementação.
A proposta de diretrizes do Capítulo 4 é elaborada de forma a constituir-se como uma ferramenta útil
para a implementação do projeto de revestimentos cerâmicos aderentes em fachada. Esta proposta
120
pretende ser um documento técnico que auxilie os profissionais responsáveis a selecionarem os
materiais e as técnicas de aplicação mais adequadas, nas fases de conceção, planeamento e
execução.
Os aspetos mais relevantes propostos nas diretrizes para o desenvolvimento e implementação do
projeto de revestimentos aderentes de fachada são:
(1) Especificações das condições do suporte; (2) Especificações dos materiais: camada de
regularização; cimentos cola; isolamento térmico; ladrilhos cerâmicos; revestimentos cerâmicos de
grande formato; (3) Método de aplicação: método da camada fina, método da dupla colagem, método
PML de pressão e movimento lateral do ladrilho (4) Condições climatéricas; (5) Especificação do
material de preenchimento das juntas entre ladrilhos; (6) Desenho das juntas de movimento na
fachada tais como: juntas periféricas / de contorno / perimetrais; juntas de fracionamento / intermédias
/ esquartelamento; juntas estruturais; (7) Pormenorização das zonas singulares da fachada tais como:
remates da cobertura; encontros com aberturas de vãos; zonas curvas; mudanças de plano na
fachada.
5.2. Desenvolvimentos futuros
O estudo desenvolvido nesta dissertação permitiu efetuar uma análise sobre a normalização europeia
e internacional incidindo na temática do projeto de revestimentos de fachadas com revestimento
cerâmico aderente aplicados sobre alvenaria de tijolo. Assim, foi possível obter-se um conjunto
alargado de conhecimentos sobre o assunto, e estabelecer-se diretrizes para o projeto de
revestimentos aplicados em fachada, considerando-se importante que no futuro se desenvolvam os
seguintes temas:
• avaliar as diretrizes propostas em casos de estudo realizados em Portugal;
• avaliação do comportamento dos materiais de colagem quando aplicados em revestimentos
cerâmicos em fachadas no território português, em diferentes contextos geográficos, com variações
ao nível da altura da edificação e da área aplicada;
• desenvolver uma metodologia de registo dos projetos que permita avaliar a evolução da obra, a fim
de se poder tirar conclusões que possam servir de orientação em projetos futuros;
• análise da evolução de uma obra em que haja a experiência prática do desenvolvimento de um
projeto de revestimentos cerâmicos de fachada e a sua posterior execução;
• análise do custo / benefício da implementação do projeto de revestimentos cerâmicos em Portugal,
o que poderá permitir a promoção do uso do projeto como uma vantagem económica para promotores
e proprietários de edifícios particulares.
• efetuar estudos semelhantes para outros revestimentos de fachada.
121
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A 1
ANEXO A - Glossário
Absorção de água (do revestimento cerâmico): Quantidade de água absorvida pelo ladrilho
cerâmico, sob condições específicas de absorção. Expressa como percentagem de peso seco [15].
Aderência: Força máxima por unidade de área necessária para remover uma peça de cerâmica
aplicada (EN 1348 [76]).
Aderência mecânica: Aderência produzida pela penetração e endurecimento do cimento nos poros
do suporte e da peça (EN 1348 [76]).
Aderência química: Aderência produzida pela presença de resinas. Se a peça ou o suporte não
tiverem absorção, a aderência mecânica é muito fraca, pelo que terá de haver aderência química (EN
1348 [76]).
Aditivo: Material inorgânico finamente dividido, que pode ser adicionado à argamassa com o objetivo
de obter ou melhorar propriedades específicas (EN 13318 [66], EN 998-1 [39]).
Adjuvante: Material orgânico ou inorgânico adicionado em pequenas quantidades com o objetivo de
modificar as propriedades da argamassa fresca ou endurecida (EN 13318 [66], EN 998-1 [39]).
Agregados: Material granular que não intervém na reação de endurecimento da argamassa (EN 998-
1 [39]).
Alvenaria: Conjunto de pedras, de tijolos ou de blocos, com ou sem argamassa, que forma paredes,
muros e alicerces. Quando esse conjunto sustenta a edificação, denomina-se alvenaria estrutural
[77].
Argamassa: Mistura de um ou mais ligantes orgânicos ou inorgânicos, agregados, cargas, aditivos
e/ou adjuvantes (EN 13888 [33]).
Argamassa de junta: Argamassa para enchimento (betumação) das juntas entre elementos de
alvenaria, revestimentos cerâmicos e outros (EN 13888 [33]).
Argamassa de cimento (CG): Misturas de ligantes hidráulicos, agregados e aditivos inorgânicos, que
são misturados com água ou com aditivos líquidos, imediatamente antes da utilização São
designadas como do tipo CG (EN 13888 [33]).
Argamassas de resinas de reação (RG): Misturas de resinas sintéticas, cargas minerais e aditivos
orgânicos, em que o endurecimento ocorre por meio de uma reação química. São designadas como
do tipo RG (EN 13888 [33]).
Arquiteto: O que desenha projetos de edifícios ou conjuntos, dirige a construção segundo a arte de
construir. Profissão exigindo habilitações, qualificações, responsabilidade e conduta, à qual são
atribuídos certos atos próprios e missões profissionais, no âmbito da Arquitetura, do Urbanismo, da
gestão e avaliação dos edifícios, de reabilitação, renovação e restauro do património, da direção e
fiscalização de obras, e do desenho urbano, visando a qualidade e a significação cultural do quadro
construído da vida humana [11].
A 2
Assentar: Colocar como base e sobre base. Diz-se também para todos os revestimentos: assentar o
reboco, assentar azulejo, assentar ladrilhos [77].
Autor do projeto: O técnico que elabora e subscreve, com autonomia, o projeto, os projetos
parcelares ou parte de projeto e subscreve as declarações e os termos de responsabilidade
respetivos, devendo, nos projetos que elabora, assegurar o cumprimento das disposições legais e
regulamentares aplicáveis [23].
Caderno de encargos: Parte do projeto em que se descrevem os vários trabalhos a executar, as
condições e especificações técnicas da sua execução e ainda o regime contratual e jurídico da
execução da obra. Divide-se em condições técnicas, gerais, especiais e condições jurídicas. Também
se pode referir às condições estipuladas nas regras de um concurso de Arquitetura referentes à
participação dos concorrentes [11].
Camada de impermeabilização: Camada contínua de material impermeável, que tem a função de
evitar a passagem de água. Pode ser ou não permeável à difusão de vapor de água [15].
Camada de isolamento: Camada que tem a função de limitar o fluxo de calor, ou a transmissão de
som através do revestimento cerâmico [15].
Camada de regularização: Aplicação de material sobre o suporte (parede), de modo a obter a
planearidade vertical necessária [15].
Camada de reforço: Camada que tem a função de reforçar a camada de revestimento cerâmico /
regularização. Perfis, arames, redes ou fibras são adicionadas às argamassas, ou incorporadas num
reboco ou no sistema, com o objetivo de aumentar a sua resistência mecânica [15].
Camada de revestimento: Ladrilho cerâmico aplicado no pavimento e na parede [15].
Camada fina: Aplicação que se realiza sobre uma camada de regularização ou nivelamento do
suporte [12].
Camada grossa: Sistema tradicional de aplicação do ladrilho sobre o suporte, com uma espessura
generosa. Este método é incompatível com ladrilhos de baixa porosidade (grés porcelânico ou
ladrilhos com absorção de água menor do que 3%) e com suportes de baixa porosidade
(revestimentos existentes de cerâmica ou pedra natural) ou superfícies muito lisas. Com esta técnica
não se garantem valores mínimos de aderência, pelo que não se recomenda em exteriores ou quando
se utiliza ladrilhos de formato maior de 35x35 m [5].
Cimento: Aglomerante obtido a partir do cozimento de calcários naturais ou artificiais. Misturado com
água, forma um composto que endurece em contacto com o ar. É usado com cal e areia na
composição das argamassas. O cimento de uso mais frequente hoje é o Portland, cujas
características são resistência e solidificação em tempo curto [78].
Cimento-cola (C): Mistura de ligantes hidráulicos, cargas, polímeros e outros aditivos orgânicos
utilizados para colar materiais de revestimento. É designado como do tipo C (NP EN 12004 [32]).
A 3
Cliente ou dono da obra: Pessoa, sociedade, ou entidade legal, que encomenda ou encarrega o
arquiteto da prestação de serviços profissionais e que é responsável pelo seu programa [11].
Colas para ladrilhos cerâmicos: Colas para aplicações interiores e exteriores de ladrilhos cerâmicos
em pavimentos, paredes e tetos. A classificação apresentada na norma NP EN 12004 [32] distingue
três tipos de colas, para ladrilhos cerâmicos, em função da sua composição química: cimentos-cola
(C), colas em dispersão aquosa (D) e colas de resina de reação (R).
Cola em dispersão aquosa (D): Argamassa à base de polímeros em dispersão utilizada para a
colagem de materiais de revestimento. É designada como do tipo D (NP EN 12004 [32]).
Cola de resina de reação (R): Argamassa de dois componentes reativos para a colagem de
materiais. É designada como do tipo R (NP EN 12004 [32]).
Colagem direta: Aplicação do ladrilho, aderido por colagem diretamente a um suporte estrutural [12].
Colagem dupla: Barramento no suporte e na peça (no tardoz). Serve para reforçar a resistência da
colagem [2].
Colagem simples: Colagem por aplicação de cola no suporte onde se aplicará a peça cerâmica [2].
Conceção: Tarefa que consiste na elaboração do projeto ou plano a partir de um programa definido /
aprovado pelo promotor, configurando o carácter e a forma da obra final. Executada por fases, de
definição progressivamente mais detalhada [11].
Construtor: Aquele que executa fisicamente trabalhos de construção, geralmente sobre a base de
um projeto concebido por um profissional de desenho ou empresa projetista e por encomenda de um
promotor. É responsável pela receção e aplicação de materiais, produtos, equipamentos e instalações
especificados no projeto e pela boa execução [11].
Coordenador do projeto: O técnico a quem compete, satisfazendo as condições exigíveis ao autor
de projeto, garantir a adequada articulação da equipa de projeto em função das características da
obra, assegurando a participação dos técnicos autores, a compatibilidade entre os diversos projetos
necessários e o cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis a cada
especialidade [23].
Desempenho: Comportamento em uso de uma edificação e dos seus sistemas [57].
Dilatação: Aumento de dimensão. Aumento do volume dos corpos, principalmente a partir da acção
do calor. Os projetos de engenharia e arquitetura trabalham com previsões de dilatação dos materiais
e dos elementos envolvidos numa estrutura de construção. Ver junta de dilatação [78].
Durabilidade: Capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao
longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas. Nota - Durabilidade é utilizado
A 4
como termo qualitativo para expressar a condição em que a edificação ou os seus sistemas mantêm o
seu desempenho requerido durante a vida útil [57].
Eflorescência: Formação de cristais de sais à superfície de uma argamassa (EN 13318 [66]).
Equipa de projeto: A equipa multidisciplinar, tendo por finalidade a elaboração de um projeto
contratado pelo Dono da Obra ou especialmente regulamentado por lei ou previsto em procedimento
contratual público, constituída por vários autores de projeto e orientada por coordenador de projeto,
cumprindo os correspondentes deveres [23].
Engenheiro (Civil): Profissão exigindo habilitações, qualificações, responsabilidade e conduta, à qual
são atribuídos certos atos próprios e missões profissionais de cálculo, desenho, construção, direção e
fiscalização das respetivas obras ou infra-estruturas, e da participação no ordenamento do território,
visando a qualidade técnico-económica das soluções. Projetista responsável pela conceção dos
sistemas e instalações e pela gestão das respetivas obras [11].
Emboço: Primeira camada de reboco de argamassa que se aplica numa parede [78].
Empreitada: Forma de contrato entre um dono de obra e um construtor (empreiteiro) através do qual
este fornece a obra concluída incluindo todos os trabalhos necessários, materiais e equipamento de
acordo com um projeto, num determinado prazo e um determinado preço [11].
Empreiteiro: Construtor que efetua trabalhos de construção por empreitada [11].
Especificações técnicas: Determinação do projeto ou de normas técnicas indicando certas
características físicas de produtos da construção (dimensões, qualidade, funcionamento, entre outras)
[11].
Especificações de desempenho: Conjunto de requisitos e critérios de desempenho estabelecido
para a edificação ou seus sistemas. As especificações de desempenho são uma expressão das
funções exigidas da edificação ou de seus sistemas e que correspondem a um uso claramente
definido; no caso da Norma NBR 15575-1, referem-se ao uso habitacional de edificações [57].
Estereotomia: Significa etimologicamente corte de sólidos e consiste na técnica de corte dos
materiais de construção de forma a adaptarem-se corretamente à construção [77].
Estudo prévio: Documento elaborado pelo projetista, depois da aprovação do programa base,
visando a opção pela solução que melhor se ajuste ao programa, essencialmente no que respeita à
conceção geral da obra [23].
Exigências técnicas: Especificações quanto a padrões de qualidade, fiabilidade, segurança,
estabilidade, sanidade e condicionantes definidas em normas e regulamentos [11].
Fachada: Face exterior de um edifício ou de uma construção, que se distingue pela sua posição;
anterior posterior ou lateral [78].
A 5
Fiscalização: Exame da qualidade dos trabalhos, verificando a conformidade com as especificações,
controlando e certificando as operações principais da construção [11].
Fornecedor: Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços [57].
Grés porcelânico: Material de altas prestações técnicas, caracterizado por se aproximar, mais do
que nenhum outro produto cerâmico, do conceito de rocha ou pedra natural. É um material vitrificado
em toda a sua massa e apresenta como característica essencial uma porosidade extremamente baixa
E ≤ 0.5%, que lhe confere excelentes propriedades mecânicas e químicas, resistente à geada, logo
bastante útil para uso como pavimento ou revestimento exterior em zonas frias. Tem, ainda, uma
grande resistência ao ataque de agentes químicos e produtos de limpeza e uma boa resistência à
abrasão [2].
Impermeabilidade: Capacidade de uma argamassa para prevenir a entrada de água no substrato,
sob uma certa pressão [W3].
Infiltração: Acção de líquidos no interior das estruturas construídas. Existem dois tipos básicos: de
fora para dentro, quando se refere aos danos causados pelas chuvas ou pelo lençol freático; e de
dentro para fora, quando a construção sofre os efeitos de vazamentos ou problemas no sistema
hidráulico [W3].
Insolação: Quantidade de energia térmica proveniente dos raios solares recebida por uma
construção [W3].
Isolamento: Recurso para resguardar um ambiente do calor, do som e da humidade [W3].
Junta de contorno / periférica: Juntas de movimento para isolar o revestimento cerâmico dos
elementos construtivos adjacentes [12].
Junta de dilatação: Junta que se deixa para permitir as dilatações e contrações do material para
evitar fendas [78].
Junta de assentamento: Espaço regular entre duas peças de revestimentos adjacentes [20].
Junta de movimento: Descontinuidade / interrupção entre ladrilhos, substratos ou nos suportes,
projetadas para acomodar movimentos. São classificadas em juntas estruturais, periféricas/de
contorno e intermédias / fracionamento / esquartelamento [12; 26].
Junta estrutural: Juntas de movimento no revestimento cerâmico que correspondem a uma junta
estrutural da base; as juntas estruturais do revestimento devem ser posicionadas em correspondência
com as juntas estruturais do suporte, em toda a sua espessura. A largura das juntas estruturais deve
ter em conta que as juntas são correspondentes a juntas na estrutura [15].
A 6
Junta intermédia / fracionamento / esquartelamento: Junta que divide uma grande área de
revestimento cerâmico em áreas menores [12].
Ladrilho: Peça quadrada ou retangular, com pouca espessura, de cerâmica, barro cozido, cimento,
mármore, pedra, arenito ou metal [W3].
Ladrilho extrudido: Ladrilho conformado no estado plástico por uma extrusora, sendo a coluna
obtida cortada em peças de dimensões predeterminadas (NP EN 14411 [30]).
Ladrilhos prensados a seco: Ladrilhos conformados a partir de uma mistura finamente moída,
conformada por prensagem e moldes (NP EN 14411 [30]).
Laje: Estrutura plana e geralmente horizontal de pedra ou betão armado, apoiada em vigas e pilares,
que divide os pavimentos da construção [78].
Manual de operação, uso e manutenção: Documento que reúne apropriadamente todas às
informações necessárias para orientar as atividades de operação, uso e manutenção da edificação
[57].
Manutenção: Conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação para
conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes de atender as
necessidades e segurança dos seus usuários [57].
Manutenibilidade: Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser mantido ou
recolocado no estado no qual possa executar suas funções requeridas, sob condições de uso
especificadas, quando a manutenção é executada sob condições determinadas, procedimentos e
meios prescritos [57].
Norma de desempenho: Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para uma edificação
habitacional e seus sistemas, com base em exigências do usuário, independentemente da sua forma
ou dos materiais constituintes [57].
Norma prescritiva: Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um produto ou um
procedimento específico, com base na consagração do uso ao longo do tempo [57].
Normas técnicas: Especificações aprovadas por uma autoridade competente relativas às
construções ou aos produtos, técnicas ou processos construtivos destinadas a garantir a qualidade, a
prevenir acidentes, a rentabilizar o uso ou a garantir o interesse do utilizador, a sua segurança ou
conforto, cuja observância pode não ser legalmente obrigatória [11].
Orçamento: Previsão rigorosa do custo da construção baseada na medição de todos os trabalhos a
efetuar, considerando os preços compostos de cada trabalho (matéria prima e mão-de-obra [11].
Operação: Conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a finalidade
de manter a edificação em funcionamento adequado [57].
A 7
Orientação: Fixação da planta de um edifício em relação aos pontos cardeais ou a qualquer
referencial predeterminado ou conhecido [77].
Paramento: Face interior ou exterior de uma parede [78].
Parapeito: Parede ou resguardo elevado à altura do peito, utilizado em janelas, terraços, pontes [77].
Parede: Vedação vertical de qualquer espaço, geralmente construído em alvenaria. Na arquitetura
atual, existem dois tipos de parede: as estruturais, que têm uma função resistente, e as de
enchimento, que constituem as divisórias de compartimentos. [77].
Peças do projeto: Os documentos, escritos ou desenhados que caracterizam as diferentes partes de
um projeto [23].
Peitoril: Pedra ou tábua que assenta na parte superior dos parapeitos das janelas [78].
Permeabilidade ao vapor de água: Fluxo de vapor de água que atravessa a argamassa, em
condições de equilíbrio, por unidade de superfície e pressão de vapor (CSN EN 1015-19 [79]).
Pilar: Elemento estrutural vertical de betão, madeira, pedra ou alvenaria. Quando é circular, recebe o
nome de coluna [78].
Piso: Pavimento revestido; cada um dos pavimentos sobrepostos de um edifício, exceto o primeiro
que também pode ter o nome de rés-do-chão [78].
Poder molhante: Capacidade de uma camada de argamassa aplicada para molhar a peça cerâmica
(EN 1347 [80]).
Primário: Material fluido aplicado sob a forma de uma camada fina, que tem a função de tornar o
suporte adequado para a aplicação, isolando, eventualmente, o cimento-cola de um contacto direto
com a superfície do suporte, reduzindo a absorção do próprio suporte e, eventualmente, a
consolidação da superfície da aplicação [15].
Projeto: O conjunto de documentos escritos e desenhados que definem e caracterizam a conceção
funcional, estética e construtiva de uma obra, compreendendo, designadamente, o projeto de
arquitetura e projetos de engenharia [11].
Projeto base ou ante-projeto: Documento a elaborar pelo projetista, correspondente ao
desenvolvimento do estudo prévio aprovado pelo dono da obra, destinado a estabelecer, em
definitivo, as bases a que deve obedecer a continuação do estudo sob a forma de projeto de
execução [23].
Projeto de execução: Documento elaborado pelo projetista, a partir do estudo prévio ou do ante-
projecto aprovado pelo dono da obra, destinado a facultar todos os elementos necessários à definição
rigorosa dos trabalhos a executar [23].
A 8
Projeto de licenciamento: Fase do projeto destinada à representação final do conjunto de
informações técnicas destinadas à análise e aprovação pelas autoridades competentes e obtenção de
alvarás ou licenças [11].
Projetista: Entidade singular ou coletiva que assume a responsabilidade pela elaboração de projeto
ou programa, no âmbito, ou tendo em vista, a realização de um procedimento pré-contratual público
[23].
Reboco: Mistura de cal e/ou cimento e areia que serve de aparelho nas paredes e tetos para depois
serem pintadas [78].
Regulamento: Conjunto de normas legais (técnicas, urbanísticas) aplicáveis a uma situação
construtiva. Aprofundamento ou particularização de uma lei ou norma geral de cumprimento
obrigatório. Instrumentos de regulação de uma atividade. Pode referir-se ao conjunto de normas e
procedimentos requeridos no exercício da profissão, instituído por lei ou por autoridade competente
[11].
Remate: Ornamento esculpido ou moldado que coroa qualquer obra arquitetónica [78].
Requisitos de desempenho: Condições que expressam qualitativamente os atributos que a
edificação habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam satisfazer as exigências
do usuário [57].
Resistência à abrasão: Resistência ao desgaste da superfície de uma argamassa endurecida, por
acção mecânica (ISO 7784-2 [81]) (EN 12808-2 [82]).
Resistência à compressão: Força máxima por unidade de área suportada por uma argamassa
endurecida, quando sujeita a uma força de compressão [83].
Resistência à flexão: Tensão de rotura de uma argamassa, determinada pela aplicação de uma
força de flexão em três pontos (EN 1015-11 [83]) (EN 13888 [33]).
Resistência à tração: Capacidade (da superfície) da argamassa para resistir a uma força de tração
aplicada perpendicularmente à sua superfície (EN 1348 [84]) (EN 1015-12 [85]) (EN 12636 [86]).
Resistência ao corte: Resistência determinada pela aplicação de uma força exercida paralelamente
ao plano de aderência (EN12615) [87].
Retardador: Adjuvante que retarda o início da presa (EN 13318 [66]).
Retenção de água: Capacidade de uma argamassa hidráulica fresca para reter a água de
amassadura, quando exposta à sucção do suporte, permitindo o seu endurecimento normal (EN
1015-8 [88]).
Retração: Redução do volume de uma argamassa, sem suporte, durante o seu endurecimento (EN
12808-4 [89]).
A 9
Revestimento: Materiais que são aplicados sobre as superfícies toscas e que são responsáveis pelo
acabamento [78].
Rugosidade: Característica da textura da superfície de uma argamassa [W3].
Rotura adesiva: Rotura que ocorre na interface entre a argamassa e o suporte, ou material,
associado. O valor obtido equivale à aderência [W3].
Rotura coesiva: Rotura que ocorre no interior da argamassa (a resistência desta é inferior à do
suporte) ou rotura que ocorre no suporte (onde a resistência da argamassa é superior à do suporte)
[W3].
Soleira: Parte inferior sob a porta ou janela (exceto janela de peito) que suporta as ombreiras do vão
[78].
Suporte: Superfície na qual se aplica a argamassa. Reboco mineral ou orgânico ou pintura (EN
13499 [90]).
Tempo aberto: Intervalo de tempo máximo, após a aplicação de uma cola, até ao qual as peças
cerâmicas podem ser coladas sem diminuição das propriedades adesivas da cola [2].
Tempo de ajustabilidade: Intervalo de tempo máximo durante o qual se pode ajustar a posição de
uma peça cerâmica aplicada sobre uma camada de cola, sem esta perder a sua capacidade de
colagem [2].
Tempo de armazenamento (validade): Período de tempo durante o qual uma argamassa,
armazenada em condições definidas, conserva as suas propriedades de aplicação (NP EN 12004
[32]).
Tempo de colocação em serviço: Tempo mínimo necessário, depois da colocação, para poder
circular. Distinguem-se 3 casos: tempo para fazer juntas, para circulação e para tráfego intenso [2].
Tempo de endurecimento: Intervalo de tempo necessário para que uma argamassa desenvolva a
sua resistência. Na prática, corresponde ao tempo necessário à sua utilização em serviço [2].
Tempo de presa: Intervalo de tempo que decorre desde o início até ao final do processo de
endurecimento de um produto. A presa é produzida pela reação do cimento com a água (NP EN 196-
3 [91]).
Tempo de repouso do amassado: Tempo mínimo necessário desde a mistura de uma argamassa
até à sua aplicação [2].
Tempo de vida: Período de tempo após a amassadura, durante o qual a argamassa é utilizável (EN
1015-9) [2].
A 10
Tempo de vida do amassado: Intervalo de tempo máximo durante o qual uma argamassa pode ser
utilizada, após a sua mistura com água [2].
Terracota: É um material constituído por argila cozida no forno, sem ser vidrada. A terracota
caracteriza-se pela queima em torno de 900 °C, apresentando baixa resistência mecânica e alta
porosidade, necessitando um acabamento com camada vítrea para torná-la impermeável [77].
Textura: Efeito plástico. Massa, tinta, ou qualquer material empregado para revestir uma superfície,
deixando-a áspera [77].
Tijolo: Peça de barro cozido usada na alvenaria. Tem forma de paralelepípedo retangular com
espessura igual a metade da largura que, por sua vez, é igual a metade do comprimento [78].
Trabalhabilidade: Aptidão e facilidade do betão para a sua colocação na obra [78].
Transferência: Propriedade da cola a deformar-se sobre a peça, de modo a obter uma superfície de
contacto suporte / cola / peça máxima. Depende da espessura da cola, da pressão feita sobre a peça
e do tempo aberto. Quanto mais tempo decorrer entre o espalhamento da cola e a colocação das
peças, mais difícil será a sua transferência, pelo que deverá ser exercida maior pressão [W3].
Vida útil (VU): Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades
para as quais foram projetados e construídos considerando a periodicidade e correta execução dos
processos de manutenção especificados no respetivo manual de uso, operação e manutenção (a vida
útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal e certificada) [57].
Vida Útil de Projeto (VUP): Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de
atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta norma, considerando o atendimento aos
requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o
cumprimento da periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no
respetivo manual de uso, operação e manutenção (a VUP não deve ser confundida com tempo de
vida útil, durabilidade, prazo de garantia legal e certificada) [57].
Viga: Elemento construtivo resistente, em geral horizontal e comprido, que normalmente suporta
outras vigas ou pavimentos e se apoia em pilares, muros ou paredes; pode ser de madeira, ferro, aço,
betão armado ou betão pré-esforçado [78].
Vitrificar: Fazer com que algo adquira a aparência ou caraterística do vidro [78].
Volume: Espaço ocupado por uma edificação [77].
A 11
Anexo B - Questionário sobre o projeto de revestimentos de fachada
O presente questionário insere-se no âmbito de uma dissertação de Mestrado em Construção e
Reabilitação do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, e tem como objetivo o estudo
da prática do projeto de revestimentos de fachadas em Portugal, em particular dos revestimentos
cerâmicos aderentes.
Gostaríamos muito de contar com o seu contributo para o mesmo, preenchendo este breve
questionário, que não lhe tomará mais do que 10-15 minutos do seu tempo.
Este questionário é completamente anónimo e de carácter académico. No final do estudo, os
resultados serão disponibilizados aos participantes.
Informação adicional, comentários ou sugestões serão bem-vindos e podem ser enviados para o
seguinte contacto [email protected]
Obrigado por colaborar neste questionário, que é fundamental para a realização deste trabalho.
Questão 1 - Relativo à sua atividade profissional □ Arquiteto □ Desenhador ou preparador □ Engenheiro Civil □ Fornecedor de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas □ Profissional em empresa de construção civil □ Profissional em empresa de fiscalização □ Medidor orçamentista □ Trabalhador por conta própria □ Trabalhador por conta de outrém
Questão 2 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de anos de experiência na função ou atividade? osuperior a 1 ano osuperior a 5 anos osuperior a 10 anos
Questão 3 - Competências técnicas e profissionais – Qual o número de obras projetadas e acompanhadas? osuperior a 1 obra osuperior a 5 obras osuperior a 10 obras
Questão 4 - Pertence a alguma ordem ou associação profissional? oNão oSim
Questão 5 - Por favor, indique os nomes da ordem ou associação profissional a que pertence. □ Ordem dos Arquitetos □ Ordem dos Engenheiros □ Ordem dos Engenheiros Técnicos □ outro(s) Especifique:_______________________________________________________________ Questão 6 - Tem conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas? oSim oNão
Questão 7 - Se sim, onde? □Portugal □outro(s) país(es) __________________________________________________________
A 12
Questão 8 - Quais os revestimentos? oTodos os revestimentos oAlguns revestimentos – quais? _______________________________________________________
Questão 9 - Julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal? oSim. Porquê?____________________________________________________________________ oNão. Porquê?____________________________________________________________________
Questão 10 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de execução?
Muito importante
Importante Pouco importante
Nada Importante
Não sei Não desejo responder
• Memória descritiva o o o o o o • Medições e mapa de quantidades
o o o o o o
• Peças desenhadas (Esc 1/50;1/100)
o o o o o o
• Caderno de encargos o o o o o o • Mapa de acabamentos o o o o o o • Pormenores de execução (Esc.1/20;1/10;1/5)
o o o o o o
• Alçados com estereotomia do revestimento (Esc.1/20)
o o o o o o
Questão 11 - Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada?
Desconheço Excelente
o1 o2 o3 o4 o5
Questão 12 - Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, como descreveria a prática do projeto de revestimentos de fachada em Portugal? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis) O projeto de revestimentos de fachada, nomeadamente de revestimentos cerâmicos: □ Reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da qualidade dos revestimentos nas condições particulares de cada obra □ Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria ser realizada por mais profissionais □ Contribui para a redução de anomalias nas fachadas dos edifícios □ Contribui para antecipar problemas que possam existir na obra □ É uma prática dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada □ Não sei □ Outra (s). Especifique:______________________________________________________________
Questão 13 - Onde costuma procurar / encontrar informações sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis). □ Revistas da especialidade □ Internet □ Congressos e palestras □ Manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos (ex. APICER) □Manuais de aplicação de fabricantes de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas □ Normas e documentação técnica do LNEC □ Não sei □ Outra (s). Especifique:______________________________________________________________
A 13
Questão 14 - Numa escala de um (1) a (7) (sendo um menos importante e sete muito importante), por favor, indique o quão importante são para si os seguintes aspetos na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos? 1 2 3 4 5 6 7 • Escolha de materiais compatíveis entre si o o o o o o o • Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos
o o o o o o o
• Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais
o o o o o o o
• Cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes)
o o o o o o o
• Prescrição de colagem dupla em vez de simples o o o o o o o • Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico o o o o o o o • Estereotomia conforme com as características do suporte
o o o o o o o
• Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
o o o o o o o
• Outra, especifique_____________________________ o o o o o o o
Questão 15 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes características quando especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
Muito importante
Importante Pouco importante
Nada Importante
Não sei
Não desejo responder
• É de uma marca que eu conheço o o o o o o • Tem uma boa relação qualidade preço
o o o o o o
• É pouco dispendioso o o o o o o • Grau de absorção da peça cerâmica o o o o o o • Coeficiente de absorção da radiação solar do revestimento cerâmico
o o o o o o
• Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura
o o o o o o
• Dimensão e geometria do ladrilho o o o o o o • É fácil de limpar o o o o o o
Questão 16 - Qual a importância que atribui a cada um dos seguintes fatores quando especifica um revestimento cerâmico numa fachada? Muito
importante Importante Pouco
importante Nada Importante
Não sei
Não desejo responder
• Orientação solar da fachada o o o o o o • Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado
o o o o o o
• Humidade do suporte o o o o o o • Deformações excessivas do suporte o o o o o o • A altura da fachada e dimensão da área aplicada
o o o o o o
Questão 17 - Quais são os critérios básicos que utiliza para dimensionar a abertura das juntas de movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimentos cerâmicos aderentes? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
□ Utilizo a experiência de outras obras □ Sigo recomendações dadas por fornecedores □ Sigo recomendações dadas por normas e documentação técnica □ Não sei □ Outra(s). Especifique:______________________________________________________________
A 14
Questão 18 - Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada? oSim oNão
Questão 19 - Se sim, de quais? _________________________________________________________________________________
Questão 20 - Calculou a dimensão da abertura destas juntas em que % das obras em que este revestimento foi usado em fachadas: o<25% das obras o25%-50% das obras o50%-75% das obras o75%-100% das obras
Questão 21 - Na especificação do material de preenchimento das juntas, quais são os critérios que utiliza? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis) □ Custo do produto □ Âmbito de aplicação do produto (ex.: exteriores e dimensão da junta) □ Especifico o preenchimento das juntas com material de deformabilidade compatível com as peças colocadas □ Especifico o preenchimento das juntas com material impermeável e com resistência ao desenvolvimento de microrganismos □ Não sei □ Outra(s). Especifique:______________________________________________________________
Questão 22 - Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base nos aspetos positivos e negativos da sua experiência; em termos de dimensão dos edifícios e de cada revestimento) __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Para terminar este questionário por favor ajude-nos a caracterizá-lo (la), selecionando a resposta que melhor o(a) identifica:
Questão 23 - Escalão etário: o24 ou menos o25 a 34 anos o35 a 44 anos o45 a 54 anos o55 a 64 anos o65 anos ou mais
Questão 24 - Sexo: oFeminino oMasculino
Questão 25 – Distrito de residência:____________________________________________________
Questão 26 – Nível de escolaridade: oEnsino secundário oEnsino médio ou profissional oBacharelato ou Licenciatura oPós-graduação ou Mestrado oDoutoramento
Muito obrigada pelo tempo que disponibilizou para o preenchimento deste questionário. O seu contributo é muito importante para o sucesso deste estudo.
A 15
Anexo C – Resultados dos questionários - Amostra A - 257 inquiridos:
Questão 1 - Relativo à sua atividade profissional
# Questão
Respostas % 1 Arquiteto
131 51%
6 Desenhador ou preparador
13 5%
2 Engenheiro Civil
89 35%
7
Fornecedor de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
4 2%
5 Medidor orçamentista
18 7%
3 Profissional em empresa de construção civil
22 9%
4 Profissional em empresa de fiscalização
3 1%
9 Trabalhador por conta de outrem
25 10%
8 Trabalhador por conta própria
25 10%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 9 Total de respostas 255
Questão 2 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de anos de experiência na função ou atividade?
# Questão 2
Respostas % 1 superior a 1 ano
36 14%
2 superior a 5 anos
80 31%
3 superior a 10 anos
140 55%
Total 256 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 3 Média 2.41 Variância 0.52 Desvio padrão 0.72 Total de respostas 256
Questão 3 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de obras projetadas e acompanhadas?
# Answer
Respostas % 1 superior a 1 obra
36 14%
2 superior a 5 obras
45 18%
3 superior a 10 obras
171 68%
Total 252 100%
A 16
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 3 Média 2.54 Variância 0.54 Desvio padrão 0.73 Total de respostas 252
Questão 4 - Pertence a alguma ordem ou associação profissional?
# Questão
Respostas % 1 Sim
217 84%
2 Não
40 16%
Total 257 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.16 Variância 0.13 Desvio padrão 0.36 Total de respostas 257
Questão 5 - Por favor, indique os nomes da ordem ou associação profissional a que pertence.
# Questão
Respostas % 1 Ordem dos Arquitetos
124 57%
2 Ordem dos Engenheiros
71 33%
3 Ordem dos Engenheiros Técnicos
21 10%
4 outra(s) Especifique:
6 3%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 4 Total de respostas 217
Questão 6 - Tem conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas?
# Questão Respostas % 1 Sim
126 49%
2 Não
131 51%
Total 257 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.51 Variância 0.25 Desvio padrão 0.50 Total de respostas 257
Questão 7 - Se sim, onde?
# Questão
Respostas % 1 Portugal
108 87%
2 outro(s) país(es)
47 38%
Outro(s)países: Alemanha, Angola, Brasil, China, Espanha, Reino Unido, Suíça, Suécia, Turquia. Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Total de respostas 124
A 17
Questão 8 - Quais os revestimentos?
# Questão
Respostas %
1 Todos os revestimentos
79 63%
2 Alguns revestimentos. Quais?
46 37%
Total 125 100%
Alguns revestimentos. Quais?
Vidro, pedra, resinas, cimentícios, cerâmicos, metal, madeira e derivados, fenólicos, acrílico, betão pré-fabricado, rebocos tradicionais, ETICS, Rebocos Armados, fachada ventilada - painéis cerâmicos, argamassas e pintura, revestimentos metálicos: alumínio, chapa zincada, mosaico, azulejo, barramentos, argamassas especiais, betão projetado, pastilha, pedra, marmorite, fibrocimento, painéis compósitos, cortiça, painéis de Madeira com cimento, chapas metálicas, chapas metálicas, ETCIS, fachadas, pedra natural colada em painéis de ninho de abelha.
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.37 Variância 0.23 Desvio padrão 0.48 Total de respostas 125
Questão 9 - Julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal?
# Questão
Respostas % 1 Sim. Porquê?
210 85%
2 Não. Porquê?
37 15%
Total 247 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.15 Variância 0.13 Desvio padrão 0.36 Total de respostas 247
Questão 10 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de execução?
# Questão Muito importante
Importante Pouco importante
Nada importante
Não sei
Não desejo responder
Total de respostas
Média
1 Memória descritiva 107 122 26 0 0 1 256 1.70
2 Medições e mapa de quantidades
182 67 5 1 0 0 255 1.31
3 Peças desenhadas (Esc 1/50;1/100)
195 57 3 1 0 0 256 1.26
4 Caderno de encargos
150 89 13 1 0 1 254 1.48
5 Mapa de acabamentos
155 81 18 0 0 0 254 1.46
6 Pormenores de execução (Esc.1/20;1/10;1/5)
206 43 7 0 0 0 256 1.22
7
Alçados com estereotomia do revestimento (Esc.1/20)
143 90 19 2 0 3 257 1.58
A 18
# Questão Muito importante
Importante Pouco importante
Nada importante
Não sei Não desejo responder
1 Memória descritiva 42% 48% 10% 0% 0% 0%
2 Medições e mapa de quantidades
71% 26% 2% 0% 0% 0%
3 Peças desenhadas (Esc 1/50;1/100)
76% 22% 1% 0% 0% 0%
4 Caderno de encargos
59% 35% 5% 0% 0% 0%
5 Mapa de acabamentos
61% 32% 7% 0% 0% 0%
6 Pormenores de execução (Esc.1/20;1/10;1/5)
80% 17% 3% 0% 0% 0%
7
Alçados com estereotomia do revestimento (Esc.1/20)
56% 35% 7% 1% 0% 1%
Estatística #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 Valor mínimo 1 1 1 1 1 1 1 Valor máximo 6 4 4 6 3 3 6 Média 1.70 1.31 1.26 1.48 1.46 1.22 1.58 Variância 0.49 0.28 0.24 0.46 0.39 0.23 0.67 Desvio padrão
0.70 0.53 0.49 0.68 0.63 0.48 0.82
Total de respostas
256 255 256 254 254 256 257
Questão 11 - Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada?
# Questão Valor mínimo
Valor máximo Valor médio Desvio padrão
Respostas
1
Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada?
0.00 5.00 2.51 1.38 218
Questão 12 - Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, como descreveria a prática do projeto de revestimentos de fachada em Portugal? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis). O projeto de revestimentos de fachada, nomeadamente de revestimentos cerâmicos:
# Questão Respostas %
1 Reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da qualidade dos revestimentos cerâmicos nas condições particulares de cada obra
65 25%
2 Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria ser realizada por mais profissionais
137 54%
3 Contribui para a redução de anomalias nas fachadas dos edifícios
127 50%
4 Contribui para antecipar problemas que possam existir na obra
93 36%
5 É uma prática dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada
6 2%
6 Não sei
51 20%
7 Outra (s). Especifique:
14 5%
Estatística Value Valor mínimo 1 Valor máximo 7 Total de respostas 255
A 19
Questão 13 - Onde costuma procurar/ encontrar informações sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis).
# Questão Respostas % 1 Revistas da especialidade
82 32%
2 Internet
158 62%
3 Congressos e palestras
41 16%
4 Manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos (ex. APICER)
119 46%
5 Manuais de aplicação de fabricantes de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
180 70%
6 Normas e documentação técnica do LNEC
107 42%
7 Não sei
21 8%
8 Outra (s). Especifique:
15 6%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 8 Total de respostas 256
Os inquiridos que responderam outra (s) mencionaram:
• consulta de consultores da especialidade; consulta de técnicos e fabricantes; manuais e fichas técnicas de materiais e acessórios para aplicação de revestimentos cerâmicos; bom senso e experiência.
Questão 14 - Numa escala de um (1) a (7) (sendo um menos importante e sete muito importante), por favor, indique o quão importante são para si os seguintes aspetos na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos?
# Questão 1 2 3 4 5 6 7 Total de respostas
Média
1 • Escolha de materiais compatíveis entre si
3 0 7 12 28 66 134 250 6.18
2 • Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos
2 1 3 10 40 83 111 250 6.11
3 • Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais
3 2 7 20 54 66 100 252 5.85
4
• Cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes);
3 1 6 12 54 78 97 251 5.93
5 • Prescrição de colagem dupla em vez de simples
4 4 11 36 74 66 56 251 5.37
6 • Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico
3 3 12 31 69 76 57 251 5.45
7 • Estereotomia conforme com as características do suporte
4 1 12 20 55 78 80 250 5.70
8 • Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
5 2 1 11 38 80 113 250 6.07
9 • Outra, especifique 1 0 0 1 4 4 15 25 6.16
A 20
# Questão 1 2 3 4 5 6 7
1 • Escolha de materiais compatíveis entre si
1% 0% 3% 5% 11% 26% 54%
2 • Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos
1% 0% 1% 4% 16% 33% 44%
3 • Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais
1% 1% 3% 8% 21% 26% 40%
4
• Cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes);
1% 0% 2% 5% 22% 31% 39%
5 • Prescrição de colagem dupla em vez de simples
2% 2% 4% 14% 29% 26% 22%
6 • Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico
1% 1% 5% 12% 27% 30% 23%
7 • Estereotomia conforme com as características do suporte
2% 0% 5% 8% 22% 31% 32%
8 • Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
2% 1% 0% 4% 15% 32% 45%
9 • Outra, especifique 4% 0% 0% 4% 16% 16% 60% Estatística #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 Valor mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Valor máximo 7 7 7 7 7 7 7 7 7 Média 6.18 6.11 5.85 5.93 5.37 5.45 5.70 6.07 6.16 Variância 1.36 1.13 1.59 1.37 1.75 1.62 1.67 1.45 5.52 Desvio padrão 1.17 1.06 1.26 1.17 1.32 1.27 1.29 1.20 2.35 Total de respostas
250 250 252 251 251 251 250 250 28
Questão 15 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes características quando especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
# Questão Muito Importante
Importante Pouco Importante
Nada Importante
Não sei
Não desejo responder
Total de respostas
Média
1 • É de uma marca que eu conheço
37 109 83 16 3 2 250 2.38
2 • Tem uma boa relação qualidade preço
88 139 15 4 1 3 250 1.80
3 • É pouco dispendioso
20 109 93 15 4 4 245 2.53
4 • Grau de absorção da peça cerâmica
80 124 33 2 11 2 252 1.99
5
• Coeficiente de absorção da radiação solar do revestimento cerâmico
91 111 32 4 11 3 252 1.98
6
• Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura
113 114 19 2 1 3 252 1.70
7 • Dimensão e geometria do ladrilho
100 112 32 4 2 2 252 1.82
8 • É fácil de limpar 54 150 34 7 2 3 250 2.05
A 21
# Questão Muito Importante
Importante Pouco Importante
Nada Importante
Não sei Não desejo responder
1 • É de uma marca que eu conheço
15% 44% 33% 6% 1% 1%
2 • Tem uma boa relação qualidade preço
35% 56% 6% 2% 0% 1%
3 • É pouco dispendioso 8% 44% 38% 6% 2% 2%
4 • Grau de absorção da peça cerâmica
32% 49% 13% 1% 4% 1%
5
• Coeficiente de absorção da radiação solar do revestimento cerâmico
36% 44% 13% 2% 4% 1%
6 • Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura
45% 45% 8% 1% 0% 1%
7 • Dimensão e geometria do ladrilho
40% 44% 13% 2% 1% 1%
8 • É fácil de limpar 22% 60% 14% 3% 1% 1%
Estatística #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 Valor mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1 Valor máximo 6 6 6 6 6 6 6 6 Média 2.38 1.80 2.53 1.99 1.98 1.70 1.82 2.05 Variância 0.83 0.67 0.83 1.00 1.14 0.70 0.76 0.73 Desvio padrão
0.91 0.82 0.91 1.00 1.07 0.83 0.87 0.85
Total de respostas
250 250 245 252 252 252 252 250
Questão 16 - Qual a importância que atribui a cada um dos seguintes fatores quando especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
# Questão Muito Importante
Importante
Pouco Importante
Nada Importante
Não sei
Não desejo responder
Total de respostas
Média
1 • Orientação solar da fachada
117 103 23 3 5 2 253 1.74
2
• Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado
57 129 52 6 7 2 253 2.14
3 • Humidade do suporte
105 126 15 0 4 3 253 1.74
4 • Deformações excessivas do suporte
150 92 2 0 4 4 252 1.52
5 • A altura da fachada e dimensão da área aplicada
118 107 15 4 5 3 252 1.73
# Questão Muito Importante
Importante Pouco Importante
Nada Importante
Não sei Não desejo responder
1 • Orientação solar da fachada
46% 41% 9% 1% 2% 1%
2
• Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado
23% 51% 21% 2% 3% 1%
3 • Humidade do suporte
42% 50% 6% 0% 2% 1%
4 • Deformações excessivas do suporte
60% 37% 1% 0% 2% 2%
5 • A altura da fachada e dimensão da área aplicada
47% 42% 6% 2% 2% 1%
A 22
Estatística Orientação solar da fachada
Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado
Humidade do suporte
Deformações excessivas do suporte
A altura da fachada e dimensão da área aplicada
Valor mínimo 1 1 1 1 1 Valor máximo 6 6 6 6 6 Média 1.74 2.14 1.74 1.52 1.73 Variância 0.84 0.88 0.74 0.78 0.89 Desvio padrão 0.92 0.94 0.86 0.88 0.94 Total de respostas
253 253 253 252 252
Questão 17 - Quais são os critérios básicos que utiliza para dimensionar a abertura das juntas de movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimentos cerâmicos aderentes? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis) # Questão Respostas % 1 • Utilizo a experiência de outras obras 103 40% 2 • Sigo recomendações dadas por fornecedores 199 78%
3 • Sigo recomendações dadas por normas e documentação técnica
157 62%
4 • Não sei 23 9% 5 • Outra(s). Especifique: 4 2% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 5 Total de respostas 255
Os inquiridos ainda indicaram outros critérios como: • “questões estéticas e arquitetónicas”; • “experiência decorrente da análise de anomalias”; • “critérios do aplicador”; • “estudo e aplicação das técnicas e boas práticas de aplicação tradicionais”;
Questão 18 - Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada?
# Questão Respostas % 1 Sim 37 15% 2 Não 213 85% Total 250 100% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.85 Variância 0.13 Desvio padrão 0.36 Total de respostas 250 Questão 19 - Se sim. De quais? Estatística Valor Total de respostas 24
Os inquiridos ainda indicaram: • “todas”; • “juntas estruturias”; • “juntas periféricas”; • “juntas esquartelamento”; • “juntas de betumação”;
A 23
Questão 20 - Calculou a dimensão da abertura destas juntas em que % das obras em que este revestimento foi usado em fachadas:
# Questão
Respostas % 1 < 25% das obras
8 26% 2 25%-50% das obras
8 26% 3 50%-75% das obras
6 19% 4 75%-100% das obras
9 29% Total 31 100% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 4 Média 2.52 Variância 1.39 Desvio padrão 1.18 Total de respostas 31 Questão 21 - Na especificação do material de preenchimento das juntas quais são os critérios que utiliza? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis) # Questão Respostas % 1 • Custo do produto 68 27%
2 • Âmbito de aplicação do produto (ex.: exteriores e dimensão da junta)
155 63%
3 • Especifico o preenchimento das juntas com material de deformabilidade compatível com as peças colocadas
153 62%
4 • Especifico o preenchimento das juntas com material impermeável e com resistência ao desenvolvimento de microrganismos
125 50%
5 • Não sei 28 11% 6 • Outra(s). Especifique: 9 4% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 6 Total de respostas 248
Os inquiridos ainda especificaram:
• “recomendações do fornecedor”; • “permeabilidade da parede”; • “Cores disponíveis”; • “resistência aos raios UV”; • “questões estéticas e arquitetónicas”; Questão 22 - Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base nos aspetos positivos e negativos da sua experiência; em termos de dimensão dos edifícios e de cada revestimento) Estatística Valor Total de respostas 48 Tendo sido fornecidas pelos inquiridos diversas opiniões e sugestões de aspetos relevantes a serem
integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, as mesmas foram
agrupadas, em três principais áreas:
1 -Opiniões sobre a prática do projeto em Portugal:
• “não é efetuado um estudo pormenorizado dos materiais a aplicar”;
• “um dos maiores e mais frequente problema é a qualidade da execução em obra”;
A 24
• “as normas e manuais existentes são demasiado simplificados, não validados e não demonstrados,
por isso tecnicamente com muito pouco valor ou utilidade”;
• dever-se-ia aumentar a formação prática tanto para ladrilhadores como para quem especifica -“Na
prática são os ladrilhadores quem aconselha, baseados na experiência (o tipo de colas e betumes
para aplicação), logo deviam ter formação própria na área. Igual para os arquitetos, visto serem estes
quem define os materiais a usar nas fachadas”;
• ”em azulejos históricos, não utilizar argamassas cimentícias de quaisquer espécie”;
• “deve-se ter em conta o que na realidade vai ser possível executar em obra, quer por deficiência na
compreensão das condições técnicas ou deficiência na comunicação entre os encarregados e os
artistas assentadores, ou mesmo pelo aprumo e regularidade do próprio artista”;
• ”considerar as juntas estruturais do edifício”;
• “penso que ainda não existe uma clara comunicação entre os fornecedores de revestimentos
cerâmicos e os projetistas relativamente às características técnicas dos cerâmicos a aplicar em
fachadas de edifícios. Esse tipo de características técnicas deve ser uma preocupação desde a
especificação do material até à sua aplicação em obra, tendo em consideração a especificidade de
cada fachada”;
• ”garantir a adequabilidade estética e técnica no contexto paisagístico e no ambiente urbano, para o
material cerâmico deixar de ser uma mera escapatória, de ocultação da ‘má construção’”;
• comparação do projeto de estabilidade de uma estrutura de betão armado com o projeto de
revestimentos de fachadas – “deve-se conhecer o comportamento estrutural / material de
revestimento tal como é estudado o comportamento estrutural / material de uma estrutura em betão
armado”;
2 - Aspetos importantes no projeto de revestimentos de fachada:
A - Materiais
• estabilidade da base;
• humidade do suporte;
• “garantir a inexistência de infiltrações de água no tardoz dos cerâmicos”;
• cuidados da sua aplicação, nomeadamente na uniformidade da aplicação das colas na face a aderir;
• qualidade dos betumes pois devem absorver as dilatações / contrações;
• qualidade do revestimento cerâmico;
• porosidade da face visível;
• dimensão das peças a utilizar - a dimensão das peças a usar desempenha um papel fundamental
neste processo, uma vez que determina a imagem e está diretamente relacionada com as exigências
futuras de manutenção e conservação;
• cimento-cola apropriado para o efeito.
B - Fatores ambientais
• condições climatéricas e de temperatura ideais na aplicação do revestimento;
• fatores ambientais – humidade, térmica;
• principais agentes de deterioração da fachada e do próprio revestimento;
A 25
• analisar a especificidade do local da obra;
• cuidados a ter função da orientação da fachada a revestir;
• refração à luz do sol;
• área de superfície da fachada onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico;
• revestimento de embasamento ou zonas suscetíveis a humidade por ascensão capilar;
• durabilidade do revestimento às condições atmosféricas.
C - Aspetos a considerar no projeto de revestimento de fachadas
• pontos singulares na ligação da estrutura / alvenaria;
• adequação ao enquadramento arquitetónico circundante,
• tradição arquitetónica e construtiva local;
• atingir as pretensões do cliente;
• qualidade construtiva e custo das soluções propostas;
• ter acesso a fornecedores locais com experiência comprovada;
• continuidade de produção das peças para substituição;
• regionalização das peças;
• resistência mecânica / segurança para os utentes;
• manutenção do revestimento cerâmico de fachada ao longo da vida útil do edifício.
Estereotomia:
• “O maior problema é a compatibilização da estereotomia do material com o dimensionamento das
fachadas e vãos. Seria importante conseguir saber o dimensionamento adequado para o desenho das
fachadas no momento da elaboração do projeto”;
• “O estudo da estereotomia deve ser compatível com as saliências e reentrâncias da fachada,
nomeadamente dos vãos, para se conseguir o equilíbrio estético desejável. Por vezes, as dimensões
padronizadas do material cerâmico apresentam-se como uma condicionante face a outros
revestimentos”.
3 - Sugestões:
• “obrigatoriedade de registo fotográfico de execução da obra em conformidade pois após a aplicação
do revestimento não é possível conferir a adequação da argamassa usada”;
• “adequação das características do revestimento a atividades circundante, como por exemplo as
paredes adjacentes a campos desportivos devem conter mosaicos de características (incluindo as
dimensões) que garantam maior resistência ao impacto de bolas”;
• “devia ser abordada a resistência de um dado revestimento cerâmico em determinados ambientes
como por exemplo em ambientes marítimos, de modo a evitar futuras anomalias”.
A 26
Questão 23 - Para terminar este questionário por favor ajude-nos a caracterizá-lo (la), selecionando a resposta que melhor o(a) identifica: Escalão etário: # Questão
Respostas % 1 24 ou menos
1 0% 2 25 a 34 anos
112 44% 3 35 a 44 anos
79 31% 4 45 a 54 anos
41 16% 5 55 a 64 anos
16 6% 6 65 anos ou mais
3 1% Total 252 100% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 6 Média 2.87 Variância 0.97 Desvio padrão 0.99 Total de respostas 252
Questão 24 - Sexo:
# Questão
Respostas % 1 Masculino
189 75%
2 Feminino
64 25%
Total 253 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.25 Variância 0.19 Desvio padrão 0.44 Total de respostas 253
Questão 25 - Distrito de residência:
# Distrito Respostas % 1 Lisboa 99 41% 2 Porto 42 17% 3 Setúbal 25 10% 4 Coimbra 12 5% 5 Braga 10 4% 6 Outros distritos 54 22% Total 242 100% Estatística Valor Total de respostas 242
Questão 26 - Nível de escolaridade:
# Questão
Respostas % 1 Ensino secundário
7 3% 2 Ensino médio ou profissional
19 8% 3 Bacharelato ou Licenciatura
110 43% 4 Pós-graduação ou Mestrado
111 44% 5 Doutoramento
6 2% Total 253 100% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 5 Média 3.36 Variância 0.60 Desvio padrão 0.77 Total de respostas 253
A 27
ANEXO D – Resultados dos questionários - Amostra B – 107 inquiridos:
Questão 1 - Relativo à sua atividade profissional
# Questão Respostas % 1 Arquiteto
52 50%
2 Engenheiro Civil
31 30%
3 Profissional em empresa de construção civil
12 11%
4 Profissional em empresa de fiscalização
2 2%
5 Medidor orçamentista
13 12%
6 Desenhador ou preparador
7 7%
7 Fornecedor de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
2 2%
8 Trabalhador por conta própria
14 13%
9 Trabalhador por conta de outrem
12 11%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 9 Total de respostas 105
Questão 2 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de anos de experiência na função ou atividade?
# Questão
Respostas % 1 superior a 1 ano
0 0%
2 superior a 5 anos
0 0%
3 superior a 10 anos
107 100%
Total 107 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 3 Média 3.00 Variância 0.00 Desvio padrão 0.00 Total de respostas 107
Questão 3 - Competências técnicas e profissionais - Qual o número de obras projetadas e acompanhadas? # Questão
Respostas % 1 superior a 1 obra
0 0%
2 superior a 5 obras
0 0%
3 superior a 10 obras
107 100%
Total 107 100%
Estatística Valor Valor mínimo 3 Valor máximo 3 Média 3.00 Variância 0.00 Desvio padrão 0.00 Total de respostas 107
A 28
Questão 4 - Pertence a alguma ordem ou associação profissional?
# Questão
Respostas % 1 Sim
85 79%
2 Não
22 21%
Total 107 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.21 Variância 0.16 Desvio padrão 0.41 Total de respostas 107
Questão 5 - Por favor, indique os nomes da ordem ou associação profissional a que pertence. # Questão
Respostas % 1 Ordem dos Arquitetos
51 60%
2 Ordem dos Engenheiros
24 28%
3 Ordem dos Engenheiros Técnicos
8 9%
4 outra(s) Especifique:
5 6%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 4 Total de respostas 85 Questão 6 - Tem conhecimento da existência de projeto de revestimentos de fachadas? # Questão
Respostas % 1 Sim
64 60%
2 Não
43 40%
Total
107 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.40 Variância 0.24 Desvio padrão 0.49 Total de respostas 107
Questão 7 - Se sim, onde? # Questão
Respostas % 1 Portugal
56 89%
2 outro(s) país(es)
28 44%
Outro(s)países: Macau, Espanha, Turquia, Alemanha. Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Total de respostas 63
Questão 8 - Quais os revestimentos?
Questão
Respostas % 1 Todos os revestimentos
42 66%
2 Alguns revestimentos. Quais?
22 34%
Total
64 100%
A 29
Alguns revestimentos. Quais? Vidro, pedra, resinas, cimentícios, cerâmicos, metal, madeira e derivados, fenólicos, acrílico, betão pré-fabricado, rebocos tradicionais, ETICS, Rebocos Armados, fachada ventilada - painéis cerâmicos, argamassas e pintura, revestimentos metálicos: alumínio, chapa zincada, mosaico, azulejo, barramentos, argamassas especiais, betão projetado, pastilha, pedra, marmorite, fibrocimento, painéis compósitos, cortiça, painéis de Madeira com cimento, chapas metálicas, chapas metálicas, ETCS, pedra natural colada em painéis de ninho de abelha.
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.34 Variância 0.23 Desvio padrão 0.48 Total de respostas 64 Questão 9 - Julga pertinente a existência de projeto de fachadas com revestimento cerâmico em Portugal?
# Questão
Respostas % 1 Sim. Porquê ?
89 86%
2 Não. Porquê ?
14 14%
Total 103 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.14 Variância 0.12 Desvio padrão 0.34 Total de respostas 103 Questão 10 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes informações escritas e desenhadas que fazem parte do projeto de execução?
# Questão Muito importante
Importante Pouco importante
Nada importante
Não sei
Não desejo responder
Total de respostas
Média
1 • Memória descritiva
51 45 10 0 0 0 106 1.61
2 • Medições e mapa de quantidades
81 21 2 1 0 0 105 1.27
3 • Peças desenhadas (Esc 1/50;1/100)
77 26 2 1 0 0 106 1.31
4 • Caderno de encargos
69 31 6 1 0 0 107 1.43
5 • Mapa de acabamentos
70 32 4 0 0 0 106 1.38
6 • Pormenores de execução (Esc.1/20;1/10;1/5)
85 19 2 0 0 0 106 1.22
7
• Alçados com estereotomia do revestimento (Esc.1/20)
61 33 8 2 0 3 107 1.65
Estatística #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 Valor mínimo
1 1 1 1 1 1 1
Valor máximo
3 4 4 4 3 3 6
Média 1.61 1.27 1.31 1.43 1.38 1.22 1.65 Variância 0.43 0.29 0.31 0.42 0.31 0.21 1.06 Desvio padrão
0.66 0.54 0.56 0.65 0.56 0.46 1.03
Total de respostas
106 105 106 107 106 106 107
A 30
# Questão Muito importante
Importante Pouco importante
Nada importante
Não sei Não desejo responder
1 Memória descritiva
48% 42% 9% 0% 0% 0%
2 Medições e mapa de quantidades
77% 20% 2% 1% 0% 0%
3
Peças desenhadas (Esc 1/50;1/100)
73% 25% 2% 1% 0% 0%
4 Caderno de encargos
64% 29% 6% 1% 0% 0%
5 Mapa de acabamentos
66% 30% 4% 0% 0% 0%
6
Pormenores de execução (Esc.1/20;1/10;1/5)
80% 18% 2% 0% 0% 0%
7
Alçados com estereotomia do revestimento (Esc.1/20)
57% 31% 7% 2% 0% 3%
Questão 11 - Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada?
# Questão Valor mínimo Valor máximo Valor médio Desvio padrão Respostas
1
Qual o seu grau de conhecimento sobre a prática do projeto de revestimentos de fachada?
0.00 5.00 2.81 1.54 95
Questão 12 - Considerando o seu conhecimento sobre o assunto, como descreveria a prática do projeto de revestimentos de fachada em Portugal? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis). O projeto de revestimentos de fachada, nomeadamente de revestimentos cerâmicos:
# Questão Respostas %
1 Reúne todas as informações necessárias para a execução e controlo da qualidade dos revestimentos cerâmicos nas condições particulares de cada obra
33 31%
2 Não é uma prática corrente em Portugal, mas deveria ser realizada por mais profissionais
63 60%
3 Contribui para a redução de anomalias nas fachadas dos edifícios
56 53%
4 Contribui para antecipar problemas que possam existir na obra
43 41%
5 É uma prática dispendiosa e não existe interesse em ser concretizada
4 4%
6 Não sei
11 10%
7 Outra(s). Especifique:
7 7%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 7 Total de respostas 105
A 31
Questão 13 - Onde costuma procurar/ encontrar informações sobre as boas práticas de projeto e execução de revestimentos cerâmicos de fachadas (selecione todas as opções que considerar aplicáveis).
# Questão Respostas % 1 Revistas da especialidade
41 38%
2 Internet
71 66%
3 Congressos e palestras
26 24%
4 Manuais de aplicação de revestimentos cerâmicos (ex. APICER)
60 56%
5 Manuais de aplicação de fabricantes de revestimentos cerâmicos/ material de colagem/ argamassas
84 79%
6 Normas e documentação técnica do LNEC
53 50%
7 Não sei
2 2%
8 outra(s). Especifique:
10 9%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 8 Total de respostas 107
Os inquiridos que responderam Outra(s) mencionaram: • consulta de consultores da especialidade; • consulta de técnicos e fabricantes; • manuais e fichas técnicas de materiais e acessórios para aplicação de revestimentos cerâmicos; • bom senso e experiência.
Questão 14 - Numa escala de um (1) a (7) (sendo um menos importante e sete muito importante), por favor, indique o quão importante são para si os seguintes aspetos na prática do projeto de fachada de revestimentos cerâmicos?
# Questão 1 2 3 4 5 6 7 Total de respostas
Média
1 • Escolha de materiais compatíveis entre si 1 0 4 4 10 29 57 105 6.21
2 • Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos
1 0 1 8 12 33 50 105 6.13
3 • Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais
1 1 3 7 18 27 49 106 5.99
4
• Cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes);
1 1 1 6 20 30 46 105 6.02
5 • Prescrição de colagem dupla em vez de simples
2 3 3 14 27 28 29 106 5.46
6 • Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico
1 3 4 17 22 28 30 105 5.48
7 • Estereotomia conforme com as características do suporte
2 0 4 12 20 31 35 104 5.70
8 • Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
3 1 1 4 12 31 53 105 6.10
9 • Outra, especifique 0 0 0 1 1 3 9 14 6.43
Estatística #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 Valor mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1 4 Valor máximo 7 7 7 7 7 7 7 7 7 Média 6.21 6.13 5.99 6.02 5.46 5.48 5.70 6.10 6.43 Variância 1.34 1.21 1.55 1.35 1.97 1.92 1.75 1.73 3.57 Desvio padrão 1.16 1.10 1.25 1.16 1.40 1.39 1.32 1.32 1.89 Total de respostas
105 105 106 105 106 105 104 105 15
A 32
# Questão 1 2 3 4 5 6 7
1 • Escolha de materiais compatíveis entre si
1% 0% 4% 4% 10% 28% 54%
2 • Dimensionamento correto das juntas de movimento entre os ladrilhos
1% 0% 1% 8% 11% 31% 48%
3 • Pormenorização de juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais
1% 1% 3% 7% 17% 25% 46%
4
• Cuidado na pormenorização das zonas singulares do revestimento cerâmico. (proteção de zonas periféricas e de cantos salientes);
1% 1% 1% 6% 19% 29% 44%
5 • Prescrição de colagem dupla em vez de simples
2% 3% 3% 13% 25% 26% 27%
6 • Escolha do grau de porosidade do ladrilho cerâmico
1% 3% 4% 16% 21% 27% 29%
7 • Estereotomia conforme com as características do suporte
2% 0% 4% 12% 19% 30% 34%
8 • Prescrição de cimentos cola mais deformáveis e adequados a cada um dos casos
3% 1% 1% 4% 11% 30% 50%
9 • Outra, especifique 0% 0% 0% 7% 7% 21% 64% Os inquiridos ainda especificaram outros aspetos como: • “Escolha adequada do produto em função da zona/uso”; “Determinação e caracterização de agentes agressores da envolvente: poluição; vandalismo”; • “Garantir o correto entendimento da regra conceptual que dá origem à estereotomia”; • “A reutilização de práticas quase centenárias, de materiais para a colocação de algumas fachadas, preterindo o cimento cola”; • “Execução e acompanhamento da execução do trabalho”; • “Correta medição e orçamentação”; • “Adequabilidade do produto e sistema de suporte face á omissa manutenção dos edifícios o que pode provocar acidentes em terceiros”; • “Compatibilização com a estrutura de suporte”. Questão 15 - Qual a importância que atribui a cada uma das seguintes características quando especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
# Questão Muito Importante
Importante Pouco Importante
Nada Importante
Não sei
Não desejo responder
Total de respostas
Média
1 • É de uma marca que eu conheço
22 47 29 6 0 0 104 2.18
2 • Tem uma boa relação qualidade preço
36 58 7 3 0 0 104 1.78
3 • É pouco dispendioso 11 40 42 8 1 0 102 2.49
4 • Grau de absorção da peça cerâmica
40 54 10 1 1 0 106 1.76
5
• Coeficiente de absorção da radiação solar do revestimento cerâmico
45 47 9 1 2 1 105 1.77
6 • Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura
52 40 12 1 0 1 106 1.68
7 • Dimensão e geometria do ladrilho
41 47 14 3 0 0 105 1.80
8 • É fácil de limpar 24 63 12 4 0 1 104 2.00 Estatística #1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 Valor mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1 Valor máximo 4 4 5 5 6 6 4 6 Média 2.18 1.78 2.49 1.76 1.77 1.68 1.80 2.00 Variância 0.69 0.48 0.69 0.54 0.83 0.70 0.60 0.66 Desvio padrão 0.83 0.70 0.83 0.74 0.91 0.83 0.78 0.81 Total de respostas
104 104 102 106 105 106 105 104
A 33
# Questão Muito Importante
Importante Pouco Importante
Nada Importante
Não sei Não desejo responder
1 • É de uma marca que eu conheço
21% 45% 28% 6% 0% 0%
2 • Tem uma boa relação qualidade preço
35% 56% 7% 3% 0% 0%
3 • É pouco dispendioso 11% 39% 41% 8% 1% 0%
4 • Grau de absorção da peça cerâmica
38% 51% 9% 1% 1% 0%
5 • Coeficiente de absorção da radiação solar do revestimento cerâmico
43% 45% 9% 1% 2% 1%
6 • Aspeto visual – acabamento superficial cor e textura
49% 38% 11% 1% 0% 1%
7 • Dimensão e geometria do ladrilho
39% 45% 13% 3% 0% 0%
8 • É fácil de limpar 23% 61% 12% 4% 0% 1%
Questão 16 - Qual a importância que atribui a cada um dos seguintes fatores quando especifica um revestimento cerâmico numa fachada?
# Questão Muito Import.
Import. Pouco Import.
Nada Import.
Não sei
Não desejo responder
Total de respostas
Média
1 • Orientação solar da fachada
56 41 7 1 1 0 106 1.58
2
• Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado
27 54 20 4 1 0 106 2.04
3 • Humidade do suporte
47 50 7 0 1 1 106 1.69
4 • Deformações excessivas do suporte
69 33 1 0 1 1 105 1.42
5 • A altura da fachada e dimensão da área aplicada
62 35 3 3 1 1 105 1.56
# Questão Muito Importante
Importante Pouco Importante
Nada Importante
Não sei Não desejo responder
1 • Orientação solar da fachada
53% 39% 7% 1% 1% 0%
2
• Poluição atmosférica e ambiente circundante do edificado
25% 51% 19% 4% 1% 0%
3 • Humidade do suporte
44% 47% 7% 0% 1% 1%
4 • Deformações excessivas do suporte
66% 31% 1% 0% 1% 1%
5 • A altura da fachada e dimensão da área aplicada
59% 33% 3% 3% 1% 1%
Estatística #1 #2 #3 #4 #5 Valor mínimo 1 1 1 1 1 Valor máximo 5 5 6 6 6 Média 1.58 2.04 1.69 1.42 1.56 Variância 0.55 0.68 0.65 0.57 0.79 Desvio padrão 0.74 0.83 0.81 0.76 0.89 Total de respostas
106 106 106 105 105
A 34
Questão 17 - Quais são os critérios básicos que utiliza para dimensionar a abertura das juntas de movimento entre ladrilhos em fachadas com acabamento em revestimentos cerâmicos aderentes? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis)
# Questão Respostas %
1 • Utilizo a experiência de outras obras
54 51%
2 • Sigo recomendações dadas por fornecedores
91 86%
3 • Sigo recomendações dadas por normas e documentação técnica
76 72%
4 • Não sei 0 0% 5 • Outra(s). Especifique: 3 3% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 5 Total de respostas 106 Os inquiridos ainda indicaram outros critérios como: • “questões estéticas e arquitetónicas”; • “critérios do aplicador”; • “estudo e aplicação das técnicas e boas práticas de aplicação tradicionais”; Questão 18 - Calcula a dimensão da abertura das juntas periféricas, de esquartelamento ou estruturais de revestimentos cerâmicos de fachada?
# Questão
Respostas % 1 Sim
24 23%
2 Não
82 77%
Total 106 100%
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.77 Variância 0.18 Desvio padrão 0.42 Total de respostas 106 Questão 19 - Se sim. De quais?
Estatística Valor Total de respostas 14
Os inquiridos ainda indicaram:
• “todas”; “juntas estruturias”;“juntas periféricas”;“juntas esquartelamento”;“juntas de betumação”; Questão 20 - Calculou a dimensão da abertura destas juntas em que % das obras em que este revestimento foi usado em fachadas?
# Questão
Respostas % 1 < 25% das obras
5 25%
2 25%-50% das obras
5 25%
3 50%-75% das obras
4 20%
4 75%-100% das obras
6 30%
Total 20 100%
A 35
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 4 Média 2.55 Variância 1.42 Desvio padrão 1.19 Total de respostas 20 Questão 21 - Na especificação do material de preenchimento das juntas quais são os critérios que utiliza? (selecione todas as opções que considerar aplicáveis). # Questão Respostas % 1 • Custo do produto 27 26%
2 • Âmbito de aplicação do produto (ex.: exteriores e dimensão da junta)
75 74%
3 • Especifico o preenchimento das juntas com material de deformabilidade compatível com as peças colocadas
76 75%
4 • Especifico o preenchimento das juntas com material impermeável e com resistência ao desenvolvimento de microrganismos
66 65%
5 • Não sei 0 0% 6 • Outra(s). Especifique: 4 4% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 6 Total de respostas 102
Os inquiridos ainda especificaram:
• “recomendações do fornecedor”;
• “permeabilidade da parede”;
• “cores disponíveis”;
• “resistência aos raios UV”;
Questão 22 - Acrescente outros aspetos que considere relevantes serem integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada (ex.: com base nos aspetos positivos e negativos da sua experiência; em termos de dimensão dos edifícios e de cada revestimento) Estatística Valor Total de respostas 26 Tendo sido fornecidas pelos inquiridos diversas opiniões e sugestões de aspetos relevantes a serem
integrados em diretrizes para o projeto de revestimentos cerâmicos de fachada, as mesmas foram
agrupadas, em três principais áreas:
1 - Opiniões sobre a prática do projeto em Portugal:
• “não é efetuado um estudo pormenorizado dos materiais a aplicar”;
• “um dos maiores e mais frequente problema é a qualidade da execução em obra”;
• “as normas e manuais existentes são demasiado simplificados, não validados e não demonstrados,
por isso tecnicamente com muito pouco valor ou utilidade”;
• dever-se-ia aumentar a formação prática tanto para ladrilhadores como para quem especifica -“Na
prática, são os ladrilhadores quem aconselha, baseados na experiência (o tipo de colas e betumes
para aplicação), logo deviam ter formação própria na área. Igual para os arquitetos, visto serem estes
quem define os materiais a usar nas fachadas”;
•”em azulejos históricos, não utilizar argamassas cimentícias de quaisquer espécie”;
A 36
• “ deve-se ter em conta o que na realidade vai ser possível executar em obra, quer por deficiência na
compreensão das condições técnicas ou deficiência na comunicação entre os encarregados e os
artistas assentadores, ou mesmo pelo aprumo e regularidade do próprio artista”;
• ”considerar as juntas estruturais do edifício”;
• “penso que ainda não existe uma clara comunicação entre os fornecedores de revestimentos
cerâmicos e os projetistas relativamente às características técnicas dos cerâmicos a aplicar em
fachadas de edifícios. Esse tipo de características técnicas deve ser uma preocupação desde a
especificação do material até à sua aplicação em obra, tendo em consideração a especificidade de
cada fachada”;
• ”garantir a adequabilidade estética e técnica no contexto paisagístico e no ambiente urbano, para o
material cerâmico deixar de ser uma mera escapatória, de ocultação da ‘má construção’”;
• comparação do projeto de estabilidade de uma estrutura de betão armado com o projeto de
revestimentos de fachadas – “deve-se conhecer o comportamento estrutural / material de
revestimento tal como é estudado o comportamento estrutural / material de uma estrutura em betão
armado”;
2 - Aspetos importantes no projeto de revestimentos de fachada:
A - Materiais
• estabilidade da base;
• humidade do suporte;
• “garantir a inexistência de infiltrações de água no tardoz dos cerâmicos”;
• cuidados da sua aplicação, nomeadamente na uniformidade da aplicação das colas na face a aderir;
• qualidade dos betumes pois devem absorver as dilatações / contrações;
• qualidade do revestimento cerâmico;
• porosidade da face visível;
• dimensão das peças a utilizar - a dimensão das peças a usar desempenha um papel fundamental
neste processo, uma vez que determina a imagem e está diretamente relacionada com as exigências
futuras de manutenção e conservação;
• cimento-cola apropriado para o efeito.
B - Fatores ambientais
• condições climatéricas e de temperatura ideais na aplicação do revestimento;
• fatores ambientais – humidade, térmica;
• principais agentes de deterioração da fachada e do próprio revestimento;
• analisar a especificidade do local da obra;
• cuidados a ter função da orientação da fachada a revestir;
• refração à luz do sol;
• área de superfície da fachada onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico;
• revestimento de embasamento ou zonas suscetíveis a humidade por ascensão capilar;
• durabilidade do revestimento às condições atmosféricas.
A 37
C - Aspetos a considerar no projeto de revestimento de fachadas
• pontos singulares na ligação da estrutura / alvenaria;
• adequação ao enquadramento arquitetónico circundante,
• tradição arquitetónica e construtiva local;
• atingir as pretensões do cliente;
• qualidade construtiva e custo das soluções propostas;
• ter acesso a fornecedores locais com experiência comprovada;
• continuidade de produção das peças para substituição;
• regionalização das peças;
• resistência mecânica / segurança para os utentes;
• manutenção do revestimento cerâmico de fachada ao longo da vida útil do edifício.
Estereotomia:
• “O maior problema é a compatibilização da estereotomia do material com o dimensionamento das
fachadas e vãos. Seria importante conseguir saber o dimensionamento adequado para o desenho das
fachadas no momento da elaboração do projeto”;
• “O estudo da estereotomia deve ser compatível com as saliências e reentrâncias da fachada,
nomeadamente dos vãos para se conseguir o equilíbrio estético desejável. Por vezes, as dimensões
padronizadas do material cerâmico apresentam-se como uma condicionante face a outros
revestimentos”.
3 - Sugestões:
• “obrigatoriedade de registo fotográfico de execução da obra em conformidade pois, após a aplicação
do revestimento, não é possível conferir a adequação da argamassa usada”;
• “adequação das características do revestimento a atividades circundante, como por exemplo as
paredes adjacentes a campos desportivos devem conter mosaicos de características (incluindo as
dimensões) que garantam maior resistência ao impacto de bolas”;
• “devia ser abordada a resistência de um dado revestimento cerâmico em determinados ambientes
como por exemplo em ambientes marítimos, de modo a evitar futuras anomalias”.
Questão 23 - Para terminar este questionário por favor ajude-nos a caracterizá-lo (la), selecionando a resposta que melhor o(a) identifica:
Escalão etário:
# Questão
Respostas % 1 24 ou menos
0 0% 2 25 a 34 anos
6 6% 3 35 a 44 anos
43 41% 4 45 a 54 anos
38 37% 5 55 a 64 anos
14 13%
6 65 anos ou mais
3 3%
Total 104 100%
A 38
Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 6 Média 3.66 Variância 0.79 Desvio padrão 0.89 Total de respostas 104
Questão 24 - Sexo:
# Questão
Respostas % 1 Masculino
95 91% 2 Feminino
9 9% Total 104 100% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 2 Média 1.09 Variância 0.08 Desvio padrão 0.28 Total de respostas 104
Questão 25 - Distrito de residência:
# Distrito Respostas % 1 Lisboa 46 46% 2 Porto 24 24% 3 Setúbal 9 9% 4 Outros distritos 22 22% Total 101 100% Estatística Valor Total de respostas 101
Questão 26 - Nível de escolaridade:
# Questão
Respostas % 1 Ensino secundário
4 4%
2 Ensino médio ou profissional
14 13%
3 Bacharelato ou Licenciatura
43 41%
4 Pós-graduação ou Mestrado
37 36%
5 Doutoramento
6 6% Total 104 100% Estatística Valor Valor mínimo 1 Valor máximo 5 Média 3.26 Variância 0.82 Desvio padrão 0.90 Total de respostas 104
A 39
ANEXO E - PROJETO DE JUNTAS REALIZADO NO BRASIL
Nas Figuras A.1. a A.5., são apresentados desenhos de um projeto de juntas realizado no
Brasil com a marcação das várias juntas do edifício em alçado e em planta. O edifício fica
localizado em Fortaleza e foi acompanhado por Fabiana Ribeiro [72] durante o ano de 2000
e 2001.
Figura A.1. – Alçado com marcação das várias juntas de movimento (adaptado de [72])
Legenda:
——— Juntas intermédias ou de fracionamento;
——— Juntas perimetrais - junta prevista nas mudanças de direção, em quinas internas ou externas;
——— Junta de transição - junta de transição de materiais com diferentes coeficientes de dilatação, neste caso nos encontros entre revestimento de argamassa e cerâmico.
A 40
Legenda: J1 - Juntas de fracionamento / esquartelamento / intermédia; J2 - Juntas periférica / perimetrais - junta prevista nas mudanças de direção, em quinas internas ou externas; J3 - Junta de transição - junta de transição de materiais com diferentes coeficientes de dilatação.
Revestimentos: ———— Argamassa ———— Cerâmica
Pilares
Figura A.2. – Planta com marcação das juntas verticais (adaptado de [72])
A 41
O edifício é composto por 18 pisos e a envolvente é em alvenaria de tijolo, com estrutura de betão armado. Nas Figuras A.6. a A.11., são apresentadas fotografias do mesmo projeto. De um modo geral, segundo Fabiana Ribeiro [70], foram analisadas as dimensões e as aberturas existentes nos painéis para o posicionamento das juntas de esquartelamento, subdividindo-se as fachadas em áreas com o máximo de 30 m2. Também é referido que, quando existiam painéis cerâmicos sem aberturas e de dimensões na horizontal superiores a 6 m, se subdividiam estes painéis com juntas verticais a cada 6 m, direcionando o posicionamento desta junta no alinhamento do encontro dos elementos estruturais com a alvenaria (Figura A.3) ou, quando não existissem encontros, no centro do painel de revestimento.
Legenda:
Junta de fracionamento /esquartelamento /
intermédia
Figura A.3. – Planta - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de painéis de revestimento (adaptado de [72])
Legenda:
——— Juntas de fracionamento esquartelamento / intermédia
Figura A.4. – Alçado - Posicionamento de junta vertical – subdivisão de áreas (adaptado de [72])
Legenda:
Junta de fracionamentoesquartelamento /
intermédia
Figura A.5. – Planta - Posicionamento de junta de trabalho – Laje em balanço (adaptado de [72])
A 42
Figura A.6. – Fachada principal [72] Figura A.7. – Detalhe de varanda fachada principal – Juntas executadas (adaptado de [72])
Legenda: A – Juntas de esquartelamento; B - Ausência de junta de esquartelamento devido à geometria do
suporte; C - Junta periférica / perimetral
Figura A.8. – Execução de fachada – juntas de esquartelamento abertas durante a execução
do emboço [72]
Figura A.9. – Junta de esquartelamento horizontal posicionada no fundo da viga, exigindo o corte dos ladrilhos
cerâmicos (adaptado de [72]) Legenda: A – Junta intermédia / de fracionamento /
esquartelamento
Figura A.10. – Indicação das juntas verticais na fachada lateral direita (adaptado de [72])
Figura A.11. – Junta intermédia / de fracionamento / esquartelamento (adaptado de [72])
Legenda; A - Junta de esquartelamento;
B - Junta periférica