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(o que) cabe no cubo e (o que) fora dele

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trabalho final de graduação realizado por Mariane Klettenhofer sob orientação de Alexandre Delijaicov - FAUUSP junho 2012.

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índice

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começomeiofimnotasbibliografiaagradecimentosanexos

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A introdução deste TFG se dá com a exposição da dificuldade de escolha do tema - relacionada a total liberdade dele - a ser tratado pelo aluno que nestes pelo menos 5 (mais prováveis 6 ou 7) anos de curso, ainda não sabe ao certo qual o caminho deseja seguir nesta profissão. Da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP não se formam somente arquitetos e urbanistas, como é comum supor, mas estilistas, músicos, cenógrafos, cineastas, artistas… O caso mais conhecido deve ser o do cantor e compositor Chico Buarque, que estudou na FAU quando o curso ainda estava localizado na rua Maranhão. Mais recentemente, descobri o cineasta Karim Aïnouz1, que, durante uma palestra no SESC Pompéia, contou que antes de começar a fazer filmes trabalhava como urbanista e que sua vontade de documentar surgiu exatamente neste contexto.

O curso de arquitetura e urbanismo engloba os mais variados assuntos. Na FAUUSP temos cursos de projeto de edificação e de urbanismo, mas também, de planejamento, cálculo, paisagismo, programação visual, fundamentos sociais, restauro, estética. Fazemos trabalhos teóricos e propositivos, escrevemos e desenhamos, trabalhamos nas mais diversas escalas fazendo, constantemente, menção às mais diversas áreas do conhecimento: as artes plásticas, a música, a literatura, a geografia, a psicologia, a biologia, a sociologia etc.

Nada mais natural que nesse processo de escolha surjam os mais variados questionamentos. O surgimento de uma dúvida maior quanto ao papel que exerceremos em nossa profissão e de como a partir dela atuaremos no mundo.

Não podemos ignorar o dever fundamental que têm os arquitetos e urbanistas na construção das cidades, cujo crescimento, mesmo se dando de formas e intensidades diferentes, continua ocorrendo por este globo inteiro. Nosso desejo é projetado nos edifícios e impostos a todos

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os indivíduos que por ali passarão - seria menos pior que aquele vizinho que escuta música no mais alto volume?

Cada vez mais, vemos surgir edifícios espetaculosos, que são construídos com o maior desprezo com o que há a sua volta e com os próprios que participaram de sua construção. A incoerência está presente não somente em relação às condições de trabalho, mas também no fato de que há sempre um grande grupo de pessoas envolvido no processo de concepção/construção do edifício, apesar de ao final este ser reconhecido pela assinatura de um único arquiteto.

Ainda é possível ser democrático na construção das cidades? Como podemos agradar à gregos e troianos?! Nas aulas de Jonas Malaco2, aprendemos como a arquitetura se relaciona espacialmente com o poder. O melhor exemplo é o da transformação da Pnyx3, que no período da democracia funcionava como um anfiteatro à céu aberto, de onde se via toda a cidade (objeto do discurso nas tomadas de decisões), mas que se transforma significativamente com a mudança da democracia para a oligarquia, refletida espacialmente ao ser construída contra a topografia do terreno, de costas para a cidade e seus cidadãos.

Muitas mudanças ocorreram desde então, mas nossas ações continuam sendo manifestações e reflexos de nossos desejos. A cidade não pode ser reduzida apenas ao seu aspecto econômico, social e político como é hoje. Nós, como arquitetos e urbanistas, não podemos nos eximir de nossa responsabilidade como tais profissionais. Cada uma de nossas ações tem imenso poder, pois norteiam outras ações. Cada gesto nosso estará impregnado de um destino que proverá de nossas escolhas. Cada traço de projeto impede ou resulta em outro traço. Então, como escolher qual será o primeiro?

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Extraí dessa breve reflexão o ponto de partida para o trabalho, iniciando a pesquisa por conceitos ligados à noção de infinito, aleatoriedade, probabilidade, indeterminação, acaso, intuição etc.

Algumas questões despontaram, delineando seu primeiro foco: No desenvolvimento da prática da arquitetura e do urbanismo: Como são feitas as escolhas de um projeto? Existe processo intuitivo? Quanto é papel do acaso? O quão presente está a aleatoriedade? O arquiteto tem controle sobre sua obra?

A leitura de alguns textos em busca das respostas às questões colocadas acima me levaram a traçar um conjunto de palavras chaves para auxiliar o raciocínio:

Os textos mencionados podem ser consultados em “bilbliografia” e tratam de assuntos diversos, mas que convergem em alguns pontos, os quais serão citados posteriormente. Farei uma análise deles a fim de fundamentar o desenvolvimento da pesquisa que se inicia a seguir a partir dos dois primeiros:

Escolha Espontaneidade

Possibilidades

Aleatoriedade

DescontinuidadeAcaso

Controle Infinito

DesordemIntuição

FlexibilidadeProvisório

TransitórioRegras

Processo

RelativoFractal

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1. “Obra Aberta” - Umberto Eco4

2. “A Arte no Horizonte do Provável”- Haroldo de Campos5

Ambos os autores procuram tratar do provisório como condição semelhante às obras de arte contemporâneas. Falam do trânsito da certeza para a probabilidade na sociedade atual como correspondente à abertura da obra que se dá não somente em relação à sua forma, mas às diversas interpretações que esta possibilita, levantando questionamentos quanto à questão de autoria e da comunicação entre artista e público por meio da própria.

A obra não é mais vista como objeto acabado, mas aberto, porque inconcluso, com infinitos significados: sem final fechado, em processo contínuo.

Haroldo de Campos cita inúmeras obras de arte que reforçam a expressão desta “provisoriedade do estético” - conceito elaborado por ele para caracterizar uma “civilização eminentemente técnica, em constante e vertiginosa transformação, que parece ter incorporado o relativo e o transitório como dimensão mesma de seu ser” (CAMPOS, 1977).

Umberto Eco utiliza a mesma ideia para questionar o sentido de realidade do mundo. Utilizando-se dos conceitos de descentralização e pluralidade de significados próprios da sociedade contemporânea estabelece o de “ampliação dos horizontes imagináveis para a concepção da realidade”. De acordo com ele, o mundo se encontra em constante transformação e por isso nos exige atos constantes de invenção. Tal movimento é visto pelo autor como propulsor, aquilo que nos impele à “aspiração à descoberta e ao contato sempre renovado com a realidade” (ECO, 1962).

Não desprovê o estudo científico de sua importância, mas reconhece que a ciência, assim

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como a arte, passa a se abster de resultados absolutos ou previsíveis. Segundo Eco, esta descontinuidade a Física Moderna “reconhece não mais como motivo de desorientação, mas como aspecto ineliminável de toda verificação científica e como comportamento verificável e insofismável do mundo subatômico”.

Haroldo de Campos também reflete sobre essa questão, principalmente no que concerne ao Princípio da Incerteza ou da Indeterminação de Heisenberg (1927), o qual influenciou significantemente a nossa visão em relação ao mundo com a descoberta da impossibilidade de se determinar simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula, colocando em dúvida todo o nosso conhecimento de até então.

Torna aparentemente eterna a sentença: “Só sei que nada sei” (Sócrates).

Outras inúmeras teorias da Física complementarão este sentimento de falta de conhecimento absoluto das coisas em geral do mundo. Encontram-se em anexo algumas definições sucintas da teoria do Caos, da Incompletude (Godel), do Continuum (Cantour), a Interpretação de Bohn, de Copenhage, de Muitos Mundos (Everett) etc. que procuram esclarecer tal conjectura. Cito abaixo uma passagem do livro “A Máquina do Mundo Repensada”6 de Haroldo de Campos a fim de reforçar a reflexão:

“(...) e depois newton vem: a maçã (reza

a lenda) cai-lhe aos pés – maga lanternavermelha – da alta rama e ao intelectopronto lhe ensina a lei (à queda interna)

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da gravidade inscrita no trajeto dos corpos mais pesados do que o arpor amor-tração sempre que o objeto

se precipite e tombe sem cessar- lei universal seja aos mais pequenosseja aos maiores corpos a ordenar

- einstein então curva o espaço: menosseguro fica o deus relojoeiroda clássica mecânica ou ao menos

desenha-se outro enredo sobranceiro ao de newton: do espaço – qual sensóriode deus – de um absoluto-verdadeiro

espaço que se quer não-ilusóriocomo de um templo-vero (é em si só eaparte por um sumo ordenatório

omni-poder que tudo rege e move)- einstein encurva o espaçotempo e o demodeterminista e previsor remove –“

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Da passagem da física clássica para a moderna, viu-se que os conceitos de causa, continuidade, previsibilidade e fórmulas gerais deixam de ser definitivos, sendo substituídos pelos de dúvida, ambiguidade, insegurança, possibilidade “(…) todos esses elementos da cultura atual estão unificados por um estado de espírito fundamental: a consciência de que o universo ordenado e imutável de outrora, no mundo contemporâneo, representa, quando muito, uma nostalgia: mas já não é nosso” (ECO, 1962).

Apesar de todas as descobertas de Einstein, inúmeras questões acerca do mundo em que vivemos e de nossa existência como parte integrante e intrínseca a ele nos afligem ainda hoje. Não sabemos se o universo do qual fazemos parte é finito, infinito, aberto, fechado, plano. O último Nobel da Física foi dado aos cientistas Saul Perlmutter, Brian P. Schmidt e Adam G. Riess7 pela descoberta, através dos estudos de supernovas8 distantes, de que o universo está na realidade em expansão acelerada. Tudo se afasta de nós sem que percebamos nada. As medidas de espaço e de tempo - que nos dão a sensação de pertencimento -, estão cada vez mais abstratas, arbitrárias.

“É de arbitrariedades que o mundo é feito” (Duchamp)

Amplia-se a nossa insatisfação de não saber exatamente quem somos, de onde viemos. A nossa existência na Terra parece assim um tanto aleatória, fruto de um total acaso: “(...) aquele óvulo que se une àquele espermatozóide dentre milhares que determinarão quem seremos”: Simone de Beauvoir9 fala sobre sua origem a partir daí, o encontro de todos os óvulos e todos os espermatozóides de seus ancestrais e depois os dela, filha de Françoise Brasseur, costureira e Georges Bertrand, advogado, católicos, burgueses... “O que se poderia esperar dela?!”

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“Claro está, se nosso nascimento é totalmente fortuito, devido ao encontro acidental de um óvulo com o espermatozóide (porque exatamente este entre milhões?), o papel do acaso desaparece quando se constroem as sociedades humanas, quando o feto e depois a criança se acham submetidos a essas leis. E assim ocorre em todas as espécies. As leis, os costumes, as condições históricas e sociais de um determinado progresso, tudo o que pretende contribuir para o estabelecimento, o avanço, a estabilidade de uma civilização à qual pertencemos pela boa ou má sorte de nosso nascimento, tudo isso surge como uma luta cotidiana e tenaz contra o acaso. Nunca totalmente aniquilado, vigoroso e surpreendente, ele tenta conformar-se à necessidade social”. (BUÑUEL10, 1991)

A busca de uma explicação ao fortuito de nossa própria origem se dá também no cinema. Em “Paris, Texas11”, Wim Wenders introduz o tema de maneira um tanto quanto especial, a partir da fala de Travis - um menino de mais ou menos dez anos de idade, empolgado com o que havia descoberto sobre a formação do mundo: “Toda a galáxia, todo o universo, costumava estar comprimido num pequenino ponto, pequenininho assim, e, daí, sabe o que aconteceu depois? Bluuhhh, de repente tudo explodiu, estava tudo sendo jogado em todos os lugares e isso formou o espaço. Era tudo gás, que ficava flutuando por aí até que o sol também se formou. E estava tão quente que a Terra se tornou uma imensa bola dura de oceanos, era tudo oceano, então tinha também animais marinhos. Daí, debaixo da água, vieram os vulcões: ttshhhhhuuff! E a lava quente atingiu a água, formando rochas, para fazer a terra”. Ele conta a história enquanto dirige rumo à cidade de Paris, no Texas, Estados Unidos, com seu pai, Hunter - que está em busca de sua própria origem, o lugar onde havia sido concebido.

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A vontade de materializar esse tema em textos, imagens, objetos de arte ou na tela do cinema, acredito que provenha da nossa angústia de não saber para onde iremos, do nosso medo da morte, do desconhecimento acerca de nosso fim. É como se levássemos toda a vida como uma verdadeira “obra aberta”.

As nossas transformações são assustadoras. Há mudanças internamente, mas externamente também é monstruoso, a maneira como se dá nosso processo de envelhecimento: primeiro os cabelos, depois os cheiros. As espinhas que irrompem da nossa pele. Daí tem o nariz ou a orelha que nunca páram de crescer... E então vem o processo inverso: encolhemos, há a queda dos cabelos e os ossos que se atrofiam, como se a morte fosse chegando ainda em vida, como se tivéssemos todos um pouco de “Benjamins Buttons12” em nós mesmos.

Deve ser por isso que embalsamamos os mortos no passado, construíamos grandes templos para eles. Paul Valéry em “Eupalinos ou O Arquiteto13” se pergunta pela voz de Fedro: “E, de onde então, (...) esse gosto do eterno entre os viventes? Tu perseguias o conhecimento. Os mais grosseiros tentam desesperadamente preservar até os cadáveres dos mortos. Outros constroem templos e tumbas, esforçando-se por torná-los indestrutíveis”. É de onde surge toda a nossa ambição para produzir arquitetura. Na continuação, Valéry: “Mas os destinos decidiram que entre as coisas indispensáveis à raça humana figurassem necessariamente alguns desejos insensatos. Não haveria homens sem amor. Nem a ciência, sem absurdas ambições. E de onde pensa que tenhamos extraído a primeira ideia e energia para os esforços imensos que erigiram numerosas cidades tão ilustres e tantos monumentos inúteis que, embora incapaz de os conceber, a razão admira?”

Atualmente, contudo, essa necessidade de preservação e o sentido de eternidade das coisas

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estão cada vez mais convertidos. A necessidade econômica se impõe sobre os outros valores. Destruir pode ser mais rentável que somente construir. As coisas não são mais feitas para durarem. Em passagem do livro “O Espaço Critico14”, Paul Virilio apresenta um estudo da associação para o desenvolvimento da comunicação que compara a destruição das cidades pela guerra e pelo próprio governo em obras de reurbanização, concluindo que a destruição de 300 mil residências em 5 anos custaria 10 bilhões de francos por ano, mas permitiria a criação de 100 mil empregos. Mais que isto, no final da operação demolição/reconstrução, as receitas fiscais superariam de 6 a 10 bilhões a verba pública investida.

Apesar de as coisas não serem mais feitas para durarem, nós queremos durar o máximo possível. Não é à toa que tanto é gasto com a ciência e a medicina. Estamos em uma busca constante da eternidade e o infinito não nos parece tão longe assim. Neste processo de construção-destruição nos enganamos de que o universo não possa continuar sem nós e de que cada um está aqui de passagem rápida. Tão rápida que uma pessoa só não consegue deixar marca alguma – talvez seja proveniente daí a necessidade que o arquiteto tem hoje de fazer edifícios espetaculosos e deixar neles sua assinatura.

Como disse em aula o professor Agnaldo Farias15: “Somos cadáveres adiados que ainda procriam” (citando Fernando Pessoa), mas parecemos ainda cultivar um último fio de esperança. Quando ele mostra a obra de Brancusi16 (“A coluna sem fim”), reflete sobre ela: “o homem quer atingir o céu, religar (...) Nós fomos expulsos do Paraíso e agora tentamos atingir a eternidade”. Tentamos a cada dia construir a nossa torre de Babel, já que não podemos mais responder o que estamos fazendo aqui, qual o nosso destino e onde está a relevância disto tudo.

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Viver em meio às incertezas causa-nos a sensação de perda de controle e um sentimento de insegurança em relação à própria vida. Mas a ciência já nos mostrara que o controle não elimina o imprevisível. O Professor Luis Carlos Menezes17, da Faculdade de Física da Universidade de São Paulo, inicia sua conferência ao TED (Technology, Entertainment and Design) nos falando sobre como é essencial aprender o imponderável e viver com as incertezas, pois são elas que nos trarão a sensação de liberdade.

Descartes há muito tempo já havia dito que “o motor do conhecimento não é a certeza, é a dúvida”. Muitos anos e descobertas depois, Einstein continuava concordando com ele: “O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece essa sensação ou não pode mais exprimir espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram”.

São as incertezas que nos trazem o desejo de ir além. A busca de um significado maior para a nossa curta existência nos move em direção a novas descobertas, novos rumos, como diria Edgar Morin18, transformando o mundo que se constitui como é hoje.

“A cidade surge graças à intenção de se dar significado ao ser-para-a-morte (dazein zum tod), a essa existência sem sentido” (FLUSSER19, 2007).

O problema é que entendendo sua vida como sendo apenas um breve suspiro ante à história da humanidade, o indivíduo se vê como parte ínfima, praticamente insignificante em relação ao total da cidade e do mundo. Deste modo, tenta se livrar de suas responsabilidades enquanto parte integrante de um todo. Não acredita mais em seu papel perante a construção da sociedade em geral.

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Assim, deixa também de acreditar em si mesmo. “Pelo fato de ter sido condicionado a crer que nada depende dele e que a experiência pessoal não afetará o futuro, ele chegou a premissa falsa e mortal de que não participa da realização do seu próprio destino” (TARKOVSKI20, 2010).

Por esta razão, passa a se eximir de suas responsabilidades. Esquece que o mundo foi construído por nossos esforços combinados e passa a fazer exigências aos outros, se livrando de todo seu dever moral. “Ele propõe aos outros que sejam humildes e se sacrifiquem, que aceitem seu papel na construção do futuro, mas não participa do processo e não aceita nenhuma responsabilidade pessoal pelo que acontece no mundo” (TARKOVSKI, 2010).

Ao subestimar sua capacidade de mudança do ambiente em que vive, aumenta as contradições entre indivíduo e sociedade. Distorce a visão de conjunto e seu poder de alteração. Amplia seus preconceitos, separa, desarmoniza, desacredita. Afasta-se do que o cerca, achando que assim se livra da participação na transformação geral.

Inversamente, se considerarmos nosso papel em concordância com a metáfora de Daisetsu Teitaro Suzuki21 que finaliza esta seção, abrimos caminho para a compreensão de nossa existência enquanto seres humanos habitantes de um mesmo mundo, nossa inseparabilidade dele, possibilitando sua mudança a favor de nós mesmos e, portanto, do todo.

“A Torre é tão ampla e espaçosa quanto o próprio céu. O assoalho é recoberto de (inumeráveis) pedras preciosas de todos os tipos. Dentro da Torre existem (inumeráveis) palácios, pórticos, janelas, escadarias, balaustradas e passagens, todas feitas com os sete tipos de pedras preciosas (...). E dentro dessa Torre, espaçosa e primorosamente ornamentada, existem também centenas de milhares (...) de torres, cada uma delas tão primorosamente

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ornamentada como a Torre principal e tão espaçosa como o céu. E todas essas torres, cujo número está além do cálculo, não obstruem os caminhos umas às outras; cada uma preserva sua existência individual em perfeita harmonia com todas as outras, individualmente e coletivamente. Existe um estado de perfeita mistura e, contudo, perfeita ordem. Sudhana, o jovem peregrino, vê a si mesmo em todas as torres e em cada uma delas, onde todas estão contidas em uma e cada uma contém todas”. (D. T. Suzuki)

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Apesar do título desta seção, que sequencia as duas primeiras - “começo” e “meio” - e assim não poderia ser outro, o trabalho não acaba aqui. Se seu início se deu no próprio processo de feitura, onde a apropriação de um tema que normalmente se supõe antecipatório ao trabalho surgiu junto, no decurso dele, não se poderia esperar diferente sobre seu fim.

Na trajetória estão os conhecimentos acumulados e em permanente processo de aperfeiçoamento. “A fatura ou modo de fazer o trabalho inclui reflexões, escolhas e decisões que nem sempre podem ser programadas previamente. É em seu curso que se determina a atitude e os critérios convenientes para a obtenção de resultados satisfatórios”(KATZ22, 1997).

Segundo Fayga Ostrower23, uma obra só pode ser considerada terminada quando “todos os componentes se encaixam numa ordem que é justa. Onde tudo se justifica, tudo se relaciona para um conjunto não só harmonioso, mas expressivo”. À semelhança da imagem que se faz das torres na citação de D. T. Suzuki “tudo tem realmente valor, nada é supérfluo, mas também nada falta”.

A avaliação de Fayga se faz no âmbito da obra arte e, por isso, diz respeito ao domínio da linguagem. No entanto, não necessariamente está restrita a este campo. A própria artista vai dizer que tal reconhecimento “na vida também é presente, como uma extensão do cotidiano (...) Intuitivamente estou sentindo e avaliando também”. E é no decorrer da vida e não no seu fim que a imagem das torres se solidifica.

Analogamente, neste trabalho, sinto que se torna cada vez mais necessária a solidificação ou concretização dos pensamentos abstratos. Como dar uma resposta pragmática às minhas preocupações conceituais? Como fazer a translação entre o universo abstrato do

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pensamento e o surgimento do projeto concreto? A experiência efetiva se faz imprescindível para responder as minhas perguntas e completar o processo de transformação da teoria na aplicação de seus conceitos.

“A prática é o fundamental da teoria e a ela deve retornar. Sem o retorno à prática para que se possa ascender à práxis, a teoria permanece no nível da abstração, como puro idealismo, sem possibilidade de transformação do mundo. Não significa simplesmente sua aplicabilidade no sentido técnico, mas a possibilidade de se antecipar à prática e acabar nela fluindo” (MIRANDA24, 2007).

É na práxis que se encontram as possibilidades reais de escolha e decisão. Possibilidades essas que “não obedecem, como se sabe, a critérios totalmente preestabelecidos: nesse sentido as escolhas são sempre originais” (KATZ, 1997).

Uma postura mais pragmática facilitaria, portanto, a procura pelas respostas das questões relativas a própria prática da arquitetura que faço no início deste trabalho, quanto ao modo como são feitas as escolhas do projeto, ao processo intuitivo, ao papel do acaso e a forma e quantidade de controle que pode ser imposto à obra por parte de seu autor.

Não anularia o texto anterior ou o transformaria em roteiro para a criação de algo concreto, mas faria dele parte do todo de um processo, que não poderia se fazer completo sem a produção deste.

Segundo Tschumi25: “A teoria é uma prática, a prática dos conceitos. A prática é uma teoria. Teoria dos conceitos”. Sem esta complementaridade da prática e da teoria, da matéria e da ideia, da ratio e do logos26, do produto de uma técnica e de algo portador de significado, não

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vejo como poderia ser este trabalho de forma alguma satisfatório.

A dificuldade de verter estes conceitos em um projeto único de edificação, porém, como é bastante comum se conjecturar de um trabalho final da graduação do curso de arquitetura e urbanismo, provém não só da custosa eleição de uma área e tudo o que isso implica - seus aspectos geográficos, econômicos, sociais, culturais etc. - e de um programa a ser definido, mas da própria realização do processo projetual, principalmente aquele que se gostaria de cunho participativo, e a frustração pela impossibilidade de tornar a obra real na quantidade de tempo que nos é dada para a realização deste.

Sendo assim, procurei uma outra forma de exploração dos conceitos que me interessavam e que foram postos anteriormente neste. Através de um exercício de representação que permite uma investigação formal, da manipulação da matéria e do desenvolvimento de técnicas, acredito que possa responder e inclusive dizer mais sobre eles.

Parto do cubo por ser um sólido platônico simples. A busca por uma forma com essa característica se deu pelo fato de nela querer impregnar todos os assuntos complexos que foram até agora levantados. Considerando-se a garantia da totalidade pela simplicidade da forma, não poderia ser outra senão o cubo - o mais simples dos únicos cinco sólidos regulares, como é posto no livro “Elementos” de Euclides27 - a mais desejável.

A escolha se enfatiza pelas inúmeras considerações feitas acerca desta forma no livro “O que vemos, o que nos olha”28 de Didi-Huberman. Segundo o autor, o cubo revela sua complexidade no momento mesmo em que chegamos ao seu caráter mais simples, o que faz dele um objeto quase mágico. Nada imita antes dele. É para si mesmo sua própria razão figural. Instrumento eminente de figurabilidade, imediatamente reconhecível e formalmente

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estável. Sempre caído e sempre erigido.

Uma figura de construção que se presta interminavelmente aos jogos da desconstrução, sempre propício, por acoplamento, a reconstruir alguma outra coisa. Tem vocação de espalhamento para outros arranjos modulares, outras associações. Sua repetição em obra não significa mais o controle serial, mas a inquietude heurística em torno de uma perda.

Há nele um estatuto incerto, mas também a eficácia resultante de tal incerteza. Faz parte tanto dos pensamentos mais elaborados, como os que estão presente nas artes, demonstrado por Didi-Huberman através dos minimalistas, principalmente da obra de Tony Smith, quanto da abstração formal do universo infantil.

A aproximação com o universo particular da criança interessa na medida em que se identifica a construção de uma função simbólica que se faz pela representação, separando o pensamento da ação. A criança constrói para si um mundo de encantamento e mistério e na sua situação imaginária, conforme apresenta Vygotsky29, “dirige seu comportamento não apenas pela situação que a afeta de imediato, mas pelo significado destas situações. (…) A brincadeira transforma os objetos em signos e abre a possibilidade de executar a partir deles ações representativas”.

Tal ideia se torna mais clara quando Didi-Huberman nos fala de uma criança que se vê pela primeira vez sozinha no quarto, longe da figura materna, cercada dos seguintes objetos: um carretel, uma boneca (imitação humana), um cubo e um lençol. Ela primeiro escolhe brincar com o carretel, depois o joga longe e é neste momento, ao que o objeto se esconde atrás da cortina, que ela o retém como imagem. É a ausência que dá conteúdo ao objeto, que o transforma em imagem visual.

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Brincando a criança consegue imaginar algo que não é visto, inclusive algo nunca visto antes e desenvolve “a capacidade de fazer escolhas conscientes e operar com situações que levam ao pensamento abstrato” (GARCIA30, 2008). O lúdico “permite a criação da intenção voluntária, de planos de vida real e do que se quer ou se quer ser” (GARCIA, 2008).

A diversão se transforma e revela sua importância no desenvolvimento do pensar da criança. Divertindo-se, “o que é regra torna-se desejo e fonte de prazer, o que no futuro, segundo Vygotsky, constituirá o nível básico da ação e da moralidade” (GARCIA, 2008).

É no desenvolvimento deste conceito vinculado ao lúdico que o cubo toma parte no trabalho e se multiplica, dispondo-se no espaço como em um tabuleiro. Em referência aos jogos de lógica simples como o sudoku ou o jogo da velha, eles tendem a ocupar-se da margem, dos limites da peça, não sendo em número suficiente a fim de ocupar todos os espaços demarcados por suas divisórias.

São oito cubos no total de 7cm de lado - medida escolhida para que coubessem na palma da mão –, dispostos de três em três por cada lado, de modo a delimitar um vazio no centro, que facilita sua manipulação. Eles não precisam seguir uma ordem no espaço proposto. Pelo contrário, devem ser deslocados, transformados, rearranjados. Há uma busca pela abertura da obra e, neste sentido, um convite ao uso da imaginação do manipulador.

O vazio que se delimita no espaço central torna o nono cubo presente em sua ausência. Sua existência se dá em potencial, mas mantém o jogo inconcluso. Os meios do fim estão dados, porém necessitam de um gesto que os finalize. A ação virá acompanhada do pensamento, da ideação, de um ato de criação. Dessa forma, a pessoa que conseguir ocupar aquele espaço, deixará de ser uma testemunha passiva e, através de sua escolha, decidirá sobre o término

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do trabalho.

Logo, o vazio se converte em complemento da existência que dá integridade à obra. No pensamento budista é devido ao Vazio que as coisas existem e, pelo mesmo fato que as coisas existem, devem ser o Vazio. De acordo com o sutra “forma é vazio, vazio, na verdade é forma. Vazio não difere da forma, a forma não difere do vazio. O que forma a forma é o vazio; o que é vazio é forma”31, o vazio deixa de significar ausência para denotar uma “natureza não substancial e não pessoal dos seres, um sinal de indicação do estado de absoluto desprendimento e liberdade”.

No livro “Seis Propostas para o Próximo Milênio”32, Italo Calvino apresenta uma passagem de Lucrécio, segundo ele “o poeta da concreção física, entendida em sua substância permanente e imutável” quem nos diz que “o vácuo é tão concreto quanto os corpos sólidos”. Sua principal preocupação, pode-se dizer, é “evitar que o peso da matéria nos esmague. No momento de estabelecer as rigorosas leis mecânicas que determinam todos os acontecimentos, ele sente a necessidade de permitir que os átomos se desviem imprevisivelmente da linha reta, de modo a garantir tanto a liberdade da matéria quanto a dos seres humanos. A poesia do invisível, a poesia das infinitas potencialidades imprevisíveis, assim como a poesia do nada, nascem assim de um poeta que não nutre qualquer dúvida quanto ao caráter físico do mundo” (CALVINO,1990).

A figura poética se repete e se amplia em Manoel de Barros (provavelmente sobre ele mesmo): “A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinito33”.

Diante disso, o vazio se estabelece fundamentalmente neste trabalho de representação dos

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conceitos e não poderia ser desvinculado no processo de feitura dos outros oito cubos que o constituem. À primeira impressão pode parecer controverso, mas na materialidade de cada cubinho busquei uma forma de revelar o vazio de que aqui venho tratado. Seja na escolha do material – acrílico, espelho, tubos de plástico transparentes etc. – seja na forma como ele está empregado. Há sempre um espaço a ser completado no cubo, um vão ou uma fresta, um buraco que pede um preenchimento.

Examinados de tal maneira os cubos poderiam se assemelhar a recipientes ou caixas - recebem, guardam, contêm, seguram, adaptam, ajustam. E nesta condição não poderia deixar de relacioná-los com a caixa mitológica que dá sentido à nossa existência, aquela presente no conto sobre Pandora34.

A ideia de inserir aqui um mito por si só já se faz interessante de modo que é através deles que nos familiarizamos com o desconhecido de maneira a conseguir explicá-lo. Os mitos possuem, segundo Joseph Campbell35, o caráter de sonhos coletivos, indicando com isso sua importância e seu aspecto investigativo. Refletem os anseios, medos e desejos da humanidade por meios simbólicos.

No caso de Pandora, mito que se encontra em duas das obras de Hesíodo36: “Teogonia” e “Os doze trabalhos”, mostra-se alegoricamente que “o ser humano não pode melhorar sua condição sem enfrentar adversidades”37.

Pandora é traduzida etimologicamente como sendo “a que tudo dá”, “a que possui tudo”, “que tem todos os dons”. Ela é a primeira mulher, realizada por Zeus, auxiliado por todos os deuses - cada qual a presenteia com um dom, uma qualidade (boa ou má) - para castigar Prometeu.

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Os deuses inventaram os humanos e todos os outros animais, porém coube a Epimeteu, dar a cada um deles suas características definitivas. Como não havia qualidade alguma sobrando quando chegou a vez dos humanos, ele pediu ajuda a seu irmão, Prometeu, que decidiu roubar o fogo dos céus e lhes ensinar a trabalhar com ele. Zeus fica enfurecido quando vê o que aconteceu e resolve lhes dar uma lição enviando Pandora.

Epimeteu, contra as recomendações do irmão, recebe Pandora e a toma como esposa. Apesar de lhe dizer para não abrir as caixas que outrora usara para dar as atribuições aos homens e animais, Pandora não resiste a curiosidade. Escolhe uma delas e ao abrí-la deixa sair todos os males, com exceção de um.

Ao perceber o que acontecia, rapidamente fechou a caixa, conseguindo manter dentro dela a ‘esperança’ – por vezes também traduzida como ‘antecipação’. Por nossa sorte, devido a isso não sabemos com antecedência a hora de nossa morte, motivo que nos impulsiona a evoluir na técnica e a construir, buscando na criação uma razão maior para a nossa existência.

Se na caixa de Pandora restou só a esperança, depois de tudo isso, o que se pode esperar de dentro desta? E de fora dela?

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notas

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1 Cineasta brasileiro, nascido em 1966 em Fortaleza - Ceará, formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela

Universidade de Brasília. Posteriormente, concluiu o mestrado em Teoria do Cinema pela Universidade de

Nova Iorque. Fazem parte de sua filmografia: “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2010), “O Céu de

Suely” (2006) e “Madame Satã” (2002).

2 Jonas Tadeu Silva Malaco é professor doutor da Universidade de São Paulo, dedicando-se em suas aulas

e pesquisas ao estudo da Ética, Política e Estética, especialmente em suas relações com as cidades. Platão,

Aristóteles e as cidades gregas são objetos de sua particular atenção.

3 A Pnyx, no Período Clássico, era o lugar da assembléia dos cidadãos de Atenas. Quando lá reunidos

tinham prerrogativas que envolviam a totalidade dos aspectos pertinentes ao governo da cidade. O recinto

da assembléia da Pnyx surge assentado na declividade voltada para a cidade de uma colina a sudoeste da

cidade, como um recorte semicircular com cerca de 50m de diâmetro, a céu aberto. Próximo ao final do séc.

V, a construção é substituída por outra de mesmo formato básico e mesma localização, porém com outra

orientação, como se o recinto tivesse girado sobre si mesmo 180º. Mais tarde uma terceira construção, maior

porém com a mesma orientação que a segunda, a substituirá.

Para mais informações: Malaco, Jonas Tadeu Silva “O lugar da assembléia dos cidadãos de Atenas” - São

Paulo, Alice Foz, 2003.

4 Umberto Eco foi professor de semiótica e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade

de Bolonha. Escritor de romances - como “O nome da rosa” e “O pêndulo de Foucault” - e de ensaios – como

“Obra Aberta” (1962), no qual fundamenta que “uma obra de arte amplia o universo semântico provável,

lançando mão de jogos semióticos, a fim de repercutir nos seus intérpretes uma gama indeterminável, porém

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não infinita de interpretações”.

5 Haroldo Eurico Browne de Campos foi um poeta e tradutor brasileiro. Nasceu em São Paulo em 1929

e fundou junto ao seu irmão Augusto de Campos o grupo Noigandres em 1952, iniciando o movimento

da Poesia Concreta no Brasil. Nos anos seguintes defendeu as teses que o levariam a inaugurar em 1956 o

‘movimento concretista’. Seu livro “A Arte no Horizonte do Provável” (1977) fala dos “problemas da produção

de vanguarda e da criação e da crítica hoje, propondo novos critérios para a apreciação do fenômeno estético”.

6 Este é o último livro de poesia de Haroldo de Campos. O autor remete à Dante, Camões e Drummond

não somente no que diz respeito à estrutura do poema, mas ao tema escolhido. Haroldo escreve sobre a

constituição do universo, reflete sobre a teoria do Big Bang e termina com a dúvida não respondida sobre

o fim do universo. Repensa as contribuições da Ciência e, neste trecho em particular, em como se deram de

formas distintas pela Física Clássica de Newton (pela lei da gravidade exemplificada com a queda da maçã) e a

Moderna de Einstein (que considera o espaço-tempo como dimensão única).

De acordo com a teoria de Newton, o tempo deve ser visto como uma linha única, sem começo e fim, porque

infinito e, portanto, eterno. Einstein muda esta visão ao incorporar a idéia de um espaço-tempo “continuum”.

Ele utiliza a dimensão temporal com as outras três dimensões de espaço para formar uma só, na qual

incorpora o efeito da gravidade como uma conseqüência de sua distorção - que se dá pela presença de matéria

no universo - assim, esta deixa de ser plana, encurva.

7 Saul Perlmutter: (Champaign-Urbana, Estados Unidos - 1959) trabalha no Laboratório Nacional de

Lawrence Berkeley e é professor do Departamento de Física da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Brian P. Schmidt: (Missoula, Estados Unidos -1967) é professor membro do Conselho Australiano de

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Laureate e astrofísico do observatório de Mount Stromlo da Universidade Nacional da Austrália.

Adam Guy Riess (Washington, Estados Unidos -1969) é astrofísico da universidade Johns Hopkins e do

Instituto Científico de Telescópio Espacial.

Os três cientistas receberam o Nobel da Física em 2011.

8 São corpos celestes surgidos após explosões de estrelas com mais de 10 massas solares, que produzem objetos

extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis, passadas algumas semanas ou meses.

A explosão de uma supernova pode expulsar para o espaço até 90% de matéria de uma estrela. O núcleo tem

1,5 massas solares, a pressão dos elétrons não permite que o núcleo se mantenha estável. Elétrons colapsam

com o núcleo, chocando-se com os prótons, originando nêutrons: o resultado é uma estrela composta de

nêutrons com mais ou menos 15 quilômetros de diâmetro! Quando a massa deste núcleo ultrapassa 3 massas

solares, nada mantém o núcleo, então a estrela continua a se colapsar, dando origem a uma singularidade

no espaço-tempo, conhecida como buraco negro (local de onde nada escapa, nem a luz – delimitado pelo

horizonte de eventos).

9 Esta citação foi retirada da peça teatral “Viver sem tempos mortos”, monólogo interpretado pela atriz

Fernanda Montenegro que esteve em cartaz em São Paulo entre 8 de outubro e 11 de dezembro de 2011. O

texto foi elaborado pela própria atriz em conjunto com o tradutor Newton Goldman, a partir de fragmentos

de escritos de Simone de Beauvoir. Entre os livros desta autora estão: “A convidada” (1943), “O sangue dos

outros” (1944), “O Segundo Sexo” (1949), “Os mandarins” (1954), “Memórias de uma moça bem-comportada”

(1958), “A força das coisas” (1963), “A velhice” (1970), “Tudo dito e feito” (1972) e “A cerimônia do adeus”

(1981).

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10 Luis Buñuel (Calanda, 22 de Fevereiro de 1900 — Cidade do México, 29 de Julho de 1983) foi um

realizador de cinema espanhol, nacionalizado mexicano. Este fragmento de texto foi retirado de “Ateu, graças a

Deus” – capítulo do livro “Meu Último Suspiro” escrito por ele com auxílio de Jean-Claude Carrière. Trata-se

de um livro autobiográfico no qual retrata as angústias, dúvidas e certezas que o levaram a produção de filmes

na Espanha durante o século XX. Seus filmes têm forte influência surrealista. Trabalhou com Salvador Dalí e

Garcia Lorca.

11 “Paris, Texas” é um filme de 1984, realizado por Wim Wenders, diretor alemão, que conta a história de

Travis, um homem que, depois de estar desaparecido por mais de quatro anos, é reencontrado pelo irmão

Walt num hospital na região desértica do Texas, próximo à fronteira com o México. Em péssimo estado e

com amnésia, é levado por Walt para a sua casa em Los Angeles, onde reencontra Hunter, seu filho de sete

anos que foi abandonado também pela mãe, Jane. Inicialmente estranhos, Travis e Hunter iniciam uma

reaproximação que culmina com o desejo de ambos em reencontrar Jane e reconstruir sua verdadeira família.

12 “O Curioso Caso de Benjamin Button” é um filme de 2008, baseado em um conto homônimo lançado

em 1921 pelo escritor F. Scott Fitzgerald. Conta a história de um homem, Benjamin, que em 1918 nasce

com a aparência envelhecida e por isso, pensando que ele é um monstro, seu pai o abandona. Benjamin é

criado num lar assistencial de idosos e, enquanto pequeno, todos pensavam que ele iria acabar por morrer

rapidamente. Mas ao contrário disso, ele vai ficando mais novo ao longo dos anos, vendo os outros ao seu

redor envelhecerem.

13 Valéry, Paul “Eupalinos ou O arquiteto” – São Paulo, Editora 34, 1996. Neste livro Valéry (1871-1945),

filósofo, escritor e poeta francês da escola, reflete sobre a criação artística através do diálogo imaginário entre

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Sócrates e Fedro.

14 Virilio, Paul “O espaço crítico - e as perspectivas do tempo real” - Rio de Janeiro, Editora 34, 1999.

Paul Virilio é filósofo, urbanista, arquiteto, polemista, pesquisador, autor de diversos livros sobre as tecnologias

da comunicação e colaborador do jornal francês Le Monde. Neste livro discute o papel da arquitetura na

realidade urbana e propõe um diagnóstico do mundo contemporâneo.

15 Agnaldo Aricê Caldas Farias é professor do Departamento de ‘História da Arquitetura’ e ‘Estética do

Projeto’ da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de

Artes, com ênfase em Crítica da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: obra, obras, arte, exposição

e premiação.

16 Constantin Brâncuşi (1876-1957) foi um escultor romeno, um dos principais nomes da vanguarda

moderna. Entre seus trabalhos estão: “A musa adormecida”, “O Beijo”, “Prometeu”, “Mademoiselle Pogany”,

“Pássaro no espaço” e “A Coluna Infinita”, também conhecida como “A Coluna Sem Fim”. Esta é formada de

módulos empilhados, com uma meia-unidade no topo – elemento que expressa a concepção de infinito.

17 Luis Carlos Menezes possui bacharelado em Física (Universidade de São Paulo -1967), mestrado em Física

(Carnegie Mellon University -1971), doutorado em Física (Universitat Regensburg -1974), É professor do

Instituto de Física e orientador do programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação e do Programa

de Pós-graduação Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo. Atua na área de

Educação, em formação de professores, ensino básico, ensino de física e de ciências. Atualmente é articulista

da Revista Nova Escola (Fundação Victor Civita). É membro do Conselho Técnico Científico da CAPES

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para Educação Básica, membro da equipe da UNESCO do Projeto de Currículos Integrados no Ensino

Médio e preside a Comissão de Acompanhamento do Programa Nuclear Brasileiro da Sociedade brasileira de

Física.

Link para a conferência: http://www.youtube.com/watch?v=Lbp0tqgQR-s

18 Edgar Morin é um antropólogo, sociólogo e filósofo francês. Pesquisador emérito do CNRS (Centre

National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em

Filosofia, Sociologia e Epistemologia. É autor de diversos livros, entre eles: “O método” (6 volumes),

“Introdução ao pensamento complexo”, “Ciência com consciência” e “Os sete saberes necessários para a

educação do futuro”.

19 Vilém Flusser (Praga,1920 - 1991) foi um filósofo tcheco, naturalizado brasileiro. Autodidata, durante a

Segunda Guerra, fugindo do nazismo, mudou-se para o Brasil, estabelecendo-se em São Paulo, onde atuou

por cerca de 20 anos como professor de filosofia, jornalista, conferencista e escritor. Escreveu e ministrou

conferências na área da teoria da comunicação. Seus trabalhos se concentraram na discussão do pensamento de

Heidegger, sendo marcados pelo existencialismo e pela fenomenologia. Fazem parte de sua obra: “A História

do Diabo” (1965), “Da Religiosidade” (1967), “Le Monde Codifié” (1972), “A Filosofia da Caixa Preta:

Ensaios para uma futura filosofia da fotografia” (1983).

A citação encontra-se na coletânea: “O Mundo Codificado: por uma filosofia do design e da comunicação”,

publicado pela Cosac Naif (2007).

20 Andrei Arsenyevich Tarkovski (1932-1986) foi um cineasta russo, filho do poeta Arseni Tarkovski. Dirigiu

seu primeiro filme “O Rolo Compressor e O Violinista” em 1960. Em 1962 ganhou o Leão de Ouro do

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Festival de Veneza com o seu segundo trabalho: “A Infância de Ivan”. Fazem parte de sua obra: “Solaris”

(1972), “O espelho”(1974), “Stalker”(1979) e “O Sacrifício” (1986).

Seu trabalho é marcado por um profundo sentido espiritual, que também se reflete em seu livro “Esculpir o

Tempo”, publicado no Brasil pela Martins Fontes em 1998, de onde foram retirados os trechos presentes neste.

21 Daisetsu Teitaro Suzuki (1870 - 1966) foi um famoso autor japonês de livros sobre Budismo, Zen e Jodo

Shinshu. Responsável em grande parte pela introdução destas filosofias no ocidente.

22 Renina Katz (Rio de Janeiro, 1925) é uma gravurista, desenhista, ilustradora e ex-professora da FAUUSP,

onde trabalhou por quase 30 anos.

23 Fayga Perla Ostrower (Lodz, Polônia 1920 - Rio de Janeiro RJ 2001). Gravadora, pintora, desenhista,

ilustradora, ceramista, escritora, teórica da arte, professora. Veio para o Brasil em 1934, onde publicou

vários livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles “Criatividade e Processos de Criação”, 1978,

“Universos da Arte”, 1983, “Acasos e Criação Artística”, 1990 e “A Sensibilidade do Intelecto”, 1998.

Os trechos que aqui se encontram foram retirados de entrevistas que podem ser vistas através dos links: http://

www.youtube.com/watch?v=M4p0ORnWI2E e http://www.youtube.com/watch?v=h08szx50vNM

24 Miranda, Juliana Torres de “Conceito e projeto: o papel da teoria na obra arquitetônica de Eisenman,

Hejduk, Libeskind e Tschumi”, 2007 – tese de doutorado orientada pelo professor Joaquim Guedes.

25 Bernard Tschumi é um arquiteto suíço, formado em 1969 pela ETH - Eidgenösseische Technische

Hochshule. Lecionou na AA - Architectural Association, em Londres e no Institute for Architecture and

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Urban Studies na Universidade de Princeton, em Nova Iorque. Escreveu diversos livros e artigos sobre a

teoria e prática da arquitetura, entre os quais “Concepto, Contexto y, Contenido” de onde foi extraído o trecho

que cito (Arquine, Revista Internacional de Arquitectura y Diseño, vol. 34, p. 87). Entre suas obras mais

conhecidas está o Parc La Villette em Paris.

26 Mais sobre esses conceitos em: “Logos e Ratio – Complexidade, Subjetividade e Ambigüidade em Teoria da

Arquitetura”, Luiz Felipe da Cunha e Silva

Link: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.130/3775

27 Euclides de Alexandria (360 a.C. — 295 a.C.) foi um professor, matemático e escritor possivelmente grego,

muitas vezes referido como “Pai da Geometria”. Sua obra “Elementos” é o tratado sobrevivente visto como o

mais antigo. Trata da teoria dos cinco sólidos, que ocupava um lugar importante na cosmologia de Platão.

Seu texto é o primeiro sobre a teoria dos números. Apresenta um método que consiste em assumir um

pequeno conjunto de axiomas intuitivos e então provar várias outras proposições (teoremas) a partir desses

axiomas.

28 “O que vemos o que nos olha” é um livro escrito em 2010 pelo filósofo, historiador, crítico de arte e

professor Didi-Huberman. (Sobre a criança e o carretel: início do capítulo 5, p. 79. Sobre o cubo: páginas 88-

96).

29 Lev Vygotsky (Orsha, 17 de Novembro de 1896, — Moscou, 11 de Junho de 1934) foi um psicólogo bielo-

russo, pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações

sociais e condições de vida. Instrumentos simbólicos, linguagem e aprendizagem são alguns dos temas

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recorrentes em sua obra.

30 Dalva Aparecida Garcia, é docente do Ensino Médio na Rede Pública Estadual. Coordenadora Pedagógica

do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças; possui graduação em Filosofia pela Universidade Estadual

Paulista - Marília, UNESP e mestrado em Filosofia e Educação pela Faculdade de Educação da USP/SP,

FEUSP. Escreveu o artigo “O Universo Infantil, a Literatura e as Novelas Filosóficas” (janeiro 2008) de onde

foram retirados os trechos.

Link: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/3729/o-universo-infantil-a-literatura-e-as-

novelas-filosoficas

31 O trecho se encontra em Capra, Fritjof: “O tao da física - um paralelo entre a física moderna e o misticismo

oriental” - São Paulo, Cultrix 2010.

32 Italo Calvino (Santiago de las Vegas, 15 de outubro de 1923 - Siena, 19 de setembro de 1985) foi um

dos mais importantes escritores italianos do século XX. Entre seus livros estão “Cidades Invisíveis” (1972),

“Palomar” (1983) e “Seis Propostas para o próximo milênio”, publicado em 1990 pela Companhia das Letras

mesmo estando inacabado. Das seis propostas que sugere para o próximo milênio e que, segundo o autor,

apenas a literatura poderia salvar: leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade, consistência faltou

discorrer sobre a última. O trecho que cito faz parte da primeira – leveza.

33 Manoel de Barros, poeta brasileiro, nascido em Cuiabá, 1916, escreveu em “O menino que carregava água

na peneira” em “Exercícios de ser Criança”, Ed. Salamandra, 1999.

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34 Como em todos os mitos, no de Pandora há diversas suspeitas sobre os decorridos

nele. Alguns autores dizem que ela na verdade não abria uma caixa, mas um jarro ou

um baú, poe exemplo. Esta e muitas outras incertezas são apresentadas e analisadas no

livro que Erwin Panofsky escreveu com sua mulher, Dora: “Pandora’s box : the changing

aspects of a mythical symbol” que tomo como base para a descrição neste.

35 Joseph Campbell (White Plains, 26 de março de 1904 - Honolulu, 30 de outubro de

1987) foi um estudioso norte-americano de mitologia e religião comparativa.

36 Hesíodo foi um poeta grego que viveu durante o século VIII a.C. quando escreveu

“Teogonia”, também conhecido como “Genealogia dos Deuses” – um poema que trata

do mito cosmogônico que se desenvolve entre os deuses e os homens originando os

heróis (nesse mito as deidades expressam as ideias dos gregos sobre a constituição do

universo) - e “Os Trabalhos e os Dias”, no qual Hesíodo se centra em temas relacionados

ao trabalho e à justiça. Na primeira parte, depois da invoção às musas, vai escrever sobre

Prometeu e Pandora.

37 Em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caixa_de_Pandora

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bibliografia

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baleiahttp://www.youtube.com/watch?v=qoP1N0OyFic&feature=youtu.be

míriade http://vimeo.com/31158841

construção/desconstrução - uma imagem poéticahttp://vimeo.com/28637473

como se constrói um igluhttp://www.youtube.com/watch?v=LAuelicZy8k

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formigueirohttp://www.youtube.com/watch?v=lFg21x2sj-M&feature

cidade fantasma na Chinahttp://www.youtube.com/watch?v=rPILhiTJv7E

10 à potência (elaborado pelos Eames)http://www.youtube.com/watch?v=0fKBhvDjuy0&feature=related

cena de filme de Woody Allen sobre a expansão do universohttp://www.youtube.com/watch?v=5U1-OmAICpU

Vênus em trânsitohttp://www.youtube.com/watch?v=4Z9rM8ChTjY&feature=youtu.be&hd=1

patinadora Caroline Zhanghttp://www.youtube.com/watch?v=5JaMJUdvoZI&feature=related

bailarino Pina Bausch http://www.youtube.com/watch?v=ziVBJnispDU

Glenn Gould tocando Bachhttp://www.youtube.com/watch?v=qB76jxBq_gQ

John Cage tocando com plantas e uma penahttp://www.youtube.com/watch?v=Pbgr74yNM7M&feature=related

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agradecimentos

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Agradeço à minha família - pelo suporte, amor e carinho. Eu não poderia ter escolhido uma melhor.

Ao meu orientador Alexandre Delijaicov - que me permitiu livremente achar um caminho, porém sem nunca deixar de ser meu guia. Agradeço pela atenção, paciência e dedicação.

A todos os professores e funcionários da FAUUSP, biblioteca, LPG e LAME - este trabalho não seria o mesmo sem a ajuda, as ideias e o esforço deles.

Aos amigos de infância e os mais recentes que fiz aqui - pelas trocas, conversas e risadas - sem os quais não há razão para que eu continue buscando, fazendo e abrindo caixas.

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anexos

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- Princípio de Correspondência, Bohr

Contrapõe as realidades, aparentemente contraditórias, do mundo quântico e do clássico. Grandezas

quantizadas dos observáveis tendem ao limite clássico; números quânticos associados ao sistema em questão

tendem ao infinito.

- Teoria do Caos

É o que caracteriza sistemas complexos e dinâmicos, instabilidade dos resultados; sensibilidade, perturbações,

erros mesmo em sistemas determinísticos, levando a resultados aleatórios ou imprevisíveis; - acaso versus

fenômeno - que pode ser representado em equações.

(Faz parte dela a teoria sobre o bater das asas da borboleta de Marhall Mc Luhan: o bater das asas no Japão

pode acarretar um furacão do outro lado do mundo. Hoje esta teoria é utilizada para estudar os fenômenos

meteorológicos, crescimento de populações, variações do mercado financeiro).

- Teoria da Informação, Clause E. Shammon

Comunicação como um problema matemático e perda de informação (”O problema fundamental da

comunicação é reproduzir em um dado ponto, exata ou aproximadamente, uma mensagem produzida em

outro ponto”); eventos de diferentes probabilidades – estudos iniciados com as leis da termodinâmica de

Boltzwmann e Gibbs (entropia); teoria apropriada para medir incerteza sobre um espaço ordenado.

( Fischer)

- Teorema da Incompletude, Kurt Godel

Se o sistema é consistente, então não pode estar completo. Quando o sistema é autoconsistente, devem existir

proposições que não poderão ser nem comprovadas nem negadas por este mesmo sistema. E se ele é completo,

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então não pode validar o sistema.

Também implica que um computador jamais possa ser programado para responder todas as questões

matemáticas.

Em “O espaço crítico - e as perspectivas do tempo real”, Paul Virilio: “seu teorema é a prova existencial,

método que prova matematicamente a existência de um objeto sem produzi-lo...”

- Hipótese do Continuum, George Cantour

Não existe nenhum conjunto com mais elementos que o conjunto dos números inteiros e menos elementos

do que o conjunto dos números reais. Nada que vai de uma condição gradual a uma condição diferente sem

mudanças abruptas.

- Interpretação de Copenhage

1. As previsões probabilísticas feitas pela mecânica quântica são irredutíveis ao sentido em que são um

mero reflexo da falta de conhecimento de hipotéticas variáveis escondidas. No lançamento de dados usamos

probabilidades para prever o resultado porque não possuímos informações suficientes, apesar de acreditarmos,

que o processo é determinístico. As probabilidades são utilizadas para completar o nosso conhecimento;

2. A Física é a ciência dos resultados de medida. Não faz sentido especular para além daquilo que pode ser

medido;

3. O ato de observar provoca o “colapso de função da onda”. “Embora antes da mediação o estado do sistema

permitisse muitas possibilidades, apenas uma foi escolhida aleatoriamente pelo processo de medição”.

- Fractais, Mendelbrot, Benoit

Antes de Mandelbrot os fractais eram tidos como curiosidades isoladas e de propriedades não-intuitivas. Ele

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os utiliza para esclarecer o Paradoxo de Olber (ao invés da teoria do Big Bang): “the ‘dark night sky’ riddle

- the darkness of the night Sky with the assumption of an infinite and eternal static universe” (“Enigma da

‘noite escura’: a escuridão do céu noturno com a suposição de um universo infinito e eternamente estático” ).

- Interpretação de Bohn

Onda e partícula são reais (+ Schrondinger). O estudo do universo evolui suavemente através do tempo, sem

o colapso da função de onda quando a medição ocorre, como em Copenhage. Contudo, deve-se assumir a

existência de um grande número de variáveis ocultas as quais nunca podem ser diretamente mensuradas.

- Henri Poincaré

1. O problema dos 3 corpos: uma ligeira mudança na posição inicial do corpo levará uma mudança radical em

seu estado final.

2. A medição do tempo (paradoxo dos gêmeos): o tempo e o espaço deixam de ser estado do movimento dos

observadores. (A simultaneidade é relativa)

obs.: Kant - Nega a realidade do tempo. Para ele o tempo é uma noção a priori que não designa nada além de

determinada característica do nosso mundo humano de receber informações através dos sentidos.

- Interpretação de muitos mundos (IMM), Hugh Everett

Da mecânica quântica que propõe a existência de múltiplos universos paralelos. A existência de uma função

estado para todo o universo a qual obedece a equação de Schrondinger para todo tempo e para a qual não

há processo de colapso de onda. Ideia de que este estado universal é uma sobreposição quântica de vários,

possivelmente infinitos, estados de idênticos universos paralelos não comunicantes.

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-Paradoxo do Zeno

Para provar a inconsistência dos conceitos de multiplicidade, divisibilidade e movimento (dicotomia, “Aquiles

e a tartaruga”).

- Horizonte de Eventos

Fronteira imaginária ao redor de um buraco negro a partir da qual a força da gravidade é tão forte que nem a

própria luz pode escapar do buraco negro, pois sua velocidade é inferior a velocidade de escape e onde há um

paradoxo físico quando as leis da Física não podem ser aplicadas, pois resultam absurdos matemáticos.

Na teoria da relatividade é uma fronteira do espaço-tempo, definido de acordo com um ponto observador de

onde os eventos não podem interagir com o mesmo. Luz emitida de um lado do horizonte nunca chega ao

observador, bem como tudo que cruza o horizonte nunca mais é visto.

- Big Crunch

Contração do universo até sua explosão. O universo está se expandindo cada vez mais rápido. Tudo depende

da densidade média da matéria do universo (a qual não se sabe ao certo como calcular. As informações de que

temos hoje são apenas de que 74% da densidade atual do universo é composta por energia escura, 22% por

matéria escura e apenas 4% pela matéria conhecida, composta por bárions e léptons).

Os ganhadores do Nobel 2011: Saul Perlmutter, Brian P. Schmidt e Adam G. Riess descobriram a expansão

acelerada do universo a partir de observações feitas de distantes supernovas. (O Einstein previa a partir de

cálculos, mas não de experimentações. Para ele: universo em expansão ou tempo em dilatação).

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Fonte Adobe Caslon Pro

Papéis sulfite 75g, vegetal 180g e 285g e alta alvura 300g

Impressão Arrisca

Serigrafia LPG