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Aula n o . 01 Ler e refletir Leia, a seguir, os textos 1 e 2 para responder à questão de número 01. Texto 1: O que é “contexto desfavorável”? PAULO COELHO TENHO UMA grande admiração por Roberto Carlos – recentemente, um dos mais importantes programas da BBC Radio me perguntou a lista de cinco discos que eu levaria para uma ilha deserta, a incluí um dos seus. E, apesar dos problemas normais decorrentes de uma relação profissional, tenho um grande respeito pela editora Planeta, que publica minhas obras no Brasil e em vários países de língua espanhola. Dito isso, é com grande tristeza que leio nos jornais que, na 20ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo, os advogados do cantor Roberto Carlos e da editora Planeta fizeram um acordo que prevê a interrupção definitiva da produção e comercialização da biografia não-autorizada “Roberto Carlos em Detalhes”, do jornalista e historiador Paulo César Araújo. O editor diz um disparate para salvar a honra, o cantor não diz nada e o autor fica proibido de dar declarações a respeito. E estamos conversados. Estamos conversados? Não, não estamos, e tenho autoridade para dizer isso. Tenho autoridade porque, desde que publiquei meu primeiro livro, tenho sido sistematicamente atacado. Creio que qualquer pessoa em seu juízo normal sabe que, a partir do momento em que sua carreira se torna pública, está exposta a ter sua vida esquadrinhada, suas fotos publicadas, seu trabalho louvado ou enxovalhado pelos críticos. Isso faz parte do jogo e vale para escritores, políticos, músicos, esportistas. Nem sempre essas críticas são justas e, muitas vezes, descambam para ataques pessoais. Estou pronto para defender minha honra, mas não vou perder um minuto do meu dia telefonando para um advo- gado e procurando saber o que faço para defender minha vida privada, já que ela não mais me pertence. Diz o velho ditado: “Quem está no fogo é para se queimar”. Eu acrescento: Quem está no fogo é para ajudar a fogueira a brilhar mais ainda. (...) Folha de S. Paulo, 02.05.2007, A-3 Texto 2: A privacidade é um direito de todos MARCO ANTONIO BEZERRA CAMPOS ESPECIAL PARA A FOLHA (...) É claro que o conflito entre liberdade de expressão e direito à privacidade é uma das questões mais controverti- das do nosso tempo, pelo que as opiniões, enquanto apenas opiniões, são absolutamente respeitáveis. (...) O livro contém, sim, trechos que invadem a privacidade de Roberto Carlos, passagens que violam a imagem de cantor e partes que ofendem a sua honra. (...) Proteção O acordo que não é uma condenação – previu a retirada de circulação do livro justamente porque o livro continha ilícitos contra Roberto Carlos. Mas o maior e surpreendente desconhecimento destas pessoas é a respeito da Constituição brasileira e do Código Civil. Ambos garantem a proteção à honra, à privacidade e à imagem das pessoas, sejam eles famosos ou anônimos, ídolos ou desconhecidos, celebridades ou nulidades, cantores que lotam estádios ou apenas cantam no banheiro, esportistas bem-sucedidos ou obscuros jogadores de peladas.

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Page 1: O que é “contexto desfavorável”? - Educacional ... 01 Vol 3.pdf · BBC Radio me perguntoua lista de cinco discos que eu levaria para ... advogados do cantor Roberto Carloseda

Aula no. 01

Ler e refletirLeia, a seguir, os textos 1 e 2 para responder à questão de número 01.

Texto 1:

O que é “contexto desfavorável”?PAULO COELHO

TENHO UMA grande admiração por Roberto Carlos – recentemente, um dos mais importantes programas daBBC Radio me perguntou a lista de cinco discos que eu levaria para uma ilha deserta, a incluí um dos seus. E, apesardos problemas normais decorrentes de uma relação profissional, tenho um grande respeito pela editora Planeta, quepublica minhas obras no Brasil e em vários países de língua espanhola.

Dito isso, é com grande tristeza que leio nos jornais que, na 20ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo, osadvogados do cantor Roberto Carlos e da editora Planeta fizeram um acordo que prevê a interrupção definitiva daprodução e comercialização da biografia não-autorizada “Roberto Carlos em Detalhes”, do jornalista e historiadorPaulo César Araújo. O editor diz um disparate para salvar a honra, o cantor não diz nada e o autor fica proibido de dardeclarações a respeito. E estamos conversados.

Estamos conversados? Não, não estamos, e tenho autoridade para dizer isso. Tenho autoridade porque, desdeque publiquei meu primeiro livro, tenho sido sistematicamente atacado.

Creio que qualquer pessoa em seu juízo normal sabe que, a partir do momento em que sua carreira se tornapública, está exposta a ter sua vida esquadrinhada, suas fotos publicadas, seu trabalho louvado ou enxovalhadopelos críticos. Isso faz parte do jogo e vale para escritores, políticos, músicos, esportistas. Nem sempre essas críticassão justas e, muitas vezes, descambam para ataques pessoais.

Estou pronto para defender minha honra, mas não vou perder um minuto do meu dia telefonando para um advo-gado e procurando saber o que faço para defender minha vida privada, já que ela não mais me pertence. Diz o velhoditado: “Quem está no fogo é para se queimar”. Eu acrescento: Quem está no fogo é para ajudar a fogueira a brilharmais ainda. (...)

Folha de S. Paulo, 02.05.2007, A-3

Texto 2:

A privacidade é um direito de todosMARCO ANTONIO BEZERRA CAMPOSESPECIAL PARA A FOLHA(...)É claro que o conflito entre liberdade de expressão e direito à privacidade é uma das questões mais controverti-

das do nosso tempo, pelo que as opiniões, enquanto apenas opiniões, são absolutamente respeitáveis. (...)O livro contém, sim, trechos que invadem a privacidade de Roberto Carlos, passagens que violam a imagem de

cantor e partes que ofendem a sua honra. (...)Proteção

O acordo que não é uma condenação – previu a retirada de circulação do livro justamente porque o livro continhailícitos contra Roberto Carlos.Mas o maior e surpreendente desconhecimento destas pessoas é a respeito da Constituição brasileira e do

Código Civil.Ambos garantem a proteção à honra, à privacidade e à imagem das pessoas, sejam eles famosos ou anônimos,

ídolos ou desconhecidos, celebridades ou nulidades, cantores que lotam estádios ou apenas cantam no banheiro,esportistas bem-sucedidos ou obscuros jogadores de peladas.

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A Constituição Federal e o Código Civil não fazem esta distinção (ou discriminação) de que pessoas famosas nãotem direito à proteção de sua honra, imagem ou privacidade.

Será que quem está escrevendo contra o processo movido por Roberto Carlos ou contra o acordo firmado estáexplícita e publicamente abrindo mão da proteção constitucional de sua privacidade, honra ou imagem? Atenção,candidatos a biógrafos não autorizados!

Ou será que está lançando uma nova tese jurídica propondo que o direito brasileiro não mais proteja a privaci-dade, a honra e a imagem das pessoas famosas?

Não sei, mas acho que foi mesmo falta de informação.MARCO ANTONIO BEZERRA CAMPOS

é graduado em direito e advogado de Roberto Carlos Folha de S. Paulo, 04.05.2007, C-5

01. Agora leia as seguintes afirmações sobre a compreensão dos textos.

I. Embora argumentem com elementos distintos, o escritor Paulo Coelho e o advogado Marco Antonio BezerraCampos têm o mesmo ponto de vista sobre a retirada de circulação da biografia “Roberto Carlos em Deta-lhes”, de autoria de Paulo César Araújo.

II. Segundo o advogado Marco Antonio Bezerra Campos, o livro contém ilícitos contra Roberto Carlos e tanto aConstituição brasileira quanto o Código Civil garantem a proteção à privacidade das pessoas famosas ouanônimas.

III. O escritor Paulo Coelho afirma que a pessoa tem o direito à privacidade reduzido a partir do momento em quesua carreira se torne pública.

IV. Ao declarar que “Quem está no fogo é para ajudar a fogueira a brilhar mais ainda”, Paulo Coelho quer dizerque pessoas de vida pública não podem querer coibir os meios de comunicação em seu direito de informar.

Assim, segundo os textos, pode-se concluir que:

a) somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

b) somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.

c) somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

d) somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

e) todas as afirmativas são verdadeiras.

E ainda verbos, e regência.

02. No texto 2, consta o seguinte fragmento.

“...pessoas famosas não têm direito à proteção de sua honra, imagem ou privacidade.”Considerando o valor dos tempos verbais em português, indique dentre as alterações operadas abaixo aquelaque não esteja em conformidade com as normas do português culto em sua variante escrita.

a) É provável que pessoas famosas não têm direito à proteção de sua privacidade.

b) É notório que pessoas famosas não têm direito à proteção de sua privacidade.

c) Certo é que pessoas famosas não têm direito à proteção de sua privacidade.

d) Talvez as pessoas famosas não tenham direito à proteção de sua privacidade.

e) Possivelmente as pessoas famosas não tenham direito à proteção de sua privacidade.

03. Observe esta construção

I. “O cantor, porém, em nenhum momento referiu tal queixa.”E observe a transformação realizada a seguir.

II. “O cantor porém, em nenhum momento se referiu a tal queixa”.Agora leia atentamente a transcrição do verbete “referir” do Dicionário Brasileiro de Língua Portu-guesa. REFERIR, 1 – v. tr. dir. Narrar; contar; alegar; citar; 2 – tr. dir. e ind. narrar; relatar; atribuir; apli-car, imputar; 3 – pr. aludir: não me refiro a você; 4 – reportar-se; dizer respeito; relacionar-se(Conjuga-se pelo verbo ferir) (Do latim referre)

FERNANDES, Francisco. Dicionário Brasileiro Globo - Francisco Fernandes, Celso Pedro Luft, F. Marques Guimarães.30ª ed., São Paulo: Globo, 1993.

Após correlacionar as construções I e II com as possibilidades 1, 2, 3 e 4 do verbete, indique a correlação ade-quada.

a) I e 3 b) I e 2 c) II e 3 d) II e 2 e) II e 4

2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. III

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04. Leia o excerto que segue.

PERDOAR: Na língua culta de hoje, constrói-se, preferentemente, com OBJETO DIRETO de “coisa” eOBJETO INDIRETO de pessoa: (...)

CUNHA, Celso. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 520.

Assinale, dentre as opções a seguir, aquela em que o preceito gramatical acima tenha sido negado.

a) Santinha, jamais a perdoarei pelas palavras duras que me lançou.

b) Perdoei, naquele momento, as palavras duras e juvenis de Santinha.

c) Jamais pude perdoar o comportamento pueril de Santinha.

d) Não perdoar-lhe como? Santinha suplicava-me o perdão e resistir-lhe como?

e) Sim, perdôo-lhe este erro passado e outros muitos que virão, frutos de juventude e inconsequência.

Ler, ler e refletir

HAITI

Quando você for convidado pra subir no adro daFundação Casa de Jorge AmadoPra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretosDando porrada na nuca de malandros pretos

De ladrões mulatosE outros quase brancosTratados como pretos

Só pra mostrar aos outros quase pretos(E são quase todos pretos)E aos quase brancos pobres como pretosCom é que pretos, pobres e mulatosE quase brancos quase pretos de tão pobres são tratadosE não importa se olhos do mundo inteiro....................................................................................Não importa nadaNem o traço do sobrado, nem a lente do FantásticoNem o disco de Paul SimonNinguémNinguém é cidadãoSe você for ver a festa do PelôE se você não forpense no HaitiReze pelo HaitiO Haiti é aquiO Haiti não é aqui

http://www.gilbertogil.com.br/disconew/letras_0.htm

05. Tem sido frequente na literatura discutir a questão da identidade nacional, presente também na canção Haiti, deCaetano Veloso e Gilberto Gil.

Assinale o fragmento em que se convida o leitor a refletir sobre nossa identidade.

a) Como eu te amei, América pitorescae trágica na tua violenta manhãanunciada por caravelas,agitada por caudilhos libertáriospor sotainas e capitães-generais!

(Menotti del Picchia)

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. III 3

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b) Irene pretaIrene boaIrene sempre de bom humor.Imagino Irene entrando no céu:– Licença, meu branco!E São Pedro bonachão:– Entra, Irene, você não precisa pedir licença.

(Manuel Bandeira)

c) Não quero mais o amor.Nem mais quem cantar a minha terra.Me perco neste mundo.Não quero mais o Brasil.Não quero mais geografia.Nem pitoresco.Quero é perder-me no mundo.Para fugir do mundo.

(Augusto Frederico Schmidt)

d) Que importa do nauta o berço,Donde é filho, qual seu lar? ...Ama a cadência do versoQue lhe ensina o velho mar!

(Castro Alves)

e) Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,Ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.O Brasil não nos quer! Está farto de nós!Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?

(Carlos Drummond de Andrade)

06. Em Haiti, está retratada uma realidade sociopolítica observada nos países latino-americanos, que diz respeito àquestão da Cidadania e dos Direitos Humanos. Acerca dessa questão, pode-se afirmar:

a) O desrespeito à Cidadania e aos Direitos Humanos na América Latina, em particular no Brasil, atinge de modoindiscriminado negros, índios e brancos, homogeneizando as condições sociopolíticas.

b) As sociedades latino-americanas não têm sido capazes de superar os conflitos étnicos, fenômeno inexistentenas democracias raciais vigentes nos países anglo-saxões da América, onde os direitos do cidadão são respeita-dos.

c) A globalização econômica, que possui como pressuposto a democratização política, tem um importante papelna ampliação dos direitos humanos das etnias na América Latina.

d) Na América Latina, as desigualdades socioeconômicas se entrelaçam com a discriminação étnica e cultural,fragilizando as possibilidades de instituição de uma territorialidade democrática que assegure os Direitos doHomem e do Cidadão.

e) As dificuldades para se ampliar o respeito à Cidadania e aos Direitos Humanos em territórios com forte pre-sença de populações negras, como as do Brasil e do Haiti, decorrem da incapacidade de adaptação dessegrupo étnico às exigências de sociedades democráticas.

4 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - Vol. III

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Ler novas linguagens

07. Em algumas obras literárias, a estruturação do texto se faz com períodos simples, curtos, sem recorrência a estru-turas oracionais subordinadas, como os seguintes:

Ninguém O Haiti é aqui

Ninguém é cidadão O Haiti não é aqui

No exemplo a seguir, colhido em chat na INTERNET, envolvendo vários usuários, pode-se dizer que ocorre,igualmente, um procedimento “econômico” de linguagem.

<fabricio_TF JB > ALGUMA GAROTA ENTRE 13 E 20 ANOS, ME MANDE UMA MENSAGEM POR FAVOR...

**{_deby_} has quit IRC (Quit:)<O-SafAdO> alguma mulher afim de ver videos? pvt me***||_ZE_TRIPE_|| has joined #brasil***Impulso_has joined #brasil<^^A_BRUXA^^> xauzinhos<_|MARCELINHO|_> alguma gatinha quer tc***Lissa_Rock has left #brasil***Banddiddo_RJ has joined #Brasil<[^Gatinha^] > ALGUÉM AI TEM FOTO PARA MANDAR?

Em contextos de produção de língua escrita na obra literária e no diálogo da INTERNET, os procedimentos dife-rem porque:

a) Na linguagem literária, a “economia” linguística é quase sempre um traço estilístico visando à expressividade.Na INTERNET, a economia deriva de um tipo de coesão textual, decorrente da constituição de um novo meiode comunicação.

b) Na linguagem literária, a “economia” linguística também pode representar a dificuldade expressional do narra-dor/autor. Na INTERNET, a presença de períodos simples e curtos busca a agilidade em um sistema de comu-nicação lento.

c) Na linguagem literária, a “economia” pode representar uma forma de imitação dos meios de comunicação demassa. Na INTERNET, o diálogo se torna por vezes inviável pelo esgotamento dos temas.

d) Na linguagem literária, a “economia” caracteriza uma falha dos procedimentos estéticos utilizados pelos poe-tas. Na INTERNET, a sequência das falas se intercala de códigos indecifráveis por usuários inoportunos.

e) Na linguagem literária, a extensão do período, notadamente subordinativo, ganha sempre status de estéticabem sucedida. Na INTERNET, os diálogos são mais longos quando os temas envolvem maior complexidade.

Texto I

Ziraldo, Rio de Janeiro: Salamandra, 1988. p. 47.

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Texto IIO que me impressiona é a facilidade com que se fazem tais transações, clubes que devem o que não podem

pagar, de salários, prêmios, luvas, e sobretudo de obrigações sociais. Bons exemplos são Flamengo, Vasco e aquino Recife todos os chamados grandes. Trata-se de uma brincadeira de faz de conta, papel pra lá, papel pra cá, dinhe-iro mesmo, nada. E a Previdência Social que vá nem sei para onde, e o imposto de renda também. É aquela velha his-tória do poeta ufanista: ama com fé e orgulho a terra em que nasceste criança, não verás nenhum país como este!

Fernando Menezes http://www.entretextos.jor.br/textos/0025.html

Em vários momentos da cultura brasileira, diferentes manifestações artísticas se apropriam de fragmentos literá-rios e, através da intertextualidade, estabelecem um diálogo como interpretação da realidade que nos cerca.

O emprego do pronome demonstrativo nos textos I e II encaminha, no tempo e no espaço, uma leitura crítica dopoema “A Pátria” de Olavo Bilac.

08. Identifique, respectivamente, as palavras que sintetizam a visão do Brasil, na apropriação do verso de Bilac, –“Criança! não verás país nenhum como este.” – pelo chargista (Ziraldo) e pelo cronista esportivo (FernandoMenezes):

a) ufanismo / depreciação

b) benevolência / desnutrição

c) miséria / desorganização

d) esperança / indolência

e) dignidade / promiscuidade

Gabarito

01. b

02. a

03. c

04. a

05. e

06. d

07. a

08. c

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