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O que é Farmacologia Farmacologia é a ciência voltada para o estudo das drogas sob todos os aspectos, desde as suas origens até os seus efeitos no homem. Segundo o Dicionário de Termos Médicos e de Enfermagem a definição de farmacologia é: “ciência que estuda a história, as propriedades físicas e químicas, os efeitos bioquímicos e fisiológicos, o mecanismo de ação, a absorção, distribuição, biotransformação, excreção e os usos terapêuticos dos fármacos”. Alvo de Estudo da Farmacologia: Fármacos em geral. O conceito de medicamento ou fármaco é mais limitado, pois diz respeito, unicamente, a drogas de ação preventiva ou de ação paliativa ou curativa no organismo doente. Droga pode ser definida como “qualquer substância capaz de promover alterações fisiológicas ou farmacológicas ou, ainda, modificação de quadros patológicos, com ou sem a intenção de beneficiar o indivíduo” (Guimarães, 2002). Segundo a OMS, o conceito de droga restringe-se às substâncias usadas no homem para diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças. Ou simplesmente “substancia química capaz de modificar a função dos organismos vivos com finalidades medicamentosas ou sanitárias” (lei 5.991 de 17 de Novembro de 1973). O fármaco pode ser definido como “substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica” (lei 5.991 de 17 de Novembro de 1973). E medicamento um “produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins diagnósticos” (lei 5.991 de 17 de Novembro de 1973). Sendo o campo da farmacologia muito vasto, justifica-se a sua divisão em vários ramos. A farmacologia clínica estuda a eficácia e segurança dos medicamentos, é, sem dúvida, é de grande importância para a prática clínica. Contudo, não menos importantes são os estudos da farmacocinética e da farmacodinâmica que oferecem o suporte imprescindível ao bom entendimento da farmacologia clínica. A farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. Já a

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O que FarmacologiaFarmacologia a cincia voltada para o estudo das drogas sob todos os aspectos, desde as suas origens at os seus efeitos no homem. Segundo o Dicionrio de Termos Mdicos e de Enfermagem a definio de farmacologia : cincia que estuda a histria, as propriedades fsicas e qumicas, os efeitos bioqumicos e fisiolgicos, o mecanismo de ao, a absoro, distribuio, biotransformao, excreo e os usos teraputicos dos frmacos.Alvo de Estudo da Farmacologia:Frmacos em geral.O conceito de medicamento ou frmaco mais limitado, pois diz respeito, unicamente, a drogas de ao preventiva ou de ao paliativa ou curativa no organismo doente.Droga pode ser definida como qualquer substncia capaz de promover alteraes fisiolgicas ou farmacolgicas ou, ainda, modificao de quadros patolgicos, com ou sem a inteno de beneficiar o indivduo (Guimares, 2002). Segundo a OMS, o conceito de droga restringe-se s substncias usadas no homem para diagnstico, preveno e tratamento das doenas. Ou simplesmente substancia qumica capaz de modificar a funo dos organismos vivos com finalidades medicamentosas ou sanitrias (lei 5.991 de 17 de Novembro de 1973).O frmaco pode ser definido como substncia qumica conhecida e de estrutura qumica definida dotada de propriedade farmacolgica (lei 5.991 de 17 de Novembro de 1973).E medicamento um produto farmacutico tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profiltica, curativa, paliativa ou para fins diagnsticos (lei 5.991 de 17 de Novembro de 1973).Sendo o campo da farmacologia muito vasto, justifica-se a sua diviso em vrios ramos. A farmacologia clnica estuda a eficcia e segurana dos medicamentos, , sem dvida, de grande importncia para a prtica clnica. Contudo, no menos importantes so os estudos da farmacocintica e da farmacodinmica que oferecem o suporte imprescindvel ao bom entendimento da farmacologia clnica.A farmacocintica estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administrao at a sua eliminao. J a farmacodinmica se concentra no estudo das interaes entre frmacos e constituintes do organismo, as quais, por uma srie subsequente de eventos (ao) resultam num efeito farmacolgico (de LACERDA, 2010), que o alvo deste trabalho.A Farmacodinmica e os Processos FarmacodinmicosComo agem os FrmacosDe acordo com MORITZ (2010):Quando um farmaco, em seu trajeto por meio dos diversos compartimentos orgnicos, alcana a biofase e interage com os stios com os quais mantm afinidade, resulta uma cadeia de eventos que determina, em ltima anlise, o seu efeito. Entende-se por biofase o espao diminuto que circunda as imediaes da estrutura alvo. A farmacodinmica estuda a inter relao da concentrao de uma droga entre a biofase e a estrutura alvo, bem como o respectivo mecanismo de ao.Os conhecimentos sobre o local e o mecanismo de ao de frmacos tm crescido graas intensificao das pesquisas bioqumicas e farmacolgicas nesse campo..Para agir o frmaco deve chegar ao local stio de ao em concentraes adequadas e interagir com os mecanismos fisiolgicos/fisiopatolgicos de interesse, modificando-os que so explicados pela farmacodinmica.Os princpios farmacodinmicos consistem na ao que a droga, frmaco ou medicamento apresenta no organismo, sendo seu princpio bsico: droga deve se ligar a um constituinte celular (protena - alvo) para produzir uma resposta farmacolgica. As protenas alvo so protenas para ligao da droga sendo elas quatro tipos que participam como alvo primrio para ligao com a droga: enzimas, molculas transportadoras, canais inicos e receptores (MORITZ, 2010).Em farmacodinmica o termo receptor usado para interaes do tipo regulador fisiolgico aumentando ou inibindo a resposta. A potncia que a resposta da droga; depende de dois parmetros: a afinidade da droga por seus receptores (isto , tendncia a ligar-se aos receptores) e da eficcia (isto capacidade, uma vez ligada, de iniciar alteraes que levam a efeitos).O efeito, ou seja, a resposta vem do agrupamento reconhecimento ligante receptor como chave e fechadura essa juno do frmaco com o receptor gera a resposta biolgica (MORITZ, 2010).MORITZ (2010) afirma que:Genericamente, receptor pode ser compreendido como componentes macromoleculares funcionais do organismo com o qual a molcula da droga se combina para produzir um efeito. Os receptores eram, inicialmente, uma entidade conceitual e passaram a ser uma realidade concreta depois de serem isolados e caracterizados, graas ao desenvolvimento de novas tcnicas, como marcao com ligantes radioativos, clonagem de genes e procedimentos imunolgicos.As propriedades fsico qumicas e determinados grupos funcionais, so de fundamental na fase farmacodinmica da ao dos frmacos. A afinidade de um frmaco pelo seu bioreceptor depende do somatrio das foras de interaes dos grupamentos farmacofricos com stios complementares da biomacromolcula.Essas propriedades fsico qumicas dos frmacos tambm influenciam na faze farmacocintica que so a absoro, a distribuio, biotransformao e eliminao (MORITZ, 2010).Os frmacos atravessam as membranas por processos passivos ou por mecanismos que envolvem a participao ativa dos componentes da membrana (BARCELLOS, 2010).O Metabolismo e Absoro dos FrmacosMetabolismo dos frmacos refere-se aoprocesso metablicodasdrogas, sua modificaobioqumicaou degradao, geralmente atravs de sistemasenzimticosespecializados. O metabolismo das drogas geralmente convertecompostos qumicoslipoflicos(a substncia que tem afinidade e solvel em lipdios) em produtos mais prontamenteexcretados. Sua taxa um determinante importante da durao e intensidade da ao farmacolgica das drogas.Esse processo pode resultar emintoxicaooudesintoxicao- a ativao ou desativao do composto qumico. Embora ambos possam ocorrer, a maioria dos metablitos da maioria das drogas so produtos de desentoxicao(de LACERDA, 2010).O processo dividido em reaes, as reaes de Fase I e Fase II, que sobiotransformaesde substncas qumicas que ocorrem durante o metabolismo(NETTER, 2008).de LACERDA (2010) afirma:Durante as reaes da fase I, corpos polares so introduzidos ou expostos, o que resulta em metablitos mais polares que as substncias qumicas originais. No caso dos frmacos, as reaes de Fase I podem causar tanto a ativao quanto inativao do frmaco.Na fase II, geralmente conhecidas como reaes de conjugao; so geralmente dedesintoxicao, e envolvem interaes de grupos polares funcionais dos metablitos da Fase I (NETTER, 2008).Quantitativamente, oretculo endoplasmtico lisodohepatcito o principal rgo do metabolismo dos frmacos, embora todos ostecidos biolgicospossuam alguma habilidade em metabolizar frmacos (NETTER, 2008).Outros locais do metabolismo dos frmacos so asclulas epiteliaisdotrato gastrointestinal,pulmes,rinsepele (NETTER, 2008).O processo do metabolismo envolve uma faze que o processo de primeira passagem, que um fenmeno dometabolismo da drogano qual aconcentraoda droga significantemente reduzida pelofgadoantes de atingir a circulao sistmica(BARCELLOS, 2010).Aps um frmaco ser ingerida, ela absorvida pelosistema digestivoe entra nosistema porta hepticoou sistema da veia porta (SPENCE, 1991). Antes de atingir o resto do corpo ela carregada, atravs desse sistema; para ofgado. O fgadometabolizamuitas drogas, s vezes de tal maneira que somente uma pequena quantidade de droga ativa lanada a partir do fgado em direo ao resto dosistema circulatriodo corpo(BARCELLOS, 2010).Essaprimeira passagempelo fgado diminui significativamente abiodisponibilidadeda droga(BARCELLOS, 2010).Vias de administraoalternativas podem ser usadas, comointravenosa,intramuscular,sublingual,transdrmicaevia retal. Estas vias evitam o efeito de primeira passagem pois permitem que a droga seja absorvida diretamente nacirculao sistmica(BARCELLOS, 2010).Os quatro sistemas primrios que afetam o efeito de primeira passagem de uma droga so as enzimas do lmen do trato gastrointestinal, enzimas das paredes intestinais, enzimas bacterianas e enzimas hepticas (SPENCE, 1991).Aps a absoro, o nvel srico do farmaco almenta rapidamente at alcanas o pico srico mximo e ligao com as protenas plasmticas que a biodisponibilidade (MORITZ, 2010).De acordo com BARCELOS, 2010:Para alcanar o local de ao, o frmaco obrigado na maioria dos casos, a atravessar membranas biolgicas como o epitlio gstrico e intestinal, ou o endotlio vascular, ou ainda as membranas plasmticas celulares. Quando esta travessia se d do local de administrao do frmaco ao sangue, temos o processo de absoro, primeiro movimento de aproximao do stio de ao, uma vez que permite a passagem desta substncia ao meio circulante. Assim, o processo de absoro tem por finalidade transferir o frmaco do local onde administrado para os fluidos circulantes, representados especialmente pelo sangue. Por exemplo, um frmaco injetado no msculo ter que se difundir a partir do local de injeo e atravessar o endotlio dos vasos sangneos mais prximos, para alcanar a circulao sistmica e, portanto, ser absorvido.Vrios so os fatores que podem influenciar este processo de absoro como a rea da superfcie absortiva qual o frmaco exposto um dos determinantes mais importantes da velocidade de absoro; a circulao no local de administrao tambm afeta a absoro do frmaco. O aumento do fluxo sangneo, determinado por massagens, ou aplicao local de calor, potencializa a velocidade de absoro do frmaco (BARCELLOS, 2010); solubilidade do frmaco que independente do local de administrao, em soluo aquosa, os frmacos so absorvidos mais rapidamente do que aqueles administrados em soluo oleosa, suspenso ou forma slida, porque misturam-se mais prontamente fase aquosa no local da absoro; pH no local de absoro que altera a solubilidade da substncia, especialmente no TGI. (BARCELLOS, 2010).O cido acetilsaliclico (AAS) um exemplo de frmaco relativamente insolvel em meio cido-gstrico (Caetano, 2006-2007); tamanho das partculas do frmaco pois frmacos administrados na forma de partculas de tamanho reduzido, em geral, dispersam-se mais rapidamente por toda a suprfcie de contato para absoro (BARCELLOS, 2010), o que favorece a velocidade de dissoluo e consequentemente o processo de absoro do frmaco, especialmente se este limitado pela dissoluo; entre outras caractersticas (Caetano, 2006-2007).Efeito de Alimentos Sobre a Absoro dos FarmacosHOEFLER (2008) faz a seguinte observao:Alimentos atrasam o esvaziamento gstrico e reduzem a taxa de absoro de muitos frmacos; a quantidade total absorvida de frmaco pode ser ou no reduzida. Contudo, alguns frmacos so preferencialmente administrados com alimento, seja para aumentar a absoro ou para diminuir o efeito irritante sobre o estmagoDistribuio dos FrmacosO termo distribuio se refere transferncia reversvel do frmaco de um local a outro dentro do organismo. Depois de absorvido ou injetado na corrente sangnea o frmaco pode distribuir-se para os lquidos intersticial e celular (BARCELLOS, 2010) . Os padres de distribuio de um frmaco, refletem alguns fatores fisiolgicos, como fluxo sangneo tecidual e caractersticas da membrana de transporte, bem como de suas propriedades fsico-qumicas (Caetano, 2006-2007).Interao MedicamentosaInteraes medicamentosas evento clnico em que os efeitos de um frmaco so alterados pela presena de outro frmaco, alimento, bebida ou algum agente qumico ambiental. Constitui causa comum de efeitos adversos (HOEFLER, 2008).Quando dois medicamentos so administrados, concomitantemente, a um paciente, eles podem agir de forma independente ou interagirem entre si, com aumento ou diminuio de efeito teraputico ou txico de um ou de outro (HOEFLER, 2008).O desfecho de uma interao medicamentosa pode ser perigoso quando promove aumento da toxicidade de um frmaco (HOEFLER, 2008).De acordo com HOEFLER (2008):Algumas vezes, a interao medicamentosa reduz a eficcia de um frmaco, podendo ser to nociva quanto o aumento. Por exemplo, tetraciclina sofre quelao por anticidos e alimentos lcteos, sendo excretada nas fezes, sem produzir o efeito antimicrobiano desejado.H interaes que podem ser benficas e muito teis, como na co-prescrio deliberada de anti-hipertensivos e diurticos, em que esses aumentam o efeito dos primeiros por diminurem a pseudotolerncia dos primeiros (HOEFLER, 2008).Classificao das Interaes MedicamentosasInteraes farmacocinticas so aquelas em que um frmaco altera a velocidade ou a extenso de absoro, distribuio, biotransformao ou excreo de outro frmaco. As interaes farmacocinticas podem ocorrer por alguns mecanismos (HOEFLER, 2008).Segundo HOEFLER (2008) podem ocorrer:Na absoro onde alteram no pH gastrintestinal; na adsoro, quelao e outros mecanismos de complexao; alterao na motilidade gastrintestinal; e na m absoro causada por frmacos (HOEFLER, 2008).Na distribuio onde h a competio na ligao a protenas plasmticas; e hemodiluio com diminuio de protenas plasmticas (HOEFLER, 2008).Na biotransformao, onde h a induo enzimtica (por barbituratos, carbamazepina, glutetimida, fenitona, primidona, rifampicina e tabaco); Inibio enzimtica (alopurinol, cloranfenicol, cimetidina, ciprofloxacino, dextropropoxifeno, dissulfiram, eritromicina, fluconazol, fluoxetina, idrocilamida, isoniazida, cetoconazol, metronidazol, fenilbutazona e verapamil) (HOEFLER, 2008).Ocorre tambm na excreo onde h alterao no pH urinrio; alterao na excreo ativa tubular renal; alterao no fluxo sangneo renal; e Alterao na excreo biliar e ciclo ntero-heptico (HOEFLER, 2008).Interaes FarmacodinmicasOcorrem nos stios de ao dos frmacos,envolvendo os mecanismos pelos quais os efeitos desejados se processam.O efeito resulta da ao dos frmacos envolvidos no mesmo receptor ou enzima.Segundo HOEFLER (2008):Um frmaco pode aumentar o efeito do agonista por estimular a receptividade de seu receptor celular ou inibir enzimas que o inativam no local de ao. A diminuio de efeito pode dever-se competio pelo mesmo receptor, tendo o antagonista puro maior afinidade e nenhuma atividade intrnseca. Um exemplo de interao sinrgica no mecanismo de ao o aumento do espectro bacteriano de trimetoprima e sulfametoxazol que atuam em etapas diferentes de mesma rota metablica.Interaes de EfeitoOcorrem quando dois ou mais frmacos em uso concomitante tm aes farmacolgicas similares ou opostas (HOEFLER, 2008).Interaes FarmacuticasTambm chamadas de incompatibilidade medicamentosa, ocorremin vitro, isto , antes da administrao dos frmacos no organismo, quando se misturam dois ou mais deles numa mesma seringa, equipo de soro ou outro recipiente. Geralmente ocorre quando se h a necessidade de aplicao de mais de um medicamento ao mesmo tempo para o paciente. Por exemplo: escopolamina + dipirona sdica => dissolvidos em soro fisiolgico a 0,9%.Como agem alguns grupos de frmacosAnalgsico e Antitrmico:Para que serve: algia, antiespasmodico, febreComo age: o analgsico um espasmoltico que age atravs de dois principais mecanismos, efeito simpaticomimtico e por ao direta sobre a musculatura lisa; alm disso apresenta ao analgsica prpria e potencialisadora dos analgsicos. Devido a sua ao simpaticomimtica, desempenha papel fundamental na recuperao dos espasmos provocados pelostressdirio. Faz retornar o equilbrio do Sistema Nervoso Simptico e Parassimptico, normalizando as funes orgnicas. Ao Simptica efetua-se somente na musculatura lisa, sendo rarssimos sobre o SNC. A ao vasoconstritora sobre os vasos sanguneos cranianos especialmente til no tratamento das enxaquecas.A dipirona, por exemplo; quimicamente um agente analgsico, antitrmico, anti-inflamatrio, amplamente utilizado na clnica, tanto isoladamente como combinado a outros medicamentos.Combinada com a cafena quimicamente possui uma leve ao sobre o SNC, estimulando os processos cerebrais inclusive a capacidade de concentrao e raciocnio. Paralelamente, apresenta uma ao vasoconstritora sobre as artrias cranianas, til para o tratamento de cefalias, especialmente das enxaquecas.AnticoncepcionalEtinilestradiol + Acetato de CiproteronaPara que serve: hipogonadismo feminino, menopausa (sintomas vosomotores), cncer de prstata, deficincia de estrognio + diminuio do impulso sexual patolgico ou patologicamente aumentado no homem = evitar a maturao do folculo ovariano e liberao de um ovcito 2 maturado.Como age: Estrognios so essenciais para o funcionamento do sistema reprodutor feminino; diminuem a liberao do hormnio liberador da gonatropinas, pela hipfise (diminuindo a liberao de hormnio luteinizante e hormnio folculo estimulante). Inibem a ovulao e impem o engurgitamento das mamas no ps parto, inibem a reabsoro ssea, diminuem a concentrao de testosterona. Combinada com a ao da Ciproterona, age como progestognio com propriedades antiandrognicas.AntibiticoPara que serve: combater patologias causadas por bactriasComo age: atua nos ribossomos das bactrias inibindo a snfise de protenas; no inibe a sntese da membrana celular. bacteriosttico. Absoro oral: 75 a 77%, alimentos diminuem absoro; com eliminao nas fezes e urina.Anti-hipertensivo:Para que serve: hipertenso arterial; tratamento de ICC adjunto a diurticos osmticos e digitlicos.Como age: como anti-hipertensivo age inibindo a ECA (angiotensina), diminuindo assim a converso da angiotensina I em angiotensina II que potente vasoconstritor. A queda da angiontensina II leva a um aumento da secreo da aldosterona levando a um pequeno aumento de potssio e sdio e uma maior eliminao de lquidos; inibidores do ECA reduzem a resistncia arterial perifrica e podem ser mais efetivos em hipertenso com renina alta. Como vasodilatador na insuficincia cardaca congestiva, diminui a resistncia vascular perifrica e a presso intravascular pulmonar, aumentando o dbito cardaco e a tolerncia aos exerccios.BroncodilatadorPara que serve: tratamento de broncoespasmos associados a asmas; preveno de broncoespasmos associados com bronquite crnica, enfisema pulmonar e DPOC (doena pulmonar obstrutiva crnica); preveno de broncoespasmos provocados por exerccios fsicos.Como age: estimula receptores beta2 nos pulmes relaxando o msculo liso dos brnquios e causando broncodilatao e assim a fluidez do ar; melhora a respirao do usurio.ExpectorantePara que serve: auxilia no tratamento de gripes, resfriados e inflamaes na garganta quando estes ocasionam um aumento de fluidos nos pulmes (catarro).Como age: estimula a eliminao de muco, fazendo com que o muco constantemente suba pelo tubo traqueal atravs de movimentos involuntrios da traquia. Auxilia na fluidificao dos mucos facilitando sua eliminao; diminui a teno superficial dos fluidos pulmonares.Laxantes e AnticidosPara que servem: azia, constipao intestinal, hiperacidez estomacal, pirose, evacuao intestinal desregular, fitas bucais, lceras ppticas.Como agem: neutralizam a acidez gstrica, interagindo com o suco gstrico provocando uma reao qumica de neutralizao; aumentam a motilidade intestinal aumentando a absoro de lquidos por parte do intestino; aumenta os espasmos do intestino grosso auxiliando na evacuao do bolo fecal.http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfj-EAJ/farmacodinamica-como-agem-os-farmacosPor muitos anos o drageamento foi utilizado sendo considerado uma boa tcnica para melhorar vrios aspectos do comprimido, porm problemas em relao a esta tcnica foram sendo observados como o custo elevado, o tempo gasto e o uso de solventes Com realizao de pesquisas, novas descobertas foram sendo observadas nos processos de revestimento. O revestimento pelicular obteve destaque e muita modernizao, enquanto o processo de drageamento se tornou ultrapassado e invivel. O processo de revestimento pelicular se tornou cada vez mais simples, com menor custo e melhor tempo de produo. Este trabalho tem como objetivo detalhar os processos de revestimento de comprimidos e o processo de drageamento, fazendo uma comparao entre eles a fim de concluir que o revestimento de comprimidos vem sendo utilizado cada vez mais, substituindo inclusive o antigo processo de drageamento, definindo-se assim como uma nova tendncia de mercado industrial farmacutico. Palavras-chave: comprimidos, drageamento e revestimento.

A via oral o mtodo mais divulgado de administrao de medicamento para efeitos sistmicos. provvel que 90% de todos os frmacos utilizados em terapias para ao sistmica sejam administrados por via oral.As formas farmacuticas secas so comprimidos, drgeas, cpsulas e ps.Os comprimidos apresentam forma de dosagem unitria com preciso de dosagem, contribuindo para uma melhor eficcia do tratamento.As vantagens das formas farmacuticas secas so muitas, algumas podem ser citadas: Quando comparadas com formas farmacuticas lquidas, as formas secas tm menor custo de espao de armazenagem e transporte; Mascaram o sabor de medicamentos, facilitando a aceitao pelo paciente; Maior estabilidade qumica e fsica, levando a prazos de validade maiores com menor perda de produto por vencimento; Menor risco de contaminao microbiana, em funo de caractersticas da formulao, resultando em processos produtivos menos complexos e de menor custo; Possibilidade de liberao controlada como comprimidos entricos e de ao prolongada, otimizando os tratamentos que necessitam de liberao do frmaco em um local especfico ou controle do nvel de liberao do frmaco.As formas farmacuticas secas tambm possuem pontos frgeis como: Frmacos resistentes compresso, em funo de caractersticas como natureza amorfa, floculenta ou baixa densidade; Frmacos com caractersticas de umedecimento pobre, baixa propriedade de dissoluo ou dosagens altas (> 10g); Frmacos com gosto ruim, odor ruim, frmacos sensveis ao oxignio, luz e umidade, necessitando de revestimento ou drageamento para mascarar aspectos organolpticos ou proteger de aspectos ambientais.Para aprimorar os comprimidos, foram desenvolvidos mtodos de revestimento e o drageamento. O uso de revestimento nas superfcies de forma farmacutica e slida, especialmente comprimidos, tem sido praticado h mais de 150 anos. O revestimento de comprimidos consiste na aplicao de um material sobre a superfcie externa de um comprimido com a inteno de conferir benefcios e propriedades forma farmacutica em relao no-revestida.

Os trs principais tipos de revestimento em uso so: Revestimento peliculado; Revestimento com acar ou drageamento; Revestimento a seco (press coating).Entre os anos de 850 a 923 a forma de drageamento mencionada na Islamic Drug Literature por Rhazes, possivelmente uma tcnica para preservao dos alimentos.Por volta de 1950, Dale Wsster, professor da Universidade de Wisconsin, nos EUA, patenteou uma drageadeira com suspenso de ar que aplicava com eficincia a composio para revestimento peliculado (film coating), utilizando forte fluxo de ar e drageadeira perfurada.

Desenvolvimento do revestimentoRevestimento, portanto, um processo que envolve a deposio de um polmero capaz de formar um filme sobre a superfcie do comprimido (ncleo). Trata-se da transformao de uma soluo viscosa em um slido visco-elstico.Adicionar no processo a aplicao de revestimento nos comprimidos faz com que aumente o custo do produto.

Porm, deve-se considerar as variveis principais quando se realizar o revestimento dos comprimidos: Propriedades dos comprimidos; Processo de revestimento; Composies do revestimento.A aplicao de revestimentos a comprimidos aumenta o custo do produto e, assim, a deciso de revestir um comprimido baseia-se nos seguintes objetivos: Os componentes do comprimido podem precisar ser protegidos do meio ambiente, principalmente da luz e da umidade; Muitos frmacos apresentam sabor amargo ou desagradvel. Nesse caso, o revestimento uma forma eficiente de mascarar esses sabores. Os comprimidos revestidos tambm so relativamente mais fceis de serem deglutidos que os no revestidos; O revestimento colorido mascara tambm qualquer diferena na aparncia das matrias-primas e, conseqentemente, tranqiliza o paciente quanto possibilidade de defrontar-se com comprimidos de aparncia que possam causar insegurana ou dvida da qualidade do produto; O revestimento pode ser otimizado no que tange colorao e ao polimento brilhante, como uma forma de promover a venda do produto ou para reforar a identificao de uma determinada marca comercial; Os revestimentos coloridos auxiliam na rpida identificao do produto por parte do fabricante, da farmcia de dispensao e do paciente; Os comprimidos revestidos facilitam sua manipulao em equipamentos de enchimento e de acondicionamento automticos. Com muita freqncia, o revestimento confere uma resistncia mecnica adicional ao ncleo do comprimido revestido. A contaminao cruzada tambm reduzida durante a produo, uma vez que o desprendimento de p dos comprimidos eliminado pelo revestimento; Revestimentos peliculados funcionais so utilizados para obter propriedades de liberao controlada ou entrica ao comprimido revestido ou, o que mais usual, a sistemas multiparticulados.Uma srie de benefcios pode ser adquirida por meio do revestimento. Esses benefcios so divididos em trs classes: teraputica, tecnolgica e marketing.

Classe teraputica: Evitar irritao das mucosas do trato gastrointestinal; Mascarar sabor e odor (compliance); Alterar o perfil de liberao do ativo, quando necessrio; Evitar inativao do ativo no estmago (Viana, 2006).

Classe tecnolgica: Proteger contra umidade, ar ou luz; Evitar liberao de p; Facilitar a ingesto; Melhorar a integridade mecnica; Melhorar a estabilidade do produto (Viana, 2006).Classe de marketing: Melhorar a aparncia do produto; Facilitar a identificao do produto (Viana, 2006).Quando ocorre a deciso por revestir comprimidos deve-se observar algumas variveis como propriedades dos comprimidos, processo de revestimento (equipamento de revestimento, parmetros do processo de revestimento, disponibilidade e idade do equipamento e automatizao do processo de revestimento) e composies de revestimento.Para se realizar o revestimento, os comprimidos devem possuir algumas caractersticas fsicas adequadas. No processo de revestimento os comprimidos rolam na bacia de revestimento ou em cascata, quando fluidizados no ar, enquanto se aplica a soluo de revestimento. Os comprimidos precisam ser resistentes abraso e choques mecnicos.Comprimidos com superfcie spera tm uma tendncia a enrugar nas primeiras fases do drageamento e so inaceitveis para revestimento pelicular, visto que a soluo de revestimento adere superfcie exposta de forma que as imperfeies do comprimido so revestidas e no so eliminadas. A qualidade do filme aplicado aos comprimidos depende mais da qualidade do ncleo inicial do que do tempo da drageificao. Na drageificao, devido aplicao de um teor elevado de slidos e que secam mais lentamente, podem se disfarar imperfeies menores da superfcie dos ncleos que possam ocorrer nas fases iniciais do processo de revestimento. O ncleo possui propriedades crticas e a friabilidade uma delas, pois com alta friabilidade os ncleos sofrero os efeitos de abraso rapidamente na caamba. Velocidades excessivas da caamba devem ser evitadas. Quando uma camada protetora de polmero rapidamente formada nos primeiros instantes do processo ocorre uma preveno de maiores danos ao ncleo. Isso pode ser alcanado com uma elevada taxa inicial de aplicao da soluo, associada a uma temperatura mais elevada dos ncleos para evitar adeso entre os mesmos.O formato do comprimido importante. A forma mais adequada a esfrica, visto que estes comprimidos rolam livremente, e um formato inadequado a cbica. O formato esfrico tambm conhecido como bicncavo, obtido com punes de duplo raio de concavidade, o que evita superfcies planas e ngulos acentuados. Ncleos oblongos tendem a sofrer abraso nas bordas, enquanto os planos so os mais difceis de se revestir.As propriedades da superfcie do comprimido dependem da natureza qumica dos constituintes utilizados na formulao.Para que o revestimento adira ao comprimido os seus constituintes devem molhar a superfcie do comprimido. Superfcies de comprimidos hidrfobas so difceis de se revestir com substncias hidrossolveis que no molhem essa superfcie. No entanto, a composio da formulao do revestimento pode ser ajustada por meio da adio de tensoativos apropriados de forma a reduzir a tenso superficial da composio de revestimento e melhorar sua adeso ao comprimido. Componentes higroscpicos da formulao absorvem umidade e promovem desestruturao da superfcie do ncleo, tornando-o irregular, e tambm alteram suas dimenses. Podero ento ocorrer defeitos como ruptura de filme nas bordas e aquele conhecido como casca de laranja.Processo de revestimento (equipamento de revestimento, parmetros do processo de revestimento, disponibilidade e idade do equipamento e automatizao do processo de revestimento)O revestimento de comprimidos consiste na aplicao de uma composio de revestimento a comprimidos submetidos a fluidizao com o uso concomitante de ar aquecido, para facilitar a evaporao do solvente. A distribuio do revestimento acompanhada pelo movimento dos comprimidos perpendicular (bacia de revestimento) ou verticalmente (revestimento por fluidizao) aplicao do material de revestimento.

Equipamento: os processos de revestimentos utilizam um de trs tipos de equipamentos: Bacia de revestimento tradicional: constituda por uma bacia de metal circular montada em um certo ngulo sobre uma base. A bacia com 20 a 150cm de dimetro gira sobre o seu eixo horizontal por impulso de um motor. O ar aquecido direcionado para dentro da bacia e aplicado sobre a superfcie do leito dos comprimidos, sendo a exausto realizada por meio de tubos colocados na frente da bacia. As solues de revestimento so aplicadas manualmente sobre os comprimidos ou por asperso do material de revestimento sobre o leito de comprimidos em movimento. A utilizao de sistemas de atomizao para aspergir o revestimento sobre os comprimidos produz rpida e melhor distribuio da soluo ou suspenso. A asperso pode reduzir o tempo de secagem entre aplicaes da soluo nos processos de drageificao e permite aplicao contnua da soluo no filme de revestimento.Uma melhoria na eficincia da secagem da bacia tradicional foi conseguida pela bacia de revestimento Pellegrini, pela bacia com uma lmina de imerso e dos sistemas do tubo de imerso. Os modelos mais novos so fechados, o que aumenta mais a sua eficincia de secagem, facilitando o controle automatizado. Com o sistema de lmina imersa o ar aquecido introduzido por meio de uma lmina perfurada que se encontra imersa no leito dos sistemas com tubo, distribuindo o ar aquecido dos comprimidos. Uma vez que o ar se encontra melhor misturado com os comprimidos molhados cria-se ambiente mais adequado para secagem. As solues de revestimento so aplicadas por um sistema de asperso com atomizao direcionada. As solues de revestimento so aplicadas por um sistema de asperso com atomizao para a superfcie.Durante esta operao a soluo de revestimento aplicada simultaneamente com o ar aquecido a partir do tubo imerso. O ar aquecido dirige-se na vertical por meio do leito dos comprimidos, sendo extrado via um tubo convencional. Tem sido relatado um tempo de processamento relativamente rpido, para o revestimento pelicular ou para a drageificao, com este sistema. Os fabricantes europeus tm adaptado lminas imersas ou tubos imersos em bacias tradicionais. Bacias perfuradas: consiste em um tambor perfurado ou parcialmente perfurado que gira sobre o seu eixo horizontal em uma cmara fechada. Nos sistemas Accela-Cota o ar de secagem direcionado para a bacia e obrigado a passar pelo leito dos comprimidos, sendo eliminado por perfuraes no tambor. Na medida em que a bacia de revestimento roda, as barras deflectoras introduzidas no leito dos comprimidos agem, fluidizando-o.A exausto do ar realizada pela parte posterior da bacia. O sistema Glatt foi o ltimo do tipo de bacia perfurada a ser introduzido na indstria. No sistema Glatt o ar quente pode ser direcionado desde o interior da bacia pelo leito dos comprimidos, saindo da bacia por um tubo de exausto. Alternativamente, pode ser utilizado um sistema que melhora a fluidizao e a secagem do leito dos comprimidos verticalmente, por uma fluidizao parcial do leito dos comprimidos. Existem vrias configuraes para o movimento do ar.Em todos estes quatro sistemas de bacias perfuradas, a soluo de revestimento aplicada superfcie da bacia de rotao por meio de bicos de asperso que se encontram posicionados dentro da bacia.As bacias perfuradas so sistemas de secagem eficientes com capacidade de revestimento, podendo ser completamente automatizadas para drageificao ou revestimento pelicular. Sistemas de leito fluido (suspenso em ar). Os equipamentos de leito fluido tambm so bastante eficazes na secagem. A fluidizao de um leito de comprimidos conseguida em uma cmara com forma de coluna pelo fluxo ascendente do ar de secagem. A corrente de ar controlada de modo que a maioria do ar entre no centro da coluna levando os comprimidos a ficarem suspensos no centro da mesma. O movimento dos comprimidos na vertical pelo centro da cmara junto parede da bacia e dirigindo-se para o centro da bacia, voltando a reentrar na corrente de ar na base da cmara. Em alguns casos utiliza-se uma coluna menor para direcionar o movimento dos comprimidos dentro da coluna principal. As solues de revestimento so aplicadas a partir de um bico de asperso localizado no fundo da cmara ou so aspergidas sobre parte superior do leito de comprimidos que rolam em cascata, por bicos localizados na regio superior da cmara.Os comprimidos friveis e passveis de se fragmentarem e sofrerem abraso sobre as arestas podem ser difceis de se revestir em sistema de leito fluido, devido ao impacto entre as superfcies speras dos comprimidos e ao contato destes com as paredes da cmara.Sistema para aplicao de solues (aspersores)Os dois tipos de sistemas utilizados para aplicao de um spray finamente dividido (atomizado) de solues de revestimento ou de suspenses sobre comprimidos so presso elevada, quando se utiliza ar,-presso baixa com atomizao de ar.A diferena principal entre os dois tipos de sistema: tanto o sistema de atomizao do ar como o sistema sem atomizao do ar podem ser utilizados eficazmente. Originalmente, os sistemas sem ar foram utilizados em equipamentos de leito fluido, mas, atualmente a escolha depende da frmula da soluo de revestimento e do processo de desenvolvimento para um determinado produto.Parmetros: os princpios de uma bacia de revestimento aplicam-se igualmente a um revestimento em leito fludo, com exceo de que uma poro do ar no equipamento de leito fluido utilizada para fluidizar o leito dos comprimidos.Durante o processo de revestimento, os comprimidos atravessam uma zona de aplicao em que uma parte desses comprimidos recebe o revestimento. Fora desta zona uma parte do revestimento aplicado pode ser transferido da superfcie dos comprimidos revestidos para comprimidos adjacentes, ou mesmo para a superfcie do equipamento de revestimento. A maior parte do tempo os comprimidos encontram-se em uma zona de secagem afastada da zona de aplicao, voltando a atravessar a zona de aplicao ciclicamente. A aplicao do revestimento e o fluxo de ar quente podem ser contnuos ou descontnuos, dependendo da composio desse revestimento e das condies de secagem. Em uma operao de revestimento contnuo o revestimento mantido em equilbrio, pelo que a taxa de aplicao do revestimento iguala a taxa de evaporao dos solventes volteis. O afastamento deste equilbrio leva ao aparecimento de problemas srios. Modelos matemticos do processo de revestimento, em meio aquoso, foram sugeridos por Stetsko e col. e por Reiland e col. Estes estudos constituram a base para o desenvolvimento de operaes de revestimento automatizados.

Um entendimento melhor do balano de massas que tem que ser mantido durante o processo de revestimento pode ser apresentado conforme abaixo:(entrada) A(T1,H1) + C1(s)+pSA1 A(T2,H2)+C2+pSA2 (exausto)A(T,H): capacidade do ar;C(s): composio do revestimento;pSA: rea de superfcie do comprimido;E: eficincia do equipamento (LACHMAN, Leon et al, 2001).Capacidade do ar: A(T,H). Este valor apresenta a quantidade de gua ou de solvente, que pode ser removida durante o processo de revestimento, dependendo do dbito do ar por meio de do leito de comprimidos (CFM), da temperatura do ar (T) e da quantidade da gua contida no ar de entrada (H). Esta relao pode ser ilustrada melhor por meio do recurso a uma carta psicromtrica existente em qualquer livro de engenharia. Essa carta apresenta em uma forma grfica a relao entre a temperatura do ar e a quantidade de gua que esse ar pode conter, para vrias umidades relativas (Hr).Composio do revestimento: C(S). O revestimento contm ingredientes que sero aplicados sobre a superfcie dos comprimidos e os solventes, os quais atuam como transportadores dos outros componentes da formulao.Estes solventes so eliminados durante o processo de revestimento. O ar quente de entrada proporciona a energia para a evaporao da gua. O ar de sada torna-se mais frio e contm mais gua devido evaporao do solvente, existente na composio do revestimento. Se a gua for aplicada a uma superfcie impenetrvel, a relao entre o ar de entrada (temperatura/umidade) e o ar de sada, para um determinado dbito de asperso, pode ser facilmente demonstrada. No entanto, as superfcies dos comprimidos so sensveis soluo de revestimento aplicada, a qual pode causar dificuldades no revestimento. O solvente constitui a maior parte da composio do revestimento, de modo que necessria a sua remoo rpida para prevenir possveis efeitos adversos sobre a integridade dos comprimidos. No entanto, as temperaturas elevadas necessrias para se conseguir uma secagem rpida podem interferir na estabilidade do frmaco e podem mesmo evitar uma distribuio parcial do revestimento fora da zona de aplicao. A forma como ocorre a secagem do filme tambm deve ser considerada para uma determinada taxa de aplicao. Normalmente os revestimentos em meios aquosos e viscosos tiram partido do movimento dos comprimidos fora da zona de aplicao para produzir uma distribuio parcial do revestimento. Neste caso, so necessrios perodos de secagem mais prolongados pelo que se pode utilizar um processo de revestimento descontnuo. Os revestimentos peliculares finos, ao secarem mais rapidamente sobre a superfcie dos comprimidos, permitem uma aplicao constante e eficiente da soluo de revestimento por atomizao.rea de superfcie do comprimido. A rea de superfcie especfica total diminui com o aumento do tamanho dos comprimidos. Assim, a aplicao de um filme com a mesma espessura requer uma quantidade menor de revestimento.No processo de revestimento s uma parte da rea total da superfcie revestida. O problema coloca-se em termos dos comprimidos j revestidos parcialmente serem secos ou dos comprimidos j secos voltarem a ser revestidos na zona de aplicao. Um revestimento, embora parcial, mas contnuo, dos comprimidos leva, eventualmente, ao revestimento completo desses comprimidos.A presena de pequenas marcas de identificao ou de gravaes nos comprimidos a revestir complica ainda mais o processo de revestimento. O tamanho da gotcula do material de revestimento atomizado deve ser menor e mais controlada na medida em que essas gravaes se tornam menores.Eficincia do equipamento (E): um valor obtido pela diviso do aumento da massa do comprimido revestido pela massa de revestimento, excluindo os ingredientes volteis aplicados aos comprimidos. Idealmente, 90 a 95% do revestimento do filme aplicado deve ficar na superfcie do comprimido, caso contrrio, devem ser realizadas melhorias no processo de revestimento. A eficincia da drageificao bastante inferior, sendo aceitvel um valor da ordem de 60%. Esta diferena da eficincia do revestimento em pelcula e da drageificao est relacionada quantidade do material de revestimento que adere s paredes da bacia. Com um processo de revestimento eficiente apenas uma pequena quantidade do material de revestimento se acumula sobre as paredes da bacia de revestimento, mas com a drageificao as paredes da bacia so muito revestidas com o material de revestimento. Uma causa freqente que contribui para uma eficincia reduzida em um revestimento pelicular a taxa de aplicao ser bastante reduzida para as condies de revestimento (rea grande da superfcie dos comprimidos, dbito de ar e temperatura elevados). Daqui resulta em uma secagem parcial do revestimento antes que atinja a superfcie do comprimido, sendo eliminado como poeira.Composio do revestimento: C(S). Importante: alguns exemplos so apresentados no item Processos de revestimentos de comprimidos.Tecnologia de drageamento ou revestimento de acar (sugar coating)O drageamento pode ser considerado o mtodo tradicional de revestimento de comprimidos. Esse mtodo envolve aplicaes sucessivas de solues que contm sacarose a ncleos comprimidos, utilizando equipamentos de revestimento adequados. A turbina de drageamento convencional, com adio manual de xarope, tem sido amplamente utilizada. Contudo, a introduo de alguns equipamentos especiais e de mtodos automatizados tem modificado esse panorama.O processo de drageificao envolve vrias fases, sendo que a durao das quais varia desde algumas horas at vrios dias. O sucesso do produto depende grandemente da percia do operador da drageificao, sobretudo por se tratar de um mtodo manual no qual as solues de revestimento so deitadas sobre os ncleos dos comprimidos. O operador determina a quantidade de soluo a adicionar, o mtodo e a taxa de adio, quando deve utilizar o ar de secagem, durante quanto tempo e com que velocidade os comprimidos devem ser mantidos na bacia. As novas tcnicas recorrem a sistemas de asperso e vrios graus de automatizao para melhorar a eficincia do revestimento e a uniformidade do produto. Independentemente dos mtodos utilizados, um processo de drageificao produz comprimidos com bom aspecto e muito brilhantes.O revestimento com acar pode ser dividido nas seguintes etapas:4.1. Impermeabilizao ou Selamento (se necessrio);4.2. Sub-Revestimento;4.3. Alisamento e Arredondamento final;4.4. Acabamento e Colorao (se desejado);4.5. Polimento.

Para facilitar o processo de drageificao, os ncleos de comprimidos devem apresentar, de preferncia, superfcies bastante convexas e possuir arestas finas e arredondadas. Uma vez que a drageificao tende a ser longa e vigorosa, os ncleos devem ser relativamente resistentes quebra, abraso e no devem lascar.Normalmente, o processo de revestimento realizado em uma srie de drageadeiras, operadas mecanicamente, em forma de vasos parcialmente arredondados, abertos na frente. O dimetro da drageadeira varia de aproximadamente 30,7 a 122 cm possuindo, portanto, diversas capacidades. Em geral as drageadeiras so constitudas de ferro galvanizado, ao inoxidvel ou cobre. As drageadeiras menores so utilizadas para operaes experimentais, de desenvolvimento e piloto; as maiores, para a produo industrial. As drageadeiras so fixas e operam em ngulo de aproximadamente 40, o que permite que as drgeas fiquem dentro delas durante as revolues, ao mesmo tempo que possibilita ao operador observar e manusear o produto pela abertura na extremidade. Durante cada uma das operaes envolvidas no revestimento, a drageadeira girada por um motor que funciona em velocidades moderadas, possibilitando que as drgeas caiam e rolem, fazendo contato entre si e com as solues. Conforme rodam, a soluo de revestimento suavemente aspergida, sendo introduzido ar quente, para acelerar a secagem da cobertura. Pode ser necessrio aplicar diversas camadas, sendo cada camada aplicada apenas depois que o material da primeira operao estiver seco. Os comprimidos destinados a receber cobertura so elaborados por compresso e preparados de modo a serem altamente convexos e com bordas o mais finas possvel, para que o revestimento fique arredondado.Estes comprimidos produzidos por compresso podem ser revestidos com acar colorido ou incolor. O revestimento hidrossolvel e sua dissoluo rpida aps a deglutio.

Vantagens: proteger o frmaco contra o ar e umidade, mascarar odor e sabor desagradveis.

Desvantagens: tempo e percia exigidos pelo processo, aumento do tamanho e peso dos comprimidos. OBS: os comprimidos revestidos podem ser 50% maiores e mais pesados que os no revestidos.Revestimento para impermeabilizao e selamentoPara os comprimidos que tm componentes que podem absorver umidade, ou seja, serem adversamente afetados pela umidade, coloca-se uma camada ou revestimento impermevel, de material como verniz, antes da aplicao do sub-revestimento evitando o seu amolecimento (desintegrao) e a instabilidade fsica e qumica. O verniz ou outro material impermeabilizante aplicado em forma de soluo, em geral alcolica, sendo suavemente despejado sobre as drgeas que esto girando nas drageadeiras prprias para revestimento, ou automizado. Ar quente introduzido na drageadeira durante o processo de revestimento para acelerar a secagem e evitar que haja aderncia comprimido/comprimido. Um segundo revestimento da substncia impermeabilizante pode ser aplicado aos comprimidos depois que o primeiro tiver secado, para garantir a proteo contra a penetrao de umidade.Nos processos de asperso mecnica possvel ajustar a aplicao das diversas camadas, de modo que a sobremolhagem no ocorra, eliminado assim, a necessidade de aplicar uma camada de isolamento. A shellac constitui um isolante eficaz, porm, os tempos de desintegrao e dissoluo tendem a aumentar com o envelhecimento devido polimerizao. A zena um derivado protico solvel em lcool obtido a partir do milho e tambm tem sido utilizado como um isolante eficaz. No foi observado para a zena aumento do tempo de dissoluo com o envelhecimento da camada da mesma.Sub-revestimento ou camada de enchimentoDepois de aplicar as camadas impermeabilizantes ou de selamento (quando necessrias), os comprimidos recebem cerca de trs a cinco sub-revestimentos com xarope base de acar, com a finalidade de tornar o comprimido arredondado e unir o revestimento de acar superfcie do comprimido. Ao aplicar o sub-revestimento, geralmente adiciona-se um xarope espesso que contm gelatina ou o polivinilpirrolidona (PVP) ou, s vezes, acrescenta-se accia drageadeira. Quando os comprimidos esto parcialmente secos so pulverizados com um p fino, que normalmente composto por uma mistura de acar e amido, podendo conter tambm talco, accia ou carbonato de clcio precipitado. Aplica-se ar quente aos comprimidos que esto rolando e quando estiverem secos, repete-se o processo de sub-revestimento at que atinjam o tamanho e a forma desejados. Nesse ponto, so retirados da drageadeira, o excesso de p removido passando os comprimidos suavemente por um tamis de tecido e a drageadeira lavada para retirar todo o materialnela contido. A drageificao pode levar ao aumento da massa do comprimido entre 50 e 100%.

Alisamento e arredondamento finalDepois que as drgeas foram sub-revestidas at terem a forma desejada (arredondadas), so aplicadas cinco a dez camadas adicionais, com um xarope bastante espesso, com a finalidade de completar o arredondamento e alisar os componentes de revestimento. Esse xarope pode ser composto a base de sacarose ou ter outros componentes, como amido e carbonato de clcio. Na medida em que o xarope aplicado, o operador move a mo sobre os comprimidos que rolam para distribuir o xarope e evitar a aderncia. Pode-se utilizar ou no um p muito fino entre as aplicaes do xarope, mas, em geral, aplica-se ar quente para acelerar o tempo de secagem de cada cobertura. Se o revestimento tiver que ser colorido, pode-se acrescentar o corante adequado ao xarope durante essa etapa do processo de revestimento, assim, como durante o prximo passo.

Acabamento e coloraoPara obter o alisamento e a cor final apropriada, so aplicados vrios revestimentos de um xarope diludo contendo o corante desejado. Essa etapa normalmente realizada em uma drageadeira limpa, livre dos materiais dos revestimentos anteriores.

GravaoAs formas farmacuticas slidas podem passar por mquinas especiais de impresso para gravar cdigos de identificao e outros smbolos distintivos. Segundo o Regulamento FDA, em vigor desde 1995, todas as formas farmacuticas slidas para consumo humano, vendidas com ou sem prescrio mdica, devem ter o cdigos especficos de identificao do produto gravados. Existem algumas excees a essa exigncia, a saber: formas farmacuticas slidas utilizadas na maioria das investigaes clnicas; medicamentos que so aviados nas farmcias de manipulao; produtos farmacuticos radioativos e produtos que, considerando tamanho, forma, textura e outras caractersticas fsicas, tornam a gravao impraticvel.As gravaes, juntamente com o tamanho, forma e cor permitem a identificao de um produto farmacutico e de seu produtor ou distribuidor. As gravaes de cdigo podem conter combinaes de letras e nmeros ou o nmero do Cdigo Nacional do medicamento e marcas, smbolos, logotipos ou monografias designados ao produto pela Companhia farmacutica. Cada gravao no produto deve ser registrada na Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA).Tecnicamente, a gravao pode ser em baixo relevo, em alto relevo, estampada ou impressa na superfcie com tinta. Em baixo relevo significa gravado abaixo da superfcie da foram farmacutica; em alto relevo significa gravado acima da superfcie da forma farmacutica; estampado significa impresso na superfcie do medicamento.

PolimentoOs comprimidos revestidos podem ser polidos em drageadeiras especiais em forma de tambor, com tecido aplicado sobre uma estrutura de metal ou em drageadeiras comuns revestidas com lona. O tecido ou a lona podem ser impregnados com cera, como a de carnaba, com ou sem adio de cera de abelha. Os comprimidos so polidos conforme rolam pela drageadeira. Ainda, a cera pode ser dissolvida em solvente no aquoso, como acetona ou benzina, e espalhada sobre os comprimidos rolando em pequenas quantidades. Depois que cada camada de revestimento est seca, a adio de uma pequena quantidade de talco contribui para um alto brilho. Dois ou trs revestimentos de cera podem ser aplicados, dependendo do brilho desejado. Outro mtodo para polir comprimidos colocar pedaos de cera na drageadeira de polimento junto com os comprimidos e deixar que eles rolem sobre a cera at que o brilho desejado seja conseguido.

Revestimento com pelcula ou revestimento pelicularO revestimento dos comprimidos por aplicao de acar pode variar ligeiramente de um lote para outro e dentro do mesmo lote. O processo de revestimento com pelcula, que coloca sobre o comprimido um revestimento fino e liso, com um material que se assemelha ao plstico, foi desenvolvido para produzir comprimidos revestidos essencialmente com mesmo peso, forma e tamanho que os originais. O revestimento fino o suficiente para revelar todos os monogramas em alto ou baixo relevos gravados. Alm disso, os comprimidos revestidos com pelcula so muito mais resistentes que destruio por abraso que os revestidos com acar, podem ser coloridos para que se tornem atraentes e distintos.

As solues para revestimentos com pelcula podem ser aquosas ou no. As solues no-aquosas geralmente contm os seguintes tipos de materiais: Formador de pelcula, capaz de produzir camadas lisas, finas e reprodutveis nas condies convencionais de revestimento, sendo aplicvel a uma variedade de formas de comprimidos; Substncia de liga, que fornea a pelcula solubilidade ou permeabilidade gua, para garantir a penetrao de lquidos orgnicos e a biodisponibilidade do frmaco. Plastificante: para dar flexibilidade e elasticidade ao revestimento e, assim, proporcionar-lhe durabilidade; Tensoativo, para ampliar a capacidade de a pelcula ser espalhada durante a aplicao; Opacificantes e corantes, para tornar a aparncia dos comprimidos revestidos atraente e distintiva; Edulcorantes, flavorizantes e aromas, para ampliar a aceitao do comprimido pelo paciente; Agentes de brilho, para darem lustro aos comprimidos sem uma operao de polimento parte; Solvente Voltil, para permitir que os componentes se espalhem sobre os comprimidos, enquanto possibilita a rpida evaporao, em uma operao eficiente e veloz.Os comprimidos so revestidos com pelcula por meio de irrigao ou asperso da soluo sobre os comprimidos, nas drageadeiras. A volatilidade do solvente possibilita que a pelcula adira rapidamente.Devido aos custos dos solventes volteis utilizados no processo de revestimento com pelcula e ao problema da liberao de agentes potencialmente txicos na atmosfera, ao alto custo dos sistemas de recuperao de solventes e seu potencial para exploso, as indstrias farmacuticas preferem o uso de solues com bases aquosas para o revestimento. Um dos problemas que tambm ocorre, a lenta evaporao das bases aquosas, em comparao com as solues para revestimento com solventes orgnicos volteis. Uma das disperses coloidais base de gua para revestimento para a indstria farmacutica chama-se AQUACOAT (FMC Corporation) e contm pseudoltex de etilcelulose a 30 %. As disperses de pseudoltex tm a vantagem de alto contedo de slidos (que d maior capacidade ao revestimento) e da viscosidade relativamente baixa. Essa ltima caracterstica permite que se utilize menos gua na disperso, o que resulta em menor necessidade de evaporao e em probabilidade reduzida de interferncia da gua com a formulao. Alm disso, a baixa viscosidade permite maior penetrao do revestimento nos sulcos dos comprimidos que tm a gravao ou marcas de corte.Ao utilizar a disperso de pseudoltex para revestimento, incorpora-se um plastificante para ajudar na produo de uma pelcula mais densa e menos permevel, com mais brilho e maior resistncia mecnica. Outros sistemas aquosos utilizados para revestimento com pelcula incluem os materiais de celulose, como metilcelulose, hidroxipropilcelulos, e hidroxipropilmetilcelulose.

As formulaes tpicas de pelcula para revestimento com base aquosa contm o seguinte: Polmero formador de pelcula (7-18%). Exemplos: polmeros de ter celulose, como hidroxipropilmetilcelulose, hidroxipropilcelulose e metilcelulose; Plastificante (0,5-2,0 %). Exemplos: glicerina, propilenoglicol, polietilenoglicol e subacetato de dibutila; Corante e opacificador (2,5-8%). Exemplos: lacas FD&C ou D&C e pigmentos de xido de ferro; Veculo (gua, para fazer 100%).H alguns problemas que acompanham os revestimentos aquosos por pelcula, que so: Aparecimento de pequenas quantidades de fragmentos (coleta) ou de quantidades maiores de fragmentos (cascas) de pelcula que descamam da superfcie do comprimido; Aspereza da superfcie, devido no coalescncia das gotculas da asperso (efeito de casca de laranja); distribuio desigual da cor na superfcie (mosqueado); Preenchimento da fenda ou do logotipo em baixo relevo com a pelcula (ponte); desfigurao do ncleo do comprimido quando submetido soluo de revestimento por muito tempo (eroso).A causa de cada um desses problemas pode ser determinada corrigida com as mudanas adequadas na formulao, no equipamento, na tcnica ou no processo.Caractersticas ideais de um polmero para revestimento peliculado: Solubilidade: no caso convencional, o polmero dever ter uma boa solubilidade em fludos aquosos podendo assim, facilitar a dissoluo das substncias ativas a partir do produto final. J quando se trata de uma ao de liberao modificada, a opo ser exigir do sistema polimrico uma dissoluo ou uma permeabilidade em meio aquoso lenta; Viscosidade: os polmeros devero possuir baixa viscosidade na concentrao requerida; Permeabilidade: o revestimento peliculado pode ser utilizado para otimizar o prazo de validade em prateleira de um comprimido; Propriedades mecnicas: um polmero utilizado para revestimento peliculado deve possuir uma elevada resistncia ao impacto e abraso. Um revestimento com escassa resistncia rev-la pelas presenas de rachaduras ou imperfeies na superfcie.

Tipos de polmeros disponveis

Derivados da celuloseEstes apresentam em sua grande maioria steres da celulose. Hidroxipropilmetilcelulose um dos polmeros derivados da celulose. solvel em meio aquoso e forma filmes de elevada resistncia e de fcil aplicao. O filme resultante pode ser claro ou colorido utilizando pigmentos permitidos. O polmero deve estar inscrito nas monografias das principais farmacopias internacionais. Outros derivados da celulose empregados no revestimento peliculado so: metilcelulose e hidroxipropilcelulose.

Copolmeros de steres de amino-metacriladoEstes polmeros so basicamente insolveis em gua em pH inferior a 4,0. Porm, em meio neutro ou alcalino, o filme permite a solubilidade do frmaco mediante intumescimento e aumento da sua permeabilidade. Para formulaes simples, a desintegrao do revestimento pode ser otimizada por meio de incorporao de substncias solveis em gua e tambm de amidos. Um exemplo, do ponto de vista da denominao qumica, o poli(butilmetacrilato)-(2-dimetilaminoetil)-metacrilato-metilmetacrilato. Para os revestimentos projetados para produzir um efeito de liberao modificada utiliza-se polmeros mais insolveis em gua. Ex: metilcelulose e os copolmeros do metacrilato de amnio. J para os revestimentos projetados para conferir proteo entrica forma farmacutica utiliza-se polmeros seletivos em termos de pH, ou seja, quando este insolvel em meio cido estomacal, mas torna-se solvel ao entrar em contato com o pH alcalino prprio do duodeno e das regies distais do trato gastrintestinal.

PlastificantesSo adicionados em formulaes de revestimento peliculado com o objetivo de modificar as propriedades fsicas do polmero, tornando-o mais flexvel e diminuindo a fragilidade do filme. Ex: poliis, como polietilenoglicol 400; steres orgnicos, como dietilftalato; leos e glicerdeos, como leos de coco fracionado.

CorantesTodos os corantes permitidos para uso no revestimento peliculado so, invariavelmente, insolveis em gua (pigmentos). Os pigmentos possuem pequena vantagem sobre os corantes solveis em gua, devido sua estabilidade qumica frente luz, assim como pelo fato de proporcionarem uma melhor opacidade e recobertura de ps, ao mesmo tempo que promovem a impermeabilidade da pelcula ao vapor de gua.

SolventesAps o desenvolvimento do revestimento peliculado, os polmeros utilizados eram dissolvidos em solventes orgnicos. J as tcnicas modernas baseiam-se no uso de gua como solvente, devido reduo de custos.

ProcessoOs comprimidos peliculados so produzidos por processos que envolvem atomizao das solues ou suspenses do revestimento sobre a massa em movimento dos comprimidos.Alguns exemplos de equipamentos para o revestimento peliculado so: Accela Cota - Manesty Machine, Liverpool, Reino Unido; Hi-Coater - Freund Company, Japo; Driacoter - Driam Metallprodukt GmbH, Alemanha; HTF/150 - GS, Itlia; IDA - Dumoulin, Frana. (AULTON,2005)Entre os exemplos de unidades que funcionam de acordo com o princpio do leito fluido cabe mencionar: Aeromatic - Fielder, Sua e Reino Unido; Glatt AG - Sua e Alemanha;Importante: um dos equipamentos mais utilizados a Accela Cota.Exigncia ao processo bsico de revestimento peliculado Meios adequados de atomizar o lquido aplicado aos ncleos comprimidos; Mistura e movimentao adequadas do leito de ncleos. O revestimento por asperso parte do princpio de que cada ncleo dever passar pela zona de asperso. Isso diferente ao processo de drageamento. Afinal, no drageamento o material aplicado propaga-se de ncleo para ncleo antes de serem secos; Fornecimento de calor na forma de ar quente, de modo a compensar o calor latente originado da evaporao do solvente. Isso importante na asperso de fluidos aquosos; Boas instalaes de exausto, para remover a poeira e o ar carregados de solvente.Caractersticas ideais dos comprimidos com revestimento peliculado: Estes devem apresentar um revestimento contnuo de filme polimrico e uniformidade de cor. No dever ocorrer abraso dos ncleos comprimidos nem fenmeno de desprendimento da parte superior do ncleo. O comprimido dever cumprir com as exigncias relativas ao produto final e com toda exigncia estabelecida pelos principais compndios oficiais.

Defeitos de revestimentoDefeitos de processo: condies no apropriadas de secagem, que permitem ao revestimento previamente depositado sobre a superfcie do comprimido aderir aos comprimidos vizinhos. Esse revestimento, ao ser quebrado, mostrar na parte inferior a superfcie original do ncleo.Defeitos de formulao: a fratura ou formulao de arcos sobre os vincos so exemplos deste tipo. Uma vez que se tenha avaliado corretamente as propriedades mecnicas do filme, bem provvel que a reformulao do produto tenha sucesso na resoluo dessa classe de problema.Variveis a serem controladas em um processo de revestimento por aspersoVariveis da bacia Concepo da bacia e dos deflectores; Velocidade e carga da bacia.A forma da bacia, o sistema de deflectores, a velocidade de rotao, ou a carga afetam a mistura dos comprimidos. essencial obter uma mistura uniforme para que a mesma quantidade de polmero seja depositada sobre cada comprimido. O revestimento desses comprimidos leva ao aumento aproximado da sua massa em cerca de 2 a 5% da massa de cada comprimido. Se os comprimidos so revestidos, devido a um movimento inadequado dentro da bacia de revestimento, obtm-se variaes de cor inaceitveis ou a integridade desses comprimidos pode ser afetada.A forma dos comprimidos tambm pode afetar a mistura. Algumas formas dos comprimidos podem misturar-se enquanto que outras podem necessitar de um sistema de deflectores prprio para assegurar uma mistura adequada. No entanto, os deflectores so um dos fatores que contribuem para aumentar a formao de lascas e a quebra dos comprimidos se no forem selecionados e utilizados cuidadosamente.A velocidade da bacia no s afeta a mistura como tambm a velocidade com que os comprimidos passam sob o cone de asperso. Uma velocidade muito lenta pode levar sobremolhagem resultando em fenmenos de adeso entre os comprimidos ou com a bacia. Velocidades que sejam levadas podem no permitir o tempo suficiente para que ocorra a secagem antes que esses mesmo comprimidos voltem a passar sob cone de asperso, o que origina um revestimento rugoso. As velocidades de rotao da bacia de 10 a 15 rpm so impostas s bacias de revestimentos peliculares no aquosos; Velocidades mais baixas (3 a 10 rpm) so utilizadas no revestimento com meio aquoso para possibilitar uma velocidade de aplicao e a secagem do lquido adequada. A seleo da bacia depende das condies de funcionamento, da disponibilidade do equipamento, do tipo de comprimidos a serem revestidos e das caractersticas da soluo de revestimento.

Ar de processamento Qualidade do ar; Temperatura; Equilbrio entre o caudal e a entrada e a sada do ar na bacia.A temperatura, o volume, o dbito, a qualidade e o equilbrio entre a entrada e a sada do ar so parmetros relacionados com o ar que precisam ser controlados para a obteno de um ambiente de secagem para um determinado processo de secagem. A sensibilidade do polmero de revestimento e do aquecimento do ncleo determinam grandemente a temperatura mxima a que o processo de revestimento deve ocorrer. Normalmente, uma temperatura elevada no leito de comprimido e dentro da bacia de revestimento conduz a uma evaporao mais rpida do solvente e a uma maior velocidade de revestimento. Os limites para o volume do ar e para a taxa de aplicao dependem da concepo geral do sistema de fornecimento de ar e do equipamento de revestimento. Quanto mais eficiente a concepo do sistema menor o volume de ar que necessrio utilizar para a secagem.O fornecimento de ar deve ter alguma capacidade de desumidificao. As flutuaes sazonais sobre o teor de umidade do ar de entrada podem alterar as condies de revestimento e de secagem e, possivelmente, tem efeitos negativos sobre a qualidade do revestimento.O equilbrio entre o fornecimento do ar e ar que sai deve ser tal que a poeira e os solventes fiquem retidos no sistema de revestimento.Variveis de asperso Taxa de asperso; Grau de atomizao; Padro de asperso; Distncia do bico de asperso ao leito dos comprimidos.Os parmetros da asperso que devem ser controladas so: a taxa de aplicao do lquido, o padro de asperso e o grau de atomizao da asperso. Estas trs variveis so interdependentes. Em um sistema que funcione sem o recurso ao transporte pelo ar, ou seja, um sistema de presso elevada, as trs variveis so afetadas pela presso do fluido e pela concepo do bico de asperso. Ao contrrio em um sistema a baixa presso, com ar atomizado, a taxa de administrao do lquido mais afetada pela presso do lquido e pelo tamanho do orifcio do bico. O grau de atomizao e o padro de asperso so afetados mais diretamente pela presso do ar, pelo volume do ar e pela forma, concepo e posio do bico de injeo em relao corrente do fluido.A taxa adequada para a qual a soluo de revestimento deve ser aplicada depende da mistura e da eficincia da secagem do sistema, para alm da formulao do revestimento e das caractersticas dos ncleos. Existe uma gama de condies em que a taxa de aplicao de soluo de revestimento tem que ser aplicada para se alcanar a qualidade do produto desejada ou o tempo de processamento. A sobremolhagem ou o submolhagem tm que ser evitadas em qualquer operao de revestimento.Sobre os comprimidos deve constituir-se uma banda de asperso uniforme. Em bacias grandes, h que incluir mais bicos para cobrir uma largura maior do leito dos comprimidos. Um cone de asperso que seja muito largo faz com que a aplicao de revestimento seja feita diretamente sobre a superfcie da bacia, reduzindo a eficincia do processo de revestimento com o desperdcio de material. Se, pelo contrrio, o cone de asperso for muito reduzido, pode resultar em uma sobremolhagem dos comprimidos e a uniformidade de revestimento entre comprimidos ser inadequado. Conseqentemente, deve-se passar mais vezes sob a rea de asperso para serem revestidos adequadamente. Durante a operao de revestimento a largura do cone de asperso pode ser ajustada aproximando ou afastando os bicos do leito de comprimidos. Nos sistemas que recorrem atomizao do ar a baixa presso, ajustando a presso do ar e/ou a sua direo de aplicao consegue-se o mesmo efeito. A distncia que o bico se encontra do comprimido afeta no s a largura do cone de asperso como tambm a quantidade de revestimento aplicada a cada um dos comprimidos de cada vez que passam sob o spray.A atomizao o processo no qual o lquido dividido em pequenas gotculas. O grau de atomizao, o tamanho e a distribuio de tamanhos das gotculas obtidas do bico de asperso, no so parmetros facilmente controlveis. As relaes entre o tamanho do orifcio, da configurao do bico, da presso do lquido, da presso do ar de atomizao, do volume do ar e da viscosidade do lquido variam de formulao para formulao. Uma reviso da literatura pode revelar a gama de tamanhos das gotculas esperada a partir do tipo de bico particular. No entanto, este tipo de levantamento, por si s, inadequado para otimizao do desempenho do bico quanto variabilidade das solues e suspenses utilizadas para revestir os comprimidos.Atualmente, o grau de atomizao s pode ser controlado empiricamente. Ajustamentos da presso do lquido em sistemas de presso elevada sem ar ou da presso do ar de atomizao e do volume de ar nos sistemas de baixa presso alteram o grau de atomizao. Presses elevadas conduzem a um maior grau de atomizao. Uma atomizao que seja muito fina conduz a que algumas gotculas sequem antes de atingirem o leito dos comprimidos. O efeito de secagem do spray pode ser facilmente detectvel pelo aparecimento de rugosidade sobre a superfcie dos comprimidos, especialmente gravaes ou como excesso de p na bacia. Uma atomizao insuficiente pode resultar em gotculas que sejam demasiado grandes ao atingirem a superfcie dos comprimidos e causarem sobremolhagem localizada que pode levar ao aparecimento de fenmenos de adeso entre os ncleos, com a parede da bacia ou, simplesmente com a superfcie apresentando um aspecto de casca de laranja.

Processo de leito fluidizadoOs sistemas de leito fluido tm sido utilizados no revestimento rpido de comprimidos, grnulos e cpsulas. As formulaes das solues de revestimento utilizadas nestes processos so iguais s utilizadas para o processo em bacia.A concepo da cmara juntamente com o ar de processamento controla o padro de fluidizao. A forma dos comprimidos, o tamanho, a densidade e a quantidade de carga afetam a capacidade da massa dos comprimidos a serem fluidizados.O controle do ar do processo se consegue por ajustamento de uma ventoinha regulvel ou pelo uso de reguladores para manter a massa dos comprimidos em um movimento fluidoconstante dentro da cmara. Um dbito muito elevado resulta em um excesso de atrito e na quebra dos comprimidos. Se o dbito for muito baixo, a massa de comprimidos no se move com rapidez suficiente por meio de da zona de asperso, podendo resultar em uma sobremolhagem. A fluidizao tambm pode ser afetada pelo aumento da massa ou por alteraes das caractersticas de frico dos comprimidos durante a aplicao do revestimento. Conseqentemente, necessrio um ajustamento peridico do dbito e do volume do ar para manter uma fluidizao tim1 ( LACHMAN, Leon et al,2001).Durante o processo de revestimento as temperaturas de entrada e a de sada do ar so controladas. A evaporao do solvente provoca um abaixamento da temperatura do ar como se verifica por comparao entre as temperaturas de entrada e de sada do ar. Qualquer alterao no dbito de aplicao da soluo de revestimento pode ser controlada pela diferena entre as temperaturas de entrada e de sada do ar.Desenvolvimento de formulaes para revestimento pelicular

A deciso de revestir comprimidos simples, porm, deve-se avaliar as seguintes questes: Qual o propsito do revestimento? necessrio para mascarar um sabor, cor ou cheiro desagradvel ou necessrio para controlar a libertao do frmaco? Qual o tamanho dos comprimidos, forma ou restries cor que tem que ser colocadas durante o desenvolvimento do trabalho?Na indstria farmacutica a cor, a forma e o tamanho do comprimido revestido so aspectos importantes para o marketing. A Garantia da Qualidade outro departamento que exerce um controle sobre os o aspecto do produto ao avaliar as propriedades do novo produto contra as caractersticas daquelas que j existem. Normalmente, as empresas evitam comercializar produtos diferentes com o mesmo aspecto. O formulador muitas vezes depara-se com um nmero limitado de cores disponveis de forma que as linhas dos produtos das companhias mais importantes possuem vrios comprimidos revestidos com vrios tons de vermelho, amarelo, verde ou azul. Porm, os tamanhos e as formas dos comprimidos podem variar facilmente. Assim, a capacidade para selecionar comprimidos com aspectos diferentes ilimitada.Um formulador experiente desenvolve uma formulao para revestimento por meio de modificao daquela com a qual obteve bons resultados. Em oposio, um formulador inexperiente ao procurar um melhor sistema necessita comear a partir de um polmero de revestimento que escolhe. O efeito da adio de plastificantes, opacificantes, corantes sobre o resultado obtido e o sistema de solventes pode, ento, ser avaliado individualmente ou coletivamente.As formulaes dos filmes podem ser submetidas a um processo de triagem por asperso ou por espalhamento. Por meio da preparao de uma srie de filmes com pequenas alteraes das frmulas possvel eliminar as incompatibilidades fsicas e as selecionar combinaes de filmes bastante rapidamente.Os filmes espalhados e aspergidos podem ter propriedades diferentes. Com efeito, algumas composies de revestimento do origem a filmes obtidos por espalhamento, embora venham a ter um bom desempenho no revestimento de comprimidos.Os filmes podem ser obtidos por espalhamento sobre vrias superfcies como: Teflon, vidro ou uma superfcie como a folha de alumnio recorrendo a uma barra para o espalhamento para se conseguir um filme com espessura uniforme. Muitos destes filmes aderem to bem ao vidro que o filme no pode ser removido intacto, mas o vidro adequado para a avaliao da aparncia do filme.Os filmes aspergidos podem ser obtidos por montagem de uma superfcie plstica revestida em uma cmara de asperso ou em uma bacia de revestimento. Deve-se ter cuidado quando da asperso do filme para se obter um filme uniforme representativo do tipo conseguido quando do revestimento de comprimidos.O aspecto fsico destes filmes pode revelar uma eventual separao do corante ou do opacificante. A falta de uniformidade de cor no filme pode sugerir que os aditivos insolveis no foram devidamente suspensos ou existe algum grau de interao entre os componentes da formulao.

Os filmes podem ser submetidos aos testes seguintes: Permeabilidade ao vapor de gua: se o revestimento vai ser utilizado como revestimento isolante ou para proporcionar uma proteo fsica aos comprimidos contendo um frmaco instvel em presena de gua, ento o conhecimento da permeabilidade do filme ao vapor de gua deve ser determinada. Fora tensil do filme: para a realizao deste teste devem ser preparadas tiras do filme de revestimento com dimenses conhecidas. Para o teste recorre-se a um aparelho que permite determinar a fora tensil desse filme por aplicao de uma fora conhecida e crescente exercida por duas pinas que se afastam a uma velocidade constante. Conseqentemente pode-se avaliar a elasticidade e a fora tensil, ou resistncia ruptura dos filmes. Este teste indicado quando se pretende avaliar o efeito da variao da concentrao de uma srie de plastificantes ou de outros aditivos, sobre o efeito em estudo. As composies do revestimento que do origem a filmes quebradios tm que ser plastificadas para se conseguir obter um filme mais flexvel que seja aceitvel para o revestimento dos comprimidos. O teste de resistncia tensil aquele que proporciona informao til quando da otimizao do nvel de aditivos a incluir na formulao.

Avaliao dos comprimidos revestidosAps a realizao da triagem inicial das variveis da formulao, a formulao de revestimento selecionada, tem, agora, que ser estudada nas condies em que vai ser utilizada no revestimento de comprimidos. Freqentemente estes estudos so conduzidos sobre placebos ou, sobre grupo de placebos com um nmero reduzido de comprimidos contendo frmaco. Os comprimidos que incluem o frmaco tem que ter a mesma forma, tamanho e densidade dos placebos para que os seus movimentos na bacia possam ser comparveis. Estes comprimidos devem ter uma caracterstica que os diferencie dos placebos permitindo a sua separao dos mesmos, e a sua avaliao posterior. O recurso a esta metodologia de revestimento de dois tipos de comprimidos simultneos s adequado se as propriedades das superfcies dos dois tipos de comprimidos forem equivalentes. Se forem revestidos dois comprimidos, um apresentando uma superfcie hidroflica e outro uma superfcie hidrofbica, com um revestimento em meio aquoso, o revestimento pode aderir preferencialmente a um dos comprimidos.A avaliao da qualidade de revestimento de um comprimido envolve o estudo no s do filme como tambm da interao na superfcie entre o filme e o comprimido.

Com essa finalidade podem ser utilizados vrios mtodos: Testes de adeso com dispositivos para determinao da fora tensil os quais permitem medir a fora necessria para remover o filme da superfcie do comprimido; A resistncia ao esmagamento de comprimidos ao longo do seu dimetro pode ser determinada com um durmetro. Obviamente que a resistncia de um comprimido no revestido ao esmagamento ser o fator principal sobre os resultados do teste. Com este pretende-se avaliar o aumento relativo da resistncia mecnica conferida pelo filme aocomprimido bem como a contribuio observada por alteraes da composio da frmula desse revestimento; A velocidade de desintegrao de um comprimido revestido e a dissoluo do frmaco tambm tm que ser determinadas. A menos que o objetivo do revestimento seja controlar a libertao do frmaco, o revestimento deve ter um efeito mnimo sobre os tempos de desintegrao e a dissoluo do frmaco nos comprimidos; Devem ser feitos estudos de estabilidade sobre comprimidos revestidos para determinar se as alteraes de temperatura e da umidade provocam defeitos no filme. A exposio dos comprimidos revestidos a umidades relativas elevadas e, a determinao do aumento da massa do comprimido permite obter alguma informao sobre a proteo proporcionada pelo filme;

Alguns investigadores tm tentado quantificar a rugosidade do filme, dureza e uniformidade de cor por meio de meios instrumentais, mas a simples verificao visual suficiente para definir a qualidade de um comprimido revestido. Uma medio qualitativa da resistncia abraso pode ser feita simplesmente esfregando-se o comprimido revestido sobre uma folha de papel branco. Os filmes elsticos permanecem intactos, no libertando corante para o papel, enquanto que os filmes pouco resistentes so facilmente removidos da superfcie do comprimido pelo papel.Otimizao de uma frmula de revestimentoA otimizao est relacionada a pequenas modificaes de uma frmula base. A frmula base conseguida a partir de experincia anterior ou a partir de vrias fontes literrias. Alteraes desta frmula base podem ser realizadas para melhorar a adeso do revestimento ao ncleo, para diminuir a formao de pontes ou das gravaes, para aumentar a dureza do revestimento ou para melhorar qualquer propriedade do revestimento que o formulador julgue deficiente. As concentraes de corantes ou de opacificantes so fixadas normalmente para se conseguir uma tonalidade pr-definida. No entanto, alteraes da razo entre a quantidade do(s) polmero(s) e do(s) plastificante(s) ou a adio de diferentes plastificantes ou polmeros so modificaes freqentes durante o processo de otimizao de um revestimento.A literatura sobre patentes cita inmeras composies de filmes de revestimento. A seleo de uma formulao especfica depende do equipamento e das condies disponveis, da finalidade do revestimento e da espessura do revestimento pretendido.Materiais utilizados nos filmes de revestimentoOs materiais de revestimento podem depositar-se fisicamente sobre um substrato de comprimido ou podem formar um filme contnuo com uma variedade alargada de propriedade dependendo da composio das formulaes de revestimento. Os revestimentos base de acar, shellac ou ceras constituem exemplos de deposio fsica sobre os materiais de revestimento. Ao longo dos anos um nmero elevado de polmeros tem sido avaliado e tem sido utilizado comercialmente para revestimento de comprimidos.

Um material ideal para um filme de revestimento deve ter as seguintes propriedades: Solubilidade no solvente selecionado para a preparao; Solubilidade necessria para o uso pretendido, ex: solubilidade completa em gua, baixa solubilidade em gua ou solubilidade dependente do pH (revestimento gastro-resistente); Capacidade para produzir um produto com um bom aspecto; Estabilidade na presena de calor, luz, umidade, ar e do substrato a ser revestido. As propriedades do filme no devem alterar com o envelhecimento; No deve possuir cor, sabor ou cheiro; Compatibilidade com os aditivos mais freqentes utilizados em revestimento; No ser txico nem possuir atividade farmacolgica e ser fcil de aplicar em partculas e comprimidos; Resistncia fratura constituindo uma barreira adequada umidade, luz, ao cheiro ou contra a sublimao do frmaco, sempre que desejvel; No contribuir para a formao de barreiras ou enchimento de superfcies de comprimidos gravados pelo polmero de revestimento; Capacidade de ser impresso em um equipamento de alta velocidade.Nenhum dos materiais disponveis rene todas as propriedades que caracterizam um material de revestimento ideal. O farmacutico ento, desenvolve uma formulao em soluo de revestimento para se obter as propriedades mais desejadas para o produto em revestimento. Os polmeros de revestimento podem ser classificados em gastro-resistentes ou no gastro-resistentes.Polmeros para revestimentoMateriais no gastro-resistentes

Hidroxiprorpilmetilcelulose, USP:O polmero preparado por reao da celulose tratada em meio alcalino com cloreto de metileno para introduzir grupos metoxi e, ento, com xido de propileno para introduzir grupos ter propilenoglicol. Os produtos resultantes esto disponveis comercialmente em diferentes viscosidades. Esse polmero um material de escolha para os sistemas de leito fluido ou para sistemas de asperso em bacias de revestimento. As razes para este uso generalizado so:- Solubilidade do polmero no meio gastro-intestinal, em solventes orgnicos ou na gua;- No interferncia com a desintegrao do comprimido e com a biodisponibilidade do frmaco;- Flexibilidade, resistncia fratura e ausncia de sabor ou cheiro;- Estabilidade na presena de calor, luz, ar ou nveis aceitveis de umidade;- Capacidade de incorporar corantes e outros aditivos no filme sem dificuldade. A interao deste polmero com os corantes rara. A hidroxipropilmetilcelulose aproxima-se das caractersticas desejadas de um polmero ideal para formao de filmes. Quando utilizado sozinho, o polmero tem tendncia para formar pontes ou preencher as superfcies dos comprimidos gravados. Uma mistura de hidroxipropilmetilcelulose com outros polmeros, ou plastificantes, pode ser utilizada para eliminar os problemas da formao de pontes ou enchimento dessas gravaes. Este polmero tambm utilizado freqentemente em solues para conferir brilho ao revestimento (LACHMAN, Leon et al, 2001). Metilletilhidroxicelulose:Este polmero preparado por reao da celulose tratada em meio alcalino com cloreto de metileno e, ento, com xido de etileno. Encontra-se disponvel em uma grande variedade de viscosidades. Devido estrutura idntica da hidroxipropilmetilcelulose espera-se que este polmero tenha propriedades idnticas (LACHMAN, Leon et al, 2001). Importante salientar que a metilletilhidroxicelulose solvel em poucos solventes orgnicos.

Etilcelulose, NF:A etilcelulose obtida pela reao do cloreto ou do sulfato de etilo com celulose dissolvida em hidrxido de sdio. Dependendo do grau de substituio com grupos etxi obtm-se vrios graus de viscosidade que se encontram disponvel comercialmente. Este material completamente insolvel em gua e no meio gastrointestinal e, assim, no pode ser utilizado sozinho como gua e no meio gastrointestinal e, assim no pode ser utilizado sozinho como revestimento de comprimidos. Normalmente combinado com substncias solveis em gua, tal como a hidropropilmetilcelulose, para preparar filmes com propriedades tais quesejam pouco solveis em gua. Este tipo de combinao tem sido bastante utilizada na preparao de revestimento para libertao controlada de substncia ativa em comprimidos. O polmero solvel em uma grande variedade de solventes orgnicos, no txico, incolor, no tem cheiro ou sabor, sendo bastante estvel na maioria das condies ambientais. Os filmes de etilcelulose no plastificados so quebradios e necessitam de substncias que alterem essas propriedades de forma a se obter formulao aceitvel. Tem-se desenvolvido disperses de polmeros em meio aquoso utilizando etilcelulose. Estes sistemas de pseudoltex so composies com um teor elevado de slidos, viscosidade reduzida e que possuem propriedades de revestimento bastante diferentes das solues mais comuns de etilcelulose. O material comercializado pela FMC Corporation com o nome de Aquacoat (LACHMAN, Leon et al, 2001).

Hidroxipropilcelulose, FCC:Este material fabricado por tratamento da celulose com hidrxido de sdio a que segue uma reao com xido de propileno temperatura e presso elevadas. solvel em gua abaixo dos 40C (insolvel acima dos 45C), em meio gastrointestinal e em solventes orgnicos polares. Este polmero torna-se bastante adesivo medida que seca a partir da sua soluo, podendo ser adequado para um sub-revestimento, mas no para um revestimento corado ou brilhante. O polmero produz filmes muito flexveis. A hidroxipropilcelulose no utilizada sozinha mas em combinao com outros polmeros para melhorar as caractersticas do filme (LACHMAN, Leon et al, 2001).

Povidona, USP: um polmero sinttico constitudo a partir de monmeros de 1-vinil-2-pirrolidona. O grau de polimerizao d origem a um conjunto de materiais com vrias massas moleculares. A povidona encontra-se disponvel em quatro viscosidades diferentes, identificveis pelos seus valores de K (K-15, K-30, K-60, K-90 a que corresponde aproximadamente a massa molecular mdia de 10000, 40000, 160000 e 360000).A gama mais comum utilizada na produo de medicamentos a povidona K-30, como aglutinante ou em revestimento de comprimidos. Apresenta uma solubilidade excelente em uma variedade de solventes orgnicos, em gua e nos meios gstricos e intestinal. Quando seca, os filmes de povidona so transparentes, brilhantes e resistentes. O material bastante adesivo, mas possvel modificar as propriedades do polmero pelo uso adequado de plastificantes, ps em suspenso ou outros polmeros. Embora a povidona seja solvel em meio cido ou bsico, pode formar ligaes cruzadas entre si ou com outros materiais para produzir filmes com propriedades gastro-resistentes. A povidona tem sido utilizada para melhorar a disperso de corantes nas solues de revestimento para se obter um filme corado mais uniforme (LACHMAN, Leon et al, 2001).

Carboximetilcelulose sdica, USP: o sal sdico da carboximetilcelulose e produzido pela reao da celulose sdica com o sal sdico do cido monocloroactico. Encontra-se disponvel em vrias viscosidades: baixa, mdia, elevada e bastante elevada. A carboximetilcelulose sdica facilmente dispersvel em gua para formar solues coloidais, mas insolvel na maioria dos solventes orgnicos pelo que no um material de escolha para solues de revestimento em meio orgnico. Os filmes preparados com a carboximetilcelulose so quebradios, mas aderem bem aos comprimidos. No entanto, os filmes secos parcialmente so adesivos, por isto as solues de revestimento tem que ser modificadas com aditivos. A converso do filme para meio aquoso com equipamento de revestimento de eficincia elevada aumenta provavelmente a utilidade deste polmero para revestimento (LACHMAN, Leon et al, 2001). Polietilenoglicis (PEGs):So obtidos pela reao entre o etilenoglicol e o xido de etileno na presena de hidrxido de sdio a temperatura e presso elevadas. Alm dos seus outros usos nas formulaes, osPEGs so utilizados como revestimento existindo uma grande variedade de massas moleculares. Os materiais com massa molecular baixa (200 a 600) so lquidos temperatura ambiente e so utilizados como plastificantes de polmeros em solues de revestimento. Os materiais com massa molecular elevada (900 a 8000) so brancos, e cerosos temperatura ambiente, sendo utilizados em combinao com outros polmeros para modificar as propriedades dos filmes. As combinaes da cera do polietilenoglicol com o acetoftalato de celulose proporcionam filmes que so solveis no meio gstrico. Esses sistemas constituem um dos processos de revestimento pelicular no gastro-resistente. Os revestimentos produzidos com o uso de polietilenoglicis de massa molecular elevada podem ser duros, lisos, sem sabor e no txicos embora sejam sensveis a temperaturas elevadas (LACHMAN, Leon et al, 2001). Polmeros do cido acrlico:Com o nome de Eudragit so comercializados uma srie de acrilatos. O Eudragit E um copolmero catinico formado a partir do dimetilaminoetilmetacrilato e outros steres neutros do cido metacrlico, sendo o nico Eudragit que bastante solvel em meio gstrico (at pH 5), elstico e permevel acima de pH 5.Este material encontra-se disponvel como: Soluo orgnica (12,5%) em isopropanol/acetona; Como material slido; Como disperso aquosa a 30%.Eudragit RL e RS so copolmeros sintetizados a partir dos steres dos cidos metacrlico e acrlico com um nmero reduzido de grupos amnio quaternrio. Estes materiais s se encontram disponveis como solues orgnicas e no estado slido. Estes polmeros produzem filmes para ao retardada (independente do pH) em preparaes idnticas s das formulaes com etilcelulose (LACHMAN, Leon et al, 2001).Revestimento entricoA finalidade do revestimento entrico para as formas farmacuticas slidas j foi apresentada. O planejamento dos revestimentos entricos baseia-se no tempo de trnsito necessrio para a passagem da forma farmacutica do estmago at os intestinos. Isso pode ser obtido com revestimentos de espessura suficiente para resistir dissoluo no estmago. mais comum que os revestimentos entricos baseiem-se no pH do meio, sendo elaborados para resistir dissoluo no meio altamente cido do estmago, porm, dissolvendo-se no meio menos cido do intestino. Alguns revestimentos entricos so elaborados para se dissolverem em pH 4,8 ou maior.Os materiais para revestimento entrico podem ser aplicados aos comprimidos inteiros ou a partculas ou grnulos utilizados na fabricao subseqente de drgeas ou cpsulas. Os revestimentos podem ser aplicados em mltiplas pores para formar uma cobertura espessa ou podem ser aplicados como uma fina pelcula de revestimento. Os sistemas de revestimento podem ser elaborados com base aquosa de solventes orgnicos, at o ponto em que o material resistir liberao no lquido gstrico.Entre os materiais utilizados nos revestimentos entricos encontram-se goma laca, ftalato de hidroxipropilmetilcelulose, acetoftalato de polivinil e acetoftalato de celulose.Revestimento entrico peliculadoPolmeros entricos so capazes de formar um filme nos processos de revestimento peliculado. Uma quantidade suficiente de polmero entrico dever ser empregada paraassegurar um efeito entrico eficiente. Essa quantidade duas a trs vezes maior que a quantidade exigida para um revestimento peliculado simples.Drgeas entricasA etapa de revestimento impermeabilizante modificada de modo a conter uma quantidade suficiente de polmeros entricos, que seja o bastante para aprovar os testes de desintegrao exigidos. Os revestimentos primrios e as demais etapas de processo continuam sendo as mesmas consideradas para as drgeas convencionais.Um revestimento entrico ideal deve ter as seguintes propriedades: Resistncia aos meios gstricos; Ser suscetvel ou permevel ao meio intestinal; Compatibilidade com a maioria dos componentes da soluo de revestimento e ao