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O QUE O CIRURGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO DEVE SABER SOBRE LINFOMAS Departamento de Oncologia Clínica e Experimental Disciplina de Hematologia e Hemoterapia UNIFESP/EPM Gisele W. B. Colleoni

O que o Cirurgião de Cabeça e Pescoço - otorrino.unifesp.br · Linfoma difuso de grandes células B Linfoma de grandes linfócitos granulares, tipo NK Linfoma de células T-periférico

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O QUE O CIRURGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO DEVE SABER SOBRE LINFOMAS

Departamento de Oncologia Clínica e Experimental

Disciplina de Hematologia e Hemoterapia

UNIFESP/EPM

Gisele W. B. Colleoni

Medula Óssea Linfonodo

MANTLECELL

CENTROBLAST

MARGINAL ZONE &MONOCYTOID B-CELL

PLASMA CELL

CENTROCYTE

FOLLICULARB-BLAST

PLASMACYTOIDLYMPHOCYTE

B-IMMUNOBLAST

PRECURSOR BLYMPHOBLAST

ANTIGEN

NAIVE B CELL

Doenças secundárias a problemas durante a diferenciação de linfócitos B e T

Doenças secundárias a problemas durante a diferenciação de linfócitos B e T

Jaffe et al., 2001

Doenças linfoproliferativas reconhecidas pela classificação REAL/WHO

Doenças linfoproliferativas reconhecidas pela classificação REAL/WHO

Neoplasias de células B Neoplasias de células T

IndolentesLeucemia linfóide crônica (LLC) Linfoma de grandes linfócitos granularesLinfoma linfocítico de pequenas células Linfoma de células T do adulto, tipo smolderingLinfoma Folicular (grau I e II) Micose fungóideLinfoma da zona marginal/MALTLinfoma da zona marginal esplênicoLeucemia de células pilosasPlasmocitoma/mieloma

Moderadamente AgressivasLeucemia pro-linfocítica Leucemia linfóide crônica/ pro-linfocíticaLinfoma de células do manto Linfoma de células T do adulto, tipo crônicoLinfoma folicular (grau III) Linfoma angiocêntrico

Linfoma angioimunoblástico

AgressivasLinfoma difuso de grandes células B Linfoma de grandes linfócitos granulares, tipo NK

Linfoma de células T-periféricoLinfoma intestinal de células TLinfoma de células T do adulto, tipo agudoLinfoma anaplásico de grandes células

Altamente AgressivasPrecursor B-linfoblástico Precursor T-linfoblásticoLinfoma de BurkittLinfoma de alto grau de células B, Burkitt like

Linfoma de Hodgkin

Harris et al., 1999; Jaffe et al., 2001

80-90% 10-20%

Quando devemos suspeitar de linfoma?Quando devemos suspeitar de linfoma?

Quando o paciente apresentar linfonodomegalia:

> 2 cm de diâmetro

firme

indolor

não associado a processo infeccioso

que persiste por mais de 4 semanas

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Além dos linfonodos, quais são os outros órgãos que podem estar comprometidos pelo linfoma ?

Além dos linfonodos, quais são os outros órgãos que podem estar comprometidos pelo linfoma ?

Linfomas de Hodgkin (LH) acometem predominantemente

linfonodos, baço e medula óssea

Linfomas Não-Hodgkin (LNH) podem apresentar

manifestações extra-nodais em aproximadamente 25% dos

casos:– estômago– pele– cavidade oral– intestino delgado– sistema nervoso central (SNC)

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Os linfomas são neoplasias malignas freqüentes?Os linfomas são neoplasias malignas freqüentes?

LH correspondem a 1% de todas as neoplasias humanas

Incidência estável

LNH correspondem a 4% de todas as neoplasias humanas

Incidência vem aumentando em todo o mundo

Possíveis causas do aumento da incidência dos LNH são:

diagnóstico precoce de linfomas indolentesaumento de imunodeprimidos (transplantes de órgãos e HIV) envelhecimento da população

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Existem agentes infecciosos associados a algum tipo de linfoma?Existem agentes infecciosos associados a algum tipo de linfoma?

Agentes infecciosos Tipo de LNH relacionado Vírus Epstein-Barr (EBV) linfoma de Burkitt endêmico na África

linfoma de Burkitt esporádico linfomas associados à AIDS linfoma T nasal linfomas de Hodgkin

HTLV-I leucemia/linfoma de células T do adulto

Herpes vírus tipo 8 humano (HHV8)

linfoma de cavidade ou primary effusion lymphoma

Vírus da hepatite C (HCV) linfoma linfoplasmocitóide associado à crioglobulinemia mista tipo II linfoma de zona marginal esplênico

Helicobacter pylori linfoma MALT (mucosa associated lymphoid tissue) do estômago

Chlamydia psittaci linfomas MALT de anexos oculares

Quais os principais sinais e sintomas dos linfomas?Quais os principais sinais e sintomas dos linfomas?

Presença de massas tumorais comprometendo estruturas

– nodais (60 a 75% dos casos)

– extra-nodais (25 a 40% dos casos)

Fadiga

Sintomas B

– febre

– emagrecimento > 10% peso em 6 meses

– sudorese noturna

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Na Prática...Na Prática...

Linfoma de Hodgkin

Linfomas não-Hodgkin

Origem do tumor

Linfócitos B

Linfócitos T

Comportamento biológico do tumor

Indolentes

Agressivos

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O que são LNH indolentes?O que são LNH indolentes?

Linfonodomegalia não-dolorosa de crescimento

progressivo

Esplenomegalia

Comprometimento da medula óssea, citopenias no

sangue periférico

Sobrevida de vários anos mesmo sem tratamento

Sub-tipos mais comuns:

– linfomas foliculares grau I e II

– linfoma linfocítico de pequenas células

– linfoma de zona marginal (nodal e extra-nodal)

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O que são LNH agressivos?O que são LNH agressivos?

Linfonodomegalia ou tumoração extra-nodal com

evolução rapidamente progressiva

Óbito em semanas a meses se não forem

rapidamente tratados

Sub-tipos mais comuns são:

– linfoma difuso de grandes células B

– linfoma de células do manto

– linfoma anaplásico de grandes células, tipo T/null

– linfoma de células T periféricas

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Quais são os exames para o diagnóstico dos linfomas?Quais são os exames para o diagnóstico dos linfomas?

Biópsia do linfonodo (ou da massa extra-nodal)

Patologista experiente

Classificar a doença de acordo com critérios:

– morfológicos

– imuno-histoquímicos

tipo de tumor (linfoma ou carcinoma)

tipo de linfoma (LNH ou LH)

– origem celular do LNH (células B ou T)

– subtipo de LNH

HE, 400X

CD20+, 400X

CD45Ro, 400X

Qual o papel da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) no diagnóstico de linfomas?

Qual o papel da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) no diagnóstico de linfomas?

PAAF é útil no diagnóstico diferencial de adenomegalias:

•linfonodomegalias reacionais

•doenças linfoproliferativas

•metástase de carcinoma

PAAF NUNCA pode substituir a biópsia de linfonodo no diagnóstico e classificação dos linfomas

Como se faz o estadiamento dos linfomas?Como se faz o estadiamento dos linfomas?

exame físico detalhado

hemograma

avaliação de função renal e função hepática

tomografia de tórax, abdome e pelve

ecocardiograma

biópsia de medula óssea (bilateral para LH)

provas de atividade inflamatória: DHL

sorologia para HIV (principalmente em linfomas de grandes células e Burkitt)

sorologia para HTLV-I para linfomas de células T cutâneos e presença de hipercalcemia

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Estadiamento de Ann ArborEstadiamento de Ann Arbor

Tratamento Tratamento

Quimioterapia

Radioterapia

Terapia alvo-específica

Altas doses de quimioterapia

Transplante de medula óssea

•Autólogo

•Alogênico

1a.

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ico

s

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CheckpointG1/S

G1

CheckpointFase M

G2MCheckpoint

Fase S

CheckpointFase G2/M

Fases e checkpoints do ciclo celular ativo

DuplicaçãoDNA

SínteseProtéica

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Rituximabe: sítio de ligação CD-20Rituximabe: sítio de ligação CD-20

CélulaNK

CD20Região ligante

Célula-B maligna

CD20Região ligante

Complemento

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Qual a evolução natural dos linfomas indolentes?Qual a evolução natural dos linfomas indolentes?

Sobrevida global de 6 a 10 anos

Geralmente pacientes idosos com doenças concomitantes

Estádio avançado ao diagnóstico (apenas 10 a 20% em estádio I ou II)

Baixo potencial de cura (exceto casos de doença localizada)

Tratamento utilizado apenas de maneira paliativa (melhora dos

sintomas) sem alterar a evolução natural da doença

Transformação para linfoma agressivo

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Quais as indicação para início de terapia nos linfomas indolentes?Quais as indicação para início de terapia nos linfomas indolentes?

Indicações para início de tratamento dos linfomas indolentes:

– falência da medula óssea secundária à infiltração pela doença

– sintomas B

– citopenias auto-imunes

– infecções recorrentes

– comprometimento de órgão vital (risco de tamponamento pericárdico,

insuficiência respiratória ou renal)

– doença maciça ao diagnóstico

– doença progressiva nos últimos 6 meses

– preferência do paciente

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Qual a evolução natural dos linfomas agressivos?Qual a evolução natural dos linfomas agressivos?

Os linfomas agressivos apresentam linfonodomegalia ou tumoração extra-

nodal com evolução rapidamente progressiva

Óbito em semanas a meses se não forem rapidamente tratados

Nos linfomas agressivos as células tumorais tendem a ser mais sensíveis à

quimioterapia

O paciente tem mais chances de cura

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85% dos casos têm cura

Qual a evolução natural dos linfomas de Hodgkin?Qual a evolução natural dos linfomas de Hodgkin?

Original Article

PolyAPCR technique increases significantly the amount of genomic material obtained from fine needle aspiration and is a good source of cDNAfor gene expression studies in non-Hodgkin’s lymphomas

Fernanda Cristina Corbi, MsCRiguel Jun Inaoka, MDRoberta Spetic Felix, MsCValéria C. C. Andrade, PhDAndré L. Vettore, PhD1

Gisele W. B. Colleoni, MD, PhD

Hematology and Hemotherapy Service, Federal University of São Paulo, UNIFESP/EPM, São Paulo, Brazil.1Biological Science Departament, Federal University of São Paulo,UNIFESP/EPM, Diadema, Brazil.

Fine needle aspiration (FNA) has become an alternative method toobtain genomic material for studies of gene expression in some types of lymphoma.

Objectives: To evaluate the amount and the quality of the RNA

obtained from lymph nodes of non-Hodgkin lymphomas (NHL) patients using FNAs and to develop strategies to overcome eventual drawbacks of the method.

Material and Methods: 26 patients with NHL diagnosis and 10 tonsils from children submitted to tonsillectomy were submitted to FNA.

80% de células linfóides (normais ou tumorais) (100X)

Amígdala A Amígdala B

10% EDTA + SF0,9% + TRIzol

Leftover

B = seringa e agulha

A =citoaspirador

80% de células linfóides (normais ou tumorais) (100X)

Amígdala A Amígdala B

10% EDTA + SF0,9% + TRIzol

Leftover

B = seringa e agulha

A =citoaspirador

155pb

M 52A 52B 54A 54B + -

Material and Methods

Técnica de poliA PCR (Sakhinia et al, 2005)

........................_______________________________AAAAA 3´ mRNA

Reverse transcription A – First strand ......................__________________________ AAAAA 3´ mRNA

synthesis TTTTT 5´ First strand cDNA

dT primer

Terminal tailing B – Terminal 3´AAAAA __________________________TTTTT 5´ First strand cDNA tailing C – Second 3´AAAAA_____________________________TTTTT 5´ First strand cDNA

strand synthesis 5´TTTTT_____________________________AAAAA 3´ Second strand cDNA dT primer

dT primer

D – PCR TTTTT 5´ Third strand cDNA

amplification 5´TTTTT PCR AAAAA 3´ Second strand cDNA

GAPDH 44A NFKB 44A IKB 44A

PCR em tempo real

Results: This method increased in 10 times the amount of cDNA in most of cases and control samples. The efficiency of the reaction was verified through the amplification of β-ACTIN, where 100% of the controls and the cases were amplified.

– When polyAPCR cDNA and non-amplified cDNA samples where paired to be evaluated by real time PCR using GAPDH as constitutive gene and NFκB and NFκBIA as target genes, we could demonstrate equivalence in the amplifications of 100% of the 15 evaluated samples.

Conclusion: Our results demonstrate that FNA, whatever cytoaspirator or syringe and needle was used, is a good source of small amounts of RNA, and could amplify fragments of approximately 150bp. PolyAPCR technique increased significantly of the amount of genomic material and is a cDNA source for future gene expression studies.

Prof. Dr. André Luiz VettoreDepartamento de Biologia, Campus Diadema

eProfa. Dra. Gisele W. B. Colleoni

Departamento de Oncologia Clínica e Experimental, Campus Vila Clementino

Laboratório de Biologia Molecular do Câncer, do Edifício de Pesquisas II, UNIFESP

Rua Pedro de Toledo, 669, 11º. AndarFone: 5539-6151