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Rosângela Teixeira Ambulatório de Hepatites Virais AHEV/IAG/HC/UFMG O que pode melhorar, ou não, com a cura do HCV no paciente coinfectado? I Workshop de Diagnóstico e Acesso ao Tratamento: Coinfecção HIV/HCV na Região Sudeste Grupo Otimismo & GADA Rio de Janeiro 21 e 22 julho 2017

O que pode melhorar, ou não, com a cura do HCV no paciente ... · Limketkai BN, et al. JAMA. 2012;308:370-378. 638 pacientes HIV/HCV Johns Hopkins Cohort, 1993-2011 Sobrevida cumulativa

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  • Rosângela Teixeira

    Ambulatório de Hepatites Virais

    AHEV/IAG/HC/UFMG

    O que pode melhorar, ou não, com a cura

    do HCV no paciente coinfectado?

    I Workshop de Diagnóstico e Acesso ao Tratamento:

    Coinfecção HIV/HCV na Região Sudeste

    Grupo Otimismo & GADA

    Rio de Janeiro – 21 e 22 julho 2017

  • Declaração de conflito de interesse*

    ▪Atividades de pesquisa clínica: BMS, Janssen, Abbvie, MSD.

    ▪Apoio para atividades de educação médica: Janssen, Abbvie, GSK, MSD, Bristol

    ▪Não há conflito de interesse relativo a essa apresentação

    *De acordo com a RDC ANVISA nº 96 de 17 de dezembro de 2008

  • Contexto da hepatite C crônica

    ▪Aproximadamente 150 milhões de infectados no mundo

    ▪Cerca de 1.7 milhão de infectados no Brasil

    ▪Tem sido o centro das atenções da hepatologia há décadas

    ▪A rápida expansão de novos tratamentos contra o HCV nos últimos cinco anos substituíram os IFNs que perduraram por ~ 2 décadas

    ▪A cura da infecção pelo HCV ultrapassa 95% em um único investimento com o novo arsenal terapêutico

    van der Meer AJ & Berenguer. Journal of Hepatology 2016 65: S95

    PCDT MS/Br/2015-17

  • UDIV – usuário de droga intravenosa; 1 Fernandez-Montero JV, et al. Best Pract Res Clin Gastroenterol. 2012;26:517-530.2 Armstrong GL, et al. Ann Intern Med. 2006;144:705-714. 3 Adapted from CDC. MMWR. 2011;60:1616-1623; 4 CDC Fact Sheet. HIV and Viral Hepatitis. Last modified: May 17, 2013

    http://www.cdc.gov/hiv/pdf/library_factsheets_HIV_and_viral_Hepatitis.pdf. Accessed May 20, 2013.

    Coinfecção HIV/HCV: aspectos epidemiológicos

    Aproximadamente 20% das pessoas infectadas pelo HIV tem hepatite C crônica1

    Maior prevalência entre UDIV e hemotransfundidos1

    É possível a transmissão sexual do HCV4

    Cura espontânea do HCV é menor em pacientes com HIV (30%)1

    Número estimado de pessoas infectadas no mundo, em

    milhões1

    HIV

    35 M

    Não está em escala

    HCV

    150 M

    HIV/HCV

    7 M

  • 4,1% - 82,4%

    11HCV/HIV 5,4%

    1UDIs - HIV/HCV 82,4%7HIV/HCV 36,2%8HCV/HIV 17,7%9HCV/HIV 53,8%

    5HCV/HIV – 21%

    4UDIs - HCV/HIV – 54,7%

    São Paulo

    Paraná

    Santa Catarina

    Ceará

    UDI = Usuários de drogas injetáveis

    2UDIs - HCV/HIV 15,1%3HCV/HIV 38,2%6UDIs - HCV/HIV 31,2%

    Rio Grande do Sul

    10HCV/HIV 4,4%

    Amazonas

    12HCV/HIV 16%

    Pará

    Pernambuco13HCV/HIV 4,1%

    14Prevalência global: 9,2% - 37,3%

    1. Marchesini AM., et al. Saude Publica. 2007. 2. Von Diemen L., et al. Br Arch Womens Ment Healt. 2010 3.Tovo C., et al., Arq Gastroentol.2006. 4. Treitinger A et al., Braz J Infec Dis.1999. 5. Morimoto HK., et al., AIDS Res Hum

    Retroviruses. 2005. 6.Santos KF., et al., RBAC. 2010 7. Segurado AC., et al., AIDS Patient Care STDS. 2004. 8.Mendes-Correa MC., et al., Rev Inst Med Trop. 2001. 9.Pavan MH., et al., Braz J Infect Dis. 2003. 10. Victoria MB., et

    al., Braz J Infect Dis. 2010 11.Tavora L. et al., Arq. Gastro.2013 12.Monteiro MR., et al., Ver Soc Bras Med Trop. 2004. 13. Sampaio AS., et al., Act em SIDA. 2009

    Prevalência de HCV em portadores do HIV - BR

  • A região Sudeste tem 65,9% de todos os casos de coinfecção

    HIV/HCV notificados, seguida da região Sul (28,5%)

    Oliveira SB et al. Cad Saude Publica. 2014 Feb;30(2):433-8

    Distribuição de pacientes coinfectados no Brasil

  • Por que curar a infecção pelo HCV em pacientes

    coinfectados?

  • A coinfecção HIV/HCV é uma associação deletéria

  • Hepatite C crônica: muito mais que hepatite

    Relacionadas à imunidadeRelacionadas à inflamação

    ▪ Crioglobulinemia mista –vasculite crioglobulinemica

    ▪ D. linfoproliferativas de célulasB - Linfoma não Hodgkin

    ▪ Produção de autoanticorpos

    ▪ Poliarterite nodosa

    ▪ Gamopatias monoclonais

    ▪ Trombocitopenia

    ▪ RI – DM tipo II

    ▪ Glomerulonefrite - DRC

    ▪ Fadiga, depressão

    ▪ Piora da qualidade de vida

    ▪ Artralgia, fibromialgia

    ▪ Sindrome sicca

    ▪ Poliartrite reumatóide-like

    ▪ Distúrbios SCV: AVC e IAM

    75% dos pacientes com hepatite C crônica apresentam pelo menos

    uma manifestação extra-hepática

  • O vírus C aumenta a mortalidade por causas hepáticas e extra-hepáticas – REVEAL-C

    Taiwan - cohort com 16 anos de seguimento de 23.820 adultos

    Hepatite C n=1095 (4%) - tempo de seguimento: 16 anos

    Mortalidade 2x maior em indivíduos anti-HCV positivos

    Lee et al. Journal of Infectious Diseases 2012; 206: 469-77

    OR de morte

    HCV + vs HCV -

  • O HIV causa impacto na infecção pelo HCV?

  • Como o HIV impacta na infecção pelo HCV?

    Adaptado de Chen, J. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2014 June

    HIV

    LT

    CD4+

    Trato GISistema imune

    Depleção de

    LT CD4+

    Redução da

    resposta

    imune HCV-

    específica

    Depleção de

    LT CD4+ na

    mucosa

    Aumenta

    replicação

    do HCV

    Aumenta

    inflamação e

    apoptose de

    hepatócitos

    Aumento

    da fibrose

    Aumento da

    translocação

    bacteriana

  • O HIV afeta a resposta terapêutica do HCV?

    Neukam et al. HIV Clin Trials 2017 May 18: 126-34 DOI: 10.1080/15284336.2017.1330801

    Cohort prospectiva – 908 pacientes

    33 serviços na Espanha

    426 (46.9%) - coinfectados HIV/HCV

    472 (52%) – IFN free

    Taxa de RVS (ITT) HCV HCV/HIV p

    IFN-base 67.3% 55.5% 0.012

    IFN-free 94.9% 86.3 0.002

    Recidiva 1.4% 4.4% 0.007

    Análise multivariada ajustada por idade, sexo, via transmissão, IMC, GT, cirrose:

    a ausência de coinfecção foi independentemente associada à RVS (OR: 3.367 – IC: 1.15-9.854; p=0.027)

  • O HCV causa impacto na infecção pelo HIV?

  • 1 - Sulkowski M et al. JAMA 288: 199-206, 2002, 2 - Amin J et al. HIV Med 5: 174-179, 2004, 3 - Tedaldi EM et al. Clin Infect Dis 38: 1483-1489, 2004, 4 - Sabin CA et al. Lancet 360: 1546-1551, 2002, 5- Hershow

    RC et al. Clin Infec Dis 40 (6): 859-867, 2005, 6 - Rockstroh J et al. J Infect Dis: 192(6):992-1002, 2005, 7-- Greub G et al. HIV Cohort Study. Lancet 356: 1800-1805, 2000, 8 - Klein MB et al. J Acquir Immune Defic

    Syndr 33: 365-372, 2003, 9- Stebbing J et al. Clin Infect Dis: 41(6): 906-11, 2005, 10 - Chen T-Y et al. Clin Infect Dis 49 (10): 1605-1615, 2009.

    O HCV impacta na infecção pelo HIV?

    A controvérsia se a infecção pelo HCV leva ou não à progressão mais rápida da

    infecção pelo HIV continua:

    • NÃO - estudos revelam que a contagem de células CD4 e a taxa de

    progressão para doenças definidoras de AIDS são semelhantes em

    pacientes coinfectados e monoinfectados pelo HIV

    • SIM - estudos demonstram que indivíduos coinfectados pelo HCV têm

    maior risco de progressão da infecção pelo HIV, incluindo maiores taxas de

    infecções oportunistas, hospitalização e mortalidade

  • O HCV impacta na infecção pelo HIV?

    A controvérsia se a infecção pelo HCV leva ou não à progressão mais rápida da

    infecção pelo HIV continua:

    • NÃO - estudos revelam que a contagem de células CD4 e a taxa de

    progressão para doenças definidoras de AIDS são semelhantes em

    pacientes coinfectados e monoinfectados pelo HIV

    • SIM - estudos demonstram que indivíduos coinfectados pelo HCV têm

    maior risco de progressão da infecção pelo HIV, incluindo maiores taxas de

    infecções oportunistas, hospitalização e mortalidade

    Maior evidência: EUA - metanálise de 30 estudos com > 100.000 pacientes com HIV: a

    coinfecção com HCV não aumenta o risco de progressão para AIDS Chen T-Y et al. Clin Infect Dis 49 (10): 1605-1615, 2009

  • O HCV acelera a mortalidade não relacionada ao fígado em pacientes HIV

    • 69.913 pacientes com HIV

    • Análise retrospectiva

    • 2.366 mortes de 2008-2012

    • Mortalidade global maior em coinfectados:

    • HIV/HCV: 7.5%

    • HIV: 2.8%• HR: 1,79

    • P< 0,0001

    French National Hospital Database

    1.0

    0.9

    0.8

    p

  • O HCV afeta a resposta terapêutica à TARV?

    Diversos fatores de confundimento estão envolvidos na provável menor

    eficácia de TARV em pacientes coinfectados:

    • Abuso de drogas e álcool

    • Tabagismo

    • Aderência ao tratamento

    • Raça

    • Razões sociais e comportamentais

    Saracino et al. Journal of Clinical Virology 2016; 81: 94-99

  • Qual o impacto da coinfecção HCV/HIV?

  • A coinfecção HCV/HIV aumenta o risco de morte prematura

    26%

    67%

    95%

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Não infectado HCV monoinfectado HIV/HCV coinfectado

    Pinchoff J, et al. IDSA 2013; San Francisco. #1777

    Mediana de

    idade de óbito: 78 anos 59 anos 52 anos

    “The large proportion of premature deaths among people with HCV indicates a need to identify HCV-

    infected persons earlier and link them to comprehensive care & treatment services”

    Mo

    rte p

    rem

    atu

    ra (

    %)

  • 29

    1311

    9

    38

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Mo

    rtes (

    %)

    Doença

    hepática

    Doença

    cardiovascular

    OutrasAIDS Neoplasias

    não-AIDS

    A hepatopatia é a segunda causa de morte em

    indivíduos com HIV - D:A:D Study (N=49.734)

    13% das 3802 mortes foram associadas à hepatopatia

    Smith CJ, et al. 19th IAC. Washington, DC, 2012. ThAB0304.

  • A fibrose hepática tem evolução acelerada em coinfectados HIV/HCV

    Coinfecção HIV/HCV (n = 180)

    Doença hepática alcoólica (n = 701)

    HBV (n = 777)

    Hemocromatose (n = 383)

    HCV (n = 2313)

    Esteatose IMC > 25 (n = 93)

    CBP (n = 406)

    0.00

    0.17

    0.33

    0.50

    0.67

    0.83

    1.00

    0 20 40 60 80

    Fu

    nção

    de R

    isco

    N = 4852

    Tempo (anos)Poynard T, et al. J Hepatol. 2003;38:257–265.

    HIV/HCV

    HCV

  • TARV, terapia antiretroviral

    A descompensação hepática é mais rápida em pacientes coinfectados a despeito de TARV

    Adaptado de: Lo Re 3rd V, et al. Ann Intern Med 2014;160:369–79.

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    0,1

    0,0

    HCV-Monoinfectado

    TARVHIV/HCV0,074

    0,048

    Log-rankP

  • 29

    1311

    9

    38

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Mo

    rtes (

    %)

    Doença

    hepática

    Doença

    cardiovascular

    OutrasAIDS Neoplasias

    não-AIDS

    As cardiopatias são a terceira causa de morte

    em indivíduos com HIV - D:A:D Study (N=49.734)

    Smith CJ, et al. 19th IAC. Washington, DC, 2012. ThAB0304.

  • A coinfecção HCV/HIV aumenta o risco de doença cardiovascular

    Metanálise com 4 estudos quantitativos – análise de IAM

    HIV HIV/HCV

    Osobogum et al. Journa of Viral Hepatitis 2017 DOI: 10.1111/jvh.12725

  • A cura da hepatite C modifica a história natural de pacientes com

    coinfecção HIV/HCV

  • A RVS diminui a mortalidade em cinco anos de pacientes coinfectados HIV/HCV

    Berenguer et al. CID 2012; 55: 728-36

    Cohort Espanha

    1599 coinfectados HIV/HCV

    Seguimento médio: 5 anos

    A ausência de RVS foi

    associada ao aumento de

    descompensação, CHC,

    transplante e morte

    Hepática Não hepática

    Não hepática e não HIV Global

  • A RVS aumenta as taxas de sobrevidalivre de doenças em coinfectados HIV/HCV

    Limketkai BN, et al. JAMA. 2012;308:370-378.

    638 pacientes HIV/HCV

    Johns Hopkins Cohort, 1993-2011

    Sobrevida cumulativa livre de ESLD, HCC ou morte

    Sem tratamento

    RVS

    Recidiva

    Não resposta

    0.25

    1.00

    0.75

    0.50

    0

    Tempo desde biópsia (anos)

    Fra

    çã

    od

    e

    so

    bre

    viv

    en

    tes

    0 2 4 6 8 10

    Log-rank P =.005

  • A RVS diminui a mortalidade em cinco anos de pacientes coinfectados ou não

    Simmons et al. Clinical of Infectious Diseases 2015; 61: 731-40

  • A RVS modifica a condição imunovirológica basal

    Berenguer et al. CID 2012; 55: 728-36

    N=1599 HIV/HCV pacientes

    Seguimento médio: 5 anos

  • A RVS parece não influenciar a longo prazo CD4 ou CD4/CD8 em coinfectados tratados com TARV

    Saracino et al. Journal of Clinical Virology 2016; 81: 94-99

    N= 116 pacientes coinfectados

    em TARV (80%) divididos em 2

    grupos:

    • RVS= 55

    • NR=61

    Análise retrospectiva

    Média= 8 anos de seguimento

    Não houve diferença entre os 2

    grupos para a contagem

    absoluta de CD4 (p=0.80) ou na

    relação CD4/CD8 (p=0.20)

  • A regressão da cirrose é possível com a RVS

    Autor, ano NCirrose,

    n

    RVS

    %

    Seguimento

    (anos)

    Regressão

    da fibrose

    Metavir

    Regressão

    %

    Poynard, 2002 3010 153 24 1.5 ≥ 1/4 49

    Everson, 2008 184 140 26 0.5 ≥ 1/4 50

    Ambrosio, 2012 38 38 100 5 ≥ 1/4 61

    Maillet, 2008 96 96 41 1.4 ≥ 2/4 18

    Maylin, 2008 126 14 100 0.5 ≥ 1/4 64

  • A RVS diminui a progressão da fibrose em pacientes coinfectados

    Macias et al. Hepatology 2009; 50: 1056-63

    Cohort retrospectiva - 135 pacientes coinfectados HIV/HCV

    Biópsias seriadas – mediana de repetição de 3.3 anos

    Sem tratamento do HCV

    Com tratamento do HCV

  • Regressão da rigidez hepática após RVS em pacientes coinfectados

    Todos os pacientes Cirróticos

    The ANRS CO13 HEPAVIH Cohort

    58/93 pacientes com RVS

    Período médio de seguimento de 44.6 meses

    Variáveis Probabilidade

    de reduzir

    30% no

    elastograma

    IC 95%

    1 ano

    ▪ Com RVS 51% 39-66

    ▪ Sem RVS 21% 11-36

    2 anos

    ▪ Com RVS 74% 61-86

    ▪ Sem RVS 28% 17-44

    AIDS 2015; 29:1821-1830 DOI: 10.1097/QAD.0000000000000877

  • A RVS diminui FIB-4 e APRI a longo prazo em coinfectados tratados com TARV

    Saracino et al. Journal of Clinical Virology 2016; 81: 94-99

    N= 116 pacientes coinfectados

    em TARV (80%)

    • RVS= 55

    • NR=61

    Análise retrospectiva

    Média= 8 anos de seguimento

    Significativa queda de FIB4

    (p< 0.001) e APRI (p

  • A estatina diminui risco de progressão para cirrose em pacientes coinfectados

    Oliver et al. AIDS 2016, 30:2469–2476

    N=5985

    Veterans Affairs HIV and HCV Clinical Case

    Registries 1999-2010 – 12 anos

    • Análise da incidência cumulativa de cirrose

    • Pacientes estratificados por ALT e uso de

    estatina > ou < que 30% do tempo de

    seguimento

    Resultados:

    • Estatina teve ação protetora contra cirrose

    < 30% >30%

    Tempo de uso de estatina:

    Kaplan-Meier incidência cumulativa de cirrose em pacientes

    coinfectados estratificados por ALT e tempo de uso de estatina

  • A RVS previne o diabete melito empacientes coinfectados HIV/HCV

    Berenguer et al. Hepatology 2017 DOI: 10.1002/hep.29071

    GESIDA HIV/HCV Cohort Study Group – 2000-2008

    N=1625 (592 [36%] com RVS), média de seguimento de 5 anos

    “A erradicação do HCV em pacientes coinfectados reduz a frequência de DM”

  • A RVS reduz risco de disfunção endotelial em pacientes coinfectados HCV/HIV

    Castro et al. AIDS 2010, 24: 2059-67

    sICAM-1: soluble intercellular adhesion molecule-1

    sVCAM-1: soluble vascular cell adhesion molecule-1

    SVR: sustained virologic response

    NR: nonresponder

    Estudo transversal

    N=183 coinfectados HCV/HIV

  • A RVS com DAAs está associada a redução do gradiente de pressão venosa portal e HP

    Há provável melhora

    contínua na HP na

    HP após RVS com

    DAAs em pacientes

    com cirrose

    compensada e

    descompensada

    Afdhal et al. Journal of Viral Hepatitis 2017 1-9. DOI 10.1111/jvh.12706

  • RVS e redução da pressão portal

    Afdhal et al. Journal of Viral Hepatitis 2017 1-9. DOI 10.1111/jvh.12706

  • A RVS reduz mas não elimina o risco de CHC

    Bang et al., BMC Gastroenterology 2017; 17:46-1-19

    59 estudos de cohort (4 RCTs, 15 prospectivos e 40 retrospectivos)

    Tratamento X controle

    Tratamento diminui o risco de CHC

    OR 0.392, 95% CI 0.275–0.557

    RVS X não resposta

    A RVS diminui o risco de CHC

    OR: 0.203, 95% CI 0.164–0.251

  • Pacientes com RVS cirróticos acima de 50 anos têm maior risco de CHC após RVS

    Cohort Canadense: n=8147 (RVS: 57%) com seguimento 6 anos (0.5-12.9)

    Fatores associados à maior incidência de CHC em pacientes com e sem RVS:

    ▪ Cirrose (HR = 2.61, 95% CI: 1.68–4.04)

    ▪ Masculino > 50 anos

    ▪ GT3

    Incidência CHC

    (pessoas-anos)Sem RVS* Com RVS*

    Sem cirrose 7.2 1.1

    Com cirrose 21.0 6.4

    Janjua et al. Journal of Hepatology 2017 vol. 66 j 504–513

  • Desafios e limites ainda

    existem na era dos DAAs:

    Pacientes com cirrose descompensada

    Risco de carcinoma hepatocelular em debate

    Risco de reativação do HBV em debate

  • Solar-1

    N=93

    Solar-2

    N=81

    Ally-1

    N=39

    Astral-4

    N=250

    Avaliação RVS-4 RVS-24 RVS-12 RVS-12

    Modificações no MELD %

    Melhora % 67 73 40 54

    • Em cirróticos CTP-B 64 65 43 54

    • Em cirróticos CTP-C 70 83 67 -

    Piora % 17 16 40 25

    • Em cirróticos CTP-B 17 20 43 25

    • Em cirróticos CTP-C 18 21 0 -

    Modificações no CTP %

    Melhora 67 77 76 47

    Piora 8 8 12 11

    Modificado de van der Meer & Berenguer. Journal of Hepatology 2016 vol. 65 S95-S108

    O tratamento pode piorar a cirrose descompensada

  • Cirrose descompensadaQuando o tratamento pode piorar o quadro?

    Características basais podem orientar a indicação mais segura do

    tratamento:

    ▪ Albumina ≥ 3.5 mg/dL

    ▪ Sódio ≥ 135 mg/dL

    ▪ Idade < 65 anos

    MELD ≥ 18 é o principal preditor de mortalidade (especificidade 97%)

    Surawwera & Saab. Hepatology June 2017; 65: 1789-90

  • DAAs não parecem aumentar a incidência de CHC de novo a curto prazo

    ▪Calvaruzo et al. PS-038

    ▪Waziry et al. PS-160

    ▪ Innes et al. PS-035

    ▪Mettke et al. PS-081

    ▪ Ji et al. PS-037

    ▪Korenega et al. PS-036

    EASL 2017

  • Padrão mais agressivo da recorrência do CHC após tratamento com DAAs

    Reig et al. PS – 031 – EASL 2017

    77 pacientes com hepatite C crônica e CHC com completa resposta

    ao tratamento do CHC tratados com DAAs

    31.2% de recorrência de CHC

    Tumor recorrente de padrão mais agressivo e de

    crescimento mais rápido

  • Sem evidências de alto risco de recorrência de CHC

    Waziry et al. PS – 160 – EASL 2017

    Revisão sistemática, metanálise e meta-regressão

    Recorrência de CHC RR

    ajustado

    IC 95% P

    Média de seguimento 0.79 0.55-1,15 0.19

    Média idade 1.11 0.96-1.27 0.14

    Tratamento 0.62 0.11-3.45 0.56

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    ▪A coinfecção HIV/HCV é uma associação deletéria com aumento da mortalidade por causas hepáticas e não hepáticas

    ▪As alterações imunes associadas à infecção pelo HIV impactam negativamente na evolução da hepatite C crônica

    ▪O tratamento da hepatite C crônica é indubitavelmente a melhor conduta para prevenir complicações hepáticas e não hepáticas em coinfectados

    ▪A cura da infecção do HCV, em mono ou coinfectados, reduz a mortalidade e as sérias complicações da doença hepática avançada

    ▪O risco de CHC de novo, de descompensação hepática em cirróticos e de reativação da hepatite B é controverso e continua em debate

  • Agora é possível erradicar o HCV

    Agora é possível melhorar quase tudo,

    resgatar a saúde e a vida

    O caminho sinaliza não haver mais razão para que

    pacientes continuem infectados pelo HCV

  • “Uma pessoa é a lição diária de outras tantas

    pessoas”Gonzaguinha

    Ambulatório de Hepatites Virais

    AHEV/IAG/HC/UFMG

  • Obrigada!