O Que Será Do Amanha - Dulcilea Souza Da Silva

8/9/2019 O Que Será Do Amanha - Dulcilea Souza Da Silva

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O que será do amanhã?

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Dulciléa Souza da Silva

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" di#$%il &ra'e&ória da depend(n%ia qu$mi%a

1ª edição

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*+*-A.!A

A meu filho *ouglas, personagem central dessa 0nossa

história1 que atrav#s do seu sofrimento vem mostrando que # possível

sim, com perseveran$a , f# e determina$%o, trilhar um novo caminho

desde que haja um querer verdadeiro e uma transforma$%o interior

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A2!A*+-"+3.O4

+specialmente ( meu filho *iego por compreender

e perdoar minhas ausências

A meus pais e meu irm%o *anilo que sempre nos

momentos de maior dificuldade ajudam5me incondicionalmente

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Apresenta$%o

6icamos mais sensíveis, impotentes e no ardor do desespero, o

cora$%o se rasga, as palavras j( n%o ca)em como consolo e na

procura desesperada de um porque, nada encontramos e como

num jogo de )ate e volta, a solu$%o n%o se apresenta

!esta5nos continuar lutando, mesmo cansados, ent%o,

engolindo a própria dor, prosseguimos, na esperan$a de um tempo

melhor

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'a alguns anos, estava escrevendo as 7ltimas p(ginas de um

livro, onde falava dos meus medos, dos meus sonhos, sem sequer

imaginar com t%o pouca idade e maturidade que tanto tinha ainda

para desco)rir de mim mesma 8m dia, vitimado pelo ci7me, meu

livro foi destruído

'oje, tenho 9: anos e sinto ainda dentro de mim aquela

menina Apesar dos pro)lemas, eu era muito feli&, talve& at# por

n%o ter maturidade, n%o conseguia ver a gravidade das coisas, o

peso das palavras +nt%o aquela menina foi crescendo no seu

íntimo, mas sempre com muito medo, medo de tudo; do amor, do

sucesso, da alegria e passou a viver do jeito que 0ela achava1 que os

outros aplaudiriam


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considero que ainda tenha uma vida digna, tenho conforto, uma

família ótima, mas cadê a alegria? 3%o sei>4into5me perdida, so&inha, sinto falta de amor, mas amor de

verdade ueria ser desejada, esperada @ difícil conviver com esse

sentimento, me sinto uma farsa +stou sempre sorrindo, )rinco at#

com a desgra$a, mas l( dentro, mesmo nas horas de alegria, tem

um )uraco negro, um va&io que nada preenche As ve&es penso

que se ainda sou assim extrovertida e me acho ainda uma pessoa

feli& # de teimosa que sou, n%o posso passar pela vida

simplesmente, tenho que vivê5la intensamente, mas nunca posso

3a minha vida inteira posso contar nos dedos os dias de alegria,

di&em que os )ons nascem para sofrer, n%o me considero assim t%o

)oa, mas j( passa da conta essa nuvem negra que insiste em me

acompanhar

.udo que mais queria hoje era poder sair sem preocupa$%o,

sem medo de ir e muito menos de voltar, mas que engra$ado, me

imaginando desta forma, n%o seria eu 4empre tentei fa&er as coisas

do jeito certo, sempre me importando muito com vergonha,

honestidade, car(ter e sempre tudo caminhando para outro lado

or que tem que ser assim? B( chega 4r *+84, acaso minha

capacidade de amar e perdoar # maior que a tua? 4er(s tu o *+84

de misericórdia que a vida inteira eu acreditei? 4empre procurei

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estar contigo, mesmo nas horas difíceis, mas 4enhor, tu me

a)andonaste no momento da minha maior dor e agonia .eprocuro, clamo, pe$o5te, suplico o teu socorro, mas te fa&es surdo

diante da minha ang7stia

Ou n%o #s tu o *+84 que eu imaginava? *i&em que o

sofrimento engrandece, amadurece, j( n%o sei o que pensar e nem

no que acreditar 3o mundo que tenho a minha frente, ser honesto

# ser )urro, ter car(ter # ser moralista, moralista # ser

preconceituoso, ignorante +st( tudo errado>

@ o pre$o do progresso, da evolu$%o do homem

"as tu, *+84, onde est(s? meu avC, po)re&inho, morreu aos

DE anos esperando a tua volta As religiFes gritam que est( próximo

o dia, os espíritas justificam tudo no carma, num acerto de contas

pelos erros que cometemos aqui na terra para a purifica$%o da

nossa alma e a remiss%o dos nossos pecados -!4.O morreu na

cru& para livrar o mundo, ent%o porque tanto sofrimento? + os

seguidores de -!4.O porque sofrem tanto? "inha amiga crente

e evang#lica desde o seu nascimento, pessoa de ótima índole,

cumpridora dos seus deveres, teve sua filhinha de GE anos

estuprada e morta, sendo deixada amarrada a uma (rvore at# ser

encontrada, ent%o me pergunto onde est( *+84 que tantas coisas

)oas prometeu? -oisas que nunca vem +la, ao contr(rio de ti

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4enhor, n%o tinha poder, nem for$a física para se salvar .antos

a)surdos acontecem, pessoas inocentes sendo ridiculari&adas, osmaus est%o sempre no )em )om, ent%o parece que *+84 # o

próprio 4atan(s

O 4enhor prometeu que voltaria, ent%o apresse5se ou leve5me

daqui e a meus filhos tam)#m, se isso for resultar num mundo

melhor

erdoa5me 4enhor, eu sei que tu existes e que est(s em algum

lugar, lugar esse que penso ser a minha consciência, pois # ela que

fala comigo sempre, como agora 3esse momento sinto5me sem

f#, sem esperan$a e sem ilus%o A )í)lia di&H 0 )uscai e achareis1,

por quanto tempo mais 4enhor?

0Ah, mas a promessa de *+84 n%o # para esta vida1, di&em

alguns evang#licos +nt%o, meu *+84, por que n%o mostras tua

face ao teu povo, aos que te seguem e esperam em ti, por que n%o

mostrar o que fa&er para aliviar as nossas dores? "ostra o teu rosto

na escurid%o dos meus olhos fechados e encharcados de tantas

l(grimas or que permites que meu corpo j( t%o fragili&ado sinta

ainda os reflexos das emo$Fes t%o fortes a ponto de fa&er querer

morrer? *+84, eu te procuro, te )usco todos os dias desde

quando me conhe$o como ser humano e n%o te encontro na minha

vida @ sofrimento demais, dor demais 4er( que o 4enhor n%o

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pode dar um jeitinho aí de cima, quem sa)e me levando antes da

hora, n%o gosto da vida, n%o sou feli& .enho desejos, vontades en%o posso reali&ar, n%o posso fa&er o que quero, apenas o que

devo 4ocorro, meu *+84, olha pra mim, sinto meu tempo se

esgotar, qualquer coisa que um filho me pedisse pra ser feli& eu

faria, logo n%o posso acreditar que amo a meus filhos mais do que

*+84 ama a mim, ou ent%o tu n%o existes e eu sou uma louca

Agora temos pela frente um feriad%o, odeio isso, geralmente

s%o nesses dias que grandes trag#dias acontecem e isso n%o # culpa

de *+84, mas do homem por seus excessos, falta de

responsa)ilidade, falta de car(ter e tantas outras coisas que nem

preciso descrever Ontem fiquei horrori&ada ao assistir pela .=

uma trag#dia ocorrida aqui no meu )airro 8m rapa& de GD anos,

lindo, saud(vel, filho de )oa família e tam)#m tra)alhador de )oa

índole, adentrou em um supermercado armado de um revolver,

amea$ando pessoas e aca)ou por causar um incêndio tr(gico e

suicidando5se no mesmo local 3ós, moradores que conhecemos o

garoto, a família, n%o conseguimos entender nada O que levaria o

po)re rapa& a um desatino t%o grande?

+nquanto eu aqui nas p(ginas anteriores desa)afava e me revoltava

com as minhas dores, um jovem completamente desatinado fa&

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tudo isso, resultando em quase IEE vítimas, ent%o ainda sofrida e j(

descrente, ainda assim, agrade$o a esse *+84 por ter conseguido vencer por mais um dia, por ter dormido, por minha cama

quentinha, e por n%o ter faltado comida em minha mesa

Agrade$o principalmente por neste momento poder estar aqui

guardando as minhas dores enquanto o respons(vel por ela dorme

no quarto ao lado Jparecendo tranquiloK, n%o sei por quanto

tempo, pois ultimamente tenho vivido acho que GE a G minutos

por ve&, sem programar nada, só levando o )arco rocuro estar

preparada para a qualquer momento cair um vendaval, e apesar

disso ainda acredito que depois da tempestade vem a )onan$a

Ontem foi um dia difícil, sentia como se a qualquer momento

fosse de fato apagar, e era isso que na realidade eu queria =eio o

pro)lema, junto com ele a dor e o desespero, mas )em criada que

fui por meus pais, aprendi que a ra&%o deve sempre estar al#m da

emo$%o, e assim mais uma ve&, mais um dia, mais uma noite, mais

l(grimas e quando o dia estava querendo apontar, est(vamos todos

dormindo em nossa casa, em nossas camas, todos alimentados e

respirando, e mais uma ve& agrade$o a *+84, por ter sido assim, e

assim vamos levando L( fora existem pro)lemas iguais aos meus

e at# )em piores, e me pergunto, por que dói tanto? @ a dor moral,

essa # para mim a pior de todas as dores, a dor da desilus%o

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uando você pensa durante toda uma vida que na sua família

nunca vai acontecer, ou ainda que isso n%o com)ina com você @)em desse jeito, n%o com)ina comigo, n%o lutei a vida inteira para

isso, e daí? 6rases que me respondo agora, por que n%o comigo?

3%o sou melhor do que ningu#m> 4e n%o tivesse todos esses

pro)lemas n%o estaria agora sentada no meio da minha sala

refletindo, escrevendo, perguntando, respondendo a mim mesma

uxa, eu achava que meu telhado era de a$o, descu)ro só agora

que n%o sou melhor ou pior do que outros, n%o sou melhor do que

ningu#m, mas tam)#m n%o conhe$o algu#m melhor do que eu,

somos iguais, o que dói em mim assim t%o fundo, talve& doa mais

fundo ainda no outro que eu nem se quer conhe$o, mas que existe

-hega a ser incrível o quanto # )om isso, parar e pensar, refletir,

)rigar consigo mesmo, na realidade # isso que fa& a diferen$a, ver5

se, enchergar5se

*aqui onde estou, posso ouvir os crentes l( na igreja louvando

a *+84 com palmas, cantos desafinados, gritos de aleluia e sinto

uma certa inveja '( pessoas l( dentro que tem uma vida triste,

algumas eu at# conhe$o )em, e algumas delas tem pro)lemas

iguais e em grau pior que o meu, mas est%o l(, v%o ali, vem aqui e

eu n%o tenho mais essa for$a dentro de mim *epress%o? 3%o

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acho que tenha depress%o e sim, deva estar deprimida, desiludida

com o rumo que as coisas tomaram

ronto, viu o que falei anteriormente? aca)ou o meu sossego,

meu filho levantou5se da cama onde ficou durante todo o dia com

cara e jeito de quem quer recome$ar, agora me comunica que vai

sair ergunto, indago, e ele j( responde com )rutalidade, ent%o

simplesmente me curvo ao tempo e espero "ais uma noite, mais

uma agonia, outra ve& a respira$%o dói em mim Ah, *+84

proteja5o dele mesmo> uando voltar j( sei como vai ser, eu j( fi&

o que pude mais at# do que podia, e nada adiantou, ser( o maior

aprendi&ado da minha vida, sem d7vida, mas temo n%o estar aqui

quando essa tempestade passar

+le come$ou fumando um cigarrinho, depois de algum tempo

a maconha e a cerca de um dois anos vinha usando cocaína, fi&

tudo que se possa imaginar, interna$Fes, cheguei a triste conclus%o

que serviram de escola, sa)e tipo simulado?

A primeira jamais vou esquecer, # um momento triste para

qualquer família, e pela pouca experiência choramos pelo tempo

que ficariamos afastados na ilus%o de que ele se curaria e tudo

voltaria ao normal 3a minha pouca intimidade com o assunto n%o

poderia imaginar que aquela seria a primeira de muitas outras

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interna$Fes A pen7ltima ele recaiu ainda numa droga pior, o

maldito -!A-M, mais uma interna$%o, mais uma desistência, maisuma recaídaagora posso di&er que usa todo tipo de droga,

conhece todas as manhas, mente, manipula, chora, sofre, pede

ajuda, agride, levanta, cai de novo e assim vai passando os

melhores anos da sua vida e levando a minha com ele B( n%o sei

mais o que sinto, se amor, ódio, piedade, mas sei que as cores

parecem acin&entadas diante dos meus olhos

'( cinco anos, esse filho t%o amado sofreu um grave

acidente e para dar a ele for$a e confian$a, engoli minha própria

dor, ele precisava muito de mim 6oi um período difícil, afinal at#

para o )anho ele dependia de mim 6a&ia fisioterapia : ve&es por

semana e eu podia estar do jeito que fosse, faria tudo para vê5lo de

p# 8m rapa& forte, lindo, cheio de vida, esportista, professor de

BudC +stava sendo difícil demais pra ele, mas com tanta

determina$%o e cuidados logo saiu da cadeira de rodas, e durante

alguns meses ainda usava muletas

4empre disse pra ele que # um rapa& de muita sorte e que

*+84 permitiu que ele passasse por tudo isso pra que ele tivesse

um )om aprendi&ado, que essa experiência teria para ele um peso a

mais, mas como pimenta só arde quando se pFe na )oca pernas

novas, vida nova, ami&ades novas, novos pro)lemas, novo

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aprendi&ado, para mim? para ele? acho que pra nós> 4ó agora

posso avaliar at# onde vai a dor de uma m%e que fe& tudo que podepra que *+84 lhe permitisse ver seu filho andar novamente e que

hoje essa mesma m%e clama a *+84, )riga com *+84, suplica

que *+84 o leve em)ora antes que ele se transforme num

delinquente

Ainda n%o conhe$o todas as dores do mundo e espero n%o

conhecer, mas sei onde tudo isso pode aca)ar e hoje, neste exato

momento, depois de tanta luta e tanto sofrimento, me curvo diante

de ti 4enhor e te suplico mais uma ve&, perdoa5me por minha

re)eldia, por minha falta de esperan$a, pela falta de f#, perdoa

4enhor, sou apenas uma coitada que j( n%o sa)e o que fa&er, o que

pensar, mas enquanto estou aqui escrevendo, estou viva .u sa)es

quando tudo isso vai aca)ar, mas te pe$o ainda 4enhor, permita

que meu filho v( antes de mim, pois quando eu for quero ir em pa&

e se ele ficar aqui, o que ser( dele? 3%o vai ter ningu#m, vai sofrer

ainda mais, n%o permita isso meu *+84

Agrade$o5te 4enhor por meu outro filho t%o querido e t%o

respons(vel, ele tem sido a minha lu& nessa caminhada, agrade$o5te

por meus pais, pessoas t%o )oas e t%o decentes, sei que sa)em da

minha dor, o)rigada tam)#m por meu amigo "arcelo que nada

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tinha a ver com isso e se dedica dia após dia na tentativa de nos

ajudar =ejo ent%o 4enhor que existes sim e que est(s dentro de mim,

no meu íntimo, sem velas, sem imagens erce)o5te na simples

emo$%o que sinto em ainda, apesar de tanta dor, querer agradecer5

te por ter tido for$as de chegar at# aqui

uando desco)ri que estava com cNncer, fiquei atormentada

com medo de morrer, porque ainda faltava muito o que fa&er, era

assim que eu pensava, nunca pensei em viver, mas em fa&er, depois

o tempo passou e perce)i que ainda n%o era a minha hora, veio

ent%o o acidente de meu filho e eu achei naqueles dias que j( tinha

vivido todas as dores, depois veio o vício, os maus h()itos e hoje

eu j( n%o sei mais se pode existir uma dor maior

+u acho que n%o> 4ó pe$o5te ainda meu *+84, n%o permita

que eu perca meu filho para a marginalidade, pois só assim poderei

di&er que sofri mas venci, do contr(rio que ele se v( ainda esta

noite, temo por uma outra dor que ainda precise conhecer, por isso

pe$o5te, poupe5me dela

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'oje acordei cedo, meio chateada, sonhei outra ve& com o

6rederico Jmeu lagartoK +le apareceu no meu quintal e comecei a

enchê5lo de comidinhas, aca)ou se tornando um )icho importante

pra mim, a ponto de ganhar nome e at# uma comunidade no

Orut com direito a fotos e video e sa)e que o danadinho ainda

fa&ia pose? *urante algum tempo este ano ele foi a minha 7nica

companhia, mas precisei usar raticidas pois h( um terreno )aldio

ao lado de minha casa e com o sumi$o, penso que ele deve ter

comido o veneno e isso me deixa com a consciência pesada, n%o

tenho certe&a, mas acho que foi isso que aconteceu B( estava

acostumada com ele pelo quintal, saia da sua toca todos os dias por

volta de GGHEE horas atr(s do rango +le adorava salsichas

*esde cedo na fun$%o, pensando j( no que aquele dia poderia

estar me reservando, aproveitei a calmaria para dar uma limpada

nas cal$adas, varrendo as folhas secas, lem)rei do meu pai que

geralmente nos finais de semana tomava para si essa tarefa, numa

forma at# de ajudar minha m%e que tanto tra)alhava 6iquei

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pensando quantos pro)lemas, quantas lem)ran$as alí naquele

pequeno monte de folhas secas deveriam estar atormentando o seucora$%o e sua mente, pois somos em GE filhos, n%o deve ter sido

f(cil , se eu com dois as ve&es me sinto a )eira da loucura

At# que o dia foi )om, meu filho saiu a tarde, estava muito

inquieto e isso sempre me deixa muito nervosa, tentei conversar,

mas n%o era o momento, estava muito agitado, ent%o saiu e falei

simplesmenteH

5 3%o demora e tenha juí&o>

+nt%o saiu, fa&endo quest%o de demonstrar toda sua

irrita$%o ao ouvir minhas palavras

6ui ent%o para a internet, aproveitando para pCr em dia

algumas coisas, tive a sorte e o pra&er de conversar com o P#, um

grande amigo da minha adolescência, ami&ade mesmo, ficamos por

mais de G anos sem nos encontrarmos, e nos encontramos por

acaso a caminho do meu tra)alho um pouco antes de sair a minha

aposentadoria -onversamos por mais de duas horas, parecia que

nunca tinhamos ficado longe, n%o pela quantidade de assuntos,

mas pela qualidade e intimidade da conversa 3esse dia eu tive a

minha primeira foto on line, foi o P# quem fe&> +le tam)#m tem

pro)lemas com drogas na família e hoje, pela primeira ve&,

virtualmente eu contei Q ele o que est( me acontecendo e mais uma

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ve& pude contar com suas s()ias palavras, como quando a gente

era adolescente, ele sempre andava comigo, eramos unha e carnesso me fe& muito )em

"eu filho chegou e puxou conversa comigo Ouvi, mas n%o dei

muita confian$a, ent%o foi at# a co&inha e preparou algo para

comer, foi pra rua fumar um cigarro, parei ao lado dele e fiquei a

admirar as estrelas, ele ent%o falouH

5 "%e, só aqui se vê o c#u estrelado desse jeito>

6i& que sim com a ca)e$a +le ent%o sussurrouH

5 Acho que preciso voltar pra fa&enda, se ficar aqui n%o vai dar

certo, eu n%o aguento mais

+nt%o mais uma ve& eu, apesar da dure&a das palavras o

apoiei

5 "eu filho, n%o tem que achar, isso # a 7nica coisa que podes

fa&er para te salvar, n%o posso te o)rigar, só monitorar, ouvir,

chorar junto contigo, mas isso n%o )asta, n%o adianta o pro)lema #

s#rio demais pra nós dois querermos resolver so&inhos, precisamos

de ajuda, eu tam)#m preciso

.ens que ter consciência do pro)lema e querer de verdade te livrar

dele e n%o h( outro meio *eus # t%o )om que permitiu que tua

m%e se curasse de uma doen$a maligna pra que ela ainda pudesse

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cuidar de ti como quando sofreste aquele acidente horrível, como

n%o aprendeste a li$%o ele na sua infinita sa)edoria permite aindaque sofras mais esta tri)ula$ao

3a verdade penso que esse aprendi&ado n%o # só para ele e eu,

mas para todos aqueles que nos rodeiam, at# mesmo para aquele

que algum dia em algum lugar vir a ler estas p(ginas t%o sofridas

dias e dias como se fosse uma medica$%o, talve& minha experiência

possa ajudar algu#m +screver passou a ser para mim uma

necessidade, um consolo, at# ent%o o momento de maior

desespero em nossas vidas comparados a tantos outros que

julg(vamos ser ruim

+stava frio, entramos pela co&inha e pergunteiH

5 osso ent%o )uscar novamente um tratamento? 4e desistires,

ficas so&inho, pois precisas dar um jeito na tua vida e eu na minha

+ ele disseH

5 ode m%e, eu quero>

+ aliviado por poder contar mais uma ve& com a 7nica pessoa

que lhe restou, tomou outro )anho, escovou os dentes e eu lhe

ofereci gentilmente um de meus comprimidos para dormir, sa)ia

que a noite dele n%o seria f(cil, expliquei que ficaria mais calmo e

rapidamente dormiria

Aceitou

2!


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+nt%o logo que se recolheu, após assistir um pouco de .=

comigo, voltei para estas p(ginas, onde mais uma ve& me encho deesperan$a, conseguindo respirar sem doer, e só por hoje vamos

dormir todos )em, amanh%, assim que achar conveniente, volto no

assunto com ele pra ver se ele ainda vai querer o tratamento, se

tudo correr )em, ligo para a prefeitura pedindo uma vaga ara

lev(5lo pe$o ajuda ao "arcelo, um anjo )om que nos ajuda

incondicionalmente, pois a meu pai j( n%o tenho mais coragem de

pedir, pois numa dessas idas e vindas viajamos minha m%e, meu

pai e eu para visit(5lo e no outro dia ele estava de volta

O "arcelo viu meus filhos crescerem, era o professor de judC

deles, al#m de serem amigos 3os conhecemos a cerca de quin&e

anos mais ou menos e eu, com um nari& )em empinado, nunca

estreitei ami&ade com ele, eu achava que ele n%o gostava de mim e

vise versa, ent%o fal(vamos o necess(rio At# que um dia ele

chamou meu filho no port%o Jque estava h( vinte dias de uma

interna$%o em uma clínica por meu convênio, quando eu ainda

podia pagarK e eu quase num desa)afo, e at# aliviada por aparecer

algu#m pra eu poder falar disseH

5 3%o est(s sa)endo o que est( acontecendo?

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Ao sa)er vi nos olhos dele a triste&a que sentiu +le n%o

imaginava, pediu ent%o permiss%o para me ajudar e se colocou aminha inteira disposi$%o

+u nem merecia da parte dele um acolhimento t%o sincero, mas

ali naquele momento entendi que as pessoas n%o passam em v%o

pelas nossas vidas e que precisamos umas das outras, que

precisamos ser humildes e verdadeiros em nossa trajetória .anta

dor, tanta ang7stia, tanto desespero e ali em meio a tanta agonia

nos perdoamos mutuamente por qualquer coisa que tenhamos

feito um ao outro sem querer ou sa)er, sem necessidade de di&er

qualquer palavra +nt%o o silêncio de um a)ra$o selou a ami&ade

de duas pessoas que precisavam dar as m%os para tentar resgatar de

alguma forma um lindo jovem de GD anos, de )oa índole, que

come$ava a se perder pelo caminho do desconhecido +nt%o no

meio de tantos conflitos algo de )om aconteceu para todos nós,

ser( que estava escrito nas linhas de *+84? 6oram necess(rios

quin&e anos para que duas pessoas se olhassem e conversassem

sem uma julgar a outra?

uem diria, durante todos esses anos eu sequer para dar tchau

e hoje ele # a pessoa mais presente no meu dia a dia sem nada pedir

em troca 4er( que foi, ou # mais uma armadilha dos c#us e que

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ent%o um de nós # o instrumento para que o outro se revele? "ais

um aprendi&ado>4e # que existe outra vida, talve& tenhamos sido inimigos e de

alguma forma precisamos nos perdoar, sei l(, as ve&es tudo # t%o

estranho

B( # madrugada de segunda feira, me sinto tranquila e vou

aproveitar o sossego que de repente pairou so)re esta casa e

descansar e hoje eu vou acreditar que amanh% o dia vai ser melhor

como foi o de hoje =ou dormir sem chorar e ao contr(rio de

muitas noites, tomara que chegue logo o amanh% para que eu possa

me agarrar mais firmemente a uma nova esperan$a, a mais um

recome$o

Ontem pela manh% parecia tudo tranquilo, depois de ter

dormido )astante e ter me permitido tam)#m descansar, mas logo

( tarde come$ava a ficar mais pesada +nquanto eu tentava pela

internet fa&er algum contato que me desse uma lu& para conseguir

uma vaga de interna$%o pela prefeitura, j( podia sentir nele os

primeiros sintomas de ansiedade e necessidade da maldita droga

3essas horas me torno ref#m dele, do medo, do desespero 4into

como se estivesse numa pris%o domiciliar, a coodependência #

horrível, parece que eu tam)#m sou usu(ria de drogas, estou t%o

doente quanto ele

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As ve&es demoro para voltar a escrever e algumas coisas eu nem

escrevo porque me sinto muito deprimida, tem coisas que eu prefiron%o escrever porque me fa& muito mal 'oje eu ainda n%o falei com

ningu#m, n%o comi nem sequer olhei5me no espelho, nada fi&,

simplesmente passei parte do dia deitada, depois de v(rias tentativas de

vagas sem sucesso, me recolhi no meu quarto enquanto ele desa)afava

com socos nas paredes

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4omos quatro pessoas nesse momento no interior da casa, meu

filho mais velho e sua namorada no quarto, ele tranquilamente

assistindo a .= como se nada estivesse acontecendo e eu aqui

remoendo torturas, tentando ainda encontrar algo de )om dentro

de mim

O telefone toca e me assusto, mas n%o deve ser nada, pelo

menos nesse momento estamos todos juntos; era minha cunhada

me pedindo uma grelha emprestada, pediu tam)#m permiss%o para

levar alguns quadros meus para meu irm%o ver

4omos em de& irm%os como j( devo ter citado anteriormente e

nos damos todos muito )em, apesar de nossas diferen$as e quando

nos encontramos # uma festa só, fica difícil esconder as piadinhas,

penso que somos todos muito parecidos no jeito de ser com

poucas diferen$as e n%o t%o grandes

=ou chamar a todos por apelidos, carinhosamente dados por

mim a come$ar pelo primeiro degrau da escadinha

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O '#rcolis # o mais velho, tem 9R anos, # muito engra$ado,

pintor de telas, mas seu maior talento a meu ver # contar mentirascomo se fossem verdades, acho que as ve&es at# ele duvida que n%o

seja, sempre tem estórias impressionantes, daria um ótimo escritor

A =ova # a segunda filha, um ano antes de mim, nem parecemos

irm%s, ali(s ela # a mais diferentes entre todos os irm%os, mas

temos em comum o car(ter, ali(s todos nós

+u sendo a terceira filha j( nem preciso me apresentar mas me

chamam de nha, sempre fui muito alegre e falante, sempre gostei

de cantar, dan$ar, inventar coisas, um dia para mim # pouco, a

7nica coisa que n%o tenho feito # namorar, mas fa$o um monte de

outras coisas como, artesanato, pinturas, desenhos, letras, adoro

plantar flores, cortar a grama, limpar a casa me gosto assim> 4ou

portadora de .O- Jtenho aten$%o seletiva e simetriaK mas agora,

gra$as a terapia, estou conseguindo me sentir melhor depois de

muita solid%o, pois n%o sa)ia que isso existia, achava que era chata

simplesmente At# que eu mesma n%o aguentei mais e resolvi

procurar um psiquiatra que me diagnosticou e me encaminhou

para tratamento com medica$%o e terapia eternos O cNncer n%o

me incomoda e nem quero sa)er dele =oltando aos meus irm%os,

depois de mim vem o +l, um pintor de m%os cheia, suas telas s%o

lindas, toca teclado, guitarra viol%o, clarinete, adora um Maraoê,

35


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nem sa)e ele quantas manh%s eu passo sentada na minha garagem

ouvindo ele cantar +u o admiro muito tra)alha o tempo todo equando est( de folga est( cantando, sua alegria # visível B( o Lilo #

um cara tímido e toca um viol%o cl(ssico como ningu#m, acho que

# o que de melhor fa& e # um )aita tenor, mas a timides o atrapalha

muito 3os damos muitíssimo )em, lem)ro de quando ele pegava

f#rias e vinha para minha casa e ali fic(vamos desco)rindo como

tocar viol%o, foi ele quem me ensinou, certa ve& quase que)rou

meus dedos tentando que eu fi&esse uma pestana, mas aprendi, era

o 6S, minha primeira pestana, depois daquele dia comecei a ficar

)o)a achando que sa)ia tocar mesmo O .otti tam)#m muito

engra$ado e sempre de )om humor apesar dos seus pro)lemas,

adora piadas e imita uma )ichona como só ele sa)e @ muito

sensível, quando conversamos, sei quando o silêncio # a frase

principal As gêmeas, 3iela sempre muito calma e sensata, a calma

dela chega a dar uma agonia, tam)#m muito divertida e inteligente,

compCs v(rias m7sicas que quem canta sou eu A Lila, segundo a

nossa m%e, # cinco minutos mais velha +ssa nasceu para )rilhar>

+ncara tudo de forma tranqTila, # uma cantora profissional, loira e

linda reali&a um sonho que eu n%o consegui "as a se # demais,

ela # uma verdadeira explos%o, a ca$ula das mulheres, geniosa e

determinada, loira de olhos a&uis, dona um par de pernas que

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carinhosamente uma cunhada e eu apelidamos de 0tronco1 @

alegre, n%o consigo imagin(5la para a velhice, parece uma roqueira,j( aprontamos poucas e )oas O mais novo # t%o perfeito que nem

apelido conseguimos lhe dar, guri )om t( ali -resceu so&inho,

sempre foi muito manhoso, lindo e inteligente -antor e

compositor, vocalista da


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.emos uma comunidade no Orut 06amília 4ilva1, foi criada

por um so)rinho, l( nos encontramos frequentemente atrav#s daslem)ran$as, cada um constrói um tópico, # um lugar onde gosto de

ir, me sinto em casa "eu pai # uma pessoa que eu admiro muito, #

inteligente, esfor$ado e dono de um car(ter invej(vel "inha m%e #

uma pessoa muito ingênua, mas uma grande mulher +u tam)#m a

admiro muito, pois apesar de sua pouca instru$%o e dificuldades,

tem um casamento de cinquenta anos, o que nós mulheres

modernas e instruídas n%o conseguimos 8m dia ela me

emocionou muito e nem sa)e disso +steve na minha casa para

fa&er o pagamento de uma tal promessa de uma tal 0mesa dos

inocentes1 que prometera quando eu estava no hospital *epois de

arrumarmos a mesinha com os doces e as crian$as ela fe& essa

ora$%oH

5 Oh> Besus, eu n%o sei se # assim que se fa& a mesa, mas fi& do jeito

que podia, o importante # que a minha filha fique curada para

sempre !e&amos todos juntos o ai 3osso

3aquele momento um nó atravessou a minha garganta, na sua

simplicidade nunca ouvi uma ora$%o t%o linda e com certe&a Besus

a ouviu, isso me marcou muito + eu estou aqui> Lem)ro que

naqueles dias j( tinha esses pro)lemas com meu filho e fa&ia de

tudo para disfar$ar, pois ningu#m da família sa)ia de nada "uitas

3


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ve&es saí de casa para falar com eles, mas na hora perdia a

coragem, tinha medo de falar, vergonha, mas a coisa chegou numponto que n%o pude aguentar, nada podiam fa&er, mas ao menos

entenderiam o porquê de tantas atitudes minhas de tanto

afastamento 'oje n%o me importo que algu#m sai)a, que diga isso

ou aquilo, n%o me interessa

3!


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*epois de meses sem voltar a estas linhas, hoje resolvo

retomar, escrever me fa& )em, parece que me li)erta, o que escrevo

passou, n%o volta mais

B( estamos em IEEU e eu nem sei que dia # hoje, só sei que

estou aqui longe de tudo e de todos e nada disso fa& com que o

sofrimento se aquiete Boguei tudo pro alto, depois de mais uma

interna$%o sem sucesso e de mais algumas perdas financeiras

conversei seriamente com ele e lhe ofereci três situa$Fes

5 uer se tratar eu estarei contigo

5 uer ir para uma igreja eu irei contigo, seja ela qual for

5 uer continuar nesse vida de drogas eu vou em)ora

+nt%o, angustiada e so&inha vim em)ora *eixei um em cada

casa com condi$Fes suficiente e at# melhores que as minhas

uem sa)e *+84, n%o # esse o caminho>

4"


41/87


'( mais ou menos três meses saí de casa, j( n%o me restava

mais o que fa&er Ao menos agora, apesar da dor e agonia serem as

mesmas, estou longe, n%o o vejo em crises de a)stinência, fissuras,

me sinto mais segura or duas ve&es numa dessas crises ele me

levantou a m%o, mas se conteve, perce)endo minha rea$%o +sse

foi um dos motivos que me encorajou a deixar a casa, pois se fosse

agredida fisicamente sei que jamais o perdoaria, ent%o resolvi dar o

fora

3%o sinto que a)andonei e sim que fui a)andonada "e sinto

só, va&ia, seca, sem nenhuma perspectiva 3a verdade eu tinha

outras coisas em mente, mas me falta Nnimo, acho que estou

entrando em depress%o

3um dia de s()ado, depois de ter chorado muito, me arrumei,

peguei o carro e saí para o mercado, uma mo$a chamada "aVara

que foi a primeira e at# ent%o a 7nica pessoa que eu conhecia na

cidade me chamou pra sair com ela e com sua m%e, na realidade

elas só queriam uma carona de ida e volta, n%o estava com muita

41


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vontade mas aca)amos por com)inar o hor(rio +la veio a minha

casa na hora marcada e perguntou se poderia dar carona a umamigo 6i& um question(rio enorme Jgato escaldadoK e ent%o

fomos

O rapa& esperava no caminho, paramos ent%o na frente do

circo, ela desceu e um homem se aproximou da janela e ficou me

olhando firme nos olhos, mas eu n%o dei muita aten$%o +la ent%o

me %omuni%ou que ele iria comigo e ela iria com outro rapa&,

parece que estava tudo arranjado, me senti uma idiota, mas ao

menos eu iria fa&er algo diferente Atrav#s da janela do carro ele

pCs a m%o no meu om)ro e eu disseH

– or favor tire a m%o de mim Acho que gostou disso porque

colou em mim erguntou se podia entrar no carro, disse que sim,

mas antes perguntei algumas coisas e exigi que ele tirasse um

colar&inho ridículo que usava +le tirou imediatamente 4eguimos

para .ijucas, fomos ao tal ir%o com Língui$a, tinha um 4hoW l(

3ossa, estava simplesmente lotado, ent%o depois de muita

insistência da parte dele aca)amos dando as m%os pois eu iria me

perder, n%o conhecia o lugar e nem as pessoas, era realmente muita

gente


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tempo-onvers(vamos muito, ele sa)ia de todos os meus

pro)lemas sem tirar uma vírgula e ele da mesma forma, j( oconsiderava importante na minha vida, sentia que ele gostava de

mim e do meu jeito, me tratava com carinho, com respeito, me

apresentou para toda a sua família e seus amigos

6icamos distante por trinta dias, pois ele # pescador e foi para o

mar +m pouco tempo me apeguei a ele, sentia falta da sua alegria e

de ouvi5lo cantando, ele canta muito )em e isso aumentou seus

pontos comigo

6ui para 6lorianópolis resolver algumas coisas e aproveitei

para passar em casa e ver como estavam as coisas =oltei muito

mal, muito mal mesmo 3%o gostei nada do que vi, de como

encontrei meu filho, estava revoltado

Aca)ei voltando no mesmo dia, fi& at# uma loucura, voltei so&inha

a noite pela primeira ve& numa )r de)aixo de trovoada, mas aca)ei

chegando viva, agora tinha que dar um tempo, repensar, por as

ca)e$a no lugar at# voltar de novo e ver novamente o que fa&er

"eu outro filho, o mais velho, j( n%o aguenta mais, acho que

deixei um pepino na m%o dele, po)re&inho , ele # ainda muito

jovem para lidar com uma situa$%o t%o confusa e al#m disso tem

seu tra)alho, seus estudos, precisa estar )em 4into5me confusa

43


44/87


com a impress%o de estar novamente fa&endo tudo errado, mas #

uma situa$%o em que nada que se fa$a d( certo, nada se resolveO medo come$ou a me atacar outra ve&, # tudo muito

complicado

'( uma agonia dentro do meu peito que n%o me permite mais

sorrir, sentir alegria por nada @ tudo uma grande farsa a minha

vida, nada est( )om>

*epois de passar uns quin&e dias da minha visita em casa me

)ateu uma crise de consciência, fui parar numa igreja evang#lica,

compareci a dois cultos e no terceiro fui ent%o a uma outra igreja,

tam)#m evang#lica e o culto me fe& )em, saí de l( me sentindo

forte, cheia de coragem 3o outro dia, seguindo os conselhos e

raciocínio do pastor, ajoelhei5me no meu quarto e pedi a *+84

que me clareasse os pensamentos, pois j( eram GUHEE horas, estava

escurecendo e me )ateu um desejo, uma vontade quase

incontrol(vel de ver os meus filhos As notícias que tinha n%o eram

)oas, eu precisava fa&er algo + assim fi&, pedi a *+84 que me

guiasse, separei umas poucas mudas de roupa, o


45/87


carro, mas nem pra isso eu liguei, precisava chegar l(, precisava

tentar mais uma ve& Ao avistar a ponte suspirei e agradeci a *+84, pois n%o dava

para enchergar direito Agora iria enfrentar a outra )r, a 9E:, mas

essa eu j( conhecia, e aca)ou dando tudo certo apesar do mal

tempo

uando cheguei n%o havia ningu#m em casa, ent%o fui a casa

de uma amiga, conversamos e logo ela teria que sair para o

tra)alho +nt%o outra ve& fui para minha casa, desta ve& ele j(

estava

"uito magro e a)atido, ficou surpreso e contente ao me ver,

me a)ra$ou com for$a, fi& uma conversa quase )o)a de ele ir

em)ora comigo e pra surpresa minha ele aceitou na hora, como se

eu tivesse chegado para o socorrer "e senti muito emocionada e

feli& naquele momento, at# difícil explicar o tamanho do alívio que

se sente em t%o curto espa$o de tempo diante de uma dor t%o

profunda simplesmente por ouvir um sim, mesmo sa)endo que

talve& n%o se concreti&e, mas que naquele momento era só o que

eu desejava ouvir

L( ficamos ainda por três dias, tinha muitas coisas pra resolver,

a come$ar pela religa$%o da (gua e lu& que foram cortadas, fiquei

um pouco com meu outro filho e disse a ele que n%o se

45


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preocupasse mais, que vivesse a vida dele da melhor forma e com

muita responsa)ilidade que estava levando seu irm%o comigo+le ent%o, respirou aliviado ao sa)er que o irm%o viria comigo

6a& uma semana que ele veio comigo, at# que tem se

controlado mas na maioria das ve&es # insuport(vel, mal

humorado, grosso, por#m tem ido Q igreja, vejo que tem tentado,

infeli&mente ele # ainda muito imaturo, seus pensamentos s%o

errados so)re a maioria das coisas

'oje, durante o )anho, estava pensando como pode acontecer

tudo isso em minha vida, como esse filho foi ficar desse jeito? 6oi

t%o )em criado, t%o )em educado

+ assim, vamos levando>

46


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'oje a tarde ele se alterou comigo a ponto de dar um murro

em cima da mesa .ive vontade de es)ofete(5lo, mas me impus

simplesmente e me enfornei no meu quarto e l( permaneci pelo

resto da tarde

+le saiu, voltou e quis se chegar, dei aten$%o mas n%o

confian$a Acho que ficou com a consciência pesada *epois de

falar comigo, simplesmente me comunica que vai sair, eu ouvi

simplesmente e tranquei a porta, pois j( estava anoitecendo e o

quarto dele # individual, separado da casa, retornou logo, ouvi o

)arulho dele a)rindo a porta 3%o vou prendê5lo e nem tenho

como, tam)#m aqui # uma cidade pequena e ele n%o tem muitos

conhecidos ent%o vai e volta logo

4ó quero que ele fique )em, o fato de sa)er que ele est( perto

de mim j( me alivia, porque aí meus pensamentos n%o me

torturam 4e o telefone toca eu atendo simplesmente e quando ele

n%o est( o )arulho do telefone me fa& sentir uma pontada dentro

do peito

47


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B( estava na hora de chegar o )arco, quem sa)e o 2ilmar

chegando as coisas mudassem , eles tinham coisas em comumcomo a m7sica, o viol%o

4


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*urante algum tempo fiquei sem vontade para nada, nem para

escrever, nem para falar com *+84, at# que mais uma ve& me

fortifiquei depois de passar dois dias inteiros na cama sem comer,

sem falar, sem querer sa)er de coisa alguma, mas os meus

pensamentos continuavam na minha mente

*e repente parei pra pensar o quanto estava sendo egoísta

O mundo est( cada dia mais violento, acontecem cat(strofes,

guerras, famílias inteiras se destroem e só choramos a nossa dor

Aos outros nos mostramos solid(rios apenas di&endo algumas

palavras Os acontecimentos, mesmo aqueles que acontecem

dentro do meu lar passam, o que n%o passa # a dor, a dor da

frustra$%o, do orgulho ferido, e principalmente a dor da

impotência, ver o pro)lema ali e nada poder fa&er, n%o ter o que

fa&er e nem como fa&er, isso # muito triste .enho pensado tanto

em tudo isso> 4empre que falo com *+84 e a ele suplico

misericórdia sinto um certo desconforto quando minha mente me

relem)ra que apesar de todas as minhas dores e ang7stias h( muitas

4!


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centenas de pessoas no mundo que gostariam de ter a minha vida,

pois as dificuldades delas s%o ainda maiores que as minhas+nt%o, dentro do meu íntimo ainda t%o ferido, agrade$o a

*+84 por n%o estar pior e n%o consigo pedir a *+84 que ajude

somente a mim, que ele em sua infinita sa)edoria, que nós homens

somos pequenos demais para compreender, nos conceda a

serenidade e a esperan$a para cada dia

5"


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=oltei de As coisas ficaram cada ve& mais difíceis, minha rela$%o

amorosa mudou depois que meu filho foi morar comigo, ent%o

outra ve& a tentativa falhou

*urante um mês ele tra)alhou, participou de cultos, chegava a

ser chato de t%o determinado, mas isso foi at# rece)er o primeiro

pagamento

*e volta em casa, mais uma *e+, mais sofrimentos, mais

opiniFes de pessoas que n%o têm no$%o do pro)lema, pessoas que

est%o 0de fora1, com tanta facilidade pra julgar, eu mesma j( fi&

isso muitas ve&es, hoje j( n%o me fa& diferen$a, essas opiniFes n%o

me afetam mais

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-hegou o mês de de&em)ro e depois de alguns meses

completamente sem hori&onte, ele resolveu frequentar de novo a

igreja e me levou com ele arecia um milagre, de um rapa&

desarrumado, magro, a)atido com marcas evidentes do vício, na

outra semana j( empregado, )ar)a feita, cheiroso, de terno e

gravata tra)alhando na recep$%o de um hotel, ele estava t%o lindo

naqueles dias

3um dos cultos me procurou dentro do templo e a)ra$ou5me

aos prantos me pedindo para perdoar e prometendo que desta ve&

era mesmo pra valer

+u sempre o acompanhei

uando j( )eirava o natal, #poca de pagamento, j( come$ava a

mostrar os primeiros sinais de recaída e, como j( era de se esperar,

todo o seu pagamento foi para consumir a maldita droga

3a v#spera do natal ficou trancado por v(rias horas dentro do

)anheiro e eu como um c%o de guarda, sem for$a, com fome, com

sono mas ficava ali, nem sei pra que, mas ficava "eus pais

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apareceram a tarde, vieram tra&er umas coisas, sa)iam que eu n%o

iria a lugar algum e sa)iam tam)#m que eu estava numa dificuldadefinanceira muito grande "eu pai perce)eu o am)iente pesado, a

minha triste&a e logo foram em)ora 6oram dois dias se drogando

sem parar, e eu ali sa)endo que meu filho atr(s daquela porta

estava se destruindo, sem nada poder fa&er Aca)ou o dinheiro,

veio a depress%o e depois a agressividade 6oi uma semana

horrível, dolorosa pela rea$%o da droga e tam)#m , acho, que da

consciência, se # que isso # ainda possível de ver5me deprimida na

cama, completamente entregue a desesperan$a

A semana seguiu cheia de reclama$Fes da parte dele, tentei

v(rias ve&es conversar, mas, tentativas sem sucesso, me vê como

inimiga

O mal que isso est( causando dentro de mim # horrível,

inexplic(vel "e pergunto que esp#cie de amor # esse que n%o

reage mais, que suporta tudo, que engole a própria dor para n%o o

deixar pior, um amor que se cala # muito difícil

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ara o reveion perguntou o que iriamos fa&er !espondi que

nada

-omo eu poderia estar com ele no meio de outras pessoas, se

as pessoas n%o se sentem seguras com a presen$a dele?

+ como eu poderia deix(5lo so&inho numa noite de fim de

ano?

3o início ele rece)ia visitas durante as interna$Fes, minhas

irm%s e at# o "arcelo participavam de reuniFes de família, mas

com o passar do tempo as pessoas v%o cansando do mesmo jeito

que eu estou cansada, mas eu n%o posso desistir

L( pelas IIHEE aproximadamente, resolvi fa&er um jantar&inho

pra nós dois, at# porque ultimamente ele n%o sai mais de dentro de

casa, o que consome vai )uscar e volta logo

"inha cunhada e minha irm% vieram a minha casa e me

convidaram para jantar com elas, disseram que ele tam)#m poderia

ir, afinal era como se ele ficasse em casa pois a casa de minha

cunhada fica ao lado da minha +le se aprontou depois de ter

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passado o dia inteiro na cama sem di&er nada e sem comer Levei

ent%o umas coisas que j( tinha preparado e tudo estava mais oumenos )em, mas ele tinha tomado umas cervejas

+sse era o meu medo>

A meia noite todos nos cumprimentamos e ele sumiu de perto

de mim, quando fui sa)er, minha cunhada me avisou que ele estava

l( em cima na torre de celulares B( perce)i que ali aca)ava o

sossego daquela noite

=oltou para casa e quando me aproximei dele, me olhou com

um ar que nunca vi e que n%o sei at# agora explicar +nquanto fui

ao )anheiro, ele me levou as chaves do carro e o celular

Nnico em quem ficou em casa, aca)ou ali o nosso reveion,

desligamos a m7sica e passamos a tentar locali&(5lo Afinal estava

com o carro, sem documentos, sem carteira de ha)ilita$%o e

alcooli&ado

uando perce)i a falta do celular liguei ent%o a co)rar +le por

sua ve&, atendeu de)ochadamente di&endo que estava vivo e que

voltaria pela manh% .ive que acionar a polícia, senti um medo t%o

grande do que pudesse acontecer n%o só a ele mas a outras pessoas

3ada adiantou, a polícia deveria estar muito ocupada

Aca)ei por adormecer no quarto de meu so)rinho, pois ele

havia levado a chave da casa junto com a do carro uando

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despertei o dia estava amanhecendo, olhei por cima do muro e vi o

carro 4enti um alívio, me enchi de coragem e fui pra casa+stava deitado, dormindo no ch%o da rua eguei a chave

devagarinho, mas n%o consegui a)rir a porta, aca)amos por

estragar a fechadura na noite anterior na tentativa de a)rir a porta

+le acordou com o )arulho, estava muito alterado, vendo que a

porta estava trancada meteu o p# e arrom)ou, entrou furioso e

come$ou a me chingar, a )ater nas coisas, eu estava fatigada,

precisava descansar, tomar um )anho, mas n%o tive como,

enquanto ele entrou no )anheiro, entrei correndo, peguei minha

)olsa as chaves e saí, ainda escutei quando ao ligar o carro ele disseH

5 =(s fugir #

4aí do jeito que estava, desesperada, sem dinheiro, apenas com

a gasolina que ele deixou 6ui )ater na casa de meu irm%o Lilo, a

mais ou menos Im , mas n%o havia ningu#m, fiquei parada no

caminho, muito calor, eu sentia enjCo, n%o sa)ia para onde ir, afinal

era o primeiro dia do ano novo, todos estavam cansados e queriam

ser feli&es

6iquei um tempo parada na estrada at# melhorar, fui )ater na

casa de meu pai, n%o queria incomodar ningu#m, mas eu precisava

parar em algum lugar

56


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At# agora tudo que sofri, que lutei foi justamente para tentar

evitar que esse dia chegue, apesar de n%o ter crimes, ele est( su)judice, e n%o sei se ele vai aguentar ficar l( pelo que o conhe$o

Ando assim, um dia em casa, dois ou três na casa de meu

irm%o, n%o consigo reali&ar nada, n%o consigo me acomodar em

lugar nenhum

O .O- est( cada ve& pior, estou sem medica$%o, me irrito

agora at# com o )arulho do meu sapato, ent%o pra n%o ter a

compuls%o fujo dos lugares, foi o jeito que encontrei para n%o

magoar as pessoas, at# porque a grande maioria desconhece esse

pro)lema e algumas at# fa&em piada, acham que # uma )o)agem

5


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assaram5se de&enove dias, de novo em casa comecei a ajeitar

as minhas coisas, nossa, quantas coisas estavam entulhadas,

desorgani&adas, logo eu, que sempre fui t%o chata com arruma$%o,

ent%o tra)alhei o dia inteiro, sempre com ele no meu pensamento,

pedindo a *+84 que iluminasse o seu caminho e que ele

permanecesse l( at# ficar realmente )em

*e repente uma vo& me chamou a aten$%o, fui at# a janela e

me senti completamente atordoada a ponto de murmurarH

5 "eu *+84, estou sonhando, vendo coisas>

3%o, eu n%o estava vendo coisas, estava )em acordada e ele

estava )em ali na minha frente, chamando o vi&inho Jcom certe&a,

uma estrat#giaK ent%o o chamei, ele disse que n%o podia entrar,

tornei a chamar e ent%o ele entrou

erguntei o que houve, o que estava fa&endo ali, se tinha

fugido *isse que pediu para sair e deixaram

Logo as l(grimas j( rolaram no meu rosto, meu corpo j( ficou

fraco, eu n%o queria acreditar

5!


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+le estava com muita fome, ent%o servi um caf# e tentei

conversar, ele tam)#m tentou, mas muito revoltado com minhaatitude, por#m me mantive firme em di&er que ele sa)ia o que

estava fa&endo Agora est( na casa de tr(s, h( duas noites j( dorme

em casa e at# agora ningu#m entrou em contato comigo para ao

menos me avisar da saída dele, ainda est( su) judice e eu agora

mais nervosa do que antes

ue falta de responsa)ilidade, como deixam uma pessoa sair

assim sem comunicar a família, se ele fosse um marginal, a estas

horas o pior teria acontecido

3%o acredito em mais nada, tudo que fa$o # em v%o Agora

me sinto culpada porque ele pode ser preso e o que # pior, por

uma atitude minha, cuja inten$%o era me preservar e preservar a

ele, mas eu n%o faria isso se na delegacia eles n%o tivessem me

assegurado que ele ficaria numa comunidade terapêutica +le

precisa de tratamento e n%o de cadeia, nunca teve passagem pela

polícia, pelo menos n%o antes disso

As pessoas veem o dependente químico como vaga)undo e

n%o como doente "as só quem acompanha o dia a dia de um

usu(rio pode ter uma id#ia do quanto # grande o sofrimento dele,

muito maior do que o meu e o seu

6"


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3a realidade, digo, na minha experiência, penso que o viciado

n%o se pode deixar chegar ao fundo do po$o como di&em a grandemaioria das pessoas, porque esse po$o # fundo demais e a maioria

n%o retorna, at# porque a própria sociedade n%o permite, mesmo

que eles fiquem l( e se recuperem do vício, que # muito difícil, as

chances de recaída s%o muito grandes tam)#m porque as pessoas

os excluem, e eu com certe&a faria o mesmo se n%o fosse comigo,

passam ent%o a frequentar os mesmos am)ientes e a retomar as

velhas ami&ades uando chegam no fundo do po$o, j( perderam

tudo e esse tudo n%o # só o material .em que haver um meio, um

lugar para intern(5los, uma equipe de ajuda para a hora da

a)stinência, que # na verdade a pior hora, geralmente quando

desistem do tratamento, e isso fa& parte da doen$a, ent%o deve ser

tratada como tal @ exatamente nesse momento que eles precisam

permanecer internados, pois a recaída # certa + aca)a por se

tornar um círculo vicioso de idas e vindas

O "inist#rio da 4a7de 7)lica precisa reconhecer a

gravidade do pro)lema que est( crescendo a cada dia,

transformando nossos jovens em &um)is, em marginais Al#m de

n%o haver uma estrutura adequada no servi$o p7)lico, n%o h(

tam)#m vagas A interna$%o involunt(ria atrav#s do servi$o

p7)lico existe, mas faltam vagas, e as comunidades terapêuticas

61


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Jfa&endasK conveniadas com as prefeituras n%o oferecem seguran$a,

al#m da )urocracia @ preciso que nossos governantes entendamque a demora na espera de uma avalia$%o de um Bui& num processo

de interdi$%o, pode custar a vida de algu#m e geralmente daquela

pessoa que nunca os a)andonaria

O dependente químico, especialmente os de crac, n%o tem

condi$%o psicológica de raciocínio A lei tem que ser mudada, pois

ela n%o permite uma interna$%o que o indivíduo n%o queira, mas

isso só deve se aplicar aos indivíduos que n%o tem altera$%o de

conduta .rato minha doen$a se quiser, mas minha mente # sadia

para esta decis%o '( tam)#m uma distor$%o nas informa$Fes, que

no momento de uma interdi$%o n%o permite a terceiros que a fa$a

e at# que essas coisas se esclare$am o pior j( aconteceu +xigem

que seja justamente a pessoa respons(vel, que geralmente # a m%e,

sem ao menos levarem em considera$%o toda a )agagem de

sofrimento que essa m%e j( deve carregar, impondo5lhe ainda mais

esta decis%o t%o difícil e t%o sofrida

4empre lem)ro de quando, anos atr(s, levei meus filhos para

uma comunidade Jadministra$%oK, pois desco)ri que estavam se

envolvendo com maconha e quis intern(5los, me acharam

exagerada, lem)ro da psicóloga que tinha idade pra ser minha filha

me di&er que naquela idade isso era normal, que fa&ia parte das

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suas desco)ertas, e me disse isso na frente deles, mas que pela

conversa que teve com eles n%o havia motivos para eu me alarmar+les eram menores com G e GR anos e nem sendo eu a

respons(vel consegui que ficassem, mas penso que se # verdade

que o mal se corta pela rai&, aquele era o momento certo

8m, gra$as a *+84, n%o # um dependente químico, tem outra

ca)e$a, 3%o me tra& pro)lemas, # respons(vel, tra)alhador, j( tem

at# sua casa e sua família, mas o outro quase um doente mental

j(, completamente desconfiado, hiperativo, ansioso, que as pessoas

chamam de vaga)undo

+ assim, estamos entrando no oitavo ano desta (rdua )atalha,

pelas minhas contas, mas deve ser um pouco mais

Antes era cedo, agora ele tem que querer, amanh% quem sa)e?

A pro)a)ilidade # que ele morra de overdose, morra

assassinado, ou fique completamente louco, ou ainda que se torne

um delinguente, mas as pessoas n%o entendem isso, apenas

aquelas que têm um viciado em casa, dentro de casa, n%o um

parente, um amigo, mas ao seu lado vinte e quatro horas por dia,

aquele que dorme, acorda, que impede que você tenha sonhos,

perspectivas, vida Aquele que definha ao seu lado tornando você o

mesmo que ele, porque a coodependência # devastadora como a

droga, você se anula e quando reage n%o # de verdade, a piedade

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.enho mesmo muito que sofrer porque sou uma verdadeira

idiota, nesse momento o ódio que sinto de mim mesma # maior do

que a dor, como pude ser t%o insensata a ponto de registrar um

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3%o vou permitir, n%o posso nem imaginar isso na minha vida,

prefiro vê5lo morto ou eu ir para a cadeia, ou ent%o eu morrertam)#m

B( est( chegando ao fim a minha capacidade de raciocínio, a

minha estrutura, a minha sensate&, n%o aguento mais, quero aca)ar

com isso, n%o posso mais

-horei em verdadeiro desespero e agonia durante toda a

madrugada enquanto em meio a pensamentos desa)afava nessas

linhas e com a)soluta certe&a adormeci de cansa$o

Acordei pela manh% com o sol queimando meu rosto e o ar j(

quente do ventilador tentando me aliviar, estava 7mida do suor,

tomei um )om )anho e j( os primeiros pensamentos come$aram a

me atordoar, tentei me livrar deles, a)ri toda a casa, pela janela da

co&inha o avistei na outra casa sentado em frente a porta, a)ri

minha porta e lhe ofereci caf# !ecusou e ali ficou pensativo por

quase toda a manh%

"e empenhei em tentar me manter tranquíla, pensando no que

e em como fa&er

*ecidi, vou at# l( conversar com o Bui&, explicar ( ele o meu

o)jetivo e as informa$Fes que rece)i, di&er a ele o que penso e

como o que penso fa& sentido

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ue o sistema prisonal # errado, o cara entra por um delito e

sai formado, a meu ver um curso intensivo e gratuito para amarginalidade O que se pode esperar da pris%o de um viciado sem

crimes? al#m disso, sa)e5se dos a)surdos que acontecem l( dentro,

o que deveria ter como o)jetivo regenerar só ajuda a marginali&ar

"as quem sou eu para querer so&inha mudar tudo isso?

4e as v(rias interna$Fes n%o tiveram êxito, imagine uma pris%o,

e como n%o existe de fato um crime, ele logo sairia, e aí? Al#m de

viciado ser( tam)#m um ex5presidi(rio, as portas que j( n%o se

a)rem ser%o lacradas, al#m disso vai ter que voltar pra casa e em

que condi$Fes viveremos depois disso, se j( # t%o difícil, imagine?

3%o sendo procurada por qualquer pessoa pela saída dele e

com os pensamentos me atormentando, após de& dias fui at# a

delegacia, pois no 6O!8" ningu#m sa)ia de nada e j( estavamos

no mês de fevereiro

"e pediram para aguardar a manifesta$%o do Bui&, mas me

tranquili&aram; uma ve& que ele cumpriu a determina$%o de ir para

a comunidade por tempo indeterminado, ent%o n%o estaria

deso)edecendo nenhuma ordem judicial

Olha só> *ias depois no início da noite rece)i uma liga$%o de

um oficial de justi$a, só pra confirmar se eu estava em casa,

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segundo o oficial tinha um mandado para afast(5lo de casa em I9

horas Aí # demais, olha que a)surdo>

'( quase 9E dias esse inferno

+xpliquei ent%o tudo outra ve& para o tal oficial de justi$a e na

manh% seguinte fui novamente ao 6O!8", desta ve& at# com um

n7mero de processo, requeri o cancelamento do processo e ficou

uma audiência marcada para a)ril, isso mesmo, quase noventa dias,

melhor teria sido eu tomar um comprimido para dormir e deixar a

poeira )aixar, pois três meses foi o tempo que gastei e incomodei5

me para resolver isso definitivamente .entando alguma ajuda só

consegui arrumar mais pro)lemas

Agora decidi, passe eu pelo que passar, doa a quem doer, n%o

vou mais pedir ajuda a ningu#m, n%o vou mais falar so)re o

assunto, porque demorou mas eu compreendi que esse # um

pro)lema meu e só eu sei o peso que ele tem, os outros n%o podem

me ajudar

+le tem se controlado )astante durante esse tempo, n%o sai

mais de casa para lugar nenhum, e o pouco que sai n%o passa de

de& minutos contados no relógio Aprendi nesses dias a ser mais

paciente, sinto5me um pouco mais forte com essa conclus%o,

apesar da situa$%o

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.enho conversado mais com *+84, implorando ( ele

coragem para enfrentar a jornada de t%o longo pra&o .enhotentado tam)#m ser mais carinhosa e quando perce)o que n%o est(

)em me afasto, acho que a minha presen$a nessas horas só piora as

coisas, aquelas malditas horas de a)stinência, de fissura, me tranco

no quarto e suplico a *+84 que dê a ele o alívio e a mim for$a e

lu& Assim temos caminhado juntos dia após dia, quem sa)e o que

o amanh% nos reserva?

6!


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Agora o assunto da hora # a li)era$%o da maconha +ssa # a

nossa sociedade, os nossos governantes or certo ent%o dever%o

ser li)ertos todos os traficantes de maconha, pois com a droga

li)erada estar%o presos injustamente, mas al#m de traficantes ser%o

ex5presidi(rios e ter%o que tra)alhar e j( se pode imaginar quais

portas encontrar%o a)ertas para lhes dar emprego Ao inv#s de

li)erar a maconha seria muito mais inteligente proi)ir o (lcool, que

# vergonhosamente consumido na cara de todo mundo, mas deve

ser financeiramente muito lucrativo para o país

@ o nosso mundo hoje, e o amanh%? se houver um amanh%, o

que ser( dele? + temos que prosseguir pedindo a *+84 que livre

os justos e inocentes dessa sociedade podre

+ a vida segue

7"


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caminhada at# onde *+84 permitir 4e n%o podemos mudar uma

situa$%o, precisamos nos adaptar ( ela+ com esse pensamento continuo seguindo o meu caminho,

sempre tentando ajud(5lo a encontrar o seu

.enho conversado muito com *+84 e +le com certe&a me

ouve, porque sinto pa& As ve&es os dias s%o pesados, mas procuro

manter a minha sensate&

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profunda, um sentimento t%o puro, t%o forte ficamos por um

tempo a)ra$ados sem di&er coisa alguma, somente sentindo agrande&a daquele momento t%o esperado, t%o clamado

+m certos momentos ele parece ficar meio inquieto, ent%o sai e

se ocupa de coisas referentes a greja, prega a palavra para os

colegas que ainda n%o 0se ligaram1 di& ele> -anta e toca muitos

louvores durante o dia e n%o se separa mais da )í)lia

Outro dia chegou todo feli&, pulando e dando 2lórias ao

4enhor erguntei sorrindoH

5 ue foi?

!espondeu me a)ra$andoH

5 "%e eu tC feli& da vida, porque *+84 tem falado comigo e

ele tem uma grande o)ra na minha vida e tive que quase perder

essa mesma vida para entender e aceitar o chamado A rapa&iada

me chamou para cheirar cocaína e eu comecei a falar de Besus pra

eles, como n%o me deram aten$%o, saí fora, mas o que me deixou

realmente feli&, foi perce)er que j( n%o tenho mais vontade, desejo

pela droga, Besus me curou

'( três meses ele est( limpo, e se mostra )em, sinto5me feli&,

principalmente por ele estar conseguindo por sua própria

determina$%o

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Agrade$o ( esse *+84 maravilhoso a todo momento, nossa

casa est( diferente, leve, clara 4into vontade de pular como umacriancinha

+stamos chegando a mais um fim de ano e ele continua

determinado, fala de Besus com alegria e respeito, cada dia # uma

nova conquista, tem visivelmente se esfor$ado, me trata com

educa$%o e gentile&a

4enhor *+84 o)rigada, h( anos eu n%o via meu filho +le est(

voltando, sim, ele est( voltando

-hegamos at# aqui> 'oje o sentimento mais forte que tenho

dentro do meu cora$%o # a certe&a do amor de *+84

+stamos tomando posse da 3O44A =.X!A>

4into5me uma pessoa melhor, mais madura, procuro nunca

lem)rar das coisas ruins que passamos e das coisas materiais que

perdemos, pois todo o dinheiro do mundo de nada valeria sem

essa +4+!A3YA, sem essa 6Z, sem essa AP que sentimos

agora

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O futuro # incerto e o presente sempre estar( presente ainda

que n%o seja )om devemos e podemos mold(5lo a nosso favor,

ainda que em meio a trope$os

A morte # a 7nica certe&a da vida para todos os seres e só ela

pode evidenciar o fim da vida

4ei que esta jornada # ainda muito longa e que tenho ainda

muitas coisas para desco)rir, muitas l(grimas para derramar,

muitas contas para ajustar comigo mesma e vou conseguir, n%o vou

passar em v%o pela vida, se *eus me permitiu chegar at# aqui #

porque tenho for$a, se *+84 me concedeu a vida, me tornou

respons(vel por ela, e vou fa&er dela o melhor que puder

Aprendi a duras penas que a vida passa muito r(pido, que nada

# para sempre e que viver # sujeitar5se Qs surpresas da vida

As triste&as vêm e v%o, os amores vêm e v%o, mas a esperan$a ,

essa permanece, independente da condi$%o social e at# mesmo do

tempo, ainda que pensemos que n%o, pois # o que aca)amos por

fa&er na falta de esperan$a esperar esperar

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"uitas ve&es senti e sinto ainda a !+-A[*A )ater em 3O44A

O!.A, por#m n%o h( nada de que o tempo n%o se encarregue,tudo, sempre, de alguma forma aca)a seguindo, entrando na rotina,

at# mesmo a dor

uando perce)o essas )atidas procuro n%o me deixar dominar

pelo desNnimo, ainda sofro muito com isso, mas de uma forma

diferente Agora penso em mim .enho pa& dentro do meucora$%o porque tenho certe&a que fi& e fa$o ainda o meu melhor,

tam)#m pela constata$%o de que ele )usca a sua so)riedade e

principalmente por ele at# o dia de hoje n%o ter seguido por

caminhos ainda piores, poupando5me de mais dor e

constrangimento O amanh% vem depois e hoje nós estamos )em

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Alguns meses se passaram e como j( era de se esperar,

novamente, a casa caiu

6icamos mais sensíveis, impotentes e no ardor do desespero,

o cora$%o se rasga, as palavras j( n%o ca)em como consolo e na

procura desesperada de um porque, nada encontramos e como

num jogo de )ate e volta, a solu$%o n%o se apresenta

!esta5nos continuar lutando, mesmo cansados, ent%o,engolindo a própria dor, prosseguimos, na esperan$a de um tempo

melhor

=asculho minhas gavetas, j( n%o me permito guardar

sentimentos e ressentimentos tolos, apenas sigo, sempre

procurando fa&er do jeito que minha consciência n%o me possa umdia co)rar, com a grande diferen$a de que hoje sinto amor e

respeito por mim e tenho muita, muita vontade de continuar

*urante estes meses de pa& que desfrutamos pude sorrir

novamente e refa&er algumas coisas que pensei perdidas, mas n%o

7!


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estavam perdidas +u # que havia virado as costas para vida, e

quando resolvi voltar ela estava ali me esperando, e com ela euquero continuar, se precisar chorar eu chorarei, mas essa vida #

minha e ningu#m pode determinar quando e como vivê5la, ca)e a

mim tomar a decis%o de viver ou so)reviver 8m dia 0ele1 tam)#m

h( de chegar a essa conclus%o

*oer dói, dói demais, mas # preciso continuar .er para ondeir, para onde voltar quando a jornada estiver pesada demais .er

onde e como refugiar5me de uma dor que só *+84 sa)e quando

vai aca)ar !esta5nos ent%o aceitar com resigna$%o o nosso

caminho enquanto esperamos pelo amanh%

"


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Oração da F,

Senhor -E.S %riador do %,u e da &erra

oderoso , o osso nome

rande , a ossa miseri%órdia

Em nome de osso #ilho 3esus Cris&o re%orro

a *ós nes&e momen&o para pedir )ençãos para

minha *ida4

5ue ossa di*ina lu+ in%ida so)re mim

%om ossas mãos re&irai &odo o mau &odos os

pro)lemas ao meu redor4

5ue as #orças nea&i*as que me a)a&em e

me en&ris&e%em des#açamse ao sopro de

ossa )enção4

5ue osso poder des&rua &odas as )arreiras

que impedem o meu proresso e do %,u

ossa *ir&ude pene&re em meu ser4

dando pa+ sa7de e prosperidade4

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")ra Senhor os meus %aminhos que

meus passos se'am diriidos por ós para que eu não &rope%e na %aminhada da *ida4

8eu *i*er meu lar e meu &ra)alho se'am

por *ós a)ençoados4

En&reome nas ossas mãos poderosas

na %er&e+a de que &udo *ou al%ançar4

"radeço&e em nome do ai

do Filho e do Esp$ri&o San&o

"m,m9

2


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Os Doze Passos de CoDA -Codependentes Anônimos

foram adaptados dos 12 Passos de Alcoólicos Anônimos

1# $dmi%imos que eramos im&o%en%es &eran%e os ou%ros # quenossas vidas haviam se %ornado incon%roláveis'

2# (iemos a acredi%ar que um )oder Su&erior a n*s+ &oderia nos

devolver a sanidade'

3# Decidimos en%re,ar nossa von%ade e nossa vida aos cuidado

de Deus como n*s O conce-.amos'

4# /izemos um des%emido e minucioso inven%ário moral de n*s

mesmos'

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5# $dmi%imos &eran%e a Deus+ &eran%e n*s mesmos e &eran%eou%ro ser humano+ a na%ureza e0a%a de nossas alhas'

6# )ron%iicamo#nos in%eiramen%e a dei0ar que Deus removesse

%odos esses deei%os de cará%er'

7# umildemen%e ro,amos a Deus &ara que nos livrasse de

nossas im&ereies'

# /izemos uma relaão de %odas as &essoas a quem %.nhamos

&reudicado e nos dis&usemos a re&arar os danos a elas causados'

!# /izemos re&araes dire%as dos danos causados a %ais &essoas+

sem&re que &oss.vel+ e0ce%o quando az#lo si,niicasse

&reudicá#las ou a ou%rem'

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1"# on%inuamos azendo o inven%ário &essoal+ e quando n*ses%ávamos errados+ n*s o admi%.amos &ron%amen%e'

11# )rocuramos a%ravés da &rece e da medi%aão melhorar nosso

con%a%o conscien%e com Deus como n*s O conce-.amos+ ro,ando

a&enas o conhecimen%o de Sua von%ade em relaão a n*s e ora

&ara realizar essa von%ade'

12# 8endo e0&erimen%ado um des&er%ar es&iri%ual+ ,raas a es%es

)assos+ &rocuramos levar es%a mensa,em &ara ou%ros

coode&enden%es e &ra%icar es%es &rinc.&ios em %odos as nossas

a%ividades'

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Documents

O Que Será Do Amanha - Dulcilea Souza Da Silva