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O REGRAMENTO JURÍDICO DA ATIVIDADE PORTUÁRIA NO BRASIL E A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA Jeferson Valdir da Silva 1 Leandro Paulo Cypriani 2 Resumo O artigo discorre sobre a internacionalização da economia e a importância dos portos neste processo. Trata, também, do regramento jurídico da atividade portuária no Brasil, com enfoque destacado na Lei 8.630/93. Palavras (e-ou) expressões-chave: internacionalização, economia, regramento jurídico, atividade portuária. I - Introdução O crescente evoluir das trocas comerciais fez com que a economia dos países, aí incluído o Brasil, que se 1 Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI/SC e Mestre em Derecho Ambiental y de La Sostenibilidad pela Universidad de Alicante – Espanha. 2 Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI/SC. 1

O REGRAMENTO JURÍDICO DA ATIVIDADE PORTUÁRIA NO BRASIL E A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA

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O REGRAMENTO JURDICO DA ATIVIDADE PORTURIA NO BRASIL E A INTERNACIONALIZAO DA ECONOMIA

Jeferson Valdir da Silva1 Leandro Paulo Cypriani2

Resumo

O artigo discorre sobre a internacionalizao da economia e a importncia dos portos neste processo. Trata, tambm, do regramento jurdico da atividade porturia no Brasil, com enfoque destacado na Lei 8.630/93. Palavras (e-ou) expresses-chave: internacionalizao, economia, regramento jurdico, atividade porturia. I - Introduo O crescente evoluir das trocas comerciais fez com que a economia dos pases, a includo o Brasil, que se tratava, no incio, de relaes essencialmente nacionais, assumissem dimenses que vo alm e muito dos limites estabelecidos pelas fronteiras nacionais. Aumentaram as interconexes das atividades econmicas, a interdependncia entre essas atividades de um pas ao outro, inclusive de novos atores que nasceram com o processo. Diante dele, no aconselhvel o isolamento ou a autarquizao. Mestre em Cincia Jurdica pela Universidade do Vale do Itaja UNIVALI/SC e Mestre em Derecho Ambiental y de La Sostenibilidad pela Universidad de Alicante Espanha. 2 Mestre em Cincia Jurdica pela Universidade do Vale do Itaja UNIVALI/SC.1

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necessria, sobretudo, a participao ativa. Uma das formas de alcanar xito nessa empreitada , sem dvida, o ajustamento das polticas nacionais s exigncias da economia internacionalizada, mxime no que se refere modernizao da infra-estrutura porturia, elemento fundamental no processo de desenvolvimento econmico do pas. Por isso, a edio da Lei n. 8.630/93, que promoveu grandes abalos nas estruturas deficitrias das atividades porturias at ento existentes, abrindo novos horizontes a reformulaes que, h muito, j eram exigidas pela comunidade atuante neste e junto a este ramo de atividades. Neste ensaio, objetiva-se o exame ainda que rapidamente dessas questes, culminando, ao final, com o lanamento de algumas consideraes derradeiras.

II - A internacionalizao da economia e a importncia dos portos no processo O objetivo deste trabalho, neste passo, tecer algumas consideraes acerca da internacionalizao da economia - esta que, ao menos para os limites deste trabalho, h de ser entendida na acepo3 de aumento das atividades de produo, circulao, distribuio, comercializao e consumo de bens e servios, em extenso que ultrapassa os limites das fronteiras nacionais - e a importncia dos portos4 neste processo.3

Quando ns estabelecemos ou propomos uma definio para uma palavra ou expresso com o desejo de que tal definio seja aceita para os efeitos das idias que expomos, estamos fixando um Conceito Operacional (PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa Jurdica: idias e ferramentas teis para o pesquisador do Direito. 8 ed. Florianpolis: OAB/SC-Editora-co-ediao OAB Editora, 2003, p.45).

Porto 0rganizado o construdo e aparelhado para atender as necessidades da navegao e da movimentao e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela Unio, cujo trfego e operaes porturias estejam sob a jurisdio de uma4

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Com efeito, inicialmente, sob o influxo do capitalismo que, ainda que se tenha desenvolvido com caracteres mundiais, desde o princpio, as relaes econmicas e estatais se operavam em mbito nacional, onde se estabeleciam as relaes e negociaes que diziam respeito aos internos de um pas5. As atividades de produo, circulao, distribuio, comercializao e consumo de bens e servios continham-se nos limites internos dos estados nacionais. Sempre seguindo num caminho de franca e contnua evoluo, com o passar do tempo, os povos nacionais sentiram a necessidade de buscar novos parceiros de negociao, a fim de expandirem seus negcios, a, j alm dos limites fronteirios nacionais. Sucessivamente, as atividades econmicas passaram a ser nacionais, regionais, e, posteriormente, internacionais. J no Sculo XVI a assumiram caractersticas de uma economia de amplitude mundial. Os limites das atividades econmicas deixavam de ser visveis. Mas, esse evoluir, com a sobrevinda das duas Grandes Guerras, ganhou corpo e velocidade nunca dantes visto. Em virtude, principalmente, da acelerada evoluo dos meios de comunicao, informao, transporte e distribuio, aquele intensificao das atividades econmicas, que j era indita, tomou dimenses sem precedentes. Em nenhum outro perodo da histria a economia mundial cresceu tanto em to pouco tempo.6

autoridade porturia. In Lei n. 8.630/93, art. 1, 1, I. 5 HABERMAS, Jrgen. A incluso do outro. Estudos de teoria poltica. Traduo de George Sperber e Paulo Astor Soethe. Edies Loyola: So Paulo. p. 139. 6 No mesmo pensar Boaventura de Souza Santos registrou que: Entre 1945 e 1973 a economia mundial teve uma enorme expanso: uma taxa de crescimento anual do produto industrial de cerca de 6%. A partir de 1973 esses crescimento abrandou significativamente, o que era para os adeptos dos ciclos de Kondratieff significou o incio da fase B do ciclo que se tinha iniciado em 1945. Mesmo assim, a economia mundial cresceu mais do psguerra at hoje do que em toda a histria mundial anterior (Kennedy, 1993:48) In: Pela Mo de Alice, o social e o poltico na ps-modernidade. Cortez Editora, 10. Edio, p. 18. 3

A uma Era de Catstrofe, que se estendeu de 1914 at depois da Segunda Guerra Mundial, seguiram-se cerca de 25 ou trinta anos de extraordinrio crescimento econmico e transformao social, anos que provavelmente mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que qualquer outro perodo de brevidade comparvel.7 Ao trmino do Sculo XX, vivenciavam-se extraordinrias

alteraes na economia internacional. O cenrio desta, como no poderia deixar de ser, sofreu profundas alteraes. No fim do sculo XX, reabrem-se espaos e fronteiras, inesperados ou recriados, disponveis ou forados. Juntamente com desagregao do bloco sovitico, com a dissoluo do mundo socialista, generalizam-se polticas de desestatizao, desregulao, privatizao, abertura de mercados, fluxo cada vez mais livre das foras produtivas, modernizao das normas jurdico-polticas e das instituies que organizam as relaes de produo, tudo isso universalizando mais do que nunca o modo capitalista de produo; e o capitalismo como processo civilizatrio.8

Novos atores9 atuantes surgiram, alm daqueles tradicionais. O maior entrelaamento e interconexo das economias nacionais, traduzidos no

HOBSBABAWM, Eric. Era dos Extremos. O Breve Sculo XX. 1914-1991. Companhia das Letras. Traduo Marcos Santarrita, 2 Edio, 25 Reimpresso. 8 IANNI, Octvio. Teorias da Globalizao. 3 Ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1996. p. 143.7

O surgimento das grandes corporaes transnacionais, (GIDDENS, Anthony. As conseqncias da Modernidade. Traduo de Raul Fiker.Editora Unesp. 6. Reinpresso, 1991, p. 75).9

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surgimento, cada vez mais crescente, dos processos de integrao econmica10 regional11 e supranacional12, esto em evidncia. Por isso, no possvel, nos tempos de agora se que em algum dia foi compreender a dinmica da economia nacional sem v-la inextricavelmente vinculadas s demais economias nacionais e a economia mundial, alm da compreenso da dinmica modificativa de tais vnculos. [...] Uma economia-mundo constituda por uma rede de processos produtivos interligados, que podemos denominar cadeias de mercadorias, de tal forma que, para qualquer processo de produo na cadeia, h certo nmero de vnculos para adiante e para trs, dos quais o processo em causa e as pessoas nele envolvidas dependem... Nesta cadeia de mercadorias, articuladas por laos que se cruzam, a produo est baseada no princpio da maximizao da acumulao do capital 13 As preocupaes da poltica regional e global, sobretudo econmica, no podem mais ser pensadas no mbito da geopoltica tradicional. As decises tomadas no mbito interno das economias nacionais refletem [...] a integrao econmica no somente o estudo do funcionamento das unies aduaneiras e seus efeitos, dos movimentos de capitais e de mo-de-obra etc. isto tudo simultnea e dinamicamente. (ROMO, Antnio. Portugal face Comunidade Europia. Lisboa: Horizonte, 1983, pp. 36 e 52. 11 A integrao regional, segundo Jos ngelo Estrella Faria, surge como resultado de acordos polticos entre pases geograficamente prximos, com vistas obteno das vantagens tpicas do processo (FARIA, Jos ngelo Strella. O Mercosul: princpio, finalidade e alcance do Tratado de Assuno. So Paulo: Aduaneiras, 1993, p. 26). 12 O significado do termo supranacional expressa um poder de mando superior aos Estados, resultado da transferncia de soberania operada pelas unidades estatais em benefcio da organizao comunitria, permitindo-lhe a orientao e a regulao de certas matrias, sempre tendo em vista os anseios integracionistas. (STELZER, Joana. Unio Europia e Supranacionalidade. Desafio ou realidade?. 2 Edio. Editora Juru, 2005, p. 75). 13 Wallerstein Imannuel. The Politics of the World-Economy (The States, the Movements and the Civilizatons), Cambridge University Press, Cambridge, 1988, pp. 2-3; citao do cap. 1: World Networks and the Politics of the World-Economy. In: IANNI, Octvio. Teorias da Globalizao. 3 Ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1996. p. 6510

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externamente, assim como a internacionalizao da economia tem produzido mudanas nas instituies domsticas. [...] O mundo no pode mais ser viso como uma coleo de ... naes e como um conjunto de blocos econmicos e polticos. Em lugar disso, o mundo deve ser viso como um conjunto de naes e regies formando um sistema mundial, por meio de arranjos e interdependncias (...) O sistema mundial emergente requer uma perspectiva holstica no que se refere ao futuro desenvolvimento mundial; tudo parece depender de tudo, devido trama das interdependncias entre as partes e o todo 14. Por conseguinte, diante das cada vez mais acentuadas

interconexes de atividades econmicas, aflora A crescente interdependncia15 de todos os pases e povos do mundo est vista. O desenvolvimento multifacetado do sistema de relaes internacionais parece irresistvel. conhecida a tendncia para a internacionalizao dos mercados, dos recursos e da prpria produo16 Instala-se um novo regime de economia mundial, o qual, segundo Franois Chesnais, definido como sendo um espao de concorrncia diversificado, mas em vias de unificao, no qual a concorrncia se d cada vez mais diretamente entre companhias, que tm necessidade imperativa de todo os

Mihajlo Mesarovic and Eduard Pestel. Mankind at the turning Point (The Second Report to the Club of Rome), E. P. Dutton and Reades Digest Press, New York, 1874, pp. 18-21. In: IANNI, Octvio. Teorias da Globalizao. 3 Ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1996. p. 65. 15 As economias nacionais tm-se tornado crescentemente interdependentes, e os correlatos processos de produo, troca e circulao adquiriram alcance global. In: IANNI, Octvio. Teorias da Globalizao. 3 Ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1996. (ver p. ficham-) 16 S, Luis. Soberania e Integrao na CEE. Contribuio para o estudo das limitaes de soberania e independncia decorrentes da adeso CEE. 1. ed. Lisboa: Caminho 24/coleo universitria, 1987. p. 2214

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espaos para se desenvolverem. A palavra-chave desse regime de economia internacional competitividade. 17 Aos pases, sobretudo os tidos como perifricos, tais como, o Brasil, no lhes resta a alternativa da autarquizao e do isolamento, uma vez que Estas so inviveis ou quase num mundo actual, sobretudo para pases de pequena dimenso, necessitados da cooperao internacional para assegurarem o seu desenvolvimento, sobretudo no domnio cientfico e tecnolgico18 claro que os Estados-nao, em tal conjuntura, no reagem de maneira idntica dinmica da internacionalizao da economia ou aos choques econmicos externos cujos reflexos atingem o nosso territrio. Embora os mercados financeiros internacionais e competio internacional possam impor tipos semelhantes de disciplina econmica a todos os governos19. Embora tal ocorra, certamente, com mais intensidade junto aos pases perifricos e semiperifricos isso no prefigura necessariamente uma convergncia das estratgias ou polticas econmicas nacionais [...] Os Estados podem fazer e fazem diferena, como indica a permanente diversidade das formas capitalistas20 Depende, sobretudo, da forma como ele se insere e direciona a sua insero no velho mundo novo" da economia internacional. Assim tambm acontece com o Brasil. Para que sua insero se d de forma vantajosa, h de se buscar, dentre as poucas alternativas existentes, aquelas que permitam trilhar um caminho melhor. No s a fim de minimizar os efeitos1718

malficos

decorrentes

de

uma

econmica

cada

vez

mais

A mundializao do capital. Ed. Xam, So Paulo, 1996. p. 218. S, Luis. Soberania e Integrao na CEE. Contribuio para o estudo das limitaes de soberania e independncia decorrentes da adeso CEE. 1. ed. Lisboa: Caminho 24/coleo universitria, 1987. p. 15 19 HELD, David & MCGREW, Anthony. Prs e Contras da Globalizao. Traduo de Vera Ribeiro. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro. 2001. p. 57. 20 HELD, David & MCGREW, Anthony. Prs e Contras da Globalizao. Traduo de Vera Ribeiro. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro. 2001. p. 58. 7

internacionalizada, reduzindo as complicaes das atividades econmicas internacionais, como tambm ensejem a fruio, em maior nvel alcanvel, dos benefcios que ela pode proporcionar. Por isso, o ajustamento das polticas nacionais s exigncias do mercado internacional torna-se pressuposto indispensvel para lidar com as conseqncias de um mundo em que, a cada dia, as relaes entre tudo e todos, em todos os nveis, sobretudo, econmicos, mais se intensificam. Talvez como meio de insero eficaz na aludida nova dinmica mundial, onde os destinos econmicos esto intimamente ligados. Em tal contextura, sem dvida, medida que aumenta a integrao internacional da economia, um dos veios de possibilidade ao desenvolvimento do comrcio, por conseguinte, do desenvolvimento econmico do Pas, situa-se no comrcio martimo,21 que tem sua estrutura central fincada nos portos. Por erra razo, estes adquirem extraordinria importncia. Tornamse um dos elementos fundamentais para a maior eficincia e competitividade da atividade econmica nacional no cenrio internacional, uma vez que, a via martima se constitui na principal forma de transporte do comrcio internacional 22. No preciso ir muito longe, nem fazer muitas ilaes para constatar-se a veracidade dessas concluses.

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O aumento da produtividade e a reduo de custos fomentaram uma significativa expanso na atividade porturia: entre 1993 e 2006, os portos e terminais ampliaram sua movimentao em 73%, passando de 346 milhes para 650 milhes de toneladas; e os terminais de contineres apresentaram um crescimento de 277%, passando de 1,5 milho para 5,65 milhes de TEUs. In: Pronunciamento de Wilen Manteli, Presidente da Associao Brasileira dos Terminais Porturios ABTP, na III Conferncia sobre Administracin Ejecutiva para Amrica Latina y el Caribe da American Association of Port Authorities AAPA, realizada de 22 a 24 de fevereiro de 2006, em Houston, EUA. 22 LACERDA, Sander Magalhes. BNDES Setorial. Rio de Janeiro, n. 22, pp. 297-315, set. 2005. Registrou esse autor, ainda, que Entre 1990 e 2000, a taxa anual de crescimento do transporte martimo internacional foi de 4%. O comrcio transportado pela via martima passou de 2,5 bilhes de toneladas em 1970 para 5,9 bilhes em 2002.. 8

Para detectarmos a relevncia da atividade porturia, basta observar que 76% do valor do comrcio exterior brasileiro so movimentados por meio dos portos nacionais. Entre 1999 e 2004, o comrcio exterior brasileiro por via martima aumentou 78% e as exportaes cresceram 114%, passando de US$ 36 bilhes para US$ 78 bilhes23. Muito srias so, ainda, as dificuldades que o Pas enfrenta quanto situao dos portos. Exemplificativamente, a deficitria estrutura, a escassez de recursos aos necessrios investimentos, nveis muitos elevados de movimentao de carga, colocando-os beira da saturao, dentre outras. Todas essas constataes contribuem para o encarecimento do comrcio de mercadorias entre os pases, fazendo decrescer operacionalidade eficiente do sistema porturia e, com isso, o nvel de competitividade externa, atuando como srios limitadores ao potencial de desenvolvimento econmico do pas. A fim de alcanar, quem sabe, os parmetros mnimos

internacionais possveis embora no os ideais - no incio de 1993 foi editada a Lei n. 8.630/9324, ocasio em que com a dissoluo da Portobrs, atravs da Lei n. 8.029/90, o sistema porturio brasileiro passava por uma crise institucional

LACERDA, Sander Magalhes. BNDES Setorial. Rio de Janeiro, n. 22, pp. 297-315, set. 2005. 24 A Lei n. 8.630/93 Lei de Modernizao dos Portos, originria do Projeto de Lei n. 8/91 e editada em 25 de fevereiro de 1993, tornou-se a partir de sua edio e posteriormente complementada pela Conveno n. 137 da OIT, Decreto n. 1.572/95, Decreto n. 1.886/96 e Lei n. 9.719/98 o instrumento legal regulamentador da relao capital-trabalho, entre a categoria dos obreiros (trabalhadores porturios avulsos) e a categoria patronal (operadores porturios, tomadores de servios) existentes no mbito da orla porturia brasileira. (STEIN, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo. 2002. p. 42).23

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sem precedentes.

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. Com base nela, tencionou-se dar incio a uma completa

reformulao nos portos brasileiros. E a respeito dela que passaremos a considerar doravante. III - O regramento jurdico da atividade porturia no Brasil Como vimos, no item anterior, aps a ultrapassagem dos cercos nacionais, seguiu-se a evoluo das atividades econmicas em nveis regionais e, posteriormente, internacionais, alcanando nos ltimos tempos do Sculo XX, nveis de crescimento jamais imaginados. Com a internacionalizao cada vez mais crescente da economia, surge a necessidade de maior integrao, e, sobretudo, afinamento das polticas nacionais s exigncias de insero competitiva na esfera internacional. Certamente, vrias maneiras e micropolticas de desenvolvimento podem ser realizadas com o intuito de lograr uma insero de forma positiva. Vrios setores, dentro de uma poltica nacional de desenvolvimento, podem ser prioritrios. Mas um deles, certamente, se no o principal, est dentre aqueles que assim podem ser considerados: os portos. Base principal das atividades de exportao e importao, escoadouro da produo agrcola e industrial, os portos brasileiros atuam como verdadeiros termmetros da atividade econmica em curso, e, portanto, do desenvolvimento do Pas. Por isso, despertam preocupao nas Autoridades

Governamentais26 quando o Pas almeja o desenvolvimento. que, se eles vo KAPPEL. Raimundo F. Portos brasileiros. Novo desafio para a Sociedade. http://www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/raimundokappel.htm. Acesso em 12 de maio de 2006. 19:00h. 26 Tendo em conta a importncia dos postos ao Pas e a importncia deste para o Pas, o Governo Federal vem investindo nessas atividades, por meio de uma iniciativa denominada25

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bem, ganha a economia do pas como um todo. Ao contrrio, se vo mal, perde a economia do pas como um todo. No h como olvidar a importncia estratgica dos mesmos economia do Pas. V-se, portanto, a necessidade de os portos brasileiros

obedecerem s leis de mercado, criando meios eficazes para gerenciar os impactos tantos econmicos como sociais, utilizando a regra desenvolvimento econmico mais desenvolvimento social.27

.

Apesar da precariedade com que ainda no deparamos, atualmente, no que diz respeito s atividades porturias no Pas, tem-se perseguido, com maior freqncia e xito do que em outros tempos, alcanar melhor qualidade na prestao dos servios respectivos. E um caminho seguido nessa melhoria ocorreu, sem dvida, nas clareiras deixadas atravs do aprimoramento do regramento jurdico da atividade porturia, sobre o qual passaremos a dispor, com a profundidade permitida pelos

Agenda Portos, que tem por objetivo levantar os aspectos, sejam operacionais, legais e institucionais, que comprometem as atividades porturias. A Agenda Portos um grupo interministerial da Casa Civil da Presidncia da Repblica, cuja coordenao geral de sua responsabilidade, sendo composto por representantes dos Ministrios dos Transportes, Fazenda, Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, Agricultura e Planejamento. Foram analisadas as situaes das operaes porturias e detectados problemas operacionais nos portos de Rio Grande (RS), Paranagu (PR), Vitria (ES), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Itaja (SC), So Francisco do Sul (SC), Sepetiba (RJ), Salvador (B), Aratu (BA) e Itaqui (MA), que juntos respondem por 89% das exportaes brasileiras. Desses portos, somente o de Itaja no receber recursos da Unio neste momento. In: KAPPEL. Raimundo F. Portos brasileiros. Novo desafio para a Sociedade. http://www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/raimundokappel.htm. Acesso em 12 de maio de 2006. 19:00h.27

STEIN, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo. 2002. p. 48). 11

limites deste trabalho e, ainda, com destaque para Lei n. 8.630/93 28, denominada Lei de Modernizao dos Portos. O regramento jurdico, aqui entendido, aquele conjunto de normas inseridas na Constituio e na Lei de Modernizao dos Portos que estabelece disposies acerca das atividades porturias no Brasil. Estas, por sua vez, podem ser conceituadas como (ver conceito: atividade porturia). Dentro do aludido conjunto de normas que regulamentam as atividades porturias, destaca-se, inicialmente, que a Constituio da Repblica de 88, em seu artigo 21, inciso XII, letra f, estabelece que compete Unio explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso: [...] os portos martimos, fluviais e lacustres. luz desse dispositivo constitucional, sobreveio a Lei n. 8.630/93, a quem conferiremos maior enfoque, sobretudo, porque, O novo Direito Porturio nasceu a partir da edio da Lei n. 8.630/93 e vem sendo constantemente alterado e complementado atravs de legislao ordinria 29 Como assentou Carla Adrina C. Gibertoni: A Lei n 8630/93 se props a promover as mudanas necessrias dos portos a fim de alcanar os parmetros mnimos internacionais de movimentao de portos, mas fundamentalmente, de maneira Subsidiariamente podemos mencionar ainda, pela existncia de interfaces diretas ou implcitas, a "Lei de Defesa da Concorrncia" (Lei n 8.884/94 - de Defesa da Ordem Econmica) e o "Cdigo de Defesa do Consumidor" (Lei n 8.078/90 - de Proteo do Consumidor); assim como aqueles diplomas legais relativos s duas outras dimenses do porto: meio ambiente, condies sanitrias, comrcio exterior e tributao. In: A LEI DE MODERNIZAO DOS PORTOS http://www.infojus.com.br/webnews/noticia.php?id_noticia=864& - acesso em 23 de maio de 2006, s 16:00h. Outrossim, quanto aos demais diplomas normativos afins: ver STEIN, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo. 2002. Pp. 204-373. 29 STEIN, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo. 2002. Apresentao. Contracapa.28

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especfica para que pudssemos aproveitar as locaes regionais de cada terminal porturio. A nova legislao coloca os portos brasileiros diante de grandes desafios prticos e jurdicos, dentre eles: reformular o sistema de gerenciamento de operaes e de mo-de-obra, eliminar as interferncias corporativas e burocrticas, e, principalmente, aproveitar, de forma racional, os espaos e as instalaes.30 Realmente, ao abrir caminhos instalao de um novo modelo ao sistema porturio brasileiro, este diploma normativo permitiu alteraes que promoveram grandes abalos nas estruturas deficitrias at ento existentes, abrindo novos horizontes a reformulaes que, h muito, j eram exigidas pela comunidade atuante neste e junto a este ramo de atividades. Segundo Alex Sandro Stein: Assim, as alteraes efetivamente realizadas na Lei n. 8.630/93 buscaram implantar uma poltica de modernizao do setor porturio, com o aumento da competitividade nos portos brasileiros e conseqente elevao da produtividade, em especial com a privatizao dos portos pblicos. Utilizou-se nova postura poltica, objetivando a construo de novos beros e terminais, bem como a explorao de instalaes porturias por meio do arrendamento e locao dos portos pblicos; criou-se a figura dos Terminais Privativos de Uso Misto e Terminais Arrendados, objetivando maior competividade na rea das exportaes, mediante ganhos de eficincia e produtividade, numa clara aplicao aos princpios da lei de mercado. O novo instrumento jurdico regulamentador, alm30

In: A LEI DE MODERNIZAO DOS PORTOS http://www.infojus.com.br/webnews/noticia.php?id_noticia=864& - acesso em 23 de maio de 2006, s 16:00h.

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de estabelecer de forma definitiva o que vem a ser Porto Organizado, possibilitou reformas estruturais e administrativas, buscando a adaptao dos portos nacionais ao mercado globalizado; tentou racionalizar o ambiente de trabalho porturio, mediante a criao de novos mtodos, que devem ser administrados pela figura do recm-criado rgo Gestor de Mode-Obra OGMO, cujo objetivo principal afastar a interferncia sindical das decises relativas ao trabalho porturio, tais como escalao de mo-de-obra e pagamento do trabalhador avulso; criou tambm o Conselho de Autoridade Porturia CAP, figura jurdica, cuja principal funo, constatada em uma anlise mais profunda dos artigos da Lei n. 8.630/93, a implementao e adoo dos critrios de eficincia;criou ainda a figura do operador porturio (antigas entidades estivadoras), alm de definir quais as atividades consideradas trabalho porturio avulso.31 (pp. 42-8) possvel afirmar que a Lei n. 8.630/93 plantou um novo marco regulatrio para a atividade porturia brasileira. Ao estabelecer uma poltica de modernizao do setor, ensejou a realizao de reformas estruturais e administrativas que se faziam prementes. Os portos brasileiros sofreram uma completa reestruturao atravs da Lei de Modernizao dos Portos (Lei n 8.630/1993), visando torn-los mais geis e competitivos frente ao mercado internacional, visto que os custos operacionais so ainda muito superiores aos praticados no exterior.32

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STEIN, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo. 2002. Pp. 42-

8. In: KAPPEL. Raimundo F. In: Portos brasileiros. Novo desafio para a Sociedade. http://www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/raimundokappel.htm. Acesso em 12 de maio de 2006. 19:00h.32

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Sem dvida, uma das inovaes centrais introduzidas pela nova lei e que permitiu grandes avanos no melhoramento da infra-estrutura porturia brasileira foi a possibilidade de maior participao da iniciativa privada.33. Antes dela, anote-se, o controle do Estatal com relao atividade porturia era total.34 Seguindo uma tendncia internacional35, nos ltimos tempos, que de aumento da participao privada nos portos, sobretudo no que diz respeito aos terminais de movimentao e armazenagem de cargas, a nova lei permitiu avanos na privatizao dos servios porturios. Os instrumentos legais acerca do tema deixam clara a inteno do Governo Federal em transferir para a iniciativa privada o controle das atividades porturias, sem contudo perder o controle da situao, em face do poder dado ao Conselho de Autoridade Porturia CAP, que, dentre outras funes, possui juntamente com a administrao porturia o condo de anular a prqualificao do operador porturio.36 Com a diminuio da ingerncia direta do governo nas operaes respectivas, abriu espaos aos investimentos da iniciativa privada, o que permite o maior aumento do capital de suma importncia - seja nacional ou do exterior, com vistas a aumentar os investimentos e promover as alteraes necessrias. O atual modelo porturio brasileiro, adotado em 1993, com a instituio da chamada Lei dos Portos, aumentou o escopo do envolvimento privado nos portos, mas manteve os servios de infra-estrutura porturia sob responsabilidade do setor pblico e eles so, atualmente, um dos principais gargalos para o bom funcionamento dos portos. LACERDA, Sander Magalhes. BNDES Setorial. Rio de Janeiro, n. 22, pp. 297-315, set. 2005. 34 A atividade porturia leia-se: controle das operaes porturias -, historicamente (desde o perodo imperial), sempre foi monoplio do Poder Pblico. Assim, os portos brasileiros sempre estiveram sob o controle administrativo governamental. Stein, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo: 2002. p. 64. 35 LACERDA, Sander Magalhes. BNDES Setorial. Rio de Janeiro, n. 22, pp. 297-315, set. 2005. 36 Stein, Alex Sandro. Curso de Direito Porturio. Editora LTR. So Paulo: 2002. p. 66.33

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Como enfatizou Raimundo F. Kappel: [...] poucos ramos de atividade sofreram alteraes to profundas em to curto espao de tempo quanto atividade porturia no Brasil, com resultado de sua privatizao das operaes, viabilizada pela Lei de Modernizao dos Portos: [...] Como resultado das privatizaes, viabilizada pela Lei n 8.630/93, os portos passaram por uma verdadeira modificao ou o enfoque, a tecnologia, o trabalho e as relaes dentro do porto e deste com a sociedade. A privatizao no trouxe apenas uma transformao no trabalho da carga no porto, trouxe tambm um novo enfoque do terminal na sua relao com o usurio do porto. O usurio foi, finalmente, promovido a cliente do porto, com todas as vantagens e nus dessa nova posio. Isso passou a requerer uma nova abordagem mercadolgica dos terminais, com a realizao de um esforo junto aos clientes para melhor atender aos requisitos de sua logstica de exportao.37 Outras importantes alteraes, tais como, a descentralizao administrativa; maior autonomia dos postos, com a criao de Autoridades Porturias; arrendamentos; reforma da legislao trabalhista; unificao do comando das Operaes Porturias38 via Operador Porturio39, foram introduzidas.

In: Portos brasileiros. Novo desafio para a Sociedade. http://www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/raimundokappel.htm. Acesso em 12 de maio de 2006. 19:00h. 38 Operao Porturia: a de movimentao e armazenagem de mercadorias destinadas ou provenientes de transporte aquavirio, realizada no porto organizado por operadores porturios; (Lei n. 8.630/93, art. 1, 1, II). 39 Operador Porturio: a pessoa jurdica pr-qualificada para a execuo de operao porturia na rea do porto organizado; (Lei n. 8.630/93, art. 1, 1, III).37

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O exame detalhado destas, no entanto, em face da extenso deste trabalho, no possvel. Trazendo uma viso geral, abriram elas caminhos modernizao das atividades porturia, aumentando a capacidade produtiva e a competitividade dos portos nacional, frente aos seus pares estrangeiros, com o que, contribuem decisivamente com a insero mais ativa da economia do pas no cenrio de uma economia cada vez internacionalizada. IV - Consideraes finais realidade palpvel que, com a evoluo crescente das trocas comerciais, as atividades econmicas dos pases assumiram dimenso que ultrapassa, em muito, os recortes fronteirios nacionais. Com a evoluo do processo de internacionalizao das atividades econmicas, o surgimento de novos atores atuantes, aumentou o entrelaamento e a interconexo entre as atividades econmicas dos diversos pases. No possvel para pases como o Brasil frente a essse processo se que para algum outro seja a alternativa da autarquizao e do isolamento, ou seja, aspirar ao desenvolvimento econmica liberto das ingerncias internacionais. De forma que, para o ingresso como ator ativo nesse processo, uma das estradas a ser seguida , sem dvida, a tomada de medidas efetivas de ajustamento das polticas nacionais s exigncias da economia internacionalizada. Dentre elas, por certo, inclui-se a da modernizao da infraestrutura porturia, afinal, pelos portos que escoam, diariamente, a produo agrcola, industrial, etc., do Pas. Tornam-se um dos elementos fundamentais para a maior eficincia e competitividade da atividade econmica nacional no cenrio internacional.

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Com esse intuito, um largo passo foi dado com a Lei n. 8.630/93, que conferiu base jurdica a amplas perspectivas de modernizao do setor. Por certo, muito falta a fazer. Principalmente, a implementao completa e rigorosa da nova lei. Entrementes, ela construiu os alicerces jurdicos necessrios, sobre os quais pode ser edificada a modernizao do sistema porturio brasileiro, contribuindo, decisivamente, para que o pas navegue com maior tranqilidade nas guas do desenvolvimento econmico sustentvel, no oceano de uma economia cada vez mais internacionalizada. REFERNCIAS BIBILIOGRFICAS:GIDDENS, Anthony. As conseqncias da Modernidade. Traduo de Raul Fiker.Editora Unesp. 6. Reinpresso, 1991.PASOLD, Cesar Luiz. Prtica da Pesquisa Jurdica: idias e ferramentas teis para o pesquisador do Direito. 8 ed. Florianpolis: OAB/SC-Editora-co-ediao OAB Editora, 2003, p.45).

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