O reiki, a TVI e outros tratamentos complementares

8/14/2019 O reiki, a TVI e outros tratamentos complementares

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Adilson Marques

O Reiki, a Terapia Vibracional Integrativae outros tratamentos complementares

O enfoque da espiritologia universalista e holonmica


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Apresentao

O homens! Vossa viso curta para julgar odesgnios de Deus! Sabei, pois, que nada se faz sa sua permisso, e sem um objetivo que, freqemente, no podeis penetrar.

O Esprito de Verdade

Em 2001, os membros do Centro de Estudos e VivnciasCooperativas e para a Paz, organizao espiritualista que existina cidade de So Carlos, embrio da ONG Crculo de SoFrancisco, participaram de um profcuo intercmbio medi-

nico para estudar com a espiritualidade diferentes terapias vibracionais e bioenergticas. Entre os anos de 2001 e 2003foram realizadas reunies semanais onde, com base no mtodopara se entrevistar Espritos criado por Allan Kardec, no sculo XIX, e sintetizado em O Livro dos Mdiuns, coletou-se as infor-maes que se transformaram em uma trilogia de livros, editadanos anos de 2004 e 2005.

O primeiro livro denominou-se Dharma-reiki: oaprimoramento espiritual e a caridade como caminhos para acura. Nele, relatei uma experincia pessoal, narrando minhainiciao na tcnica criada pelo monge budista Mikao Usui; o


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contato que tivemos com a espiritualidade atravs do intercm-bio medinico e a primeira sistematizao de um trabalho psico-scio-espiritual que denominei, na poca, de Mandala-Reiki ehoje chamo de Terapia Vibracional Integrativa (TVI), unindoREIKI, Danas Circulares, Meditao em movimento eCromosofia (cromoterapia mental), algumas das terapias etcnicas utilizadas no referido Centro de Estudos.

O segundo livro reuniu os ensinamentos transmitidos pelaespiritualidade, enfatizando o aspecto espiritual do REIKI, edenominou-se Os smbolos do REIKI e seus ensinamentos

morais. Esse livro foi utilizado como recurso didtico nos vrioscursos de REIKI, ministrados por mim na ONG Crculo deSo Francisco (CSF), na Fundao Educacional So Carlos(FESC), na Universidade Federal de So Carlos (UFSCar), eem escolas pblicas e particulares do ensino bsico e mdio,localizadas no municpio de So Carlos e de outros municpiosque solicitaram a nossa presena, sempre gratuitamente.

O ltimo livro da trilogia chamou-se O REIKI segundoo Espiritismo. Esse livro foi o mais lido e tambm o maiscriticado. Sua primeira tiragem de 1 mil exemplares esgotou-serapidamente e, na Internet, sua primeira verso e-book recebeumais de 3 mil visitas em um ano. O livro gerou muita polmica,tanto com os que se dizem reikianos, como com aqueles quese consideram espritas. Porm, em nenhum momento, oscrticos do livro fizeram referncias aos ensinamentos e asinformaes transmitidas pelos Espritos, no contribuindo,infelizmente, para um debate instrutivo.

Todas as crticas foram respondidas no s por obrigao,mas para se tentar criar um clima de dilogo e um debate frutferocom os interlocutores. Porm, analisando o seu teor foi possvel

constatar que a maioria dos crticos no compreende o Espiritismocomo uma cincia criada, no sculo XIX, por Allan Kardec, paraestudar a vida ativa aps a morte e a relao do mundo espiritualcom o material, tendo como heurstica bsica a fenomenologiamedinica. Os crticos do livro desconhecem que o Espiritismo,


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conforme a definio kardequiana, um importante e atualmtodo de pesquisa para se estudar todos e quaisquer fenmenossociais ou metafsicos e no uma doutrina religiosa.

Em outras palavras, a maioria dos que criticaram o livrotem a viso do senso comum, ou seja, no importa se eles seconsideram espritas ou reikianos, para essas pessoas oEspiritismo mais uma religio.

O Espiritismo, conforme a concepo do prprio Kardec, uma cincia experimental ou de observao que deriva emuma filosofia de cunho moral. Esta cincia, como salientamosse realiza atravs do intercmbio medinico com os Espritos(os seres incorpreos), que nada mais so do que todos aquelesque j se desvencilharam do invlucro carnal. E mesmo aFilosofia que derivou desse intercmbio no nova, ele afirmamas se encontra dispersa atravs dos ensinamentos dos principaimestres espiritualistas da humanidade, no Ocidente ou noOriente.

Em suma, podemos dizer que a espiritualidade no monoplio de nenhuma religio e nem mesmo de filosofiasespiritualistas codificadas, como o prprio Espiritismo, poiscomo sempre lembrou Kardec, o Espiritismo no inventou osEspritos, apenas estuda as relaes entre o mundo esprita (ouseja, o dos Espritos) e o mundo material. Com essa compre-

enso, podemos aceitar com naturalidade que o sentidoprofundo dos valores espirituais encontra-se sempre em umadimenso pessoal e intransfervel, e que cada Espritohumanizado sempre possui o seu livre-arbtrio para escolher areligio que melhor corresponda ao seu grau de evoluo eentendimento espiritual.

Porm, no podemos deixar de assinalar que, paradoxal-mente, as doutrinas religiosas (que tambm so provaes parao Esprito humanizado) costumam embaar nossa experincianica com Deus e, muitas vezes, at a impedem. Ao invs deiluminar, elas ofuscam quando deixamos que o nosso


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individualismo (Ego) fale mais alto e comeamos a julgar a nossareligio como a certa e a condenar as demais como as erradas.Quando isso acontece, as religies que poderiam nos conectar aDeus, ou seja, preparar o nefito para o grande mergulho narealidade suprema e inefvel de um Deus vivo, acolhedor emisericordioso, transformam-se em bezerros de ouro.

Assim, ofuscados pela luz do Ego, passamos a idolatrar areligio ou seus criadores, esquecendo-se de amar a Deus acimade todas as coisas e ao prximo como a si mesmo. por issoque Sidarta, o Buda, afirmava que as doutrinas religiosas so

como canoas para chegarmos ao outro extremo do rio. Porm,assim que a travessia termina, elas devem ser abandonadas parao uso de outras pessoas, e no carregadas sobre os ombros. A idolatria nos deixa cegos e por isso o Buda tambm dizia: noaceite nada daquilo que vos digo; no aceite nada daquilo queest escrito em livro considerado sagrado; aceite somente aquiloque passar por vossa compreenso.

Em outras palavras, no existe religio verdadeira e religiofalsa. Deus misericordioso e abenoa todos os caminhos quebuscam a regenerao da Terra e a purificao do Esprito eterno.Mas todas elas possuem os seus falsos-profetas, que so aquelesque idolatram as doutrinas e esquecem que o importante oamor universal. Assim, todas as religies, numa perspectiva maisampla, se complementam, pois cada uma trabalha com umadeterminada faixa energtica ou vibratria, adequada para cadaalma em provao na Terra. Dessa forma, cada uma possui umamisso csmica distinta, como se fosse uma especialidade mdicapreparada para atender as necessidades de cada ser humanizado.E a espiritualidade, por no ser monoplio de nenhuma religio,est presente e atua em todas, mesmo naquelas que negam amediunidade ou o intercmbio com os ditos mortos.

por isso que o Espiritismo, conforme a contextualizaooriginal de Kardec, no uma religio. Para Kardec, o Espiritismo uma disciplina cientfica que surgiu com a misso de elaborar


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uma explicao racional da vida espiritual, explicando osfenmenos antes classificados como sobrenaturais emaravilhosos. Nesse sentido, o Espiritismo kardequiano fornece,tanto para aqueles que j se conscientizaram que so Espritoseternos passando por experincias humanas, como para aquelesque ainda se apegam s verdades criadas pelo Ego, chaves parexplicar a vida ativa aps a morte e a relao entre o mundoespiritual e o mundo material, pois, como ele mesmo afirmou,os Espritos so uma das foras da natureza, atuando tanto noplano moral como material e, na maior parte das vezes,

conduzindo as nossas aes de uma forma to sutil que temos aimpresso de estarmos usando o nosso livre-arbtrio nos atosque praticamos na Terra, como est evidente nas questes 525 eseguintes em O Livro dos Espritos.

Quanto ao REIKI, sua prtica se constitui em um dosmais importantes fatos espritas do sculo XX, espalhando-srapidamente do Japo, onde foi intudo por um monge budistachamado Mikao Usui, para ganhar statusnos EUA e na Europa,chegando, atravs da indstria New Age, em meados da dcadde 1980, ao Brasil. Por seu grande avano no mundo Ocidentala Organizao Mundial da Sade (OMS) j o reconhece comoterapia complementar, junto com outros tratamentos (Floraisde Bach, Acupuntura, Homeopatia etc.).

Mas, o que um fato esprita? Seria o trabalhomedinico que acontece somente em um local que se identificacomo centro esprita? No! Segundo a denominao de AllanKardec, todo fenmeno causado pela interveno deinteligncias incorpreas, ou seja, por Espritos, no importandoo seu grau de evoluo. Nesse sentido, com a exceo de poucoreikianos que ainda afirmam que a energia csmica inteligente e ela que faz os tratamentos, por ser praticamenteconsenso que sem a participao dos Espritos, nenhuma curaseria obtida atravs dessa tcnica, podemos afirmar que o REIK um fato esprita.


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Mesmo que alguns reikianos afirmem que no so merosdesencarnados que ainda necessitam da reencarnao os que semanifestam durante o atendimento, mas sim os chamadosmestres ascensionados como Jesus, Maria, Arcanjo Gabriel,Saint Germain, entre outros, no deixa de ser um fato esprita,pois esta prtica depende da interveno dessas conscinciasincorpreas para se processar.

E como vimos, o Espiritismo kardequiano tem duas faces:a cientfica e a filosfica. Nesse sentido, no h nada que impeaa pesquisa do tema junto aos Espritos, sobretudo com aqueles

que se manifestam durante sua prtica, uma vez que a cinciaesprita (que nesse livro ser denominada como Espiritologia) realizada atravs da fenomenologia medinica, consultando-se eentrevistando Espritos de vrias ordens, atravs de reunies srias voltadas para a elaborao de estudos filosficos, morais etc.

Lembrando o que escreveu Kardec, em O Livro dosMdiuns:

Algumas pessoas pensam que prefervel abster-de colocar perguntas, e que convm esperar oensinamento dos Espritos sem provoc-los; h aum erro. Os Espritos do, sem contradita, instrueespontneas de alta importncia, e que seria erradonegligenciar, mas h explicaes que se esperari freqentemente, tempo muito longo se no fosse solicitados. O Livro dos Espritos e O Livro dos Mdiuns estariam ainda por fazer, ou pelo menos, seriam bem menos completos, e uma multido d problemas de grande importncia, estaria ainda poresolver.

Nesse sentido, ao contrrio da maior parte dos espritasbrasileiros que transformaram o pensamento de Kardec em umareligio, este possua, como j salientamos, uma mentalidade


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cientfica. Seu objetivo era o de estudar todos os fatos sociais metafsicos atravs da consulta aos Espritos, mesmo sabendoque estes no sabiam tudo. E isso fica claro nessa outra passagemtambm retirada de O Livro dos Mdiuns:

A instruo esprita no compreende apenasensinamento moral dado pelos Espritos, mtambm o estudo dos fatos; a ela incumbe a teoria

de todos os fenmenos, a procura das causas e, como conseqncia, a constatao do que possvel e do que no o ; em uma palavra, a observao de tudo o que pode fazer avanar a cincia. (...) Esses fatos, que seria impossveenumerar, surgem de uma multido de circunstn fortuitas; embora menos salientes, no deixam ser do mais alto interesse para o observador, que encontra, ou a confirmao do princpio conhecou a revelao de um princpio novo, que o f penetrar mais adiante nos mistrios do muninvisvel.(grifo meu)

Nesse sentido, por ser uma disciplina cientfica, obvia-mente que ele pode estudar e elaborar teorias sobre o REIKI,sobre a Umbanda, sobre a Apometria ou qualquer outra prticaonde o intercmbio com os Espritos de todos os graus, de formaoculta ou patente, se realiza, pois todas as tcnicas e artesmedinicas apontadas acima so fatos espritas.

Porm, como salientamos, o livro recebeu duras crticasde espritas que afirmavam ser o REIKI um elementoestranho ao Espiritismo e de reikianos que afirmavam que oREIKI no tinha relao com a religio esprita. Masentendemos que tais crticas s foram possveis graas ao totadesconhecimento do que realmente Kardec escreveu e chamoude Espiritismo, uma vez que o senso comum confunde o termo


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Espiritismo com a prtica medinica e com o assistencialismopraticado dentro dos chamados centros espritas.

E como o desconhecimento em relao obra de Kardec

gritante, mesmo entre aqueles que dizem seguir seu pensamento,resolvemos, para evitar maiores confuses, adotar o neologismoEspiritologia para se referir a essa dimenso cientfica da obrakardequiana, apesar da classificao paradoxal que fazem doEspiritismo como sendo um espiritualismo cientfico, porexemplo, no texto introduo ao Livro dos Espritos, no qual J.Herculano Pires faz um paralelo entre o discurso marxista e o

espiritista, apresentando uma afirmao extremamente polmica:

O Livro dos Espritos se apresenta como umdivisor de guas. Tudo aquilo que, antes dele, constito espiritualismo, pode ser chamado espiritualismutpico, e tudo o que vem com ele e depois del

seguindo a sua linha doutrinria, espiritualismocientfico.

Essa separao ilusria e irreal. Se h algum cartercientfico no Espiritismo kardequiano no na doutrina ditadapelos Espritos, ou seja, em sua parte filosfica, mas no estudodos chamados fatos espritas. Estes podem ser transformadosem objetos de estudos cientficos. Ou seja, sobre eles possvelcriar teorias espiritistas.

Por sua vez, sua dimenso filosfica dogmtica, uma vez que formada por ensinamentos incapazes de seremcomprovados cientificamente, apesar de serem expostos deforma racional, como, por exemplo, o ensinamento da questo

258 que afirma que o livre-arbtrio foi exercido antes daencarnao, durante a escolha do gnero de provas a ser vivenciado na Terra. Como podemos comprovar cientificamenteesse ensinamento da Doutrina esprita? Ou seja, se intuitiva ousentimentalmente achar que esse ensinamento verdadeiro, que


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faz sentido para mim a crena de que antes de encarnar eu escolh voluntariamente um gnero de provas e por causa disso nascihomem ou mulher, branco ou preto, rico ou pobre, no Brasilou na Alemanha etc., ento vou me assumir como esprita ouespiritista, ou seja, como um seguidor da Doutrina esprita. Mas,se eu no aceito esse ensinamento, no posso me consideraresprita, mesmo que acredite em reencarnao e participe dereunies medinicas. Em suma, enquanto eu estiver encarnado,posso acreditar nesse ensinamento, mas no comprov-lo.

Atravs desse exemplo podemos compreender que a

dimenso filosfica do Espiritismo no cientfica, mesmo queela tenha sido revelada pelos Espritos. A Doutrina esprita uma filosofia espiritualista de cunho moral, obviamente, masnunca poder ser classificada como uma teoria cientfica. poisso que, atualmente, a Epistemologia diferencia o que teoriae o que doutrina. Mas no aqui que abordaremos esse assuntoPara ele dedicamos um captulo especfico neste livro.

Assim, e reafirmando o que salientamos acima, apenas osfatos espritas podem ser tratados como um objeto de estudocientfico. E todas as diferentes formas de comunicao ouintercmbio com o mundo espiritual so fatos espritas epodem ser estudadas cientificamente, no apenas as que acon-tecem dentro de um centro esprita.

por isso que, para se evitar maiores confuses, faz-senecessrio distinguir a pesquisa cientfica, que chamaremos deEspiritologia, e o Espiritismo, ou seja, os ensinamentos que for-mam a Doutrina esprita, apresentados em O Livro dos Espritos

Nesse sentido, no tem lgica afirmar que o REIKI, aUmbanda ou a Apometria no so fatos ou manifestaesespritas. So e podem ser estudados pela Espiritologia semnenhum preconceito. Porm, para dizer se tais prticas seriamelementos estranhos ao Espiritismo teramos que estudar oque ensinam os Espritos nessas prticas e compar-las com oensinamentos que formam a Doutrina esprita que, de forma


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resumida, composta pelos seguintes ensinamentos: que Deus a causa primria de todas as coisas (questo

01); que a inteligncia atributo do Esprito (questo 24); que a matria resulta de uma nica e mesma substncia

primitiva (questo 32); que todos os globos que circulam no espao so

habitados (questo 55); que expiar passar pelas vicissitudes da vida huma-

nizada ou encarnada (questo 132); que o livre-arbtrio foi exercido antes da encarnao

(questo 258); que os Espritos superiores exercem uma autoridade

irresistvel sobre os inferiores (questo 274); que freqentemente so os Espritos que dirigem

nossos pensamentos e nossas aes (questo 459) etambm os acontecimentos da vida (questo 525); que um homem mau, com o auxlio de um mau Espri-

to no pode fazer o mal ao seu prximo (questo 551); que um talism ajuda a dirigir o pensamento, mas que

a inteno e a elevao dos sentimentos que importam

para atrair os Espritos, pois a verdadeira adorao ado corao, mas que a adorao exterior til, se nofor um simulacro (questo 653);

que Deus julga a inteno e no os fatos (questo 747); que a fatalidade s existe em funo do gnero de provas

escolhido pelo Esprito antes da encarnao, traandopara si uma espcie de destino aps a encarnao(questo 851);

que ningum morre antes da hora, no importa operigo (questo 853);


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que a caridade consiste em ser benevolente, indulgentee perdoar (questo 886);

que do egosmo que deriva todo o mal (questo 913),

etc.

Em suma, apesar do encaminhamento lgico e racional,estes ensinamentos que compem a Doutrina esprita ou oEspiritismo, no podem ser comprovados cientificamente, porisso, como j salientamos, preferimos afirmar que o Espiritismo uma doutrina e no uma teoria cientfica, mas podemos estudarcientificamente o fenmeno medinico, seja aquele praticado noschamados centros espritas, como aqueles que acontecem emum terreiro de umbanda ou qualquer outra forma de intercmbiocom o mundo espiritual. Alis, foi do estudo das famosas mesagirantes que Kardec descobriu a existncia de intelignciaincorpreas e a possibilidade de comunicao com elas.

Assim, no importa o meio. Se os Espritos manifestaremconcordncia com os ensinamentos acima, estaro de acordocom o Espiritismo. Mas, para sabermos, importante, antes detudo, estudar.

E, nesse sentido, atravs do estudo, possvel encontrarinmeros centros espritas que, mesmo filiados s Unies deSociedades Espritas ou Federaes, no praticam osensinamentos da Doutrina esprita. Por exemplo, todos aquelesque difundem que, por imprudncia ou outro motivo qualquer,algum morre antes da hora, contradizem o ensinamentopresente na questo 853. Encontramos em livros, revistas e atna Internet artigos de espritas dizendo que Airton Senna,por exemplo, morreu antes da hora. Mesmo que o prprioEsprito que vivenciou essa personalidade na Terra se manifestaem um centro esprita e falar que morreu antes do tempoplanejado, ele est contradizendo o ensinamento da Doutrinaesprita, pois, no importando o perigo, ningum morre antesda hora.


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Tambm comum encontrar no meio espiritista adivulgao de que expiar sofrimento, contradizendo a questo132. E podemos falar tambm do ativismo assistencialista quemove vrios centros, realizando diversos atos materiais (dar sopapara mendigos, roupas etc.), mas se esquecendo que a intenocom que o ato vivenciado que importa, contradizendo, assim,os ensinamentos das questes 747 e a 886.

Da mesma forma, poder estar em sintonia com oEspiritismo, ou seja, com a Doutrina dos Espritos, o terreirode umbanda que usa objetos materiais (cong com imagens,

etc.) ou smbolos (pontos riscados e cantados) seguindo osensinamentos que aparecem na questo 653.Em suma, a Doutrina esprita um conjunto de

ensinamentos morais e no define como esses ensinamentosdevem ser vivenciados. E Kardec, por ter essa compreensoprofunda, afirmou que o catlico, o maometano, o brmaneetc., apesar de seguirem todos os rituais de suas religies, tambmpoderiam ser espritas, se acreditassem na manifestao e nosensinamentos dos Espritos. Ou seja, o Espiritismo, comodoutrina, no define como devem ser as manifestaesmedinicas, mas quais os ensinamentos que o compem.Porm, sempre ser uma doutrina espiritualista no-cientfica, j que seus ensinamentos no podem ser comprovados, apenasaceitos como dogmas, no sentido pleno dessa expresso.

Em suma, o leitor deste livro poder notar que emnenhum momento ele vai de encontro essncia do Espiritismokardequiano, mas, para evitar confuses, vamos chamar deEspiritologia a cincia que consiste em estudar os fatos espritase a relao do mundo espiritual com o material atravs daconsulta e sistematizao de informaes transmitidas pelos

Espritos em reunies medinicas srias e instrutivas. Alm disso, o livro que o leitor tem em mos muitomais do que uma reviso da trilogia que anteriormentepublicamos sobre o REIKI. Resolvemos tambm inserir uma


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reflexo sobre o Mandala-REIKI, atualmente identificado porns como Terapia Vibracional Integrativa (TVI) e tambm osensinamentos dos Espritos sobre outras terapias vibracionais ebioenergticas como os Florais, a Cromoterapia etc.

Assim, para os que praticam o REIKI e as demais terapiaso livro , sem dvida, uma fonte de informaes elucidativaspara ajudar a melhor conduzir o trabalho teraputico,possibilitando uma melhor compreenso de como se processamas trocas energticas e os tratamentos de seus pacientes.


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Introduo

As comunicaes instrutivas so as comunica srias que tm por objetivo principal um ensinamenqualquer, dado pelos Espritos, sobre as cincias, moral, a filosofia, etc. Elas so mais ou menos profundas segundo o grau de elevao e de desm

terializao do Esprito. Para retirar dessascomunicaes um fruto real, preciso que sejamregulares e continuadas com perseverana. (...) apenas pela regularidade e freqncia dessascomunicaes que se pode apreciar o valor moralintelectual dos Espritos com os quais se conversa grau de confiana que merecem.

O Livro dos Mdiuns, captulo X.

Em 1857, Allan Kardec publicava O Livro dos Espritos,obra que trazia uma srie de questes formuladas aos seresincorpreos (desencarnados) e suas respectivas respostas. Essetrabalho pioneiro de histria oral e transcendentalismo, ou seja,de entrevista com os Espritos, deu origem Doutrina esprita(dos Espritos) ou, simplesmente, Espiritismo.

O neologismo esprita se referia s manifestaes dos


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Espritos. Assim, podia-se falar em arte esprita quando seconstatava que um Esprito, atravs de um mdium, pintavaquadros, escrevia poesias etc. Com o passar do tempo e,particularmente, no Brasil, a Doutrina esprita virou religio. E,como toda religio, atraiu fanticos e irracionais seguidores. Aexperimentao e o intercmbio saudvel com os Espritos foramtrocados pela parania em distinguir o que doutrinrio e oque no doutrinrio no intercmbio medinico.

Por exemplo, em tcnicas medinicas como a Apometria,codificada pelo mdico brasileiro Jos Lacerda, temos

manifestaes espritas, ou seja, de Espritos; mas no umatcnica aceita pela maioria dos que se rotulam como espritasOutros espritas chamam de mistificao a informao deque possumos sete dimenses energticas ou corpos sutis, poisKardec s escreveu que existem trs: o fsico, o perisprito e oEsprito, como se tais informaes fossem contraditrias e nocomplementares; e temos tambm aqueles que no aceitam deforma alguma que no trabalho medinico chamado por eles deespiritismo se manifestem Espritos na forma de ndios ou deex-escravos (os chamados pretos-velhos).

Porm, apesar de fortemente arraigado ao eurocentrismoe ao positivismo do sculo XIX, Kardec tinha uma compreensomuito mais ampla do que seria o Espiritismo. Por exemplo, narevista esprita de abril de 1858, Kardec entrevista um Espritque viveu a personalidade de um antigo pax no Egito, chamadoMhmet-Ali. Em determinado momento da entrevista, Kardecpergunta ao Esprito: os sacerdotes do antigo Egito tinhamconhecimento da Doutrina Esprita? E a resposta do Espritofoi a seguinte: era a deles. Ou seja, para Kardec fazer esspergunta ou ele tinha uma concepo de doutrina espritamuito mais ampla que a dos espritas atuais ou quis fazer umapegadinha com o Esprito, algo pouco provvel. Poderamosusar outros exemplos, como o da revista esprita de janeiro de1864, no qual Kardec afirma que santo Atansio era esprita semsaber. Ou seja, o patriarca de Alexandria, um dos responsvei


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pela Igreja Grega, que viveu no sculo IV da era crist foichamado de esprita por Kardec apenas pelo fato de afirmarque a alma sobrevive morte fsica.

Atualmente, o senso comum, e muitos que se dizemespritas, acreditam que s pode ser chamado de espiritismoa religio medinica praticada nos chamados centros espritas.Esse um ledo engano que precisa ser esclarecido. Hoje emdia, a maior parte dos centros espritas pratica formas distintasde mediunismo, no importando se atravs do passe, da guafluidificada, da conversa com Espritos, da psicografia ou at da

cirurgia espiritual. Porm, so raros os que praticam oEspiritismo no sentido proposto por Kardec, ou seja, realizandoa cincia esprita (Espiritologia) ou vivenciando os ensinamentosque formam sua filosofia.

Todas as prticas apresentadas acima so manifestaesespritas, na linguagem de Kardec, mas no, necessariamente,Espiritismo. Uma cirurgia espiritual, enquanto fato esprita,tem o mesmo valor que uma mesa girante e o dilogo comum preto-velho. Por isso, o Espiritismo, no sentido karde-quiano, estuda todas essas manifestaes espritas. Sobre essaquesto, encontramos na introduo de O Livro dos Espritosuma frase esclarecedora: a cincia esprita compreende duaspartes: uma experimental, sobre as manifestaes em geral, outrafilosfica, sobre as manifestaes inteligentes. E vai alm, oestudo do espiritismo imenso, toca em todas as questes dametafsica e da ordem social, e todo um mundo que se abrediante de ns. Assim, dizer que h elementos estranhos aoespiritismo mostrar total desconhecimento em relao obrade Allan Kardec. Porm, como j salientamos, e vamos reforarao longo desse livro, para no confundirmos mais a Cinciaesprita com a Doutrina esprita, chamaremos a primeira deEspiritologia, deixando o termo Espiritismo apenas para asegunda, lembrando, tambm, que nem tudo o que aconteceem um centro esprita tem relao com o Espiritismo, mas somanifestaes medinicas, ou seja, espritas.


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dos Mdiuns. No h, obviamente, a pretenso de dizer que tudoo que os Espritos dizem a verdade absoluta. Somente osingnuos tm tamanha pretenso. Porm, no resta dvida queos Espritos esto por todos os lugares. Uma pessoa sensitiva capaz de sentir a presena de Deus e dos Espritos em todas ascoisas e se maravilhar, caso seja agraciado pelo Dom da vidncia(seja por mrito ou por prova), ao ver em uma igreja evanglica otrabalho dos Espritos dando passes nos freqentadores, quandoestes oram e colocam as mos em recipientes com gua que ospastores dizem que para curar. Ou, ao adentrar em uma casa

holstica que aplica REIKI, observar vrios Espritos protetoresutilizando a forma perispiritual de samurais, protegendo a entradado lugar, e uma equipe de mdicos desencarnados utilizandodiferentes recursos de tratamento como fitoterapia, cromoterapiaetc., enquanto enfermeiros vestidos como monges fazem curativosno perisprito dos pacientes.

Da mesma forma, em uma casa que pratica YOGA, um vidente tem a oportunidade de observar vrios Espritos volitando sobre coloridas almofadas e pulverizando nospraticantes luzes coloridas (verdes, douradas, lilases etc.)enquanto estes meditam. Sei de sensitivos que j presenciaramat operaes espirituais durante a prtica de Hatha-YOGA,realizadas de forma to sutil que o praticante nem percebeu quepassou por uma cirurgia.

Quanta relao existe entre o mundo espiritual e omaterial, ou quanta coisa existe entre o Cu e a Terra que nossa v filosofia no consegue compreender. No foi toa que Kardecescreveu:

Ela (a cincia esprita) exige um estudo assduo e freqentemente, longo demais; no podendo provocos fatos, preciso esperar que eles se apresentem e geral, eles so conduzidos por circunstncias das qunem ao menos se sonha. Para o observador atento


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paciente, os fatos se produzem em quantidade, poele descobre milhares de nuanas caracterstica so, para ele, rasgos de luz. Assim o nas cinvulgares; enquanto que o homem superficial nnuma flor seno uma forma elegante, o sbio ndescobre tesouros pelo pensamento. (...) Portano nos enganemos, o estudo do Espiritismo imenso, toca em todas as questes da metafsica

e da ordem social, e todo um mundo que se abre diante de ns (LE, p. 32. Grifo meu).

Para Kardec no havia assunto que no poderia serpesquisado pelo Espiritismo, em sua dimenso cientfica.Portanto, o cientista esprita (espiritlogo) possui uma infini-dade de temas para observar e estudar, compreendendo melhoras aes que os Espritos exercem tanto sobre o mundo moralcomo sobre o mundo fsico, pois eles agem sobre a matria esobre o pensamento, constituindo-se, como afirmou Kardec,em uma fora da natureza. Assim, para a Espiritologia, no hqualquer fato esprita que no possa ser observado e estudadoou seja, no existe elemento estranho Espiritologia.

Em outras palavras, a Espiritologia o estudo sistematizadoda ao dos Espritos no mundo material ou de sua vida ativa

aps a morte. Nesse sentido, a Espiritologia uma das disciplinacientficas que podem ajudar a explicar as curas que acontecemdurante um atendimento de REIKI, esclarecendo, atravs daprpria consulta aos Espritos que atuam nessa prticaespiritualista, como que eles manipulam a bioenergiadisponibilizada pelos atendentes e realizam as curas nos pacienteque possuem merecimento, desconstruindo, assim, a teoria

vigente que afirma ser o desenho de um smbolo grfico oresponsvel pelas curas.O fato de a Espiritologia ser capaz de criar uma teoria esprita

(ou dos Espritos) sobre o REIKI, no quer dizer que essa tcnica


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precise ser praticada nos chamados centros espritas, onde j sepratica o passe, que , na essncia, a mesma coisa.

Os fundamentos da Espiritologia tambm podem ser

encontrados no livro Obras Pstumas de Kardec, no qual lemos: O elemento espiritual e o material so dois princpios,

duas foras vivas da natureza, complementando-se ereagindo, incessantemente, uma sobre a outra. A missoda cincia o estudo das leis da matria e oEspiritismo( Espiritologia, em nosso caso ), o estudo do elementoespiritual em suas relaes com o elementomaterial (grifo meu).

Sendo o elemento espiritual um estado ativo danatureza, os fenmenos espritas so to naturaisquanto os que tm sua fonte na matria neutra.

Com base nos argumentos acima oferecidos por Kardec,podemos dizer que a Espiritologia a cincia de observao eanlise dos fatos espritas, ou seja, daqueles provocados pelosEspritos, no importando o seu grau de evoluo.

Felizmente, as luzes da espiritualidade, nesse momentode regenerao da Terra, esto intensas. Muitas correntes de

Espritos agem nos bastidores da vida humanizada com brandurae (co)movendo os coraes para aliviar tantos sofrimentos e pr-conceitos atvicos. E os Espritos esto dispostos a espalhar aindamais suas luzes para aqueles que desejam receb-las, ouvindo oque eles tm para nos dizer. Compreender e divulgar essetrabalho a misso da Espiritologia neste limiar de sculo XXI,ou de transio da Terra do estgio de provas e expiaes parao de regenerao.

As siglas que aparecem neste livro so referentes aosseguintes livros:


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LE O Livro dos Espritos. Araras/SP: IDE, 138a edio,2002.

OE O que Espiritismo. Araras/SP: IDE, 33a edio,

1974.LM O Livro dos Mdiuns. Araras/SP: IDE, 59a edio,2001.

OP Obras Pstumas. Araras/SP: IDE, 1a edio, 1993.EE O Evangelho segundo o Espiritismo. So Paulo:

Petit, 1997.

G A Gnese. Araras/SP: IDE, 3a edio, 1992.


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PRIMEIRA PARTECaptulo I

Afinal, o que a Espiritologia?

O Espiritismo , pois, a doutrina fundada sobre aexistncia, as manifestaes e o ensinamento do Espritos.

Kardec (O que Espiritismo)

O Espiritismo, melhor observado depois que sevulgarizou, veio lanar luz sobre uma multido dequestes at aqui insolveis ou mal compreendidaSeu verdadeiro carter, pois, o de uma cincia,

e no de uma religio; e a prova disso que conta entre seus adeptos homens de todas as crenas , que no renunciaram por isso s suasconvices.

Kardec (O que Espiritismo)


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1 Alis, hoje em dia, mais fcil obter recurso para congelar corpos em decomposio esperar o dia em que a cincia poder ressuscit-los, do que para realizar pesquisas srisobre reencarnao e imortalidade da alma, por exemplo.

Nestas duas epgrafes podemos compreender os doisaspectos que compem o Espiritismo kardequiano, ou seja, adimenso filosfica (Doutrina esprita) e a cincia experimentaque estudatodos os assuntosque interessam Humanidadeatravs de perguntas formuladas aos Espritos, cujas respostaso recolhidas e coordenadas com cuidado (OE, p.186).Infelizmente, ambas so ignoradas pelo atual movimento espritaque transformou o espiritismo em uma religio medianmicana qual o praticante vai para tomar passe e beber gua fluidificadCuriosamente, comum ouvir pessoas dizendo que freqentam

o espiritismo. Ou seja, ele se tornou um lugar para serfreqentado e no mais uma cincia que estuda a relao entreo mundo material e o espiritual ou mesmo uma Doutrinafilosfica de cunho moral.

Para resgatar a essncia do pensamento kardequiano, apartir desse livro vamos denominar como Espiritologia a cinciexperimental que permite estudar sem preconceitos a Umbanda,a Apometria, a Transcomunicao Instrumental, as diferentesterapias vibracionais etc., em suma, todos os assuntos e fatosespritas que interessam humanidade.

A Espiritologia, a herdeira da cincia esprita kardequianapossui conscincia histrica e enfatiza que a Histria e o mundose transformam, assim como as imagens que as pessoas tmdesse mesmo mundo. por isso que h um fosso significativoe quase intransponvel entre a cincia e a religio. A primeiradeve ser feita, sobretudo, com conscincia. Ela deve ser dinmicaneg-entrpica, e seus mtodos, suas heursticas e seus objetossempre renovados, quando necessrios. E mesmo que essacincia ainda no seja reconhecida pelos donos do saberacadmico e no obtenha recursos para pesquisas1 , ela segue o


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mesmo axioma anunciado por Kardec, pois, se hoje temos fatosespritas se produzindo em quantidade, ou seja, temos todoum mundo se abrindo diante de ns para ser estudado econhecido, no mudou o papel dos Espritos e, portanto, aEspiritologia compreende que:

Os Espritos no esto encarregados de nos trazerema cincia pronta. Seria, com efeito, muito cmodo nos bastasse perguntar para sermos esclarecido poupando-nos assim o trabalho de pesquisa. (...)Os Espritos no vm nos livrar dessa necessidadeeles so o que so e o Espiritismo tem por objeto

estud-los, a fim de saber, por analogia, o que seremos um dia e no de nos fazer conhecer o quenos deve estar oculto, ou nos revelar as coisas antdo tempo(OE, p. 68, grifo meu para ressaltar adimenso cientfica do Espiritismokardequiano, sua Espiritologia).

E como todo campo cientfico, a Espiritologia tambmdeve se aprimorar, mudar de paradigmas, de heursticas etc.quando necessrio. E, no mbito cientfico, a nica conclusocabal que se pode tirar da Espiritologia que hinfluncia domundo invisvel sobre o mundo visvel.E que j se pode definiralgumasdas relaes que existem entre eles.

Como j nos referimos, as pesquisas de Kardec trouxeramconseqncias importantes, sobretudo para o mbito filosficoe moral. Ou seja: A prova patente da existncia da alma, da suaindividualidade depois da morte, da sua imortalidade e do s futuro.(OE, p. 70) E, preferindo seguir seu estudo pelo campoda cientificidade, Kardec reforou, freqentemente, que h duascoisas no Espiritismo: a parte experimental das manifestaes e a do filosfica (OE, p. 78). importante ressaltar que ele fala sempreem doutrina filosfica e nunca em doutrina religiosa.


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Alm de no defender o Espiritismo como religio, Kardecafirma que foi a Igreja Catlica que tentou transform-lo emuma nova religio:

Pela natureza e veemncia de seus ataques, ela alaa discusso e a conduziu para um terreno novo. Espiritismo no era seno uma simples doutri filosfica e foi ela mesma que o engrandeapresentando-o como um inimigo terrvel; enfimela que o proclamou como uma nova religio. Foi impercia, mas a paixo no raciocina(OE, p. 86).

Porm, se foi a Igreja Catlica que tentou transformar oEspiritismo em religio, est na hora de reconduzir a discussopara a esfera proposta por Kardec para que a impercia no storne ainda mais grave. Est explicito na obra de Kardec que

Espiritismo no religio, mas uma das fases do espiritualismoE, em sua dimenso cientfica, estuda a vida ativa aps a morte a relao do mundo espiritual com o material.

Isso no quer dizer que a cincia esprita, a Espiritologia,no acarrete em significativas e importantes conseqnciasmorais e ticas, pois toda cincia feita com conscincia deve tetais conseqncias. E para que no reste nenhuma dvida,analisemos a passagem abaixo de Kardec para desfazer qualqumal-entendido a esse respeito:

O Espiritismo est fundado sobre a existncia demundo invisvel, formado de seres incorpreos povoam o espao, e que no so outros seno as adaqueles que viveram sobre a Terra, ou em out globos, onde deixaram seu invlucro material. Sesses seres que damos o nome de Espritos. Elerodeiam permanentemente, exercendo sobre os ho


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com o seu desconhecimento, uma grande influncieles desempenham um papel muito ativo no mundomoral, e, at um certo ponto, no mundo fsico. O Espiritismo, pois, est na Natureza e pode-se dizerque, em uma certa ordem de idias, uma potnciacomo a eletricidade o em outro ponto de vista, coma gravitao o em outro. Os fenmenos, dos quaismundo invisvel a fonte, so efeitos produzidos etodos os tempos; eis porque a histria de todos os podeles faz meno. Somente que, em sua ignorncia

como para a eletricidade, os homens atriburam ess fenmenos a causas mais ou menos racionais, e deraa esse respeito livre curso imaginao.O Espiritismo, melhor observado depois que sevulgarizou, veio lanar luz sobre uma multido dequestes at aqui insolveis ou mal compreendidaSeu verdadeiro carter, pois, o de uma cincia,

e no de uma religio; e a prova disso que conta entre seus adeptos homens de todas as crenas ,que no renunciaram por isso s suas convicecatlicos fervorosos que no praticam menos todosdeveres de seus cultos, quando no so repelidos pigreja, protestantes de todas as seitas, israelitasmuulmanos, e at budistas e brmanes. Ele repousa pois, sobre princpios independentes de toda questdogmtica. Suas conseqncias morais esto no sentido Cristianismo, porque o Cristianismo , de todas adoutrinas, a mais esclarecida e a mais pura, e poessa razo que, de todas as seitas religiosas do mundos cristos esto mais aptos a compreend-lo em sverdadeira essncia. Pode-se, por isso, fazer-lhe umcensura? Cada um, sem dvida, pode fazer umareligio de suas opinies, interpretar vontade areligies conhecidas, mas da constituio de umnova igreja, h distncia.


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(...) Procedemos em nossos trabalhos com calmrecolhimento, porque uma condio necessriaas observaes e, em segundo lugar, porqconhecemos o respeito que se deve queles quvivem mais sobre a Terra, qualquer que seja scondio, feliz ou infeliz, no mundo dos Espri Fazemos um apelo aos bons Espritos porqu sabendo que h bons e maus, resulta que estes ltno vem se misturar fraudulentamente nacomunicaes que recebemos.O que tudo isso

prova? Que ns no somos ateus, mas isso noimplica, de nenhum modo, que sejamosreligiosos.(OE, p. 89 e seguintes. Grifos meus)

Apesar de ser uma longa citao, ela importante paradesfazer qualquer dvida. Alis, se Kardec estivesse encarnade escrevesse tal passagem no sculo XX, possivelmente teriacrescentado a Umbanda entre as religies cujos adeptos seriamespritas, pois o umbandista acredita, mais do que os fiis deoutras religies, nas manifestaes dos Espritos, pois se tratade uma religio que utiliza o intercmbio com os Espritos deforma patente e no latente como as demais.

A passagem abaixo torna ainda mais evidente tal reflexo

... Uma vez que, por toda parte que haja homenh almas ou Espritos, que as manifestaes sotodos os tempos, e que o relato se encontra em as religies, sem excees.Pode-se, pois, ser catlico,

grego ou romano, protestante, judeu ou muul- mano, e crer nas manifestaes dos Espritos , e por conseqncia, ser Esprita ; a prova que o Espiritismo tem adeptos em todas as seitas .(OE, p. 189, grifos meus).


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Est claro na passagem acima que o Espiritismo no uma nova seita religiosa e que esprita, na acepo sugerida porKardec, aquele que acredita na manifestao dos Espritos. Assim, como afirmar que o umbandista no segue uma religioesprita? Somente quem no conhece a obra de Kardec podefazer tal afirmao pueril.

E mesmo no texto publicado na Revista Esprita, dedezembro de 1868, no qual Kardec defende que o Espiritismo religio, devemos procurar interpretar com mais cuidado taltexto e contextualiz-lo para no deturp-lo. Kardec, com seu

rigor lgico-positivista, enfatizou que h duas concepes parao vocbulo religio. Uma no sentido clssico dereligare, ouseja, enquanto uma comunidade de sentimentos, princpios ecrenas, na qual h laos morais que unem mentes e coraes. nesse sentido tambm que antroplogos contemporneosestudam o marxismo, por exemplo, e o classificam como umareligio poltica, pois uma doutrina que agregou e aindaagrega mentes e coraes, constituindo-se em um sistema de fdos mais fanatizados e intolerantes.

Nesse sentido mais amplo, o Espiritismo seria umareligio. Mas Kardec enfatiza que h o sentido mais restrito eusual, em que o vocbulo religio significa uma espcie de culto,onde h a necessidade de uma casta sacerdotal, hierarquias, rituaisetc. Por no ter esse segundo sentido, Kardec enfatiza que melhor denominar o Espiritismo como uma doutrina filosfica.

Nada temos contra aqueles que pretendem transformaro Espiritismo em religio. Apesar de usarem o nome de Kardeccomo palanque para doutrinao e proselitismo, precisolembrar sempre que o campo de atuao do Espiritismokardequiano sempre foi o cientfico e o filosfico.

E um exemplo positivo de como a cincia esprita (quechamamos de Espiritologia) importante e pode at ajudar narenovao dos cultos religiosos, temos o pioneiro trabalho domdium Zlio de Morais, no incio do sculo XX, no Rio de


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Janeiro, no qual, baseando-se nos ensinamentos dos Espritos quese manifestavam como Pretos-velhos, ndios etc., aboliu, naUmbanda at ento existente, o sacrifcio de animais, a cobranpelos servios socorristas, enfatizou que essa arte medianmicdeveria praticar a caridade e seguir o preceito cristo da de graa oque de graa recebestes, entre outras mudanas significativas.

Assim tambm ser com o REIKI, uma espcie de passenascido no Oriente, mas que ganhou destaque no Ocidente justamente por seu carter universal e no-religioso. Atravdos ensinamentos transmitidos pelos Espritos e reunidos nesse

livro, tomamos conscincia que esta forma de fluidoterapiaenvolve o mundo espiritual atravs de uma equipe de mdicosdesencarnados, preparados para esse trabalho socorrista e que, sobretudo, atravs do amor incondicional que se forma um verdadeiro reikiniano, independentemente do nmero desintonizaes que o mesmo faa.

Quanto aos smbolos, os Espritos ensinam que nenhumaserventia metafsica eles possuem, mas trazem valiososensinamentos morais baseados no Budismo e em outrasfilosofias orientais, alm de servirem para dar confiana aoatendente ou estimular a F, atravs do emprego de smbolosgrficos, informao que no contraria o ensinamento da questo653 de O Livro dos Espritos.

Segundo a espiritualidade, o avano do REIKI no mundotodo estava previsto para o sculo XX, mas que chegou a horade romper com esse vis mercadolgico que o incentivou,resgatando sua verdadeira dimenso sagrada. Da mesma formaque do lazer proporcionado pelas mesas girantes, em meadosdo sculo XIX, Kardec evidenciou a existncia de conscinciaincorpreas, o mesmo deve acontecer com o REIKI no mundo

todo. Gradativamente, a revelao espiritual chegar a todos ocantos do planeta e essa tcnica, que j reconhecida pelaOrganizao Mundial da Sade (OMS), vai se transformar emum trabalho de cura espiritual importante, generalizando-se nosdiferentes agrupamentos humanos. Porm, ser praticado


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gratuitamente no mundo regenerado, mesmo que passe a terum outro nome.

Se o procedimento adotado no REIKI um pouco

diferente do passe (o paciente no tratado de forma impessoale recebe energia em uma maca; permite-se o uso de msicaambiente, de aromas etc.), a essncia do trabalho a mesma.Ou seja, o tratamento realizado pela espiritualidade socorristaatravs do ectoplasma fornecido pelos reikinianos. E todo otratamento envolve a questo do merecimento, desfazendoas mistificaes que apresentam o REIKI como uma terapia

miraculosa capaz de curar todas as doenas fsicas, mentais,emocionais e espirituais. Alm da ONG Crculo de So Francisco, ns j recebemos

noticias de outros ncleos onde a espiritualidade j passouesclarecimentos semelhantes, como na cidade de Santa Rita doPassa Quatro, em uma das mais conhecidas casas de Umbandado estado de So Paulo, como tambm em centros espiritualistasde Pernambuco e do Rio Grande do Sul. Possivelmente, emoutros locais tambm a espiritualidade vem esclarecendo essaquesto, apesar de no termos ainda conhecimento do fato.

Mas necessrio ressaltar que, quando uma verdade revelada, ela no acontece em apenas um nico local. Elaacontece de forma ampla e em vrios locais diferentes. Talvez

por isso que, no s no Brasil, mas tambm na Europa, aumentao nmero de grupos que praticam gratuitamente o REIKI. Embreve, a mistificao e o comrcio espiritual que ainda existemsero extintos, assim como, no sculo XIX, aconteceu com asmesas girantes estudadas por Kardec.

E tudo isso possvel porque a Espiritologia, seguindo ospassos do Espiritismo kardequiano:

Vem confirmar por novos testemunhos, demons-trar por fatos, verdades desconhecidas ou mal

compreendidas, restabelecer, em seu verdadeiro


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sentido, aquelas que foram mal interpretadas .(OE, p. 188, grifo meu)

Ou seja, no caso do REIKI, o ensinamento dos Espritosnos ajuda a compreender melhor essa tcnica, desmistificandoo uso dos smbolos e outras informaes mal interpretadas.Como afirmou Kardec, no Livro dos Mdiuns:

Muitas pessoas pensam que o Livro dos Espr

esgotou a srie de perguntas de moral e de filosoum erro; por isso, talvez til indicar a fonte onde se pode tirar assuntos de estudo por assim dilimitados.(...) O valor da instruo que se recebe sobre uassunto qualquer, moral, histrico, filosficocientifico, depende inteiramente do estado do Espque se interroga; cabe a ns julgar.(LM, p. 402)

Assim, fazer perguntas sobre o REIKI aos Espritos,mesmo sabendo que eles no sabem tudo, pois so apenas asalmas das pessoas que deixaram seu envoltrio terrestre, no desmerecer Kardec ou manchar a pureza doutrinria do

Espiritismo como pensam alguns, mas compreender que ahistria dinmica, que os temas se atualizam. E aqui entra aEspiritologia, como disciplina cientfica, para acompanhar taprocesso.


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Captulo II

A Espiritologia e sua cientificidade

Do ponto de vista epistemolgico, h uma dicotomentre fato e valor, quer dizer, no h uma ponte dededutibilidade entre ambos: de um fato no se seguum valor; tampouco de um valor se segue um fato(...) No obstante, na vida real, fato e valor no sedissociam.

Hilton Japiassu. O mito da neutralidade cientfica.

Apesar de todas as evidncias, no temos ainda como afirmar,categoricamente, a sobrevivncia e a eternidade da alma, ou afirmarque o fenmeno medinico , de fato, a comunicao entre o plano

material e o espiritual, e no uma psicopatologia, como afirmam oscientistas materialistas. Para os verdadeiros espiritistas, areencarnao no uma teoria, uma realidade. Alis, o espiritistano deve crer em Espritos. Ele deve ter certeza que eles existem.Mas como (com)provar tudo isso cientificamente?


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Kardec afirma em O Livro dos Mdiuns que o Espiritismo a demonstrao patente da existncia dos Espritos, uma vezque estuda as manifestaes espritas, sejam elas fsicas ointelectuais. Afirma ainda que os adversrios do Espiritismo(os materialistas) cobram dos espiritistas que provem a realidaddas manifestaes, o que seria provado pelos fatos e peloraciocnio. Porm, ser que os fatos so to positivos assim, comacreditava Kardec?

Se a prpria cincia contempornea destruiu a matria,demonstrando que tudo aquilo que chamamos de mundo

exterior no est fora, mas, ao contrrio, dentro de nossasprprias mentes, podemos afirmar, categoricamente, queexistem fatos positivos?

Por exemplo, no momento em que escrevi esse livro, eu vivi uma experincia pessoal acreditando que estava dentro dum escritrio, sentado em uma cadeira e, em frente tela de umcomputador, escrevia esse texto no teclado, enquanto, do lado defora, caia uma forte chuva. Porm, tudo isso s existia dentro daminha mente. Ou seja, a chuva, o escritrio, o computador e omeu prprio corpo fsico s se tornaram perceptveis por causados rgos destinados a criar no crebro (que tambm no existeindependentemente dos rgos de percepo) tais formasmateriais. Ou seja, o que vemos uma miragem e no aRealidade, que uma massa informe de energia csmica.

E nesse momento em que o leitor tem a certeza de estarcom um livro em suas mos, lendo o que ele traz impresso, na verdade est apenas tendo uma experincia pessoal que s existem sua prpria mente. isso que as cincias qunticasdescobriram. Todo o mundo exterior fruto das percepes edas sensaes criadas em nossas mentes. Alis, h milnio

mestres como Lao Ts, Krishna e Buda j ensinavam que asformas materiais, as percepes, as sensaes e as formaementais eram criaes imaginrias da mente humana.

Se no fossem as sensaes e percepes que criam a iluso


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das formas materiais, nada perceberamos do mundo exterior.Sem a sensao fsica e a percepo visual, no existiria este livro.Em suma, este livro uma miragem, ou seja, uma realidadeimaginria. Todos ns enxergamos livro onde, essencialmente,existe apenas energia. Esta, a energia que compe o livro, Real; j o livro no passa de uma miragem.

Mas tal miragem necessria para a vida na Terra. Nossocrebro, que vive em um ambiente escuro, foi programado paracriar imagens a partir dos inmeros fluxos eltricos que chegamat ele.

Assim, se falamos que esse livro ilusrio, como todas asformas materiais, no estamos dizendo que ele seja irreal. Eleexiste como uma realidade imaginria, uma vez que enxergamoslivro onde existe apenas energia csmica.

Nesse sentido, no basta mais dizer que a cincia esprita diferente da cincia materialista, pois ela seria fruto da revelao

dos Espritos. Atualmente, com a cincia destruindo a matria,compreendendo que o mundo material s existe em nossamente, a epistemologia da cincia esprita que, no sculo XIX,seguia os pressupostos cartesianos-newtonianos precisa tambmse renovar. A positividade dos fatos que, para Kardec, era real,hoje no passa de miragem.

Nesse sentido, apesar de resgatar o pensamentocientificista kardequiano, a Espiritologia est mais prxima dascincias contemporneas, como a Fsica Quntica e outras quedesconstroem o paradigma clssico-positivista ainda dominantena poca em que Kardec publicou seus livros.

Por outro lado, os espiritlogos tambm precisam seguiro caminho contrrio ao dos marxistas. Se estes ltimos queriamchegar ctedra para transform-la em plpito de pregaodoutrinria, o que, realmente, conseguiram fazer durante boaparte do sculo XX, o espiritlogo necessita buscar aneutralidade cientfica como valor, no sentido weberiano, parase ater a uma certa objetividade e se distinguir de suas


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derivaes empricas (psiconomias) que so tambm seus objetode estudo, como o caso da Umbanda, do mediunismo doscentros espritas ou da Apometria. Esse o paradoxo que osespiritlogos precisam enfrentar. Se a cincia hoje dependeeminentemente do observador, portanto, ela tambm algosubjetivo, como buscar uma neutralidade?

Como afirma Hilton Japiassu, um dos significativosestudiosos da cincia contempornea, mais fcil conceituar acincia do que defini-la. Mas uma coisa parece consenso: noexiste uma definio objetiva e, muito menos, neutra do que

cincia. Os conhecimentos ditos objetivos e racionalizados estosempre engendrados pela ambincia scio-cultural e histrica. por isso que a razo cientfica mutvel, histrica e variveE mesmo as revelaes espirituais no so imunes ao tempo es injunes do contexto em que foram transmitidas pelaespiritualidade, j que elas acontecem no momento permitidopor Deus, de acordo com a necessidade e capacidade decompreenso do Esprito humanizado.

Em suma, em matria de cincia ou de revelao espiritual,no h objetividade absoluta. A linguagem, os temas, os modelode um conhecimento tcnico ou valorativo so sempre o reflexoda imagem do mundo no qual se originaram. Em outras palavrasela uma interpretao sempre passvel de mudanas, pois sempre marcada pela cultura em que se insere. E Kardec soubedisso, pois sempre afirmou que o Espiritismo, como cincia, ssurgiu no momento em que a civilizao ocidental estava prontapara compreend-lo, apesar de fatos espritas sempre teremexistido, em todas as culturas e civilizaes.

Nesse sentido, a Espiritologia no obra de um nicoindivduo, nem a revelao miraculosa feita pelos Espritos, ma

ela se realiza atravs do trabalho constante de vrios experimentomedinicos, de onde surgem inovaes conceituais e teorias.Caber ao espiritlogo fazer escolhas, correr riscos e adotaratitudes crticas. Mas isto deve ser feito com estudo srio e nocom pr-conceitos.


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Os pressupostos axiolgicos da cincia esprita foramapresentados por Kardec e ainda permanecem vlidos para aEspiritologia. E, se do ponto de vista epistemolgico, o maisadequado, hoje em dia, falar na existncia de prticas cientficas,no faz sentido as pessoas que orientam a poltica cientficano Brasil no aceitar a Espiritologia, pois esta possui critriosque a validam como uma prtica cientfica sobre a intervenodos Espritos na vida material. E tambm capaz de formulartcnicas para a coleta de dados, para no ficar apenas no domnioda pura especulao, como tambm constituir um corpo terico

de contextualizao e construir seus objetos cientficos. Assim, o valor cientfico dos produtos intelectuais daEspiritologia evidente. E, se na ordem do saber contempo-rneo, a atividade cientfica deve ser diversa do senso comum,da percepo imediata, das atividades ideolgicas e isentas deachismos, a Espiritologia, como campo de pesquisa, muitomais cientfica que a Pedagogia e muitas das Cincias Humanashoje existentes.

Talvez o maior problema enfrentado pelo Espiritismo nosculo XX, como j salientamos, foi o de perder seu statusdecincia, sendo confundido e tratado como uma nova religio.Esse fato acabou com sua cientificidade original e tornou maisdifcil o seu uso como um mtodo vlido de pesquisa, aocontrrio do que aconteceu com o marxismo, uma ideologiaaceita naturalmente como mtodo de pesquisa na rea dascincias humanas.

Se, por definio, toda atividade cientfica encontra-se emestado de constante inacabamento, ou seja, a produo cientficaacabada um absurdo epistemolgico, a insistncia emtransformar o Espiritismo de Kardec em religio dificultou o

avano da cincia esprita, o que, modestamente, procuramosrecuperar com o advento da Espiritologia.No mbito cientfico, tudo objeto de discusso. Nem

todo conhecimento perenemente vlido. Todo critrio absoluto


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de verdade um absurdo do ponto de vista cientfico. E por issoque a atividade cientfica baseia-se no campo frtil do pluralismconceitual. Um parmetro universal de objetividade maisadequado para proselitismo religioso e no para se fazer cincia

Porm, quando um rgo de fomento pesquisa ou umaFaculdade impede que uma pesquisa acadmica utilizando o mtodo kardequiano seja realizada, est agindo com m-f e impedindo o avano da cincia. Como justificar pesquisas sobre congelamento de corpos, sobre marxismo, sobre contos de fadas eproibir uma pesquisa sobre reencarnao ou algum fato esprita

Porm, enquanto espritas ficarem afirmando que oespiritismo o nico caminho para favorecer a paz entreos homens, que o consolador prometido pelo Cristo etc.,emitindo apenas juzos de valor, ter sua cidadania acadmicasempre adiada.

Se o pensamento de Kardec for retomado, os fatos

espritas (ou causadas pelos Espritos) podem se tornar,realmente, objetos cientficos. Mas, enquanto o objetivo for fazeproslitos, menos cientfico ser o discurso esprita.

Por isso sempre bom lembrar uma reflexo importanteque aparece no texto de J. Herculano Pires, intituladointroduo o Livro dos Espritos, j comentado em outrapassagem deste livro. Naquele texto, escrito quando a Doutrinaesprita completou 100 anos de existncia, em 1957,encontramos a seguinte afirmao:

No se pode confundir o mtodo doutrinrio cos mtodos de investigao cientfica dos fenmespritas. No trato medinico, a premissa d

existncia do Esprito e da possibilidade dcomunicao j est firmada. O que importa controle da legitimidade da comunicao. N pesquisa cientfica, tudo ainda est para ser descoe provado. As investigaes cientficas podem v


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infinitamente de processos e mtodos de acordo cos investigadores.

Em outras palavras, importante que consigamos distinguiro Espiritismo da Espiritologia. O Espiritismo uma doutrinafilosfica que tem conseqncias religiosas, como toda doutrinaespiritualista; por isso mesmo toca forosamente s basesfundamentais de todas as religies, (...) mas no uma religioconstituda (OP, p. 250). A filosofia esprita est pronta e contidaem O Livro dos Espritos. Uma nova informao pode vir aesclarecer ou a aprofundar um ensinamento ali contido, mas nopode contradiz-lo. Assim, as mensagens psicografadas outransmitidas pelos Espritos atravs de romances, etc. seroclassificadas como espritas ou no, de acordo com o seu contedoe no pelo fato de terem sido recebidas por vias medinicas.

J escrevemos sobre isso, mas importante ressaltar que,

apesar de existirem vrios livros psicografados afirmando quealgum morreu antes da hora por imprudncia, tal informaono um ensinamento contido no Espiritismo, uma vez que,em O Livro dos Espritos, lemos que no importando o perigo,ningum morre antes da hora (questo 853). Assim, no importase o mdium que psicografou o romance seja famoso e faapalestras pelo mundo todo ou tenha artigos assinados em vrias

revistas, esta informao contrria Doutrina esprita, ou seja,ao Espiritismo.Por isso, se realizarmos a distino acima, usando o termo

Espiritologia para o estudo dos fatos espritas e o termoEspiritismo para a filosofia moral apresentada em O Livro dosEspritos, podemos compreender com mais facilidade que:

a) Romance esprita significa romance escrito por Esp-ritos (desencarnados, seres incorpreos) e pode estarde acordo ou no com a Doutrina esprita (Espiritismo),dependendo dos ensinamentos que transmitir, mas objeto de estudo da Espiritologia;


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b) Operao esprita, como a praticada pelo dr. Fritz, operao realizada por Espritos, portanto, fatoesprita que pode e deve ser estudado pela Espiri-tologia, sem que isso interfira na Doutrina esprita, ouseja, no Espiritismo;

c) Como a Doutrina esprita no diz o que centro espritae nem define que trabalhos devem acontecer dentro dele,todo fato esprita que acontea nesse local objeto deestudo da Espiritologia. O mesmo vale para os fatosespritas que acontecem em um terreiro de umbanda,em um grupo apomtrico, em grupos esotricos decanalizao de mensagens, nos tratamentos em espaosholsticos etc;

d) Com a comprovao emprica da participao de

Espritos (mdicos incorpreos) em atividadesbioenergticas como o Reiki, o Johrey, a Cura prnicaetc., o que caracteriza essas prticas como fatosespritas, mesmo que elas no estejam contidas naDoutrina esprita, como o passe tambm no est,so objetos de estudo da Espiritologia.

Em resumo, o Espiritismo a filosofia de cunho moral,sistematizada por Kardec a partir dos ensinamentos transmitidospor Espritos, mas que no podem ser comprovados porexperincias cientficas (por exemplo, como comprovar queescolhemos um gnero de provas antes de encarnar ou que no vamos morrer antes da hora?), pois como afirmou Kardec, o

Espiritismo (a filosofia moral) no da alada da cincia; porma Espiritologia o estudo cientfico de todo e qualquer fatoesprita, ou seja, desde uma mesa girante at aqueles que hojem dia o movimento esprita chama de elementos estranhosao espiritismo, como a Apometria, o REIKI, a Umbanda etc.,


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pois, para a Espiritologia, so objetos de estudo todas as mani-festaes dos Espritos, resgatando, assim, os axiomas karde-quianos que afirmam existir na cincia esprita duas partes: umaexperimental, sobre as manifestaes em geral, outra filosfica,sobre as manifestaes inteligentes.

Foi por isso que, preocupado com sua dimenso cientfica,antes de afirmar que existem Leis que regem o intercmbio entreo mundo visvel e o invisvel, Kardec procurou reunir um nmerosignificativo de evidncias da existncia de tal mundo invisvel.E, hoje em dia, as evidncias so em maior quantidade e, mesmo

que no interessem ao chamado movimento esprita, aEspiritologia se faz necessria para estud-las.Porm, poucos cientistas ainda acreditam que a partir da

experincia possvel deduzir teorias e leis, como fez Kardec etoda a cincia newtoniana-positivista do sculo XIX. As reflexesepistemolgicas contemporneas, sobretudo, a partir da teoriada relatividade de Einstein, afirmam que a cincia umaconstruo. Ou seja, sem a ajuda de um quadro tericoformado por princpios e conceitos escolhidos subjetivamente,no possvel fazer a observao. Em suma, a teoria define,anteriormente, o que pode ser observado.

Este processo ocorreu tambm na obra de Kardec, mesmoque este no tenha percebido. Ele anunciou que um fato novo

necessitava de conceitos novos, mas foram os seus novosconceitos que lhe permitiram enxergar de outro ngulo umfenmeno arcaico e rotineiro em todo o mundo. Foi a sua teoriaque o ajudou a concluir que o intercmbio com o mundo espiri-tual no possui nada de sobrenatural ou maravilhoso, sendoum processo natural e regido por Leis tambm naturais.

Tal constatao, ao contrrio, no desmerece a obra deKardec, mas a humaniza. O que importante para podermostranscender o positivismo impregnado no Espiritismo deKardec, tornando-o ainda mais cientfico, ou seja, compreen-dendo que a cincia processual e necessita da criao de


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categorias e conceitos explicativos, e que estes no so estanquemas histricos, pois um significado pode se esgotar ou se esvaziacom o tempo.

Esta conscincia histrica ajuda a desconstruir oracionalismo ingnuo, do tipo positivista. fcil constatar queKardec foi um Esprito criativo e anticonformista. Porm, se oseu Espiritismo eminentemente lgico, ele carece depsicologia, sociologia e antropologia cultural para serrealmente, cientfico, abrindo-se, sem medo, provisoriedadeterica, to em evidncia na cincia contempornea, como

aparece nessa frase escrita por ele no livro A Gnese: como meiode observao, o Espiritismo procede exatamente da mesma maas cincias positivas, aplicando o mtodo experimental.

A observao direta, fato considerado cientfico no sculo XIX, no to direta assim. Como nos lembra o epistemlogo Japiassu, a expresso este copo dgua s na aparncia umaobservao direta e particularizada. Em sua essncia encontramoimplicados dois conceitos: copo (matria extensa) e gua(elemento lquido). Em suma, toda observao decorre de umconhecimento terico anterior, que o prprio contextopossibilitador da observao.

E qual foi o contexto onde Kardec fez suas observaes?Quais foram os conceitos que ele tomou emprestado para

observar os fatos espritas? Ser que a diviso trina (Espritoperisprito e corpo fsico) proposta por Kardec d conta dainterpretao de novos fatos espritas surgidos no sculo XXTodos esses pontos so temas para o espiritlogo discutir, mas,por enquanto, podemos nos ater s leis descobertas por Kardece que continuam atuais. A primeira que:

Os Espritos no podendo responder seno sobque sabem, segundo seu adiantamento, e, alm d sobre o que lhes permitido dizer, porque h coque no devem revelar, visto que no dado, ain


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ao homem tudo conhecer. (...) Sobre muitas coisasele no pode dar seno sua opinio pessoal, que pod ser justa ou falsa. (...) Haveria, pois, imprudncia eleviandade em aceitar sem controle tudo o que vedos Espritos(O.E., p. 122).

Tal constatao demonstra toda dificuldade que se impena comunicao medinica. No possvel confiar, cegamente,no que os Espritos falam. O prprio Kardec afirma que no possvel comprovar a identidade dos Espritos da codificao.No h como provar se foram realmente Scrates, Fenlon,Napoleo etc. os Espritos que usaram tais nomes famosos emsuas comunicaes. Kardec no se cansou de dizer que osEspritos inferiores gostam de tomar nomes conhecidos ereverenciados. Assim, mais importante que a forma, ocontedo da mensagem (L.E., p. 30).

Outra lei importante, anunciada por Kardec, foi a seguinte:

As comunicaes com os Espritos devem sempre feitas com calma e recolhimento; no se deve jama perder de vista que os Espritos so as almas dohomens e que seria inconveniente deles fazer um joe um objeto de divertimento. (...) Um outro pontoigualmente essencial a considerar que os Esprit so livres; eles se comunicam quando querem, coquem lhes convm e tambm quando podem, porqutm suas ocupaes. Eles no esto s ordens e acapricho de quem quer que seja, e no dado aningum faz-los vir contra a sua vontade. (...) doque procede, resulta que toda a reunio esprita, par ser proveitosa, deve, como primeira condio, ser se reservada, que tudo deve a se passar respeito samente, religiosamente, e com dignidade, se se quobter o concurso habitual dos bons Espritos. (...


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Os bons Espritos vm nos instruir para nossmelhoria e nosso progresso, e no para nos reveque no devemos ainda saber, ou aquilo que ndevemos aprender seno pelo nosso trabalho.bastasse interrogar os Espritos para obter a solude todas as dificuldades cientficas, ou para fadescobertas ou invenes lucrativas, todo igno poderia tornar-se sbio gratuitamente, e to preguioso poderia se enriquecer sem trabalhar. fora do que pode ajudar ao progresso moral, no

seno incerteza nas revelaes que se podem dos Espritos. (O.E., p. 124)

Se os Espritos revelam novas informaes apenas no tempocerto, quando o ser humano, em tese, encontra-se preparado paracompreender tais revelaes, significa que, com o passar do temponovas revelaes podero ser feitas, complementando semcontradizer aquelas que hoje compem a Doutrina esprita. Quemconhece um pouco da histria do mediunismo no Brasil sabe dapolmica gerada pela obra Nosso Lar, do Esprito Andr Luizpsicografada por Chico Xavier. Durante muito tempo gerouceleuma por apresentar a erraticidade dos Espritos de umaforma nada errante, atravs de colnias planejadas e gerenciadaonde se estuda, trabalha, h alimentao, transporte, hospitais etc At hoje se encontra nainternetartigos afirmando que tudo nopassou de animismo de Chico Xavier, pois nada disso seencontra nas obras bsicas da codificao. Apesar de no estpresente nas obras bsicas, a existncia de colnias no negaEspiritismo, mas complementa aqueles ensinamentos codificadospor Kardec, demonstrando que os Espritos de mediana evoluoe que ainda necessitam reencarnar, vivem em colnias, ou sejaem mundos astrais materializados onde se reproduz a vida daTerra. Em suma, os Espritos mais puros, mas libertos do Ego,no necessitam de tais construes mentais e astrais e no vivemem um lugar circunscrito do espao.


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Porm, em suma, se no podemos acreditar cegamenteem tudo o que os Espritos dizem, tambm no devemos serto paranicos e negar tudo que foi transmitido por viasmedinicas no sculo XX e XXI. por isso que no podemosperder de vista, como afirmou Kardec:

O Espiritismo est fundado sobre a existncia do Espritos, mas os Espritos, no sendo outros que aalmas dos homens, desde que h homens, h Espritos; o Espiritismo no o descobriu, nem oinventou. Se as almas ou Espritos podem semanifestar aos vivos, por que isso est na natureze desde ento deveram faz-lo de todos os tempo(O.E., p. 187)

Em suma, toda manifestao de Espritos, seja qual for o

meio escolhido, um fato esprita2

, independente deconcordarmos com o seu contedo ou no. O mximo quepodemos fazer interpretar tal contedo.

E a Espiritologia importante tambm para se estudarfenmenos como a Experincia de Quase Morte (EQM).Muitas pessoas que retornam de tais experincias vivenciamuma verdadeira metania, transformando-se completamente edando muito mais valor vida e aos relacionamentos solidrios.O relato dos que voltam de uma EQM muito similar ao dos

2 Recentemente um Esprito comeou a fazer palestras pblicas pela Internet. Utilizando a postura de preto-velho e identificando-se como Pai Joaquim de Aruanda, ele, atravs da mediunidade inconsciente de Firmino Jos Leite, aborda os ensinamentos de vrios mestresespiritualistas. Os participantes podem fazer perguntas sobre os temas das palestras, em umsignificativo intercmbio medinico ps-moderno. Porm, para muitos espritas, conversarcom os Espritos pela Internet um elemento estranho ao Espiritismo. Infelizmente, opreconceito que existe no meio esprita brasileiro impede que se compreenda a importncia desse fato esprita contemporneo, no qual um desencarnado conversa em tempo real compessoas do mundo todo. Mesmo que algum no concorde com o contedo dos ensinamentosabordados pelo Esprito, afirmar que no se trata de um fato esprita muita ingenuidade.


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que realizam projees astrais e que, aps o retorno ao mundofsico, transformam-se interiormente, mudando as atitudesdiante da vida, passando a tomar mais cuidado com seuspensamentos e sentimentos.

Devemos nos lembrar que o Espiritismo, como afirmouKardec:

No descobriu nem inventou os Espritos, nedescobriu o mundo espiritual, no qual se acredem todos os tempos; somente ele o prova por materiais e o mostra sob sua verdadeira lulivrando-o dos preconceitos e das idias supticiosas que engendram a dvida e a incredulida(O.E., p. 149)

Assim, quem somos ns para julgar quais so as formas,tcnicas ou a aparncia perispiritual que os Espritos podemutilizar em suas manifestaes? Por exemplo, muitas casasespritas no permitem a manifestao de entidades indgenanuas ou vestidas, de orientais com turbantes na cabea etc. Estefato no pode ser considerado um axioma da cincia esprita Ao contrrio, o verdadeiro espiritlogo deve estudar tais manifestaes singulares, pois sabe que o mundo espiritual no formado apenas por Espritos que vivenciaram Egos de filsofospadres e mdicos.

E, no que se refere a alguns fatos espritas polmicos, ouque tendem ao fantasioso, Kardec mais uma vez mostra seubom-senso e coerncia:

No nos apressemos, entretanto, em rejeitar a prioritudo o que no compreendemos, porque estamos de conhecer todas essas leis, e que a Natureza nos disse ainda todos os seus segredos. O mu


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invisvel um campo de observao ainda novo, dqual seria presuno pretender haver sondado todaas profundezas, ento que novas maravilhas serevelam sem cessar aos nossos olhos.(OP, p. 76)

Com base nessa afirmativa, s podemos concluir queKardec se maravilharia com os fenmenos espritas que surgiramno sculo XX, como a Transcomunicao Instrumental, a Apometria etc. Com certeza, ele no mediria esforos paraestudar tais fatos espritas.

E a bacia semntica? Ela deve ser confinada ao sculo XIX para ser doutrinria? claro que no. Kardec no afirma quepara os Espritos superiores a idia tudo, e a forma nada? Eque dentro de uma mesma cincia pode haver vrios sistemas?(OP, p. 33 e 34). A lngua se atualiza, assim como os conceitos eos sistemas.

Em suma, o espiritlogo no pode jamais chamar aquiloque no conhece de no-doutrinrio, pois, para seguir osprincpios kardequianos, deve ver em todas as manifestaesmedinicas novas luzes que devem ser compreendidas sem pr-conceitos. Possivelmente, Kardec ao afirmar que h pessoas queencontram perigo por toda a parte e em tudo que no conhecem, estavaprofetizando o que aconteceria no sculo XX no chamadomovimento esprita brasileiro, avesso sua profunda obracientfica e filosfica.

Em resumo, o objetivo da Espiritologia estudar a vidaativa aps a morte e os fatos espritas, ou seja, as manifestaesdos Espritos no mundo material. A Espiritologia estuda os fatosespritas da forma como eles so e no o que gostaramos queeles fossem, deturpando os fatos em favor de certos interessesdoutrinrios.

Como cincia, a Espiritologia produz teoria cientfica eno uma nova doutrina. Como dizia Popper, as doutrinas, comoos dogmas, vivem da referncia ao pensamento sacralizado dos


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fundadores; partem da certeza de que a tese est definitivamenteprovada. Elas so inatacveis pela experincia. Como jsalientamos, no temos como provar cientificamente queescolhemos um gnero de provas antes de encarnar e que vamosdesencarnar no momento determinado, mas essas informaesso fundamentais para quem diz seguir a Doutrina esprita.Quem no crer nesses ensinamentos no pode ser chamado deespiritista.

Ao contrrio, uma teoria cientfica biodegradvel eprogride, no plano emprico, por acrescentamento de verdades

e, no terico, por eliminao de erros. Ou como disse Whitehead, a cincia mais mutvel que a teologia. A cinc um campo aberto onde se combatem teorias e princpios deexplicao. E o cientista sabe que um ignorante que sereconhece como ignorante e, por isso mesmo, sabe que no prprio da cientificidade refletir o real, mas traduzi-lo em teoriasmutveis e refutveis. o que buscamos fazer quandoentrevistamos os Espritos para criar um saber sobre o REIKIsobre a Terapia Vibracional Integrativa (TVI) e sobre os demaitemas abordados nesse livro. No queremos criar uma novaDoutrina esprita, mas compreender e estudar a opinio dosEspritos sobre tais recursos teraputicos, ajudando a criar umateoria cientfica sobre tais fenmenos scio-espirituais.


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SEGUNDA PARTECaptulo III

O REIKI explicado pelos Espritos

Estudai, comparai, aprofundai; dizemo-vos semcessar que o conhecimento da verdade tem seu pre E como quereis chegar verdade, quando interpretatudo por vossas idias estreitas, que tomais por grandidias? Mas no est longe o dia em que oensinamento dos Espritos ser por toda parteuniforme, tanto nos detalhes quanto nas coisas principais. Sua misso a de destruir o erro, masisso no pode vir seno sucessivamente.

O Livro dos Mdiuns. Cap. XVII

Este captulo foi organizado a partir das respostas obtidascom a espiritualidade que atua na ONG Crculo de SoFrancisco, entre os anos de 2002 e 2005. At onde sabemos,


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atuam na casa as seguintes correntes espirituais: os indgenasos pretos-velhos, as crianas, as entidades mdicas (muitas somentoras da chamada Associao Mdico-Esprita), e trs linhade Espritos orientais (uma do extremo Oriente, uma da ndia eoutra representando, simbolicamente, os antigos povos Persas3 ).

Fomos orientados a organizar as informaes abaixo naforma de perguntas e respostas, o que facilita a compreenso doleitor. o mtodo adotado nos livros de Ramats e de muitosoutros autores espirituais, alm do prprio O Livro dos Espritos,escrito por Kardec.

A ordem estabelecida para a apresentao das questesno representa, necessariamente, a ordem em que as perguntasforam feitas espiritualidade.

Devemos lembrar que tais respostas, obtidas na ONGCrculo de So Francisco, foram tambm confirmadas pelaespiritualidade que atua em outras casas espiritualistas, em vria

partes do territrio brasileiro.

Pergunta 01 O que o REIKI?Resposta mais um nome para o que podemos chamar,

genericamente, de fluidoterapia. O REIKI, o passe esprita, acura prnica, a cromoterapia mental (cromosofia) so formas

diferentes de manipular a mesma energia. Apesar dasmistificaes e da mercantilizao que envolvem sua difuso, um trabalho energtico e espiritual importante e, por issomesmo, acompanhado de perto pela espiritualidade.

3 Segundo alguns videntes, estes espritos utilizam a seguinte forma perispiritual: so negroaltos e usam um pequeno chapu de forma ovalar e um manto colorido que desce dos ombroat os ps. Segundo uma entidade indgena, so espritos que no encarnam mais na Terratrazem os remdios e os instrumentos que necessitam diretamente do mundo espiritual,sem precisar manipular as formas etricas dos elementos daqui.


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Pergunta 02 Como se processa o envio de energiaatravs do REIKI? Quais as diferenas em relao s outrastcnicas apontadas acima?

Resposta Atravs de um comando mental e do desenhode um smbolo grfico, a bioenergia do terapeuta encaminhadapara o organismo energtico de um enfermo, apesar de muitosacreditarem que esto canalizando a energia csmica, sendoapenas um canal. Esse um dos principais erros deinterpretao no ensino do REIKI. Sem a bioenergia doencarnado no possvel realizar o tratamento dos pacientes

que possuem merecimento para a cura de suas enfermidadesatravs dessa doao energtica.Na cura prnica, por exemplo, no se usa smbolos. Mas

o terapeuta mentaliza a energia sendo produzida em um de seuschakras, de acordo com a variao eletromagntica que pretendaenviar. Por sua vez, na Cromoterapia Mental, o praticante devese concentrar e mentalizar a cor da energia que ele pretendeenviar ao enfermo. Porm, no importa a tcnica adotada, oimportante se manter concentrado e com o pensamentoelevado durante o processo de doao de energia, pois a cura, sefor permitida, ser realizada por Deus.

Pergunta 03 At hoje, de todas essas tcnicasbionergticas, a nica que afirma que o terapeuta pode fumar,beber, enviar energia vendo TV etc., o REIKI, afirmando seusdivulgadores que a energia do terapeuta no interfere noprocesso, isso verdade?

Resposta Como dissemos, o erro est em divulgar queo reikiano apenas um canal. Em outras palavras, em afirmarque no a energia do terapeuta disponibilizada no tratamento.Da a iluso de que se pode fumar, abusar do lcool etc., semcomprometer a sade daquele que procura auxlio. Na verdade,cada um recebe aquilo que merece. Deus quem encaminha ospacientes certos para os atendentes certos. Aquele que merece


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ser curado ser levado para aquele atendente que possui a energinecessria para aquela cura; aquele que precisa, como prova, seintoxicado com energia deletria ser levado ao atendente queser o instrumento daquela intoxicao.

Pergunta 04 Os adeptos do REIKI afirmam que essatcnica a nica que no provoca cansao no terapeuta, mas jconstatamos vrios reikianos e mestres de REIKI esgotados apa sesso ou iniciao de outros reikianos. Por que acontece isso

Resposta Um outro erro que existe na difuso do REIKI afirmar que o terapeuta no precisa se concentrar. Por isso,muitos enquanto aplicam o REIKI conversam sobre o jogo defutebol que aconteceu no final de semana, sobre o gal da noveletc. Quem no se concentra, no doa energia. E, obviamente,no se cansa.

Uma pessoa concentrada por vinte minutos emite uma

quantidade similar e uma qualidade fludica superior a de umapessoa que fica por duas horas enviando energia sem seconcentrar no que est fazendo, assistindo a TV ou jogandoconversa fora com o paciente.

Pergunta 05 Ento basta se concentrar para doar uma

energia de melhor qualidade?Resposta Em termos. Alm da concentrao, necessrio buscar se aprimorar mental e moralmente, sobretudoatravs de sua prpria reforma ntima. Ou seja, aumentandoseu padro vibratrio atravs da mudana de atitudes, amandoincondicionalmente, abandonando pensamentos e sentimentosnegativos.

Quanto mais pureza de inteno, melhor a qualidade vibratria da energia doada ao enfermo. Voltamos a ressaltaque a energia utilizada no atendimento com o REIKI no aenergia csmica, mas uma energia derivada dela: a energia vita


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ou energia zo que s existe no encarnado. Portanto, paraque seja uma energia de qualidade preciso tomar certoscuidados: mudar nossos padres de pensamento, atitudes esentimentos; vencer os vcios e, gradativamente, adotar umaalimentao saudvel, alm de abandonar prticas sexuaispromscuas.

Pergunta 06 correto ver no REIKI uma profisso?Resposta O REIKI pode ser considerado um caminho

seguro ou uma etapa inicial para todos que desejam se aprimorarespiritualmente, nosso verdadeiro objetivo aqui na Terra,utilizando-o para ajudar o prximo desinteressadamente. Nopodemos dizer que seja errado encar-lo como profisso, mas,aqueles que assim agem, perdem a oportunidade de saldar seuscompromissos do passado, recebendo hoje o que receberiamno mundo espiritual.

Pergunta 07 Qual a origem dos smbolos do REIKI?Resposta O REIKI, como tantas outras prticas

orientais, utiliza smbolos como catalisadores. Eles servem parafacilitar e orientar a emisso de pensamento e, portanto, deenergia. Os smbolos so como os objetos ritualsticos ou os

pontos riscados4

utilizados em outras prticas espiritualistas.Porm, para que um tratamento com REIKI seja eficiente esem contra-indicaes, exige-se do praticante 10 % deconhecimento (smbolos e posies) e 90% de Amor e Vontadede servir. No h problema em usar smbolos, mas o importante colocar em prtica os ensinamentos morais que acompanhamcada um dos smbolos do REIKI.

4 Roger Feraudy, em seu estudo profundo sobre a Umbanda (Umbanda, essa desconhecida...),afirma que os pontos riscados devem ser acompanhados pela vontade e pelo comando mentalque orienta a energia (a quem dirigida, sua qualidade e intensidade). Sem estas chaves(vontade, sabedoria e ao) estas figuras geomtricas no produziro resultado algum. Omesmo acontece com os smbolos do REIKI, segundo os ensinamentos da espiritualidade.


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Na Antigidade oriental, os livros eram escritos em folhasde palma. Os antigos yogues e outros mestres orientaisutilizavam, ento, um recurso mnemotcnico para transmitiros seus ensinamentos. Da o surgimento dos smbolos ou yantras,em snscrito. Estes, juntamente com alguns rituais, ajudavam afomentar a devoo e a infundir a sabedoria espiritual nosdiscpulos. Estes desenhos eram simples instrumentos para osdiscpulos recordar e recapitular toda a sabedoria espiritualapreendida. Em suma, eles funcionavam como notas de aula.

Assim, cada um dos smbolos do REIKI est relacionado

a um aprendizado espiritual que se sustenta sobre um trip: Amor, Pensamento e Ao. Cada um dos smbolos nos apresentaum ensinamento moral que, ao ser praticado, expande orespectivo chakra ao qual est associado.

Pergunta 08 Ento o smbolo faz parte de um ritual

desnecessrio?Resposta Qualquer ritual, independente dos objetosutilizados ou formas, sempre acompanhado pela ao mentalseja atravs de preces ou de mentalizaes do praticante, pois ela que aglutinar o prna, a energia necessria para que se alcanceo objetivo desejado. No estamos criticando o uso do smbolo,apenas esclarecendo que o poder mental e no o desenho quemanipular a energia do praticante. Mas preciso ter em menteque no preciso saber os smbolos ou ser sintonizado porum mestre para voc enviar bons fluidos, basta ser uma pessoade puros pensamentos e desejar beneficiar, desinteressadamenteo prximo. A vontade o que produz a emisso de fluidos eno os smbolos. Estes favorecem a imaginao do terapeutamagnetizador, aumentando sua crena e capacidade deconcentrao. No podemos nos esquecer que o dnamo ou omanipulador de toda energia curativa a nossa mente.


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Pergunta 09 E como a mente ou o pensamento faz aenergia se movimentar?

Resposta Como salientamos, o veculo necessrio para

a manipulao energtica o pensamento. Para falar sobre esteassun

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O reiki, a TVI e outros tratamentos complementares