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Departamento de Teologia 1 O Reino de Israel independente: de Jeroboão I a Zambri Aluno: Willian Gomes Mendonça Orientadora: Maria de Lourdes Corrêa Lima Introdução A dissolução do reino unido de Davi e Salomão nos últimos anos do século X a.C. oferece bases importantes para a compreensão e formação dos futuros estados divididos no território de Israel. A realidade constitutiva de um único reino unido começa desfigurar-se, e a possível identidade que regia o único estado de Israel está ameaçada. A Sagrada Escritura oferece ao leitor uma leitura teológica dos acontecimentos em torno da divisão dos reinos que em muito difere dos dados arqueológicos. Todavia, as descobertas arqueológicas promovem uma aproximação maior dos dados bíblicos e uma leitura mais ampla das intenções teológicas impressas pelos escritores deuteronomistas na composição do Livro dos Reis. Assim, o presente texto busca conduzir o leitor pelas vias da Sagrada Escritura na companhia da arqueologia tradicional e recente a cerca da constituição do Reino de Judá e do Reino de Israel em duas monarquias distintas. 1 Causas imediatas e remotas da separação dos dois reinos que constituíram o antigo Israel Após a morte de Salomão é importante considerar que existiram fatores que não foram favoráveis aos seus sucessores. E por isso, qualquer tipo de comparação de Salomão com aqueles que o sucederam seria simplificar demais e desconsiderar o contexto histórico que acompanha cada personagem [1]. Salomão tem como sucessor seu filho, Roboão (926-910). Para que a entronização se consolidasse em todo o território israelita, Roboão precisava não somente ser aclamado rei em Judá e Jerusalém, mas também no Norte [2]. Roboão foi obrigado a dirigir-se para o antigo centro cultual em Siquém e se submeter a negociações com Israel para efetivação de seu poder como rei [3]. Aqui já se torna compreensível que havia uma tensão considerável entre as tribos do Norte e as tribos do Sul. E que a unidade do reino de Israel não passava de uma realidade pronta a se romper a qualquer momento [4]. A política de Salomão foi, por demais,

O Reino de Israel independente: de Jeroboão I a Zambri · divisão do reino. A separação do território em Reino do Norte e em Reino do sul não passava de uma não renovação

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1

O Reino de Israel independente: de Jeroboão I a Zambri

Aluno: Willian Gomes Mendonça

Orientadora: Maria de Lourdes Corrêa Lima

Introdução

A dissolução do reino unido de Davi e Salomão nos últimos anos do século X a.C.

oferece bases importantes para a compreensão e formação dos futuros estados divididos no

território de Israel. A realidade constitutiva de um único reino unido começa desfigurar-se, e a

possível identidade que regia o único estado de Israel está ameaçada.

A Sagrada Escritura oferece ao leitor uma leitura teológica dos acontecimentos em

torno da divisão dos reinos que em muito difere dos dados arqueológicos. Todavia, as

descobertas arqueológicas promovem uma aproximação maior dos dados bíblicos e uma

leitura mais ampla das intenções teológicas impressas pelos escritores deuteronomistas na

composição do Livro dos Reis.

Assim, o presente texto busca conduzir o leitor pelas vias da Sagrada Escritura na

companhia da arqueologia tradicional e recente a cerca da constituição do Reino de Judá e do

Reino de Israel em duas monarquias distintas.

1 – Causas imediatas e remotas da separação dos dois reinos que constituíram o antigo

Israel

Após a morte de Salomão é importante considerar que existiram fatores que não foram

favoráveis aos seus sucessores. E por isso, qualquer tipo de comparação de Salomão com

aqueles que o sucederam seria simplificar demais e desconsiderar o contexto histórico que

acompanha cada personagem [1].

Salomão tem como sucessor seu filho, Roboão (926-910). Para que a entronização se

consolidasse em todo o território israelita, Roboão precisava não somente ser aclamado rei em

Judá e Jerusalém, mas também no Norte [2]. Roboão foi obrigado a dirigir-se para o antigo

centro cultual em Siquém e se submeter a negociações com Israel para efetivação de seu

poder como rei [3]. Aqui já se torna compreensível que havia uma tensão considerável entre

as tribos do Norte e as tribos do Sul. E que a unidade do reino de Israel não passava de uma

realidade pronta a se romper a qualquer momento [4]. A política de Salomão foi, por demais,

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opressiva no norte de Israel e somente sua mão poderosa foi capaz de conter o sentimento de

revolta das tribos do norte [5]. No entanto, é sabido que Jeroboão, alto funcionário da corte de

Salomão, voltou-se contra o rei em defesa de seu povo que sofria com os trabalhos forçados e

os altos impostos (1Rs 11,26). Jeroboão teve que fugir para o Egito para não ser morto por

Salomão. Com isso, é possível supor que entre as tribos do norte e as tribos do centro tenha

crescido um clima de hostilidade que desembocará na segunda revolta, quando Jeroboão será

nomeado rei em Siquém [6].

De tal forma, Roboão se apresenta aos conselheiros das tribos do norte para seu

estabelecimento como Rei. Todavia, os representantes das tribos do norte em Siquém pedem

em assembleia a Roboão um alívio nos tributos, isto é, na corveia que pesava sobre eles desde

seu pai Salomão. Roboão, seguindo a orientação dos jovens e desconsiderando a reflexão dos

anciãos, não sede ao pedido das tribos do norte. Em resposta a rejeição de Roboão, os

representantes de Israel expressaram: “Que parte temos com Davi? Não temos herança com o

filho de Jessé. Às tuas tendas ó Israel! E agora, cuida da tua casa, Davi!” (1Rs 12,16) [7].

A resposta dos representantes das tribos do Norte expressa mais que um rompimento e

divisão do reino. A separação do território em Reino do Norte e em Reino do sul não passava

de uma não renovação da união pessoal que havia entre Judá e Israel no tempo de Davi e

Salomão. Poderia chamar divisão uma realidade unificada. Mas a unificação não serve para

designar a relação entre Judá e as tribos do norte [8]. Já existia entre Israel e Judá uma relação

conflituosa e o desejo de independência das tribos do norte que fora reprimida mas não extinta

[9]. Os levantamentos arqueológicos na década de 1980 exprimem dados que contribuem para

a compreensão da distinção dos estados de Judá e Israel. Foram descobertos assentamentos ao

norte e ao sul na antiga Idade do Bronze (c. 3500-2200 a.C) e na antiga Idade de Bronze

média (c.2000-1550 a.C.) nas regiões referentes ao local posteriormente ocupados por Judá e

Israel. Os assentamentos ao sul e ao norte se apresentam como duas comunidades bem

distintas, de modo que as divisões no mapa da Antiga Idade de Bronze ao sul e ao norte

correspondem aos respectivos estados de Israel e Judá. Essas regiões ao Sul e ao Norte

estavam unidas por um único núcleo central que governava cada qual de modo particular. Pois

tanto o norte como o sul se situavam em regiões ambientais bem diferentes [10]. Nesta

perspectiva, é possível que a Tribo de Benjamim tenha firmado sua união com Jerusalém e

Judá. Em contrapartida, Efraim se uniu a tribo de Manassés e formou Israel [11].

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Todavia, a Sagrada Escritura vai expressar que a ruptura se deu segundo a vontade de

YHWH que designou o profeta Aías de Silo para proclamar Jeroboão (787-747) rei de Israel e

o profeta Semeías para deter a ação de Roboão sobre a rebelião [12]. Diferentemente de Davi,

a promessa de fidelidade de YHWH feita a Jeroboão tem uma condição: fazer tudo o que é

justo e digno de honra aos olhos de Deus [13]. Todavia, os profetas citados acima exprimem o

desejo de voltar a uma tradição de liderança mais antiga na qual a interferência da monarquia

não fosse tão profunda nas prerrogativas tribais e nem mesmo fosse promovido o culto de

deuses estrangeiros, como fez Salomão. Dizer que para aqueles que consideravam esta

tradição como liderança carismática, isto vai conduzir o Reino do Norte a não reconhecer a

dinastia davídica como direito concedido. Neste sentido, compreende-se que a entronização

de Jeroboão se deu do mesmo modo que a de Saul: designação profética e aclamação popular

[14]. A proclamação de Jeroboão como rei de Israel está para além de uma atitude

emergencial. O Reino do Norte tem a esperança de um rei que seja mais solícito aos interesses

tribais como foi o rei Saul. Nesse sentido, Jeroboão pode ser comparado com Moisés. Do

mesmo modo que Moisés, Jeroboão procede de um ambiente palaciano e se solidariza com

aqueles que estão sofrendo com a escravidão por causa da opressão do Faraó. Revoltado com

a injustiça que seus irmãos estavam passando, Moisés mata o egípcio e é ameaçado de morte.

Jeroboão teve que fugir porque Salomão queria matá-lo. Tanto um como outro têm seus

projetos fracassados e têm que fugir para não serem mortos. Deste modo, compreende-se que

esta comparação de Jeroboão com Moisés leva à constatação que a opressão sofrida pelas

tribos do norte por Salomão e depois por seu filho Roboão são comparadas a opressão do

Faraó para com o povo eleito. Toda esta constatação dá a possibilidade de afirmar que

Jeroboão e as tribos do Norte se inspiraram na ação do Deus libertador de seu povo no Egito,

de tal modo que, encontram no Êxodo motivo para lutar contra o sucessor de Davi e

constroem bezerros de ouro em ação de graças a YHWH por lhes restituírem a liberdade [15].

Segundo Antonius Gunneweg, a realeza carismática não está ligada somente à

instabilidade sucessiva em torno do trono, mas a uma tradição constitutiva do povo do Reino

do Norte no qual o líder é aquele preocupado em beneficiar e cuidar de seu povo. A partir

deste dado tradicional do povo de Israel, voltar-se contra o descendente de Davi era ser fiel as

suas origens [16].

Contudo, é notável que todos os reis do Reino do Norte tiveram sucessor no trono.

Esta constatação dificulta atribuir a Israel a característica de realeza carismática. Pois a

realeza carismática pelo qual a Sagrada Escritura caracteriza o Reino do Norte parece

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sobrepor uma realidade mais obscura: a disputas tribais e étnicas que deram origem aos

constantes assassinatos em torno do trono em Israel [17]. As tribos no Norte eram bem mais

numerosas que no Reino do Sul e ocupavam um imenso território que pode ter favorecido os

conflitos internos [18].

Portanto, Israel e Judá tinham muito em comum, tais como a língua, o culto a YHWH

e a mesma escrita, a partir do século VIII a.C., mas desde sempre a formação de Israel e de

Judá se apresentou de maneira diferente em consequência das características próprias de cada

região, dos acontecimentos históricos e o desenvolvimento econômico que lançará para o

futuro a possibilidade da formação de um estado independente nas regiões montanhosas ao

norte. Outro fator importante que corroborou a independência do Norte foi a invasão do faraó

Sesac do Egito por volta do século X a.C. no território israelita. Esta campanha do Egito não

foi muito além de Jerusalém e sua ação sobre as tribos do norte não foi tão impactante. Tudo

isso abriu caminho para que os assentamentos israelitas ao Norte, já em crescimento

demográfico e econômico, pudessem se expandir e formarem um reino independente [19].

Israel tinha certa supremacia em relação a Jerusalém no que tange a prodigalidade e

atributos próprios que faziam do Reino do Norte um país independente. Mas o que a Escritura

coloca como união entre o Norte e o Sul na realidade corresponde a uma reflexão teológica,

que coloca na época de Salomão a formação de um culto a YHWH que apresentaria o rei do

Sul como representante de Deus. Esta reflexão teológica levou em consideração todos os

deuses que eram cultuados em diversas partes do reino de Israel e atribuiu todo este culto a

um único Deus: YHWH [20].

Neste contexto, a insatisfação das tribos do Norte já se fizera presente durante o

governo de Salomão quanto à grande carga de tributos que pesavam sobre eles e a imposição

da corveia (trabalhos forçados para as construções de Salomão). As tribos do Norte

compreendiam que o único mandatário de YHWH, o rei, deveria lutar em prol de seu povo e

ser para estes segurança e força, como é descrito em 1Rs 12,7 [21]. Mas, pelo contrário,

Salomão promoveu grandes construções e um desenvolvimento econômico que colocou Israel

numa base diferente entre as duas partes do reino. O sistema tribal encontrava-se ameaçado e

o comprometimento social não era mais para com observância da aliança, mas para com o

Estado. Toda esta mudança e crescimento motivou o influxo de novos povos e, por isso, fez

nascer em Israel a disparidade crescente entre ricos e pobres, dominadores e dominados. Pois

havia a admissão dos ideais comuns ao antigo oriente próximo acerca da pessoa do rei como

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mediador entre Deus e o povo e como garantia da ordem social, sobretudo diante dos mais

desprotegidos (pobre, órfão, viúva). Para muitos, de modo especial as tribos do norte, o estado

era uma realidade intolerável [22].

2 - O início da monarquia no Reino do Norte

2.1 O reinado de Jeroboão I: extensão do território e o cenário político externo

Com a separação de Judá, o Reino do Norte tem como rei Jeroboão I. Este, por sua

vez, tem diante de si um desafio importante diante do grande e rico reino de Israel: criar um

estado independente. Inicialmente, era importante criar um novo centro político e cultual que

tinha se perdido com a não renovação da união pessoal entre Judá e Israel. Jerusalém, situada

no Reino do Sul, era o grande centro político e cultual que unia Israel e Judá. Todavia,

Jeroboão I percebe que para consolidar o novo estado era preciso criar uma estrutura política e

cultual própria [23]. O culto oficial era algo fundamental no mundo antigo [24]. Não que o

Reino do Norte não possuísse uma estrutura cultual e política própria. Mas não na mesma

dimensão que Jerusalém. Para Jeroboão I é muito claro o perigo que Jerusalém poderia trazer

para a autonomia do Reino do Norte. Com a peregrinação dos israelitas para Jerusalém

poderia acorrer o perigo de serem influenciados pela política pró-davídica e acabar afetando

substancialmente a formação do novo Reino do Norte [25]. Manter a peregrinação era

enfraquecer a lealdade do povo de Israel para com Jeroboão e fortalecer através da celebração

do culto a YHWH a sua aliança com Davi. Esta celebração expressava claramente que todos

os governos além de Davi eram ilegítimos [26]. Para romper com este perigo iminente,

Jeroboão I erigiu dois santuários, conforme o modelo davídico de Jerusalém, em Betel e Dã.

Estes dois lugares foram estratégica e inteligentemente escolhidos por Jeroboão. Betel ficava

a caminho de Jerusalém e poderia ser uma maneira de interceptar os peregrinos que iriam para

lá celebrar seu culto. Dã ficava no extremo Norte de Israel. Porém, nenhum dos dois

santuários possuía, como o santuário de Jerusalém, uma arca de YHWH. Jeroboão mandou

colocar nos dois santuários a imagem de um touro dourado [27].

Todavia, esta prática de Jeroboão para consolidar o Reino do Norte é fortemente

criticada pelos deuteronomistas em 1Rs 12, 26 -33. Este ato, segundo o primeiro Livro dos

Reis, levou Israel ao pecado e marcou profundamente sua história condenada ao fim. Mas a

visão de Jeroboão era puramente política, cujo objetivo não era afastar o povo de YHWH,

mas evitar através da presença de um bezerro de ouro que os israelitas se dirigissem para

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Jerusalém. O bezerro de ouro não era uma substituição de YHWH, mas uma retomada de

tradições mais antigas do Reino do Norte [28]. Neste contexto, Jeroboão não criou nada de

novo, mas resgatou o culto antigo de Israel fruto da junção de El com YHWH. O touro

representa a força de YHWH e, como tal, é o culto que está em conformidade com as velhas

tradições javistas quando comparado com as inovações de Jerusalém. Isto é o mesmo que

dizer que em Betel o povo de Israel adorava a YHWH como libertador do povo da escravidão

do Egito: experiência genuína do povo de Israel quando se refere a YHWH. Em Betel o

símbolo do touro era algo popular e próximo do povo diferentemente de Jerusalém onde a

arca ficava inacessível ao povo e somente os sacerdotes poderiam ter contato [29]. Assim,

como a arca representava a presença de YHWH perto de seu povo em Judá, o bezerro de ouro

representava a presença de YHWH em Israel. Porém, além de ser presença de YHWH, o

bezerro de ouro poderia ser o símbolo de um dos deuses cananeus da tempestade, que pouco

se distinguia de YHWH [30]. E, por isso, o culto do bezerro de ouro tenha sido rejeitado pelos

javistas de Judá. Estes, por sua vez, tinham medo que a aceitação do culto ao bezerro de ouro

do Reino do Norte incutisse no javismo tradições pagãs que gerassem confusão de YHWH

com Baal e pelo símbolo do bezerro de ouro estar associado ao culto de fertilidade [31].

É notável que o Reino do Norte não tivesse uma residência fixa, durante muito tempo,

para o monarca, mas um reinado ambulante, de modo que, Jeroboão I transitava entre Siquém

nas Montanhas da Samaria e Penuel na Transjordânia. E também utilizou, segundo 1Rs 14,17,

Tirza como capital. Nos anos iniciais de seu reinado, Jeroboão exercia seu governo em torno

destas três residências [32]. Todavia, esta demora em escolher uma residência fixa demonstra

uma insuficiente consolidação que se deu no Reino do Norte. Siquém estava localizada numa

região central do Reino do Norte. Mas, Jeroboão transfere-se para Penuel, na Transjordânia. A

mudança para Penuel, segundo Gunneweg, ocorreu devido a uma campanha do Faraó

Shoshenk I ao norte [33]. Além de Jerusalém, mais 150 cidades e aldeias foram saqueadas e

devastadas. As cidades cananéias de Rehov, Betsã, Taanak e Megiddo foram alvos da

dominação egípcia [34]. E isto se comprova pela descoberta de uma estela de vitória com o

nome de Shoshenk em Megiddo. Todavia, qual o motivo que levou Shoshenk a destruir as

cidades do vale de Jesrael e depois erigir uma estela de vitória numa cidade completamente

destruída como Megiddo? Assim, para alguns historiadores, estas questões parecem apontar o

Reino de Israel, em seus primórdios, como outro possível candidato a ter sido o destruidor das

cidades de Canaã. Desta ação egípcia ao norte nada se sabe sobre a reação de Jeroboão. Na

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lista de cidades conquistadas pelos egípcios em Karnak nem sequer aparecem citações a

região sul de Judá. O foco das invasões se concentrou ao norte nas regiões cananéias [35].

Além dos cananeus é provável que Shoshenk tenha devastado aldeias israelitas na

região montanhosa. A permanência dos egípcios nestas terras não foi duradoura [36], não

obteve sucesso e contribuiu para que a união entre a “Casa de José” e as tribos galiléias se

solidificassem [37]. Após o abandono destas conquistas ficou visível que as invasões não

foram tão devastadoras. Mas as invasões abriram caminho para que os povos das regiões

montanhosas, já em crescimento, se expandissem para as terras cananéias [38]. Esta investida

no território do Norte forçou Jeroboão a mudar de residência. Além da falta de uma capital, o

Reino do Norte sofreu fortemente com a falta de uma tradição dinástica que desse estabilidade

e organização ao novo estado de Israel separado de Judá. Todos os reis de Israel tentaram

estabelecer dinastia. Mas a tradição dinástica era sempre interrompida através de usurpações e

assassinatos [39]. Por detrás desta inconstância se esconde as disputas políticas tribais que

marcam a disputa em torno do trono do Reino do Norte [40].

A extensão territorial do Reino de Jeroboão (930-910 a.C.) abrangia a “Casa de José”

e uma pequena parte em Gile’ad, de modo que Tirza era a capital, Betel o local de culto mais

importante, Siquém lugar de reunião da assembleia popular e construções, Penuel lugar das

construções, e Silo lugar dos profetas, na fronteira ao sul lugar de guerra contra Judá e, a

oeste, lugar de guerra contra os filisteus [41].

2.2 A sucessão de Jeroboão I: de Nadab a Zambri

Após a morte de Jeroboão, seu filho Nadab (907-906) sobe ao trono e encontra

dificuldades e resistência quanto à continuação da dinastia. Esta instabilidade no trono pode

ser atribuída às constantes usurpações e revoltas no interior do Reino do Norte. A realeza

carismática imputada ao Reino do Norte não passa de sintomas desta instabilidade interna, de

modo que, inicialmente não faltaram tentativas de estabelecer uma tradição dinástica como

em Judá. Deste modo, Nadab é assassinado quando marchava contra os filisteus por Baasa de

Issacar (906-883) no acampamento militar em Gibeton [42]. Segundo 1Rs 15, 25-31, o

motivo da morte de Nadab, fruto de conspiração e assassinato, consiste em reproduzir os

mesmos pecados que seu pai Jeroboão. Baasa era provavelmente um dos oficiais do exército

que estava em campanha junto com Nadab e que, segundo 1Rs 16,2, recebeu, assim como

Jeroboão, designação profética para se estabelecer no trono de Israel [43]. Esta profecia,

proferida pelo Profeta Aías de Silo, dá início a longa série de usurpações e assassinatos em

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Israel [44]. Baasa é da tribo de Issacar em Jesrael e toma o poder em Tirza. E assim, como

Nadab, Baasa dará continuidade à oposição com Judá quanto à definição das fronteiras com

Israel. Mas, para isso, Baasa fortifica a cidade de Ramá a doze quilômetros de Jerusalém [45].

A fortificação de Ramá pode ser compreendida tanto como uma ação defensiva de Baasa ou

como uma atitude de expansão e crescimento de Israel. Todavia, Asa de Judá recorre ao

auxílio do arameu Ben-Hadade para atacar Israel no norte em troca de dinheiro vivo. A

presença dos arameus no norte de Israel fez com que Baasa deixasse Ramá e se dirigisse em

combate contra os arameus. Como consequência, Asa de Judá domina Ramá e a transforma

junto com Gaba e Masfa numa fortaleza contra Israel. O conflito entre Judá e Israel tem fim

com a vitória judaíta. Porém, a vitória judaíta teve que contar com a presença de inimigos

arameus na Galileia [46]. E Baasa sabia do perigo que os arameus representavam para a

consolidação territorial do Reino do Norte. Os arameus eram uma nação que tinha se

fortalecido, de modo paralelo a Israel, no reino de Damasco [47]. O reinado de Baasa dura

vinte e três anos. Em seu tempo, transferiu a sede do governo para Tirza, localizada na

montanha de Efraim. A centralidade de Tirza dura até o reinado de Amri [48]. E como todos

os usurpadores do trono no Reino do Norte, Baasa vai exterminar todos os descendentes da

família de Jeroboão I [49].

Baasa foi sucedido no trono do Reino do Norte por seu Filho Elá (883-882). Mas esta

tentativa de formar uma dinastia estável em Israel não se concretizou e não existiu,

primeiramente, por parte de Elá nenhuma tentativa de envolver-se nas realidades que

circundavam seu reino: a batalha contra os filisteus. Elá foi morto em Tirza, durante um

banquete na casa de um ministro do patrimônio público, por Zambri, comandante da

corporação dos carros de guerras reais. E como Elá, Zambri não juntou-se aos combates

contra os filisteus, mas preocupou-se em exterminar toda a descendência de Baasa. Todavia,

surgem novas separações: o exército popular não admitiu com tranquilidade estas revoltas

palacianas e proclamou rei o general Amri (882/878-871). Imediatamente, pararam a guerra

contra os filisteus e marcharam em direção a Tirza [50]. Percebendo que estava encurralado,

Zambri suicidou-se colocando fogo no palácio. Diferente de Jeroboão e Baasa, Zambri não

teve designação profética e nem apoio popular. Estes dois fatores dificultaram sua

permanência no trono. Mas, a vitória de Amri não foi imediata. Parece que houve disputas

entre facções rivais, de modo que outro nome foi apresentado: Tibni (882-878). E só depois

de alguns anos Amri pôde se estabelecer no trono de modo definitivo [51]. Estes dois partidos

podem ser configurados da seguinte maneira: um partido mais israelita em torno de Jezrael e

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outro partido mais cananeu em torno de Samaria, para onde, depois de alguns anos, Amri

transferirá a capital do Reino do Norte, depois de ter reinado seis anos em Tirza [52]. Estas

revoltas e assassinatos em torno do trono no Reino do Norte demonstra um enfraquecimento e

um poder que não atinge a periferia de Israel. O Reino do Norte está fracamente consolidado e

suscetível a instabilidades constantes. A própria ação de proclamarem Tibni como rei de

Israel, demonstra uma maciça resistência israelita contra a política religiosa de Amri [53].

O Reino do Norte no período entre Salomão e Amri alcançou grande crescimento e

consolidação territorial. Mas este avanço espacial não contou com o avanço da consolidação

institucional. Israel estava constantemente suscetível a violentas sucessões em torno do trono,

intervenções dos profetas, das assembléias, insatisfações das camadas populares, dos exércitos

e das tribos. As disputas tribais e suas preferências prevaleceram sobre a organização e sobre

o estabelecimento de uma monarquia estável [54].

3. A releitura da história

3.1. Os dados bíblicos referentes a este período

Os dados bíblicos sobre o Reino independente de Israel de Jeroboão I a Zambri

evidenciam uma releitura dos dados históricos de modo diferente de como eles se

apresentaram. O relato do cisma dos estados gêmeos no qual foram designados Israel e Judá

em 1Rs 12, 1-19 é consequência da infidelidade de Salomão ao permitir a culto a deuses

estrangeiros no seu Reino. Em 1Rs 11, 4-8, Salomão não foi fiel a YHWH como seu pai Davi

e não só permitiu o culto a Astarte, Melcon e Camos, como também venerou estes deuses por

influência de suas mulheres estrangeiras [55]. Segundo Rainer Albertz, a introdução de culto

estrangeiros no Reino de Salomão faz parte, assim como o casamento com as mulheres

estrangeiras, de uma diplomacia política de unidade com os estados vizinhos. Esta política de

diferentes relações com estrangeiros reflete-se na convivência pacífica de diversos cultos em

Jerusalém. Diferentemente do Reino do Norte, o Reino do Sul não é severamente condenado

pelo seu sincretismo cúltico. Esta realidade religiosa persistiu até a reforma de Josias [56].

Mas, diante da infidelidade, YHWH punirá Salomão com a promessa de entregar parte do

reino a um dos seus servos. Portanto, segundo 1Rs 11, 11-13, a promessa só se cumprirá

quando Roboão, filho de Salomão, assumir o reino no lugar de seu pai. O pecado de Salomão

compromete, em parte, a promessa de YHWH a Davi [57]. YHWH é sempre fiel. Os

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fracassos e os sofrimentos do percurso são determinados pela insistente infidelidade dos reis

[58].

O servo de Salomão que receberia de YHWH parte do Reino de Davi é Jeroboão. Para

confirmar a promessa de YHWH, o profeta Aías de Silo profetiza a Jeroboão e lhe entrega dez

pedaços de pano fazendo referência as dez tribos de Israel. Enquanto que Roboão receberá

apenas uma tribo. Em 1Rs 11, 31-39, o profeta anuncia a Jeroboão que a fidelidade da

promessa depende da sua fidelidade a YHWH. Enquanto Jeroboão for justo aos olhos de

YHWH, o seu reino estará seguro. Todavia, Jeroboão edificou para o Reino do Norte dois

santuários, Dan e Betel, e fez dois bezerros de ouro. Com o objetivo de descentralizar

Jerusalém como lugar de culto e como lugar político, Jeroboão é desobediente a YHWH ao

introduzir bezerros de ouro e induzir Israel ao pecado segundo 1Rs 12, 25-30. Em

contrapartida, Jeroboão recebe, diante do altar de Betel, de um homem de Deus provindo de

Judá, a profecia do fim do culto a falsos deuses em Israel pelo rei Josias, que só reinaria

depois de três séculos (1Rs 13, 1-2). Mas o descontentamento de Jeroboão não parou por aí.

Seu filho caiu doente e sua mulher se dirigiu até o profeta Aías de Silo que havia ungido

Jeroboão como rei de Israel. Aías de Silo profetiza a maldição de YHWH sobre a casa de

Jeroboão e sobre todo o Israel por causa de seus pecados. YHWH fará com que Israel veja

suas terras serem saqueadas e seu povo espalhados para além do Eufrates [59].

3.2 A linha teológica dos relatos

Estas quatro profecias remetem ao período em que o texto é escrito: século VII a.C.

Neste período, o Reino do Norte não mais existia e seu povo já havia se espalhado pelo

império assírio. Enquanto que Judá prosperava, crescia e afirmava ser o único herdeiro do

reino destruído de Israel. Um dos pilares que movia a ideologia e a teologia deuteronomista é

a centralidade do templo em Jerusalém em detrimento de Betel que ainda existia no início do

século VII a.C. Isto demonstra que Betel tornou-se ao longo do tempo uma grande ameaça

para o templo em Jerusalém. De modo que o fim do Reino do Norte e o triunfo de Josias em

Judá tornaram-se o centro do relato bíblico [60].

Neste contexto, parece estranha a visão que o historiador deuteronomista apresenta do

Reino do Norte e do Reino do Sul. Num primeiro momento, Israel e Judá são irmãos. Num

segundo momento, os dois estados apresentam fortes antagonismos. Todavia, como um texto

do século VII a.C., é importante compreender que o historiador encontra-se durante o reinado

do rei Josias de Judá. Este rei tem a ambição de crescer e reconquistar o reino perdido de

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Israel. E para sustentar esta ambição de Josias, a Bíblia apresenta Israel e Judá como estados

irmãos frutos de uma monarquia unificada dada por YHWH a Davi [61]. E como a divisão

entre Israel e Judá se deu pela infidelidade dos reis a YHWH, o reino protótipo deveria estar

unido novamente [62] tendo como sede Jerusalém. A estratificação deste reino se dá por causa

do pecado de Salomão, que compromete a promessa, mas não a anula, de modo que o

historiador deuteronomista vai enfatizar Josias como herdeiro de Davi e continuador da

promessa de YHWH [63]. Josias não queria apenas revitalizar o Reino de Judá, mas reunir

num único reino as dozes tribos de todo Israel [64]. E para isso, era preciso que os

historiadores centralizassem o culto em Jerusalém em detrimento do culto do Reino do Norte

[65]. Esta maneira de estabelecer uma conexão segura percorrendo toda história de Judá até

Davi demonstra-se o melhor caminho para impulsionar a volta ao reino protótipo de Davi e

Salomão. Todavia, este percurso é realizado levando em conta as fragmentações do Reino de

Israel [66]. Israel apresentava diferentes tradições religiosas que foram sendo combatidas,

apagadas e tidas como más pelo historiador deuteronomista, cujo objetivo era restaurar a

centralidade de Jerusalém e possibilitar que a era de ouro da época de Davi fosse revivida por

Judá no período do reinado de Josias. Mas isso só seria possível pela purificação de Israel

através da destruição de Betel. Após esta limpeza, o povo poderá se reunificar num único

território e num único culto celebrado a YHWH em Jerusalém. Esta abordagem está dentro da

perspectiva da narrativa bíblica que compreende a estratificação entre Israel e Judá não como

um ato final, mas como um castigo temporário imputado por YHWH. Esta realidade pode se

revertida se o povo deixar a idolatria e o culto aos ídolos e se voltar para YHWH de todo

coração [67].

Conclusão

A visão bíblica sobre a nova configuração do Reino de Davi a partir do cisma

demonstra que o nascimento do Reino do Norte é marcado profundamente pela quebra da

exploração sofrida na época de Salomão, exacerbada por seu sucessor, Roboão. A visão

bíblica explica o cisma também teologicamente, a partir do pecado de Salomão ao permitir o

culto a Deuses estrangeiros através de suas concubinas e junto a elas adorar deuses

desconhecidos. A divisão em dois estados é punição divina. O Reino do Norte, fruto de um

único Reino que se dividiu, nada mais é do que uma consequência da ação temporária de

YHWH em castigar a infidelidade de seu povo.

A inexperiente imprudência de Roboão, segundo a Arqueologia tradicional, vai ser o

pivô pelo qual as tribos do Norte, já inconformadas com a exploração de Salomão, irão

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decretar oficialmente a separação definitiva de Judá. Mas, para os historiadores, a realidade

unificada apresentada pela Sagrada Escritura seria mais propriamente um desejo do Reino de

Judá em reconquistar para si o Reino perdido e esquecido de Israel. Com o Livro dos Reis

escrito a partir do século VII a.C., época do rei Josias, os escritores deuteronomistas

alimentariam o desejo do rei de ampliar suas conquistas.

Os estudos arqueológicos sobre os territórios ocupados por Judá e Israel explicitam que

eles são duas realidades distintas marcadas cada qual com suas tradições e encerradas em

regiões ambientais diferentes. E cada território apresenta um lugar central como sede de

governo que regia de modo independente. As tribos do Reino do Norte eram muito mais

numerosas que as do Reino do Sul. Esta realidade pode ter contribuído bastante para as

constantes usurpações em torno do trono de Israel.

Segundo a visão bíblica, a promessa de YHWH feita a Jeroboão para ser rei de Israel

apresenta, diferentemente de Davi, uma condição: ser fiel. Se Jeroboão não for fiel a YHWH

e não cumprir seus ensinamentos, o Reino do Norte não poderá contar com a proteção e

benção de YHWH. Jeroboão I promoveu o culto ao bezerro de ouro ao instituir os santuários

de Dã e Betel. O pensamento político de Jeroboão estava baseado no resgate as mais antigas

tradições de Israel e no fortalecimento do novo reino que estava se estruturando. Sem um

santuário ao qual o povo pudesse oferecer suas ofertas e adorar a YHWH, o Reino do Norte

poderia contemplar o povo dirigir-se a Jerusalém. E isto se tornaria um grande perigo para

Israel. Em Jerusalém, o povo do Reino do Norte poderia ser influenciado por Roboão e voltar-

se contra Jeroboão. Para evitar este perigo, Jeroboão decide infundir, nos santuários

construídos, o culto ao bezerro de ouro. Este culto não seria uma idolatria do povo de Israel,

mas um resgate a antigas tradições do povo das tribos do norte.

Todavia, o Reino do Sul contempla as práticas religiosas do Reino do Norte como uma

religiosidade que muito se aproximava dos cultos pagãos. E isso poderia levar o povo a

afastar-se de YHWH e, por conseguinte, observar práticas estranhas, próprias de cultos

pagãos. Toda esta realidade apresentada pelos escritores deuteronomistas tem como objetivo

apagar toda a realidade que dilacerou o reino unido de Davi e Salomão. A idolatria é o pecado

que deve ser combatido e apagado para que o Reino do Sul e Reino do Norte possam tornar-se

uma só nação fiel a YHWH. É sabido que nesta época em que o Livro dos Reis foi escrito, o

Reino do Norte já havia sido dominado pelos assírios e seu povo dispersado. E Judá sente-se

responsável pelo resgate desta história que não passa de uma estratificação temporária. Pois o

reino protótipo deve unir-se novamente. Mas para isso é preciso banir todo pecado

representado pelo culto pagão no santuário de Betel, ainda existente na época do rei Josias, e

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ser fiel a YHWH tendo como único local de culto o templo de Jerusalém. Por fim, a

arqueologia recente contribui eficazmente ao apresentar através de dados concretos

características importantes de cada Reino que permitem ao leitor da Sagrada Escritura

vislumbrar o verdadeiro sentido da história tal como é contada, que tanto difere do que se

pode reconstruir historicamente.

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Referências Bibliográficas

1- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do

reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 273.

2- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do

reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 275 – 278.

3- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.164.

4- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do

reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 275 – 278.

5- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 282.

6- Cf. ABERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento, v.

1. Madrid, 1999, p. 259.

7- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do

reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 275 – 278.

8- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão do

reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 278 -279.

9- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 283.

10- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 212-217.

11- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 141-142.

12- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexandre Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 278-279.

13- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 228.

14- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 283.

15- Cf. ABERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento, v.

1. Madrid, 1999, p. 259-264.

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16- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.164-165.

17- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.

São Paulo: Paulus, 1986, p. 160.

18- Cf. ABERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento, v.

1. Madrid, 1999, p. 198.

19- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 219-225.

20- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.

São Paulo: Paulus, 1986, p. 154 - 158.

21- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.159.

22- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 274-280.

23- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.167.

24- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 274-289.

25- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 282.

26- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 290.

27- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 283 - 285.

28- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.169.

29- Cf. ALBERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento,

v. 1, p. 268-272.

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30- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 283.

31- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 291.

32- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 281.

33- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.167 - 168.

34- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 224-225.

35- Cf. SOGGIN, J. Alberto. Storia D’Israele, p. 303.

36- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 224-225.

37- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 142.

38- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 224-225.

39- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.167 - 168.

40- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.

São Paulo: Paulus, 1986, p. 160.

41- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 142.

42- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 300-301.

43- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 292.

44- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005,

p.167 - 170.

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45- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.

São Paulo: Paulus, 1986, p. 162.

46- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005, p.

170-171.

47- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 144-145.

48- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005, p.

170-171.

49- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 301.

50- Cf. DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos v.2: Da época da divisão

do reino até Alexande Magno. São Leopoldo: Sinodal, 1997, p. 301 - 302.

51- Cf. BRIGHT, John. História de Israel. São Paulo, Paulus, 2003, p. 292.

52- Cf. CAZELLES, Henri. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno.

São Paulo: Paulus, 1986, p. 163.

53- Cf. GUNNEWEG, Antonius H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de

Theodor Herzel até os nossos dias. São Paulo, Editora Teológica: Edições Loyola, 2005, p.

172-173.

54- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 145.

55- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 226 - 227.

56- Cf. ALBERTZ, R. História de La religión de Israel em tiempos Del Antiguo Testamento,

v. 1, p. 275-276.

57- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 227.

58- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 381-382.

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59- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 227.

60- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 230-231.

61- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 231-232.

62- LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de Orlando

Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 382.

63- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 232

64- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 382.

65- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 232

66- Cf. LIVERANI, Mario. Para Além da Bíblia: História antiga de Israel. Tradução de

Orlando Soares Moreira. São Paulo: Paulus: Loyola, 2008, p. 385.

67- Cf. FINKELSTEIN, Israel – SILBERMANN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São

Paulo: A Girafa Editora, 2003. P. 231-233.