O rio São Francisco é um dos poucos rios permanentes no Nordeste brasileiro

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O rio So Francisco um dos poucos rios permanentes no Nordeste brasileiro, ou seja, ele no desaparece (seca) em nenhum ms do ano. Sua importncia de abastecimento de gua (irrigao para a produo de frutas no Vale do so Francisco - regio de Juazeiro - BA e Petrolina - PE), energia (com as hidreltricas de Paulo Afonso e Sobradinho), Turismo e Pesca. Rio So Francisco

Velho Chico integra Nordeste e SudesteLuiz Carlos Parejo* Especial para a Pgina 3 Pedagogia & Comunicao

O rio So Francisco o mais importante da regio Nordeste. A bacia do So Francisco bacia ocupa uma rea de 645.067 quilmetros quadrados e passa por cinco estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas eSergipe. Alis, suas guas formam a divisa natural entre esses dois ltimos.

Esse rio imenso nasce como um pequeno olho d'gua na serra da Canastra, em Minas Gerais, e cresce at desaguar no oceano Atlntico. Sua cabeceira est localizada em rea mais elevada de maior pluviosidade (quantidade de chuvas) em Minas Gerais. Os solos e rochas dessa rea tambm acumulam muita gua e a liberam lentamente no decorrer do ano. Assim, ele um rio perene: nunca seca, nem nos perodos de maior estiagem quando h uma diminuio do volume de suas guas. Recebe gua de outros rios nordestinos que so intermitentes, ou seja, secam durante o perodo de estiagem. So seus afluentes os rios Verde Grande e Salitre, na margem direita, e Carinhanha e Grande na margem esquerda. Estrada da colonizao um rio de grande importncia para a populao da regio que o utiliza para a navegao, irrigao, abastecimento de gua e produo de energia eltrica. Os sertanejos lhe deram o apelido carinhoso de "Velho Chico", pois esse rio faz parte do cotidiano da ocupao do serto. Desde o sculo 16 suas guas serviram de estrada para a colonizao da rea e suas margens eram ocupadas por extensas fazendas de gado. Em seu trecho inicial, o rio apresenta quedas d'gua bastante acentuadas, o que impede a navegao, mas permite a gerao de energia eltrica com a usina de Trs Marias, em Minas Gerais. no chamado mdio curso que a navegao pode ser realizada, num trecho de aproximadamente 1300 km de extenso, desde Pirapora, em Minas Gerais, at Juazeiro (na Bahia) e Petrolina, em Pernambuco. Por suas guas so transportadas mercadorias e pessoas. Tambm chamado "rio da integrao nacional", pois liga a regio Nordeste com a Sudeste.

Frutas para exportao Atualmente, projetos de irrigao da Companhia de Desenvolvimento do Vale do So Francisco (Codevasf), transformam as margens do So Francisco em um imenso pomar. Trata-se de uma agricultura comercial, voltada para os mercados interno e externo, e que oferece frutas de alta qualidade, como mamo, melancia, manga, melo e uvas. Essas reas so ocupadas por grandes empresas agrcolas. Os pequenos produtores acabam se instalando longe das margens, o que dificulta o acesso irrigao. Outra importante utilizao do So Francisco a gerao de energia eltrica. Logo aps Petrolina, o rio torna a apresentar desnveis que possibilitaram a construo de grandes hidreltricas como Sobradinho, Paulo Afonso, Xing. A energia eltrica gerada no So Francisco abastece a regio Nordeste e parte de Minas Gerais. Transposio, o que isso? H planos de fazer a transposio de parte de suas guas. Elas seriam desviadas para transformar rios intermitentes em perenes, e at diminuir a falta de gua na Paraba, no Cear e no Rio Grande do Norte. Essa idia surgiu j no segundo imprio. O imperador Pedro 2 chegou a propor a transposio das guas do rio. Na dcada de 1990 voltou-se a pensar em transpor as guas do rio por bombeamento para o rio Jaguaribe (Cear), os rios Apodi e Piranhas (Rio Grande do Norte) e os rios Peixe e Piranhas-Au na Paraba. Alm disso, falou-se na construo de barragens, principalmente em Minas Gerais, para regularizar o fluxo do rio e aumentar a capacidade de irrigao e de produo de energia eltrica. Porm, o projeto no saiu do papel. O governo Lula reativou o plano de transposio das guas, com algumas mudanas. O atual projeto criticado porque atenderia apenas 5% da rea do semi-rido. Outras crticas apontam o grande dano a ser causado ao ambiente, o custo elevado (cerca de R$ 6 bilhes) e a possibilidade de que os beneficiados sejam empresas multinacionais e no os produtores sertanejos. Os que defendem o projeto afirmam que sero gerados empregos e a rea ser dinamizada economicamente.

A Bacia do Rio So FranciscoOs principais reservatrios do rio So Francisco, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xing produzem energia hidreltrica e se transformam em plos regionais de desenvolvimento.

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O rio So Francisco nasce no estado de Minas Gerais, na serra da Canastra a uma altitude de 1.600 metros e desloca-se 2.700 km para o Nordeste. O rio desloca-se, em grande parte no semi-rido do Nordeste, tendo uma grande importncia regional dos pontos de vista ecolgico, econmico e social. Atualmente, os grandes aproveitamentos hidreltricos, a irrigao, navegao, suprimento de gua, pesca e aquicultura constituem os principais usos deste rio e de suas barragens. A bacia hidrogrfica do So Francisco tem, aproximadamente 640.000 km, estende-se por regies com climas midos, semi-rido, e rido; a bacia pode ser subdividida em quatro principais sub-bacias Alto, Mdio, Sub-Mdio e Baixo So Francisco. Muitos tributrios do rio So Francisco so perenes, bem como o prprio So Francisco. No

Mdio So Francisco h tributrios temporrios na margem direita, onde predomina tambm a caatinga como vegetao. Na parte mais baixa do mdio So Francisco a agricultura irrigada predominantemente com fruticultura de exportao e produo hortcola. Os principais reservatrios do rio So Francisco, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xing produzem energia hidreltrica e se transformam em plos regionais de desenvolvimento, com a intensificao de usos mltiplos nos ltimos 10 anos: aquacultura, irrigao, suprimento de gua, turismo e recreao, pesca comercial e pesca esportiva. Os dados para a represa de Xing, indicam um reservatrio pouco eutrofizado, mas com evidncias claras de efeitos ambientais resultantes dos usos das bacias hidrogrficas, principalmente na qualidade da gua. A vegetao da bacia do baixo So Francisco predominantemente cerrado e Floresta Atlntica. O baixo So Francisco tem clima mido, porm com tributrios que provm do semi-rido. A descarga anual do rio So Francisco de 94.000.000 mil m3. O fluxo varia de 2.100 a 2.800 m3/s com cerca de 3.000 m3/s prximo foz. Estes fluxos so naturais, ocorrendo atualmente regularizaes atravs dos reservatrios, para otimizao dos usos das cheias. O rio So Francisco tem uma enorme importncia regional, e pode ser considerado como um dos principais fatores de desenvolvimento no Nordeste. Atravs de inmeros planos de desenvolvimento, um conjunto de idias de grande porte foi sendo construdo, de tal forma que um plano integrado de desenvolvimento, envolvendo agncias de governo federal, governos estaduais, iniciativa privada foi gerado. Este plano, que incorpora vrias idias e projetos anteriores, enfatiza e prope a promoo dos seguintes aspectos fundamentais do gerenciamente da bacia hidrogrfica: monitoramento e controle da qualidade das guas; avaliao permanente dos impactos; preparao de diagnsticos adequados; recuperao das matas de galeria; disciplinamento os usos da gua; proteo ambiental da bacia; implementao de parques, reservas florestais e reas de proteo ambiental; articulao das atividades ambientais e integrao com os usos do sistema; ampliao do banco de dados hidrolgico, meteorolgico, ecolgico, socilogo, geomorfolgico e econmico da bacia hidrogrfica; estabelecimento de uma autoridade de bacia hidrogrfica para implantar os projetos; estudos detalhados integrados sobre o projeto de transposio das guas do rio So Francisco, e seu impacto na bacia e em outras bacias hidrogrficas.

Fonte: guas Doces no Brasil - Capital Ecolgico, Uso e Conservao. 2. Edio Revisada e Ampliada. Escrituras. So Paulo - 2002. Organizao e Coordenao Cientfica: Aldo da C. Rebouas; Benedito Braga. Captulo 05 - Ecossistemas de guas Interiores. J