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Ano 2 | Número 6 | Outubro de 2016 INTERNATIONAL Descubra qual era a visão de Leonie - uma intercambista Suíça, filha de uma portuguesa - sobre o Brasil e como é essa visão hoje. BIBLIOTECA TELLES Você deve ter notado que algumas mudanças estão para acontecer nesse ambiente, mas por quê? Como estão pensando o projeto? O RITMO RUBRO-NEGRO Saiba como foi o desempenho e os desafios da nossa Bateria Imperial na Balatucada. Como a ausência de cuidados psicológicos interferem em nosso desenvolvimento pessoal e profissional

O RITMO RUBRO NEGRO BIBLIOTECA TELLES … · entre uma pessoa que pôde fazer intercâmbio e uma que não pôde, uma pessoa que tem acesso à educação fi nanceira e uma que não

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Ano 2 | Número 6 | Outubro de 2016

INTERNATIONAL Descubra qual era a visão de Leonie - uma intercambista Suíça, fi lha de uma portuguesa - sobre o Brasil e como é essa visão hoje.

BIBLIOTECA TELLES Você deve ter notado que algumas mudanças estão para acontecer nesse ambiente, mas por quê? Como estão pensando o projeto?

O RITMO RUBRO-NEGRO Saiba como foi o desempenho e os desafi os da nossa Bateria Imperial na Balatucada.

Como a ausência de cuidados psicológicos

interferem em nosso desenvolvimento

pessoal e pro� ssional

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2 | Outubro 2016

ÍND

ICE

EQUIPESarah VendramePresidente

João Vitor SantosDiretor de Redação

Gabriela MarcottiDiretora Financeira

Camila de Camargo BarsceviciusDiretora de Marketing

Bruna KimuraColaboradora

Carolina BortolussiColaboradora

Clara MarinsColaboradora

Deborah KangColaboradora

Eduarda BuenoColaboradora

Felipe ScandiuzziColaborador

Fernanda CarvalhoColaboradora

Hugo DaherColaborador

Isabella OliveiraColaboradora

Leonie GisinColaboradora

Luciana FariaColaboradora

Luciana NavarroColaboradora

Maria Clara LuquesColaboradora

Victor Laperuta de MouraColaborador

PDesign ComunicaçãoDireção de Arte e Editoração Eletrônica

A revista Insper Post é uma publicação dos alunos do Insper.

Ano 2 | Número 6 | Outubro de 2016

4 EntidadesDescubra como foi a

Balatucada desse ano

12 EntidadesProjeto que lhes rendeu um

Insper Awards, conheça o que

foi e como está o Speak Up

Insper - Diretório Acadêmico.

20 EngenhariaPrincesa, astronauta,

engenheira e o que mais

quisermos

6 EntidadesConheça mais sobre o Brexit

e seus efeitos.

14EntidadesComo a educação fi nanceira

pode mudar vidas

8 EntidadesInspride - Be proud of

who you are!

10EntidadesSementes Culturais indica:

os melhores fi lmes que

ninguém assistiu (até agora)

CapaTranstornos psicológicos

e seus tabus.16

AlumniQuais trilhas profi ssionais você pode

seguir quando sair do Insper? Conheça as

experiências de Rebeca e Diego.24De Aluno para AlunoOs grandes projetos feitos por

alunos antes da graduação.26

22 Insper AconteceInsper Liderança com

Eduardo Gianetti

InternationalO que é ser uma suiça,

descendente de portugueses,

aqui no Brasil.28Quem FazConheça Francisco Lourenço,

técnico do FabLab.30Cruzadinha31Cruzadinha

1P

2T E C H

3L A B

A U4G

5C P

6L E O N A R D O D I C A P R I O

7E C O N O M I A D A S I M

8J

R K A E AR O N

9J S B

10T R E Z E N A U D U

11P A T R I C I

12A T

13E R R O U

14J

15M A R C E L A T E M E R

V A O A N C UP

16F E R N A N D O S C H U L E R J A

17D A M O D A R A N U é V E R

U R A N VL

18M A T H E U S H E C T O

19R L S A

20C I C L I S T A C O H E L

S A C O N H21T R E S C O R A C O E S K O

22B A I X A C

23G R A B E R

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3 | Outubro 2016

Todos sabemos que Insper signifi ca “Inspirar e Pertencer”. Mas acredito que deveria

ter mais um signifi cado embutido naquele R fi nal.

Respeito pode ser defi nido como “sentimento que nos impede de fazer ou dizer

coisas desagradáveis a alguém”. Ao estudarmos, deveríamos nos tornar cada vez

mais respeitosos. Isso porque a informação nos tira da ignorância, nos dá a opção de largar-

mos nossos preconceitos e formarmos uma opinião original de fato, que não seja apenas

repetição de tantos discursos que vemos por aí. Nos faz ter, por mais paradoxal que possa

parecer, um sentimento racional que realmente nos impede de fazer ou dizer coisas desa-

gradáveis a alguém, seja ele quem for.

Respeito é entendermos as diferenças do outro e mesmo assim, trata-los como iguais. É

abrir espaço dentro de uma faculdade como a nossa para que mulheres ajudem umas às

outras e não se tratem como concorrentes. Abrir espaço para os que sabem ensinarem aos

que não sabem, pois temos consciência das diferentes vivências de cada um, da diferença

entre uma pessoa que pôde fazer intercâmbio e uma que não pôde, uma pessoa que tem

acesso à educação fi nanceira e uma que não tem, e fazer o que for possível para igualá-los.

É contar para pessoas que não sofrem preconceitos o que é estar na pele de alguém que

sofre homofobia. Respeito é dar a oportunidade para mulheres estudarem engenharia, dar

espaço para aqueles que têm difi culdades emocionais se expressarem e mesmo perguntar

para os alunos o que eles gostariam numa biblioteca em vez de apenas reformá-la.

Mais do que isso, é termos voz. É termos liberdade de expressão, liberdade para criar e

para empreender. É dar e receber de volta. É Inspirar no outro o orgulho que nós temos em

Pertencer.

A Equipe Insper Post apoia e incentiva o respeito ao próximo e ao diferente, e tem consci-

ência da importância dos meios de comunicação nesse processo de quebrar preconceitos.

Agradecemos o reconhecimento do nosso trabalho com o Insper Award e contamos com

a opinião e participação da Comunidade Insper para a elaboração de conteúdos, ideias e

sugestões, para que todos os pontos de vista estejam presentes em nossa revista.

Insper – Inspirar, Pertencer e Respeitar.

EDIT

OR

IAL

Sarah Vendrame,Presidente do Insper Post.

O “R” DE INSPER

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4 | Outubro 2016

A competição começou às três de um sábado, dia 27 de agosto, quente e ensolarado. A apresentação da Bateria Imperial, porém, só começou depois, às

6 horas. A competição contou com 8 baterias de dife-rentes universidades.

Muitos torcedores e pais compareceram ao local. A Imperial – diferente das ou-tras baterias – foi compos-ta por quatro ganzás, cinco tamborins, duas ripas, oito caixas e seis surdos, repro-duzindo um som mais me-lódico e profundo.

O som era, porém, tão rít-mico quanto melódico, pois as ripas e caixas aumenta-vam o suspense pelas suas pausas exatas e precisas. À medida que a apresentação progrediu, ela concentrou uma multidão que cuidadosamente a analisava, ao in-vés de dançar à música. A Imperial fez o chão tremer; os surdos, batida a batida, vibrou o palco – as pessoas emocionadas a assistia tocar.

A apresentação começou com tímidos sons, mas com um abundante suspense pelas imperiosas e silenciosas pausas. Depois das pausas, os ritmistas começavam de novo com uma febril mistura entre caixas e surdos – eles chamavam-se, se dialogavam por meio dos esme-rados sons que articulavam – uma regalia para os ouvi-dos. Esse não foi, todavia, apenas uma alegria para os ouvidos; o sorriso dos ritmistas radiava a felicidade por competir como um time – uma família. Eram os ritmis-tas, ao invés dos espectadores que dançava à música: um pé para a direita, outro para a esquerda, direita e esquerda – dançavam um samba compassado.

A Imperial enfatizou um contraste musical entre as duas metades da apresentação – uma mais rítmica e acelerada e outra mais melódica. Uma para se introdu-zir e outra para fazer afi rmações musicais. Ao fi m, ape-sar da fadiga, os membros sorriam – se davam beijos e abraços afetuosos na plataforma – escorria o suor do desgaste físico naquela tarde quente.

Depoimento do diretor de caixa e logística Rafael Secco:

A nossa colocação não foi um resultado bom - fomos rebaixados. Já não estávamos, porém, es-perando um resultado bom da Balatucada desse ano, porque a maior parte da bateria - 16 de 25 eram novos membros que tocam nem há seis me-ses. Todos aprenderam os instrumentos do zero, e no semestre passado, muitos membros novos entraram para a Imperial. O pessoal que entrou no semestre passado iniciou bem motivado; nós nunca vimos tanta motivação. Essa competição foi mais uma questão de tempo para que os bixos se desenvolvessem. Agora, para a próxima Balatuca-da, quase todos os ritmistas ficaram; só alguns sa-íram. Nós teremos mais tempo e esse pessoal está com o sangue no olho para poder tocar melhor na próxima edição. Apesar do resultado ruim nessa competição, estamos com uma perspectiva otimis-ta para o ano que vem, não só sobre a Balatucada mas também sobre outras competições. Estamos felizes com a motivação dos bixos e vamos treinar muito para a próxima edição.

Temos que também levar em conta que as outras baterias não estavam na mesma situação que a gen-te. A Tatu Bola, que foi a campeã, exige que seus membros sejam integrantes por no mínimo três se-mestres para que compita. Ou seja, um ano e meio. Já a nossa bateria, quase 80% tinha apenas um se-mestre de experiência. Esse é um problema que en-frentamos há muito tempo: devido à faculdade ser muito puxada, os membros desistem de fi car na ba-teria, ou não têm tempo para se dedicar à entidade para se desenvolver. Vamos trabalhar para recrutar mais bixos no semestre que vem também.

Entidades

Por Deborah Kang

O RITMO RUBRO-NEGRO

Baterias

Bateria Pirateria UNIFESP

Cachacina UFTM

Tatu Bola FGV

FEA-PUC PUC

Imperial Insper

Farmatuque Farmácia USP

Bateria 22 PUC

bateria.imperial

bateria.imperial

@bateria.imperial

bateria.imperial

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5 | Outubro 2016

Você está no meio daquela aula das 9:45, tem ainda o dia todo pela frente em plena quarta feira, vai no banheiro e percebe um

inesperado sinal vermelho. E agora? Todas as suas amigas estão na aula e você não trouxe o absorvente. Resultado? Você fi ca presa no ba-nheiro esperando alguma boa alma te respon-der no WhatsApp ou entrar no banheiro.

Pelo menos uma vez alguma de nós já passou por isso na faculdade, escola, empresa, etc. Sabendo dessa dificuldade, e procurando cada vez mais tornar o ambiente da faculda-de e a sociedade um lugar mais inclusivo para as mulheres, o coletivo decidiu tomar uma atitude. E aí que surgiram as caixinhas de absorvente dos ba-nheiros. Para ninguém nunca mais passar por esse sufoco.

Mas calma aí manas, como todas nós que ti-vemos a primeira aula de microeconomia com o Calfat estamos carecas de saber, “não há almo-ço grátis”.

Claro que queremos tornar o mundo mais con-fortável para as mulheres. E queremos que vocês peguem o número de absorventes que precisarem. Mas com a consciência de que um dia isso pode acontecer com outra menina. E a caixinha tem que estar sempre cheia. Para isso dependemos de vocês.

No fundo, o que queremos, é criar uma cultura que muito falta na nossa sociedade, e que se

construirmos, poderemos mudar o mundo: A Sororidade entre as Mulheres.

Ninguém nos entende melhor do que nós mes-mas. Sabemos das difi culdades e dos obstáculos que as mulheres sofrem na sociedade. Cobran-ças de todo lado. Desde o jeito que devemos nos vestir, do que temos que comer para chegar no “peso ideal”, até do jeito que devemos nos comportar e falar. Imagina enfrentar tudo isso sozinhas? Sem o apoio de outras minas que tam-bém passam pela mesma coisa, mas ao invés de serem solidárias com as outras, entram no jogo

e começam a competir e julgar outras meninas.

Uma mulher sozinha é capaz de muita coisa, mas várias mulheres unidas e que se apoiam podem atingir muito mais. Juntas nos empo-deramos, e criamos um ciclo virtuoso de mulhe-res fortes, que fazem as barreiras fi carem meno-res e menores.

Eu sei o que vocês devem estar pensando: “Todo esse discurso por causa de umas caixi-nhas de absorvente nos banheiros?”

E para isso eu digo para vocês: A Sororidade não está em uma grande ação, mas sim em mi-lhões de pequenas ações. E essa é uma delas.

Conto com vocês para manter essas caixinhas sempre transbordando, como um símbolo de união entre as meninas da facul, deixando o questionamento: “Você já ajudou uma mana hoje?”.

Sororidade na Facul

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6 | Outubro 2016

Brexit é um acrônimo para “British Exit”, ou “Saída Britânica” em tradução

literal, que vem recebendo grande destaque nos jornais e noticiários do mundo nos úl-timos meses. No dia 23 de ju-nho a decisão de sair da União Europeia (UE) foi tomada pelo

Reino Unido em um referendo popular, no qual os vo-tos a favor da saída somaram 51,9% do total. A deci-são foi considerada bastante acirrada e dividiu os paí-ses do grupo: Escócia e Irlanda do Norte votaram por permanecer na UE, enquanto País de Gales e Inglater-ra optaram pela saída do bloco. Com a concretização do Brexit, o Reino Unido torna-se o pri-meiro Estado a sair da União Europeia.

Ainda, dentro das regiões da Inglaterra houve grande variabilidade: Londres e Cambridge votaram predominantemen-te contra o Brexit.

Segundo o artigo 50 do acordo da União Europeia, qualquer Estado mem-bro do bloco pode sair de modo vo-luntário, e é determinado que o prazo máximo para as negociações de qual-quer eventual saída é de dois anos. Ou seja, a decisão tomada pelo Reino Uni-do é permitida legalmente, mas não signifi ca que o Reino Unido já está fora da UE. Por enquanto foi apenas decidi-do que o Reino Unido sairá do bloco econômico, mas as negociações dos acordos de importação e exportação, por exemplo, têm até junho de 2018 para serem fi nalizadas. Este prazo para transição é essencial para garantir a adaptação das empresas ao novo ce-

nário. Vale ressaltar que é permitido no futuro que o Reino Unido retorne à UE caso mude sua posição novamente, mas para isto ele precisa elaborar um novo pedido de adesão ao Conselho Europeu.

A principal motivação para a saída do Reino Unido da UE é o impacto econômico do fl uxo de imigran-tes que entram no território. Ideais nacionalistas es-tão por trás dos discursos de que a participação na UE traz mais custos do que benefícios para o Reino Unido, especialmente em momentos difíceis como a crise da Grécia e a mais atual crise dos refugiados.

Ao fazer parte da UE, o Reino Unido deve acolher re-fugiados que entram no território europeu e acatar às regras que facilitam a circulação de imigrantes no

Entidades

O que o Brexit significa para o Reino Unido

6

Por Pedro Fischer, aluno do 6º semestre e consultor do Núcleo Econômico da 31ª gestão da Insper Jr.

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7 | Outubro 2016 7

bloco econômico. Como os pa-íses do Reino Unido são relativa-mente ricos, com destaque para a Inglaterra, a responsabilidade humanitária imposta sobre eles é considerada excessiva e injusta. Há também empecilhos políticos e econômicos que incomodam os favoráveis à saída: burocratica-mente o Reino Unido é expressi-vamente vinculado à UE, impedin-do que os países realizem certas políticas individualmente.

A questão dos imigrantes é po-lêmica, porque é um argumento usado por ambos os lados. Os que foram a favor da saída veem de forma negativa a entrada de trabalhadores imigrantes, porque eles estariam competindo e re-tirando empregos de britânicos nativos, principalmente nos se-tores menos qualifi cados. Estes imigrantes, sob permissão da UE, remeteriam suas remunerações de volta a seus países de origem, reduzindo assim a renda no Reino Unido. Ainda neste tópico, há o fato de que, ao aumenta-rem a oferta de mão-de-obra, os imigrantes fazem com que os salários pagos diminuam, porque as empresas ganham poder de barganha.

Os que foram contra a saída acreditam que esta decisão geraria perdas signifi cativas e regresso econômico. O maior benefício em participar da UE são os acordos de comércio,

exportações e importações, esta-belecidos entre os países mem-bros. As taxas alfandegárias nulas e a validade internacional de con-tratos fi rmados, por empresas por exemplo, geram ganhos mútuos enormes para os países membros da comunidade. Ao ser mais aber-to à UE, o Reino Unido tem mais competição entre as empresas nos diversos setores da econo-mia, o que resulta em preços mais baixos benefi ciando a população e incentivos a inovações tecnoló-gicas pelas empresas. Os imigran-tes também apresentam pontos positivos, são mais trabalhado-res para as economias britânicas, que aumentam a competição no mercado de trabalho gerando efi ciência e desenvolvimento no longo prazo. Ainda que o imi-grante remeta boa parte de sua remuneração ao exterior, a sua re-muneração e seus gastos geram aumento de produto e renda para os países.

Em sua maioria, os economistas acreditam que o Brexit é negati-vo para o Reino Unido, gerando uma recessão no curto prazo de-vido ao choque inicial e resultan-do em um menor crescimento de longo prazo.

Há muitas especulações em re-lação ao futuro do cenário euro-peu, tanto internamente no Reino Unido como internacionalmente. Em meio à surpresa da aprova-ção do Brexit, muitos britânicos assustaram-se com os possíveis prejuízos e clamores por uma nova votação começaram a sur-gir. A hipótese de uma nova vo-tação, foi descartada pelo go-verno por ser antidemocrática e obstruir a confi ança do governo com aqueles que defi nitivamente votaram a favor da saída.

Outras preocupações que se apresentam para o futuro do Rei-no Unido é a, improvável, mas possível, ruptura do grupo pela Escócia e Irlanda do Norte, que desejam permanecer na UE. Es-tes dois países poderiam sepa-rar-se do Reino Unido para con-tinuarem membros da UE, visto que prospectam custos muito altos com o Brexit.

Por ser a primeira vez que um Estado sai da União Europeia, es-pecula-se que este episódio esti-mule o desejo de saída de outros países membros que estão insa-tisfeitos com o bloco, propician-do um cenário que destruiria o bloco econômico europeu.

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8 | Outubro 2016

Entidades

PRECISAMOS FALAR SOBRE ELXS

Quem já namorou escondido dos pais ou numa escola que proibisse esse tipo de in-teração entre os alunos sabe o que é ter que

fi ngir ser só amigo do seu fi cante/namorado/qual-quer-rótulo-que-queira-dar: Em um momento vocês estão se declarando um para o outro, de mãos da-das, abraçados e, no outro, mantêm uma distância até que forçada, para aparentarem tudo menos ro-mance. Mas qual a pior coisa que poderia aconte-cer se descobrissem o romance? Castigo? Ficar sem sair? Talvez até uma vigilância extremamente humi-lhante. Isso quando tínhamos, no máximo, 15 anos.

Agora imagine essa mesma situação só que nos seus 20 e tantos anos. E que se você aparentar ter um relacionamento com seu crush, pode apanhar de desconhecidos, ou até mes-mo morrer simplesmente por não acharem que vocês combinam – isso sem mencionar um possível “estupro corretivo”. Essa situa-ção é a realidade de cerca de 450 milhões de pessoas que se declaram LGBT, ao redor do mundo.

Ter medo de apanhar na rua não é o único tipo de discrimi-nação vivida por alguém da co-munidade LGBT. Sofrer preconcei-to e ser julgado pelo modo como se veste, fala, como corta o cabelo – e mesmo se pinta as unhas (!!!) - é algo corriqueiro para esse grupo, mesmo dentro de faculdades renomadas – onde é esperado que o acesso à informação e o estímulo ao debate de assuntos variados implique em menos intolerância – como o Insper.

“No geral, o Insper é um ambiente bem heteronor-mativo, e não é algo que só a gente percebe. Mes-mo que a pessoa não saiba defi nir, fi ca muito claro para todo mundo” – explica Ricardo Busch, um dos fundadores do Coletivo LGBT Inspride. “Pra mim a

gota d’água foi numa festa do Insper – a última que frequentei – em que eu fui de shortinho e unha pin-tada. Eu não sei quantas mil vezes eu tive que ouvir as pessoas comentando que unha pintada não era pra mim. É muito incômodo você pagar pra ir numa festa e ser perturbado”. Uma outra situação seme-lhante em uma festa do Insper foi “””brincarem””” de João-Bobo com um homossexual – simplesmen-te por ser homossexual. “Esse é o tipo de coisa que as pessoas precisam saber que acontece”, contou Busch.

“Eu – dentre muitas pessoas – entrei no Insper e não falava abertamente da minha orientação sexual porque eu não sentia um ambiente muito amigá-

vel. Ficava receoso, porque todos os meus amigos de fora sabiam e aqui não.

Acabou que eu, o Busch e o Bru-no fi camos amigos e criamos um

grupo” – conta Matheus Monaci que, assim como Bruno Bahia, é outro fundador do Coleti-vo. Tudo começou em maio quando ele fi cou sabendo sobre o Reaching Out MBA - um evento no auditório da

FGV sobre mercado de traba-lho LGBT, realizado por funcio-

nários da McKinsey & Company, além de muitas outras empresas - e

avisou os amigos que sabia que eram LGBT. Lá, conheceram e tiveram contato com

vários coletivos e grupos LGBT de empresas, e re-solveram criar um grupo. “O grupo não era nada institucional, mas aí um dia pensamos ‘Vamos criar um coletivo? ’, porque a gente sempre soube de várias pessoas LGBT no Insper mas ninguém se organizava, falava abertamente sobre o assunto” – explicou Matheus. Eles, então, pediram o contato de uma menina LGBT que já fazia parte do Coletivo Marianne Ferber – Victoria Jaeger, atualmente do 8º semestre – pois, como explicou Busch, não queriam

Por Sarah Vendrame

1 http://www.lgbt-capital.com/index.php?menu_id=2

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9 | Outubro 2016

“criar mais uma coisa no Insper que fosse represen-tada por homens, homens e mais homens”.

O Coletivo conta com a participação de alunos da graduação, Alumni, alunos da pós-graduação e Alumni da pós. A nova entidade tem duas pro-postas: promover networking entre alunos e pro-fi ssionais LGBT, já que, por terem um background em comum, sentem-se em um ambiente de maior confi ança, cuja troca de experiências terá mais cor-respondência do que em um networking comum; e abrir a discussão da causa LGBT para a Comuni-dade Insper como um todo, trazer pessoas de fora para falar sobre o assunto e fomentar, gradualmen-te, o debate e o pensamento crítico de algo tão banal mas que ainda é alvo de tantas críticas e julgamentos.

Além dessas propostas, o Ins-pride dá o sentimento de per-tencimento aos alunos novos, coisa que muitos dos veteranos não tiveram logo de cara. “É inadmissível as pessoas entra-rem na faculdade com medo, como foi o caso de uma bixete que entrou no coletivo recen-temente” – explicou Busch.

Também tem duas vertentes: um coletivo mais fechado, voltado mais para um apoio e troca de experiências en-tre os membros e um coletivo para o Insper, cujo objetivo é conscientizar, fazer campanhas e trazer o tema LGBT, algo tão escasso na faculdade. “Eu acredito que nosso maior desafi o é conscientizar sem nos autossegregar, é falar ‘olha, tem esse problema’ e falar de igualdade sem nos fazermos diferentes” – explica Bruno Bahia. “A gente quer deixar as coi-sas muito claras e acessíveis, mas sem ser agressi-vo. Por exemplo, ‘toma cuidado com as coisas que você fala, para e presta atenção antes de falar’. Tem coisas que ofendem sem a gente se tocar” – conta Busch. “Quando você fala ‘viado, vira homem’ pra alguém, mesmo algum amigo, você não sabe se ele é hétero. Ele pode estar passando por uma crise de identidade e você só vai piorar isso” – disse Bruno.

Dentre muitos assuntos a serem levantados para discussão, um que sempre se sobressai é em rela-ção às pessoas que lutam pela causa: “O homem hétero que defende a causa LGBT é visto como gay. Isso também vale para a política, já que muita gente não se posiciona por medo da taxação” – explicou Bruno. Ele também conta que é aí que a homo-fobia ganha lugar, pelo medo de se posicionar e

pela necessidade de autoafi rmação. Já em relação a preconceitos, Matheus ainda disse que fala ape-nas como homem homossexual: “Além do que nós, homens gays, sofremos, também tem o lado da mu-lher lésbica, que também sofre preconceitos e de formas diferentes. Por exemplo, estar na balada e chegar um cara pedindo pra participar do beijo”.

Sobre visibilidade – assunto muito em pauta en-tre várias minorias -, o que ocorre no meio LGBT é que todo mundo acaba se apropriando de gírias e costumes e cria-se uma zona cinzenta. “Não tem problema nenhum você querer usar as nossas gí-rias, mas não fale que é parte do grupo. Você não é parte do grupo, você não passou pelas mesmas

difi culdades. Não é um mar de rosas” – explica Busch. Ainda nesse tópico, também ocorre o estereotipar gays: “Você acha que é parte do grupo porque pega a ‘parte legal’. É meu amigo cool, estiloso, que vai fazer compras com você e ser seu gay best friend. Mas pela parte de sair na rua de mão dada com seu namorado e ser espancado ninguém passa” – conta Bruno.

Além da estereotipação, tem a taxação. “Eu percebo muitas amigas minhas falando ‘Ah, esse é meu amigo gay’. Qual é a diferença entre eu ser seu amigo ou seu amigo gay? Que

diferença faz a pessoa saber que eu sou gay?” – fala Bruno. Ou mesmo as pessoas esperarem que um homem homossexual seja afeminado e uma mu-lher, masculinizada.

A ‘parte chata’ inclui o que é ser um homossexual no mundo atual: “’Medo’ é a palavra que defi ne. Vi-ver com medo é horrível. Ter medo de andar na rua, de usar o transporte público e se restringir por esse medo é péssimo” – revelou Busch.

Apesar de tudo isso, os meninos contaram que o coletivo tem recebido total apoio da direção, do MultiInsper e da faculdade num geral, que aguar-dam curiosos as atividades e o lançamento do re-cente projeto.

É LGBT ou quer conhecer mais sobre o assunto?

Procure algum dos meninos ou entre em contato via e-mail:

[email protected]

*o contato, bem como a identidade de quem o faz, são completamente confi denciais.

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10 | Outubro 2016

Os melhores filmesque ninguém assistiu em 2016 (até agora)

Entidades

DEMÔNIO DE NEON (NEON DEMON):

Esta lista inteira foi feita sem uma ordem específi ca, mas devemos admitir que mesmo assim o melhor fi -cou por último: Demônio de Neon, dirigido por Ni-colas Winding Refn, um diretor que provavelmente dominaria uma futura lista de “melhores fi lmes da dé-cada que ninguém viu”. O longa-metragem partilha muitas características de outros trabalhos do diretor, ou seja, pouco diálogo, pouca história expressa, e muito, mas muito, dos mais lindos visuais. O conteúdo do fi lme merece cumprimentos igualmente grandes a sua beleza estética, mas assisti-lo sem informações prévias irá potencializar sua experiência. Fica, a reco-mendação do melhor fi lme que “ninguém” viu esse.

Versão PB negativa | Retículas de cinza

Versão sobre verde Versão sobre vermelho

Versão PB positiva | Retículas de cinza

Siga os valores cromáticos descritos abaixo para a correta aplicação da marca.Quando do uso da marca sobre o fundo

PANTONE

Pantone Process Black

Pantone 201 C

Pantone 382 C

CMYK

PB

C-0 M-0 Y-0 K-100

C-0 M-100 Y-65 K-30

C-30 M-0 Y-100 K-0

k-50

k-100

RGB

R-0 G-0 B-0

R-175 G-0 B-35

R-180 G-220 B-15

APLICAÇÕES DA MARCA

Versão principal horizontal

10mm

Versão verticalna redução mínima

Organizações Estudantis - Sementes Culturais

2016 já chegou ao seu quarto trimestre, mas a lista de bons fi lmes ofuscados entre os grandes blockbusters do ano só tem crescido. Assim, decidimos fazer uma listinha de fi lmes para os amantes de cinema ou qualquer estudante em desespero para procrastinar algumas horas no dia antes daquela prova de cálculo:

Lembrete: muitos desses fi lmes podem não ter passado despercebido no exterior, mas frequen-temente as grandes redes nacionais de cinema (que controlam 99% das exibições no país) não acreditam que alguns fi lmes “valem” o investimento no Brasil.

DOIS CARAS LEGAIS (NICE GUYS):

Depois da famosa buddy comedy da história, Má-quina Mortífera, Shane Black continuou fazendo fi l-mes que misturam perfeitamente comédia e ação mantendo o tom de humor satírico que a série de games GTA pegou “emprestado”. Esse é o caso de Dois Caras Legais, que apresenta um estilo de im-previsibilidade, misturado a uma ótima química en-tre os atores principais, Russel Crowe e Ryan Gosling, que unem forças para desvendar um dos casos mais bizarros já colocados na tela de cinema, na melhor buddy comedy do ano.

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11 | Outubro 2016

HARDCORE: M ISSÃO EXTREMA (HARDCORE HENRY):

Você possivelmente já deve ter visto um vídeo clipe de música que viralizou a um tempo atrás semelhante a um fi lme de ação, mas com a perspectiva do perso-nagem e sem cortes (take único), senão basta digitar “Biting Elbows” no youtube para achar. Então, 3 anos depois de fazer esse vídeo clipe, os responsáveis lan-çam Hardcore, isto é, simplesmente uma versão de 90 minutos do clipe. Um fi lme de ação contínuo, fi l-mado tudo em primeira pessoa, com cenas e visuais merecedores de pertencer a lista de melhores fi lmes de ação da década. Excelente para quem busca uma descarga de adrenalina de 1h e meia. Pontos bônus se você conseguir assistir esse fi lme em VR.

A BRUXA (THE WITCH):

Se ao terminar de ver este fi lme você não o considerar o melhor fi lme de terror do ano, pelo menos possivelmente irá concordar que é um dos mais bem feitos. Incrivelmente aterrorizante o fi lme passou despercebi-do este ano, mas tem pego bastante embalo na internet. É obra do novo diretor Robert Eggers, que explora os extremos mais terríveis e pertur-badores do “pânica satânico” do século 17 e o que pode fazer com as pessoas que viviam naquela época. Em suma, se você estiver com von-tade de aprender o que é terror de verdade não deixe este fi lme passar despercebido!

JOVENS, LOUCOS E MAIS REBELDES (EVERYBODY WANTS SOME !!):

A sequência “espiritual” de Jovens, Loucos e Rebeldes, do mesmo diretor e escritor, explora o drama e aventura de ser um adolescente através de lentes cômicas e satíricas. Porém, ao invés de olharmos para a década de 70, temos uma visão íntima e bem humorística de como é ser um jovem entrando na faculdade pela primeira vez duran-te a década de 80 nos Estados Unidos. Munido de sutis comentários sociais (sim esse tipo existe) e de uma das melhores trilhas sonoras do ano, esse fi lme vale a pena para qualquer um procurando por uma falsa experiência light, que ao fi nal vai te ensinar mais do que você imaginava aprender.

SALA VERDE (GREEN ROOM):

Mesmo depois de conseguir um relançamento para mais salas esse ano devido atenção nos festivais de cinema em 2015, o fi lme de suspense/terror Sala Verde, do diretor indie Jeremy Saulnier, ainda não parece ter quebrado a barreira da notorie-dade. Contando com o talento do famoso Patrick Stewart. O fi lme desenvolve seu suspense quando um grupo de jovens se encontram trancados em casa reféns de uma gangue de neonazistas, tendo que lutar para sobreviver. Perfeito para quem procura fi car na ponta da cadeira do começo ao fi m.

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12 | Outubro 2016

Speak UpInglês para todos

Idealizado pelos alunos Otavio Tittoto e Guilherme Fidalgo, do 4o semestre de administração, o projeto consiste em aulas de inglês para os alunos bolsis-

tas lecionadas pelos próprios alunos do Insper. Com um eminente conhecimento da língua inglesa, esses conseguem tanto introduzir o idioma para alunos de nível elementar (A2), quanto contribuir para o avanço do aprendizado de alunos de níveis pré-intermediário (B1) e intermediário (B2).

IP: Como você teve a ideia?

Otavio: Bom, a gente sabe que hoje em dia o inglês não é mais um diferencial, e sim um pré-requisito. Na verdade, eu estava procurando alguma parceria (pelo D.A.) para os alunos e acabei encontrando uma escola de línguas, a Top Tutors! O problema é que, mesmo com o desconto, as aulas não necessariamente fi ca-riam acessíveis para todo mundo. Realmente, existem pessoas sensacionais aqui no Insper que podem ser prejudicadas no mercado de trabalho só por não ter tido a mesma chance que outros de aprender inglês; o objetivo do projeto passou a ser, então, dar a estes alunos essa oportunidade.

A partir disso, os diretores da escola entenderam meu ponto e rolou uma sinergia incrível. Eles realmente ti-veram vontade de me ajudar a pensar em uma solu-ção para isso.

IP: Quem te ajudou a viabilizar o projeto?

Otavio: Eu e o Guilherme Fidalgo começamos a desenvolver a ideia, trabalhando muito com o Gui-lherme Leite (Programa de Bolsas) e a própria Top Tutors.

A parceria com a escola está sendo fundamental até agora, porque são eles que suportam todas as ques-

tões de know-how da língua: questões de didática, provas de nivelamento, entrevistas e todo o resto.

Além disso, o Insper também está dando grande suporte para o projeto; temos parceria tanto com o Diretório Acadêmico, que nos ajudou na divulgação principalmente nas redes sociais, mas também na Fei-ra de Entidades, quanto com a Biblioteca Telles, que disponibilizou a sala de projeção para as provas de professores, alunos e também para todas as aulas!

No entanto, a parceria com a escola Top Tutors não benefi ciou somente os alunos que participam do Spe-akUp: todos os alunos do Insper ganharam a oportu-nidade de fazer aulas na escola com desconto, sen-do 40% para alunos bolsistas e 20% para alunos não bolsistas. Essas incluem aulas de inglês, francês, es-panhol e alemão, além de cursos preparatórios para provas de profi ciência como o TOEFL e o IELTS.

PROCESSO SELETIVO E PREPARAÇÃO DOS PROFESSORESApós a divulgação nas redes sociais, a procura pelo projeto foi grande: 33 alunos se candidataram para o processo seletivo que, por sua vez, era composto de uma prova para medir o nível de inglês dos par-ticipantes, seguida por uma entrevista com os idea-lizadores do projeto para aqueles que obtiveram os melhores resultados no teste.

Ao fi nal, foram selecionados 4 professores e 2 pro-fessores auxiliares, que foram designados para dife-rentes níveis e começaram a lecionar já na primeira semana de setembro. Para que as aulas fossem dadas com a melhor didática possível, todos os seleciona-dos passaram por um treinamento de 10h com os professores da própria Top Tutors, o que também “foi essencial para garantir a qualidade das aulas e efeti-vamente ajudar os alunos”, segundo Otavio.

Por Luciana Faria

Entidades

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13 | Outubro 2016

PROCESSO DE ALOCAÇÃO DOS ALUNOS

Após a seleção dos professores, cerca de 40 alunos se inscreveram e fi zeram a prova de nivelamento. A partir do teste fornecido pela escola de idiomas e de uma entrevista feita com alguns dos alunos (para confi rmar se o nível para o qual esse havia sido designado esta-va correto), esses foram divididos em três diferentes níveis: A2, B1 e B2.

Com todos os detalhes defi nidos, as aulas começa-ram efetivamente na primeira semana de setembro e foram um sucesso. Conforme relata um dos alunos, Jonas Silvestre, do 1o semestre:

IP: Como você fi cou sabendo e por que você procu-rou o projeto?

Jonas: Eu fi quei sabendo quando alguns organiza-dores do SpeakUp apresentaram o projeto na minha sala. Eles então falaram da difi culdade que muitos alu-nos estavam tendo porque, desde o primeiro semes-tre, algumas matérias já contam com textos e vídeos em inglês. Fiquei muito feliz em saber que alunos do Insper perceberam um problema na faculdade e se preocuparam em buscar maneiras de atenuar essa questão. Procurei o projeto porque quero melhorar meu inglês, já que tanto na faculdade como no mer-cado de trabalho é uma habilidade essencial.

IP: Como era seu contato com a língua inglesa antes do Insper?

Jonas: O meu contato era através de fi lmes, séries e alguns textos. Nunca tinha estudado inglês de manei-

ra formal, mas tinha um vocabulário razoável, porém um péssimo listening e desconhecimento de muitas estruturas gramaticais.

IP: O que você achou do processo de nivelamento dos alunos?

Jonas: No processo de nivelamento, os alunos ti-veram que responder 40 questões de múltipla es-colha, com diferentes níveis de dificuldade. Depois dessa prova, alguns professores e organizadores do projeto, para terem certeza do nível de inglês de alguns alunos fizeram uma rápida entrevista em inglês. Eu achei uma boa maneira de identificar o nível das pessoas e colocá-las na classe correspon-dente.

IP: Quais são suas expectativas em relação ao projeto?

Jonas: A minha expectativa é melhorar bastante meu conhecimento em inglês e que o projeto faça a dife-rença na vida de muita gente.

IP: O que você achou da primeira aula? Conte um pouco como foi essa experiência para você.

Jonas: Eu gostei bastante. Os professores são jovens, quase com a mesma idade dos alunos, mas parecem estar empenhados em desenvolver suas habilidades pedagógicas para possibilitar uma boa aula. Gostei também da abordagem feita, pois os textos usados são focados na área de negócios, economia, ou seja, próximos do que estudamos na faculdade, assim os alunos aprendem mais rápido as palavras que eles usarão mais frequentemente.

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14 | Outubro 2016

O IMPACTO DA POUPANÇADA POPULAÇÃO NA ECONOMIA

Quem já passou por mi-croeconomia no se-gundo semestre deve lembrar (ou ao menos

deveria) que o total de investi-mento do país é a soma da pou-pança do governo mais a pou-pança da população. Mas o que acontece quando o país poupa pouco, a educação fi nanceira é inacessível a grande parte da po-pulação, e pior, possuiu durante treze anos um governo que via de regra estimulava o consumo?

Com a estagnação do PIB em 2014 e a grave reces-são do ano passado, o processo de guardar dinhei-ro tornou-se ainda mais difícil para o cidadão. Se com a economia em alta o país já não tinha a cultu-ra de poupança, com a crise atual, infl ação alta cor-roendo a renda do trabalhador que já é baixa (se o mesmo ainda possui emprego), a palavra poupar fi ca muito distante do vocabulário da população.

Segundo pesquisa realizada pelo SPC Brasil no iní-cio do ano passado, 64% dos brasileiros não con-seguem guardar dinheiro, e quando conseguem é para gastar ainda mais. Na mesma pesquisa, os entrevistados foram questionados o que fariam se recebessem um salário cinco vezes maior e 68% das pessoas afi rmaram que reformariam a casa, comprariam carros ou fariam viagens, depois pen-sariam em investir.

Tal comportamento tem refl exo direto no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Um cálculo de 2012 do

Banco Mundial (Bird) mostrou que o (PIB) brasileiro pode crescer se a população poupar mais. A cada 1% que os brasileiros pouparem a mais, o impacto no crescimento da economia do País pode ser de 0,25 ponto percentual, o que representaria aproxi-madamente R$7,5 bilhões a mais no PIB.

O cidadão chinês poupa em média 30% da sua ren-da e a taxa de poupança total do país já chega a 50% do PIB, enquanto no Brasil a média da econo-mia da renda nas famílias é de apenas 5%, enquanto a poupança total do país em 2015 teve taxa de ape-nas 14,4% do PIB. É claro que nessa comparação temos que olhar com cuidado a situação em que os chineses vivem e suas leis onde, por exemplo, eles não possuem sistema de previdência pública como no Brasil, o que acaba sendo contraditório já que o país vive em um regime “comunista”, fazendo então com que o cidadão poupe para seu futuro, pois nin-guém fará isso por ele, diferentemente daqui, onde

Entidades

O Brasil tem uma população sem o costume de guardar dinheiro. Se as famílias aumen-tassem sua poupança em 1%, não estaríamos no ponto ideal, porém o impacto no PIB seria impressionante.

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15 | Outubro 2016

temos alguns “direitos” como FGTS ao ser demitido e previdência social na aposentadoria.

Ao comparar a taxa de poupança de ambos países, pode-se notar que não é só a população que não tem um com-portamento poupador. A máquina pú-blica também não consegue equilibrar suas despesas e receitas, nem cortar gasto, refl etindo diretamente na pou-pança e no investimento, e como con-sequência disso o Brasil fechou 2015 com défi cit de R$115 bilhões.

A falta da cultura da poupança fi ca evidente se comparamos o país tam-bém aos demais países emergentes. O Brasil poupa 58% menos que a média desses países, e o refl exo disso se dá no investimento, onde a taxa é a terceira pior em comparação a todos os demais emergentes.

Desde 1994, o investimento nos países subdesen-volvidos evoluiu consideravelmente até 2013, já o Brasil foi na contramão, como pode ser observado no gráfi co abaixo:

Durante anos o crescimento foi impulsionado atra-vés do estimulo ao consumo, mas tal estratégia mos-trou-se inefi ciente, pois logo a economia dá sinais de esgotamento, a infl ação decola e o país para de crescer. A escolha entre estimular a poupança ou o consumo tem impacto direto no ciclo de crescimen-to dos países. Em nações que incentivam a poupan-ça, boa parte da riqueza gerada é direcionada para investimentos. O consumo cresce em velocidade menor, mantendo a infl ação sob controle. Isso dá base para uma expansão sustentável.

Consertar os problemas da estratégia adotada e que nos trouxe a esta grande crise irá levar tempo e não será fácil. Mas então o que pode ser feito de imediato? Eventos e projetos são realizados, como por exemplo ENEF (Estratégia Nacional de Edu-cação Financeira), Projeto Pé de Meia da USP-RP e também cursos gratuitos de educação fi nanceira oferecidos pela BM&F Bovespa.

O Bem Gasto também está mergulhado nessa mis-são. Damos aulas em escolas públicas ou privadas,

empresas e ONG’s transmitindo conceitos básicos da educação fi nanceira à uma população que não tem acesso nem conhecimento da importância des-se assunto. Orientamos como construir um orça-mento familiar, dicas de como conseguir economi-zar para compras futuras e fugir dos altos juros do cartão de crédito e cheque especial, por exemplo, além de poupar também para um objetivo maior, como uma reserva de emergência e aposentadoria, buscando minimizar o que seria necessário abrir mão no presente para alcançar tal feito.

Também acreditamos na importância de começar com os mais jovens. Atuar com as crianças é como se estivéssemos prevenindo ao invés de remediar. Em outubro, nosso curso para crianças terá mais um teste com fi lhos de funcionários do Insper. Nossa intenção é aplica-lo no futuro em escolas e ONG’s para que as crianças tenham desde cedo a percep-ção do que se pode conseguir com uma cultura de poupança e construir uma geração diferente da de seus pais, mudando então nossa estatística atual.

Com o empenho de cada membro, temos a certeza que conseguiremos impactar a vida dessas pesso-as, com conceitos e exemplos que tornarão palpá-vel e possível sonhar grande e que podem atingir seus objetivos. Assim, teremos a satisfação de que, de alguma forma, estamos agindo para que o país consiga superar o momento difícil e que consiga em breve voltar a crescer de forma sustentável, auxiliado por uma população mais educada fi nanceiramente.

http://noticias.r7.com/economia/brasileiro-nao-guarda-dinheiro-para-fazer-poupanca-mas-para-gastar-ainda-mais-11032014http://economia.ig.com.br/fi nancas/2012-06-12/se-brasileiros-pouparem-1-a-mais-pib-cresce-em-r-75-bilhoes-estima-bird.htmlhttps://www.epochtimes.com.br/poupanca-familiar-chinesa-cresce-signifi cativamente-ultimos-meses/#.V8DQXfkrLIUhttp://www.dcomercio.com.br/categoria/fi nancas/64_dos_brasileiros_nao_conseguem_pouparhttp://www.redebrasilatual.com.br/economia/2016/03/pib-3827.htmlhttp://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1734474-governo-teve-defi cit-de-r-115-bilhoes-em-2015-ano-do-ajuste-fi scal.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/04/1439889-pais-poupa-58-menos-que-emergentes.shtmlhttp://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1066/noticias/so-quem-poupa-enriquece

Referências:

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/04/1439889-pais-poupa-58-menos-que-emergentes.shtml

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16 | Outubro 2016

VOCÊ NÃO ESTÁSOZINHO

Capa

“Esperar entrar de férias para poder cui-dar da saúde #nãoénormal”. Esta é uma das mais de 100 postagens da página

“FAU nãoénormal” no Facebook. Assim como a escola de arquitetura da USP, inúmeras outras fa-culdades criaram, recentemente, páginas como “Precisamos falar sobre a UFABC”, “Precisamos falar sobre o IFUSP”, “Farma USP não é normal”, “Precisamos falar sobre ensino e saúde mental na Poli”, entre muitas outras, que abordam o tema da saúde mental no ambiente universitário.

Apesar dessa tendência de falar sobre o assunto, ainda há uma pressão social muito grande para se estar feliz e bem o tempo todo, vide nossa vi-trine – as redes sociais – que é basicamente com-partilhar como sua vida é legal, mesmo que não seja tão legal assim. Isso só piora o problema, já que falar sobre o que está sentindo é uma forma de, não só resolver questões internas, como se conhecer.

Levando isso em conta e conhecendo a rotina do aluno Insper, percebemos que está na hora de discutir tópicos tão relevantes na nossa vida – principalmente acadêmica - mas tão menospre-zados: saúde mental e sentimentos.

Levantamos, então, dados dos alunos via pesquisa divulgada no grupo “Comunidade Insper”. Apesar de ter sido uma pesquisa simples, conseguimos le-vantar números expressivos e dignos de refl exão.

Emprestando o termo da FAU, 45% dos 211 en-trevistados já terem pensado em abandonar a faculdade por se sentirem muito pressionados #nãoénormal.

Outro resultado que nos chamou atenção foi que, mais de 50% afi rmaram ter ou já ter tido trans-tornos psicológicos e, desses, aproximadamente 70% disseram que se iniciou na faculdade.

Observando esses resultados não seria válido afi rmar que nós também “Precisamos falar so-bre saúde mental no Insper”? Não apenas expor que nós, como juventude, temos problemas, mas colocar em pauta e abrir espaço para discussão. Claro que essa situação não muda da noite para o dia, mas quanto mais se falar sobre, mais con-trole teremos sobre a situação e menores os da-nos causados por falta de diagnóstico ou aceita-ção, por exemplo.

Por Camila Barscevicius e Sarah Vendrame

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17 | Outubro 2016

Apresentamos essa situação para Vanniere Bra-ga, psicóloga do MultiInsper, formada pela Uni-versidade Paulista, que, além de dar seu parecer como psicóloga, passou um pouco da visão do Insper sobre o assunto. “Esse momento de entra-da na faculdade, seja ela qual for, é, naturalmen-te, um momento de muitas mudanças na vida de uma pessoa. Tem a questão de se adaptar a uma nova faculdade, às vezes, de se adaptar a uma nova cidade, e de se acostumar com inúmeras mudanças. Você já não é mais adolescente, mas ainda não é adulto”, explica.

Vanniere ainda explicou que o fato de colocar-mos a felicidade como um objetivo a ser atingi-do – e alterá-lo constantemente – infl uencia muito na nossa percepção bem-estar. “A felicidade não se limita à faculdade ou a um ambiente, mas se limita a como a sociedade vê a vida, e a nossa sociedade é extremamente materialista. É sem-pre o ter. Então não é vantajoso para empresa ne-nhuma fazer uma campanha sobre a importância de ser feliz, a menos que isso esteja atrelado a algum produto. É muito difícil alguém ir pelo ca-minho do autoconhecimento se for levado pelo que está em alta, porque é sempre um produto que está em alta. Mesmo ouvindo falar de feli-

cidade, costumam vendê-la como um produto. Mas é impossível atingir a felicidade a menos que você faça uma viagem pra dentro de si. É impos-sível ser feliz buscando fora”.

Em relação às pressões impostas pela sociedade, a psicóloga esclarece: “Vocês têm que saber que antes de ser um aluno, antes de ser um profi ssio-nal, você é uma pessoa e você precisa cuidar des-sa pessoa. Você é seu produto, precisa investir no seu produto. Não é só uma embalagem. Você pode ser CR 1, ir bem em tudo, mas não sabe falar de si mesmo, não se conhece. Isso não afeta apenas o seu pessoal, mas sua vida acadêmica e profi ssional também. Quando você não sabe li-dar consigo mesmo, não sabe lidar com o outro. Então quando tiver que cobrar, dar um feedback

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18 | Outubro 2016

Capa

ou demitir alguém, como é que vai fazer? Não importa o que estiver fazendo, você sempre vai se relacionar com alguém, e é isso que se pre-za no mercado de trabalho atualmente, saber se relacionar”.

Ser feliz não é se sentir sempre feliz. ”O auto-conhecimento passa por um processo de frus-tração até aprender a lidar bem com certas si-tuações. Você não precisa, necessariamente, arrumar tudo, mas aceitar que essa situação existe, fazer escolhas e mudar algo em você para lidar bem com aquilo que não te traz sa-tisfação, já que, em contrapartida, tem alguma outra coisa que te satisfaz. Acho que a felicidade é olhar para o que você tem e saber que tem os pontos negativos, não empurrar para debaixo do tapete e se enganar, e lidar bem com essa escolha” – explica Vanniere.

Todos nós temos problemas e não podemos – e nem devemos – ignorá-los. Mas tê-los ou se sentir triste em alguns momentos da vida é comple-tamente natural e saudável, como po-demos ver no fi lme “Divertida Mente” (Inside Out – Pixar, 2015). Lidar com os sentimentos “nega-tivos” faz parte do autoconhecimento e é importante na construção de lem-branças e persona-lidade, além de ser crucial para o cres-cimento de cada um. Portanto, ignorar a ansie-dade ou um momento triste ou de raiva, não vai fazer com que pare de existir. A grande questão é aprender a lidar com cada situação interna da maneira mais proveitosa possível, assim como os personagens “Alegria”, “Tristeza”, “Nojinho”, “Raiva” e “Medo” fazem na cabeça da jovem Ri-ley no longa.

Podemos ver no fi lme, de maneira ilustrativa, como as emoções tomam conta das decisões da vida de Riley – e como a personagem é impulsi-va quando levada por seus sentimentos. Cada

emoção faz o que bem entende com a adoles-cente quando se predomina numa situação, mas só encontram um equilíbrio e uma forma de aju-dar Riley quando prestam atenção em todas as emoções e tomam decisões juntos. De forma leve, já que é um fi lme infantil, mostra que até as emoções que nós não gostamos de sentir são importantes e precisam de atenção.

Apesar de sermos considerados seres racionais, é impossível ignorar nossas emoções. Quando não lidamos bem com as situações da nossa vida, nosso corpo reage fi sicamente, seja fi can-do doente constantemente, com alergia, gastri-te e mesmo depressão. O transtorno depressivo é causado, entre outros fatores, por um desequi-líbrio químico nos neurotransmissores, como a serotonina, comumente conhecida como a res-ponsável pela felicidade.

Se sentimos dor de estômago, é o nosso corpo avisando que algo não está bem. Se ralamos o

joelho, cortamos o dedo ou nos quei-mamos, nosso cor-po nos envia sinais de dor para avisar que tem algo erra-do e para nos cui-darmos. Mas então por que não nos cuidamos quando nosso corpo man-da sinais claros de que algo não vai bem internamente? Se sintomas atrapa-lham sua rotina, in-dependentemente

de quais forem, é porque algo precisa de aten-ção, e a mente não está imune a esses avisos, tampouco os sentimentos.

Ignorar sintomas mentais e psicológicos podem levar a problemas maiores. Segundo dados da OMS, atualmente o suicídio mata mais jovens que o HIV. Mas o que podemos tirar disso?

Nossa sociedade impõe responsabilidades e decisões para nós desde muito jovens. Escolher o que quer fazer para o resto da vida entre os 16 e 18 anos é muito impactante. E não saber o

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19 | Outubro 2016

que quer também é passível de muitos julgamentos. Logo, a necessidade por aceitação, tanto dos pais, família, amigos e admiração social de maneira geral, é um grande fator para a infelicidade. Ao mesmo tempo, não podemos nos isolar, já que somos seres sociais.

Além de responsabilidades e situa-ções que levem à infelicidade, trom-bamos, de novo, com a mesma ques-tão: os jovens não sabem como lidar com essa pressão e com esses sen-timentos, mas também não querem “se expor” e aparentar vulnerabilida-de. Então não procuram a ajuda ade-quada – ou ajuda nenhuma. Isso é muito sério, pois em muitos âmbitos de nossas vidas, nós, jovens, nos for-çamos e esperamos chegar ao limite para procurar uma solução. Se fi ca-mos doentes, esperamos fi car muito doentes. Encarando os distúrbios psicológicos da mesma maneira, se esperarmos o limite, pode ser que acabe em tragédia.

Entendemos que a pressão social é um grande fator para o desencade-amento de alguns transtornos psicoló-gicos, mas também entendemos que quem frequenta psicólogo ou psiquiatra também pode ser julgado. Nesse ponto, não tem jeito – temos que enfrentar e tirar o tabu, o estigma tanto dos distúrbios, quanto do médico. “O psicólogo nada mais é do que uma pessoa que te ajuda a ter uma outra vi-são da sua própria vida. Quando a gente olha a nossa vida, olhamos sempre pelo mesmo ân-gulo, difi cilmente por um ângulo diferente. É como se fosse um quarto escuro que você só consegue iluminar uma parede, mas acha que sabe de tudo que tem naquele quarto. Então o psicólogo vem, ilumina por um outro lado e te mostra alguns entulhos te atrapalhando, algu-mas decisões suas que tendem a ser sempre as mesmas. O trabalho do psicólogo é apenas de ajudar a pessoa a perceber algumas coisas que não estão claras, e não de tomar nenhuma decisão por ela. Psicólogo não é pra louco, é para quem quer tirar o máximo de si mesmo” – explica Vanniere.

É justamente por causa desse estigma em rela-ção a buscar ajuda que muitas pessoas acabam tendo a sensação de estar sozinho, sendo que, na verdade, muitos colegas, até mesmo amigos próximos, passam pela mesma situação, mas não falam sobre.

Em suma, busque ajuda! Não faça da sua vida acadêmica ou profi ssional uma ameaça a sua saúde. Faça atividades físicas, descanse, se ali-mente e não faça das suas notas ou daquela en-trevista de emprego que não deu muito certo, sua vida. Ela é bem mais que isso, e para tirar proveito de tudo, não vale a pena se prejudicar por coisas tão pequenas. Notas são importan-tes, mas não a ponto de fazer você chorar se tirar uma nota menor que 7 e, muito menos a ponto de fazer você querer largar a faculdade se pegar uma (ou mais) DP’s.

que quer também é passível de muitos julgamentos. Logo, a necessidade por aceitação, tanto dos pais, família, amigos e admiração social de maneira geral, é um grande fator para a infelicidade. Ao mesmo tempo, não podemos nos

Além de responsabilidades e situa-ções que levem à infelicidade, trom-bamos, de novo, com a mesma ques-tão: os jovens não sabem como lidar com essa pressão e com esses sen-timentos, mas também não querem “se expor” e aparentar vulnerabilida-de. Então não procuram a ajuda ade-quada – ou ajuda nenhuma. Isso é muito sério, pois em muitos âmbitos de nossas vidas, nós, jovens, nos for-çamos e esperamos chegar ao limite para procurar uma solução. Se fi ca-mos doentes, esperamos fi car muito doentes. Encarando os distúrbios psicológicos da mesma maneira, se esperarmos o limite, pode ser que

Entendemos que a pressão social é um grande fator para o desencade-amento de alguns transtornos psicoló-gicos, mas também entendemos que quem frequenta psicólogo ou psiquiatra também pode ser julgado. Nesse ponto, não tem jeito – temos que enfrentar e tirar o É justamente por causa desse estigma em rela-

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20 | Outubro 2016

Engenharia

Princesa, astronauta, engenheira e o que mais quisermos

Mulheres na Engenharia:

Se me perguntassem quando eu tinha 6 anos de idade o que eu gostaria de ser quando crescesse, eu responderia de imediato e com muita certeza: “Eu vou ser astronauta e princesa! ”. E o que eu

gostaria de ganhar no natal? “Uma vassoura igual à da mamãe! ”. Esses eram os pensamentos que me vinham à cabeça enquanto na minha primeira aula do curso de Engenharia do Insper os alunos respondiam à pergunta “Por que Engenharia? ”. Enquanto os (infi nitos) meninos da sala respondiam “Eu sempre quis Engenharia, sempre brinquei com lego, carrinhos, jogos de lógica ” eu procurava uma resposta semelhante que se encaixasse comigo, mas não pensava em nada.

Eu lembro de brincar com os carrinhos e as peças de lego dos meus primos na infância, mas sempre que chegava em casa só tinham bonecas e itens de cozinha. Lembro também que des-de cedo meus primos aprenderam a dirigir, iam às ofi cinas e tinham vários jogos que estimulavam o raciocínio ló-gico, enquanto, em casa, apenas itens para formar uma perfeita casinha. Eu nunca me incomodei com isso, vivia pedindo carrinhos e de vez em quan-do até ganhava alguns, mas me contentava com minhas bonecas. Essa falta de estímulo por qualquer assunto relacionado a Engenharia e exatas sempre fez parte da minha vida, mas desde pequena eu gostava da área (afi -nal, queria ser astronauta e princesa).

Eu só decidi fazer engenharia no último ano do Ensi-no Médio e isso foi um choque para todos que me co-nheciam. Ainda lembro que a reação da minha mãe foi “Tem curso que é mais para homem mesmo, né? Quan-do me perguntam como é ser mulher na engenharia,

a primeira coisa que me vem à cabeça são momentos como esse, seguidos de todos aqueles outros em que eu e minhas amigas percebemos que outras pessoas (alunos e até professores) desconfi aram do nosso po-tencial ao nos dar alguma responsabilidade.

Esses casos são mais comuns do que se imagina, mes-mo nossos colegas já terem se acostumado com a nossa presença. Mas antes de dar qualquer resposta à

essa pergunta, eu me lembro de mim mesma, anos atrás, pensando se era capaz de me tornar uma astronauta no futuro, ou se estava sonhando lon-ge demais. Lembro de todo o amor que sinto pelo que faço todos os dias e todas as mulheres incríveis que me inspiram. Antes de qualquer resposta, eu imagino todas as meninas que um dia acreditaram que não poderiam ser engenheiras, e eu lembro o por-quê de estar aqui.

Ser mulher na engenharia é difícil. É ter que lidar todos os dias com as pessoas te subestimando, com aque-le sentimento de que você está sendo julgada, além de todas as difi culda-des do curso. É lidar com o fato de

que nos dois anos do curso no Insper, nós mulheres ainda somos apenas 10% dos alunos de Engenharia.

Ser mulher na engenharia é ter poucas mulheres nas quais se inspirar, porém saber que elas são incríveis. É sa-ber que para muitas garotas mais novas, você é a inspira-ção mais próxima. Ser mulher na engenharia, para mim, é lutar para que mais nenhuma menina desista acreditando que não vai conseguir ser o que ela sonha ser. É lutar para exercer o que ama sem ser julgada por isso. É auto afi r-mar, todos os dias, que somos boas o sufi ciente.

Por Isabella Oliveira

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21 | Outubro 2016

Por Clara Marins

Insper Acontece

Todos que passaram pelas áreas que envolvem a Biblioteca, tanto salinhas quanto nos “nerd box”, tem alguma opi-nião sobre as diversas

mudanças que ocorreram no espaço. Alguns se assustaram quando, por exemplo, foram re-tiradas as divisórias das mesas de estudo individual, deixan-do mensagens de repúdio que demandavam a volta à ordem anterior. Mas todos podem fi car tranquilos, pois estas ações fa-zem parte do processo de cria-ção de uma nova Biblioteca.

Não é de hoje que o número crescente de alunos tem torna-do o espaço da Biblioteca aper-tado, especialmente em épocas de prova, o que somado a um feedback sobre a difi culdade de encontrar salas de estudo em grupo livres e, até o próprio layout do espaço, motivaram a ideia de reformar nossa amada Biblioteca. Afi nal, o acervo está crescendo junto com o número de alunos.

Depois de decidir que “Sim, precisamos repensar a Biblioteca!” nossos maravilhosos profi ssionais se de-pararam com um problema: qual seria a Biblioteca ideal? Ideal para quem?

Assim, deveria ser um espaço agradável a todos da comunidade Insper, composta por públicos muito di-ferentes, entre alunos de pós-graduação, professores e alunos de diferentes cursos da graduação. Como reunir tudo isso em um único lugar? Foi então que surgiu a participação do Víctor Macul professor da Graduação de Engenharia.

Foi estruturado um projeto baseado na metodolo-gia de Design Thinking, em que se buscou a gera-ção de empatia com os usuários da Biblioteca, e a criação, prototipagem e testes de conceitos, com a fi nalidade de solucionar o seguinte desafi o: Como

melhorar a experiência de interação da comunida-de Insper em relação ao espaço físico da Bibliote-

ca. Tendo isso em mente pas-saram para a coleta ampla de dados.

Foram feitas várias longas en-trevistas para entender o com-portamento dos usuários e di-versos workshops. Com todos esses dados chegaram a for-mação de “personas” que re-presentariam um grupo da co-munidade Insper, dessa forma poderiam passar para a parte prática tendo em mente já al-guns usuários. Usando design thinking, a pergunta “o que sa-bemos sobre os usuários?” foi sendo respondida por interven-ções no espaço físico.

Lembram de quando surgiram puffs no mezanino? E depois como se deslocaram para o es-

paço do Nerd Box? Alguns reclamaram, outros acha-ram ótimo. A ideia era justamente essa: fazer uma intervenção temporária e coletar dados das reações. Deste modo, tem-se uma ideia ampla do que pode agradar ou desagradar os usuários. O ideal era ser simples para deixar todos confortáveis em participar do processo de criação e então poderiam recolher feedbacks através dos post-its e das abordagens às pessoas que estavam interagindo com os espaços conceito.

O interessante do processo é que faz tempo que a Bi-blioteca é como ela é atualmente e, portanto, a equipe teve a necessidade de um profundo questionamento repensando também qual a função da Biblioteca no Insper e na vida de seus usuários.

Após todo esse processo, com a coleta de dados fei-ta, além das possíveis mudanças no espaço é percep-tível a refl exão sobre a infl uência positiva do trabalho conjunto na construção do Insper.

O que está acontecendocom a Biblioteca?

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22 | Outubro 2016

No dia 22 de agosto, o Insper recebeu o re-nomado convidado Eduardo Gianetti, eco-nomista, fi lósofo e ex-professor da institui-ção, a fi m de debater os conceitos de seu

novo livro “Trópicos Utópicos” na quarta palestra do Insper Liderança, inciativa dos professores Carlos Melo e Fernando Schüler.

Em seu livro, estruturado em 124 micro ensaios, o escritor discorre a respeito da identidade nacional e

o futuro do país, abordando os três principais mitos da modernidade e, ao ser questionado por Carlos Melo acerca da crise civilizatória assistida atualmen-te, Gianetti explica quais são esses fatores.

Segundo ele, o primeiro desapontamento é em re-lação à ciência, uma vez que foram feitas promessas de que com o avanço do conhecimento científi co se-riam dadas respostas referentes à condição humana, esclarecendo o sentido da existência do indivíduo.

Insper Acontece

Novas Perspectivas aoDesenvolvimento

Insper Liderança - com Eduardo Gianetti

Por Fernanda Carvalho

Carlos Melo, Eduardo Gianetti e Fernando Schuler no evento Insper Liderança

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23 | Outubro 2016

No entanto, à medida que ela avança, mais dúvidas e impasses encontramos, “mais misteriosa acaba se revelando a condição humana”.

A promessa de a tecnologia tornar a natureza cada vez mais dócil origina a segunda crítica à civilização. Apesar dessa ambição, em grande parte, ter se con-cretizado, ela também implica “uma ameaça de des-controle das bases naturais da vida”. É o que ocorre, por exemplo, com a mudança climática, além do te-mor da escassez de determinados recursos naturais.

A última e mais importante promessa é a de que o crescimento econômico resultaria em níveis cres-centes de bem-estar humano. Um dado que refuta essa tese é a de que um americano com renda me-diana está entre os 5% mais ricos do planeta e, não obstante, sente falta de mais bens materiais do que os outros 95%. “ Nós estamos em uma corrida arma-mentista do consumo completamente desproposi-tada e que tem como uma das suas consequências uma ameaça de defl agrar desequilíbrios muito sé-rios na biosfera” e acrescenta: “ O 1 bilhão de pesso-as no topo da pirâmide do consumo é responsável por metade das emissões de CO2”.

Para Gianetti, esses desapontamentos civilizatórios desencadearam um estreitamento dos valores no mundo, mostrando que existe uma relação direta entre a prosperidade das sociedades ocidentais e sua obsessão por metrifi cações econômicas. No en-tanto, para o autor, medidas como o PIB, por exem-plo, não são capazes de avaliar o bem-estar das pes-soas pois o relaciona primordialmente ao consumo.

Pensar em desenvolvimento requer parâmetros mais abrangentes, visto que o mundo ocidental se sacrifi -cou muito pelo crescimento econômico, precisando atualmente encontrar outras formas de realização. Se-gundo Gianetti, diferentes nações demandam refl e-xão mais ampla que replicar modelos adotados por países considerados ricos, uma vez que as novas mé-tricas necessitam correlacionar a qualidade de vida e outros indicadores específi cos a cultura de seu povo.

Assim, é notória a necessidade e difi culdade na construção de liderança. O economista discorre que a perspectiva da liderança cultural tem se desacele-rado nas pautas e discussões dos países, principal-mente com a crescente do individualismo pós anos 80, fazendo o coletivo e sua consciência política serem suplantados nas perspectivas da sociedade. “Os países não devem ser ranqueados como em um quadro de medalhas”.

Em vista disso, Gianetti se classifi ca como como um “profético analítico”, para ele o Brasil não pode ser mimético (apenas repetir o que já foi realizado em

sociedades ocidentais como Estados Unidos e Eu-ropa), deve-se, portanto, aproveitar a presença de elementos da cultura ameríndia e africana em nossa civilização, a fi m de criar uma sociedade pautada em outros padrões de vida.

Tornar as relações mais humanas e afetivas é essen-cial para romper a excessiva idolatria da riqueza e sucesso em detrimento dos vínculos emocionais. “É mais sobre uma questão ética e de valores. O propó-sito do meu livro é provocar sonhos coletivos e ba-gunçar a cabeça dos economistas” explica Giannetti.

Dessa forma, olhar para frente é importante para buscar a identidade nacional. Ambientes impesso-ais, como o corporativo incomoda a cordialidade do brasileiro que progressivamente deseja reconheci-mento, revelando crises de liderança também pre-sentes neste ambiente.

Giannetti ao ser questionado sobre as lideranças po-líticas recentes no país reforça a importância da edu-cação neste processo, uma vez que ela é o caminho de entrada para os problemas. No delineamento po-lítico, segundo ele, Lula perdeu a oportunidade de trabalhar melhor este assunto. Passou a imagem de que basta esperteza e relacionamento para ocupar um cargo de liderança. Entretanto, Marina Silva e Jo-aquim Barbosa, também oriundos de famílias humil-des, utilizaram a educação como ferramenta.

Assim, o palestrante delineou um longo caminho ainda necessário ao Brasil de estimulo a renovação de liderança, citando sua preocupação em relação as eleições de 2014, “espero que tenham sido um aprendizado”.

Por fi m, Carlos Melo, ao relembrar uma importante frase de suas obras: “ A utopia brasileira é apurar no-vas formas de convivência sem perder o fogo dos afetos”, acabou trazendo à tona o romântico que vive dentro de Gianetti: “os proféticos estão sempre olhando para trás, por que não olhar prospectiva-mente na busca de um sonho compartilhado? ”

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24 | Outubro 2016

Meu primeiro emprego foi na Maersk Line, como analista de customer services de contas chave. A Maersk é a maior transportadora marítima do mun-do, e faz parte do grupo A.P Moller, de origem di-namarquesa. No fi nal do meu último semestre na faculdade, participei de uma seleção para o pro-grama de trainee da empresa, junto a alguns co-legas de classe. Embora não fui selecionado, me convidaram para uma segunda entrevista, desta vez para a vaga de analista. Nesta, fui aprovado e comecei a trabalhar em janeiro de 2006.

Resolvi aceitar a vaga de analista em 2006 porque queria começar a trabalhar logo e ainda não sabia com o que exatamente. Por isso, participei de vários programas de trainee de empresas conceituadas que tinham programas respeitados. Como tinha trabalha-do na IBJC, atual Insper Júnior e gostado da experi-ência, tentei trabalhar nas consultorias mais famosas. No entanto, não tinha o perfi l de consultoria e acabei não passando em nenhuma delas.

Na Maersk fui tendo experiências profi ssionais diferentes, mudei para uma vaga interessante na área de pricing, participei de projetos fora do Bra-sil, até que fi nalmente me encontrei trabalhando com operações de marketing na Whirlpool.

Conheci esta área por acaso, procurando emprego depois de ter saído da Maersk em um programa de demissão voluntária na metade de 2008. Era uma posição na qual eu podia usar a experiên-cia de atendimento que adquirira na Maersk com

habilidades e conhecimento de negócio que eu aprendera na faculdade. Este campo de trabalho me permitiu chegar na empresa na qual trabalho atualmente, a Monsanto.

Fui contatado por um Head Hunter e convidado a tra-balhar na Monsanto, líder no mercado de sementes de milho, soja, algodão e biotecnologia e, também, local que eu tenho o maior prazer em trabalhar. Fi-quei responsável por estruturar a área de operações comerciais e administração de vendas e hoje sou co-ordenador e líder de processos para a biotecnologia de soja, intacta, trabalhando no time de marketing.

Sinto-me muito realizado profi ssionalmente. Fui me adaptando e encontrando o meu caminho ao longo do tempo, conforme fui evoluindo. Tenho objetivos de carreira claros e trabalho muito para alcançá-los. Por outro lado, sinto que caso tivesse tido um plano de carreira mais estruturado desde o início, poderia ter focado mais os meus esforços, os aprendizados da faculdade, aulas eletivas e outros estudos de maneira a atingir meus objetivos mais rápido e efi ciente, tomando decisões que pudes-sem ter acelerado minha carreira.

Penso que nós devemos ser a locomotiva da nossa carreira, montando trilhos sólidos para poder avançar, mas isso não pode ser feito se as pessoas não sabem para onde querem ir. Ou seja, é importante que se dedique tempo para pensar sobre o futuro e criar um plano para chegar lá.

Mas de vez em quando, a vida nos prova que a receita de sucesso nem sempre é a mesma para todos. No meu caso, o fato de não saber o que queria fazer e de ter ido trabalhar na Maersk, colocou a Carolina, que já trabalhava lá quando entrei, na minha vida. Hoje somos casados há 4 anos e nenhum outro plano teria me feito mais feliz.

Alumni

ALUMNI:

Conselho de Veterano:

Vida profi ssional:

Nome: Diego Rovere D’Avila Idade: 33 anosCurso: AdministraçãoFormatura: 2005Contato: [email protected]

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25 | Outubro 2016

Como dá para ver pela minha trajetória profi ssional, passei por muitos empregos para descobrir o que gos-to de fazer. Como conselho, deixo que as coisas não são fi xas e as decisões que vocês tomarem hoje não são para sempre. Pode fazer sentido no momento e depois não fazer, e você consegue mudar isso. Então não se desesperem para achar o que vocês gostam de fazer ou qual a sua vocação, se não encontrou ainda, é tentando que você vai achar.

Meu formei em Administração no Insper em dezem-bro de 2012. Durante a faculdade participei da AIE-SEC, fi z intercâmbio cultural pela mesma, cursei um semestre em Londres e fi z alguns cursos no próprio Insper. Quando voltei do intercâmbio era a hora de procurar um estágio, e en-trei no Deutsche Bank na área Sales da corretora. Fi-quei lá por seis meses e foi ótimo para eu identifi car o que não queria fazer. Ape-sar do grande aprendiza-do, não me identifi quei com o trabalho e percebi que queria colaborar com uma empresa que tivesse um produto fi nal, que eu pudesse ver sendo usado. Foi então que decidi prestar processos de Trainee, e passei no Programa de Talentos da Ambev, semelhante ao programa de trainee, mas específi co em uma área.

Entrei como Talento Financeiro, conheci as áreas fi nanceiras da empresa e fui alocada como ana-lista em um projeto na Contabilidade no Centro de Serviços Compartilhados, em Jaguariúna. Per-cebi que fi nanças não era a minha praia, e fui à busca de um novo desafi o na Integration, uma consultoria estratégica em São Paulo. Eu era ana-lista da área de Marketing & Vendas e fi z diversos projetos voltados para o comercial das empre-sas. Fui convidada por um cliente para trabalhar com eles, e saí da consultoria para entrar na Tópi-co, uma PME recém comprada por um fundo de investimentos, que loca e vende galpões tempo-rários para armazenagem.

Hoje sou coordenadora de Inteligência de Mer-cado e Marketing, e tenho uma equipe de seis pessoas. Como a Tópico é uma empresa peque-na, tenho as mais diversas atribuições: gestão de indicadores comerciais, estudos de merca-

do, forecast de vendas, plano de marketing, marketing digital, tele-marketing...

Passei por muitas áreas e empresas diferentes em busca do que iria me rea-

lizar como profi ssional, e acredito que essa busca nunca acaba. No momento, onde estou trabalhan-do é o lugar que faz sentido eu estar, gosto do meu trabalho, do dia a dia da empresa e dos desafi os que tenho. Em minha trajetória descobri maior mo-tivação em integrar empresas com produtos fi nais de fácil percepção, e que a área comercial e marke-ting são as que mais tenho afi nidade.

Como parte da formação profi ssional, acredito que estudar é sempre bom, e fi quei um tempo pa-rada. Entretanto, recentemente iniciei pós-gradu-ação no Insper em Marketing e um curso de Coor-denação de Grupos no Espaço Transforma. Muitas das coisas que aprendi na faculdade uso no meu dia a dia, e principalmente a forma de pensar que o Insper me ensinou, sempre com um raciocínio lógico por trás. Pode parecer que nunca vamos usar os modelos de SWOT, forças de Porter ou os cálculos de estatística, mas eles estão sempre pre-sentes no meu dia a dia.

O que fazem os ex-alunosdo Insper hoje?

Conselho de Veterano:

Vida profi ssional:

Nome: Rebeca Soares Pereira Idade: 26 anosCurso: AdministraçãoFormatura: 2012Contato: [email protected]

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26 | Outubro 2016

O Desafi o surgiu enquanto estagiei na correto-ra de investimentos Rico. A ideia era envolver os alunos do Insper com o mercado de ações

simulando operações de compra e venda de títulos. Dessa forma, apoiado pelo material da Rico os par-ticipantes escolhiam suas ações semanalmente com base nos resumos diários do mercado elaborados por Roberto Indech, apostilas de estudos e o programa Ponto a Ponto da corretora. Com isso, os investidores poderiam escolher entre análise técnica ou funda-mentalista de curto prazo, envolvendo notícias e mo-mento do mercado.

Após uma semana destinada aos estudos, os com-petidores contavam com 100 mil reais fi ctícios para montar sua carteira de investimento de no máximo 5 ações. O acompanhamento do Ranking e da renta-bilidade de cada participante era acompanhado por uma planilha automatizada com cotações em tempo real, e toda semana os investidores podiam modifi car a sua carteira de ativos com o lucro ou prejuízo acu-mulado da semana anterior.

Após 3 semanas de campeonato, o primeiro lugar ter-minou com uma rentabilidade de 11,8% e ganhou um estágio de férias na corretora. O segundo e terceiro lugar levaram como prêmio um curso completo de mercado fi nanceiro mais um livro do analista da cor-retora Leandro Martins.

Depois do sucesso da primeira edição, montei uma equipe com mais dois alunos da graduação do Ins-per, que é composta por Wilson Pereira e João Batista visando um campeonato ainda melhor em sua segun-da edição. Dessa vez irá incluir vagas para alunos de outras universidades. Convidamos todos os alunos do Insper para participarem do Desafi o Rico. Espera-mos que o campeonato cresça e traga cada vez mais conhecimento e oportunidades para aqueles que se interessam no mercado fi nanceiro.

Para contato: ricodesafi [email protected]

De aluno para aluno

Por Renan Almeida

Desafio Rico

26 | Outubro 2016

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27 | Outubro 2016

Quando entrei no Insper (2014/2), me identifi quei muito com o curso de Fundamentos da Ad-

ministração no geral, mas principal-mente com o trabalho de campo; pude colocar em prática os conceitos apren-didos em sala, tentando solucionar um problema de uma empresa real. Embo-ra meu grupo não tenha tido grandes problemas, outros apresentaram algu-mas difi culdades durante o processo e, por isso, a ideia de ter um mentor para auxiliar nessas questões me pareceu muito lógica e efi ciente.

O projeto de Mentoria de Trabalho de Campo da disciplina FDA de surgiu, então, como tentativa de melhorar um projeto que já havia sido feito pelos pro-fessores da matéria no primeiro semes-tre de 2014. Neste, o mentor deve se juntar a uma equipe durante o semestre (reuniões semanais de 1 hora), a fi m de tirar dúvidas, dar dicas sobre o trabalho e tentar amenizar/resolver eventuais confl itos que possam aparecer no grupo. Além disso, para alinhar o professor ao avanço das equipes o mentor envia feedbacks semanais da situação do grupo.

Com a professora Flavia Piazza pensamos em formas alternativas de realizar essa mentoria, pois nós duas achávamos que era uma grande ideia a ser trabalha-da e implementada. Depois de algumas conversas, concluímos que seria interessante usar alunos volun-tários, com bom desempenho na matéria, para parti-cipar do projeto. Abrimos um link para a inscrição e tivemos um bom número de interessados, mas, du-rante o semestre, muitos deles desistiram.

Embora essa situação tenha sido desagradável, percebemos que era melhor ter menos mentores,

porém mais engajados. Para evitar problemas nos próximos semestres, fi zemos ajustes e melhorias: reuniões mais “formais” para explicar o projeto, adi-cionamos uma aula de capacitação para relembrar o conteúdo de FDA, novo processo de contratação entre equipes e mentores e abrimos as inscrições para todos os alunos que já realizaram o trabalho de campo.

Após essas mudanças, o projeto despertou o inte-resse de vários outros alunos, além daqueles que já haviam participado. A professora Flavia conver-sou então com a coordenadora Carolina da Costa, e conseguiu transformá-lo numa atividade comple-mentar ofi cial da graduação, oferecendo de 1 a 15 créditos de bonifi cação, dependendo do engaja-mento do mentor.

Por Luciana Faria

Mentoria de Trabalhode Campo

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28 | Outubro 2016

International

Galera do Insper, alguma vez já se questionaram sobre o que uma suíça pensa do Brasil? Então va-mos lá! Se eu tivesse que escolher uma palavra

para descrever o Brasil, seria autêntico.

Cada pessoa tem a sua própria imagem do mundo, e essas imagens evoluem ao longo de toda sua vida. Des-de pequena, tendo vivido oito anos no sul de Portugal, tinha uma ideia de como seria esse enorme país com a língua em comum: o português.

Para uma jovem europeia como eu, o Brasil sempre me aparentou ser uma terra vasta, exótica, cheia de riquezas naturais e onde reina um ambiente latino extraordinaria-mente gostoso.

Quando eu pensava no Brasil, as minhas primeiras impressões iam ao encontro de paisagens selvagens parecidas ao Rio de Janeiro ou Amazônia. Pensando em tais lugares, os panoramas inspiravam-me pelas silhuetas das praias tropicais onde pessoas relaxadas e zen levavam um estilo de vida sereno, em que nada parecia grave.

Essa imagem que eu tive do Brasil foi provavelmente devido ao sotaque brasileiro, bem diferente do sotaque português, pois sempre achei mais melodioso. Ouvia-se também dizer que no país se encontravam as mulheres mais bonitas do mundo. A sua notoriedade como um paraíso turístico conjuntamente ao banho de vibrações que havia na minha casa quando os meus país ouviam música brasileira, evocava um samba de cores na minha cabeça - incluindo o famoso carnaval de Rio de Janeiro - quando imaginava o Brasil.

Todavia, com a idade essa cena se alterou através do no-ticiário na TV que frequentemente representava o Brasil como um país de grande instabilidade, rasgado entre violências e tráfi co de drogas.

De fato, a mídia dava uma imagem de outra perspectiva. A diferença entre a pobreza e a riqueza parecia gigantes-ca, quase invencível. Além disso, não tinha nenhuma ideia do funcionamento político do Brasil: total ignorância.

Só tinha ouvido falar brevemente de histórias de cor-rupção e sobre a situação econômica. Graças àquela famosa foto que aparece em todo livro de Geografi a, pude me dar conta da gravidade da desigualdade so-cial: de um lado uma favela e, do outro, um imóvel caro e moderno.

Paradoxalmente, mesmo que fatos difundidos por fotos como essa ou por fi lmes como Cidade de Deus provas-sem o fosso econômico e político que existiu entre o Brasil e a Europa, não tirou a visão – minha e de outros gringos – do charme brasileiro.

São situações tão diferentes das que ocorrem na Europa Central que parece sair de um outro mundo. Um mun-do emprenhado de redes desconhecidas, confrontando riqueza e pobreza com insolência; um mundo menos alinhado ao funcionamento moderno da sociedade oci-dental que existe na Europa ou na América do Norte.

Mas afi nal, é precisamente essa diferença cultural que me deu vontade de descobrir o Brasil, viver esses con-trastes em carne e osso.

Aliás, hoje já faz mais de um mês que estou no Brasil. Por mais que São Paulo seja uma descoberta total para mim, o meu sentimento não está tão diferente que ima-ginei. Só andando nas ruas paulistanas encontrei uma multidão de facetas diferentes, o que esperava ver vi-sitando os bairros: ambientes tão assustadores como incrivelmente pitorescos, a vivacidade de uma grande megalópole escondendo ao mesmo tempo ambientes emprenhados de cultura Brasileira.

Amo ver toda esta diversidade étnica. De fato, por ha-ver gente tão diferente é impossível para mim fazer uma descrição física típica de um brasileiro. São todas estas diferenças que me dão vontade de conhecer o Brasil, um país que se apresenta como um mosaico para ex-plorar. De fato, o que é enriquecedor é poder ver o povo brasileiro confrontar os problemas deste pais com um ar de alegria.

O VISTOpor umaBRASIL

europeiaPor Leonie Gisin

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29 | Outubro 2016

Estava me candidatando a um estágio de fé-rias, de repente me pediram um currículo! A dúvida foi enorme, não sabia o que colocar ou quais vagas disponíveis no mercado. En-

trei em desespero, foi quando descobri uma ferra-menta sensacional: O Núcleo de Carreiras.

O Núcleo de Carreiras do Insper atua junto aos alu-nos de graduação, pós-graduação e Comunidade Alumni, apoiando as suas escolhas e trajetória profi s-sional, e conectando-os com o mercado de trabalho.

Oferecendo ferramentas e atividades que ampliam possibilidades, facilitam escolhas e promovem co-nexões que trazem resultado.

Se você está iniciando a sua trajetória, buscando estágio de férias ou estágio regular, ou se já é um profi ssional formado e está em transição de carrei-ra, o Núcleo oferece desde o Painel de Oportuni-dades Profi ssionais (ferramenta de busca de vagas) até assessoria no desenvolvimento de seu currículo e/ ou página no LinkedIn.

Além disso, direcionado a preparação para dinâ-micas de emprego, entrevistas, falar sobre dilemas

de carreira ou complementar o desenvolvimento de competências profi ssionais, existe as Atividades Complementares, bem como Rodas de Conversa com consultores e executivos de mercado.

Agora, se a sua dúvida é referente a que área se-guir, ou entender como é a dinâmica, desafi os do dia-a-dia e cultura das organizações, você pode participar de Speed Networkings e Feiras de Re-crutamento, ou até mesmo conversar com colegas já formados na escola que se disponibilizam a falar sobre sua área de expertise (ferramenta Alumni Ne-tworking).

Enfi m, o Núcleo está à sua disposição em todos os momentos de sua carreira. Quanto mais cedo ini-cia este relacionamento, melhor os profi ssionais do Carreiras entendem as suas necessidades para apoiar as decisões neste processo.

Dada essa explicação fui correndo no 5º andar, ao lado das Organizações Estudantis para procurar o Núcleo. O contato foi incrível, aprimorei meu cur-rículo e através do POP encontrei outras vagas ali-nhadas ao meu perfi l!

Você conhece oNúcleo de Carreiras?

Institucional

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30 | Outubro 2016

Quem Faz

Quem Faz

Francisco Lourenço, competitivo, simpático e sorridente é um dos técnicos do Fab Lab, no 4 andar. Todos os dias, Lourenço e seus colegas ajudam os alunos do Insper a concluir projetos

usando os minuciosos equipamentos lá instalados.

IP: Você é de São Paulo?

Na verdade, sou carioca, mas vim para cá com dois anos. Sou paulista. Já a minha família é cearense. Te-nho seis irmãos. Eu era o meio da cadeia alimentar - é muito bom. Meus pais se conheceram no Rio. Depois, eles se mudaram para são Paulo e cresci aqui. Quan-do se separaram eu tinha dez anos e fui morar com minha mãe até dois anos atrás, quando me casei.

IP: Você cursou faculdade? O que você fazia antes do Insper?

Eu sou tecnólogo em automação industrial pela UNI-FESP e fi z três cursos técnicos. Antes de entrar no Ins-per eu fazia vídeos Tutoriais na internet, ensinando a mexer com coisa eletrônica. Eu sempre gostei des-sa área de educação, assim, ensinava programação numa plataforma eletrônica. Você programa ela para fazer algumas coisas e ela faz tudinho para você.

IP: Como você chegou no Insper?

Eu frequentava um espaço chamado Garagem Fab Lab, que era um laboratório de iniciativa privada, onde havia um dia aberto como no Insper. A professora He-loísa Neves me conheceu lá e tive uma oportunidade de trabalhar aqui. Estou há 2 anos como técnico de laboratório.

IP: O que é o Fab Lab?

O Fab Lab é um lugar equipado com máquinas para fabricação digital. A prefeitura de SP abriu duas fab labs na periferia.

IP: O que você gosta mais do seu trabalho?

O fato de que eu não tenho uma rotina. Isso é impor-tante para mim. Cada dia tem um projeto diferente e novo que estou ajudando os alunos a fazer. Tenho um horário para entrar e sair, mas o trabalho é di-ferente a cada dia. Por exemplo, se você vier numa quarta-feira aqui, posso ajudar você a fazer o seu projeto. O FabLab está aberto para todos os alunos nas quartas.

IP: O que você faz nos fi ns de semana?

Eu jogo videogames ou estudo eletrônica. Então eu faço o que gosto no fi m de semana e no trabalho tam-bém. Tem pessoas que falam que é ruim porque você pode se enjoar, mas ainda não cheguei nesse ponto.

IP: O que você geralmente joga?

Eu jogo jogos com desafi o e pessoas. Então nor-malmente jogo Super Smash Bros, por exemplo. É um jogo de luta, onde você pode lutar com seus amigos, todos ao mesmo tempo. Isso é difícil de achar. Normalmente, os jogos de luta são só duas pessoas; não é a galera. Eu também gosto de Cou-nter Stirke. Eu jogava na época que saiu, mas enjoei depois.

IP: Alguma coisa que diria aos alunos?

Mesmo diante das difi culdades, nunca desistir. Isso é importante. É porque tem muita gente que diz assim: “nossa, mas isso aqui vai dar trabalho” e não faz as coisas, mas o trabalho é o que vai engrandecer o in-telecto e a obra, principalmente para engenharia. A ideia do Insper é exatamente essa: fazer um curso di-ferente. Eles não querem criar um aluno que é fecha-do dentro da caixa. Quando alguém jogar um proble-ma da vida real para ele, ele tem que ter capacidade para resolvê-lo.

Por Deborah Kang

Francisco Lourenço - Técnico do Fab Lab

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31 | Outubro 2016

9/28/16, 9:48 PMCriss Cross Puzzle

Page 1 of 2http://puzzlemaker.discoveryeducation.com/code/BuildCrissCross.asp

Cruzadinha

Across3. Nome da querida fresadora do Fab Lab7. Nome comum entre professores da engenharia10. Nome da biblioteca12. Novas máquinas de sorvete14. Primeira entidade criada na engenharia19. Gerou guerra entre redes de fast food: milkshake de...20. Quem usa a salinha de estudo em GRUPO sozinho é:Down1. O melhor piadista do Insper2. Laboratório -14. Vista a camisa5. Aquele professor que é mais que seu amigo6. O bar de todos8. Nome do coletivo LGBT9. Técnico do FabLab com lanche em sua homenagem no Rock Bar11. Professor com sobrenome de planta12. Próximo curso novo no Insper13. A quem recorremos na semana de provas15. Aquele que guarda seu nome16. Ambiente de apoio aos alunos e Organizações Estudantis17. Semestre em que separam seus amigos18. Projeto envolvendo ADM, ECO, ENG, MED

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Cruzadinha

HORIZONTAL 3. Nome da querida fresadora do FabLab 7. Nome comum entre professores da engenharia10. Nome da biblioteca12. Novas máquinas de sorvete14. Primeira entidade criada na engenharia19. Gerou guerra entre as redes de fast food: milkshake de...20. Quem usa a salinha de estudo em GRUPO sozinho é...

VERTICAL1. O melhor piadista do Insper2. Laboratório do -14. “ Vista a camisa” 5. Aquele professor que é mais que seu amigo6. O bar de todos8. Nome do coletivo LGBT9. Técnico do FabLab com lanche em sua homenagem no Rock Bar11. Professor com sobrenome de planta12. Próximo novo curso do Insper13. A quem recorremos na semana de provas15. Aquele que guarda seu nome16. Ambiente de apoio aos alunos e Organizações Estudan-tis17. Semestre que separam seus amigos18. Projeto envolvendo ADM, ECO, ENG e MED

Respostas:

Horizontal 3. Millena 7. Fábio10. Telles12. Diletto14. Design Challenge19. Ovomaltine20. Folgado

Vertical1. Leonidas2. Techlab4. Economiadas5. Parente6. Sujinho8. Inspride9. Lourenço11. Moita12. Direito13. Nerdbox15. Prisma16. Multiinsper17. Quarto18. Hackathon

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Page 32: O RITMO RUBRO NEGRO BIBLIOTECA TELLES … · entre uma pessoa que pôde fazer intercâmbio e uma que não pôde, uma pessoa que tem acesso à educação fi nanceira e uma que não

32 | Outubro 2016

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