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O Segredo de Suas Canchas

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Reportagem sobre roteiros turísticos ligados ao esporte em Buenos Aires. Publicada na Revista ESPN, edição de agosto de 2010.

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Uga ferciae pudicia nonsequibusa consedita corum de solupturibea doluptation parcienis doluptam, aliciae aut apelign istrum delest ommolore eos voles ipidit maximus coribusam

BUENOS AIRES

POR LEONARDO AQUINO

QUASE TODO BAIRRO TEM SEU TIME. TODO TIME TEM SEU ESTÁDIO. E

AINDA HÁ RÚGBI, HÓQUEI, TURFE E ATÉ PÓLO. NA CAPITAL ARGENTINA,

ATÉ EM VISITAS AO MUSEU SE SENTE O CLIMA DE ARQUIBANCADA

O SEGREDO DE SUAS

CANCHAS3

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“UM ANO RUIM PARA O NOSSO FUTEBOL, mas bom para os nossos fi lmes.” Esse foi o espirituoso slogan de um festival de cinema argentino realiza-do no ano passado em Hollywood. A Argentina pode não ter comemorado o tri mundial na África do Sul, mas festejou como uma conquista esporti-va o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro dado a O Segredo de Seus Olhos este ano. Só que o futebol não fi cou de fora dessa celebração. Uma das mais primorosas cenas da película de Juan José Campa-nella é um plano sequência de cinco minutos que começa com uma imagem aérea rumo a uma arqui-bancada lotada e mostra uma perseguição policial no meio da multidão que, eufórica, comemora um gol. E nada de Boca Juniors ou River Plate, os gi-gantes do país. A partida fi ctícia fi lmada é entre o Racing e Huracán, que joga em casa no fi lme.

Se a mais aclamada obra do cinema argentino da safra recente fugiu de La Bombonera ou do Monumental de Núñez em um de seus momentos antológicos, não foi à toa. Canchas não faltam na cidade e nos partidos (como são chamados os mu-nicípios) que formam o conurbano de Buenos Ai-res. São dezenas. Do nanico Colegiales, que recebe até 6,5 mil pessoas no seu estádio, ao tradiciona-líssimo River, cujo estádio comporta mais de 60 mil torcedores, todos jogam em sua casa. Nada de estádios de prefeitura.

Assim, um passeio esportivo na capital argenti-na passa obrigatoriamente por seus templos de con-creto e grama. La Bombonera, o famoso campo do

Boca Juniors, é o destino mais comum, tanto pela proximidade de outras atrações turísticas quanto pela mística. É o tal estádio que pulsa, movido pela torcida que não para de pular e cantar um minuto sequer. Até os torcedores de outros clubes reveren-ciam a arena xeneize. Quem quiser, pode até erguer uma das Copas Libertadores vencidas pelo Boca e levar uma foto prontinha. Mas só se for na câmera de um dos guias do estádio, pagando um adicional.

Do outro lado da cidade, no nobre bairro de Núñez, fi ca o Monumental, do River Plate. Os millonarios se orgulham de ter o maior estádio do país e de ter recebido a fi nal da Copa de 78. É tam-bém a tradicional casa da seleção albiceleste, que raramente faz um jogo como mandante em outro campo. Ainda é o local dos grandes shows de rock realizados em Buenos Aires, como Iron Maiden, Oasis, Metallica e os ídolos locais Soda Stereo.

Para conhecer o universo de Boca ou River, o turista tem uma nova opção: os museus. O primeiro a surgir foi o Museo de la Pasión Boquense, em 2001. Ele exibe os troféus mais importantes da his-tória xeneize, mostra a evolução dos uniformes e tem um painel com fotos de cada um dos jogadores que vestiu a camisa do time. Também há monitores para ajudar a lembrar gols históricos, um cinema em 360 graus e itens de outros clubes que têm al-guma relação com grandes momentos do clube. Uma camisa que Pelé usou em um confronto entre Santos e Boca pela Libertadores, por exemplo. Des-de 2006, uma estátua de bronze de Maradona dá as

boas vindas ao visitante.Para fazer frente ao rival, os millonarios inaugu-

raram em 2009 o Museo River. A obra gigantesca levou três anos para fi car pronta e custou quase US$ 6 milhões. Um dos diferenciais do museu do River é a homenagem a La Máquina, timaço dos anos 40 que ganhou três títulos nacionais com a presença de cra-ques como Muñoz, Lostau Labruna e Pedernera. Uma locomotiva em tamanho real abre a ala que tem painéis com os nomes de cada um dos jogadores e uma explicação do esquema tático do time.

A competição entre os dois rivais não deve parar por aí. Está em construção no centro de Buenos Ai-res um hotel temático do Boca Juniors. O local pro-mete uma hospedagem cinco estrelas para os fanáti-cos pelo clube xeneize. Serviços como academia, spa, bar temático e 89 suítes. Além do mais, sócios do clube terão benefícios e descontos no hotel, que deve hospedar os jogadores quando estiverem em concentração. A previsão de entrega do empreendi-mento é o início de 2012. Não houve nenhuma ini-ciativa parecida do River para reagir a esse avanço mercadológico do rival. Pelo menos por enquanto.

AS PREFERÊNCIAS ESPORTIVAS de brasileiros e ar-gentinos só coincidem no futebol. No top 10 de modalidades mais populares do lado de lá do rio da Prata estão algumas quase inexpressivas por aqui. O hóquei sobre a grama, por exemplo, é um xodó local. Além de ser muito praticado por meni-nas em escolas e clubes da elite, já trouxe muitos títulos para o país. A seleção argentina feminina, cujas jogadoras são conhecidas como Las Leonas, foi campeã mundial em 2002 e é habitué nos pó-dios olímpicos.

O sucesso que as mulheres têm no hóquei, os homens buscam no rúgbi. A modalidade tem 484 clubes registrados e compete cabeça a cabeça com o basquete pelo segundo lugar no ranking de pra-ticantes federados: são cerca de 100 mil. Os cam-peonatos são realizados ao longo de todo o ano. Em 2007, um clássico Boca x River teve alteração de horário para não se chocar com a transmissão de Argentina x Escócia nas quartas de fi nal do Mundial de rúgbi.

As uniões provinciais (equivalentes às federa-ções estaduais no Brasil) realizam os seus torneios e os clubes campeões se enfrentam em outro. Mas ne-nhuma competição é tão badalada quanto o torneio da União de Rúgbi da Província de Buenos Aires. Em jogos mais importantes, o público chega a 10 mil pessoas, muito mais do que as tribunas das canchas específi cas de rúgbi podem comportar. Por isso, o futebol empresta algum estádio ao seu primo.

Esse envolvimento ainda não foi traduzido em troféus. Apesar de dominar os campeonatos sul-americanos, a Argentina segue sem um título mun-dial. O melhor resultado foi um terceiro lugar no campeonato de 2007, o que foi sufi ciente para mui-ta festa no país. O país ainda tenta se unir a Austrá-

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BUENOS AIRES

OUTLETSNike – Córdoba 4660. Adidas – Santa Fe 2797. Puma – Santa Fe 3253

Há dezenas de lojas de marcas esportivas. Quase

todas estão nas avenidas Córdoba, Corrientes e

Santa Fe. Com o peso argentino valendo menos de

R$ 0,50, os preços são convidativos.

MUSEUS DOS CLUBESBoca Juniors –

Brandsen, 805. River

Plate – Av. Figueroa

Alcorta, 7597

Igualmente belos

e modernos, os museus mostram a trajetória

gloriosa dos dois maiores clubes da Argentina.

É possível ver os troféus mais importantes de

cada um e então decidir, por sua conta, quem é

o mais vitorioso. Também dá para combinar o

passeio pelo museu com uma visita bem ampla

aos estádios, passando por tribunas, vestiários

e sala de imprensa.

NOSSO ROTEIRO

PARA

TO

RCER

PARA COMPRAR

PARA LER

PARA

CUR

TIR

Além de ser uma capital apaixonada por futebol, suas atrações esportivas trazem a herança de uma época em que importava os costumes e o estilo de vida da Inglaterra, o que ajuda a manter o estereótipo argentino

ESTÁDIOSMonumental de Nuñez – Av. Presidente Figueroa Alcorta, 7597. La Bombonera

– Brandsen, 805. Tomás Adolfo Ducó – av. Amancio Alcorta, 2570.

Os estádios de Boca e River são os passeios mais comuns dos fãs

de futebol em Buenos Aires. Mas se você quiser fazer como o

cineasta Campanella e fugir do óbvio, pode ir ao estádio do

Huracán, o Tomás Adolfo Ducó, onde foi fi lmado o plano sequência

de O Segredo de Seus Olhos. Fica a 15 minutos de La Bombonera.

Outra opção interessante é ir a Avellaneda, um dos partidos que

compõem a Grande Buenos Aires. Os estádios dos rivais Racing e

Independiente são separados por dois quarteirões.

AGÊNCIAS ESPECIALIZADASO turismo futebolístico já é muito explorado por agências, que têm

pacotes e produtos específi cos para quem está atrás de um bom

jogo. A Tangol (www.tangol.com) leva os turistas para as partidas na

Grande Buenos Aires, com traslado, ingresso e guia. A BsAs4U (

www.bsas4u.com) oferece ainda passeios aos estádios de River e

Boca e tour por lugares importantes na vida de Maradona.

LUNA PARKAv. Madero, 420. Puerto Madero

Não é à toa que o Luna Park é

chamado de estádio. Desde

que foi inaugurado, na década

de 1930, já recebeu

competições de basquete,

disputas de títulos mundiais de

boxe, partidas de tênis e a Copa

do Mundo de vôlei. Além da

música e do esporte, o local foi

fundamental para aproximar

aquele que talvez seja o mais

importante casal da história

argentina. Foi num evento no

Luna Park que o ex-presidente

Juan Domingo Perón conheceu

sua mulher, Evita.

www.lunapark.com.ar

HIPÓDROMO DE PALERMOAv. del Libertador, 4101

Se domingo é dia de futebol,

segunda é dia de turfe em

Buenos Aires. As corridas

movimentam apostas nas

agências hípicas e são

transmitidas por um canal

fechado de TV dedicado

exclusivamente à modalidade.

Mas bom mesmo é vê-las ao

vivo no tradicional hipódromo

de Palermo, que tem 134 anos

de fundação. Se o seu cavalo

predileto ganhar, você pode

gastar os pesos que receber

em restaurantes, bares e lojas

no local. www.palermo.com.ar

AUTÓDROMOAv. Coronel Roca, esquina com Av.

General Paz

O autódromo Óscar Alfredo

Galvez viveu seus grandes

momentos quando sediou o

extinto GP da Argentina de

Fórmula 1. Mas a ausência da

categoria mais nobre do

automobilismo não afetou a

pista, que recebe provas de

diversas categorias. As mais

populares na Argentina são a

TC e a TC 2000. E se você tiver

uma licença de piloto, pode

solicitar um turno em um dos

circuitos do autódromo para

testar o seu carro.

www.autodromoba.com.ar

MUSEO DEL RUGBYJuan B. de Lasalle

653, Estación Tren de

la Costa, San Isidro

Um pouco da

história desse

esporte que já tem uma história mais do que

centenária na Argentina. Além de conferir os

itens em exposição, a visita vale pela conversa

com Jorge Luccioni, um ex-jogador de rúgbi

que se formou como museólogo e toma conta

do local, com muito conhecimento. A entrada é

gratuita, mas o museu aceita pequenas

contribuições espontâneas.

BARESLocos x El Fútbol – Azcuénaga, 1898. Kick Off Café – Juan B. de Lasalle, 653,

Estación Tren de la Costa, San Isidro

Dois bares temáticos de esportes que estão no pódio da paixão dos

argentinos. O Locos x El Fútbol (“Loucos por Futebol”) continua no

belo bairro da Recoleta, mas num novo endereço. O Kick Off fi ca no

mesmo shopping/estação de trem onde está o Museo del Rugby e

tem camisas, painéis e fotos dedicados a esta modalidade. Se você quiser assistir a um jogo, é

melhor reservar: www.locosxelfutbol.com

LA MARTINA Aguirre 957

É a fornecedora ofi cial de material da seleção

argentina de pólo. Mas além de uniformes e

equipamento para praticantes, também vende moda

inspirada nesse esporte. Tem vários endereços, mas

o outlet fi ca na calle Aguirre, no centro.

Além do esporte, outro passatempo do argentino é a

leitura. Por isso, não faltam publicações de esportes no

país. As mais famosas são o jornal Olé, conhecido pela

sua abordagem provocativa, e a revista El Gráfi co,

criada em 1919. Outras opções são Rugby Mundial

(rúgbi) e Básquet Plus (basquete), além do caderno de

esportes de jornais como La Nación e Clarín.

que o brasileiro adora construir.

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BUENOS AIRES

Ant etur? Evenia nosseque sit, quodis velland usaerestin est,

sin cone acerum vidus ditis sunt, odi int as etur maioribusam

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NOHá várias companhias que voam a Buenos Aires saindo do Brasil: TAM (www.tam.com.br), Gol ( www.voegol.com.br),

Aerolineas Argentinas (www.aerolineas.com.ar), British Airways (www.britishairways.com), Lan (www.lan.com) e Qatar

Airways (www.qatarairways.com). Na CVC (www.cvc.com.br), os pacotes de 3 noites, custam a partir de R$ 851,88 em

apartamento duplo no hotel Concorde. Na Nascimento Turismo (www.nascimento.com.br), um pacote de 3 noites sai a partir

de 391 dólares em apartamento triplo no hotel Orly. Pela Intravel (www.intravel.com.br), um pacote de 3 noites no Hotel de

Las Luces sai por 472 dólares.QUE

M L

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lia, Nova Zelândia e África do Sul no Torneio das Três Nações (que passaria a se chamar “Quatro Na-ções”, claro), principal competição de seleções do hemisfério sul. Em campo, tal direito foi conquista-do. No entanto, as autoridades do rúgbi mundial exigem a criação de uma liga profi ssional estável, algo que ainda não ocorreu pelos vínculos históri-cos dos dirigentes argentinos com o amadorismo.

A Argentina começou a praticar o rúgbi em 1873, antes mesmo do futebol. Para entender essa história, é recomendada uma passada no Museo del Rugby. Lá, o visitante pode ver um painel de grava-tas. Estranho, não fosse o fato de essas peças terem simbolismo peculiar na modalidade. Em competi-ções internacionais, cada equipe tem a sua para os momentos em que os jogadores estão de terno. É como se fosse uma fl âmula, que os times trocam entre si. Outra curiosidade é um chapéu que, na primeira metade do século 20, era entregue ao “me-lhor homem da temporada”. Não era ao melhor joga-dor, o capitão ou quem marcou mais pontos. Ia ao melhor companheiro, ao melhor caráter do grupo.

As outras paixões esportivas argentinas po-dem ser vistas em dois núcleos de Buenos Aires. Um fi ca em Núñez, onde, além do River Plate, es-tão alguns clubes e centros de treinamento im-portantes, como o Cenard (sigla em espanhol para Centro Nacional de Alto Rendimento Esportivo),

onde treinam atletas e equipes de ponta, como a seleção feminina de hóquei, o Club Ciudad de Buenos Aires e o Tiro Federal Argentino. O outro núcleo fi ca no bairro de Palermo, que mais parece uma vila olímpica. A viagem cruza o Tênis Clube Argentino, o Velódromo municipal, o Campo de Golf de la Ciudad, alguns campos de rúgbi, o Cam-po Argentino de Polo (com capacidade para 30 mil pessoas, é chamado de “Catedral do Pólo”) e o Hipódromo Argentino de Palermo.

O turfe, por sinal, tem um lugar cativo no coração portenho. A segunda-feira é o dia tradi-cional das corridas. Vê-las ao vivo é um programa interessante. É se sentir um pouco como Carlos Gardel, assíduo frequentador do hipódromo. O lendário artista também tinha um cavalo de corri-das, chamado Lunático. Há quem diga que a per-da de um páreo que parecia ganho inspirou o mú-sico a compor a canção “Por uma Cabeza”, que fala de apostas em cavalos, desengano e lamúrias.

O futebol argentino, há muito tempo vivendo de glórias ocasionais, também poderia inspirar um tango de Gardel. Mas, em vez de se lamentar, o portenho prefere aprender a viver o esporte sem a necessidade de ser o melhor do mundo. Bate a sua bolinha, aposta nos seus cavalos e torce pela sele-ção argentina de qualquer esporte, enquanto ouve, de longe, o melancólico som de um bandoneón.

MÊS A MÊSJANEIRO

Início do torneio Clausura de futebol. Mais da

metade dos times são da Grande Buenos Aires

(até maio)

MARÇO

Abertura da Liga Nacional de Hóquei Feminino

ABRIL

Final do Campeonato Argentino de Seleções de

rúgbi

JUNHO

Tradicionalmente, há três amistosos da seleção

argentina de rúgbi no país. Pelo menos um é em

Buenos Aires

AGOSTO

Primeira rodada do torneio Apertura de futebol

(até dezembro)

SETEMBRO

Início da Liga Nacional de Basquete. Lanús e

Obras Sanitárias são os representantes da

Grande Buenos Aires, já que o Boca manda seus

jogos em Resistência (até junho do ano

seguinte)

OUTUBRO

Maratona de Buenos Aires

NOVEMBRO

Começa o tradicional Campeonato Argentino

Aberto de Pólo, que já teve 116 edições

As três principais corridas da temporada de

turfe: o Gran Premio Nacional, o Gran Clásico

Argentino e a última corrida da Triple Corona.

Campeonato Argentino de Clubes de rúgbi

DEZEMBRO

Encerramento da temporada de automobilismo

nas categorias TC e TC 2000.