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O Setor Mínero – Metalúrgico e a Produção e Consumo Sustentável
(PCS)
Eng° Marcelo de Souza MinelliDiretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental
Julho 2008
Estrutura
1. Evolução da postura ambiental empresarial;
2. Produção e Consumo Sustentável;
3. Setor Mínero-Metalúrgico neste contexto
4. Perspectivas para o setor avançar rumo à sustentabilidade
5. Conclusão
Evolução da postura ambiental empresarial
Sem preocupação ambiental
Pós Revolução Industrial Décadas 1950 - 60
Poluição é considerada sinal de “progresso”
Década 1970
Acidentes/ pressão sociedade
Controle Corretivo
Evolução da postura ambiental empresarial
CONTROLE CORRETIVO• Baseado na Legislação:
• Estabelecimentos de padrões (emissão/ qualidade);• Uso de equipamentos de controle de poluição;• Instrumentos principais: Licenciamento e Fiscalização;• Ação coercitiva do Estado (uso do poder de polícia);
• Poluentes são vistos como “resultados inevitáveis dos processos”;
• Importantes resultados (até hoje), mas diversos limites:•Custo;•Necessidade de disposição final de lodos e outros resíduos;•Considera apenas as atividades “dentro dos muros” da empresa;•Busca apenas atender padrões legais;
Para superar estes limites: CONTROLE PREVENTIVO
Evolução da postura ambiental empresarial
CONTROLE PREVENTIVO(Produção mais Limpa - P+L)
• Baseado na Gestão Ambiental:
• Estabelecimento de indicadores e metas de desempenho;
• Foco em eficiência de processos/ produtos;
• Aplicação de conhecimentos para melhorar desempenho ambiental;
• Uso de parcerias, disseminação de informação, etc;
• Poluentes são vistos como “desperdícios de recursos não aproveitados”;
• Ações ambientais são foco de novos negócios;
“Pollution is often a form of economic waste”Michael Porter
Evolução da postura ambiental empresarial
• Diversas empresas já estão adotando a P+L como estratégia de negócios;
• Esta estratégia tem trazido diversos benefícios:• ADEQUAÇÃO AMBIENTAL com REDUÇÃO CUSTOS;• Melhoria de desempenho ambiental / eco-eficiência;• Melhoria da imagem corporativa;• Entre outros...
• Mas para buscar a SUSTENTABILIDADE é preciso ir além ....• Principal desafio: influência da empresa não se restringe ao que se faz
dentro de seus muros;
• Necessário incorporar o lado do CONSUMO;
Surge um novo conceito:
PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEL
PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEL (PCS)
"São aqueles padrões de produção e consumo que a longo prazo garantam a sustentabilidade ambiental, quer local, quer globalmente.“
(WWF, www.wwf.org.uk)
• Na prática, é:• a ampliação do conceito de P+L (no que se refere à produção), e • a inserção conjunta do consumo sustentável;
• Pressupõe a abordagem do ciclo de vida
• Considera os impactos desde a extração das matérias-primas, pasando pelo beneficiamento, manufatura do produto, uso e descarte;
• Idéia de que o impacto ambiental de um produto inclui “tudo que é necessário para que seja produzido, usado e cumpra sua função”;
É a chamada “visão sistêmica” necessária para a sustentabilidade !
O Setor Mínero – Metalúrgico neste contexto
• Setor foi um dos pioneiros da industrialização brasileira;• Presente desde séc. XVI, com aceleração na déc. 1950;
• Característica de muitas empresas: grandes instalações• Uso intensivo de água, energia e recursos naturais;• Movimentação de grandes quantidades de materiais;
• Geração de resíduos, efluentes e emissões;
• Exemplos de aspectos ambientais (de uma planta, por ano)*:• Geração de ~3,5 milhões t resíduos / ano;• Consumo de ~100 milhões GJ/ ano de energia;
• Emissão de ~3.000 t NOx /ano;* extraídos de diferentes documentos dos sites de empresasdo setor
• 2006: autuações das empresas com multas que totalizaram R$ 1,1 milhão e 13 sanções não monetárias
• maior parte relacionada a ocorrências nos sistemas de tratamento e controle de efluentes e resíduos
(Relatório IBS, 2007)
CSN, 1941
O Setor Mínero – Metalúrgico neste contexto
• Com passar do tempo: percepção do potencial de impacto;
• Diversas ações de P+L já são realizadas! Exemplos:
• Sinterização: Recirculação do gás, Reciclagem do extrato do último estágio do precipitador eletrostático, uso de coque de baixo teor de enxofre, recirculação do gás de escape para redução NOx, etc;
• Coqueria: Uso de portas de mola com selos flexíveis, Uso de carvão dessulfurizado, combustão em estágios para redução NOx, etc;
• Alto-Forno: Recuperação de gases; injeção direta dos agentes de redução, limpeza seco ou reciclar a água de lavagem, recirculação de particulados, etc;
• Forno a arco elétrico: Pré-aquecimento da sucata com gás de escape, Fechamento dos circuitos de água de resfriamento do forno, retorno de particulados, etc;
•
Evolução das práticas de gestão !
O Setor Mínero – Metalúrgico neste contexto
• Além de outros avanços na gestão ambiental:
• Investimentos maciços em equipamentos de controle;
• Diversas unidades certificadas pela ISO 14.001;
• Adoção por várias empresas de práticas modernas de gestão;
(Ex: diretrizes G3 - GRI, inclusão no Dow Jones Sustainability World Index, etc)
• Vocação para inovação (ex: n° de patentes registradas pelas empresas do setor);
• Diversos prêmios e outras formas de reconhecimento;
O Setor Mínero – Metalúrgico neste contexto
• Para o futuro, há que se considerar que os produtos do setor estão inseridos em quase todas as cadeias produtivas!
Ex: Aço - é essencial na produção de diversas partes de um veículo:
• Mas para gerar eletricidade o aço também é indispensável (na construção da usina!)
• E assim para diversos outros serviços e bens de consumo....
Perspectivas para o setor avançar rumo à sustentabilidade
• Para o futuro, há que se considerar o potencial do setor
1. Presença em diversos ciclos de vida de produto permite influenciar (positivamente) o desempenho ambiental de MUITOS deles;
2. Tendência à verticalização do setor mostra potencial ainda maior de permeação das boas práticas ambientais na cadeia de valor;
3. Decisões estratégicas (expansão de unidade, por exemplo) influencia diversos negócios: setor de equipamentos, mercado de commodities, sistemas de transportes, obras viárias, ...• Permite a condução de padrões de desempenho ambiental dos
fornecedores;
4. Participação do mercado global como grande player permite atuação diferenciada nas negociações internacionais;
Perspectivas para o setor avançar rumo à sustentabilidade
• E quais seriam os desafios do setor ?
1. Nos processos industriais:
- Melhorar desempenho ambiental das operações, principalmente em relação às emissões atmosféricas (MP, metais, NOx , gases de efeito estufa, etc);
- Ampliar adoção da P+L: uso de tecnologias mais eficientes, melhoria da combustão, substituição de combustíveis; controle de emissões fugitivas, etc;
- Seguir na melhoria de processos e atualização tecnológica das plantas- Troca de equipamentos, redução do uso de substâncias tóxicas (ácido, p.e.),
busca por processos contínuos, etc;
- Ampliar as ações de eficiência energética- uso de calor residual, recuperação de gases do processo, etc;
- Atuar na recuperação de áreas contaminadas / degradadas;
Perspectivas para o setor avançar rumo à sustentabilidade
• E quais seriam os desafios do setor ?
2. Ao longo da cadeia de fornecimento:A) “UPSTREAM” / Fornecedores
- Inserir requisitos sócio-ambientais nas licitações e contratos;- Permear os valores sócio-ambientais pela cadeia de valor;
- Exigir responsabilidade sócio-ambiental junto aos fornecedores de carvão;
- Repúdio ao trabalho escravo ou infantil, uso de florestas plantadas, etc;
- Gestão adequada da mineração;- Recuperação de áreas degradadas, boas práticas, etc;
- Melhorar a gestão e logística das matérias-primas- Uso de modais mais sustentáveis, redução de perdas no transporte e
estocagem, etc;
Perspectivas para o setor avançar rumo à sustentabilidade
• E quais seriam os desafios do setor ?
3. Ao longo da cadeia de fornecimento:B) “DOWNSTREAM” / Clientes
- Desenvolver inventários de ciclo de vida dos produtos;- Disponibilizar informações ambientais ao público;
- Aprimorar a logística de distribuição dos produtos;- Desenvolvimento de modais mais sustentáveis;
- Ampliar o espectro e melhorar a qualidade dos serviços do setor de beneficiamento e comercialização de co-produtos, resíduos e sucata;
- Apoio ao desenvolvimento de fornecedores destes materiais, para criação de um mercado sólido;
- Aumentar a quantidade e a qualidade da sucata de processamento (sobras dos clientes) e de obsolescência (produtos pós-consumo);
Perspectivas para o setor avançar rumo à sustentabilidade
• Em um mercado global cada vez mais competitivo, há necessidade de não apenas inovar na solução dos problemas atuais, mas se preparar para novos desafios;
• Ex: • Diretiva REACH, da União Européia (relativa a substâncias químicas);• Barreiras não tarifárias exigindo certificação de ciclo de vida de produtos;• Exigências de ELV (end-of-life vehicles);• Etc
• CETESB tem envidado esforços no apoio e fomento a estas iniciativas:
• Elaboração de Guias de Produção mais Limpa;
• Estabelecimento de Câmaras Ambientais por setor produtivo• Espaço de discussão e negociação, para solução de problemas comuns;
• Apoio à Rede Latino-Americana de Produção e Consumo Sustentável (Nações Unidas) – em estruturação
CONCLUSÃO
• O avanço da questão ambiental tem levado as indústrias a re-orientar suas práticas – planejamento estratégico deve considerar influência das decisões no desempenho ambiental;
• Num ambiente global altamente competitivo, a liderança nestas iniciativas cria um importante diferencial de negócios;
• Neste contexto, há duas etapas essenciais:• Adotar a P+L – Produção mais Limpa, nas atividades da própria empresa;• Considerar o ciclo de vida e o lado do consumo de seus produtos, para a busca da
sustentabilidade empresarial;
• Diversos avanços já foram feitos, mas dado o potencial e a importância do setor ainda há muito o que avançar;
• A CETESB abre suas portas para aprofundar esta discussão e criar parcerias que levem ao aprimoramento da qualidade ambiental;
NECESSIDADE DE CRESCIMENTO FUTURO
FONTE: Criando Valor Sustentável , Stuart L. Hank e Mark B. Milstein
NECESSIDADE DE ALCANÇAR RESULTADOS A CURTO PRAZO
NECESSIDADE E
PROTEGER ESSENCIA
TÉCNICA E GARANTIR
OPERAÇÃO SEM
INTERFERÊNCIAS
NECESSIDADE DE
NOVAS
PERSPECTIVAS
MODELOS E
TECNOLOGIAS
FONTE: Criando Valor Sustentável , Stuart L. Hank e Mark B. Milstein
OBRIGADO !!!OBRIGADO !!!
Eng° Marcelo de Souza MinelliDiretor de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental