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À CONVERSA COM: VIRGÍLIO OLIVEIRA, DIRETOR GERAL DA ZOLLERN & COMANDITA OPINIÃO quadrimestral | novembro 2014 notícias www.inegi.up.pt Zollern e INEGI, uma parceria com 10 anos e vários projetos com sucesso. Virgílio Oliveira fala ao INEGInotícias sobre os processos de transferência de tecnologia. OPERAÇÃO DE AUMENTO DO PATRIMÓNIO ASSOCIATIVO O SEU PARCEIRO PARA A INOVAÇÃO DE BASE TECNOLÓGICA SEJA ASSOCIADO DO INEGI N 38 O QUEIMA CONTROLADA DE BIOMASSA INOVAÇÃO “ O INEGI foi uma das instituições pioneiras na transferencia de conhecimento da Universidade para a economia e é, certamente, uma das que melhor o tem conseguido...” Eng o Carlos Moreira da Silva, BAVidro, SA A FELINO promove projeto em parceria com o INEGI para o desenvolvimento de um sistema avançado e inovador para a queima controlada de biomassa

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À CONVERSA COM:VIRGÍLIO OLIVEIRA, DIRETOR GERAL DA ZOLLERN & COMANDITA

OPINIÃO

quadrimestral | novembro 2014

notícias

www.inegi.up.pt

Zollern e INEGI, uma parceria com 10 anos e vários projetos com sucesso. Virgílio Oliveira fala ao INEGInotícias sobre os processos de transferência de tecnologia.

OPERAÇÃO DE AUMENTO DO PATRIMÓNIO ASSOCIATIVO

O SEU PARCEIRO PARA A INOVAÇÃO DE BASE TECNOLÓGICA

SEJA ASSOCIADO DO INEGI

N38O

QUEIMA CONTROLADA DE BIOMASSAINOVAÇÃO

“ O INEGI foi uma das instituições pioneiras na transferencia de conhecimento da Universidade para a economia e é, certamente, uma das que melhor o tem conseguido...”

Engo Carlos Moreira da Silva, BAVidro, SA

A FELINO promove projeto em parceria com o INEGI para o desenvolvimento de um sistema avançado e inovador para a queima controlada de biomassa

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INVESTIGAÇÃO

Nos últimos anos, o aumento do uso de estruturas de alumínio na indústria de transportes levou ao desenvolvimen-

to de novas tecnologias de soldadura, capa-zes de uma maior eficiência e fiabilidade.

A Soldadura por Fricção Linear, Friction Stir Welding (FSW), apareceu como uma nova abordagem para a ligação de metais, e devido às suas vantagens tem sido dis-seminada por diversas áreas. Entre essas, encontra-se a capacidade de soldar ligas de elevada resistência até aqui difíceis de sol-dar pelos processos convencionais. Quando comparada com as técnicas tradicionais, a tecnologia FSW apresenta a particulari-dade de ser um processo de soldadura no estado sólido, o que permite juntas isentas de porosidade ou fissuração a quente. Esta tecnologia produz ligações com bom acaba-mento superficial, dispensando posteriores operações de maquinagem. E além disso, pode ser considerada como um processo de soldadura mais ‘ecológico’ por não haver libertação de gases e fumos, permitindo, pelos mesmos motivos, uma grande redu-ção de custos de produção.

O primeiro estudo desta tecnologia no INEGI, iniciado em 2004 e que resultou numa tese de doutoramento, teve como base um projeto Europeu cujo objetivo era a análise do comportamento mecânico de juntas realizadas por soldadura laser e FSW para aplicações aeronáuticas. Traba-lhos subsequentes focaram-se no ‘Design

e fabrico avançado de estruturas aero-náuticas por FSW’ e na previsão de ten-sões residuais e distorção resultantes do processo FSW com vista à implementa-ção industrial. Atualmente encontram-se em curso diversos projetos que incluem otimizações e aplicações industriais do processo ou desenvolvimento de uma tecnologia inovadora de ligação híbrida, usando FSW e adesivos estruturais. Al-guns destes projetos têm sido desenvol-vidos em parceria com a indústria, como é o caso do fabrico de painéis de estrado ferroviário para a ALSTOM, no âmbito do qual se procuram ativamente empresas

nacionais com potencial para fornecer a nova solução para exportação.

O projeto mais recente neste domínio passa pelo desenvolvimento da tecnologia para soldadura de diferentes polímeros, inclu-sive de polímeros com alumínio. As prin-cipais aplicações visadas nestes projetos estão sobretudo focadas na indústria de construção e nas indústrias de transportes.

A principal dificuldade do uso da técnica FSW em polímeros passa pelo reduzido calor de atrito gerado pelo contacto entre a ferramenta em rotação e o material de base. Este atrito deve gerar calor suficiente de modo a aumentar a temperatura do ma-terial até próximo do seu ponto de fusão. Na soldadura de materiais metálicos o calor necessário é gerado pelo contacto rotativo entre o ‘shoulder’ e a superfície dos compo-nentes a ligar. No entanto, na soldadura de materiais poliméricos é necessário desen-volver novas ferramentas, para as quais se salienta a necessidade de usar um ‘shoul-der estacionário’ para obter juntas de boa qualidade capazes de geração de calor. O presente trabalho de investigação envolve o projeto de diferentes modelos de ‘shoul-der’ por forma a viabilizar a industriali-zação deste processo. Estes estudos têm contado com a colaboração do Fraunhofer IWS, IST, ISQ, HZG e EADS.

TECNOLOGIAS DE SOLDADURA ‘FRICTION STIR WELDING’

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À CONVERSA COM: ENGº VIRGÍLIO OLIVEIRA, DIRETOR GERAL DA ZOLLERN & COMANDITA

Como surgiu a Zollern & Comandita em Portugal? Fazemos parte do grupo alemão Zollern que se instalou em Portugal em 1991. O grupo divide--se em várias áreas de negócio, pertencendo nós à divisão de fundição. A adoção da figura jurídica de “Comandita” deve-se a uma tradi-ção do Grupo. Somos uma fundição de precisão por cera perdida e produzimos peças técnicas em diversas ligas de aço e superligas de ní-quel. Fornecemos para variadíssimas indús-trias, com destaque para a indústria automóvel representando 60% da produção actual.

O Grupo Zollern não tem fábricas só em Portugal e na Alemanha?Não. O Grupo tem 15 fábricas e várias dele-gações comercias espalhadas por diversos países, tais como Inglaterra, China, Roménia, Brasil, França, Itália, Estados Unidos, Rússia, Holanda e Suécia. Dentro da fundição, as fábri-cas concentram-se na Alemanha, em Portugal e em Inglaterra.

E, tal como acontece com outras empresas de raiz alemã localizadas em Portugal (casos da Autoeuropa e da Continental Mabor), verifica-se que as performances da fábrica portuguesa estão bem classificadas no contexto do Grupo?Creio que a Zollern & Comandita demonstra bem que, tendo a mesma tecnologia e a mes-ma organização, com os recursos nacionais conseguimos obter resultados tão bons ou me-lhores do que os da casa mãe. E esses resulta-dos decorrem da vantagem da relação qualifi-cação/custo da mão-de-obra, mas também do empenho, da criatividade e do entusiasmo das pessoas. Existem em Portugal muitos talen-tos que, bem direcionados, levam a empresa a ter bons resultados. De tal forma que, hoje, já temos vários casos onde, dentro do Grupo, “exportamos” talentos para a Alemanha, dado que, lá, os desafios são maiores e talvez mais aliciantes, dada a proximidade aos clientes.

Quando é que surgiu a ligação da Zollern ao INEGI, como é que surgiu este entendimento entra as duas instituições? Em 2004, nós estávamos à procura de diversi-ficar a nossa produção, fazer algo que na Ale-manha não se fazia. Ao mesmo tempo nós es-távamos a ser sistematicamente contactados

OPINIÃO

pelo INEGI, por intermédio do Eng.º Rui Neto, com o objetivo de estabelecermos relações co-merciais na área da prototipagem. Então lancei um desafio ao INEGI no sentido de saber se ti-nham capacidade para nos fazerem uma peça; e, caso o conseguissem, teríamos um projeto comum. E a verdade é que o conseguiram! Na altura, a casa mãe tinha uma forte aposta na produção de turbinas em ligas de Níquel para turbocompressores. Nós queríamos esta tec-nologia para cá, mas a Alemanha, nessa altura, não estava aberta a essa possibilidade. Como cada turbocompressor também necessita de um impulsor em alumínio, nós tentamos abor-dar esse tema, desenvolvendo cá em Portugal essa tecnologia de produção, por fundição, destes impulsores.

E assim surgiu a colaboração com o INEGI…Sim! Como não o sabíamos fazer, foi esse o primeiro projeto que lançamos em conjunto com o INEGI.

E outros se seguiram.Efetivamente. O projeto correu bem, do mesmo resultou uma tecnologia, fizemos um investi-mento numa nave e arrancámos com a produ-ção. Mas as condições de mercado alteraram--se e a tecnologia que tínhamos desenvolvido deixou de corresponder às necessidades do mercado, pelo que tivemos de interromper o processo em 2011. Como tínhamos, entretan-to, outros projetos iniciados também na área do vácuo com ligas de titânio, esse know how permitiu-nos ganhar credibilidade junto dos nossos colegas na Alemanha. Este facto, bem como a existência de uma nave que estava ina-tiva, permitiu que se tomasse a decisão de in-vestir em Portugal na tecnologia de vácuo. E ai surgiu uma oportunidade que foi a de produzir em Portugal ligas e superligas com base níquel para aplicações, também, em componentes dos turbocompressores.

Esta aposta no desenvolvimento de novas tecnologias tem permitido que a Zollern Portuguesa tenha uma afirmação mais forte dentro do grupo? Sem dúvida! A Alemanha está tão preocupada com a produção que muitas vezes tem dificul-dades em dar resposta às necessidades de desenvolvimento de novos processos. E tive-mos casos interessantes em que conseguimos

desenvolver novas tenologias em áreas que, na Alemanha, tinham sido interrompidas por não se terem alcançado resultados. Foi o caso de um desenvolvimento na área aeronáutica com ligas de níquel. E o nosso know how nesta área faz com que, neste momento, a casa mãe centralize em Portugal o respetivo desenvol-vimento, o que implica responsabilizar-nos por contactos com os Clientes, aumentando, assim, a nossa importância e tornando mais aliciantes os nossos desafios.

E há novas ideias e projetos na forja?Neste momento estamos a concluir dois proje-tos, em colaboração com o INEGI, e esperamos que seja possível, efetivamente, tirar proveito dos mesmos e entrar em produção no proces-so de produção de próteses ou implantes em ligas de cobalto-crómio e de peças técnicas em aluminetos de titânio.

No âmbito da colaboração da Zollern com o INEGI constatou-se que vários Quadros Técnicos do Instituto foram contratados pela empresa. Num processo de transferência de tecnologia e mobilidade de quadros que se insere na Missão do Instituto.Sim. Esse é, também, um processo de trans-ferência de tecnologia que nos apraz registar, dado que esses colaboradores trazem know how que nos permite implementar mais rapi-damente tecnologias e aumentar o nosso reco-nhecimento por parte da casa mãe, permitindo juntar a qualidade da produção a custos com-petitivos à competência tecnológica. O reverso da medalha é que enfraquecemos a equipa do nosso parceiro INEGI que, no entanto, pela sua ligação à FEUP tem capacidade para renovar os seus quadros técnicos.

Da sua experiência acha que o Sistema Científico e Tecnológico Nacional está à altura daquilo que são os desafios das empresas? A nossa experiência tem sido, essencialmente, com o INEGI. Temos, também, uma colaboração com o Departamento de Metalurgia da FEUP, acolhendo cá os seus alunos como estagiários no âmbito da elaboração das suas teses de mestrado. Trata-se dum processo mutuamente vantajoso de lhes darmos oportunidade de tra-balharem num ambiente fabril, com problemas concretos, e ajudando-nos a criar uma base mais científica daquilo que fazemos. Sendo que alguns, depois, são contratados por nós.

Quanto ao INEGI, a nossa colaboração tem sido muito positiva. Mas gostaríamos que as equi-pas envolvidas no trabalho connosco tivessem maior disponibilidade para se dedicarem às questões técnicas, onde verdadeiramente são bons, deixando de lado outras tarefas mais burocráticas (caso da gestão de projetos finan-ciados) que lhes dispersam energias. E temos de ponderar a possibilidade de entrar na área do desenvolvimento de novas ligas que, apesar de requerer grandes investimentos, me parece ser uma aposta de futuro.

Virgílio Oliveira teve a sua infância e formação na Alema-nha. É licenciado em Engenharia e Gestão Industrial, com um MBA tirado na Porto Business School. É Diretor-Geral da Zollern & Comandita desde 1993.

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INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

INTEGRAÇÃO DIRETA DE TECNOLOGIA SOLAR TÉRMICA COM CONCENTRAÇÃO EM PROCESSOS INDUSTRIAIS

O Projeto PRODUTECH PSI, dinami-zado pelo pólo de competitividade das tecnologias de produção, con-

templou um conjunto de atividades que visaram a investigação, conceção e desen-volvimento de novos produtos e serviços avançados, que serão, futuramente, co-mercializados por empresas da fileira das tecnologias de produção.

No âmbito do referido projeto, o INEGI coor-denou a demonstração da utilização de tecnologias solares térmicas com concen-tração para alimentação direta de energia térmica a processos industriais. Essa de-monstração ocorreu na metalomecânica SILAMPOS, sediada em Oliveira de Azeméis, tendo sido selecionado um túnel de lavagem e o processo de secagem de peças acaba-das e semiacabadas, com temperaturas de trabalho na ordem dos 50 ºC e 160 ºC, respe-tivamente, como objeto de estudo.

A referida integração, com o inerente de-senvolvimento de tecnologias de suporte realizado no âmbito deste projeto e que a viabilizem (sistemas de armazenamento de energia térmica, sistemas eficientes de transferência e gestão de energia térmi-ca e sistemas de automação e controlo) é inovadora e única em Portugal. E permitirá ganhos efetivos ao nível da ecoeficiência dos processos e a consequente redução de custos energéticos e da pegada carbónica, sendo passível de aplicação numa multipli-cidade de setores industriais.

O sistema demonstrador projetado, cons-truído e atualmente em operação têm as seguintes caraterísticas:

No caso do projeto de demonstração apre-sentado, as conclusões que se podem te-cer, prendem-se, essencialmente, com o aumento da eficiência energética do seu processo produtivo (com observada dimi-nuição de custos e de emissões de gases com efeito de estufa) e, consequentemente, com a diminuição dos custos referentes aos consumos energéticos associados ao con-sumo de gás propano. É ainda previsível um impacto, a médio prazo, no que se refe-re ao fortalecimento da imagem ecológica da empresa enquanto promotora da sus-tentabilidade industrial (em todas as suas vertentes) com evidentes benefícios no que respeita, fundamentalmente, à sua atuação em mercados internacionais onde, de res-to, já desenvolve atividade.

Por sua vez, a poupança económica decor-rente da integração deste tipo de sistema de concentração solar térmica em processos industriais (e o correspondente tempo de re-torno de investimento) é, obviamente, depen-

Tabela 1 – Características da Unidade Piloto, projetada, construída e em operação desde maio de 2014

Figura 1 – Painéis concentradores solares instalados no sistema demonstrador na SILAMPOS.

dente do tipo de combustível cujo consumo num sistema de conversão de energia (cal-deira ou queimador) seja evitado.

De facto, estes sistemas demonstram ser, desde que corretamente projetados (função do perfil de consumo do processo e da tipolo-gia do mesmo) e desde que assegurado o seu funcionamento no ponto ótimo de integração, economicamente viáveis em processos in-dustriais que previamente eram consumido-res de GPL ou gasóleo.

Na Tabela 2 sistematizam-se os valores de poupanças económicas (tendo em conta di-ferentes cenários/diferentes combustíveis que alimentam o processo) para o sistema demonstrador apresentado.

Em suma, a integração direta de concen-tradores solares térmicos em processos industriais apresenta viabilidade econó-mica, embora esteja dependente de fato-res como perfis consumo, localização ou área disponível.

Empresa Demonstradora SILAMPOS

Arquitetura do Sistema Integração direta

Processo Industrial | Caso de Estudo

Túnel de desengorduramento e secagem de produto acabado e semiacabado (gama de Temperaturas 50 – 160 ºC)

Painéis concentradores - Tecnologia

Concentradores Solares Cilíndrico-Parabólico

Fabricante / Modelo Rackam / Icarus Heat V 11.4

Área instalada 108 m2

Área ocupada 450 m2

Potência nominal 67 kW

Eficiência Painéis 65 %

Tecnologias suporte • Módulo bombagem• Sistema Automação e controle• Permutadores de calor (carcaça e

tubos e fluxos cruzados)

Potencial Produção* Combustível Substituído Potencial Poupanças*

Potência Incidente 1 980 kWh/m2/ano PROPANO Consumo Evitado 13 478 kg/ano

Potência Útil 1 287 kWh/m2/ano Poupanças Económicas 16 618,00 €/ano

Produção Anual 138 968 kWh/ano CO2 evitado 31,5 Ton CO2/ano

Gás Natural Consumo Evitado 13 866 kg/ano

Poupanças Económicas 7 820 €/ano

CO2 evitado 28,1 Ton CO2/ano

NAFTA Consumo Evitado 15 254 kg/ano

Poupanças Económicas 8 511 €/ano

CO2 evitado 36,8 Ton CO2/ano

Gasóleo Consumo Evitado 14 577 kg/ano

Poupanças Económicas 16 923 €/ano

CO2 evitado 37,2 Ton CO2/ano

Tabela 2 – Potencial de poupança em função do combustível.

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INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

No início de 2013, a AMOB - Máquinas Ferra-mentas, SA arrancou com o projeto eMOB, projeto individual apoiado pelo SI IDT/QREN com vista a implementar uma substancial conversão tecnológica nas curvadoras CNC da empresa. Em particular, converter o sis-tema de acionamento dos seus principais eixos móveis, tradicionalmente hidráuli-co, para tecnologia totalmente elétrica, contando com o apoio do INEGI na área do Desenvolvimento de Sistemas Eletromecâ-nicos complexos.

Não se conhece qualquer solução de curva-dora elétrica com origem portuguesa, pelo que a nível nacional, a gama eMOB é total-mente inovadora. Este projeto permitiu ain-da adir os seguintes aspetos inovadores ao portfólio AMOB:

1) Soluções técnicas: Integração do retorno da ferramenta servo-comandado com trans-

missão pelo interior da árvore de curvatura, e a introdução de um sistema económico de extração do mandril de grande capacidade acionado por fuso de esferas servo-coman-dado, sistemas não adotados na concorrên-cia. A nova função booster no posicionador (compressão controlada do tubo até à mor-daça) favorece o desempenho/precisão, so-bretudo na produção de raios menores, pois inibe o adelgaçamento da parede do tubo;

2) Flexibilidade: O projeto concretiza a pre-vista conversão tecnológica do sistema de acionamento de todos os eixos, mas man-tém-se a possibilidade de customização (elé-trica ou hidráulica) dos sistemas paralelos à operação de dobragem (mordaça, pinça, paralela e acompanhamento da paralela, …);

3) Redução do número de modelos, das atuais 15 configurações (gama hidráulica AMOB CH-CNC-R) para 3 níveis de capaci-dade (D42, 65 e 90 mm, com base em aço inoxidável com espessura de 2 mm), para o processamento de tubos <D104 mm;

4) Eficiência operacional: a) interna, asso-ciada à modularidade dos principais siste-mas (Cabeça, Acompanhamento do tubo, Posicionamento do tubo e estrutura de montagem), favorecendo todo o processo logístico e tempos de entrega, e b) no clien-te, traduzida na execução de um maior nú-mero de funcionalidades com menor com-plexidade e maior precisão;

5) Eficiência ambiental: Sobretudo através da eliminação dos óleos hidráulicos e da re-dução significativa do consumo energético;

6) Design: Sobretudo nos pontos relaciona-dos com a multifuncionalidade da estrutura

CONVERSÃO TECNOLÓGICA DE CURVADORAS CNC

QUEIMA CONTROLADA DE BIOMASSAA FELINO - Fundição e Construções Mecâni-cas SA, empresa do setor metalúrgico e me-talomecânico criada em 1936, decidiu pro-mover um projeto para o desenvolvimento de um sistema avançado e inovador para a queima controlada de biomassa, suscetível de ser utilizado quer no fornecimento de calor a processos industriais numa vasta gama de potências, quer no aquecimento ambiente de edifícios industriais.

Surgiu assim, o projeto I&DT ECOQUEIMA que permitiu à empresa o desenvolvimento de uma nova gama de produtos, caldeira a peletes modular, a ser utilizada só ou aco-plada a um número variável de unidades, em função das necessidades térmicas do setor alvo, tendo por base as tecnologias e competências que a FELINO dispõe nas áreas de fundição e maquinagem, quer como construtor de máquinas, quer como fabricante de peças técnicas.

Este equipamento tem como inovações a autonomia dos sistemas de limpeza de

e a usabilidade do equipamento (acessibi-dade, arrumação, HMI).

O objetivo principal da nova gama de curva-doras elétricas eMOB, a conversão tecnoló-gica dos acionamentos integrados na gama de curvadoras hidráulicas, foi plenamente atingido. Assumiu-se um desafio fraturante no projeto de curvadoras da AMOB, cujo ris-co foi minimizado através da parceria com o INEGI, mas que possui um valor acrescen-tado muito significativo pois reposiciona a imagem tecnológica da empresa. Confir-mada a viabilidade técnico-económica do conceito eMOB e a sua diferenciação face à concorrência, e mantendo as vantagens da integração de sistemas de programação remota e tele-assistência estabelecidos na empresa, este projeto permite à AMOB concorrer em mercados tecnologicamente mais exigentes, no que diz respeito à com-plexidade de produtos tubulares e proces-sos associados. Neste sentido, encontra-se já a decorrer um outro projeto AMOB com o INEGI, o qual visa aproveitar a integração da tecnologia elétrica iniciada com o proje-to eMOB para desenvolver equipamentos bastante mais avançados.

cinzas e de alimentação de combustível, a interface com o utilizador, a possibilidade de hibridação entre fontes de energia e a flexibilidade derivada da modularidade, diferenciando-se dos sistemas atualmen-te comercializados. De referir, ainda, que o sistema de queima desenvolvido possui a flexibilidade de ser integrado no setor da panificação.

Este projeto integra uma equipa pluridisci-plinar do INEGI que atua em áreas tão di-versas como desenvolvimento de produto, design industrial, controlo e automação, combustão, análise de escoamentos de fluídos e fundição, em contínua colabora-ção com a FELINO, empresa que tem feito uma forte aposta na constante inovação e desenvolvimento de novos produtos.

Os resultados do projeto ECOQUEIMA res-pondem às necessidades reais de uma fra-ção significativa da indústria portuguesa e internacional, uma vez que a eficiência energética e ambiental destes setores é

cada vez mais um fator crítico para o au-mento da competitividade das empresas.

Estando prevista a apresentação comercial do novo equipamento em 2015, a empresa já procedeu à apresentação dos sistemas desenvolvidos em feiras realizadas na Po-lónia e Finlândia (outubro de 2014) e Suécia (novembro 2014).

PROJETO I&DT INDIVIDUAL, COFINANCIADO PELO QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).

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CONSULTORIA E SERVIÇOS

Fruto da política comercial desenvolvida, o Grupo de Ambiente do INEGI tem vindo a estabelecer parcerias com um conjunto significativo de grandes empresas, como são os casos da EMBRAER, Autoeuropa, Grupo Amorim, Nestlé, Salvador Caetano, Continental Mabor, IAMA, Sakthi Portugal.

INEGI E LIPOR ESTUDAM PROCESSO DE GASEIFICAÇÃO DE RSU

GRUPO DE AMBIENTE ESTABELECE PARCERIAS COM GRANDES EMPRESAS

A preferência destas empresas, que têm rigorosos padrões de qualidade, pelos ser-viços prestados pelo INEGI é demonstrati-va do elevado nível do trabalho desenvolvi-do por este Grupo que tem um laboratório acreditado desde 2002 – o LCA, Laborató-rio de Caracterização Ambiental.

A política Europeia encoraja a gestão racio-nal de recursos naturais e, neste sentido, a valorização de resíduos é, hoje em dia, uma perspetiva tecnológica muito promissora e economicamente atraente. A valoriza-ção de resíduos implica a sua triagem na origem, combinada com a reciclagem de materiais e também métodos de conversão energética dos resíduos.

Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) que resultam da recolha de lixo nas grandes áreas urbanas integram componentes com composições muito diversificadas. A composição dos RSU depende da época do ano e da localização geográfica. A hetero-geneidade destes resíduos afeta as pro-priedades físicas em termos de tamanho, composição elementar, teor de humidade, valor de aquecimento, teor de cinzas, teor de voláteis e outros contaminantes.

A gaseificação (um processo que permite, neste caso, a transformação dos resíduos num conjunto de gases combustíveis) é uma

forma de valorização de resíduos, através da sua conversão em energia, constituindo, por isso, uma solução duplamente atraente quer para os problemas de produção de energia, quer para a eliminação de resíduos.

Nesse sentido, a LIPOR – Serviço Intermuni-cipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto e o INEGI estabeleceram uma parceria que permitirá, numa primeira fase, o apro-

O LCA está vocacionado para a realização de ensaios nas áreas da caraterização de efluentes gasosos, avaliação de ruído am-biente e exposição a poeiras, contaminantes químicos e ruído nos locais de trabalho.

fundamento do conhecimento da composição dos resíduos recolhidos, designadamente a sua composição química detalhada, e, poste-riormente, o desenvolvimento de um modelo numérico do respetivo processo de gasei-ficação de RSU – permitindo à LIPOR ficar a conhecer as caraterísticas deste processo quando aplicado ao caso específico dos resí-duos que recolhe e trata.

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Enquanto Instituição de Investigação, De-senvolvimento e Inovação (IDI), o INEGI tem vindo a cumprir a sua missão, contribuindo para o desenvolvimento do tecido económi-co nacional. Ao longo dos anos verificou-se um crescimento sustentado dos serviços de Investigação, Desenvolvimento, Trans-ferência de Tecnologia e de Consultoria e Serviços, que conduziu a uma transferên-cia significativa de valor para os clientes.

Muito nos orgulha o facto de, ao longo do tempo, o INEGI ter sido capaz de consolidar o seu posicionamento como Instituto de In-terface entre o mundo académico e o meio económico, sem qualquer financiamento do Orçamento de Estado, conciliando cres-cimento com equilíbrio financeiro, e com um peso de superior a 55% dos proveitos a serem provenientes de projetos contrata-dos pelas empresas. Os restantes são pro-venientes de financiamento competitivo no contexto nacional e europeu.

Este facto resulta das centenas de projetos de I&D, de transferência de tecnologia e de consultoria realizados, contribuindo, desse modo, para o desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e serviços, para a otimização de processos produtivos e, con-sequentemente, para o aumento da compe-titividade do tecido empresarial português.

Ao longo da sua história, o INEGI estabele-ceu com os seus clientes diversas parce-rias estratégicas e duradouras. Em parti-cular, com os seus Associados que, com a sua ação, têm ajudado a definir as orienta-

O SEU PARCEIRO PARA A INOVAÇÃO DE BASE TECNOLÓGICAESTÁ EM CURSO UMA OPERAÇÃO DE AUMENTO DO PATRIMÓNIO ASSOCIATIVO DO INEGI

ções estratégicas do Instituto, contribuindo para o êxito da sua atividade.

Fusão com o Polo FEUP do IDMEC permitirá a criação do maior grupo de IDI do país na área da Engenharia Mecânica e da Engenha-ria e Gestão Industrial.

Sete anos após a conclusão da construção das suas novas instalações que, sem dúvi-da, contribuíram para o desenvolvimento da sua atividade, o INEGI enfrenta, agora, novos e aliciantes desafios. De entre eles, a fusão, em curso, com o Polo Feup do ID-MEC - Instituto de Engenharia Mecânica, que permitirá constituir o maior grupo de Investigação, Desenvolvimento e Inovação do País, na área da Engenharia Mecânica e da Engenharia e Gestão Industrial e será um passo significativo na concretização da ambição de atingir um lugar de relevo no contexto europeu e de reforçar a capacida-de do INEGI de transferir valor para o tecido empresarial.

Uma operação de Aumento do Património Associativo para reforçar a ligação ao tecido empresarial, assegurar o crescimento sus-tentado do INEGI e manter o caráter privado do Instituto.

Nesse sentido, esta operação de aumento do Património Associativo 2014 visa man-ter uma maioria do Património Associativo detido por sócios privados após a integra-ção do polo FEUP do IDMEC no INEGI, bem como criar as condições para que o INEGI dê um novo salto de crescimento para o pa-tamar dos 10 M€ até final de 2018, aprofun-dando a sua ligação à realidade e objetivos de um tecido empresarial mais alargado, e dando passos seguros no processo de in-ternacionalização.

Mais informações sobre a forma de adesão à Operação de Aumento do Património As-sociativo do INEGI podem ser obtidas em www.inegi.up.pt

A adesão a esta Operação de Aumento do Património Associativo do INEGI garantirá às entidades aderentes a associação do respetivo nome a uma instituição de refe-rência, usufruindo das regalias que esta parceria lhe proporciona e passando a po-der intervir na definição das suas orienta-ções estratégicas, adaptando-as às suas próprias expetativas e necessidades.

Prof. Doutor Sebastião Feyo de Azevedo, Reitor da U. Porto

Prof. DoutorDaniel Bessa, COTEC Portugal

Engo Manuel Fernandes, FREZITE, SA

Engo Carlos Moreira da Silva, BAVidro, SA

SEJA ASSOCIADO DO INEGI

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A Análise de Lubrificantes em serviço é uma técnica de Manutenção Condicionada que permite conhecer o estado do equipamen-to e acompanhar a evolução de qualquer alteração relacionada com o desgaste dos vários órgãos lubrificados, como também detetar as alterações das características físico-químicas que ocorrem no lubrificante.

O INEGI tem vindo a desenvolver esta técni-ca, como apoio às ações de manutenção de vários tipos de indústria e com aplicação a uma vasta gama de equipamentos (turbinas, caixas de engrenagens, compressores, etc.).

O óleo lubrificante de qualquer tipo de apli-cação mecânica “carrega” muita informação importante sobre o estado de condição do equipamento que lubrifica, fornecendo indi-cadores sobre como essa condição poderá evoluir caso não se tomem medidas corre-tivas. A análise de lubrificantes responde a várias questões, tais como: O desgaste presente é severo? Existe contaminação? O óleo está degradado? As respostas a estas questões em conjunto com outras infor-mações permitem a deteção atempada de

LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE LUBRIFICANTES

SERVIÇOS

Sede: Rua Dr. Roberto Frias, nº400, 4200-465 Porto | Tlf.: +351 229578710 | Site: www.inegi.up.pt | Propriedade: INEGI | Distribuição: INEGI | Periodicidade: Quadrimestral | Tiragem: 1200 exemplares | Edição: INEGI | Direção Editorial: Rui Sá | Equipa Editorial: Daniela Silva, Joana Pinto, Luís Pina, Margarida Machado, Marta Oliveira, Nelson Pereira, Sílvia Esteves | Design: Nelson Pereira, Jorge Correia

avarias prematuras e fornecem um apoio fundamentado para as decisões da manu-tenção. Desta forma, podem ser implemen-tadas ações proativas e/ou planear e melhor calendarizar todas as medidas corretivas. Esta abordagem conduzirá a uma redução de custos de operação e manutenção e, si-multaneamente, há um aumento da vida em serviço dos equipamentos.

No âmbito dos serviços prestados pelo INEGI nesta área destacam-se, atualmen-te, o acompanhamento da condição das caixas multiplicadoras de vários parques eólicos nacionais, que se tem revelado determinante para identificar possíveis problemas e ajudar a otimizar os planos de manutenção.

A Diretiva dos Produtos da Construção (DPC) visa eliminar as barreiras técnicas à livre circulação dos produtos de constru-ção no Espaço Económico Europeu (EEE). Este documento aponta para o desenvol-vimento de uma solução harmonizada que permita a avaliação do desempenho da reação ao fogo em produtos sujeitos a exi-gências deste tipo, devendo ser considera-dos nas condições de utilização final.

O LFF - Laboratório de Fumo e Fogo tem vindo a constituir-se como parceiro das em-

LFF: PARCEIRO DAS EMPRESAS NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

presas que desenvolvem novos materiais de construção, tintas, revestimentos, com-ponentes para a indústria automóvel, etc.

Efetivamente, qualquer empresa que deseje produzir novos artigos para colocar no mer-cado tem que os certificar de acordo com normas internacionais e, em particular, de acordo com as normas vigentes no EEE.

Uma das caraterísticas a certificar é a da respetiva reação ao fogo. Acreditado para a realização de diversos ensaios, o LFF tem vindo a estabelecer parcerias com diversas empresas que, mais do que en-saiar o produto na sua fase final, visa tra-balhar em conjunto de forma a desenvol-ver um produto com bom comportamento ao fogo. Tal implica um diálogo aberto e franco com a empresa e o estabelecimen-to de metodologias iterativas que passam por ensaios, avaliação de resultados, al-teração nas formulações e novos ensaios até à obtenção do produto com as carate-rísticas pretendidas.

Este posicionamento do LFF tem contri-buído, decisivamente, para o acréscimo que, em 2014, se verifica no seu número de Clientes e atividade.

O LFF está acreditado pelo IPAC para a rea-lização dos seguintes ensaios de reação ao Fogo segundo a Diretiva dos Produtos de Construção (DPC):• Poder de calorífico superior;• Não combustibilidade;• Single burning item (SBI);• Ignitabilidade.

No setor do mobiliário e decoração, fora do âmbito da DPC, está acreditado para a rea-lização dos seguintes ensaios:• Queimador elétrico;• Persistência e propagação de chama;• Queda de Gotas.

No setor dos transportes rodoviários o LFF está acreditado para os seguintes ensaios:• Velocidade de combustão horizontal• Termofusíveis.