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O Sistema de Informação de Agravos de - ufsj.edu.br fileO PET - Geoprocessamento de Informações (PET-GEO) faz parte do Programa de Ensino pelo Trabalho em Vigilância em Saúde

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O PET - Geoprocessamento de Informações (PET-GEO) faz parte do Programa de Ensino pelo Trabalho em Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (PET-VS) que visa formar profissionais aptos a trabalhar em vigilância em saúde.

O Geoprocessamento é uma ferramenta útil na identificação dos pontos de vulnerabilidade de doenças dentro de um município, consistindo no mapeamento das doenças e outros eventos.

O grupo do PET-GEO conta com a participação de professores e alunos dos cursos de enfermagem, farmácia e medicina da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), além de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUSA). O PET-GEO tem como objetivo mapear doenças de notificação compulsória e óbitos no município de Divinópolis. A coleta de dados iniciou-se no dia 5 de setembro de 2010 (semana epidemiológica nº36) na SEMUSA a partir dos sistemas de informações oficiais do Ministério da Saúde (SINAN e Declarações de Óbito). As informações obtidas serão utilizadas para confecção de boletins epidemiológicos bimensais contendo mapas que auxiliem na construção de indicadores de áreas de maior vulnerabilidade em saúde no município.

A varicela, também conhecida como catapora, é uma doença infecciosa aguda, contagiosa por via respiratória, causada por um herpesvírus denominado varicela-zoster. Em crianças sadias, geralmente é auto-limitada. Em adolescentes e adultos a doença é mais exuberante e, ao acometer grupos de risco, tais como pacientes imunocomprometidos, mulheres gestantes e recém-nascidos, a letalidade é alta. O vírus inicialmente infecta células do trato respiratório e a partir daí reproduz-se e dissemina-se através da corrente sanguínea e do sistema linfático. A varicela manifesta-se com febre, mal-estar e lesões cutâneas que caracterizam a doença. A febre e os sintomas sistêmicos remitem em 3 a 5 dias, enquanto as lesões na pele cicatrizam-se em algumas semanas.

A maioria dos casos ocorre em crianças com menos de 10 anos de idade, no final do inverno e início da primavera. O período de incubação é usualmente de 14 a 16 dias, mas casos podem ocorrer precocemente, a partir do 10º dia ou, tardiamente, até o 21º dia.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN inclui todas as doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação. Os dados são obtidos para cada paciente quando há suspeita da ocorrência do evento pelas unidades de saúde e encaminhados para a vigilância epidemiológica do município. Semanalmente, as Secretarias Municipais encaminham os arquivos para as Secretarias Estaduais de Saúde, que então os repassam para a Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. Os dados armazenados permitem a análise de um evento na população, além de indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. A notificação da varicela em Minas Gerais é obrigatória. Das semanas epidemiológicas 36 a 41 (05/09/10 – 16/10/10) foram relatados pelo sistema 22 casos em crianças da região, sendo que 45,5% destes casos ocorreram na semana 37 (12-19 de setembro).

A tabela 1 apresenta os dados coletados pelas unidades de saúde. Os bairros que apresentaram maior incidência de casos foram o Jardinópolis 31,8% (7) e o Planalto 22,7% (5).

Tabela 1 – Freqüência de casos por unidade de saúde notificadora Unidade de saúde Nº de casos relatados

ESF - Jardinópolis 7 UAPS - Planalto 7 ESF – Buriti 2 UAPS - Tietê 2 ESF -Belvedere 1 UAPS – Niterói 1 Hosp. Sta Lúcia 1 Consultório Particular 1

Fonte: SINAN/Vigilância Epidemiológica/ DVS/ SEMUSA

A tabela 2 apresenta a distribuição dos casos por idade e sexo. De um total de 22 casos de varicela, observou-se que o sexo feminino correspondeu a 54,5% (12) dos casos.

A partir dos dados obtidos foram estabelecidas as coordenadas geográficas dos endereços das crianças afetadas e assim foi construído um mapa (Figura 1). Foi possível mapear apenas 14 dos 22 casos, porque para alguns endereços não foram obtidas as coordenadas geográficas.

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Tabela 2 – Distribuição dos casos de varicela por sexo e faixa etária. Sexo

Faixa etária (anos)

Feminino

Masculino

Total

%

N % N %

<1 1,0 8,3 0,0 0,0 1,0 4,5 1├ 3 3,0 25,0 1,0 10,0 4,0 18,2 4├ 6 5,0 41,7 5,0 50,0 10,0 45,5 7├10 3,0 25,0 4,0 40,0 7,0 31,8 Total 12 100 10 100 22 100

Fonte: SINAN/Vigilância Epidemiológica/ DVS/ SEMUSA

Figura 1: Mapeamento dos casos de varicela da semana 36 a 41 no município de Divinópolis

Comparado com o ano anterior o número de

casos foi menor, o que nos leva a crer que o aumento observado no período foi devido à sazonalidade da doença. No entanto, não foi possível calcular a curva endêmica por bairro, uma vez que os dados não estavam disponíveis para anos anteriores.

Gráfico 1: Frequência mensal de casos notificados de varicela, 2009-2010, Divinópolis/MG.

A retro-alimentação dos dados epidemiológicos é uma ferramenta importantante para estimular os profissionais de saúde a notificarem as doenças de notificação obrigatória. O PET-GEO constiui-se numa parceria entre a academia e o serviço, de forma a auxiliar gestores locais na avaliação de medidas de promoção de saúde nas áreas prioritárias, melhorando assim a qualidade da atenção à saúde no município de Divinópolis.

1. Rubin, Emanuel et al. Patologia: bases clinicopatológicas da medicina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 2.Portal da Saúde – SINAN. <http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php>. Acesso em 10/11/2010 3. Baudacci E, Vico E, Mortalidade por varicela em crianças atendidas em creche. Pediatria (São Paulo) 2001;23(3):213-6 4. Carvalho S, Martins M, Varicela: aspectos clínicos e prevenção. Jornal de Pediatria (Rio de Janeiro) 1999.

Aquino, J.A.

*; Faria Júnior, F.C.

*; Andrade, E.L.

**;

Fonseca, E.P.**; Cardoso Júnior, L.

*; Carvalho, C.G.

*;

Costa, E.M.*; Filho, O.S.

**; Lustosa, N.R.

*; Silva,

A.A.G.*; Silva, A.C.

*; Silva, M.A.

**; Rocha, I.V.

*;

Oliveira, C.L.*.

* Universidade Federal de São João Del Rei ** SEMUSA.

Os autores agradecem a Secretária

Municipal de Saúde (SEMUSA) - Rosenilce Cherie Mourão Gontijo Resende, a Diretora de Vigilãncia em saúde - Adriana Aparecida Gomes e os técnicos: Mirian Araújo Quadros e Jussara Alves da Silva - da equipe de Vigilância Epidemiológica, pela grande contribuição e disponibilidade, o que tornou possível a execução deste boletim.