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O SISTEMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS 1. CONCEITOS E CARACTERIZAÇÕES BÁSICAS 1.1. Geração de resíduos 1.1.1. Geradores de resíduos A configuração dos sub-sistemas do SRS, depende das características de qualidade e quantidade, relativas aos resíduos gerados. Geração no Brasil de 1,1 Kg/habitante/dia Neste sentido, é preciso diferenciar 3 categorias de geradores de resíduos sólidos: 1. Geradores ordinários; 2. Grandes geradores; 3. Geradores de resíduos especiais. 1.1.1.1. Geradores ordinários Os geradores ordinários são a maioria da população e suas habitações. Os resíduos gerados diariamente por cada habitação são em pequena monta e de características que não mereçam tratamento especial. Estão incluídos nesta categoria quase todas as habitações e os pequenos estabelecimentos empresariais. .1.1.1.2. Grandes geradores Nesta categoria estão incluídos todos os estabelecimentos com grande geração de resíduos, comumente acima de 200 kg por estabelecimento diariamente. Os prédios residenciais estão fora desta categoria, pelo fato de para eles não ser computada a geração total, mas sim a de cada unidade condominial individualmente. que espera-se gerar pequenas quantidades de lixo. 1.1.1.3. Geradores de resíduos especiais Nesta categoria estão incluídos os geradores de resíduos especiais. Os resíduos sólidos que não se enquadram na qualidade de resíduo domiciliar, são fortes candidatos a ser classificados como resíduos especiais, e assim são classificados os seus geradores. Os resíduos especiais mais frequentes em meio urbano são os seguintes (ver item ****classif qto a geração):

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O SISTEMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

1. CONCEITOS E CARACTERIZAÇÕES BÁSICAS1.1. Geração de resíduos

1.1.1. Geradores de resíduos

A configuração dos sub-sistemas do SRS, depende das características de qualidade e quantidade, relativas aos

resíduos gerados.

Geração no Brasil de 1,1 Kg/habitante/dia

Neste sentido, é preciso diferenciar 3 categorias de geradores de resíduos sólidos:

1. Geradores ordinários;

2. Grandes geradores;

3. Geradores de resíduos especiais.

1.1.1.1. Geradores ordinários

Os geradores ordinários são a maioria da população e suas habitações. Os resíduos gerados diariamente por cada

habitação são em pequena monta e de características que não mereçam tratamento especial. Estão incluídos

nesta categoria quase todas as habitações e os pequenos estabelecimentos empresariais.

.1.1.1.2.Grandes geradores

Nesta categoria estão incluídos todos os estabelecimentos com grande geração de resíduos, comumente acima de

200 kg por estabelecimento diariamente. Os prédios residenciais estão fora desta categoria, pelo fato de para eles

não ser computada a geração total, mas sim a de cada unidade condominial individualmente. que espera-se gerar

pequenas quantidades de lixo.

1.1.1.3. Geradores de resíduos especiais

Nesta categoria estão incluídos os geradores de resíduos especiais.

Os resíduos sólidos que não se enquadram na qualidade de resíduo domiciliar, são fortes candidatos a ser

classificados como resíduos especiais, e assim são classificados os seus geradores. Os resíduos especiais mais

frequentes em meio urbano são os seguintes (ver item ****classif qto a geração):

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1. Resíduos de serviços de saúde;

2. Resíduos da construção civil (metralha);

3. Resíduos industriais.

Normalmente, com exceção de alguns estabelecimentos de saúde, os geradores de resíduos especiais também são

grandes geradores.

Os grandes geradores e os de resíduo especial devem possuir os seus próprios SRSs. Normalmente, os aterros

sanitários não são projetados para a recepção de resíduos especiais, sem tratamento prévio.

1.2. Conceituação

O sistema de resíduos sólidos, SRS, visa gerenciar todos os eventos e processos vinculados à coleta, manejo e

destinação final dos resíduos sólidos gerados no meio urbano.

1.3. Sub-sistemas

Identificamos os seguintes sub-sistemas:

1. Sub-sistema de Coleta e transporte;

2. Sub-sistema de tratamento e destinação final.

2. Sub-sistema de Coleta e transporte

No sub-sistema de coleta e transporte reunimos todas as estruturas e procedimentos relacionados ao

acondicionamento e disposição dos resíduos, assim como seu recolhimento e transporte à destinação final.

A gestão deste sub-sistema está alicerçada basicamente em 3 fatores, a saber:

1. Estruturas de coleta e transporte;

2. Cobertura;

3. Periodicidade.

2.1. Estruturas de coleta e transporte

No sub-sistema de coleta e transporte é fundamental que as estruturas e ações sejam interdependentes e

aninhadas. Assim, o acondicionamento do lixo deve ser de tal forma que esteja adequado ao tipo de resíduo,

como também ao tipo de estrutura de coleta, que, por sua vez, estará condicionando o tipo de transporte

apropriado.

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A tipologia do resíduo gerado (ver item ****tipos resid) desempenha uma função crucial para o bom

funcionamento do SRS. Ela subordina as configurações dos acondicionamentos, estruturas de coleta, veículos de

transporte, tratamento, reaproveitamento e a destinação final.

Na área urbana vislumbramos estruturas de coleta e transporte para:

1. Resíduos ordinários individuais prediais;

2. Resíduos ordinários coletivos;

3. Resíduos públicos;

4. Resíduos segregados;

5. Resíduos especiais.

2.1.1. Resíduos ordinários individuais prediais

Uma parte significativa dos resíduos sólidos coletados numa cidade é gerada nas habitações e são considerados

resíduos ordinários (ver item ****). Todo serviço de limpeza urbana dispõe de sistema de coleta e transporte de

resíduos ordinários. Os resíduos são então devidamente acondicionados, normalmente em sacos plásticos, e são

depositados em locais específicos dentro ou a frente das habitações, a espera dos veículos de coleta e transporte

do lixo.

2.1.2. Resíduos ordinários coletivos

É comum no meio urbano que haja a necessidade da instalação de pontos de coleta de lixo ordinário. Isto se deve

ao fato de que existem áreas de difícil acesso aos veículos de coleta domiciliar, ou que a logística de coleta

individual não seja compensadora, por isso justifica-se a instalação de pontos de coleta, que possam reunir os

resíduos gerados em suas áres de entorno.

Geralmente, os recipientes de coleta instalados nestes pontos, são geralmente caçambas adaptadas para ser

fixadas, sustentadas e reviradas nos veículos de transporte destes resíduos.

2.1.3. Resíduos públicos

Os resíduos sólidos públicos, em princípio, não necessitam de acondicionamento, coleta e transporte diferenciado

dos existentes para o lixo ordinário, com exceção dos resíduos vegetados, quando as ações de poda e capinação

geram potencialmente grandes quantidades de resíduos.

2.1.3.1 Varrição

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A varrição pública faz parte do SRS público e é destinada a manter a limpeza dos logradouros e vias públicas. Os

resíduos gerados são de carater ordinário, no mais das vezes, demandando portanto as estruturas de coleta e

trahsporte previstas para lidar com este tipo de resíduo.

2.1.4. Resíduos segregados: coleta seletiva

Os resíduos segregados são aqueles que merecem um tratamento diferenciado dos rejeitos, cujo destino

geralmente são os lixões ou aterros sanitários, e, por isso, dele são segregados. Em geral, são resíduos reversos.

Coleta seletiva é a denominação dos processos de separação e coleta de resíduos reversos e/ou compostáveis. A

maior parte dos sistemas de coleta seletiva tratam da separação e coleta de resíduos reversos do tipo recicláveis.

2.1.4.1. Separação

Os resíduos recicláveis podem ser separadados por tipo, de acordo com o seu destino de aproveitamento. O

detalhamento desta separação vai depender do refinamento da coleta seletiva.

2.1.4.1.1. lixo seco x molhado

A forma de segregação mais simples é a separação entre lixo seco e lixo molhado. A ideia é a de que o lixo seco

reuna todos os resíduos reversos e o lixo molhado reuna os resíduos compostáveis.

2.1.4.1.2. Código de cores

Entretanto, é comum a separação dar-se de acordo com a classificação de recicláveis aceita internacionalmente e

que utiliza o código de cores.

2.1.4.2. Modalidades de coleta seletiva

A forma de coletar os resíduos reversos pode dar-se pelas seguintes modalidades:

1. Porta a porta;

2. Pontos de coleta de recicláveis;

3. Pontos de coleta de retornáveis;

4. Coleta seletiva direta na destinação final.

2.1.4.2.1. Porta a porta

A coleta porta a porta é feita diretamente nas residências.

2.4.1.2.2. Pontos de coleta de recicláveis

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É comum a instalação de pontos de coleta de recicláveis em vários locais dentro de um município. Alguns deles são

instalados pelo poder público em locais para este fim específico, e normalmente são administrados por

cooperativas de catadores (ver item ****). Outros são instalados por empresas que recebem grande afluxo de

público, tais como supermercados e shopping centers. Os resíduos coletados são então direcionados às

instituições que trabalham com coleta seletiva e/ou reciclagem (ver item ****).

2.1.4.2.3. Pontos de coleta de retornáveis

Retornáveis são os resíduos reversos que são direcionados diretamente às empresas que os manufaturaram. Em

muitos casos, estes resíduos retornáveis são direcionados às empresas por força de lei. Pela Política Nacional de

Resíduos Sólidos, a tendência é a de aumentar substancialmente o conjunto de produtos retornáveis às empresas,

que teriam então a responsabilidade por sua coleta e reciclagem.

Existem leis que garantem a recepção de produtos não mais utilizáveis pelas próprias lojas que o comercializam.

Além destas, lojas comerciais em geral também instalam pontos de coleta de produtos retornáveis. Alguns destes

produtos são: pneus, baterias, lâmpadas, etc.

2.1.4.2.5. Coleta seletiva na destinação final

Antigamente era comum e permitido a coleta de recicláveis diretamente dos lixões. Catadores submetidos às

piores condições insalubres misturavam-se ao lixo e catavam os recicláveis ali despejados. Não obstante a

persistência desta atividade hoje em dia, tal prática está diminuindo consideravelmente no Brasil e pela Política

Nacional de Resíduos Sólidos é cnsiderada ilegal.

Uma alternativa tem sido a instalação de esteiras de triagem em aterros sanitários. O lixo passa pela esteira e é

triado e segragado por catadores.

2.1.4.3. Transporte e triagem

Como já visto, a coleta seletiva normalmente não faz parte direta do sistema público de resíduos sólidos. Podemos

classificar as entidades que realizam o processo de coleta e triagem de resíduos reversos em 2 categorias:

1. Entidades cooperativas;

2. Entidades empresariais.

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2.1.4.3.1. Associações e cooperativas de catadores

É muito comum, e atualmente reforçada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, a coleta seletiva de recicláveis,

a partir de resíduos ordinários, estar a cargo das associações ou cooperativas de catadores de resíduos. Trata-se

de entidades que fazem a coleta e segregação de resíduos sólidos reversos. Além disso, preparam os resíduos,

geralmente por prensagem, e os comercializam. Além da comercialização bruta dos recicláveis, é comum algumas

coperativas procederem algum tipo de reciclagem para alguns tipos de resíduos, sem contudo contarem com

estruturas industriais omplexas para tal. Por exemplo, algumas cooperativas transformam garrafas PET em

filamentos que são juntados e prensados para formar vassouras.

As associações e cooperativas são entidades que congregam um contingente majoritário de antigos catadores de

lixões e, por isso, têm um forte apelo de cunho social.

As associações são entidades sem fins lucrativos e, por isso, tem uma ação mais filantrópica do que empresarial. Já

uma cooperativa configura-se em função da produtividade de seus cooperados, tendo, portanto, uma postura

empresarial mais agressiva, quando comparada à associação.

As cooperativas de catadores quando não assistidas adequadamente podem apresentar problemas sérios de

gestão, tais como:

1. Falta de transparência;

2. Métodos operacionais pouco producentes;

3. Comercialização sub-aproveitada;

4. Contabilidade errática;

Devido a estes problemas, as cooperativas precisam da assistência de pessoas especializadas que possam prestar

consultoria e orientação, relativo aos processos de publicização e transparência das entradas e saídas de recursos,

de melhoria dos métodos de coleta, triagem, acondicionamento, medição e comercialização dos recicláveis. Tal

assistência deve ser gratuita, patrocinada pelo poder público ou por entidades filantrópicas não governamentais

ou mesmo empresariais.

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Além destes problemas de gestão, alguns catadores fazem a seleção dos recicláveis a partir do lixo não segregado,

gerando problemas estáticos e ambientais. De fato, quando isto ocorre, geralmente os recipientes de

acondicionamento são rompidos ou as caçambas violadas, gerando lixo espalhado nas vias públicas.

2.1.4.3.2. Empresas comerciais e recicladoras

Algumas empresas fazem também a coleta e transporte de recicláveis. Neste caso, é comum que os geradores ou

os detentores dos resíduos recicláveis recebam uma remuneração pelos resíduos adquiridos por estas empresas.

Algumas são intermediárias entre os geradores ou detentores de recicláveis e as empresas recicladoras. Outras

são as próprias empresas recicladoras que compram diretamente da fonte.

As cooperativas de catadores comercializam os seus recicláveis com estas empresas, tanto intermediadoras

quanto recicladoras.

A atuação de tais empresas é determinada pelos seguintes fatores:

1. Mercado de recicláveis;

2. Fator escala;

3. Distância dos centros de reciclagem.

Mercado de recicláveis

O mercado de recicláveis determina os preços praticados para sua compra pelas empresas recicladoras. Assim, os

preços influenciarão, evidentemente, a viabilização do empreendimento empresarial de coleta e transporte de

recicláveis.

Fator escala

Além do mercado, determinante dos preços praticados, o empreendimento de coleta e transporte dependerá das

quantidades envolvidas. Pequenas quantidades de recicláveis, associadas aos preços praticados, não justificar a

viabilidade econômica do empreendimento. Por isso, é fundamental que haja um esforço para coleta de grandes

quantidades de recicláveis.

Distância dos centros de reciclagem

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O terceiro fator combina-se com os anteriores. Distâncias grandes aos centros recicladores podem não justificar o

transportedos resíduos, sobretudo se o faturamento obtido, que é função dos preços praticados e das quantidades

envolvidas, for pequeno.

Portanto, a existência de centros recicladores mais próximos das áreas geradoras é de grande relevância para o

fomento de empreeendimentos de coleta e transporte de recicláveis.

2.1.4.4. Programas de coleta seletiva

A coleta seletiva, para que tenha sucesso, precisa do apoio de seu público alvo, o que não é uma tarefa simples.

De fato, os participantes de tal iniciativa precisam fazer a segregação dos recicláveis em suas residências ou locais

de trabalho, assim como levar o material segregado a algum ponto de coleta, que pode estar diante de sua

residência ou afastado. Tais atitudes em geral são feitas sem que haja qualquer vantagem pessoal direta. Em geral,

os resíduos segregados não geram retorno financeiro aos seus geradores. A principal recompensa é a expectativa

de que a eciclagem de resíduos resultante será benéfica do ponto de vista ambiental. De fato, a reciclagem

ameniza o congestionamento dos locais de armazenamento do lixo, aumentando a sua longevidade e, por isso,

diminuindo o seu impacto ambiental.

Para que a participação seja abrangente, é necessário que haja a formulação de programa de coleta seletiva, de

sorte a estimular os participantes e prover os requisitos necessários à sua gestão bem planejada.

Visando uma gestão eficiente, os programas de coleta seletiva precisam dar bons encaminhamentos às seguintes

questões:

1. Estimativa razoável do público alvo e os quantitativos de geração de recicláveis;

2. Envolvimento do público alvo;

3. Garantia de coleta adequada nos locais participantes;

4. Continuidade do serviço com periodicidade adequada à demanda gerada no tempo;

5. Garantia de destinação final correta para os recicláveis coletados.

2.1.4.4.1. Estimativa razoável do público alvo e os quantitativos de geração de recicláveis

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A estimativa das quantidades demandadas pelo programa é importante para dimensionar toda a logística de

coleta e transporte, bem como a periodicidade adequada.

2.1.4.4.2. Envolvimento do público alvo

O público alvo engajado no problema é a garantia de fornecimento de recicláveis para o programa, que é o

principal insumo para a sua sustentabilidade.

2.1.4.4.3. Garantia de coleta adequada nos locais participantes

A cobertura é essencial para garantir o suprimento de recicláveis e o envovimento do público alvo.

2.14.4.4.4.Continuidade do serviço com periodicidade adequada à demanda gerada no tempo

A periodicidade está no mesmo nível de importância que a cobertura, no que tange à garantia de recicláveis, bem

como o envolvimento do público alvo.

2.14.4.4.5.Garantia de destinação final correta para os recicláveis coletados

Este fator é fundamental para o fechamento do ciclo da reciclagem e o envolvimento do público. Sem uma

destinação adequada, a credibilidade do programa, junto ao público alvo, poderá ficar irremediavelmente

comprometida. Por isso, os gestores do programa de coleta seletiva não podem negligenciar este fator.

Infelizmente, os gestores não têm por costume tratar apropriadamente deste fator.

2.1.5. Resíduos especiais

Os resíduos especiais, conforme já comentado, devem possuir seus próprios sub-sistemas de coleta, transporte,

tratamento e disposição final. Assim, existem recipientes de coleta de resíduos especiais que são instalados nos

locais de sua geração. Um bom exemplo são as caçambas de coleta de resíduos de construção civil. Outro exemplo

são os recipientes especiais de coleta de resíduos de serviços de saúde. Tais recipientes são adaptados para

acondicionar adequadamente a quantidade e qualidade dos resíduos especiais. Os veículos utilizados para coletar

e transportar estes redíduos devem ser os adequados para lidar com a sua qualidade e quantidade.

2.1.6. Transbordo

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Em cidades de médio e grande porte existe a necessidade de concentração do volume de lixo coletado na cidade,

para então ser transportado para os aterros. Este local é a estação de transbordo. Lá, o lixo coletado na cidade é

descarregado e transferido, num segundo momento, para veículos de maior porte que trasnportarão grandes

quantidades de lixo aos aterros. O transbordo se faz necessário nestes casos porque a logística de coleta e

transporte na cidade é distinta da coleta e transporte para os aterros. A diferença básica é de escala. De fato, a

coleta e transporte de resíduos realizada nas residências demandam veículos menores, com maior mobilidade e

normalmente capacitados para compactar o lixo coletado. Já os veículos de transporte da estação de transbrdo

aos aterros são maiores, podendo conter grandes quantidades em volume e tonelagem de lixo.

2.1.6.1 Medição

Normalmente, as estações de transbordo servem também para a aferição da quantidade de lixo coletada na

cidade. Existem balanças que pesam o lixo trazido pelos veículos de coleta pela cidade. Esta pesagem será a base

de remuneração das empresas que realizam o serviço de coleta e transporte dos diversos pontos da cidade até a

estação.

Já a medição do lixo transportado da estação de transbordo atá o aterro se dá no próprio aterro e é a base de

remuneração do lixo que será armazenado no próprio aterro.

A expectativa é a de que haja forte similaridade entre a pesagem total do lixo que chega ao transbordo e a do lixo

que chega ao aterro. Pequenas diferenças são admissíveis, e podem ocorrer sobretudo com a aquisição ou perda

de água, que pode ser significativa.

2.2. Cobertura

A cobertura diz respeito à área da cidade que é contemplada com o SRS público. Espera-se que todas as

habitações estejam cobertas por este sub-sistema, o que tem estreita ligação com as rotas dos veículos de

transporte de resíduos ordinários.

2.2.1. rotas

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As rotas cumpridas pelos veículos de transporte de resíduos ordinários é que vão efetivar a cobertura de coleta e

transporte. De fato, se uma área, um bairro por exemplo, é coberta pelo sub-sistema, mas determinados

logradouros não fazem parte da rota, poderá estar comprometida a cobertura efetiva da área.

Nos casos em que a rota não contempla determinados logradouros, por razões operacionais, é preciso criar as

condições para que o lixo produzido nestes locais possa ser coletado e transportado. Uma destas alternativas é a

criação de pontos de coleta de resíduos ordinários coletivos (ver item ****res ord colet).

2.3. Periodicidade

Tão importante quanto à cobertura efetiva, é a periodicidade. De fato, a geração de lixo é inimterrupta, por isso, a

frequência de coleta passa a ser estratégica para a eficiência do sistema. Coletas realizadas aperiodicamente

podem comprometer a saúde pública e ambiental.

A cobertura e a periodicidade vinculadas à coleta e transporte de resíduos segregados e especiais têm suas

próprias gestões, pois não estão inseridas diretamente no SRS público. Porém, a expectativa é a de que sejam

suficientemente eficientes para atender à demanda por estes serviços.

Por exemplo, os programas de coleta seletiva podem deixar a desejar quanto à pewriodicidade e cobertura. Tais

deficiências, quando ocorrem, podem desestimular os geradores a participar de tais programas.

3. Sub-sistema de tratamento e destinação final

O sub-sistema de tratamento e destinação final cumpre tratar e dar o destino final adequado ao lixo, de sorte a

garantir a minimização do seu impacto no meio ambiente.

Da mesma forma que para o sub-sistema de coleta e transporte, o tratamento ou beneficiamento do lixo coletado,

assim como sua disposição final, depende da natureza do resíduo.

Podemos conceber as seguintes possibilidades de tratamento/destinação de resíduos sólidos:

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1. Logística reversa;

2. Incineração;

3. Compostagem;

4. Armazenamento de rejeitos.

3.1. Logística reversa

A logística reversa é o termo utilizado para reunir todos os procedimentos que visem fazer retornar os resíduos

reversos ao ciclo de vida dos produtos (ver item ****).

Podemos vislumbrar as seguintes possibilidades de retorno de resíduos reversos ao ciclo de vida dos produtos:

1. Reutilização;

2. Recondicionamento;

3. Reciclagem;

3.1.1. Reutilização e recondicionamento

Tanto a reutilização quanto o recondicionamento são formas mais rápidas e menos onerosas de recolocar os

resíduos reversos no ciclo de vida dos produtos. Tal prática, porém, não é muito difundida, devido a uma certa

ojeriza quanto a produtos oriundos diretamente do lixo.

3.1.2. Reciclagem

A reciclagem reune os processos que transformam a natureza física ou química dos resíduos, visando a sua

reutilização como produto de mesma natureza ou como insumo para a confecção de outros produtos. e qualquer

forma, a reciclagem é um processo de logística reversa por excelência.

3.1.2.1. Associação entre coleta seletiva e reciclagem

É fácil perceber que reciclagem e coleta seletiva são atividades praticamente inseparáveis. Uma sustenta a outra.

De fato, a reciclagem precisa dos insumos garantidos pela coleta seletiva e a coleta seletiva só é justificada com a

garantia da reciclagem.

3.1.2.2. Recicladoras

São as recicladoras as responsáveis pela reintrodução das manufaturas, agora na condição de resíduos, nos ciclos

de vida dos produtos. Trata-se portanto de um setor estratégico para a gestão dos resíduos sólidos.

Podemos classificar as recicladoras em 2 grupos:

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1. Recicladoras de absorção direta;

2. Recicladoras de geração de insumos.

3.1.2.2.1. Recicladoras de absorção direta

As recicladoras de absorção direta estão inseridas dentro do complexo de fabricação dos produtos. Isto é,

recebem os resíduos, beneficiam-no e os inserem diretamente na linha de produção. Assim, os resíduos geram

novos produtos, tudo ocorrendo dentro da mesma estrutura industrial.

Um bom exemplo é a indústria de latas de alumínio. A indústria recebe as latas usadas e no mesmo complexo

industrial, as beneficia e confecciona as novas latas, prontas para uso.

A característica mais importante deste tipo de indústria da reciclagem é que demandam resíduos específicos,

geram produtos específicos e estão associadas diretamente ao parque produtivo dos produtos finais.

3.1.2.2.2. Recicladoras de geração de insumos

As recicladoras de geração de insumos beneficiam resíduos para a geração de matéria-prima que possa ser

aproveitada por vários fabricantes de diversos produtos. Trata-se portanto de empresas de maior diversidade na

aplicação das matérias-primas produzidas. A reciclagem e a produção dos produtos finais não ocorrem no mesmo

parque industrial.

Um exemplo é a indústria de reciclagem de lâmpadas fluorescentes. As lâmpadas usadas são recicladas, gerando

vários produtos, cada um deles podendo ser utilizados por várias indústrias de manufatura.

3.2. Incineração

A incineração é uma alternativa para a destinação de resíduos sólidos onde existe uma redução drástica do volume

de resíduos resultante, geralmente cinzas. Tal alternativa tem tido aplicação sobretudo nos seguintes casos:

1. Eliminação de resíduos perigosos;

2. Redução de volume de resíduos acoplada com geração de energia.

3.2.1. Eliminação de resíduos perigosos

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Dado o grande potencial de contaminação de alguns resíduos, é perigosa a sua deposição em aterros ou lixões.

Como o seu aproveitamento, pelos mesmos motivos, também não é recomendado, restam poucas alternativas

para o seu gerenciamento e a incineração tem sido a alternativa adotada na maior parte dos casos. Os resíduos

sólidos dos serviços de saúde estão dentre os mais destinados à incineração, inclusive por detrminação legal.

3.2.2. Redução de volume de resíduos acoplada com geração de energia

Cresce no mundo a opção pela redução de resíduos por intermédio da incineração. É comum, nestes casos, a

utilização do lixo como combustível para a produção de energia

O maior problema relacionado à adoção da incineração é a produção dos poluentes orgânicos persistentes, POP's.

Durante os processos de incineração, estas substâncias são produzidas. Destas, uma das mais perigosas são as

dioxinas. As dioxinas são liberadas no ar e se acumulam no solo e água, inserindo-se na cadeia alimentar,

resultando em altas concentrações em alimentos de origem animal.

Tem havido um rande esforço tecnológico na produção de filtros que possam reter os POP's nos processos de

incineração.

As cinzas geradas pelos processos de incineração também são perigosas, pois contém muitos poluentes. Por isso,

os resíduos da incineração devem ser trtatados como resíduos perigosos.

3.3. Compostagem

A compostagem é o processo de decomposição física e biológica da matéria orgânica, onde os restos orgânicos

são reduzidos a materiais e substâncias mais simples que podem ser utilizados como adubo para plantas.

O processo mais utilizado de compostagem nos aterros é o de formação de leiras. As leiras são pilhas de resíduos

onde ocorre a compostagem. É importante que haja aeração nas leiras para a ação de decompositores aerábios

(ver item ***). A aeração normalmente é feita como o revolvimento da leira. A decomposição ocorre com a

elevação e redução posterior da temperatura da leira, onde microrganismos irão agir sobre amatéria orgânica,

decompondo-a.

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Os dois produtos mais desejáveis na compostagem são:

1 Nutrientes minerais;

2. Húmus.

Os nutrientes minerais são a materia-prima fundamental para a produção das substâncias necessárias às plantas.

O húmus é uma mistura fina de material orgânico ainda não decomposto totalmente que confere ao solo

propriedades de absorção e aeração bastante desejáveis para a dinâmica do solo.

Além do húmus, dependendo da composição da matéria orgânica a ser decomposta, pode haver materiais mais

resistentes à decomposição, como, por exemplo, a lignina, que faz parte do tronco das árvores. Nestes casos,

recomenda-se quebrar as peças mais duras para facilitar a ação decompositora.

Materiais orgânicos já em estado de putrefação devem estar protegidos, para evitar a proliferação de insetos e

outros vetores de doenças.

3.4. Armazenamento de rejeitos

Os resíduos que não se prestam para qualquer forma de reutilização, ou aqueles que possam ser aproveitados or

falta de estrururas de coleta seletiva, reciclagem ou compostagem disponíveis, são então levados a locais

específicos para a sua disposição final.

3.4.1. Poluentes gerados

Os rejeitos acumulados em locais, sem o devido cuidado, geram os seguintes produtos e riscos:

1. Produção de chorume;

2. Emissão de gases tóxicos;

3. Proliferação de organismos patogênicos e vetores de doenças.

3.4.1.1. Produção de chorume

O chorume é uma matéria líquida, de cor escura e odor desagradável, que vai sendo formada a partir do lixo

amontoado, decorrente dos processosquímicos, físicos e, sobretudo, biológicos de putrefação da matéria

orgânica. A ação do tempo, chuvas e temperatura, acelera drasticamente a sua produção. O chorume é um

material de grande potencial poluidor.

3.4.1.2. Emissão de gases tóxicos

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O lixo amontoado, em seu processo de decomposição biológica anaeróbica, produz gases tóxicos, tais como gás

sulfídrico e gás metano. De fato, a ação dos microrganismos anaeróbicos, nas areas mais protegidas do ar no

amontoado de lixo, gera como sub-produto estes e outros gases tóxicos. O metano é um gás inflamável. Por isso, é

possível ver a produção de fogo em grandes amontoados de lixo.

3.4.1.3. Proliferação de organismos patogênicos e vetores de doenças

o lixo é um meio rico e muito apropriado para servir de local para a acomodação, alimentação e proliferação de

organismos que causam danos à saúde humana.

3.4.2. Estruturas de disposição final

As estruturas de disposição final de armazenamento mais conhecida são:

1. Lixões;

2. Aterros controlados;

3. Aterros sanitários.

3.4.2.1. Lixões

Os lixões são as estruturas mais arcaicas de deposição de lixo. Trata-se de uma área sem maiores proteções em

que o lixo é simplesmente depositado. No lixão normalmente não existem quaisquer salvaguardas ambientais ou

de salubridade (saúde pública e proteção à integridade física).

Os lixões são fontes de grandes comprometimentos ambientais e de saúde pública, pois não fornecem proteção

quanto aos fatores de risco apontados acima.

Os lixões Foram muito usados no passado e hoje estão em desuso. Segundo a Política Nacional de Resíduos

Sólidos, são considerados ilegais.

3.4.2.2. Aterros controlados

Os aterros contrlados representam uma evolução intermediária entre os lixões e os aterros sanitários. Os resíduos

sólidos são depositados em camadas que depois sãocobertas com solo. Não existem controles adicionais.

3.4.2.3. Aterros sanitários

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Os aterros sanitários possuem células de armazenamento de resíduos, que recebem camadas de lixo,

entremeadas com camadas de solo. A superfície das células é impermeabilizada. O chorume é controlado e

manejado. Os gases emanados da decomposição anaeróbica do lixo é liberado das células por canalizações a este

im apropriadas.

4. MediçãoEm geral, as medições de resíduos sólidos se dão por tonelagem

5. O SRS em NatalA operadora do SRS em Natal é a empresa pública municipal URBANA - Companhia Municipal de Limpeza Urbana

de Natal

5.1. Estrutura administrativa

A URBANA possui 4 diretorias, a saber:

1. Diretoria Presidente;

2. Diretoria de Operações;

3. Diretoria Administrativo-Financeira;

4. Diretoria de Apoio Comunitário.

5.2. Sub-sistema público de coleta e transporte

À semelhança do que ocorre comumente, apenas os resíduos ordinários e os públicos são contemplados

diretamente pelo SRS em Natal.

5.2.1. Coleta domiciliar

A coleta residencial é feita porta a porta. Cada residência recebe a visita dos caminhões coletores, num de 2

sistemas de periodicidade:

1. Coleta às 2as, 4as e 6as-feiras;

2. Coleta à 3as, 5as e sábados.

5.2.2. Resíduos públicos

Os resíduos públicos sob responsabilidade direta ou indireta da URBANA, são os seguintes:

1. Varrições;

2. Resíduos do sistema de drenagem.

Como já visto, os resíduos de poda e capinação em logradouros e vias públicas estão a cargo da SEMSUR.

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5.2.2.1. Varrições

Todos os logradouros e vias públicas da cidade do Natal está prevista ser coberta por varrições, pelo menos 1 vez

por semana.

5.2.2.2. Resíduos do Sistema de Drenagem

A URBANA opera também a coleta e transporte dos resíduos encontrados no sistema de drenagem urbana. Lixo

encontrado nas sarjetas, bocas de lobo, poços de visita, galerias e reservatórios de retenção.

5.2.3. Entulhos urbanos

Além dos resíduos ordinários e públicos, é feita também a coleta de outros resíduos encontrados nas vias e

logradouros públicos, que serão aqui doravante designados como entulhos urbanos. Os entulhos urbanos podem

ser:

1. Entulhos urbanos vegetados;

2. Entulhos urbanos outros.

No caso de Natal, os resíduos oriundos de podas e capinação em logradouros e vias públicas são operados pela

Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, SEMSUR.

O planejamento das rotas e pontos de coleta dos entulhos urbanos em toda a cidade é feito sempre no dia

anterior com o conjunto de encarregados das 4 zonas da cidade, mais a diretoria de operações. Nestas reuniões

são definidos os pontos que serão contemplados pelas coletas no dia seguinte.

5.2.4. Área de transbordo

Existe uma área de transbordo em Cidade Nova. Lá, é feito o descarregamento dos caminhões de coleta domiciliar

e de coleta de entulhos urbanos, provenientes das zonas Leste, Oeste e Sul (ver adiante). O material descarregado

é então concentrado e acondicionados em carretas, que são então levadas para a destinação final.

5.2.4.1. Medição

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Todos os serviços prestados de coleta e transporte, com exceção dos provenientes da Zona Norte, são medidos

por tonelagem, na área de transbordo. O processo é conduzido por funcionários da URBANA e se dá com a

pesagem do caminhão antes, logo que chega, e depois de descarregar os resíduos, na área de transbordo. A

diferença é então a medição dos resíduos lá descarregados. O processo é computadorizado e as medições vão

para a sede da URBANA, esperando a checagem com as faturas emitidas pelas empresas contratadas.

5.2.5. A divisão por zonas

A URBANA divide a cidade do Natal em 4 zonas:

1. Zona Norte;

2. Zona Leste;

3. Zona Oeste;

4. Zona Sul.

5.2.5.1. Zona Norte

A Zona Norte é operada diretamente pela URBANA. Apenas os veículos e seus motoristas são locados de empresas

particulares. Os caminhões de coleta domiciliar são locados da empresa Trópicos. Os caminhões de coleta de

resíduos públicos são locados de várias empresas particulares.

Tanto a coleta domiciiar, quanto a coleta de entulhos urbanos não passa pela área de transbordo. Os caminhões

de coleta vão da zona norte direto para a destinação final.

5.2.5.2. Zonas Leste, Oeste e Sul

As zonas Leste, Oeste e Sul são operadas por empresas contratadas pela URBANA:

1. Empresa Marquise: Zonas Oeste e Sul;

2. Empresa Líder: Zona Leste.

Todo o material coletado nestas zonas vão para a área de transbordo, onde são medidos em tonelagem.

5.2.6. Resíduos segregados: coleta seletiva

O sistema de coleta seletiva em Natal não funciona a contendo e atualmente está em fase reestruturação.

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Apesar de haver coleta incipiente de materiais recicláveis em Natal, temos poucas iniciativas de serviços de coleta

para reaproveitamento capitaneada por setores recicladores industriais. Citamos:

1. Coleta de pneus;

2. Coleta de óleos automotivos;

3. Cooperativas de catadores;

4. Outras iniciativas.

5.2.6.1. Pneus

A indústria de pneus mantem uma estrutura, executada pela URBANA, de coleta, transporte e armazenamento

temporário de pneus. Estes pneus são posteriormente levados à indústria recicladora fora do RN.

5.2.6.2. Coleta de óleos automotivos

Empresas recicladoras de óleos automotivos coletam periodicamente óleo usado diretamente de empresas que

prestam serviço de trocas de óleo, a exemplo dos postos de gasolina e empresas de transporte. O óleo coletado

vai para recicladoras no estado da Bahia.

5.2.6.3. Associações e Cooperativas de catadores

Existem várias associações e cooperativas de catadores em Natal. O governo municipal proporcionou uma

infraestrutura de coleta e armazenamento de recicláveis na área de transbordo de Cidade Nova. Todavia,

sobretudo por falta de suporte técnico, o Programa de coleta seletiva, em termos de cobertura e periodicidade,

bem como a logística de armazenamento e comercialização sofre de problemas de eficiência e produtividade.

5.2.6.4. Outras iniciativas

Existem outras iniciativas incipientes de coleta de materiais recicláveis. Alguns estabelecimentos comerciais

instalaram pontos de coleta de recicláveis. O material coletado é repassado para intermediários que, por sua vez,

negociam os materiais com empresas recicladoras.

5.3. Sub-sistema de tratamento e destinação final

5.3.1. Reciclagem e logística reversa

Praticamente inexiste uma indústria de beneficiamento de recicláveis em Natal. Tal fato, reduz em muito o poder

de alavancagem para programas de coleta seletiva e associações e cooperativas de catadores.

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5.3.2. Incineração

Natal possui o serviço de incineração que cuida basicamente dos resíduos sólidos dos serviços de saúde.

5.3.3. Compostagem

Apesar de haver produção expressiva de esíduos vegetados em Natal, praticamente todo o material vegetal não é

utilizado em processos de compostagem. Infelizmente, o material acaba sendo levado aos aterros.

5.3.4. Armazenamento de rejeitos

5.3.4.1 Estruturas de disposição final

Os resíduos sólidos não aproveitados de natal têm uma de duas opções de destinação final, a saber:

1. Aterro sanitário de Ceará-Mirim;

2. Aterro controlado de Guajirú.

5.3.4.1.1. Aterro sanitário de Ceará-Mirim

Os resíduos ordinários de Natal são armazenados no Aterro Sanitário de Ceará-Mirim. Lá, fiscais da URBANA

acompanham o processo de pesagem antes e depois das carretas vindas de Natal.

5.3.4.1.2. Aterro controlado de Guajirú

Os entulhos urbanos de Natal são armazenados no Aterro Controlado de Guajirú, no município de São Gonçalo do

Amarante. Em verdade são grande valas que recebem os resíduos e posteriormente são cobertas com solo.

5.4. Sistemas vinculados a resíduos especiais e grandes geradores

São considerados grandes geradores aqueles que produzem mais de 200 kg por dia. Em Natal, a URBANA não tem

qualquer responsabilidade sobre o manejo de resíduos sólidos de grandes geradores.

5.4.1. Carroceiros

Os carroceiros não têm controle sobre suas atividades. Coletam e transportam rsíduos de particulares e despejam,

muitas vezes, emlocais públicos ou terrenos abandonados, causando problemas paisagísticos e de saúde pública.

5.5. Cobrança pelos serviços

A Taxa Municipal de Limpeza Urbana, TLP, está embutida no IPTU e é cobrada em função da área do imóvel.