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10/1/2010FGV - EBAPE
Mestrado Adm. Pública
O Sistema Toyota de Produção
O paradigma da Integração e Flexibilização
Marcio Pereira Basilio
10/1/2010FGV - EBAPE
Mestrado Adm. Pública
O Sistema Toyota de Produção
1. Concepção do SistemaToyota• Coriat(1994, p.37-39), descreve as quatros fases e momentos-
chave que culminaram na concepção do método Toyota:• 1º momento : (1947 – 1950) : Importação no setor automobilístico
das inovações técnico-organizacionais herdadas da experiência têxtil;
• 2º momento : O choque dos anos 1949 e 1950 e sua significação: aumentar a produção sem aumentar os efetivos;
• 3º momento: (Os anos 1950): A importação na fabricação automobilística de técnicas de gestão dos estoques dos supermercados norte-americanos – nascimento do Kan-Ban;
• 4º momento: Extensão do método Kan-Ban aos subcontratantes.
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O Sistema Toyota de Produção
2. Os determinantes estruturais da formação do método Toyota:
– Segundo Coriat(1994, p. 40-45), houveram três determinantes estruturais para a concepção do método Toyota:
• As especificações do mercado automobilístico japonês nos anos 50: demandas curtas e diferenciadas;
• As fantasias do método Dekanscho. A questão dos estoques e a ameaça financeira de 1949; e
• O mercado de trabalho e as relações industriais.
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3. Os pilares do espírito Toyota:– Segundo Maximiano(1997, p. 129), os dois princípios mais
importantes do sistema são:• Eliminação de desperdício; e• Fabricação com qualidade.
– Para Coriat(1994, p.51-54) os dois pilares são:• - “Autonomação” e Auto-ativação; e• O método just in time.
– Podemos dizer baseado em Jr. Torres(1994, p. 70) que trata-se do paradigma da Integração e Flexibilidade.
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• Integração e Flexibilidade:– Segundo Jr. Torres (1994, p. 83) denomina-se flexibilidadeflexibilidade a capacidade de
adaptar-se rapidamente a um conjunto variado e imprevisível de tarefas, necessárias para atender uma produção de pequenos e médios lotes, ao invés da rigidez de procedimentos únicos empregados na produção para mercados de consumo em massa de produtos padronizados.
– Para Jr. Torres (1994, p. 92;94) o conceito de integraintegraççãoão abrange dois caminhos, o primeiroo primeiro é o de integrar o homem ao trabalho: significa fazer o homem pensar em suas tarefas, resgatar da gerência científica uma parte dos atributos de planejar a execução, devolvendo-as ao chão de fábrica e sistematizando o saber operário; o segundoo segundo é o de integrar o homem àorganização: é fazer com que o trabalhador se sinta parte de um todo, e como tal não são meros apêndices ligados por um simples vínculo salarial, são mais do que isto, representam a própria organização, recebendo dela confiança e lealdade, a medida que a organização também espera receber o mesmo dos trabalhadores.
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• ELIMINAÇÃO DOS DESPERDÍCIOS– “Diz a história que o sistema Toyota nasceu quando
Toyoda e Ohno, visitando a Ford nos anos 50, concluíram que o principal produto do modelo de Henry Ford era o desperdício de recursos....” Maximiano(1997, p. 130);
– Dessa observação nasceu o elemento básico do sistema Toyota de produção: eliminaeliminaçção de desperdão de desperdíícioscios;
– Numa fábrica, eliminar desperdícios significa reduzir ao reduzir ao mmíínimo a atividade que não agrega valor ao produtonimo a atividade que não agrega valor ao produto.
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• Para Maximiano(1997, p. 132), o sistema Toyota aplica três idéias principais para eliminar desperdícios:
– Racionalização da força de trabalho;
– Just in time;
– Produção flexível.
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–– RacionalizaRacionalizaçção da forão da forçça de trabalhoa de trabalho:
• “Na industria têxtil, um dos efeitos da autonomação sempre foi permitir a um sóoperário a execução do trabalho em umas quarenta máquinas ao mesmo tempo . Depois da guerra , Ohno tentara aplicar este mesmo método à indústria automobilística. Desenvolvendo posteriormente a concepção da organização do trabalho em torno de postos polivalentes.” Coriat(1994, p. 52).
• Para racionalizar a utilização da mão-de-obra, a Toyota agrupou os operários em equipes, com um líder em vez de um supervisor;
• As equipes recebiam um conjunto de tarefas de montagem e a missão de trabalhar coletivamente de modo a executá-las da melhor maneira possível;
• O líder deveria trabalhar junto com o grupo e coordená-lo, substituindo qualquer trabalhador que faltasse.
• Em seguida, esses grupos recebiam tarefas simples de manutenção de seus próprios equipamentos, consertos de pequenas ferramentas e controle de qualidade.
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–– Just in timeJust in time:• Segundo Wood (1991, p. 37) o método just in time se desenvolveu
como uma forma de aumentar a utilização da capacidade instalada, na medida em que os engenheiros tentavam reduzir o tamanho dos lotes sem gerar desperdícios inúteis, procurando, por exemplo, diminuir os tempos de preparação das máquinas;
• Para Maximiano (1997, p. 132) o método just in time procura reduzir ao mínimo o tempo de fabricação. O principio éestabelecer um fluxo continuo de materiais, sincronizado com a programação do processo produtivo, minimizando a necessidades de estoques.
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–– ProduProduçção flexão flexíívelvel:• O sistema da produção flexível consiste em fabricar produtos, em geral
em pequenos lotes, de acordo com as encomendas dos clientes;• Para isso, é preciso fazer mudanças constantes nas máquinas da linha de
produção;• A produção flexível do sistema Toyota contrasta com a filosofia ocidental
de fabricar lotes de grandes quantidades utilizando máquinas dedicadas(máquinas de finalidade única);
• Ohno treinou os operários para que eles próprios fizessem as mudanças, várias vezes ao dia, dos moldes das prensas que fazem a lataria dos veículos;
• Já no final da década de 50, a Toyota havia conseguido fazer a mudança dos moldes das prensas em três minutos, ao passo que no resto do mundo o processo tomava um dia inteiro. Isto ficou conhecido como produproduçção ão flexflexíívelvel.
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–– O segundo pilar O segundo pilar éé a FABRICAa FABRICAÇÇÃO COM QUALIDADEÃO COM QUALIDADE:
• O segundo elemento do sistema Toyoda, ao lado da eliminação de desperdícios, é a fabricação com qualidade;
• A fabricação com qualidade tem por objetivo primordial identificar e corrigir defeitos e eliminar suas causas.
•• ÉÉ FAZER CERTO DA PRIMEIRA VEZ.FAZER CERTO DA PRIMEIRA VEZ.
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–– O fator cultural na administraO fator cultural na administraçção japonesaão japonesa
• Para entendermos melhor como as coisas funcionam no Japão vamos abordar dos aspectos da administração japonesa:
– A cultura nacional; e
– A cultura organizacional.
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– A cultura nacional• Certos elementos do sistema Toyota e modelo japonês de administração
são fortemente influenciados pelos valores da cultura nacional do Japão como o : Combate ao desperdCombate ao desperdííciocio e trabalho de grupotrabalho de grupo .
• O hábito de combater o desperdício é exemplo de traço cultural muito antigo. País pequeno, com poucos recursos naturais, o Japão estimulou em seus habitantes o espírito de economia e eficiência, a combatividade e a capacidade de cooperação para sobreviver num ambiente hostil.
• O trabalho de grupo está enraizado em seus valores e hábitos desde tempos imemoriais. A necessidade de cooperar e o sistema feudal que vigorou no Japão até a era Meiji, no final do século XIX, tiveram forte influência sobre a capacidade de trabalhar em grupo. Os senhores feudais tinham ao redor de si os samurais, que eram cercados pelos demais guerreiros e outros servidores. Era essencial fazer parte de um desses círculos para manter a identidade e o amor próprio.
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– A cultura organizacional• Como aspectos da cultura organizacional podemos
elencar alguns itens:– Emprego vitalício;– Carreira lenta;– Carreira generalista;– Controle implícito;– Decisão por consenso;– Responsabilidade coletiva; e– Orientação sistêmica.
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Resumo“O sistema Toyota teve sua origem na necessidade particular
em que se encontrava o Japão de produzir pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos; em
seguida evoluiu para tornar-se um verdadeiro sistema de produção. Dada sua origem, este sistema é particularmente
bom na diversificação. Enquanto o sistema clássico de produção de massa planificado é relativamente refratário àmudanças, o sistema Toyota, ao contrário, revela-se muito Plástico; ele adapta-se bem às condições de diversificação mais difíceis. É porque ele foi concebido para isso. Ohno
(1978)”, Coriat (1994, p.30)
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Bibliografia:– Coriat, Benjamin: Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho
e organização; tradução de Emerson S. da Silva. –Rio de Janeiro: Revan: UFRJ, 1994;
– Jr. Torres, Alvair Silveira: Integração e flexibilidade: o novo paradigma nas organizações; São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1994;
– Maximiano, Antonio Cesar Amaru: Teoria geral da administração: da escola cientifica à competitividade em economia globalizada; São Paulo: Atlas, 1997;
– Wood, Stephen. “O modelo japonês em debate: pós-fordismo ou japonização do fordismo.” in: Revista Brasileira de Ciências Sociais: São Paulo: ANPOCS, ano 6 nº 17, out./1991, pp. 28-43.