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1 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO ESCOLA DE CONTAS PÚBLICAS ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS WALTER MARCOS DA SILVA O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE GESTÃO São Paulo 2012

O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL … · DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE GESTÃO São Paulo 2012 . 2 Walter Marcos da Silva O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL

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1

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

ESCOLA DE CONTAS PÚBLICAS

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

WALTER MARCOS DA SILVA

O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL

DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE

GESTÃO

São Paulo

2012

2

Walter Marcos da Silva

O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL

DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE

GESTÃO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo, a Escola de Contas

Públicas, e a Escola de Artes, Ciências e

Humanidades da Universidade de São

Paulo, como requisito do programa de Pós-

Graduação Lato Sensu em Gestão de

Políticas Públicas, orientado pelo Professor

Luiz Gustavo Bambini de Assis.

São Paulo

2012

3

Walter Marcos da Silva

O TERCEIRO SETOR, O CONTROLE FISCAL DO TRIBUNAL

DE CONTAS SOBRE SEUS GASTOS E CONTRATO DE

GESTÃO

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em ____/____/____, no Tribunal de

Contas do Estado de São Paulo, a Escola de Contas Públicas, e a Escola de Artes,

Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, pela Banca Examinadora

constituída pelos professores:

......................................................................................................

Prof. LUIZ GUSTAVO BAMBINI ASSIS

TCESP ECP EACH USP

......................................................................................................

Prof. (a)........................................................

TCESP ECP EACH USP

......................................................................................................

Prof. (a)........................................................

TCESP ECP EACH USP

4

Dedico este trabalho a minha esposa Vilma

da Silva, em homenagem como recompensa

de seu apoio pelas muitas horas de estudo

roubadas ao seu convívio. A minha mãe

Floripes e ao meu querido irmão Waldir.

5

Agradeço a oportunidade de discussão,

orientação e supervisão do presente

trabalho, de conclusão de curso, em

especial a meu orientador, Professor Luis

Gustavo Bambini de Assis, aos professores

que durante o curso de Pós-Graduação Lato

Sensu em Gestão de Políticas Públicas, a

mim ministraram seus conhecimentos

intelectuais e didáticos todos sempre

presente com muito carinho e dedicação, e

aos meus familiares, meus amigos e colegas

de trabalho, Marlene, José Roberto e

Geraldo, que puderam compreender e

apoiar esta pós-graduação, neste momento

de aperfeiçoamento em minha vida, que

contribuíram para que eu seja melhor na

vida como um colaborador no

desenvolvimento humano.

6

"Promover o conhecimento e a melhoria

contínua do trabalho, objetivando o

cumprimento de sua missão constitucional e

legal".

Autor desconhecido

7

SILVA, Walter Marcos da. O terceiro setor, O controle fiscal do Tribunal

de Contas sobre seus gastos e contrato de gestão. 77 páginas. TCC,

Especialização em Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Políticas Públicas, São

Paulo: Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a Escola de Contas Públicas, e a

Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo USP, 2012.

RESUMO

O objetivo deste trabalho é abordar o controle de gastos públicos das diversas

entidades que hoje compreendem o terceiro setor, que são entidades sem fins lucrativos, conhecidas como (Organizações não governamentais – ONGs; Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPS e Organizações Sociais – OS), pelo Tribunal de Contas, nos casos em que são financiadas com recursos públicos. O primeiro setor é constituído pelos órgãos estatais nas esferas federal, estaduais, municipais e distrito federal, e o segundo, pelas empresas privadas em seus diversos seguimentos de interesse sociais. Embora as instituições que compõem o terceiro setor não façam parte da estrutura do Estado brasileiro, em muitos casos são financiadas com recursos públicos, repassados pela Administração por meio de convênios na forma de contratos, a fim de que essas instituições possam exercer determinada atividade. Ainda que essas organizações não possam ter lucro com o que recebem de financiamento, se há dinheiro público envolvido no financiamento de suas atividades, o controle sobre os gastos se impõe como um imperativo necessário e em nome do interesse público. É possível constatar a crescente participação dessas organizações na formulação das políticas públicas brasileiras desde o final do século passado. A proliferação de OS, ONGs e OSCIPs tornou-se ainda mais significativa após o reconhecimento, pelo Estado brasileiro, de sua melhor capacidade de interferir junto à sociedade, onde o aparelho estatal é pífio. Esse novo desenho institucional da Administração Pública brasileira propiciou o surgimento desse tipo de instituição e, conseqüentemente, incentivou uma quantidade cada vez maior de transferência de recursos públicos para essas organizações, razão pela qual, o controle de seus gastos, pelos tribunais de contas, mais do que necessário, é uma obrigação constitucional, que tende a respeitar o princípio da moralidade e da publicidade na gestão da coisa pública. Para isso, pretende-se estudar, ao final deste trabalho, o papel dos contratos de gestão, a serem firmados entre a Administração e as entidades do terceiro setor, controlados pelos tribunais de contas, cujo objetivo seja dar uma maior transparência a todo esse processo de transformações da Política de Controle das Políticas Públicas, propondo se uma nova organização administrativa emergente do Estado Brasileiro, que cada vez mais, necessita de um melhor entrosamento com os três entes da sociedade brasileira. Palavras-chave: Terceiro Setor. Eficiência, Eficácia e Efetividade. Controle de gastos; Administração Pública; Tribunal de Contas.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10

Capítulo 1 – Terceiro Setor: Histórico e conceito. 11

1.1 O Surgimento do Terceiro Setor no Brasil ........................................................... 11

1.2 O conceito de Organização Não Governamental ................................................. 13

1.3 O conceito de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público .................. 14

1.4 O conceito de Organizações Sociais ..................................................................... 14

1.5 Princípios informadores do Terceiro Setor ........................................................... 16

1.5.1 Princípio da Legalidade ............................................................................ 16

1.5.2 Princípio da Moralidade ........................................................................... 17

1.5.3 Princípio da Impessoalidade ..................................................................... 19

1.5.4 Princípio da eficiência .............................................................................. 20

1.5.5 Princípio da Publicidade ........................................................................... 21

Capítulo 2 – Financiamento do Terceiro Setor: formas de repasses de recursos

públicos 23

2.1. Viabilidades das Parcerias ................................................................................. 24

2.2. Fundamentação Teórica ..................................................................................... 25

2.3. O instrumento jurídico dos convênios ................................................................ 27

Capítulo 3 – O papel do Tribunal de contas no controle de gastos das

Organizações do Terceiro Setor 29

3.1. Eficiência ........................................................................................................... 29

3.2. Eficácia .............................................................................................................. 31

3.2. Efetividade ......................................................................................................... 32

3.3. Repasse de recursos Públicos ao Terceiro Setor ............................................... 33

3.4. Política de Controle das Políticas Públicas ........................................................ 35

9

Capítulo 4 – Os contratos de gestão entre o terceiro setor e o estado: uma forma

de controle dos gastos públicos. 37

4.1. Contratos de Gestão entre entes públicos .......................................................... 37

4.2. Prestação de contas ............................................................................................ 39

4.3. Controle pelo Tribunal de Contas ...................................................................... 42

Conclusão .......................................................................................................................... 50

Referências Bibliográficas ................................................................................................ 52

Anexo A – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.790/99 .................................. 53

Anexo B – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.637/98 .................................. 63

Anexo C – Quadro de entidades ....................................................................................... 74

Anexo D – Quadro de entidades ....................................................................................... 74

Anexo E – Exemplo do modelo do Site ............................................................................ 75

10

INTRODUÇÃO

A presente introdução tem como finalidade a apresentar um estudo de pesquisas

do atual sistema do controle do Terceiro Setor com uma proposta de TCC, com o intuito

elaborar um estudo de pesquisas do atual sistema e aperfeiçoamento do controle de

gastos públicos sobre as Entidades Sociais do Terceiro Setor.

Há atualmente uma vasta legislação disciplinando a relação entre o terceiro

setor e a captação de recursos de seus componentes junto ao Estado. A conferência

de títulos de utilidade pública, inclusive, pode ajudar numa maior captação de

recursos públicos por parte dessas instituições. Veremos também rapidamente as

inúmeras formas mais comum de prestações de contas destas para com o Estado.

O que se pretende com esse TCC é colaborar, a partir da experiência

administrativa que o autor obteve em seus anos de trabalho no Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo, para uma melhor compreensão desse tema, que ainda suscita

dúvidas aos administradores e gestores públicos responsáveis por tomadas de contas.

Estudando em conformidade com o método de exigência do TCESP, ampliando a

integração de colaboração entre os servidores da casa.

11

Capítulo 1 – Terceiro Setor: Histórico e conceito.

O conceito de terceiro setor deve ser entendido de forma genérica e definido

como um conjunto de organizações de origem privada, dotadas de autonomia,

administração própria e finalidade não lucrativa, cujo objetivo é promover o bem

estar social através de ações assistenciais, beneficentes, culturais e de promoção da

cidadania.

Uma das principais funções do terceiro setor é promover a solidariedade como

um direito fundamental dos indivíduos social e economicamente excluídos, que

vivem em uma sociedade profundamente desigual, como é o caso da brasileira.

Sob essa ótica, as organizações sociais e não governamentais estruturam-se

como órgãos de cooperação do estado que, muitas vezes, não encontra capilaridade

suficiente para promover suas políticas voltadas para as questões de desenvolvimento

em sentido amplo.

1.1 O Surgimento do Terceiro Setor no Brasil

O surgimento do terceiro setor deu-se com a continuação da filantropia, que em

suas origens significa amor a humanidade, segundo o Dicionário Aurélio1.

Nesse mesmo sentido, leciona Edson José Rafael, em sua obra Fundações e

Direito:

A expressão das capacidades humanas de generosidade, compaixão, entrega, talento e esperança; a expressão de todas as motivações que fazem com que nos aproximemos de nossos semelhantes e nos livram da solidão e da insustentável aceitação de que os males, as carências as injustiças são irremediáveis. Esta atitude nos torna indiferente aos problemas, fazendo com que os mesmos sejam concebidos como responsabilidade de outrem; meninos de rua, descaso com que os

1 Filantropia, substantivo feminino, 1º profundo amor à humanidade, 2º desprendimento, generosidade para com outrem; caridade, Dicionário Aurélio da língua portuguesa.

12

deficientes são tratados, pobreza, fome, falta de moradia, catástrofes, impunidade e muitos outros. A filantropia também diz respeito à maneira como a sociedade civil, através de suas organizações, grupos de indivíduos, é capaz de reconhecer a existência de necessidades e, desta forma, encará-las com competência e eficácia.2

A natureza humana, conforme suas necessidades sociais do momento, procura

dar soluções possíveis com cooperação, que ajudem na busca de resolverem, da

melhor forma, suas intempéries sociais.

Na Grécia Antiga ressalvava-se a necessidade da convivência entre as pessoas

e estimulavam o interesse por política, fomentando a vida sociopolítica. A Igreja

Católica tinha as obras da caridade por muito tempo, através da contribuição de seus

fiéis, através de suas pastorais.

No desenvolvimento da humanidade com a Declaração Francesa de 1.793,

ampliou o interesse pela ajuda social como a responsabilidade do Estado. Também

nos Estados Unidos houve maiores participações das fundações milionárias, como a

Fundação Rockefeller, Fundação Fordentre entre outras, junto a uma política de

incentivos fiscais e tributários no favorecimento destas mesmas organizações,

resultando no aumento das atividades sociais filantrópicas, e nos dias com acentuado

interesse por todos os setores da sociedade.

Em nosso Estado com surgimento, evolução e participação de diversas

instituições, se deram com a continuidade das Organizações não governamentais.

Nos anos 70 deram dimensão às ONGs, que começam a prosperar para tornarem-se

hoje importantes instituições na defesa da sociedade civil, em parceria com o poder

público.

Com a reorganização do Estado surgiu uma multiplicidade de organizações de

interesse social, recepcionada pela Constituição de 1988, admitindo poder

deliberativo aos Conselhos de Políticas Públicas, consubstanciada na Lei Orgânica de

2 RAFAEL, Edson José, Fundações e Direito 3º Setor, pg. 12, Companhia Melhoramentos, 1.997.

13

Assistência Social – LOAS, e a criação do Conselho Nacional de Assistência Social

– CNAS, etc.

É muito difícil caracterizar o terceiro setor, devido principalmente as grandes

diferenças entre as organizações, mas, Falconer (1999, p. 94) identifica o terceiro

setor no Brasil, apresentando as categorias de organizações que mais freqüentemente

são identificadas:

(1) o setor formado por instituições religiosas e entidades ligadas a Igrejas, (2) as organizações não-governamentais e novos movimentos sociais, (3) os empreendimentos “sem fins lucrativos” no setor de serviços, (4) o setor para-estatal e nascido sob a tutela do Estado e (5) o setor de fundações e entidades empresariais.3

1.2 O conceito de Organização não Governamental

Para conceituar Organizações não Governamentais, é necessário verificar a

qual tipo de organização ela pertence em sua finalidade de cooperação com o terceiro

setor, porque para cada tipo de entidade difere em sua forma de apreciação na

legislação.

Mesmo assim podem-se conceituar Organizações Sociais com base na Lei nº

9.637/98, na qual se define em seu artigo 1.º suas qualificações de interesse sociais

que dispõe:

Art. 1.º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidas aos requisitos previstos nesta Lei.

Em seu conceito doutrinário segue quase todos os mesmos ditames da lei em

seu artigo 1.º, na qual as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos com

suas instituições particulares, realizam serviços social não exclusivo do Estado.

3 FALCONER, Andres Pablo. A promessa do terceiro setor. Um estudo sobre a construção do papel das organizações sem fins lucrativos e do seu campo de gestão. 152p. São Paulo, 1999.

14

1.3 O conceito de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Na legislação brasileira ainda não está definido, um único conceito específico

de organizações do terceiro setor. Os entendimentos doutrinários estão pouco

sedimentados e, não há pretensão de formular um conceito que seja único,

conclusivo ou definitivo.

Assim podem ser definidos as Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, destinadas ao

cumprimento de serviços de interesse público, colaboradoras da ação do Estato nas

áreas sociais definidas e qualificadas pela Lei 9.790/1999, em que são criadas e

apenas gerenciadas exclusivamente por seus particulares, e continuamente

fiscalizadas pelo Estado, sob o regime jurídico especial, com normas de direito

privado com prerrogativas do regime jurídico de direito público.

Na criação e funcionamento independente da vocação do Estado, resguardando

o reconhecimento estatal, de forma que não se iguala a administração pública

indireta. Também estas entidades devem ter seus registros próprios nos cartórios,

estatutos e regimento.

1.4 O conceito de Organizações Sociais

Organização social como já mencionamos acima na Lei nº 9.637/98, em seu

artigo 1.º é o conjunto de relacionamento entre as pessoas, membros de um grupo ou

entre os grupos sociais. Uma sociedade, para sobreviver, deve apresentar certa

organização e relacionamento entre seus membros. Para que exista a sociedade são

necessárias interações conscientes entre os indivíduos que a formam.

Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

15

Sem organização, o homem não conseguirá, de maneira ideal, alimentação,

vestimenta, moradia, enfim, realizar com plenitude todas as suas potencialidades. Os

grupos sociais se organizam e mantêm relações recíprocas, como entre famílias, entre

escolas, entre fábricas, etc.

A organização social e cultural dos povos compreende todos os papéis

exercidos pelos indivíduos na sociedade e as ações decorrentes do desempenho

desses papéis. Exemplo disso é o diretor de uma escola, que orienta o trabalho de

todos os funcionários, solicita melhorias para o prédio e suas instalações ou

manutenções, participando ainda, de reuniões na delegacia de ensino para

acompanhar as determinações da Secretaria de Educação. Esse mesmo diretor orienta

os inspetores a cuidarem da disciplina, os professores a lecionarem, os faxineiros

cuidarem da limpeza e, os alunos a participarem das aulas.

Essa organização social engloba os diversos campos de atuação humana, como

por exemplo, na economia, as atividades produtivas, o comércio e os serviços. Na

política, os governantes administram o Estado e, na religião, isso é realizado pelos

líderes espirituais.

Nas relações de poder da sociedade, o poder manifesta-se em diversos grupos

sociais ou em diversas esferas da vida em sociedade. Há relações de poder na

família, num clube, numa empresa, nas religiões, nos sindicatos de trabalhadores etc.

Mas esse poder em relação aos funcionários ou os evolvidos é exercido apenas,

enquanto estão desempenhando suas atividades. Em uma empresa, o chefe de um

setor tem poder para distribuir serviços entre os seus funcionários subordinados,

assim também ocorre com as Organizações Sociais que, da mesma forma, distribui

serviços aos seus correlacionados.

16

1.5 Princípios informadores do Terceiro Setor

Esses princípios têm como finalidade de dar os regramentos do

desenvolvimento dos trabalhos, assim como também garantir o seu bom desempenho

dos programas administrativo do Terceiro Setor. Resguardando a eficácia, eficiência

e efetividade, objetivando um melhor aproveitamento nos recursos naturais, humanos

e econômicos.

Os trabalhos são elaborados por meio de programas, realizados pelas entidades,

não governamentais, que também podem ser elaboradas pela administração ou em

conjunto. As entidades com a participação de seus funcionários, e os funcionários da

administração.

1.5.1 Princípio da Legalidade

O Princípio da Legalidade é um principio jurídico fundamental, que estabelece

o Estado em que administrador deve se submeter primeiro a lei. Este tem como

origem o fundamento político, que se faz necessário para a segurança e certeza

jurídica do estado democrático de direito, garantindo a política jurídica ao cidadão.

O princípio da legalidade é o cumprimento do Estado de Direito, que se refere

à lei é a força maior para o administrador, e garantia para que a sociedade não fique

presa a vontade dos particulares, ou daqueles a quem governam e objetiva o

cumprimento de sua missão constitucional e legal. Este fundamento constitucional

encontra elencado no art. 5º, parágrafo II, da Constituição Federal o qual prescreve:

“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Ficando assim todos aqueles que administram e os que são administrados, com

a obrigação de cumprir a lei, sujeitando as exigências do bem comum, sobe pena de

responsabilidade com imputação de qualquer sanção cabível, no caso concreto em

17

questão. Administração Pública não pode agir contra a lei, ou além da lei, só

podendo agir nos estritos limites da lei.

O Supremo Tribunal Federal já publicou duas importantes sumulas,

relacionadas ao principio da legalidade, a súmula 346 STF na qual a administração

pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e a sumula 473 STF, em que

a administração pública pode anular seus próprios atos, quando houver vícios que os

tornem ilegais. Respeitando os direitos adquiridos e as apreciações judiciais

necessárias. As sumulas estão relacionadas ao administrador na qual poderá ele

declarar a nulidade ou anular seus próprios atos, sempre que forem encontrados

vícios inconstitucionais nas sumulas votadas pelos legisladores.

Súmula 346. A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

1.5.2 Princípio da Moralidade

Mesmo que o princípio legalidade seja muito importante, deve-se atentar com

igual importância a este principio da moralidade, na qual destaca a ética moral, que

surgiu com a nova Constituição Federal de 1988, este princípio constitucional. Em

conformidade com o artigo 37, caput, que estabelece diretrizes à administração

pública:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Objetiva o princípio da moralidade, e os demais elencados no artigo 37 da CF,

resguardar e dirigindo desta forma o interesse público, na tutela dos bens da

coletividade, obrigando de certa forma, que o agente público atue sua conduta por

padrões éticos e morais, traduzindo um bem comum, independentemente da esfera de

18

poder ou hierárquico do nível político ou administrativo em que se atue, ainda

permitindo, ao Judiciário exercer o controle dos atos que transgridam os valores

fundados do texto constitucional. Também como nos ensina Celso Antônio Bandeira

de Mello, que nos diz:

Além disto, o princípio da moralidade administrativa acha-se, ainda, eficientemente protegido no artigo 5º, LXXIII, que prevê o cabimento de ação popular para anulação de “ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente...” ECT. 4

A moralidade do ato administrativo, juntamente com a sua legalidade e a

finalidade, que constituem os pressupostos de validade, com moral e ética, sem os

quais toda atividade pública será ilegítima. E necessário orientar o agente

administrativo, para que aja com lisura o comum senso de honestidade, retidão,

equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa fé ao trabalho, à ética

das instituições.

Em caso de ilegitimidade ou conduta indevida, cabe a aplicação da Lei nº

8.429/1992, em seu artigo 1º e 11º no que discorrem:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Art. 11º Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, pg. 102, 14ª ed., São Paulo: Malheiros Editores Ltda.

19

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Como podemos notar este ultimo inciso VII, acima é um dos mais

preocupantes para as nossas autoridades administrativas, onde deveria ser mais atenta

as fiscalizações nas auditorias governamentais. Transmitindo denotação mais clara

ao cidadão, com mais transparência em referencia este inciso.

1.5.3 Princípio da impessoalidade

O principio da impessoalidade é aquele em que não deve o administrador,

administrar subjetivamente, em favor de si ou de outrem, dando vantagens a mais

para si ou aqueles de seu melhor interesse, na finalidade de adquirir vantagem

pessoal. O administrador público deve objetivar o interesse público não dando

tratamento privilegiado aos amigos, nem desfavorecer outras pessoas, em favor de

seu interesse próprio.

A impessoalidade é fundamental, todos tem que ser tratados de maneira iguais,

como dispõe a nossa Constituição Federal, no art. 37, II, que:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvada as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Neste sentido, para melhor entendimento, podemos ver que deve haver

isonomia nos tratamento entres os cidadãos brasileiros, preservando as diferenças da

graduação da capacidade de cada cidadão, conforme exemplo da decisão do Supremo

Tribunal Federal,

(...) é consentânea com a Carta da República previsão normativa asseguradora, ao militar e ao dependente estudante, do acesso a instituição de ensino na localidade para onde é removido. Todavia, a transferência do local do serviço não pode se mostrar verdadeiro mecanismo para lograr-se a transposição da seara particular para a pública, sob pena de se colocar em plano secundário a isonomia — artigo 5º, cabeça e inciso I —, a impessoalidade, a moralidade na Administração

20

Pública, a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola superior, prevista no inciso I do artigo 206, bem como a viabilidade de chegar-se a níveis mais elevados do ensino, no que o inciso V do artigo 208 vincula o fenômeno à capacidade de cada qual. (ADI 3.324, DF, voto do Min. Marco Aurélio, DJ 05/ 08/ 05).

A impessoalidade estabelece que Administração Pública não deva conter a

marca pessoal do administrador, onde os atos públicos não são praticados pelo

servidor, e sim pela Administração. Assim estabelece o artigo 37 no seu parágrafo 1º

da Constituição que:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

1.5.4 Princípio da eficiência

No princípio da eficiência em todas as áreas de trabalhos do desenvolvimento

administrativo, deverá o funcionário ou gestor público, desenvolver as atividades

administrativas de forma que atendam primeiras as necessidades gerais da

coletividade, conforme o contrato administrativo de maneira interpessoal,

despenhando o papel em relação às atividades profissionais necessárias, não

deixando se levar por atitudes subjetivas pessoais, desconsiderando seu interesse

próprio em favor do interesse da coletividade. Procurando observar as melhores

formas para se organizar a estrutura da Administração Pública.

O que se espera dos administradores é um bom trabalho de prestação de

serviços em prol da coletividade, de forma interpessoal que atenda de melhor

maneira possível, a cada situação, em que se imprima o melhor planejamento

possível, a fim de um melhor resultado no atendimento ao cidadão. Assim na forma

de seu melhor desempenho, o agente público, ou a quem se encarrega de administrar,

deve organizar, estruturar e disciplinar os trabalhos da administração pública para

alcançar os melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, que nos deixa a certeza da

necessidade de uma boa administração, nos diz:

21

Quanto ao princípio da eficiência, não há nada a dizer sobre ele. Trata-se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Contudo, é juridicamente tão fluido e de tão difícil controle ao lume do Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao art. 37 ou o extravasamento de uma aspiração dos que buliram no texto. De toda sorte, o fato é que tal princípio não pode ser concebido (entre nós nunca é demais fazer ressalvas óbvias) senão na intimidade do princípio da legalidade, pois jamais uma suposta busca de eficiência justificaria postergação daquele que é o dever administrativo por excelência. Finalmente, anote-se que este princípio da eficiência é uma faceta de um princípio mais amplo já superiormente tratado, de há muito, no Direito italiano: o princípio da “boa administração” 5

1.5.5 Princípio da publicidade

O princípio da publicidade é necessário para que o agente público, e até

aqueles que administram o Terceiro Setor, para que concretize o Estado de Direito,

este como pressuposto básico, a fim de que possibilite ao cidadão acesso as

informações, dando a possibilidade de fiscalização dos processos administrativos,

mantendo toda transparência possível, em relação à coisa pública.

O princípio da publicidade tem como informação assegurar e garantir a

transparência na gestão pública, aqui vê que o administrador público não é dono do

patrimônio, e que somente cuida da administração, sendo o gestor que cuida da

gestão dos bens da coletividade, devendo se garantir aos administrados o

conhecimento pleno de todas as suas condutas administrativas e acesso aos

relatórios. O cidadão tem este princípio assegurado no art. 5º, XXXIII, da

Constituição Federal, o direito de certidão, o qual garante que:

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Lei nº 11.111, de 2.005).6

5 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, pg. 104, 14ª ed., São Paulo: Malheiros Editores Ltda. 2002. 6 Assembléia Legislativa. Constituição Federal, Lei nº 11.111, ed., Brasília: Diário Oficial da União, 2005.

22

Finalmente para defesa dos direitos do cidadão interessados ainda se confere a

garantia de habeas data, que assegura judicialmente o conhecimento das informações

referente ao impetrante, como também a certificação dos dados armazenados nas

entidades governamentais.

23

Capítulo 2 – Financiamento do Terceiro Setor: formas de repasses de recursos

públicos

A forma de financiamento do chamado Terceiro Setor, são modelos que se

enquadram em cada caso, em conformidade com a qualificação das entidades em que

for financiada, e são refinanciadas, com tempo para pagamento em até trinta anos,

com uma media de juros de nove por cento ao ano, amortizações que variam entre

dez a vinte por cento, em relação a divida que for refinanciada. Este financiamento

fica num prazo de trinta meses dos contratos.

O Índice Geral de Preços, é que estipula a correção monetária, no limite de seu

comprometimento anual junto com as obrigações do refinanciamento. No caso do

não cumprimento do acertado no contrato, será regulado pela taxa Selic, acrescida de

um por cento ao ano, com um comprometimento de no Maximo de dezessete por

cento ao ano. Também fica proibida a emissão de novo títulos pelas entidades, até

cumprirem a obrigação do objeto de refinanciamento.

O repasse de recursos do erário público, para o Terceiro Setor, correspondera

na forma em que a qualificação destas, sobre o que se faz e dependentes das

condições em que se traduzam na melhoria da qualidade e eficiência da gestão

pública organizacional, bem como dos trabalhos de programas sociais, aumento dos

recursos, financiamento, as despesas do Terceiro Setor e as condições possíveis do

aumento de participação do cidadão.

Para se ser aceitos os recursos de públicos, com base na Lei de Licitações, nº

8.666/93 e as Leis correspondente a aquelas entidades do Terceiro Setor, que é

somente para entidades com características e condições na avaliação de sua

legalidade, com foco nos trabalhos planejados pela gestão do governo junto com os

projetos das entidades, e que se encaixe na legislação vigente, no seu objeto, local.

As regras devem ser claras com metas que devem ser atingidas. Possibilitando

que possam ser fiscalizadas, com acompanhamento dos órgãos públicos. Assim nos

repasses públicos de recursos para o Terceiro Setor, tem que haver a eficácia e

24

eficiência, a fim de se ter a confiabilidade na prestação dos serviços públicos a que se

pretende atingir, nos cumprimentos dos programas aprovados.

Com bases nas Leis Federais, 4.320/64 e 8.666/93 é que as agências

credenciadas regulam as forma como o Terceiro Setor se relacionar com o Poder

Público. Dentre estas leis encontram-se alguns subitens apenas como a exemplo,

como Concessão de Auxílios, Subvenções e Contribuições os Contratos celebrados

com prévia dispensa de licitação e os Convênios.

2.1. Viabilidades das Parcerias

Com quem se podem viabilizar as parcerias no Terceiro Setor, esta na

legalidade do Decreto Federal nº 9.790/99, onde se encontra todas as qualificações

necessárias aos contratos de gestão, que tem semelhança ao contrato de gestão na Lei

Federal nº 9.637/78. A fim de que haja a disponibilização dos recursos públicos para

o Terceiro Setor, nas entidades em que se qualifiquem como Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), atendimento a todos os requisitos

legais que rege a matéria.

O Terceiro Setor deve atender em todos os casos nos serviços públicos, com o

planejamento de programas e projetos, em que atenda as necessidades dos cidadãos

nas áreas que forem destinadas para executar os planos de trabalhos, atendendo as

doações que forem recebidas, tanto pelo Poder Público, como setores privados,

recursos físicos, como materiais de uso das entidades ou até mesmo imóveis, os

recursos humanos, nas suas regularidades trabalhistas, com os funcionários ou

colaboradores, no financeiro com apresentação de relatórios, e nas prestações de

serviços garantindo a qualidade destes, e a que mais for destinado nos projetos

sociais.

25

2.2. Fundamentação Teórica

Desde o aparecimento do Terceiros Setor ou Direito Social, por volta dos anos

sessenta, conforme estudo de pesquisa, vemos que o Estado passou a prestar serviços

de forma correta, mas porem com alguns desvios de finalidades pela grande

dificuldade de controle, pelos motivos das diversas de entidades de Organizações

Sociais.

Temos então o que são chamados de primeiro setor o Estado, as fundações

governamentais, o segundo setor como as empresas privadas sem fins econômicos, e

mais recentes as do Terceiro Setor com as Organizações Sociais. Estas com objetivos

de auxiliar a administração pública.

Mesmos com as duas grandes organizações, o Estado setor público e o setor

Privado, ainda pode se identificar o um novo Terceiro Setor, que tem um complexo

de instituições e entidades, ocupando um espaço social fora do mercado econômico e

do Estado como prestador de serviços a população. Como observação ainda vale

lembrar que existem outros setores, como o quarto setor que são os trabalhadores da

economia informal, e o quinto setor, que são os muitos pobres, que nada tem, nem

moradias, vivem em busca de assistência social.

Com a crescente necessidade da melhoria dos atendimentos ao cidadão, nas

ações sociais em que o Estado não alcançava efetivamente, os agentes políticos

permitiram a iniciativas privadas, sua participação para que elas pudessem realizar

algumas das funções públicas, como os serviços que não essenciais, nestes que

podem ser repassados. Como exemplo de serviços não essenciais é a assistência

médica, a educação, a cultura, a previdência social e a assistência social às classes

mais pobres, onde se tem uma grande indisponibilidade de recursos próprios.

Como o setor privado não conseguiu suprir todas as necessidades de serviços

para a população, fez se necessário também se transferir ao chamado Terceiro Setor,

26

no qual estão as Organizações Sociais em seus diversos modelos, a fim de

colaborarem com a administração pública.

Com o chamado Terceiro Setor que atualmente esta aumentando o numero de

organizações sociais, é que estão passando a atender estes serviços, em que era

atribuição do Estado. E que cada vez mais recebera as atribuições do Estado. Assim

até proporcionara um melhor controle social.

As organizações sociais sem fins lucrativos que buscam arrecadar recurso

financeiro para custeio de suas despesas ou até materiais devem, ter como finalidade

a prestação de serviços, sem fins lucrativos, e está rapidamente ocupando lacunas

deixadas pelo Estado, que não consegue atender todas às demandas que seriam

necessárias a sociedade.

E com o crescente tipo de entidades entre o Estado e as Organizações Sociais,

espera se que estas colaborem com bom desenvolvimento, na gestão de políticas

públicas, com ética e moralidade para um desenvolvimento sustentável, na qual todos

merecem.

Mesmo assim em especial ao longo dos anos de 1990, crescem no País diversos

tipos de arranjos entre Estado e organizações da sociedade, na participação e na co-

gestão de políticas públicas. Conforme se pode ser avaliado nos anos noventa, a idéia

de terceiro setor apontou com força no Brasil, como na América Latina e em grande

parte do mundo em desenvolvimento.

Finalmente esperamos que a colaboração da sociedade civil organizada, possa

participar mais ainda, e colaborar com administração pública, porque público é de

todos, ajudando a minimizar todas as carências, em que o Estado não atua e deixa de

realizar para a população os serviços necessários, assim visualizando é onde se

ganhara todos os envolvidos na sociedade.

27

2.3. O instrumento jurídico dos convênios

A instrumentalidade jurídica será sempre no regime especial dirigida para o

Terceiro Setor que tem como finalidade, descobrir em que qualificação de entidades

se enquadra melhor a organizações sociais, em qual parcela de comprometimento e

de princípios e normas jurídicas deve ser aplicada a determinado fenômeno social.

Elas são se submetem pelo estudo da interpretação do Direito, com diversas

indicações legislativas, se enquadrando na melhor forma a aplicação cabível ao

objeto jurídico em questão.

Como o regime jurídico das organizações do terceiro setor tem características

mistas, pode se formalizar convênios ou parcerias de diversas maneiras conforme as

regras formais, por que esta tem o direito à liberdade de associação e autonomia

privada, porque são diferentes mesmo que pouco em seus estatutos e finalidades,

mesmo assim ficam sobre controle de regime jurídico especial.

Todos os serviços prestados pelas entidades não governamentais, com seus

administradores particulares devem ser autorizados, na forma um trabalho de

planejamento autorizado pela legislação e será fiscalizado pelos órgãos competentes

do governo, com a fiscalização necessária e transparência que é de interesse social.

Ficam ao regramento com o Poder Público e os requisitos legais, para a criação e a

qualificação jurídica das OSCIPs, dispõe Luis Eduardo Patrone Regules a seguir:

Os requisitos legais para a criação e a qualificação jurídica das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público distinguem-se dos pressupostos de criação das pessoas jurídicas de direito privado. Confundi-los seria não traçar distinção entre categorias como o substantivo e o adjetivo.

7

A qualificação das OSCIPs deve ser muito bem analisada, para efeito do

controle a que submete, pois se diferenciam das técnicas de fiscalização e das

7 REGULES, Luiz Eduardo Patrone, Terceiro Setor, Regime Jurídico das OSCIPs, pg. 146, 1ª ed., São Paulo: Editora Método Ltda. 2006.

28

iniciativas particulares de interesse social. Na aplicação da qualificação das leis,

temos as legislações básicas, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Lei 6.015, de 31

de dezembro de 1973, Lei Federal 9.790, de 23 de março de 1999, Decreto 3.100, de

junho de 1999, Decreto 5.504, de 05 de agosto de 2005 e Portaria 361, de 27de julho

de 1999. Devendo ser observadas as que melhores se enquadram.

Os administradores que atuam no Terceiro Setor têm a responsabilidade civil

subjetiva, da prática de atos danosos com culpa ou dolo, no exercício de suas

atribuições, como dispõe o artigo 158, inciso I, da Lei Federal 6.404/1976. Já a

responsabilidade civil objetiva deriva de violação da lei ou o descumprimento do

estatuto da entidade, nos ditames da legislação societária, artigo 158, inciso II, da

mesma lei.

Em alguns casos poderá ocorrer a responsabilidade solidária do administrador e

da organização em razão de ato ilícito praticado. Ficando assim ao judiciário julgar

todos os atos ilícitos, praticados pelos seus administradores.

29

Capítulo 3 – O papel do Tribunal de contas no controle de gastos das

Organizações do Terceiro Setor

Os Tribunais de contas têm como finalidade mais comum nos deveres da

instituição, a missão de fiscalizar, orientar e informar, para o bom uso e transparência

dos recursos e erários públicos em benefício da sociedade. Com a visão prioritária na

forma a fiscalizar, orientar e divulgar, em tempo real, o uso dos recursos públicos,

priorizando a auditoria de resultados e a aferição da satisfação social, mantendo

sempre uma imagem positiva perante a sociedade.

A elaboração dos trabalhos de estudos, conta com a elaboração de mapa e

objetivos estratégicos do tribunal, ampliando essa cultura técnicas aos seus

funcionários e jurisdicionados, publicando periodicamente instruções e manuais, com

roteiro para uma melhor efetividade de monitoramente e acompanhamento, de todos

aqueles que são submetidos a sua fiscalização, conforme manda a lei.

A responsabilidade abrange tanto o destino como a previsão da receita,

cabendo à administração trazer um projeto seguindo a lei, o reflexo da realidade

pública que necessitada de receita, preenchendo toda a formalidade de legal.

3.1. Eficiência

Eficiência é maneira de como o agente se deve comportar com relação ao

atendimento ao usuário, com a manifestação de força para produzir um efeito de

eficácia. Todo agente público deve desenvolver suas atribuições com presteza e

clareza com a melhor perfeição possível, para um rendimento funcional efetivo e

eficaz. Assegurando a garantia do mais moderno princípio da função administrativa,

exigindo dele o resultado e postura positiva para o serviço público, sendo satisfatório

no atendimento das necessidades do cidadão na comunidade e de seus membros.

A eficiência está no ordenamento jurídico, no Decreto-Lei 200/67, que se

expressa em toda atividade pública e controle de resultado. Exigindo do agente o

30

sistema de bons resultados, também a Administração indireta esta sobe a orientação

da eficiência administrativa, que se for o caso recomenda a demissão ou dispensa se

for comprovada a ineficiente ou dissídio do agente.

Com a finalidade de garantir a eficiência, tem se as escolas de governo para a

formação, especialização, treinamento e qualificação, para o aperfeiçoamento dos

servidores públicos administradores, com a participação nos cursos como um dos

requisitos para a promoção da carreira, havendo para a elaboração de convênios ou

contratos entre os entes federados.

Com treinamento os agentes produzem os melhores resultados, nas diversas na

maneira de se organizar, estruturar e disciplinar o modo de atuação na Administração

Pública, na forma instrumental, desta forma alcançar os melhores resultados na

prestação do serviço público de interesses do cidadão. Na eficiência se espera bons

resultados nos relacionamentos das atividades administrativas, e na eficácia do

comprimento dos requisitos legais constitucionais, quanto à efetividade a apuração

dos resultados na aplicação da eficiência e eficácia.

Com a novação do Estado como foi a com eficiência, agora será com a

efetividade que esta no Plano de Reforma do Estado, na qual será revistos todos os

pontos do sistema institucional legal, como finanças, pessoal e os resultados. Dando

se melhor aplicação administrativa ao aperfeiçoamento dos servidores

administradores. Reforma esta com inovação necessária para melhorar as

organizações civis de interesse coletivo sociedade e as instituições administrativas do

Estado.

A eficiência na administração pública passou a ser de cumprimento

obrigatório. Conforme parágrafo terceiro do artigo 37 da Constituição Federal,

incluído pela Emenda 19, conforme dispõe a seguir:

A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação

31

periódica, externa e indireta, da qualidade dos serviços; II o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas o disposto no art. 5º, parágrafo, X, XXXIII; III a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.8

Com a emenda 19, acima mencionada todo cidadão deve ser agente da

Reforma do Estado, desempenhando um papel de fiscal dos serviços públicos da

Administração Públicas, para ter o direito e acesso as informações e satisfação com

dos serviços prestados pelos administradores e o Terceiro Setor. Assim desta forma

atender efetivamente na melhor maneira possível, a carência que temos nos serviços

relacionados à saúde, educação, segurança e assistência social, essenciais à sociedade

para atendem às camadas mais pobres, e que atendam a maior parcela da população

com qualidade e resultados permanentes.

3.2. Eficácia

Com a obrigatoriedade constitucional da eficácia, que é as leis na sua

aplicabilidade, o agente não pode deixar de observar nenhum item da legislação

brasileira vigente, obrigando ao agente a sua total obrigatoriedade e interpretação no

coletivo, com base no objeto e interesse das partes contratante, sem deixar

transparecer nada de pessoal ou subjetivo.

Fica o agente administrativo restrito a aplicação das normas das leis, podendo

ser contestadas suas irregularidades, cabendo novo ajuste, punição, anulação ou

regularização, mesmo com a extinção do contrato, e a restituir aos cofres públicos

dos erários indevidamente gastos.

Na eficácia deve o agente administrar com base em ações planejadas na

legislação. Este princípio mede através dos planejamentos o grau em que atingi os

seus objetivos e metas estabelecida. Nesta não há o que se discutir tudo está previsto

8 Assembléia Legislativa. Constituição da República Federal, Brasília: l988, artigo 37.

32

nas leis, restando à melhor interpretação que melhor se enquadrar as entidades do

Terceiro Setor.

3.2. Efetividade

Com o interesse dos governantes, bem como também do cidadão brasileiro, em

transformar o atual sistema de governo de um Estado burocrático, com inovação para

um Estado Gerencial, e que se faz necessária a aplicação da efetividade, onde se deve

aplicar a forma de se obter resultados, através da formação de diversos indicadores,

que farão a medição destes para uma melhor comparação de resultados, na finalidade

de melhor avaliação nos planejamentos administrativos futuros.

Tanto no Estado como nas entidades do Terceiro Setor se faz necessário a

efetividade a fim de que demonstrem mais clareza no mercado que representa,

ampliando a fiscalização com mais qualidade, desta forma auxiliando até mesmo os

melhores indicadores de eficiência e eficácia, nos tipos de análise e implantação e na

formulação, elaboração e avaliação das políticas públicas.

Deve ser classificado e empregado o instrumento de indicadores na avaliação

de políticas públicas em um programa social, nas quais se reflitam informações mais

claras com melhor precisão de acertos nos planejamentos, refletindo uma melhor

realidade social nas áreas específicas, saúde, educação, habitação e outras.

As mensurações devem ser quantitativas, qualitativo e mesmo comparativos

com indicadores de satisfação sobre determinado programa, com elaboração de

critérios descritivos e valorativos. Assim ampliando e aproximando a uma mais

acertada compreensão das necessidades dos acertos nos planejamentos

administrativos.

Na aplicação da afetividade, os indicadores devem ter sempre fundamentos em

critérios relativos à coletividade e com definição governamental, a fim de que o fique

33

com um quadro mais completo para comparação, atingindo uma maior diversidade

na comparação entre as diversas situações sociais.

3.3. Repasse de recursos Públicos ao Terceiro Setor

Os recursos de erários públicos são repassados para o terceiro setor, seja ele um

convênio, termo de parceria no contrato de gestão, com a elaboração de um plano

através de um projeto de trabalho por parte do proponente, a entidade social

interessada, para que seja firmado um convênio ou parceria, enumerando uma série

de exigências que são seguidas, onde é observada toda a legislação legal vigente,

conforme o tipo de entidade no seu quadro de qualificação.

Para que se concretize o repasse, tanto por parte do órgão administrativo

concessor, para o proponente interessado, há a necessidade de que toda a

documentação esteja atualizada e não faltado nenhum item, necessário para a análise

da aprovação do repasse, devendo conter no mínimo os itens que estão em

conformidade com a Lei Federal 8.666/93.

Após a elaboração do plano de trabalho, este será considerado como parte

inicial do instrumento de repasse há ser firmada, a entidade deverá encaminhar ao

órgão concessor, da União, Distrito Federal, Estados ou Municípios, junto com uma

série de documentos através de ofício, solicitando a análise e apreciação, bem como

aprovação do mesmo e a celebração do contrato de convênio ou parceria.

Podemos ver como um exemplo, uma relação de documentação para convênio,

que deve conter a cópia de documentos do representante legal da entidade autorizado

e atualizados, do CNPF, do RG e comprovante de residência, a ata que em foi

constituiu a atual diretoria, tendo sua validade verificada, junto aos cartórios de

registros, com a certificação da conveniada como entidade de utilidade pública sem

fins lucrativos ou de assistência social, todo o exposto junto com a inscrição da

entidade no Cadastro das Pessoas Jurídicas (CNPJ), e o Estatuto registrado da

entidade.

34

O órgão administrativo concessor responsável deve receber toda a

documentação, fazer as devidas conferência da entidade, analisar com precisão o

planejamento de trabalho, se está devidamente enquadradas nas legislações legais, e

também para que atenda a todos os requisitos da Lei 8.666/93, e mostrando o

interesse e capacidade da entidade social interessada em cumprir as metas propostas

dentro dos prazos afixados, garantindo atingir o propósito final.

Aqui fica a seguir uma observação mais clara o que é Termo de Parceria e com

quem pode ser celebrado, que esta disposta no o Manual básico, Repasses Públicos

ao Terceiro Setor:

O Termo de Parceria, regulamentado pelo Decreto Federal no 3.100, de 30/06/99, é gênero de ajuste criado pela Lei Federal no 9.790, de 23/03/99, que reúne características dos Contratos e Convênios tradicionais. Tem efeito jurídico similar ao Contrato de Gestão, definido na Lei Federal no 9.637, de 15/05/98. Destina-se à disponibilização de recursos públicos para entidades do Terceiro Setor que obtenham junto ao Ministério da Justiça a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), para formação de vínculo de cooperação194, constituindo-se, nesse sentido, em alternativa aos ajustes tradicionais do Poder Público com entidades qualificadas como filantrópicas ou que possuam o título de Utilidade Pública (Vide itens 3 e 6.4 deste Manual).9

Continuando fica a cargo do órgão responsável pelo repasse a entidade que for

aprovada pelo plano de trabalho, o encaminhamento de todas as documentações

devidamente atualizado e recolhido no processo, com suas folhas numeradas a

Secretaria de Planejamentos e Finanças.

Os processos administrativos devem ser encaminhados por meio de oficio,

contendo os seguintes dados; a) Número do processo; b) Nome da entidade

beneficiada; c) Objeto do repasse; d) Número da conta corrente para depósito; e)

Número de parcelas; f) Valor total do convênio; g) Valor de dada parcela e quando

serão liberadas; h) Número da dotação orçamentária; i) Número da categoria

9 Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Manual básico Repasses públicos ao Terceiro Setor, pg. 104, São Paulo, 2007.

35

econômica. No caso em que as parcelas não forem os mesmos devem ser descritos

detalhados e justificados.

Deve conter as justificativas do Poder Público firmando o repasse, com as

indicações da formação do vínculo de cooperação, com critério de escolha do

conveniado ou parceria e as atividades a serem executadas. Também a vantagem

econômica para a administração, em relação favorável ao objeto.

Verificar que optar pela execução deste convênio de parceria, será a forma

mais econômica de administrar os recursos públicos, para atingir o que se pretende,

assim declarando quanto à compatibilização e a adequação das despesas públicas,

que devera estar prevista no orçamento com os resumos para se liberar recursos às

entidades do Terceiro Setor, informando que o recurso não irá onerar os cofres

públicos.

Efetuar todo cadastramento das autoridades públicas administrativas que

assinaram o contrato da parceria ou convenio, requisitos necessários para sua

formalização. Respeitando sempre o Princípio da Igualdade entre todas as entidades

do Terceiro Setor.

3.4. Política de Controle das Políticas Públicas

Nos controles das Políticas públicas, assim como no controle interno como no

controle externo, são classificados sistematicamente de oficio de maneira formal na

contabilidade, no financeiro, orçamentário, administrativo, operacional ou

patrimonial.

O primeiro é o controle contábil, em que seu objetivo é a salvaguarda dos bens

patrimonial, com os financeiros, o segundo é o controle interno administrativo, seu

objetivo é dar a garantia e a eficiência operacional, com o cumprimento dos ditames

legais, com a observância dos planos de políticas públicas, nas diretrizes, e nas

edições das normas e instruções.

36

Estes controles dos atos administrativos são preventivos, evitando as falhas, as

irregularidades, possíveis desperdícios e os erros, identificando também no momento

da ocorrência dos atos administrativos, permitindo a sua correção no ato de

formalizar. Estas são as medidas de prevenção.

Com tri-partição de poder e sua integração harmônica, na administração direta

e indireta, têm em seu objetivo geral apoiar tanto o Poder Legislativo quanto o

Tribunal de Contas, na atuação de suas funções para garantir um exercício de uma

melhor transparência da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e

patrimonial das entidades, quanto à da legalidade, legitimidade, economicidade,

aplicação de subvenções, renúncia de receita, impessoalidade, moralidade,

publicidade, eficiência, eficácia, efetividade e equidade.

O controle administrativo de prestação de conta depende dos servidores ou

gestores devidamente treinados e adequadamente preparados, para o desempenho das

tarefas de auditaria, necessárias na execução do plano de governo. O sistema de

controle tem que manter um fluxo atualizado de informações gerenciais,

quantitativas e qualitativas, para a tomada de decisões do Executivo, para apoiar nos

atos realizados por seus auxiliares e servidores. Proporcionar tranqüilidade ao

governante nas operações desenvolvidas, para decidir com maior eficácia, eficácia e

efetividade, e escolher as prioridades que sejam mais urgentes e necessárias.

37

Capítulo 4 – Os contratos de gestão entre o terceiro setor e o estado: uma forma

de controle dos gastos públicos.

Na obrigatoriedade dos contratos de gestão entre o terceiro setor e o estado, da

se de uma forma em que o estado pretende transferir as suas finalidades de prestação

de serviços não essenciais, de maneira a melhoras os serviços públicos ao cidadão,

menos aqueles serviços que somente cabe a administração como esta formalizada na

lei, que são de exclusividade a execução do estado.

Porem, para estes serviços serem transferidos ao Terceiro Setor, que estiver

totalmente sobre o controle da administração, em questão quem faz o controle, este

controle deve se a necessidade de a administração fizer a transparência e controle dos

gastos públicos, tornando publica as informações a qualquer cidadão que estiver

interessado em auditar ou colher informações necessária, ate mesmo para o seu

próprio controle, uma vez que o terceiro setor participa dos recursos governamentais,

levando também todo cidadão uma melhor confiabilidade na administração pública

em relação ao erário do Estado.

Também temos nas formas de controle vertical, a sociedade sobre o Estado,

como por exemplo, o voto, as ONGs, orçamentos participativos, a imprensa, os

conselhos de gestores, audiência públicas, as conferência sobre políticas públicas e

ouvidorias. Na forma de controle horizontal as instituições sobre o governo no

controle interno, as Controladoria Geral da União, as Controladoria Geral dos

Estados, Auditorias, sistemas de monitoramento, Pólicia Federal, controle externo,

Tribunais de Contas, O Poder Legislativo e Sistema de Justiça.

4.1. Contratos de Gestão entre entes públicos

Após a reforma administrativa do Estado, o contrato de gestão iniciou no Brasil

com a Lei federal nº 9.637/98, que com a finalidade de uma melhor compreensão,

dispõe em seu conceito no artigo 5º desta lei que discorre:

38

Artigo 5º Para os efeitos desta Lei entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com vista à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas aas áreas relacionadas no artigo 1º.

Estes contratos são na forma de gestão pública para dar uma melhor autonomia

gerencial, nos bens, serviços dos recursos públicos. Sendo este de compromissos de

ambas as partes em seus contratos e devidas qualificação. Contrato estes que se

ajusta entre administração direta e indireta ou entidades das organizações sociais,

aumentando a autonomia orçamentária e financeira gerencial objetivando atingir as

metas assim pactuadas com as partes interessadas.

O contrato administrativo desta natureza não tem a necessidade de realização

do procedimento de licitatório, porque a dispensa está recepcionada e disposta na Lei

nº 9.637/98 em seu artigo 6º, que afirma ser um comum acordo entre as partes,

entendeu que os contratos de gestão celebrados com as entidades do terceiro setor

são em principio pura e simplesmente contratos administrativos.

Tratando dessa forma de um contrato de gestão com um acordo de interesses

entre o Poder Público e as entidades do terceiro setor. Este contrato de gestão esta

previsto no artigo 37, parágrafo 8º, da Constituição Federal como segue:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal.

39

4.2. Prestação de contas

Os tribunais de contas com a finalidade de fiscalização dos erários públicos,

nas contabilidades, dos orçamentos, financeiros, operacionais e patrimoniais de seus

fiscalizados quanto à legalidade, legitimidade e economicidade, com observância da

eficácia, efetividade e eficiência, exercida por meio do controle externo emite

parecer, relatórios sobre as contas anuais dos proponentes das entidades do terceiro

setor, também aprecia os atos praticados pelos seus representantes legais e demais

responsáveis cabíveis.

Desta forma são encaminhadas ao órgão concessor competentes até a data

estipulada no convênio, as documentações necessárias, como relação da despesa

efetuada, demonstrativo integral das receitas e despesas computadas por fontes de

recurso e por categorias ou finalidades dos gastos, aplicadas no objeto, Com as

cópias legíveis de todos os comprovantes de despesa autenticadas, comprovantes da

existência de fato, por autoridade pública da União, Distrito Federal, Estados e

Municípios, com certidão negativa de débito dos encargos trabalhistas.

Devem ser juntados todos os documentos e recibos, como comprovantes de

despesa, notas fiscais, guias e cupons fiscais, todos com a perfeita identificação

legível dos seus proponentes, também ter em suas indicações a numeração do

convenio ou parceira, ou termo de repasse a qual entidade que ela pertence com

carimbo de identificação do recurso a original, na seqüência tira-se o numero de

cópias necessárias, para que a mesma possa ser feira a distribuição e fazer parte

integrante da prestação de contas, também juntando a ata que constituiu a atual

diretoria, acompanhada da declaração quanto ao período de duração da atuação dos

respectivos membros.

Juntando também o relatório da entidade beneficiada, sobre as atividades

desenvolvidas, identificando as despesas custeadas com recursos próprios e as com

recursos transferidos. Este relatório compreende o físico executado, onde demonstra

40

a quantidade dos erários transferidos e alcançada pela conveniada, e também o

cumprimento exato ou superior das metas propostas.

Na hipótese de aquisição de bens patrimonial com os recursos recebidos da

administração, anexar prova dos respectivos registros contábil, patrimonial e

imobiliário da circunscrição, conforme o caso, e encaminhar relação dos

beneficiados e critérios estabelecidos para concessão de bolsas de estudo, quando

houver, deve esta relação ser enviada ao tribunal de contas.

Relação da quantidade dos atendidos e critérios de escolha para atendimento,

nos diversos campos exercidos. Comprovante da devolução dos recursos não

aplicados, cópia dos demonstrativos contábeis e financeiros da beneficiária, com

indicação dos valores repassados pelo órgão concessor e a respectiva conciliação

bancária, referente ao exercício em que o numerário foi recebido.

As demais demonstrações contábeis e financeiras da conveniada. Incluindo

balanço patrimonial, com DRE (Demonstração do Resultado do Exercício),

demonstração das origens e aplicação dos recursos, demonstração de mutação do

patrimônio e notas explicativas, nestes precisam estar indicados os valores

repassados pelo órgão concessor.

Apresentação da publicação do balanço patrimonial da conveniada, do

exercício encerrado e anterior, conciliação bancária do mês de dezembro, ou do mês

em que encerrou a despesa ou o convênio, apresentação da conta corrente específica

aberta em instituição financeira, para movimentação dos recursos do convênio.

Todas as cópias dos extratos bancários da conta corrente, bem como da

aplicação financeira vinculadas devem ser apresentadas juntamente com as cópias

dos extratos de contas bancárias das movimentações de despesas de recursos próprios

quando for o caso, para que ocorram as devidas conferências.

41

Devendo ser a Certidão expedida pelo Conselho Regional de Contabilidade –

CRC, comprovando a habilitação profissional do responsável pelas demonstrações

contábeis, e a manifestação expressa do Conselho Fiscal ou órgão correspondente do

beneficiário sobre a exatidão do montante comprovado, e também o atestando que os

recursos públicos foram movimentados em conta específica.

Apresentar os documentos originais de receitas e despesas vinculados ao ato

concessório, referentes à comprovação da aplicação dos recursos próprios,

repassados por ente público, depois de contabilizados, ficará arquivado na entidade

beneficiária, à disposição dos Tribunais de Contas, pelo período mínimo de cinco

anos após sua aprovação ou quitação. Emitir parecer e relatório de auditoria das

entidades beneficentes de assistência social, nos termos dos artigos 2º e 4º a 6º do

Decreto Federal n° 2536, de 06/04/98. Estas são as obrigações das conveniadas com

respeito à prestação de contas.

Cabem agora aos órgãos fiscalizadores de prestação de contas responsável pelo

convênio os procedimentos, na emissão de certidão indicando os nomes dos

responsáveis pela fiscalização da execução do convênio e os respectivos períodos de

atuação. Esta certidão indica em os nomes dos integrantes da comissão responsável

pelo Convênio podendo ser os mesmos que aprovaram o plano de trabalho.

No entanto, não serão eles que poderão emitir a Certidão, sim outra autoridade

da responsável pelo convênio ou parceria. A emissão de certidão contendo os nomes

dos dirigentes e conselheiros da conveniada e respectivos períodos de atuação. Esta

poderá ser emitida pelos membros da comissão responsável pelo convênio.

O relatório do governo sobre a execução do objeto do convênio, contendo

comparativo entre as metas de planejamento das propostas e os resultados

alcançados, com o parecer elaborado pelos órgãos concessor, contendo o mínimo de

informações necessárias para um parecer concluso.

42

Com o acompanhamento do regulamento para contratação de obras e serviços,

bem como para compras, com emprego de recursos financeiros repassados à

conveniada, na qual os documentos devem ser remetidos acompanhados de ofício. É

obrigação dos órgãos concessor responsável pelo convênio a elaboração deste ofício,

para o Tribunal de Contas, que será encaminhado através da Secretaria de

Planejamento e Finanças ao órgão fiscalizador juntamente com uma cópia da

documentação solicitada.

Também uma cópia desta documentação será encaminhada em separado, não

anexada ao processo. Desta forma haverá uma cópia a mais do processo de toda

documentação. A documentação só será anexada ao processo, após a verificação da

Prestação de Contas, ato este que deverá ocorrer até o dia 30 de janeiro do exercício

posterior ao recebimento do repasse. A documentação deve estar completa, com as

cópias legíveis e na ordem expressa na legislação adequada e pertinente.

4.3. Controle pelo Tribunal de Contas

Ao Tribunal de Contas a que compete o seu cargo, da fiscalização dos erários

públicos, emitirem parecer prévio sobre as contas do Presidente da República, fazer

julgamentos das contas dos administradores públicos, podendo ainda se utilizar de

outros dispositivos como controle jurisdicional, o Habeas corpus, o Mandado de

segurança, Habeas data, Mandado de injunção, Ação Popular, Ação civil pública e a

Ação direta de inconstitucionalidade, assim conforme disposto no artigo 70 da

Constituição Federal, como segue:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

No estudo conforme observação na teoria dos contratos podemos ver que

compete ao Congresso Nacional, à realização da fiscalização do controle externo da

43

Administração direta e indireta, realizando o exercício da fiscalização na

contabilidade fiscal, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional quanto os

pressupostos no artigo 70 da Constituição Federal.

Partindo, das relações existentes na sociedade, podemos perceber que sempre a

ocorrência de uma delegação de poder, como no sentido de captar recursos,

financeiros, materiais e humanos de maneira suficiente e contínua na forma de uma

entidade, ou seja, um instituto para o desenvolvimento do investimento social, com

uma geração de responsabilidades.

Apresenta assim, um numero considerável de ocorrência na accountability,

onde podemos ver que há um crescente aumento das responsabilidades, em se efetuar

o comprimento das obrigações, de se prestar contas dos resultados obtidos, em

função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder.

Com relação ao Terceiro Setor, surge e accountability, com a delegação de

poder, proveniente dos recursos que são doados pela sociedade a estas entidades

beneficentes sem fins lucrativos, que tem como compromisso, a obrigação de

responsabilidades, em conseqüência da necessidade de administrar corretamente

estes recursos recebidos do Estado.

Assim tem se a necessidade dos gestores, destas entidades de terceiro setor que

administra prestar contas dos resultados obtidos, decorrentes da utilização dos

recursos recebidos através de doações. Isto porque a maioria das entidades

filantrópicas desenvolve seus trabalhos com recursos públicos e doações, ficando

passível da prestação de contas.

As entidades são obrigadas a dar prestação de contas para que a transparência

se faça importante e necessária a sociedade, demonstrando como chegou aos

resultados e como atingiu o desenvolvimento de seus trabalhos ou ainda, como se

concluem para atingir suas metas de sucesso dos serviços prestados, assim

44

maximizar o benefício social na sua atuação, devendo as organizações não

governamentais que são obrigadas, prestar contas a sociedade.

Faz necessária não só para a sociedade, mas como também para o Terceiro

Setor, que pode determinar até a sua própria sobrevivência. É importância que estas

entidades prestem contas dos seus atos aos investidores sociais, refletem na

transparência, por onde se caminha os recursos.

A transparência da prestação de contas deve ser um compromisso obrigatório e

essencial, para contribuir com a própria sobrevivência das entidades, uma vez que

estão inseridas num ambiente competitivo por recursos financeiros e não-financeiros,

assim aquelas que melhor atenderem às necessidades dos doadores por informações,

de seus próprios interesses, terão maior probabilidade de serem escolhidas para

receber a captação desses recursos.

Por isso posto o controle tem que ser um processo integral, completo com todas

as suas complexidades, devendo ser analisados todos os seus item necessário, a fim

de se realizar um bom controle e com transparência, operacional, orçamentário,

financeiro, patrimonial e contábil, dos entes e entidades da administração pública dos

três poderes e do Terceiro Setor.

Assim para garantir o cumprimento da missão da entidade segundo os

objetivos gerais da execução ordenada, com a moral ética, econômica, eficiente,

eficaz e efetividade nas operações realizadas pelas entidades, resultando na esperada

comprovação do cumprimento das obrigações de responsabilidade, com o

cumprimento das leis constitucionais, e regulamentos observando os recursos contra

a perda e danos, sobre o mau uso, com a devida correção de desvios, na gestão das

políticas públicas.

Com as novas normas técnicas nacionais e internacionais de contabilidade

pública, que são do Conselho Federal de Contabilidade. A Resolução CFC nº 986/03,

que aprova a NBC T 12 – da Auditoria Interna, e Resolução CFC nº 1.328/11.

45

Tornara mais uniformizados os controles, para melhor entendimento nas leituras das

fiscalizações de controles pelos tribunais de contas.

Na realização da Auditoria Interna, se compreende os exames, análises,

avaliações, levantamentos e comprovações, com metodologia estruturada para a

avaliação da integridade de adequação da eficácia, eficiência e efetividade, com

economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos

integrados ao ambiente, e gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à

administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.

O funcionamento da estrutura nas atividades de Auditoria Interna está com os

procedimentos, no enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por

objetivo e finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando

subsídios para incremento e o aperfeiçoamento dos processos administrativos, da

gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções, e

recomendações para os aperfeiçoamentos das inconformidades apontadas nos

relatórios.

A Auditoria Interna deve ser documentada, por meio de oficio na elaboração de

papéis de trabalho, por meio físico, ou eletrônico, que devem ser organizados

numerados e arquivados de forma sistematicamente racional. Segue abaixo o

disposto na Constituição do Estado de São Paulo, que discorre em relação ao

controle, em seus artigos que, como segue os controles internos.

Artigo 4.º- Nos procedimentos administrativos, qualquer que seja o objeto, observar-se-ão, entre outros requisitos de validade, a igualdade entre os administrados e o devido processo legal, especialmente quanto à exigência da publicidade, do contraditório, da ampla defesa e do despacho ou decisão motivados. Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, Orçamentária, operacional e patrimonial do Estado, das entidades da administração direta e indireta e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e referência de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o

46

Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Em continuação os artigos de controle externo,

Artigo 33 da CESP- O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias, a contar do seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos da administração direta e autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Pode Público Estadual, e as contas daqueles que derem perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e autarquias, empresas públicas e empresas de economia mista incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - avaliar a execução das metas previstas no plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento anual; V - realizar, por iniciativa própria, da Assembléia Legislativa, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditoria de natureza contábil, financeira, Orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público e demais entidades referidas no inciso II; VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de cujo capital social o Estado participe de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo; VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ao Estado e pelo Estado, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres; VIII - prestar as informações solicitadas pela Assembléia Legislativa ou por comissão técnica sobre a fiscalização contábil, financeira, Orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá , entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada a ilegalidade; XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Assembléia Legislativa; XII - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados; XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas da administração financeira dos Municípios, exceto a dos que tiverem Tribunal próprio; XIV - comunicar à Assembléia Legislativa qualquer irregularidade verificada nas contas ou na gestão públicas, enviando-lhe cópia dos respectivos documentos.

47

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pela Assembléia Legislativa que solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º - Se a Assembléia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidir a respeito. § 3º - O Tribunal encaminhará à Assembléia Legislativa, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do Estado; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração estadual, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e a forma de calcular qualquer parcela integrante da remuneração, vencimento ou salário de seus membros ou servidores; IV - exercer o controle das operações de crédito, avais garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado; V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão institucional. § 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade ou ofensa aos princípios do art. 37 da Constituição Federal, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária. § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical, parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Assembléia Legislativa. Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas, anualmente, à Assembléia Legislativa, no prazo de sessenta dias, a contar da abertura da sessão legislativa.

No desenvolvimento do trabalho do auditor, seu papel constitui na leitura dos

documentos, de registros e dos fatos, que foram investigados e recolhidos para

exames das informações com as provas, na qual são obtidas na diligência do curso de

auditoria, desta realizando os exames a fim de evidenciar e dar suporte à sua opinião,

críticas, sugestões e recomendações, programas, projetos, atividades e ações.

Estes papéis de trabalho quando forem ser examinados, nas entidades em

questão, devem ter abrangência e grau de detalhes suficientes para propiciarem a

compreensão do planejamento da, da natureza, da oportunidade e da extensão dos

procedimentos de Auditoria Interna aplicados, bem como do julgamento exercido e

do suporte das conclusões alcançadas.

48

O auditor da Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de

relatório parcial, na hipótese de constatar impropriedades, irregularidades ou

ilegalidades que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e

que não possam aguardar o final dos exames.

Numa inovação recentemente no processo eletrônico de auditoria, a utilização

de processamento eletrônico de dados pela entidade de controle que requer a

existência, na equipe da Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente

sobre a tecnologia da informação e os sistemas de informação utilizados.

O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o emprego de recursos

tecnológicos de processamento de informações, requer que exista na equipe da

Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de forma a programar os

próprios procedimentos, quando for o caso, requisitar, orientar, supervisionar e

revisar os trabalhos de especialistas, esse sistema tem o nome de AUDESP,

desenvolvidos pelo TCESP.

Os servidores na realização da fiscalização presente do Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo, como seus jurisdicionados. A eles incumbe se a tarefa de

fiscalizar e orientar os administradores do patrimônio público para atender às

necessidades da sociedade, sempre em consonância com os princípios

constitucionais, com as normas técnicas legais, e ainda, com os julgados da Corte.

Mesmo sejam experientes e dedicados como os nossos servidores, a tarefa de

compatibilizar esses aspectos ao exame de atos de gestão se desenvolve com

dificuldades, especialmente porque o agente fiscalizador tem que traduzir em

relatório para nortear a atividade julgadora do Tribunal de Contas.

Desta forma deve ser assumida pelo servidor da fiscalização pública com

responsabilidade extraordinária, sendo que no seu ponto de vista, será considerado

nas deliberações da Corte de Contas. Isso é indispensável à edição de um

instrumento ou manual pedagógico, para servir de diretriz aos servidores no

exercício da fiscalização, traduzindo na segurança do desempenho de suas tarefas de

controle constitucional.

49

No Manual Básico de Procedimentos de Fiscalização, podemos encontrar

normas e procedimento, que é um trabalho elaborado por servidores da casa para

uso dos próprios servidores, para a sensibilidade de quem conhece as necessidades e

especificidades daqueles que atuam na linha de frente desta atividade-fim a

fiscalização do Estado nas entidades sociais.

Não se trata da simples reedição ou atualização de manuais anteriores. O

manual traz uma nova concepção do sistema de transmissão de conceitos jurídicos e

técnicos, essenciais ao bom desempenho da fiscalização, influenciado pelas Normas

de Auditoria Governamentais (NAG).

Com abordagem clara simples objetiva, que sintetiza a dinâmica dos pontos

importantes a serem verificados na inspeção dos órgãos públicos jurisdicionados, em

seus conceitos e procedimentos de fiscalização.

Baleados nos preceitos constitucionais e legais da administração pública, como

a Lei Federal nº 4.320/64, a Lei nº 8.666/93 e a Lei de Responsabilidade Fiscal, são

integrados de forma prática nos procedimentos de fiscalização, internos e de campo,

com também os atos normativos do TCE, em que se assentam cada um dos tópicos

do Manual.

A jurisprudência, dos Tribunais Superiores, leva ao conhecimento do servidor

da fiscalização, o juízo concreto sobre os aspectos por ele verificados, que vem

ampliar a solidez de postura da fiscalização, consolidando os relatórios de

fiscalização.

Finalmente com a adequada orientação didática dos servidores da fiscalização,

o Tribunal de Contas, faz com que o exercício do controle externo, transcenda os

limites da burocrática, na aplicação dos recursos públicos às normas financeiras,

atingindo o maior objetivo, na eficiência a bem do interesse público e da população,

como também a transparência.

50

Conclusão

Finalizando este trabalho de conclusão de curso de Pós-Graduação Lato Sensu

em Gestão de Políticas Públicas, podemos verificar que são muitas as formas e

legislações ao qual ainda haverão de vir pela multiplicidade de tratamentos das

entidades não governamentais com suas diferentes formas em sua formação.

Assim este estudo, elaborado com alguns livros sobre o assunto e as pesquisas

do atual sistema de entidades do Terceiro Setor, e com o aperfeiçoamento do

controle de gastos públicos sobre as Entidades Sociais do Terceiro Setor. OS

(Organizações Sociais) e ONGs (Organizações Não Governamentais), demonstra a

amplitude do referido Terceiro Setor.

A relação entre o Terceiro Setor e a captação de recursos de seus componentes

junto ao Estado, deve ser cuidadosamente estudada e avaliada em suas diversas

qualificações, com a conferência de títulos de utilidade pública, inclusive, os seus

agentes administradores, para que o Poder Público possa dar maior e melhor suporte

na captação de recursos públicos por parte dessas instituições.

Vemos neste que, a prestação de contas é muito importante, como a

transparência, com também a criação de indicadores, com suas diversas formas, a fim

de se ter uma informação mais apura e verdadeira na necessidade do Estado em

prestar suas contas ao cidadão.

A importância do referido trabalho é que se pôde verificar, e a necessidade de

sempre se atualizar cada vez mais, para melhor utilizar estas informações em

beneficio da sociedade, e com isso também aperfeiçoar, mais o treinamento dos

agentes administradores que se utilizarem em prol do Estado.

Com a finalização do presente estudo, e a partir da experiência administrativa

do terceiro setor que o autor obteve, somados aos anos de trabalho nesta casa,

Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, resultaram na explanação do aqui

51

apresentado, procurando sempre com a colaboração na compreensão do presente

tema à sociedade como um todo.

Por fim, ressalta-se que este estudo foi realizado em conformidade com o

método de exigência do TCESP, ampliando e valorizando os conhecimentos de seus

membros nesta área, e visando um provável aproveitamento destes conhecimentos.

52

Referências Bibliográficas Assembléia Legislativa. Constituição do Estado de São Paulo, São Paulo. Assembléia Legislativa. Constituição Federal, Brasília: l988. COPOLA, Gina. Desestatização e Terceirização, 1ª ed., São Paulo: Editora NDJ Ltda. – Nova Dimensão Jurídica. 2006. FALCONER, Andres Pablo. A promessa do terceiro setor. Um estudo sobre a construção do papel das organizações sem fins lucrativos e do seu campo de gestão. 152p. São Paulo, 1999. Filantropia, substantivo feminino, 1º profundo amor à humanidade, 2º desprendimento, generosidade para com outrem; caridade, Dicionário Aurélio da língua portuguesa. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, pagina 102 e 104, 14ª ed., São Paulo: Malheiros Editores Ltda. 2002. NUNES, Andrea. Terceiro Setor, Controle e fiscalização, 2ª ed., São Paulo: Editora Método Ltda. 2006. RAFAEL, Edson José, Fundações e Direito 3º Setor, página 12, Companhia Melhoramentos, 1997. REGULES, Luiz Eduardo Patrone, Terceiro Setor, Regime Jurídico das OSCIPs, pagina 146, 1ª ed., São Paulo: Editora Método Ltda. 2006. SILVA, Maria das Graças Bigal Barboza da e SILVA, Ana Maria Viegas da Silva, Terceiro Setor, Gestão das Entidades Sociais, (ONG – OSCIPs – OS), Belo Horizonte: Editora Fórum Ltda. 2008. Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Manual básico Repasses públicos ao Terceiro Setor, pagina 104, São Paulo, 2007.

53

ANEXO A – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.790/99.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999.

Regulamento

Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado,

sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá

outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA

SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO

Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de

Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde

que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos

instituídos por esta Lei.

§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa

jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados,

conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais,

brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu

patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica

integralmente na consecução do respectivo objeto social.

54

§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao

cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade

Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades

descritas no art. 3o desta Lei:

I - as sociedades comerciais;

II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria

profissional;

III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,

práticas e visões devocionais e confessionais;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;

V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um

círculo restrito de associados ou sócios;

VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;

VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;

VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas

mantenedoras;

IX - as organizações sociais;

X - as cooperativas;

XI - as fundações públicas;

XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por

órgão público ou por fundações públicas;

XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o

sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o

princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das

Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem

fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes

finalidades:

I - promoção da assistência social;

55

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de

participação das organizações de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de

participação das organizações de que trata esta Lei;

V - promoção de a segurança alimentar e nutricional;

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do

desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas

alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria

jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e

de outros valores universais;

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e

divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito

às atividades mencionadas neste artigo.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas

configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações

correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda

pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins

lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se

como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas

interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham

sobre:

I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade, economicidade e da eficiência;

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II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a

obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em

decorrência da participação no respectivo processo decisório;

III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência

para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as

operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores

da entidade;

IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio

líquido será transferido à outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,

preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta;

V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação

instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com

recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será

transferido à outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei,

preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;

VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que

atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços

específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na

região correspondente a sua área de atuação;

VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que

determinarão, no mínimo:

a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas

Brasileiras de Contabilidade;

b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício

fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade,

incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-

os à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o

caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme

previsto em regulamento;

57

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos

pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme

determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de

conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a

percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título. (Incluído pela Lei nº

10.539, de 2002)

Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de

direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por

esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído

com cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I - estatuto registrado em cartório;

II - ata de eleição de sua atual diretoria;

III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;

IV - declaração de isenção do imposto de renda;

V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

Art. 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da

Justiça decidirá, no prazo de trinta dias, deferindo ou não o pedido.

§ 1o No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de quinze dias

da decisão, certificado de qualificação da requerente como Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1o, dará ciência da

decisão, mediante publicação no Diário Oficial.

§ 3o O pedido de qualificação somente será indeferido quando:

I - a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o desta Lei;

II - a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o desta Lei;

III - a documentação apresentada estiver incompleta.

Art. 7o Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou

58

judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados,

ampla defesa e o devido contraditório.

Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de

erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público,

é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da

qualificação instituída por esta Lei.

CAPÍTULO II DO TERMO DE PARCERIA

Art. 9o Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento

passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de

vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de

interesse públicas previstas no art. 3o desta Lei.

Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público

e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos,

responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

§ 1o A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de

Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos

níveis de governo.

§ 2o São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:

I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;

II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos

prazos de execução ou cronograma;

III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a

serem utilizados, mediante indicadores de resultado;

59

IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento,

estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o

detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos

oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e

consultores;

V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as

quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre

a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das

metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas

dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões

mencionadas no inciso IV;

VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União,

conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização

da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de

demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado

estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da

documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos

previstos no Termo de Parceria.

Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e

fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade

fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de

atuação existentes, em cada nível de governo.

§ 1o Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser

analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão

parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2o A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a

avaliação procedida.

§ 3o Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de que

trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na

legislação.

60

Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem

conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou

bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal

de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo

indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os

responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia-

Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da

indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes,

bem como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou

causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na

Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei Complementar no 64, de 18 de maio de

1990.

§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e

825 do Código de Processo Civil.

§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de

bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior,

nos termos da lei e dos tratados internacionais.

§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor

dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das

atividades sociais da organização parceira.

Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias,

contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os

procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para

compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os

princípios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei.

Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da

celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalienabilidade.

61

CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade

Civil de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-

partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos

interessados, livre acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações

da Sociedade Civil de Interesse Público.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos,

qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos os

requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea

dessas qualificações, até dois anos contados da data de vigência desta Lei.

§ 1o Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a

qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia

automática de suas qualificações anteriores.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos,

qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos

requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea

dessas qualificações, até cinco anos contados da data de vigência desta Lei. (Redação

dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 1o Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter a

qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia

automática de suas qualificações anteriores. (Redação dada pela Medida Provisória

nº 2.216-37, de 2001)

§ 2o Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica

perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.

62

Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 23 de março de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Renan Calheiros

Pedro Mallan

Ailton Barcelos Fernandes

Paulo Renato Souza

Francisco Dornelles

Waldeck Ornélas

José Serra

Paulo Paiva

Clovis de Barros Carvalho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.3.1999

63

ANEXO B – Base da Legislação Federal do Brasil, Lei nº 9.637/98.

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.637, DE 15 DE MAIO DE 1998.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - Seção I Da Qualificação

Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais

pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam

dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção

e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos

previstos nesta Lei.

Art. 2o São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no

artigo anterior habilitem-se à qualificação como organização social:

I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:

a) natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;

b) finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus

excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;

Conversão da MPv nº 1.648-7, de 1998

Dispõe sobre a qualificação de entidades

como organizações sociais, a criação do

Programa Nacional de Publicização, a

extinção dos órgãos e entidades que menciona

e a absorção de suas atividades por

organizações sociais, e dá outras

providências.

64

c) previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de

direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do

estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle

básicas previstas nesta Lei;

d) previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de

representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória

capacidade profissional e idoneidade moral;

e) composição e atribuições da diretoria;

f) obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios

financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;

g) no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto;

h) proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer

hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado

ou membro da entidade;

i) previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que

lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas

atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra

organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao

patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na

proporção dos recursos e bens por estes alocados;

II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como

organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área

de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da

Administração Federal e Reforma do Estado.

Seção II Do Conselho de Administração

Art. 3o O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que

dispuser o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos

de qualificação, os seguintes critérios básicos:

I - ser composto por:

65

a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder

Público, definidos pelo estatuto da entidade;

b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos representantes de entidades

da sociedade civil, definidos pelo estatuto;

c) até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os

membros ou os associados;

d) 10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do

conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade

moral;

e) até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida

pelo estatuto;

II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter mandato de

quatro anos, admitida uma recondução;

III - os representantes de entidades previstos nas alíneas "a" e "b" do inciso I devem

corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do Conselho;

IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de

dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;

V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem

direito a voto;

VI - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e,

extraordinariamente, a qualquer tempo;

VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que, nesta

condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da

qual participem;

VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade

devem renunciar ao assumirem funções executivas.

Art. 4o Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser

atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras:

I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;

II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;

III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos;

66

IV - designar e dispensar os membros da diretoria;

V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;

VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade por

maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros;

VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a

estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e respectivas competências;

VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o

regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação

de obras, serviços, compras e alienações e o plano de cargos, salários e benefícios

dos empregados da entidade;

IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão,

os relatórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria;

X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os

demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio

de auditoria externa.

Seção III Do Contrato de Gestão

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o

instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como

organização social, com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e

execução de atividades relativas às áreas relacionadas no art. 1o.

Art. 6o O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou

entidade supervisora e a organização social, discriminará as atribuições,

responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.

Parágrafo único. O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo

Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade

supervisora da área correspondente à atividade fomentada.

Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os

princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e,

também, os seguintes preceitos:

67

I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a

estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem

como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem

utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;

II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens

de qualquer natureza a serem percebidos pelos dirigentes e empregados das

organizações sociais, no exercício de suas funções.

Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de

atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que

sejam signatários.

Seção IV Da Execução e Fiscalização do Contrato de Gestão

Art. 8o A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será

fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à

atividade fomentada.

§ 1o A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público

supervisora signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer

momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente à execução

do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os

resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao

exercício financeiro.

§ 2o Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser

analisados, periodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela autoridade

supervisora da área correspondente, composta por especialistas de notória capacidade

e adequada qualificação.

§ 3o A comissão deve encaminhar à autoridade supervisora relatório conclusivo

sobre a avaliação procedida.

Art. 9o Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao

tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de

recursos ou bens de origem pública por organização social, dela darão ciência ao

Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

68

Art. 10. Sem prejuízo da medida a que se refere o artigo anterior, quando assim

exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público, havendo indícios fundados de

malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização

representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União ou à Procuradoria

da entidade para que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade

dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente

público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao

patrimônio público.

§ 1o O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e

825 do Código de Processo Civil.

§ 2o Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de

bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior,

nos termos da lei e dos tratados internacionais.

§ 3o Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor

dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das

atividades sociais da entidade.

Seção V Do Fomento às Atividades Sociais

Art. 11. As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas

como entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais.

Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários

e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.

§ 1o São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e as

respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso

previsto no contrato de gestão.

§ 2o Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do

contrato de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de servidor

cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela organização social.

69

§ 3o Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais,

dispensada licitação, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do

contrato de gestão.

Art. 13. Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados

por outros de igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o

patrimônio da União.

Parágrafo único. A permuta de que trata este artigo dependerá de prévia avaliação do

bem e expressa autorização do Poder Público.

Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as

organizações sociais, com ônus para a origem.

§ 1o Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor

cedido qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social.

§ 2o Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por

organização social a servidor cedido com recursos provenientes do contrato de

gestão, ressalvada a hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária

de direção e assessoria.

§ 3o O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer juz no órgão de

origem, quando ocupante de cargo de primeiro ou de segundo escalão na organização

social.

Art. 15. São extensíveis, no âmbito da União, os efeitos dos arts. 11 e 12, § 3o,

para as entidades qualificadas como organizações sociais pelos Estados, pelo Distrito

Federal e pelos Municípios, quando houver reciprocidade e desde que a legislação

local não contrarie os preceitos desta Lei e a legislação específica de âmbito federal.

Seção VI Da Desqualificação

Art. 16. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade

como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições

contidas no contrato de gestão.

70

§ 1o A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o

direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual

e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.

§ 2o A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores

entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

CAPÍTULO II DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 17. A organização social fará publicar, no prazo máximo de noventa dias

contado da assinatura do contrato de gestão, regulamento próprio contendo os

procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para

compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.

Art. 18. A organização social que absorver atividades de entidade federal

extinta no âmbito da área de saúde deverá considerar no contrato de gestão, quanto

ao atendimento da comunidade, os princípios do Sistema Único de Saúde, expressos

no art. 198 da Constituição Federal e no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro

de 1990.

Art. 19. As entidades que absorverem atividades de rádio e televisão educativa

poderão receber recursos e veicular publicidade institucional de entidades de direito

público ou privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de

programas, eventos e projetos, vedado a veiculação remunerada de anúncios e outras

práticas que configurem comercialização de seus intervalos. (Regulamento)

Art. 20. Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa

Nacional de Publicização - PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios

para a qualificação de organizações sociais, a fim de assegurar a absorção de

atividades desenvolvidas por entidades ou órgãos públicos da União, que atuem nas

atividades referidas no art. 1o, por organizações sociais, qualificadas na forma desta

Lei, observadas as seguintes diretrizes:

I - ênfase no atendimento do cidadão-cliente;

71

II - ênfase nos resultados, qualitativos e quantitativos nos prazos pactuados;

III - controle social das ações de forma transparente.

Art. 21. São extintos o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, integrante da

estrutura do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -

CNPq, e a Fundação Roquette Pinto, entidade vinculada à Presidência da República.

§ 1o Competirá ao Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado

supervisionar o processo de inventário do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a

cargo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq,

cabendo-lhe realizá-lo para a Fundação Roquette Pinto.

§ 2o No curso do processo de inventário da Fundação Roquette Pinto e até a

assinatura do contrato de gestão, a continuidade das atividades sociais ficará sob a

supervisão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

§ 3o É o Poder Executivo autorizado a qualificar como organizações sociais, nos

termos desta Lei, as pessoas jurídicas de direito privado indicadas no Anexo I, bem

assim a permitir a absorção de atividades desempenhadas pelas entidades extintas por

este artigo.

§ 4o Os processos judiciais em que a Fundação Roquette Pinto seja parte, ativa ou

passivamente, serão transferidos para a União, na qualidade de sucessora, sendo

representada pela Advocacia-Geral da União.

Art. 22. As extinções e a absorção de atividades e serviços por organizações

sociais de que trata esta Lei observarão os seguintes preceitos:

I - os servidores integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e das entidades

extintos terão garantidos todos os direitos e vantagens decorrentes do respectivo

cargo ou emprego e integrarão quadro em extinção nos órgãos ou nas entidades

indicados no Anexo II, sendo facultada aos órgãos e entidades supervisoras, ao seu

critério exclusivo, a cessão de servidor, irrecusável para este, com ônus para a

origem, à organização social que vier a absorver as correspondentes atividades,

observados os §§ 1o e 2o do art. 14;

II - a desativação das unidades extintas será realizada mediante inventário de seus

bens imóveis e de seu acervo físico, documental e material, bem como dos contratos

72

e convênios, com a adoção de providências dirigidas à manutenção e ao

prosseguimento das atividades sociais a cargo dessas unidades, nos termos da

legislação aplicável em cada caso;

III - os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às

unidades extintas, serão utilizados no processo de inventário e para a manutenção e o

financiamento das atividades sociais até a assinatura do contrato de gestão;

IV - quando necessário, parcela dos recursos orçamentários poderá ser reprogramada,

mediante crédito especial a ser enviado ao Congresso Nacional, para o órgão ou

entidade supervisora dos contratos de gestão, para o fomento das atividades sociais,

assegurada a liberação periódica do respectivo desembolso financeiro para a

organização social;

V - encerrados os processos de inventário, os cargos efetivos vagos e os em comissão

serão considerados extintos;

VI - a organização social que tiver absorvido as atribuições das unidades extintas

poderá adotar os símbolos designativos destes, seguidos da identificação "OS".

§ 1o A absorção pelas organizações sociais das atividades das unidades extintas

efetivar-se-á mediante a celebração de contrato de gestão, na forma dos arts. 6o e 7o.

§ 2o Poderá ser adicionada às dotações orçamentárias referidas no inciso IV parcela

dos recursos decorrentes da economia de despesa incorrida pela União com os cargos

e funções comissionados existentes nas unidades extintas.

Art. 23. É o Poder Executivo autorizado a ceder os bens e os servidores da

Fundação Roquette Pinto no Estado do Maranhão ao Governo daquele Estado.

Art. 23-A. Os servidores oriundos da extinta Fundação Roquette Pinto e do

extinto Território Federal de Fernando de Noronha poderão ser redistribuídos ou

cedidos para órgãos e entidades da Administração Pública Federal,

independentemente do disposto no inciso II do art. 37 e no inciso I do art. 93 da Lei

no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, assegurados todos os direitos e vantagens,

inclusive o pagamento de gratificação de desempenho ou de produtividade, sem

alteração de cargo ou de tabela remuneratória. (Incluído pela Medida Provisória nº

479, de 2009)

73

Parágrafo único. As disposições do caput aplicam-se aos servidores que se

encontram cedidos nos termos do inciso I do art. 22 e do art. 23 desta Lei. (Incluído

pela Medida Provisória nº 479, de 2009)

Art. 23-A. Os servidores oriundos da extinta Fundação Roquette Pinto e do

extinto Território Federal de Fernando de Noronha poderão ser redistribuídos ou

cedidos para órgãos e entidades da Administração Pública Federal,

independentemente do disposto no inciso II do art. 37 e no inciso I do art. 93 da Lei

no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, assegurados todos os direitos e vantagens,

inclusive o pagamento de gratificação de desempenho ou de produtividade, sem

alteração de cargo ou de tabela remuneratória. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

Parágrafo único. As disposições do caput aplicam-se aos servidores que se

encontram cedidos nos termos do inciso I do art. 22 e do art. 23 desta Lei. (Incluído

pela Lei nº 12.269, de 2010)

Art. 24. São convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no

1.648-7, de 23 de abril de 1998.

Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 15 de maio de 1998; 177o da Independência e 110o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Pedro Malan

Paulo Paiva

José Israel Vargas

Luiz Carlos Bresser Pereira

Clovis de Barros Carvalho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.5.1998 e retificado no DOU

25.5.1998

74

ANEXO C – QUADRO DE ENTIDADES

ÓRGÃO E

ENTIDADE

EXTINTOS

ENTIDADE

AUTORIZADA A SER

QUALIFICADA

REGISTRO CARTORIAL

Laboratório Nacional

de Luz Síncrotron

Associação Brasileira de

Tecnologia de Luz Síncrotron

- ABTLus

Primeiro Ofício de Registro de

Títulos e Documentos da Cidade de

Campinas - SP, nº de ordem

169367, averbado na inscrição nº

10.814, Livro A-36, Fls 01.

Fundação Roquette

Pinto

Associação de Comunicação

Educativa Roquette Pinto -

ACERP

Registro Civil das Pessoas Jurídicas,

Av. Pres. Roosevelt, 126, Rio de

Janeiro - RJ, apontado sob o nº de

ordem 624205 do protocolo do

Livro A nº 54, registrado sob o nº

de ordem 161374 do Livro A nº 39

do Registro Civil das Pessoas

Jurídicas.

ANEXO D – QUADRO DE ENTIDADES

ÓRGÃO E ENTIDADE

EXTINTOS QUADRO EM EXTINÇÃO

Laboratório Nacional de Luz

Síncrotron

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico - CNPq

Fundação Roquette Pinto Ministério da Administração Federal e Reforma do

Estado

75

ANEXO E – EXEMPLO DO MODELO DO SITE

Exemplo do modelo da pagina do TCESP – Tribunal de Contas do Estado de

São Paulo, dando prestações de contas e transparência para consultas do cidadão, e

até servir como base para estudos para planejamentos futuros.

Repasses a entidades do Primeiro e Terceiro Setores

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em atenção aos princípios da

publicidade e transparência, e de novos procedimentos de fiscalização, torna pública

a relação dos repasses concedidos por órgãos das administrações, municipal e

estadual a entidades do primeiro e terceiro setores, por meio de contratos de gestão,

termos de parceria, convênios, auxílios, subvenções e contribuições.

Exercício de 2010

Repasses de Origem Municipal (posição em 20.05.2011)

Arquivos em formato 'pdf': (3 arquivos)

o Resumo dos repasses o Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria o Auxílios, Subvenções e Contribuições

Arquivo original em formato 'MSExcel': (uma pasta com 3 planilhas - formato para donwload: 'zip')

o Repasses de Origem Municipal

Repasses de Origem Estadual

Transferências do Governo do Estado de São Paulo para as Prefeituras Municipais

Transferências do Governo do Estado de São Paulo para o 1º e 3º setores

Exercício de 2009

Repasses de Origem Municipal (posição em 10.05.2010)

Arquivos em formato 'pdf': (3 arquivos)

o Resumo dos repasses

76

o Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria o Auxílios, Subvenções e Contribuições

Arquivo original em formato 'MSExcel': (uma pasta com 3 planilhas - formato para donwload: 'zip')

o Repasses de Origem Municipal

Repasses de Origem Estadual

Transferências do Governo do Estado de São Paulo para as Prefeituras Municipais

Transferências do Governo do Estado de São Paulo para o 1º e 3º setores

Exercício de 2008

Repasses de Origem Estadual

As auditorias competentes estão preparando o roteiro de visitas para avaliação do atendimento às finalidades da entidade e às reais condições de funcionamento. A partir de abril próximo também estarão disponíveis os valores repassados pelas Prefeituras Municipais. (Março / 2009)

Transferências a Municípios efetuadas pelo Governo do Estado (exceto Auxílios, Subvenções e Contribuições) - Exercício de 2008

Auxílios, Subvenções e Contribuições do Governo do Estado para o 1º e 3º Setores - Exercício de 2008

Repasses de Origem Municipal

Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria - Exercício de 2008

Auxílios, Subvenções e Contribuições - Exercício de 2008

Exercício de 2007

Repasses de Origem Estadual

Entes Governamentais e Organizações Sociais - Exercício de 2007

Auxílios, Subvenções e Contribuições - Exercício de 2007

Repasses de Origem Municipal

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Contrato de Gestão, Convênio e Termo de Parceria - Exercício de 2007

Auxílios, Subvenções e Contribuições - Exercício de 2007

Visitas e Fiscalizações realizadas nas Entidades

Repasses ao Terceiro Setor -Auditorias "In Loco" realizadas em 2008

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http://www4.tce.sp.gov.br/cidadao?quicktabs_cidadao=3#quicktabs-cidadao