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O teu Povo será meu Povo

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Muitos gentios cristãos veem o cristianismo como substituição do judaísmo – e Israel como algo além do plano de Deus. Este livro revela os propósitos de Deus para o povo da Sua aliança nestes tempos – e como sua revelação está impactando a Igreja. Diferentemente de Rute no Antigo Testamento, muitos de nós têm virado as costas ao povo mais próximo do Messias, carregando há séculos a culpa pela perseguição de cada um deles. O autor nos lembra que confessar o pecado é o começo. Agora, mais do que nunca, devemos abraçar e interceder pelo povo escolhido de Deus, alinhando nossas orações ao Seu plano. Em um momento crucial na história do mundo, com Israel mais uma vez no centro das atenções, nossas orações para este povo são indispensáveis. Faremos com Israel a mesma aliança que Rute fez com Noemi? Se assim for, nossa Igreja nunca mais será a mesma!

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Reconhecimento para

O Teu Povo Será o Meu Povo

O Teu Povo Será o Meu Povo nos oferece evidências bíblicas de que Deus tem um propósito inexplicável para com o

Seu povo de aliança. Don Finto realmente desafia as nossas ideias com suas observações.

Mike BickleDiretor do ministério international House of Prayer

Kansas City, Missouri

O Teu Povo Será o Meu Povo é uma história de implicações explosivas; um ensinamento que pode revolucionar tudo. Eu creio que este livro é a revelação de como

Deus vê a história do povo judeu e da Igreja. Sem esse tipo de informação, líderes cristãos internacionais não

poderão nos guiar no futuro que Deus já preparou. John Dawson

Fundador da International Reconciliation CoalitionVentura, CalifÓrnia

Eu agradeço ao meu amigo Don Finto por pagar o preço de nos dar este livro importantíssimo, informativo e profético. Quando judeus e gentios entenderem essas verdades, o reino de Deus verá um avanço poderoso.

Joy Dawson escritor e Professor Internacional da Bíblia

Tujunga, CalifÓrnia

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Existem muitas controvérsias em relação ao plano de Deus para Israel. Don Finto nos apresenta uma perspectiva

bíblica e dinâmica sobre o coração de Deus para a Terra Santa. Certamente, ele nos dá um recurso precioso que nos inspira a ganhar nossos amigos Judeus para Cristo.

Francis FrangipanePastor da River of Life Ministries

Cedar Rapids, Iowa

Este é o melhor livro a respeito de Israel – o povo judeu e a Igreja juntos! A pessoa que ler este livro se encontrará em uma jornada com meu amigo Don Finto, cuja paixão

é entender os propósitos de Deus para o povo Judeu. Jim W. Goll

Cofundador do Ministry to the Nations; Autor de Exodus Cry e Kneeling on the Promises

Antioch, Tennessee

Don Finto já nos provou que sua liderança é solida e confiável. O conteúdo deste trabalho é cheio de sabedoria

e humildade. Foi uma alegria para mim ler este livro! Jack W. Hayford

Chanceler da The King’s College and Seminaryvan nuys, califórnia

Não se pode ler este livro transformador sem entender o coração de Deus para com o povo judeu. Todo cristão precisa ler O Teu Povo Será o Meu Povo.

Cindy JacobsCoofundadora do Generals of Intercession

colorado springs, colorado

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Aqui se tem uma obra cheia de paixão e teologia exata. Um dos maiores desejos de Don Finto é ver o cumprimento dos propósitos da Igreja, que é o instrumento principal nas

mãos de Deus para a salvação de Israel. Desejo ansiosamente ver o reino de Deus avançar ainda mais com a distribuição mundial deste livro.

Daniel C. Juster Diretor da Tikkun International

Gaithersburg, Maryland

Existem muitos livros sobre Israel, profecias bíblica e fim dos tempos. Infelizmente, poucos desses trabalhos nos ligaram ao coração de Deus de uma maneira tão especial como este livro.

O Teu Povo Será o Meu Povo nos mostra uma realidade impactante – o chamado de Deus para amar o

Seu povo escolhido. Stephen Mansfield

Pastor da Belmont ChurchNashville, Tennessee

Só quando a muralha que divide judeus e gentios cair é que a Igreja vai alcançar a união e a glória prometida nas Escrituras.

Este trabalho de Don Finto é importante para a criação do “novo homem” – judeu e gentio que são um no Messias. Esta

é uma leitura obrigatória para entender o próximo e maior movimento do Espírito de Deus no planeta Terra.

Sid RothPresidente da Messianic Vision

Brunswick, Georgia

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Usando a história de Rute, Don Finto revela o amor de Deus por Naomi – mesmo rejeitando esse amor, o povo judeu

tem um propósito poderoso. Com humildade e amor, Don Finto comunica o sentimento de judeus messiânicos aos

irmãos não judeus ao redor do mundo. Israel tem voltado do exílio; profeticamente, isso simboliza a redescoberta de Yeshua (Jesus) como nosso Messias. Esta é a hora da parceria judeo-gentílica profetizada no livro de Rute se

cumprir. O Teu Povo Será o Meu Povo pode ser a porta aberta para você entrar e fazer parte da redenção final de Israel.

Eitan Shishkoff Diretor e Fundador da Tents of Mercy

Kiryat Yam, Israel

Don Finto é um homem íntegro, alguém que vigia com a sabedoria que o Senhor lhe deu. Gentio por

nascimento, seu coração tem se voltado ao povo judeu; neste trabalho, ele compartilha sua paixão pelo judaísmo

e pela Igreja cristã. O Teu Povo Será o Meu Povo nos mostra com excelência as profundezas dessa paixão.

Este livro expressivo e esclarecedor usa as Escrituras e eventos históricos para nos dar um melhor entendimento do papel de Israel e do povo judeu nos planos de Deus.

Tommy TenneyAutor de Os Caçadores de Deus

Pineville, LouIsiana

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O Teu Povo

S e r á ✡ o

Meu Povodon finto

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Todos os direitos em língua portuguesa reservados por:

© 2010, BV Films Editora Ltdae-mail: [email protected] Visconde de Itaboraí, 311 – Centro – Niterói – RJCEP: 24.030-090 – Tel.: 21-2127-2600www.bvfilms.com.br / www.bvmusic.com.br

É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

Your People Shall Be My People© Copyright 2001 by Don FintoOriginally published in the USA by Regal Books.A Division of Gospel Light Plublications, Inc.Ventura, CA 93006 U.S.A.All Rights Reserved

Capa e Design Interior: Rob WilliamsEditado por Anne Severance e Deena Davis

Editor Responsável: Claudio RodriguesCoeditor: Thiago RodriguesAdaptação Capa: GuilEditoração: Josnei FormagioTradução: Valeria Ferreira HyerRevisão de Texto: Christiano Titoneli Santana Ariana Fátima C. Baptista ISBN: 978-85-61411-64-01ª edição – Março/2011Impressão: Imprensa da FéClassificação: História / Moral Cristã

Impresso no Brasil

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ÍNDICEPrefácio por Michael W. e Debbie Smith ........................... 11Agradecimentos ................................................................ 13Introdução ........................................................................ 16

Capítulo 1 ......................................................................... 21O começo do fim Foi quando eu comecei o estudar as Escrituras mais profundamente – os profe-tas, os apóstolos e Jesus – que eu entendi que Deus ainda tinha um plano para com o Seu povo de aliança, e que o retorno à Terra Prometida era um dos sinais do começo do fim.

Capítulo 2 ......................................................................... 36 As riquezas dos grandes reavivamentos mundiais.O incomparável crescimento da Igreja nos dias atuais está ligado ao renas-cimento de Israel; por conseguinte, abre-se caminho para o maior reaviva-mento da história mundial.

Capítulo 3 ......................................................................... 47Israel – uma nação de sacerdotesIsrael e o povo Judeu causaram um impacto muito grande (mundo espiri-tual e material) nas nações ao redor do mundo, pois não deixaram a fé no Deus verdadeiro se desfalecer. Capítulo 4 ......................................................................... 61Alvos de exterminaçãoDesde o chamado de Abraão até os tempos atuais, o Inimigo das nossas almas tem Israel como alvo de extinção para frustrar os propósitos de Deus e o cumprimento de Suas promessas.

Capítulo 5 ......................................................................... 73A “Igreja” judaica primitivaMesmo que a obra da salvação tenha sido realizada pelo Messias, a Igreja judaica primitiva continuou com as tradições do dia de Sabbath (dia de descanso sabático), as celebrações das festas, e as proclamações do Messias, o qual é o cumprimento de todas estas solenidades.

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Capítulo 6 ......................................................................... 84 A “gentilização” da igrejaQuando os romanos destruíram o templo e a cidade de Jerusalém, a Igreja adotou a ideia de que Deus havia quebrado Seus vínculos com Israel. Além do mais, os gentios cristãos exigiram que os judeus crentes em Cristo renun-ciassem suas tradições étnicas.

Capítulo 7 ......................................................................... 95Divisão – O DNA da Igreja gentílicaA rejeição do fato de o Senhor Jesus vir de uma descendência judaica é a causa das muitas divisões da Igreja. Esse é um problema muito grande no meio cristão – uma ferida que deve ser curada.

Capítulo 8 ....................................................................... 104 O retorno à Terra PrometidaOs eventos mundiais e as circunstâncias que abriram o caminho para o renascimento da nação de Israel são inexplicáveis aos olhos da carne, pois foi um ato de intervenção sobrenatural do Deus Todo-poderoso.

Capítulo 9 ....................................................................... 118O despertar de IsraelDe acordo com os profetas da Bíblia, o retorno de Israel à Terra Prometi-da simboliza seu despertar espiritual. O grande crescimento da comunidade messiânica em Israel é uma dessas evidências no cumprimento das profecias.

Capítulo 10 ..................................................................... 131Os “nazarenos” ressurretosCom milhares de Judeus aceitando a Jesus e sinagogas com crentes em Cristo sendo formadas, muitas dúvidas com relação a esse fato foram levantadas.

Capítulo 11 ..................................................................... 148Judeu e gentio – “um novo homem”As palavras de Paulo, o apóstolo judeu aos gentios, começam a ter um significado diferente quando levamos em conta a unificação de judeus e gentios nos dias atuais.

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Capítulo 12 ..................................................................... 159Hora de levantar um clamorO cumprimento de profecias bíblicas nos dias atuais é um chamado de Deus para a Igreja tomar parceria com Ele e acelerar a segunda vinda do Messias à Terra.

Capítulo 13 ..................................................................... 166O êxodo finalComo foi no êxodo do Egito e no “segundo êxodo de Israel” (o povo judeu voltando das outras nações à Terra Prometida), assim será também o êxodo da Igreja – quando sairemos deste mundo para encontrar o nosso Rei. Esse acontecimento não ocorrerá sem pragas ou perseguições.

Capítulo 14 ..................................................................... 174O prazer de abençoar o povo de Deus As raízes judaicas da Igreja são um grande patrimônio que temos. Este capítulo oferece sugestões do que podemos fazer para abençoar os nossos irmãos, assim cum-prindo o propósito da Igreja na Terra.

Apêndice A ...................................................................... 188Rumo ao Concílio de Jerusalém II

Apêndice B ...................................................................... 191Carta de Arrependimento ao Povo Judeu

Apêndice C ..................................................................... 194Movimentos Judeo-Messiânicos e Congregações

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PrefácioDeus envia algumas pessoas a nossas vidas com o propósito de

nos encorajar, nos repreender, nos direcionar, nos ensinar e, além de tudo, nos amar de uma maneira bem especial! Don Finto é uma destas pessoas e, por certo, ele está no topo de nossa lista.

Este homem foi o pastor que nos casou, orou pelas nossas crianças até antes de elas existirem, e nos guiou duas vezes em Is-rael quando fomos lá para conhecer a Terra Santa. Este trabalho é o cumprimento de seus sonhos, visto que Don ama a Bíblia e o povo de Deus (judeus e gentios). De todo o coração, nós acredi-tamos em Don Finto, sua visão e neste projeto!

Nossas orações se voltam para que o Senhor use este livro para retirar as escamas dos olhos dos cristãos no que diz respeito ao papel de Israel no reino de Deus. Deus abriu os nossos olhos

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através dos ensinamentos de Don. Por isso, agora oramos pela paz em Jerusalém de uma maneira diferente. Temos a certeza de que você também terá uma outra perspectiva depois de ler este livro.

Michael W. e Debbie SmithNashville, Tennessee

PREFÁCIO

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AgradecimentosMeus irmãos e irmãs judeus messiânicos me ajudaram muito

a viver o meu sonho. Agradeço a Eitan Shishkoff por me acolher mesmo eu sendo gentio quando eu estava estudando o povo judeu. John Dawson e Dan Juster, creio que seja difícil para vocês enten-derem que o convite de vocês para que eu fizesse parte do comitê de planejamento do Toward Jerusalem Council II [Rumo ao Concílio de Jerusalém II] foi muito importante para mim, assim participan-do com vocês no chamado de arrependimento da Igreja pelos erros contra o povo judeu. Agradeço a Marty Waldman, Evan Thomas, David Chernoff, Bob Cohen, David Rudolph e Ilan Zamir (que já está com o Senhor) por me acolherem no comitê e compartilharem suas vidas comigo nestes três anos. Foi um prazer voltar a visitar a história e entrar na presença de Deus continuamente juntos.

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David Chernoff, foi quando eu li o livro de sua mãe que Deus tocou em meu coração para que eu passasse o resto de minha vida levando esclarecimento e entendimento à Igreja em relação ao povo judeu. Eu também desafio os meus irmãos judeus, pois já está na hora de seus familiares aceitarem o Messias. Sou agra-decido para sempre.

Obrigado a Dan, David, Eitan e Asher Intrater por me acei-tarem sem preconceito no Conselho Apostólico Messiânico Tikkun, que é um ministério que trabalha com judeus e gentios nos Estados Unidos, a antiga URRS, Israel, e outros países ao redor do mundo buscando a restauração de Israel.

Sem você, Anne Severance, este livro nunca teria sido escrito. Foi o Senhor que muitas vezes trouxe o seu nome à minha mente. Você acreditou em mim, me deu coragem, extraiu o melhor de mim, me desafiou e me fez parecer um escritor experiente.

Aos amigos Bill Greig II e Kyle Duncan, pois vocês escutaram minhas ideias e leram os primeiros manuscritos. Obrigado por confiar em mim, assim me tornando um dos autores da Edito-ra Gospel Light/Regal. Ao amigo Cal Tarrant, foi um prazer sa-ber que você era uma de minhas ovelhas; e que, agora, trabalha no departamento de Marketing da Gospel Light. Obrigado por acreditar em minhas idéias, e pelas sugestões sobre estratégias de como propagá-las.

Eu tenho muitos intercessores que têm levantado clamores por mim e pela mensagem deste livro. Betsy Headden é uma des-tas pessoas que têm levantado outros intercessores quando eu não sabia qual direção tomar. O Senhor tem, continuamente, dado outras revelações e discernimentos. Que o Senhor te abençoe, Betsy, junto com Ann Bell, Barbie Doyle, Jessica Austin, Beverly Boulware, Pat Gee, John Hooker, Shirley Holland e muitos ou-tros.

Ao Pastor Stephen Mansfield e minha Igreja Belmont, eu agradeço a todos pelo apoio, encorajamento e zelo por mim.

Obrigado à minha assistente Sandra Elkins por manter a mi-nha vida em ordem quando eu estava escrevendo este livro. Não

AGRADECIMENTOS

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há dúvida de que o seu coração é maior do que o mundo, e sua paixão pelo povo judeu se iguala à minha.

Alguém pode imaginar o que é uma mulher estar casada há 48 anos com um homem que tem sido continuamente moldado? Deus sabia que você, Martha, iria me entender, me amar, e con-fiar em mim. Obrigado por me deixar trabalhar neste projeto dia após dia. Vamos sair de férias para podermos conversar e relaxar.

Preciso também agradecer a David Hooper, Carl Kinbar, Dan Juster, Eitan Shishkoff e Avner Boskey. Estes amigos leram os manuscritos, e se certificaram que as informações escritas aqui estavam corretas; de fato, vocês me ajudaram a focalizar-me no tema central e notaram detalhes não importantes ao projeto que precisavam ser retirados. Não há palavras que possam expressar a minha gratidão.

A Ti, Senhor, para sempre Te agradeço porque Tu tens me per-mitido ver o cumprimento dos Teus propósitos nos dias de hoje. Tu tens me usado como instrumento para alcançar a Igreja, assim mostrando que esta revelação é verdadeira. Não há dúvida de que nada é melhor do que participar do Teu trabalho. Ajude-me a crescer mais, aprender mais e andar com humildade diante de Ti, pois será uma honra para mim que Tu continues me usando no Teu plano eterno.

AGRADECIMENTOS

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IntroduçãoA história de Rute é muito mais do que uma simples história

de amor dos bisavós do rei Davi. A vida e atitude de Rute têm um simbolismo muito forte para cada gentio que acredita no Deus de Israel. As palavras dessa mulher moabita para sua sogra judia, Na-omi — “O teu povo será o meu povo e o teu Deus o meu Deus” ainda se encontram no coração de cada gentio crente no Messias que veio da linhagem de Boaz e Rute. Cada crente não judeu veio da terra de escassez para o reino espiritual de abundância através do nome de Jesus. De fato, o próprio Salvador se refere a Ele mesmo como o Pão da Vida, o que nos leva de volta a essa histó-ria bíblica. Não foi uma coincidência Seu nascimento acontecer perto dos mesmos campos onde Rute colheu trigo – aos arredores de Beth-Lehem (“Casa do Pão”).

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No entanto, o problema é que a Igreja não honrou seu Boaz assim como Rute. Além disso, a Igreja não deixou o seu compor-tamento moabita quando entrou para a família de Israel. Mesmo que tenha aceitado comer o “Pão” de Boaz, que representa Jesus para nós, a Igreja rejeitou o povo judeu.

Esta foi minha inspiração para escrever este livro. Este é o mo-tivo pelo qual devo adicionar à variedade das publicações sobre Israel, um outro trabalho. Minhas estantes estão cheias de livros sobre esta nação tão pequenina – seu retorno do exílio e disper-são, o reestabelecimento de Israel como um país, o renascimento da língua hebraica, e como tudo isso se relaciona às profecias dos finais dos tempos. Eu também tenho muitos livros que abran-gem o crescimento da população judaica. Na realidade, o que mais poderia ser escrito?

O conteúdo deste livro não é algo novo; contudo, a perspecti-va pela qual escrevo é diferente. A meu ver, a Igreja está conscien-te de que o retorno de Israel à Terra Prometida é o cumprimento de profecias, e que isso também antecipa as profecias apocalípti-cas. Entretanto, mesmo que alguém seja um perito no assunto, este livro ainda poderá chamar muito a atenção.

Para outras pessoas, este livro trará uma revelação nova. Re-centemente, eu estava visitando um pastor que, desejando saber mais da Palavra de Deus, não sabia quase nada dos propósitos de Deus para com Israel. Foi só quando começou a ler os profetas da Bíblia que ele entendeu sobre as profecias que ainda não se cumpriram.

Ele, assim como eu, começou a estudar o que a Bíblia falava sobre o futuro de Israel. Por conseguinte, ele aplicou o que apren-deu à Igreja. Ele também encontrou outras escrituras que revela-vam profecias já cumpridas. Por isso, depois de nossa conversa, este pastor agora pensa que é necessário entender este assunto, pois ele não quer perder nenhum outro detalhe das profecias bí-blicas! E são para esses homens e mulheres que escrevi este livro.

Existe, porém, um outro pastor amigo meu, cujo interesse por este tema é mínimo. Ele escreveu o seguinte para mim: “Jesus de

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Nazaré foi o cumprimento final das profecias, e Ele marcou o fim da era do povo de Israel”. Ele também diz: “Não existe o que se chama de uma comunidade judaica messiânica, pois o reino de Deus não pode receber um povo apóstata que é descedente pelo sangue; todavia, somente pela fé se pode entrar no reino”. Este homem é um tesouro para o Senhor, mas eu oro para que ele leia as palavras proféticas do Antigo e Novo Testamentos e que Deus abra os seus olhos para a verdade também.

Alguns dos assuntos deste trabalho já foram discutidos por outros autores, no entanto, esses livros ainda não foram vendidos em outras partes do mundo. Aqui, eu ofereço argumentos sobre o sacerdócio de Israel em relação às nações, o ódio da Igreja pelo povo judeu, usando eventos históricos como exemplos, as raízes judaicas da “Igreja Primitiva” e a “gentilização” da Igreja.

Outros tópicos deste livro têm perspectivas diferentes. Eu creio que o Senhor continuou a dar-me revelações importantes enquanto eu estava trabalhando neste projeto. Por muitos anos, o meu coração tem se voltado à dinâmica entre o reavivamento mundial e o crescimento da comunidade judaica messiânica. Eu realmente nunca tinha escutado alguém fazer este tipo de analo-gia. Entretanto, de acordo com minhas pesquisas, há 400 anos, alguns líderes cristãos começaram a argumentar que o retorno do povo judeu à Terra Prometida e o seu reavivamento espiritual iriam coincidir com um grande derramar do Espírito de Deus no mundo todo.

Minha experiência no movimento messiânico me deu um melhor entendimento sobre os judeus – o que infelizmente não vemos em muitos pastores cristãos. O meu desejo é que os nos-sos irmãos judeus sejam aceitos por serem simplesmente judeus e sejam encorajados a expressar sua fé em Cristo dentro de parâme-tros do judaísmo. Eu quero ver a Igreja gentílica dar valor às suas raízes judaicas. Eu também gostaria de vê-la entender o porquê de Israel e o povo judeu estarem no centro da história mundial novamente. Finalmente, gostaria de vê-la regozijar pelo fato de o corpo de Cristo agora ter irmãos em liderança no meio judaico.

INTRODUÇÃO

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Se a Igreja entender que estamos vivendo em uma era proféti-ca, poderemos formar uma parceria mais eficiente com Deus, as-sim ajudando-O no cumprimento das profecias. Devemos, pois, levantar um clamor ao Senhor pela Igreja, e pedir perdão por sé-culos de perseguição contra o povo judeu, e começar a interceder arduamente pelos nossos irmãos.

Rute foi a bisavó gentílica do rei Davi. Mesmo não vindo da semente do corpo de Judá, ela entrou para a descendência de Is-rael. Todavia, diferente da Igreja, ela não deixou suas tradições a influenciar. Ela deixou para trás sua terra, e fez uma aliança com Naomi e Boaz, assim prometendo viver e morrer com sua sogra e seu povo. Eu creio que a Igreja gentílica dever ter este mesmo tipo de atitude para com o povo judeu, cujas promessas nós herdamos.

Um dos meus objetivos neste livro foi manter a integridade de nossas raízes judaicas, por isso escolhi palavras com significa-dos importantes para judeus e gentios. Por exemplo, não uso a palavra “igreja” em referência às congregações de judeus crentes em Cristo. Para estes, uso o nome “congregação”, cuja tradução do Grego ekklesia é mais apropriada, pois literalmente significa “aqueles que são chamados”. Em relação aos cristãos gentílicos, decidi usar a palavra “Igreja”.

Na maioria das vezes, uso o nome Messias ao invés de Cristo, porque achei mais importante trabalhar com a língua hebraica do que com a língua grega. Infelizmente, a palavra “Cristo” tem uma conotação negativa para os judeus, pois muitas das atrocidades cometidas contra os próprios foram feitas em nome de Cristo.

Eu, pessoalmente, gosto muito de me referir a Jesus com o seu nome hebreu, Yeshua; já que este era o nome que Miriã (Maria) usava para O chamar. Entendo que o uso de Yeshua seja um ter-mo novo para certos leitores, portanto uso os dois nomes sem diferença.

Quero ressaltar que, neste trabalho, eu falo do povo judeu, dos filhos de Israel, o povo com quem Deus fez aliança. O problema é que até o nome judeu – um derivativo de Judá, a tribo mais dominante no sul de Israel e a tribo do Messias – pode ter co-

INTRODUÇÃO

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notações negativas para este povo. Eu nunca escutei uma pessoa judia se apresentar: “Sou um judeu”, mas se apresenta, dizendo: “Sou judeu”. Meu coração está voltado para este grupo de pessoas tão perseguidas, e eu quero fazer o possível para que o contexto deste projeto seja aceitável aos seus olhos, e não os ofenda. Na realidade, eles são os familiares mais próximos do nosso Salvador.

Aqui descrevi algumas de minhas motivações para escrever este livro. Nunca me considerei um escritor, contudo este projeto oferece assuntos que ainda não foram discutidos. Convido, pois, os leitores a orarem enquanto estiverem navegando no universo deste trabalho, visto que se deve agir bem como os Bereanos em Atos 17.11: “Examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo”.

Não posso expressar a importância de nos comportarmos da mesma maneira que Rute. Devemos usar as mesmas palavras que ela disse a Naomi: “Aonde fores irei, aonde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus!” (Rute 1:16).

Será que também poderemos entrar em aliança com o povo judeu? Se você aceitar este pacto, talvez sua vida nunca será a mesma! Que o Senhor nos ajude a sermos pessoas zelosas pela causa de Israel e por este povo tão amado por Ele, levantando clamores perante o trono do Pai.

INTRODUÇÃO

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O Princípio do Fim

“Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês.”

L u c a s 2 1 : 2 8

Deus prometeu a Abraão: “Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra se-rão abençoados” (Gênesis 12:2,3). Esta aliança ainda é válida nos dias de hoje, por isso não haverá nenhuma pessoa, congregação,

Capítulo 1

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nação ou povos que receberão suas promessas de abundância até os mesmos aprenderem a zelar pelo povo judeu.

Na verdade, este tema não foi sempre algo tão importante para mim. Deixe-me contar como eu, um filho de fazendeiro do Texas, se envolveu na comunidade judaica messiânica, assim me dedicando ao povo da aliança de Deus.

No início da década de 1950, minha esposa Martha e eu tí-nhamos acabado de nos formar; então, decidimos que devería-mos ir à Alemanha para ministrar às pessoas que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial. A nação estava em ruínas e dividida, lares, casas e cidades foram devastados de todas as maneiras pos-síveis. Éramos jovens e idealistas e queríamos redirecionar o povo alemão a se voltar para Deus.

No seminário, estudei a Bíblia intensamente e me formei com convicção no que acreditava. Foi lá que eu aprendi a não pres-tar atenção a certas passagens e a interpretar outras de acordo com o que haviam me ensinado. Minha esposa e eu sabíamos que qualquer outra interpretação da Bíblia nos separaria de nossos familiares e amigos. Às vezes, isso era um pouco difícil, visto que eu lia partes das Escrituras que não correspondiam ao que havia aprendido. Não dei vazão ao meus instintos, pois acreditava em meus professores; afinal de contas, eles eram homens de Deus, sabiam ler o hebraico e o grego e não podiam estar errados.

Até que um dia, um telegrama chegou para mim; me lembro como se fosse hoje.

Como odiei aquele telegrama! Senti muita vergonha, pois aquelas palavras abalavam os parâmetros de tudo o que eu acre-ditava. Em minha mente, pensava que o jovem que me enviou o telegrama (um estudante da Universidade de Hamburgo) era simplesmente arrogante. Não mostrei esta mensagem para nin-guém, nem para Martha. Eu cortei o papel em pedaços, jogando--o fora imediatamente.

O problema era que as palavras daquele telegrama ficaram gra-vadas em minha mente. Diziam o seguinte: “Lieber Don Finto, liest Du die Bibel, um zu sehem, was die Bibel sagt, oder liest Du sie

CAPÍTULO 1

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nur, um eine Predigt vorzubereiten?”. Aqui está a tradução: “Pre-zado Don Finto, você lê a Bíblia para saber a verdade, ou a lê para preparar um sermão?” O telegrama tinha sido assinado por “Helmut”.

Eu lia a Bíblia regularmente, mas dentro de mim eu sabia que estudava as Escrituras para defender minhas opiniões, não para saber se o que eu acreditava correspondia às verdades bíblicas. Será que conhecer o coração de Deus era minha prioridade? Será que eu deixaria Deus mudar meu interior se o preço a ser pago fosse ver familiares e amigos se afastarem de mim? O telegrama fi-cou gravado em minha memória por muitos anos e eu sempre pe-dia a Deus para me ajudar a entender o que estava acontecendo.

Depois de oito anos na Alemanha, Martha e eu voltamos aos Estados Unidos, onde eu comecei a ensinar alemão e teologia bíblica em uma universidade cristã. O movimento carismático estava mudando a nação naquela época e muitas pessoas estavam repensando suas antigas crenças. Este também foi o começo do movimento hippie, que deu vazão para o Jesus Movement acon-tecer no final de década de 60 e princípio da década de 70. Eu não estava interessado em fazer parte de um movimento, mas eu tinha uma fome muito grande de conhecer a Deus, a Jesus Cristo e ao Espírito Santo. Eu conhecia a Bíblia muito bem, mas eu não conhecia o Autor intimamente.

Duas décadas depois de receber o telegrama de Helmut, eu tinha dois trabalhos: eu estava ensinando em uma universida-de em Nashville, Tennessee, e eu também pregava em uma das igrejas locais frequentada por um dentista aposentado. Dr. Hall era um estudante de profecias. Ele lia muito sobre os profetas bíblicos Isaías e Malaquias e as profecias do Novo Testamento. Um dia depois do culto, ele me perguntou se eu já havia deixado os profetas do Velho Testamento falar por si mesmos, ou se eu havia presumido que o que eles escreveram já se havia cumprido na primeira vinda do Messias.

Como eu pensei no telegrama de Helmut! Eu conhecia muito a Bíblia; o problema é que eu estava lendo os livros hebraicos

O PRINCÍPIO DO FIM

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como um relato histórico. Em minhas leituras, eu sempre gosta-va mais do Novo Testamento. Os profetas do Velho Testamento falavam frequentemente sobre Moabe, Babilônia, Efraim, Edom, e eu, que não me interessava muito por história, entendia muito pouco disso tudo. Eu gostava muito quando estes profetas fala-vam sobre a vinda de Jesus. Eu realmente lia as profecias bem rápido para ir direto para o Novo Testamento.

Se eu lesse alguma coisa sobre o retorno de Israel à Terra Pro-metida, eu simplesmente pensava que era o relato deste povo voltando da Babilônia (de alguma maneira, eu passava direto pe-las passagens que mencionavam Israel voltando do Leste, Oeste, Norte e Sul – das nações da Terra). Esses versos que falavam do Messias reinando sobre toda a Terra, eu interpretava como os pro-fetas falando de uma maneira simbólica – o verdadeiro significa-do era o avanço do Evangelho. Se eu não entendesse a passagem, eu simplesmente ignorava; “Israel” era a Igreja. “Os pecados de Israel” eram os pecados da Igreja. “Jerusalém” era uma figura do céu. “Sião” era um outro nome para o povo de Deus.

As palavras do Dr. Hall assim se tornaram um desafio para mim; então, eu comecei a ler novamente os Profetas. Eu comecei a ter mais perguntas do que respostas, pois não havia um lugar em minha teologia para o reagrupamento de Israel. Eu também nunca havia considerado a profecia de que haverá um tempo em que a maioria deste povo finalmente reconheceria o Messias. Ensinaram-me que Jesus nunca mais voltaria para a Terra. Eu nunca tinha observado que umas das profecias deveria se cumprir literalmente – que o Senhor colocaria os seus pés no Monte das Oliveiras, e que esta montanha se partiria em duas, assim como Zacarias viu (Zacarias 14:4).

O grande debate

Eu fui confrontado com um dilema. O que deve ser inter-pretado literalmente nas Escrituras e o que é mero simbolismo? Decidi que prefereria supor que a Bíblia fosse literalmente ver-

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dadeira do que supor que ela fosse simbolismo, e estar errado no futuro. Em minha cabeça, seria melhor encontrar o Senhor um dia e dizer — “Tomei a Tua palavra literalmente” — que O encontrar e admitir a minha incredulidade no que Deus estava falando em Seu livro.

Parecia mais seguro tomar as Escrituras literalmente a menos que houvesse uma outra forma de interpretação. Houve momen-tos em que Jesus disse: “O reino de Deus é semelhante. . .”, o que nos mostra uma linguagem figurativa. Até mesmo no livro de Apocalipse, João fala muito do “sinal” que aparecerá no céu (12:1); outras vezes, ele fala de assistir a um novo céu e uma nova Terra ou de uma cidade santa descendo do céu que vem de Deus (vv. 21.1,2).

Esta abordagem literal da leitura das profecias começou a mu-dar o meu entendimento sobre a situação do povo judeu. Pas-sagens, que eu tinha alegorizado muito, agora tinham que ser estudadas cuidadosamente. Por exemplo, Ezequiel e o “Vale de Ossos Secos” (Ezequiel 37) não é apenas um bom sermão para pregar em uma igreja fria, mas é exatamente o que disse o profeta – Israel precisava regressar à vida (vv. 12,13). Aceitar as Escrituras figurativamente sem entender a realidade das profecias é como se contrariássemos o propósito da Palavra de Deus. O problema é que queremos usá-la para nosso próprio bem.

Uma vez que entendemos literalmente o significado das pala-vras do profeta Ezequiel – que Israel viverá de novo – poderemos, então, aplicar a passagem a outras situações. Esse tipo de abertura à palavra de Deus mantém as Escrituras vivas. O Senhor, através de Seu Espírito, continua trazendo uma nova revelação, tanto no significado literal como na parte espiritual.

Só poderemos aplicar as palavras adequadas a Israel para a Igre-ja, quando reconhecermos que as profecias foram originalmente dirigidas ao povo de Deus. A boa notícia é que essas promessas também pertencem à Igreja gentílica, porque somos enxertados nas raízes de Israel; por isso, herdamos suas promessas juntamen-te com ela. Paulo afirma que nos tornaríamos parte da oliveira de

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Israel, pois mesmo sendo “oliveira brava... participaríamos da sei-va que vem da raíz da oliveira cultivada” (Romanos 11:17). Cer-tamente, não podemos substituir para quem essas bênçãos foram originalmente destinadas. A promessa da salvação “está garantida para toda descendência de Abraão; não apenas aos que estão sob o regime da Lei, mas também aos que têm a fé que Abraão teve” (Romanos 4:16). Não só, mas também! Nós, cristãos gentios, fa-zemos parte da família de Abraão, e somos chamado “concida-dãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2:19). O Messias judeu Se tornou o nosso Messias, visto que também fo-mos redimidos pelo Seu sangue. Estamos na mesma jornada que Israel, pois caminhamos lado a lado para receber as promessas. Só não podemos pensar que somos a substituição do povo judeu.

Eu tive dificuldade em distinguir o significado de profecias, assim como a maioria das pessoas nos dias de Jesus. Os guar-das dos pergaminhos não entendiam nada do que as escrituras falavam. Aqueles que buscavam o Messias não O reconheciam; infelizmente, eles estavam mais preocupados com as noções pre-concebidas do que com o Messias, ou de como Ele seria. Essas pessoas O viram, mas os seus olhos estavam fechados para a ver-dade. Certamente, o meu comportamento não foi diferente des-sas pessoas.

Para mim, as Escrituras não precisavam ser mais claras. Mi-quéias profetizou que Belém seria o lugar de Seu nascimento (Miquéias 5:2). Zebulom e Naftali na Galileia foram aponta-dos por Isaías como lugares que “veriam uma grande luz” (Isa-ías 9:1,2). Zacarias sabia o preço pelo qual Jesus seria traído (Zacarias 11:12,13). O prognóstico de Isaías era que Jesus seria um servo sofredor (Isaías 53). Zacarias até escreveu que um bur-ro faria parte de Sua chegada em Jerusalém (Zacarias 9.9). Estas previsões são muito óbvias nos dias de hoje, mas a comunidade religiosa daquele dia perdeu completamente a visão das profecias. Jesus disse aos líderes religiosos de Seu dia: “Vocês estudam cui-dadosamente

as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a

vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito”

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(João 5:39). Jesus aqui fala que eles teriam reconhecido o Messias se tivessem crido em suas próprias Escrituras. Estes eram rabinos que obviamente não liam para aprender, mas para provar que tinham muito conhecimento!

A revelação que vem do Espírito

Devemos buscar experiências profundas com Deus, pois só o conhecimento não é suficiente. Precisamos orar para que os nossos olhos e os nossos corações sejam abertos. Devemos desejar discernimento e revelação. Deus fala para a mente e revela tam-bém ao nosso espírito. É importante ressaltar que Suas revelações sempre vêm no tempo certo. Temos de estar dispostos, mas Ele é Aquele que revela. Podemos estar sempre lendo as Escrituras, mas a verdade é que detalhes podem se passar despercebidos aos nossos corações ou aos nossos olhos espirituais se não estiverem abertos.

Cleopas e seu amigo tiveram um problema na estrada de Emaús, na manhã da Ressurreição. Eles olharam perante a face de Jesus, mas não O reconheceram (Lucas 24:16). Só quando o véu foi retirado de seus olhos, que eles entenderam com quem eles estavam falando. Precisamos retirar os nossos véus que nos impedem de ver a verdade!

Lídia teve uma experiência parecida num encontro de oração perto de um ribeiro fora de Filipos. Assim que Paulo começou a falar, “o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia” (Atos 16:14). Sem este tipo de atitude, não temos a chance de receber nada do Senhor.

Você sabe a razão que levou o apóstolo Paulo em Efésios a clamar “para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados” (Efésios 1:18) e que “o glorioso Pai, lhes dê espírito

de sabedoria

e de revelação, no pleno conhecimento dele” (v.17)?Deus usa a linguagem do Espírito. Ele fala aos nossos espíri-

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tos através de Seu Espírito. Quando recebemos alguma revelação, vamos a um nível mais profundo do que a mente. O Espírito de Deus impacta todo o conjunto — mente, coração, intenções, e paixões. É por isso que Paulo disse aos romanos que a salvação vem por crer que Deus havia ressuscitado Jesus (Rm 10:9), pois “com o coração se crê para a justiça”.

Lucas 21 e o movimento atual de Deus

Foi esta busca que me ajudou a escutar o coração de Deus para Israel. O início da revelação aconteceu no princípio da década de 70, quando eu estava liderando um estudo sobre o Evangelho de Lucas com um grupo de jovens. Muitos jovens se interessa-ram tanto por este assunto que já não havia mais lugares para os mesmos sentarem na pequena sala que tínhamos. Por isso, se sentavam no chão com Bíblias abertas em seus colos; estavam fa-mintos para conhecer este Jesus que recentemente havia mudado suas vidas. Eles tinham algumas ideias preconcebidas, mas o que queriam mesmo era ler a Bíblia novamente e pedir ao Senhor que lhes dessem uma revelação.

Durante várias semanas, lemos juntos os capítulos do livro de Lucas. Queríamos saber mais sobre a vida de Jesus, para que pudéssemos nos tornar mais como Ele. O Senhor foi se revelando tanto para mim, o professor, quanto para esses radicais jovens cristãos.

Tudo estava indo bem até a semana que leríamos Lucas 21. Eu não gostava dessa passagem porque eu não entendia o que dizia, muito menos interpretá-la a outros. Nessa passagem, o Senhor tinha ido falar aos discípulos sobre o Seu futuro e o futuro de Israel. Ele falou da destruição do templo e outros acontecimentos relacionados a este evento. Mas Ele também falou de Seu retorno. Para mim, as palavras de Jesus eram muito confusas.

Eu já havia lido esse capítulo e as outras referências bíblicas

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correspondentes - Mateus 24 e Marcos 13. Muitas vezes, eu pedia ao Senhor mais revelação. Ainda assim, não conseguia entender o significado dessas palavras, mas eu sabia que esses versos eram im-portantes para compreender os tempos em que estávamos vivendo.

Foi quando eu li Lucas 21 uma última vez na frente dos alunos que eu comecei a ver algo pertinente aos nossos dias. O Senhor me deu revelação de que tem sido fundamental para o meu en-tendimento dos tempos desde então.

De repente, quatro versos se tornaram bem claros. Lucas 21: 20 fala dos exércitos de Tito: “Quando virem Jerusalém rodeada de exércitos, vocês saberão que a sua devastação está próxima”. Os exércitos Romanos começaram seus ataques a Jersualem em 68 d.C. Esta situação continuou até a queda e destruição do templo em 70 d.C. Jesus havia chorado sobre a cidade e seus dirigentes pela falta de receptividade.

O verso 24 fala sobre a dispersão dos judeus: “Cairão pela es-pada e serão levados como prisioneiros para todas as nações” (grifo do autor). Isso aconteceu assim como Jesus disse que iria. Muitos milhares morreram no cerco. Outros fugiram da cidade e nunca voltaram. Logo depois desse evento, eles poderiam ser encontra-

✡Jesus falou de muitos sinais que aconteceriam antes dos finais

dos tempos. Um dos eventos mais importantes que ocorreu nos dias atuais foi que Israel

voltou para a Terra Santa; Jerusalém, agora, é governada

pela nação de Israel.

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dos em cada nação do mundo. Alguns voltaram para Jerusalém anos depois, mas foram expulsos de novo durante a revolta Bar Kokhba de 130.1

Após os romanos terem acabado com a campanha Bar Kokh-ba, o povo judeu foi proibido de pisar em Jerusalém e na Judeia. Apesar de alguns judeus terem sido autorizados a voltar para sua Terra prometida nos anos que precederam a Bar Kokhba, não houve uma imigração judaica significante até o início do século XIX. Não havia um Estado judeu até novembro de 1947, quando as Nações Unidas votaram a favor da criação de um Estado mo-derno de Israel em maio de 1948!2

“Jerusalém será pisada pelos gentios...” Jesus disse no final do

verso 24. Isso realmente aconteceu, visto que Romanos, Bizanti-nos, Muçulmanos, Cavaleiros das Cruzadas, Turcos e a Inglaterra reivindicaram o território da Cidade de Davi em tempos passa-dos. O problema para esses povos era que esta Terra já havia sido prometida a Abraão e sua descendência.

“Até que os tempos deles se cumpram!” Eu dei uma pausa na leitura, e comecei a pensar que essas palavras eram muito estranhas para um Messias judeu dizer. A seguinte pergunta veio à minha mente: “Qual teria sido a reação das pessoas que escutaram estas profecias vindas de Jesus?” Israel tinha possessão da Terra Prome-tida desde os dias de Josué. De acordo com a história, algumas partes de Israel tinham sido conquistadas pela Assíria em 721 a.C., e nunca foram devolvidas. Outros lugares também foram tomados pela Babilônia por 70 anos no século VI a.C. Mas mesmo em tais momentos, os judeus ainda viviam na Terra Prometida.

Para mim, o cumprimento “[d]os tempos deles” foi a reentra-da de Israel em Jerusalém, o que está sendo referido em Lucas 21. Por certo, a história moderna de Israel está ligada às Escrituras. As pessoas que agora regressam à Terra Santa são descendentes daqueles que tinham ouvido as palavras que eu estava lendo!

Jesus disse “até”. Eu estava certo de que a palavra “até” se refe-ria ao passado recente quando, em junho de 1967, o Estado de Is-rael derrotou seis nações árabes que invadiram o território judeu,

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assim recapturando a cidade de Jerusalém. Esta foi a primeira posse soberana da cidade de Jerusalém desde 586 a.C., quando o último rei da linhagem de Davi foi expluso da cidade.3

Na margem da minha Bíblia, escrevi “1967”. Se esta passa-gem tinha sido cumprida quando Israel retornou a Jerusalém, então “o tempo deles” era o tempo da nossa geração.

Sentados no chão diante de mim naquele dia, estavam não só gentios crentes em Jesus Cristo, mas também jovens judeus que tinham aceitado a Yeshua (Jesus). Ele sim é o Único que Moisés, Isaías, Jeremias, Miquéias e outros profetas haviam prometido. Eu já havia escutado que muitos judeus estavam aceitando a Jesus como em nenhum outro tempo desde o século I d.C. De alguma maneira, eu sabia que essa palavra era muito importante para os nossos dias.

Eu continuei lendo, e no verso 28, Jesus disse: “Quando co-meçarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês”.

Este momento para mim foi tão especial, que eu comparo ao dia em que Jesus leu o texto do profeta Isaías em Nazaré. “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”, disse Ele (Lu-cas 4:21). Eu queria dizer aos jovens sentados no chão e a todos os outros que quisessem me escutar: “Esta Escritura Sagrada esta sendo cumprida nos nossos dias!” O meu desejo era gritar como Pedro na manhã do dia de Pentecoste: “Isto é o que foi predito pelo profeta Joel” (Atos 2:16). Eu estava realmente disfrutando do que Jesus havia declarado!

O cumprimento de Lucas 21 tinha começado. Assim, pude começar a ver o princípio do fim. Deveria me levantar e erguer a minha cabeça, pois minha redenção estava perto.

Mas como devemos interpretar a palavra “perto”? Eu não sei, pois a noção de tempo que temos não é a noção de Deus. “Perto” pode ser muitos anos no futuro ou amanhã.

O último verso que chamou minha atenção foi o verso 32: “Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam”. Qual geração? A geração da época de Jesus? Não, não

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pode ser, pois o tempo desta geração já passou. A geração que vai começar a ver estas coisas sendo cumpridas? Eu acho que sim.

Mas quanto tempo é uma geração? Eu não tenho uma res-posta definitiva para essa pergunta. O Senhor levou Israel através do deserto por 40 anos, e chamou de geração aquele período de tempo. Mas Ele disse a Moisés que os israelitas iriam voltar à Terra Prometida na quarta geração (Gênesis 15:16). Esse retorno demorou 400 anos, então uma geração pode ser um período de 100 anos. Tudo o que posso dizer, com certeza, é que Ele prome-teu que todas estas coisas se cumpririam, e eu creio nele.

Os sinais de sua vinda

Mas você deve estar se perguntando: não devemos nos en-volver em descobrir a data da segunda vinda, não é verdade? O próprio Jesus disse: “Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mateus 24:36). Já não existem centenas de prognósticos, os quais os mes-mos se provaram estarem totalmente errados? Será que as pessoas se lembram que Jesus virá como um ladrão da noite? Não deve-mos viver em um constante estado de prontidão?

Sim e não. Não podemos ignorar o tempo em que vivemos. Jesus censurou

os líderes de sua época por não distinguir os tempos (Mateus 16:3). Paulo disse ao tessalonicenses: “Mas vocês [...] não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão” (1 Tessalonicenses 5:4). Jesus também disse: “Como foi nos dias de Noé, assim tam-bém será na vinda do Filho do Homem” (Mateus 24: 37).

Como foi nos dias de Noé? Avisado sobre o dilúvio, Noé não se surpreendeu quando as chuvas vieram. Ele e os seus familiares sabiam que estavam vivendo numa era de julgamento. Mesmo que nunca tivessem vivenciado uma enchente sequer, a arca esta-va construída e pronta. Os animais estavam vindo. Eles sabiam que o tempo já estava vindo.

De acordo com a admonição de Paulo aos tessalonicenses, as

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pessoas irão dizer: “Paz e segurança”. Esses indivíduos que não creem em Cristo terão uma falsa sensação de segurança; o oposto deverá ocorrer com os crentes em Jesus. “A destruição virá [...] de repente” — Paulo usa uma ilustração muito gráfica para expres-sar seu objetivo — “como as dores de parto à mulher grávida”

(1 Tessalonicenses 5:3, grifo do autor). As dores de parto não são uma surpresa para a gestante, pois

ela já tem esperado por esse momento por nove meses. Ela não sabe a hora ou o dia da chegada do bebê, nem mesmo quando as dores vão começar; mas ela sabe que o seu tempo está próximo. Desta mesma maneira será a vinda do Filho do Homem.

Jesus falou de muitos sinais que ocorreriam através dos sécu-los antes dos finais dos tempos. A maioria destes aconteceram em todas as gerações — inundações, fomes, pragas. Estas ocorrên-cias podem ser esperadas com mais frequência, mas não são algo novo. Contudo, esses sinais ainda são pistas insuficientes sobre a época em que vivemos.

Paulo disse a Timóteo que os finais dos tempos iriam acompa-nhar um período de brutalidade intensa, problemas civis e fami-liares, o aumento de vícios (falta de autocontrole), uma época em que todo o mundo amaria prazeres carnais. Até mesmo o corpo de Cristo teria uma “aparência de piedade, mas negando o seu poder “ (2 Timóteo 3:1-5). Estes sinais, também, estiveram pre-sentes em gerações anteriores.

Um sinal único dos dias atuais é que Israel está de volta à sua Terra Prometida. Jerusalém mais uma vez está sendo governada pela nação de Israel, assim como os profetas e Jesus preanuncia-ram. Quando Jesus profetizou a queda de Jerusalém, Ele chorou pela cidade:

“Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram [...] Pois eu lhes digo que vocês não me

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verão mais, até que digam: ‘Bendito é o que vem em nome do Senhor” (Mateus 23:37,39).

Esta palavra não se aplica aos gentios, porque era uma profecia

para a família de sangue de Jesus, Israel. Ele não retornaria ao povo judeu até que os mesmos estivessem prontos para recebê--lO. Com os olhos da fé, podemos ver que o tempo se aproxima.

Esta semana mesmo recebi uma carta de um dos meus irmãos judeus de Jerusalém, que escreveu: “Mais e mais de nós em Jeru-salém e em Israel estão clamando ao Senhor: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’”

Há pouco tempo, eu fui ao Monte das Oliveiras com um gran-de número de judeus cristãos; nós olhamos para o céu, e oramos: “Bendito seja Tu, Senhor! Que já viestes, e que virá novamente em nome do Senhor!”

Estamos vivendo num tempo muito importante, pois nenhu-ma outra geração desde o século I d.C. pôde observar um rápido aumento de judeus cristãos na Terra Prometida e em outras na-ções. O “até” que Jesus falou quando olhava para Jerusalém antes de Sua morte está se aproximando. Estamos vendo judeus dispos-tos a abraçar seu Messias judeu e prontos para dizer: “Bendito o que vem em nome do Senhor”.

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Gostaria de convidar os leitores deste livro para viajar comigo através de algumas verdades que aprendi desde aquele dia que en-sinava minha classe de hippies judeus e gentios crentes em Cristo. Existem outras profecias que estão se cumprindo perante nós – palavras dos profetas que precediam os nossos dias.

Se você tiver alguma dúvida sobre o que eu escrevo, leia as Escrituras, e as teste por si mesmo. Leia a Bíblia e peça ao Senhor que abra seu coração, sua mente e seu espírito. Deixe para trás todos os preconceitos bíblicos, e deixe o Senhor falar com você. Peça uma revelação nova, busque por sabedoria e esteja disposto a ser transformado!

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O meu objetivo é sentir meu coração bater da mesma maneira que o coração de Deus bate pelo povo judeu. Assim que os nos-sos corações se encherem de amor por este povo, disfrutaremos da bênção prometida a Abraão, e os nossos espíritos poderão ver claramente os sinais do retorno iminente do Messias, que vai re-colher todos os Seus filhos – judeus e gentios sem diferença.

Notas1 A revolta contra os Romanos ocorreu em 132 d.C, após o imperador Ro-

mano Adriano estabelecer uma nova cidade em Jerusalém e construir um templo para Júpiter. Esta revolta recebeu o nome de Bar Kokhba após Simeão bar Koseva, posteriormente chamado de Kokhba. Algumas pessoas o consideraram o Messias já que o mesmo expulsou os Romanos. A de-signação Kokhba pode ser uma alusão à passagem de Números 24:17 em referência à “estrela” vinda de fora de Judá, que é uma profecia messiânica. A revolta acabou-se rápido, terminando em uma vitória Romana em 134 d.C. (Encyclopaedia Judaica: Bar Kokhba e The Bar Kokhba revolt. Jerusa-lém: Judaica multimedia, 1997. CD-ROM.)

2 Se a votação acontecesse nos dias de hoje, seria difícil encontrar uma única nação que aceitasse Israel como um país. Até mesmo os Estados Unidos estão pressionando Israel para fazer concessões de paz com nações que ju-raram jogá-los ao mar.

3 Houve um breve intervalo em 164 a.C, quando Judas Macabeu e suas forças controlaram Jerusalém, mas foi apenas uma questão de tempo antes que os romanos recuperassem a cidade novamente.

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