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1 O tio rico. O tio rico de um estudante fica sabendo que seu sobrinho se formará com honras. Repleto de bons sentimentos, o tio promete ao sobrinho uma viagem ao redor do mundo. Algum tempo depois, o tio renega sua promessa. O sobrinho ingressa em juízo, requerendo que seu tio seja obrigado a pagar pela viagem prometida. O judiciário deve determinar a execução dessa promessa?

O tio rico

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1

O tio rico.

• O tio rico de um estudante fica sabendo que seu sobrinho se formará com honras. Repleto de bons sentimentos, o tio promete ao sobrinho uma viagem ao redor do mundo. Algum tempo depois, o tio renega sua promessa. O sobrinho ingressa em juízo, requerendo que seu tio seja obrigado a pagar pela viagem prometida.– O judiciário deve determinar a execução dessa

promessa?

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2

O Chevette enferrujado.

• Dois vizinhos negociam a compra e venda de um carro usado por R$ 1.000,00. O comprador entrega o dinheiro e o vendedor entrega as chaves. Para a surpresa do comprador as chaves servem no Chevette enferrujado, estacionado no fundo do quintal do vendedor, e não no Cadillac brilhante guardado na garagem. O vendedor está igualmente surpreso ao saber que o comprador pensava estar comprando o Cadillac. O comprador requer em juízo a entrega do Cadillac.

– Qual deve ser a decisão do judiciário?

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O mata gafanhotos

• Um fazendeiro, em reposta a uma propaganda de revista (“método certo para matar gafanhotos”), envia pelo correio R$ 25,00 e recebe duas ripas de madeira com as seguintes instruções: “coloque o gafanhoto na ripa A e esmague-o com a ripa B”.

• Em juízo, o comprador requer que o vendedor retorne os R$ 25,00 e pague R$ 500,00 como indenização dos danos.

– O judiciário deve determinar a execução da promessa feita?

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Os exemplos ilustram as 2 questões fundamentais para o Direito Contratual.

– Quais são as promessas que devem ser tuteladas (enforced) pelo direito?

– Quais devem ser as consequências judiciais (remédios legais) do inadimplemento de promessas juridicamente tuteláveis?

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Teoria da Barganha

• Procura responder as 2 questões fundamentais sobre contratos.– Quais são as promessas que devem ser tuteladas

(enforced) pelo direito?– Quais devem ser as consequências judiciais (remédios

legais) do inadimplemento de promessas tuteladas pelo direito?

• Elementos mínimos de uma barganha:– Oferta;– Aceite;– Consideration (contrapartida).

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Teoria da Barganha 2

• Quais são as promessas que devem ser tuteladas (enforced) pelo direito?

– Uma promessa deve ser tutelada juridicamente (enforced) se ela é parte de uma barganha, caso contrário ela não deve receber proteção legal.

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Teoria da Barganha 3

• Quais devem ser as consequências jurídicas (remédios legais) do inadimplemento das promessas tuteladas pelo direito?– De acordo com a teoria da barganha, em caso de

inadimplemento, o promissário tem direito aos “benefícios da barganha”, ou seja, aquilo que teria obtido através do cumprimento da promessa.

Existe a necessidade de se computar quanto melhor o promissário teria ficado caso a promessa fosse cumprida.

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Crítica a teoria da barganha.

• Algumas vezes, os indivíduos querem que suas promessas sejam tuteladas pelo direito. – O Direito dos Contratos deveria reconhecer essas

promessas, mas a Teoria da Barganha não reconhece promessas que não são originadas de uma barganha.

• A Teoria da Barganha levaria a tutela judicial (enforcement) de termos ineficazes, desde que, originados de uma barganha

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Teoria Econômica do Contrato

• Sempre que uma mudança nas leis faz alguém melhor sem fazer ninguém pior a “eficiência de Pareto” requer a mudança.

• Uma Teoria Econômica do Contrato é uma teoria responsiva.

• Em geral, eficiência econômica requer que as promessas recebam tutela legal (enforced), se ambas as partes desejavam a tutela do direito no nascimento da promessa.

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Cooperação e Compromisso

• Uma promessa, normalmente, é uma obrigação diferida.

• A tutela judicial das promessas, ao reduzir a incerteza e o risco, encoraja cooperação entre as partes.

– Para desenvolver esse entendimento descreveremos um modelo chamado de principal-agente (agency game).

• Cooperação resulta em excedente que poderá ser dividido entre os jogadores.

• Apropriação é redistributiva e não gera excedente.

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Modelo principal-agente (Agency game)

• Suponha um jogo onde o primeiro jogador decide se coloca, ou não, um bem sob o controle de um segundo jogador.

• O primeiro jogador pode ser: um investidor em uma corporação, um consumidor adiantando pagamento na compra de um produto, um correntista de um banco fazendo uma aplicação, etc.

• O segundo jogador decide entre cooperar ou apropriar-se do bem.

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Modelo principal-agente 2Ausência de contrato

Segundo Jogador (agente)

Coopera Apropria

Primeiro Jogador

(principal)

Investe 0,5

0,5

1,0

-1,0

Não Investe 0

0

0

0

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Modelo principal-agente 3

• Cooperação produz um excedente cooperativo de 1.

• Apropriação permite ao segundo jogador ficar com o investimento do primeiro jogador, mas sem produzir riqueza.

• Considere o melhor movimento de cada jogador.

• A solução para esse jogo principal-agente é não investir.

• Este jogo é baseado na suposição de ausência de contratos, ou na corrupção do judiciário, por exemplo.

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Modelo principal-agente 4Contrato

Segundo Jogador (agente)

Cumpre Não Cumpre

Primeiro Jogador

(principal)

Investe

0,5

0,5

-0,5

0,5

Não Investe 0

0

0

0

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Modelo principal-agente 5

• O jogo anterior descreve um modelo principal-agente com contrato judicialmente executável.

• Investir, quando existe um contrato judicialmente executável, é a melhor estratégia do primeiro jogador e cooperar será a melhor estratégia do segundo jogador.

• Para a AED, o primeiro propósito de um contrato é possibilitar que os indivíduos convertam jogos com soluções não-cooperativas em jogos com soluções cooperativas.

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Modelo principal-agente 6

• Até agora analisamos o jogo do ponto de vista dos jogadores, mas e do ponto de vista da sociedade?

– Investir e cooperar é produtivo – gera riqueza.

– Não investir não muda nada.

– Apropriar, meramente redistribui o dinheiro do primeiro jogador para o segundo jogador.

• Reescrevendo o primeiro propósito do contrato:– Para a AED, o primeiro propósito de um contrato é

possibilitar que os indivíduos convertam jogos com soluções ineficientes em jogos com soluções eficientes.

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A primeira questões fundamental para o Direito Contratual.

• Quais são as promessas que devem ser tuteladas (enforced) pelo direito?

– Respondemos à primeira questão afirmando que, em geral, eficiência econômica requer que as promessas recebam tutela legal, se ambas as partes desejavam a tutela pelo direito no nascimento da promessa.

– As partes querem que a promessa receba a tutela legal para que o promitente possa comprometer-se com o cumprimento da promessa. Um compromisso com a obrigação, digno de confiança, permite as partes cooperar. Cooperação é eficiente.

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(Quais os propósitos do contrato para AED?

1. Possibilitar que os indivíduos convertam jogos com soluções ineficientes em jogos com soluções eficientes;

2. Encorajar a troca eficiente de informações na relação contratual;

3. Assegurar um compromisso ótimo de cumprimento da obrigação;

4. Assegurar um nível ótimo de confiança (reliance);

5. Minimizar os custos de transação da negociação, fornecendo termos e regulações eficientes para o inadimplemento;

6. Incentivar as relações continuadas, o que soluciona os problemas de cooperação com menos dependência nos termos contratuais.

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Informação

Qual é a importância das informações?

Para a AED, o segundo propósito do direito contratual é encorajar a troca eficiente de informações na relação contratual.

Qual é princípio jurídico que cria o dever de informar?

Qual é a complexidade de se determinar os efeitos da obrigação de informar? Inferência racional negativa. Incentivo de adquirir informações.

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Informação 2

Quais os fatores que influenciam na extensão do dever de informar?

– Se é o comprador ou o vendedor que possui a informação;

– Se os incentivos para aquisição das informações fossem indesejavelmente reduzidos (empresa de mineração);

– Se a informação tem valor social ou meramente privado. (social - casa com infiltração x privado -praga do milho)

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Adimplemento do contrato.

Quais devem ser as consequências judiciais (remédios legais) do inadimplemento de promessas tuteladas pelo direito?

Pense nas conseqüências jurídicas do inadimplemento (remédios legais) como um preço a ser pago, pelo promitente, pela quebra contratual.

O terceiro propósito do contrato, para a AED, é assegurar um compromisso ótimo de cumprimento da obrigação.

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Adimplemento do contrato 2.

Por que o promitente decide quebrar o contrato?

O que requer a eficiência, o adimplemento ou o inadimplemento do contrato?

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Adimplemento do contrato 3.

Por que o promitente decide quebrar o contrato? – [o custo do promitente em adimplir] > [custo do

promitente em inadimplir] = inadimplemento de contrato.

– [o custo do promitente em adimplir] < [custo do promitente em inadimplir] = adimplemento do contrato.

O que requer a eficiência, o adimplemento ou o inadimplemento do contrato?

– [o custo do promitente em adimplir] > [que o beneficio do promissário com o adimplemento] = inadimplemento do contrato é eficiente.

– [o custo do promitente em adimplir] < [que o benefício do promissário com o adimplemento] = adimplemento do contrato é eficiente

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Exemplo

A promete entregar componentes mecânicos para B por R$ 100,00. A espera lucrar R$ 30,00. B espera lucrar R$ 20,00 transformando os componentes mecânicos em máquinas. Suponha que as circunstâncias mudem inesperadamente. A descobre que se entregar os componentes mecânicos para B (por R$ 100,00) perderá com a venda. A deve agora decidir em arcar com os prejuízos da venda ou pagar indenização pelas perdas e danos de B.

Quanto A teria que pagar para B como forma de indenização perfeita das perdas e danos?

– fornecedores alternativos de B,– lucro esperado de B; – custo de confiança de B. (final 14)

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Modelo principal-agenteContrato com custo variável de cooperação

Segundo Jogador (agente)

Cumpre (custo 0)

Cumpre (custo 1,5)

Não Cumpre

Primeiro Jogador (principal)

Investe(Contrato)

0,5

0,5

-1,0

0,5

-0,5

0,5

Não Investe(Ausência contrato)

0

0

0

0

0

0

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Exemplo 2

Suponha que os custos elevados para o cumprimento do contrato façam com que o promitente não cumpra o contrato e pague indenização perfeita dos danos para o promissário. O promissário preferiria que o promitente tivesse cumprido o contrato?

Explique o ganho no payoff total ao permitir que o promitente não cumpra o contrato e pague indenização dos danos sofridos pelo promissário quando o cumprimento do contrato é eficiente? (pintor)

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Confiança • A tutela legal obrigando o adimplemento do contrato

estimula a cooperação das partes, que envolve dois tipos de comportamento:

– Primeiro – o promitente investe no cumprimento do contrato.

– Segundo – o promissário investe com confiança na promessa.

• Confiança é a mudança de comportamento do promissário causada pela promessa do promitente.

• Confiança aumenta o ganho com o adimplemento do contrato e as perdas com o inadimplemento.

• O quarto propósitos do contrato para AED é assegurar um nível ótimo de confiança (reliance);

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Modelo principal-agente.Confiança variável sem contrato.

Segundo jogador

Primeiro jogador

Cumprir Descumprir

Investir & baixa confiança

0,5

0,5

1,0

-1,0

Investir & alta confiança

0,5

0,6

1,0

-2,0

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Modelo principal-agente.Confiança variável com contrato e indenização dos danos.

Segundo jogador

Primeiro jogador

Cumprir Descumprir

Investir & baixa confiança

0,5

0,5

-0,5

0,5

Investir & alta confiança

0,5

0,6

-1,6

0,6

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Confiança ótima • A expectativa de indenização de todo e qualquer

investimento, feito pelo promissário, em confiança do cumprimento do contrato pelo promitente cria incentivos para confiança excessiva.

• Expectativa de indenização dos danos criados pelo investimento razoável cria incentivos para a confiança ótima.

• Para o propósito da eficiência econômica, a confiança do promissário deve ser ótima.

• Super-confiança causa danos excessivos com o inadimplemento.

– O direito pode evitar super-confiança limitando a recuperação dos danos.

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Normas padrão em caso de inadimplemento e custos de transação.

Por que os contratos contêm lacunas?

As lacunas podem ser deixadas inadvertidamente. As partes não conhecem o futuro.

As lacunas podem ser deixadas deliberadamente. Riscos remotos ou razões psicológicas.

Qual a conseqüência de uma lacuna? Risco ex ante; Perda ex post.

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Minimizando os custos de transação dos contratos

Custo de alocar risco > custo de alocar a perda X a probabilidade de perda = deixar lacuna;

Custo de alocar risco < custo de alocar a perda X a probabilidade de perda = preencher a lacuna.

Ex., o risco de greve: Negociar o risco (ex ante) = R$25,00; Alocar a perda (ex post) = R$500,00; Probabilidade de 0,04;

O que você faria, negociaria o risco ou alocaria a perda?

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Minimizando os custos de transação dos contratos

O que você faria, negociaria o risco ou alocaria a perda?

Negociar o risco (ex ante) = R$25,00; Alocar a perda (ex post) = R$500,00; Probabilidade de 0,04;

Custo de transação esperado (ex post) = R$20,00

Partes salvam R$5,00 • CAR > CAP x PP = DL• R$25,00 > R$500,00 x 0,04 = (deixar a lacuna) • R$25,00 > R$20,00 = (deixar a lacuna)

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Lacunas contratuais preenchidas por juizes

Como devem os julgadores preencher as lacunas contratuais?

“Na solução das controvérsias que surgirem, o julgador ou intérprete terá de invocar em suprimento do conteúdo das cláusulas próprias os princípios legais relativos ao contrato típico mais próximo, e isto nem sempre é fácil, porque a ocupação de zona grísea, entre mais de um, sugere às vezes aproximações várias, nenhuma das quais dotada de pura nitidez” (Caio Mário, p. 61).

Custo de transação e lacunas nos contratos.

O quinto propósito do contrato para a AED é minimizar os custos de transação da negociação, fornecendo termos e regulações eficientes para o inadimplemento.

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Barganha Hipotética• A AED sugere que o julgador preencha as lacunas do

contrato como as partes teriam preenchido se elas tivessem barganhado a respeito de todos os riscos relevantes a negociação.

• Se o julgador preencherá o contrato como se as partes o tivesse preenchido na confecção, então, como as partes podem agir?

• A implementação do princípio da barganha hipotética tem dois estágios:

1. O julgador deve estabelecer a forma mais eficiente de cooperação.

2. O julgador deve dividir o ganho excedente criado pela cooperação.

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Caso Parte 1• Suponha um contrato para a construção de

uma casa onde A (o construtor) soubesse que o preço do ferro utilizado na construção da casa poderia subir R$2.000,00, com uma probabilidade de 0,5.

• Suponha ainda que A possa comprar o ferro antecipadamente, mas para isso tenha que fazer um empréstimo que acrescerá R$400,00 (juros) ao preço atual do ferro.

• Portanto A poderia evitar um custo esperado de R$ 1.000,00 a um custo de R$ 400,00, o que criaria um excedente de R$ 600,00 (R$ 2.000,00 x 0,5 – R$ 400,00 = R$ 600,00).

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Caso Parte 2• Em contraste, suponha que B (o comprador) não

pudesse prever mudanças no preço do ferro.

• Consequentemente, eficiência requer que A e não B faça algo para evitar maiores gastos. Infelizmente, A não compra o ferro antecipadamente e o preço dispara.

• A completa a construção da casa e manda para B uma conta de R$ 2.000,00 pelo gasto adicional com o aumento do preço do ferro. B recusa-se a pagar e A ingressa em juízo contra ele.

• O contrato entre eles é omisso quanto ao risco de aumento no preço do ferro.

– Considere como o julgador poderia resolver o caso imputando um contrato hipotético que as partes teriam feito sob custo de transação zero.

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Caso

• Aumento do preço do ferro R$2.000,00, com uma probabilidade de 0,5.

• O aumento de preço esperado por A é R$ 1.000,00.

• Acréscimo de R$400,00 (juros) ao preço atual do ferro.

• Excedente de R$ 600,00– Considere como o julgador poderia resolver o caso

imputando um contrato hipotético que as partes teriam feito sob custo de transação zero.

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Caso• Criar um contrato hipotético envolve dois

estágios:– O julgador estabelecerá quem deve suportar o risco do

aumento do preço do ferro a um custo mais baixo. No exemplo, A (o construtor) é a parte mais eficiente para suportar os riscos. Consequentemente, a corte concluirá que o contrato ideal alocaria o risco do aumento do preço do ferro para A, como medida de eficiência.

– O julgador deverá ainda ajustar o preço do contrato para refletir a alocação eficiente de risco. Porque A sabia da possibilidade de aumento do preço do ferro, ele deveria ter negociado um preço embutindo a compensação para suportar o risco. Qualquer falha na negociação foi uma falha de A. O julgador concluirá que era responsabilidade de A verificar se o preço do contrato já incluía o valor para suportar o risco, portanto, B não deve pagar nada para A.

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Caso• Algumas vezes, no entanto, nenhuma parte

do contrato prevê o risco e nenhuma parte deveria tê-lo previsto.

• Suponha que o aumento no preço do ferro foi obscuro, ou seja, as partes (A e B) não podiam prever o risco, assim como, nenhuma parte deveria tê-lo previsto.

– Neste caso, como o julgador poderia resolver o caso imputando um contrato hipotético que as partes teriam feito sob custo de transação zero.

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Caso• Novamente, a criação de um contrato

hipotético envolve dois estágios:1. Quem deveria suportar o risco – o julgador pode

definir que A (o construtor) deveria ter se resguardado do risco, pois era a parte mais eficiente para suportar o risco, afinal, tinha mais experiência.

2. O julgador deverá ajustar o preço – Se A tivesse previsto o risco ele teria cobrado R$400,00 para suportá-lo, o contrato ideal teria alocado o risco de uma perda de R$2.000,00 por A a um preço de R$400,00 para B. Seguindo este raciocínio o julgador determinará um pagamento de R$400,00 de B para A, sendo que A arcará com um prejuízo de R$1.600,00. Portanto, o prejuízo de R$2.000,00 será divido entre as partes como se o contrato fosse ideal.

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Quais os propósitos do contrato para AED?

• Possibilitar que os indivíduos convertam jogos com soluções ineficientes em jogos com soluções eficientes;

• Encorajar a troca eficiente de informações na relação contratual;

• Assegurar um compromisso ótimo de cumprimento da obrigação;

• Assegurar um nível ótimo de confiança (reliance);

• Minimizar os custos de transação da negociação, fornecendo termos e regulações eficientes para o inadimplemento;

• Incentivar as relações continuadas, o que soluciona os problemas de cooperação com menos dependência nos termos contratuais.