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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES - EACH
INSTITUTO DO LEGISLATIVO PAULISTA - ILP
O USO DA INTERNET
COMO CANAL DE APROXIMAÇÃO E DIÁLOGO
ENTRE A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO E A
JUVENTUDE PAULISTA
JAIR PIRES DE BORBA JUNIOR
SÃO PAULO
2010
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES - EACH
INSTITUTO DO LEGISLATIVO PAULISTA - ILP
O USO DA INTERNET
COMO CANAL DE APROXIMAÇÃO E DIÁLOGO
ENTRE A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO E A
JUVENTUDE PAULISTA
JAIR PIRES DE BORBA JUNIOR
Trabalho apresentado junto a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP
como requisito parcial para obtenção do título de especialista em nível de especialização
em Gestão Pública Legislativa
Orientador: Prof. Dr. Carlos de Brito Pereira
SÃO PAULO
2010
FOLHA DE APROVAÇÃO
Dedico este trabalho a todas e todos aqueles que
amam a juventude dedicando suas vidas, amor,
conhecimentos e habilidades para construir para
e com eles uma sociedade mais justa e fraterna.
Agradecimentos A Deus que orienta meus passos e me fortalece durante a caminhada. Ao prof. Dr. Carlos de Brito pelas orientações e confiança. A Maria, minha esposa amada, sempre companheira, que com suas palavras, afagos, massagens e habilidades colaborou para o acabamento deste trabalho. À EE Prof. Carolina Cintra da Silveira: professora coordenadora pedagógica do Ensino Médio Cenira dos Santos Almeida por ser a primeira a dar a oportunidade de discutir a proposta de pesquisa junto aos professores, às professoras Maria Cristina de Souza Cordon e Ana Carolina Simões pelo apoio dado em sala de aula na aplicação dos questionários, e aos demais professores Ensino Médio que concordaram com a pesquisa, aos alunos do 2ª. B que participaram do grupo de discussão partilhando suas ideias e pontos de vista: Bruna Tamires, Rafael, Paula Luz, Thaygra Pereira, Nathalia Moreira, Monique Souza, Monique Débora, Deivid, Jeferson e Mariane; ao monitor da sala de informática Iramar pelo suporte dado, aos alunos que participaram do questionário 2ª A (Deyse, Mirela, Ananda, André, Suellen, Bruna, Marcio, Marco, Tatiana, Andressa, Gabriela, Elvis, Vitor, Hanna, Igor, Stéfany, Felipe, Camila, Luana), 2ª. B (Joas, Gilmar, Najila, Juliana, Sandro, Renato, Raquel, Rafaela, Tiago, Alan, Eduardo, Vinicius, Fabio, Sâmara, Thais, Eliane, Elvis, Camila, Ana Paula e Vanessa). À EE Prof. José Geraldo de Lima: a diretora Fátima de Castro Fernandes Souza Bonito, aos professores Francisco A. de Carvalho Junior e Ilza do Carmo Alves pela compreensão em ceder suas aulas para aplicação dos questionários, aos alunos que participaram do grupo de discussão partilhando suas ideias e pontos de vista: do 2ª. A (Lucilene do Nascimento, Camila Bispo, Anderson, Gilvania, Rodrigo Carvalho, Dayane Barbosa da Silva, Esmeralda Souza e do 2ª B (Carlos Henrique B. Souza, Sofia Helena, Julio, Tiago, Douglas Rocha; aos alunos que participaram do questionário: do 2ª A (André, Carola, Caroline, Daniel, Daiane, Daniela, José, Natanael, Demison, Ana, Felipe, Bruno, Caique) e do 2ª. B (Daniela, Jessica, Fernanda, Francisca, Antonia, Roberta, Reinaldo, Suzane, Adriana, Débora, Kleber, João, Rafael, Marcos, Marina, Gênesis, Henrique, Felipe, Guilherme), à monitora da sala de informática Karine pelo cuidado e suporte dado. À EE Martins Pena: ao professor coordenador pedagógico do Ensino Médio Júlio César Pereira de Freitas, à diretora Lais Alvarez e à vice-diretora Aparecida Barbosa Ferreira pelo acolhimento; aos alunos que participaram do grupo de discussão partilhando suas ideias e pontos de vista: do 2ª. A (Douglas Mendes dos Santos, Douglas Evangelista, Elias Lopes, Eric Rodrigues, Carlos Eduardo), do 2ª B (Jennifer Lacerda, Jeferson Ferreira, Elisa, Rafaela Zanzin; do 2ª. C (Ludmilla Soares), do 2ª. D (Tâmara, Roberto Carlos Macedo) e do 2ª. E (Tatiana Alves); aos alunos que participaram do questionário: do 2ª A (Paula, David, Andressa, Priscila), do 2ª. B (Rodrigo, Gullit, Fernanda), do 2ª. C (Maiara, Nathani, Michele, Karina, Vanessa, Andressa, Monique, Yago, Paula), do 2ª. D (Julio, Tales, Nathalia, Aline, Caroline, Thais, William, Tuani), do 2ª. E (Evelin, Tatiane, Lílian, Suelyn, Bruna, Larissa) e do 2ª. F (Vagner, Paulo, Robson, Mariana, Esmeria, Luana, Isabel, Leonel); às monitoras da sala de informática, Ana Cristina e Silvia Tassia, pelo suporte dado. Às colegas Paula, Silvana, Amanda, Erica e Juliane e aos meus irmãos Juliano e Jadir pela ajuda na pesquisa empírica. Aos familiares pela compreensão da ausência, em especial, minha mãe... Aos colegas de Assembleia Roberto Lamari (ILP) e Tania Mendes (Comitê do Portal) pelas entrevistas e observações. E também a Cintia (SGP), Iná, Heloísa (DF), Rosana (ILP), Marta (Imprensa) pelas colaborações e ao meu chefe João Batista pela compreensão.
Resumo
O Poder Legislativo no Brasil tem uma comunicação limitada com os milhões de
jovens do país. No geral, o contato se resume a programas educativos, culturais e sociais
isolados, fragmentados, desarticulados e de pequeno alcance. A partir de um estudo de caso
junto à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e, tomando em conta os
fundamentos teóricos da educomunicação, o presente trabalho propõe uma revisão dos
processos da Gestão da Comunicação por parte do Poder Legislativo, adotando uma política
de maior aproximação com o segmento jovem da população. Duas ações são propostas: 1º)
integrar os programas de comunicação com a juventude através de conselhos; 2º) criar uma
nova seção no portal www.al.sp.gov.br para o público jovem. Tal proposta expandirá
gradativamente a relação comunicacional entre o Poder Legislativo e a juventude,
estimulando o aprofundamento da relação e contribuindo no processo de formação crítica com
vistas à emancipação cidadã, que enxergue o jovem com suas pluralidades culturais, como um
sujeito que está em processo de formação, que tem direito a um presente digno e que tem
capacidade de participar da discussão dos problemas que vive e de suas soluções.
Palavras-chave Gestão da Comunicação, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Poder Legislativo,
juventude, educomunicação política, internet, formação política, participação.
Abstract
The Legislative Power in Brazil has a limited communication with millions of youths
in the country. In general, this contact is limited to educative, socials, cultural programs,
taking a minimal reach to the young’s. Studies organized by Legislative Power of São Paulo
State has taking in consideration theory’s fundamentals work of Educommunication,
assuming a recall of Communication Gestion process from the Legislative Power, adapting its
own mean of press to communicate more suitably to the young’s. Two actions are proposing:
1º) integrating the youth communication programs through councils; 2º) creating a new
section at the portal www.al.sp.gov.br to the young public. They can with this proposal
expand step by step the communication relationship between Legislative Power and the
young’s, creating better dialogue and contributing to its formation process, critics on the
citizen emancipation that can deal with multiple cultures of the young’s in its own formation
process, and the right to speak about its problems, lives to aim solutions.
Keywords Communication Gestion, Legislative Power of São Paulo State, Legislative Power, youth,
political educommunication, internet , political formation, participation.
Sumário Capítulo 1, Assembleia Legislativa de São Paulo, a ilustre ainda desconhecida..._______ 9
Capítulo 2, Juventudes: conceitos e perfis _____________________________________ 41
Capítulo 3, Contribuições teóricas para a Gestão da Comunicação_________________ 57
Capítulo 4, Internet, democracia e diálogo ____________________________________ 67
Capítulo 5, Conversando sobre Poder Legislativo e Internet com a Juventude ________ 79
Capítulo 6, Complementando o projeto de Gestão Comunicativa __________________ 145
Referências Bibliográficas ________________________________________________ 156
Anexos _______________________________________________________________ 160
7
Introdução
Esta monografia dá continuidade às reflexões iniciadas em 2007, em meu trabalho de
conclusão da especialização em Gestão da Comunicação (ECA-USP), intitulado Poder
Legislativo e Juventude no Brasil: uma abordagem educomunicativa – uma proposta para a
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Optei por aprofundar os estudos iniciados na
outra especialização, pois, além de ser um tema que me atrai, são escassos os trabalhos que
envolvem a inter-relação entre as temáticas juventude, poder legislativo e educomunicação.
Visitando os sites e portais dos Legislativos Estaduais e Distrital e através de
solicitação de informações por e-mail, verifiquei que o Poder Legislativo no Brasil possuía
uma comunicação limitada com os milhões de jovens do país. No geral, o contato se resumia
a programas educativos, culturais e sociais isolados, fragmentados, desarticulados e de
pequeno alcance. Diante de tal problema, a partir de um estudo de caso junto à Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e dos fundamentos teóricos da Educomunicação,
propus a adoção de uma política de maior aproximação do Poder Legislativo com o segmento
jovem da população, a fim de expandir gradativamente a relação comunicacional entre os
envolvidos, estimulando o aprofundamento desta relação e contribuindo no processo de
formação crítica com vistas à emancipação cidadã.
Segundo estimativas do PNAD 2008, os jovens de 15 a 29 anos representam
aproximadamente 25% da população, tanto considerando o país (49.771.000 jovens) como o
estado de São Paulo (10.326.000 jovens). É importante ressaltar que não existe uma
juventude, mas várias, contudo não se apela para uma visão fragmentada por tipos de jovens,
e se ressalta que há elementos comuns a todos os jovens1. Cada jovem é um sujeito de direitos
que está em processo de formação e que tem capacidade para participar da discussão dos
problemas que vivem e de suas soluções.
Eles podem ser o “futuro da nação”, mas têm o direito a um presente digno. Têm o direito de participar
da vida de seu estado, de dialogar com aqueles que o gerenciam (que deveriam representar seus
interesses e trabalhar pelo bem público comum). Têm direito de poder dizer o que pensam, de entender,
de opinar e de questionar a organização político-administrativa de seu estado. Eles têm direito de serem
cidadãos2.
1 UNESCO, 2004, p. 25. 2 BORBA JR., 2007, p. 89.
8
Apesar de tal política ainda não ser implementada, decidi me debruçar nesta
monografia sobre uma das ações propostas naquele trabalho: a criação de canais permanentes
de diálogo, mais especificamente, utilizando a internet.
Meu problema se apresenta então na questão: como o uso da internet deve ser
integrado à gestão e a política de comunicação da Alesp, para se tornar um canal
permanente de aproximação e diálogo com o segmento jovem, através de uma
abordagem educomunicativa?
Este trabalho é uma tentativa de resposta a esta pergunta. Para isso, o conteúdo foi
organizado da seguinte forma:
O capítulo 1, com o título Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a ilustre
ainda desconhecida, informará o leitor sobre a vida do segundo maior parlamento do país, sua
organização e seus canais de comunicação (inclusive os que se referem à juventude). Além
disso, são apresentados alguns dados coletados numa pesquisa de opinião sobre a percepção
da população a respeito da instituição e seus deputados.
Construído o retrato do poder legislativo, o capítulo 2, Juventudes: conceitos e perfis,
permitirá que o leitor conheça as principais características que definem a condição juvenil, e
como vive, o que pensa e o que quer a juventude brasileira.
O capítulo 3, Contribuições teóricas para a Gestão da Comunicação, dedica-se a
construir um referencial teórico que possibilite melhor compreender o problema em questão e
construir um projeto que facilite uma mais adequada gestão comunicativa da Assembleia
Legislativa com a juventude.
No capítulo 4, Internet, democracia e diálogo, faz-se um sobrevoo sobre o
interfaceamento da internet com a democracia, com vistas à construção de um relacionamento
de aproximação e diálogo entre a Assembleia e a juventude.
O capítulo 5, Conversando sobre Poder Legislativo e Internet com a Juventude, é
fruto de uma pesquisa empírica realizada com 147 jovens da cidade de São Paulo.
No capítulo 6, Complementando o projeto de Gestão Comunicativa, apresentamos
nossa proposta no campo da gestão comunicativa para a Alesp, juntamente com a
apresentação do papel do gestor da comunicação na aplicação do projeto.
Ao caro leitor e à cara leitora, desejo que mais do que respostas, esta monografia gere
novas perguntas e encoraje outros e outras a mergulharem mais fundo nesse assunto. ;->
9
Assembleia Legislativa de São Paulo, a ilustre ainda desconhecida...
A proposta deste capítulo é dar o primeiro passo para refletir sobre a gestão da
comunicação pública da Assembleia Legislativa de São Paulo: demonstrar o diagnóstico da
instituição e como ela se comunica.
1.1. Apresentação
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), nos termos do artigo 9.º da
Constituição do Estado de São Paulo, é a instituição que exerce o Poder Legislativo do Estado.
Com 174 anos, ela está sediada no Palácio 9 de Julho, na cidade de São Paulo, próximo ao Parque
Ibirapuera, desde 1968.
Através do conjunto dos 94 deputados estaduais eleitos por voto direto, a ALESP é a
representação política dos variados interesses da sociedade paulista e pode-se dizer que tem como
grande objetivo garantir o bem-estar comum da população, através dos atos de debater e legislar
sobre políticas públicas, de acordo com as Constituições da República e do Estado e da
fiscalização, controle e cobrança das ações do Poder Executivo do Estado.
Fonte: foto de Ricardo Mansho
Foto aérea da ALESP, com prédio anexo incluído através de computação gráfica – 2006.
1
10
1.2. Gestão da Assembleia Legislativa1
Todo o funcionamento e as atividades da Assembleia Legislativa são regidos pelas
Constituições da República e do Estado; pelo Regimento Interno; pelas Resoluções; e pelos Atos
da Mesa.
De acordo com o Regimento Interno da Assembleia Legislativa2, de 2007, cabe à Mesa
Diretora, a direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos. Em outras palavras,
cabe a ela a gestão da Casa, além de outras atribuições constantes no regimento.
A Mesa Diretora da Casa, bem como a Mesa Substituta, são eleitas para um mandato de
dois anos. A atual Mesa foi eleita em 15 de março de 2009, em substituição à Mesa anterior,
eleita em 15 de março de 2007, início da atual legislatura.
Além de eleitos o Presidente; 1.º e 2.º Secretários; 1.º e 2.º Vice-Presidentes e os 3.º e 4.º
Secretários, pela primeira vez foram ocupadas a 3.ª e 4.ª Vice-Presidências, criadas com a
promulgação da XIII Consolidação do Regimento Interno, em 13 de novembro de 2007.
Comparando com a Mesa anterior, apesar de aumentar o número de cargos, nesta gestão,
há apenas uma mulher na Mesa (antes eram duas). Também, havia dois deputados que
declaravam a juventude/adolescência como parte de sua área de atuação (uma característica que
julgamos importante para aqueles que querem que a Casa se relacione com a juventude).
Atualmente, nenhum membro explicita este interesse.
Todavia, no quadro, mantem-se a presença de um deputado jovem, isto é, com idade até
29 anos.
Cargo Mesa Diretora Idade Área de atuação Presidente Barros Munhoz (PSDB) 653 Agricultura, Assuntos Jurídicos
1º Secretário Carlinhos Almeida (PT) 464 Não Específica 2.º Secretário Aldo Demarchi (DEM) 655 Não específica
Cargo Mesa Substituta Idade Área de atuação 1.º Vice-Presidente Conte Lopes (PTB) 57 Polícia Militar, Segurança Pública 2º Vice-Presidente Davi Zaia (PPS) 536 Bancários
1 BORBA JR., 2007. 2 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2007. 3 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Antonio_Barros_Munhoz. Acesso em: 2 jan. 2010. 4 Disponível em: http://www.carlinhosalmeida.com.br/site/publish/perfil/article_98.shtml. Acesso em 2 jan. 2010. 5 DIÁRIO, 2009, p.6.
11
3.º Vice-Presidente Roberto Engler (PSDB) n/d Educação, Saúde, Saúde da Mulher, Social 4.º Vice-Presidente Vinícius Camarinha (PSB) 29 Não específica
3.º Secretário Feliciano Filho (PV) 527 Defesa animal 4.º Secretário Ana do Carmo (PT) 548 Movimentos Populares
Mesa Diretora e Substituta eleita em 15 de março de 2009. Fonte: www.al.sp.gov.br, em 02/01/2010
A possibilidade de livre nomeação de cargos de confiança, trazendo, muitas vezes,
profissionais que não são titulares de cargos efetivos da ALESP associada a esse curto mandato de
gestão provoca, também, grande rotatividade de diretores – nos diferentes níveis hierárquicos,
como no Departamento de Comunicação, por exemplo –, dificultando o desenvolvimento de
programas de médio e longo prazo. Nesse caso, uma possibilidade de garantir, ou de pelo menos,
aumentar as chances de um projeto ou programa não ser descontinuado é transformando-o em
norma (através de resolução). Mesmo assim, a continuidade não é garantida totalmente, pois
dependerá da “boa vontade política” do(s) sucessor(es) para dar as condições e apoio necessários.
1.3. Quem faz parte
A Assembleia Legislativa caracteriza-se como uma Instituição de grande porte, tendo em
seu quadro de servidores, 2.131 ocupantes de cargos em comissão (aumento de 7,3% em relação a
2006), 922 ocupantes de cargos efetivos (redução de 5,7% em relação a 2006) e 1 engenheiro
contratado em regime Celetista, totalizando 3.054 servidores (dados atualizados em 31/12/2008 –
publicados no D.O.E. 01/05/2009)9.
Com exceção do engenheiro, o contrato de trabalho dos servidores é regido pelo Estatuto
dos Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo. Esses servidores trabalham em função dos
deputados estaduais e da própria organização e manutenção da Instituição. A estrutura de
organização da Casa foi reformulada pelas Resoluções 776, de 14 de outubro de 1996, e 783, de
1.º de julho de 1997. A anterior, que vigeu por vinte anos, centralizava as funções numa única
Diretoria Geral.
6 Disponível em: http://deputadodavizaia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=22&Itemid=34 Acesso em 2 jan. 2010. 7 Disponível em: http://www.felicianofilho.com.br/2010/?page_id=2 Acesso em 2 jan. 2010. 8 Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/candidatos-deputado_estadual-sp-13632.shtml Acesso em 2 jan. 2010. 9 Em 31/12/2005, eram 1976 pessoas ocupantes de cargos em comissão e 1002 efetivos, totalizando 2978 servidores (publicado no D.O.E. 8/4/2006). Ou seja, houve um aumento de 7,84% no quadro de comissionados e uma diminuição de 7,98% no quadro de efetivos. O quadro de cargos e funções ainda informa que haviam disponíveis ainda 54 vagas para cargos em comissão e 212 para cargos efetivos.
12
Fonte: www.al.sp.gv.br - Organograma da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – parte I.
13
Fonte: www.al.sp.gv.br - Organograma da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – parte II.
Cada unidade da Federação possui um número de deputados, definido pela quantidade de
habitantes em cada Estado.
As regras de cálculo estão estabelecidas na Constituição da República, nos artigos 27 e 45
e na Lei Complementar 78, de 1993. De acordo com essas regras, por ser o Estado mais populoso,
São Paulo possui o maior parlamento estadual do país, composto por 94 deputados estaduais –
de diferentes partidos e ideologias –, eleitos pela população das mais diversas regiões do Estado
de São Paulo, em eleições diretas, para exercer mandato representativo de quatro anos (nos termos
do artigo 27, § 1.º, da Constituição da República) com direito à reeleição.
Utilizando-se a projeção da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008 e
os dados do TRE-SP10, ao fazermos as contas, verificamos a proporção de mais de 433 mil
habitantes e mais de 309 mil eleitores por deputado.
10 Dados 2008 do Estado de São Paulo: população 40.763.872 (Pnad 2008 – IBGE); eleitores aptos: 29.130.706 (TRE-SP – disponível em http://www.tre-sp.gov.br/noticias/texto2010/not100121.htm Acesso em 25 jan. 2010).
14
O trabalho dos deputados não se limita a apresentação e votação de projetos nas sessões
do plenário.
Cabe, também, ao parlamentar: (i) discutir a proposta de Orçamento elaborada pelo
Executivo, apresentando emendas e definindo onde serão aplicados os recursos do Estado; (ii)
participar das reuniões das Comissões Permanentes e das Comissões Parlamentares de Inquérito
[quando existem]; (iii) apresentar projetos de Lei, de Decreto Legislativo e de Resolução; (iv)
propor emenda à Constituição do Estado e analisar propostas encaminhadas por outros deputados,
pelo governador, Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e pelos cidadãos11.
Segundo a análise dos dados veiculados no portal da Assembleia na internet, em janeiro
de 2010, os 94 deputados estaduais estavam distribuídos entre 15 partidos, sendo as maiores
bancadas as do PSDB, do PT e do DEM, com 26%, 20% e 12%, respectivamente. Mais de 70%
dos deputados possuem ensino superior ou estão cursando. Quanto ao gênero, apenas 11% são
mulheres. Deputados com até 29 anos compõem 4,3% do parlamento. Além disso, uma deputada
é paraplégica e um deputado é deficiente visual. Em relação à área de atuação, 6,4% declaram que
atuam explicitamente com a adolescência e a juventude.
Fonte: http://www.al.sp.gov.br - acesso em 2/1/2010 Ocupação dos partidos no parlamento paulista – 16.ª Legislatura – biênio 2009-2011.
11 Cf. Atribuições dos deputados em: SÃO PAULO (ESTADO), nov. 2006, p. 10-11.
Partido Qtde Deputados Porcentagem Cargos na mesa PSDB 24 26% Presidência e 3.ª Vice-Presidência
PT 19 20% 1.ª e 4.ª Secretarias
DEM 11 12% 2.ª Secretaria
PV 6 6% 3.ª Secretaria
PSB 5 5% 1.ª Vice-Presidência
PPS 5 5% 4.ª Vice-Presidência
PDT 5 5% 2.ª Vice-Presidência
PTB 5 5% -
PMDB 4 4% -
PRB 2 2% -
PP 2 2% -
PSC 2 2% -
PSOL 2 2% -
PR 1 1% -
PC do B 1 1% -
Total 94 100%
15
1.4. A comunicação da ALESP
A comunicação da Assembleia é responsabilidade do Departamento de Comunicação
(subordinado à Secretaria Geral Parlamentar), formado pela Divisão de Imprensa; Serviço de Sala
de Imprensa; Serviço Técnico de Editoração e Produção Gráfica; Divisão de Rádio e TV e
Divisão de Comunicação Social. Além disso, há um Comitê Interdepartamental responsável pelo
portal da Assembleia na Internet.
1.4.1. A política de comunicação
A política de comunicação da ALESP é elaborada pelo Departamento de Comunicação,
com base nas diretrizes formuladas pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 20, da Resolução
776/1996,. Entretanto, durante o ano de 2009, não se encontrou nenhum documento em que
estivesse formalizada a política de comunicação da ALESP.
Dentre as ações de comunicação coordenadas ou orientadas pelo departamento, o que se
pode perceber, de mais relevante, foi um empenho no que se refere à operacionalização da
transmissão definitiva da TV Assembleia pelo sistema digital.
Em 1.º de outubro de 2009 celebrou-se contrato entre a ALESP – a pedido do
Departamento de Comunicação – com a Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da
Comunicação (FUNDAC) para prestação de serviços de assessoria em comunicação12. A
solicitação de contratação foi justificada da seguinte forma:
Dada a importância que, hoje, os meios de comunicação têm no cenário político estadual,
é necessário que este Departamento de Comunicação possa ser efetivamente requalificado e
treinado por profissionais da área de imprensa escrita, televisão, revistas, fotografia, comunicação
12 A vigência do contrato é de 1º de outubro de 2009 a 31 de março de 2010. A prestação de serviços foi orçada em R$724.800,00 (setecentos e vinte e quatro e oitocentos mil reais). Por sua natureza jurídica e experiência adquirida ao longo de seus dez anos de atuação, a FUNDAC pode ser contratada pela Administração Pública, mediante dispensa de licitação, com fundamento legal no artigo 24, inciso XIII, da Lei Federal de Licitações e Contratos Administrativos, nº 8.666/93.
16
social e demais meios que possam levar a informação das atividades da Assembleia Legislativa de
maneira mais objetiva.13
Constam dos relatórios mensais emitidos pela FUNDAC que o foco do projeto
desenvolvido junto à ALESP é a organização da área de comunicação e sua
instrumentalização14 tendo como uma das consequências deste processo o estabelecimento de
uma nova política de comunicação15. O objetivo de tal política é posicionar a Assembleia como
interlocutora nas relações inerentes aos contextos político, social e econômico em que atua de
forma ativa e proeminente. Esta política tem por filosofia a necessidade de tornar visível a
identidade da ALESP – sua missão, função social e valores – para todos os públicos com os quais
ela se relaciona, consolidando uma imagem positiva e contribuindo para o desenvolvimento de
nossa sociedade16
.
Dentre as observações relatadas e as ações programadas e sugeridas, eis alguns pontos que
merecem destaque:
• Ações de sensibilização e treinamento do corpo burocrático da Assembleia,
inclusive os 94 deputados, sobre a importância da implantação de uma política de
comunicação sólida, conhecida e “abraçada” por todos, para que a ALESP não seja
compreendida como a soma dos 94 mandatos parlamentares que caminham em
sentidos distintos, e sim como uma organização capaz de representar amplamente
os interesses da sociedade estadual17
;
• Estabelecimento de novo fluxo interno de informações para integrar e otimizar os
processos de trabalho dentro da área de comunicação18;
• Relação institucional da ALESP com os grandes meios de comunicação, pois,
como já havíamos diagnosticado em nosso trabalho anterior (BORBA JR., 2007, p.
34), são eles os maiores interlocutores da ALESP perante a sociedade civil. Optou-
se, então, por estruturar a assessoria de imprensa da Instituição para constituir um
relacionamento entre a Assembleia e os mass media;
13 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2009. p.1. 14 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2009. p.366. 15 Ibidem, p.302. 16 Ibidem, p.366 17 Ibidem, p.2 18 Ibidem, p.302 e 372
17
• Criação, aperfeiçoamento e integração dos canais de comunicação da ALESP,
criando identidade visual e propondo caminhos para reforçar e complementar uns
aos outros, guardando entre si uma relação absoluta e condizente com os desejos
da Assembleia Legislativa19
.
Analisando sob o paradigma da educomunicação20 e sob o caráter educativo do princípio
constitucional da publicidade na administração pública21, não se percebe qualquer preocupação
explícita em educar a sociedade civil para a participação cidadã (função político-pedagógica do
Legislativo22) através dos produtos de comunicação, tampouco estabelecer relação dialógica com
os cidadãos. O que percebemos é a opção por ratificar a representatividade que não dialoga com
os representados. Na proposta de missão e orientação institucional, eis alguns pontos orientadores
que demonstram pelo menos preocupação em criar estratégias de comunicação diferenciadas,
considerando a diversidade da sociedade paulista: 23
• Maior ênfase na sociedade civil: ampliando de modo mais amplo possível os vários públicos de
relacionamento da ALESP;
• Priorizar o público receptor da mensagem, não o emissor: processo de comunicação é construído
tendo em vista prioritariamente o interesse dos vários públicos e considerando suas
características e diferenciações;
• Atingir um número muito maior de pessoas: ampliar a capacidade de cobertura da sociedade como
um todo, de modo segmentado e com discurso diferenciado.
1.4.2. Stakeholders e canais de comunicação
O termo stakeholder, usado pela primeira vez pelo filósofo Robert Edward Freeman,
refere-se a
19 Ibidem, p.267 20 Sobre o conceito de educomunicação, verificar o capítulo 3. 21 O artigo 37 da Constituição Federal em seu §1º diz que a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social. Apesar de não ser obrigatório, o caráter educativo é de suma importância para a consolidação da democracia e para a valorização do Poder Legislativo, principalmente no que se refere a juventude, pois parte do pressuposto que ser transparente é mais do que disponibilizar informações, é possibilitar que as pessoas compreendam as informações disponíveis, que possam se apropriar delas e que tenham condições de criticá-las e/ou de ratificá-las, com vistas a um processo de emancipação cidadã. 22 Sobre a função político-pedagógica ou função educativa do Parlamento ver COSSON, 2008, p. 187-201. 23 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2009. p.366.
18
qualquer pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma [organização], (...) compreende
todos os envolvidos em um processo, que pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro
(como o negócio de uma empresa ou a missão de uma organização)24.
É de fundamental importância que o gestor de comunicação de qualquer Organização, no
caso, a Assembleia Legislativa, tenha claro quais são seus stakeholders, qual o nível de
relacionamento que se espera ter com cada um deles e como se dará este relacionamento para se
definir as diversas estratégias que farão parte em seu planejamento e sua política de comunicação.
Segundo informações coletadas pelo Instituto Peabirus junto ao Departamento de Comunicação
da ALESP, estes são seus stakeholders:
Assembleias Legislativas de outros Estados, Associação Comercial, audiências públicas, autarquias e
fundações públicas, bases eleitorais, câmaras municipais, cidadãos, comissões permanentes,
concessionárias de serviços e obras públicas, Congresso Nacional, conselhos profissionais, consulados,
crianças e adolescentes, Defensoria Pública, dirigentes estatais, eleitor, empresários, FIESP,
fornecedores, frentes parlamentares, funcionários da Casa, governador, Governo do Estado, ILP,
imprensa, melhor idade, ONGs, operadores do direito, organizações sociais, parlamentares, Parlamento
Jovem, pesquisadores, pessoas com deficiência, Poder Judiciário, prefeitos, prefeituras, SEBRAE,
secretarias de estados, secretários de estado, Segurança Pública, sindicatos, Sistema 3S, sociedade civil,
Tribunal de Contas, UNALE, universidades e Vereadores25.
No desejo de se comunicar com todos ou muitos destes grupos de interesse, vários canais
de comunicação foram criados. É comum, ao falarmos de comunicação, só pensar nos grandes
meios, nos mass media, nas tecnologias, ainda mais quando pensamos numa instituição, como a
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a qual congrega os interesses de milhões de
cidadãos paulistas. Mas, não se deve esquecer da comunicação que começa no diálogo entre dois
sujeitos, entre dois grupos, entre duas instituições... É por isso que ao listar os canais de
comunicação da ALESP, iremos além da TV e do jornal, por exemplo.
Comunicação interna: clipping diário de jornais da capital/ABC e do interior e de
revistas (este último em fase experimental); memorandos; lista telefônica interna;
intranet; RH on line; mensagens pela rede interna de computadores; serviço de
audiofonia (alto-falantes distribuídos na Casa transmitem as sessões e os principais
fatos/avisos internos); Diário Oficial – Poder Legislativo (impresso e internet);
sindicato e associações de funcionários; palestras, treinamentos e eventos internos
24 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Stakeholder#cite_note-1 Acesso em 24 jan. 2010. 25 INSTITUTO PEABIRUS, 2009.
19
como Semana de Saúde e Semana de Talentos; murais; banners; placas, totens, mapas
e letreiros de identificação externos e internos.
Comunicação externa: mandatos dos deputados (utilizando diversas formas de
comunicação inclusive as redes sociais na Internet); Revista “Parlamento Paulista”
(impressa e Internet – desatualizada); Diário Oficial – Poder Legislativo (impresso e
internet); TV Assembleia (TV digital, TV a cabo, parabólica e internet); TV Web
(transmissão ao vivo das atividades parlamentares que acontecem nos cinco plenários
da Casa); e-mail; portal da Assembleia, acessado através do www.al.sp.gov.br;
Instituto do Legislativo Paulista - ILP (atividades internas e externas e Educação a
Distância); Rádio ILP (artigos e entrevistas disponibilizados em formato mp3 na
página do ILP); perfis no Twitter da ALESP e do ILP (twitter.com/assembleiasp;
twitter.com/ilpsp); uso pelo ILP de torpedos SMS nos cursos de Iniciação Política nos
Centros de Integração da Cidadania (CICs); POLITIKA – jornal do ILP; cartazes,
folders, convites, cartas; Parlamento Jovem; visitas monitoradas de instituições de
ensino; publicações de vários departamentos como o de Documentação e Informação
(DDI), Procuradoria e ILP, por exemplo; Interlegis – Comunidade Virtual do Poder
Legislativo para modernização e integração do Legislativo brasileiro (de
responsabilidade federal e da qual a Assembleia faz parte); Central de Atendimento ao
Cidadão – CAC (atendimento através do 0800-77-ALESP [0800-77-25377]; de
correspondência endereçada à Central de Atendimento ao Cidadão: Palácio 9 de Julho,
Av. Pedro Álvares Cabral, 201, Ibirapuera, São Paulo-SP; ou pessoalmente na sala
S46 da ALESP); SOS Racismo (atendimento no local, pelo e-mail
[email protected] e pelo disque denúncia 0800-77-33-886); Assembleia
Popular; Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas
Estrangeiras (Conscre); Espaço das Cidades (em processo de reabertura); Conselho
Parlamentar pela Cultura de Paz; Polícia Militar e servidores; exposições artísticas;
sessões e atos solenes; audiências públicas internas e externas, seminários, palestras,
cursos.
A seguir, vamos conhecer um pouco mais de alguns desses canais.
20
1.4.2.1. A TV Assembleia
A TV Assembleia foi criada em 1996, instalada nas dependências do Palácio 9 de Julho,
com o objetivo primordial de veicular informações referentes aos trabalhos parlamentares da
instituição e sobre sua própria função. Em segundo lugar, estava o oferecimento de uma
programação alternativa à da rede comercial, com programas educativos e culturais.
Atualmente (janeiro de 2010), conta com equipe de 96 profissionais, entre jornalistas,
radialistas e outros técnicos, responsável pelas 24 horas de programação da TV Assembleia,
recepcionadas através das TVs a cabo do Estado de São Paulo, por parabólica26, pelo canal
multiprogramação da TV Câmara (sistema aberto UHF digital) e também pelo portal da
Assembleia na Internet. Além disso, a equipe também é responsável pela TV Web que consiste na
transmissão ao vivo das atividades parlamentares (CPIs, frentes parlamentares, comissões) que
acontecem nos cinco plenários da Casa (segundo Tania Mendes, do Comitê do Portal, há uma
grande limitação no número de usuários simultâneos). Seu trabalho é viabilizado por contrato
mantido com a Fundação Padre Anchieta – Centro Paulista de Rádio e Televisão Educativas,
responsável pela TV Cultura de São Paulo. A parceria, ainda, inclui o compromisso de realizar
coberturas de caráter jornalístico, fornecimento de funcionários e o know-how necessário. Seu
orçamento, em 2010, é de até R$ 22.221.460,32 (vinte e dois milhões, duzentos e vinte e um mil e
quatrocentos e sessenta reais e trinta e dois centavos)27.
Os canais legislativos foram criados pela Lei da TV a Cabo, de janeiro de 1995. A lei estabelece que as
Assembleias e as câmaras municipais devem compartilhar o horário da programação. Como as TVs a
cabo têm concessão de âmbito municipal, a ALESP deve negociar a divisão do espaço com cada
câmara28 [24 no total].
Na cidade de São Paulo, o sinal da TV Assembleia é cortado para a entrada do sinal da
Câmara Municipal, de segunda a sexta-feira das 2 horas às 6 horas e das 12 horas às 20 horas e
aos finais de semana das 8 horas às 20 horas (aos sábados às 12 horas é transmitido o programa
Assembleia Popular da TV Assembleia). O corte acontece apenas naquela cidade durante o
horário acordado entre as partes e nunca corta um programa antes do seu término. O controle do
26 Para sintonizar, ajuste: satélite Brasil SAT B3, Transponder 2 B E, posição orbital 84º W, Polarização Vertical, Banda C, Freqüência 3709,5 MHz (1440MHz convertido), compressão MPEG 2 DVB, symbol rate 12960 Mbits, Data Rate 179152294, FEC 3/4. 27 DIÁRIO, 2009, p.36. 28 Folha de São Paulo, 2007, p. A15.
21
sinal é efetuado pela TV Assembleia. O interior do Estado recebe a programação
ininterruptamente.
Organograma da TV Assembleia
Programas produzidos e veiculados pela TV Assembleia29
ARENA LIVRE / O tema é... Uma personalidade importante, um tema que mereça destaque, questões que exigem resposta: é em torno disso que se desenvolve o programa, gravado em estúdio, com deputados entrevistando uma personalidade. O programa mostra também uma reportagem sobre o trabalho desse convidado. EM DISCUSSÃO Participam da discussão de um projeto de lei já apresentado, o autor do projeto e três convidados de diferentes segmentos da sociedade que possam contribuir ao aprimoramento da proposta. AL DEPOIMENTO Documentários sobre temas que tenham importância para a Cidade e o Estado de São Paulo. É uma produção relevante para a memória econômica, cultura e histórica dos paulistas.
29 Informações retiradas do portal da Assembleia e revisadas pelo diretor de jornalismo da TV Assembleia.
22
ASSEMBLEIA POPULAR Assembleia Popular é uma tribuna livre, dentro do espaço da Assembleia Legislativa de São Paulo, para os cidadãos que queiram se manifestar sobre assuntos do interesse da coletividade. Acontece sempre às quartas-feiras, das 12h00 às 13h00, no Auditório Franco Montoro. É assegurado o uso da palavra a todos os cidadãos que fizerem inscrição no dia e local da gravação. Os inscritos obedecem à ordem sequencial e podem expressar-se pelo período máximo de dez minutos, sobre temas de interesse da população. A gravação é levada ao ar ao sábado, às 12 horas. SAÚDE & VIDA Debate com especialistas em saúde e medicina, com a participação do telespectador através de perguntas encaminhadas por fax e ou email. Trata-se de um programa de interesse público, que deverá contar com a participação da bancada médica da Assembleia Legislativa. AL DEBATE Programa ao vivo em que representantes de diversos setores da sociedade e deputados se encontram para discutir temas que fazem parte das preocupações da população. Realizado em estúdio, o programa terá sempre reportagens apresentando os temas. AL AGORA Boletins informativos que apresentam as principais notícias da Assembleia durante o dia. Repercussão dos fatos nas entrevistas com os deputados. EM PLENÁRIO Transmissão ao vivo dos trabalhos diários no Plenário, permitindo que o cidadão acompanhe, em tempo real, os debates dos parlamentares. AUTORETRATO O perfil dos deputados. Através do depoimento do próprio parlamentar, é apresentada sua trajetória de vida, seu trabalho, sua vida pessoal e política. Muitas vezes com a participação de familiares e de amigos, é uma forma de aproximar o deputado de seu eleitorado. AGORA É LEI Uma lei aprovada pelo poder legislativo é discutida, no programa, com representantes de setores envolvidos no tema. O objetivo é deixar transparecer a viabilização do cumprimento da nova proposta. Uma reportagem abre o programa informando sobre a conjuntura em que o tema está inserido. POR DENTRO DA POLÍTICA Entrevistas com deputados estaduais sobre temas relacionados à sua atuação parlamentar e seus posicionamentos na política do Estado. FELICIDADES Programetes sobre cada um dos 645 municípios do Estado, veiculados na véspera e no dia do aniversário da cidade em vários horários durante a programação.
1.4.2.1.1. TV Assembleia e a TV Digital30
A partir de outubro de 2008, a TV Assembleia em conjunto com a TV Câmara (DF),
iniciou as transmissões simultâneas experimentais na capital paulista através do Sistema
Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) pelo canal 61.
30 Disponível em: <http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id= 5235& Itemid=4402>. Acesso em: 31 out. 2009.
23
Inicialmente, a transmissão tinha cobertura limitada, mas em 1.º de julho de 2009, foram
ativados os transmissores definitivos e o sinal digital começou a ser irradiado para toda a capital.
Por ser um sinal aberto e gratuito, a expectativa do Legislativo Estadual é que o sinal atinja 20
milhões (de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo31. Nessa data foi assinado um
documento entre as duas Casas Legislativas tornando vitalícia a parceria. Contudo a transmissão
em multiprogramação continua, oficialmente, a título experimental, pois ainda não foi
regulamentada32.
Através do recurso de multiprogramação, uma das novidades da TV Digital, é possível a
transmissão de, teoricamente, 04 programações num único canal. O Instituto Mackenzie está
estudando as possibilidades técnicas para que se alcance 07 programações, dividindo o mesmo
transmissor. Dessa forma, no caso paulistano, o projeto denominado: Rede Legislativa de
Televisão, através de um único canal, poderia transmitir a TV Câmara, a TV Assembleia, a TV
Senado, a TV Câmara Municipal de São Paulo e mais três programações de outras câmaras
municipais. Segundo a Agência Câmara, esse modelo que está sendo testado em São Paulo servirá
de referência para a implantação da Rede Legislativa em todo o país.
O compartilhamento do mesmo canal trará benefícios econômicos para as partes
envolvidas, pois os custos de operação serão diluídos.
Segundo Evelin Maciel, representante da Associação Brasileira de Televisões e Rádios
Legislativas (Astral),
a Câmara dos Deputados adquiriu por intermédio de licitação internacional os transmissores que serão usados
pelo canal 61. O processo, inicialmente avaliado em R$ 8 milhões – ao final custou R$ 3,35 milhões (...). De
seu lado, a TV ALESP se encarregará dos gastos com a operação do serviço e ainda no fornecimento da torre
de transmissão. A mesma antena deve ainda ser “compartilhada com a TV Justiça. Mas neste caso, trata-se
apenas do compartilhamento da antena e não do transmissor, nem do canal”33.
31 Disponível em:<http://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/menuitem.4b8fb127603fa4af58783210850041ca/? vgnextoid=f6b3657e439f7110VgnVCM100000590014acRCRD&id=11fa412972e12210VgnVCM100000600014ac____>. Acesso em: 29 jun. 2009. 32 O Projeto de Lei 277/07, que prevê canais abertos, para a Câmara dos Deputados, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal, Empresa Brasileira de Radiodifusão – Radiobrás, Assembléias Legislativas, Câmara de Vereadores e outras entidades de direito público voltadas à execução dos serviços de televisão educativa ainda está em discussão. O projeto foi aprovado na Câmara e encaminhado ao Senado em 30/9/2009 pela Mesa Diretora da Câmara. 33 Disponível em: <http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task= view&id= 5235& Itemid=4402>. Acesso em: 31 out. 2009.
24
Fato curioso: a TV Câmara divulga em seu portal que transmite digitalmente em caráter
experimental34, mas no portal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo não há qualquer
menção de transmissão digital. A página continua informando apenas a transmissão via NET e
TVA35.
Por enquanto o acesso a TV Digital é pequeno, apenas 3% da população brasileira tem
acesso ao sistema36, mas com o decorrer do tempo, mais pessoas poderão acessar a programação
das TVs Legislativas, além dos usuários de TVs por assinatura.
1.4.2.2. O portal da Assembleia na Internet – www.al.sp.gov.br
34 Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/tv>. Acesso em: 31 out. 2009. 35 Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/menuitem.ff58adc8fb82d50fa8728110f20041ca/? vgnextoid=dd1a925a51f57110VgnVCM100000590014acRCRD>. Acesso em 31 out. 2009. 36 Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u602564.shtml >. Acesso em: 1 nov. 2009. Daniel Castro. TV digital só é vista por 3% da população, diz coluna.
25
A Assembleia entrou no universo virtual por intermédio de seu site, no final dos anos
1990. Em março de 2005, decidiu-se adotar o conceito de portal, remodelando o site, visual e
estruturalmente, para permitir acesso a novos serviços e informações e, também, maior
participação cidadãos, dos deputados e demais setores da Casa, propiciando maior transparência
da instituição.
1.4.2.2.1. Comunicação, participação e gestão do conhecimento
Segundo o Ato da Mesa 05/2005, o portal da Assembleia deve ser um meio de
comunicação, participação e de gestão do conhecimento. Objetiva-se, através dele, conectar todos
os sistemas corporativos da ALESP, inclusive unindo Intranet e Internet, enriquecendo a
experiência de gestão dos processos de reter e disseminar o conhecimento da instituição e de
diálogo com os usuários, com vistas ao fortalecimento da democracia representativa e
participativa.
Seu modelo conceitual, portanto, está orientado para a articulação compartilhada de múltiplos
produtores de informações e conteúdos [grifo nosso], cuja inclusão não depende de um webmaster
centralizado, porque é prevista para ser realizada pelos próprios produtores e autores dessas
informações (Web2).
É justamente essa dinâmica descentralizada que faz a diferença entre um portal e um site. Enquanto um
site é gerenciado por um único departamento, normalmente o de informática, um portal pressupõe a
colaboração direta de vários setores, o que permite que um volume muito maior de informações possa
ser disponibilizado com grande rapidez37.
Segundo documento do Comitê38, todos – deputados, funcionários e cidadãos – são, ao
mesmo tempo, autores (que alimentam o portal com algum tipo de informação) e usuários (que
recebem as informações).
A possibilidade do cidadão ser autor tem começado a caminhar com a disponibilização de
ferramentas, como a Audiências Públicas do Orçamento e a Emendas on line. A primeira permite
que a pessoa poste sugestões para compor a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei
Orçamentária Anual (LOA), com possibilidade de um deputado utilizá-la. Nesse caso, ela será
37 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2007. 38 O PORTAL DA ALESP www.al.sp.gov.br. Comitê executivo do Portal. Out. 2009.
26
divulgada no portal (na página Audiências Públicas – Orçamento 2010), como sendo uma
emenda adotada por um deputado. Já a segunda permite que o cidadão encaminhe uma emenda
orçamentária, via sistema, ao deputado de sua escolha. Esses recursos só ficam disponíveis
durante o processo de elaboração orçamentária. Além disso, está em fase final de
desenvolvimento, o Banco de Projetos que permitirá que pessoas e entidades enviem projetos
para a Assembleia. “Após análise de grupo técnico de servidores especializados da Casa, serão
encaminhadas à Comissão de Legislação Participativa, para formulação do respectivo projeto de
lei ou propositura compatível. A autoria do projeto constará como da Comissão de Legislação
Participativa com destaque para a autoria popular”39.
Outro canal de participação ativa do cidadão que já está desenvolvido e testado, mas
ainda não está disponível é o Fórum de Discussão que permitirá o debate de temas relevantes.
Sua implantação implica na definição de moderadores – definidos pelas lideranças junto com
o Comitê – não para cercear a liberdade de opinião, mas para não permitir o uso ilegal, em
especial o comercial, de um canal público, o que poderia acarretar na responsabilização da
administração da ALESP. Aqui, porém, cabe um comentário. De acordo com o que
pesquisamos, mais importante ainda deve ser o papel do moderador, que segundo Wilhelm
(apud FREY, 2000):
“Ao construir pontes – seja resolvendo conflitos, planejando o futuro dos bairros, resolvendo problemas
colaborativamente ou priorizando assuntos – um facilitador competente e confiável é frequentemente
necessário para gerenciar o fórum e criar ordem no caos potencial”.
Atualmente, o portal disponibiliza: prestação de contas do uso das verbas de gabinete de
cada deputado; consultas aos projetos de lei que estão tramitando e seu histórico (situação e
localização); pesquisas de deputados e as normas estaduais propostas por cada um (leis, emendas
e outras); consultas a publicações e documentos (atas das comissões, por exemplo); notícias da
Assembleia; agenda com a relação de todos os eventos da Casa; mural com cartazes e convites
eletrônicos de eventos; acesso on line à programação da TV Assembleia e à TV Web (câmeras
mostram, ao vivo, as atividades nos plenários da Casa), ao Diário Oficial (Diário da Assembleia),
entre outros.
39 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2010.
27
1.4.2.2.2. Diretrizes que orientam o planejamento do portal40
Faz parte do modelo conceitual do portal, o foco principal no cidadão. Para isso, algumas
diretrizes orientam o planejamento e avaliação de recursos e conteúdos:
• saber o que é a Assembleia Legislativa, como funciona e o que acontece nela;
• encontrar informações sobre os deputados, o andamento dos trabalhos e os resultados dessas ações;
• interagir com o Parlamento, participar das discussões e deliberações e apresentar propostas de
legislação, fiscalização e controle;
• obter informações para estudar temas relevantes em políticas públicas e para resolver problemas
individuais e coletivos;
• demandar e realizar ações e serviços ou apresentar propostas de fornecimento;
• acompanhar processos;
• conhecer as características dos mecanismos da democracia representativa e da democracia direta
nos termos constitucionais.
Além disso, o Ato 05/2005 também explicita a importância de realizar diagnósticos que
levantem os perfis dos usuários atuais e potenciais, a fim de contribuir no desenvolvimento do
modelo conceitual do Portal da ALESP e nos trabalhos do Comitê.
Um dos reflexos do foco no cidadão é a implementação de recursos de personalização e
segmentação. Ao se cadastrar no portal, pode-se selecionar os assuntos de seu interesse41 e
informar quais são os segmentos42 a que pertence. Estas informações permitem que quando se
está logado o portal apresente as notícias e os destaques43 orientado pelo perfil. Segundo
Tania Mendes, coordenadora do Comitê do Portal, planeja-se que a personalização chegue ao
ponto de permitir que o internauta organize o layout da página de acordo com seu gosto e
interesse. Tais recursos são necessários e demandam constante processo de aprimoramento para
que o internauta possa ter uma experiência agradável ao utilizar o Portal, mostrando-se como um
40 O PORTAL DA ALESP www.al.sp.gov.br. Comitê executivo do Portal. Out. 2009. 41 Administração Pública, Agricultura e Pecuária, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Assuntos Internacionais, Assuntos Metropolitanos, Assuntos Municipais, Cultura, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Social, Direitos Humanos, Direitos do Consumidor, Economia e Planejamento, Educação, Energia, Esportes e Turismo, Finanças e Orçamentos Públicos, Fiscalização e Controle, Funcionalismo, Habitação, Justiça e Cidadania, Legislação, Licitação de Bens e Serviços, Meio Ambiente, Previdência Social, Promoção Social, Proposições, Relações do Trabalho, Saúde e Higiene, Segurança Pública, Serviços e Obras Públicas, Transportes e Comunicações. 42 Parlamentares, Funcionários da ALESP, Fornecedores, Jovens, Terceira Idade, Servidores e Gestores, Necessidades Especiais (expressão em desuso), Pesquisadores, Estudantes, Entidades e Organizações, Outros. 43 Destaques são links que funcionam como atalho para páginas relevantes que são disponibilizados no lado direito da tela. Segundo a coordenação do Comitê do Portal, o aumento dos destaques é um dos indícios que a estrutura dos menus merece uma revisão.
28
canal útil e importante para a relação comunicacional entre a sociedade civil e o Parlamento, de
acordo com seus interesses.
1.4.2.2.3. Gestão do portal
O portal é de responsabilidade do Comitê Executivo do Projeto Portal da ALESP,
criado a partir do Ato 05/2005 da Mesa, e possui a seguinte composição: Secretário Geral de
Administração; Secretário Geral Parlamentar; Diretores dos departamentos de Informática e
Desenvolvimento Organizacional (DIDO), de Comissões, de Documentação e Informação, de
Comunicação, Parlamentar; Diretor Presidente do Instituto do Legislativo Paulista; Diretor da
Divisão de Desenvolvimento Organizacional do DIDO; além de uma equipe de tecnologia da
informação e comunicação. A coordenação do Comitê é de responsabilidade da servidora Tania
Rodrigues Mendes. Além disso, está previsto no Ato, a possibilidade de se criar subgrupos com
a participação de diversos órgãos da ALESP para o desenvolvimento de trabalhos
específicos.
O Comitê gere o portal e é responsável por ele. Ele não é um órgão de nenhuma Secretaria
da Assembleia Legislativa, mas um processo de trabalho e comunicação que objetiva elaborar
planos e políticas a serem analisados e aprovados pela Mesa, que servirão de diretrizes do
processo permanente de funcionamento e manutenção do portal. Dentre as competências do
Comitê, enumeradas no Ato 05/2005, destacam-se:
I – elaborar e manter plano de trabalho;
II – desenvolver o Modelo Conceitual Pleno do Portal, definindo visão, foco, missão, objetivos, arquitetura
de informações, produtos e serviços, matriz de responsabilidades e estratégias de resultados e de implantação;
III – propor as políticas referentes às dimensões internas e externas de:
b) metadados, tais como vocabulários controlados, taxonomias, e outros;
c) inclusão, admissibilidade e exclusão de conteúdos, com tabelas de temporalidade e definição de
responsabilidade desconcentrada e distribuída;
d) comunicação;
e) interatividade e relacionamentos internos e externos;
h) validação de conteúdos;
i) comunidades virtuais (internas e externas);
VII – definir classificação de assuntos, catálogo referencial e estilos;
VIII – definir prazos de validade de conteúdos e as responsabilidades pela sua manutenção;
29
IX – definir lógica, padrões, cores, estrutura e identidade visual do leiaute;
XI – definir regras gerais e workflow para as áreas administrativa e parlamentar;
XII – estabelecer padrões de estrutura, cores, conteúdos, cadastros e outros necessários ou exigidos pelas
ferramentas adotadas e para o pleno funcionamento dos recursos de comunidades virtuais;
XIV – elaborar plano de integração com informações de sítios ou entidades externas;
XV – estabelecer diretrizes e critérios de identidade visual. (grifos nossos)
1.4.2.2.4. Gestão de conteúdo
São instrumentos de trabalho do Comitê a Matriz de Responsabilidade e a Gestão por
Projetos.
A matriz permite identificar de forma detalhada todos os conteúdos do Portal, os
responsáveis por sua produção e atualização e a forma como são publicados. A gestão por
projetos sustenta a realização efetiva dos trabalhos e a implementação do planejamento
estratégico, periodicamente aprovado pela Mesa Diretora da Assembleia44.
De acordo com o Comitê, são necessários até no máximo sete passos para que uma
publicação ocorra:
• solicitação de atualização ou inclusão de conteúdo;
• avaliação de conteúdo;
• análise técnica e definição do prazo de implantação;
• deliberação sobre a prioridade de implantação;
• desenvolvimento, implantação e capacitação da equipe;
• publicação do conteúdo.
Neste processo, além das áreas publicadoras, estão envolvidos o Comitê Executivo do
Projeto Portal, o Departamento de Informática e Desenvolvimento Organizacional e o
Departamento de Comunicação.
44 O PORTAL DA ALESP www.al.sp.gov.br. Comitê executivo do Portal. Out. 2009.
30
Órgãos responsáveis pelo Portal da ALESP – fluxograma de trabalho
1.4.2.2.5. Próximos passos
O planejamento do biênio 2010/2012 prevê, entre outras coisas:
• melhoria da busca no processo legislativo e ampliação para os procedimentos de fiscalização, controle e
investigação, que tem como pré-requisitos o desenvolvimento e implantação da nova versão do Sistema
de Processo Legislativo (SPL) o qual vai integrar os sistemas referentes ao processo legislativo e a
digitalização, sistematização e tratamento da informação dos documentos recebidos (atualmente em
papel) de entidades fiscalizadas e do Tribunal de Contas do Estado (TCE);
• universalização do sistema de notificação do SPL que transmite informações sobre tramitação de
projetos de interesse. [Hoje o sistema é limitado apenas às instituições não-governamentais conveniadas
à Assembleia através de protocolo de intenções como forma de diminuir as distâncias entre este poder e
a sociedade civil organizada];
• resolução dos gargalos de infra-estrutura;
• implantação da ferramenta de campanhas Dialog que permitirá à ALESP, através da Divisão de
Comunicação Social, a administração de malas diretas eletrônicas, inclusive de forma segmentada,
valendo-se do cadastro de usuários do Portal.
31
1.4.2.2.6. Outros projetos previstos
• Em 2008, um novo layout do portal entrou no ar, mas já se faz necessário um aperfeiçoamento da
interface (readequação do layout e da árvore de menus). Está prevista a realização de estudo técnico de
usabilidade45 e acessibilidade e a contratação de profissional especialista em webdesign pelo
Departamento de Comunicação, a fim de tornar a navegação do portal mais simples, amigável e racional,
de acordo com as necessidades dos usuários;
• Disponibilização de áudio de todas as sessões e reuniões da Assembleia;
• Banco de imagens de notícias e do Acervo Histórico;
• Palavra do deputado: espaço para artigos de deputados sobre temas relevantes com textos e imagens
publicados diretamente pelos próprios gabinetes;
• Jogo interativo (processo legislativo virtual) produzido por empresa especializada a ser contratada;
• Glossário;
• Tour virtual;
• Fluxo animado do processo legislativo;
• Divulgar o portal em grandes meios de comunicação como rádio e TV;
• Entre outros.
1.4.2.2.7. Dificuldades e barreiras
Um dos objetivos, ao iniciar esta monografia, foi mapear as barreiras para implementações
de novos serviços na Internet. Analisando documentos e entrevistando membros do Comitê,
levantaram-se os seguintes desafios:
Falta de recursos humanos na equipe de Tecnologia da Informação (TI). Este é um
dos problemas que persiste há anos, decorrente de longo período sem concurso público para
preencher o quadro de servidores para atender a demanda das implementações de novos recursos
e da manutenção do portal. A equipe atual é qualificada, porém hoje está dividida entre projetos
ligados à área parlamentar e a administrativa (que está bem defasada em relação à primeira). Uma
das soluções encontradas tem sido a contratação de empresa externa, como a PRODESP.
45 A usabilidade é um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de algo. Mais especificamente,
refere-se à rapidez com que os usuários podem aprender a usar alguma coisa, a eficiência deles ao usá-la, o
quanto lembram daquilo, seu grau de propensão a erros e o quanto gostam de utilizá-la. Se as pessoas não
puderem ou não utilizarem um recurso, ele pode muito bem não existir. (NIELSEN, 2007, p. xvi)
32
Vontade política. Numa casa essencialmente política, a vontade política tem um peso
grande. Se o portal é colocado como prioridade, principalmente pela Mesa Diretora, os problemas
têm mais chance de serem solucionados em menor prazo de tempo.
Liberação de recursos. Conforme Tania Mendes, apesar da autonomia entre os poderes,
quem libera o dinheiro para a Assembleia é a Secretaria de Planejamento do Governo do Estado
(SEPLAN). Para maximizar as possibilidades de aproveitamento dos recursos programados no
Orçamento, deve-se dedicar maior atenção para que as preparações das licitações de grande porte
na ALESP, assim como o calendário de realização de licitações e pregões e os prazos de entrega
estejam alinhados ao cronograma e os prazos de gestão da execução orçamentária controlados
pela SEPLAN (de março a novembro).
Infraestrutura. Dois problemas relacionados à infraestrutura limitam o número de
usuários simultâneos e, por vezes, deixam o portal indisponível. O primeiro é a instabilidade de
fornecimento de energia elétrica por parte da concessionária Eletropaulo. A outra dificuldade é a
conexão com a internet, fazendo-se necessária a melhoria da mesma, além de garantir
investimentos em equipamentos de rede e de telecomunicações instalados no Palácio 9 de Julho,
prédio sede da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
1.4.2.3. Instituto do Legislativo Paulista (ILP)
O Instituto do Legislativo Paulista foi criado pela Resolução 821, em 14 de dezembro de
2001, e regulamentado pelo Ato 25/2002 da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Sua
finalidade é:
• estudar, pesquisar e dar subsídios para os trabalhos parlamentares e ações legislativas na área de
políticas públicas;
• propiciar a capacitação e o aprimoramento profissional de seus servidores e
• buscar a integração da sociedade com o Poder Legislativo, cultivando a cidadania em todos os seus
aspectos46.
Dentre os objetivos do instituto relacionados no artigo 3.º do Ato 25/2002, vale destacar
alguns que têm relação mais próxima com nosso objeto de estudo:
46 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, 2007.
33
I - realizar estudos, pesquisas e debates para o desenvolvimento e aplicação de políticas públicas no Estado;
IV - realizar estudos, atividades e debates sobre o Estado, o Poder Legislativo, ética, cidadania e projetos de
desenvolvimento, visando ao aprimoramento social e da democracia [grifo nosso];
V - preparar, elaborar e acompanhar a implantação de convênios e protocolos de cooperação técnica a serem
firmados pela Assembleia Legislativa com outros institutos, órgãos públicos e universidades;
VI - propor ações legislativas na área de políticas públicas, objetivando maior interação do Poder Legislativo
com a sociedade e o aperfeiçoamento da participação política;
XI - realizar estudos, seminários, campanhas e debates, para orientar a legislação participativa e a iniciativa
popular, capacitando lideranças sociais para acompanhar as ações da Assembleia Legislativa [grifo nosso].
Observando as atividades realizadas pelo instituto, nos últimos anos, e dialogando com
seu Diretor Presidente Roberto Lamari47 (há, aproximadamente, dois anos e meio a frente do
instituto), percebe-se que sua equipe tem se empenhado em alcançar seus objetivos, esforçando-se
para cumprir o plano de trabalho apresentado no início de sua gestão e estabelecendo importantes
parcerias internas e externas (com pessoas e instituições), para viabilizar grande parte das
atividades planejadas, mesmo com limitações orçamentárias.
Segundo Lamari, nos sete primeiros anos de sua existência, o ILP qualificou 500 pessoas,
através de 15 cursos e eventos, aproximadamente. Já no segundo semestre de 2007 foram
realizados dez cursos. Em 2008, a soma do número de atividades superou tudo que já se havia
feito em toda a história do ILP. Em aproximadamente dois anos, foram qualificadas por volta de 6
mil pessoas, recebidas mais de 10 mil inscrições, e foram realizados por volta de 80 cursos, todos
gratuitos48.
47 Entrevista concedida no dia 3 dez. 2009. 48 De acordo com dados do instituto, o ILP concluiu o ano de 2009 tendo realizado 43 cursos, incluindo palestras e seminários (todos gratuitos) contando com a colaboração de 130 professores. Nestes cursos, foram qualificadas 3.559 pessoas, de um total de 5.854 inscritos, o que representou mais de 1.300 horas/aula. Algumas atividades realizadas: 1.º Encontro Estadual de Agentes Públicos; 14.º Encontro da Associação Brasileira de Escolas do Legislativo; A Inclusão Social das Pessoas com Deficiência no Brasil: como multiplicar esse direito; Ciência Política (IV e V); Controle Social da Administração Pública; Extensão em Gestão Pública; Filosofia e Política; Formação Política (exclusivo para a Fundação Casa); Iniciação Política (presencial): realizado nos CICs (módulo 1 - 10 turmas; módulo 2); Iniciação Política (EAD); Iniciação Política (presencial): Juventude Partidária, Subprefeitura da Vila Prudente/Sapopemba e Câmara Municipal de Suzano; Jornada Perspectivas de Reforma do Estado Brasileiro; Legislação coerente, justiça eficiente: o papel do Legislativo e do Executivo no contexto da Legística; Literatura e Política; Marketing Político e Mídias Sociais; Palestra: Mulheres e Literatura; Participação Prática Democrática; Pós-Graduação em Governo e Poder Legislativo; Pós-Graduação em Gestão Pública Legislativa; Processo Legislativo (duas turmas); Semana do Meio Ambiente; Temas de Gestão Pública; Urna Eletrônica – Jornada pelo Aperfeiçoamento.
34
Um dos grandes méritos do instituto foi ter ampliado sua ação para fora dos limites
geográficos do prédio da ALESP, através de ações presenciais nos Centro de Integração da
Cidadania (CICs), por exemplo, e através do Ensino a Distância (EAD). Nas páginas a seguir,
daremos mais detalhes deste importante programa.
1.4.2.3.1. Desafios para 2010
Mesmo prevendo limitações orçamentárias, no ano de 2010, o instituto pretende:
1. reeditar o curso de especialização em gestão pública com a USP;
2. realizar alguns cursos com a Unesp no ILP;
3. pensar num formato de curso pela TV Assembleia;
4. ampliar a oferta de cursos em EAD via Internet;
5. batalhar para criar escolas do legislativo nas câmaras municipais;
6. negociar para que em todos os contratos que forem feitos tanto com USP quanto
com a Unesp haja um link de apoio a todas as comissões temáticas da Casa, pois o
instituto precisa ser uma ferramenta de qualificação do debate do parlamento;
7. realizar o 2.º Encontro Estadual de Agentes Públicos;
8. realizar inúmeras palestras e cursos;
9. insistir junto aos setores competentes para que os funcionários da Assembleia que
dão aula no ILP sejam remunerados de alguma forma, pois até hoje suas
contribuições tem sido voluntárias.
1.4.2.4. Canais de comunicação da ALESP com a juventude paulista
Dentre os inúmeros meios e mediações existentes entre o Legislativo e a população,
poucos são pensados para o público juvenil. Eis as iniciativas existentes na ALESP:
1. Visitas monitoradas.
2. Curso de Iniciação Política do ILP.
3. Lanchonete-escola.
4. Parlamento jovem paulista.
35
1.4.2.4.1. Visitas monitoradas
Consistem, em visitas dirigidas à sede da Assembleia, com uma hora de duração,
agendadas previamente por telefone pelas escolas interessadas. Esta iniciativa procura colaborar
para que o jovem saiba da existência da instituição, onde se localiza, quem a compõe e quais suas
funções básicas.
O programa atende grupos de alunos (de 15 a 50 pessoas), com idade mínima de 12 anos,
de instituições de ensino fundamental, médio e superior, além de grupos da 3.ª idade. Desde 1996,
este programa está sob responsabilidade da Divisão de Comunicação Social – anteriormente era
um trabalho do Serviço Técnico de Cerimonial.
Juliana Marinho, uma das monitoras, diz que os alunos chegam perdidos, muitos não
sabem diferenciar o que é o deputado estadual, federal, o que é a Assembleia, o que é a Câmara.
Eles chegam aqui perguntando ‘cadê o prefeito tal? Cadê o presidente?’. No final da visita, eles
conseguem diferenciar os poderes e qual a função do deputado, por exemplo. Alguns reconhecem
a importância de participar/acompanhar o trabalho dos deputados, para poder criticar.
As visitas ocorrem as terças, quartas e quintas-feiras das 14 horas às 15 horas. Como a
agenda acompanha o calendário escolar, durante os meses de dezembro a janeiro, e no mês de
julho, não há atividades.
1.4.2.4.2. Curso de Iniciação Política do ILP
O curso de Iniciação Política não é exclusivo para jovens, mas ver-se-ão que suas
características e seus planos de expansão demonstram forte tendência em envolver este público.
Atualmente, o curso é oferecido em duas modalidades: presencial e através do sistema Ensino a
Distância – EAD.
O curso presencial aconteceu no ILP, nos Centro de Integração da Cidadania (CICs), na
Câmara Municipal de Suzano, na Subprefeitura da Vila Prudente/Sapopemba e também foi
oferecido, nas dependências do próprio ILP para a Juventude Partidária.
36
Em parceria com a Fundação Mário Covas, com a Fundação Konrad Adenauer e com a
Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo – responsável pelos CICs –
foram formadas 10 turmas do Iniciação Política Módulo 1 e uma turma piloto do Módulo 2, nos
CICs localizados na periferia da Grande São Paulo49. Os encontros aconteceram aos sábados, das
9h00min às 12h20min e formaram 527 alunos no módulo 1 e 30 no módulo 2.
A Secretaria da Justiça além de oferecer a estrutura dos CICs para as aulas, também
realiza o transporte dos professores e estagiários. O ILP organiza as inscrições e disponibiliza um
estagiário em tempo integral para zelar pelas atividades. Já a Fundação Konrad Adenauer, envia o
material e garante a remuneração dos professores – aqueles que são funcionários da Assembleia
são voluntários. Segundo Lamari, inicialmente, a Fundação Konrad Adenauer não queria realizar
este projeto. Após um processo de convencimento, este saiu do papel, sendo que num primeiro
momento foram montadas duas turmas teste, em 2008: uma em Guarulhos e outra no ILP. Hoje,
os responsáveis pela Fundação estão impressionados e pretendem até publicar um livro sobre a
experiência.
A divulgação e a inscrição dos cursos – que são destinados a qualquer pessoa,
independente da idade, grau de instrução ou filiação partidária – são feitas na página do ILP na
Internet (link acessado através do Portal da Assembleia) e nos CICs. Tudo isso permite que haja
um público bastante heterogêneo abrangendo desde jovens a idosos. A grande maioria dos alunos
trabalha, muitos atuam na área da educação, outros são filiados a partidos políticos...
O curso é suprapartidário (característica ressaltada aos educadores e percebida e elogiada
pelo cursistas). Seu conteúdo passa pelos conceitos de democracia e ética; funcionamento do
Estado brasileiro; história de nossa participação política e os partidos nacionais. Há poucas
desistências, e chega a ocorrer o aumento do número de alunos de uma aula para a outra.
Os matriculados recebem o material antes de começar o curso (apostila, caneta e bloco de
anotações), além de livros da Fundação Konrad Adenauer (marketing político, ciência política, 40
anos da fundação etc). Os CICs preparam um café da manhã para as turmas. Na segunda aula, já
vira café comunitário, cada um já traz mais alguma coisa para incrementar. Percebe-se que os
alunos voltam empolgados nas aulas seguintes, e que há uma demanda por este tipo de formação,
49 CIC Casa da Cidadania-Vila Guarani (Jabaquara), CIC Sul-Jardim São Luis, CIC Ferraz de Vasconcelos, CIC Francisco Morato, CIC Norte-Jaçanã, CIC Feitiço da Vila-Capão Redondo, CIC Leste-Itaim Paulista, CIC Oeste-Estrada de Taipas, CIC Guarulhos-Pimentas, CIC Campinas-Vida Nova
37
observa Lamari. O curso ainda usa torpedos SMS para convidar os alunos a participar da próxima
aula. Há lista de presença e, ao término do curso, os alunos recebem certificado.
Ao final de cada aula, há questionários de avaliação do professor e do curso, que também
são utilizados na coleta de dados que permitem traçar o perfil dos alunos. As informações já
colhidas deverão ser utilizadas de forma a colaborar com o aperfeiçoamento do curso e também
para traçar outras ações. Entre essas informações é possível saber se eles se informam
politicamente e como se informam, qual o partido de preferência, qual o conhecimento de política,
idade etc.
Em 2010, o curso continuará, as parcerias serão reafirmadas e planeja-se a implantação do
Módulo 2, a fim de formar multiplicadores do Módulo 1. A apostila já foi feita e o curso piloto foi
testado em dezembro de 2009 em Ferraz de Vasconcelos. As pessoas que fizeram o curso um ano
atrás, foram convidadas a participar do Módulo 2, via torpedo SMS. Dos 60 que fizeram o
primeiro curso, 40 apareceram para fazer o segundo. A ideia é que no terceiro ano, os formados
do Módulo 2 possam dar o Módulo 1. A meta será formar com os dois módulos 1.000 cidadãos.
Já o curso de Iniciação Política através da Internet (http://ilp.ensinar.org), de caráter
suprapartidário e gratuito, possui aproximadamente mais de 1.000 pessoas cadastradas50. O curso
possui 5 módulos, com exercícios ao final de cada um e uma prova de avaliação ao final do curso.
Só recebe o certificado aquele que obtiver nota igual ou acima a 7. Há a preocupação técnica em
garantir que o curso consiga ser visualizado em qualquer computador.
Visitando o curso, constata-se que sua plataforma poderia ser aperfeiçoada, pois os
recursos de interatividade são bem limitados. É possível visualizar os usuários cadastrados, saber
se estão online, enviar mensagens para um, vários ou todos os cadastrados, porém, não há um
filtro para selecionar apenas aqueles que estão online, que estão aprovados, que estão fazendo o
curso e em que capítulo estão, em determinado módulo. É um tipo de implementação simples que
facilitaria a interação entre os alunos.
O recurso de fórum não é utilizado, não há nenhum botão ou link que permita ao usuário
criar um tema a ser discutido – talvez apenas aqueles cadastrados como
professores/coordenadores ou tutores possam fazê-lo.
50 Para visualizar esta informação, deve-se cadastrar como aluno e entrar em Pessoas no menu Opções do Curso.
38
O sistema permite que o usuário crie anotações, uma espécie de um caderno virtual. Além
disso, possui um glossário com quase 300 verbetes, porém alguns não esclarecem nada. Por
exemplo, a palavra alardeava significa alardeava...
O curso só utiliza textos e ilustrações, não se valendo de conteúdo audiovisual,
provavelmente devido à preocupação mencionada de ser visualizado em qualquer computador.
O site também poderia indicar o endereço da página da ALESP/ILP em algum momento,
como ao se desconectar, por exemplo. Seria uma forma de fortalecer o vínculo entre o cidadão e o
Poder Legislativo.
Para 2010, já está garantida parceria com os telecentros da cidade de São Paulo,
espalhados em mais 350 pontos, e também com o programa Acessa São Paulo do Governo do
Estado, implantado em mais de 450 municípios. Dessa forma, o curso será disseminado na maior
cidade do país e em grande parte dos municípios. A previsão dos técnicos responsáveis pelos
telecentros é que se alcance 50 mil alunos, mas Lamari é mais conservador, e acredita que se tiver
5 mil alunos “vai ser fantástico”. E, além disso, está em negociação a entrada do curso na Rede do
Saber que é da Secretaria Estadual de Educação. Se der certo, o curso será estimulado em todas as
escolas estaduais do Estado de São Paulo, ou seja, vai atingir os 645 municípios do estado.
1.4.2.6.3. Lanchonete-escola
Em 14 de março de 2006, foi inaugurada no Palácio 9 de Julho (sede do Legislativo
Paulista), a Lanchonete-escola, ligada ao projeto Escola Arte Culinária51, destinada a
profissionalização de jovens entre 17 e 20 anos e seis meses. A cada semestre (duração do curso)
são capacitados até 120 jovens que recebem uma bolsa-auxílio. É um projeto realizado em
parceria com a prefeitura de São Paulo (responsável pelo pagamento da bolsa-auxílio), a ONG
Instituto Mensageiros, a Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL (responsável pelas aulas
teóricas) e a Associação de Franquias Solidárias (Afras).
51 Disponível em http://www.institutomensageiros.org.br/projetos.php?id=3 Acesso em 26 jan. 2010.
39
1.4.2.6.4. Parlamento Jovem Paulista (PJP)
O Parlamento Jovem Paulista (PJP) foi o primeiro do gênero no Brasil e serviu de
referência aos demais que surgiram nos legislativos federal, estaduais e municipais do país. Ele foi
instituído pela Resolução n. 789/1999, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
(ALESP), e seu objetivo principal é de possibilitar aos estudantes uma visão de alguns aspectos
da democracia participativa, através da vivência de um dia de sessão parlamentar, esclarecendo
sobre a razão de ser, as funções e o cotidiano do Poder Legislativo52.
Cada aluno participante escolhe um dos partidos temáticos53 disponíveis e escreve um
projeto que se relacione com o partido. Apenas um é selecionado pela escola para ser inscrito e
participar da seleção. Os noventa e quatro autores dos projetos selecionados vêm para a Capital
para serem diplomados e exercerem seu mandato de deputado jovem por um dia.
No plenário, os jovens têm a grande oportunidade de vivenciar, uma síntese do processo
legislativo: defendendo e votando projetos, elegendo mesa diretora etc. É um programa que
empolga os participantes e os motiva a participar de outras edições e também mais efetivamente
do processo democrático.
“Eu tive um aprendizado muito grande porque eu conheci várias pessoas de realidades diferentes, mas o
mesmo sonho, né... (...) 94 projetos diferentes mas com a mesma opinião, assim, de conseguir transformar o
mundo como tá e transformar em um mundo melhor, né. (...) e pra esse ano eu vim com muito mais vontade
de aprender de novo e me dediquei muito mais pra estar aqui.” (Mariane Mateus, deputada jovem reeleita,
2007).
“Agora eu tô tomando gosto, mas ainda é meio cedo pra decidir carreira política, mas quem sabe um dia”.
(Vanessa Pires, 15 anos, deputada jovem reeleita, 2007).
“O que mais me chamou a atenção foi ver a humildade dos políticos, dos deputados para com os deputados
jovens” (Eliseu Conceição, deputado jovem, 2007).
“Está sendo uma experiência de vida muito grande mesmo, ainda mais depois de tudo o que nós ouvimos, os
deputados falarem, me deu uma consciência muito maior que isso aqui representa pro país.” (Thais Fernanda
Campagnaro, deputada jovem, 2007).
52 PARLAMENTO Jovem Ensino Médio 2005, p.1 53 São 12 partidos disponíveis: agricultura, cultura, defesa do consumidor, direitos humanos, educação, emprego, esportes, habitação, juventude, natureza, saúde e segurança pública.
40
A sessão é transmitida pela TV ALESP e publicada no Diário Oficial. O programa iniciou
em 1999 com alunos do ensino fundamental (a partir da 5.ª série) e em 2002, foi estendido para o
ensino médio. Desde então, alterna-se a cada ano o nível de escolaridade. A melhor divulgação é
o boca-a-boca dos alunos/escolas que já participaram. Alguns deputados colaboram divulgando
em sua base eleitoral.
Dificuldades: Uma grande dificuldade é trazer escolas novas. Dentro da escola, o
problema é encontrar direção e professores que queiram desenvolver este trabalho e alunos que
queiram pensar e encarar este trabalhoso desafio.
Resultados: Em 2005, houve deputado estadual que escreveu projeto de lei baseado em
propostas do PJ; o programa é referência para legislativos municipais, estaduais e até o federal
que implantaram programas semelhantes baseados na experiência pioneira da ALESP; alguns
estudantes que estrearam no PJ, hoje são vereadores ou líderes estudantis em universidades como
a USP54 Ao questionar os jovens, no final de uma edição do PJP, sobre o que eles levam desta
experiência, Sônia Hernandes, responsável pelo Parlamento Jovem, escuta que
eles entraram aqui de um jeito e saíram de outro. Eles perceberam que podem sonhar, que o sonho deles
tem resposta e que não é tão difícil assim colaborar com um Estado melhor, um lugar melhor, um país
melhor. (...) a importância do Parlamento Jovem é justamente essa, é uma semente que a Assembleia de
São Paulo planta no futuro, uma sementinha de cidadania e democracia participativa. (...) fica para eles
uma experiência de vida fantástica, eles saem conhecendo outras pessoas, outras realidades, percebem
que o mundinho deles é muito pequeno e que eles podem ampliar estes horizontes55.
Desafios sobre o uso da internet: Atualmente, o Parlamento Jovem tem uma página
dentro do portal da Assembleia, porém julgamos ser subutilizada. O conteúdo se limita a
disponibilizar o manual de cada edição e informar como foi criado o Parlamento Jovem, qual é
seu regimento interno, como fazer um projeto e quais foram os deputados jovens e projetos de lei
selecionados e as reportagens elaboradas pela Divisão de Imprensa da Assembleia sobre o
programa (a partir de 2005).
Acreditamos que este espaço poderia ser uma das brechas para se integrar e construir
canais permanentes de aproximação e diálogo entre o Legislativo e a juventude, através da
internet. Por que não ter um link com o curso de Iniciação Política do ILP e com outras atividades
de interesse da juventude, por exemplo? 54 SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa, dez.2005. 55 Entrevista em 28 abril 2006.
41
1.4.2.6.5. O principal interlocutor
Apesar de todos esses meios institucionais, o principal interlocutor entre a ALESP e a
população são os grandes meios de comunicação comerciais como os canais de TV, as
emissoras de rádio e os jornais de grande circulação, entre outros, pois são acessíveis a maior
parte da população e a repercussão na sociedade do que é veiculado pode influenciar sobre as
tomadas de decisão na instituição.
1.5. A Assembleia vista pela sociedade paulista
Segundo estimativas da PNAD 2008, São Paulo tem mais de 40 milhões de habitantes,
mais de 38 milhões residem em área urbana. São mais de 29 milhões de eleitores, segundo dados
do TSE – Tribunal Superior Eleitoral56. Formado por 645 municípios, é marcado por realidades
socioeconômicas e culturais totalmente diferentes.
Os dados aqui apresentados são fruto de uma pesquisa de opinião quantitativa, realizada
pela FORMAR – Formação, Capacitação, Marketing e Pesquisa (2005), a pedido do
Departamento de Comunicação da ALESP. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de julho e 7
de agosto, de 2006, entrevistando 1.243 eleitores a partir de 16 anos, sendo 348 na Capital, 200 na
Grande São Paulo e 695 nos principais municípios do interior do Estado. O intervalo de confiança
está estimado em 95%, com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos,
sobre os resultados do total da amostra. Em nosso trabalho anterior pode-se encontrar todas as
planilhas e uma análise dos vários dados sistematizados.
O objetivo agora é apresentar um resumo dos dados mais latentes sobre a relação da
ALESP com a sociedade paulista.
56 Disponível em http://www.tse.gov.br/internet/eleicoes/evolucao_eleitorado.htm Acesso em 26 jan. 2010.
42
1.5.1. Sobre a ALESP e os deputados estaduais
1.5.1.1. Onde está a ALESP?
Os mais jovens acertaram menos: 54,35% de 16 a 17 anos, 52,16% de 18 a 24 anos e
51,89% de 25 a 34 anos.
Daqueles que responderam São Paulo, nenhum jovem de 16 e 17 anos acertou, sendo que
92% deles não souberam responder.
1.5.1.2. O que a Assembleia faz?
Entre os mais jovens de 16 a 24 anos, a opção fazer leis para todo Brasil ficou em
segundo lugar, expressando uma confusão com o legislativo federal.
1.5.1.3. Quem faz parte?
Questionados sobre o número de deputados, os que menos acertaram foram os adultos de
45 a 59 anos (27,96%), seguidos dos jovens de 16 e 17 anos (28,26%) e dos de 18 a 24 anos
(28,88%). A média de acerto foi de 30,57%.
1.5.1.4. Ações realizadas
A grande maioria dos entrevistados (94,37%) não soube citar alguma ação da ALESP. Os
que demonstraram maior desconhecimento foram os jovens de 18 a 24 anos. 96,55% não
souberam responder e 1,29% indicaram CPI/mensalão (as CPIs não vinham sendo realizadas pela
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na época da pesquisa, há cerca de quatro anos. Já
o escândalo do “mensalão” está ligado ao legislativo federal), resultando na ínfima fatia de
2,16% de entrevistados que responderam fazer leis.
43
1.5.1.5. O que faz um deputado estadual?
55,03% dizem não saber o que faz um deputado estadual. Quanto mais jovem, maior a
dúvida. Enquanto 40,88% dos idosos de 60 anos ou mais desconhecem a função, os jovens de 16
e 17 anos são quase 70% (69,57%).
1.5.2. Sobre as relações comunicacionais da Instituição e dos deputados com a
população
1.5.2.1. Já ouviu falar da Assembleia?
Em relação a este tema, grande parte dos entrevistados (86,08%) disse já ter ouvido falar
da Assembleia, os jovens de 16 e 17 anos são 82,61%.
Dos que já ouviram falar, 81,05% têm nos meios de comunicação o seu principal
interlocutor. Amigos e parentes vêm bem atrás com 8,54% e políticos da cidade com 6,58%.
Diante desses números, podemos inferir que apesar das pessoas ouvirem falar da Assembleia
através dos meios, o assunto não é multiplicado nos diálogos da família, nem no círculo de
amizades. Os eventos promovidos pela ALESP atingiram somente 2,22%.
Os mais jovens são os menos informados sobre o trabalho da ALESP, com destaque para
os de 18 a 24 anos: 0,86% julgam-se muito informados, contra 8,6% do grupo de 45 a 59 anos e
42,67% julgam-se nada informados, contra 24,73% daquele grupo.
1.5.2.2. Meios institucionais conhecidos
As opções de meios de comunicação da ALESP consultadas foram: Diário da Assembleia,
Portal da Internet, panfletos e TV Assembleia.
A TV Assembleia é o meio preferido, a partir dos 25 anos de idade. Para os jovens de 16 a
24 anos, o panfleto (material impresso) é o meio que mais conhecem.
Apesar de o portal ser pouco conhecido, os mais jovens o conhecem mais do que os mais
velhos.
44
1.5.2.3. Meios e formas preferidos de relacionamento com a instituição e com o
deputado
O meio de comunicação preferido para receber informações sobre a Assembleia é a
televisão, em todas as faixas etárias. Em segundo lugar vem o jornal e o terceiro é dividido:
Internet, até os 34 anos, e rádio a partir dos 35 anos. Os que apresentaram menor índice de
rejeição a receber qualquer tipo de informação foram os adultos de 45 a 59 anos e os jovens de 18
a 24 anos, respectivamente.
A pesquisa, também revela que o relacionamento dos representantes (deputados) com os
representados em geral é exíguo. Deixa a desejar, principalmente com os jovens: 52,17% de 16 e
17 anos não conhecem e 26,09% só de ouvir falar, o que dá 78,26% de relacionamento
inexistente. Na mesma lógica, vem o grupo de 25 a 34 anos com 43,99%, 29,74% e 72,17%,
respectivamente.
Os grandes meios de comunicação são os interlocutores dos deputados:
1. TV (59,59%): os que mais assistem são as pessoas de 16 a 34 anos;
2. Jornal (15,26%);
3. Rádio (12,25%): adultos a partir dos 35 anos são os que mais ouvem.
Porém, 30,81% dos entrevistados acham que falta contato dos deputados com a
população. Os adultos de 45 a 59 são os que sentem mais falta.
1.5.2.4. Pra quem tem TV a cabo
Apenas 19,87% dos entrevistados têm TV a cabo, sendo que os mais jovens têm mais
acesso. Se, por um lado, o grupo de 16 e 17 anos é o que mais tem essa modalidade de TV, por
outro é o que menos assiste a qualquer canal legislativo (70,59% nunca assistiram).
Entre os jovens que assistem aos canais legislativos, as preferências são:
• 18 a 24 anos: TV Câmara, seguida da TV Assembleia;
• 16 e 17 anos: TV Assembleia e TV Senado;
• 25 a 34 anos: TV Senado, seguida da TV Câmara.
45
Na classificação geral, a TV Senado vem em primeiro lugar (21,65%), a TV Câmara em
segundo (20,27%) e a TV Assembleia em terceiro (17,18%).
Da relação citada de programas da TV Assembleia (telejornal Jornal da Assembleia,
programas estilo mesa-redonda Assembleia Debate e Arena Livre e o biográfico dos deputados
Frente e Verso), a maioria dos jovens nunca ouviu falar de nenhum deles.
Os jovens de 18 a 24 anos compõem a fatia da população que menos considera importante
a existência dos canais legislativos. Mas a maioria reconhece a importância desses canais. Porém,
ao serem questionados sobre o que gostariam de ver numa TV legislativa, 35,22% não souberam
responder e 9,31% escolheram a opção nenhuma. Os jovens de 16 e 17 anos tiveram os maiores
índices de rejeição, não sabendo responder ou escolhendo nenhum assunto, indicando sua possível
descrença que uma TV legislativa ofereça algo que lhe interesse.
1.5.3. Sobre a percepção e os valores da população com relação à instituição
1.5.3.1. Graus de satisfação e de confiança
Apenas a minoria da população (27,35%) confia na Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo, talvez como reflexo da desconfiança que a população tem em relação aos políticos em
geral.
Os jovens de 16 e 17 anos são os que menos confiam: 73,91%, seguido pelo grupo de 25 a
34 anos com 72,85% e depois os de 18 a 24 anos com 70,69%.
A insatisfação com o trabalho da instituição também está em alta: 42,88% estão
insatisfeitos e 35,96% parcialmente satisfeitos. Os jovens estão um pouco mais insatisfeitos que
os adultos.
1.5.3.2. Aprovação da atuação
Sua atuação é reprovada pela maioria (51,01%). Novamente os jovens são os mais
descontentes: 56,03% de 18 a 24 anos não aprovam.
46
1.5.3.3. Reconhecimento da instituição
Sua presença não é reconhecida por 63,23% da população: os jovens de 18 a 24 anos
correspondem a 71,12%.
1.5.3.4. Contribuição para o fortalecimento da democracia
Uma das poucas avaliações positivas é que 81,9% dos entrevistados acreditam que a
ALESP contribui, de alguma forma, para o fortalecimento da democracia. Os jovens de 16 e 17
anos são os que menos acreditam na sua contribuição (17,39% contra a média de 13,19%).
1.5.4. Quadro geral
Apesar de mais de 80% dos pesquisados já terem ouvido falar da Assembleia, o número
daqueles que realmente a conhecem é bem reduzido. No geral, a população possui uma percepção
negativa da ALESP. Sua presença não é reconhecida e ela está distante da população que não sabe
sua localização, não tem clareza de sua função e tem baixo índice de relacionamento com os
deputados, além de não confiar nela, não provar sua atuação e não estar satisfeita com seu
trabalho.
Os jovens de 16 a 24 anos são os que menos conhecem a Assembleia e seus
deputados, e possuem as piores percepções a respeito deles. Os maiores índices de
desaprovação da atuação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo estão entre os
jovens: são eles que menos reconhecem sua presença como instituição e que menos confiam
nela. São os mais jovens que também se relacionam menos com os deputados.
1.5.4.1. Questões macroestruturais
Duas questões macroestruturais, intimamente ligadas, que exercem grande influência
nesse escasso contato da Assembleia com a população são: esvaziamento das competências do
legislativo estadual e a sua não-presença na pauta da mídia (principalmente a TV).
47
Segundo Olívia GURJÃO (2005), a Constituição de 1988 esvaziou o papel do
Parlamento Estadual57, provocado pela concentração de poder na definição de leis e diretrizes
na esfera federal e pela descentralização advinda da municipalização das políticas públicas e da
autonomia dos municípios, em que as Câmaras Municipais assumiram responsabilidades antes
conferidas aos Estados58.
Apesar de haver a possibilidade de ampliação da atuação das Assembleias Estaduais
através das competências concorrentes entre União, Estados e Distrito Federal descritas no artigo
24, Alexandre de Moraes (apud. GURJÃO, 2005, p. 11) pondera que mesmo nas competências
concorrentes, quando as Assembleias Legislativas exercem o seu papel, lamentavelmente, por
uma mentalidade que já vem antes de 1988, o Supremo Tribunal Federal acaba declarando
inconstitucionais as leis editadas pelas Assembleias Legislativas.
Concordante com esse esvaziamento, Auro Caliman59, ex-Secretário Geral Parlamentar,
completa:
“então você não tem competências pra ficar na mídia [grifo nosso] como decidindo a vida das pessoas, por
ordem da competência dos estados. Mas, mesmo assim, eu entendo que as Assembleias Legislativas têm um
papel importante. É que os estados já estão estruturados e aí você, praticamente, não consegue notar isso no
dia-a-dia. Mas, você tem três universidades estaduais no Estado de São Paulo, quem decide pela aplicação de
9,57% do ICMS para essas universidades é o Poder Legislativo. Você tem 1% do que se arrecada em tributos
que vai para FAPESP. É o único estado do Brasil que, praticamente, mantém uma produção de pesquisa.
Quase metade da pesquisa do Brasil é feita nas três universidades, porque a FAPESP também banca isso aí.
Quem aprovou esse 1% foram os constituintes estaduais (...) são volumes muito grandes de recursos e que,
simplesmente, você acaba não divulgando por intermédio da Assembleia, mas fica no dia-a-dia.
Na fala de Caliman, encontramos outro indicador que explica por que a população está
alienada do que acontece na Assembleia: sua não-presença nos meios de comunicação comerciais.
Os meios de comunicação são os principais mediadores (81,05%), entre a ALESP e a população.
Se a Assembleia não está na pauta da mídia, então a população não sabe da Assembleia. Caliman
também reconhece a limitação dos meios institucionais.
“O problema da comunicação é um problema mais amplo (...) por mais que você queira se comunicar, hoje
em dia, você está muito atrelado ao que os meios, ao que a mídia quer comunicar. (...) os nossos meios de
comunicação aqui da Assembleia não conseguem concorrer com a mídia externa (...) você tem a TV, nós
57 BRASIL, Constituição (1988), artigo 25. 58 BRASIL, Constituição (1988), Título III, capítulos de I a IV. 59 Entrevista concedida a este gestor em 15 de maio de 2007.
48
também temos a TV, mas a nossa TV é uma TV restrita, é uma TV a cabo ainda, talvez quando a TV ficar
aberta, tenhamos um outro meio mais eficaz de comunicação. Nós temos um jornal oficial, é um Diário
Oficial, enquanto você tem aí séculos de experiência e tradição de alguns jornais aqui no estado de São Paulo,
por exemplo. Enfim, os meios de comunicação é que acabam fazendo com que haja a comunicação da
própria Assembleia e não ela especificamente: isso daí é só você constatar” (...).
1.5.4.2. Desafio
A Assembleia tem uma obrigação cívica de se fazer conhecida: afinal representam os
interesses de mais de 40 milhões de pessoas. E deve se fazer conhecida, principalmente, entre o
grande contingente de mais de 10 milhões de jovens espalhados pelo Estado de São Paulo que,
conforme os dados coletados e a análise que se realizou, são os que merecem maior atenção, por
estarem mais distantes e terem as piores percepções a respeito da instituição e seus integrantes.
Para se comunicar com a juventude é preciso conhecê-la. No próximo capítulo, vamos
conhecer, através de importantes pesquisas, as principais características da juventude brasileira.
49
Juventudes: conceitos e perfis.
De acordo com o que vimos no capítulo anterior, a população jovem é a que mais
desconhece a Assembleia, e como a nossa meta é fazer um trabalho de aproximação entre as
duas partes, vamos então agora falar sobre a juventude.
2.1. Definindo a fronteira juvenil
Em 1985, na instituição do Ano Internacional da Juventude, a ONU classificou a
juventude como sendo o ciclo etário compreendido entre 15 e 24 anos – estes limites foram
estabelecidos com base na psicologia e na biologia. Nos últimos anos, várias instituições
brasileiras60 têm realizado importantes pesquisas baseadas nesta faixa. Por outro lado,
algumas relevantes pesquisas internacionais61 têm abordado a juventude ampliando esta faixa
e a UNESCO na publicação Juventude, Juventudes o que une e o que separa propõe estendê-
la até os 29 anos (ou seja, a juventude compreenderia a faixa etária de 15 a 29 anos) a fim de
se permitir comparar a situação dos jovens em diferentes contextos e fazer um
acompanhamento de sua evolução no tempo62. O próprio governo brasileiro começou a adotar
a faixa etária de 15 a 29 anos em suas políticas públicas de juventude nos últimos anos.
A mobilidade e a elasticidade na determinação da faixa etária é consequência não só
dos aspectos biológicos e psicológicos, mas depende também da sociedade, da cultura, da
etnia, da classe social e do gênero a que esses jovens pertencem. A respeito do limite inferior
há um certo consenso, mas o superior tem sido muito discutido, pois tem se percebido que a
construção da autonomia (uma das principais características que denotam a passagem do
60 Instituto Cidadania – pesquisa nacional Perfil da Juventude Brasileira (2003) e Ibase/Polis – Juventude
Brasileira e Democracia (2004-2005) são alguns exemplos importantes. 61 Em pesquisas importantes como a espanhola Informe Juventud em Espana, o intervalo é de 15 a 29 anos, já na Encuesta Nacional de Juventud 2000, realizada pelo Instituto Mexicano de La Juventud, o intervalo pesquisado é de 12 a 29 anos. 62 ABRAMOVAY, CASTRO, 2006, p.9.
2
50
jovem para a vida adulta) está acontecendo cada vez mais tardiamente. Segundo a UNESCO
(2004, p. 9), este alargamento do ciclo etário que compreende a juventude está ligado a três
aspectos: (I) a passagem das sociedades do rural ao urbano, do agrário ao industrial e do
industrial à atual sociedade do conhecimento; (II) as disputas interdisciplinares por
desenvolver sua própria especialidade no campo da juventude com enfoques sociológicos,
políticos, culturais e antropológicos e (III) a perda da nítida definição de características que
identificam o que é ser um adulto, inclusive em termos de hábitos, uma vez que socialmente
há uma tendência à “juvenilização” dos adultos, em particular quanto à aparência e
costumes.
2.2. Indo além do conceito demográfico: caracterizando as juventudes
De acordo com as estimativas da PNAD 2008 realizada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil possui 49.771.000 jovens de 15 a 29 anos, o
que corresponde a aproximadamente 25% da população. Só no estado de São Paulo são mais
de 10 milhões de jovens.
A juventude é demarcada por importantes mudanças psicológicas, sociais e culturais
que se iniciam normalmente com o desenvolvimento das funções sexuais e reprodutivas e vão
culminar na autonomia da pessoa humana. É caracterizada como o ciclo da vida de
maturidade fisiológica e social. Deve-se reconhecer que a juventude vai além da adolescência
em todos os aspectos. Ela é o trânsito da infância para a vida adulta. Mas nem todos de uma
mesma idade atingem essa meta ao mesmo tempo.
A juventude tem significados distintos para pessoas de diferentes estratos socioeconômicos, e é vivida
de maneira heterogênea, segundo contextos e circunstâncias. Esse é um dos embasamentos para a
utilização do termo juventudes no plural. Contudo não se apela para uma visão fragmentada por tipos de
jovens, e se ressalta que há elementos comuns a todos os jovens63.
Faz-se necessário então ao se optar em trabalhar para e com a juventude, a
preocupação de combinar e respeitar sua pluralidade juvenil com sua unicidade. Segundo
a UNESCO (2004, p. 26), podemos destacar cinco elementos comuns e fundamentais para a
definição da condição juvenil:
63 UNESCO, 2004, p.25.
51
i) a obtenção da condição adulta, como uma meta;
ii) a emancipação e a autonomia, como trajetória;
iii) a construção de uma identidade própria, como questão central;
iv) as relações entre gerações, como um marco básico para atingir tais propósitos; e
v) as relações entre jovens para modelar identidades, ou seja, a interação entre pares como processo de
socialização.
Dentro do que aqui expomos, torna-se importante garantir oportunidades de
autodesenvolvimento aos jovens para alcançarem emancipação e autonomia. E é na interação
entre as gerações e os pares, num contínuo, complexo e tenso movimento de questionamento
e de mudanças, de construção e reconstrução que se constitui a formação de sua própria
identidade. O sujeito deve mudar, mas ao mesmo tempo, deve continuar sendo ele mesmo
(FILGUEIRA apud UNESCO, 2004, p. 26).
2.3. Os diferentes paradigmas de juventude nas políticas públicas
Dina KRAUSKOPF (apud ABRAMO, 2005) sistematiza os paradigmas em quatro
tipos. O mais tradicional é aquele enxerga a juventude como fase preparatória para a vida
adulta. O segundo é um dos paradigmas que mais predomina nas políticas públicas: o jovem
considerado como um problema social, um risco para si mesmo e para a sociedade. O terceiro
tipo considera o jovem como ator estratégico do desenvolvimento.
O paradigma mais atual que se tem usado nas discussões sobre políticas públicas de
juventude e que também aqui servirá de base para nossas discussões é a do jovem como
sujeito de direitos. O reconhecimento de seus direitos deve estar alicerçado em uma
perspectiva ampla de garantia de uma vida social plena e de promoção de sua autonomia64
.
As ações e projetos dirigidos à juventude exigem outras lógicas além da proteção garantida
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O jovem tem o direito de participar, entre
outras coisas, das definições das políticas públicas relacionadas às suas necessidades.
Segundo SPOSITO (2007),
de certo modo, há um forte reconhecimento social do direito de qualquer criança, independentemente de
sua condição social, a ter uma família, à escola, condições de saúde, enfim, o direito à proteção e ao
cuidado por parte do Estado. O mesmo não ocorre com a figura do adolescente pobre, sobretudo negro e
64 BRASIL. 1ª. Conferência Nacional de Juventude. Caderno de resoluções. Brasília, 2008.
52
morador das periferias urbanas de grandes metrópoles brasileiras. (...) Nega-se a sua condição de
indivíduos em formação e desenvolvimento, com múltiplas possibilidades abertas ao crescimento
pessoal ao lado de necessidades amplas no domínio do lazer, da cultura, do esporte, da participação,
entre outros. Para esse setor, tratado como vulnerável ou produtor de risco, são reservadas as ações de
inserção social, compensatórias e de forte teor socioeducativo. Aos outros, aqueles que podem,
minimamente usufruir alguns direitos, o termo jovem passa a ser fortemente utilizado. De modo
perverso, a ideia de adolescência carrega não só estigmas de natureza psicológica ou patológica,
tradicionais em algumas teorias facilmente absorvidas pelo senso comum, como incorpora o estereótipo
que designa aqueles que ameaçam à sociedade.
2.4. A importância da participação na construção da identidade juvenil65
No decorrer deste trabalho já nos deparamos várias vezes com a palavra participação,
mas o que ela realmente significa? Ficam no ar, os indícios de que é importante para a
consolidação da democracia e falando de juventudes também o é para a construção de suas
identidades.
Segundo ESTEVES (2005), originado do latim particípio onis, o termo participação
está carregado dos sentidos de partilha, de ter ou ser parte em um todo, de ter parte na ação.
Para KAASE (apud Esteves, 2005), além de exercer o voto, de cooperar com partidos
políticos, participar está relacionado com um comportamento social orientado para objetivos
coletivos e na vinculação a grupos.
A questão de pertencer a um coletivo, de fazer parte de sua ação, traz consigo a ideia
do ser com, ou seja, ao estimular e possibilitar a participação dos jovens na vida da sociedade,
ao querer e permitir que se sinta parte integrante que colabora e faz a diferença, enfim que
seja sujeito, que seja protagonista, estamos dando importante e positiva colaboração à
construção da identidade sociocultural e psicológica dos jovens.
Queremos ressaltar aqui o que acabamos de dizer, e aí vamos parafrasear ESTEVES
(2005), um importante aspecto a ser abordado, no que tange à participação dos jovens no
espaço legislativo, diz respeito à própria construção das condições necessárias à ampliação
das possibilidades dessa participação [grifo meu]. Segundo ABRAMOVAY e CASTRO
(2006), a participação requer recursos de várias ordens e conscientização sobre a
65 ESTEVES, 2005, p. 111-121.
53
importância de uma cidadania ativa, ou seja, a que não espera, mas cobra do Estado a
cidadania.
Destaco isso porque além dos obstáculos impostos pela condição de transitoriedade
atribuída pela sociedade à (...) juventude, aqueles pertencentes às camadas populares (parcela
cada vez mais significativa da população), enfrentam principalmente a exclusão das
possibilidades de participação democrática e usufruto da cidadania.
(...) uma das facetas da nova desigualdade que se instaura no Brasil é a negação a esses jovens pobres
do direito à juventude. (...) Encontram poucos espaços nas instituições do mundo adulto para construir
referências e valores por meio dos quais possam se construir com identidades positivas, colocar-se na
cena pública como sujeitos como cidadãos que são (DAYRELL, apud ESTEVES, 2005, p. 121).
Segundo Keil (apud BAQUERO, 2004), a cidadania não nos é inata, devemos ser
educados para exercê-la a fim de desfrutarmos de nossos direitos e cumprir com nossos
deveres, individuais e coletivos. No Brasil, porém nunca vivenciamos uma cidadania plena
em nossa história. Carregamos em nós heranças de nossa colonização e escravidão o que traz
conseqüências para nossa soberania enquanto pessoas e nação. A antropóloga também aponta
o caráter antropofágico de nossa identidade cultural brasileira que, se por um lado nos integra
e enriquece nossa cultura, por outro fragiliza, não sabemos quem somos e se não nos
conhecemos, o amor próprio é prejudicado. E essa falta de amor por nós mesmos, de
compreensão de direitos e deveres, privados e públicos, da luta concreta contra privilégios, é
decisiva tanto para o tipo de governabilidade que se estabelece no país quanto para nossa
tolerância e permissividade em relação aos governantes. Ora, estando constituído como um
povo que não exerce sua cidadania e nem luta por ela, vive-se um presente muito frágil e
banalizado.
BAQUERO (2004, p. 9) afirma que é preciso (...) avaliar como se pode empoderar a
juventude para uma participação mais crítica e consequente no processo de construção
democrática do país.
54
2.5. Perfil das juventudes
Da pesquisa Juventude, juventudes o que une e o que separa realizada pela UNESCO,
de 1º a 12 de julho de 2004, com 10.010 (dez mil e dez) jovens brasileiros, de 15 a 29 anos,
residentes nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal extraímos as seguintes
estatísticas referentes às juventudes brasileiras.
• 41,8% vivem na região Sudeste;
• quanto à escolaridade: 22,9% cursam ou cursaram até a 4ª série do ensino
fundamental, 34% estudaram ou estudam da 5ª a 8ª série do ensino fundamental,
35,8% estudam ou já concluíram o ensino médio e apenas 7,2% cursaram ou estão
cursando o ensino superior;
• 41,4% dos jovens pertencem à classe D, 14,4% à classe E, 31,6% à classe C e
apenas 1,3% à classe A;
• 40% dos jovens vivem exclusivamente da renda de outras pessoas e apenas 21,8%
vivem exclusivamente da própria renda;
• 53,5% se autoclassificam morenos ou pardos, 33,5% se consideram brancos,
11,4% como negros;
• Referente ao conhecimento sobre informática. 58,3% não sabem usar o
computador. Os mais distantes do computador são os mais velhos (de 27 a 29
anos), 71%;
• (..) lazer e cultura vêm dividindo espaço com instituições sociais clássicas, como a
família e a escola, no processo de formação das identidades juvenis (...) são com
as atividades culturais e recreativas que os jovens conseguem expressar e
vocalizar de maneira mais intensa suas opiniões, aspirações, angústias e dilemas;
• A televisão aberta é a mais importante fonte de lazer e informação para a
maioria dos jovens brasileiros: entre as opções 35% preferem assistir televisão no
tempo livre em casa (a região Sudeste responde por 37% desse conjunto) e 17, 6%
preferem ouvir música;
• Questionados sobre o hábito de assistir televisão, cerca de 95,7% dos jovens
afirmaram que costumam assistir.
O Instituto Cidadania também realizou uma pesquisa nacional denominada Perfil da
Juventude Brasileira (apud ABRAMO, BRANCO, 2005). Os dados foram coletados entre 22
55
de novembro e 8 de dezembro de 2003 em 198 municípios totalizando 3.501 entrevistas com
jovens de 15 a 24 anos. Um dos dados desta pesquisa, que aqui destacamos, é que os pais são
os grandes mediadores dos jovens: 59% dão atenção ao que a mãe diz e 15% ao pai. O
professor fica com 2%, o padre/pastor com 3%, e o cônjuge com 6%. A pesquisa aponta que a
família é muito importante para o amadurecimento do jovem.
A política não é um dos temas preferidos pelos jovens para discutir com os amigos e
com a família. Mas fica em quarto lugar, na escala dos mais importantes a serem discutidos
pela sociedade.
2.6. Juventude, participação e política
Referente à participação e a democracia, a pesquisa da UNESCO (2006) mostra que:
• 27,3% participam ou já participaram de alguma organização social, sendo 81,1%
de caráter religioso, 23,6% de caráter organizacional (esportiva, ecológica,
cultural, artística e assistencial), 18,7% de caráter corporativo (trabalhista e
estudantil) e apenas 3,3% em organizações partidárias;
• Entre os jovens que participam ou já participaram de alguma organização social, a
presença do jovem na direção e administração das associações soma 58%, seja
assumindo responsabilidades compartilhadas com adultos ou não;
• 63% consideram que o jovem de hoje não se preocupa com a política, porém 72%
afirmaram ter algum interesse nas eleições municipais de 2004;
• 62,5% concordam que a democracia ainda é o regime preferencial e 30,1%
admitiriam um regime autoritário em algumas situações;
• Há uma forte descrença nas instituições políticas: 84,6% não confiam nos partidos
políticos, 76,7% não confiam no governo, 82% não confiam no Congresso
Nacional e 79,9% não confiam nas Assembleia s Legislativas e Câmaras de
Vereadores.
Outra fonte importante é a pesquisa Juventude Brasileira e Democracia: participação,
esferas e políticas públicas organizada pelo Ibase/Pólis (2007) que entrevistou 8.000 jovens
brasileiros, de 15 a 24 anos, na fase quantitativa e 913 que aceitaram participar da fase
56
qualitativa, entre julho de 2004 e novembro de 2005, em sete Regiões Metropolitanas do país
(Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e no
Distrito Federal. Dela, extraímos algumas contribuições importantes resultantes dos diálogos
com e entre os jovens:
• A democracia tem pouca história no Brasil e, portanto, não é possível falar em
participação sem a dimensão da escuta e do compartilhamento de decisões;
• 28,1% afirmaram fazer parte de algum tipo de grupo. Número próximo ao
apontado pela pesquisa da UNESCO;
• É preciso abrir canais de comunicação, com linguagem apropriada, entre os
poderes Executivo e Legislativo e os(as) jovens, a fim de que eles(as) possam
conhecer tais instâncias, acessar as informações produzidas e conhecer as formas
pelas quais podem interferir em seus processos.66
66 IBASE/PÓLIS, 2006.
57
Contribuições teóricas para a Gestão da Comunicação.
Neste capítulo, vamos nos valer das contribuições da inter-relação dos campos da
educação e da comunicação para embasar a relação comunicacional que se quer construir
entre o Poder Legislativo e a Juventude.
3.1. Conceito de Educomunicação
Segundo Ismar de Oliveira SOARES (2006a), a Educomunicação emergiu como
prática social no meio acadêmico a partir da década de 1980. No final da década de 1990,
pesquisa realizada e confirmada entre estudiosos e profissionais da Comunicação e da
Educação da América Latina (Soares, 1999) mostrou a legitimação de um novo campo
epistemológico, fruto da inter-relação da Comunicação e a Educação. Este campo constitui
um novo paradigma, uma nova forma de ver, entender e conceber as práticas educativas67,
através de um discurso apoiado na conexão entre elementos discursivos diferentes (como os
vários campos do saber, por exemplo, a Antropologia e a Psicologia) que estabelecem uma
relação de parte com o todo, da causa com o efeito, do sintoma com o que ele designa, em
processos circulares de interpenetração, ao contrário dos lineares que privilegiam uma visão
iluminista, especialista, fragmentada, da parte pelo todo. Soares (2002, p. 24) define a
Educomunicação como:
o conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos, programas e
produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos presenciais
ou virtuais, assim como a melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as
67 Entenda-se que estas práticas contemplam não só a educação formal, mas também a não-formal e a informal. Educação formal entendida como aquela que possui espaços constituídos, como as escolas, por exemplo, que é legitimada socialmente, que possui legislação, seqüência, freqüência, rituais (diplomação...), avaliações, órgãos, programa etc. Educação informal é reconhecida pelo seu caráter difuso, em que não há um eixo centralizador, é descentralizada, não tem local definido, não avalia ninguém, não tem um projeto educativo, que é o caso de muitos produtos veiculados nos meios de comunicação como as telenovelas, os noticiários etc. Já a educação não-formal geralmente trabalha com voluntários; às vezes, não há avaliação; um exemplo são os projetos de educação de jovens e adultos das Comunidades Eclesiais de Base.
3
58
relacionadas ao uso dos recursos da informação no processo de aprendizagem. Em outras palavras, a
Educomunicação trabalha a partir do conceito de gestão comunicativa.
O conceito de ecossistema comunicacional articulado por Jesús Martín-Barbero
designa “a organização do ambiente, a disponibilização de recursos, o modus faciendi
(maneira de agir) dos sujeitos envolvidos e o conjunto das ações que caracterizam
determinado tipo de ação comunicacional”. E é natural que as pessoas e as instituições
pertençam e atuem simultaneamente, em distintos ecossistemas comunicacionais. Podemos
ver a Assembleia como um grande, um macro-ecossistema comunicativo, formado por
diversos micro-ecossistemas que se inter-relacionam.
Compreendemos que a base da Educomunicação é a perspectiva dialética marxista,
dialógica e transformadora, em que a reflexão, a interação e a ação a que se propõe tem, no
lugar sócio-histórico-político-cultural, em que se encontram os receptores e os produtores, o
seu início e o seu fim.
3.2. A cultura como ponto de partida das ações comunicativas
No fundo, a substituição de procedimentos mágicos por técnicas ‘elaboradas’, envolve o cultural, os
níveis de percepção que se constituem na estrutura social; envolve problemas de linguagem que não
podem ser dissociados do pensamento, como ambos, linguagem e pensamento, não podem sê-lo da
estrutura68 .
.A primeira coisa que concluímos da fala de Paulo Freire é que uma ação comunicativa
envolve, num sentido amplo, a transformação do cultural, aquilo que recebemos de herança,
que nos é dado, que é do senso comum.
Tanto Freire quanto Gramsci compreendem a cultura do ponto de vista da práxis, ou
seja, que ela possui uma dinamicidade que não se dá pelo conhecimento de fatos brutos
isolados, mas sim através de um processo dialético de interação entre a consciência e a
realidade material, de transformação e autotransformação das condições em que vive69. O
ponto de partida é o reconhecimento de si próprio enquanto ser humano, inserido na história
68 FREIRE, 2002, p. 33. 69 SCHELLING, 1991, p.34.
59
da qual faz parte e colabora, enquanto membro de uma sociedade de classes, numa constante
relação de hegemonia70 entre os agentes sociais dominantes e dominados.
Certeau traz nossa reflexão para mais perto da realidade, ao nos mostrar que a relação
de hegemonia não é harmônica, pelo contrário, é conflitiva. Desde os Direitos dos Homens
até as férias pagas, nunca houve inovação cultural sem conflitos sociais e sem vitórias
políticas71.
Quando promovemos uma ação comunicativa devemos estar conscientes que, num
determinado momento o conflito emergirá, seja pelo lado do poder legislativo, seja da
juventude: faz parte do conjunto de forças que garantem a dinâmica dos ecossistemas
comunicativos. De acordo com as provocações que Certeau nos coloca, identificamos dois
pontos que merecem destaque: a questão da homogeneidade versus a pluralidade e a do
incômodo dos detentores do poder.
3.2.1. A questão da homogeneidade versus a pluralidade
Certeau faz a seguinte reflexão sobre a pluralidade presente na cidade:
Sistema de relações mais do que unívoco, a cidade requer uma conexão de espaços diferenciados entre
si (por que definidos cada um pelas sociedades que a habitam) e, todavia, superpostos (aos sistemas que
se cruzam em ‘treliças’, acrescenta-se a sedimentação de sistemas históricos). À homogeneidade
abstrata de uma racionalidade única, as experiências tentam substituir uma estrutura de pluralidade em
que, por exemplo, o hábitat de uma minoria não tome a forma de abscesso, mas seja reconhecido como
um modo espacial de existir entre outros, sem que, no entanto, deles se isole. Quando admitirmos
pensar e tratar a cidade não como uma linguagem unívoca, mas como uma multiplicidade de sistemas
que fogem aos imperativos únicos de uma administração central, irredutíveis a uma fórmula global,
impossíveis de isolar do hábitat rural, comportando organizações econômicas, mas também sistemas de
percepção da cidade ou de associações de vias que são práticas urbanas, vivenciaremos um novo tipo de
sociedade72.
70 A hegemonia é a relação de negociação de poder entre os que o detêm e aqueles que o legitimam. É um relação que não pode ser imposta, tem que ser conquistada, os interesses diversos tem que ser negociados. A hegemonia dá conta efetivamente da historicidade das coisas. A conquista, a renovação da hegemonia é algo cotidiano, em que todos devem estar alertas para os elementos que implicam na relação de poder. 71 CERTEAU, 1995, p. 214. 72 Ibidem, p. 212.
60
Falar da pluralidade de espaços na cidade é falar da pluralidade cultural que nela está
contida. Podemos pensar na cultura dos sujeitos envolvidos de forma homogeneizada,
racional, econômica, através de estereótipos e preconceitos. Mas o que vai de encontro a
nossa proposta e de Certeau, é respeitar e valorizar as diferenças, sem isolar as pessoas, sem
formar guetos, enriquecendo o diálogo com a pluralidade de contribuições e propiciando a
livre expressão e manutenção das identidades.
3.2.2. A questão do incômodo dos detentores do poder
A partir do momento em que, pelo seu trabalho, uma ação começa a modificar o equilíbrio das forças,
ela é interrompida pela repressão que organizam os poderes estabelecidos73.
Desenvolver uma política de comunicação, a partir da ótica que aqui estamos
discutindo, numa Casa essencialmente política, é um grande desafio em que o surgimento de
conflitos é certo, pois o processo de tomada de consciência incomoda com seus
questionamentos, com o que é dito (que talvez os deputados não queiram ouvir). Motiva-nos a
refletir, quais mecanismos garantiriam a manutenção e o êxito de tal projeto.
3.3. A importância da linguagem na ação comunicativa
Retomando Paulo Freire, a ação comunicativa envolve problemas de linguagem que
não podem ser dissociados do pensamento. Schaff74 reconhece que linguagem e pensamento
constituem uma unidade indissociável. Isto é, desenvolvendo a linguagem, desenvolve-se o
pensamento – ao invés de utilizar o termo pensamento, Bakhtin se refere à consciência. Para
este último, é a linguagem quem medeia o nosso modo de ver e de se relacionar com a
realidade. Sendo assim, poderíamos nos perguntar “qual o sentido tribuído pelos jovens a
signos como cidadania, democracia, política?” Se tomarmos o exemplo da política,
poderemos encontrar sujeira e corrupção, por exemplo. Poderíamos então pensar que aí mora
uma possível causa de muitos não quererem se envolver com questões políticas.
73 Ibidem, p. 217. 74 SCHAFF, 1974, Cap. III, p. 250-253.
61
Segundo Bakthin75, a consciência é banhada pelos signos, porém eles refletem uma
ideologia76 e tudo que é ideológico é um signo. Ele reflete e refrata a realidade. É preciso
situar a ideologia no signo, tirar a neutralidade da palavra para descobrir a possibilidade da
diversidade de sentidos. A mesma palavra vai assumir valores particulares para cada grupo
que estiver utilizando, de acordo com a herança cultural e as experiências anteriores vividas.
Ora, esse exercício de reconhecimento, de percepção, de desmascaramento das ideologias
presentes, demonstra-se necessário e fundamental se o que se quer é que esta juventude seja
não só participante, mas crítica, capaz de ler o mundo, para poder fazer parte de sua
transformação.
Através da expressão, a linguagem se desenvolve no cotidiano, a consciência adquire
forma e consistência e temos acesso à consciência do outro. Este processo se dá na interação
verbal com as pessoas, com os meios de comunicação e com as mediações com que
convivem. Ousamos expandir este conceito, para uma interação videotecnológica77, não só
limitada aos signos verbais, mas trazendo as linguagens complexas com suas cores, sons,
imagens, suas interatividades, sua lógica hipertextual, sem linearidade, em rede, conectada.
Essa interação, porém, está, conforme Barbero78, através do desordenamento cultural
promovido pelas comunicações, reorganizando e compondo um novo sensorium79, um novo
modo de perceber o mundo e de se relacionar com ele e com o tempo e o espaço,
influenciando nos significados e valores que são atribuídos às coisas, nos sentidos produzidos
pelos jovens.
O educomunicador deve provocar momentos de desequilíbrio, através de ações
dialéticas, que permitam uma tomada de consciência, uma leitura crítica dos discursos que
circulam, a fim de alcançar uma visão complexa do mundo em que vive, estabelecendo
conexões entre as informações e os conhecimentos, muitas vezes fragmentados e sem sentido,
construindo, uma intersubjetividade simbólica capaz de compreender o funcionamento das
coisas, do ambiente, da sociedade em que se vive, para ter possibilidades de transformá-la,
aperfeiçoá-la, de forma solidária, ética e cidadã.
75 BAKHTIN, 1992, cap. 1. 76 A ideologia dominante é a visão de mundo de uma classe dominante formada por grandes grupos que detêm grandes meios de comunicação e procuram congelar a significação, tentam engessar a capacidade de plasticidade da palavra, imobilizar o signo, acarretando numa deformação ou inversão da realidade. 77 GOMEZ, 1997, p. 58. 78 BARBERO, p. 10-22. 79 Conceito de Walter Benjamin.
62
No jogo dialógico que se propõe entre juventude e poder legislativo, não basta dar voz
a eles, e simplesmente fingir que os escuta, como nos ensina Paulo Freire:
Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação
evidente, enquanto educador ou educadora, significa reconhecer nos outros (...) o direito de dizer a sua
palavra. Direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutá-los. De escutá-los
corretamente, com a convicção de quem cumpre um dever e não com a malícia de quem faz um favor
para receber muito em troca. Mas, como escutar implica falar também, ao dever de escutá-los
corresponde o direito que igualmente temos de falar a eles. Escutá-los no sentido acima referido é, no
fundo, falar com eles, enquanto simplesmente falar a eles seria uma forma de não ouvi-los80.
Por fim, a ação comunicativa busca o entendimento para uma prática transformadora.
Esta prática não acontece no individualismo, pelo contrário, desde o início do processo de
tomada de consciência até a prática em si, no diálogo dos diferentes, na problematização do
cotidiano, do mundo do senso comum, tudo se dá em grupo.
3.4. Áreas de intervenção das ações comunicativas
Soares classifica as ações comunicacionais em quatro áreas de intervenção, a saber,
mas que não são excludentes, nem são únicas.
3.4.1. Educação para a comunicação
Esta área compreende ações dialéticas que possibilitem uma leitura crítica dos meios.
Para isso, deve-se valer de referenciais teóricos advindos das mais variadas áreas do
conhecimento. A proposta é fazer com que os jovens percebam o lugar que os meios de
comunicação ocupam na sociedade, na formação de sua consciência e seu impacto social; as
implicações da comunicação mediatizada; a modificação do modo de percepção que a
comunicação e as novas tecnologias propiciam; o papel da produção de informação e
conhecimento nas culturas; o acesso e o uso autônomo e livre dos recursos e linguagens da
comunicação para a expressão dos indivíduos e grupos sociais.
80 FREIRE, 1992, p.30.
63
3.4.2. Mediação tecnológica
Quando se opta pela Educomunicação, deve-se estar consciente e deixar claro aos
agentes envolvidos que mais importante que as tecnologias empregadas e o acabamento
técnico do produto final é o processo de elaboração e reflexão do produto.
Aliadas às ações de “educação para os meios” e à reflexão sobre as realidades e
culturas juvenis, as Tecnologias de Informação e Comunicação são instrumentos de
aprendizagem, de expressão e exercício da cidadania.
3.4.3. Gestão da comunicação ou comunicativa
Cabe a gestão planejar, executar e avaliar políticas, planos, programas e projetos de
intervenção social no espaço do campo, com o objetivo de criar e manter ecossistemas
comunicativos entendidos como ambientes regidos pelo princípio da ação e do diálogo
comunicativo.
São preciosas também as contribuições de Paulo Freire para a Educomunicação, que
devem ser observadas pela gestão. Esta deve estar atenta e buscar colaborar na construção de
uma relação social igualitária e dialogal entre os sujeitos, que resulta em uma prática social
transformadora, baseadas na colaboração (a ação dialógica só se realiza entre sujeitos), na
união (fundamental para a consciência de classe ou de grupo), na organização (momento da
aprendizagem em que se busca transformar) e na síntese cultural (instrumento de superação da
cultura)81.
3.4.4. Reflexão epistemológica
Esta área compreende o conjunto de estudos acadêmicos sobre a natureza da
emergência do campo. Ela é muito importante, pois a partir dos estudos desenvolvidos, vão-se
ampliando os referenciais teóricos para o aprimoramento não só de uma “educação para a
comunicação” como para as outras áreas também. Uma das colaborações que nosso projeto
81 SOARES, 2006.
64
pode dar nesse sentido é valorizar a sistematização de sua execução para que possa servir de
subsídio de pesquisa para futuros estudos do campo.
3.5. O que não é Educomunicação
Valemo-nos dos modelos teóricos de Comunicação Educativa identificados por Sierra
(2000) para enumerar quais ações não estão compreendidas pela Educomunicação.
Modelo Informacional
• A informação é vista como conteúdo/eixo estruturante da relação pedagógica;
• Uma comunicação pedagógica cujo objetivo fundamental é a eficácia funcional do
sistema de comunicação educativa, para conseguir a máxima quantidade de
informação transmitida pela fonte (educação bancária/modelo dos efeitos);
• A dispersão e fragmentação dos conteúdos;
• A automatização do comportamento dos sujeitos da educação;
• O desenvolvimento da competitividade e da individualização;
• A descontextualização da experiência do conhecimento e da comunicação;
• E a operacionalização do saber segundo o pragmatismo e a cultura instrumental do
conhecimento (oficinismo), que relega as habilidades cognitivas
metacomunicacionais, reflexivas e críticas do sujeito de aprendizagem.
Paradigma Cultural
• Os canais de transmissão de informação constituem pré-textos para a produção e
contextualização do conhecimento, num processo de pesquisa colaborativa e
reflexão grupal sobre as representações, os valores, as formas de conhecimento e
os discursos da educação, da comunicação e da cultura, porém sem resultar em
nenhuma ação transformadora.
65
3.6. O papel e o perfil do gestor da comunicação
Segundo Soares (2006a), o gestor deve ver a comunicação além da ótica do mercado e
do pensamento neo-liberal hegemônico (condição necessária e dificultante). Ela deve ser
embasada em práticas libertadoras, humanizadoras.
O gestor não inventa realidades, nem necessidades, sua preocupação é entender a
realidade que o cerca, seus problemas e suas virtudes – o que no caso da ALESP é um grande
desafio, pelo público tão plural como o de São Paulo. Cabe a ele, planejar, executar e avaliar
políticas, programas e projetos de intervenção social no espaço do campo com o objetivo de
criar e manter ecossistemas comunicativos.
A gestão comunicativa visa garantir, mediante o compromisso e a criatividade de todos os envolvidos e
sob a liderança de profissionais qualificados, o uso adequado dos recursos tecnológicos e o exercício
pleno da comunicação entre as pessoas que constituem a comunidade, assim como entre esta e os
demais setores da sociedade.82
Para elaborar e implementar uma política de comunicação, que vá ao encontro dos
princípios teóricos que refletimos, valemo-nos das recomendações de Alves (apud
BACCEGA) e de Soares83. Para eles, o gestor precisa:
• Conhecer os agentes sociais envolvidos, entre eles os jovens e os deputados;
• Estabelecer os critérios para buscar apoio de outros agentes e coordenar essa
atividade;
• Compreender o processo de maneira integral (do projeto à realização);
• Identificar, planejar e avaliar processos comunicacionais;
• Ser um generalista interdisciplinar;
• Compreender a inter-relação comunicação e cultura.
Este novo profissional atua ao mesmo tempo no campo da Educação e da
Comunicação, movido pela formação de cidadãos críticos, participativos e inseridos em seu
meio social84. É aquele que vai dialogando com os agentes sociais envolvidos e vai buscando
brechas para a viabilização e execução da política de comunicação. Enfim, cria condições
82 SOARES, 1999, p. 41. 83 Ibidem, p. 58-66. 84 MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia. Bases do Programa Brasileiro para a Sociedade da Informação, Apud SOARES, p. 25.
66
para que a comunidade, neste caso, a juventude se expresse, que aconteça a comunicação
entre jovens e deputados e entre os próprios jovens.
67
Internet, democracia e diálogo.
No caminho investigativo para encontrar as respostas ao problema que motiva esta
pesquisa – qual seja: Como a ALESP pode usar a internet para se aproximar e dialogar com a
juventude? – fizemos um diagnóstico da ALESP; conhecemos um pouco mais sobre a
juventude; refletimos sobre a comunicação que queremos; e finalmente vamos conhecer um
pouco sobre o canal que é a internet, interfaceando com a democracia num prisma dialógico.
4.1. Um breve contexto
A Internet é um dos meios de comunicação de maior alcance institucional da ALESP e
deve ser valorizado, pois traz consigo a possibilidade de estabelecer aproximação e diálogo
permanente com a sociedade civil.
Apesar de apenas cerca de 34% da população brasileira ter acesso a Internet85, no que
se refere à juventude esta fatia é muito maior. O Instituto Datafolha realizou em 2008, a
pesquisa denominada Jovens Brasileiros e verificou que 74% dos jovens brasileiros entre
16 e 25 anos já acessam a Internet e 73% possuem celular86. Ainda, segundo a pesquisa, a
Internet fica em segundo lugar como principal meio de comunicação para se manter
informado (26%). Em primeiro, está a TV aberta com 33%. [Nota: entre os jovens de 16 e
85 Cruzando projeção da população brasileira PNAD 2008 (189.953.000) com a projeção da Ibope Nielsen Online de usuários com acesso à internet em qualquer ambiente (residências, trabalho, escolas, lan-houses, bibliotecas e telecentros), considerando os brasileiros de 16 anos ou mais de idade com posse de telefone fixo ou móvel (64,8 milhões). Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect? temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Noticias&docid=E37C727B59300DFE83257639004D478C>. Ranking da internet no Brasil. Acesso em: 29 out. 2009. 86 Foram entrevistados 1541 jovens de 16 a 25 anos nos dias 1 e 2 de abril de 2008, sendo 20% de 16 e 17 anos. 24 unidades da federação e Distrito Federal - 168 municípios - margem de erro: 3%. Opinião Pública. Jovens Brasileiros. Artigo de 30/7/2008. Disponível em: <http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session =700>. Acesso em: 5 ago. 2008.
4
68
17 anos, TV e internet empatam com 30% ambos. A TV por assinatura87, porta de acesso
para a TV Assembleia, corresponde a apenas 2%].
4.2. Características da internet
Cada canal de comunicação tem suas peculiaridades que os diferencia dos demais e
motiva suas escolhas. Segundo GINER e ESPARCÍA Y MARTINEZ (apud TERRA, 2006, p.
28-9)88, eis algumas características diferenciais da internet em termos de processo e fluxo
comunicacional:
• Diálogo de um para um ou de muitos para muitos, com características de bidirecionalidade (mão
dupla) e interatividade;
• Conectividade, permitindo a transferência de informações entre computadores;
• Heterogeneidade, uma vez que utiliza diferentes sistemas operacionais e computadores que podem
ser interconectados;
• Navegação por meio de hipertexto, caracterizando a comunicação não-linear;
• Instantaneidade e velocidade;
• Comunicação em rede;
• Presença e disponibilidade das informações 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano;
• Busca e consulta rápida e facilitada;
• Personalização;
• Possibilidade de ler, ouvir e assistir ao conteúdo; não há um formato único definido.
• Maior efetividade na comunicação;
• Atualização constante dos conteúdos;
• Acesso de qualquer ponto do mundo – ubiquidade;
• Segmentação de público por afinidade, preferências.
Agora se for observada a Internet pela lente dos padrões de desenvolvimento e dos
modelos de negócio, o padrão em voga recebe o nome de web 2.0. Simplificadamente, em
uma visão técnica, a web 2.0 é a fase de transição dos sites estáticos para uma geração de
aplicações dinâmicas sociais da web e serviços. De outro lado, há aqueles que pregam que
87 Segundo a Anatel, dos 645 municípios do Estado de São Paulo, apenas 130 (20,2%) têm Serviço de TV a Cabo e/ou MMDS disponível. Ver em: Dados Estatísticos dos Serviços de TV por Assinatura ANATEL - AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa – SCM Capítulo I JULHO / 2009 (Dados atualizados até 31 de julho de 2009). Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalRedireciona.do?codigoDocumento=232922&caminhoRel=Cidadao-TV%20por%20Assinatura-Informa%E7%F5es%20sobre%20o%20mercado>. Acesso em: 31 out. 2009. 88 TERRA, 2006.
69
“nós somos a web”, pois as pessoas estão moldando a web, elas não se limitam a receber e
baixar coisas da Internet, ela interagem, misturam, fazem upload, mudam e customizam
interfaces, vídeos, músicas, produtos, em direções inesperadas.
Para Tim O’Reilly, criador do termo, a web 2.0 “é a mudança para uma internet como
plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre
outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede
para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a
inteligência coletiva”89[grifo nosso].
Se analisarmos o modelo conceitual do portal da ALESP, serão encontradas algumas
características relacionadas ao padrão web 2.0:
• Beta perpétuo: o portal está em permanente atualização. Cada procedimento
registrado no Sistema de Processo Legislativo atualiza automaticamente os dados
do portal, por exemplo.
• Internet como plataforma: paulatinamente o portal vai se configurando como um
grande aplicativo de comunicação com o Poder Legislativo e de gestão do
conhecimento produzido.
• Conteúdo colaborativo e/ou participativo: atualmente, o conteúdo é produzido
de forma descentralizada por vários setores da ALESP. Já há algumas experiências
de conteúdo gerado pelo cidadão, como citamos no capítulo Um (Audiências
Públicas do Orçamento e o Emendas on line), mas ainda é preciso progredir mais
na chamada “arquitetura de participação”.
No que se refere à colaboração, poderia também ser explorado pelo portal, a aplicação
da folksonomia. “Enquanto na taxonomia clássica primeiro são definidas as categorias do
índice para depois encaixar as informações em uma delas (e em apenas uma), a folksonomia
permite a cada usuário da informação a classificar com uma ou mais palavras-chaves,
conhecidas como tags (em português, marcadores)”90. A adoção da folksonomia poderia
colaborar para que os jovens usuários pudessem classificar as notícias e outras informações do
89 Em 10 de dezembro de 2006, Tim O'Reilly conceituou o que é web 2.0 em seu blog http://radar.oreilly.com/2006/12/web-20-compact-definition-tryi.html, desde então, esta se tornou a melhor e mais aceita definição concisa do termo. 90 WIKIPEDIA, 29 jan. 2010.
70
portal, de acordo com seus interesses, e aperfeiçoar a experiência de comunicação
segmentada por perfil de usuário e a obtenção de resultados de busca mais eficientes.
4.3. Democracia e internet
Pensar o uso da internet como um canal de aproximação e diálogo entre o Legislativo
e a juventude, é pensar de que forma a Internet pode colaborar na consolidação da democracia
na sociedade.
Baseados na sumarização feita por BUCY E GREGSON (apud GOMES, 2008),
apresentam-se as características que deveriam estar presentes, num nível socialmente
relevante, para satisfazer os requisitos básicos de participação democrática:
a) um volume adequado de conhecimento político estrutural e circunstancial e um estoque apropriado de
informações não-distorcidas e relevantes, suficientes para habilitar o cidadão a níveis adequados de
compreensão de questões, argumentos, posições e matérias relativas aos negócios públicos e ao jogo
político;
b) a possibilidade, dada aos cidadãos, de acesso a debates públicos já começados e também a de iniciar
novos debates desta natureza, nos quais eles deveriam exercitar a oportunidade de envolver-se em
contraposições argumentativas, de desenvolver os seus próprios argumentos, de envolver-se em
procedimentos deliberativos no interior dos quais podem formar a própria opinião e decisão políticas;
c) meios e oportunidades de participação em instituições democráticas ou em grupos de pressão –
mediante ações como voto, afiliação, comparecimento a eventos políticos ou por meio de outras
atividades políticas nacionais ou locais;
d) a habilitação para oportunidades eficazes de comunicação da esfera civil com os seus representantes
(em nível local, nacional ou internacional) e para deles cobrar explicações e prestação de conta.
Comparando as características da internet com as da democracia participativa,
verifica-se que a internet oferece, potencialmente, as oportunidades de implementação de um
projeto de gestão comunicativa para a aproximação e diálogo entre a ALESP e a juventude.
Vejamos quais as vantagens e as críticas apontadas quanto ao uso da internet para o
fim desejado.
71
4.4. No que a internet pode colaborar para a participação política91
4.4.1. Superação dos limites de tempo e espaço para a participação política
Uma das reclamações dos jovens na pesquisa empírica foi a falta de tempo para exigir
seus direitos. Por intermédio da internet, o jovem não precisa se locomover até a Assembleia
Legislativa, ele pode exercer sua cidadania no horário mais conveniente, através de seu
computador ou de outro dispositivo ligado a grande rede mundial. “Um diálogo on-line
genuíno é possível entre qualquer número de indivíduos que desejem trocar ideias” (Barnet
apud GOMES, 2008, p. 307).
4.4.2. Extensão e qualidade do estoque de informações on-line
Outra reclamação dos jovens se refere à necessidade de formação e informação de
qualidade para entender o funcionamento do sistema político e para poderem exercer sua
cidadania com consciência.
Segundo Gimmler (apud GOMES, 2008, p. 308), no que tange ao aumento de
informação política e conhecimento público das matérias e questões políticas, talvez jamais a
cidadania tenha estado tão bem fornida de insumos. Barnett completa: “não há necessidade de
qualquer desculpa para um debate conduzido em ignorância” (apud GOMES, 2008, p. 308).
4.4.3. Sem filtros nem controles
Algo que os defensores da Internet muito valorizam é o fato da grande rede mundial
ser uma “zona protegida em que poderiam prosperar as liberdades básicas de expressão e
opinião”.
91 GOMES, 2008, p. 307-312.
72
4.4.4. Interatividade e interação
Pode-se dizer que se tratam do argumento central e do elemento enriquecedor da
Internet.
A estrutura e os dispositivos mais comuns da Internet, (...), fazem com que ela forneça eficientes canais
perfeitamente adaptados para fluxos de comunicação e informação em mão dupla entre cidadãos e
sociedade política. (...) A noção de interatividade política ancorada na Internet refere-se a uma
comunicação contínua e de iniciativa recíproca entre esfera civil e agentes políticos, uma comunicação
que deve servir para um recíproco feedback entre cidadania e sociedade política (Hacker apud GOMES,
20008). (...) Ademais, há naturalmente, que se admitir um padrão de interatividade horizontal, ou seja,
dos cidadãos entre si, que finda por coincidir com a já descrita ideia de discussão pública política
(GOMES, 2008, p. 310-1).
Quando a interação da esfera civil consegue influenciar significativamente nas ações
dos agentes políticos, a fim de alterar suas posições para melhor atender às disposições do
público, isso produz efeitos importantes na cultura política, pois contribui para “recompor a
sensação de efetividade política da esfera civil” e para formação de um cidadão mais
confiante de sua força política.
4.4.5. Oportunidade para vozes minoritárias ou excluídas
Grupos que não detêm a chance, por uma razão ou outra, de se fazerem presente na
esfera da visibilidade pública, nos outros grandes meios de comunicação como a TV, o rádio e
a mídia impressa, predominantemente, encontram na Internet a oportunidade de se expressar.
Pode-se citar o episódio dos zapatistas, em 1994, que romperam, por meio da Internet, o
isolamento físico, político e midiático a que foram confinados. Encontramos intervenções
políticas desde os grupos organizados, como os grandes movimentos orientados por causas
ambientais, até mobilizações esporádicas e intervenções pontuais através de flash mobs92
,
cartas-correntes de causas e protestos, engajamento individualista por meio de blogs etc.
92 Segundo a Wikipedia, são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou meios de comunicação social. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Flash_mob . Acesso em 29 jan. 2010.
73
4.5. Alguns problemas a serem observados
4.5.1. Desigualdade de acesso
Como já foi demonstrado anteriormente no decorrer deste trabalho, ainda há uma
grande parcela da população que não possui acesso à Internet, o que implicaria dizer que
disponibilizar certos serviços existentes apenas no meio virtual, que não estariam acessíveis a
todos, é uma forma de reforçar a exclusão social. Porém é importante observar a consideração
de MAIA (2008, p. 285)93:
Entender, contudo, a participação apenas como questão de acesso físico à tecnologia é equivocado. (...)
Garantir que maior número de visões esteja presente em um debate público eficaz requer que um alto
nível de participação seja mantido. Isso significa não necessariamente um alto nível de ativismo
político, mas de interesse político. Há pouca evidência de que o acesso mais amplo às tecnologias irá
por si só e sem mais, expandir o interesse pelas questões políticas simplesmente porque uma parcela
maior do público tem chances de participar. Ao invés disso, estudos recentes têm mostrado que os
principais obstáculos para a realização da política deliberativa, a qual pressupõe uma resolução
discursiva de problemas afetando o interesse comum, advêm geralmente de uma forma de apatia
política, e não de empecilhos à liberdade de expressão ou de comunicação94.
Desta forma, é importante que haja investimentos públicos para alcançar a
universalização do acesso à internet, como praticamente já acontece com a TV, por exemplo.
Políticas públicas dos governos federal e estadual estão sendo discutidas e implantadas
para ampliar o acesso da população a computadores e Internet Banda Larga. Todavia,
concomitantemente, o poder público, em nosso caso, a ALESP, deve continuar investindo em
ferramentas virtuais que ampliem a participação da sociedade civil, em especial a juventude,
na esfera política. O que se deve procurar observar é que, no que for possível, sejam
disponibilizadas outras formas de comunicação com finalidade semelhante aos instrumentos
existentes no meio virtual.
93 GOMES, 2008. 94 Estudos sobre a experiência de implementação da Internet em Bolonha, que garantiu a universalização do acesso a toda a população, evidenciou que os grupos de discussão mais populares estavam ligados a sites de entretenimento e temas a-políticos, tais como culinária, esporte e viagem (Tambini, 1998, p. 96-7; Guida, 2000).
74
4.5.2. Cultura política
Segundo GOMES, “temos poucos indícios empíricos de haver suficiente vontade e
interesse no jogo político, no processo político e no estado dos negócios públicos para superar
o senso de apatia predominante na cultura política contemporânea”.
Baseando-se em pesquisas como Juventude Brasileira e Democracia – participação,
esferas e políticas públicas (IBASE/PÓLIS, 2006) e nas experiências de programas de TV
como Câmara Ligada (TV Câmara-DF), Manos e Minas e Ao Ponto (TV Cultura-SP),
visualiza-se que uma das formas de driblar a apatia seja o uso de meios lúdicos (buscando as
mediações da cultura, da arte, do esporte etc) para mediar, estimular e desenvolver o gosto
pela discussão política dos problemas que afetam o interesse comum da juventude.
É preciso considerar, também, que o jovem não é incentivado, nem educado para
exercer de fato sua cidadania. Segundo o Prof. Rildo COSSON95, promover a democracia, e
conseqüentemente o desenvolvimento de uma cultura política, deve ser a primeira função do
Legislativo.
Por promover a democracia se entende uma missão educativa sustentada basicamente
por dois pilares: o da participação política e o do letramento político.
Por letramento político entende-se o conjunto de processos e práticas de participação
na vida pública envolvendo habilidades, conhecimentos e valores democráticos. Isto é, o
oferecimento de condições pedagógicas que minimizem a assimetria de informações e
conhecimentos sobre como funciona o Sistema Político, sobre os temas discutidos e sobre o
uso das ferramentas e canais de participação.
95 Aula inaugural do Curso de Ciência Política do ILP – 17 set. 2007.
75
Diversas pesquisas nacionais mostram e o COSSON conclui: a sociedade brasileira
encara o legislativo como algo prejudicial, se não inútil.
4.5.3.O sistema político continua fechado
Uma observação importante é que não é a mudança do ambiente de comunicação (no
caso, a Internet) que vai modificar automaticamente o sistema político, nem as convicções que
o acompanham. De nada adianta implementar ferramentas interativas de diálogo se não
houver efetividade concreta. Aqui, cabe lembrar uma das características do processo de
inovação na gestão pública, que deve ser considerado: o incrementalismo96, ou seja, o
planejamento para implementar novas ações comunicacionais que dependem de mudanças
macroestruturais; devem considerar o processo incremental de discussão, negociação e
incorporação de novas ideias ao sistema político. O desafio é balancear e minimizar a
defasagem do timing exigido no funcionamento do Poder Legislativo e aquele gerado pela
expectativa da juventude por resultados.
4.5.4. Liberdade e controle
No rol dos paradoxos da liberdade na Internet que comprometem sua performance
democrática, está, por exemplo, o anonimato.
Hoje começam a despontar os aspectos negativos implicados no anonimato, porque se sabe que este
‘pode levar à irresponsabilidade, ao hate speech (racismo publicado) e ao declínio de uma cultura de
debate’ (Jensen apud GOMES, 2008)
--- x ---
Para finalizar este capítulo, apresenta-se, a seguir, uma experiência educomunicativa
entre o poder público e a juventude, mediada pela Internet, a qual pode servir de referência e
96 A visão incrementalista da política pública perdeu parte do seu poder explicativo com as profundas reformas ocorridas em vários países, provocadas pelo ajuste fiscal. No entanto os que trabalham nos governos e os que pesquisam os orçamentos públicos conhecem bem a força do incrementalismo, que mantém intactos estruturas governamentais e recursos para políticas públicas que deixaram de estar na agenda dos governos. (SOUZA, 2006)
76
estimulo para aqueles que querem ampliar a relação comunicacional de aproximação e
diálogo.
--- x ---
4.6. Conselho Jovem de Espoo e Nuvanet: uma experiência de parlamento
jovem virtual
a luta virtual que os atores coletivos empreendem imbrica-se, muitas
vezes, com a mobilização social, estabelecendo uma relação de
confluência, de acréscimo ou de sinergia entre o concreto e o virtual
(Moraes apud MAYA, p. 344)
Na cidade de Espoo – com seus 200 mil habitantes, próximo a Helsinki, capital da
Finlândia, no final da década de 1990 – o Conselho Jovem97 criou, pela companhia
Nettiparlamenti Ltd., o site Nuvanet cujo principal objetivo era o de explorar a tecnologia
para ampliar a democracia e estimular a participação popular, especialmente dos jovens, na
política local. Para isso o site conta com uma revista online editada pelos jovens e com a
plataforma IdeaFactory, a qual permite aos jovens lançar e discutir suas ideias, que
posteriormente serão transformadas em moções e encaminhadas diretamente para a
Assembleia Municipal, constituindo-se num verdadeiro parlamento jovem virtual. Sua
implantação contou também com a colaboração de empresas como Compaq, Nokia e Helsinki
Telephone Corporation.
A Nuvanet garante um fluxo contínuo de informação e conecta diferentes grupos de discussão uns aos
outros. (...) a contribuição mais importante da Nuvanet é fomentar e cultivar ‘várias capacidades
sociais e societais (que) são verdadeiramente necessárias, entre elas a interação, a argumentação e
o debate [grifo nosso]’ (Tammi/Nerelli 1999:104)98. Nesse sentido, ela representa um método de
trabalho reflexivo que estimula um pensamento profundo e deliberação interativa, o que é muito
necessário, mas infelizmente muito ausente da democracia de massa contemporânea. (FREY, 2000)
97 O endereço do Conselho Jovem de Espoo é http://www.espoo.fi//default.asp?path=1;28;11884;15032;39386 . 98 TAMMI, Ari; NERELLI, Eeero. NuvaNet and Nettiparlamentti – Democracy turns into reality on the Internet. In: Paula Tiihonen (ed.): Politics & Internet. 2nd International Congress. Reporto n Politics & Internet Congress, held in Helsinki, Finland January 6-9, 1999. Helsinky: Oy Edita Ab, 1999, pp. 102-107. Disponível em http://web.eduskunta.fi/dman/Document.phx?documentId=dn11307104245855&cmd=download Acesso em 12 dez. 2009.
77
Pode-se estruturar o processo em cinco passos:
1. Um jovem lança uma ideia na plataforma.
2. Os jovens apresentam argumentos prós e contras.
3. Para cada ideia ou sugestão, uma moção é preparada pelo Conselho, que –
depois de uma longa discussão dos argumentos – é mandada de volta, a fim de
ser votada pela comunidade virtual.
4. A moção é assinada virtualmente pelos jovens.
5. O Conselho Jovem encaminha a moção para a Assembleia Municipal, para
autoridades ou para a mídia local.
Uma das formas de garantir a dinâmica do processo são as visitas do Conselho às
escolas estimulando os jovens a envolver-se nas discussões do site. É bom, também, informar
que apesar de não ter relação com a Nuvanet e com o Conselho Jovem, é comum se
desenvolver campanhas de reforço dos princípios democráticos nas escolas.
4.6.1 O Conselho
Atualmente, o Conselho Jovem da cidade, formado por 30 adolescentes de 13 a 18
anos, eleitos no outono, com mandato de dois anos, atua como instituição mediadora entre o
parlamento jovem virtual e as autoridades locais. Para isso, conta com a importante
colaboração de funcionários a serviço do Conselho, que colocam à disposição dos jovens seu
expertise, para iniciá-los e assessorá-los em seus trabalhos e nas negociações com as
autoridades. Além disso, funcionários são eleitos pelos próprios jovens para atuarem como
moderadores na plataforma de discussão.
Além da Assembleia Municipal, o Conselho Jovem coopera com organizações locais e
nacionais, com outros conselhos jovens, com organizações estudantis etc.
A Assembleia Geral do Conselho Jovem se reúne a cada três semanas e as equipes e
grupos de projeto se encontram entre as assembléias.
78
O trabalho desenvolvido pelo “Conselho auxilia os tomadores de decisão locais a
conhecer mais sobre as expectativas e o modo de pensar dos jovens, aumentando o
conhecimento mútuo e uma cooperação mais efetiva”. (FREY, .2000)
4.6.1 Considerações
Percebe-se que esta experiência de comunicação democrática, mediada por
computador, possui vários elementos constitutivos importantes para o desenvolvimento
juvenil, não só na formação cidadã, mas na formação da pessoa humana. Através dela se
exercita o diálogo intergeracional, o protagonismo juvenil, a construção de suas identidades...
O jovem é visto como sujeito de direitos: ele não soluciona o problema sozinho, mas faz parte
da solução. Seu ponto de vista é valorizado pelos adultos; constitui-se uma relação dialógica
entre eles. O projeto propicia o amadurecimento do jovem, estimula seu pensamento múltiplo
e crítico, pois o incentiva a considerar as várias faces de um problema apresentado.
De acordo com FREY (2000), pode-se atribuir o sucesso do projeto aos seguintes
fatores decisivos e imprescindíveis:
1. total apoio dos tomadores de decisão de alto nível ao projeto (Assembleia Municipal,
prefeita etc);
2. conexões diretas estabelecidas entre o processo de deliberação virtual e o processo real
de tomada de decisões na municipalidade, isto é, as discussões dos jovens de Espoo
têm influência concreta nas decisões feitas pelas autoridades locais, o que fomenta,
por sua vez, a própria participação dos jovens;
3. o papel exercido pelos moderadores que garantem a consistência e a transparência do
processo participativo.
“As diferentes análises sobre os efeitos das TIC para o processo político e o
fortalecimento ou não da sociedade civil tornam claro o fato de que, no final, o sucesso não
vai depender da tecnologia em si, mas principalmente de decisões políticas e econômicas”.
(FREY, 2000)
79
Conversando sobre Poder Legislativo e Internet com a Juventude.
Partindo de dois princípios: (i) o paradigma de juventude como sujeito de direitos; e
(ii) gestão da comunicação baseada na educomunicação, foi prevista a realização de uma
pesquisa empírica com jovens do Ensino Médio como parte integrante deste trabalho.
Foram realizadas pesquisas quantitativa e qualitativa, entre os meses de setembro e
outubro de 2009, em três escolas estaduais da cidade de São Paulo.
Ao todo, participaram do processo 147 jovens estudantes do segundo ano do ensino
médio, com idades entre 15 e 20 anos. Após o preenchimento de um questionário, 35 jovens
foram sorteados e consultados para participar de grupos de diálogo.
5.1. Metodologia
Na observação, entrou-se em contato com a juventude, observando, conversando,
levantando dados, pelas técnicas escolhidas.
Thiollent99 diz que não existem técnicas de coleta neutras. As técnicas são “teorias em
ato”. O método que utiliza questionário tem uma teoria por trás dele, a entrevista tem outra, a
observação etnográfica também e a história de vida, idem. Assim, a teoria que está por trás
vem propriamente para dizer o que é a técnica faz com os fatos. É necessária uma vigilância
epistemológica, ter sensibilidade no olhar e capacidade de organizar os dados, de forma
objetiva, porque senão tudo pode se tornar algo doutrinário.
99 Cf. THIOLLENT. Crítica metodológica, investigação social e enquête operária. cap. I e II.
5
80
Os objetivos da pesquisa empírica foram:
1. Identificar as barreiras/limitações legais, institucionais, estruturais, físicas,
humanas, tecnológicas, burocráticas, administrativas e culturais que
dificultam/impedem a comunicação via Internet entre a ALESP e a juventude;
2. Mapear quais os espaços públicos da Internet em que os jovens estão presentes,
analisar como eles se comunicam, como compreendem as informações, o que lhes
chama a atenção e o que eles NÃO gostam.
5.1.1. Universo da pesquisa
Por questões de locomoção e tempo, concluiu-se que o ambiente que melhor
congregava a pluralidade cultural juvenil era a escola – a maioria da juventude passa por ela.
Escolheu-se então trabalhar com alunos do ensino médio por possibilitar o contato com jovens
que estão prestes a votar pela primeira vez ou que já o fizeram ao menos em uma
oportunidade.
5.1.1.1. Escolhendo os distritos e as escolas
A ideia inicial era dialogar com jovens de duas escolas: uma pública e outra particular.
Ao discutir a proposta com o orientador, prof. Carlos de Brito, aceitei o desafio de aumentar a
amostra da pesquisa para 6 escolas: 3 públicas e 3 particulares, localizadas em três distritos da
cidade de São Paulo com realidades diferentes. Cada dupla de escolas (uma pública e outra
particular) estaria localizada próxima geograficamente e no mesmo distrito da cidade. Para
definir os distritos, tomou-se como referência a classificação do Mapa da Juventude100,
elaborado pela Coordenadoria Especial de Juventude da Prefeitura Municipal de São Paulo, e
do Índice de Vulnerabilidade Juvenil101 da Fundação SEADE.
O Mapa da Juventude de São Paulo (MdJ) dividiu a cidade em cinco Zonas
Homogêneas Juvenis, agrupando distritos que possuem perfis semelhantes de jovens. Para
100 Coordenadoria Especial de Juventude da Prefeitura Municipal de São Paulo, 2003. 101 SEADE, 2007.
81
identificar estes perfis foi elaborado um indicador composto juvenil, resultado das seguintes
variáveis:
• Percentual da população jovem no conjunto do distrito;
• Taxa anual de crescimento populacional do distrito entre 1991 e 2000;
• Percentual de mães adolescentes no total de nascidos vivos;
• Coeficiente de mortalidade por homicídios na faixa etária de 15 a 24 anos;
• Percentual de jovens que não freqüentam escola;
• Coeficiente de viagens por motivo de lazer, por distrito;
• Índice de mobilidade da população de 15 a 24 anos;
• Valor do rendimento médio mensal familiar.
Segundo o mapa, essas variáveis foram escolhidas a partir dos resultados de pesquisas
anteriormente realizadas pela Fundação SEADE (Índice de Vulnerabilidade Juvenil), pelo
CEDEC (Mapa da Exclusão Social e Mapas de Risco da Violência) e pela Faculdade de
Medicina da USP (Análise do Fluxo da População em Busca de Atenção à Saúde).
Com base no indicador composto juvenil foi elaborado um ranking dos distritos e
efetuado cinco agrupamentos que formam as Zonas Homogêneas (ZH). Sendo o ZH1, o
conjunto de distritos que oferecem as melhores condições de vida para o jovem e o ZH5, que
possui condições mais precárias de vida.
Além disso, resolveu-se utilizar, comparativamente, a segmentação do município de
São Paulo em áreas homogêneas, segundo vulnerabilidade social à pobreza, cuja referência é
o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social – IPVS. Esta segmentação foi utilizada no Índice
de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ).
As quatro áreas homogêneas são as seguintes102:
Áreas pobres: envolvem 19 distritos administrativos localizados nas áreas mais periféricas. Em 2005,
concentravam 31,4% dos paulistanos, dos quais 8,9% eram jovens.
Áreas de classe média baixa: compostas por 25 distritos administrativos, abrigam 31,1% da
população, sendo 8,3% jovens.
Áreas de classe média: englobam 35 distritos administrativos, com 26,9% do total da população do
município, da qual 7,2% eram jovens.
102 SEADE, 2007, p. 2.
82
Áreas ricas: compostas por 17 distritos administrativos localizados na área central, com 10,6% da
população e a menor proporção de jovens (6,0%).
O uso dos dois indicadores para a escolha dos distritos foi uma forma de ratificar a
classificação dos distritos escolhidos.
Inicialmente, os três distritos foram escolhidos da seguinte forma: um da ZH1/área
homogênea rica (zona com melhores condições de vida para o jovem), um da ZH3/área
homogênea de classe média (o que poderíamos chamar de condições medianas) e um da
ZH5/área homogênea pobre (zona com condições mais precárias). Entretanto, como se verá
adiante, com a mudança de planos para apenas escolas públicas, com o objetivo de englobar
uma maior representatividade de jovens, substituiu-se o ZH1 pela ZH4/área homogênea de
classe média baixa.
ALESP Cidade
Ademar
Socorro
Capão Redondo
83
5.1.1.2. A busca pelas escolas
Os contatos com as escolas foram iniciados em meados de setembro de 2009. Na primeira
semana, foram agendadas duas conversas: uma com a coordenadora pedagógica e os professores
da Escola Estadual Profa. Carolina Cintra da Silveira (EE Carolina) de Capão Redondo e outra
com a diretora da Escola Estadual Profo. José Geraldo de Lima (EE José Geraldo), localizada no
distrito de Socorro. Ambas foram bem sucedidas. O desafio começou a se complicar ao iniciar as
tentativas de contato com as escolas particulares próximas destas duas escolas.
Foram muitas barreiras encontradas no caminho: escolas que não tinham sala de
informática com acesso à Internet, outras que não possuíam o número de computadores
suficiente para realização da pesquisa, houve algumas que não dispunham do número de
alunos suficiente para participar da pesquisa, havia também aquelas que já possuíam muitas
atividades programadas e que não poderiam nos receber. As muitas tentativas de contatar os
gestores das escolas particulares, por telefone ou por e-mail, geraram grande perda de tempo.
Pela dificuldade de conseguir escolas particulares próximas das públicas pesquisadas (no caso
de Capão Redondo e Socorro) e pelas limitações de tempo que se apresentavam, desistimos
das particulares e nos propusemos a pesquisar mais uma ou duas escolas públicas em distritos
diferentes.
Nos novos contatos, a gripe H1N1 (que ficou conhecida popularmente por gripe suína)
somou-se ao rol das justificativas apresentadas pelas escolas para negar a execução da
pesquisa, pois devido ao adiamento preventivo do início das aulas – recomendado pelo
Ministério da Educação – muitas retomaram as aulas em meados de agosto. Dessa forma,
vários gestores escolares alegaram que o cronograma estava atrasado e que não seria possível
incluir esta atividade durante o período de aula.
A última escola que abriu as portas para a pesquisa foi a localizada em Cidade
Ademar, a Escola Estadual Martins Pena (EE Martins Pena).
Este pesquisador foi muito bem recebido nas três escolas que aceitaram participar da
pesquisa, tanto pelo corpo docente como pelo discente.
84
Quadro: relação das escolas contatadas SEM sucesso
Escola Distrito Justificativa da negação / fator complicador Instituto Educacional Allan Kardec
Jd. Ângela A única escola particular do distrito do Jardim Ângela não possui laboratório de informática. Apesar de ser uma escola particular, é filantrópica e tem poucos recursos financeiros.
Escola São Vicente de Paulo
Capão Redondo Não foi permitido, pois o cronograma da escola estava apertado devido à gripe H1N1 e sobrecarregado com atividades extracurriculares e recuperação de alunos.
Colégio Siqueira Cézar Capão Redondo --- Instituto Educacional Prelúdio
Capão Redondo ---
Escola Perspectiva Capão Redondo --- Colégio Elias Maas Capão Redondo Laboratório de informática não tem acesso a Internet para os
alunos não ficarem usando a internet durante a aula. Há apenas 4 computadores conectados na biblioteca para pesquisas escolares.
EE Calhim Manoel Abud
Socorro Escola sem laboratório de informática.
Colégio Humboldt Socorro Grade sobrecarregada. Alunos com muitas atividades. A coordenadora pedagógica expressou valorizar este tipo de atividade e lamentou não poder ajudar.
Colégio Alcance Socorro --- Colégio Dimensão Socorro --- EE Fabiano Lozano Maestro
Vila Mariana Não foi permitido, pois o cumprimento do currículo proposto pela Secretaria Estadual de Educação estava apertado devido à gripe H1N1, além da preparação dos alunos para o SARESP (avaliação da educação estadual).
EE Martim Francisco Moema A diretora iria liberar a pesquisa, mas o laboratório de informática estava com o equipamento responsável pelo acesso a Internet, danificado pela chuva.
EE Ministro Costa Manso
Itaim Bibi Laboratório de informática com problemas.
EE Prof Luiz Simioni Sobrinho
Cidade Ademar ---
EE México Cidade Ademar Teria que conversar com a diretora que não estava presente no momento da visita. Como naquele dia consegui a aprovação da EE Martins Pena, não precisei retornar a esta escola.
EE Oswaldo Aranha Itaim Bibi Três tentativas de visita sem sucesso: não conseguir falar com a diretora.
EE Major Arcy Vila Mariana Ao visitar a escola, não consegui falar nem com a direção, nem com a coordenação pedagógica, pois não estavam presentes.
EE Brasílio Machado Vila Mariana Não foi permitido, pois o cronograma da escola estava apertado devido a gripe H1N1 e preparação para o SARESP (avaliação da educação estadual) e Prova Brasil (avaliação federal da educação).
EE Prof Roldão Lopes de Barros
Vila Mariana A diretora havia aprovado e pediu para conversar com a vice que é responsável pelo Ensino Médio. A vice-diretora até estava disponibilizando dois dias, mas ao saber do uso da sala de informática, alegou que seria inviável.
Além destas escolas foram contatadas mais algumas escolas estaduais por telefone, mas não tomei nota do nome e da justificativa.
85
5.1.2. Amostragem
A amostragem é uma parte representativa do todo, ou seja, reproduz as características
do universo definido. Optou-se por trabalhar com uma amostra não-probabilística,
significando que os dados coletados não permitirão generalizar as observações e conclusões
para o universo de toda juventude paulista, ou seja, configura estudo de caso. O mérito de
adotar essa amostra é a possibilidade de mostrar tendências referentes às juventudes.
O que se apresentam são pistas, tendências que poderão ser confirmadas ou refutadas
com pesquisas representativas. O valor desta pesquisa se presta a uma referência inicial para o
desenvolvimento de ações comunicacionais que precisam ser realizadas entre a ALESP e a
juventude paulista.
Quadro: relação das escolas participantes com informações referentes a realização das pesquisas
Escola
Distrito Zona Homogênea Área Homogênea
Distância da ALESP
Alunos que participaram da
pesquisa quantitativa
(questionários)
Alunos que participaram da
pesquisa quantitativa e qualitativa (grupos
de diálogo)
data
EE Profa. Carolina Cintra
da Silveira (EE Carolina)
Capão Redondo ZH5
Área pobre 17km
50 10
22/9 - questionário 23 e 24/9 – grupos
de diálogo (manhã)
EE Profo. José Geraldo de
Lima (EE José Geraldo)
Socorro ZH3
Área de classe média 15km
47 1.º dia: 12 2.º dia: 10
30/9 e 1/10/09 questionário e
grupos de diálogo (manhã)
EE Martins Pena
Cidade Ademar ZH4
Área de classe média baixa
11,8km
50 1.º dia: 13 2.º dia: 11
21 e 22/10 questionário e
grupos de diálogo (noite)
Participaram da pesquisa, apenas alunos de 2.º ano do Ensino Médio que acessam
a Internet. Foram escolhidos alunos desta série por acreditar que eles ainda não estão
sobrecarregados com os estudos preparatórios para o vestibular, são mais maduros que os do
primeiro ano e há alunos com idade para participar das eleições. Durante a pesquisa empírica,
percebeu-se que se tivesse optado pelos alunos do terceiro ano poderíamos ter dificuldade de
conseguir 50 alunos em uma mesma escola, pois a cada ano vão diminuindo o número de
alunos. Sobre acesso à internet, isso não foi um empecilho, pois nas três escolas entre as salas
que tive contato, não foi encontrado ninguém que não a acessasse.
86
5.1.2.1. Perfil do grupo pesquisado
Dos 147 alunos participantes da pesquisa, 57,14% eram jovens do sexo feminino e
praticamente a mesma porcentagem declarou possuir/pertencer a uma cor/etnia não-branca
(57,1%). Um pouco mais da metade disse trabalhar ou já ter trabalhado (55%). A faixa etária
variou entre 15 e 20 anos, sendo que a maioria tem entre 16 e 17 anos (85%). Apenas 2,04%
informaram ter filhos. Não houve nenhuma pessoa com deficiência para participar da pesquisa.
No quesito renda familiar, praticamente a metade estava na faixa que vai de mais de um
até 3 salários mínimos. Uma quantidade significativa (19%) declarou não saber a renda familiar.
E quanto à diversidade religiosa, observou-se que mais de 73% dos pesquisados
pertenciam ou simpatizavam com denominações religiosas de princípios cristãos (católico,
evangélico, espírita etc).
8. Quanto à religião, você se considera... (escolha apenas uma resposta) Total Católico 48% Evangélico 23% Apenas acredito em Deus, não tenho religião 17% Outras. (Testemunha de Jeová (2 jovens); Maçonaria (1), Misticismo (1), Cardecista (1), Unificação (1), Cultura Racional (1), Vampirismo (1) e uma jovem de nenhuma religião
6%
Espírita 2% Ateu / atéia 2% Praticante de uma religião afrodescendente (ex.: candomblé, umbanda, culto aos orixás etc.) 1% Total geral 100%
87
5.1.3. As técnicas de coleta dos dados
Para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa foi composta de duas partes: (i)
quantitativa, por intermédio de questionário e (ii) qualitativa, através de grupos de diálogo.
5.1.3.1. Pesquisa Quantitativa – Questionário
O questionário foi composto por 26 questões de múltipla escolha e dissertativas,
organizado em três partes:
• Parte I – perfil do pesquisado
• Parte II – sobre seus hábitos na internet
• Parte III – sobre a sua relação com a Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo
A meta era de 50 alunos participantes em cada uma das três escolas, para compor a
amostragem. Totalizou-se 147 (cento e quarenta e sete) alunos, incluindo os trinta e cinco que
participaram da Qualitativa.
5.1.3.1.1. Aplicação do questionário
Usou-se o período de uma aula em cada escola para explicar a proposta aos alunos,
sortear aqueles que iriam participar da pesquisa qualitativa e aplicar o questionário. Cada
aluno recebeu um questionário com 26 questões. O tempo previsto era de 30 minutos para o
preenchimento.
Na EE Carolina houve um dia para explicar a proposta e aplicar o questionário. Nas
outras escolas, o questionário e o primeiro encontro do grupo de diálogo aconteceram no
mesmo dia, sendo que os sorteados foram para a sala de informática e o grande grupo ficou
com uma auxiliar da pesquisa na sala de aula.
Os alunos que participaram de ambas as fases preencheram primeiro o questionário e
só depois participaram do grupo de diálogo.
88
Foi impossível evitar que os alunos conversassem entre si durante a aplicação do
questionário. Isso pode ter alguma influência nas respostas, pois enquanto dialogam, podem
lembrar-se de algumas coisas, mas também podem ocorrer influências de uns sobre os outros.
5.1.3.1.2. Observações
Na primeira escola (EE Profª Carolina Cintra da Silveira), o questionário foi aplicado
em duas salas sequencialmente.
Em uma breve análise dos questionários entregues na primeira sala, percebeu-se que
eram necessárias algumas orientações adicionais aos jovens participantes a fim de garantir
respostas mais completas. A partir de então, todos os outros participantes foram orientados a
responder à caneta e que não usassem respostas como “porque eu gosto”, “porque é legal”,
“tudo me interessa”, “tudo”, “várias coisas”, “interessante”, pois elas não elucidam aquilo
que se quer saber, ou seja, os motivos de gostarem, do quê gostam etc.
Já na segunda escola (EE Prof. José Geraldo de Lima), a forma como o professor nos
apresentou foi indelicada e autoritária com os alunos, algo como: “se comportem, não nos
façam passar vergonha”. Este comportamento pode ter influência em algumas respostas do
questionário, pois os alunos podem ter se sentido obrigados, e não convidados, a participar
(que era a proposta deste pesquisador).
5.1.3.1.3. Fazendo uma breve crítica ao questionário
Em, aproximadamente, 15 minutos os alunos alcançavam a questão 16 – a questão
mais trabalhosa. Nela foram sugeridos alguns sites e eles tiveram que refletir sobre as razões e
sobre como usam estes sites. A pesquisa poderia ter sugerido alternativas, mas resolveu-se
utilizar algumas perguntas dissertativas para ver que respostas iriam aparecer – em se tratando
de um questionário preenchido por eles mesmos correu-se o risco de ficar com perguntas sem
resposta ou de se obter respostas superficiais. Em contrapartida, houve a vantagem de ser uma
questão sobre um tema que eles gostam e com o qual têm familiaridade.
89
Em algumas questões, mesmo indicando para assinalar apenas uma alternativa, foram
assinaladas mais de uma, como a do local de acesso à Internet (questão 18). Pode-se fazer
algumas leituras disso:
a) o aluno poderia estar cansado após as questões anteriores (no caso da 18) e não
ter prestado atenção;
b) o fato de acessar em vários lugares e todos eles serem importantes para aquele
jovem pode ter falado mais alto, aliado a uma leitura rápida e desatenta da questão.
Parece-me que isso poderia ter sido evitado se fosse colocada a instrução de
preenchimento no início da questão, como o foi feito na questão 10 em que esse problema de
leitura rápida e desatenta foi detectado no teste do questionário.
5.1.3.2. Pesquisa Qualitativa - Grupo de Diálogo
O grupo de discussão, ao qual aqui se optou por chamar de grupo de diálogo, é uma
entrevista múltipla em que importa captar tanto as experiências individuais como os
consensos e divergências do grupo.
A amostragem prevista era de dez a doze alunos por escola, observando-se o mesmo
número de meninos e meninas. A composição da amostra se deu através de sorteio realizado
em sala de aula. Os sorteados eram questionados se gostariam de participar do grupo de
diálogo. Embora tenha sido obedecido este critério, observamos desistências no momento em
que os alunos iriam se dirigir para a sala destinada ao encontro do grupo, resultando numa
amostra de trinta e cinco alunos no total, sendo aproximadamente 57% de meninas.
Em cada escola ocorreram dois encontros com aproximadamente duas horas de duração
cada um. O primeiro encontro aconteceu na sala de informática (no caso das escolas EE José
Geraldo de Lima e da Martins Pena) e na sala da coordenação pedagógica (EE Profª Carolina). Em
todas as escolas o segundo encontro ocorreu na sala de informática, contando com um micro para
cada aluno, conectado à Internet. Na EE Martins Pena, por problema técnico, não foi possível que
os alunos acessassem a internet individualmente, então a navegação deu-se em duplas.
90
Nas escolas EE José Geraldo de Lima e da Martins Pena, o tempo do primeiro
encontro (duas horas) foi usado para a pesquisa quantitativa (40 minutos) e qualitativa (uma
hora e vinte minutos).
Em todos os encontros, o ambiente era preparado com cadeiras em círculo.
5.1.3.2.1. Organização dos encontros dos grupos de diálogo
Os grupos de diálogo foram organizados baseando-se no seguinte roteiro de
atividades:
Primeiro encontro
Objetivos: (a) reconhecimento da relação entre necessidades e direitos dos jovens; (b)
levantamento das características da política ideal.
1. Explicação dos objetivos da atividade, combinação dos acordos de funcionamento dos
encontros e questionamento dos alunos sobre o trabalho.
2. Discussão de questões em grupos (15min): (1) O que falta na região onde você
mora para a juventude?; (2) O que poderia ser feito para solucionar este problema?
(possibilidades de solução, quem está envolvido); (3) Quais são os empecilhos e
dificuldades para resolver o problema?
3. Apresentação das respostas em cartazes. Bate-papo e provocações.
O primeiro passo foi reconhecer o jovem como um sujeito de direitos. Neste processo,
eles identificaram suas necessidades, o que lhes é comum, foram discutidas algumas
possibilidades de solução e as dificuldades encontradas.
4. Ao identificar a política como um dos caminhos de conquista, questionou-se: O que
eles pensam da política? Como deveria ser a política ideal? Bate-papo a respeito.
Identificação de dificuldades, estereótipos e preconceitos.
5. Fechamento; avaliação do encontro; e agradecimentos. Entrega da tirinha do Calvin.
91
Segundo encontro
Objetivos: (a) concepção do “site dos políticos” ideal com base na política ideal; (b)
visita ao portal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; (c) avaliação do portal.
1. Dinâmica de reflexão sobre trabalho em grupo.
2. Memória do encontro anterior. Distribuição, leitura e reparo (se necessário) da
síntese da política ideal.
3. Reafirmação do acordo de funcionamento do encontro.
4. Diálogo sobre o Poder Legislativo: localização; quem faz parte dele; e quais são suas
competências (legislar, fiscalizar, indicar, representar interesses, debater etc).
5. Formação de três grupos e discussão sobre site ideal, de acordo com pergunta e roteiro
distribuídos (45 min)
Pergunta: Com base nas competências do legislativo e no que acreditamos como política
ideal, como gostaríamos que fosse o site ideal dos políticos do Poder Legislativo?
1.º Passo: Levantar quais são as informações que você gostaria de saber (ter
disponível) e os recursos que gostaria de ter a disposição?
2.º passo: Classificar, organizar e colocar em ordem de prioridade (do mais para o
menos importante) as informações e os recursos.
3.º Passo: Desenhar/esquematizar o site ideal. Pensar na linguagem.
4.º Passo: Apresentação, discussão, consenso (procurar tomar nota de algumas coisas
na lousa ou quadro)
6. Apresentação e discussão
7. Visita e avaliação do portal da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
www.al.sp.gov.br (15min).
Os alunos receberam um roteiro de registro dos seguintes itens: link visitado, o que
esperava / o que pensou que era, o que encontrou, o que gostou e o que pode melhorar
/ ser implementado.
8. Discussão sobre a avaliação do site da ALESP.
9. Agradecimentos; distribuição de materiais; e considerações finais.
92
5.2. Sistematização dos dados coletados através dos questionários
5.2.1. Quem tem título de eleitor
idade porcentagem
de jovens número de
jovens
não habilitados a votar 4,1% 6
15 anos 4,1% 6
voto facultativo 85,0% 125
16 anos 59,9% 88
17 anos 25,2% 37
voto obrigatório 9,5% 14
18 anos 4,8% 7
19 anos 3,4% 5
20 anos 1,4% 2
indeterminado 1,4% 2
não respondeu 1,4% 2
total 100,0% 147
93
Como dissemos anteriormente, 85% dos jovens pesquisados têm entre 16 e 17 anos e
consequentemente têm direito ao voto facultativo. Todavia, 81,6% desse montante ainda não
possui título de eleitor. Salta aos olhos, a alta taxa de jovens com 18 anos que ainda não
possui título: 57,14%.
Retornando o foco aos eleitores de 16 e 17 anos, segundo matéria veiculada na Folha
de São Paulo (2008), a cidade de São Paulo tinha naquele ano eleitoral menos da metade do
número de jovens eleitores de Pernambuco, que tinha e tem menos habitantes.
A cientista política da UnB (Universidade de Brasília) Lúcia Avelar, que pesquisa participação política,
diz que o dado é consequência de um descrédito dos adolescentes com a questão ética. [Para os jovens,]
a orientação é menos ideológica e mais substituída por valores éticos.
5.2.1.1. Por que não possui o título de eleitor
Ao analisar melhor a questão 10.1. (Se você respondeu SIM, diga por quê) percebeu-
se uma falha na formulação das alternativas de resposta, pois não foram disponibilizadas
opções para aqueles que já possuem o título, por questão da obrigatoriedade. Desta forma,
foram desconsideradas as respostas dadas. Como mais de 76% dos pesquisados não possui
título de eleitor, as justificativas de não possuir título poderão, também, dar importantes
contribuições.
94
Observar o quadro de justificativas daqueles que não possuem título de eleitor ainda,
desperta esperança e reforça a ideia de que se deve dar especial atenção a uma
educomunicação política, que, ao mesmo tempo que permita a aproximação e o diálogo
dos jovens com seus representantes, também possibilite uma formação com vistas à sua
emancipação cidadã.
Não ter nenhum jovem que alegou não possuir o título de eleitor por não saber que
poderia tirá-lo é um indicador positivo de que cada vez mais os jovens estão informados
deste direito político conquistado na Constituição Cidadã.
Outro importante indicador é que mais de 66% dos jovens que ainda não tem título
disseram pretender participar das eleições de 2010, contra os quase 19% que só pretendem
votar quando for obrigatório.
Há um grupo que deixa explícita a necessidade da comunicação entre os políticos e
seus eleitores, pois consideram a política importante, porém não confiam em nenhum
candidato (13,21%). Outro que evidencia a necessidade de formação cidadã por ainda se
considerar imaturo (4,72%), sem condições para tomar uma decisão que consideram
importante.
95
Por fim, chamou-me a atenção a justificativa de um jovem: Testemunhas de Jeová não
se envolvem com política. Mesmo eu tirando o título do eleitor votaria nulo. Mal sabe esta
pessoa que o fato de se alijar do processo eleitoral, através do voto nulo, já é por si só uma
opção política de afirmação do status quo.
5.2.2. Formas de envolvimento e participação política
96
outras formas:
1. apenas tratei com educação todas as pessoas e colaborei com o meio ambiente: não jogando lixo nas
ruas e etc. (não participo de ONG's para mudar este "sistema de coisas").
2. Desbravadores, arrecadamos alimento para os mais necessitados, não jogamos lixo nas ruas, etc.
3. não jogar lixo na rua
Um terço do grupo diz colaborar de alguma forma para construir uma sociedade mais
justa. Destacam-se as formas de ação que não possuem uma conotação política declarada,
como a atuação em grupos juvenis (40,82%), uso da arte e cultura para a crítica e denúncia
social (34,69%) e participação em ONGs (20,41%).
Como foi visto no capítulo 2, as pesquisas da UNESCO (2006) e do IBASE/PÓLIS
(2007) indicaram que 27,3% e 28,1% participam ou participaram de organização social,
respectivamente. Na primeira pesquisa, apenas 3,3% declararam participar de partidos políticos.
Percebe-se que há uma crise, uma negação das formas tradicionais de participação:
filiação a partidos, sindicatos e organizações juvenis. A pesquisa Juventude Brasileira e
Democracia: participação, esferas e políticas públicas (IBASE/PÓLIS, 2007, p. 9), aponta o
desafio: Pensar os distintos significados da participação política para as juventudes pode
representar um importante aporte para captar não só como reproduzem, mas principalmente,
como constroem novas respostas a essa questão. [grifo meu].
É muito importante observar que a apatia pela política, pela participação social não
está presente apenas nos jovens, mas em todos os segmentos da população103. A falta de
tempo, de interesse, de motivação e de orientação e acompanhamento para reivindicar seus
direitos é uma das pistas observadas nos grupos de diálogo para se justificar a não-
participação.
103 IBASE/PÓLIS, 2007, p. 8-9.
97
Partidos citados Porcentagem de
jovens
PT 58,82%
PSDB 14,71%
PV 14,71%
PSOL 8,82%
DEM 5,88%
Marta Suplicy 5,88%
PMDB 2,94%
total de jovens 34
Os jovens que citaram Marta Suplicy como partido simpatizante, disseram que não
tem afinidade com nenhum político.
Dois jovens deram respostas curiosas. Um respondeu PSDB e PSOL e o outro
respondeu PSDB, PV e PSOL.
A preferência pelo PT com larga distância dos demais citados pode ter alguns motivos:
(i) a afinidade por Lula, Marta e Eduardo Suplicy (veja página seguinte); (ii) o fato dos jovens
serem alunos da rede estadual cujo governador é do PSDB e que freqüentemente é alvo de
críticas dos professores e dos alunos, devido à qualidade insatisfatória da educação.
Fato interessante é que há o dobro de simpatizantes pelos partidos (23,11%) do que
relações de afinidade com políticos (11,56%).
98
Políticos citados
Porcentagem de jovens que declararam afinidade
Porcentagem de jovens que citaram este político em
primeiro lugar
Luis Inácio Lula da Silva [PT] 41,18% 29,41%
Geraldo Alckmin [PSDB] 23,53% 11,76%
José Serra [PSDB] 23,53% 5,88%
Marta Suplicy [PT] 17,65% 11,76%
Gilberto Kassab [DEM] 17,65% 5,88%
Soninha [PPS] 17,65% 5,88%
Eduardo Suplicy [PT] 11,76% 5,88%
Roger Lin [PSB]** 5,88% 5,88%
não lembro 5,88% 5,88%
Fernando Gabeira [PV] 5,88% 5,88%
Cícero Farias [PV]* 5,88% 5,88%
Juscelino Kubitschek 5,88% 0%
Heloisa Helena [PSOL] 5,88% 0%
Netinho [PCdoB] 5,88% 0%
Clodovil [PR] 5,88% 0%
Paulo Maluf [PP] 5,88% 0%
total de jovens 17
*candidato a vereador em São Paulo em 2008 ** vereador da cidade de São Paulo
Apesar de um jovem escrever "Sôninha PPS" e outro escrever "Geraldo Alckmin
PSDB", nenhum deles tem simpatia por qualquer partido. Salvo estes casos, os partidos
anotados entre colchetes foram inseridos por este pesquisador.
99
O presidente Lula se destacou, também, na pesquisa do DATAFOLHA (2008). Foi o
único político citado entre as diversas personalidades como mais honesto (1.º lugar) e como
quem o jovem gostaria de ser. Na lista das personalidades mais inteligentes, figurou no topo
da lista dos políticos citados.
motivos de afinidade Porcentagem de
jovens que usarem esta justificativa
Número de jovens que usarem esta justificativa
imagem percebida (valores, traços da personalidade)
94,1% 16
Simpático 25,0% 4
verdadeiro, tem verdadeiros objetivos 12,5% 2
Honesto 12,5% 2
Sincero 12,5% 2
Leal 6,3% 1
Direto 6,3% 1
espírito de vontade 6,3% 1
Batalhador 6,3% 1
parece a "menos" pior 6,3% 1
Humilde 6,3% 1
gostou de sua atuação e/ou do que fez em determinada área
58,8% 10
jeito de governar, trabalha 30,0% 3
Transportes 10,0% 1
Saúde 10,0% 1
fez muitas coisas boas 10,0% 1
imagem da cidade 10,0% 1
lei do cigarro 10,0% 1
defesa do patrimônio público 10,0% 1
Obras 10,0% 1
origem / história de vida 35,3% 6
era do povo, veio da periferia 33,3% 2
história de vida / biografia 33,3% 2
por ser presidente [no sentido de conseguir se tornar]
16,7% 1
esforço contra o preconceito 16,7% 1
relação afetiva 17,6% 3
amigo da família 66,7% 2
ajudou a família 33,3% 1
identificação com bandeiras de luta 11,8% 2
direitos sexuais 50,0% 1
apoia o movimento jovem 50,0% 1
Referente aos motivos da afinidade por alguns políticos, observa-se que o carisma e as
qualidades pessoais contam mais do que a eficiência e as bandeiras de luta.
100
5.2.2. Hábitos juvenis na internet
5.2.2.1. Onde estão os jovens na internet? (ou a cesta básica cibernética dos adolescentes)
Uma das questões levantadas é onde os jovens estão na internet, em que espaços
cibernéticos eles estão circulando? A pesquisa aponta o seguinte quadro:
Quadro: principais sites usados por mais de 50% dos jovens
sites utilizados Porcentagem de jovens que disseram usar o site
Youtube [vídeos] 93,88%
Google [site de busca] 91,84%
Orkut [site de redes sociais] 87,07%
MSN [comunicador instantâneo] 85,71%
Wikipedia [enciclopédia] 65,99%
Hotmail [webmail] 63,27%
Fazendo um recorte dos sites que foram citados por mais de 50% dos pesquisados,
podemos inferir que a maioria usa a internet para se comunicar com sua(s) rede(s) social(is)
através de sites de rede social, em especial o Orkut, conjugado com o comunicador instantâneo
MSN; para usar e-mail; para compartilhar conteúdos audiovisuais (em especial vídeos); e para
realizar pesquisas, entre elas, as escolares.
De acordo com o IBOPE Nielsen Online, o MySpace, por exemplo, alcançou quase 40% do público de 12 a
17 anos, em abril de 2009. O Youtube, site que permite que os usuários carreguem e compartilhem vídeos em
formato digital, chega a alcançar 24,6% de jovens nessa mesma faixa etária, no mesmo período.104
Segundo dados estatísticos do site de rede social ORKUT (2010)105, 51% de seus
usuários são brasileiros e 53,69% tem até 25 anos. Se adicionar a faixa de 26 a 30 anos, são
quase 70%. Além disso, a amizade é o principal interesse dos usuários (45,89%).
104 IBOPE. Tudo ao mesmo tempo, agora! Revista Giro. São Paulo, edição 13, ano 4, abr/mai/jun 2009. p. 16-17. 105 ORKUT. Dados demográficos. Disponível em http://www.orkut.com.br/main#memberall . Acesso em 28 jan. 2010.
101
Quadro: principais categorias de sites usados por mais de 50% dos jovens
sites utilizados – AGRUPADOS POR CATEGORIAS %usuários Número de usuários
1. busca 94,56% 147
Google 135
Bing 2
não especificou site de buscas 10
não usa /não respondeu 8
2. redes sociais 93,88% 153
Orkut 128
Myspace 9
Facebook 6
Mixme 2
meadd [questão 19] 1
não especificou uma rede social (orkut, facebook, myspace) 7
não usa /não respondeu 9
3. comunicadores instantâneos 91,16% 141
MSN 123
Skype 8
não especificou um comunicador (msn, skype) 10
não usa /não respondeu 13
4. vídeos 89,80% 137
Youtube 137
não usa /não respondeu 15
5. e-mail 79,59% 153
Hotmail 92
Yahoo 34
Gmail 19
Outlook 1
não especificou E-mail 7
não usa /não respondeu 30
6. pesquisa 68,03% 99
Wikipédia 97
yahoo resposta 1
Suapesquisa 1
não usa /não respondeu 47
7. portais de noticias/atualidades 53,74% 110
globo.com / rede globo + globoesporte 46
portal UOL 29
portal terra 22
Portal ig 2
Folha de São Paulo 1
Portal bol 1
Portal MTV 1
clima tempo 1
r7 1
rede de esportes 1
não especificou portal Notícias/Atualidades 5
não usa /não respondeu 68
Obs.: No total de cada categoria pode-se ultrapassar o número de pesquisados, pois há aqueles que usam mais de um site do mesmo grupo.
102
Segundo IBOPE Nielsen Online, os adolescentes brasileiros entre 12 e 17 anos foram
os que ficaram mais tempo usando a internet por mês, entre os dez países que participam da
medição: 41 horas e 14 min. Em segundo lugar, ficou o Reino Unido, com 18 horas e 43
minutos. A principal ocupação é a diversão.
103
Questionados sobre o que os jovens costumam fazer na internet e com que frequência,
o Datafolha (2008, p. 50-5)106 aponta:
1. Acessar sites de relacionamento, como Orkut, Myspace, Facebook e outros:
81% (51% acessa de 3 a 7 dias por semana)
2. Ler notícias: 79% (48% acessa de 3 a 7 dias por semana)
3. Trocar mensagens instantâneas: 76% (51% acessa de 3 a 7 dias por semana)
4. Trocar e-mails: 76% (44% acessa de 3 a 7 dias por semana)
5. Fazer pesquisas para escola: 61%
6. Baixar músicas: 61%
7. Assistir vídeos: 58%
8. Frequentar salas de bate-papo: 43%
9. Fazer pesquisas para o trabalho: 37%
10. Ler blogs: 32%
11. Baixar filmes: 23%
12. Escrever em blogs: 19%
106 Dados retirados das tabelas do arquivo jovens_30072008_tb1.pdf disponível para download em http://datafolha.folha.uol.com.br. Acesso em 5/8/2008.
104
tipos de comunidades / perfis seguidos107 quantidade relações afetivas (amizade, familiar, namoro) 62
comportamento, personalidade (coisas que adora ou odeia fazer, características pessoais)
55
futebol (times, torcidas, jogadores) 55
Música 35
educação, cursos, escolas, professores, matérias 24
meios de comunicação (rádio, tv, internet, celular) 19
Alimentação 17
religiosas, esotéricas 10
Nome 9
jogos (videogame, computador) e brinquedos 8
direitos, bandeiras de luta, trabalhos sociais 7
filmes, livros, desenhos 7
grupos, organizações juvenis 6
bairros, regiões, locais de origem 6
moda e beleza 6
atividades culturais 5
sobre qualquer assunto 5
Carros 3
modelos, atores do cinema 3
Política 2
locais de trabalho 2
outros esportes 2
comunidades não classificadas 1
total de comunidades 349
jovens que não participam de comunidade ou não usam redes sociais ou microblogs
15
média aproximada de comunidades citadas por usuário 2,6
não informou comunidades 18
visita comunidades mas não listou 3
não participa de nenhuma comunidade 5
não usa redes sociais, nem microblog 10
Os tipos de comunidades são pistas para as possíveis mediações para se comunicar
com a juventude, v.g., futebol e música. Veja o exemplo do programa de auditório Câmara
Ligada, da TV Câmara (DF) que utiliza da presença de bandas musicais para fazerem parte do
debate de importantes assuntos que dizem respeito aos jeitos e direitos da juventude.
Há somente duas comunidades explicitamente relacionadas à política (Marta Suplicy e
PV). Mas se somarmos as relacionadas à direitos, bandeiras de luta, trabalhos sociais (7),
grupos, organizações juvenis (6) e política (2), temos 15 comunidades que expressam algum
tipo de relação com o bem público comum.
107 A tabela detalhada se encontra nos anexos desta monografia.
105
Sites em que estão alocadas as comunidades e perfis seguidos
total usuários
Orkut 119
Twitter 7
Myspace 5
Facebook 1
Fotolog 1
meadd [diz q usa pra postar fotos, mas não sinaliza q siga, acompanhe alguém]
1
Total 134
Internet e política
15. Você segue alguém no Twitter ou participa de alguma comunidade na
Internet que tenha alguma relação com a política?
sim % não % não
respondeu %
sim não não
respondeu
total
15 anos 0,00% 100,00% 0,00% 0 6 0 6
16 - 17 anos (voto opcional) 4,00% 95,20% 0,80% 5 119 1 125
18 - 20 anos (voto obrigatório) 7,14% 92,86% 0,00% 1 13 0 14
idade não especificada 0,00% 100,00% 0,00% 0 2 0 2
total 4,08% 95,24% 0,68% 6 140 1 147
principais pessoas que segue ou comunidades que participa
relacionadas à política Site motivo
Marta Suplicy Orkut Ex-prefeita de São Paulo. Discute-se os projetos
aprovados e criados por ela.
Lula Orkut presidente vencedor
PV Orkut Partido ativista de Proteção Ambiental
PV Orkut Importa-se com natureza
mito Twitter Ele fala um pouco do que acontece em alguns países entre
outras coisas
106
17. Já aconteceu algo com
você na Internet que te motivou a alguma atitude ou mudança de opinião
sobre a política?
sim % não % não
respondeu %
sim** não não
respondeu total
15 anos 0,0% 100,0% 0,0% 0 6 0 6
16 - 17 anos (voto opcional) 6,4% 92,0% 1,6% 8 115 2 125
18 - 20 anos (voto obrigatório)
7,1% 92,9% 0,0% 1 13 0 14
idade não especificada 50,0% 50,0% 0,0% 1 1 0 2
total 6,8% 91,8% 1,4% 10 135 2 147
Experiências relatadas:
• Não tenho TWITTER, porém vi de perto quando o #fora Sarney era um dos assuntos mais abordados.
• As promessas que não são cumpridas.
• mudar de habito.
• Nunca respondem meus emails de maneira coerente, estou me referindo ao governo do Estado de São
Paulo, eles apenas agradecem, porém não solucionam ou escutam qual é o problema.
• Vou tirar meu título de eleitor, para cobrar as promessas que o prefeito, presidente, governador falou
antes de ser eleito.
• Uma pessoa me mandou uma mensagem no orkut por que estava magoada comigo ai eu mudei algumas
atitudes.
• sobre a verdade do que acontece no Brasil e na política.
• eu assisti um vídeo que mostrava um senador fazendo uma lei e todos o aplaudiram
• a cantora Vanusa cantando o Hino Nacional.
• chata, não foi fácil, quis parar de navegar.
Os dados apresentados não surpreendem. O real se reflete no virtual: a política não
está evidente no cotidiano dos jovens, logo, é perfeitamente lógico que ela não faça parte do
seu portifólio de interesses na internet. Ela não atrai, não faz sentido para eles. Como veremos
mais adiante, a política está carregada de preconceitos. O presidente da União Brasileira de
Estudantes Secundaristas arrisca: “O sistema político não fala a linguagem da juventude. É
algo muito formal, muito quadrado” (FOLHA, 2008).
Talvez em 2010, este quadro se altere provisoriamente, com as eleições em pauta.
107
Tratando-se de alunos da rede pública, residentes em regiões desprovidas dos
melhores índices de qualidade de vida, foi uma surpresa o alcance de mais 60% que
declararam que o principal local de acesso à internet é sua própria casa. Segundo pesquisa
108
elaborada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (2009), 25% da população sudeste possui
acesso domiciliar. Já a pesquisa Jovens Brasileiros (DATAFOLHA, 2008) indica que 31%
costumam acessar a internet em casa. Porém não foi encontrada nenhuma pesquisa
segmentada que demonstrasse o uso da internet pela juventude paulista, pois é possível que no
Estado haja mais jovens conectados do que é indicado pelas pesquisas nacionais.
Como as três escolas possuem laboratórios de informática conectados à internet em
que os alunos podem usar fora do horário de aula, foi surpresa o índice de apenas 2%. Vários
fatores podem ter relação com isso: alunos que não morem próximo à escola e que por isso
inviabilizaria retornar à ela em outro horário; velocidade de conexão pode ser mais baixa que
a oferecida por lanhouses (o que é um incômodo para aqueles acostumados a usar Youtube,
por exemplo); horário para acesso na escola é mais restrito, precisa de agendamento.
109
5.2.3. Comunicação entre a ALESP e juventude
19. Você já ouviu falar da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo? sim % não % sim não total
15 anos 100,00% 0,00% 6 0 6
16 - 17 anos (voto opcional) 80,80% 19,20% 101 24 125
18 - 20 anos (voto obrigatório) 71,43% 28,57% 10 4 14
idade não especificada 50,00% 50,00% 1 1 2
Total 80,27% 19,73% 118 29 147
Apesar de uma grande parcela declarar ter ouvido falar da Assembleia, nos grupos de
diálogo ficou evidente que eles não sabem o que é a Assembleia. Ao questionar os jovens
sobre onde ficam os deputados estaduais, ninguém citou a ALESP.
110
20. Você já visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo?
sim % não % sim não total
15 anos 0,00% 100,00% 0 6 6
16 - 17 anos (voto opcional) 2,40% 97,60% 3 122 125
18 - 20 anos (voto obrigatório) 7,14% 92,86% 1 13 14
idade não especificada 0,00% 100,00% 0 2 2
Total 2,72% 97,28% 4 143 147
• 97,28% nunca visitaram a Assembleia
97,28%
111
Nas três escolas havia jovens que já ouviram falar do Parlamento Jovem e do ILP.
Escola Estadual já ouviram falar do Parlamento Jovem
já ouviram falar do ILP
Martins Pena – noite 18 16
Prof. José Geraldo de Lima - manhã 21 13
Profª Carolina Cintra da Silveira - manhã 11 15
Total de jovens 50 44
112
23. Você já entrou no site da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo? sim % não % sim não total
15 anos 0,0% 100,0% 0 6 6
16 - 17 anos (voto opcional) 1,6% 98,4% 2 123 125
18 - 20 anos (voto obrigatório) 14,3% 85,7% 2 12 14
idade não especificada 0,0% 100,0% 0 2 2
total 2,7% 97,3% 4 143 147
O desconhecimento do portal da ALESP é ratificado pelos jovens nos grupos de
diálogo em falas como a gente nunca viu. Os jovens não usam o portal, eles nem sabem que
existe.
97,28%
113
24. Você já assistiu a TV Assembleia (TV ALESP)?
sim % não % sim não total
15 anos 0,00% 100,00% 0 6 6
16 - 17 anos (voto opcional) 9,60% 90,40% 12 113 125
18 - 20 anos (voto obrigatório) 21,43% 78,57% 3 11 14
idade não especificada 0,00% 100,00% 0 2 2
total 10,20% 89,80% 15 132 147
89,8%
114
Destaques
Obstáculos primários: (mais de 40% que concordam com a afirmação)
1) É muita teoria e pouca prática (49,24%).
2) Não fico sabendo, nunca fui convidado (44,27%).
3) Não gosto de política (43,18%).
4) A política é uma coisa suja (41,22%).
Obstáculo secundários (mais de 30% que concordam parcialmente com a afirmação)
1) A política é uma coisa complicada, eu não entendo (35,25%).
2) Não há espaço para o jovem perguntar ou falar o que pensa (33,33%).
3) Não sei o que é a Assembleia Legislativa (33,09%).
O que não é obstáculo (mais de 30% que julgam a afirmação indiferente)
1) É muito longe (39,85%).
2) As atividades acontecem em dias e horários em que estou estudando ou trabalhando
(30,15%).
115
5.3. Grupos de Diálogo (GDs)
Dificuldades para exigir o cumprimento e conquistar direitos108 GD EE Carolina Na maioria das vezes não conseguimos ter contato com quem está no poder e não
conseguimos explicar para eles o que acontece no nosso bairro109 (grifo meu).
Essa falta de comunicação é o nosso problema.
Os alunos desconhecem que podem ir procurar um deputado na Assembleia
Legislativa. Eles estranham, perguntam se não tem que marcar hora, se tem que ser
maior, se precisa pegar fila, se não serão barrados.
Jair: Então aqui é que fica a Assembleia Legislativa... lá vocês podem... a
qualquer momento vocês podem chegar lá e "ah, eu quero ver o deputado tal...."
é só você se dirigir ao gabinete...
Aluna: Nossa... E consegue? vamos lá?
(...)
Aluna: Não precisa ser de maior?
Jair: Não...
Aluna: É muito fácil chegar lá, mas deve ser uma fila enorme... esperar horas...
e falar com o deputado
A falta de atitude e a má escolha do povo, (...) elegendo os piores candidatos.
GD José Geraldo Falta de incentivo e ao mesmo tempo a falta de interesse (…) das próprias pessoas,
da comunidade.
Falta de motivação dos Próprios jovens, e verba e interesse político para (criação
das) áreas de lazer. Os jovens completam dizendo: Esse interesse (...), eu acho, às
vezes nós mesmos que tá falando que tá faltando isso e quando dá, quando dá a
hora não vai atrás, não corre. O que tá faltando mesmo é alguém (...) que
incentive, que… um político...
Chegar ao consenso na discussão conjunta dos problemas.
Todos concordaram que a falta de tempo também é uma dificuldade na solução de
problemas110: A gente que não tá correndo atrás, porque não tem tempo...
Os alunos desconhecem que podem ir procurar um deputado na Assembleia
108 Tabela baseada nas respostas à pergunta Quais são os empecilhos, as dificuldades para resolver o problema?
discutida em grupos e também nos comentários que surgiram durante o diálogo. 109 Na folha de rascunho usaram a expressão não conseguimos dizer pra ele o que falta. 110 Esta dificuldade também apareceu na pesquisa empírica de meu trabalho anterior (BORBA JR., 2007, p. 72).
116
Legislativa. Eles estranham, perguntam se não tem que marcar hora, se tem que ser
maior, se precisa pegar fila, se não serão barrados.
Jair: Quando vocês quiserem, a qualquer momento podem chegar lá e entrar.
Aluno: Sério?
Aluno: Ninguém é barrado?
(...)
Aluno: Mas você tem que ter horário marcado com um deputado?
(...)
Aluno: Você pode chegar e trocar ideia com os caras assim de boa?
(...)
Aluno: Sem marcar hora?
O que tá faltando bastante é esperança nas pessoas.
Assim, como surgiu em meu trabalho anterior, no grupo do Socorro, também
apareceu a carência de existir um líder para representar, orientar e motivar a
participação política do grupo. Será que os políticos não deveriam ser estes líderes?
Não seriam esses alguns de seus papéis?
Alguns têm dificuldade em expressar suas reais necessidades e acabam falando o
que acham que os outros querem ouvir.
GD Martins Pena A falta de interesse dos jovens e das pessoas com poder para investirem em
projetos destinados aos jovens.
A burocracia criada pelo poder Legislativo. (...) Até ser aprovado demora muito.
Conseguir a aprovação e apoio do Poder Público para que realize projetos de
acordo com as necessidades da comunidade.
Baixa auto-estima: a gente não é nada (Jennifer). / É verdade! (concorda outro
aluno)
Não gostar de política
Não ter espaço
Eles confundem, e isso é perfeitamente normal, quem é responsável por qual
equipamento público. Por exemplo: um dos alunos da EE Carolina disse que o CEU é do
Estado e, na verdade pertence à cidade de São Paulo. Este desconhecimento também reflete
117
no processo de reivindicação e conquista de direitos, pois é preciso saber a quem recorrer, de
quem é a responsabilidade por manter, aperfeiçoar ou implementar determinado serviço ou
equipamento.
EE Carolina - grupos discutindo o site ideal dos políticos do legislativo – foto: Jair Pires
118
Desconfianças e impressões negativas dos políticos
GD EE Carolina No senado existe muita corrupção. Os políticos só fazem promessas e na hora de
cumprir as leis não fazem nada.
Frase escrita por um grupo durante um exercício para falar sobre política ideal: Em
uma sala secreta, onde várias mentiras são contadas, políticos planejam fazer seu
próximo comicio eleitoral, para assim o povo ter que ouvir a mesma chatisse e
injustiça que ocorre no país; assim começam as intrigas entre os políticos e a
população; não se resolve nada, chegam as épocas das eleições, continua o mensalão
e volta toda aquela corrupção.
O diálogo entre os alunos sobre episódio no Congresso Nacional veiculado nos meios
de comunicação (em especial, na TV), demonstra que como não há uma clareza,
distinção e conhecimento sobre as várias instâncias do Poder Legislativo, a
construção de sua imagem é alimentada pelas poucas referências que eles têm
contato.
Mariane: Eles vão lá e em vez deles discutirem o que a gente necessita, não,
eles vão lá pra ficar se xingando, pra ficar debatendo da vida pessoal.
Aluna1: Gente do poder deveria dar o exemplo, né? Não ficar xingando.
Aluna2: Por que eles não discutem sobre o que a gente precisa? Depois fala
que a população é ignorante.
Após dar uma breve explicação sobre o processo de identificação de uma necessidade
até a solução concreta do problema, uma das alunas demonstra sua percepção de que
as realizações no serviço público são lentas, morosas através das conclusivas: por isso
que demora tanto assim? e a gente morre sem ter.
GD José Geraldo Ao explicar que o deputado estadual deve fiscalizar o governador, um aluno pergunta:
Fiscaliza ou é teoria?
Muita gente nem lembra em quem votou mais, nem sabe mais de quem cobrar o que
prometeram pra você. Eles deitam e rolam.
GD Martins Pena Pancadaria, baixaria... (no plenário de algum legislativo).
Um aluno relatou que perto de sua casa, havia um político distribuindo ovos de
Páscoa para a comunidade, mas os ovos venciam no mesmo dia.
Para eles, os políticos enrolam a população.
119
Na EE Carolina e na EE José Geraldo, um jovem expressa, mesmo que de brincadeira,
uma forma hostil contra o Legislativo: matar, tacar bomba.
Outros comentários
GD Carolina Três referências de fala, utilizando o que é passado pela TV: “bate-boca” entre
senadores na TV Senado; propaganda de partido político falando sobre os bons
políticos do futuro; propaganda do Governo do Estado anunciando construção de
escolas no interior.
GD José Geraldo Nunca vi esse livro (sobre a Constituição).
No diálogo se percebeu que eles não sabem como estão organizadas as leis
(constituições, estatutos etc).
Quando se falou dos três poderes, eles sabiam quais eram. Tinham uma noção bem
superficial de cada um. Os nomes ajudam um pouco...
Na EE José Geraldo desenhei um esquema na lousa para aprofundamento sobre o
Poder Legislativo e fui dialogando. Nas outras escolas só foi bate-papo. O esquema
pode acabar dando pistas sobre as respostas para aqueles que sabem ou tem alguma
noção.
Cada estado só tem um deputado estadual?
Não sabiam que os deputados estaduais ficam na ALESP. Assim como no GD
Carolina, a Câmara foi a primeira resposta, confundindo com os deputados federais
que são muito mais falados nos meios de comunicação.
Apenas um aluno sabia que a ALESP fica no Ibirapuera.
EE José Geraldo não tem grêmio estudantil.
A aluna Gilvania fez a primeira fala defendendo a sociedade política: ele tá lá
tentando defender alguma coisa pra gente.
Outro aluno elogiou o trabalho do presidente Lula.
Um aluno se cadastrou no portal do Governo do Estado e recebe informativos em seu
e-mail.
GD Martins Pena EE Martins Pena tem grêmio estudantil.
120
EE José Geraldo - grupos discutindo o site ideal dos políticos do Legislativo – foto: Jair Pires
121
Política Ideal
Escola Estadual A Política Ideal
Profa. Carolina
Cintra da Silveira
• Na política ideal, a gente pode conhecer pessoalmente os candidatos e os
políticos.
• Cada um de nós tem a oportunidade para falar o que pensa.
• Podemos debater com nossos representantes, podemos expor as nossas
ideias para eles.
• Na política ideal, todos têm direito a uma vida digna. Os novos políticos e
os que estão no poder trabalham para o bem comum das pessoas e não para
seus próprios interesses particulares. Eles assumem o que fazem (seus erros)
e não jogam a culpa nos outros.
Profo. José Geraldo
de Lima
Na política ideal...
• ... o que os políticos prometem, eles cumprem com qualidade;
• ... há transparência de como o dinheiro é gasto. Sabemos pra onde ele vai;
• ... os políticos trabalham junto com a sociedade, com a comunidade;
• ... os políticos estão presentes na vida do povo;
• ... podemos nos comunicar com eles, podemos questioná-los;
• ... os políticos não “pegam” aquilo que não lhes pertence. Se contentam com
seu salário;
• ... somos ouvidos antes que decidam as leis;
• ... podemos cobrar deles suas atitudes;
• ... os políticos pensam em nós, de modo a beneficiar as pessoas.
Martins Pena
Hoje, há muita teoria e pouca prática. Na política ideal, os políticos cumprem o que
falam. Eles agem mais pensando no bem da população, no nosso futuro, no futuro do
país e nós somos o futuro do país. Eles pensam não só no futuro econômico deles, no
próprio umbigo, no próprio bolso, mas no futuro econômico de cada cidadão.
Na política ideal, Há menos corrupção. Ela é transparente. O povo fica sabendo tudo
o que os políticos estão fazendo. O povo pode participar.
O que é consensual entre os jovens das diferentes escolas é que todos condenam nos
políticos, o patrimonialismo e as falsas promessas. Por outro lado, valorizam o
relacionamento, o diálogo e a participação da sociedade civil junto ao Poder Público. Duas
escolas evidenciaram também a necessidade da transparência na gestão pública.
122
Site ideal dos políticos do Poder Legislativo111
Escola Estadual Profa. Carolina Cintra da Silveira
1. recurso para as pessoas da sociedade postarem suas propostas, opiniões,
reclamações e depoimentos;
2. ser possível visualizar não só os trabalhos / projetos que os deputados
fizeram, mas também aquilo que precisa ser feito e que ainda não se fez,
através de álbum de fotos e de vídeos (sobre andamento dos projetos,
quando começou, quando terminou etc.);
3. disponibilidade de se comunicar com os políticos através de e-mail, twitter,
MSN, videochamada e conversas (bate-papo) online, além de outras
formas de contato (como telefone, por exemplo). Porém, deve-se criar
dispositivos que garantam a certeza de que se está conversando com o
devido político e não com outra pessoa e deve-se orientar qual a
disponibilidade de cada político para atender a população;
4. ter acesso online às câmeras da Assembleia Legislativa para observar o que
os deputados estão fazendo e assim ter certeza de que estão realmente se
esforçando para fazer o melhor...;
5. explicar como funciona o Poder Legislativo;
6. disponibilizar as leis;
7. divulgar o perfil dos políticos, seus antecedentes, suas agendas, suas
propostas para 2010;
8. ter espaço para divulgar, reclamar e propor as melhorias implementadas no
ensino das escolas públicas estaduais.
Escola Estadual Profo. José Geraldo de Lima
1. quais as indicações que os deputados estão fazendo, enviando ao
governador;
2. linguagem clara, objetiva e simples nas informações;
3. central de dúvidas online para esclarecer alguns assuntos em tempo real;
4. característica de cada deputado (comportamento, críticas, pontualidade,
currículo), seus antecedentes criminais e histórico pessoal dos deputados112;
5. em qual área atua ou pretende atuar;
6. enquete para avaliação dos projetos;
7. informações sobre os projetos concretizados, os que estão em andamento
(que estão sendo discutidos e votados) e os que serão realizados;
8. informações sobre as obras em andamento e qual foi o investimento delas
(quadras, escolas etc) e saber como são fiscalizadas as obras;
9. informativo de tudo que acontece fora do país que possa afetar nossas ideias
111 Pergunta feita aos grupos: Com base nas competências do legislativo e no que acreditamos como política
ideal, como gostaríamos que fosse o site ideal dos políticos do poder legislativo? Usei o termo site ao invés de portal para facilitar a compreensão dos alunos. 112 O histórico pessoal foi contestado por uma jovem que julgou ser uma invasão de privacidade, uma informação não relevante do político.
123
(ex.: crise econômica, bolsa... um jornal com atualidades)113;
10. e-mail de todos os deputados para que se possa ter acesso direto (sem
intermediários) às mensagens enviadas, para que cheguem na íntegra, sem
alterações ou edições;
11. salário dos deputados;
12. leis organizadas por temas;
13. pirâmide do Poder (hierarquia) para pessoa saber a quem recorrer;
14. conversas instantâneas e videoconferência com as autoridades (pra gente
saber como as coisas estão sendo feitas, como eles estão se empenhando nas
obras (...) quais são as verdadeiras intenções);
15. planejamentos para o Estado;
16. o que ocorre com os assuntos discutidos na Assembleia Legislativa (do dia-
a-dia sendo atualizados minuto a minuto)
Escola Estadual Martins Pena
1. sobre os projetos:
a. quais projetos eles têm para o bem estar social e quais ele já
aprovou e onde;
b. informações sobre projetos futuros podendo ser através de Acesso a
chats com os deputados para se obter informações sobre como estão
os projetos;
c. quais projetos foram criados;
d. quem está envolvido no projeto;
e. finalidade dos projetos;
f. avaliação e depoimento da população beneficiada pelos projetos
aprovados;
g. comprovantes dos projetos (ex: fotos).
2. charges (um momento de entretenimento, assim, seriam charges onde... os
deputados poderiam mostrar o que eles estão fazendo, uma brincadeira);
3. criar um blog para todos os deputados que pudessem publicar uma lista de
suas leis (aprovadas, reprovadas e em discussão) e opiniões e o local onde
se pode “conversar” com cada um deles;
4. uma lista de leis aprovadas reprovadas e em discussão;
5. no site teria vídeos e acesso às informações de todas as reuniões AO
VIVO e de graça;
6. vídeo conferência AO VIVO;
7. para onde vão nosso impostos? / gestão salarial;
8. fórum para serem discutidas as leis entre a população!;
9. fale Conosco.
Síntese O site ideal deve permitir que o jovem possa se relacionar com o poder legislativo: a)
113 Este item não ficou muito claro, mas passou a impressão de necessidade de informação e formação de qualidade para entender o mundo em que estão inseridos.
124
dialogar diretamente com seus representantes, que possa debater com eles sobre suas
necessidades (o que precisa ser feito) e sobre os projetos que estão em pauta (postar
propostas, opiniões, reclamações, depoimentos), através de ferramentas como: email,
enquête, chat, fórum, videoconferência, twitter, comunicação instantânea (MSN),
blog.,além de fazer uso dos meios tradicionais como o telefone e pessoalmente. b)
outro agrupamento se refere a disponibilização de um conjunto de recursos que
permitam fiscalizar a atuação do Poder Legislativo, como transmissão em tempo real
das atividades parlamentares na ALESP; divulgação de salários, relação e
documentação comprobatória (texto, vídeo, fotos) de projetos em pauta, e os já
votados (aprovados ou não); depoimentos do público beneficiado pelas ações da
ALESP; agenda dos parlamentares e informar “para onde vão os impostos”. c) o
terceiro ponto se refere à informação e formação: perfil dos deputados; entender
como funciona o Poder Legislativo e o poder público para saber como exigir seus
direitos; disponibilização das leis organizadas em temas e das indicações enviadas ao
governador; central de dúvidas on line e charges.
EE Martins Pena - grupos discutindo o site ideal dos políticos do legislativo – foto: Jair Pires
125
Layouts desenhados pelos alunos114
Projeto: www.blogdospoliticos.com.br
Grupo: Bruna, Rafael, Jeferson e Monique Débora
Escola Estadual Profa. Carolina Cintra da Silveira – Capão Redondo
Recursos do site (os números indicam a prioridade)
1. Como iria melhorar o ensino na educação.
1. Uma parte para as pessoas postarem as suas opiniões.
2. Uma parte onde a gente vê não só as coisas que ele “vez” mais sim as coisas que precisa ser
feito e que ainda não vez.
3. Um tipo de Email para nos comunicarmos com os devidos políticos. Exemplo, MSN
conversas online
4. Poderíamos ter acesso online à Assembleia Legislativa e assim teríamos certeza que eles
estão realmente se esforçando para o melhor...
5. mas, também teríamos que ter certeza de que estamos conversando com os devidos
políticos.
6. E, também, um tipo de web site para ter um tipo de vídeo chamada on line.
114 No geral, os textos seguidos dos layouts foram digitados da mesma forma que os jovens apresentaram, inclusive com alguns erros ortográficos.
126
Projeto: www.portaldapolitica.com/saopaulo
Grupo Mariane, Monique Souza e Deivid
Escola Estadual Profa. Carolina Cintra da Silveira
(rascunho)
Questão 1 e 2 (este grupo não classificou as informações)
• Como se candidatar?
• Bate papo com os
políticos;
• Opinião do eleitor;
• As leis e como funciona o
poder;
• Vídeos interativos;
• Participar de alguma
reunião;
• Acesso ao Twitter dos
políticos e saber melhor
das informações à
respeito.
127
Grupo Nathalia Moreira, Thaygra Pereira e Paula Luz
Escola Estadual Profa. Carolina Cintra da Silveira
Recursos
1.º Perfil do político
2.º Bate-papo on line com os políticos para darmos nossas ideias
3.º Agenda do político (onde ele está)
4.º contatos (para ligar)
5.º propostas para 2010
6.º realização de trabalhos feitos
7.º depoimento (nossas opiniões)
8.º e-mail
9.º vídeos dos projetos que já foram feitos
10.º Álbum de fotos dos projetos feitos e que estão em realização
128
Projeto: Assembleia Legislativa
Grupo Rodrigo, Carlos Henrique, Julio
Escola Estadual Profo. José Geraldo de Lima
Os recursos estão organizados em ordem de prioridade/importância.
1) Quais as indicações que os deputados estão fazendo, enviando ao governador.
2) linguagem clara, objetiva e simples nas informações.
3) central de dúvidas on line para esclarecer alguns assuntos em tempo real.
4) característica de cada deputado (comportamento, críticas, pontualidade, currículo).
129
5) antecedentes criminais e histórico pessoal dos deputados115.
6) enquete para avaliação dos projetos.
7) em qual área pretende atuar ou atua.
8) projetos concretizados e que estão em andamento.
9) informativo de tudo que acontece fora do país que possa afetar nossas ideias (ex.:
crise econômica, bolsa... um jornal com atualidades)116.
10) e-mail de todos os deputados para que se possa ter acesso direto (sem
intermediários) às mensagens enviadas, para que cheguem na íntegra, sem
alterações ou edições.
115 O histórico pessoal foi contestado por uma jovem que julgou ser uma invasão de privacidade, uma informação não relevante do político. 116 Este item não ficou muito claro, mas passou a impressão de necessidade de informação e formação de qualidade para entender o mundo em que estão inseridos.
130
Projeto: Poder Legislativo
Grupo Tiago, Douglas Rocha, Sofia Helena, Camila Bispo
Escola Estadual Profo. José Geraldo de Lima
1. obras em andamento e qual foi o investimento delas (quadras, escolas etc)
2. salário dos deputados
3. projetos em andamento (que estão sendo discutidos e votados)
4. leis117
5. pirâmide do poder (hierarquia) para pessoa saber a quem recorrer
Além disso, o grupo ressaltou que o site deve ser simples de usar. Não deve ter uma tela
cheia de coisas, deve ter o essencial, aquilo que é mais importante: eles [os políticos] gostam de
fazer também é de enrolar a pessoa (...) o público que é culto, ele entende algumas palavras. Eles
concordam com o outro grupo que disse que o site deve ter linguagem clara e objetiva. Se eles
fossem especialistas em construção de sites, recomendariam um estudo de usabilidade.
117 Na folha de papel havia uma informação a mais “as leis, divididas temas”.
131
Projeto: POLÍTICAideal.com
Grupo Gilvania, Anderson, Esmeralda
Escola Estadual Profo. José Geraldo de Lima
1. conversas instantâneas e videoconferência com as autoridades (pra gente saber como
as coisas estão sendo feitas, como eles estão se empenhando nas obras (...) quais são
as verdadeiras intenções)
2. saber sobre os projetos a serem realizados
3. saber como são fiscalizadas as obras
4. planejamentos para o Estado
5. o que ocorre com os assuntos discutidos na Assembleia Legislativa (do dia-a-dia
sendo atualizados minuto a minuto)
132
Projeto: www.poderlegislativo.com.br
Grupo Jennifer, Jeferson
Escola Estadual Martins Pena
10. Projetos criados
11. Avaliação da comunidade no projeto.
12. Quem está envolvido no projeto,
13. finalidade dos projetos.
133
Projeto: Legislativonline
Grupo Carlos, Elias, Elisa
Escola Estadual Martins Pena
1. Informações sobre projetos futuros
2. Depoimentos da população beneficiada pelos projetos aprovados.
3. Os projetos que eles têm para o bem estar social.
4. Quais os projetos que ele já aprovou e onde.
5. Acesso a chats com os deputados para se obter informações sobre como estão os
projetos.
6. Comprovantes dos projetos (ex: fotos)
7. Charges (um momento de entretenimento assim, seriam charges onde... os deputados
poderiam mostrar o que eles estão fazendo, uma brincadeira)
134
Projeto: www.poderlegislativo/brasil.com.br
Grupo Roberto Carlos, Douglas Evangelista, Douglas Mendes e Tâmara Magalhães
Escola Estadual Martins Pena
Numeração indica ordem de prioridade.
1. Criar um blog para todos os deputados que pudessem publicar suas leis e opiniões
e o local onde se pode “conversar” com cada um deles.
2. Uma lista de leis aprovadas reprovadas e em discussão
3. No site teria vídeos e acesso às informações de todas as reuniões AO VIVO de
graça.
4. vídeo conferência AO VIVO
5. Para onde vão nosso impostos? / Gestão salarial.
6. Fórum para ser discutidas as leis entre a população!
7. Fale Conosco
135
Avaliação do portal da Assembleia Legislativa de São Paulo
Escola Estadual Profa. Carolina Cintra da Silveira
Links visitados118
• Assembleia, Deputado, Processo Legislativo (2), Comissões, Agenda (2),
Projetos (2), Constituição, Notícias, Central de Atendimento, Parlamento Jovem
(2), Comunidade, Diário Oficial, Mural;
• Cliquei em orçamento esperava ver os projetos, mas apareceu audiência para
2010;
• O 1º. Link que eu entrei foi em deputados. Eu achei que iria mostrar os
deputados mais só mostrou o que eles fazem.;
• Assembleia legislativa do Estado de São Paulo, como funciona o trabalho dos
deputados, como eles administram o dinheiro.
O que esperava
• Eu esperava que fosse um site de políticos da legislação de SP;
• Eu esperava que fosse um site mais explícito da política;
• Eu esperava, isso mesmo, um site normal de política...;
• Eu esperava umas coisas mais detalhadas, mais o que eu encontrei está bom
demais;
• Esperava ter acesso online com os políticos.
Impressões
• “Eu gostei de algumas coisas”, “Eu achei muito legal”, “Eu gostei”.
O que gostaram
• Notícias;
• Gostei de enviar uma mensagem para os Deputados;
• Atendimento pessoal119;
• Explicação das funções de um deputado (2);
• Gostei de saber que os deputados atendem pessoalmente o povo;
• Gostaram da agenda, porém alguns acharam que ela deveria ser mais
detalhada120;
• Disponibilização dos projetos de lei;
• Mural: Eu gostei do mural, tinha cartaz dos eventos que a Assembleia
organizou, achei assim interessante também essa parte. (Mariane);
118 Número entre parênteses indicada quantos alunos declararam ter clicado naquele link. 119 Talvez o aluno tenha subentendido isso na opção Fale Conosco ou a Central de Atendimento ao Cidadão. 120 Coincidentemente, Tania Mendes, coordenadora do Comitê do Portal da ALESP, disse em entrevista a este gestor que, foi detectada necessidade semelhante em usuários do portal que sugeriram a possibilidade de, por exemplo, acessar a pauta do evento citado na agenda.
136
• Organização da página inicial e conteúdo do portal: Tem bastante coisa no site.
Tem tudo na frente mesmo. Tem a agenda, tem o mural, tem o… como é o nome
daquele negócio… bate-papo on line121
…;
• Houve surpresas como o elogio ao Diário Oficial: Eu gostei do Diário Oficial.
(...) Tinha bastante notícias, era o conteúdo mais completo do D.O, era o que
tinha mais coisas.
Críticas, problemas e sugestões
• Houve divergências de informações encontradas e não encontradas pelos alunos,
em especial as do menu Deputados. Ninguém encontrou o perfil dos deputados,
sua foto, seus projetos;
• Falta mostrar a atuação de cada deputado, o que cada um faz, quais são seus
projetos para 2010 (estes recursos existem, mas talvez não tenham sido
encontrados, compreendidos ou não corresponderam às suas necessidades);
• Não há espaço para colocar depoimentos e opiniões: se tinha tá muito bem
escondido. Porque eu procurei e não achei;
• Mudança de layout e mais interatividade: precisa reformular o site, porque está
muito sem graça. Obs: se eles querem chamar nossa atenção; coloca algo mais
interativo e dinâmico. E ainda: Tava muito desorganizado, as coisas. (...) junto
com o orçamento, vamos supor embaixo tava deputado. Devia estar, pelo menos,
organizado. Projetos de um lado, vida, do outro. Entendeu?;
• Houve reclamação de links das páginas dos deputados que não funcionam.
Observei que, na verdade, os endereços disponibilizados são apenas dos e-mails e
não das páginas (como está divulgado no portal). Normalmente, ao clicar num
deles, abre-se a janela de um gerenciador de e-mail (como o Outlook Express,
por exemplo), o que provavelmente não há instalado nos computadores da escola
e aí surge mensagem de erro;
• Aperfeiçoamento do Parlamento Jovem. Eu acho que a gente devia escrever aí,
pelo site sem usar nem folha, você acha que eles vão ler quando chegar lá?
Ó…Eles não deixam a gente escrever aqui no computador, eles pedem telefone,
escreve tudo, manda pelo correio, pra mim…. devia ser… já que escrever…
assim, RG, CPF, não escrever e mandar pelo correio. Acredito que este
comentário é fruto do pouco tempo disponível para usar o site e compreender
como funciona este programa. Esta fala demonstra uma ansiedade de haver
um canal de expressão das propostas do jovem e, por outro, uma certa
descrença de que suas ideias, seus projetos sejam valorizados, expressos na
frase: você acha que eles vão ler quando chegar lá?;
• Um aluno disse que não estava muito claro quem faz as leis;
121 Não há bate-papo on-line. Talvez o aluno se confundiu com o “Fale Conosco” ou com a “Central de Atendimento ao Cidadão”.
137
• Implantar bate-papo (3): se tivesse bate-papo com ele [deputado], chamaria mais
a atenção;
• A colocação de vídeos;
• Depoimento do povo, propostas, perfil dos políticos, agendas etc...;
• Acesso online aos políticos, opiniões, propostas e reclamações.
Observações
• Interessante, no Capão Redondo ninguém reclamou da linguagem dos textos
(até foi questionado isso). Acredito que novamente esbarra na questão do tempo.
Tempo para ler os textos, para navegar com mais profundidade e então poder
surgir dúvidas;
• Apenas uma jovem do grupo manifestou que visitou o link do Parlamento Jovem.
Alguns até o viram, mas por alguma razão não chamou a atenção deles;
• Dois alunos se cadastraram no portal para receber, segundo eles, e-mails e a
agenda de eventos da Assembleia. É estranho que a área de cadastro não possui
nenhuma informação sobre o envio de tais informações para o usuário
cadastrado.
Escola Estadual Profo. José Geraldo de Lima
Links visitados122
• Audiência pública, orçamentos 2010 (2);
• Vários links sobre a Constituição, Eleições, Indicadores e Diagnósticos,
Comissão, a administração ALESP;
• Constituição (3);
• Agenda do dia, últimas notícias, diário oficial, autoridades, doc. Informação,
orçamento 2009-2010, deputados, leis em vigor, adm – contratos e convênios.
O que esperava
• Eu esperava que fosse falar somente do orçamento que eles gastariam com a
população;
• Eu esperava que fosse propriamente do jeito que é, apesar de ter uma linguagem
um pouco mais formal, creio que todos aqueles que o acessarem, terão plenas
condições de entender o que está sendo passado. Pensei que fosse mais
burocrático, como por exemplo, ter que ter cadastro para ter acesso aos links;
• Esperava explicações, informações;
• Encontramos explicações de cada tipo de constituição;
• Um tipo de livro que constasse toda a atividade.
Impressões
• Está tudo estruturado, tem vários assuntos, é coerente, é muito organizado…;
122 Número entre parênteses indicada quantos alunos declararam ter clicado naquele link.
138
• Não precisa muda quase nada está muito transparente deu para ver muito bem o
que o site quis mostrar;
• Eu encontrei muita transparência no site, e gostei das informações de como
termos contato com os deputados, através de e-mails;
• Encontramos explicações de cada tipo de constituições.
O que gostaram
• É um site que não exige um computador com uma boa configuração, qualquer
pessoa pode acessar em qualquer lugar, com qualquer máquina, não é pesado,
não tem imagens pesadas, é bem fácil o acesso;
• Saber como é o mandato de cada um, a função parlamentar e as comissões (2);
• Dos textos, que estavam bastante resumidos e da apresentação das constituições
de cada Cidade e Estado;
• Utilizei o site por pouco tempo, mas percebi que ele é extremamente estruturado,
possui milhares de informações e estão todas organizadas de acordo com o
conteúdo. Percebi que eu não sabia de muitos assuntos por falta de interesse.
Tudo o que precisamos para evoluir está em nossas mãos, precisamos apenas de
uma educação de qualidade e coragem para obter conhecimento123
;
• Perfil no twitter, mas tem que possibilitar fazer perguntas para o deputado ou
algum representante dele ou da administração.
Críticas, problemas e sugestões
• Falta central de dúvidas on line para esclarecer alguns assuntos;
• Falta enquête para avaliação dos projetos;
• O presidente da Assembleia atender pessoalmente os eleitores;
• Em relação ao melhorar, 3 de 3 pessoas124 concordam que deveria ter uma
conversa instantânea. Ex: MSN;
• O site esta muito bom, pois apresenta as informações que qualquer pessoa pode
acessar, porém penso que deveria ter mais informações sobre o que realmente
eles pretendem realizar, ou seja, os projetos que estão no papel que tem que se
tornarem realidade;
• A página inicial deveria ter um contato direto com algum representante, que
possa tirar dúvidas que venha aparecer no decorrer da pesquisa;
• Pode ser acrescentado um conteúdo composto por índice para uso de
estudantes.
123 Será que tudo está em nossas mãos? Será que além da educação de qualidade, falta apenas coragem para obter conhecimento? Seria um diálogo interessante com eles e talvez até rendesse mais algumas informações importantes para nosso trabalho. 124 Ele usou esta expressão porque estavam sentados em trios para visitar o site devido a problemas na conexão que impossibilitaram o acesso individual.
139
Observações
• No diálogo surgem falas que justificam porque não usam o site: ninguém
sabia que isso existia; não é preguiça de entrar, é falta de vontade mesmo; falta
de interesse;
• Ao final da discussão questionou-se o que eles poderiam fazer com o site, agora
que o conheciam. Alguns não sabiam bem o que responder. Arriscaram algumas
possibilidades como “quando precisar consultar a constituição, para fazer uma
pesquisa escolar”, “para saber sobre um novo projeto (objetivo, prazo...)”, mas
uma resposta foi interessante e o grupo concordou com ela: pra conhecer os seus
direitos e (...) aprender encontrar uma saída ou não. Todo problema tem uma
porta de saída, mas quando você não tem o conhecimento do caminho, você não
consegue encontrar essa porta. Se você tem o conhecimento, você encontra a
saída do problema pra resolver, solucionar. Mas será que o portal possibilita
isso?;
• A linguagem um pouco mais formal dá pra entender através de dedução.
Escola Estadual Martins Pena
Links visitados125
• Comunidade Deputados – fale com o deputado;
• Parlamento Jovem (3);
• Diário Oficial (2);
• Agenda;
• História da ALESP; A assembléia -> Como nasce uma lei -> Berçário de Leis;
Finanças e Orçamento recebe relatório quadrimestral da Fazenda Presidida pelo
deputado Mauro Bragato; Processo Legislativo; Manual do processo legislativo;
TV Web;
• Processo legislativo;
• Projetos.
O que esperava
• Esperava um site mais formal, tanto no escrito quanto nas imagens contidas;
• Pensei que tivesse oportunidades para os adolescentes fazerem comentários e
participar das comunidades;
• Esperava encontrar o que eles fazem durante todos os dias e qual eram a
agenda de cada deputado, Encontrei apenas o tipo de evento, o local, o tipo de
público e o solicitante;
• A História da assembléia, de seus deputados e de como no passar dos anos a
história deles influencia em nossas vidas;
125 Número entre parênteses indicada quantos alunos declararam ter clicado naquele link.
140
• Os jovens que fazem seus projetos e mostram para os deputados;
• Eu esperava algo bastante organizado e claro de se entender! E está exatamente
assim;
• Esperava realmente que fosse o que é, um site voltado exclusivamente à
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo;
• Eu pensei que era o processo que as leis percorrem na Assembleia legislativa
para ser aprovadas;
• Eu esperava a mesma coisa alguns projetos e você clica em um e vê as
informações, que os projetos em si que você clicou.
Impressões
• Encontrei muitas informações e conteúdo sobre o que acontece na assembléia;
• Encontrei fichas de inscrição;
• Encontrei toda a história da Assembleia e de seus deputados durante todos os
anos;
• Parlamento jovem: os projetos deles e que são aprovados, inclusive quando
viram “mini-deputados”;
• Informações super interessantes do que havíamos imaginado;
• Encontrei várias informações, tem um quadro central que mostra as notícias
recentes, ao canto esquerdo, podemos clicar nas opções: Página inicial, A
assembléia, Os Deputados, o Processo Legislativo, entre outros;
• Eu encontrei tópicos (links) em ordem que mostra os atos realizados na
assembelia legislativa para o seu funcionamento;
• Eu encontrei um monte de pastas que pra mim significa arquivos de leis dos anos
de 1921 até 2009 você clica e aparece os projetos da leis;
• Objetivo de possibilitar aos estudantes uma visão de alguns aspectos da
democracia;
• Encontrei Plenário aprova criação de vagas na Defensoria Pública do Estado.
O que gostaram
• Gostei das formas de comunicação com os deputados, como em uma pág. onde
contém seus emails, assim nos permitindo um fácil acesso ao se comunicar com
os mesmos;
• Como nasce uma lei;
• Gostei de alguns detalhes abordado como público-alvo;
• Gostei da organização do site, que possui muitas opções e detalhes, aborda
muitos temas importantes sobre a Assembleia Legislativa;
• Eu gostei do tópico “Ordem do Dia”. Nesse tópico mostra o calendário e o que
foi programado par ser discutido em cada dia na assembleia legislativa. Sendo
141
classificadas por: urgência, prioridade, ordinário;
• Eu gostei mas está muito simples tem que ter mais coisas explicando isso os
projetos.
Críticas, problemas e sugestões
• Poderia melhorar alguns tópicos “escondidos”, onde temos que procurar por
entre outros links, alguns desses tópicos são importantes como a defesa de seus
direitos: (PAG.INICIAL -> COMUNIDADE -> DEFENDA SEUS DIREITOS),
ou seja, maior transparência para os tópicos importantes para a população e a
pessoa acessar o site;
• Acho que o não precisa mudar nada tem tudo. Apenas acrescentar fotos dos
projetos;
• Gostaria que houvesse citado os nossos dos deputados que participam do evento;
• Poderia haver vídeo de comissões que marcaram a história do legislativo, e fotos
que marcaram a história;
• Poderia ter um espaço para que nós jovens “entrar” em contato com eles;
• Acredito ao meu ver, que momentaneamente, podemos encontrar as informações
necessárias, não tendo nada a ser mudado!;
• Encontrei palavras que não entendi. No site poderia ser implementado um
dicionário, assim ao clicar em cima da palavra que não entendeu, apareceria o
significado nela, na palavra ou texto, etc. Por exemplo a palavra : “ordinário”;
• O que pode melhorar as paginas de entrada ser uma coisa mais arrojada, botões
vídeos de discussões mais fotos só isso;
• Dar alguma noção do que é política e de como se faz política.
Em todas as escolas, alguns alunos disseram que tentaram acessar, mas não
conseguiram entrar no link da TV WEB126. Uma das alunas indignada declarou Propaganda
enganosa!
Síntese - Destaques
Sites mais visitados127
• Orçamentos 2010 (6);
• Parlamento Jovem (5);
• Agenda (4);
• Constituição (4);
• Diário Oficial (4);
126 Enviei mensagem para o pessoal do programa Acessa Escola, mas não obtive nenhuma resposta. 127 Número entre parênteses indicada quantos alunos declararam ter clicado naquele link.
142
• Assembleia, Deputado, Processo Legislativo (3);
• Processo legislativo (3);
• Projetos (3);
• Comunidade Deputados – fale com o deputado (2);
• Comissão, a administração ALESP (2);
• Deputados (2);
• Notícias (2).
Sugestões
• O site poderia ser mais interativo, mas chamativo para os jovens;
• Ser mais organizado e não ter link muito escondido;
• Ter mais informações sobre a execução dos projetos;
• Bate papo instantâneos, por exemplo como no MSN;
• Ter um dicionário “automático” que ao passar o mouse em cima da palavras
apareça seu significado;
• Espaço para escrever depoimentos, opiniões...;
• Que as informações sejam claras;
• Central de dúvidas on line;
• Permitir para avaliação de projetos.
4. Impressões deixadas pela pesquisa
Assim como no trabalho anterior, dialogar com os jovens se mostrou uma experiência
gratificante. Para eles, falar de um assunto como a Internet, que faz sentido na vida de cada
um, que é fundamental e prazeroso não foi difícil. Reflexo disso é que apesar do questionário
ser longo, muita gente se esforçou para preenchê-lo totalmente, sem reclamar ou desistir. A
maioria dos alunos demonstrou satisfação em participar. Os encontros foram trocas de ideias
que permitiram aprendizagens de ambas as partes.
Analisar tudo o que foi coletado nestes 147 questionários e conversado nesses seis
encontros com diferentes jovens não é tarefa fácil. Nem tudo o que eles dizem pode ser levado
ao pé da letra. É no conjunto dos encontros, em seus comportamentos, na forma que o
trabalho foi conduzido que vão se encontrando algumas pistas de trabalho. Como dissemos no
início deste capítulo, a amostra não permite fazer generalizações, mas apontar tendências...
143
Eles gostam muito de se comunicar, de conversar, de sentir que estão sendo ouvidos,
de se relacionar. Valorizam a comunicação multimidiática com textos, sons (fala, ruídos,
música), vídeos, fotos etc. As evidências estão presentes nas solicitações de oportunidade para
debater com os representantes, de implantação de bate-papos on line e de videochamadas no
portal; no hábito freqüente do uso dos sites de redes sociais (quase 94% utilizam pelo menos
um dos sites existentes) e de ferramentas de comunicação instantânea; no próprio
comportamento durante os encontros. O diálogo (em que é dada a oportunidade de falar e ser
escutado) é algo que me pareceu faltar na escola e em outros ambientes que eles vivem.
Eles demonstraram grande desconhecimento do funcionamento do sistema político no
seu conjunto e de como acessar os representantes do poder público. Porém, os grupos ficaram
interessados em saber mais sobre o assunto.
Na pesquisa quantitativa, mais de 80% disseram já ter ouvido falar da ALESP, 30,3%
do ILP e 34% do Parlamento Jovem, porém esse “ouvir falar” não passa disso. A instituição
não significa nada para eles. Não existe qualquer relacionamento. Quanto à TV Assembleia na
qual 10,2% disseram que já assistiram, mereceria ter mais algumas questões para se afirmar
que não se trata de confusão com outro canal legislativo e também para verificar se há uma
periodicidade de audiência, entre outras coisas.
Quanto à avaliação do portal da Assembleia, algumas reclamações e sugestões dos
alunos correspondem a recursos que existem no portal, mas não foram encontrados ou
compreendidos pelos jovens. Um diagnóstico especializado de usabilidade do portal com este
público poderia minimizar este problema. Além disso, houve também divergências quanto à
organização da interface: para alguns era desorganizado, para outros estava claro. As
implementações de personalização do portal são uma possível solução, além do diagnóstico
de usabilidade.
A construção do site ideal permitiu focalizar três grande eixos de interesse dos jovens
participantes que devem orientar a implementação de recursos e conteúdos no portal: (1)
diálogo; (2) fiscalização e (3) formação e informação.
Verificou-se que os jovens não estão presentes no portal da Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo. Os jovens estão nos sites de redes sociais de relacionamento e aqui neste
momento, vamos englobar nesta categoria, não só sites como Orkut e Facebook, mas também
144
os blogs e sites como Youtube, Flickr, Twitter e outros que também fazem parte da
constituição das redes sociais na Internet, pois criam relações e laços sociais entre seus
usuários.
Segundo o professor Orihuela da Faculdade de Comunicação da Universidade de
Navarra (Pamplona, Espanha), Las redes sociales de propósito general serán, para la mayor
parte de los usuarios, la principal puerta de entrada a los servicios y a la cultura de internet,
tal como en su tiempo lo fueron los portales y luego los buscadores. (ORIHUELA, José Luis,
2010)128.
Então “se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé”. Ou seja, um dos
caminhos para fazer com que a juventude se aproxime da ALESP passa pela interação com
ela nos sites de redes sociais.
Nota
Língua portuguesa. É preocupante a quantidade de erros de língua portuguesa encontrado
nos questionários, cartazes e formulários usados nas pesquisas. Encontrou-se erros de
interpretação de texto, em que alunos respondem perguntas de forma totalmente equivocada;
falta de clareza em algumas respostas; e muitos erros de ortografia, pontuação, abreviaturas
(principalmente na questão de tempo para horas e minutos: m, mts, hs, hrs...) e concordância.
Em alguns casos há indícios de necessidade de acompanhamento de fonoaudiólogo, como o
uso da palavra VEZ ao invés de FEZ.
128 ORIHUELA, José Luis. Las redes sociales serán la puerta de entrada a Internet. Disponível em http://www.ecuaderno.com/2010/01/05/las-redes-sociales-seran-la-puerta-de-entrada-a-internet/?utm_source= feedburner&utm_medium=twitter&utm_campaign=Feed%3A+ecuaderno+%28ecuaderno%29 Acesso em 5 jan. 2010.
145
Complementando o projeto de Gestão Comunicativa.
É preciso, então, que se saia o mais rapidamente possível da retórica
do diagnóstico (positivo ou negativo) para uma perspectiva de
responsabilidade e tarefa. (GOMES, 2008, p. 326)
Passados dois anos e meio do trabalho anterior, quase nada mudou na comunicação da
ALESP com a juventude. A exceção fica por conta do trabalho realizado pelo ILP que, apesar
de não se dedicar exclusivamente à juventude, tende a oferecer importantes contribuições com
seus planos de expansão do curso de Iniciação Política. O portal sofreu aperfeiçoamentos,
porém ainda há muito que se implementar, principalmente no que se refere à interação do
cidadão internauta com o Poder Legislativo.
O atual estudo permitiu conhecer mais de internet, democracia e juventude. A
experiência de Espoo na Finlândia é um exemplo prático e real de uma política de
comunicação entre poder público e juventude mediada pela internet que forma cidadãos e gera
transformações na sociedade local.
6.1. Por que o projeto é necessário?
Com base nos dados coletados numa pesquisa de opinião, realizada pela FORMAR –
Formação, Capacitação, Marketing e Pesquisa (2005) –, a pedido do Departamento de
Comunicação da ALESP, os jovens de 16 a 24 anos são os que menos conhecem a
Assembleia e seus deputados. A maioria não reconhece a presença da ALESP como
instituição e são os mais jovens que também se relacionam menos com os deputados.
Mais de 70% dos jovens entrevistados não confiam na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo (número próximo do obtido numa pesquisa nacional realizada pela
UNESCO, em que foi constatado que 79,9% dos jovens dizem não confiar nas Assembleia s
Legislativas e Câmaras de Vereadores).
Neste processo de consolidação da democracia em que vivemos, o segundo maior
parlamento do país tem o dever cívico de se fazer conhecido, de exercer seu papel político-
6
146
pedagógico e de se relacionar com seus representados: neste caso, com o segmento jovem da
população 25% da população do estado (jovens de 15 a 29 anos).
Os canais de comunicação da ALESP com a juventude são isolados, fragmentados,
desarticulados e ainda não tem conseguido atingir o grande contingente de jovens do estado,
além de não permitirem um diálogo permanente entre as partes.
No atual cenário, a internet se mostra como um importante meio para dialogar com a
juventude paulista. Apesar de apenas cerca 34% da população brasileira ter acesso a
Internet129, no que se refere à juventude esta fatia é muito maior. O Instituto Datafolha
realizou em 2008, a pesquisa denominada Jovens Brasileiros e verificou que 74% dos jovens
brasileiros entre 16 e 25 anos já acessam a Internet e 73% possuem celular130. Ainda
segundo a pesquisa, a Internet fica em segundo lugar como principal meio de
comunicação para se manter informado (26%). Em primeiro, está a TV aberta com 33%.
Nota: entre os jovens de 16 e 17 anos, TV e internet empatam com 30% ambos. A TV por
assinatura131, porta de acesso para a TV Assembleia, corresponde a apenas 2%.
A pesquisa nacional, Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e
políticas públicas, organizada pelo IBASE/PÓLIS (2007), revela que 85% dos jovens
entrevistados acreditam que é preciso abrir canais de diálogo entre os cidadãos e o governo.
Os jovens também são sujeitos de direitos. Eles podem ser o “futuro da nação”, mas
têm direito a um presente digno. Têm direito de participar da vida de seu estado, de dialogar
com aqueles que o gerenciam (que deveriam representar seus interesses e trabalhar pelo bem
público comum). Têm direito de poder dizer o que pensam, de entender, de opinar e de
questionar a organização político-administrativa de seu estado. Eles têm direito de serem
cidadãos.
129 Cruzando projeção da população brasileira PNAD 2008 (189.953.000) com a projeção da Ibope Nielsen Online de usuários com acesso à internet em qualquer ambiente (residências, trabalho, escolas, lan-houses, bibliotecas e telecentros), considerando os brasileiros de 16 anos ou mais de idade com posse de telefone fixo ou móvel (64,8 milhões). Disponível em: <http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE& pub=T&db=caldb&comp=Noticias&docid=E37C727B59300DFE83257639004D478C>. Ranking da internet no Brasil. Acesso em: 29 out. 2009. 130 Foram entrevistados 1541 jovens de 16 a 25 anos nos dias 1 e 2 de abril de 2008, sendo 20% de 16 e 17 anos. 24 unidades da federação e Distrito Federal - 168 municípios - margem de erro: 3%. Opinião Pública. Jovens Brasileiros. Artigo de 30/7/2008. Disponível em: <http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=700>. Acesso em: 5 ago. 2008. 131 Segundo a Anatel, dos 645 municípios do Estado de São Paulo, apenas 130 (20,2%) têm Serviço de TV a Cabo e/ou MMDS disponível. Ver em: Dados Estatísticos dos Serviços de TV por Assinatura ANATEL - AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa – SCM Capítulo I JULHO / 2009 (Dados atualizados até 31 de julho de 2009). Disponível em: <http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalRedireciona.do?codigoDocumento=232922&caminhoRel=Cidadao-TV%20por%20Assinatura-Informa%E7%F5es%20sobre%20o%20mercado>. Acesso em: 31 out. 2009.
147
6.2. O projeto de gestão comunicativa
Ao optarmos por utilizar os referenciais teóricos da educomunicação para concepção
deste projeto de intervenção, assumimos planejar, executar e avaliar um conjunto de ações
destinadas a criar e a fortalecer ecossistemas comunicativos, assim como a melhorar o
coeficiente comunicativo das ações educativas, incluindo as relacionadas ao uso dos recursos
da informação no processo de aprendizagem.
Alicerçado nesses fundamentos, este projeto propõe uma revisão dos processos da
Gestão da Comunicação por parte do Poder Legislativo, adotando uma política de maior
aproximação com o segmento jovem da população.
A proposta está organizada em dois programas:
1) integração dos programas de comunicação da ALESP com a juventude;
2) criação de canais permanentes de aproximação e diálogo, através da internet.
Tal proposta expandirá gradativamente a relação comunicacional entre o Poder
Legislativo e a juventude, estimulando o aprofundamento da relação e contribuindo no
processo de formação crítica com vistas à emancipação cidadã, que enxergue o jovem com
suas pluralidades culturais, como um sujeito que está em processo de formação, que tem
direito a um presente digno e que tem capacidade de participar da discussão dos problemas
que vive e de suas soluções.
6.2.1. Integração dos programas de comunicação com a juventude
De nada adiantará criar outros canais de comunicação com a juventude se não houver
uma integração entre os existentes, a fim de somar esforços e proporcionar uma formação
cidadã integral do jovem.
6.2.1.1. Gestão
A gestão dos programas de comunicação entre a Assembleia e a juventude ficará sob
responsabilidade de dois conselhos: o Conselho Gestor de Comunicação com a Juventude e o
Conselho Jovem de Comunicação.
O Conselho Gestor de Comunicação com a Juventude será formado pelo gestor da
comunicação, um secretário e um estagiário; por especialistas parceiros em juventude e
educomunicação; e por representantes programas e projetos que se relacionam com a
juventude: (a) visitas monitoradas (Divisão de Comunicação Social), (b) Parlamento Jovem
(Secretaria Geral Parlamentar), (c) projeto Escola Arte-Culinária (Instituto Mensageiros), (d)
148
curso de iniciação política do ILP, (e) representantes de outros programas que forem
implantados futuramente. Ao Conselho Gestor caberá, sob a orientação do gestor da
comunicação, o planejamento, a execução e a avaliação das ações comunicacionais
desenvolvidas com o intuito de aproximar a ALESP da juventude e de contribuir no processo
de educomunicação política do/para/com o jovem.
O Conselho Jovem de Comunicação será formado por 15 jovens voluntários
selecionados por critérios a serem definidos pelo Conselho Gestor. Este conselho terá um
caráter consultivo e será uma forma do jovem exercer seu protagonismo na instituição, além
de constituir um meio da Assembleia se aproximar mais dos anseios e necessidades dos
jovens.
Inicialmente, as reuniões serão mais freqüentes para que cada um tome ciência do
trabalho do outro e se possa desenvolver um planejamento conjunto. Os conselhos se reunirão
separadamente para não inibir a expressão dos jovens.
A gestão dos processos comunicacionais entre a ALESP e a juventude tem um papel
importante na construção de um novo quadro de relacionamento. Será de responsabilidade do
gestor da comunicação e da secretaria:
• Organizar a pauta e o registro de reuniões;
• Monitorar o planejamento das ações desenvolvidas;
• Avaliar as ações comunicativas realizadas através de indicadores de eficiência,
eficácia e efetividade a serem criados e submetê-las aos conselhos;
• Construir mediações entre deputados/setores/eventos/serviços da ALESP e a
juventude. Em segundo plano, estas mediações poderão ser estendidas entre outros
poderes/instituições políticas (como partidos, por exemplo) e a juventude;
• Acompanhar o diálogo com o Conselho Jovem de Comunicação;
• Estabelecer parcerias com outras organizações que viabilizem as ações planejadas,
quando necessário;
• Coordenar a produção de materiais e de conteúdos que sejam de sua responsabilidade;
• Organizar as capacitações para os agentes da ALESP envolvidos e interessados na
comunicação com a juventude e para os conselheiros jovens, sobre temas
fundamentais para o aperfeiçoamento das ações educomunicativas;
• Representar o Conselho Gestor em eventos internos e externos.
149
6.2.1.2. Metodologia
A integração dos programas de comunicação com a juventude é baseada numa gestão
participativa fundamentada em três visões: a dos especialistas em juventude e
educomunicação, a dos responsáveis pelos canais institucionais de comunicação com a
juventude e a dos jovens. Os programas existentes continuarão sob as responsabilidades das
mesmas pessoas e dos mesmos órgãos da ALESP.
6.2.1.3. Viabilidade
Os conselhos serão criados através de resolução e regulamentados mediante ato de
mesa. O Conselho Gestor de Comunicação com a Juventude estará subordinado à Secretaria
Geral Parlamentar e o Conselho Jovem de Comunicação estará ligado ao Conselho Gestor de
Comunicação com a Juventude. Deverá ser providenciada uma sala que será utilizada pelos
dois conselhos, com mobiliário, materiais e equipamentos a serem designados pelos mesmos.
Ambos os conselhos serão geridos por um gestor da comunicação e auxiliados por um
secretário e um estagiário de área de formação compatível.
Na impossibilidade de criação oficial dos conselhos, pode-se procurar integrar os
programas na medida do que for possível. No caso específico do portal, pode se formar um
subgrupo no Comitê (como está previsto no Ato 05/2005) para discutir projetos e
implementações referentes à juventude.
6.2.1.4. Sustentabilidade
Cada setor possui seus recursos orçamentários. Deverá ser providenciada uma dotação
para a operacionalização dos trabalhos do Conselho Gestor através da resolução que cria os
conselhos. A experiência do ILP demonstrou que dependendo da ação planejada, outros
recursos deverão ser obtidos através de parcerias com outras organizações.
6.2.1.5. Avaliação
Os conselhos se valerão dos seguintes instrumentos quantitativos e qualitativos de
avaliação da integração e de sua colaboração no processo de formação cidadã da juventude:
• Reuniões dos Conselhos;
• Avaliações de jovens por e-mail, formulários e depoimentos;
• Produtos e resultados;
150
• Desenvolvimento do jovem no processo. Quando possível, avaliação de características
como liderança, capacidade de diálogo/mediação, participação sociopolítica,
autonomia;
• Registros: fotos, vídeos, materiais produzidos.
6.2.2. Criação de canais permanentes de aproximação e diálogo através da Internet
A criação de ações de comunicação digital não é suficiente por si só.
Sua eficácia é alcançada a partir do desenvolvimento de estratégias
específicas para cada público (Elizabeth Saad)132.
A pesquisa Juventude Brasileira e Democracia: participação, esferas e políticas
públicas conclui que é preciso abrir canais de comunicação, com linguagem apropriada,
entre os poderes Executivo e Legislativo e os(as) jovens, a fim de que eles(as) possam
conhecer tais instâncias, acessar as informações produzidas e conhecer as formas pelas
quais podem interferir em seus processos.133
Hoje, a possibilidade de criar canais de comunicação com a juventude, através da TV e
da Internet, são as possibilidades de maior alcance institucional e que devem ser valorizadas
para abrir as portas para a juventude. A Internet é um dos canais mais interessantes para
permitir um diálogo permanente entre as partes mesmo em longas distâncias.
6.2.2.2. Seção do portal da ALESP específico para o público juvenil
O portal não ajuda nessa aproximação com os jovens, nem com o mais jovem ainda, na
minha opinião, ele não tem uma linguagem jovem. (...) Um portal pra jovem é aquele que
tem uma interatividade muito grande, é aquele que permite o bate-papo, é aquele que
permite postar opiniões, é aquele que permite que a gente possa postar vídeos de aulas,
vídeos de opiniões de um deputado sobre determinado assunto e que permitisse o
comentário da sociedade.
A Assembleia tem que ter ações voltadas pra jovem. O curso a distância, o EAD, é uma
ferramenta voltada pra jovem? É. Tá escondidinha no nosso portal. Se você tem isso como
prioridade tem que estar na cara do portal de outra forma. (Roberto Lamari, diretor
presidente do ILP)
O portal da ALESP é uma ferramenta importantíssima na integração dos programas de
comunicação da instituição com a juventude e para o diálogo permanente.
132 Elizabeth Saad Corrêa é estrategista web e consultora de empresas, coordenadora da rede Pesquisa em Mídias Digitais e do Núcleo de Jornalismo, Mercado e Tecnologia e profª. titular do Departamento de Jornalismo e Editoração – ECA/USP. Palestra no curso de Gestão da Comunicação (ECA-USP) no segundo semestre de 2006. 133 IBASE/PÓLIS, 2006.
151
Consultando as informações disponibilizadas pelo Comitê Executivo do Projeto Portal
da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, verificamos que há um planejamento de
implementação de características, ferramentas e recursos ao portal que aparentemente
coincidirão com várias das características e funcionalidades aqui apontadas como necessárias.
Nem por isso este projeto perde seu valor, pelo contrário, quer confirmar o que vai ao
encontro das necessidades do jovem cidadão e colaborar no aprimoramento destas e outras
funcionalidades.
6.2.2.2.1. Metodologia
Inicialmente, as ações estarão focalizadas nos jovens estudantes do ensino médio. Será
elaborado um plano de trabalho que contemple as seguintes ações:
I) Agenda
Para disputar a atenção das deputadas e deputados e de outros tomadores de decisão da
Assembleia a fim de transformar o problema aqui discutido em agenda, são sugeridas algumas
ações:
a. Reunir os agentes responsáveis pelos canais de comunicação com a juventude
existentes na ALESP para apresentar e discutir o projeto;
b. Realização de um seminário com apoio do Comitê do Portal para apresentar o
“embrião” do projeto. Público desejado: deputados estaduais e seus assessores,
diretores e servidores da Casa que trabalham com juventude; membros de
legislativos municipais; especialistas e organizações que trabalham com juventude,
educomunicação e educação política que podem se tornar futuros parceiros.
c. Dialogar e envolver as deputadas e deputados, em especial aqueles ligados à Frente
Parlamentar de Políticas Públicas de Juventude e que atuam com o segmento
jovem;
d. Produzir e veicular artigo(s) a respeito do assunto em conjunto com a Agência de
Notícias e com a Assessoria de Imprensa;
e. Apontar o problema no programa Assembleia Popular que é veiculado na TV
Assembleia e no Diário Oficial.
II) criação da seção (página) específica do portal para o público juvenil
a. Baseado no princípio do “beta perpétuo”, criar e disponibilizar um “embrião” da
página para o público jovem no portal. A referência inicial serão os conteúdos
152
sugeridos pelos jovens nesta pesquisa empírica, organizando-os através de três
eixos orientadores:
(1) diálogo – permitir o diálogo diretamente com a instituição (inclusive os
conselhos) e com os parlamentares, através de eventos virtuais como fóruns e
chats em parceria com deputados, comissões e frentes parlamentares para discutir
assuntos de interesse da juventude. A seção jovem procurará estimular a
participação do jovem em outros eventos virtuais não restritos ao público jovem a
fim de que ele vá conquistando autonomia no universo político.
O sucesso dos fóruns públicos no aprofundamento da prática democrática depende da
capacidade de criar ligações entre os fóruns virtuais e o processo político tradicional
de comunidades reais. Se o processo de discussão nos fóruns virtuais não tiver
consequências para o processo de tomada de decisão em organizações políticas reais, a
predisposição da população em participar vai logo diminuir. (FREY, 2000)
(2) fiscalização – informar, orientar e disponibilizar recursos que permitam
fiscalizar a atuação do poder legislativo.
(3) informação e formação – disponibilizar conteúdos que conscientizem o jovem
como sujeito de direitos e que o capacite para fiscalizar e participar das atividades
e meios de comunicação do legislativo, como tutoriais que desmistifiquem as
informações e o uso dos recursos disponibilizados pelo portal, por exemplo. Além
disso, encontrará links interessantes sobre protagonismo juvenil, institutos de
formação dos partidos políticos e de páginas que colaborem no processo de
formação cidadã.
b. Os conteúdos produzidos deverão explorar a diversidade das linguagens: textos,
fotos, infográficos, vídeos, animações e áudios. Para produção destes conteúdos,
contar-se-á com os conselhos e os setores que dele fazem parte e com a
colaboração de outros setores como a gráfica, por exemplo. Os conteúdos serão
publicados pelos servidores designados do Conselho Gestor de Comunicação com
a Juventude e de cada setor que serão capacitados pelo Departamento de
Informática e Desenvolvimento Organizacional para utilizar o sistema de
publicação de conteúdos descentralizado. Será estudada a possibilidade de
qualquer jovem do estado de São Paulo colaborar com conteúdos que deverão ser
encaminhados aos conselhos para avaliação. Deverá estar previsto no orçamento,
possíveis gastos com profissionais externos (como ilustradores, por exemplo) para
153
produção de algum conteúdo gráfico ou multimidiático que não seja possível de
ser produzido internamente.
c. O primeiro objetivo é conquistar o interesse do internauta. Ele deverá encontrar ali,
coisas que despertem seu interesse e façam sentido na sua vida. A assessoria dos
especialistas em juventude e em educomunicação e a opinião e validação do
Conselho Jovem serão muito importantes para constituir e organizar os conteúdos
e o uso dos recursos disponíveis.
II) Aperfeiçoamento do portal
a. Apoiar e colaborar para a realização de estudo de usabilidade do portal, incluindo
as necessidades do segmento jovem.
b. Verificar com o Comitê do Portal a possibilidade de usar folksonomia para que
sejam otimizadas a personalização e segmentação do portal para o público juvenil.
c. Incentivar o cadastro de usuários para ter acesso ao conteúdo segmentado.
d. Sugerir recursos que deem mais transparência ao portal para transmitir segurança e
confiabilidade aos usuários.
e. O planejamento do Comitê do Portal prevê acesso orientado pela função político-
pedagógica do Portal, explicando o papel do parlamento e traduzindo-o para o
usuário de modo a incentivar a cidadania ativa, (que ainda não está disponível à
medida que exige produção de instrumentos, tais como jogos interativos, tour
virtual, glossários. Caberá ao Conselho Gestor de Comunicação com a Juventude
e ao Conselho Jovem de Comunicação colaborar na avaliação dessas
implementações e na indicação das funcionalidades que deverão ser aprimoradas
para a fácil compreensão do jovem para que ele utilize as ferramentas
disponibilizadas no portal para exercer sua cidadania.
III) Discussões multimidiáticas
a. Planejar a implantação de discussão de temas, através do incentivo aos jovens de
produção de materiais multimidiáticos como audiovisuais, músicas, poesias,
charges etc.
IV) Parlamento Jovem Virtual
a. A médio prazo, realizar estudos de viabilidade de implantação do Parlamento
Jovem Virtual baseando-se na experiência finlandesa.
154
6.2.2.2.2. Gestão
A partir da ótica de gestão descentralizada de conteúdo, presente na concepção do
portal, cada um dos setores responsáveis pelos programas de comunicação da ALESP com a
juventude alimentará suas páginas com os conteúdos de sua responsabilidade.
As competências do gestor de comunicação e da secretaria do Conselho Gestor de
Comunicação com a Juventude descritas no item 2.1. são válidas para a gestão da seção
jovem do portal.
6.2.2.2.3. Sustentabilidade
A sustentabilidade da seção jovem dependerá da sensibilização, capacitação e
compromisso de produção e publicação de conteúdo periódica dos setores representados no
Conselho Gestor de Comunicação com a Juventude.
Outro fator importantíssimo é fazer com que o portal seja conhecido pela juventude e
pelos deputados. Para isso, deverão ser pensadas estratégias de divulgação do portal. Eis
algumas sugestões:
a. Presença e interação da ALESP com a juventude nos sites de redes sociais, como
Orkut, Facebook, Youtube, Flickr, Twitter, blogs etc, pois segundo o professor
Orhuela da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra (Pamplona,
Espanha), las redes sociales de propósito general serán, para la mayor parte de
los usuarios, la principal puerta de entrada a los servicios y a la cultura de
internet, tal como en su tiempo lo fueron los portales y luego los buscadores134
.
b. Aproveitar a rede de contatos do Parlamento Jovem.
c. Divulgar os programas de comunicação da ALESP com a juventude nas escolas
seja através de visitas, seja através de envio de materiais impressos e/ou e-mail;
d. Através dos mandatos dos deputados.
e. Newsletter e RSS (notificações de alterações no site para usuários assinantes).
f. Divulgação através da TV Assembleia, do Diário Oficial (calhaus), da Revista
Parlamento Paulista.
g. Parceria para produção e distribuição de matérias via Agência de Notícias e
Assessoria de Imprensa da ALESP.
134 Disponível em http://www.ecuaderno.com/2010/01/05/las-redes-sociales-seran-la-puerta-de-entrada-a-internet/?utm_source=feedburner&utm_medium=twitter&utm_campaign=Feed%3A+ecuaderno+%28ecuaderno%29 Acesso em 5 jan. 2010.
155
h. Via curso de Iniciação Política (presencial e virtual) e outros meios
disponibilizados pelo do ILP.
i. Divulgação de atividades como fóruns, por exemplo, nas seções de agenda e mural
do portal, se for possível.
j. Produção de materiais impressos inicialmente para visita monitorada, mas também
para ser entregue nos cursos de Iniciação Política e Parlamento Jovem, por
exemplo.
6.2.2.2.4. Viabilidade
A viabilidade do projeto está condicionalmente ligada:
• À disponibilização das ferramentas e recursos tecnológicos para publicação de
conteúdo por parte da equipe de TI da ALESP;
• À capacitação de publicadores de conteúdo;
• Aos limites impostos pela infra-estrutura de rede.
Alguns recursos que não forem possíveis implantar no portal, pode-se verificar se há a
possibilidade em sites externos , preferencialmente gratuitos.
6.2.2.2.5. Avaliação
O programa será avaliado através:
• Das estatísticas de acesso do portal: número de jovens cadastrados, de usuários
cadastrados no segmento jovem, entre outras;
• Caso sejam criados perfis e comunidades nos sites de redes sociais: número de
membros, interação etc;
• De e-mails enviados pelos internautas;
• Da participação em enquetes e outros eventos virtuais e presenciais promovidos
através do portal;
• Da participação dos jovens na colaboração de conteúdos para alimentar o portal (se
for permitida sua colaboração);
• Das reuniões dos conselhos;
• Das avaliações dos conteúdos por parte dos usuários: relevância, postagem de
comentário, avaliação de comentário, número de visualizações, postadores, data de
postagem etc (limitados aos recursos que o sistema poderá oferecer).
156
Referências Bibliográficas ABRAMO, Helena Wendel; BRANCO, Pedro Paulo Martoni (org.). Retratos da juventude
brasileira. Análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Instituto Cidadania, Fundação Perseu Abramo, 2005.
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ANEXOS
1. Ato 5/2005 – dispõe sobre a criação do Comitê Executivo do Projeto Portal da ALESP
ATO Nº 0005/2005, DA MESA
A MESA DA ALESP, no uso de suas atribuições,
CONSIDERANDO a conclusão, com êxito, da etapa de criação do Portal da ALESP na Internet, com a introdução de ferramentas especializadas para a gestão de conteúdos e interatividade, bem como a migração do sítio atual, nos termos do trabalho do Comitê constituído para o Projeto;
CONSIDERANDO a necessidade de desenvolver, plenamente, todas as potencialidades do Portal como instrumento de comunicação, participação e modernização do Poder Legislativo paulista e, ainda, como ferramenta de gestão de conteúdos, de conhecimento e de trabalho; e
CONSIDERANDO, finalmente, a importância de se definir os paradigmas, de médio e longo prazo, elaborar os critérios de inclusão e exclusão de conteúdos, definir os níveis de acessibilidade e consolidar o Portal da ALESP como um projeto estratégico de inserção pró-ativa do Parlamento paulista na sociedade informacional, DECIDE:
Artigo 1º - Fica criado o Comitê Executivo do Projeto Portal da ALESP, vinculado à Mesa Diretora, com o objetivo de elaborar, no prazo de 12 (doze) meses, as propostas de planejamento estratégico e o plano de trabalho para a implementação e consolidação do Portal, dando continuidade à etapa de criação, com a seguinte composição:
I - Secretário Geral de Administração;
II - Secretário Geral Parlamentar;
III - Diretor do Departamento de Informática e Desenvolvimento Organizacional;
IV - Diretor do Departamento de Comissões;
V - Diretor do Departamento de Documentação e Informação;
VI - Diretor do Departamento de Comunicação;
VII - Diretor do Departamento Parlamentar;
VIII - Diretor Presidente do ILP;
IX -Diretor da Divisão de Desenvolvimento Organizacional do DIDO, e
X - os seguintes servidores:
a) - Kyung Sik Han;
b) - Edanee Mary Chiarelli;
c) - Tania Rodrigues Mendes;
d) - Edna M. S. Cymbaum.
§1º - A coordenação dos trabalhos será exercida pela servidora Tania Rodrigues Mendes.
§2º - Para o desenvolvimento de trabalhos específicos, o Comitê poderá criar subgrupos com a participação dos diversos órgãos da Assembléia.
§3º - Até que o Portal esteja em pleno funcionamento e que todos os provedores de conteúdo estejam capacitados, haverá um orientador de inclusão de conteúdo, mantendo -se os mesmos procedimentos de inclusão adotados pelo sítio para os conteúdos que, embora estejam no Portal, ainda não estejam no escopo de aplicação de suas ferramentas.
Artigo 2º - Para a consecução de seus objetivos, compete ao Comitê Executivo do Projeto Portal da ALESP:
I - elaborar e manter plano de trabalho;
II - desenvolver o Modelo Conceitual Pleno do Portal, definindo visão, foco, missão, objetivos, arquitetura de informações, produtos e serviços, matriz de responsabilidades e estratégias de resultados e de implantação;
III - propor as políticas referentes às dimensões internas e externas de:
a) acessibilidade: idiomas, usuários com necessidades especiais, inclusão digital, e outros;
b)metadados, tais como vocabulários controlados, taxionomias, e outros;
c) inclusão, admissibilidade e exclusão de conteúdos, com tabelas de temporalidade e definição de responsabilidade desconcentrada e distribuída;
d) comunicação;
e) interatividade e relacionamentos internos e externos;
f) privacidade (política de segurança/PDS);
g) canais e níveis de acesso às informações;
h) validação de conteúdos;
i) comunidades virtuais (internas e externas);
j) tecnologia da informação;
IV - elaborar proposta de institucionalização do Portal, como processo permanente na ALESP, incluindo equipe de contingência/conteúdo/design/tecnologia;
V - analisar o conteúdo do sítio original da ALESP, propondo as atualizações, adaptações, fusões e exclusões necessárias, consultados os autores das páginas;
VI - elaborar mapa de conhecimento e dos fluxos de trabalho e informações que o sustentam, para o uso eficaz das ferramentas de tecnologia da informação;
VII - definir classificação de assuntos,catálogo referencial e estilos;
VIII - definir prazos de validade de conteúdos e as responsabilidades pela sua manutenção;
IX - definir lógica, padrões, cores, estrutura e identidade visual do leiaute;
X - definir suporte em infra -estrutura e na ferramenta, quanto à tecnologia da informação;
XI - definir regras gerais e "workflow" para as áreas administrativa e parlamentar;
XII - estabelecer padrões de estrutura, cores, conteúdos, cadastros e outros necessários ou exigidos pelas ferramentas adotadas e para o pleno funcionamento dos recursos de comunidades virtuais;
XIII - levantar as lacunas do sítio original e definir novos conteúdos, bem como funcionalidades e instrumentos integradores necessários;
XIV - elaborar plano de integração com informações de sítios ou entidades externas;
XV - estabelecer diretrizes e critérios de identidade visual.
§1º - Para a realização de suas atividades o Comitê poderá:
1 - propor o desenvolvimento de programas de capacitação de pessoal;
2 - convidar especialistas para subsidiar seus trabalhos, sem ônus para o Poder Legislativo;
3 - solicitar contribuições aos órgãos das Secretarias da ALESP ou de outras entidades externas;
4 - promover o envolvimento de todos os provedores internos;
5 - propor as mudanças necessárias nos fluxos de trabalho, com a participação das áreas envolvidas, respeitadas as suas competências;
6 - levantar perfis de interesse de usuários atuais e potenciais;
7 - estabelecer prioridades de inclusão de conteúdos migrados no escopo das ferramentas e a programação de treinamento e capacitação dos setores responsáveis pela alimentação;
8 - elaborar manuais de procedimento.
§2º - O plano de trabalho mencionado no inciso I será apresentado à Mesa em 30 (trinta) dias a partir da efetiva instalação do Comitê, e será atualizado periodicamente.
§3º - Serão apresentados à Mesa relatórios periódicos de progresso, bem como o relatório final contendo o Planejamento e o Modelo Conceitual Pleno, para conhecimento, aprovação e posterior publicação.
Artigo 3º - São considerados fatores essenciais para o desenvolvimento do modelo conceitual do Portal da ALESP e dos trabalhos do Comitê:
I - definição do Portal para os usuários internos e externos como um sistema de informação e comunicação sobre a Assembléia e, simultaneamente, para os Deputados e funcionários como uma ferramenta de trabalho;
II - o usuário como foco principal a ser conhecido através de diagnósticos especiais, levantamento do perfil de interesse e da análise das estatísticas de utilização do Portal;
III - Deputados e servidores como usuários internos e, simultaneamente, provedores de conteúdo e clientes;
IV - envolvimento dos recursos humanos da instituição, simultaneamente usuários, provedores e a retaguarda de sustentação do sucesso dessa mídia;
V - participação de todos com base em um modelo conceitual claro, em diagnósticos dos ambientes interno e externo, pois essa mecânica de horizontalidade é a própria essência de funcionamento do Portal (transversalidade);
VI - ferramenta de gestão do conhecimento e canal para a democracia direta, nos termos constitucionais;
VII - as prerrogativas e as competências constitucionais e regimentais da ALESP traduzidas no âmbito virtual e da sociedade em rede de forma a ampliar e agregar valor à participação cidadã;
VIII - acesso de alta qualidade aos conteúdos, serviços e produtos organizados, com base e de acordo com as necessidades de busca e interlocução do usuário e não a partir da estrutura administrativa da Assembléia.
Artigo 4º - O Comitê terá apoio das unidades administrativas da Assembléia Legislativa.
Artigo 5º - As decisões adotadas pelo Grupo do Projeto do Portal para viabilizar a implantação do protótipo do Portal do Cidadão em 10 de março de 2005, referentes ao seu conteúdo e leiaute, bem como a transição dos conteúdos do sítio original para as novas ferramentas de tecnologia da informação constantes das Atas das reuniões, são consideradas do Comitê criado por este Ato.
Presidente
1° Secretário
2° Secretário
2. Questionário usado na pesquisa quantitativa
Pesquisa sobre o USO DUSO DUSO DUSO DA INTERNET COMO (UM DOS) CANAL PERMANENTE DE DIÁLOGO E APROXIMAÇÃO A INTERNET COMO (UM DOS) CANAL PERMANENTE DE DIÁLOGO E APROXIMAÇÃO A INTERNET COMO (UM DOS) CANAL PERMANENTE DE DIÁLOGO E APROXIMAÇÃO A INTERNET COMO (UM DOS) CANAL PERMANENTE DE DIÁLOGO E APROXIMAÇÃO ENTRE O PODER LEGISLATIVO E A JUVENTUDEENTRE O PODER LEGISLATIVO E A JUVENTUDEENTRE O PODER LEGISLATIVO E A JUVENTUDEENTRE O PODER LEGISLATIVO E A JUVENTUDE
Nome da escola em que estuda: EE Prof. Nome da escola em que estuda: EE Prof. Nome da escola em que estuda: EE Prof. Nome da escola em que estuda: EE Prof. JOSÉ GERALDO DE LIMAJOSÉ GERALDO DE LIMAJOSÉ GERALDO DE LIMAJOSÉ GERALDO DE LIMA Período de aula: manhãPeríodo de aula: manhãPeríodo de aula: manhãPeríodo de aula: manhã
PARTE I PARTE I PARTE I PARTE I –––– Perfil do Pesquisado Perfil do Pesquisado Perfil do Pesquisado Perfil do Pesquisado
1.1.1.1. Escreva um apelido seu Escreva um apelido seu Escreva um apelido seu Escreva um apelido seu: __________________________
2.2.2.2. Seu sexo: Seu sexo: Seu sexo: Seu sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3.3.3.3. Você se declara de que cor/etnia? (escolha apenas uma resposta) Você se declara de que cor/etnia? (escolha apenas uma resposta) Você se declara de que cor/etnia? (escolha apenas uma resposta) Você se declara de que cor/etnia? (escolha apenas uma resposta) ( ) branca ( ) negra ( ) amarela ( ) indígena ( ) parda ( ) outra. Qual? ___________
4.4.4.4. Você já tem algum filho(a)? Você já tem algum filho(a)? Você já tem algum filho(a)? Você já tem algum filho(a)? ( ) sim ( ) não
5.5.5.5. Você trabalha ou já trabalhou (tanto faz se foi com ou sem carteira assinada)? Você trabalha ou já trabalhou (tanto faz se foi com ou sem carteira assinada)? Você trabalha ou já trabalhou (tanto faz se foi com ou sem carteira assinada)? Você trabalha ou já trabalhou (tanto faz se foi com ou sem carteira assinada)? ( ) sim ( ) não
6666 . Você possui algum tipo de deficiência física ou mental? . Você possui algum tipo de deficiência física ou mental? . Você possui algum tipo de deficiência física ou mental? . Você possui algum tipo de deficiência física ou mental? ( ) sim ( ) não Se sim, qual?Se sim, qual?Se sim, qual?Se sim, qual? ____________________________
7.7.7.7. Somando a s Somando a s Somando a s Somando a sua renda com a renda das pessoas que moram com você, de quanto foi ua renda com a renda das pessoas que moram com você, de quanto foi ua renda com a renda das pessoas que moram com você, de quanto foi ua renda com a renda das pessoas que moram com você, de quanto foi aproximadamente a renda familiar em sua casa no mês passado? aproximadamente a renda familiar em sua casa no mês passado? aproximadamente a renda familiar em sua casa no mês passado? aproximadamente a renda familiar em sua casa no mês passado? (escolha apenas uma resposta)(escolha apenas uma resposta)(escolha apenas uma resposta)(escolha apenas uma resposta) ( ) até 1 salário mínimo (até R$ 465,00) ( ) Mais de 1 a 2 salários mínimos (mais de R$ 465,00 até R$ 930,00) ( ) Mais de 2 a 3 salários mínimos (mais de R$ 930,00 até R$ 1.395,00) ( ) Mais de 3 a 5 salários mínimos (mais de R$ 1.395,00 até R$ 2.325,00) ( ) Mais de 5 a 10 salários mínimos (mais de R$ 2.325,00 até R$ 4.650,00) ( ) Mais de 10 salários mínimos (mais de R$ 4.650,00) ( ) não sei
8.8.8.8. Quanto à religião, você se considera... (escolha apenas uma resposta) Quanto à religião, você se considera... (escolha apenas uma resposta) Quanto à religião, você se considera... (escolha apenas uma resposta) Quanto à religião, você se considera... (escolha apenas uma resposta) ( ) ateu / atéia ( ) apenas acredito em Deus, não tenho religião ( ) católico ( ) evangélico ( ) praticante de uma religião afrodescendente (ex.: candomblé, umbanda, culto aos orixás etc.) ( ) espírita ( ) outra. Qual? ______________________
9.9.9.9. Quantos anos você tem? Quantos anos você tem? Quantos anos você tem? Quantos anos você tem? _______
10.10.10.10. Se você tem MENOS de 16 anos, vá para a próxima pergunta (número Se você tem MENOS de 16 anos, vá para a próxima pergunta (número Se você tem MENOS de 16 anos, vá para a próxima pergunta (número Se você tem MENOS de 16 anos, vá para a próxima pergunta (número 11111111).).).). Se você tem 16 anos ou mais, responda: você jáSe você tem 16 anos ou mais, responda: você jáSe você tem 16 anos ou mais, responda: você jáSe você tem 16 anos ou mais, responda: você já tem título de eleitor? tem título de eleitor? tem título de eleitor? tem título de eleitor?
( ) sim ( ) não
10.1. 10.1. 10.1. 10.1. Se você respondeu Se você respondeu Se você respondeu Se você respondeu SIMSIMSIMSIM , diga por quê , diga por quê , diga por quê , diga por quê (pode marcar mais de uma alternativa).(pode marcar mais de uma alternativa).(pode marcar mais de uma alternativa).(pode marcar mais de uma alternativa).
( ) acho importante participar das eleições;
( ) acredito que é um direito importante e quero exercê-lo;
( ) outro motivo. Escreva qual é esse motivo: _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________
10.2.10.2.10.2.10.2. Se você respondeu Se você respondeu Se você respondeu Se você respondeu NÃONÃONÃONÃO , diga por quê , diga por quê , diga por quê , diga por quê (pode marcar mais de uma alternati(pode marcar mais de uma alternati(pode marcar mais de uma alternati(pode marcar mais de uma alternativa)va)va)va)
( ) ainda não tive tempo, mas vou tirar para participar das eleições de 2010;
( ) não gosto de política, só vou tirar quando for obrigatório;
( ) não me considero maduro o suficiente para tomar uma decisão tão importante;
( ) não sabia que poderia tirar o título;
( ) um adulto me pediu para tirar (por mim, não tiraria agora);
( ) acho a política importante, mas não vou tirar o título ainda, porque não confio em nenhum candidato que conheço;
( ) outro motivo. Escreva qual é esse motivo: _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________
11.11.11.11. Nestes últimos dois anos, o que você fez para colaborar na construção de uma sociedade Nestes últimos dois anos, o que você fez para colaborar na construção de uma sociedade Nestes últimos dois anos, o que você fez para colaborar na construção de uma sociedade Nestes últimos dois anos, o que você fez para colaborar na construção de uma sociedade mais justa? (pode marcar mais de uma alternativa)mais justa? (pode marcar mais de uma alternativa)mais justa? (pode marcar mais de uma alternativa)mais justa? (pode marcar mais de uma alternativa) ( ) nada; ( ) votei; ( ) participei de partido político; ( ) participei de ONG; ( ) participei de um grupo formado por jovens como eu; ( ) participei de manifestações (passeata, protesto etc.); ( ) usei da arte e da cultura para falar o que penso (crítica à sociedade, denunciar injustiças etc.); ( ) outras formas. Escreva abaixo que formas são essas. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________
12.12.12.12. Você simpatiza com algum PARTIDO POLÍTICO? Você simpatiza com algum PARTIDO POLÍTICO? Você simpatiza com algum PARTIDO POLÍTICO? Você simpatiza com algum PARTIDO POLÍTICO? ( ) sim ( ) não 12.1. Se sim, qual?12.1. Se sim, qual?12.1. Se sim, qual?12.1. Se sim, qual? ____________________________
13.13.13.13. Você tem Você tem Você tem Você tem afinidadeafinidadeafinidadeafinidade com ALGUM POLÍTICO? com ALGUM POLÍTICO? com ALGUM POLÍTICO? com ALGUM POLÍTICO? ( ) sim ( ) não
13.1 Se SIM, liste até três políticos no quadro abaixo e diga porquê você tem afi13.1 Se SIM, liste até três políticos no quadro abaixo e diga porquê você tem afi13.1 Se SIM, liste até três políticos no quadro abaixo e diga porquê você tem afi13.1 Se SIM, liste até três políticos no quadro abaixo e diga porquê você tem afinidade com eles.nidade com eles.nidade com eles.nidade com eles. Nome do políticoNome do políticoNome do políticoNome do político Por que você tem afinidade com ele?Por que você tem afinidade com ele?Por que você tem afinidade com ele?Por que você tem afinidade com ele?
1.1.1.1.
2.2.2.2.
3.3.3.3.
PARTE II PARTE II PARTE II PARTE II –––– Sobre seus hábitos na Internet Sobre seus hábitos na Internet Sobre seus hábitos na Internet Sobre seus hábitos na Internet
11114444.... Preencha o quadro abaixo com as informações das pessoas ou comunidades que você mais Preencha o quadro abaixo com as informações das pessoas ou comunidades que você mais Preencha o quadro abaixo com as informações das pessoas ou comunidades que você mais Preencha o quadro abaixo com as informações das pessoas ou comunidades que você mais gosta de seguir ou participar:gosta de seguir ou participar:gosta de seguir ou participar:gosta de seguir ou participar:
NoNoNoNome do seguido ou da me do seguido ou da me do seguido ou da me do seguido ou da comunidadecomunidadecomunidadecomunidade
Nome do site Nome do site Nome do site Nome do site (Twitter, Orkut, (Twitter, Orkut, (Twitter, Orkut, (Twitter, Orkut, Facebook, MySpace Facebook, MySpace Facebook, MySpace Facebook, MySpace
etc.)etc.)etc.)etc.)
Por que você segue esta pessoa ou participa Por que você segue esta pessoa ou participa Por que você segue esta pessoa ou participa Por que você segue esta pessoa ou participa desta comunidade?desta comunidade?desta comunidade?desta comunidade?
1.1.1.1.
2. 2. 2. 2.
3.3.3.3.
4.4.4.4.
5.5.5.5.
11115555.... Você segue alguém no Você segue alguém no Você segue alguém no Você segue alguém no TwitterTwitterTwitterTwitter ou participa de alguma comunidade na I ou participa de alguma comunidade na I ou participa de alguma comunidade na I ou participa de alguma comunidade na Internet que tenha nternet que tenha nternet que tenha nternet que tenha alguma relação com a política?alguma relação com a política?alguma relação com a política?alguma relação com a política? ( ) sim ( ) não
15.1. Se SIM, preencha o quadro abaixo com as informações das principais pessoas ou comunidades 15.1. Se SIM, preencha o quadro abaixo com as informações das principais pessoas ou comunidades 15.1. Se SIM, preencha o quadro abaixo com as informações das principais pessoas ou comunidades 15.1. Se SIM, preencha o quadro abaixo com as informações das principais pessoas ou comunidades que você segue ou participa que tem relação com a política:que você segue ou participa que tem relação com a política:que você segue ou participa que tem relação com a política:que você segue ou participa que tem relação com a política: Nome do seguido ou da Nome do seguido ou da Nome do seguido ou da Nome do seguido ou da
comunidadecomunidadecomunidadecomunidade Nome do siteNome do siteNome do siteNome do site
O que esta pessoa ou comunidade tem a ver com O que esta pessoa ou comunidade tem a ver com O que esta pessoa ou comunidade tem a ver com O que esta pessoa ou comunidade tem a ver com política? O que se discute? Fala sobre o quê?política? O que se discute? Fala sobre o quê?política? O que se discute? Fala sobre o quê?política? O que se discute? Fala sobre o quê?
1.1.1.1.
2. 2. 2. 2.
3.3.3.3.
4.4.4.4.
11116666. . . . Quais são os sites e programas que você mais usa na internet? Quais são os sites e programas que você mais usa na internet? Quais são os sites e programas que você mais usa na internet? Quais são os sites e programas que você mais usa na internet? LembreLembreLembreLembre----se de tudo que você mais faz na Internet e quese de tudo que você mais faz na Internet e quese de tudo que você mais faz na Internet e quese de tudo que você mais faz na Internet e que não vive sem não vive sem não vive sem não vive sem .... (Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela)(Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela)(Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela)(Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela)
Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do SiteSiteSiteSite
Quantas Quantas Quantas Quantas vezes vezes vezes vezes acessa acessa acessa acessa por por por por
semanasemanasemanasemana
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO que que que que
navega no navega no navega no navega no site site site site
(horas ou (horas ou (horas ou (horas ou minutos)minutos)minutos)minutos)
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÁXMÁXMÁXMÁXIMO que IMO que IMO que IMO que navega no navega no navega no navega no site (horas site (horas site (horas site (horas ou minutos)ou minutos)ou minutos)ou minutos)
POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO você usa este você usa este você usa este você usa este
site?site?site?site?
O O O O QUE QUE QUE QUE você FAZ no você FAZ no você FAZ no você FAZ no site?site?site?site?
Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?
O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?
Redes Sociais:Redes Sociais:Redes Sociais:Redes Sociais:
Orkut / Facebook / Myspace, ____________UU
Comunicadores Comunicadores Comunicadores Comunicadores instinstinstinstantâneos:antâneos:antâneos:antâneos:
MSN, Skype, ______________
LEMBRELEMBRELEMBRELEMBRE----SE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela
Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do SiteSiteSiteSite
Quantas Quantas Quantas Quantas vezes vezes vezes vezes acessa acessa acessa acessa por por por por
semanasemanasemanasemana
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO que que que que
navenavenavenavega no ga no ga no ga no site site site site
(horas ou (horas ou (horas ou (horas ou minutos)minutos)minutos)minutos)
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que navega no navega no navega no navega no site (horas site (horas site (horas site (horas ou minutos)ou minutos)ou minutos)ou minutos)
POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO você usa este você usa este você usa este você usa este
site?site?site?site?
O O O O QUE QUE QUE QUE você FAZ no você FAZ no você FAZ no você FAZ no site?site?site?site?
Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?
O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?
Microblogs:Microblogs:Microblogs:Microblogs:
Twitter, ______________
Vídeos:Vídeos:Vídeos:Vídeos:
Youtube, ______________
LEMBRELEMBRELEMBRELEMBRE----SE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela
Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do SiteSiteSiteSite
Quantas Quantas Quantas Quantas vezes vezes vezes vezes acessa acessa acessa acessa por por por por
semanasemanasemanasemana
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO que que que que
navega nonavega nonavega nonavega no site site site site
(horas ou (horas ou (horas ou (horas ou minutos)minutos)minutos)minutos)
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que navega no navega no navega no navega no site (horas site (horas site (horas site (horas ou minutos)ou minutos)ou minutos)ou minutos)
POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO você usa este você usa este você usa este você usa este
site?site?site?site?
O O O O QUE QUE QUE QUE você FAZ no você FAZ no você FAZ no você FAZ no site?site?site?site?
Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?
O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?
eeee----mail:mail:mail:mail:
Yahoo, Gmail, Hotmail, ______________
Pesquisas em geral:Pesquisas em geral:Pesquisas em geral:Pesquisas em geral:
Wikipedia ______________
LEMBRELEMBRELEMBRELEMBRE----SE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela
Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do SiteSiteSiteSite
Quantas Quantas Quantas Quantas vezes vezes vezes vezes acessa acessa acessa acessa por por por por
semanasemanasemanasemana
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÍMÍMÍMÍNIMO NIMO NIMO NIMO que que que que
navega no navega no navega no navega no site site site site
(horas ou (horas ou (horas ou (horas ou minutos)minutos)minutos)minutos)
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que navega no navega no navega no navega no site (horas site (horas site (horas site (horas ou minutos)ou minutos)ou minutos)ou minutos)
POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO você usa este você usa este você usa este você usa este
site?site?site?site?
O O O O QUE QUE QUE QUE você FAZ no você FAZ no você FAZ no você FAZ no site?site?site?site?
Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?
O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?
Sites de busca:Sites de busca:Sites de busca:Sites de busca: Google, Bing, ______________
Jogos:Jogos:Jogos:Jogos:
GTA, Counter Strike, ______________
LEMBRELEMBRELEMBRELEMBRE----SE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabelaSE: Faça um círculo ao redor dos nomes dos sites que usa. Se for preciso, anote o nome do site, se ele não constar na tabela
Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do Endereço ou nome do SiteSiteSiteSite
Quantas Quantas Quantas Quantas vezes vezes vezes vezes acessa acessa acessa acessa porporporpor
semanasemanasemanasemana
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO MÍNIMO que que que que
navega no navega no navega no navega no site site site site
(horas ou (horas ou (horas ou (horas ou minutos)minutos)minutos)minutos)
TEMPO TEMPO TEMPO TEMPO MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que MÁXIMO que navega no navega no navega no navega no site (horas site (horas site (horas site (horas ou minutos)ou minutos)ou minutos)ou minutos)
POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO POR QUAL MOTIVO você usa este você usa este você usa este você usa este
site?site?site?site?
O O O O QUE QUE QUE QUE você FAZ no você FAZ no você FAZ no você FAZ no site?site?site?site?
Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você Quais as coisas que você mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?mais gosta no site?
O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?O que poderia melhorar?
Notícias /atualiNotícias /atualiNotícias /atualiNotícias /atualidadadadades:des:des:des:
Rede globo, UOL, Terra, ______________
Outros sites, Outros sites, Outros sites, Outros sites, blogs...:blogs...:blogs...:blogs...: ______________
17171717.... Já aconteceu algo com você na Internet que te motivou a alguma atitude ou mudança de Já aconteceu algo com você na Internet que te motivou a alguma atitude ou mudança de Já aconteceu algo com você na Internet que te motivou a alguma atitude ou mudança de Já aconteceu algo com você na Internet que te motivou a alguma atitude ou mudança de opinião sobre a política? opinião sobre a política? opinião sobre a política? opinião sobre a política? ( ) sim ( ) não 11117777.1. Se .1. Se .1. Se .1. Se SIMSIMSIMSIM, escr, escr, escr, escreva como foi essa experiência.eva como foi essa experiência.eva como foi essa experiência.eva como foi essa experiência. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________
18181818.... Qual o principal local onde costuma acessar a Internet? (escolha apenas uma resposta) Qual o principal local onde costuma acessar a Internet? (escolha apenas uma resposta) Qual o principal local onde costuma acessar a Internet? (escolha apenas uma resposta) Qual o principal local onde costuma acessar a Internet? (escolha apenas uma resposta) ( ) escola ( ) casa ( ) lanhouse ( ) casa de um amigo ou parente ( ) trabalho ( ) outro. Qual? _______
PARTE III PARTE III PARTE III PARTE III –––– Sobre a sua relação com a Asse Sobre a sua relação com a Asse Sobre a sua relação com a Asse Sobre a sua relação com a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulombleia Legislativa do Estado de São Paulombleia Legislativa do Estado de São Paulombleia Legislativa do Estado de São Paulo
11119999.... Você já ouviu falar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já ouviu falar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já ouviu falar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já ouviu falar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? ( ) sim ( ) não
20202020.... Você já visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já visitou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? ( ) sim ( ) não
21.21.21.21. Sobre o Parlamento Jovem P Sobre o Parlamento Jovem P Sobre o Parlamento Jovem P Sobre o Parlamento Jovem Paulista: (pode marcar mais de uma alternativa)aulista: (pode marcar mais de uma alternativa)aulista: (pode marcar mais de uma alternativa)aulista: (pode marcar mais de uma alternativa) ( ) não conheço; ( ) já ouvi falar; ( ) nossa escola enviou projeto; ( ) já participei como deputado(a) jovem.
22.22.22.22. Sobre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP): (pode marcar mais de uma alternativa) Sobre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP): (pode marcar mais de uma alternativa) Sobre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP): (pode marcar mais de uma alternativa) Sobre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP): (pode marcar mais de uma alternativa) ( ) não conheço ( ) já ouvi falar; ( ) já participei de algum curso ou atividade NO ILP; ( ) já participei de algum curso ou atividade PROMOVIDO PELO ILP na região;
23. 23. 23. 23. Você já entrou no site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já entrou no site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já entrou no site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Você já entrou no site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? ( ) sim ( ) não
24.24.24.24. Você já assistiu a TV Assembleia (TV Alesp)? Você já assistiu a TV Assembleia (TV Alesp)? Você já assistiu a TV Assembleia (TV Alesp)? Você já assistiu a TV Assembleia (TV Alesp)? ( ) sim ( ) não
22225555.... Marque com um Marque com um Marque com um Marque com um XXXX o quanto concorda ou discorda dos motivos abaixo que IMPEDEM, DIFICULTAM o quanto concorda ou discorda dos motivos abaixo que IMPEDEM, DIFICULTAM o quanto concorda ou discorda dos motivos abaixo que IMPEDEM, DIFICULTAM o quanto concorda ou discorda dos motivos abaixo que IMPEDEM, DIFICULTAM OU DESMOTIVAM você de acompanhar, cobrar e fiscalizar a ação dos deputados e de participar dOU DESMOTIVAM você de acompanhar, cobrar e fiscalizar a ação dos deputados e de participar dOU DESMOTIVAM você de acompanhar, cobrar e fiscalizar a ação dos deputados e de participar dOU DESMOTIVAM você de acompanhar, cobrar e fiscalizar a ação dos deputados e de participar de e e e atividades na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.atividades na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.atividades na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.atividades na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
MotivoMotivoMotivoMotivo NADA A VER! NADA A VER! NADA A VER! NADA A VER! (discordo (discordo (discordo (discordo
totalmente)totalmente)totalmente)totalmente)
Discordo Discordo Discordo Discordo parcialmenteparcialmenteparcialmenteparcialmente
Concordo Concordo Concordo Concordo parcialmenteparcialmenteparcialmenteparcialmente
É ISSO AÍ É ISSO AÍ É ISSO AÍ É ISSO AÍ (concordo (concordo (concordo (concordo
totalmente)totalmente)totalmente)totalmente) indiferenteindiferenteindiferenteindiferente
1. Não sei o que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
2. Não sei onde fica a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
3. É muito longe 4. A opinião do jovem não é levada a sério, não influencia nas decisões políticas
5. Não há espaço para o jovem perguntar ou falar o que pensa
6. É muita teoria e pouca prática 7. A política é uma coisa suja 8. Ninguém me incentiva 9. As atividades acontecem em dias e horários em que estou estudando ou trabalhando
10. Não fico sabendo, nunca fui convidado 11. Falta dinheiro para o transporte (condução)
12. Os assuntos discutidos não despertam meu interesse
13. Os assuntos discutidos são interessantes, mas eu não entendo nada
14. Não tenho nada a contribuir 15. Não me interesso por questões políticas, sou individualista
16. Não gosto de política 17. A política é uma coisa complicada, eu não entendo
18. Não tenho TV a cabo
*Escreva outros motivos abaixo*Escreva outros motivos abaixo*Escreva outros motivos abaixo*Escreva outros motivos abaixo NADA A VER! NADA A VER! NADA A VER! NADA A VER! (discordo (discordo (discordo (discordo
totalmente)totalmente)totalmente)totalmente)
Discordo Discordo Discordo Discordo parcialmenteparcialmenteparcialmenteparcialmente
ConcordoConcordoConcordoConcordo parcialmenteparcialmenteparcialmenteparcialmente
É ISSO AÍ É ISSO AÍ É ISSO AÍ É ISSO AÍ (concordo (concordo (concordo (concordo
totalmente)totalmente)totalmente)totalmente)
indiferenteindiferenteindiferenteindiferente
19.
20.
21.
22226666.... Por que você quis participar desta pesquisa? Por que você quis participar desta pesquisa? Por que você quis participar desta pesquisa? Por que você quis participar desta pesquisa? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Escreva a data de hoje:Escreva a data de hoje:Escreva a data de hoje:Escreva a data de hoje: ____________________________ A CADA JOVEM, MEU MUITO OBRIGADOA CADA JOVEM, MEU MUITO OBRIGADOA CADA JOVEM, MEU MUITO OBRIGADOA CADA JOVEM, MEU MUITO OBRIGADO
PELA SUA DEDICAÇÃO E SINCERIDADE PELA SUA DEDICAÇÃO E SINCERIDADE PELA SUA DEDICAÇÃO E SINCERIDADE PELA SUA DEDICAÇÃO E SINCERIDADE NESTA PESQUISA!!!NESTA PESQUISA!!!NESTA PESQUISA!!!NESTA PESQUISA!!!
3. Planilhas da pesquisa de campo junto aos jovens do Ensino Médio Perfil do grupo pesquisado
Cor/etnia declarada porcentagem
de jovens número de
jovens
não-branca 57,1% 84
Parda 28,6% 42
Negra 21,1% 31
Amarela 3,4% 5
Indígena 2,0% 3
Outras (mestiça, morena, transparente) 2,0% 3
Branca 41,5% 61
Não respondeu 1,4% 2
total 100,0% 147
10. Se você tem 16 anos ou mais, responda: você já tem título de eleitor? 10. se você tem 16 anos ou mais, responda: você já tem título de eleitor?
sim % não % não
respondeu %
sim não não
respondeu
16 anos 13,64% 85,23% 1,14% 12 75 1
17 anos 27,03% 72,97% 0,00% 10 27 0
18 anos 42,86% 57,14% 0,00% 3 4 0
19 anos 100,00% 0,00% 0,00% 5 0 0
20 anos 100,00% 0,00% 0,00% 2 0 0
total 23,02% 76,26% 0,72% 32 106 1
sites utilizados Porcentagem de jovens
que disseram usar o site
Número de jovens
Youtube [vídeos] 93,88% 138
Google [site de busca] 91,84% 135
Orkut [site de redes sociais] 87,07% 128
MSN [comunicador instantâneo] 85,71% 126
Wikipedia [enciclopédia] 65,99% 97
Hotmail [webmail] 63,27% 93
portal globo.com + globoesporte [portal de notícias e atualidades] 31,29% 46
Yahoo 23,13% 34
portal uol 19,73% 29
portal terra 14,97% 22
counter strike 14,97% 22
Gmail 13,61% 20
Twitter 12,24% 18
Gta 11,56% 17
não especificou um comunicador (msn, skype) 6,80% 10
não especificou site de busca (google, bing...) 6,80% 10
Myspace 6,12% 9
Skype 5,44% 8
não especificou uma rede social (orkut, facebook, myspace) 4,76% 7
não especificou E-mail 5,44% 8
facebook 4,76% 7
não especificou portal Notícias/Atualidades 3,40% 5
Mixme 1,36% 2
bing 1,36% 2
Need for speed 1,36% 2
portal ig 1,36% 2
blogs 1,36% 2
watchtower.com 0,68% 1
vestibulares.com 0,68% 1
vagalume 0,68% 1
outlook 0,68% 1
baixando legal 0,68% 1
cdscompletos.blog.com.br 0,68% 1
folha de são paulo 0,68% 1
guitar hero 0,68% 1
portal bol 0,68% 1
portal mtv 0,68% 1
clima tempo 0,68% 1
4shared 0,68% 1
combat 2 0,68% 1
cuts cast (nome não está plenamente legível) - downloads 0,68% 1
blogspot 0,68% 1
Disney 0,68% 1
yahoo resposta 0,68% 1
orkutando [jogos] 0,68% 1
r7 0,68% 1
não especificou jogo (gta, counter strike) 0,68% 1
FIFA 0,68% 1
Pokemon 0,68% 1
Maple Story 0,68% 1
clube do hardware 0,68% 1
mario [jogo] 0,68% 1
Pânico na TV 0,68% 1
RG Vogue 0,68% 1
site do corinthians 0,68% 1
gustop [jogo] 0,68% 1
ragnarok 0,68% 1
rede de esportes 0,68% 1
baixakijogos 0,68% 1
baixaki.com [programas] 0,68% 1
gamevicio 0,68% 1
fotolog 0,68% 1
www.candomble/angola.com 0,68% 1
combat arms 0,68% 1
sinuk 0,68% 1
Flogão 0,68% 1
sites de revista sobre moda, comportamento 0,68% 1
suapesquisa 0,68% 1
Meadd* 0,68% 1
insoonia.com [blog, tem perfil orkut]* 0,68% 1
supernatural.com.br* 0,68% 1
*sites que apareceram na questão 14 e não foram citados na questão 16
sites utilizados – AGRUPADOS POR CATEGORIA %usuários Número de usuários
busca 94,56% 147
google 135
bing 2
não especificou site de buscas 10
não usa /não respondeu 8
redes sociais 93,88% 153
orkut 128
myspace 9
facebook 6
Mixme 2
meadd [questão 19] 1
não especificou uma rede social (orkut, facebook, myspace) 7
não usa /não respondeu 9
comunicadores instântaneos 91,16% 141
msn 123
skype 8
não especificou um comunicador (msn, skype) 10
não usa /não respondeu 13
videos 89,80% 137
youtube 137
não usa /não respondeu 15
e-mail 79,59% 153
hotmail 92
yahoo 34
gmail 19
outlook 1
não especificou E-mail 7
não usa /não respondeu 30
pesquisa 68,03% 99
wikipedia 97
yahoo resposta 1
suapesquisa 1
não usa /não respondeu 47
portais de noticias/atualidades 53,74% 110
globo.com / rede globo + globoesporte 46
portal uol 29
portal terra 22
portal ig 2
folha de são paulo 1
portal bol 1
portal mtv 1
clima tempo 1
r7 1
rede de esportes 1
não especificou portal Notícias/Atualidades 5
não usa /não respondeu 68
jogos 29,25% 54
counter strike 22
gta 17
Need for speed 2
guitar hero 1
combat 2 1
FIFA 1
Pokemon 1
Maple Story 1
combat arms 1
sinuk 1
mario [jogo] 1
gustop [jogo] 1
ragnarok 1
Disney 1
orkutando [jogos] 1
não especificou jogo (gta, counter strike) 1
não usa /não respondeu 104
microblog 12,93% 18
twitter 18
não usa /não respondeu 128
OUTROS SITES 10,88% 23
download de programas, jogos, músicas, filmes 8
baixando legal 1
cdscompletos.blog.com.br 1
4shared 1
cuts cast (nome não está plenamente legível) - downloads 1
baixakijogos 1
baixaki.com [programas] 1
gamevicio 1
supernatural.com.br [questão 19] 1
blogs, fotologs 6
blogspot 1
Flogão 1
fotolog 1
insoonia.com [blog, tem perfil orkut - citado questão 19] 1
não especificou blogs 2
outros 7
vestibulares.com 1
vagalume [letras de músicas] 1
clube do hardware 1
Pânico na TV 1
RG Vogue [moda] 1
site do corinthians 1
sites de revista sobre moda, comportamento 1
sites religiosos 2
watchtower.com 1
www.candomble/angola.com 1
OUTROS SITES - não usa /não respondeu 131
Obs.: No total de cada categoria pode-se ultrapassar o número de pesquisados, pois há aqueles que usam mais de um site do mesmo grupo.
tipos de comunidades / perfis seguidos quantidade
relações afetivas (amizade, familiar, namoro) 62
(Eu) amo (a) minha mãe 16
minha mãe é doida 2
eu adoro minha mãe 1
minha mãe é a melhor do mundo 1
Eu amo meu pai 1
família 1
eu amo meus pais 1
eu amo minha família 2
família Imparato 2
saudades 1
Eu me Amo 1
Lily x Pulvi [perfil seguido - amiga] 1
Ninhu [perfil seguido - amigo] 1
Bruninha Lais [perfil seguido - amiga] 1
João Paulo [orkut e twitter] 1
minha melhor amiga 1
amo minhas amigas 1
Eu amo meus amigos 2
amiga eu te amo 1
Reinaldo 1
Caique 1
Carol 1
Monique 1
Te amo muito 1
Adoramos o Edson 1
amiga eu te amo 1
Amamos a Dani 1
eu conheço e gosto do Rodrigo 1
Thaygra 1
Bruno 2
adoramos essa doida 1
Camila 1
Cristofer 1
Eu amo a Fernandinha 1
Adoro dormir e acordar com você 1
Eu amo você 1
Adoro beijar sua boca 1
casal perfect 1
se o meu destino for você 1
odeio briga com quem eu amo 1
todo mundo me ama 1
todo mundo me odeia 1
comportamento, personalidade 55
(eu) odeio acorda(r) cedo 11
adoro acordar tarde 1
dormir 2
dormir, dormir 1
Eu ódeio acorda na segunda-feira 1
Eu amo a cor rosa 1
(Eu) adoro dar risada 2
meu dinheiro sabe falar . tchau! 1
minhas comunidades me entregam 2
preguiça mata morri 2
Sou loira, + não sou burra 1
(eu) amo final (fim) de semana 4
as baixinhas são as melhores 1
Eu tenho conteúdo 1
Mulheres com conteudo 1
no escuro 1
é pra frente que se anda 1
faça valer a pena 1
a vida é feita de escolhas 1
A vida é dura só pra quem é mole 1
Deus disse p/mim: desse e arrasa 1
Tudo que é proibido é mais gostoso 2
Tudo passa 1
até quando eu erro eu acerto 1
decepção não mata, mas dói 1
Eba! Chegou sexta. 1
estou sempre sorrindo 1
eu odeio segunda feira 1
sinceridade acima de tudo 1
Odeio vulgaridade 1
ODEIO HIPOCRISIA 1
Inveja mata 1
O que que a baiana tem 1
Sou morena 1
eu sou ruiva 1
Odeio meu passado 1
Vá fumar na PQP 1
futebol (times, torcidas, jogadores) 55
corinthians 7
sou corinthiana 1
Timão!!! 1
Corinthiano 1
corinthians minha vida 1
Todo poderoso timão 2
Gaviões (da Fiel) 3
loucos por ti Corinthians 1
Ronaldo 2
Ronaldo no timão 1
Mano Menezes [perfil seguido] 1
Palmeiras [comunidade / perfil seguido] 6
oleporco [perfil seguido sobre Palmeiras] 1
Palmeirense desde criancinha 1
Mancha Verde 1
Verdão 1
SPFC /São Paulo (Futebol Clube / F.C) 8
Tricolor 1
Sou São Paulina 1
loja oficial do SP 1
Santos F.C 1
Seleção Brasileira de Futebol 1
eu amo futebol 1
Mulheres do Futebol 1
Cristiano o talento 1
Cristiano Ronaldo 1
Valdivia 10 1
Odeio o Corinthians 1
corinthians é uma merda 1
odeio o palmeiras 1
odeio o santos merda 1
Times lixo 1
anti-palme 1
música 35
(Banda) Insuma 2
Amy Whinihouse 1
Death Metal Over Drive 1
Bob Marley 1
Metallica 2
Beyonce 1
Evanescence oficial 1
Fantasmão n. 1 1
G-Unit 2
Ne.yo 1
Epica 1
link park 1
Ana Carolina 1
Nightwish 1
Nx0 é demais (D+) 2
Sopranos 1
cazuza 1
Jonas Brothers 1
AC/DC 1
Banda Fresno [comunidade / perfil seguido] 1
Jorge Vercilo 1
Eu ouço MPB 1
Hip Hop Free Style 1
Eu amo funk 1
Pagode 1
Gosto de samba 1
Discografias 1
eu amo ouvir música alta 1
Quando estou triste toco violão 1
Eu toco violão 1
Eu viajo ouvindo musica 1
educação, cursos, escolas, professores, matérias 24
Espro 1
Martins Pena 8
José Geraldo de Lima 1
Eletrotecnica B 1
A Terê é doida mas é 10 2
Carolina Cintra 2
E.E. Martins Pena 1
Eu curto matemática 1
Eu vou passar no vestibular 1
faço prova sem estudar 1
Fez chamada acabou a aula 1
SENAC [comunidade / perfil seguido] 2
Eu estudo no Geraldo 1
wizard 1
meios de comunicação (rádio, tv, internet, celular) 19
Login Band FM 1
C.Q.C 1
Cesar Polvilho 1
Fubá [personagem novela Malhação] 2
Pânico (na TV) 5
Rosana Hermann [perfil seguido - jornalista] 1
Globo Esporte 1
amo fica na net 1
eu digo sim, sim no msn 1
Eu tenho msn 1
comunidade codigos e letras para o orkut 1
eu adoro CTRL C. CTRL V. 1
youtube 1
Já cansei do meu celular 1
alimentação 17
Quero coca cola de 20 litros 1
Mc´Donalt´s 1
chocolatras 1
(eu) amo chocolate 5
amor ao chocolate 1
Trakinas 2
(eu) amo Mc Donalds 2
Amo POP [pirulito] 1
quer me agradar dá chocolate 1
odeio comida baiana 1
odeio comida Italiana 1
religiosas, esotéricas 10
Eu não vivo sem Jesus 1
Amo Jesus 1
igreja Rosana 1
Igreja Jd.das Palmeiras 1
Foi por mim 1
Acredito e confio em Deus 1
Maçonaria 1
templários 1
Sou Filha do Caçador Odé 1
"Eu sou de aquário" 1
nome 9
Najila 1
Regiane 1
Meu nome é Jeferson 1
Thales 1
yago 1
meu nome é Thaygra 1
eu chamo Mariana 1
Karinas 1
amo meu nome 1
jogos (videogame, computador) e brinquedos 8
Devil my cry 4 1
Loucos por God of War 2
Maple Story 1
CS 1.6 1
amo jogar cs 1
PS2 1
Barbie 1
direitos, bandeiras de luta, trabalhos sociais 7
Mutilação genital feminina 1
Vamos escalpelar os estilistas que usam peles 1
Projeto vida nova [crianças carentes] 1
Fábrica de criatividade 1
Diga não às drogas 2
Odeio racismo 1
filmes, livros, desenhos 7
Comunidade Harry Potter 1
Harry Potter 1
Crepúsculo 2
Eu amo filme 1
Naruto 1
Disney 1
grupos, organizações juvenis 6
DPS 5
Aguia Imperial 1
bairros, regiões, locais de origem 6
999% Capão 1
Eu sou do Ceará 1
Vila Fundão 1
zona sul / São Paulo 1
São Paulo 1
Vila Marari 1
moda e beleza 6
Roxy Style 1
Lindas e loiras 1
amo unha grande 1
Saias e saltos 1
cabelos grandes 1
maquiagem 1
atividades culturais 5
"Adoro dançar" 1
Radical style unit flow crew [streetdance] 1
Krumper`s Brasil [dança] 1
The phantom of the Opera [musical] 1
Literatura 1
sobre qualquer assunto 5
Comunidade Anônima sobre nada 1
comunidade totalmente inútil 1
Eu nasci no dia do meu aniversário 1
eu tenho medo de cair para cima 1
eu nunca morri na minha vida 1
carros 3
carros tunados 1
Loucos por carros tunados 1
som automotivo 1
modelos, atores do cinema 3
Alessandra Ambrosio 2
shane west 1
política 2
Marta Suplicy 1
PV 1
locais de trabalho 2
TAM Linhas Aéreas 1
contém 1g 1
outros esportes 2
Basket na veia 1
paixão por esportes 1
comunidades não classificadas 1
DPS Style 1
total de comunidades 349
jovens que não participam de comunidade ou não usam redes sociais ou microblogs
15
média aproximada de comunidades citadas por usuário 2,6
não informou comunidades 18
visita comunidades mas não listou 3
não participa de nenhuma comunidade 5
não usa redes sociais, nem microblog 10
PARTIDO POLÍTICO
simpatiza com algum partido político sim % não % não respondeu
%
15 anos 0% 100% 0%
16 - 17 anos (voto opcional) 24,8% 74,4% 0,8%
18 - 20 anos (voto obrigatório) 21,4% 78,6% 0%
idade não especificada 0% 50% 50%
total 23,1% 75,5% 1,4%
tem afinidade com algum POLÍTICO sim % não % não respondeu
%
15 anos 0% 100% 0%
16 - 17 anos (voto opcional) 12,8% 86,4% 0,8%
18 - 20 anos (voto obrigatório) 7,1% 92,9% 0%
idade não especificada 0% 100% 0%
total 11,56% 87,76% 0,68%
21. Sobre o Parlamento Jovem Paulista: (pode marcar mais de uma alternativa)
Porcentagem de jovens
Número de jovens
não conheço 69,4% 102
já ouvi falar 34,0% 50
nossa escola enviou projeto 0,7% 1
já participei como deputado(a) jovem 0% 0
total de alunos que responderam 147
22. Sobre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP): (pode marcar mais de uma alternativa)
Porcentagem de jovens
Número de jovens
não conheço 71,0% 103
já ouvi falar 30,3% 44
já participei de algum curso ou atividade NO ILP
0,7% 1
já participei de algum curso ou atividade PROMOVIDO PELO ILP na região
0,00% 0
total de alunos que responderam 145
Observação
Não foram sistematizadas:
Questão Conteúdo
14 Porque participa da comunidade ou o segue perfil
16 Motivo, o que faz no site, o que mais gosta e o que poderia melhorar
25 Porque quis participar da pesquisa