216
O uso das tecnologias na educação matemática Fábio Rocha Santos Djalma Gonçalves Pereira Suemi Hamada Morais Silva Adriana Rodrigues Cláudio Henrique Chadu Santos Maria Bárbara Soares e Abrão

O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

O uso das tecnologias na educação matemática

Fábio Rocha Santos

Djalma Gonçalves Pereira

Suemi Hamada Morais Silva

Adriana Rodrigues

Cláudio Henrique Chadu Santos

Maria Bárbara Soares e Abrão

Page 2: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

U6 O uso das tecnologias na educação matemática / Fábio Rocha Santos ... [et al.]. u – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2011.

216 p. : il.

[Produção e supervisão] Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba ISNB 978-85-7777-403-6

1. Matemática – Estudo e ensino. 2. Tecnologia da informação. I. Santos, Fábio Rocha. II. Pereira, Djalma Gonçalves. III. Silva, Suemi Hamada Morais. IV. Rodrigues, Adriana. V. Santos, Cláudio Henrique Chadu. VI. Abrão, Maria Bárbara Soares e. VII. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. VIII. Título. CDD: 510.7

© 2011 by Universidade de Uberaba

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,

eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,

por escrito, da Universidade de Uberaba.

Universidade de Uberaba

Reitor: Marcelo Palmério

Pró-Reitora de Ensino Superior:Inara Barbosa Pena Elias

Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância:Fernando César Marra e Silva

Assessoria Técnica:Ymiracy N. Sousa Polak

Produção de Material Didático:• Comissão Central de Produção

• Subcomissão de Produção

Editoração:Supervisão de Editoração

Equipe de Diagramação e Arte

Capa:Toninho Cartoon

Edição:Universidade de Uberaba

Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE

Page 3: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Fábio Rocha SantosMestre em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Especialista em Formação de Professores em Educação a Distância pela Universidade Federal do Paraná – UFPR e em Gerenciamento de Redes de Computadores pela Universidade de Uberaba – UNIUBE. Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela UNIUBE. Docente, integra a equipe de Projetos, Produção e Formação no Programa de Educação a Distância da UNIUBE e coordena o curso de pós-graduação lato sensu em Educação a Distância da Uniube.

Djalma Gonçalves PereiraEspecialista em Informática Educativa pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Especialista em EaD pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. Especialista em Geometria Dinâmica pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR. Licenciado em Matemática. Docente do curso de Matemática da Universidade de Uberaba – UNIUBE.

Suemi Hamada Morais SilvaEspecialista em Psicologia Educacional Escolar - 4ªregião - CRP. Especialista em Pedagogia Clínica pela UNAERP. Especialista em Ciências e Valores Humanos – UNIUBE. Graduada em Psicologia pela Universidade de Uberaba. Docente da Universidade de Uberaba do curso de Psicologia, do curso de Medicina e do curso de licenciatura em Pedagogia.

Adriana RodriguesMestra em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Especialista em Formação de Professores em EAD pela Universidade Federal do Paraná – UFPR e em Gerenciamento de Redes de Computadores

Sobre os autores

Page 4: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

pela Universidade de Uberaba – UNIUBE. Graduada em Tecnologia de Processamento de Dados. Licenciada em Matemática. Docente, integra a Equipe de Projetos, Formação e Produção da Educação a Distância da UNIUBE.

Cláudio Henrique Chadu SantosEspecialista em Educação a Distância pela Universidade de Uberaba e professor do curso de Licenciatura em Química da Universidade de Uberaba.

Maria Bárbara Soares e AbrãoMestra em Ciência da Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC. Especialista em Formação de Professores em Educação a Distância pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Especialista em Gerenciamento de Redes de Computadores pela Universidade de Uberaba – UNIUBE. Graduada em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade de Uberaba – UNIUBE. Docente, integra a equipe de Projetos, Produção e Formação no Programa de Educação a Distância da UNIUBE.

Page 5: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Apresentação .................................................................................VII

Capítulo 1 Da sala de aula aos novos ambientes de aprendizagem ..................................................................................011.1 Como aprender sem a sala de aula e sem estar dentro da escola? .021.2 Informar é aprender? Informação: problema ou solução dos ambientes de aprendizagem do século XXI? ............................................091.3 O desenvolvimento humano, o processo e o ambiente de aprendizagem ...........................................................................................121.4 As diferentes culturas de aprendizagem ...........................................151.5 Novas formas de aprender e ensinar ................................................191.6 O profissional da educação do século XXI ........................................271.7 Conclusão ..........................................................................................32

Capítulo 2 Ambientes de aprendizagem e as novas tecnologias .. 372.1 Educação pluralista .............................................................................392.2 Redes sociais no contexto da educação .............................................432.3 A sociedade da informação, a virtualidade e as suas contribuições para a educação ........................................................................................46

2.3.1 O mundo virtual no Second Life ..................................................482.3.2 RIVED ..........................................................................................512.3.3 O Desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem ......................532.3.4 Aspectos Pedagógicos da Construção de um OA .......................56

2.4 Bibliotecas e bases de dados on-line ..................................................572.5 Conclusão............................................................................................61

Capítulo 3 Conceitos básicos no uso da tecnologia na educação - Ensino Básico ..................................................................................673.1. Justificativa do estudo das tecnologias na educação ........................683.2 Bons softwares. Onde encontrá-los? .................................................71

Sumário

Page 6: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

VI UNIUBE

3.2.1 O Winplot .....................................................................................713.2.2 O Super Logo ..............................................................................723.2.3 Cabrí-Geometre ...........................................................................723.2.4 Planilhas de Cálculo ....................................................................72

3.3 Editor de textos matemáticos .............................................................733.4 Usando Planilhas de cálculo para desenvolver o raciocínio matemático e o conhecimento dos números .............................................78

3.4.1 Célula ...........................................................................................783.4.2 Barras de Ferramentas ................................................................803.4.3 Menu de Comando ......................................................................82

3.5 Super Logo - orientação espacial, lógica e abstração de medidas angulares ............................................................................................91

3.5.1 Trabalhando com curvas no super Logo .....................................993.5.2 Usando cores de preenchimento ...............................................1013.5.3 Colorindo seus desenhos ..........................................................1033.5.4 Inserindo texto no SLOGO ........................................................104

Capítulo 4 Conceitos básicos no uso da tecnologia na educação - Ensino Fundamental e Médio ........................................................1074.1 Introdução a Geometria dinâmica .....................................................1084.2 Exercícios Cabri-Géomètre ..............................................................1224.3 Atividade orientada ............................................................................1254.4 Teorema de Tales ..............................................................................1274.5 Atividade estudo das cônicas ............................................................1284.6 Introdução às Funções com Winplot .................................................134

4.6.1 Função do 1o grau......................................................................1374.6.2 Função do 2o grau......................................................................1414.6.3 Estudo da equação polinomial ...................................................1434.6.4 Exercitando o reconhecimento das funções e suas propriedades ..............................................................................1474.6.5 Função Tangente .......................................................................1524.6.6 Integral definida .........................................................................1544.6.7 Usando a regra da integral para confirmar a integral que derivamos ..................................................................................1574.6.8 Derivar .......................................................................................160

4.7 Verificando a família ..........................................................................1624.7.1 Família .......................................................................................1624.8 Atividade orientada de Winplot .....................................................163

Page 7: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE VII

Capítulo 5 A utilização das tecnologias de informação e de comunicação em ambientes de aprendizagem numa perspectiva de educação para todos.............................................1675.1 Olhar e criticidade: expandindo a visão em prol do aluno com necessidades educacionais especiais.............................................1685.2 Sobre a adequação dos ambientes de aprendizagem .....................1695.3 Sobre a formação docente ...............................................................1715.4 Participação em Comunidades Virtuais ............................................1735.5 Tecnologias assistivas ou adaptativas ..............................................1755.6 Conclusão.........................................................................................178

Page 8: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte
Page 9: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Este livro proporcionará a você, futuro professor, aluno do curso de Matemática, conhecimentos básicos no uso das tecnologias no contexto da Educação Matemática, bem como uma reflexão a respeito dos diversos ambientes de aprendizagem. Estes conhecimentos possibilitarão analisar os recursos e ferramentas educacionais disponíveis nas mais diversas mídias e ambientes de aprendizagem, bem como aplicá-los em seu fazer educacional, entendendo as necessidades em seu uso no cotidiano escolar. A tecnologia está presente em nossas vidas e em nosso cotidiano; nossa função é facilitar seu acesso a elas e possibilitar a criação de novas formas de usá-las na sala de aula, tornando a formalização de conceitos e a compreensão de abstrações, momentos de descoberta e prazer.

Este livro contém duas abordagens distintas, sendo a primeira, encontrada nos capítulos 1, 2 e 5, reflexões dos ambientes de aprendizagem e sua evolução, abordando diversas formas de uso em diversas áreas; na segunda abordagem, nos capítulos 3 e 4, você encontrará dicas de softwares e atividades matemáticas para o trabalho com o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

Seja bem-vindo a essa viagem lúdica e tecnológica pelos caminhos da educação.

Esperamos que os primeiros estudos que você fez no curso tenham lhe apontado direções e trazido conhecimentos em relação ao homem e à Educação. Neste momento, você já experimentou alguns dos ambientes de aprendizagem e teve a oportunidade de ler e de escrever sobre o que estudou. Sendo assim, teve as primeiras sensações e noções do que é ser um estudante de Matemática, na modalidade de Educação a Distância. Nessa perspectiva, certamente, você já consegue vislumbrar o que está por vir, ou seja, os caminhos que irá seguir nessa trajetória de aprendizagem.

Por meio do capítulo, “Da sala de aula aos novos ambientes de aprendizagem”, convidamos você a olhar mais atentamente para os espaços de sua formação, percebendo neles aspectos que influenciam na construção de seu conhecimento. Partiremos do seu ambiente de aprendizagem, enquanto aluno da modalidade de Educação a Distância, para levá-lo a analisar o espaço da sala de aula, bem como os outros espaços físicos ou virtuais de aprendizagem formal e informal. Contemplaremos, brevemente, a cultura da

Apresentação

Page 10: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

X UNIUBE

aprendizagem do século XXI, o processo histórico da educação e algumas abordagens sobre o desenvolvimento humano, para que você estabeleça relação entre eles e o ambiente de aprendizagem.

No capítulo, “A utilização das tecnologias de informação e de comunicação em ambientes de aprendizagem numa perspectiva de educação para todos”, vamos refletir sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Esta discussão terá um olhar direcionado em prol da educação para todos, para que você conheça seus recursos, suas implicações e seus benefícios, tanto na condição de alunos, de educadores e como sujeitos sociais participantes de um processo histórico.

No capítulo 3, você encontrará dicas de uso de softwares gratuitos e caminhos onde encontrá-los. Aprenderemos a usar Planilhas de Cálculo para desenvolver o raciocínio matemático e o conhecimento dos números; mergulharemos no software Super Logo, com o qual trabalharemos a orientação espacial, lógica e abstração de medidas angulares, conheceremos um pouco da Geometria dinâmica. Usando régua e compasso virtual, você construirá figuras geométricas e aprimorará sua compreensão de mundo a partir do reconhecimento das estruturas e do passo a passo na construção dos objetos geométricos.

No capítulo 4, conheceremos alguns recursos para o estudo dos gráficos e das funções elementares, usando software específico.

No capítulo 5, encontraremos um olhar crítico que busca expandir a visão que possuímos das necessidades educacionais especiais e sobre a adequação dos ambientes de aprendizagem na formação docente.

Page 11: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Neste capítulo, refletiremos sobre os ambientes de aprendizagem. Para isso, convidaremos você a olhar mais atentamente para os espaços de sua formação, tentando perceber neles aspectos que influenciam na construção de seu conhecimento. Partiremos do seu ambiente de aprendizagem, enquanto aluno da modalidade de Educação a Distância, para levá-lo a analisar o espaço da sala de aula, bem como os outros espaços físicos ou virtuais de aprendizagem formal e informal. Basearemos, em grande parte, nossas reflexões no texto “Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem”, de Juan Ignácio Pozo, 2002 para discorrermos sobre a cultura da aprendizagem do século XXI. Além disso, contemplaremos, brevemente, o processo histórico da educação e algumas abordagens sobre o desenvolvimento humano, para que você estabeleça relação entre eles e o ambiente de aprendizagem. Este estudo é fundamental para o(a) professor(a), porque o oportuniza compreender a importância do ambiente de aprendizagem para a formação do aprendiz e, ainda, criar espaços adequados para o processo ensino-aprendizagem, de acordo com sua abordagem pedagógica e sua concepção de Educação.

Ao final dos estudos deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:

• identificar os ambientes de aprendizagem no cotidiano;

• construir o conceito de ambientes de aprendizagem;

• ilustrar ambientes de aprendizagem de acordo com o tema a ser ministrado;

Objetivos

Introdução

Da sala de aula aos novos ambientes de aprendizagem

Capítulo1

Fábio Rocha SantosSuemi Hamada Morais Silva

Page 12: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

2 UNIUBE

1.1 Como aprender sem a sala de aula e sem estar dentro da escola?

1.2 Informar é aprender? Informação: problema ou solução dos ambientes de aprendizagem do século XXI?

1.3 O desenvolvimento humano, o processo e o ambiente de aprendizagem.

1.4 As diferentes culturas de aprendizagem.1.5 As novas formas de aprender e ensinar.1.6 O profissional da educação do século XXI.

Esquema

1.1 Como aprender sem a sala de aula e sem estar dentro da escola?

• relacionar as etapas do desenvolvimento humano com a elaboração dos ambientes de aprendizagem;

• relacionar o processo histórico da educação com a possibilidade da ampliação da sala de aula;

• argumentar sobre a função do professor/educador como mediador da aprendizagem, em um ambiente de aprendizagem.

Há um tempo, a modalidade de EAD não era tão comum. Nessa época, várias pessoas queriam continuar seus estudos, porém, não tinham como realizá-lo, devido à distância dos locais de formação. Assim, apenas poderia estudar quem frequentasse a sala de aula todos os dias. Pois, na modalidade presencial, esse espaço é o local onde tudo acontece em relação ao processo de ensino-aprendizagem.

Mas, agora, vamos refletir sobre nossa atual situação de aprendizagem.

Como aprender sem a sala de aula e sem estar dentro da escola? Será que haverá aprendizagem?

REGISTRANDO

Page 13: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 3

Essa é a experiência de aprendizagem que está sendo vivida por você, na sua formação pedagógica. Você recebeu vários capítulos, e neles existem leituras, atividades, nas quais procura contextualizar os conteúdos estudados. E, então, é estimulado a refletir sobre os conteúdos diversos que compõem o currículo do curso, a partir das suas vivências, associando-as em seu processo de formação.

Você não está na sala de aula, não foi à escola e não tem o professor em sua frente, todos os dias, para ser o seu modelo de aprendizagem. A maioria de seus colegas mora em outras cidades, em outros municípios, em outros estados e, até quem sabe, pode morar em outros países. E, mesmo assim, vocês compõem uma turma!

Vamos fazer um exercício de imaginação. Imagine que você tenha uma colega que é uma senhora, de uns 48 anos, que é professora da Educação Infantil em alguma escola.

Será que o local da casa ou do trabalho em que organizei o ambiente de estudos é adequado? Será que irei aprender? Estou sozinho nesse processo de estudos?

Suponhamos a situação, a seguir.A senhora chegou em casa, no final do dia, e seus filhos adolescentes solicitaram-lhe os mais variados tipos de atenção: comida, roupa nova para algum show, um beijo de boa noite. O marido acabou de chegar, a sua jornada de trabalho havia sido muito difícil, então, agora ele quer o aconchego do lar, a proximidade da família, e, entre outras coisas, o carinho da sua esposa, quer lhe contar sobre uma situação desagradável que ocorreu no trabalho... Veja quanta coisa acontece ao mesmo tempo nessa casa, independente de quem seja essa senhora. Aliás, ela poderia ser um senhor, ou quem sabe, poderia ser você que, depois dos afazeres domésticos, e, depois de atender a todos, ainda terá que arrumar um local para estudar, ou seja, terá que organizar o seu ambiente presencial de estudos. Poderá ficar na varanda da casa, por ser o local mais silencioso nesse horário, o único que lhe sobra para estudar, ou se organizará na mesa da cozinha que, até há poucos minutos, estava repleta de comida, pratos, copos..., ou, quem sabe, terá que sentar-se e usar o computador que está disputadíssimo por todos...

SAIBA MAIS

Page 14: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

4 UNIUBE

Aprender assim é bem diferente. Muitas dúvidas podem estar passando por sua cabeça nesse momento.

No Quadro 1, a seguir, veremos uma breve síntese das abordagens teóricas de ensino e aprendizagem. Ressaltamos que durante o curso esse conteúdo será mais bem aprofundado; no momento, estamos apresentando-o, para que você tenha uma noção.

Quadro 1: Abordagens teóricas de ensino e aprendizagem

AB

OR

DA

-GEM

TEÓ

RIC

A D

O

ENSI

NO

E A

PREN

DI-Z

AG

EM

HOMEM

EDUCAÇÃO

ESCOLA

RELAÇÃO

TEÓRICO(aluno) PROFESSOR

TRA

DIC

ION

AL

Receptor passivo de

informações é o instruído.

Vista como um produto, centrada

no professor.

Local onde se realiza a

aprendizagem.

O professor é um instrutor, modelo de

aprendizagem, é ativo no processo de

ensinar.

Durkhein

CO

MPO

R-

TAM

ENTA

L

Produto do meio (é condicionado)

Transmissora de conhecimentos.

Agência que educa

formalmente.

Planejador e analista do ensino,

condicionador.

Burrhus.F. Skinner

HU

MA

NIS

TA O homem(aluno) é o agente

transformador de si mesmo e

do mundo.

Centrada na pessoa.

Instituição que oferece condições para a construção da autonomia do

aluno.

Facilitador da aprendizagem. Carl Rogers

Registre a resposta em seu Trabalho de Construção da Aprendizagem – TCA.

REGISTRANDO

Page 15: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 5

CO

GN

ITIV

ISTA

É ativo em seu processo de

aprendizagem.

Construída progressivamente de acordo com o desenvolvimento.

Instituição que possibilita

ao aluno construir sua

aprendizagem.

É o provocador de situações de desequilíbrio, de

desafio no processo de aprendizagem.

Jean PiagetSO

CIO

CU

LTU

RA

L

Sujeito da sua própria educação,

inserido em uma cultura.

Dá-se enquanto processo, em um contexto sociocultural.

Instituição que existe

num contexto histórico, em

uma determinada sociedade.

Criador de situações que levam o aluno

a construir uma consciência crítica que o levará a uma prática

transformadora. É transformado e transforma a

sociedade.

Vygostsky e Paulo Freire

Como pôde perceber, você terá que organizar o tempo e a forma que irá compor os estudos. Você dispõe dos capítulos, das atividades que deverá fazer, dos cronogramas das atividades e datas dos encontros presenciais. Mas, será que aprenderia melhor se estivesse frequentando as aulas presenciais e se fosse todos os dias à escola? Lá, você estaria junto com o professor e com os colegas na sala de aula.

O importante é que você relacione essas dúvidas com as reflexões sobre os ambientes de aprendizagem que estamos fazendo neste capítulo.

Um ambiente de aprendizagem, independente de ser a sala de aula ou outros espaços quaisquer, sempre virá amparado por um modelo ou abordagem do ensino e aprendizagem que nem sempre está claro na prática pedagógica do professor. Veja, a seguir, segundo Mizukami (1996), as principais abordagens teóricas e suas concepções:

Mizukami (1996, p. 7) considera uma abordagem do processo de ensino-aprendizagem, o que não se fundamenta implícita ou explicitamente em teorias empiricamente validadas, mas em uma prática educativa e na sua transmissão por meio dos anos, persistindo no tempo e caracterizando as ações pedagógicas que, a princípio, no ensino tradicional, ocorrem na sala de aula.

EmpiricamenteDe forma empírica, ou seja, baseada na experiência e na observação, metódicas ou não. (HOUAISS, VILLAR, 2001).

A sala de aula que, durante muito tempo, foi sinônimo único de local de aprendizagem formal pode ser transformada em uma nova forma de espaço pedagógico, propícia a uma aprendizagem contextualizada, prazerosa, participativa, na qual damos significados aos conteúdos de forma que

Page 16: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

6 UNIUBE

tornem-se significativos às práticas do dia a dia. Podemos enriquecer a sala de aula com os fatos contemporâneos, assim como podemos buscar as relações dos acontecimentos atuais nas suas origens, ou seja, nos fatos históricos, filosóficos que os originaram. Assim, a aprendizagem proposta será contextualizada, rica em fatos, e, consequentemente, a possibilidade da colaboração de todos será maior. Nessas circunstâncias, o processo de ensinar e aprender, de forma contextualizada e signiticativa, leva em conta as necessidades dos alunos e as necessidades da sociedade. Nessa perspectiva, considera-se que não há como estimular o processo de ensinar e de aprender sem compreender a situação de aprendizagem e, para compreendê-la, temos as abordagens do ensino e aprendizagem que fundamentam a prática pedagógica.

As transformações da sala de aula deverão estar amparadas em uma abordagem teórica que será escolhida pelo educador, de acordo com as suas concepções de educação. Nem sempre a situação de aprendizagem envolve a compreensão do contexto das pessoas que se relacionam ou as condições do espaço e, ainda, o modo de vida, as ideias e os valores dessas pessoas. Assim sendo, o educador precisa compreender que,

(...) na escolha de uma modalidade de trabalho pedagógico, deve-se considerar a intencionalidade do ato educativo, as características e singularidades dos aprendizes, os recursos existentes ou que podem ser providenciados e outros fatores que podem interferir no trabalho, restringindo-o ou abrindo-lhe novas possibilidades. (PRADO & ALMEIDA, 2003, p. 195 apud VALENTE, 2002).

Mas, como transformar a sala de aula e os demais espaços escolares em espaços reais de aprendizagem, nos quais alunos e professores possam interagir para produzir conhecimentos, abertos à comunidade e integrados às necessidades da sociedade?

Registre a resposta em seu Trabalho de Construção da Aprendizagem – TCA.

Para responder a essa questão, temos que refletir sobre a situação atual da sala de aula, pois, assim, podemos buscar recursos pedagógicos na própria escola, e também podemos buscar na comunidade a contextualização das teorias. São necessárias ações pedagógicas criativas que envolvam as

REGISTRANDO

Page 17: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 7

Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC(S) e que promovam o acesso a uma educação humana e solidária.

Pensando assim, a noção de ambientes de aprendizagem se amplia e nos auxilia a compreender que o processo de ensino e aprendizagem não fica restrito aos espaços escolares, e, em especial, à sala de aula. Assim, também a responsabilidade de ensinar, amplia-se, passa a ser do professor e do aprendiz!

Atualmente, o próprio contexto cultural exige um redimensionamento da função do professor. Ele não é apenas o mestre distante e autoritário. O professor não é um técnico da educação que domina conteúdos específicos e imutáveis. Ao professor, na atualidade, cabe-lhe ser um mediador do processo de ensino-aprendizagem, preparado para atuar em vários ambientes de aprendizagem presenciais e não presenciais. Cobram-lhe ser competente, curioso, corajoso e criativo para poder proporcionar o acesso dos alunos aos novos ambientes de aprendizagem, e, para que ele mesmo procure utilizar os vários recursos pedagógicos e tecnológicos disponíveis, tais como o rádio, a TV, vídeos, livros, computadores, internet. Para isso, o professor precisa ter disponibilidade interna para buscar a formação continuada e se adequar às necessidades contemporâneas. É preciso estar disponível para aprender a aprender.

Os novos ambientes de aprendizagem oportunizam aos professores e alunos entrarem em contato com a sua história e a história da própria humanidade, assim como com as mais recentes tecnologias que possibilitam o acesso quase que simultâneo às mais recentes informações, pesquisas, produções científicas, de modo que promovam a autoaprendizagem, a interaprendizagem, a criatividade e a criticidade.

Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) São meios constituídos, ao mesmo tempo, pelas telecomunicações e a tecnologia de informática, isto é, os sistemas digitais + internet.

AutoaprendizagemAprendizagem que é realizada pela própria pessoa, sem o auxílio de professores. Aprendizagem que caracteriza o autodidatismo.

Interaprendizagem Aprendizagem que resulta da ação entre duas ou mais pessoas; ação recíproca que produz aprendizagem.

CriticidadeCapacidade de criticar, de avaliar e de analisar.

Diante dessas reflexões, uma questão nos é suscitada:

Quais são os novos ambientes de aprendizagem que podem ser utilizados pelo professor?

Page 18: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

8 UNIUBE

Veja, a seguir, como o professor José Manuel Moran, responde a essa questão:

(...) hoje, com a internet e a fantástica evolução tecnológica, podemos aprender de muitas formas, em lugares diferentes, de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço privilegiado de aprendizagem. Mas ainda é a escola a organizadora e a certificadora principal do processo de ensino-aprendizagem. (MORAN, 2010.)

Ou seja, hoje, temos em nossas mãos a possibilidade de sermos criativos a fim de enriquecermos o processo de ensino e aprendizagem. Podemos sair da sala de aula, ir para uma praça da cidade em busca de materiais do cotidiano para contextualizar as aulas de biologia, de matemática, de português, de geografia, de história, entre outras, mas, para isso, é fundamental ter um bom plano de aula, no qual os nossos objetivos pedagógicos estejam claros. Temos que saber qual o conteúdo ou conteúdos que queremos contemplar ao propor essas aulas diferentes ou extramuros da escola, o que vamos fazer, como vamos ministrá-las, quando, com quem, em que local e como vamos saber se os objetivos (pedagógicos) foram contemplados. Além disso, precisamos ter referências, fundamentos teóricos para amparar nosso trabalho. Assim, podemos ampliar a sala de aula, e, aí, poderemos pensar em ambientes de aprendizagem presenciais ou não presenciais que contemplam vários recursos tecnológicos, tais como a internet, a TV, os filmes (ir ao cinema), os vídeos, as várias ferramentas que os ambientes digitais têm nos proporcionado.

Ao ampliarmos a nossa concepção e a nossa percepção de sala de aula, entendendo-as como ambientes de aprendizagem, alguns cuidados precisam ser tomados para que inserções aos ambientes informais (sociais) não percam o seu propósito pedagógico e passem a ser apenas um passeio.

Depois dessas primeiras reflexões, vamos fazer um breve passeio pela História da Educação, que nos permitirá conhecer as transformações no processo de ensinar e aprender, ao longo dos séculos, sobre diferentes contextos de aprendizagem.

Registre a resposta em seu Trabalho de Construção da Aprendizagem – TCA.

REGISTRANDO

SAIBA MAIS

Page 19: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 9

1.2 Informar é aprender? Informação: problema ou solução dos ambientes de aprendizagem do século XXI?

Vamos continuar nossas reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem, enquanto processo que ocorre ao longo da nossa vida, sendo um dos nossos maiores desafios.

Em cada etapa do desenvolvimento humano, aprendemos e ensinamos; algumas vezes, sem pretensões de ensinar ou de aprender, outras vezes, de forma planejada, amparada por leis, diretrizes, prazos, estratégias, enfim, aprendemos de maneira formal.

Será que o processo de ensinar e aprender sempre foi compreendido como hoje? Se formos buscar as raízes da aprendizagem, encontramos a história da civilização, que nos aponta dados que irão enriquecer a compreensão do conceito de aprendizagem e de ambientes de aprendizagem. A aprendizagem, hoje, e suas dificuldades precisam ser relacionadas não só aos fatores biológicos, psicológicos, mas, essencialmente, às questões sociais. Quando contextualizamos os fatos, entendemos o que a sociedade ao longo da história exigiu de seus cidadãos, e as formas criativas com que os povos dessas diferentes civilizações foram respondendo a essas cobranças.

Em cada etapa da história, reconhecemos que o processo de aprender e ensinar sofreu mudanças. Houve uma necessidade de adaptação, diante das novas situações sociais, que já não aceitavam os modelos em vigência. Nesse sentido, situações-problema exigiam que, a partir dos conhecimentos adquiridos e das práticas desenvolvidas, novas respostas fossem criadas, de forma que quanto mais rápido as obtivessem, menos perdas a humanidade teria.

Poderíamos dizer que sempre foram exigidas respostas cada vez mais rápidas e eficazes, de todos os povos e civilizações. Isso foi criando, neles, uma certa ansiedade em construir novos conhecimentos, novas teorias, novas tecnologias, novos ambientes de aprendizagem.

Quem nunca esqueceu, com o cartão na mão e olhando suplicante a caixa eletrônica, esse número mágico que ontem mesmo lembrávamos? Novamente, o problema não é da caixa, é culpa da sua memória, ou se prefere, de não ter aprendido bem o afortunado numerozinho. (POZO, 2002, p. 15-16)

Situações assim têm sido cada vez mais constantes em nossa vida. Temos tanto o que aprender quanto o que lembrar do que aprendemos, em tempo

Page 20: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

10 UNIUBE

cada vez menor e em velocidade cada vez maior. Nem conseguimos processar uma informação e muitas outras já nos foram passadas.

Pensando assim, temos que lembrar que o nosso planeta é habitado por uma variedade de espécies e cada uma delas, de acordo com as suas necessidades e características, terá que se adaptar aos diversos ambientes, um respeitando o habitat do outro. Sabemos que para tal, as diversas espécies se utilizam de dois mecanismos: o da programação genética e da aprendizagem, que, juntos, se completam em busca das mais diferentes e criativas soluções.

Para iniciar as nossas reflexões sobre o processo de adaptação das espécies, temos que atentarmos para o que, quem e como se procede a adaptação. Pois, ela está diretamente ligada às características herdadas da espécie. Temos que levar em conta a programação genética, que nos encaminhará ao processo de adaptação às condições exigidas do ambiente.

As respostas puramente herdadas são situações já previamente transmitidas por meio da genética. Não são situações de aprendizagem, mas, sim, respostas que caracterizam a espécie, poderíamos dizer que foram geneticamente planejadas e estão ligadas às necessidades básicas de sobrevivência. São respostas eficazes, porém apresentam certa rigidez. São comportamentos característicos nos invertebrados e insetos. Como exemplos desses comportamentos, podemos citar a fuga da aranha diante do reconhecimento do perigo de um predador ou o reconhecimento do parceiro na época do acasalamento.

Podemos observar, também, nas espécies superiores, muitas características de comportamentos adaptativos. Por exemplo, podemos citar os primatas, que são os animais que mais se aproximam na cadeia evolutiva do homo sapiens.

Homo sapiensEspécie de hominídeo à qual pertence o homem moderno. (HOUAISS, VILLAR, 2001, p. 1547).

A cada aprendizagem realizada, sentimo-nos adaptados a uma determinada situação ou ambiente. E, quanto mais aprendemos, mais adaptados nos sentimos. É como se a condição maior exigida ao homem contemporâneo estivesse vinculada ao seu processo de adaptação às adversidades nas várias dimensões humanas.

PONTO CHAVE

Page 21: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 11

Muitos estudiosos afirmam que a expressão do raciocínio lógico, utilizada pelos primatas, pode corresponder à de uma criança na primeira infância. Esses traços genéticos possibilitam a emissão de certos comportamentos que são fundamentais para a adaptação às diferentes situações, algumas simples, outras mais complexas. Outros mamíferos, como a baleia e o golfinho, têm intrigado os estudiosos. Nesses animais, são observados alguns comportamentos adaptativos. Tais comportamentos são temas que estimulam as discussões, porque algumas vezes são consideradas como sendo apenas respostas herdadas e, outras vezes, como respostas elaboradas a partir de aprendizagens adquiridas.

Quando anunciamos o fator aprendizagem, já estamos trazendo à tona outro componente que é fundamental para a adaptação das espécies superiores: o processo de aprendizagem, característico da espécie humana. Esse processo se utiliza de mecanismos de adaptação mais flexíveis, sujeitos às modificações necessárias de acordo com os diferentes ambientes em que seus atores estão inseridos. A espécie humana é criativa e possui um arsenal diversificado de soluções diante das necessidades do ambiente, em consonância com a sua maturação. A maturação e a prontidão humana são o que chamaremos de traço genético do homem, que são facilmente observadas nas várias etapas do seu desenvolvimento, que possuem características específicas para a aquisição de determinadas aprendizagens. Ou seja, o ser humano necessita estar “pronto” biologicamente para que possa chegar às soluções exigidas pelo ambiente social.

Entre todas as espécies, é sem dúvida a humana, que dispõe não só de uma imaturidade mais prolongada, e de um apoio cultural mais intenso, como também de capacidade de aprendizagem mais desenvolvidas e flexíveis, algumas compartilhadas com outras espécies e outras especificamente humanas, a ponto de que ainda não puderam ser copiadas nem emuladas por nenhum outro sistema nem orgânico nem mecânico. (POZO, 2002, p. 24)

Vejamos, por exemplo, o chimpanzé, em relação a sua cria. Inicialmente, observamos comportamentos de cuidado da mãe em relação ao filhote. Tanto ela o alimenta, como cuida de sua higiene e bem-estar, protege-o dos perigos e, diante de algumas situações, consegue soluções que nos deixam espantados. Em alguns comportamentos emitidos, dão sinais de uma certa inteligência, ao adaptar-se e solucionar determinadas questões, mas não consegue utilizar a linguagem verbal, para expressar os passos utilizados para alcançar as respostas que solucionaram os seus problemas.

EXEMPLIFICANDO!

Page 22: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

12 UNIUBE

Como exemplo, podemos pensar na reprodução da espécie humana que precisa de nove meses, após a fecundação, para gerar um novo ser. Nesse período, a criança já é dependente do outro para sobreviver. A mamãe é que irá elaborar os nutrientes necessários ao feto, para seu desenvolvimento biológico, herdado da espécie. Terá que alimentá-lo biológica e afetivamente. Depois de nascer, a criança irá inspirar cuidados por muitos anos e, enquanto isso, se adaptará às circunstâncias e utilizará o seu aparato herdado para aperfeiçoar a sua adaptação. Ela irá, conforme a sua maturação, aprender a se estabelecer nas várias situações que viverá. O que o ser humano aprende é armazenado e reelaborado, ou seja, mediante as mais diversas situações-problema, ele irá utilizar de seu arsenal biológico, assim como, de sua aprendizagem. E esta é caracterizada por ser pessoal, cumulativa, essencialmente dinâmica e criativa. Quando compreendemos o processo de adaptação do homem aos ambientes sociais, entendemos que a sua inteligência faz a diferença, ele ultrapassa os caminhos da repetição genética.

1.3 O desenvolvimento humano, o processo e o ambiente de aprendizagem

Muitos foram os pesquisadores que estudaram o desenvolvimento humano. Iremos enfatizar alguns autores da Psicologia, que se preocuparam em compreender o processo de desenvolvimento e o processo de aprendizagem.

Entre eles, podemos citar Sigmund Freud, também conhecido como o “pai da Psicanálise”, que se preocupou em estudar o desenvolvimento psicossexual do homem. Para esse estudioso, o comportamento humano é orientado pelo impulso sexual, por ele denominado de libido, que é presente na pessoa desde a mais tenra idade. Desde que nasce, o homem estaria em contato com o ambiente externo em busca de prazer e saciação de suas necessidades básicas como a fome, a sede, o sono.

PsicanáliseEscola psicológica iniciada em Viena (Áustria), por Sigmund Freud, no início do século XX, para compreender ou analisar a mente humana.

PsicossexualÉ o impulso sexual (libido) que ,segundo Freud, impulsiona o comportamento humano, que já se manifesta no bebê.

LibidoPalavra de origem latina, que quer dizer “prazer”.

Para a sua sobrevivência no ambiente, o bebê necessita inicialmente da saciação dos fatores biológicos em consonância com os fatores sociais, como os cuidados da mãe, e, psicológicos, como a cognição e o afeto, o que lhe causam uma diversidade de sensações prazerosas que carregará para o resto de sua vida.

Page 23: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 13

Ele não aprendeu na vida intrauterina, a sugar, esse é um comportamento herdado dos mamíferos. Ao sentir fome, sente um desprazer ou desconforto e, automaticamente, usa a boca, sua primeira zona de prazer, segundo Freud, para obter o prazer imediato. O bebê ainda não identifica que precisa de leite materno, mas, como mamífero, ele busca com a boca algo no ambiente externo e encontra a mãe que, também por manifestações biológicas de fêmea mamífera parturiente, oferece o peito e o filho que, mesmo sem saber do que se trata, tem o impulso de sugá-lo. E, então, em uma das mais belas manifestações biológicas, o leite materno exerce a sua função de alimentar, nutrir, só assim o bebê poderá sobreviver.

Para Freud, o desenvolvimento humano e, consequentemente, a aprendizagem, seguirá uma sequência peculiar ao desenvolvimento humano, no qual, observam-se as manifestações do impulso sexual (biológico) em consonância com os aspectos afetivos (psicológicos) e sociais. Para realizar essa adaptação, o homem deslocará as zonas de prazer, que são caracterizadas por cinco fases: a oral (abordada no exemplo anterior), a anal, a fálica, a latência e a genital.

Devido à relevância das fases do desenvolvimento explicadas por Freud, você terá oportunidade de estudar mais profundamente sobre elas em outro capítulo.

Todas as crianças passarão por essas fases, porém, a duração de cada uma irá variar de pessoa para pessoa. Cada fase do desenvolvimento psicossexual, de acordo com Freud, anuncia a prontidão da criança para a aquisição das aprendizagens que são características da idade maturacional correspondente. Portanto, quando falamos de ambientes de aprendizagem, temos que contemplar as características de cada fase do desenvolvimento psicossexual.

Citamos, também, Jean Piaget, psicólogo suíço, falecido em 1980, que realizou, por mais de quarenta anos, pesquisas sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, a partir da observação direta de crianças. Esse estudioso tinha como objetivo compreender como se processava o desenvolvimento intelectual e a aprendizagem, e, em seus estudos, estabeleceu uma relação direta entre os dois. Para ele, o desenvolvimento cognitivo (intelectual) caracteriza-se pelos seguintes estágios: sensório-motor – ( do nascimento até 2 anos); pré-operacional (2 aos 6 anos); operações concretas (7 aos 11 anos); operações formais (após os 12 anos).

Page 24: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

14 UNIUBE

Todas as crianças passarão por essas fases, porém, a duração de cada uma irá variar de pessoa para pessoa. Cada fase do desenvolvimento psicossexual, de acordo com Freud, anuncia a prontidão da criança para a aquisição das aprendizagens que são características da idade maturacional correspondente. Portanto, quando falamos de ambientes de aprendizagem, temos que contemplar as características de cada fase do desenvolvimento psicossexual.

Citamos, também, Jean Piaget, psicólogo suíço, falecido em 1980, que realizou, por mais de quarenta anos, pesquisas sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, a partir da observação direta de crianças. Esse estudioso tinha como objetivo compreender como se processava o desenvolvimento intelectual e a aprendizagem, e, em seus estudos, estabeleceu uma relação direta entre os dois. Para ele, o desenvolvimento cognitivo (intelectual) caracteriza-se pelos seguintes estágios: sensório-motor – ( do nascimento até 2 anos); pré-operacional (2 aos 6 anos); operações concretas (7 aos 11 anos); operações formais (após os 12 anos).

Devido à relevância dos estágios de desenvolvimento explicados por Piaget, você terá oportunidade de estudar mais profundamente sobre eles em outro capítulo.

Pensamento centradoCaracterística do pensamento infantil, dos 2 aos 6 anos, no qual a criança já percebe, nas situações, um aspecto de cada vez, mas ainda não consegue relacioná-los.

Pensamento egocêntricoPensamento caracterizado pela incapacidade da criança de se colocar no lugar do outro, de aceitar um ponto de vista diferente do seu.

Vale a pena refletirmos sobre o que Palangana afirma sobre a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem, segundo a teoria de Piaget:

(...) do ponto de vista psicogenético, a principal relação que envolve esses dois fenômenos é a assimilação, entendida enquanto integração de uma determinada realidade a uma estrutura de pensamento. (PALANGANA, 2001, p. 83).

Ao propormos situações de aprendizagem, em diversificados ambientes de aprendizagem, temos que observar a prontidão da estrutura cognitiva da criança, só assim haverá aprendizagem, não basta apenas a interferência do ambiente ao processo.

Em relação aos estudiosos do desenvolvimento e da aprendizagem, não poderíamos deixar de citar Vygotsky, que iniciou seu contato com a

Page 25: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 15

Psicologia por meio das suas experiências com a educação especial. Para ele, ao aprendermos, utilizamos mais do que herdamos geneticamente de nossos ancestrais, estamos sob a influência direta das diferentes culturas, que estimulam diferentes aprendizagens. A cultura interfere com os seus símbolos no desenvolvimento das funções psicológicas. Assim pensando, ele enfatizou a importância dos aspectos sociais, que se iniciam na família e se estendem à escola. Nos ambientes formais de aprendizagem, como a escola, em que o educador irá mediar o processo de aprendizagem, por meio de situações criativas, adequadas à idade da criança, do adolescente e do adulto.

Vygotsky nega a existência de estágios do desenvolvimento que são vividos por todas as crianças. Para ele, temos que observar as condições ambientais, históricas ou familiares do aprendiz, porque são determinantes no desenvolvimento de cada um. Reconhece que o desenvolvimento e a aprendizagem são processos integrados. Compreende que o processo maturacional (biológico) prepara a criança para o processo de aprendizagem, e este, estimula a maturação. A aprendizagem provoca capacidades internas que se estabeleceram pela maturação, mas que dependem de estímulos externos para serem despertadas. (MOREIRA, 1996, p. 73). Dessa forma, ao pensarmos nos ambientes de aprendizagem, segundo a teoria sócio-histórica de Vygotsky, temos que levar em conta não só os aspectos internos, a maturação da criança, mas também os aspectos socioculturais.

Devido à relevância das contribuições de Vygotsky, você terá oportunidade de estudar mais profundamente sobre ele, em outro capítulo.

Como anunciamos anteriormente, após conhecermos um pouco dos teóricos da Psicologia que estudaram o desenvolvimento e aprendizagem, retornaremos às nossas reflexões sobre o processo de aprendizagem e seus diferentes ambientes de aprendizagem.

1.4 As diferentes culturas de aprendizagem

Segundo Pozo (2002, p. 25), cada sociedade gera suas próprias formas de aprendizagem, sua cultura da aprendizagem. Para ilustrar tal afirmação, podemos citar os povos indígenas que utilizam, desde muito cedo, a participação das crianças em atividades práticas que envolvem a caça, a pesca, o plantio e a coleta de alimentos, nos quais os adultos são os responsáveis para passar às novas gerações os seus conhecimentos

Page 26: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

16 UNIUBE

tradicionais. A participação das crianças nas diversas atividades tem, ainda, um caráter lúdico, porém já inspira responsabilidade. Nesse processo de aprendizagem, existem muitos rituais que caracterizam as tradições dos povos indígenas, que, de acordo com outras culturas, em alguns casos, poderiam ser interpretadas como sendo de extrema violência e agressividade.

Em contrapartida, temos outras sociedades, entre elas as sociedades ocidentais, que colocam as crianças distantes do que chamam de “coisas de adultos”, como trabalhos que envolvem lavar, passar, cozinhar e atividades profissionais diversas. Tais sociedades protegem suas crianças em relação a esses trabalhos, por meio de leis e estatutos. Nessas condições, não poderíamos afirmar que um povo ou o outro é o certo, sem levarmos em consideração a cultura envolvida. A aprendizagem está sob a influência e o controle da sociedade e da cultura que a envolve.

Poderíamos ficar aqui buscando muitos outros estudiosos contemporâneos para ilustrar a relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento humano, mas, a partir de agora, convidamos você a percorrer conosco um pouco da história das antigas civilizações para que possamos, juntos, remontar ao processo histórico da aprendizagem e, consequentemente, ao seu desenvolvimento.

Partiremos, em nossas reflexões, de 3.000 a.C, momento em que encontramos as primeiras culturas que diríamos urbanas, assentadas ao longo do delta do Tigre e Eufrates, onde constatou-se o primeiro sistema de escrita conhecido pela humanidade. Esse sistema tinha o objetivo do registro das produções agrícolas, assim como o registro da história daquela sociedade, em tabuinhas de cera de abelha. Esse avanço em relação à forma de registro, originou o que vamos chamar de “um novo ofício”, o ofício da pessoa que fazia o registro, que além de saber os códigos , tinha que ser uma pessoa de extrema confiança, pois, na maioria, só ela sabia “ler” o que registrava, só ela tinha o domínio de suas “anotações”! Originava-se, assim, a profissão do escriba. Com o desenvolvimento social e econômico desses povos,

Tabuinhas

Aqui consideradas como um avanço tecnológico. Antes, o registro dos homens era apenas na memória ou por meio de desenhos que contavam a história de seu povo. Isso se dava em rochas e paredes de cavernas, as quais não podiam ser transportadas.

Ao estudarmos as diversas civilizações, vamos percebendo que a função principal da aprendizagem do homem é a interiorização ou incorporação da cultura e, a partir dela, seu desenvolvimento.

PONTO CHAVE

Page 27: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 17

nascia a necessidade também da ampliação dos registros. Mas, como fazer isso? Foi necessário formar novos escribas e, junto com eles, a necessidade de passar o ofício para outros. Assim, era preciso ensinar a escrever, e, por meio do seu conhecimento prático, o escriba ensinava como fazer.

Com a necessidade acentuada dos bens e o aumento dos registros, foi preciso ampliar também a profissão dos escribas. E, assim, com o tempo, foram surgindo as casas das tabuinhas que formavam os novos escribas, o que podemos entender como as primeiras escolas. Nelas, o ensino formalizava o ofício dos escribas. Caracterizada, em seu processo de aprendizagem, pela utilização da memória e pela repetição, a aprendizagem nesse modelo era reprodutiva, sem a intenção de libertar a memória. A escrita, por muitos séculos, não veiculou a liberdade da memória, ao contrário, trouxe, para os poucos que a dominavam, uma sobrecarga de responsabilidade, pois eram o que hoje chamamos de “memória viva” de uma época, e, como tal, utilizavam cada vez mais a “sua” memória para guardar as informações.

Foi na Grécia e em Roma que surgiu, muito tempo depois, uma nova tecnologia, capaz de aliviar a memória. Essa tecnologia utilizava da associação de lugares conhecidos com as informações que necessitavam ser guardadas ou a formação de imagens mentais associadas ao que precisava ser lembrado posteriormente. Foram introduzidos, além da aprendizagem de conteúdos básicos como a ciência e a matemática, outros conteúdos, tais como a arte, a música, a ginástica, entre outros. Em Atenas, surgiram comunidades de estudos muito fechadas, em busca da verdade absoluta, cujo objetivo era a formação de uma elite pensante! Poucos poderiam formalizar a sua aprendizagem, geralmente os que tinham acesso a essa elite pensante, já tinham uma ligação com ela. Outro modelo de aprendizagem foi criado, cujo processo de formação era lento, no qual, o mestre tinha que repassar ao aprendiz o que dominava. Ao aprendiz, cabia-lhe imitar ou copiar o que o mestre lhe passava.

Na Idade Média, a característica principal do processo de aprendizagem foi a apropriação da Igreja de todas as formas do saber, e, com isso, ocorria uma seleção rígida pelos religiosos, do que poderia ser aprendido pelos homens, pela sociedade da época. Isso gerou, para a humanidade, uma restrição à informação, e como resultado, um atraso no processo formal da aprendizagem.

Muitas críticas existiam em relação à aprendizagem memorística ou repetitiva utilizada com primor na Idade Média, principalmente pelos religiosos, a qual só servia para decorar listas e mais listas, sem sentido, sem relação com a realidade de quem as decorava.

Page 28: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

18 UNIUBE

Tempos melhores vieram com a Revolução Industrial. A ampliação do processo de aprendizagem teve a sua marca registrada junto com mudanças marcantes na sociedade. Entre essas mudanças, a aceleração da imprensa possibilitou uma ampliação da divulgação das informações, assim como a generalização do conhecimento, que passou a ser acessível para uma grande parte da sociedade. Mas, o fator diferencial dessa época foi a liberação da memória da função de conservação do conhecimento, uma vez que o conhecimento com a imprensa passou a ser livre e criativo. O conhecimento também passou a ser amplamente divulgado na sociedade. A memória humana passou a ser utilizada para outras aprendizagens.

No século XVII, o processo de alfabetização tomou grandes proporções. Um grande número de pessoas foi alfabetizadas. Com isso, o número de leitores também aumentou, na mesma proporção. As novas descobertas da ciência eram, agora, registradas por meio da escrita, que facilitava a sua divulgação e, consequentemente, o posicionamento dos leitores, que passaram a participar mais ativamente das novas descobertas. Muitas verdades foram questionadas e derrubadas quando não tinham consistência em seus conceitos e reflexões. O conhecimento foi descentralizado e, com ele, o nosso modo de pensar.

A alfabetização crescente da população permitiu ir diferenciando entre o que se diz nos textos, o que se escreve, e o que o leitor entende, o que agrega em sua interpretação, distinção sem a qual a ciência moderna não teria sido possível. (SALOMON, 1992 in POZO, 2OO2, p. 29)

Desta feita, a sociedade sofreu transformações acentuadas, o conhecimento que, até então, ficava centrado nas mãos de poucos, a elite intelectual, tornou-se, incontrolavelmente, popular. Ao romper as barreiras do controle da Igreja, “se esparramou“ para os quatro continentes e trouxe muitos benefícios para a humanidade, já que o conhecimento já não era mais um fator de controle social. A cultura da aprendizagem rompeu verdades absolutas que eram restritas a uma minoria.

A evolução científica passou a ser divulgada, socializada.

Com a imprensa, a escrita foi popularizada como um bem da humanidade, pois aquilo que estava escrito, registrado, tinha agora a sua própria memória e estava disponível a uma quantidade maior de pessoas.

DICAS

Page 29: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 19

Com essas novas descobertas da ciência, o conhecimento passou a ser relativo, surge o que Pozo (2002), em seus estudos, denomina de a nova cultura da aprendizagem.

Perdemos esse centro que constituía a certeza de possuir um saber verdadeiro e, especialmente com a ciência probabilística do século XX, devemos aprender a conviver com saberes relativos, parciais, fragmentos de conhecimento, que substituem as verdades absolutas de antigamente e que requerem uma contínua reconstrução ou integração. Esse processo não afeta poderosamente os modos de se apropriar dele. (POZO, 2OO2, p. 29).

Nascia, dessa forma, a ciência da incerteza, pois não possuíamos mais a verdade absoluta, mas a probabilidade da ocorrência de determinados fenômenos científicos.

1.5 Novas formas de aprender e ensinar

E, agora, como devemos fazer? Como vamos ensinar? E o que vamos aprender?

Entre as verdades absolutas que caíram por terra, apontamos, por exemplo:

• a teoria geocêntrica, que foi substituída pelo heliocentrismo, de Copérnico;

• a teoria da evolução das espécies de Darwin nos colocou no ápice da cadeia evolutiva, então a origem do homem, por meio do pecado original, que tinha como personagens principais, Adão e Eva, foi questionada;

• Einstein, também, teceu uma nova rede da matéria, que deixando-nos sem chão, quando enfatizou o caos e a antimatéria, quando hipotetizou a presença dos buracos negros, invisíveis e ainda incompreensíveis ao homem!

EXEMPLIFICANDO!

Page 30: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

20 UNIUBE

Pensamos que estas são algumas das várias perguntas que nos surgem ao pensarmos que já não existe uma ciência absoluta, e que podemos relativizar as verdades para construírmos uma nova aprendizagem. O que muda? Nesse momento, vemos que a mudança maior é a responsabilidade pela construção da aprendizagem. Onde vamos aprender?

Há algum tempo, estávamos comodamente assentados no banco da escola, onde a aprendizagem acontecia. Íamos para a escola para aprender a “ler e a escrever”, esse era um jargão, geralmente, utilizado pelos nossos avós! A ideia que nos foi passada era a de que a aprendizagem só aconteceria na escola. A responsabilidade pelo processo de ensinar era da professora, que trazia para a sala de aula em seus antigos planos de aula, as verdades absolutas que deveríamos aprender. Iniciaríamos pelo alfabeto, as vogais, a formação das sílabas, os numerais, os eternos ditados, as composições, assim era chamada a atual redação, falávamos das férias, o que havíamos feito... tínhamos que aprender a tabuada, só não sabíamos para que servia, decorávamos, decorávamos... e, então, quanto mais a pessoa decorava mais inteligente ela era considerada! Muitas vezes, a redação das férias nos despertava a vontade de contar a nossa história, o jeito da fazenda, do bicho de estimação, a bronca do papai... E, normalmente, a professora que exigia a redação não deixava a gente contar a “nossa história”, ela dizia “ esse não é um assunto para se tratar na sala de aula, temos muitos conteúdos para estudar, não vamos perder o nosso tempo com assuntos banais!” Então, muitas vezes, tínhamos decepção! Vontade de chorar!

Nessa época, a aprendizagem ainda apontava para as fortes características da concepção tradicional, com suas raízes na apropriação e reprodução dos conhecimentos. Nessa concepção, os planejamentos dos conteúdos estavam prontos; o contexto da aprendizagem não podia ultrapassar as barreiras do

Registre suas descobertas em seu Trabalho de Construção da Aprendizagem – TCA.

Se a verdade não é absoluta, então a aprendizagem também não! Podemos aprender hoje, mas amanhã já se estabelecerá uma outra vertente do processo de aprendizagem, na qual o aprendiz terá que participar, ser ativo. Vamos ter que aprender a aprender, eis que está lançado o desafio deste século em relação ao processo de ensinar e aprender.

PONTO CHAVE

REGISTRANDO

Page 31: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 21

espaço pedagógico da sala de aula. As aulas eram ministradas na escola, não era permitido qualquer tipo de atividade que não tivesse como recurso pedagógico o lápis, a borracha, o caderno e o livro didático (ou quem sabe a cartilha...). Sabemos que, em pleno século XXI, ainda encontramos muitos rastros, marcas desse modelo pedagógico em nossas escolas, o que tem ocasionado vários transtornos na relação professor-aluno-aprendizagem.

Essa crise em relação ao processo tradicional de ensino e aprendizagem em nosso sistema educacional não é recente, rememora, como vimos anteriormente, as várias épocas e as várias culturas da humanidade. A evolução social exige mudanças diretas na relação ensino e aprendizagem. Pozo (2002), ao falar da nova cultura da aprendizagem, afirma que a deteriorização sofrida pela aprendizagem ocorre por causa dos desajustes crescentes entre o que a sociedade pretende que seus cidadãos aprendam e os processos que são utilizados para consegui-la.

Observa-se, ainda, o contraste nas sociedades capitalistas entre os acessos de poucos cidadãos aos mais modernos aparatos tecnológicos, a que denominamos de novas formas de aprendizagem e, em contrapartida, muitos cidadãos que ainda vivem como se estivessem numa época anterior. Para estes, o acesso a essas inovações é quase impossível, não só pelas dificuldades financeiras em adquiri-las, mas o que consideramos ser mais agravante: a forma de pensar, estacionada nas concepções tradicionais de aprendizagem, ancoradas na apropriação e na reprodução memorística dos conhecimentos.

E como fica a aprendizagem nessa situação? Quais são os ambientes de aprendizagem a serem utilizados?

Mediante este cenário, a educação oferecida a todos não se adequa à realidade dos aprendizes. O que vemos acontecer é uma educação generalizada, com muitas cobranças por novos conhecimentos, em uma sala repleta de alunos que, nem sempre, estão amadurecidos o suficiente para aprender o conteúdo ali exposto pelo professor. Ou seja, sem considerar o amadurecimento e a prontidão dos aprendizes. Essa situação desencadeia um desinteresse por parte dos alunos em relação às aulas diárias, que, muitas vezes, são ineficazes, quando deveriam ser um compromisso da escola com os seus aprendizes e desses para com a escola.

Novos ambientes de aprendizagem surgem a cada dia e os recursos tecnológicos são inseridos nos modos de ensinar. Como exemplo, temos o acesso dos alunos às aulas de informática que permitem o acesso à internet nas escolas, ampliando os recursos pedagógicos e as possibilidades de informação com o acesso a diversos sites, bibliotecas virtuais, revistas

Page 32: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

22 UNIUBE

eletrônicas, entre outras facilidades que aceleram as informações que chegam até o aluno.

A informalidade da prática cotidiana também não é diferente. O acesso ao mundo virtual, por parte dos educandos, é crescente e em grande velocidade, o que rapidamente provoca a saturação de informações com baixa elaboração e construção de conhecimentos. As informações cotidianas chegam muitas vezes de forma mais interessante e prazerosa do que na escola, em que conteúdos densos e descontextualizados, na maioria das vezes, chegam pelas mãos do professor, que se vê pressionado em relação à grande quantidade de conteúdo a ser ministrado. Essa situação desencadeia um verdadeiro desconforto na relação professor-aluno-conhecimento. E, o professor, muitas vezes, ao invés de contribuir para a construção do conhecimento de seus alunos, passa a disputar com eles o território da informação. Ele precisa vencer o conteúdo e o aluno precisa se ver livre desse conteúdo para então buscar o prazer, ao adquirir informações mais interessantes, atualizadas e contextualizadas nos ambientes digitais!

Diante dessas reflexões, podemos dizer que não paramos para selecionar o que iremos acessar, mas o hábito do acesso diário nos encaminha em direção à determinadas buscas, a determinados endereços eletrônicos, pois quanto mais informações, mais necessidade sentimos de obtê-las. Nos empanturramos de informações que não nos levam à aquisição do conhecimento, na mesma velocidade que nos leva à informação.

EmpanturrarEncher, adquirir em excesso.

Como consequência dessa facilidade para a obtenção de informações em tempos cada vez menores, criou-se o que poderíamos dizer uma nova cultura da aprendizagem. Em que, quantitativamente, há uma facilidade em obter uma diversidade de informações, auditivas, visuais e que nos causam a impressão de estarmos obtendo conhecimento, porém qualitativamente, poderíamos afirmar que está havendo uma banalização da aprendizagem. As informações são obtidas em grande volume, porém sem tempo hábil para sua elaboração. A sensação é a de que “aprende mais, aquele que tem mais acessos à informação”. Essa exigência gera um ânsia, uma necessidade de obter mais informações. Alguns especialistas comparam essa necessidade com um vício, quanto mais se busca informações, mais necessidade sentimos de acessá-las. Criamos, assim, a automatização em busca de informações e a sensação de que estamos aprendendo nos leva a um prazer imediato. O esforço que temos é apenas o do acesso e da busca. Tudo está pronto, não temos que realizar esforço algum.

IMPORTANTE!

Page 33: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 23

Essas mudanças na sociedade têm parecido naturais, já que fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas do planeta. A tecnologia virtual veio para romper fronteiras, mas já sentimos que novas adaptações sociais têm ocorrido em caráter de urgência. Hoje, observamos que a criança tem que ir cedo para a escola e, muitas vezes, seu processo de progressão amplia-se a tal ponto, ao longo de suas etapas acadêmicas que ultrapassa os limites cronológicos esperados para sua formação. Após os estudos de Ensino Superior, sentimo-nos obrigados a continuar a pós-graduação, e passamos anos a fio estudando, teorizando enquanto que, na prática, nem sempre conseguimos aplicar os conhecimentos especializados. Podemos dizer que o descompasso entre a teoria e a prática é acentuado.

Vivemos, em nosso século, o prolongamento da educação formal, sentimos a necessidade de uma formação contínua, e, junto a ela, estamos sendo invadidos por tecnologias que nos exigem mais conhecimentos.

As informações chegam rápido, entretanto, mesmo que a pessoa passe muito tempo frente à Internet, ela não terá como elaborar o volume de informações que essa rede lhe proporciona. Ou seja, fisiologicamente não temos a capacidade de processar tais informações com tanta velocidade. Então, passamos a nos considerar bem informados, pelo volume de informações e não pela qualidade de seu processamento. Mesmo com a tecnologia a nosso favor, não se pode dizer que ela, em si, trouxe-nos um maior acesso ao conhecimento. O ambiente virtual apenas é um ambiente de aprendizagem à medida que o tornamos um ambiente de pesquisa, de leitura reflexiva, de crítica, de forma que possa nos levar a mudanças e transformações em relação a conceitos e concepções.

O nosso Registro Geral - RG, documento pessoal sem o qual não somos reconhecidos como cidadãos brasileiros, receberá um chip, no qual estarão inseridas várias informações pessoais. Desta forma, reduziremos a necessidade de carregar uma série de documentos, pois esse chip terá em sua “memória” os registros de vários outros documentos.

Se quiser saber um pouco mais sobre esse assunto, acesse:<http://64.233.163.132/search?q=cache:6dWtzRO7p8EJ:www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u420643.shtml+RG+recebera+chip&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_pt>, pois nesse site, você encontrará uma interessante reportagem da Folha On-line.

EXPLICANDO MELHOR

IMPORTANTE!

Page 34: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

24 UNIUBE

Veja que essa carteira é uma inovação tecnológica!

Ao olharmos para a sociedade, identificaremos vários objetos que são frutos do desenvolvimento tecnológico. É comum, por exemplo, nas ruas e avenidas das cidades, encontrarmos luzes fotoelétricas que, vulgarmente, chamamos de inteligentes, pois possuem um sensor que identifica a claridade. Sendo assim, ela se desliga no claro, mas quando identifica sua falta, acende. Em nossa casa, temos o micro-ondas, o computador, a TV de plasma e LCD, o telefone sem fio e celular, a criação dessas regalias exigiu conhecimento, ou seja, elas foram inventadas por alguém a partir de estudos e descobertas que foram acontecendo a partir do século XIX. Lembra-se do que comentamos sobre a invenção da imprensa? Lembra-se da repercussão que teve no processo de ensinar e aprender?

Agora, no século XXI, não é diferente, todas essas inovações tecnológicas despertam a necessidade da formação permanente, contínua, tanto no que se refere ao crescimento pessoal, quanto ao profissional. É uma exigência nunca anteriormente vivida. O que foi estudado, descoberto e construído não nos satisfaz, porém são poucos os que conseguem elaborar as informações recebidas para construir uma nova aprendizagem a partir da qual estaria contribuindo com a sociedade atual, revertendo esse conhecimento em novas invenções. O domínio do conhecimento, novamente, fica nas mãos de poucos, não diríamos privilegiados, já que estes tiveram que se dedicar e abdicar de muitos prazeres para terem tempo de construir novos conhecimentos.

Nessa nova cultura da aprendizagem, a complexidade é uma característica marcante. Aprendemos coisas banais, e muitas vezes desprezamos o que nos é essencial. Entretanto, podemos recomeçar qualquer processo de aprendizagem de onde paramos, basta estarmos motivados para tal. Não há mais um padrão estabelecido para aprender; sendo assim, cada vez mais vivenciamos uma aprendizagem informal, cotidiana, de interesse pessoal. O que temos que destacar é que, ao se tratar da aprendizagem formal, esta sim, tem que estar de acordo com o sistema educacional de nosso país, e que deverá estar sob a égide das Leis de Diretrizes e Bases da Educação - LDB.

Se nos dedicarmos, aprendemos os fundamentos da mecatrônica e a evolução de um novo passo de dança, tudo irá partir dos interesses de quem aprende. Nessa perspectiva, podemos trazer para o contexto da aprendizagem formal novos recursos e ambientes de aprendizagem, o que despertam interesse daqueles que vão aprender. Por exemplo, se um grupo de adolescentes gosta de dançar, podemos então elaborar objetivos pedagógicos claros que possam unir os passos da dança ou da coreografia com os conhecimentos da matemática ou da física.

Page 35: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 25

Ao trabalharmos de forma interdisciplinar e com novos recursos e estratégias da aprendizagem, estaremos criando “novos” ambientes de aprendizagem. Assim, conseguimos elaborar uma proposta pedagógica com a integração de maior número de conteúdos, de forma prazerosa. A aprendizagem, assim, torna-se significativa. Dessa forma, o conteúdo da aprendizagem formal é ministrado de forma contextualizada, na qual, o professor estimula, media e facilita a compreensão do conteúdo estudado, utilizando para isso, atividades que despertam prazer no aprendiz. Ao professor caberá conduzir a atividade de acordo com os objetivos pedagógicos que quer alcançar, ou seja, caberá ao professor a elaboração do planejamento da atividade. A ação dos aprendizes será encaminhada em direção à reflexão do conteúdo, o que permitirá a discussão, a participação e a contribuição dos alunos em seu processo de aprendizagem. Os educandos terão, assim, a oportunidade de compreender, na prática, a utilidade do que estarão aprendendo e poderão ampliar e aplicar no cotidiano, cada vez mais, essa rede de conhecimentos.

Atualmente, temos a nosso dispor muito do que aprender e, também, uma diversidade de contextos de aprendizagem. Não há como permanecermos fechados entre quatro paredes, apossados apenas do livro didático. Os fatos ocorrem fora do contexto pedagógico, como já falamos anteriormente, numa velocidade descomunal.

Também não há como negar as imagens do socorro dado ao cantor Michael Jackson, que, também, numa velocidade fenomenal tomou os monitores das televisões dos quatro continentes. Quem é que não parou para observar as imagens na TV? Quantas hipóteses da causa da morte do ídolo da música foram levantadas? E quantos conteúdos da nossa educação formal poderiam ser trabalhados, não é mesmo? Esse episódio seria um assunto atual para articular com a ciência!

Poderíamos continuar listando inúmeros acontecimentos do cotidiano que nossos alunos, nas várias instâncias do ensino, trazem para a sala de aula, desde a educação infantil, até o Ensino Superior.

Ressaltamos a imagem do nosso grande campeão de fórmula 1; Felipe Massa, ao ser atingido por uma peça, que se soltou do carro do outro corredor de fórmula 1, o brasileiro, Rubens Barrichelo. Foi chocante ver, ao vivo, instantaneamente, tal acidente. Veja que essa situação nos chamou a atenção por meio da mídia, das imagens, dos sons, dos depoimentos, enfim, da riqueza de informações. Tais informações poderiam ser transformadas em aprendizagem, por um professor de física, por exemplo. Ele teria um fato recente e marcante, para trabalhar muitos conceitos da física.

EXEMPLIFICANDO!

Page 36: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

26 UNIUBE

Quando apontamos a complexidade do processo de aprendizagem deste século, queremos compartilhar a necessidade de sermos criativos, e, ao mesmo tempo, termos que aprender a fazer, sendo competentes e inovadores. Hoje, temos em nossas mãos, não só a memória humana, mas o banco de dados eletrônico, assim como a distribuição e a difusão da informação quase que instantaneamente ao fato acontecido. Temos que criar novas estratégias, metodologias e ferramentas de aprendizagem, sabendo usar ambientes presenciais e não presenciais.

Segundo Pozo (2002), estamos vivendo a sociedade da informação. Ela permite o acesso livre aos mais variados tipos de informações, que não se classificam em ordem crescente de complexidade. Qualquer pessoa, desde a mais tenra idade, se souber acessar a informação, a terá em rede, mas isso não significa, necessariamente, que ela a compreenderá. Esse livre

O que fazer com tais informações?Devemos impedir de serem discutidas na sala de aula? Ou sermos criativos o bastante para utilizarmos o assunto da mídia para estudar os conteúdos já programados?

O educador deve escutar, deve observar qual é o interesse dos alunos, e, então, procurar recriar a sala de aula, ampliando o seu ambiente de aprendizagem, promovendo a interação, a pesquisa, os recursos possíveis para facilitar a participação de todos. Assim, ele estará possibilitando a criação do que já ouvimos falar tantas vezes: estará criando os novos ambientes de aprendizagem, que não necessariamente precisam ser outro ambiente que não a sala de aula.

Podemos enriquecer a sala de aula trazendo para dentro desta, pessoas, situações, estratégias, tecnologias que irão possibilitar a sua ampliação.

(...) a sociedade da aprendizagem parece requerer antes uma concepção múltipla, complexa e integradora, segunda a qual nós, seres humanos, disporíamos de diversos sistemas de aprendizagem, produto da filogênese, mas também da cultura, que deveríamos usar de modo discriminativo em função das demandas dos diferentes contextos de aprendizagem com que nos defrontamos cotidianamente, ou, caso se prefira, adequando-nos às distintas comunidades de aprendizagem a que pertencemos ao mesmo tempo. (POZO, 2002, p. 33)

Filogêneses.f. (1954) Evol. M.q. Filogenia. Filogenia s.f. (1895) Evol. Histórica evolutiva de uma espécie ou qualquer outro grupo taxonômico.

Page 37: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 27

acesso cria um clima de insegurança, ao mesmo tempo que nos dá liberdade de adquiri-las, porque nem sempre as informações nos chegam, por nossa escolha ou seleção; pelo contrário, poderíamos dizer que uma grande parte dessas informações tem chegado de forma invasiva.

Se antigamente sofríamos por falta de informações, hoje, estamos sofrendo por excesso de informações e pela falta de controle em relação ao seu acesso. Isso tem nos causado transtornos sérios no que diz respeito às nossas tradições e aos nossos valores. Os elementos culturais hoje não permanecem apenas em sua comunidade, mas diríamos que eles estão sendo fortemente influenciados pelas comunidades virtuais que ultrapassam as barreiras geográficas do planeta e a cultura dos povos.

Ao ampliarmos os ambientes de aprendizagem, ao construirmos novas estratégias pedagógicas, temos que contextualizá-las, dando a “nossa cara”, mesclando características pessoais, culturais e as inovações tecnológicas de forma que possam estar em cooperação com o enriquecimento profissional e científico.

Tivemos a oportunidade de refletir sobre o processo de aprendizagem e sua relação com as características do século XXI. Fizemos algumas reflexões sobre o papel do professor diante dessas mudanças, porém é importante vermos como está esse importante ator da educação nesse processo acelerado e tecnológico de mudanças dos nossos tempos.

1.6 O profissional da educação do século XXI

Estamos vivendo em um século no qual, a aceleração do tempo é característica marcante. A sensação é a de que não paramos nunca, precisamos de um dia com mais de vinte e quatro horas e, assim mesmo, temos a certeza que ele não suportará tudo o que fazemos! Estamos cada vez mais acelerados!

Pozo (2002) reflete sobre o século XXI, afirmando que este trouxe-nos uma ciência incerta, na qual as verdades passaram a ser difusas e perecíveis, o que acarretou mudanças significativas em todos os setores da nossa vida. Houve uma ruptura das metodologias do conhecimento centrado e absoluto, e, como consequência, rompemos fronteiras. Para o autor, essas inovações, ampliações dos ambientes de aprendizagem, trazem também a ampliação da cultura da aprendizagem, na qual, a reprodução da aprendizagem deve “dar passagem” à cultura da compreensão, da análise crítica, da reflexão sobre nossa prática, fundamentada em nossos valores, e não só amparada pela sociedade do consumo exagerado e acelerado pelas inovações tecnológicas.

IMPORTANTE!

Page 38: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

28 UNIUBE

As atuais inovações tecnológicas nos trouxeram muitas coisas boas, que vieram para ficar e facilitar todos os âmbitos de nossa vida! Porém, junto com essas várias mudanças, vieram também várias cobranças, como já vimos. É perceptível que temos muito o que aprender para podermos nos adaptar às características deste século, e o que mais nos chama a atenção são as inovações tecnológicas e suas influências no processo de ensino e aprendizagem. Neste texto, vamos pensar a tecnologia e suas consequências na educação em relação ao papel e à função do professor.

Vejamos o questionamento de Alves (2006):

Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança (ALVES, 2006, p. 16)

A expressão professor , ao longo dos séculos, tem sido definida como aquele que ensina, ou melhor, aquele que tem que ensinar, e para tal, terá que utilizar as várias estratégias da educação que lhes foram ensinadas, mas que nem sempre obtém resultados que poderíamos considerar satisfatórios. Ele deverá dominar, acima de tudo, o conteúdo a ser ministrado, em um tempo cronometrado, denominado calendário escolar. O controle do processo de ensinar deverá ser do professor, pois terá o domínio da metodologia do ensino e deverá saber se os alunos aprenderam. Deverá, tecnicamente, avaliar a aprendizagem do aluno e, para tal, utilizará de seus instrumentos avaliativos, que atendam às orientações do sistema educacional nacional vigente. Esta descrição do professor atende às características das concepções tradicionais da educação que têm perdurado ao longo dos anos. Muda-se o século, mas não muda esse modelo que tem se tornado cada vez mais sólido em nosso sistema educacional.

Muitas vezes, vemos o sofrimento do professor em sala de aula e percebemos que ele está aquém das exigências, das necessidades atuais do ensino. Logo, a reação dos alunos é clara, demonstram desinteresse, falta de limite e muitas vezes agressividade. Vemos o professor adoecer nesse contexto, pois torna-se apático e também desinteressado, vai para o trabalho como se estivesse entrando em uma câmara de tortura. Porém, muitas vezes, qualquer que seja a proposta de mudança, ela lhe causa um grande desânimo, é como se, para as transformações acontecerem, ele precisasse refazer todo o seu caminho de formação e prática pedagógica!

Esse é o professor que é o técnico da educação. É o modelo do professor de nossas lembranças da escola. Muitas vezes, o acesso a essa pessoa era

Page 39: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 29

algo que desencadeava reações de medo, de insegurança, pois mais do que autoridade, era autoritário. Assim como os conteúdos que eram considerados verdades absolutas, o professor era uma figura intocável e representante dessas verdades. Na sua relação com o aluno, o que interessava era a nota. O valor tirado, na prova, muitas vezes caracterizava o resultado de uma atividade restrita e descontextualizada, era o que representava o aluno, ou seja, era a certeza ou não do conhecimento adquirido pelo aluno, que também representava para o professor, como um dever cumprido, uma vez que ele ensinou os alunos!

Mas, como diz Alves (2006), educador é vocação, ou seja, de um lado a profissão, e do outro, a vocação! Com essa fragmentação, quem perde? Quem ganha? Quem perde é o processo de ensino e aprendizagem que envolve professor – aluno - conteúdo. Nessas condições, mesmo quando o professor percebe as dificuldades que envolvem o processo de aprendizagem do aluno, não pode se envolver com o aprendiz. Temos certeza que você já ouviu essa frase “se você se envolve, como irá avaliá-lo”. Ou seja, seu papel é ensinar, por isso não pode ser afetivo, não pode cuidar da relação, senão ele, o professor, ficará vulnerável.

Vemos que essa concepção de professor é fragmentada, ou ele é profissional, ou ele tem vocação. Ao falar de vocação, parece que a palavra nos submete à afetividade, à pessoa do professor que tem sentimentos, que tem emoções. E que, na maioria das vezes, é avaliado como sendo bonzinho, como se as emoções eliminassem a sua competência profissional! As pessoas costumam dizer, “ah, com ele? Já passei!”.

Será que o professor desse século, deverá ser professor ou educador?

Ele deverá ser ético enquanto profissional da educação, sem perder seus objetivos de promover situações e criar diferentes ambientes de aprendizagem que atendam às necessidades de seus aprendizes, nas mais diversas situações e etapas de desenvolvimento humano. Deverá ser profissional e acompanhar as mudanças sociais, políticas, educacionais e tecnológicas do nosso século. Esse profissional da educação também tem que ser sensível em sua relação com os alunos, com os pais e outros profissionais que poderão

Registre a resposta em seu Trabalho de Construção da Aprendizagem – TCA.

REGISTRANDO

Page 40: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

30 UNIUBE

estar direta ou indiretamente envolvidos com o processo de aprendizagem. Logo, deverá estar sempre em formação, hoje, já falamos em uma formação continuada em serviço que, no ambiente de trabalho, possibilita grupos de estudos de conteúdos que atendem as necessidades do processo de ensino e aprendizagem. Esta é uma modalidade de formação que é contextualizada, ou seja, estuda os problemas, as questões do trabalho do grupo naquele momento, discutindo a teoria com foco na prática.

Podemos assim dizer que o professor do século XXI deverá ser “profissional e ter vocação”, ou seja, não há como deixá-lo fragmentado. Como vimos, a sua formação continuada é essencial para que acompanhe as mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas e, ao mesmo tempo, desenvolva a sua sensibilidade, para que possa realizar uma boa observação, escuta e reflexão sobre a sociedade e seus alunos, por meio do estudo e discussão com seus pares. Assim, ele terá condições de se atualizar e contextualizar os conteúdos sob sua responsabilidade. Dessa forma, terá como acompanhar as mudanças do nosso século que, antes, pareciam distante da sala de aula, como, por exemplo, o uso das tecnologias.

O desenvolvimento tecnológico é universal e tem exigido do professor educador conhecimentos que envolvem o domínio da informática para sua utilização profissional. Vemos que a utilização das várias tecnologias na educação tem sido cada vez maior e estão proporcionando o enriquecimento da sala de aula.

Usamos pesquisas de conteúdos acadêmicos em sites da internet e blogs para compartilhar a aprendizagem com pessoas que não fazem parte do ambiente presencial, mas que podem participar e contribuir muito com a aprendizagem. Ouvimos professores falar de blogs sendo utilizados como ferramenta de avaliação. Enfim, esse professor educador deverá se apresentar como um profissional da educação, crítico, criativo, atualizado e competente. Assim pensando, não há como negar os novos ambientes de aprendizagem, na modalidade presencial ou virtual. E tanto uma como outra modalidade, neste século, exige uma adequação desse profissional.

Temos que ouvir o nosso aluno e não negá-lo enquanto pessoa. Ao ouvi-lo, podemos contextualizar conhecimentos que parecem inadequados para essa época. O aluno, muitas vezes, chega com uma avalanche de informações muito mais atualizadas do que os conteúdos programados nos currículos escolares. Cabe ao professor, ao invés de negar essas informações, criar situações que possam torná-las coerentes com os conhecimentos planejados para aquela série, deverá criar situações e ambientes propícios e interessantes sem competir

IMPORTANTE!

Page 41: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 31

Vemos, então, que esse profissional da educação, além da competência em relação ao domínio do conteúdo, deverá se desenvolver como criador de estratégias educacionais e organizador do processo de ensino e aprendizagem, cabe-lhe mediar os conteúdos didáticos da escola com as possíveis informações trazidas pelos alunos, e deverá ter domínio das novas tecnologias digitais!

Hoje, temos que admitir que a Internet é um meio de comunicação digital, disparador de informações. Temos que reconhecer que o computador substitui com muito mais prioridade, o professor transmissor de conteúdos, o repetidor de conhecimentos, que reutiliza as informações memorísticas sem inovações, que não acompanham a evolução dos tempos! O computador traz a informação ilustrada, com a utilização do som, ou seja, dos recursos audiovisuais, logo, é muito mais interessante do que a aula desse professor que ministra o conteúdo puro sem nenhum atrativo ou contextualização.

O professor precisa utilizar tais recursos, a seu favor, enriquecendo, ampliando e atualizando suas aulas. Assim, ele será beneficiado pelos amplos recursos disponibilizados por este instrumento atual, inovador, e que é o resultado de pesquisas muito recentes do homem.

O professor, para esse novo perfil, deverá ser um conhecedor, não só do seu conteúdo específico, mas deverá ampliar seu arsenal de conhecimentos em relação ao planejamento e estratégias de ensino-aprendizagem, bem como de mediação. Ou seja, ele precisa conhecer sobre o desenvolvimento humano, sobre o conteúdo pedagógico e também ter domínio do uso dos recursos didáticos e outras tecnologias. Deverá utilizar de forma adequada o computador e a riqueza de seus recursos, como um novo ambiente de aprendizagem, tanto para pesquisas, quanto como ferramenta para enriquecer e ampliar as suas aulas. O computador, visto como um recurso tecnológico para ser utilizado no processo de ensino e aprendizagem, enriquece os ambientes de aprendizagem. Essa e outras ferramentas tecnológicas de aprendizagem exigem mudanças também na formação docente, que deverá ter abertura para as novas informações e conhecimentos. Para

com as contribuições dos aprendizes. O educador precisa, muitas vezes, de humildade para pedir ajuda ao aluno, principalmente, em relação ao uso da tecnologia. Isso deve ter ocorrido com você, caro cursista, ou algum de seus professores estar utilizando, por exemplo, o datashow ou outra ferramenta em sala de aula e se deparar com alguma dificuldade técnica e, nesse momento, ser socorrido por um aluno que, com dois ou três comandos, faz aquele aparelho que, naquele momento mais parece um monstro,funcionar! Se fosse em outros tempos, essa situação seria humilhante para o professor!

Page 42: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

32 UNIUBE

isso, o educador necessitará de ser amadurecido o bastante para, diante da explosão de informações, selecionar as que poderão enriquecer os seus conteúdos pedagógicos e, também, estimular os aprendizes a pesquisar e ampliar seus conhecimentos, uma vez que, em grande parte, tais recursos não são algo natural para a geração atual. Para que isso realmente possa ocorrer, devemos assumir uma postura que seja receptiva às inovações, não podemos estacionar na concepção tradicional da aprendizagem.

1.7 Conclusão

Atualmente, não há mais como falar em sala de aula, ambientes de aprendizagem ou apenas aprendizagem sem trazer à tona o uso dos computadores, dos chips, da rede de computadores, dos CDs, dos pendrives, das placas de vídeo, dos datashow, dos processadores, das salas virtuais, do correio eletrônico, da EAD, entre outros. Assim, encerramos essa nossa primeira conversa sobre ambientes de aprendizagem. Sabemos que é impossível esgotar tal conteúdo, mas já deixamos aqui o convite para que continue, em sua formação, refletindo sobre isso!

Resumo

Iniciamos este capítulo discorrendo sobre os diferentes ambientes de aprendizagem, partindo das situações que você vivencia no curso. Depois, abordamos outros ambientes, entre eles, a sala de aula presencial, ressaltando sua relação com as abordagens teóricas do ensino e aprendizagem. Em seguida, discorremos sobre como o processo de ensinar e aprender está sendo compreendido no século XXI, e, ainda, reportamos a algumas abordagens do desenvolvimento humano, relacionando-o a esse processo e ao ambiente de aprendizagem. Em seguida, trouxemos alguns exemplos de diferentes culturas de aprendizagem, para refletirmos sobre as novas formas de aprender e ensinar que estão sendo criadas pelo profissional do século XXI.

Page 43: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 33

Atividade 1

Atividades

Leia o fragmento, a seguir:

(...) lembro-me que quando entrei na escola, por volta de 6 anos, eu adorava quando a professora pedia para desenhar; já mais tarde, chorei muito para aprender a tabuada, a professora fazia perguntas durante a aula e eu ficava aflita, com medo...e a minha mãe ficava muito zangada quando, ao estudar com ela, eu errava os resultados(...)

Estas são algumas lembranças que tenho sobre minha formação. Agora, exercite sua memória! Busque as lembranças de sua formação.

a) Elabore um relato de cada etapa, contando sobre os fatos que mais lhe marcaram. Utilize a linha de tempo para isso:

b) Agora, após ter se lembrado desses fatos, identifique o conteúdo, os recursos e as estratégias utilizadas pelo seu professor, no ambiente da sala de aula lembrada.

c) Escreva como você enriqueceria o seu processo de aprendizagem e proponha, para cada situação, um melhor processo de ensino-aprendizagem, baseando-se no estudo que fez deste capítulo.

Olhe ao seu redor! Registre o que você vê. Identifique quais são os objetos que fazem parte do seu ambiente doméstico ou do seu trabalho, e que são o resultado das inovações tecnológicas do século XXI.

Elabore uma lista destes objetos, escolha três deles e explique como podem ser utilizados para ampliar os ambientes de aprendizagem.

Atividade 2

Até o dia de hoje.

Do jardim de infância...

Page 44: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

34 UNIUBE

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; PRADO, Maria Elisabette B. Brito & VALENTE, José Armando.(Org). Educação a distância via internet. São Paulo: Avercamp, 2003.

ALVES, Rubens. Conversas com quem gosta de ensinar. 9. ed. Campinas, SP: Papirus, 2006.

BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002.

FRANCISCO FILHO, Geraldo. A Psicologia no Contexto Educacional. 2. ed. Campinas, SP: Átomo, 2005.

FOLHA ON-LINE. Disponível em: <http://64.233.163.132/search?q=cache:6dWtzRO7p8EJ:www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u420643.shtml+RG+recebera+chip&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_pt>. Acesso em: 11 nov. 2009.

HOUAISS, Antonio e VILLAR, Mauro Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1996. Temas básicos de educação.

MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias. Disponível em: <http://64.233.163.132/search?q=cache:dlba3RdvTCoJ:www.eca.usp.br/prof/moran/espacos.htm+A+sociedade+como+um+todo+%C3%A9+um+espa%C3%A7o+privilegiado+de+aprendizagem.+Mas+ainda+%C3%A9+a+escola+a+organizadora+e+a+certificadora+principal+do+processo+de+ensino-aprendizagem&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&lr=lang_p>. Acesso em: 11 mar. 2010.

MOREIRA, M. MASINI, E. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 2996.

Referências

Page 45: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 35

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T. & BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 5. ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. Coleção Papirus Educação.

PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky – a relevância do social. 4. ed. São Paulo: Summus, 2001.

POZO, Juan Ignacio. Aprendizes e Mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

WIKIPEDIA. Foto das crianças em jardim de infância (afegão). In: Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Crian%C3%A7a>. Acesso em: 13 nov. 2009.

Page 46: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte
Page 47: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Introdução

Ambientes de aprendizagem e as novas tecnologias

Capítulo2

Cláudio Henrique Chadu SantosFábio Rocha Santos

Maria Bárbara Soares e AbrãoSuemi Hamada Morais Silva

Sabemos que os ambientes de aprendizagem, enquanto ampliação da sala de aula tradicional, são responsáveis por proporcionar o enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, por meio do reconhecimento da importância da aprendizagem significativa para o aluno, de forma que atenda também às necessidades da sociedade atual.

Vale ressaltar a necessidade do alargamento do conceito de aprendizagem mediante a compreensão do papel da escola como um ambiente de “educação formal”, que tem como princípio possibilitar o desenvolvimento do aprendiz nas suas várias dimensões relacionadas à sua realidade.

Nesse sentido, faz-se necessário compreender como os profissionais da educação têm lidado com as transformações e os impactos que a sociedade da informação e do conhecimento têm causado no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que os recursos tecnológicos disponíveis nesses cenários de atuação têm exigido do educador habilidades para o seu uso adequado, além de muita criatividade em sua ação pedagógica, sem se esquecer de que:

(...) nenhuma tecnologia, ao contrário do que afirmam alguns, destrói a antiga. Ela se integra nos usos sociais e leva à evolução das tecnologias antigas. A escrita não destruiu a palavra, o telefone não destruiu a carta. Cada tecnologia leva à evolução do ecossistema social, relacional ou pedagógico no qual se insere. Não há aquisição sem perda, porém não existe técnica que não exija a evolução e a participação do existente. (ALAVA, 1998, p. 8)

Page 48: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

38 UNIUBE

• Identificar cenários de ensino e aprendizagem de relevância em diferentes ambientes, sejam tradicionais ou virtuais, de aprendizagem colaborativa.

• Reconhecer a necessidade da formação continuada para o planejamento e o uso adequado de recursos didáticos como forma de diversificar e dinamizar o processo de ensino-aprendizagem.

• Compreender a importância do uso dos recursos tecnológicos como estratégia facilitadora da aprendizagem.

2.1 Educação pluralista2.2 Redes sociais no contexto da educação2.3 A sociedade da informação, a virtualidade e as suas

contribuições para a educação 2.4 Bibliotecas virtuais e bases de dados on-line

Objetivos

Esquema

Percebemos, assim, não só a importância do professor-educador de envolver-se nos processos de formação que viabilizam o uso adequado dos recursos tecnológicos, mas também a importância, a diversidade e a disponibilidade de outros recursos tecnológicos preexistentes.

Certamente, talvez esteja aí, implícita, uma habilidade de extrema importância para o educador, que é a de integrar os recursos de tecnologia em prol de uma educação pluralista, que pretende possibilitar inúmeras situações desafiadoras tanto para o aprendiz, como para si próprio.

Nesse sentido, desejamos nossas boas-vindas a mais esse estudo, a fim de que possamos discutir questões relativas ao uso das tecnologias no cenário educativo.

Educação pluralista

Educação que contempla as várias dimensões do desenvolvimento humano (cognitiva, afetiva, social e espiritual).

Page 49: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 39

2.1 Educação pluralista

Sabemos que as escolas, com as suas culturas, têm validado por meio de suas práticas, os métodos e os recursos pedagógicos tidos como tradicionais, resistindo, assim, a certas inovações pedagógicas. Porém, temos que ser observadores criativos para perceber, compreender e usufruir os benefícios que uma nova forma de atuação educacional pode proporcionar ao processo educativo. Essa perspectiva nos permite explorar as múltiplas inteligências do aluno, aproveitar de forma criativa as novas tecnologias, assim como nos beneficiar dos novos conceitos e formas de promover a aprendizagem.

Se percebemos os problemas relativos às práticas pedagógicas tidas como tradicionais, que são vivenciadas na escola, somos instigados a buscar a compreensão de tais fatores e a tentar encontrar possíveis soluções para os mesmos. Cada um com seu jeito, em relação a cada situação, porém em busca de objetivos comuns, que possam possibilitar a criação dos novos ambientes de aprendizagem. Além disso, se conseguirmos despertar a curiosidade dos alunos, o desejo de aprender e a criatividade, o primeiro passo para mudar o processo ensino-aprendizagem já estará dado.

Assim, nessa visão, o processo de aprendizagem é responsabilidade tanto do aluno quanto do professor. Cabe ao “mestre”, o papel de mediador ou facilitador do aprendizado do aluno, em seus aspectos cognitivo, afetivo-emocional e interpessoal. Nesse sentido, é de fundamental importância que o professor assuma o seu papel de organizador, de planejador de “ambientes de aprendizagem” que oportunizem uma aprendizagem significativa.

Aspecto cognitivoRelativo ao conhecimento, à cognição.

Aspecto afetivo, emocionalDiretamente ligado as questões emotivas e sentimentais.

Aspecto interpessoalDiz respeito à comunicação, às relações entre as pessoas ou grupos.

Tudo indica, nesse processo de aprendizagem, que a Tecnologia de Comunicação e de Informação – TIC, é um recurso adequado que permite a mediatização entre os participantes do processo de ensino-aprendizagem, em que se espera do aluno maior envolvimento e, do professor, uma postura mediadora que informa, que orienta, que ajuda e que, ao mesmo tempo, faz uso das novas tecnologias. Conforme afirma o professor Moran (2002, p. 30): “o professor passa a ser cobrado como um orientador/gestor setorial do processo de ensino e aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional e a gerencial”.

Dessa forma, entendemos que cada professor deve criar sua forma de integrar as várias tecnologias, unindo-as à utilização dos recursos pedagógicos

Page 50: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

40 UNIUBE

IMPORTANTE!

O TelEduc é um dos ambientes virtuais de ensino-aprendizagem mais utilizados no Brasil. Ele foi desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas e está sendo utilizado, desde fevereiro de 2002, pela Universidade de Uberaba, como um recurso didático-pedagógico. Toda a sua concepção foi fundamentada em propostas que pudessem permitir o estudo de conteúdos e a realização de atividades com a orientação e acompanhamento sistemático de um tutor-formador, um professor. A sua arquitetura envolve um conjunto de ferramentas de comunicação, autoria e administração que viabilizam o gerenciamento do curso, o acompanhamento e a avaliação do processo de ensino-aprendizagem pelo tutor-formador, além de possibilitar a interação entre todos os integrantes desse processo. Assim como o TelEduc, temos a nossa disposição, uma série de outros ambientes virtuais de ensino-aprendizagem que, como ele, são “free”, ou seja, não há custo para a obtenção de uma licença. Mas, há também ambientes que exigem custo para a licença.

que domina. Para tal, o educador tem que estar aberto às mudanças e à diversificação das formas de dar aula, de realizar seus exercícios e de avaliar. Em síntese, entender que a tecnologia é uma realidade que pode ser utilizada como “meio” e não como “fim”, ou seja, a tecnologia como aliada e não como meta.

O estreitamento da relação entre os propósitos da pedagogia e os da tecnologia de informação e comunicação podem viabilizar o surgimento de recursos e de novos serviços que promovam aprendizagens que podem ser consideradas significativas. Um exemplo disso é o surgimento de comunidades que fazem uso de toda parafernália tecnológica disponível, em prol de uma educação mais dinamizada, acessível e descentralizada, denominadas comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa, que, assim como em qualquer outra comunidade, se reúnem em torno de interesses comuns e não de espaços físicos comuns.

Nesse mesmo raciocínio, notamos que no processo normal de evolução, seja meramente do conceito de comunidades virtuais, como também de sua relação com a educação e com a tecnologia, começam a surgir espaços na Internet mais sistematizados e pensados pedagogicamente para a promoção da aprendizagem, chamados de ambientes virtuais de ensino-aprendizagem. Esses espaços têm se aperfeiçoado cada vez mais e vêm sendo utilizados por várias instituições de ensino nacionais e internacionais na oferta de cursos presenciais, semipresenciais e não presenciais.

TelEducPara saber mais sobre este ambiente de ensino-aprendizagem, acesse: <http://hera.nied.unicamp.br/teleduc>.

Page 51: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 41

Assim como nos ambientes convencionais, nas comunidades virtuais do ambiente virtual de ensino-aprendizagem, temos que ter a preocupação também com o planejamento das aulas, com a escolha adequada do material didático, com o acompanhamento sistematizado, com a verificação da aprendizagem dos aprendizes por meio de um sistema continuado de avaliação e com a avaliação de todo o processo.

Todo esse percurso só será traçado com sucesso se houver um mediador, um profissional da educação com habilidades adequadas a essa realidade e disposto a interagir com as diversidades que esse novo paradigma de ensinar e aprender exige. Daí, mais um forte argumento que confirma a necessidade de uma formação continuada que permita a esse profissional condições de pensar e adequar o uso da tecnologia como aliada e ferramenta de suporte às estratégias diferenciadas e inovadoras de ensino.

A importância do papel do educador nas comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa é enfatizada por Wilson Azevedo em entrevista publicada no link: <http://www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/entruvb.html>, em que reforça a necessidade do envolvimento de profissionais “capacitados para atuarem como animadores da inteligência coletiva em comunidades virtuais”.

Sugerimos que acesse a entrevista e verifique as ricas considerações de Wilson Azevedo, que é consultor técnico-pedagógico do Senai e diretor da unidade de negócios educacionais da Aquifolium, especializada em educação on-line.

Entre as mais diversas estratégias que devem ser executadas pelos educadores, fundamentais ao bom andamento dos propósitos de quaisquer cursos via ambientes virtuais de ensino-aprendizagem, está a de propor atividades pedagógicas, mantê-las e administrá-las de forma diferenciada e inovadora. Trata-se de uma tarefa trabalhosa, principalmente no começo, por referir-se a um novo paradigma, em que os aprendizes necessitam de um acompanhamento sistemático e mais frequente, com explicações mais detalhadas de como funciona cada ferramenta e em qual momento cada uma delas será explorada, conforme a proposta de estudo.

Além da habilidade de promover a aprendizagem em meio a tantas inovações, o educador deve estar atento ao posicionamento do aprendiz, que nesse contexto também muda, passando de um mero agente passivo e receptivo de dados e informações para um ator autônomo, no cenário de construção do seu próprio conhecimento. Isso ocorre em virtude de uma série de transformações que a atual sociedade da informação nos propõe.

SAIBA MAIS

Page 52: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

42 UNIUBE

Podemos citar como exemplos dessas transformações:

(a) a interação a distância que não deixa de acontecer entre professores e alunos, só que, neste caso, por meio de ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas disponíveis no ambiente;

(b) o acesso a acervos bibliográficos não se limita mais apenas às prateleiras das bibliotecas, mas se expande com o surgimento de periódicos eletrônicos, bases de dados on-line e bibliotecas virtuais. Toda essa expansão de acesso à produção publicitária e científica possibilita ao aluno condições de uma atuação mais autônoma e significativa no processo de sua formação.

Comunicação síncrona

A comunicação acontece ao mesmo tempo (tempo real).Ex.: chat, videoconferência etc.

Comunicação assíncrona

A comunicação acontece em tempos diferentes. Ex.: fórum, correio eletrônico etc.

Cada ambiente, cada ferramenta, ajusta-se mais ou menos a diferentes materiais e objetivos, bem como se molda diferentemente a cada tipo de aprendiz. Geralmente, os mais introvertidos preferem interagir assincronicamente, ao passo que os mais “sociais” preferem as ferramentas síncronas. Por outro lado, independente dessas determinações, sabemos que mudanças de comportamento podem ocorrer no decorrer do processo. Daí a importância de um bom acompanhamento no decorrer do processo de aprendizagem, assim como a de uma sólida formação para atuação em situações dessa natureza.

Vale a pena lembrar, ainda, que um ambiente virtual colaborativo e interativo pressupõe regras de convivência, assim como nos ambientes convencionais. Essas regras são chamadas de Netiqueta, e correspondem a uma série de sugestões que poderíamos seguir para garantirmos uma comunicação adequada, respeitosa e profissional.

Por se tratar de uma nova interrelação, as pessoas, infelizmente, muitas vezes parecem se esquecer da necessidade de cuidar dessas regras. Por exemplo, em alguns ambientes de aprendizagem virtual, ao ser solicitada a elaboração do perfil, é fundamental que cada um cuide de sua aparência, ou seja, ter seu perfil on-line bem preenchido, de preferência com uma foto, para que os demais tenham uma referência visual. Também é muito importante que as mensagens trocadas possuam um mínimo de cordialidade, comecem com os tradicionais bons dias e terminem com um abraço ou algo mais formal. O importante é não transmitir para a outra pessoa a impressão de

SAIBA MAIS

Page 53: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 43

que você é um software ou, pior, de que você acha que ela é algo parecido com um caixa automático de banco de dados.

Diante do que apresentamos, em meio a uma realidade social que perpassa por tantas transformações, é preciso, de certa forma, estar aberto ao novo, à reaprendizagem e também repensar e se envolver cada vez mais com comunidades diversificadas, sejam elas tradicionais, modernas ou até mesmo virtuais e de aprendizagem colaborativa, a fim de que possamos viabilizar a construção de ambientes de aprendizagem, que não devem ser mais utilizados apenas como reforçadores de um trabalho fragmentado, com carteiras enfileiradas, com um professor que ensina e exige uma aprendizagem limitada aos conteúdos, longe da realidade cotidiana e que nega as possibilidades das novas tecnologias.

2.2 As redes sociais no contexto da educação

Começaremos agora a estudar as redes sociais no contexto educacional. Segundo Capra (2002), “redes sociais são redes de comunicação que envolvem a linguagem simbólica, os limites culturais e as relações de poder”.

Outra definição é encontrada em Rede Social (2009):

Rede Social é uma das formas de representação dos relacionamentos afetivos ou profissionais dos seres entre si ou entre seus agrupamentos de interesses mútuos. Ela é uma das formais mais atuais de compartilhamento de ideias entre pessoas que possuem interesses e objetivos em comum e também valores a serem compartilhados. Assim, um grupo de discussão é composto por indivíduos que possuem identidades semelhantes. Essas redes sociais estão hoje instaladas principalmente na Internet devido ao fato desta possibilitar uma aceleração e ampla maneira das ideias serem divulgadas e da absorção de novos elementos em busca de algo em comum.

Orkut, Twitter, Facebook, Sonico, MySpace, Ning e Badoo são exemplos de redes sociais que vêm sendo, cada vez mais exploradas nas mais variadas áreas do conhecimento humano. Prosseguindo com a busca de um conceito para as redes sociais, Castells (2001 apud HARDAGH, 2009, p. 57) coloca que há uma crescente rede que se forma na Internet de pessoas com interesses comuns de vários tipos, desde sentimentais até políticos, para resolverem problemas de uma comunidade local ou para discutir o aquecimento do planeta.

Page 54: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

44 UNIUBE

Ao usar a denominação de rede social, Hardagh (2009, p. 57) aponta para as novas formações socioculturais advindas do ciberespaço – a cibercultura – ao tratar de temas e questões de interesse comum, o que indica uma nova composição cultural diferente das anteriores (oral, escrita, impressa e das mídias) e o fato de este espaço ainda não ser totalmente explorado ou preenchido pela educação.

E você, participa de alguma delas? Qual (is)?

Se ainda não participa, o que acha da possibilidade de se inscrever numa delas e verificar as possibilidades de aprendizado que podemos ter, ao encontrarmos pessoas, dos mais variados lugares do mundo, com os mesmos interesses nossos?

Para ver algumas orientações sobre como ingressar nesse universo de relações, que são as redes sociais, acesse: <http://veja.abril.com.br/080709/nos-lacos-fracos-internet-p-94.shtml>.

O Orkut, Twitter e Facebook são as redes sociais mais exploradas no Brasil. Tanto nelas quanto nas demais redes sociais as pessoas se relacionam com o objetivo de realizarem trocas, gerarem contribuições profissionais, educacionais, pessoais e até afetivas.

Vejamos, a seguir, um caso de sucesso obtido em virtude dos resultados gerados pela rede virtual de relacionamentos:

O carioca André Rodrigues, de 35 anos, gerente de projetos da IBM, recebe cinco propostas de emprego por mês. Não, André não fica enviando pilhas e pilhas de currículos pelo correio. Tudo se deve ao perfil que ele mantém no LinkedIn, com 1 800 contatos.

Em 2007, André conseguiu um emprego em uma fábrica de software, em Campinas, graças à indicação de um integrante do site. “É uma rede de relacionamentos com um foco profissional bem definido. Não estou ali para fazer amigos, mas para fazer contatos”, diz André. Para assuntos pessoais, ele usa sua conta no Orkut.

Contatos virtuais 2 400Conhece pessoalmente 150

Relato publicado em: <http://veja.abril.com.br/080709/nos-lacos-fracos-internet-p-94.shtml>.

PESQUISANDO NA WEB

PARADA OBRIGATÓRIA

Page 55: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 45

É sabido que cada uma dessas redes sociais possui suas peculiaridades, entretanto, há muitos recursos comuns entre elas. Um deles é a existência de comunidades que debatem assuntos bem variados. Nesse contexto, podem-se encontrar assuntos voltados para questões pessoais, entretenimento, cultura, arte e, sobretudo, educação. No Orkut, por exemplo, hoje, existe aproximadamente mais de mil comunidades que discutem temas relacionados à educação, seja ela formal ou informal. Cabe a você passear por elas e verificar quais delas seriam do seu interesse e, se for o caso, tornar-se um membro dela.

Muito embora, no Brasil, a literatura ainda seja restrita, de acordo com o que escreve Aguiar (2006 apud MESQUITA, 2008), nos últimos cinco anos, é crescente a utilização da técnica de Análise das Redes Sociais (ARS) em pesquisas realizadas pelos vários campos do conhecimento.

O interesse de compreender o impacto da rede sobre a vida social fez com que cada um desses campos originasse diferente técnica de análise, tomando, como ponto em comum, as relações entre os indivíduos numa estrutura de rede (Marteleto, Silva, 2004 apud MESQUITA, 2008).

O histórico de aplicação da técnica ARS resgata quatro principais vertentes (Guimarães, Melo, 2005 apud MESQUITA, 2008):

• a dos antropólogos da escola de Manchester, que documentaram a relação entre a estrutura da rede e a conduta pessoal em situações de luta política e conflitos sociais;

• a da escola de estudos de comunidades, tradicional no estudo das redes constituídas por parentes, amigos e vizinhos que proporcionam informações e ajuda em geral;

• a da escola de estudos de estimação do tamanho das redes pessoais, e a aplicação delas segundo os critérios de contatos acumulados, contatos ativos, centralidades e laços fortes;

• a da escola de estudo do capital social e redes pessoais, centrada nos estudos do capital social com foco na pessoa, do capital social centrado na rede e do capital social focado na sociedade civil organizada.

Hoje, o uso das redes sociais, nos mais variados segmentos sociais, tem feito do Brasil um país campeão, tanto na exploração desses recursos quanto em relação ao tempo dedicado a eles. Essa informação pode ser confirmada pela Figura 1, a seguir, extraída de Nielsen On-line.

Page 56: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

46 UNIUBE

Figura 1: Visitas às redes de relacionamento e blogs ao longo de 2008.Fonte: Nielsen On-line.

Segundo o último relatório da Nielsen On-line, 80% dos internautas brasileiros visitaram redes de relacionamento e blogs ao longo de 2008. Certamente, grande parte destas visitas está relacionada com o entretenimento, entretanto, sabemos que uma parcela considerável de usuário da web tem feito o uso das redes sociais para troca de informações e de experiências sobre cultura e educação. Nesse sentido, entendemos que a nossa inserção nesse universo interativo pode nos aproximar dos nossos alunos e de outros colegas de profissão.

2.3 A sociedade da informação, a virtualidade e as suas contribuições para a educação

Fazer uma reflexão sobre os novos rumos das ciências sociais e aplicadas na sociedade da informação e do conhecimento e que possa abranger, particularmente, a ciência da informação (CI), implica viver, hoje, o desafio de situar-nos diante de uma nova fase da história da humanidade.

Tal fase se caracteriza pelos desafios da globalização, das atividades econômicas e da transformação das bases materiais da vida, cujas concepções de tempo e espaço já não são as mesmas. Essas mudanças reorganizam e articulam a sociedade de forma muito complexa, a informação e o conhecimento apontam para significativas transformações econômicas, (geo) políticas, sociais, culturais e institucionais, cuja dinâmica tem sido impulsionada por “estratégias de acumulação”, que contêm, no seu cerne, processos de geração e difusão de novos conhecimentos.

Page 57: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 47

É um novo tempo que abre passagem para intermináveis fluxos de informação e impõe-nos uma cultura digital atravessada por uma revolução centrada nas tecnologias de informação e comunicação, remodelando a base material da sociedade, em ritmo acelerado. São características de uma sociedade da informação e do conhecimento que revelam não só a homogeneidade das formas sociais e de seus processos técnicos, mas, também, o novo aprendizado a partir do qual o indivíduo desenvolve a sua capacidade de processar todas as formas de informação e transformá-las em conhecimento.

Para Castells (1999), são configurações de um novo modo de desenvolvimento, amplamente decisivo, do ponto de vista estratégico, não apenas por sua forma de organização em redes, flexibilidade e instabilidade do emprego, individualização da mão de obra, mas, principalmente, por colocar o indivíduo diante de uma cultura de virtualidade real construída a partir de um sistema de comunicação onipresente, interligado e altamente sofisticado, que se completa por múltiplos softwares e ambientes digitais destinados a interligar professores e alunos.

Diante deste cenário desafiador, novas maneiras de aprender e de ensinar, dispostas em uma sociedade que também é virtual, em que dimensões de tempo e espaço são percebidas como sendo mais flexíveis e mutáveis, constata-se também como desafiador o papel da educação; o de pensar novas práticas para atender essas demandas.

A utilização dos computadores como recurso didático para o ensino, na linha behaviorista de Skinner, tinha o objetivo de levar informações ao usuário por intermédio de um diálogo entre o tutor (computador) e o tutorado (usuário). Para Valente (1999 apud YAMAMOTO e BARBET, 2001), as novas modalidades de uso do computador na educação apontam para uma nova direção, ou seja, o uso desta tecnologia não como máquina de ensinar, mas como uma nova mídia educacional em que o mesmo passa a ser uma ferramenta educacional de complementação, aperfeiçoamento e, de possível melhora, no processo de ensino.

Segundo Dallacosta et al. (1998), ao equipar a escola com computadores, não se pode ter a crença de que somente através do uso do equipamento, o aluno aprenderá mais, pois a forma com a qual o professor utiliza o computador é que trará contribuições positivas ou não, para o processo de ensino-aprendizagem.

A utilização desses recursos permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos.

Page 58: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

48 UNIUBE

Desta forma, pretende-se utilizar ferramentas e dispositivos de Realidade Virtual como uma inovação na utilização do computador como ferramenta didática, enfocando, por exemplo, a criação da simulação de modelo de partículas em ambiente 3D ou mesmo a simulação, execução e observação de reações químicas, todas utilizando o computador.

A Realidade Virtual (RV) é, antes de tudo, uma “interface avançada do usuário” que permite a este uma maior interação (navegação) em tempo real com o computador, tendo como características a visualização e movimentação em ambientes tridimensionais, em tempo real, e a interação com elementos desse ambiente (KIRNER; TORI, 2004).

O Second Life, por exemplo, é um ambiente virtual tridimensional no qual o usuário é transportado parcialmente ao mundo virtual, através de uma janela (por exemplo, monitor ou projeção), mas continua a sentir-se, predominantemente, no mundo real. Tomando como foco alguns softwares e suas aplicações, exploraremos, a seguir, um pouco desses ambientes virtuais de aprendizagem e seus recursos.

2.3.1 O mundo virtual no Second Life

Uma nova ferramenta que surge como promissora novidade para a caixa de ferramentas em EaD: o Second Life (SL) (Figura 2). Para alguns, não passa de um simples “joguinho”; para outros, é o futuro da Web, com o conceito de ’ilhas’, que substitui o de sites; de ‘trilhas’, que substitui o de menu; e a não necessidade de utilização de um browser (MAIA e MATTAR, 2007).

Figura 2: Tela de Interface inicial do programa Second Life.Fonte: THE. (2009).

Page 59: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 49

O Second Life é um ambiente colaborativo de realidade virtual, com interface 3-D, no qual é possível montar seu avatar, construir, comprar e vender objetos e, por isso, possui sua própria moeda, o “lindendolar”. Percebe-se, portanto, que este ambiente completa virtualmente, o conceito de propriedade intelectual.

Criado em 2002, pela Linden Labs, o Second Life emergiu como plataforma de eleição para o desenvolvimento de comunidades virtuais on-line, dada a sua vertente aberta. Apesar de ser propriedade da Linden Labs, todos os direitos de autor sobre os mundos e personagens criados pelos utilizadores pertencem aos próprios. Este fator inovador fez crescer o Second Life exponencialmente, uma vez que os utilizadores passaram automaticamente a cocriadores e puderam, desde então, participar na economia do SL. Assim, os utilizadores já sentiam que não estavam perdendo tempo, mas criando algo que poderia inclusive dar retorno financeiro.

Outros fatores de sucesso do Second Life estão ligados à facilidade com que se pode aceder, ou seja, ter acesso ao espaço, ao contrário de outros mundos virtuais como Sims, There ou Active Worlds.

Atualmente, a maior comunidade de brasileiros no Second Life se encontra na Ilha Brasil, que apresenta, diariamente, uma frequência de 90.000 residentes (dados 17/04/07). Esse é um mundo paralelo, onde jovens e adultos podem viver livremente sua segunda vida, assumindo a forma que quiserem e a aparência que desejar, concretizando e realizando seus planos até então impossíveis de serem atingidos no mundo real.

Esta possibilidade tecnológica veio abrir uma nova dimensão on-line, permitindo não só ao acesso digital através de metáforas mais próximas da nossa realidade, como abriu também, um novo campo de socialização e comunicação.

Em suma, os ambientes virtuais do tipo Second Life formam um completo novo paradigma do conceito de Internet, ao transformar o regular acesso 2D à informação em mundos de interação 3D.

Para entrar no Second Life, é necessário, primeiramente, ir ao site do Second Life – http://<www.secondlife.com> – e inscrever-se gratuitamente. Em seguida, terá de se efetuar o download do programa, que é também gratuito. Depois, entra-se no Second Life e chega-se à ilha Orientation, de onde consegue-se transportar – “Teleport” – para qualquer outro lugar.

PARADA OBRIGATÓRIA

Page 60: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

50 UNIUBE

No Second Life é possível voar, para se poder movimentar de um espaço para o outro. Para voar, é necessário acionar o botão “Fly” (voar) no menu inferior; para voar para cima, a tecla “PgUp” (page up); para descer, a tecla “PgDn” (page down); para parar de voar, o botão “Stop Fly” (parar de voar), onde antes estava “Fly” (voar).

Para caminhar, utilizam-se as setas do teclado. Para se ir a algum lugar, é melhor utilizar o “Search” (procurar) ou o mapa. Para outras manifestações, as teclas ou comandos são os seguintes: rir – F8; dançar – F12; chorar – Shift/F8; expressão de surpresa – F5, chamar a atenção – F4. Essas são só algumas ferramentas que o Second Life possui; poder-se-ia ainda utilizar ferramentas para alterar sua imagem, fazer compras e encontrar um amigo ou um lugar.

A utilização do SL como ferramenta educativa pode ser considerada natural, uma vez que os educadores não puderam deixar de observar este fenômeno de popularidade e começaram a explorar as suas potencialidades (APPEL, 2008). Como se poderá verificar no estudo, a investigação, que é ainda muito recente, vai mostrando a vontade que educadores têm em utilizar o Second Life como um ambiente de aprendizagem.

As instituições educacionais que já participam do Second Life parecem, até agora, estar lá, para marcar presença e fazer marketing, mas, há pesquisas em realização sobre as potencialidades da ferramenta para a EaD e mesmo algumas experiências pioneiras, como, por exemplo a inauguração Oficial do Congresso no ambiente VIRTUAL SECOND LIFE, onde estiveram presentes, neste evento, diversos educadores representando universidades particulares nacionais, Universidade de Harvard e a Universidade de Nova York, que já instalaram salas de aula no Second Life, discutindo sobre vários temas educacionais, na ilha Fortes Perez Cultural.

Segundo Mattar (2007), enxergamos de imediato a possibilidade de ampliar a riqueza dos chats com a realização de ‘aulas ao vivo’ no Second Life. Participar de uma aula em um ambiente 3-D traz lembranças espaciais e visuais, que praticamente não existem nos chats e podem, ainda, funcionar como elementos de reforço para o aprendizado.

Depois de participar de uma aula no Second Life, lembra-se em que lugar sentou, visual dos colegas de classe, posição do professor, sons que ouviu dos slides e vídeos aos quais assistiu, e tudo isso acaba sendo associado ao conteúdo estudado, auxiliando em sua memorização e incorporação e na consequente reflexão sobre o conteúdo.

Além disso, o ambiente é ideal para simulação. Por exemplo, pode-se dividir uma classe de marketing em grupos, com o desafio de cada grupo criar

Page 61: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 51

um produto e comercializá-lo, examinando-se, então, os resultados em um ambiente de realidade virtual, quase real. Aulas de engenharia, biologia, química e afins podem ser realizadas no Second Life com sucesso. Objetos podem ser explorados pelos alunos, por exemplo, em um curso de química. Enfim, parece que uma nova e instigante ferramenta informal poderá ser acrescentada em breve ao kit de ferramentas para tutoria em educação a distância.

No ensino de química, por exemplo, as perspectivas futuras são muito boas, pois, além das ferramentas já comentadas anteriormente, ainda tem-se a opção de criar ou visitar laboratórios virtuais, nos quais poder-se-á fazer demonstrações sobre reações químicas, ou quaisquer outros conceitos microscópicos que necessitam da abstração do aluno.

Dentro do Second Life, ainda existem ferramentas que proporcionam a transferência de arquivos relacionados à aula ministrada em tempo real, ou seja, todos os slides ou textos estudados são transferidos aos alunos, no instante da aula.

Percebe-se, portanto, que o Second Life é uma ferramenta que pode gerar contribuições na aprendizagem de todas as ares do conhecimento. Há, sem dúvida, vários limitadores, como a necessidade de baixar o software e o elevado nível de exigências de hardware para que o programa possa rodar, além de uma longa curva de aprendizado para utilizar a ferramenta e, principalmente, para construir objetos. De qualquer maneira, o uso de ambientes virtuais 3-D, especialmente desenvolvidos para o uso educacional, tende a se tornar uma realidade em brevíssimo tempo, sobretudo na educação a distância (MAIA; MATTAR, 2007).

2.3.2 RIVED

O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância - SEED, que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem.

Pode ser considerado um objeto de aprendizagem, qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para dar suporte ao aprendizado. Sua principal ideia é “quebrar” o conteúdo educacional disciplinar em pequenos trechos que podem ser reutilizados em vários ambientes de aprendizagem. Qualquer material eletrônico que forneça informações para a construção de conhecimento pode ser considerado um objeto de aprendizagem, seja essa informação em forma de imagem, uma página HTML, uma animação ou simulação. Tais conteúdos primam por estimular o raciocínio e o

Page 62: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

52 UNIUBE

pensamento crítico dos estudantes, integrando o potencial da informática às novas abordagens pedagógicas. A meta pretendida disponibilizando esses conteúdos digitais é melhorar a aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do aluno.

Além de promover a produção e publicar na web os conteúdos digitais para acesso gratuito, o RIVED (Figura 3) realiza capacitações sobre a metodologia para produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas instituições de ensino superior e na rede pública de ensino.

Figura 3: Site explicativo do uso dos objetos de aprendizagem.Fonte: SEED RIVED (2009).

O Brasil iniciou sua participação no Projeto Rived - Fábrica Virtual, em 2004, motivado pelas possibilidades de inclusão das novas tecnologias no processo de formação de professores. Esse projeto é desenvolvido pelo Ministério de Educação - MEC, pela Secretaria de Educação a distância - SEED e Secretaria de Educação Básica - SEB. Tem como propósito a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem, para as diferentes áreas do conhecimento, no intuito de melhorar e adequar às condições de ensino-aprendizagem e incentivar a utilização de novas tecnologias nas escolas. Além disso, quer criar nos licenciados envolvidos no projeto uma postura ativa no âmbito escolar, que os leve a abandonar aquela que os faz simples consumidores de tecnologias digitais, promovendo, desse modo, um diferencial na sua formação acadêmica.

Page 63: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 53

Novas e diversas perspectivas convergem à atenção do indivíduo e, nesse sentido, a educação também está inserida no universo digital. Por sua vez, a educação se traduz como ambiente que prepara a criança e/ou adolescente para interagir na sociedade. Então, a escola e seus educadores sentem a urgência que se operou no campo da informação humana e o quanto temos que preparar nossos alunos para que possam usufruir, de modo consciente e responsável, o espaço digitalizado. Minimizam-se dificuldades com o entendimento de que a exclusão social faz parte do campo do complexo, e necessário, uso do mundo digital, como forma de inclusão e de possibilidade de interação entre sujeito e sociedade.

O RIVED, desse modo, se configura como um forte esquema visualizado pelos órgãos governamentais, ligados à educação, que tem se mostrado preocupado com a inclusão do espaço digital, no que concerne ao meio educativo.

Além da simulação de experimentos, os softwares oferecem a possibilidade de estudo, pesquisa e do desenvolvimento de projetos interdisciplinares. O uso da informática para o ensino dos mais variados conteúdos é visto pelos alunos como um ponto que desperta maior interesse nas aulas. Vale ressaltar que essa discussão não pode ocorrer isolada do coletivo da escola, caso contrário, o espaço da Sala Ambiente de Informática não proporcionará a quebra na realidade do giz /lousa, que ainda impera no cotidiano de muitas escolas nos dias atuais.

Em um contexto geral, a utilização destes ambientes onde há integração interdisciplinar e a proposta de utilização de tecnologias ainda é pouco notória. Sendo assim, a seguir, serão apresentadas as etapas do processo de planejamento, desenvolvimento e validação de um objeto de aprendizagem, com o intuito de servir como parâmetro e incentivo para futuros professores que queiram trabalhar com objetos de aprendizagem sejam de forma presencial ou a distância.

2.3.3 O Desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem - OA

O desenvolvimento de OA, enquanto produto, necessita de três fases: planejamento ou modelagem, desenvolvimento e validação. O desenvolvimento em si do objeto é realizado por profissionais da área de computação, ou seja, consiste no envolvimento da equipe técnica. Para o desenvolvimento destes objetos, utiliza-se a ferramenta FLASH MX 2004, que utiliza a linguagem de programação Action Script 2.0 ou recursos da linguagem JAVA. Para a organização dos textos do OA, utiliza-se o formato XML. O formato XML possui um recurso que proporciona a reutilização dos objetos através da manipulação de texto pelo usuário, garantindo a facilidade em uma futura edição ou tradução dos textos do OA.

Page 64: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

54 UNIUBE

A modelagem (planejamento) é realizada por profissionais da área de interesse, como licenciados, pedagogos e outros professores das demais áreas, juntamente com o apoio dos profissionais da computação. Esta fase é subdividida em outras três, o Design Pedagógico, Roteiro e Guia do Professor.

• Design Pedagógico: nesta fase, obtém-se um documento que descreve, em linhas gerais, as ideias dos autores para um determinado módulo. Este contém os objetivos educacionais, o tema central e permite à equipe pedagógica fazer um esboço das atividades de ensino/aprendizagem.

• Guia do Professor: o guia do professor, “conduz as atividades em sala de aula”, não se limitando a instruções básicas de como utilizar a atividade, mas oferecendo também apoio conceitual e pedagógico. Ao elaborar tais estratégias de aprendizagem, os professores antecipam as possíveis reações que os alunos poderão apresentar ao interagir com o material, evitando assim, erros conceituais mais comuns e traçando rotas de aprendizagem.

• Roteiro: o roteiro é um guia importante que auxilia no planejamento dos objetos multimídia, mostrando as telas individuais e a sequência das mesmas, ou seja, é importante principalmente para a equipe de produção, oferecendo uma noção geral de como a produção ficará. É nesta fase que são colocados as ferramentas de animações, links a serem acessados, gráficos e botões de ações a serem executados pelos alunos. Cada um dos elementos dessa sequência é construído utilizando o software da Macromedia Flash.

Como vimos, o roteiro é construído e idealizado pela equipe pedagógica; no entanto, para a validação esperada do mesmo, é necessário que as equipes de desenvolvimento (técnicos) e de planejamento (pedagógica) trabalhem integradas em etapas anteriores, buscando assegurar que o conteúdo idealizado possa ser desenvolvido e o seu produto reflita, de fato, o que foi modelado pela equipe pedagógica.

A seguir, podemos observar um esquema com os passos para a montagem de um objeto de aprendizagem.

Page 65: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 55

Figura 4: Fluxograma dos documentos que compõem a fase de construção de um OA.

A sequência de documentos mostrada na Figura 4 e a definição do conteúdo de cada um deles é um padrão criado pelos responsáveis pelo projeto “Fábrica Virtual”.

O guia do professor foi produzido concomitantemente com o objeto de aprendizagem, mas antes da confecção dos mesmos foram feitas, inicialmente, várias pesquisas em livros didáticos do ensino médio, superior e revistas, com intuito de encontrar exemplos e curiosidades que servissem de auxílio ao professor durante a utilização do objeto.

A seguir, mostraremos um exemplo de construção de um OA, feito por alunos da Universidade Federal de Uberlândia, para o tema Propriedades da Matéria da área de Química, que aborda os tópicos Densidade e Ponto de Ebulição, e os detalhes de sua implementação.

REGISTRANDO

Page 66: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

56 UNIUBE

2.3.4 Os aspectos pedagógicos da construção de um OA

Após a escolha do tema, os alunos iniciaram a construção do Design Pedagógico, optando pela simulação de um laboratório de Química, visando aproximar o aluno da parte prática. Além disso, a escolha visa, também, estimular a aplicação dos conhecimentos obtidos em sala de aula, uma vez que este OA pode ser utilizado tanto para a introdução dos conceitos, quanto para uma revisão destes do ponto de vista prático.

A estrutura do objeto em questão foi subdividida em duas experiências, que envolvem os tópicos sobre densidade e ponto de ebulição, e um questionário com questões. O aluno é acompanhado por um professor virtual que o direcionará durante as experiências e quanto ao uso dos recursos. Além disso, o aluno pode fazer suas observações e anotações em uma espécie de bloco de notas virtual, disponível em todas as telas, e também uma biblioteca com informações teóricas sobre os conteúdos.

O objeto em questão possui uma tela inicial para “carregar” o programa (loading) com toda animação inicial do objeto. Na sequência, é mostrado o título e um comentário inicial acerca do conteúdo abordado. Na tela seguinte, o aluno é apresentado ao professor virtual, em que este questiona seu nome, criando uma maior interatividade com o aluno. Dando início à atividade, o professor virtual fala ao aluno que possui duas substâncias e que precisa identificá-las sem a utilização das propriedades organolépticas, portanto, serão realizados testes em relação as suas densidades. O aluno é induzido a realizar alguns testes para descobrir se a substância é pura ou uma mistura.

Para o teste da densidade, são mostrados dois béqueres que contêm duas substâncias aparentemente iguais, denominadas de “X” e “Y”. O objeto tráz também uma balança, na qual o aluno possa medir as massas dos líquidos, através da subtração das massas dos béqueres vazios. Com os volumes já informados, ele pode calcular a densidade dos dois líquidos em questão. Paralelamente, outra experiência é apresentada ao aluno, objetivando mostrar como a temperatura pode afetar a densidade da água. Para tanto, disponibiliza-se um Béquer contendo água, a balança e duas temperaturas. Esta experiência é seguida da questão sobre como a temperatura afeta a densidade da água.

A fim de realizar um detalhamento maior, tem-se a primeira animação interativa, na qual o aluno possui uma visão microscópica do Béquer, ao centro, acompanhada por uma visão completa do mesmo, no canto esquerdo, e um botão no canto direito. Tal botão permite ao aluno alterar a temperatura ambiente de 100ºC a – 20ºC. A cada alteração da temperatura, observa-se, na animação, que há uma variação na distância e velocidade de

Page 67: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 57

vibração das moléculas de água e também no volume do líquido (QUEIROZ et al., 2005).

Após a interação entre professor virtual e aluno, este é questionado sobre as diferenças existentes entre as amostras analisadas. Caso o aluno não tenha percebido as diferenças entre elas, o professor propõe o reinício do experimento, a fim de percebê-las. O aluno é informado que as análises feitas, tomando por base somente a propriedade específica densidade não são seguras e sugere que ele faça uma análise do ponto de ebulição.

Na tela da experiência sobre o Ponto de Ebulição, estão presentes dois Béqueres com as amostras e o Bico de Bussen com a tela de amianto. O aluno é instruído a colocar cada Béquer sobre o bico de Bussen para observar o gráfico do ponto de ebulição da substância. O gráfico dará condições de responder se as amostras “X” e “Y” são puras ou misturas.

Assim como no primeiro experimento, o aluno, em uma nova tela, realiza o experimento do ponto de ebulição sobre condições ambientais diferentes. Neste caso, o aluno varia a pressão atmosférica e analisa o gráfico nas três diferentes pressões sugeridas na experiência. Em seguida, tem-se outra animação interativa, na qual se notam como as várias pressões atuam nas moléculas e porque há uma alteração no ponto de ebulição da substância. Ele seleciona a pressão e observa as moléculas de água desprendendo-se em quantidades diferentes de acordo com a pressão escolhida. (QUEIROZ et al., 2005).

Terminada a animação, apresentam-se três questões, cada uma com quatro alternativas, possuindo também uma mensagem de feedback para cada uma delas. Finalizando o objeto, o aluno recebe os cumprimentos por parte do professor virtual e tem-se a opção de reiniciar o experimento.

O que podemos observar com o estudo destes objetos de aprendizagem é que são ferramentas que poderão contribuir se utilizadas corretamente, facilitando e motivando alunos a perceberem a química de um ângulo diferente. Outro ponto importante é a possibilidade de apresentar ao aluno um laboratório de Química, já que muitas escolas de ensino médio não possuem um, seja por questões financeiras ou de segurança. Portanto, mesmo que virtual, teriam a noção de utilização e visualização de um laboratório químico.

2.4 Bibliotecas e bases de dados on-line

Quando você tinha que desenvolver um trabalho escolar, onde você buscava dados, informações e conhecimento sobre o assunto?

Page 68: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

58 UNIUBE

Certamente, para a maioria, a primeira fonte lembrada era a biblioteca, não é mesmo? Ou seja, já consultamos muito e ainda consultamos, com intensidade, os fiéis livros!

Veja que Cervo (2002, p. 88), ao descrever sobre o assunto, registra que “praticamente todo o conhecimento humano pode ser encontrado nos livros ou em outros impressos que se encontram nas bibliotecas”.

Os locais e as formas em que encontramos conhecimento para construir outros novos conhecimentos estão cada vez mais diversificados, e para que você possa usufruir desse novo cenário é preciso estar atento às mudanças que vêm ocorrendo.

Devido ao atual contexto, confirmado inclusive pelo próprio Cervo (2002, p. 89): “[...] a fonte das informações, por excelência, estará sempre na forma de documentos escritos, estejam eles impressos ou depositados em meios magnéticos ou eletrônicos”. Talvez seja interessante você, a partir de agora, diversificar cada vez mais os locais e os tipos de materiais para consultar quando desenvolver seus trabalhos acadêmicos, ou realizar buscas sobre temas que precise trabalhar com seus alunos.

Em virtude das transformações sociais, tecnológicas e das atuais formas de gerenciamento de recursos de informação, temos vivido mudanças no que podemos chamar de paradigma dos modelos tradicionais das bibliotecas. Este fato tem ajudado, inclusive, a formular um novo conceito de biblioteca.

Nessa perspectiva, surgem as Bibliotecas Digitais que têm se apresentado como alternativa para ampliar as condições de busca, disponibilidade e recuperação de informações de forma globalizada, qualitativa, pertinente e racional. As Bibliotecas Virtuais viabilizam a democratização da informação, respeitando o ritmo e a disponibilidade de tempo de cada pessoa que tenha interesse em usufruir dos seus recursos.

Vejamos, agora, um conceito de Biblioteca Digital:

a biblioteca digital difere das demais, porque a informação que ela contém existe apenas na forma digital, podendo residir em meios diferentes de armazenagem, como as memórias eletrônicas (discos magnéticos e ópticos). Desta forma a biblioteca digital não contém livros na forma convencional e a informação pode ser acessada, em locais específicos e remotamente, por meio de redes de computadores. A grande vantagem da informação digitalizada é que ela pode ser motivo para que possamos

Page 69: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 59

realizar esse levantamento de forma que não comprometa a pesquisa realizada. Uma das maneiras compartilha da instantânea e facilmente, com um custo relativamente baixo. (BARKER apud MARCHIORI,1997).

Vejamos alguns exemplos de bibliotecas digitais, que também são conhecidas como bibliotecas virtuais. Para conhecê-las, assim que tiver uma oportunidade, acesse os links indicados.

• Biblioteca Virtual de Educação a Distância(<http://www.prossiga.br/edistancia>)

• Biblioteca Virtual do Rio Grande do Sul(<http://www.fee.tche.br/bibvirtual/>)

• Biblioteca Virtual de Educação(<http://bve.cibec.inep.gov.br/>)

• Biblioteca Virtual de Ciências Sociais(<http://www.prossiga.br/ifcsufrj/csociais>)

• Biblioteca Virtual de Literatura(<http://www.prossiga.br/pacc/bvl>)

• Biblioteca Virtual Mulher(<http://www.prossiga.br/bvmulher/cedim>)

Ainda sobre essa perspectiva de diversificação de fontes de pesquisa, existe um serviço que também é muito utilizado: realizar consultas em metabuscadores. Podemos citar alguns exemplos: Google (www.google.com), Alta vista (<www.altavista.com>), Cadê (<www.cade.com.br>) e Yahoo (<www.yahoo.com.br>).

Nada contra os serviços prestados pelos metabuscadores, até porque eles vêm aperfeiçoando cada vez mais os serviços prestados aos seus usuários. O maior problema percebido nos serviços de pesquisa prestados por eles é que os links trazidos como respostas às pesquisas realizadas, muitas vezes, referem-se a sites e arquivos que não passaram por uma seleção ou uma análise criteriosa de uma equipe editorial, que se preocupe inclusive com a publicação de textos com informações essenciais à organização das referências, como por exemplo: nome do autor e data de publicação.

SAIBA MAIS

Page 70: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

60 UNIUBE

O Google, por exemplo, lançou recentemente um serviço chamado Google Acadêmico, um serviço que viabiliza buscar artigos, teses e outras publicações produzidas no meio acadêmico. Para conhecer o Google Acadêmico, acesse <http://scholar.google.com/advanced_scholar_search>. Em serviços específicos como esse, as possibilidades de acesso a sites incompletos são minimizadas, mas mesmo assim é preciso manter-se atento.

As bases de dados on-line são serviços, via web, com menos opções que as bibliotecas virtuais, mas que não se comportam como os metabuscadores, quanto à seleção dos documentos disponibilizados.

Problemas editoriais, como os que acontecem com os metabuscadores, são evitados nas biblioteca digitais e nas bases de dados on-line, que são uma outra alternativa que podemos usufruir para diversificar as nossas fontes de pesquisa.

Algumas dessas bases de dados on-line são de acesso público e outras privado. No Brasil, temos um número considerável de bases de dados com acesso livre.

Uma das bases mais ricas disponíveis é a PERIÓDICOS. Acesse assim que puder, ou se necessitar realizar pesquisas no endereço:

<http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp>.

Uma outra base de dados que possui um rico acervo é SCIELO: <http://www.scielo.br>

Um outro recurso interessante que vem sendo explorado por pessoas do meio acadêmico, seja para consultar ou auxiliar na realização de pesquisas, são as enciclopédias livres e colaborativas. Elas estão disponíveis na Web e podem contar com a nossa ajuda, inclusive na manutenção das informações publicadas.Uma delas, a Wikipedia (http://wikipedia.org/), criada em 2001, disponível em mais de duzentos idiomas.

Observe como a dinamização do acesso ao conhecimento está cada vez mais presente. Pense nisso !

EXEMPLIFICANDO!

SAIBA MAIS

Page 71: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 61

2.5 Conclusão

Espera-se que, a partir dessa leitura, você tenha percebido a necessidade da ampliação do conceito de aprendizagem. E, ainda, compreendido que os recursos tecnológicos disponíveis têm exigido do educador habilidades em sua ação pedagógica, identificando os cenários de ensino e aprendizagem, reconhecendo a necessidade de formação continuada para o planejamento de recursos didáticos, e, por último, compreendendo tais recursos como estratégia facilitadora de seu trabalho.

Resumo

Percebe-se, hoje, um veloz progresso científico. A quantidade de conhecimento produzido só não é maior do que a quantidade de conhecimento que se torna obsoleto. Além disso, com a constante aceleração do avanço tecnológico, continuamos produzindo cada vez mais conhecimento, em intervalos de tempo cada vez menores. Essa realidade, visando a educação e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia deixa clara a relação entre o desenvolvimento tecnológico e a popularização das ciências. Uma das fases desse processo é possibilitar que cada indivíduo tenha a oportunidade e a condição de adquirir o conhecimento básico sobre ciência e seu funcionamento, de ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho e de atuar política e socialmente como membro integrante de uma sociedade contemporânea, permeada de direitos e deveres. Diante de avanços dominantes de altas tecnologias, nos deparamos com novas possibilidades de uso de tecnologias, visando aperfeiçoar o processo de ensino/aprendizagem. Desta forma, certas tentativas de ampliar a educação, podem ser entendidas como formas de aproximar o universo da tecnologia com o cenário educativo. Nesse sentido, propomos neste texto um diálogo entre áreas que vêm se complementando, em busca de uma prática pedagógica que privilegie a formação do indivíduo social de forma pluralista.

Atividade 1

Atividades

Existe, hoje, disponível tanto para nós educadores, quanto para nossos educandos, uma série de serviços que podemos usufruir em benefício do processo de ensino-aprendizagem. Vimos, no decorrer do capítulo, a apresentação de alguns desses serviços. Analise os exemplos apresentados na segunda coluna do quadro a seguir, assinalando-os, com base nas opções apresentadas na primeira coluna.

Page 72: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

62 UNIUBE

a) Redes sociais( )

Elas se diferem das demais, porque a informação que elas contêm existe apenas na forma digital, podendo residir em meios diferentes de armazenagem, como as memórias eletrônicas (discos magnéticos e ópticos). Desta forma, elas não possuem acervo na forma convencional e a informação pode ser acessada, em locais específicos e remotamente, por meio de redes de computadores. A grande vantagem é que elas podem ser motivo para que possamos realizar esse levantamento de forma que não comprometa a pesquisa realizada. Elas podem ser compartilhadas instantânea e facilmente, com um custo relativamente baixo.

b) Second Life( )

Programa da Secretaria de Educação a Distância - SEED, que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem.

c) RIVED( )

Trata-se de um ambiente virtual tridimensional no qual o usuário é transportado parcialmente ao mundo virtual, através de uma janela (por exemplo, monitor ou projeção), mas continua a sentir-se, predominantemente, no mundo real. Tomando como foco alguns softwares e suas aplicações, exploraremos, a seguir, um pouco desses ambientes virtuais de aprendizagem e seus recursos.

d) Objetos de aprendizagem ( )

Qualquer recurso que possa ser reutilizado para dar suporte ao aprendizado e que tenha como principal ideia, a de “quebrar” o conteúdo educacional disciplinar em pequenos trechos que podem ser reutilizados em vários ambientes de aprendizagem. Tais conteúdos primam por estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, integrando o potencial da informática às novas abordagens pedagógicas. A meta pretendida disponibilizando esses conteúdos digitais é melhorar a aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do aluno.

e) Bibliotecas Virtuais ( )

Correspondem a uma das formas de representação dos relacionamentos virtuais e também é uma das formais mais atuais de compartilhamento de ideias entre pessoas que possuem interesses e objetivos em comum e também valores a serem compartilhados. Orkut, Twitter, Facebook, Sonico, MySpace, Ning e Badoo são exemplos de redes sociais que vêm sendo, cada vez mais, exploradas nas mais variadas áreas do conhecimento humano.

Page 73: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 63

Assim como nos ambientes convencionais, um ambiente virtual de ensino-aprendizagem colaborativo adequado para a construção do conhecimento e para o desenvolvimento de habilidades e competências deve levar em consideração alguns aspectos. Examine as alternativas a seguir, e assinale aquelas que, na sua opinião, são fundamentais para o processo ensino-aprendizagem.

a. ( ) planejamento das aulas;b. ( ) escolha adequada dos materiais didáticos;c. ( ) acompanhamento sistematizado;d. ( ) verificação da aprendizagem dos alunos;e. ( ) avaliação de todo o processo;f. ( ) acesso ao grau de conhecimento em informática do aluno;g. ( ) todas as alternativas.

Atividade 2

Page 74: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

64 UNIUBE

Referências

ALAVA, Séraphin. Uma abordagem pedagógica e midiática do ciberespaço. Pátio revista pedagógica. Porto Alegre: Artes Médica Sul Ltda, n. 26, p. 8-11, maio. 1998.

APPEL, J. Second Life Develops Education Following. In School News On-line. Disponível em <http://www.eschoolnews.com/news/showstory.cfm?ArticleID=6713> Acessado em 13 Abr 2008.

CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas. São Paulo: Cultrix, 2002.

CASTELLS, M. A sociedade em rede – A era da informação – Vol.1, 10. ed. São Paulo: Paz e Terra,1999.

CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.

CHAVES, Eduardo O. O professor e a tecnologia: um encontro possível com a filosofia. Disponível em: <www.escola2000.org.br/pesquise/texto/textos_art.aspx?id=21>. Acesso em: 22 maio 2005.

COSTA, Leonardo Figueiredo. As comunidades virtuais e um paralelo com as comunidades na modernidade e as comunidades na tradição. Disponível em: < http://www.facom.ufba. br/ciberpesquisa/seminario/leonardo.htm#_ftn2>. Acesso em: 28 nov. 2005.

DALLACOSTA, A.; FERNANDES, A.M.R.; BASTOS, R.C. Desenvolvimento de um software educacional para o ensino de Química relativo à tabela periódica In: IV CONGRESSO RIBIE, 1998, Brasília.

HARDAGH, Cláudia Coelho. Redes sociais virtuais: uma proposta de escola expandida. 2009. 157 p. Dissertação (Tese de Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de São Paulo, São Paulo.

KIRNER, C.; TORI, R. Introdução à Realidade Virtual, Realidade Misturada e Hiperrealidade. In: Conceitos e Tendências, 2004, São Paulo – SP. SVR’2004 – VII Symposium onVirtual Reality. São Paulo-SP.

LITTO, Frederic Michael. Previsões para o futuro da aprendizagem. Disponível em: <http://www.futuro.usp.br/producao_cientifica/artigos/fl _futuroaprendizagem.htm> . Acesso em: 28 nov. 2005.__________. O novo ambiente para aprendizagem. Disponível em: <http://www.futuro.usp.br/producao_cientifica/artigos/fl _novoambiente.htm>. Acesso em 28 nov. 2005.

Page 75: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 65

MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo, SP; Pearson Prentice Hall, 2007.

MARCHIORI, P.Z. “Ciberteca” ou biblioteca virtual: uma perspectiva de gerenciamento de recursos de informação. Ci. Inf, v. 26, n.2, p. 114-24, maio/ago. 1997.

MESQUITA, Rafael Barreto de et. al. Análise de redes sociais informais: aplicação na realidade da escola inclusiva. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 12, n. 26, set. 2008 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832008000300008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 jan 2010.

MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov.htm>. Acesso em: 31 maio 2005.

MORAN, José Manuel. Tv e vídeo na escola. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm >. Acesso em: 31 maio 2005.

MORAN, J. M.; MASETTO, M.; BEHRENS, M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7. Ed. Campinas: Papirus, 2000.

PALLOF, Rena M. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004.

PINO, Ivany R. Novas tecnologias e educação: construção de ambientes de aprendizagem. Disponível em: <http://www.propp.ufms.br/ppgedu/geppe/artigo5.htm>. Acesso em: 29 nov. 2005.

SEED RIVED - Ministério da Educação. Disponível em: <http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php>. Acesso em: 17 set. 2009.

REDE SOCIAL. In: WIKIPÉDIA, a enciclópedia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w.index.php?title-Rede_social&oldid=25759257>. Acesso em: jul 2009.

THE Stranger. Disponível em: <http://slog.thestranger.com/categories/nerd/>. Acesso em: 18 ago. 2009.

YAMAMOTO, I.; BARBET, V. B. Simulações de Experiências como Ferramenta de Demonstração Virtual em Aulas de Teoria de Física. Revista Brasileira de Ensino de Física, 23 (2).

Page 76: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte
Page 77: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Introdução

Conceitos básicos no uso da tecnologia na educação – Ensino Básico

Capítulo3

Djalma Gonçalves Pereira

Objetivos

Neste capítulo, convido você a ingressar no mundo das tecnologias e usá-las no desenvolvimento do ensino da Matemática. Seja você um expert no uso de computadores ou não, esse capítulo lhe dará novas formas de olhar e compreender o ensino de Matemática, bem como das aplicações possíveis para um computador.

Venha comigo nesse estudo e deixe-se levar pelas leituras e atividades propostas.

Uma nova educação espera por você!

Ao final deste capítulo, você será capaz de:

• selecionar e encontrar os principais recursos tecnológicos disponíveis na Internet;

• construir planilhas de cálculo utilizando fórmulas e gráficos;

• desenvolver atividades utilizando a Planilha de Cálculo;

• construir formas geométricas de todos os tipos utilizando a linguagem Logo;

• propor e desenvolver atividades de geometria a partir do Super Logo.

Page 78: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

68 UNIUBE

Esquema

3.1 Justificativa do estudo das tecnologias na educação3.2 Bons softwares. Onde encontrá-los?3.3 Editor de textos matemáticos3.4 Usando Planilhas de cálculo para desenvolver o raciocínio

matemático e o conhecimento dos números3.5 Super Logo – orientação espacial, lógica e abstração de medidas

angulares

3.1 Justificativa do estudo das tecnologias na educação

Depois de seis anos trabalhando com alunos de todos os níveis de ensino (infantil ao superior), utilizando como recurso para o ensino da matemática o computador e suas ferramentas, obtive resultados positivos relevantes. Isso gerou em mim a necessidade de estimular e desenvolver situações propícias a análise, estudo e discussão do uso das ferramentas tecnológicas em sala de aula pelos alunos e na formação de professores.

A tecnologia estimula os alunos a estudarem e pesquisarem conteúdos aplicados em sala de aula, visto que com o uso do computador estes sentem-se motivados a aprender, devido sua familiaridade com o recurso, proporcionando ao educador novas abordagens no processo ensino-aprendizagem.

O computador como ferramenta de estudo desenvolve a autonomia e a responsabilidade do aluno, pois o processo exige que organize ideias, tome decisões, manobre informações, escolha ferramentas adequadas e compartilhe saberes. Tudo isso favorece a integração de alunos e professores.

O educador consciente deste processo tem em seu alcance a chance de proporcionar aos seus alunos uma aprendizagem significativa. O desafio para isso é que conheça as ferramentas disponíveis e consiga a partir delas, criar, baseando-se em suas experiências para promover atividades que desafiem o aluno a resolver problemas, usando o computador e seus recursos como ferramentas facilitadoras no processo de compreensão e apropriação do conhecimento.

Levar o aluno a investigar e contextualizar suas descobertas são passos primordiais no percurso do desenvolvimento pessoal e educacional.

Page 79: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 69

Estimular os professores a conhecerem as tecnologias disponíveis e apropriassem delas para que sejam suas aliadas é um dos meus objetivos neste trabalho. Atento para não cairmos no erro de simplesmente reproduzirmos nossas velhas práticas de sala de aula em ambientes informatizados.

É preciso ter em mente que a tecnologia precisa ser utilizada como uma nova linguagem e não apenas como uma roupagem para o velho.

Não podemos esquecer que segundo a abordagem de Brandão (1995), quando se discute a relação entre Informática e Educação, frequentemente, emergem questões sobre quais seriam o verdadeiro papel do computador em atividades de ensino. Nesse contexto, cada resposta única e fechada a um só argumento será equivocada, pois essa questão depende de vários fatores aos quais não podemos simplesmente desprezá-los, tais como o contexto onde se opera a capacidade criativa do professor, o software disponível e, acima de tudo, os objetivos que se deseja alcançar.

Não podemos desprezar a necessidade global dos jovens de concluir seus estudos com um conhecimento básico sobre a estrutura e o funcionamento das máquinas mais comuns, tais como, calculadoras, impressoras, celulares e computadores. Mais que ensinar aos jovens a utilização das máquinas é preciso torná-los pessoas capazes de realizar uma avaliação crítica de seus benefícios e malefícios, já que nossa sociedade tornou-se altamente dependente das máquinas.

As máquinas estão cada vez mais complexas e abrangem recursos diversos em um mesmo aparelho, fazendo com que as pessoas muitas vezes assumam posições de apatia e inércia diante da incompreensão de seu funcionamento, sentindo-se impotente para compreendê-las e usá-las, levando-os ocasionalmente a uma atitude de resignação e impotência.

É óbvio que não é papel da escola ensinar a seus alunos a usar um aparelho de celular ou uma TV, pois possuem uso corriqueiro na sociedade, mas abordar seus efeitos positivos e negativos, levando ao uso crítico e racional desses aparelhos sim, este é o papel da escola moderna!

Tirar proveito das tecnologias para a educação é nossa obrigação, com isso abriremos um canal eficiente no processo de diálogo e relacionamento com nossos jovens.

Para tornarmos real este panorama, é necessário investir no professor que, por vezes, possui menos conhecimento a respeito das máquinas que os próprios alunos. Por isso, proponho a união dos conceitos educacionais,

Page 80: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

70 UNIUBE

comunicação e tecnologias, para o estudo das possibilidades da ação do professor, a fim de possibilitar e facilitar seu trabalho, promovendo o êxito.

Não se faz urgente nos dias de hoje o desenvolvimento de novos softwares educacionais, mas da formação de professores capazes de operacionalizar estas máquinas com criatividade, fazendo com que o computador deixe de ser um obstáculo e torne-se um aliado em sua prática profissional.

O uso das tecnologias na educação trará aos alunos uma sensação de pertencimento no processo educacional integrando-o como indivíduo que pensa, descobre e vibra com as suas descobertas. A interação com colegas mediante a troca de experiências promove a socialização e o bem estar da classe.

Existe hoje uma grande variedade de softwares gratuitos de boa qualidade que permitem a qualquer pessoa ter acesso às tecnologias educacionais.

A procura por um formato de navegação intuitiva com modelos de gerenciamento tecnológicos que permitam a individualização de acordo com o perfil do aluno deve ser preocupação do educador, mas para isso é necessário que o mesmo conheça bem o software que está utilizando e suas possibilidades.

É perceptível que esta forma de trabalho com os alunos permite estabelecer um alto grau de interatividade entre os atores do processo ensino-aprendizagem, tendo o computador como ponto de ligação e de facilitação de linguagem, diminuindo a distância entre professor e aluno.

Nota-se claramente a existência de uma divisão cultural entre as pessoas que participam do processo de evolução tecnológica daquelas que preferem permanecer à margem de tudo isso. Devemos então nos perguntar:

Como o professor deve se portar mediante a enxurrada de dispositivos tecnológicos que invadem todos os dias sua sala de aula sem pedir licença?

Como fazer para recuperar o tempo perdido e estabelecer um elo com o novo?

Qual é a formação que preciso para usar com sucesso as tecnologias em minhas aulas?

Page 81: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 71

Tentaremos responder estas e outras perguntas através de atividades propostas que pretendem apresentar a vocês algumas das possibilidades e exigências para o uso do computador na sala de aula.

3.2 Bons softwares. Onde encontrá-los?

Diversos softwares estão disponíveis na rede mundial prometendo auxiliar no estudo dos mais diversos conteúdos, e com a Matemática não é diferente. São softwares ricos em cores, gráficos e artifícios animados que procuram seduzir o estudante a embarcar por completo na aventura do descobrimento dos números e suas magníficas operações, mas muitos deles, na verdade, distorcem axiomas e definem como generalizações processos duvidosos, o que pode provocar uma regressão ainda maior para o estudante.

Os melhores exemplos de software são encontrados nos portais das universidades juntamente com relatos de experiência de seu uso e aplicações.

Baseado nesta preocupação, realizei uma pesquisa dos softwares mais completos e com referências relevantes que pudessem embasar nosso estudo a estas tecnologias, a fim de apresentá-los a vocês neste capítulo.

Vamos conhecer, então, quais são eles e onde encontrá-los.

3.2.1 O Winplot

O software Winplot foi desenvolvido pelo Professor Richard Parris, da Philips Exeter Academy, no ano de 1985. Sua versão em português foi traduzida pelos professores Aldelmo Ribeiro de Jesus e Carlos César Araújo e estão disponibilizadas gratuitamente no site de downloads Baixaki (<http://www.baixaki.com.br/download/winplot.htm>).

O Winplot é um software interativo e bastante simples, usado para a construção e estudo de gráficos gerados por funções 2 e 3 D. Ele também permite interferências do usuário, que com um pouco de criatividade poderá adaptar as atividades ao cotidiano.

O Winplot é um forte aliado do professor para se fazer entender em temas complicados, e para os alunos poderem visualizar com clareza as nuances e variações que propiciam a compreensão dos conceitos envolvidos nas funções.

Page 82: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

72 UNIUBE

Sua instalação é simples, basta copiar o arquivo único e executável do programa para uma pasta e sempre que precisar usá-lo aplicar um clique duplo em seu ícone, pois trata-se de um arquivo executável (.exe).

3.2.2 O Super Logo

O Super Logo é um software desenvolvido pelo MIT (Instituto de Tecnologia Miltar dos Estados Unidos) no ano de 1975, como um software experimental para o uso da tecnologia na educação. Hoje é um dos mais reconhecidos softwares educacionais e utilizado em todas as faixas etárias graças a facilidade de seus comandos.

O Logo está disponível para download no site da UNICAMP em: <http://nied.unicamp.br/publicacoes/pub.php?classe=software&cod_publicacao=70>.

3.2.3 Cabrí-Geomètre

O Cabri-Géomètre é um software que permite construir todas as figuras da geometria elementar que podem ser traçadas com a ajuda de uma régua e de um compasso. Uma vez construídas, as figuras podem se movimentar conservando as propriedades que lhes haviam sido atribuídas. Essa possibilidade de deformação permite o acesso rápido e contínuo a todos os casos, constituindo-se numa ferramenta rica de validação experimental de fatos geométricos.

O site oficial do Cabri é <http://www.cabri.com.br/oquee.php>, neste endereço é possível baixar uma versão de demonstração do software ou comprá-lo.

3.2.4 As planilhas de Cálculo

As planilhas de cálculo normalmente fazem parte de um pacote maior de softwares para escritório como o Office, da Microsoft, ou o Open Office, da Suns. Essas planilhas permitem que sejam descritas fórmulas matemáticas que efetuam cálculos a partir de endereços de células de sua pasta; essa ferramenta permite que o aluno construa suas próprias fórmulas e encontre seus próprios resultados a partir de sua compreensão e avaliação da situação.

PESQUISANDO NA WEB

PESQUISANDO NA WEB

Page 83: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 73

3.3 Editor de textos matemáticos

Olá, pessoal, sejam bem-vindos! Conversaremos aqui sobre a ferramenta EQUATION EDITOR, do Editor de Textos, Microsoft Word, pois, como professores, sabemos que será comum em nossas atividades profissionais utilizarmos este recurso de informática para elaborarmos provas, atividades e trabalhos; por isso, devemos adquirir familiaridade com os recursos e ferramentas deste editor.

É importante saber que, apesar de o EQUATION EDITOR ser um dos componentes do WORD, nem sempre ele vem instalado quando adquirimos o nosso computador, isso acontece devido a um recurso de economia de espaço que é padrão no processo de instalação básico do pacote office.

Não se preocupe, pois não importa a versão do Word que você tenha instalado, (Office 97, 2000, XP, 2003, 2007 ou 2010), o Equation sempre poderá ser instalado. Procure um técnico e peça que instale as ferramentas do OFFICE para o WORD no formato de usuário avançado com instalação completa.

Com o EQUATION devidamente instalado, clique com o botão direito do mouse sobre uma das barras de ferramentas do WORD e escolha a opção PERSONALIZAR (Figura 1). A seguir, clique na guia COMANDOS e na opção INSERIR, encontre o comando EQUATION (EDITOR Figura 2) e arraste-o com o ponteiro do mouse até uma das barras de ferramentas já existente para que o EQUATION faça parte dos comandos que são exibidos nas barras de FORMATAÇÃO ou PADRÃO. Pronto! Seu Equation está pronto para ser usado.

Figura 1: Área de trabalho do Microsoft Word.

Page 84: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

74 UNIUBE

Figura 2: Propriedades da barra de ferramentas do Word.

Para verificarmos a importância do EQUATION para o professor de matemática, tente realizar a seguinte operação em seu Word, tente digitar usando apenas o seu teclado as sentenças a seguir:

3 46

π

+

E, então, conseguiu algo pelo menos aproximado ao exemplo?

Acredito que não!

Com o uso do EQUATION (Figura 3) digitar matemática é bem simples. Vejamos:

Page 85: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 75

Figura 3: Barra de ferramentas do Microsoft Equation.

Clique no botão do EQUATION, que criamos na barra de ferramentas do WORD;

Veja que aparecerá uma série de signos matemáticos, talvez alguns deles você ainda nem conheça, mas tenha paciência, que, com o decorrer do curso, aprenderemos cada um deles.

Clique no botão que possui o símbolo desejado e perceba que o mesmo apresentará não só o signo escolhido, mas outros relacionados a ele.

Escolha aquele que deseja, clicando sobre ele; em nosso caso, escolhemos os parênteses; precisamos, agora, de um radical. Clique novamente no botão com o signo desejado e depois no signo específico.

Agora, perceba que o cursor estará piscando em um dos campos de digitação, digite o valor desejado e depois pressione a tecla TAB para passar para o próximo campo, ou ainda, se achar mais fácil, clique no próximo campo com o mouse.

Digite o próximo valor e repita a operação já descrita para posicionar o cursor no próximo ponto em que deseja escrever.

Page 86: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

76 UNIUBE

Conseguiu digitar a sentença agora?

Veja que clicando ao lado da sentença poderá continuar sua digitação no Word normalmente, e se desejar alterar a sentença a qualquer momento, basta dar dois cliques sobre a sentença que a mesma se apresentará no modo de edição, bastando clicar novamente fora dela para encerrar este modo.

Com relação ao teclado, observe que existem teclas que sustentam 2 e até mesmo 3 caracteres juntos. Vejamos como proceder para utilizá-las:

Procure à esquerda, no canto superior de sua tecla que possui o número 1 e o símbolo de ! (exclamação) juntos. Achou? Então, experimente pressioná-la uma vez. Qual dos dois símbolos aparece na tela? Isso mesmo, o número 1, pois ele é o símbolo de baixo da tecla, sempre o símbolo inferior da tecla é inserido quando a tecla é simplesmente pressionada.

Cuidado para não permanecer com o dedo sobre a tecla, pois o computador entenderá que ele deverá repetir o caracter diversas vezes. Se isto acontecer, basta pressionar a tecla BackSpace ou Delete para apagar o excesso, lembrando que o BackSpace apaga um caracter por vez à esquerda do cursor, e o Delete apaga um caracter por vez à direita do cursor.

Agora, procure a tecla Shift no seu teclado, ela pode ter como símbolo uma seta apontando para cima e podemos encontrá-la dos dois lados do teclado em destaque em seus extremos. Pressionou a tecla SHIFT? Então, agora, junto com ela, pressione novamente a tecla do número 1. Qual símbolo apareceu? A ! não é mesmo. Então podemos deduzir que para acessar os símbolos da parte superior do teclado é necessário que pressionemos junto com a tecla desejada a tecla Shift. Isto valerá também para acionar letras maiúsculas, OK!

As teclas que possuem um terceiro símbolo como a tecla que possui os símbolos {[ª segue o mesmo princípio descrito anteriormente, variando apenas para o ª, pois como se trata do terceiro símbolo ele é acionado quando a tecla ALT GR é pressionada juntamente com ela.

Atenção! Os acentos devem ser acionados antes das vogais e lembre-se de que no momento de sua digitação ele não aparece, somente surgindo na tela com a inserção da vogal que o sustentará.

Page 87: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 77

Abra o Microsoft Word em seu computador e, em uma nova página em branco, reproduza o texto a seguir com as formatações indicadas.

AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA

1. Calcule o valor das expressões numéricas, apresentando o resultado na forma fracionária e na forma decimal, com aproximação para duas casas decimais.

a) ( )4 3 0,4 3,215

+ −

b) 43 1 17 211 10 8 5

+ × −

c)

4 7 15 3

2 39

d) ( )

5 162 1− +− −

e) 1 2 14 2 32 2 16 14 3 8

+ − − + + +

Lembre-se sempre de que os símbolos de parênteses, chaves e colchetes precisam ser acionados no Equation e não digitados pelo teclado, pois caso estes símbolos sejam digitados, isso determinará que seu tamanho não será variável, impedindo a adaptação de frações e radicais dentro dos mesmos.

Para facilitar a compreensão da atividade, vamos resolver juntos a letra c.

Compare ou siga os passos a seguir:

1. Clique no botão do Equation Editor;2. Selecione em Modelos de Fração e Radical o símbolo da fração;3. Posicione o cursor no campo do numerador e repita a operação para que

possamos ter como resultado fração sobre fração;4. Agora, preencha o campo com o numerador 4 e denominador 5;

AGORA É A SUA VEZ

Page 88: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

78 UNIUBE

5. Clique no Equation na opção Modelos de Delimitador e selecione os parênteses. Insira nova fração e preencha como no exemplo;

6. Lembre-se de que para sair de um campo e poder escrever um novo número você pode clicar com o mouse no local desejado ou simplesmente pressionar a tecla TAB;

7. Ao concluir o preenchimento dos dados na parte superior, clique no denominador que ainda encontra-se em branco e inserindo nova fração preencha os campos como no exemplo.

Parabéns! Nosso objetivo foi alcançado.

3.4 Usando Planilhas de cálculo para desenvolver o raciocínio matemático e o conhecimento dos números

Para usarmos as planilhas de cálculo, é necessário que tenhamos um conhecimento básico de sua tela de trabalho e de seus principais comandos. Vejamos quais são eles na Figura 4:

Figura 4: Área de trabalho do Microsoft Excel.

3.4.1 Célula

Célula é o nome dado a cada espaço disponível para preenchimento na Planilha de Cálculo. As células podem ser alargadas em qualquer direção, para isso basta arrastar com o mouse suas extremidades. As células

Page 89: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 79

recebem nomes denominados pelo seu endereço, que é determinado pela combinação de sua posição mediante a linha e coluna. As colinas são indicadas por uma letra e as linhas por um número.

A célula em destaque na Figura 4, anterior é a célula A1, pois encontra-se na coluna A e na linha 1.

Pasta de trabalho: as Planilhas de Cálculo apresentam inicialmente 3 pastas chamadas de Plan1, Plan2 e Plan3, onde, ao clicar em cada uma, é como se mudasse de página. Em caso de necessitar de mais páginas (planilhas), clique no quarto botão da série de pastas para criar uma nova.

Observe a Figura 5, ao lado e perceba que, ao selecionar uma célula, sua letra e número de endereço aparecem em destaque, seu endereço é confirmado, E3, na barra de endereços e os dados digitados aparecem na célula e na barra de conteúdo.

Figura 5: Barra de fórmulas do Microsoft Excel.

O separador de casas decimais é a vírgula; caso use o ponto, a planilha reconhecerá o número como uma palavra e não efetuará a operação.

Para alterar o conteúdo de uma célula, basta clicar sobre a mesma e digitar um novo conteúdo, assim o anterior sumirá, dando vez ao novo. Caso queira somente alterar o conteúdo, clique na célula e, em seguida, na barra de conteúdos, ali poderá fazer alterações parciais que serão aceitas na célula ao pressionar a tecla ENTER.

Algumas palavras ou frases são maiores que a largura da célula, mas precisam ser definidas dentro do espaço da mesma, para fazer caber, basta que, ao final da digitação, pressione ENTER, e dê um clique duplo na divisão das colunas da célula, como mostra a sequência das figuras 6, 7 e 8.

DICAS

Page 90: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

80 UNIUBE

Figuras 6, 7, 8: Trabalhando com células no Excel.

3.4.2 Barras de Ferramentas

Barras de ferramentas são botões de comando que permitem a escolha de ações para interferir na célula selecionado, tal como, negrito, itálico, centralizado, tamanho da fonte dentre outros.

Cada versão de Planilha de Cálculo vai disponibilizar comandos diferentes para estas barras, mas basta apontar para cada botão para visualiza a dica do mesmo, isso é válido para todas as versões de Planilha de Cálculos.

Vejamos quais são os botões mais importantes:

• BARRA DE FERRAMENTAS DE FORMATAÇÃO (figuras 9, 10, 11, 12)

1 - Tesoura: recorta o conteúdo da(s) célula(s) selecionada(s) para que sejam coladas em outra.

2 - Copiar: copia o conteúdo da(s) célula(s) selecionada(s) para que sejam coladas em outra.

3 - Pincel: copia a formatação da(s) célula(s) para ser(em) aplicada(s) em outra(s).

4 - Cola: permite colar o conteúdo copiado ou recortado.

Figura 9: Barra de ferramentas de formatação.

Figura 6 Figura 7 Figura 8

Page 91: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 81

1 - Negrito: destaca o conteúdo da célula tornando-a mais densa.

2 - Itálico: destaca o conteúdo da célula tornando-a inclinada.

3 - Sublinhado: destaca o conteúdo da célula, passando uma linha por baixo.

4 - Bordas: inserem e removem linhas nas bordas das células.

5 - Cor de preenchimento: altera a cor do interior da célula.

6 - Cor da fonte: altera a cor da fonte (letra).7 - Aumentar fonte: aumenta em dois pontos

o tamanho da fonte.8 - Diminuir fonte: diminui em dois pontos o

tamanho da fonte.9 - Tamanho da fonte: permite escolher o

tamanho desejado para a fonte.10- Estilo da fonte: altera o tipo da fonte.

Figura 10: Barra de ferramentas de formatação.

1 - Alinhamento esquerda: alinha o texto da célula à esquerda;

2 - Alinhamento centralizado: alinha o texto da célula no centro.

3 - Alinhamento direita: alinha o texto da célula à direita.

4 - Recuo direita: recua a margem para a esquerda na célula.

5 - Recuo esquerda: recua a margem para a direita na célula.

6 - Mesclar e centralizar: centraliza o texto entre as células selecionadas tornando-as uma única célula.

7 - Alinhar acima: alinha o texto na parte superior da células.

8 - Alinhar ao centro: alinha o texto no centro das células.

9 - Alinhar abaixo: alinha o texto na parte inferior da células.

10 - Inclinar texto: coloca o texto na diagonal dentro da célula.

11 - Quebra de texto na célula: permite escrever como parágrafo dentro de uma célula.

Figura 11: Barra de ferramentas de formatação.

Page 92: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

82 UNIUBE

1 - Estilo de moeda: aplica o símbolo de moeda (R$) nos valores selecionados.

2 - Estilo de porcentagem: aplica o símbolo de porcentagem (%) nos valores selecionados.

3 - Estilo decimal: aplica as casas decimais nos valores selecionados, inclusive desfazendo o estilo de moeda e porcentagem.

4 - Aumentar casas decimais: aumenta a quantidade de casas decimais do número.

5 - Diminuir casas decimais: diminui a quantidade de casas decimais do número.

Figura 12: Barra de ferramentas de formatação.

• BARRA DE FERRAMENTAS PADRÃO (Figura 13)

1 - Salvar: grava o arquivo armazenando os dados com a referência de um nome que é dado a primeira vez que o botão é pressionado, nas demais ele apenas grava as alterações realizadas no arquivo. É importante salvar com regularidade seu arquivo para evitar perda de dados.

2 - Desfazer: volta as 3 últimas alterações realizadas no arquivo.

3 - Refazer: refaz as 3 últimas alterações realizadas no arquivo.

Figura 13: Barra de ferramentas padrão.

3.4.3 Menu de Comando

Os menus de comando são responsáveis por apresentar os mesmos comandos das Barras de Ferramentas com mais algumas opções.

Sempre que salvar seu arquivo, todas as planilhas do arquivo serão salvas.

Posicione o cursor nas células com o mouse com as setas de movimentação do teclado;

DICAS

Page 93: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 83

Figura 14: Operações com células no Microsoft Excel.

• Sempre que acabar de preencher uma célula, pressione a tecla ENTER antes de seguir para a próxima;

• Para selecionar mais de uma célula ao mesmo tempo, em sequência, clique na primeira, pressione a tecla SHIFT e clique na última. Todas as células da sequência serão selecionadas (Figura 14).

• Para selecionar várias células separadamente, clique na primeira, pressione a tecla CTRL e clique nas demais, uma a uma, até que todas estejam selecionadas (Figura 14.1).

Figura 14.1: Operando com células no Excel.

Se seu aluno já sabe somar, ele poderá por a cabeça pra pensar e se divertir usando o Excel para montar uma mágica matemática bem interessante.

• Atividade: mágica Matemática.• Objetivo: soma e subtração com milhares/desenvolvimento de raciocínio

lógico.• Público: alunos do Ensino Fundamental do 4º ano.

DICAS

Page 94: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

84 UNIUBE

Figura 15: Modelo de planilha de atividade.

2. Na célula B2 peça que seu aluno digite uma milhar qualquer escolhida por um colega. Peça também para que anote este número em uma folha de papel.

3. Diga a ele que serão somados 5 números, mas antes mesmo de seguirmos em frente já descobriremos qual será o resultado, independente dos números que virão.

Explique a ele que precisa subtrair 2 do número inicial e depois escrever o resultado colocando o algarismo dois a sua frente.Exemplo: Vamos imaginar que o primeiro número escolhido foi o 1.356, logo ele terá que subtrair 2 desse número ficando com 1.354, e depois, escrevê-lo com o algarismo 2 a sua frente, ficando 21.354.

4. Sabendo que para as células da Planilha de Cálculo para efetuar uma operação é preciso digitar primeiro o sinal de igualdade (=) e depois o endereço das células que devem ser utilizadas na operação com o sinal da operação entre elas. Peça a ele que calcule na célula G2 o resultado de nossa soma como fizemos no papel.

Perceba que surgirão várias teorias para esta atividade. Aproveite para explorar seus pontos fracos e fortes, estimulando-os a pensar e formalizar teorias, mas, ao final, perceberão que basta:

5. Subtrair 2 do número inicial e somar 20.000 a ele.

Siga os passos:

1. Separe o grupo em duplas, e peça que digitem na Planilha de Cálculos os dados da Figura 15 que segue.

Page 95: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 85

Figura 16: Trabalhando com fórmulas.

6. Seguindo, peça a seus alunos que preencham a célula B4 com mais uma milhar escolhida por um colega, anotando no papel o mesmo número.

7. Agora, será a vez do aluno que está tomando nota dos números escrever o seu número, mas para isso ele precisa de tomar alguns cuidados. Vejamos.Digamos que o segundo número digitado foi 1.234. É preciso que o próximo número seja uma sequência que se somada ao número anterior a soma seja sempre 9.

Por exemplo:1_2_3_4 ÷ 4 para nove 5; 3 para 9 são 6; 2 para nove são 7 e 1 para nove são 8. Assim, Teremos o número 8.765.

8. Agora que já conhecemos as regras para efetuar cálculos na Planilha, peça a seus alunos que calculem, na célula B5, qual será o próximo número (Figura 17).

Figura 17: Trabalhando com fórmulas.

Ao pressionar a tecla ENTER, o valor será apresentado na célula. Pronto! Nosso resultado surgirá antes mesmo de continuarmos. Veja Figura 16.

Page 96: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

86 UNIUBE

Mais uma vez, surgirão várias teorias para esta atividade. Aproveite para explorar seus pontos fracos e fortes, estimulando-os a pensar e formalizar teorias, mas, ao final, perceberão que basta Subtrair o número anterior de 9999. Anote o resultado.

9. Peça a um colega para escolher mais uma milhar. Anote-a em sua folha e digite o mesmo número na célula B6.

10. Na célula B7, peça que repita o procedimento do item 8.

11. Para conferirmos se nosso resultado inicial estava correto, vamos efetuar no papel a soma dos algarismos, e, depois, realizaremos a mesma soma na célula B8.

12. Para efetuar a soma dos algarismos na célula B8, digite o sinal de igual (=) e depois cada endereço das células onde estão digitados os valores colocando o sinal de mais (+) entre eles. Pressione ENTER (Figura 18).

Figura 18: Outras opções de fórmulas.

Como foi o resultado? Acertamos no início?

Questione seus alunos quanto à escrita dos números, e os motivos de cada operação.

Bom trabalho!

Baseado em nossa atividade anterior, desenvolva uma atividade para seus alunos, usando a Planilha de Cálculos como ferramenta.

AGORA É A SUA VEZ

Page 97: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 87

Vamos estimular seus alunos a reconhecerem números grandes e a fazer operações com eles? Ótimo!Então, montaremos uma planilha que calculará os dias, horas, minutos e segundos de vida de alguns alunos.

• Atividade: números grandes.• Objetivo: soma, subtração, adição e multiplicação com números grandes.• Público: alunos do Ensino Fundamental do 4º e 5º anos.

Siga os passos:

1. Separe o grupo em duplas ou trios; peça que digitem na Planilha de Cálculos os dados da Figura 19 que segue.

Figura 19: Usando os recursos da planilha de cálculos.

2. Estimule seus alunos a pensarem como farão para calcular a idade em anos;

3. Peça que anotem em seus cadernos o processo que encontraram e incentive-os a aplicá-lo na planilha, lembrando do uso do endereço para os cálculos;

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Page 98: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

88 UNIUBE

Figura 20: Selecionando células.

5. Agora, estimule o mesmo para o cálculo da idade em dias, meses, horas, minutos e segundos;

6. Faça-os ler os números em voz alta para verificar se conseguem distinguir o valor de cada posição dos números;

Caso seja necessário indique o uso do botão “diminuir casas” decimais para arredondar valores (figura 21);

Figura 21: Selecionando células para operações.

7. Avalie os resultados dos grupos e peça que substituam o nome e a data de nascimentos de outros colegas para que possam comparar os resultados, conforme Figura 22:

Figura 22: Tabela resultado.

4. Verifique se chegaram até aqui (Figura 20). Destaque para seus alunos que o símbolo de divisão para o computador é a barra / e o da multiplicação é o asterisco *;

Page 99: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 89

8. Peça que registrem os resultados obtidos no computador em seus cadernos, comparando com os que obtiveram manualmente.

Como foi o resultado?

Estimule-os a procurar informações sobre outras grandezas que são escritas com números grandes. Permita-os que usem a planilha para fazer cálculos com eles.

Bom trabalho!

Monte uma atividade que envolva a distância dos astros em relação à Terra.

Seus alunos sabem ler e interpretar um gráfico? Vamos construir com eles alguns gráficos com a ajuda da Planilha eletrônica?• Atividade: Construção, leitura e interpretação de gráficos.• Objetivo: Desenvolver e estimular a leitura e interpretação de dados em gráficos

de diversos tipos.• Público: Alunos do Ensino Fundamental do 3º, 4º e 5º anos.

Siga os passos:

1. Separe o grupo em duplas e peça que digitem na Planilha de Cálculos, os dados da Figura, 23 que segue.

Figura 23: Outro modelo de tabela.

AGORA É A SUA VEZ

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Page 100: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

90 UNIUBE

Não é preciso realizar nenhuma operação, apenas digitar os dados.

2. Agora, selecione as células da coluna dos Times e da Pontuação inicialmente, conforme Figura 24:

Figura 24: Tabela Futebol.

3. Clique no botão Inserir Gráfico, e escolha o tipo de gráfico de Colunas. Automaticamente, surgirá uma sequência de telas onde você deve definir se deseja ou não dar nome para o Gráfico, seus eixos, dentre outras opções; apenas clique em Avançar até que esta opção não funcione mais (Figura 25).

4. Selecione a opção Como Nova Planilha e depois no botão Concluir.

Figura 25: Gráfico da tabela Futebol.

Page 101: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 91

5. Trabalhe com seus alunos a leitura e interpretação dos dados.

6. Altere os valores da planilha e analise com seus alunos o comportamento do gráfico.

Você deve ter percebido o quanto a planilha de cálculos é ilimitada no sentido de estimular seus alunos a pensar e descobrir soluções lógicas. Perceba que seus recursos mais simples serão seus aliados nesse contexto e permitirão um trabalho eficiente no sentido de a Matemática vir em primeiro lugar no estudo, tendo o computador um papel de ferramenta estimulante e facilitadora deste processo.

Sugiro que visite o site da Microsoft (<http://www.microsoft.com/brasil/educacao/default.mspx>) onde há um link destinado aos professores com sugestões de atividades usando a planilha eletrônica, editores de texto, dentre outros, além de ofertarem gratuitamente cursos on-line dos recursos oferecidos pelos seus softwares.É normal que alguns de seus alunos tenham algum conhecimento de planilha eletrônica prévio, mas não se assuste ou se intimide com isso; procure tirar proveito, incentivando-o a buscar soluções mais arrojadas e ajudando seus colegas a descobrirem o fantástico mundo de reflexões lógicas e matemáticas possíveis quando o aprender se torna uma brincadeira.

3.5 Super Logo – orientação espacial, lógica e abstração de medidas angulares

O Super Logo possui um ambiente simples e comandos bem diretos, facilitando a compreensão e o uso de suas ferramentas.

Cada comando digitado define uma ação a ser executada pela “TAT”, que é o nome da personagem principal do software. Trata-se de uma tartaruga que se movimenta pela tela seguindo as orientações do aluno e “riscando” com sua barriga a tela.

SINTETIZANDO...

PESQUISANDO NA WEB

Page 102: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

92 UNIUBE

Figura 26: Tela do Super Logo.

Por exemplo, se queremos que a “TAT” siga em frente a partir do ponto onde se encontra, devemos informar que ela precisa se movimentar para frente e que distância; assim, o comando será PARAFRENTE 100, onde PARAFRENTE é o comando e 100 descreve a distância a qual deverá se deslocar.

Os valores de distância são definidos pela unidade de pixels, que são os pontos luminosos que formam a imagem na tela.

Se desejamos que a TAT vire para a direita ou esquerda, devemos descrever, além do comando PARADIREITA e PARAESQUERDA, a medida do ângulo que deve girar.

Por exemplo, PARADIREITA 90. Este comando define que a TAT deverá virar para o lado direito 90 graus.

Para que se movimente novamente para frente, repetiremos o comando PARAFRENTE e o valor de deslocamento desejado (Figura 27).

Vamos conhecer a tela do Super Logo? Vide Figura 26.

Page 103: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 93

Figura 27: Tela do Super Logo.

Você deve estar se perguntando neste momento, será que os demais comandos são simples assim? A resposta é... são ainda mais simples, pois podemos digitar em substituição ao comando PARAFRENTE o comando PF, no lugar de PARADIREITA o comando PD, se quisermos que a TAT siga para trás, usaremos o comando PT.

Além dos comandos de movimentação, podemos usar alguns comandos para edição, como, por exemplo, o comando USENADA ou apenas UN. Este comando elimina o uso do lápis pela TAT, permitindo que ela se movimente sem riscar a folha.

Figura 28: TAT.

Para que volte a riscar a folha, usamos o comando USELAPIS, ou apenas UL.

Sabendo desses recursos, vejamos como podemos construir um quadrado de lado 100 usando a TAT (Figura 28).

Para alcançarmos nosso objetivo, teremos que usar os comandos PF e PD ou PE.

Page 104: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

94 UNIUBE

Perceba, pela Figura 29 que para construirmos um quadrado o aluno precisará preocupar-se principalmente com as definições de quadrado, como por exemplo, lados de mesma medida e quatro ângulos retos. Figura 29: Comandos básicos.

Os comandos são tão simples que não interferem como obstáculo na construção.

É provável que, neste momento, algum de seus alunos o questione com relação à repetição dos comandos, pois vivemos em uma sociedade que preza o menor esforço.

Figura 30: Janela de comandos.

Para construir o quadrado sem a necessidade de repetição de digitação, devemos usar o comando REPITA (Figura 30), sua sintaxe, ou simplesmente, forma de usar é definida pela seguinte regra:

REPITA Nº DE REPETIÇÕES [COMANDO A SER REPETIDO TAMANHO DO TRAÇO A SER RISCADO COMANDO A SER REPETIDO ÂNGULO]

Sendo assim, poderíamos construir o quadrado anterior, digitando apenas REPITA 4 [PF 100 PD 90]

Se seu aluno possui noção de espaço, orientação e está estudando geometria plana, essa atividade o fará estudar se divertindo.• Atividade: Formas geométricas divertidas.• Objetivo: Orientação espacial, ângulos e propriedades das formas geométricas

planas.• Público: Alunos do Ensino Fundamental do 5º e 6º anos.

Siga os passos:

1. Separe o grupo em duplas, e peça que desenhem em uma folha de papel 3 objetos geométricos distintos, que tenham aprendido nas aulas de geometria, classificando-os pelo nome e propriedades.

EXPERIMENTANDO

Page 105: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 95

Exemplo:

Triângulo Equilátero

Possui lados e ângulos de mesma medida. É um polígono regular.

Figura 31: Triângulo equilátero.

Triângulo Retângulo

Possui um ângulo reto.

Figura 32: Triângulo retângulo.

Pentágono

Polígono de 5 lados.

Figura 33: Pentágono.

2. Construindo o Triângulo Equilátero de lado 100:

PF 100PD 120PF 100PD 120PF 100

Page 106: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

96 UNIUBE

Ou...

REPITA 3 [PF 100 PD 120] (Figura 34):

Figura 34: Construindo um triângulo equilátero.

Para que seu aluno resolva este exercício, terá que relacionar a diferença entre ângulo interno e externo, a fim de reconhecer a medida a ser aplicada para a TAT virar.

3. Peça que salve a atividade e clique em ARQUIVO, NOVO para seguir a atividade em uma nova tela em branco.

4. Construindo um triângulo retângulo:

PF 100PD 90PF 100PD 135PF 141.5

Page 107: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 97

Figura 35: Construindo um triângulo retângulo.

4. Para construirmos um pentágono de lado 100:

PF 100PD 72PF 100PD 72PF 100PD 72PF 100PD 72PF 100

Ou...

REPITA 5 [PF 100 PD 72] (Figura 36):

Para realizar a atividade, o aluno deverá compreender que a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 360º, para, assim, subtrair o ângulo conhecido e encontrar o valor dos outros ângulos a serem usados na construção da figura, além de calcular o Teorema de Pitágoras, para conhecer o valor da hipotenusa, (Figura 35).

Page 108: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

98 UNIUBE

Figura 36: Construindo um pentágono.

Para resolver este exercício, o aluno deverá calcular ou conhecer a medida dos ângulos internos do pentágono.

Como foi o resultado? Acertaram “de cara”?Questione seus alunos sobre a construção de outras figuras e discuta a forma de construção no Super Logo.

Baseado em nossa atividade anterior, peça a seus alunos para desenharem a Figura 37 a seguir.

Figura 37: Resultado da repetição de pentágonos.

COMPARANDO

AGORA É A SUA VEZ

Page 109: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 99

3.5.1 Trabalhando com curvas no Super Logo

Para trabalharmos com curvas no Super Logo, aprenderemos um comando novo; seu nome é arco. O comando arco precisa vir acompanhado de um valor de ângulo que defina quantos gruas o arco deverá possuir e de um outro valor que defina o tamanho de seu raio. Vejamos, o comando arco 180 60, produzirá um semicírculo de tamanho 60 pixels.

Já se utilizarmos o comando arco 360 60, (Figura 38) o comando produzirá uma circunferência completa de raio com tamanho de 60 pixels, (Figura 39).

Com mais este comando, é possível trabalharmos as propriedades da circunferência e noções de arco com facilidade, inclusive inserindo brincadeiras nas tarefas e atividades, como, por exemplo, pedir que desenhem um carro usando os recursos aprendidos. É possível que ao final receba carros como este, (Figura 40).

Figura 38: Arco. Figura 39: Circunferência.

Provavelmente construída a partir dos comandos a seguir:pf 50pd 90pf 50pe 90pf 50pd 90pf 100pd 90pf 50 pd 90

pf 50pd 90pf 150pf 50pt 50arco 360 20pt 100arco 360 20 pe 90pf 50

Figura 40: Carro.

Page 110: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

100 UNIUBE

Ou receba como resultado um carro como este da Figura 41.

Provavelmente construído a partir dos comandos a seguir:

pf 50pd 90pf 50pe 45pf 50pd 45pf 100pd 45pf 50pe 45pf 50pd 90pf 50 pd 90pf 150

pf 100pf 10pf 10pt 50arco 360 25pt 100pt 50pf 50pt 50pt 50pf 30pt 10pf 10arco 360 25

Reflita sobre os comandos utilizados na construção dos dois carros e verifique quais conceitos matemáticos poderiam ser trabalhados com os alunos para que não perdessem tanto tempo adivinhando a posição da TAT para a construção das rodas dos carros.

Pense nisso!

Baseado em nossa atividade anterior, peça a seus alunos para desenharem a figura a seguir.

Figura 42: Carro3.

Figura 41: Carro.

AGORA É A SUA VEZ

Page 111: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 101

Lembre-se de que não há uma só maneira de se chegar ao resultado. O super Logo permite que cada um encontre sua maneira particular de solucionar o problema usando seus métodos e medidas. Observe o processo e aproveite para identificar as estratégias surgidas, registre e depois discuta com seus alunos, a fim de enriquecer ainda mais seu aprendizado.

3.5.2 Usando cores de preenchimento

Para colorir um objeto no Super Logo, devemos posicionar a barriga da TAT sobre o interior da figura, solicitar a mudança da cor e, em seguida, efetuar o comando “pinte”.Para escolher a cor, é importante conhecer a tabela de cores HTML que define as cores a partir da combinação de números, tais como:

255 255 0 – amarelo255 0 0 – vermelho

E assim por diante.

Vejamos: para colorir um quadrado como na Figura 43, deveremos seguir os seguintes passos:

repita 4 [pf 100 pd 90]unpd 45pf 50ulmudecp [255 0 0]pinte

Figura 43: Preenchimento.

IMPORTANTE!

Page 112: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

102 UNIUBE

Solução possível para o desafio do fusca (colorido):

tatunpf 150pd 90ularco 180 150unpf 150pe 90pt 50pd 90ularco 180 70arco 180 60arco 360 50unpt 300ularco 180 70arco 180 60arco 360 50unpf 50ulpf 200unpf 110ulpf 10unpt 430

ulpt 10unpf 220pe 90ulpf 200pt 100pd 90pf 140pt 280pf 50pe 90unpf 20(colorindo)mudecp [255 255 0]ulpinteunpd 90pf 150ulpinteunpd 90pf 100mudecp [200 0 0]ulpinteun

pd 90pf 110ulpinteunpf 35ulpinteunpt 175ulpinteunpf 120ulpinteunpf 420ulpinteunpt 30mudecp [0 0 0]ulpinteunpt 360ulpinte

Desenhando uma bola de futebolSiga os passos e desenhe uma bola de futebol, depois analise as figuras geométricas utilizadas para esta construção definindo seus nomes e propriedades, (Figura 44).

Page 113: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 103

Figura 44: Bola de futebol.

pe 90repita 6 [pf 60 pd 60]unpd 60pf 60ularco 360 120unpf 90pt 30ulpf 60unpt 120

pe 60pf 60ulpf 60unpt 120pe 60pf 60ulpf 60unpt 120pe 60pf 60

ulpf 60unpt 120pe 60pf 60ulpf 60unpt 120pe 60pf 60ulpf 60

O Super Logo ainda nos oferece recursos para criar comandos próprios “ensinando” à tartaruga procedimentos definidos pelo usuário. Podemos, ainda, acionar robôs utilizando plataformas Lego, mas estes procedimentos são dispensáveis aos nossos objetivos neste livro.

3.5.3 Colorindo seus desenhos

Para colorir seus desenhos, posicione o “umbigo” da tartaruga dentro da área do objeto desejado e digite um dos comandos listados no Quadro 1, sempre respeitando a tabela de cores.

Comandos Função

mudecl n Muda a cor do lápis para a cor número n

mudecf n Muda a cor do fundo da tela para a cor número n

mudecp n Muda a cor de preenchimento do desenho para, limitada por linhas, para a cor número n

pinte Este comando deve ser usado junto com o comando mudecp para preencher em cores um desenho limitado por linhas

Quadro 1: Comandos.

SINTETIZANDO...

Page 114: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

104 UNIUBE

Cor Índice ValoresPreto 0 [0 0 0]Azul 1 [0 0 255]Verde 2 [0 255 0]Verde-escuro 3 [0 255 255]Vermelho 4 [255 0 0]Magenta 5 [255 0 255]Amarelo 6 [255 255 0]Branco 7 [255 255 255]Marrom 8 [155 96 59]Marrom-claro 9 [197 136 18]Verde-médio 10 [100 162 64]Verde-azul 11 [120 187 187]Salmão 12 [255 149 119]Bordô 13 [144 113 208]Laranja 14 [255 163 0]Prata 15 [183 183 183]

Para testar o uso das cores, digite:

mudecf [0 0 0]mudecl 7mudecp 15repita 4 [pf 100 pd 90]un pd 45 pf 10ul pinteun pt 10 pe 45ul

3.5.4 Inserindo texto no SLogo

Use o comando rotule seguido do texto desejado, como no exemplo a seguir.

rotule [texto a ser inserido]

Lembrando que a direção do texto será a da tartaruga.

A cor da fonte pode ser alterada através do comando mudecl n.

Page 115: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 105

Caso deseje aprender mais sobre o Super Logo acesse <http://logomatica.sites.uol.com.br/> que é um portal onde encontrará dicas sobre o trabalho com o software para as mais diversos níveis de ensino e apostilas com diversos níveis de complexidade.Pois bem, acredito que o Super Logo deve ter lhe trazido algumas boas surpresas e que seu trabalho com os alunos tenha sido bem divertido.Aproveite bem este recurso e ótimas aulas de Matemática divertida.

Este capítulo fornece subsídios diversos para o trabalho com alunos do ensino infantil e fundamental, onde tivemos a oportunidade de conhecer alguns dos recursos mais comuns disponíveis nos computadores para o trabalho e o ensino da matemática, o intuito desta abordagem é fazer você se apropriar dos recursos a fim de promover atividades diversas e criativas boladas a partir desses recursos.

A ampliação das possibilidades técnicas, bem como a utilização de recursos didáticos, fazem parte do cotidiano dos alunos, tornarão sua prática educacional mais interessante.

A complexidade e a abstração necessárias à compreensão da matemática são amenizadas pelas simulações e construções propostas com o uso da tecnologia, além de passar o aluno da função de mero espectador para coautor de seu aprendizado.

Com os links indicados no início do capítulo, é possível acessar e apropriar-se de todos os recursos indicados aqui.

Com os recursos apresentados através da planilha eletrônica, diversas atividades podem ser pensadas, criadas e aplicadas a alunos de todas as idades, além de proporcionar a construção e interpretação de gráficos dos mais diversos tipos, desenvolvendo assim a leitura da realidade.

Através do uso do Super Logo, conhecemos as possibilidades de trabalhos de orientação espacial, desenvolvimento da lógica, estudo geométrico e razão.

Este estudo é o início de uma trajetória de muitas outras possibilidades, as quais nortearão nosso trabalho no próximo capítulo.

Resumo

PESQUISANDO NA WEB

Page 116: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

106 UNIUBE

RPM. Revista do Professor de Matemática. Publicações de SBM. São Paulo, 2006.

BALDIN, Y.Yamamoto. Atividades com o Cabri-Geometric. s. d.

HENRIQUES, A. Dinâmicas dos elementos da geometria plana em ambiente computacional - Cabri-Géomètre II. Ilhéus: Editus, 2001.

Referências

Page 117: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Introdução

Conceitos básicos no uso da tecnologia na educação – Ensino Fundamental e Médio

Capítulo4

Djalma Gonçalves Pereira

Objetivos

Neste capítulo, vamos ingressar na Matemática do Ensino Médio por meio das tecnologias. Minha intenção é lhe apresentar novas maneiras de estudar e ensinar Matemática.

Nesse universo, o céu não é o limite, tenho certeza de que depois do estudo deste capítulo você vai deixar-se levar por propostas mais audaciosas e modernas.

Uma nova educação depende de você!

Ao final deste capítulo, você será capaz de:

• reconhecer o uso da geometria dinâmica em suas aplicações;

• desenvolver demonstrações de postulados e axiomas geométricos em um ambiente de geometria dinâmica;

• aplicar e orientar atividades no ambiente da geometria dinâmica;

• reconhecer o uso de expressões, funções e suas aplicações no Winplot;

• desenvolver o estudo de gráficos de todos os tipos e aplicações no Winplot;

• aplicar e orientar atividades no Winplot.

Page 118: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

108 UNIUBE

4.1 Introdução à Geometria dinâmica4.2 Exercícios Cabri-Géomètre4.3 Atividade orientada4.4 Teorema de Tales4.5 Atividade estudo das cônicas4.6 Introdução às Funções com o Winplot4.7 Verificando a família4.8 Atividade orientada de Winplot

Esquema

4.1 Introdução à Geometria dinâmica

A geometria dinâmica é uma tecnologia capaz de reproduzir o uso da régua e compasso a partir do computador. São vários os softwares disponíveis para este fim, sendo o Cabri-Géomètre o mais famoso e o Régua e Compasso a versão 100% gratuita.

A palavra Cabri-Géomètre é francesa e sua tradução é caderno de geometria.

Não há como construir os objetos geométricos no Cabri sem o uso das propriedades dos mesmos. Além disso, ao movimentar com o mouse um ponto da construção, as propriedades da figura não são alteradas, provando suas características.

Vamos conhecer a tela e os principais botões do Cabri, na Figura 1.

Observe que são apresentados 11 botões na guia de comandos do Cabri, Para facilitar a compreensão da indicação do uso de cada um deles, iremos

Figura 1: Área de desenho.

Page 119: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 109

Para trabalhar com o Cabri, clique no botão da barra de ferramentas, mantenha-o pressionado, levando o ponteiro do mouse até o comando desejado. Depois, é só clicar na tela e construir o objeto.

Os principais botões são:1 2 3

1. Botão (Figura 2) Ponteiro – Seleciona, move e manipula objetos.• Giro – Gira um objeto ao redor de um ponto selecionado ou de seu

centro geométrico.• Semelhança - Amplia ou reduz um objeto, tendo como referência um

ponto selecionado ou seu centro geométrico.• Giro e Semelhança - Gira e amplia, simultaneamente, um objeto tendo

como referência um ponto ou seu centro geométrico.

2. Botão (Figura 3) Ponto - Cria um ponto em um espaço livre, em um objeto ou em uma intersecção.• Ponto sobre objeto - Cria um ponto sobre um objeto.• Ponto de Intersecção - Cria um (ou vários) ponto(s) na intersecção de

dois objetos.

3. Botão (Figura 4) Reta - Constrói a reta que passa por dois pontos ou a reta por um ponto com uma direção dada.• Segmento - Constrói um segmento de reta através das suas extremidades.• Semi-reta - Constrói uma semireta, definida por um ponto e uma direção.• Vetor - Constrói um vetor com módulo e direção definida por dois pontos

extremos.• Triângulo - Constrói um triângulo, definido por três pontos (vértices).• Polígono - Constrói um polígono de n lados. (O último ponto deve coincidir

com o ponto inicial)

Figura 2: Menu Ponteiro. Figura 3: Menu Ponto.

Figura 4: Menu Reta.

numará-los da esquerda para a direita de 1 a 11. Destaco que iniciaremos nosso trabalho usando as ferramentas dos botões 4, 5, 9, 10 e 11.

Page 120: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

110 UNIUBE

• Polígono Regular - Constrói um polígono regular de até 30 lados. Deve-se indicar o centro, um vértice e um ponto que fixe o número de vértices.(O polígono será convexo se o desenvolvimento for feito no sentido horário)

4 5 9

Figura 5: Menu Circunferência.

Figura 6: Menu Perpendicular.

Figura 7: Menu Medidas.

4. Botão (Figura 5) Circunferência – Constrói uma circunferência definida por um ponto (centro) e o raio.• Arco – Constrói um arco, definido por um ponto incial, um ponto que

determina a curvatura e um ponto final.• Cônica – Constrói uma cônica (elipse, parábola e hipérbole) definida

por cinco pontos.

5. Botão (Figura 6) Reta Perpendicular – Por um ponto, constrói a reta perpendicular a uma reta, semireta, segmento, vetor, eixo ou lado de um polígono.• Reta Paralela – Por um ponto, constrói a reta paralela a uma reta,

semireta, segmento, vetor, eixo ou lado de um polígono.• Ponto Médio – Constrói o ponto médio de um segmento, do lado de um

polígono ou entre dois pontos.• Mediatriz – Constrói a perpendicular pelo ponto médio de um segmento,

do lado de um polígono ou entre dois pontos.• Bissetriz – Constrói a bissetriz de um ângulo definido por três pontos.• Soma de dois vetores – Constrói a soma de dois vetores a partir de um

ponto definido como origem do vetor resultante.• Compasso – Constrói uma circunferência a partir de seu centro (ponto),

com raio definido pelo comprimento de um segmento ou pela distância entre dois pontos.

• Transferência de medidas – Copia um comprimento, indicado por um número, em uma semireta, eixo, vetor ou circunferência (neste último caso, deve-se selecionar uma circunferência e um ponto sobre ela).

Page 121: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 111

• Lugar Geométrico – Constrói automaticamente o lugar geométrico descrito pelo movimento de um objeto ao longo de uma trajetória.

• Redefinir Objeto – Redefine as características de dependência de um objeto definido previamente.

9. Botão (Figura 7) Distância e Comprimento – Mostra a distância, comprimento, perímetro, comprimento da circunferência ou de um arco de um objeto correspondente.• Área – Mede a área de polígonos, círculos e elipses.• Inclinação – Mede a inclinação de uma reta, semireta, segmento ou

vetor.• Ângulo – Mede um ângulo definido por três pontos, sendo o segundo

ponto o seu vértice.• Equação e Coordenadas – Gera as coordenadas de um ponto ou a

equação de uma reta, circunferência ou cônica.• Calculadora – Gera o resultado de uma expressão matemática; pode

conter valores numéricos e/ou medidas.• Planilha – Cria uma tabela para valores numéricos, medidas, cálculos,

ou coordenadas de um ponto.

10 11

Figura 8: Menu Rótulo. Figura 9: Menu Exibição.

10. Botão (Figura 8) Rótulo – Anexa um rótulo criado pelo usuário a um ponto, reta ou circunferência.

• Comentários – Coloca um comentário em uma posição selecionada no desenho.

• Edição Numérica – Cria e edita valores numéricos; o valor, precisão, unidades e cor podem ser modificados.

• Marca de Ângulo – Coloca uma marca em um ângulo definido por três pontos; o segundo ponto é o vértice.

Page 122: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

112 UNIUBE

• Fixo/Livre – Fixa a localização de um ponto. Libera um ponto fixo.

• Rastro On/Off – Desenha a trajetória de um objeto à medida que ele se move. Comuta entre ativado e desativado.

• Animação – Automaticamente translada, gira ou amplia um objeto selecionado na direção especificada, puxando a mola de animação na direção oposta.

• Múltipla Animação – Anima múltiplos objetos ao longo de múltiplas trajetórias; pressione Return/Enter para iniciar.

11. Botão (Figura 9) Esconder/Mostrar – Esconde objetos da tela de desenho. Mostra objetos escondidos.

• Cor – Muda a cor de um objeto.• Preencher – Preenche o interior de uma tabela, de um campo de textos,

polígono ou circunferência com uma cor escolhida.• Espessura – Muda a espessura da linha de um objeto.• Pontilhado – Muda o padrão da linha de um objeto.• Modificar Aparência – Muda a aparência de um objeto a partir da paleta

de atributos.• Mostrar Eixos – Seleciona, move e manipula objetos.• Novos Eixos – Cria um sistema de eixos definido por três pontos; o

primeiro ponto determina a origem, o segundo o eixo x, e o terceiro o eixo y.

• Definir Grade – Coloca uma grade em um sistema de coordenadas selecionado.

Vamos construir um triângulo em uma semicircunferência e conferir o valor de Pi.• Atividade: Construção de um triângulo inscrito em uma semicircunferência e

valor de Pi.• Objetivo: Provar que todo triângulo inscrito em uma semicircunferência é

retângulo e que o valor de Pi é uma constante.• Público: Alunos do Ensino Fundamental do 5º, 6º e 7º anos.

Siga os passos para realizar a atividade.

1. Botão 3 – RetaClique na tela. Um ponto surgirá, quando der o segundo clique a reta surgirá. Digite em seu teclado a letra r.

2. Botão 4 – Circunferência (pelo ponto da reta)Clique no ponto da reta, depois dê um segundo clique fora da reta. Surgirá uma circunferência. Digite a letra o.

EXPERIMENTANDO

Page 123: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 113

3. Botão 3 – Segmentos (diâmetro)Clique na intersecção da reta com a circunferência em cada lado.

4. Botão 11 – Espessura (aumentar segmento)Ao posicionar o ponteiro, escolha “no segmento”, o segmento aumentará a espessura.

5. Botão 11 – Esconder/Mostrar (ocultar reta)Um clique na linha para ocultar a reta.

6. Botão 10 – Rótulo (pontos A e B no segmento)Clique sobre o ponto, e digite a letra do nome.

7. Botão 9 – Distância e comprimento (circunferência)Ao clicar na circunferência, o valor da mesma será exibido.

8. Botão 9 - Distância e comprimento (segmento)Ao clicar no segmento, o valor da mesma será exibido.

9. Botão 9 – Calculadora (comprimento /segmento)Clique em cada valor e na operação para realizar a operação, arrastando em seguida o resultado para fora da calculadora, a fim de que fique exposto na tela.

10. Botão 1 – Ponteiro (alterar comprimento da circunferência)Ao clicar na borda da circunferência e arrastar, as dimensões da mesma serão alteradas, mas as propriedades verificadas não. Mesmo com os valores alterados, Pi continua o mesmo, provando que a propriedade é válida para qualquer caso.

11. Botão 2 – Ponto sobre objeto (na circunferência)Clique em um ponto qualquer sobre a borda da circunferência e nomeie o ponto como C.

12. Botão 3 – Segmento (criar segmento AC e AB)Clique no ponto A e depois em C; em seguida, clique no ponto A e no ponto B para formar o triângulo inscrito na semicircunferência.

13. Botão 9 – Ângulo (medir o ângulo ACB)Clique nos pontos A, C e B, consecutivamente. O valor do ângulo aparecerá.

14. Botão 1 – Ponteiro (mover o ponto C)Mova o ponto C para verificar que as propriedades permanecem mesmo com os valores alterados.

Page 124: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

114 UNIUBE

Figura 10: Construindo um triângulo inscrito.

Como foi o resultado? Todos os alunos atingiram os objetivos?Estimule seus alunos a compartilharem suas descobertas e dúvidas da atividade procurando esclarecer e formalizar os conceitos desta atividade.

Verifique a bissetriz do ângulo de um triângulo qualquer a sua escolha.

AtividadeConstrução da perspectiva cavaleira do cubo.

1. Clique em Segmento, na janela 3, e crie um segmento AB horizontal (esse segmento será uma das arestas do cubo).

2. Clique em Reta Perpendicular, na janela 5, e crie uma reta perpendicular ao segmento AB, passando por A.

Ao final desses passos, tem-se a Figura 10:

COMPARANDO

AGORA É A SUA VEZ

AGORA É A SUA VEZ

Page 125: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 115

Figura 11: Ângulos.

3. Clique em Circunferência, na janela 4, e crie uma circunferência com centro em A passando por B.

4. Clique em Ponto de Intersecção, na janela 2, e marque a intersecção D (superior) da perpendicular com a circunferência.

5. Clique em Segmento na janela 3, e crie o segmento AD.

Figura 12: Construção objetiva.

Veja na Figura 11 os segmentos de reta:

Page 126: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

116 UNIUBE

6. Clique em Esconder/Mostrar na janela 11, e esconda a perpendicular e a circunferência.

7. Clique em Ponto, na janela 2, e crie um ponto P.8. Clique em Reta, na janela 3, e crie uma reta r que passe pelos pontos D

e P.9. Clique no Ponto Médio da janela 5, e crie o ponto médio M do segmento

AD.10. Clique em Circunferência na janela 4, e crie uma circunferência com

centro em D, passando por M (Figura 13).

Figura 13: Referenciando as intersecções.

11. Clique em Ponto de intersecção, na janela 2, e marque a intersecção (superior) E da circunferência com a reta r.

12. Clique em Esconder/Mostrar, na janela 11, e esconda a circunferência e o ponto M.

13. Clique em Reta Paralela, na janela 5, e trace uma paralela ao segmento AB, passando por D. Agora trace uma paralela ao segmento AD, passando por B.

14. Clique em Ponto de Intersecção, na janela 2, e marque a intersecção C dessas retas.

Page 127: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 117

Figura 14: Construindo um cubo.

15. Clique em Esconder/Mostrar, na janela 11, e esconda as retas criadas anteriormente (deixando a reta r).

16. Clique em Segmento, na janela 3, e crie os segmentos BC e CD (Figura 15).

Assim, temos a situação visualizada na Figura 14:

Figura 15: Construindo um cubo 2.

17. Clique em Reta Paralela, na janela 5, e trace uma paralela ao segmento CD, passando por E. Agora, trace outra paralela à reta r passando por C.

18. Clique em Ponto de Intersecção, na janela 2, e marque a intersecção F dessas retas.

Page 128: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

118 UNIUBE

19. Clique em Esconder/Mostrar, na janela 11, e esconda as retas criadas anteriormente (deixando a reta r).

20. Clique em Reta Paralela, na janela 5, e trace uma paralela ao segmento BC, passando por F. Agora, trace outra paralela à reta r passando por B (Figura 16).

Figura 16: Construindo um cubo 3.

21. Clique em Ponto de Intersecção, na janela 2, e marque a intersecção G dessas retas.

22. Clique em Esconder/Mostrar, na janela 11, e esconda as retas criadas anteriormente (deixando a reta r).

23. Clique em Reta Paralela, na janela 5, e trace uma paralela ao segmento AD passando por E. Agora trace outra paralela ao segmento AB passando por G.

24. Clique em Ponto de Intersecção na janela 2 e marque a intersecção H dessas retas.

25. Clique em Escoder/Mostrar, na janela 11, e esconda as retas criadas anteriormente (deixando a reta r).

26. Clique na opção Segmento, na janela 3, e crie os seguintes segmentos: AH, GH, BG, FG, EF, EH, CF e DE.

27. Esconda a reta r.28. Movimente os pontos A, B e P. Observe as diferentes posições que o

cubo assume (Figura 17)

Perceba que as propriedades do cubo permanecem.

Page 129: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 119

AtividadeAgora, que já fizemos uma atividade detalhada como Cabri, vamos demonstrar que no Baricentro a distância de um vértice ao Baricentro é igual ao dobro da distância do Baricentro ao ponto médio do lado oposto a esse vértice, usando um outro modelo de atividade, em que as definições de ações são mais simples e com menos explicações.

Siga os passos e veja como você se sai. Vamos partir de um triângulo qualquer, como na Figura 18.

Figura 18: Triângulo qualquer.

1. Botão 3 – Triângulo (nomear os vértices de A, B e C)2. Botão 5 – Ponto Médio (lados AB, BC e CA)3. Botão 10 – Rótulo (nomeie o lado AB como M, BC como N e CA como P)4. Botão 3 – Segmento (NA, BP e CM que são as medianas)5. Botão 2 – Ponto de Intersecção (entre os segmentos AP, BN e CM)6. Botão 10 – Rótulo (nomear a intersecção dos segmentos de G) (Figura 19)

Figura 17: Cubo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Page 130: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

120 UNIUBE

Figura 19: Pontos notáveis.

7. Botão 9 – Distância e Comprimento (Medir os segmentos AG, BG, CG, MG, NG e PG) (Figura 20)

Figura 20: Pontos notáveis 2

Figura 21: Pontos notáveis 3.

8. Botão 1 – Ponteiro (mover um dos vértices do triângulo) (Figura 21)

Page 131: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 121

Perceba as propriedades sendo provadas nas anotações junto aos vértices.

Observe que, mesmo alterando as dimensões do triângulo, as propriedades não se alteram, provando que vale para qualquer caso.

AtividadeProponha uma atividade usando o Cabri para provar que o Incentro equidista dos três lados do triângulo, logo é o centro da circunferência inscrita neste triângulo.Escreva, passo a passo, o desenvolvimento da atividade.

Usando os conhecimentos adquiridosRealizando uma construção geométrica no Cabri sem as indicações dos botões. Partindo do triângulo retângulo da Figura 22, siga os passos descritos a seguir:

Figura 22: Estudo do triângulo retângulo.

1. Construa um segmento AB qualquer.2. Construa a perpendicular do segmento passando pelo ponto A.3. Construa um triângulo cujos vértices sejam os pontos A e B do

segmento, e o terceiro um ponto qualquer da reta perpendicular.4. Verifique a distância entre os pontos AB, BC e CA.5. Aplique no triângulo as marcas de ângulo e os valores dos ângulos.6. Oculte a reta.7. Usando a calculadora do Cabri, confirme o Teorema de Pitágoras.

AGORA É A SUA VEZ

Page 132: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

122 UNIUBE

Figura 23: Exemplo da figura da atividade.

Todas as atividades, realizadas neste livro através do Cabri-Géomètre II são passiveis de serem realizadas em outros softwares de Geometria Dinâmica encontrados no mercado, todos possuem as mesmas características de operação e comandos.A facilidade com que o Cabri nos permite comprovar propriedades diversas, torna a compreensão de estruturas geométricas um item facilitador no processo de ensino, tirar proveito do computador para essas demonstrações é essencial ao bom rendimento de nossos alunos.

Abuse dos recursos e desenvolva novas formas de construir as figuras.Caso tenha interesse em desvendar mais possibilidades do Cabri-Géomètre II, acesse o site <http://www.cabri.com.br/oquee.php>.

4.2 Exercícios Cabri-Géomètre

Trabalhando com o Cabri na construção de objetos dinâmicos.

Partindo deste princípio, construiremos agora a simulação de uma escada que ao ser colocada, encostada à parede nos fornecerá resultados relevantes no estudo de objetos inscritos em uma circunferência.

Iniciaremos pela simulação da extensão da escada e a parede, como visto na Figura 23.

Siga os passos:

1. crie dois pontos na parte superior da tela, um de frente para o outro na horizontal;

SINTETIZANDO...

PESQUISANDO NA WEB

Page 133: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 123

2. com a opção segmento, ligue os dois pontos; este segmento será o raio da primeira circunferência;

3. utilizando a opção comentário, nomeie este segmento como ESCADA;4. crie um ponto à esquerda de seu segmento e outro ponto abaixo

(vertical);5. ligue estes pontos com a opção segmento, ele representará a parede

onde uma escada foi encostada;6. crie mais um ponto, agora à frente da base do segmento criado.

Observe a figura a seguir.7. com a opção reta, trace uma reta que passe pelo ponto que acabamos

de criar e pelo ponto que é a base do segmento vertical, gerando, assim, o nosso chão;

8. construa com a opção ponto sobre objeto um ponto sobre o segmento vertical em qualquer lugar; depois, com a opção compasso, clique no segmento chamado de escada e, em seguida, no ponto sobre o segmento;

9. assim, será criada uma circunferência de centro no ponto sobre o segmento, e de raio igual ao segmento ESCADA;

10. marque com a opção Ponto de intersecção os pontos onde a circunferência encontra a reta que servirá de chão;

11. ligue com a opção segmento o ponto de intersecção da direita com o ponto que representa o centro da circunferência; assim, teremos a representação da escada apoiada na parede;

12. aumente a espessura do segmento que representa a escada;13. clique sobre o segmento (raio) em qualquer lugar;14. crie um segmento ligando este ponto que acabamos de criar com

alguma das extremidades do mesmo;15. aumente a espessura do segmento;16. com a opção compasso, clique no segmento recém-criado (o menor)

e depois no ponto que representa o centro de nossa circunferência. Surgirá uma nova circunferência (Figura 24);

Figura 24: Exemplo da figura da atividade em movimento.

Page 134: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

124 UNIUBE

17. verifique o ponto de intersecção que une a escada com a circunferência menor;

18. nomeie este ponto como PÉ;19. com a opção Lugar geométrico, clique nos pontos do Pé e no centro

das circunferências;20. trace uma reta perpendicular ao chão passando pelo pé;21. agora, trace uma paralela ao chão passando pelo mesmo ponto;22. com a opção Cônicas, dê cinco cliques sobre o Lugar geométrico;23. com a opção Equação e coordenadas, clique sobre sua elipse para

verificar a sua equação formadora; (Figura 25)

Resultado esperado da atividade:

Figura 25: Variações da figura da atividade em movimento.

Figura 26: Escondendo as linhas de construção.

24. se quiser, pode, utilizando a função esconder, mostrar, esconder as linhas de construção desta atividade. (Figura 26)

Page 135: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 125

Registre, aqui, suas observações em relação às entidades matemáticas presentes na atividade:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.3 Atividade orientada

• Crie uma reta;

• Crie uma reta paralela à reta criada anteriormente;

• Com a opção Ponto sobre Objeto, clique sobre uma das retas, criando os pontos A e B;

Figura 27: Retas.

• Faça o mesmo com a segunda reta, criando os pontos C e D;

• Trace uma reta transversal a estas retas;

Page 136: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

126 UNIUBE

Figura 28: Ângulos.

• Com a opção Ponto de Intersecção, marque a intersecção das retas e as nomeie de T e X;

• Com a opção Ponto sobre Objeto, crie dois pontos mais na reta transversal, fora do das transversais e os nomeie de R e S;

• Atribua marcas e valores para os ângulos da figura;

• Numere os ângulos;

Agora, responda:

Page 137: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 127

4.4 Teorema de Tales

Figu

ra 2

9: T

eore

ma

de T

ales

.

• Construa, agora, um feixe de retas paralelas com 5 retas distintas e 2 transversais;

• Marque os pontos de intersecção entre as retas;

• Nomeie com o auxílio da ferramenta Comentário, os segmentos como a, b, c, d, ...;

• Agora, vamos medir estes segmentos;

• Anote os valores: a=_____, b=_____, c=_____, d=_____, e=_____, f=_____, g=_____ e h=_____;

• Com a calculadora do Cabri, faça as seguintes operações: a/b=_____, e/f=_____, c/d=_____, g/h=_____;

Figu

ra 3

0: A

tivid

ade

com

Te

orem

a de

Tal

es.

Page 138: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

128 UNIUBE

• Vamos, agora, apagar os comentários e os valores e mover uma das transversais de modo que possamos visualizar um triângulo;

• Com a opção triângulo, construa dois triângulos;

• Destaque com cor e espessura esses triângulos;

• Nomeie o triângulo maior de ACD e o menor de ABE;

• Vamos medir seus ângulos internos: ^B =_____,

^E =_____,

^C =_____ e

^D =_____

• Verifique as medidas dos lados: AB=_____, AE=_____, AC=_____ e AD=_____

• Logo, os triângulos são _______________________

4.5 Atividade estudo das cônicas

I - Construção do lugar geométrico dos pontos do plano que são centros de circunferências que tangenciam uma reta d e passam por um ponto F fora da reta:

1. Com a opção reta crie uma reta e rotule-a como d. Com a opção ponto, crie um ponto F fora da reta d.

2. Com a opção ponto sobre objeto, construa um ponto T sobre a reta d.

3. Construa uma reta perpendicular à reta d pelo ponto T. Rotule a reta perpendicular como r.

4. Trace o segmento TF.

5. Construa a mediatriz do segmento TF e rotule-a como m.Observe que a reta m, mediatriz de TF, corta a reta perpendicular r construída no item 3. Justifique.

6. Com a opção pontos de intersecção, crie o ponto de intersecção entre a reta r e m e digite a letra P para rotular.

7. Afirmamos que o ponto P é o centro de uma circunferência que passa por F e é tangente à reta d no ponto T. De fato, o ponto P equidista dos pontos da reta d e do ponto T.

Page 139: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 129

8. Para confirmar esta propriedade no Cabri, clique no botão 8 e selecione a opção Equidistante.

9. Clique primeiro sobre o ponto P, em seguida sobre o ponto T (lembre-se de que PT é por construção perpendicular a d) e, por fim, sobre o ponto F. Confira a resposta do Cabri.

10. Movimente com o ponteiro o ponto T. Você consegue visualizar qual é a figura geométrica descrita pelo ponto P durante o movimento?

11. Para observar a trajetória de P, vamos utilizar uma nova ferramenta.Clique no botão 10 e selecione a opção rastro on/off. Clique no ponto P. Desative o rastro, clicando na opção ponteiro. Em seguida, com o ponteiro, movimente o ponto T. A trajetória descrita por P é desenhada na tela. Veja se reconhece agora a figura descrita pelo rastro do ponto P.

12. Vamos desativar a ferramenta rastro do ponto P.Para isso, clique no botão 10 e selecione a opção rastro on/off. Clique no ponto P, que deixará de piscar, desativando, assim, a ferramenta.

13. Agora, para limpar a tela de vestígios da ferramenta, clique na opção ponteiro e movimente novamente o ponto T.

14. Vamos, agora, construir o lugar geométrico dos pontos que pertencem à trajetória de P.

15. Clique no botão 5, e selecione a opção lugar geométrico.

16. Primeiro clique sobre o ponto P (este ponto ficará piscando) e a seguir sobre o ponto T. Automaticamente, o Cabri mostra o lugar geométrico de todos os pontos P, que foram construídos de acordo com os passos 2 a 6, quando movimentamos o ponto T com o ponteiro. Observamos que o ponto P criado, no passo 6, caminha sobre o lugar geométrico construído. Esse lugar geométrico é conhecido como parábola, em que a reta d é sua diretriz e o ponto F, seu foco.

17. Perceba que esta é a definição de parábola dada pelos livros, onde: “Uma parábola é constituída de pontos P equidistantes de uma reta e de um ponto fora dessa reta.”

Page 140: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

130 UNIUBE

18. Clique no botão 10 e selecione a opção animação.

19. Sem soltar, clique sobre o ponto T e, ao mesmo tempo, movimente o mouse em alguma direção até aparecer uma mola que começará a ser esticada. Deixe de pressionar o botão esquerdo do mouse e observe o que acontece. Clique em qualquer lugar em branco da tela para interromper a animação. Experimente puxar a mola em outras direções sem esticá-la muito.

A construção que acabamos de trabalhar tem a grande vantagem de fornecer a construção da reta tangente à parábola num ponto sobre a curva, e proporciona ferramenta interessante para determinar a propriedade focal da curva que permite explorar diversas aplicações no mundo real.

II - Construção do lugar geométrico dos pontos do plano que são centros de circunferências que tangenciam uma circunferência de centro F1 e passam pelo ponto F2 interno (externo):

1. No centro da tela, com a opção ponto, crie os pontos F1 e F2 distintos. No canto superior da tela construa um segmento auxiliar de comprimento maior que F1 F2, que utilizaremos como raio. Ativando a opção compasso, construa a circunferência cujo centro é F1 e o raio é o segmento auxiliar. Desta forma, F2 estará dentro do círculo. Rotule a circunferência como S.

2. Com a opção ponto sobre objeto, construa um ponto T sobre a circunferência S construída no passo 1.

3. Com a opção reta, clique sobre os pontos F1 e T e digite a letra r para rotular a reta. Analogamente, trace a reta que passa por F2 e por T e rotule-a como s.

4. Trace o segmento TF2. Mude a espessura do segmento T F2.

5. Construa a mediatriz do segmento TF2 e rotule a mediatriz como m.Observe que as retas m e r se cortam. Justifique.

6. Com a opção pontos de intersecção, crie o ponto de intersecção entre a reta r e m e digite a letra E como rótulo.Afirmamos que o ponto E é o centro de uma circunferência que passa por F2 e tangencia a circunferência S construída no passo 1 em T. Justifique.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Page 141: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 131

7. Movimente o ponto T com o ponteiro. Você consegue visualizar qual é a figura geométrica descrita pelo ponto E durante o movimento?

8. Para visualizar a trajetória de E, usaremos a ferramenta rastro on/off.Clique no botão 10 e selecione a opção rastro on/off.Clique no ponto E. Em seguida, com o ponteiro, movimente o ponto T. A trajetória descrita por E é desenhada na tela. Veja se reconhece agora que figura é descrita pelo rastro de ponto E.

9. Vamos desativar a ferramenta rastro do ponto E. Para isso, clique novamente no botão 10 e selecione a opção rastro on/off. Clique no ponto E, que deixará de piscar, desativando assim a ferramenta.Para limpar a tela de vestígios da ferramenta rastro on/off, clique na opção ponteiro e movimente novamente o ponto T. Automaticamente, a tela será limpa do rastro do ponto E.

10. Clique no botão 5 e selecione a opção lugar geométrico.Clique sobre o ponto E (este ficará piscando) e, a seguir, sobre o ponto T. Automaticamente, o Cabri mostra o lugar geométrico de todos os pontos E que foram construídos de acordo com os passos 2 a 6, quando movimentamos o ponto T com a opção ponteiro. Observamos que o ponto E criado no passo 6 caminha sobre o lugar geométrico construído. Este lugar geométrico é conhecido como elipse, em que os focos são os pontos F1 e F2. Além disso, pode-se provar que, ao movimentar o ponto T com o ponteiro, os pontos E do lugar geométrico verificam a seguinte propriedade, que conhecemos dos textos de Geometria Euclidiana e que caracteriza uma elipse de focos F1 e F2: “A soma dos comprimentos dos segmentos EF1 e EF2 é uma constante, (igual à medida do raio da circunferência construída no passo 1).”

11. Clique no botão 10, e selecione a opção múltipla animação.Sem soltar, clique sobre o ponto T, estique a mola e então solte. Não aconteceu nada? A mola ficou esticada esperando que outro objeto seja escolhido para animação. A seguir, clique sobre o ponto F2 sem soltar, estique novamente a mola e solte. Ainda não aconteceu nada? As molas estão esperando que você escolha outro objeto para animar ou que pressione a tecla Enter no teclado. Portanto, pressione Enter e veja o que acontece. Repita a animação múltipla até o ponto F2 ficar externo ao círculo S. Experimente agora puxar a mola em outras direções sem esticá-la muito. Descreva o que acontece. O lugar geométrico se transformou em uma hipérbole? Para interromper, basta clicar em qualquer lugar da tela. Agora, usando o ponteiro, movimente cuidadosamente o ponto F2, de modo que fique um ponto externo a S.

Page 142: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

132 UNIUBE

Por que o lugar geométrico se transforma numa hipérbole? Justifique esta construção.

12. A figura anterior corresponde ao caso em que a distância F1F2 é maior que o raio inicial fixado. É o caso de uma hipérbole de focos F1 e F2. Identifique e enuncie a propriedade usual que caracteriza uma hipérbole nos textos de Geometria Euclidiana.

III - Construção de uma parábola, dados o foco sobre a grade e a reta diretriz paralela a um dos eixos coordenados:

1. No botão 11, escolha as opções mostrar eixos e, em seguida, definir grade.

2. Trace um ponto F cujas coordenadas são internas, isto é, (xF,yF) é um ponto da grade. O ponto F será o foco da parábola. Escolheremos a diretriz paralela ao eixo das abscissas. Se a diretriz for paralela ao eixo das ordenadas, o procedimento será semelhante.

3. Trace uma reta d que não passe pelo ponto F e que seja paralela ao eixo das abscissas. Com a opção reta, clique sobre dois pontos da grade com mesma ordenada.Verifique que a forma da equação da reta é by+c=0, com b distinto de zero, e também que b*(yF)+c é distinto de zero. Justifique por que estes fatos ocorrem. Como ficaria a equação se a reta fosse paralela ao eixo das ordenadas?

4. Para construir o eixo da parábola:

a. clique no botão 5 e selecione a opção reta perpendicular. Pelo ponto F, construa a reta perpendicular à diretriz e rotule-a como eixo;

b. construa o ponto de intersecção do eixo com a diretriz e chame-o de A.

5. Para construir o vértice da parábola:

a. clique no botão 5, e selecione a opção ponto médio. Clique sobre F e A, e chame o ponto obtido de V. Este é o vértice da parábola.

6. Clique no botão 3, e seleciona a opção semirreta.

a. Clique sobre V e um ponto sobre o eixo no sentido que contém o foco F.

b. Construa um ponto G sobre a semirreta.

Page 143: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 133

c. Construa uma reta perpendicular à semirreta passando por G.d. Construa o segmento GA, e deixe-o pontilhado.

7. Clique no botão 5, e selecione a opção compasso.

a. Clique sobre F e sobre o segmento GA. Temos uma circunferência de centro no foco F e raio GA.

b. Construa os pontos de intersecção da reta obtida no passo 6a com a circunferência construída, e rotule-os, respectivamente, de T1 e T2.

8. Clique na janela 5, e selecione a opção lugar geométrico.

a. Clique sobre o ponto T1 e, em seguida, sobre o ponto G. Aparecerá um dos ramos da parábola.

b. Clique sobre o ponto T2 e, em seguida, sobre o ponto G. O novo ramo se encontrará como anterior no vértice V.

c. Manipule o ponto G ao longo da semirreta SVF e observe a construção.

Esta é uma construção que obtém uma parábola com a união de dois lugares geométricos. Justifique a validade desta construção! Se notar que a curva não parece ser muito suave, ou que parece não conter o ponto V, selecione cada lugar geométrico com o ponteiro e aumente o número de pontos utilizados no gráfico, no menu opção preferências e depois opções para lugar geométrico. Aumente, por exemplo, para 500 pontos e será suficiente para obter um bom gráfico.

9. Clique no botão 4, e selecione a opção cônica.

a. Clique, cuidadosamente, 5 vezes sobre o lugar geométrico obtido anteriormente, tomando o cuidado para não confundir com os pontos já construídos. Você verá uma curva contínua ser construída, coincidindo geometricamente com os dois lugares geométricos anteriores. Esta operação é necessária para efetivamente construir uma parábola como uma cônica, de modo a obter sua equação. Para refletir. Por que esta operação é válida?

Page 144: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

134 UNIUBE

Figura 31: Parábola.

b. Clique no botão 9, e selecione a opção equações coordenadas. Clique sobre a cônica do passo anterior e obterá sua equação.

10. Manipule o ponto F e observe como a equação se modifica.

11. Esta construção usa informações importantes sobre uma parábola, como a simetria em relação ao eixo focal e a propriedade do vértice. Justifique geometricamente estas propriedades, partindo da definição de parábola como dada na Geometria Euclidiana.

4.6 Introdução às Funções com o Winplot

Ao abrirmos o Winplot (Figura 32), ele nos oferecerá apenas duas opções: Janela e Ajuda.

Figura 32: Janela doWinplot.

Utilize a Figura 31 para auxílio da sua reflexão e resposta ao questionamento anterior.

Page 145: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 135

Figura 33: Área de trabalho do Winplot.

Donde, em Janela, encontramos as opções:

2-dim - Para acionar as opções de construção de gráficos em 2 dimensões. Esta será a opção que usaremos. Podemos acionar esta opção apenas pressionando a tecla de função F2.

3-dim – Para acionar as opções de construção de gráficos em 3 dimensões. Podemos acionar esta opção apenas pressionando a tecla de função F3.

Adivinhar – Abre um gráfico de uma função qualquer para que você possa estudá-lo e “adivinhar” suas características a partir de sua análise.

Mapeador – Para estudo de domínio e contradomínio das funções cujo gráficos serão construídos.

Planetas – Uma demonstração da função que define a órbita dos planetas, possibilitando seu estudo.

Abrir última – Ao selecionar esta opção, ao abrir um gráfico, serão associadas a ele as últimas alterações realizadas na configuração do software.

Usar padrão – Ao selecionar esta opção, ao abrir um gráfico, serão carregadas as configurações padrões do software.

Sair – Sai do software.

Apresentamos a seguir, a Figura 33 que é a área de construção de gráficos em 2 dimensões.

A janela 2-dim

Page 146: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

136 UNIUBE

Na janela 2-dim, encontramos o plano cartesiano xy e alguns comandos organizados em uma barra de menu. São eles:

Menu ARQUIVO

Possui comandos para abrir um arquivo já existente, salvar, imprimir, formatar tamanho da página, copiar, colar, converter a imagem para o formato BMP, acrescer senha ao arquivo e sair do módulo 2-dim (Figura 34).São comandos comuns a qualquer software em geral. Por isso, não nos fixaremos a detalhes deste menu.

Figura 34: Menu Arquivo.

Menu EQUAÇÃO

Possui comandos para a geração de funções de diversos tipos. Para nosso trabalho, precisaremos conhecer os comandos (Figura 35):

Explicita que nos permitirá o trabalho com as funções de 1º e 2º graus.

Implícita que usaremos para as funções trigonométricas.

Ponto, Segmento e Reta que são comandos básicos para edição dos gráficos.

Figura 35: Menu Equação.

Page 147: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 137

Os outros comandos serão definidos para outras atividades em uma outra oportunidade.

4.6.1 Função do 1º grau

Estando na janela 2-dim do Winplot, clicamos no menu EQUAÇÃO e na opção Explícita, e nos será apresentado a tela da Figura 36:

No campo f(x)= deveremos preencher com os dados da função desejada. Por exemplo: 4x+2Não se faz necessário alterarmos nenhuma outra opção no memento.Pressionando o botão OK, obteremos como resultado o gráfico da Figura 37.

Figura 36: Janela de equações.

Figura 37: Resultado da equação 1.

Page 148: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

138 UNIUBE

O gráfico nos mostra uma reta crescente tocando o eixo y no ponto (0,2), sendo no 1º quadrante negativa e seguindo para o 2º quadrante positiva e crescendo infinitamente.

Se alterarmos o valor de 2 para 1, o que será que verificaremos?

Figura 38: Resultado da equação 2.

Clicando no botão Editar, da caixa de Edição, que aparece ao lado do gráfico, poderemos com facilidade alterar este valor para 1 e, assim, obtermos o seguinte resultado (Figura 38).

Perceba que as características permaneceram, exceto a posição do gráfico no ponto onde toca o eixo y, que passou para (0,1).

Faça mais algumas alterações neste valor e perceba que na função do primeiro grau, o valor de b sempre determinará o ponto onde a reta tocará o eixo y.

Agora, faça o mesmo alterando o valor de a para positivo e negativo.

Page 149: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 139

Figura 39: Resultado da equação 3.

Crescente

Figura 40: Resultado da equação 4.

Você deve ter percebido que a este valor cabe definir, quando positivo, que a reta será crescente e, quando negativo, que a reta será decrescente (Figura 39 e 40).

E, ainda, que a variação de a altera o ângulo da reta, sendo a conhecido como o coeficiente angular da reta (Figura 41).

Decrescente

Page 150: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

140 UNIUBE

Figura 41: Resultado da equação 5.

a é o coeficiente angular

Estudo do gráfico da função do 1º grau.

Siga os passos:

1. No Winplot, na janela 2-dim, clique no menu Equação e na opção Explícita.

2. Digite em f(x)= ax+b3. Clique em OK4. Clique no menu Anim e na opção Parâmetros de A-W...

Figura 42: Resultado da equação 6.

EXPERIMENTANDO

Page 151: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 141

Figura 43: Alterado valores.

5. Selecione A e através da barra de rolagem altere o valor de A observando e registrando o comportamento da reta para cada alteração.

6. Agora, selecione B e faça a mesma mudança.

4.6.2 Função do 2º grau

Estando na janela 2-dim do Winplot, clicamos no menu EQUAÇÃO e na opção Explícita, nos será apresentada a tela a seguir (Figura 44).

No campo f(x)= deveremos preencher com os dados da função desejada. Por exemplo: 4x^2+2x+1

Não se faz necessário alterarmos nenhuma outra opção no memento.

Figura 44: Configurando a aparência.

7. Quais as observações sobre o comportamento do gráfico é possível fazermos?

Page 152: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

142 UNIUBE

Figura 45: Resultado da equação 8.

O gráfico nos mostra uma parábola com concavidade voltada para cima, crescente, cujo vértice está acima do eixo x e toca em y o ponto (0,1).

Altere os valores de a, b e c e observe como estes influenciam o comportamento do gráfico.

Insira valores positivos e negativos.

Pressionando o botão OK, obteremos como resultado o gráfico a seguir (Figura 45).

Page 153: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 143

4.6.3 Estudo da equação polinomial

Clicando no menu Equação e na opção polinomial, (Figura 46) o Winplot apresentará um gráfico em formato de parábola com as seguintes características, apresentadas na Figura 47.

Figura 46: Menu Equação.

Figura 47: Resultado da equação 9.

Perceba que aparecem em destaque os pontos onde o gráfico toca os eixos.

Estes pontos podem ser movimentados para qualquer lugar no plano; para isso, basta clicar com o mouse sobre o ponto e arrastá-lo até o local desejado.

Page 154: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

144 UNIUBE

Perceba que aparecem em destaque os pontos onde o gráfico toca os eixos, (Figura 48). Estes pontos podem ser movimentados para qualquer lugar no plano; para isso, basta clicar com o mouse sobre o ponto e arrastá-lo até o local desejado.

Isto nos permitirá estudar os coeficientes desta função polinomial.

Figura 48: Parábola.

Figura 50: Menu Edição. Figura 51: Edição da parábola.

Já clicando na opção Ver equação... podemos visualizar os valores dos coeficientes do polinômio formado pelas alterações do gráfico, facilitando o estudo dos mesmos (Figura 51).

Analisando o exemplo a seguir, os valores representados pelas variáveis X^0, X^1 e X^2, correspondem aos valores dos coeficientes da equação formada pelo gráfico apresentado? Como devemos calcular para verificar se estão corretos estes valores? Será que temos dados suficientes para chegarmos a alguma conclusão?

Através do menu Edição, na opção Atributos, Figura 49, temos a possibilidade de alterar a espessura da linha, cor da linha, o período da função, exceto os dados da função, que se encontram disponíveis diretamente no plano cartesiano através do contato do mouse com os pontos, como já verificamos no começo deste estudo, e na Figura 50.

Page 155: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 145

Figura 51:Estudo dos coeficientes da parábola

Clicando na opção Terminar, ou simplesmente pressionando as teclas CTRL+F, informamos para o Winplot que encerramos nossas alterações no gráfico, para que ele nos mostre novamente os menus tradicionais do Winplot e então possamos averiguar novas possibilidades com a função.

Figura 52: Estudo do zero da função 1.

Page 156: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

146 UNIUBE

Clicando no botão Próximo, nos será apresentado o outro zero da função e seu respectivo valor, onde também será possível associá-lo a um outro parâmetro.

Figura 53: Estudo do zero da função 3.

É possível, também, usando ainda o menu Um com a opção Extremos... verificar o ponto de máximo ou mínimo da função, Figura 53.

Analise e compare as informações apresentadas pelo Winplot com as calculadas por você em seu caderno. Os valores são os mesmos? Observe a precisão dos números apresentados pelo Winplot; ele usa 5 casas depois da vírgula para representar seus valores.

4.6.4 Exercitando o reconhecimento das funções e suas propriedades

Clique no menu Janela e em Adivinhar, para abrir uma tela onde as funções aparecerão e você deverá identificá-las, treinando, assim, seus conhecimentos a respeito das mesmas (Figura 54).

Figura 54: Menu Janela.

Tendo voltado à forma tradicional do Winplot, clique no menu Um, depois na opção Zeros... (Figura 52) e verifique que o software lhe apresentará em destaque o valor e o ponto de um dos zeros da função, permitindo que você o salve associado a um parâmetro para poder alterá-lo no decorrer das atividades.

Page 157: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 147

Figura 55: Configuração de tipos.

Basta clicar no(s) tipo(s) funções desejadas para que o programa prepare as funções do tipo escolhido para serem geradas durante o desafio.

Clicando no Menu Equa e na opção Adivinhar..., ou simplesmente pressionando a tecla F4, o software exibirá uma janela que permitirá a sua resposta e consequentemente a avaliação do computador a respeito.

Caso não consiga desvendar a resposta correta, clique no menu Equa e na opção Resposta... ou simplesmente pressione a tecla F5, que a resposta será exibida em seguida.

Descreva em quais casos seria interessante aplicar esta atividade para os alunos. Será que o resultado da aplicação desta atividade seria positivo? Será que os alunos se sentiriam atraídos pela atividade se os mesmos não tivessem conhecimento suficiente para participar bem dela?

Antes de iniciar o desafio, podemos ainda selecionar os tipos de funções que serão apresentadas durante o desafio; para isso, basta clicar no menu Equa e na opção Selecionar... (Figura 55)

Page 158: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

148 UNIUBE

Estudo do gráfico da função do 2º grau.

Atividade

Siga os passos, apresentados no menu da Figura 56:

Figura 56: Menu de Animação.

1. No Winplot, na janela 2-dim, clique no menu Equação e na opção Explícita.

2. Digite em f(x)= ax^2+bx+c3. Clique em OK4. Clique no menu Anim e na opção

Parâmetros de A-W...5. Selecione A e através da barra de

rolagem altere o valor de A observando e registrando o comportamento da reta para cada alteração.

6. Agora selecione B e depois C, fazendo as mesmas mudanças.

7. Quais as observações sobre o comportamento do gráfico é possível fazermos?

Lembre-se de que para poder realmente afirmar algumas propriedades será necessário encontrar o Delta da função. Delta maior que zero: figuras 57 e 58:

Figura 57: Estudo da parábola 1.

Figura 58: Estudo da parábola 2.

EXPERIMENTANDO

Page 159: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 149

Delta igual a zero: figuras 59 e 60:

Figura 59: Estudo da parábola 3. Figura 60: Estudo da parábola 4.

Delta menor que zero: figuras 61 e 62:

Figura 64: Estudo da parábola 5. Figura 65: Estudo da parábola 6.

Com os conhecimentos adquiridos construa os gráficos listados a seguir, juntamente com as suas funções:1. gráfico de uma função identidade;2. gráfico de uma função linear;3. gráfico de uma função de 2º grau cujo delta é maior que zero.

AGORA É A SUA VEZ

Page 160: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

150 UNIUBE

Um passo a maisVamos construir juntos o gráfico da função seno.

Atividade

1. Clique em Equação e Implícita.

2. Digite a equação xx+yy=1.

3. Surgirá em sua tela uma circunferência de raio 1 com centro no ponto (0,0) do eixo cartesiano.

4. Clique em Equação, na opção Ponto e em (x,y).

5. Digite para x o valor cos(a) e para y o valor sin(a) (Figura 63).

6. Ainda nesta tela, marque a opção Âncora.

7. Clique agora no menu Anim e selecione em Parâmetros de A-W... a letra A.

8. Movimente a barra de rolagem e observe quais eventos ocorrerão.

9. Clique no menu Equação, na opção Segmento e em (x,y).

10. Digite os valores: x1=0, y1=0, x2=0, y2=sin(a) (Figura 64).

11. Altere também a cor do segmento e clique em OK.

12. Repita a ação dos itens 7 e 8.

13. Clique no menu Equação, na opção Segmento e em (x,y)

Figura 63: Equação.

Figura 64: Equação Segmento.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Page 161: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 151

14. Digite os valores: x1=0, y1=0, x2=cos(a), y2=0. (Figura 65).

15. Mais uma vez, repita a ação dos itens 7 e 8.

16. Clique no menu Equação e na opção Explícita.

17. Digite a função sin(x) e clique em OK.

18. Clique novamente em Equação e na opção Explícita, e digite novamente a função sin(x), agora mudando a cor da função, a espessura da linha para 2 e, antes de clicar em OK, defina xmin como 0 e xmax como 2pi; marque a opção Travar Intervalo e confirme clicando em OK.

19. Clique no menu Equação e na opção Ponto, depois em (x,y).

20. Defina x igual a e y igual sin(a), marque a opção Âncora e clique em OK. (Figura 66).

21. Clique no menu Ver e na opção Grade.

22. No intervalo x, digite pi/4, ao lado marque a opção Escala, altere o valor dos decimais para 0, mantenha a Frequência como 1, marque a opção Pi, clique no botão Aplicar e feche a tela.

23. Repita os passos dos itens 7 e 8.

24. Registre seu entendimento do estudo deste gráfico, (Figura 67) através da observação da variação dos pontos criados nesta atividade.

Figura 67: Estudo da função Seno.

Figura 69: y = F(x).

Figura 65: Segmento.

Page 162: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

152 UNIUBE

Baseado na atividade anterior, construa o gráfico da função Cosseno, (Figura 68), registrando suas observações passo a passo.

Figura 68: Estudo da função Cosseno.

Uma outra forma de escrever uma atividade no Winplot é definindo os comandos apenas por seus respectivos nomes, sem mais detalhes, indicando apenas os dados necessários a cada item. Vamos experimentar essa abordagem na construção e estudo do gráfico da função Tangente.

4.6.5 Função Tangente

Figura 72: Menu Curva.

1. Equação/Implícita/ xx+yy=1

2. Equação/Ponto/(x,y)/x=cos(a)/y=sin(a)/marque a opção âncora

3. Anim/A/altere o valor de A com a barra de rolagem e observe o comportamento do ponto

Acessando o menu curva implícita, conforme Figura 69, construa a circunferência dada na atividade.

AGORA É A SUA VEZ

IMPORTANTE!

Page 163: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 153

Figura 70: Menu Função.

8. Equação/Ponto/(x,y)/x=a/y=tan(a)/marque a opção âncora

9. Anim/A/troque o valor que aparece por 0 e clique na opção DEFL, depois apague o zero e digite 2pi, clicando em DEFR em seguida.

10. Altere o valor de A com a barra de rolagem e observe o comportamento da função. (Figura 71).

Figura 71: Estudo da função Tangente.

4. Equação/Implícita/x=1

5. Equação/Reta/a=-sin(a)/b=cos(a)/c=0

6. Anim/A/altere o valor de A com a barra de rolagem e observe o comportamento do ponto

7. Equação/Explícita/f(x)=tan(x)/xmin=0/xmax=2pi/marque a opção travar intervalo (Figura 70).

Page 164: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

154 UNIUBE

Não deixe de registrar todas as suas observações para discutir com seus alunos.

Usando seus conhecimentos adquiridos com o Winplot, construa os gráficos, a seguir, a partir dos quadros ilustrativos, e registre em cada um suas considerações a respeito e as funções que os originaram.

4.6.6 Integral definida

Acompanhe as imagens para realizar os passos da construção proposta e, ao final, registre o resultado alcançado por você, bem como suas observações relevantes do processo (figuras 72 a 77):

Figura 72: Área de trabalho de funções.

AGORA É A SUA VEZ

Page 165: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 155

Figura 73: Parábola.

Figura 74: Construindo uma parábola.

Page 166: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

156 UNIUBE

Figura 75: Estudo da parábola.

Figura 76: Alterando as características da parábola.

Page 167: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 157

Figura 77: Estudo das características da parábola.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.6.7 Usando a regra da integral para confirmar a integral que derivamos

Acompanhe as imagens para realizar os passos da construção proposta e, ao final, registre o resultado alcançado por você, bem como suas observações relevantes do processo, (figuras 78 a 81):

Page 168: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

158 UNIUBE

Figura 78: Estudo da construção da parábola.

Figura 79: Parábola.

Page 169: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 159

Figura 80: Editando a parábola.

Figura 81: Estudo da parábola.

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 170: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

160 UNIUBE

4.6.8 Derivar

Observe a Figura 82, para realizar os passos da construção proposta e, ao final, registre o resultado alcançado por você, bem como suas observações relevantes do processo.

Figura 82: Derivada.

Para facilitar a construção acima, observe as figuras 83 a 86 em que o gráfico para a derivada foi construído passo a passo.

Figura 83: Construindo uma derivada 1.

Page 171: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 161

Figura 84: Construindo uma derivada 2.

Figura 85: Construindo uma derivada 3.

Page 172: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

162 UNIUBE

Figura 86: Construindo uma derivada 4.

4.7.1 Família

Figura 87: Estudo da família de uma derivada 1.

4.7 Verificando a família

Acompanhe as figuras 87 e 88 para realizar os passos da construção dos gráficos que compõe a família de uma função proposta e, ao final, registre o resultado alcançado por você, bem como suas observações relevantes do processo.

Page 173: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 163

Figura 88: Estudo da família de uma derivada 2.

4.8 Atividade orientada de Winplot

Utilizando o software Winplot realize as atividades sugeridas a seguir.

1. Crie o gráfico das funções f(x)=x e f(x)=abs(x)

2. Agora, crie um novo gráfico com f(x)=x^2-3 e f(x)=abs(x^2-3)

3. Registre suas observações a respeito do comportamento dos gráficos destas funções.

4. Crie o gráfico da função f(x)=1/x

5. Em Equação, Ponto, (x,y)... crie o ponto x=a e y=1/a, marcando a opção “âncoras”

6. Vá para a opção Anim e varie os valores de A, observando o comportamento da função

7. Crie mais um gráfico incrementando 1 no denominador

8. Em Equação, Ponto, (x,y)... crie o ponto x=a e y=1/a+1, marcando a opção “âncoras”

9. Vá para a opção Anim e varie os valores de A

Page 174: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

164 UNIUBE

10. Observe o comportamento da função e registre

11. Crie outro gráfico incrementando -1 no denominador

12. Em Equação, Ponto, (x,y)... crie o ponto x=a e y=1/a-1, marcando a opção “âncoras”

13. Vá para a opção Anim e varie os valores de A

14. Observe o comportamento da função e registre

15. Registre suas observações a respeito do comportamento dos gráficos destas funções.

16. Crie o gráfico da função f(x)=x^2, selecionando a opção “Tornar periódica”

17. Agora, repita a operação anterior alterando o xmin para -2 e o xmax para 2, não esqueça de marcar a opção “Travar intervalo”

18. Registre suas observações a respeito do comportamento dos gráficos destas funções.

19. Crie os gráficos das funções f(x)=b^x e f(x)=lg(b,x)

20. Altere o valor do parâmetro b no menu Anim para observar o comportamento das funções

21. Crie agora a função f(x)=x

22. Relacione este último gráfico com os dois primeiros

23. Registre suas observações a respeito do comportamento dos gráficos destas funções.

O software Winplot é uma ferramenta muito eficaz para o estudo e construção de gráficos de todos os tipos. Incentivar seus alunos a construírem e estudarem os mais diversos gráficos com este recurso certamente será uma tarefa que lhe dará muito prazer e bons resultados.

O Winplot pode ser utilizado em todos os níveis de ensino onde a função se faz presente.

SINTETIZANDO...

Page 175: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 165

Maiores detalhes a respeito do Winplot acesse: <http://www.mat.ufpb.br/~sergio/winplot/>.

Meu desejo é que, ao terminarmos este livro, vocês tenham se sentido despertados para o uso do computador na sala de aula, como uma ferramenta aliada do professor e do aluno.

Que tenham percebido como não há limites para o uso desta tecnologia e que, apesar de nos oferecer muitas possibilidades, não há nada pronto ou acabado quando o assunto é estudar Matemática.

Espero que a leitura deste capítulo desperte em você o gosto pela geometria, trazendo a compreensão de suas estratégias e aplicações.

O uso de softwares de geometria dinâmica é um instrumento rico no fazer matemático e na compreensão de suas possibilidades.

Com o estudo dos pontos notáveis, teorema de Tales, dentre outros, foi possível comprovar de maneira prática os axiomas e postulados que garantem a existência dos entes geométricos e elucidar códigos muitas vezes inimagináveis.

Com as aplicações do uso da geometria na construção de situações-problemas diversas, a riqueza das possibilidades se faz infinita ao associarmos as formas ao cotidiano.

E finalizando o estudo deste capítulo, vimos o Winplot, um software simples, pequeno e gratuito que nos oferece um rico campo de estudos das funções de todos os tipos, inclusive com o estudo do Cálculo infinitesimal.

Aproveitem estes recursos e mão na massa, estes estudos irão beneficiá-lo para o curso e para a vida.

Resumo

PESQUISANDO NA WEB

Page 176: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

166 UNIUBE

Referências

ARAÚJO, Carlos César de. Winplot. http://www.gregosetroianos.mat.br/softwinplot.asp. Acesso em: 08 ago 2009.

RIBEIRO DE JESUS, Adelmo. In: Revista do Professor de Matemática 47. Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Matemática, 2001.

Page 177: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

Introdução

A utilização das tecnologias de informação e de comunicação em ambientes de aprendizagem numa perspectiva de educação para todos

Capítulo5

Adriana Rodrigues Fábio Rocha Santos

Prezado (a) aluno (a), é com muita alegria que chegamos a mais um momento de reflexões acerca dos aspectos que caracterizam, ampliam e concebem ambientes didático-pedagógicos que viabilizam o ensino e a aprendizagem em prol da formação integral dos nossos aprendizes.

Agora, devemos procurar expandir o nosso olhar e a nossa criticidade, tendo em vista que vamos prosseguir com o estudo e discussões acerca de questões que, até então, não haviam sido mencionadas nos capítulos já estudados nesta unidade temática, e que são de extrema importância na sua formação acadêmica, futuro profissional que atuará no desenvolvimento de sujeitos sociais.

Essas questões que iremos estudar nos possibilitarão prosseguir com diversas reflexões acerca das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) com um olhar direcionado em prol da educação para todos, conhecendo seus recursos, suas implicações e seus benefícios, tanto na condição de educadores como de sujeitos sociais participantes de um processo histórico.

Educação para todosSegundo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação - SECAD/MEC (2006), a “Educação para Todos” é um compromisso para assegurar educação de qualidade a todas as crianças até 2015 e expandir oportunidades de aprendizado para jovens e adultos.

Page 178: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

168 UNIUBE

Objetivos

Esquemas

Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto a:

• explicar a importância de promover ambientes inclusivos de aprendizagem;

• empregar os recursos aprendidos em comunidades virtuais que tenham como objetivo a formação docente;

• reconhecer as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) como instrumentos didático-pedagógicos aplicados a alunos com ou sem necessidades educacionais especiais;

• defender propostas educacionais que objetivam a educação para todos.

5.1 Olhar e criticidade: expandindo a visão em prol do aluno com necessidades educacionais especiais.

5.2 Sobre a adequação dos ambientes de aprendizagem.5.3 Sobre a formação docente.5.4 Participação em Comunidades Virtuais.5.5 Tecnologias assistivas ou adaptativas.

5.1 Olhar e criticidade: expandindo a visão em prol do aluno com necessidades educacionais especiais

Apesar de não estar entre os objetivos deste capítulo, a discussão sobre didática no ensino de pessoas com necessidades especiais, procuraremos, aqui, propor um diálogo em que fiquem evidenciadas questões acerca do planejamento dos ambientes de aprendizagem, considerando não só a possibilidade da existência de alunos com necessidades especiais em nossas práticas pedagógicas, mas também sobre o que as TICs têm viabilizado ao ensino e à aprendizagem, a partir dos recursos que vêm sendo desenvolvidos e aprimorados tanto no âmbito educacional geral como em situações específicas, que envolvem pessoas com necessidades especiais.

É preciso, antes de tudo, que saibamos que a pessoa com necessidades especiais tem direito à educação, preferencialmente, na rede regular de ensino e, se for o caso, a uma formação adaptada às suas necessidades em

Page 179: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 169

escolas especiais, assim como qualquer outro cidadão brasileiro. Esse é um direito assegurado por lei e que, em caso de descumprimento, o Ministério Público Estadual ou Ministério Público Federal deve ser acionado.

Promover ambientes inclusivos de aprendizagem torna-se uma competência necessária a ser desenvolvida e aprimorada nos educadores não só em respeito à diversidade humana, mas também em respeito às determinações, estabelecidas em nossas leis, acerca dos direitos reservados aos portadores de necessidades especiais.

Em relação a esses direitos, a LDB 9394/96 definiu a Educação Especial como uma modalidade de educação escolar que permeia todas as etapas e níveis de ensino. A Resolução do Conselho Nacional de Educação 02/2001, em seus artigos 58, 59 e 60, assegura aos alunos com necessidades educacionais especiais o direito de acesso e permanência no sistema regular de ensino.

Em meio a tantas preocupações sociais, podemos começar nos perguntando acerca das escolas com atendimento educacional especializado:

• os ambientes de aprendizagem estão adequados?

• os professores estão preparados?

• os recursos materiais e audiovisuais são suficientes?

• as estruturas físicas e pedagógicas atendem?

Em busca de respostas mais claras, é que prosseguiremos com nosso diálogo. Vamos lá?

5.2 Sobre a adequação dos ambientes de aprendizagem

Nesse cenário em que é discutida a utilização das TICs como meio que viabilize uma educação que cuide da diversidade, a adequação dos ambientes de aprendizagem passa a merecer uma atenção especial. Mas, o que pode ser considerado como ambiente favorável à aprendizagem nesse cenário?

Ao nos aproximarmos da diversidade cultural na escola e, por extensão, da sociedade, pode-se proporcionar a criação de ambientes em que os alunos possam dialogar, questionar, interagir, construir conhecimentos e desenvolver, assim:

SAIBA MAIS

Page 180: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

170 UNIUBE

• a confiança em suas habilidades para lidar com as diferenças;

• a autonomia;

• a consciência crítica;

• o exercício da cidadania.

Para Duk (2005, p. 28), é preciso considerar um aspecto fundamental para a aprendizagem, que seria:

a existência de um clima acolhedor e prazeroso na sala de aula, tendo em vista as pesquisas que têm demonstrado que os alunos e alunas aprendem melhor em um ambiente positivo, no qual as relações de apoio e cooperação, a valorização do outro, a confiança mútua e auto-estima, constituem fatores essenciais à aprendizagem efetiva.

Nessa mesma perspectiva, Duk (2005, p.29) afirma que é, também essencial, "organizar o espaço físico de modo a criar um ambiente agradável que favoreça a interação, participação e a colaboração entre os pares".

Sobre a adequação dos ambientes de aprendizagem, Aranha (2003) registra que a colocação imediata de todos na escola é um procedimento que não requer preparação apenas por parte da escola, por entender que o processo de inclusão é gradual, interativo e culturalmente determinado, envolvendo outros profissionais, especializados e convidando o próprio aluno para participar da construção do ambiente escolar.

Mesmo assim, tendo em vista a diversidade humana, principalmente no que se refere a necessidades particulares de aprendizagem de cada um, é preciso haver um prévio planejamento e também estar atento não só às capacidades intelectuais e aos conhecimentos dos nossos alunos, mas, também, aos seus interesses e motivações, de maneira que possamos assegurar o direito de acesso à escola e também à melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente (ARANHA, 2003).

IMPORTANTE!

Daí a importância da garantia de um processo de formação docente que envolva a inclusão, a fim de que eles possam sensibilizar-se quanto à diversidade no processo educacional que permeia a sua prática de ensino.

Page 181: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 171

Figura 1: Necessidade dos alunos.Fonte: Acervo EAD – UNIUBE.

5.3 Sobre a formação docente

Um dos grandes desafios encontrados pelos educadores é atuar adequadamente como professor-mediador, utilizando as TICs em processos de ensino-aprendizagem como estratégia potencializadora das habilidades, sobretudo com os alunos que possuem necessidades especiais. Essa utilização pode proporcionar benefícios ao desenvolvimento intelectual, afetivo e social da criança com necessidade especial e, também, pode ser uma alternativa que minimize as dificuldades encontradas no cotidiano de sua prática docente.

Professor-mediadorPapel de mediação da aprendizagem que não apenas transmite o conhecimento e, sim, que cria oportunidade para que ele seja construído.

Para que o professor consiga aproveitar de forma adequada e eficiente os recursos das TICs, é necessário não apenas o contato com as tecnologias em sua formação para lidar com as novas mídias, sobretudo, estar aberto às mudanças necessárias aos paradigmas convencionais de ensino. A propósito dessa discussão, Moran (2003, p.63) registra que:

ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode nos ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas formas atuais de ensinar e de aprender.

Analisando a Figura 1, verificamos que o material desconsidera a especificidade da necessidade de cada aluno, deixando, desse modo, de proporcionar condições de aprendizagem para todos.

Page 182: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

172 UNIUBE

Esse desafio, conforme Schlunzen et al. (2006), implica em mudanças internas do educador, pois requer uma revisão das suas práticas, das suas crenças e, muitas vezes, o abandono de alguns fundamentos que aprendeu desde a sua formação inicial, reforçando a busca por uma identidade pessoal que necessitará ser revista constantemente, depurando o seu trabalho, tornando-se, assim, um educador cada vez mais reflexivo.

Essa reflexão nos remete ao desenvolvimento de profissionais capazes de interpretar a realidade e dialogar com os saberes produzidos, criando maiores possibilidades de construção de estratégias para alterar a situação em que se encontram.

A formação de um professor-educador dinâmico, articulador de saberes, consciente da necessidade de extrapolar os muros da escola, preocupado com a sua formação, é imprescindível no mundo contemporâneo. Nesse sentido, o professor deve buscar uma formação inicial ou continuada que favoreça o uso adequado das novas tecnologias como ferramentas pedagógicas voltadas para o ensino e para a sua própria aprendizagem.

Esse processo de formação inicial ou de "reeducação" que vem ocorrendo entre os educadores também pode ser chamado de alfabetização digital, ou seja, uma alfabetização que está estreitamente relacionada à aquisição de habilidades básicas para o uso de computadores e da Internet.

Alfabetização digitalApropriação das tecnologias digitais, como computadores, TV, filmadoras, gravadoras, entre outros, em prol do desenvolvimento pleno do cidadão enquanto sujeito inserido em uma sociedade, e que deve interagir nela e com ela.

Vale ressaltar que utilizamos o termo rede, apoiando-se nas suas duas dimensões:

• a tecnológica - que se refere à estrutura física;

• a social - que se refere às relações entre os sujeitos que constituem o ambiente, e que estão ligadas por um sentimento de “pertença” a essa rede por interesses comuns.

Esses fatores, associados ao poder de sedução da Internet, contribuem para mudanças na educação formal, uma vez que formas inovadoras na prática docente, aliadas ao uso de recursos tecnológicos geram questionamentos na concepção pedagógica. A criação de situações de aprendizagem possibilitada pela Internet permite que o professor redesenhe e articule sua própria ação frente aos desafios encontrados.

Page 183: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 173

Destacamos a Internet que, em particular, tem despertado um grande interesse devido à sua capacidade de circulação e articulação de informações nas mais diferentes mídias, além da interatividade. Considerando esses aspectos, a Internet é uma ferramenta que pode criar e apoiar um ambiente propício para a construção colaborativa de aprendizagem.

O professor, ao propor uma pesquisa sobre determinado assunto na Internet, não tem como prever as múltiplas opções de respostas que serão encontradas pelos alunos. Frente à diversidade de fontes e informações, ele pode se deparar com elementos até então desconhecidos. Neste sentido, tanto professor como aluno terão o contato inicial com a informação ao mesmo tempo; isso exige uma postura muito ativa do docente com capacidade de articulação de conteúdos imediata. Podemos dizer, ainda, a habilidade de aprender junto.

5.4 Participação em Comunidades Virtuais

As comunidades virtuais podem possibilitar a interação entre as pessoas, proporcionando, através das trocas de informações, a construção de conhecimentos em meio virtual. Temos várias iniciativas de criação de espaços para esse fim.

Todas com o objetivo de incentivar a utilização de novas tecnologias da comunicação para a construção de aprendizagens. Os professores têm a possibilidade de desenvolver o intercâmbio com seus pares, se capacitarem e difundirem experiências profissionais.

Comunidades virtuaisComunidades formadas por membros que utilizam um mesmo espaço virtual, socialmente construído dentro da rede.

Em relação à Internet, temos infinitas possibilidades de conexões e interconexões de informações presentes nas páginas. O acesso pode ser feito, de forma rápida, através de sites de busca, tecnicamente chamados de metabuscadores.

Na Universidade de Uberaba, os docentes e preceptores de cursos de graduação a distância participam de ambientes virtuais de formação continuada, construindo saberes relacionados as suas práticas pedagógicas.

EXEMPLIFICANDO!

EXEMPLIFICANDO!

Page 184: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

174 UNIUBE

A participação nas comunidades virtuais pode ser em curso on-line, gratuitos ou não, ou em sites que disponibilizam ambientes para essa finalidade. Por exemplo, temos: o ambiente TelEduc, citado nos capítulos anteriores.

Sugerimos que confira no site:

O Portal EducaRede que oferece várias opções de interação e comunicação e que pode ser acessado através do endereço: <http://www.educarede.org.br>

Já o programa Braille Virtual é um curso on-line gratuito, para ensinar o sistema Braille a pessoas que vêem. Destina-se a crianças, pais, professores e funcionários de Escolas Inclusivas - <http://www.braillevirtual.fe.usp.br/>.

Outra possibilidade de formação docente continuada é por meio da utilização de softwares educacionais ou pedagógicos. Na Internet, encontramos vários que são gratuitos e que podem ser utilizados.

Destacamos a importância de conhecê-los, para isso sugerimos que navegue pela Internet e que confira algumas possibilidades nos endereços, a seguir:

√ EducaRede – <http://www.educarede.org.br>.

√ Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas –<http://www.nied.unicamp.br/publicacoes/ub.php?classe=software&cod_publicacao=70>.

Conexão em rede

Não podemos ser profissionais que se situam à margem do avanço tecnológico. Para isso, podemos tirar proveito dos espaços criados na Internet para formar e nos formarmos, discutindo sobre o processo de transição que vivenciamos na educação, refletindo e dialogando sobre como podemos ter e sermos aprendizes cada vez mais conscientes e educadores, cada vez mais participantes e capazes de aproveitar ao máximo as novas tecnologias.

Quais espaços são esses formados pelos coletivos que se conectam na rede, à world wide web?

world wide web (www) Terminologia utilizada para indicar o acesso a informações e a conteúdos disponíveis na Internet, os quais são apresentados na forma de hipertexto, com elos entre documentos e outros objetos (menus e índices) localizados em diversos computadores da rede.

PESQUISANDO NA WEB

Page 185: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 175

Dentre essas tecnologias, podemos citar:

• Chat – que em português pode ser traduzido como bate-papo. Trata-se de uma ferramenta que possibilita a comunicação na Internet na qual se trocam, em tempo real, mensagens escritas. Para que isso ocorra, é necessário que as pessoas interessadas em conversar entrem na mesma sala de “bate-papo”;

• Correio eletrônico – trata-se de uma ferramenta que possibilita o serviço de troca de mensagens e de arquivos, na Internet, de forma assíncrona, sendo bastante utilizada atualmente;

• Fórum – ferramenta que possibilita, a um grupo restrito de pessoas, debater em determinado ambiente da Internet, de forma assíncrona, um determinado assunto. Funciona de forma semelhante ao correio eletrônico, com a diferença que as pessoas inscritas na lista são simultaneamente emissoras e receptoras e a comunicação é coletiva. Os fóruns são montados por pessoas que têm interesse em debater sobre um determinado assunto com um grupo restrito de pessoas.

5.5 Tecnologias assistivas ou adaptativas

Em relação aos recursos didáticos que dispomos para viabilidade da prática docente num ambiente de aprendizagem, passamos a contar com as chamadas tecnologias assistivas ou adaptativas. Essas tecnologias surgem como alternativas para viabilizar o acesso às TICs pelos alunos com necessidades educacionais especiais que possam apresentar dificuldades para uso das tecnologias por meios convencionais.

Tecnologias assistivas ou adaptativas Recurso ou serviço utilizado para minimizar ou eliminar dificuldades apresentadas pelos alunos com necessidades educacionais especiais ao utilizar outros recursos didáticos. Uma lupa, por exemplo, pode ser considerada uma tecnologia assistiva por viabilizar a ampliação das letras no decorrer de uma leitura por parte de um aluno com dificuldades visuais.

Muitas das limitações que as pessoas com necessidades especiais tinham, já fazem parte do passado, em virtude de vários estudos que vêm sendo realizados nesse sentido, em especial, envolvendo as tecnologias assistivas ou adaptativas.

Hoje, por exemplo, é possível que um aluno cego consiga acessar um site de notícias pelo computador e ficar a par delas, acompanhar as atividades propostas pela sua professora, ler livros, trabalhar, enfim, tornar-se independente e autônomo.

Page 186: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

176 UNIUBE

O único inconveniente, nesse contexto, é que os softwares para deficientes ainda são muito caros. Um leitor de telas completo, por exemplo, custa cerca de mil dólares, e sabemos que são poucas pessoas físicas e até mesmo jurídicas que têm condições de arcar com esse custo.

Nesse sentido, torna-se essencial a nossa intervenção, a fim de que consigamos políticas públicas, de maneira que possa ser viabilizada a aquisição de recursos como esse leitor de telas, para que possamos equipar não só os computadores pessoais das pessoas com deficiências, mas também os laboratórios com recursos potencializadores das habilidades dos nossos alunos, indistintamente.

É preciso saber que as tecnologias assistivas não se restringem apenas no desenvolvimento de soluções para quem perdeu a visão. Há também softwares que permitem a quem possui outras deficiências utilizar os recursos do seu computador. Alguns desses recursos viabilizam o acesso às funcionalidades do computador por meio de voz, movimentos da cabeça e até pelo piscar dos olhos. Por voz, por exemplo, você pode passar as instruções com que o respectivo aplicativo é iniciado. Existe, também, a possibilidade de ditarmos um texto no microfone, enquanto ele é transcrito automaticamente na tela do computador.

Embora sejam ainda tímidas as iniciativas de produções de tecnologias assistivas, ainda encontramos alguns recursos que são construídos com o propósito de minimizar as dificuldades do dia a dia das pessoas com necessidades especiais.

Um dos caminhos que vem sendo seguido nesse sentido, tanto no meio escolar quanto nos mais diversificados segmentos de nossa sociedade, é o de tornar serviços e produtos mais acessíveis, mesmo porque, preocupar-se com acessibilidade ao desenvolver esses serviços e produtos, é pensar e, ao mesmo tempo, demonstrar uma visão mais humana e expressiva, pois cuidando da acessibilidade, estaremos expandindo as possibilidades de uso e de consumo dos produtos e serviços para um público que, até certo momento de nossa história, ficou à margem em virtude de suas limitações auditivas, de locomoção ou visual .

Segundo a AÇÃO BRASILEIRA PARA A ACESSIBILIDADE, hoje, apenas quatro países possuem normas técnicas de acessibilidade específicas para Internet. São eles: Austrália, Canadá, Estados Unidos e Portugal. Em 1999, Portugal regulamentou a adoção de regras de acessibilidade à informação disponibilizada na Internet pela Administração Pública para cidadãos com necessidades especiais. Foram 9000 os portugueses que reclamaram

IMPORTANTE!

Page 187: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 177

pela acessibilidade à Web, apresentando a primeira petição inteiramente eletrônica a um parlamento. A Assembleia da República confrontou-se com um esquema processual ainda não previsto na lei, aceitou o desafio e recomendou ao Governo que se adotasse. O Governo agiu rapidamente e transformou Portugal no primeiro país da Europa, e quarto no Mundo, a legislar sobre acessibilidade à Internet.

No Brasil, algumas iniciativas nesse sentido vêm sendo tomadas. Uma delas refere-se ao Proinesp, o Projeto de Informática na Educação Especial que, segundo informações no seu site, foi idealizado pela Secretaria de Educação Especial do Estado de São Paulo (SEESP), e que vem sendo desenvolvido numa gestão consorciada com a Fundação Nacional das APAEs (FENAPAES) com o objetivo de contemplar escolas parceiras de instituições não governamentais que atendem pessoas portadoras de necessidades especiais com laboratórios de informática.

Segundo Rocha; Valente et al. (2006), o Proinesp considera imprescindível o preparo dos professores das respectivas instituições para que façam o uso correto desses equipamentos com objetivos educacionais. Nesse sentido, a SEESP, em convênio com o Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied-UNICAMP), realizou cursos de formação de professores usando tecnologias de educação a distância, tornando-os hábeis a ensinar e aprender com o aluno o uso da informática na educação, e também para que consigam unir atividades não informatizadas com informatizadas, criando condições para a construção do seu conhecimento.

Algumas das principais tecnologias de educação a distância serão contempladas no tópico Um mundo de imagens e informações: contribuições das TICs no processo de ensino-aprendizagem a distância, anexo a este texto.

Outra iniciativa nacional refere-se a uma certificação emitida pela organização não governamental Acesso Brasil (http://www.acessobrasil.org.br/). A partir de testes de acessibilidade aos quais os sites são submetidos, analisam-se os critérios mínimos de acessibilidade, para que então eles possam receber o Selo Acessibilidade Brasil. Ainda são poucos os sites que possuem essa certificação; um deles é o do Ministério da Educação e Cultura - <www.mec.gov.br>.

Vejamos alguns outros endereços na Internet, comentados e relacionados com a questão da acessibilidade:

EXPLICANDO MELHOR

Page 188: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

178 UNIUBE

• <http://www.acessibilidade.net/at/kit/computador.htm> - Site português com vários softwares gratuitos e possui um Kit de acesso e apoio educativo.

• <http://www.saci.org.br/> - Conforme identificação no site, a Rede SACI atua como facilitadora da comunicação e da difusão de informações sobre deficiência, visando a estimular a inclusão social e digital, a melhoria da qualidade de vida e o exercício da cidadania das pessoas com deficiência. Está disponível para download o livro Educação Inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? que traz grandes contribuições acerca das necessidades especiais.

Solicitamos que leia os tópicos: Um mundo de imagens e informações: contribuições das TICs no processo de ensino-aprendizagem a distância e Novas tecnologias e educação – contribuição e alcance na comunicação dos PNEs (Anexos A e B).

Por meio dessa leitura, você pode identificar a contribuição das tecnologias da informação na educação a distância, bem como refletir sobre as possibilidades do uso das tecnologias aplicadas em situações de ensino-aprendizagem com pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais. Numa linguagem didática, as autoras convidam-nos a refletir sobre a importância destes conhecimentos, bem como seus usos. Trazem ainda vários exemplos, situações, ilustrações e relato de experiência, tornando este conhecimento mais acessível e claro.

5.6 Conclusão

Esperamos que, ao término dos estudos neste e nos demais capítulos de Ambientes de Aprendizagem, você consiga atingir os objetivos propostos e tornar-se um sujeito social cada vez mais atento às necessidades especiais e às possibilidades de articulação de saberes, viabilizadas a partir dos mais variados recursos, em especial, aos recursos das Tecnologias de Informação e de Comunicação.

INDICAÇÃO DE LEITURA

Page 189: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 179

Neste capítulo, tentamos possibilitar-lhe uma ampliação do olhar no sentido de poder enxergar as TICs como recursos inclusivos. Nesse sentido, mostramos que os ambientes de aprendizagem passam a merecer uma atenção especial, no sentido de cuidar das adversidades.

Discorremos sobre a formação do professor-mediador enquanto profissional responsável em possibilitar ao aluno a aprendizagem dessas tecnologias e, ainda, instigá-lo a participar de comunidades virtuais, dentre outros recursos e, também, reconhecer a importância do uso das tecnologias assistivas ou adaptativas.

Resumo

Uma das exigências atuais é que o indivíduo seja capaz de aprender por meio da interlocução e interação com seus pares. Uma das alternativas para isso é a construção de forma colaborativa e coletiva do conhecimento. Nesse sentido, conceitue aprendizagem colaborativa.

Embora não tenhamos acabado com o problema do analfabetismo da língua, em nosso país, um novo desafio se faz presente e necessário: a alfabetização tecnológica. Com base neste capítulo, A utilização das TICs em ambientes de aprendizagem numa perspectiva de educação para todos, elabore um texto de, no mínimo, 10 linhas, considerando a dualidade da situação em nosso país que, por um lado, ainda há um número significativo de analfabetos da língua e, por outro, encontra-se num processo de avanço tecnológico nas mais diversificadas áreas do conhecimento, em especial, na formação docente a partir do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

Atividade 1

Atividade 2

Atividades

Page 190: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

180 UNIUBE

AÇÃO BRASILEIRA PARA A ACESSIBILIDADE - ABRA. Normas de Acessibilidade à Internet. Disponível em: <http://www.acessibilidade.org.br/normas.htm>. Acesso em: 07 dez. 2006.

ARANHA, Maria Salete Fábio. Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2003. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000428.pdf>. Acesso em: 08 out. 2006.

DUK, Cynthia. Educar na diversidade: material de formação docente. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. 266 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/educar%20na%20diversidade.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2006.

LOPES, Patrícia. A Diferença entre Psiquiatra, Psicólogo e Psicanalista. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/curiosidades/psiquiatra-psicologo-psicanalista.htm>. Acesso em: mar. 2010.

MORAN, J. M. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas – SP: Papirus, 2003 – (Coleção Papirus Educação).

REDE SACI. Educação inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? Disponível em: <http://www.saci.org.br/pub/livro_educ_incl/redesaci_educ_incl.pdf>. Acesso em: 09 out. 2006.

RODRIGUES, Adriana; PIRES, Márcia Regina; ABRÃO, Maria Bárbara Soares e; TONUS, Mirna. Educação a distância - um desafio constante de comunicação. In: Curso de Pós-graduação lato sensu em Educação a Distância. Universidade de Uberaba.TelEduc. 2009.

SANTOS, Gilberto Lacerda. Ciência, tecnologia e formação de professores para o ensino fundamental. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 2005.

SCHLUNZEN, Elisa Tomoe Moriya; et al. O desenvolvimento de projetos e o uso do computador no ambiente de aprendizagem para crianças com necessidades especiais físicas. Disponível em: <http://scholar.google.com/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=cache:qGxoM8b6ugUJ:lsm.dei.uc.pt/ribie/docfiles/txt20037291261O%2520desenvolvimento%2520de%2520projetos.pdf+%22o+desenvolvimento+de+projetos+eo+uso+do+computador+no%22+autor:e-schl%C3%BCnzen>. Acesso em: 09 out. 2006.

Referências

Page 191: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 181

SECAD/MEC - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO E DIVERSIDADE/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Educação para todos referenda cooperação multilateral. nov. 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=content&task=view&id=6062&FlagNoticias=1&Itemid=6209>. Acesso em: 08 dez. 2006.

SECRETARIA MUNICIAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO. Educação: classes especiais. Disponível em: < http://www.sjc.sp.gov.br/sme/e_especial_classes.asp>. Acesso em: mar. 2010.

SILVA, Rejane Maria Ghisolfi da. Formação docente: outra lógica frente aos desafios da informatização. In: FONSECA, Selva Guimarães.; BARAÚNA, Silvana Malusá; MIRANDA, Arlete Bertoldo (org.). O uno e o diverso em educação escolar. Uberlândia: EDUFU:FAPEMIG, 2005. p. 29 – 42.

VALENTE, José Armando; ROCHA, Heloísa Vieira da, et al. PROINESP: Projeto de Informática na Educação Especial. Disponível em: <http://www.nied.unicamp.br/projetos/projeto.php?linha=7&cod_projeto=10>. Acesso em: 07 dez. 2006.

Page 192: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte
Page 193: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 183

Anexo A

Contribuições e recursos das TICs no processo de ensino-aprendizagem a distância

Adriana RodriguesMárcia Regina Pires

Maria Bárbara Soares Abrão Mirna Tonus

Um mundo de imagens e informações

TICsUsa-se TIC como abreviação de Tecnologias da Informação e Comunicação.

Refletimos, anteriormente, sobre a comunicação entre o professor e o aprendiz (figura 1); agora pense: como está acontecendo a sua comunicação com seu professor nesse curso?

Figura 1: Comunicação professor x aluno.Fonte: Acervo EAD – UNIUBE.

Dialogamos por meio de um texto, mediado por uma mídia digital.

A sociedade contemporânea e seus modos de vida são constantemente influenciados pela veloz transformação tecnológica. Veja que isso implica nas relações que se estabelecem em sociedade, nas identidades individuais e de grupo, enfim, nos segmentos sociais.

Observe que o homem, em sua evolução, cria mecanismos para comunicar, preservar e perpetuar sua cultura. O progresso científico e

Page 194: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

184 UNIUBE

tecnológico alcançado em todas as áreas do conhecimento humano, mais especificamente os avanços na telecomunicação, mudou a maneira de comunicar, de aprender, trabalhar, enfim, mudaram a maneira de viver da humanidade. E na educação? Como fica?

A escola passa e deverá sempre passar por modificações em consonância com a própria evolução humana.

Neste sentido, a educação deve ser pensada, elaborada para a preparação de cidadãos integrantes desse mundo. Logo, é fundamental que a escola seja a responsável pela formação de um sujeito ativo consciente de seu papel em sociedade que, por exemplo, conheça e saiba tirar proveito de redes de comunicação eletrônica e, ainda que compreenda os recursos tecnológicos em geral, utilizando-os para melhorar a sua realidade.

Veja o que nos diz Moran (2007):

Numa sociedade como a nossa, com tantas mudanças, rapidez de informações e desestruturação de certezas, não podemos ensinar só roteiros seguros, caminhos conhecidos, excursões programadas. Precisamos arriscar um pouco mais, navegar juntos, trocar informações, apoiados no guia um pouco mais experiente, mas que não tem todas as certezas, porque elas não existem, como antes se pensava. (MORAN, 2007, p.84).

Mas, veja bem, para que isso ocorra, não é possível conceber a escola como um espaço delimitado pela estrutura física e, também, é necessária uma aproximação entre a educação e comunicação. Essa aproximação modifica o fazer educação e os processos de ensino-aprendizagem.

Atenção!

As tecnologias são ferramentas facilitadoras do aprendizado, pesquisa e enriquecimento profissional, mas só serão de fato incorporadas na prática profissional mediante a aceitação e conhecimento de suas potencialidades. Veja que uma nova forma de aprender e de ensinar está sendo postulada com o advento das TIC, ou seja, a EAD.

Nesta perspectiva, achamos oportuno analisar alguns questionamentos acerca da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação:

Page 195: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 185

Considerando a tendência mundial à globalização, quais são as implicações da utilização das tecnologias digitais para o desenvolvimento humano, seja no contexto cultural ou educacional? Como entender as transformações que a mediação tecnológica impõe às várias atividades cognitivas na construção do conhecimento, como por exemplo, a comunicação na educação e a aprendizagem?

Essas questões são fundamentais para a prática em EAD, pois permitem a reflexão necessária acerca do papel e da importância das novas TIC para a educação em geral e, de modo mais específico, para os processos comunicacionais em educação a distância.

Em relação à educação a distância, pense:

• a distância configura-se apenas como geográfica?• como podemos conceber essa distância atualmente?

Veja que, prioritariamente, a distância não é apenas a geográfica. Hoje temos outros delineamentos de distâncias como:

• a econômica, que separa ricos e pobres;• a cultural, que separa quem tem acesso ao acervo cultural da sociedade ou

não;• a ideológica, em que identificamos formas diferenciadas de pensamentos e

valores;• e, por fim, a que nos referimos neste texto, a tecnológica que nos mostra

a dicotomia entre acesso, domínio e o uso pedagógico das tecnologias de comunicação e a exclusão digital.

Conforme você estudou, anteriormente, a EAD também proporciona a tão sonhada democratização do saber e da construção do conhecimento por meio de tecnologias. Neste sentido, é colocada em questão a importância de se pensar em novas metodologias de ensino, novos olhares para questões sobre o aprender, como aprender e onde aprender. Isso porque temos aprendizes que estudam, ouvem músicas, jogam video games, “teclam” no bate-papo e, tudo isso, ao mesmo tempo.

Verificamos que a comunicação das mudanças, dos fatos e dos eventos, que antes ocorria em meses, anos ou mesmo décadas, hoje, ocorre mais rápida, algumas em poucos minutos. E tudo isso implica em novos modos de se relacionar e, consequentemente, de se comunicar.

Observe que, na prática cotidiana do brasileiro e dos demais povos, está incluído assistir à televisão, falar ao telefone, fazer transações bancárias em

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Page 196: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

186 UNIUBE

terminais eletrônicos, trocar mensagens com pessoas que estão localizadas distantes geograficamente, estudar e pesquisar utilizando algum recurso digital.

Televisão digital“A televisão tal como a conhecemos, vai mudar radicalmente nos próximos anos.”

Saiba mais, acessando os links:

• <http://www.adorofisica.com.br/trabalhos/fis/equipes/televisao/tvdigital.html>• <http://www.mec.gov.br/tv-digital>

Retomando o que dissemos anteriormente, hoje, vemos a Educação a Distância ganhar força, viabilizada por novas relações com o conhecimento e pela tecnologia da informação e comunicação.

De acordo com Macuch, temos:

As instituições educacionais cada vez mais estão migrando do sistema monomodal de educação convencional, para o sistema duomodal, que além do processo presencial de sala de aula, incorporam a modalidade a distância suportada por tecnologias de comunicação e informação de última geração, na tentativa de atender às novas demandas. (MACUCH, 2005, p.89).

Você pode estar se perguntando, o que queremos dizer com tecnologia?

Falar em tecnologia, hoje, é falar em telecomunicações e máquinas digitais (Figura 2). Veja que os avanços tecnológicos são caracterizados prioritariamente em tecnologia da informação e comunicação, ou seja tecnologias voltadas para a interação entre os sujeitos.

Figura 2: Interagindo com as TIC.Fonte: Acervo EAD – UNIUBE.

SAIBA MAIS

Page 197: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 187

De acordo com Kenski (2007), as tecnologias fazem parte de nosso cotidiano, em que muitas de nossas atividades diárias são possíveis devido a elas. Neste sentido, as tecnologias são incorporadas em nossas vidas como, por exemplo, o uso de lápis, panelas, toalhas de banho, entre outros. A autora, também, considera tecnologia como o conjunto de conhecimentos e princípios científicos que podem ser utilizados na concepção e elaboração de um equipamento.

Agora, em relação às tecnologias da informação e comunicação, Kenski (2007) as diferencia em relação à tecnologia simplesmente, como sendo portadoras de evolução permanente e com virtualidade não materializadas em equipamentos. Destaca, ainda, que a sua matéria-prima é a informação.

Vejamos o que nos diz Martínez (2004):

Quando falamos de tecnologias da informação e da comunicação, não nos referimos apenas à internet, mas ao conjunto de tecnologias microeletrônicas, informáticas e de telecomunicações que permitem a aquisição, produção, armazenamento, processamento e transmissão de dados na forma de imagem, vídeo, texto ou áudio. (MARTÍNEZ, 2004, p. 96).

As TICs podem ser consideradas como um novo espaço pedagógico, ou seja, uma nova organização desse espaço que permeia e sustenta a comunicação, funcionando como um fio condutor no processo de aprendizagem, mediando a interação dos sujeitos na construção de conhecimentos de forma colaborativa e cooperativa.

De acordo com os autores Abar e Barbosa,

Entende-se por aprendizagem colaborativa uma estratégia educativa em que os alunos, em grupo, têm um espaço de trabalho conjunto, participação ativa caracterizada pela interação, em que as ideias são compartilhadas, comparadas e discutidas, sendo, cada um responsável pela própria aprendizagem e pela dos demais.

Na aprendizagem cooperativa, além da interação e colaboração, deve haver uma relação de respeito mútuo entre os componentes do grupo, ações conjuntas e, principalmente interdependência positiva (ninguém terá sucesso a não ser que todos tenham) e responsabilidade individual. (ABAR, BARBOSA, 2008, p. 82).

Page 198: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

188 UNIUBE

Neste sentido, encontramos em Oliveira (2003, p. 36): “as potencialidades pedagógicas das TICs, na mediação pedagógica da EAD, têm como eixo a construção do saber a distância, modificando-se assim o paradigma que traz o conhecimento como estado e não como processo”. Ainda de acordo com a autora, o eixo da relação pedagógica não é mais o professor e, sim, o processo de interlocução, de troca e diálogo.

Assim, Oliveira (2003, p.37) nos diz:

Essa dimensão humana, viabilizada pela pedagogia do diálogo e materializada na orientação acadêmica, confere à rede em que o aluno distante está inserido um matiz vivo e colorido pela vivência da afetividade, evitando o isolacionismo e o consequente abandono – tão usuais nos cursos a distância. Nessa mesma direção, o diálogo com o conhecimento que privilegia o saber da experiência, o autoconhecimento – pleno de sentido e significado – contribui para a adesão do sujeito aprendiz à proposta de estudo, liberando o esforço e a dedicação que a EAD requer.

Nesta perspectiva, verificamos que as TIC proporcionam os recursos e ferramentas possíveis à mediação na construção de conhecimentos.

Sem a pretensão de esgotar explicações sobre os recursos tecnológicos existentes, podemos citar a Internet como grande revolucionadora na forma de aprender.

A Internet, por ser uma mídia aberta, aumenta a cada dia o número de pessoas ou grupos que criam suas próprias páginas, revistas, emissoras de rádio ou de televisão.

As redes de contatos são estabelecidas e, neste caso, muitas pessoas com seus pensamentos e suas ideias são conectados em todo o mundo.

Veja que, com o surgimento e o aumento da utilização da grande rede, foram construídos vários recursos tecnológicos comunicacionais: ambientes virtuais de aprendizagem, sites educacionais, correio eletrônico, softwares de bate-papo, videoconferências, teleconferências entre outros.

Vamos conhecer um pouco sobre os termos destacados?

Ambientes virtuais de aprendizagem

Page 199: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 189

Na concepção e desenho de um ambiente de aprendizagem, vários aspectos pedagógicos devem ser observados. De acordo com Nevado, Magdalena e Costa (2000):

[...] para “desenhar” um novo modelo pedagógico para ambientes informatizados são necessários aportes teóricos que ofereçam instrumentos para compreender os processos sociocognitivos e afetivos, que se desenvolvem quando os sujeitos estão interagindo com as TICs e que sustentem formas de intervenção (ou mediação) no sentido de provocar estes processos de ajustamento recíprocos (cooperativos) e de aprendizagem. Este aporte teórico torna-se ainda mais necessário à medida que a mediação digital incrementa os processos interativos (em tempo real ou não) entre os atores da educação (professores, alunos, especialistas, comunidade). Isso pode traduzir-se no enriquecimento dos ambientes de aprendizagem que privilegiam a atividade do aprendiz e a construção partilhada do conhecimento, valorizando a diversidade e a integração dos saberes, enriquecidos pela busca autônoma e cooperativa. Favorece, assim, o desenvolvimento de modelos interativos de formação de professores (NEVADO; MAGDALENA; COSTA, 2000, p. 3).

Verificamos que a comunicação e as diversas possibilidades de utilização dos recursos tecnológicos no processo de ensino-aprendizagem, em ambientes virtuais, são caracterizadas pela autonomia e construção coletiva, compartilhada de conhecimentos. Veja que nas relações que se estabelecem nas conexões entre os sujeitos é que se encontra a grande contribuição da rede para a aprendizagem.

E, vamos um pouco além, afirmando que os ambientes virtuais de aprendizagem são constituídos no processo de sua utilização. Podemos afirmar isso, pois é na trama das relações individuais e de grupo que ocorre a reconfiguração, reconstrução do ambiente em um processo contínuo de interações e melhorias.

Em relação à sua estrutura, um ambiente deve contemplar os seguintes itens:

• comunicação – permitindo ao intercâmbio de informações (isso pode ser feito com o uso das ferramentas, como o correio eletrônico, lista de discussão, chat);

Page 200: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

190 UNIUBE

• coordenação – para o gerenciamento do tempo (isso pode ser feito por meio de uma agenda de atividades, especificações das tarefas, avaliações). Mas deverá ter um professor-coordenador para cuidar dessa agenda e auxiliando os alunos no cumprimento da mesma;

• colaboração – possibilitando a aprendizagem colaborativa, ou seja, a resolução de atividades e problemas que envolvam a contribuição de vários alunos (isso pode ser feito com um problema suscitado em um fórum de discussão, onde todos podem contribuir para a sua solução). Temos ainda a possibilidade de realização de atividades em dupla ou em pequenos grupos.

Temos vários exemplos de ambientes virtuais de aprendizagens, como: TelEduc, AulaNet, BlackBoard, Eureka, Virtual-U, WebCt, entre outros.

Para conhecer mais sobre ambientes virtuais de aprendizagem, acesse o endereço:<http://www.knowledgecartography.com.blog/papers>

Para conhecer mais sobre o TelEduc, acesse o endereço: <http://teleduc.nied.unicamp.br/>

WebQuest

A WebQuest é um recurso interessante para a utilização da Internet como ferramenta didático-pedagógica. E, por ser uma construção recente, poucos têm conhecimentos sobre seu potencial.

De acordo com Abar e Barbosa, “A tecnologia educacional WebQuest é uma técnica para aprendizagem que usa a Internet, permitindo a criação de ambientes de aprendizagem próximos ao modelo ideal”. E, ainda, “Uma atividade Webquest oferece a possibilidade da construção do saber em um processo cooperativo na realização de um projeto.” (ABAR; BARBOSA, 2008, p.13).

Veja que, embora haja conflitos de denominações em relação à WebQuest, essa é destacada como uma opção de atividade didática que usa os recursos da Internet.

Na Internet, temos vários exemplos de WebQuest. Vamos conhecer algumas?

SAIBA MAIS

Page 201: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 191

Para tanto, acesse o endereço: <http://jarbas.wordpress.com/2009/09/18/webquest-na-escola-do-futuro-da-usp>.

Nesse site, você terá informações sobre WebQuest, como definições, estruturas, modo de fazer e vários exemplos.

Videoconferência

Segundo Landim (1997), a videoconferência consiste na comunicação bidirecional mediada por vídeo, entre dois ou mais indivíduos/grupos separados geograficamente. Para isto, são utilizados: câmera de vídeo, monitor de TV, computador, modem, microfone e teclado de comando. É como uma televisão interativa que, usando tecnologias de compressão de áudio e vídeo, transmite, em tempo real, para várias salas remotas.

Tutores e alunos interagem, em tempo real, mediados por equipamentos de comunicação bidirecional, que permitem compartilhar o uso de diversos softwares – de textos, de imagem, tabelas, gráficos, computação gráfica, audiovisuais, internet, canetas eletrônicas, imagens de páginas de livros, documentos, recursos de áudio e outros.

Veja, a seguir, um comparativo (Quadro 1) do uso da videoconferência na EAD:

Quadro 1: Vantagens e desvantagens do uso da videoconferência na EAD.

Vantagens Desvantagens

Total interatividade entre tutor e aluno Custo de produção e distribuição elevados

Pouca alteração em relação às metodologias de ensino presenciais

Meios de transmissão instáveis

Grande abrangência da transmissão Possibilidade de gravação das transmissões

Fonte: Landim (1997, p. 17).

Teleconferência

Consiste na transmissão de programas ou conferências com transmissão ao vivo, via satélite, em que a recepção se dá por meio de antena parabólica ou emissora de sinal aberto, sendo necessário ter um monitor de televisão para que, no momento oportuno, o canal pré-determinado seja sintonizado para que a transmissão seja recebida.

Page 202: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

192 UNIUBE

A participação dos ouvintes é oportunizada via telefone, fax e Internet, mesmo não havendo interatividade recíproca, o número de pessoas a ser contemplado é muito grande.

O modelo de teleconferência mais usual é aquele em que o tutor tem um tempo destinado para a sua apresentação e, em seguida, o mediador promove o debate. Esse, por sua vez, precisa estar motivado para estimular as perguntas da plateia, pois é nesse processo que está o sucesso.

Veja, a seguir, um comparativo (Quadro 2) do uso da teleconferência na EAD:

Quadro 2: Vantagens e desvantagens do uso da teleconferência na EAD.

Vantagens Desvantagens

Agiliza a comunicação corporativa Custo de produção e distribuição elevados

As possíveis dúvidas podem ser esclarecidas de imediato, por meio de perguntas ao palestrante, via telefone, ou fax

Melhora o fluxo de informações no âmbito de uma empresa ou setor empresarial Meios de transmissão instáveis

Alto grau de interatividade entre tutores e alunos

Possibilita atingir um grande número de pessoas em um único evento

Fonte: Landim (1997, p. 24).

Page 203: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 193

Anexo B

Novas tecnologias e educação – contribuição e alcance na comunicação dos PNEs

Adriana RodriguesMárcia Regina Pires

Maria Bárbara Soares Abrão Mirna Tonus

Vimos, anteriormente, a importância da comunicação no processo de ensino-aprendizagem e, também, como as tecnologias da informação e da comunicação – TICs – podem auxiliar neste processo.

Agora, convidamo-lo (la) a refletir sobre como podemos utilizar essas tecnologias, de forma a facilitar o processo ensino-aprendizagem aos portadores de necessidades educacionais especiais - PNE, em cursos a distância.

Você já teve a oportunidade de vivenciar alguma experiência com alunos com necessidades educacionais especiais, seja como professor ou como colega de sala?

Muitas vezes, vivenciamos essa experiência, mas não lhe prestamos a devida atenção. Não tentamos, como Albert Einstein evidencia na epígrafe anterior, proporcionar as condições com as quais esses alunos possam aprender.

Você sabe que existe, hoje, no Brasil, cerca de 700.624 matrículas de alunos portadores de necessidades especiais, sendo 375.488 em escolas especializadas e classes especiais e 325.136 em classes comuns? (MEC/SEESP, 2008)

Até o momento, não foi divulgada uma pesquisa específica de ingresso de alunos portadores de necessidades especiais em cursos a distância.

Considerando estes dados, um novo desafio se faz presente: como mediar o aprendizado de pessoas portadoras de necessidades especiais em cursos a distância, uma vez que a política de educação nacional incentiva a modalidade de educação a distância para a formação inicial e continuada? Além disto, o

SAIBA MAIS

Page 204: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

194 UNIUBE

artigo 2º da resolução CNE/CEB nº 2/2001, que institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, determina que

os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (MEC/SEESP, 2001).

Não se concebe mais uma sociedade sem a utilização das TIC e sem uma política de inclusão social e, portanto, digital, extensiva à educação e ao mundo do trabalho. O uso adequado das tecnologias da informação e da comunicação pode contribuir decisivamente para o aprendizado e a comunicação dos portadores de necessidades especiais, pelo acesso aos recursos de leitura, escrita, sons, imagens, armazenamento de dados, pesquisa, reflexão e construção de conhecimentos (Figura 1).

Figura 1: O uso da tecnologia por portadores de necessidades especiais.Fonte: Acervo EAD – UNIUBE.

Segundo Campos e Silveira (1998, p. 8), a informática pode ser utilizada por pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais, tanto por meio de softwares educacionais, como por meio de ajudas técnicas, também chamadas de tecnologia assistente ou tecnologia assistiva.

As ajudas técnicas são a aplicação de uma tecnologia existente, em favor da deficiência, proporcionando, conforme Damasceno e Galvão Filho (2008, p. 1), uma maior independência e autonomia à pessoa portadora de deficiência. Essas tecnologias podem ser usadas para:

• a melhoria da vida de deficientes e idosos;

• a resolução de problemas funcionais;

• a diminuição da dependência;

Page 205: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 195

• uma maior integração com a família e a sociedade. (CAMPOS e SILVEIRA, 1998, p. 8).

Os recursos de acessibilidade, conforme Damasceno e Galvão Filho (2002, p. 1), podem ser classificados em três grupos:

• adaptações físicas ou órteses são equipamentos que, quando fixados ao corpo, permitem facilitar o uso do computador aos alunos com comprometimento nos membros superiores.

Exemplos: o capacete com ponteira; o pulseira de peso.

• adaptações de hardware são as adaptações ou modificações feitas nos componentes físicos do computador, com o intuito de facilitar seu uso pelos alunos com dificuldades motoras e/ou visuais.

Exemplos: o teclados adaptados; o máscara de teclado; o monitor com tela sensível ao toque; o mouses adaptados; o impressora Braille;o teclados Braille.

• adaptações de softwaresão programas que possibilitam ou facilitam o uso do computador aos alunos com limitações auditivas, da fala, físicas, mentais, motoras e/ou visuais.

Incluiremos, a seguir, alguns softwares, em sua maioria nacionais e gratuitos, desenvolvidos em programas de pesquisa de universidades públicas e que se encontram disponíveis nos sites indicados. Entrando nos sites, você pode conhecer mais sobre cada um deles e, alguns, você pode até instalar em seu computador.

Lembramos, porém, que no mercado podem ser encontrados outros softwares, hardwares ou recursos de acessibilidade que poderão, após análise detalhada, ser utilizados na comunicação e na educação.

Page 206: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

196 UNIUBE

Exemplos:softwares para auxílio aos portadores de limitações auditivas:o conversores de texto escrito, para a língua de sinais. Ex.: Player

Rybena.<http://www.rybena.org.br/rybena/produtos/webplayer.htm>

o ferramentas para comunicação a distância entre surdos e ouvintes (bate-papo). Ex.: Sign Talk.<http://www.inf.unisinos.br/~swm/>

o sistemas para ensino da língua de sinais e oral para portadores de limitações auditivas. Ex.: SIGNSIM

<http://lsm.dei.uc.pt/ribie/docfiles/txt200372912341SIGNSIM.pdf>

softwares para auxílio aos portadores de limitações da fala:o estimuladores da fala. Ex.: FonoSpeak, VoxGames

<http://www.ctsinformatica.com.br/><http://www.ctsinformatica.com.br/voxgames.htm>

softwares para auxílio aos portadores de limitações físicas:o aceleradores do processo de escrita. Ex.: Windows XP Tablet PC

Edition, Eugénio<http://support.microsoft.com/kb/306901/pt><http://www.l2f.inesc-id.pt/~lco/eugenio/>

o conversores de voz em texto. Ex.: Naturally Speaking, Philips Speech Processin, RodobrailleEsses softwares podem facilitar o uso do computador para os portadores de limitações motoras e visuais, também. <http://www.nuance.com/naturallyspeaking/><http://www.speech.philips.com/index.php?id=715>

softwares para auxílio aos portadores de limitações mentais:o estimuladores da aprendizagem, da escrita e de conceitos

educativos. Ex.: ENSCER, Superlogo, Torres de Hanoi, 100 mistérios Emme <http://www.enscer.com.br/material/cds/cds.php><http://64.233.163.132/search?q=cache:E3SjcY8nZyUJ:pan.nied.unicamp.br/~siros/+Unicamp+Superlogo&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br><http://www.softmarket.com.br/Lancamentos.asp>

Page 207: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 197

softwares para acesso aos portadores de limitações motoras:o simuladores de teclado e mouse. Ex.: Kit Saci II, Motrix

<http://www.saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=3847> <http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/>

softwares para acesso aos portadores de limitações visuais:o ampliadores de tela para pessoas com baixa visão. Ex.: LentePro

<http://redespecial.org.br/downloads.php>

o conversores de arquivos de texto em áudio. Ex.: Letra< h t t p : / / w w w . s e r p r o . g o v . b r / n o t i c i a s - a n t i g a s /noticias-2005-1/20051214_07>

o conversores de textos para serem impressos em impressoras Braille. Ex.: Braille fácil<http://intervox.nce.ufrj.br/brfacil/>

o leitores de tela. Ex.: Dosvox, Jaws, Virtual Vision.<http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/><http://www.laramara.org.br><http://www.micropower.com.br/v3/pt/acessibilidade/index.asp>

o transceptores de texto em caracteres Braille para caracteres alfabéticos e numéricos em português. Ex.: BR Braille <http://www.unicamp.br/unicamp/search/google?cx=009049083171732858319%3Aa8cacdtf1pk&cof=FORID%3A11&query=BR+Braille&op=Buscar&form_id=google_cse_results_searchbox_form#1078>

Pode acontecer, conforme Damasceno e Galvão Filho (2008, p. 2), de uma pessoa utilizar as TICs com finalidades presentes em dois ou mais grupos, como por exemplo, um portador de limitações visuais e motoras que utiliza os recursos do computador para ler a tela e, ao mesmo tempo, para escrever sem utilizar o teclado.

Mas será que ter softwares em quantidade e disponibilidade de uso é suficiente para o atendimento dos quase 700.000 portadores de necessidades especiais cadastrados pelo MEC/SEESP?

Apenas conhecer esses softwares é suficiente para resolver a questão da comunicação com os portadores de necessidades especiais?

Como o processo de comunicação com os portadores de necessidades especiais e o uso destas tecnologias têm acontecido nas escolas e universidades?

Page 208: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

198 UNIUBE

Quais os conhecimentos necessários para usar essas tecnologias?

É necessário que conheçamos as tecnologias existentes para, a partir de nossas experiências e vivências, aplicarmos esse conhecimento em situações que se fizerem necessárias.

Hoje, percebemos que um dos maiores entraves ao uso desses recursos é a resistência dos professores em utilizá-los, seja por desconhecimento ou por falta de iniciativa, de vontade ou mesmo de formação adequada.

Veja, a seguir, um relato de experiência.

Você já ouviu falar de Anne Sullivan?

Ela foi a professora de Helen Keller. Helen Keller nasceu em 1880, na Tuscumbia, Alabama, USA. Trata-se de uma criança que, aos 19 meses de idade, ficou cega e surda devido a uma doença diagnosticada, na época, como escarlatina. Anne Sullivan inicia o acompanhamento de Helen Keller, quando a menina estava com 7 anos de idade. Começou estimulando-a, primeiramente, a compreender o significado das coisas, pela linguagem de sinais, colocando as mãos de Keller sobre o objeto que queria identificar, depois soletrando sobre suas mãos o nome do objeto. Um dia, quando sentadas perto de um poço bombeando água, Sullivan colocou uma das mãos de Helen na água e sobre a outra mão soletrou a palavra água. Foi a primeira vez que Helen compreendeu que a água significava algo frio e fresco que escorria entre as mãos; depois, ela tocou a terra e pediu o nome daquilo. Até o anoitecer, Helen já havia relacionado trinta palavras a seus objetos.

Se você julgar conveniente, neste momento, seria interessante você assistir ao filme O Milagre de Anne Sullivan.

Após aprender a ler em língua de sinais, Keller aprendeu a escrever em Braille e desenvolveu, também, a sua fala. Formou-se em Filosofia, tornando-se educadora, escritora e lutando pelo bem-estar das pessoas cegas e surdas. Hellen Keller faleceu com 88 anos, na cidade de Westport (USA).

A metodologia utilizada por Anne Sullivan permitiu o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social de Helen Keller. O que é mais importante compreendermos pela biografia de Helen Keller é o aproveitamento dos recursos tecnológicos disponíveis na época em favor da socialização de conhecimentos, incluindo os portadores de necessidades educacionais especiais.

EXEMPLIFICANDO!

Page 209: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 199

Se quiser conhecer mais sobre a vida de Helen Keller, visite os sites: <http://www.rnib.org.uk/xpedio/groups/public/documents/publicwebsite/public_keller.hcsp>; <http://www.time.com/time/time100/heroes/profile/keller01.html>; <http://helenkeller1880.vilabol.uol.com.br/>.

A observação, o amor à causa, a compreensão, a persistência, a paciência e a criatividade são marcas do perfil de Anne Sullivan que poderão estar presentes no educador que quer auxiliar o aluno a superar as dificuldades, tornando mais prazeroso o seu aprendizado.

Relatos recentes de educadores que utilizam a tecnologia disponível hoje nos alertam sobre alguns passos importantes para o êxito de experiências de comunicação realizadas por pessoas portadoras de necessidades especiais utilizando as novas tecnologias da informação e da comunicação.

É importante ressaltar que as decisões sobre os recursos de acessibilidade que serão utilizados com os alunos, têm que partir de um estudo pormenorizado e individual, com cada aluno. Deve começar com uma análise detalhada e escuta aprofundada de suas necessidades, para, a partir daí, ir optando pelos recursos que melhor respondam a essas necessidades. Em alguns casos, é necessário, também, a escuta de diferentes profissionais, como terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas, ou outros, antes da decisão sobre a melhor adaptação. (DAMASCENO, GALVÃO FILHO, 2002, p. 7).

Relato de experiência da professora Maria Bárbara Soares e Abrão

Sou graduada em Tecnologia em Processamento de Dados pela UNIUBE e mestre em Ciência da Informação pela PUC-Campinas. Ministro a disciplina de Metodologia do Trabalho Científico em vários cursos da Universidade de Uberaba e trabalho no Programa de Educação a Distância da UNIUBE, desde o início de 2003.

Em um curso de graduação, na Universidade de Uberaba, em 2003, tive a oportunidade de ser professora de um aluno com limitação visual, na disciplina Metodologia do Trabalho Científico, ministrada na modalidade a distância. A mídia básica utilizada era o material impresso. Diante desta situação, convidei o aluno para uma conversa particular, durante a qual mostrei a ele os recursos tecnológicos que poderíamos utilizar para que ele pudesse ter oportunidade de realizar os seus estudos com autonomia como convém, sobretudo, em um curso a distância. Dentre as propostas, poderíamos transformar o material em um formato que possibilitasse:

PESQUISANDO NA WEB

Page 210: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

200 UNIUBE

• ser aberto no Microsoft Word ou editor de texto similar, para que ele pudesse ler o material usando um leitor de tela;

• ser impresso em Braille; • ser passado para um CD e ouvido em um computador ou CD player.

Grande foi a minha surpresa ao ouvir do aluno a seguinte resposta:

— Professora, eu não tenho computador em casa e, por enquanto, os computadores da Universidade não possuem softwares leitores de tela. Quanto ao código Braille, por ter ficado cego já em idade madura, não aprendi esse sistema e não tenho CD player também. Você teria outra possibilidade?

No momento, lembrei-me de que havia me esquecido de mencionar a fita-cassete. Perguntei a ele se gostaria de que o material fosse gravado nesta mídia. Essa foi a escolha do aluno. Então, eu gravei, em 5 fitas de 90 minutos, todo o material impresso que o aluno podia ouvir em sua casa. Decidi eu mesma gravar, uma vez que conhecia as convenções utilizadas no texto impresso, tratado didaticamente para ser utilizado neste curso a distância, e, então, poderia com mais habilidade e urgência, utilizar as entonações necessárias para que ele melhor compreendesse o texto. Para mim, seria como se eu estivesse ministrando as aulas ao aluno, utilizando a comunicação oral.

Para ele, as avaliações foram presenciais, individuais e na forma oral. No entanto, encaminhei para o setor responsável, da universidade, as sugestões de softwares que deveriam ser adquiridos para o atendimento aos alunos com deficiência visual, ao mesmo tempo em que incentivava o aluno a buscar outras formas de comunicação, inclusive o Braille, para que ele pudesse prosseguir seus estudos na universidade com maior flexibilidade de comunicação.

Acreditamos que todas as vezes que encontramos um aluno portador de necessidades educacionais especiais, em um curso a distância, é conveniente:

1. analisar as possibilidades tecnológicas disponíveis na Instituição para o atendimento ao aluno;

2. analisar junto com o aluno as suas necessidades e possibilidades de uso de recursos tecnológicos;

3. planejar o desenvolvimento do curso, assegurando a comunicação professor-aluno, aluno-aluno, aluno-professor, por meio do(s) recurso(s) selecionado(s);

Page 211: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 201

4. planejar o acompanhamento e a avaliação deste aluno, observando o desenvolvimento da sua capacidade comunicativa e de domínio do recurso que está utilizando;

5. registrar a experiência, observando qual a possibilidade de emprego extensivo do recurso e da metodologia utilizados.

AdaptaçãoPara Piaget, a adaptação é o processo pelo qual o aprendiz, ao ter contato com uma nova estrutura (uma informação, por exemplo), assimila-a por meio da interpretação e a acomoda, modificando-a para dar sentido ao ambiente, derivando desse processo tomadas de consciência a partir de uma auto-organização do conhecimento.

Aprendizagem por projetosNa aprendizagem por projetos, os alunos são inseridos em situações práticas, realizando, segundo Valente et al. (2003), uma dança entre conceitos e suas aplicações, construindo seu conhecimento ao longo do desenvolvimento do projeto.

Capacete com ponteira (Figura2)Uma haste é fixada ao capacete, para facilitar a digitação de pessoas que tenham comprometimento nos membros superiores, mas que tenham mobilidade e controle da cabeça.

Figura 2: Capacete com ponteira.Fonte: Acervo EAD – UNIUBE.

Classes comunsSão as classes do ensino regular, instaladas em uma escola comum.

Classes especiais“A classe especial, instalada em uma escola comum, é caracterizada pelo agrupamento de alunos classificados como do mesmo “tipo de excepcionalidade”, que estão sob a responsabilidade de um professor especializado.” (MAZZOTA, 1993, p. 25-26). Neste ambiente, equipado com mobiliários e materiais específicos – cadeiras de rodas, suporte posicionador para diferentes posturas, prancheta reclinável, andador regulável, materiais

EXEMPLIFICANDO!

Page 212: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

202 UNIUBE

com ventosa, computadores, estabilizador horizontal, dentro outros – são prestados serviços de natureza pedagógica, aos alunos com dificuldades de aprendizagem, que necessitem de acompanhamento contínuo, recursos, ajudas e apoios intensos, e exijam adaptações curriculares significativas, que a classe comum não consiga prover. (SECRETARIA, 2010).

Escolas especializadas ou especiaisÉ aquela organizada para atender exclusivamente alunos classificados como excepcionais. Não atende, portanto, alunos considerados “normais”. Algumas são instaladas para atender apenas alunos de um determinado “tipo de excepcionalidade”, ou seja, alunos deficientes auditivos, deficientes visuais, deficientes mentais etc. Outras atendem alunos com diferentes “tipos de excepcionalidade”. (MAZZOTA, 1993, p. 26).

FreirePaulo Freire foi um importante educador brasileiro, reconhecido por valorizar a aprendizagem atrelada à cultura dos indivíduos e defender uma educação humanizadora e amorosa. Em <http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/principal.jsp>, é possível conhecer profundamente sua obra.

GardnerHoward Gardner, psicólogo cognitivo e educacional estadunidense, é conhecido em especial pela sua teoria das inteligências múltiplas. Uma breve leitura sobre sua teoria pode ser acessada em: <http://petecv.ecv.ufsc.br/download/Reuni%F5es%20culturais/Reuni%F5es%20em%20PDF/Marl%EDsio%20-%20Maio.pdf>

Impressora BrailleÉ uma impressora que imprime documentos em Braille, facilitando a comunicação escrita aos alunos portadores de deficiência visual.

Máscara de teclado ou colmeiaÉ uma placa de plástico ou acrílico, com furos correspondentes a cada tecla do teclado, que, quando fixada a este, facilita a digitação por pessoas com dificuldades motoras, evitando que essas pressionem teclas indesejadas.

Monitor com tela sensível ao toqueSão monitores que permitem, pelo toque do dedo ou de uma ponteira, abrir e mover objetos e menus, acessar programas, entre outros, facilitando, assim, a utilização de várias funções do computador, pelos alunos com dificuldades motoras.

Mouses adaptadosSão periféricos que substituem a ação do mouse convencional, possibilitando que sejam acionadas às funções clicar e arrastar do mouse, facilitando, assim, o uso do computador, pelos alunos com dificuldades motoras.

Page 213: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

UNIUBE 203

PiagetDoutor em Biologia, Jean Piaget interessou-se pelo desenvolvimento da inteligência humana, desenvolvendo a chamada Epistemologia Genética, um estudo sobre o mecanismo da construção do conhecimento. A base de sua teoria pode ser acessada em <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_02_p047-051_c.pdf> e em <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p075-082_c.pdf>.

Portadores de necessidades educacionais especiaisSão considerados Portadores de Necessidades Especiais, sob o aspecto educacional, os alunos que apresentem desvio da média considerada normal para uma faixa etária nos aspectos físico, sensorial, mental por deficiência ou superdotação, e que necessitem de recursos educativos especiais, para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades e integração no meio social. (SÃO PAULO, Decreto n.º 33.891, art. 3º).

PsicanalistasO psicanalista é o profissional que possui uma formação em psicanálise, método terapêutico criado pelo médico austríaco Sigmund Freud, que consiste na interpretação dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de uma pessoa, baseado nas associações livres e na transferência. (LOPES, 2010).

Pulseira de pesos (Figura 3)Utilizada para facilitar a digitação de pessoas com movimentos involuntários dos membros superiores, pois ela reduz esses movimentos.

Figura 3: Pulseira de pesos.Fonte: Acervo EAD – UNIUBE.

Page 214: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte

204 UNIUBE

Teclados adaptadosSão teclados que possuem várias opções de lâminas que, quando ligadas ao computador, facilitam às pessoas com dificuldades motoras desempenhar diversas atividades no computador: alfabetização, escrita, acesso à Internet, recursos do mouse.

Teclados BrailleSão teclados que permitem ao aluno escrever em Braille, como se fosse a máquina Perkins, já existente.

Uso adequadoConsiderar as condições do aluno e do professor no que se refere ao domínio do uso do recurso tecnológico escolhido.

Vygotsky Lev Vygotsky, contemporâneo de Piaget, foi um estudioso de reconhecimento mundial. Sua produção intelectual pretendeu compreender a relação entre pensamento e linguagem, o desenvolvimento infantil, a importância da instrução no desenvolvimento. Tem como ponto forte a importância da interação social para a aprendizagem, no que chamou de zona proximal de desenvolvimento (ZPD).

Para entender mais sobre Vygotsky, leia o texto “Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula”, disponível no site<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf> Outras informações complementares podem ser obtidas em:< http://www.psicopedagogia.com.br/personalidades/personalidades/vygotsky.shtml?og>.

PESQUISANDO NA WEB

Page 215: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte
Page 216: O Uso Das Tecnologias Na Ed.matem Corte