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#214 EDIÇÃO O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA Por que ninguém consegue explicá-la? BANCO MUNDIAL DAS SEMENTES A Arca de Noé das espécies vegetais DINOSSAUROS VISTOS DO ALTO Drone filma os fósseis de museu na Argentina OÁSIS O VERDADEIRO ROSTO DOS INDÍGENAS NORTE-AMERICANOS PELES VERMELHAS

O VERDADEIRO ROSTO DOS INDÍGENAS NORTE-AMERICANOS

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Page 1: O VERDADEIRO ROSTO DOS INDÍGENAS NORTE-AMERICANOS

#214

EDIÇÃO

O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIA

Por que ninguém consegue explicá-la?

BANCO MUNDIAL DAS SEMENTES

A Arca de Noé das espécies vegetais

DINOSSAUROS VISTOS DO ALTODrone filma os fósseis de

museu na Argentina

OÁSIS

O VERDADEIRO ROSTO DOS INDÍGENAS NORTE-AMERICANOS PELES

VERMELHAS

Page 2: O VERDADEIRO ROSTO DOS INDÍGENAS NORTE-AMERICANOS

OÁSIS . EDITORIAL

POR

EDITOR

PELLEGRINILUIS

N ossa matéria de capa, “O verdadeiro rosto dos indígenas norte-americanos”, corresponde literalmente ao que nela é apresentado: algumas dezenas de faces e expressões au-

tênticas dos primeiros habitantes da parte norte do nosso continente. Todas elas são fotografias do imenso acervo de Edward S. Curtis, o maior documentarista das civilizações pré-colombianas da América do Norte, que viveu e trabalhou entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20.

São imagens de arrepiar, pois revelam com constância exemplar com-ponentes comuns à alma dos indígenas do norte, o seu caráter severo e altaneiro, pouco disposto a concessões, a sorrisos fáceis e amigá-veis. Mas também dotados de uma espiritualidade invulgar, aquela que só se conquista a partir de vidas inteiras dedicadas ao conhecimento respeitoso da Mãe Terra e de todos os fenômenos que sobre ela se

APESAR DE CHAMADOS “PELES VERMELHAS” PELOS CONQUISTADORES EUROPEUS, OS INDÍGENAS NORTE-

AMERICANOS NÃO ERAM VERMELHOS. A COR DA SUA PELE ERA – E CONTINUA SENDO - A MESMA DOS SEUS PRIMOS

ASIÁTICOS, MONGÓIS, CHINESES, JAPONESES

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OÁSIS . EDITORIAL

POR

EDITOR

PELLEGRINILUIS

processam.

Mas nem só de texto é feita essa matéria. Há muita informação curiosa e importante, no meio dela a explicação de que, embora apelidados de “peles vermelhas” pelos europeus invasores, eles nunca tiveram a pele vermelha. A cor da pele dos indígenas do norte, qualquer que seja a nação, é a mesma dos seus primos asiáticos, mongóis, chineses, japoneses. O tom avermelhado que se podia notar nos membros de certas tribos era devido apenas à terra que eles esfregavam na pele para protege-la do sol. Confira.

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FOT

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PELES VERMELHASO verdadeiro rosto dos

indígenas norte-americanos

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oucos conhecem a história de Edward S. Curtis, o legendário fotógrafo que dedicou sua vida (1868-1952) aos índios da Amé-rica do Norte. Entre o final do século 19 e o início do século 20, Curtis atravessou os vastos

territórios dos Estados Unidos e do Canadá para conhecer as populações indígenas ameri-canas, gravar suas vozes e cantos, contar suas

histórias e, sobretudo, gravar na película fo-tográfica seus rostos e retratos. Em 25 anos de trabalho intenso e viagens incessantes ele conseguiu reunir o maior acervo de imagens do mundo sobre os peles vermelhas. Calcu-la-se que tirou entre 30 e 60 mil fotografias, embora apenas 2.200 tenham chegado até nós.

Esse material fotográfico, apesar do tempo e dos recursos técnicos não muito desenvol-vidos naquela época, nos revela um mundo extraordinário de figuras de chefes tribais, homens de medicina, guerreiros, caçadores. Sobretudo, existe um ponto em comum em quase todos esses rostos indígenas que Cur-tis preservou para a posteridade: sua ex-traordinária dignidade. São vultos severos, embora serenos. São homens e mulheres nos quais se adivinha uma grande força vital, se-gurança, nobreza e confiança em si mesmos. Filhos da Terra, homens e mulheres na ver-dadeira acepção da palavra.

A vasta obra de Curtis está reunida numa “enciclopédia” de vingte volumes. Trata-se de um texto fundamental para quem dese-ja conhecer verdadeiramente os indígenas norte-americanos, para além dos lugares comuns que nos foram passados pelos fil-mes de cowboy e as histórias em quadrinhos. Nesses volumes podemos descobrir se os pe-les vermelhas realmente colecionavam escal

P

Eles se saudavam dizendo “hog”, não “augh”; não possuíam cavalos,não arrancavam escalpos, não eram vermelhos. A verdade sobre um mundo romanceado no cinema, nas fotos extraordinárias de Edward S. Curtis

POR: LUIS PELLEGRINIFOTOS: EDWARD S. CURTIS

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pos, eram praticantes de danças para chamar a chuva, ou eram caçadores de baleias. Basta deter o olhar diante das imagens que ele produziu, e as respostas afloram, natu-ralmente.

Lugares comuns a serem eliminados

Hog. Os índios se saudavam com o grito “hog”, com h áspero, que os ingleses transcreveram como “haug”e os latinos, errando, pronunciam e escrevem “augh”. Bastão de golpes. Servia para eliminar os inimigos em combate corpo a corpo, sem necessidade de usar armas perfurantes.

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Retrato de chefe indígena

Grande chefe. À parte figuras carismáticas como Cavalo Louco, de caráter irredutível, ou o diplomático Nuvem Vermelha, ambos surgidos da necessidade de unirem-se contra os brancos, não existiam verdadeiros chefes entre os índios norte-americanos. Existiam “expertos”, autori-dades nessa ou naquela atividade. Por exemplo, especia-listas nas artes da guerra (geralmente homens nascidos sob o signo do urso), expertos em encontrar fontes de água, chefes da caça, chefes da construção de acampa-mentos, homens de medicina, e por aí em diante. Todas as decisões importantes eram tomadas pelos conselhos tribais. O chefe não era entendido como p[ara nós, oci-dentais. Ele era um simples porta-voz ou o encarregado de desempenhar determinada missão pelo conse

Lucille, jovem da tribo sioux, em Dakota (1907)

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lho. Considera-se que a Constituição dos Estados Unidos tenha seu ponto de partida exatamente nos padrões da democracia dos iroqueses. O totem. Grande mastro esculpido, com funções mágicas e ritualísticas, eram usados apenas pelas tribos do no-roeste americano, sobretudo as da costa do Pacífico do Canadá. Não tinham nada a ver com os prisioneiros, mas sim, serviam para mostrar as efígies dos animais proteto-res dos antepassados que deram origem à tribo.

Pele vermelha. Os índios não eram vermelhos. Para se proteger do sol algumas tribos costumavam passar ter-ra sobre a pela, e isso dava a eles uma tonalidade aver-

OÁSIS . FOTOGRAFIA

Grande chefe cherokee (1900)

melhada. A cor da pele dos índios norte-americanos é a mesma dos seus antepassados longínquos que vieram da Ásia, aparentados aos modernos chineses, mongóis, japo-neses e coreanos. Cachimbo da paz. Numa das suas extremidades havia um pequeno machado verdadeiro, signo de equilíbrio entre dois opostos, a paz e a guerra. O cachimbo servia para proporcionar ao grupo um estado de espírito comum, harmonizado, e era entendido como um canal; para a co-municação com os espíritos e divindades.

Escalpo. Um trunfo de péssimo gosto, consistia na par-te superior do couro cabeludo de um inimigo morto em combate. Foi inventado pelos franceses e ingleses que

Membro de conselho de anciões da tribo

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ofereciam um prêmio para cada indígena morto, e exi-giam uma prova corporal de que esse índio tinha sido realmente eliminado. Em época tardia, começou a ser adotado também pela resistência indígena. Sinais de fumaça. Eram realmente usados para a co-municação à distância. Mas os índios norte-americanos possuíam cerca de 1.100 línguas e dialetos diferentes, a tal ponto que foi necessário inventar-se uma complexa linguagem gestual para membros de tribos diversas pu-dessem se comunicar. Os cherokee inventaram um alfa-beto com 68 signos fonéticos, talvez o últimos a surgir em época moderna. Em 1828 surgiu o primeiro jornal escrito em língua indígena, o Cherokee Phoenix, dedicado à sua causa.

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Membro do conselho de anciões da tribo Teton Sioux

Tipí. Era a cabana típica, cônica, feita de couro de búfalo. Mas apenas os indígenas da planície a usavam, por sua facilidade de montar, desmontar e transportar. Os indí-genas do sul eram sedentários e moravam em casas de pedra. Os do norte habitavam em cabanas de madeira. Velhos sábios. Eles realmente existiam, eram muito res-peitados e geralmente faziam parte dos conselhos tribais. Mas as sociedades indígenas não eram assistencialistas: os velhos, embora muito escutados, tornavam-se um peso quando deixavam de ser autossuficientes. Nesse ponto, a maior parte abandonava discretamente o grupo, para morrer sozinhos na vastidão da pradaria ou da flo-resta.

Homem de medicina

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1 Uma patrulha armada dos sioux (1908) Antes da chegada dos europeus, as diferentes tribos podiam entrar em conflito, mas elas não tinham uma política ex-pansionista. Os conflitos se reduziam em geral a lutas esporádicas, quase sempre por razões territoriais e ritualísticas. Haviam inimizades históricas e tradicionais, como as que existiam entre os sioux e os pawnee. Os jovens, quase sempre sem motivos sérios, faziam incursões “iniciáticas” às quais se seguiam represálias. Mas haviam alguns mecanismos para controlar a agressividade: encontrar um inimigo do seu próprio signo animal pro-vocava a anulação do combate. A fraternidade mágica e espiritual era mais importante do que qualquer rivalidade tribal. Por outro lado, matar alguém, mesmo um inimigo em combate, não era isento de consequências. Isso obrigava o vence-dor a longos e trabalhosos rituais de purificação: preferia-se, assim, ferir o inimigo, muito mais que mata-lo.

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2 Dois assovios, da tribo apsaroke. Era importante caçador de cavalos selvagens. Ferido, foi curado pela medicina xamânica com o uso de um falcão. Desde então, ele usou um falcão empalhado no alto da cabeça, em sinal de agradeci-mento. Quando conheceram os brancos, os índios norte-americanos viviam o apogeu da sua civilização. Esse nível foi atingido inclusive graças ao cavalo, que contribuiu para o seu desenvolvimento, reduzindo as distâncias e o cansaço, fa-cilitando a caça e a defesa. Os cavalos selvagens norte-americanos, no entanto, estavam extintos há milênios. Esses ani-mais foram reintroduzidos involuntariamente pelos espanhóis sediados no México. Foi em 1600 quandouma pequena manada de cavalos fugiram de um forte espanhol. Soltos na natureza, os animais retornaram à vida selvagem nas planí-cies norte-americanas, dando origem à raça mustang. Ao redor do ano 1700, os indígenas aprenderam a aprisiona-los e a domestica-los. Inventaram inclusive um estilo próprio de cavalgar.

Quando os brancos chegaram à América do Norte, existiam cerca de 20 milhões de índios no território. Em tempo relati-vamente breve eles foram reduzidos a 2 milhões, devido a guerras, carestias e epidemias de doenças trazidas pelos euro-peus.

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3 Barriga de urso. Os índios quase sempre tinham nomes de animais, ou ligados a animais. Mas o animal tutelar de um indivíduo podia mudar ao longo da vida. Barriga de Urso, retratado nesta foto, contou a Curtis como conseguiu seu nome e também a pele de urso que usava: “Subi num rochedo. Lá embaixo, avistei três ursos. Esperei até que o segundo estivesse junto ao primeiro e disparei mi-nha arma. O urso mais distante caiu, a bala atravessara o corpo do primeiro para se alojar no crânio do segundo. O pri-meiro, apesar de ferido, investiu contra mim, e eu disparei novamente, rompendo-lhe a espinha dorsal. Um ruído me fez lembrar do terceiro urso: ele corria rosnando e estava a apenas 6 passos de mim. Quando disparei, o cano do fuzil tocava o seu peito, e o matei. Aquele com a espinha quebrada se arrastava ainda. Eu me aproximei e lhe disse: ‘Vim para te en-contrar, meu caro amigo, para te manter sempre comigo’. E atirei nele mais uma vez”.

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4 Grande Chefe Três Cavalos. Fotografado ao redor de 1905.

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5 Índio da tribo Piegan. Neste retrato o homem aparece segurando um cachimbo da paz, adornado com peles de ar-minho, plumas de ave de rapina, garras de urso marrom e ossos de cervo.

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6 Menino da tribo Nariz Furado. Conhecidos também pelo nome francês de Nez Percé. Viviam onde hoje se encon-tra o Estado de Idaho, nutrindo-se sobretudo de caça e pesca, e se dedicando à criação de cavalos.

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7 Garota da tribo Nespelem. Esse povo indígena habitava no extremo oeste do território.

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8 Nuvem Vermelha, o diplomata. Ficou famoso pela erudição e a clareza e lógica dos seus argumentos, nos encon-tros diplomáticos com os brancos para se chegar a um entendimento.

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9 Homem comum. Nem todos os indivíduos eram guerreiros. Os especialistas nas artes da guerra eram em geral os nascidos sob o signo do urso. Mas todos, nas tribos, tinham alguma função. E não se considerava que uma função era melhor que a outra. Todas eram necessárias.

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10 Metralhadora a cavalo. Um índio apsaroke com arco e flecha, outras duas flechas ja prontas na mão e uma na boca. Os apsaroke, também conhecidos como Crow, pertenciam ao grupo linguístico dos Sioux e viviam nas planícies de Montana e de Dakota do Sul.

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11 Gerônimo, o apache. Contou a Curtis que o Grande Espírito lhe dissera: “Nenhum fuzil dos brancos conseguirá te matar”. Gerônimo foi um chefe de guerra legendário. Foto de 1905.

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12 Índios nômades. A imagem de índios que levam uma vida nômade, à caça de bisões – a principal fonte do seu sus-tento – é correta, mas apenas para aqueles que vivem nas planícies centrais da América do Norte. Entre os Sioux, os Cheyenne, Pés Pretos, Arapahós. Os peles vermelhas, com efeito, possuíam economias de diversos tipos. Por exemplo, os Makah do noroeste (foto acima) era um baleeiro, capaz de manejar arpões e embarcações, e se dedicavam à pesca para sobreviver. Os Navajo, no sul dos atuais Estados Unidos, eram seminômades que criavam carneiros e eram conhecidos por viverem também de furtos pra-ticados contra outras tribos. Os Apache também eram predadores. Os Pueblo, por seu lado, que ocupavam os territórios até o México, eram agricultores sedentários, com grandes conheci-mentos de métodos de irrigação: cultivavam milho e abóboras e trabalhavam joias e objetos de prata.

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13 Águia Negra (nascido em 1834). Guerreiro desde os 13 anos de idade, carregava sempre consigo uma asa de águia, o seu animal tutelar. Confessou a Curtis nunca ter sido um herói. Em toda a sua vida capturara apenas 6 cavalos.

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14 Águia negra, da tribo dos Nariz Furado. Mais conhecidos pelo seu nome francês, Nez Percé, viviam em cabanas de madeira.

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15 Navajo idoso. Quando percebiam que tinham se tornado um peso para o resto da tribo, os velhos e velhas decidiam abandonar sozinhos o grupo e se retiravam na imensidão da planície ou nas florestas para morrer.

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16 Indígena Arapahó fumando um cachimbo normal (1910). Un indiano Arapaho fuma una pipa normale (foto del 1910, circa). O cachimbo da paz, que possuía um pequeno machado em uma das extremidades, era usado durante rituais.

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17 Indígena da tribo Piegan. A palavra totem (originalmente ototeman) é a única que todas as línguas europeias her-daram do idioma indígena americano.

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18 Três chefes batedores. Eram índios das planícies e viviam ao longo do rio Bow.

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19 Aldeia Piegan. As tendas tipí eram as moradas típicas dos indígenas das planícies.

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20 Dois Nakoaktok. Vestidos com costumes tradicionais, durante uma dança tribal. Os Nakoaktok viviam na costa ocidental do moderno Canadá.

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21 Homem da tribo Apache Jicarilla. O termo deriva da palavra espanhola que significa “pequena caneca”, e se re-feria às copas para beber tecidas em espiral usadas por esse povo Apache.

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22 Beleza indígena. Trata-se de uma jovem da tribo Mohave.

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23 Guerreiros Cheyenne. Viviam nas planícies centrais, e sua língua pertence ao grupo Algonquin.

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O MISTÉRIO DA CONSCIÊNCIAPor que ninguém consegue explicá-la?

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33/59OÁSIS . CIÊNCIA

consciência é um dos gran-des mistérios da ciência – talvez o maior deles. Todos nós sabemos que a temos quando pensamos, sonha-mos, apreciamos sabores e aromas, ouvimos uma grande

sinfonia ou nos apaixonamos, e ela é certa-mente a parte mais íntima, sábia e pessoal de nós mesmos. No entanto, ninguém pode realmente afirmar que a entendeu e explicou totalmente.

Não há dúvida de que a consciência está de algum modo ligada ao cérebro, mas a natu-reza dessa associação está longe de ser clara. Em particular, como esse pouco mais de 1,3 quilo de matéria dentro de nosso crânio per-mite-nos ter experiências?

O professor David Chalmers, da Universi-dade Nacional Australiana, apelidou essa questão de o “problema difícil” da consciên-cia, mas muitos cientistas, sobretudo aque-les (ainda na maioria) filosoficamente incli-nados a acreditar que todos os fenômenos podem ser reduzidos a interações materiais, negam que haja qualquer problema. Para eles, parece evidente que os processos físi-cos dentro da matéria do cérebro produzem consciência de certa forma como um gerador produz eletricidade – ou seja, a consciência é um “epifenômeno” de atividade cerebral. E eles veem como igualmente óbvio que não pode haver coisas como vida após a morte ou experiências fora do corpo, uma vez que tanto a consciência como a experiência estão confinadas ao cérebro e devem morrer quan-do o cérebro morre.A

Toda pessoa normal é dotada de consciência. É ela que, aparentemente, nos distingue dos outros animais. Mas, apesar disso, ela ainda é um dos maiores mistérios da ciência, e quando se toca o tema aparecem mais perguntas e dúvidas do que certezas. Sobretudo quando a ciência quântica passa a considerar que a consciência pode sobreviver à morte do corpo

POR: GRAHAM HANCOCK

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No entanto, outros cientistas com credenciais igualmen-te impressionantes não têm tanta certeza disso e estão cada vez mais dispostos a considerar uma analogia muito diferente – ou seja, que a relação da consciência com o cérebro pode ser menos a relação do gerador com a ele-tricidade que produz e mais a relação do sinal de TV com o televisor. Nesse caso, quando o televisor é destruído – morto –, o sinal ainda continua. Nada no atual estado de conhecimento da neurociência exclui essa possibilida-de revolucionária. É verdade que se você danifica certas áreas do cérebro, determinadas áreas da consciência são comprometidas, mas isso não prova que essas áreas do cérebro geram as áreas relevantes da consciência. Se você quisesse danificar certas áreas do seu televisor, a imagem pioraria ou desapareceria, mas o sinal de TV permanece-ria intacto.

Certezas científicas são relativas

Somos, em outras palavras, confrontados com uma pro-porção no mínimo similar de mistério e fato em torno do tema da consciência, e sendo esse o caso, devemos lem-brar que o que parece óbvio e evidente para uma geração pode não parecer nada óbvio ou evidente para a próxi-ma. Por centenas de anos, era óbvio e evidente para as maiores mentes humanas que o Sol se movia ao redor da Terra – bastava olhar para o céu, diziam, para ver a ver-dade dessa proposição. Aqueles que mantiveram a visão revolucionária de que a Terra se movia em torno do Sol enfrentaram a Inquisição e a morte na fogueira. No en-tanto, como se viu, os revolucionários estavam certos e ortodoxia estava terrivelmente, ridiculamente errada.

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OÁSIS . CIÊNCIA

O mesmo pode muito bem ser verdadeiro em relação ao mistério da consciência. Sim, parece óbvio e evidente que o cérebro a produz (a analogia do gerador), mas isso é uma dedução a partir de dados incompletos e catego-ricamente não um fato estabelecido e irrefutável ainda. Novas descobertas podem forçar a ciência materialista a trocar essa teoria por algo mais parecido com a analogia da TV em que o cérebro passa a ser entendido como um transceptor (aparelho que combina um transmissor e um

receptor), em vez de como um gerador de consciência, e em que a consciência é reconhecida como fundamental-mente “não local” na natureza – talvez até mesmo como uma das forças motrizes básicas do universo. No mínimo, deveríamos deixar em suspenso julgamentos sobre esse “problema difícil” até reunir mais evidências, e ver com desconfiança aqueles que defendem pontos de vista dog-máticos e ideológicos sobre a natureza da consciência.

É nesse ponto que toda a questão aparentemente aca-dêmica se torna intensamente política e atual, porque a sociedade tecnológica moderna idealiza e se concentra monopolisticamente em apenas um estado de consciên-cia – o de alerta, o estado de consciência de resolução de problemas que nos torna produtores e consumidores eficientes de bens materiais e serviços. Ao mesmo tempo, nossa sociedade procura policiar e controlar uma vasta gama de outros estados “alterados” de consciência com base na proposição não comprovada de que a consciência é gerada pelo cérebro.

Guerra às drogas

Refiro-me aqui à chamada “guerra às drogas”, que é real-mente melhor entendida como uma guerra à consciência e que sustenta, supostamente no interesse da sociedade, que nós, como adultos, não temos o direito ou a maturi-dade para tomar decisões soberanas sobre nossa própria consciência e os estados de consciência que desejamos explorar e abarcar. Essa imposição extraordinária sobre a liberdade cognitiva adulta é justificada pela ideia de que nossa atividade cerebral, perturbada pelas drogas, vai ter impacto negativo em nosso comportamento em

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relação aos outros. No entanto, qualquer um que pare um momento para pensar seriamente sobre o tema deverá perceber que já temos leis adequadas governando o com-portamento adverso em relação aos outros e que o verda-deiro propósito da “guerra às drogas” deve ser, portanto, pressionar a própria consciência.

Uma confirmação disso veio do último governo traba-lhista britânico. Ele declarou que sua política de drogas seria baseada em evidências científicas, embora em 2009 tenha demitido o professor David Nutt, presidente do Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas, por ele ter afirmado o fato estatístico simples de que a maconha é menos perigosa (em termos de “danos” medidos) do que o tabaco e o álcool e que o ecstasy é menos perigoso do que andar a cavalo. Claramente, o que estava em jogo aqui eram questões ideológicas de grande importância para os poderes constituídos. E essa é uma ideologia que adere obstinadamente ao poder, independentemente de mudanças na natureza do governo do dia. A coalizão con-servadora-liberal atualmente no poder no Reino Unido

continua a ser tão inflexível em sua aplicação da chamada guerra às drogas quanto seus antecessores trabalhistas, e em nome dessa “guerra” segue despejando dinheiro público em grandes e armados aparatos burocráticos de repressão às drogas, que têm o direito de quebrar as por-tas na calada da noite, invadir lares, destruir reputações e pôr cidadãos atrás das grades.

Temos sido persuadidos de tudo isso, está em nossos próprios interesses. No entanto, se nós, como adultos, não estamos livres para tomar decisões soberanas – cer-tas ou erradas – sobre nossa própria consciência, aquela parte mais íntima, sábia e pessoal de nós mesmos, então em que sentido pode-se dizer que somos absolutamente livres? E como vamos começar a assumir a responsabili-dade real e significativa por todos os outros aspectos de

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nossas vidas, quando nossos governos procuram nos pri-var do mais fundamental de todos os direitos e responsa-bilidades humanos?

Drogas legais que alteram a consciência

Nesse contexto, é interessante notar que nossa sociedade não tem qualquer objeção à consciência alterada propria-mente dita. Pelo contrário – muitas drogas que alteram a consciência, como Prozac, Ritalina, Seroxat e álcool, são maciçamente mais prescritas ou estão livremente dispo-níveis hoje, e geram grandes fortunas para seus fabrican-tes, mas permanecem totalmente legais, embora causem danos óbvios. Isso poderia ser explicado porque tais drogas legais não alteram a consciência de formas que ameacem o domínio monopolista do estado de alerta (de

resolução de problemas) da consciência, enquanto diver-sas drogas ilícitas, como maconha, LSD e psilocibina, têm um efeito diferente?

Há uma revolução sendo gestada aqui, e o que está em jogo transcende a defesa da liberdade cognitiva como um direito adulto essencial e inalienável. Se for descoberto que o cérebro não é um gerador, mas um transceptor de consciência, então devemos considerar algumas pesqui-sas científicas pouco conhecidas que apontam para uma possibilidade aparentemente estranha, a de que uma determinada categoria de drogas ilegais – alucinógenos como LSD, DMT (presente na ayahuasca) e psilocibina – pode alterar o comprimento de onda do receptor do cére-bro e nos possibilita contatar entidades inteligentes não materiais, “seres de luz”, “espíritos”, “elfos-máquinas”

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OÁSIS . CIÊNCIA 38/59

(como o etnobotânico norte-americano Terence McKenna os chamava), e talvez até mesmo os habitantes de outras dimensões. Essa possibilidade é considerada ponto pací-fico pelos xamãs das sociedades de caçadores-coletores, que por milhares de anos fizeram uso de plantas de poder e de fungos para adentrar e interagir com o que eles in-terpretam como o “mundo espiritual”.

Curiosamente, isso também foi previsto pelo dr. Rick Strassman, professor de Psiquiatria da Universidade do Novo México (EUA), depois de sua pesquisa inovadora com voluntários humanos e DMT realizada na década de 1990 – um projeto que produziu resultados com impli-cações devastadoras para nossa compreensão da nature-za da realidade. Para mais informações sobre o trabalho revolucionário de Strassman, vejam seu livro DMT: The

Spirit Molecule (que pode ser adquirido, em versões em inglês ou em espanhol, no site do autor: rickstrassman.com).

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39/59OÁSIS . BIODIVERSIDADE

BIO

DIV

ERS

IDA

DEBANCO MUNDIAL

DAS SEMENTESA Arca de Noé das espécies vegetais

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40/59OÁSIS . BIODIVERSIDADE

Svalbard Global Seed Vault é um gigantesco armazém fortificado no interior de uma montanha de gelos eternos, situado a cerca de mil quilômetros do Polo Norte, no arquipélago das Ilhas Svalbard, na Noruega.

Nesse bunker protegido de qualquer ameaça, é preservado um dos bens mais preciosos do mundo. Não são obras de arte, pedras preciosas ou me-tais raros. São sementes: arroz, trigo, feijão, be-

rinjela, batata, banana, centeio. Tudo aquilo que pode-se plantar e, ainda mais importante, tudo aquilo que se deve conservar para a pre-servação da biodiversidade. Essas centenas de milhares de sementes blin-dadas são conservadas a 18 graus negativos, para garantir a sua sobrevivência inclusive em caso de guerra ou de cataclismos naturais. Naquela temperatura – asseguram os exper-tos – a maior parte das sementes pode sobre-viver por milhares de anos (até 20 mil).

O projeto global desse banco de sementes (ou banco de germoplasma) foi promovido e fi-nanciado pelo governo da Noruega e apoiado pela Fao, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. O banco de sementes de Svalbard é sem dú-vida o maior e mais completo do mundo, mas em vários outros países existem também “bancos nacionais” menores para a conserva-ção das sementes. Alguns deles estão conec-tados a universidades e a centros de pesquisa científica. Este é o caso, por exemplo, da Itá-lia, que possui bancos desse tipo em quase todas as regiões

A galeria de imagens à seguir mostra diferen-tes aspectos do banco de Svalbard. Cada foto é acompanhada de um texto bastante elucida-tivo sobre o assunto.

OExiste um gigantesco cofre-forte escavado numa área de gelo permanente na Noruega, nas Ilhas Svalbard, a cerca de mil quilômetros do Polo Norte. Nela é conservado o tesouro mais precioso da humanidade: as sementes

POR: EQUIPE OÁSIS

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1 Parece a entrada de um misterioso reino subterrâneo, escondido no permafrost ártico, a mil quilômetros do Polo Nor-te. Na verdade, o banco de sementes das Ilhas Svalbard é o nosso seguro de vida contra o risco da perda da biodiversida-de que poderia dar fim ao nosso bem mais precioso, as sementes.

O Svalbard Global Seed Vault é um verdadeiro cofre-forte destinado à conservação do patrimônio genético das mais importantes culturas agrícolas da Terra. A estrutura física do banco, financiado e gerenciado pelo governo norueguês e apoiado pelas mais importantes instituições mundiais (inclusive a Fao), encontra-se nas imediações de Longyearbyen, na ilha norueguesa de Spitsbergen, que faz parte do arquipélago ártico das Ilhas Svalbard. Foto: Pal Hermansen

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2 Apesar de o banco de sementes ser enorme, apenas a sua entrada é visível do exterior, e assim mesmo isso exige um mínimo de esforço e atenção. A partir da entrada, o bunker é escavado por mais de 120 metros no interior de uma mon-tanha de gelo e de arenito. Ele é composto de três imensos salões, protegidos por sistemas de segurança máxima, supe-riores àqueles utilizados pelos grandes bancos. Com efeito, nesse lugar são custodiados verdadeiros tesouros, na forma de milhares de variedades de sementes, sobretudo das 21 principais fontes alimentares agrícolas da humanidade: trigo, arroz, batata, feijão, mandioca, maçã, soja, sorgo, coco, etc.No banco, as sementes estão a salvo de guerras, desastres naturais, mudanças climáticas, parasitas, experiências genéti-cas e técnicas modernas da agricultura intensiva.

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3 As sementes são mantidas a uma temperatura média de 18 graus centígrados negativos, protegidas contra a umidade e problemas meteorológicos. O banco de sementes de Svalbard encontra-se a uma altitude de 130 metros sobre o nível do mar, teoricamente protegidas inclusive do derretimento dos gelos árticos. Um gerador a carvão produz energia para os equipamentos de refrigeração. Se eles parassem de funcionar, o próprio ambiente garantiria durante décadas uma temperatura interna nunca superior a 3,5 graus centígrados negativos. Ela permitiria às sementes uma sobrevivência de cerca 55 anos. A própria ilha foi escolhida pela ausência de atividades tec-tônicas: é segura inclusive do ponto de vista sísmico. Foto: Mari Tefre

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4 Pacotes de quatro camadas protegem as sementes da umidade. O banco tem espaço suficiente para custodiar 4,5 mi-lhões de amostras de sementes, o dobro da variedade de sementes que, acredita-se, existam no mundo. De 2008 (ano em que foi inaugurado) ao dia de hoje, o banco acumulou nas suas gavetas de segurança mais de 770 mil variedades de sementes. Elas não são exemplares únicos: outras amostras são conservadas em algumas poucas unidades análogas em outros lugares do mundo.

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5 O mecanismo de custódia é análogo ao dos cofres de segurança dos grandes bancos: o proprietário das sementes é o depositante, ou seja o banco de sementes que envia para Svalbard as sementes que serão custodiadas. O governo norueguês é o proprietário do edifício, mas não das sementes nele custodiadas. A obra custou mais de 8 mi-lhões de euros, financiados em parte também pela Bill & Melinda Gates Foundation, e foi incluída entre as mais impor-tantes invenções de 2008 pela revista Time. Foto: Dave Walsh

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6 As paredes em concreto armado e as espessas portas de aço protegeriam o edifício inclusive no caso de desastres nu-cleares, ataques terroristas ou bombardeios, inclusive com mísseis, bem como de acidentes aéreos. Mas a pior ameaça à existência das mais raras variedades de sementes provem, segundo os especialistas, da perda de material genético de-vido a desastres naturais, cortes de fundos destinados à agricultura, seleção de variedades resistentes e geneticamente modificadas, ou monoculturas que acabam com as variedades de sementes menos utilizadas. Foto: C. Bibby

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7 Chegada de toneladas de sementes para serem estocadas: embora a coleção original do Svalbard Global Seed Vault provenha do Nordic Gene Bank, um banco especializado na tutela de sementes e material genético das plantas nórdicas, o edifício abriga também muitas variedades de sementes provenientes inclusive de países muito distantes. Entre elas, 2500 variedades de arroz da organização para a segurança alimentar AfricaRice, e 70 mil variedades enviadas das Filipi-nas; 110 mil sementes sírias originalmente custodiadas em Aleppo, cidade agora destruída pela guerra. Há inclusive cin-co variedades de tomates endêmicos das Ilhas Galápagos. Foto: Pal Hermansen.

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8 Na chegada, as caixas com as sementes são catalogadas e depois distribuídas nos salões de segurança máxima. Cada caixa contem no máximo 400 amostras diversas. Cada amostra (ou seja, cada envelope de alumínio) contem cerca de 500 sementes. Foto: Pal Hermansen.

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9 A entrada de um dos três salões caixa-forte. Para se chegar às sementes é necessário passar por quatro portas: a porta de entrada (permanentemente vigiada por guardas armados), uma segunda porta após um túnel de 115 metros e outras duas portas à prova d’água e de fogo. Foto: Pal Hermansen.

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10 Antes de ser alojada nos depósitos, cada caixa é “mapeada” com todas as suas características físicas com um sistema similar àquele usado para a detecção de materiais tóxicos ou radioativos. Leitores de movimentos acompanham e gra-vam a entrada e os passos e gestos de todos os que trabalham no recinto. Foto: Pal Hermansen.

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11 O acesso às amostras é permitido apenas a quem trabalha no interior da estrutura. Nem mesmo os pesquisadores po-dem entrar nos recintos. Para as pesquisas e análises científicas eles devem se dirigir aos bancos de sementes nacionais. Foto: C. Bibby

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12 O papel do banco de sementes de Svalbard é simplesmente oferecer às sementes um lugar frio e protegido onde elas possam “descansar” à temperatura de 18 graus negativos, na qual algumas sementes podem durar mais de mil anos. O centeio e o trigo, por exemplo, podem resistir 1700 anos, e o sorgo até 20 mil anos. Foto: Pal Hermansen.

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13 Nem todos, no entanto, aprovam os grandes bancos de sementes. Os detratores consideram que a tutela da biodi-versidade deve ser feita diretamente no território, perseguida com acordos políticos que tutelem os camponeses da in-gerência cada vez maior das grandes multinacionais (elas se apropriam de terras e brevetam as sementes). Para outros, estruturas como a de Svalbard representam fortalezas isoladas, tuteladas por grandes interesses econômicos , mas, na verdade, desconectadas da realidade quotidiana e dos interesses dos países mais pobres. Foto: Pal Hermansen.

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14 A força dos bancos de sementes está, na realidade no seu número: existem atualmente pelo menos 1.750, e o das ilhas Svalbard não é sequer o maior deles. O primado toca a Royal Botanic Gardens millennium seed bank de Ardingly, em Sussex (aqui visto do exterior), que custodia cerca de 10% do inteiro patrimônio de culturas silvícolas do mundo. Foto: Jonathan Player.

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15 No banco de sementes de Sussex são conservados cerca de 290 milhões de sementes sigiladas em recipientes de vi-dro, à prova de radiações e a temperaturas inferiores a zero grau. O contexto é menos cenográfico do de Svalbard, mas a qualidade científica é altíssima: 25 botânicos e geneticistas trabalham no local para conservar corretamente e tutelar as sementes ali conservadas. Foto: Jonathan Player

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16 Sussex, Inglaterra: uma amostragem de sementes pronta para as operações preliminares de conservação. Até o ano 2020 o centro pretende ter um quarto de todas as espécies botânicas do mundo, em um projeto global cujo objetivo é conservar e preservar a biodiversidade do planeta terra. Foto: Jonathan Player.

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DINOSSAUROS VISTOS DO ALTODrone filma os fósseis de museu na Argentina

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á poucos quilômetros de Buenos Aires fica La Pla-ta, capital provincial. Lá está o Museu de História Natural de La Plata, o mais importante do gê-nero em todo o mundo

de fala hispânica, e certamente um dos mais interessantes do mundo em sua especialidade, a natureza e os seres que ela criou.

Para quem gosta desse universo, o museu é um regalo. Não apenas por suas riquíssimas coleções, mas também por causa da sua ar-quitetura peculiar, com galerias curvas que proporcionam perspectivas inusitadas das peças nelas expostas.

Fundado em 1888, com um estilo neoclás-sico e ornamentação de inspiração pré-co-lombiana, conta com mais de três milhões de objetos em suas coleções, com destaque para os grandes mamíferos fósseis do Terciário e do Quaternário, e as coleções arqueológicas e etnográficas.

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Grandes peças expostas em museus geralmente são vistas de baixo para cima. Mas agora um drone filmou as coleções do Museu de História Natural de La Plata, na Argentina, revelando perspectivas inéditas e belíssimas. Confira no final da matéria

POR: EQUIPE OÁSIS

Com a iluminação adequada, esse fóssil de mastodonte sulamericano parece estar vivo e caminhar

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Dois fósseis de bovídeos pré-históricos no Museu de La Plata

Com 21 salões de exibição permanente, esse museu de La Plata apresenta objetos da fauna e flora, e das culturas humanas, principalmente as que surgiram e se desenvol-veram na América do Sul.

Mais informações: www.fcnym.unlp.edu.ar/museo Abaixo mostramos dois vídeos sobre o Museu de História Natural de La Plata. O primeiro, mais longo, apresenta uma visita geral do lugar. O segundo mostra as instala-ções a partir de perspectivas aéreas inéditas, todas elas filmadas com o uso de um drone.

Video 1. Autor: Haroldo Gustavo Torre

Vídeo 2. Um drone sobrevoa os salões do Museu de Ciências Naturais de La Plata e filma tudo do alto

Cópia em tamanho natural de um fóssil de Diplodocus, no Museu de La Plata