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Música Evento Programação oficial do Pelotas Jazz Festival é divulgada Semana Hip Hop começa hoje com oficinas, palestras e apresentações Página 6 Página 7 Fotos Moizes Vasconcellos - DP O viver em dois extremos Fotógrafos percorreram a pé uma extensão litorânea de mais de mil quilômetros e captaram em suas lentes detalhes desta imensidão Anderson Astor e Marcelo Curia expõem as imagens na Casa Paralela até o dia 14 de novembro DIÁRIO POPULAR SEGUNDA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2014 Fotos Divulgação - DP Jussara Lautenschläger Pelo caminho casas abando- nadas, animais mortos e lixo con- trastavam com a beleza natural de dois litorais banhados pelo Oceano Atlântico. Na mochila o equipamen- to fotográfico para eternizar cada momento do longo trajeto percor- rido a pé pelos fotógrafos Anderson Astor e Marcelo Curia. O resultado desta aventura pode ser conferido na exposição O caminho da praia, que fica até o dia 14 de novembro na Casa Paralela. A aventura começou em 2011, entre os meses de setembro e ou- tubro. Neste período os fotógrafos davam início a uma caminhada de 622 quilômetros no litoral que une a foz do rio Mampituba, divisa com o estado de Santa Catarina, e a foz do Arroio Chuí, fronteira com o Uruguai. Vento, maré alta, sol forte no rosto e chuva não foram obstáculos para estes dois aventureiros que le- varam um carrinho com alimentos, barraca e todo material necessário para caminhar durante 35 dias por uma areia plana. Para eles o mais im- portante era registrar tudo durante o trajeto percorrido pelo Litoral Sul. Os dois captaram oito mil imagens. Este trabalho foi possível de ser desenvolvido, conta Ander- son Astor, devido ao resultado do financiamento por uma ação de crowdfunding. Serviço O quê: exposição O caminho da praia, dos fotógrafos Anderson Astor e Marcelo Curia Onde: Casa Paralela, rua Uruguai 1.577, entre 15 de Novembro e Anchieta Quando: visitação até 14 de novembro, de terça a sexta-feira das 14h às 19h Quanto: entrada franca Segunda etapa Este ano Marcelo e Anderson após serem contemplados na 13ª edição do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, arrumaram as mochilas e deram início à segunda etapa da caminhada, só que desta vez o trajeto seria o litoral do Rio Grande do Norte. “Fizemos esta es- colha pela semelhança no nome dos estados e também para registrar as semelhanças e diferenças que mar- cam duas áreas litorâneas de grande extensão”, destaca Anderson. Desta vez os dois levaram ape- nas mochilas. Ao contrário do Sul, a orla é povoada, o que facilitou a alimentação e o pernoite dos fo- tógrafos que percorrem, desta vez, 487 quilômetros em 23 dias. Eles caminharam da praia de Tibau, divisa com o estado do Ceará, até a barra do rio Guaju, que marca a divisa com a Paraíba. Pelo caminho encontraram rochas, manguezais, piscinas naturais, recifes afetados por uma maré de grande amplitude, casas e empreendimentos abando- nados. Tudo foi fotografado, um registro de cinco mil imagens. “A população do Norte do país é muito hospitaleira, no Sul as pessoas são mais fechadas, talvez por habitarem em áreas quase que desertas”, lembra Anderson. Exposição Ao chegarem em Natal inicia- ram a seleção do material para a exposição que seria realizada na cidade. Com a ajuda do curador Fernando Schmitt, cem imagens foram impressas para a mostra que já passou também Porto Alegre e agora chega a Pelotas. “Difícil não tecer um paralelo entre rotas de peregrinação, onde, depois de tudo, viajantes e caminho seguem os mesmos completamente diferentes”, diz o curador.

O viver em dois extremos

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Matéria veiculada no jornal Diário Popular no dia 20 de outubro de 2014 sobre a exposição "O Caminho da Praia" de Anderson Astor e Marcelo Curia

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Page 1: O viver em dois extremos

Música Evento

Programação oficial do Pelotas Jazz Festival

é divulgada

Semana Hip Hop começa hoje com oficinas,

palestras e apresentaçõesPágina 6 Página 7

Fotos Moizes Vasconcellos - DP

O viver em dois extremos

Fotógrafos percorreram

a pé uma extensão

litorânea de mais de mil quilômetros e captaram

em suas lentes

detalhes desta

imensidão

Anderson Astor e Marcelo Curia expõem as imagens na Casa Paralela até o dia 14 de novembro

DIÁRIO POPULAR SEGUNDA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2014

Fotos Divulgação - DP

Jussara Lautenschläger

Pelo caminho casas abando-nadas, animais mortos e lixo con-trastavam com a beleza natural de dois litorais banhados pelo Oceano Atlântico. Na mochila o equipamen-to fotográfico para eternizar cada momento do longo trajeto percor-rido a pé pelos fotógrafos Anderson Astor e Marcelo Curia. O resultado desta aventura pode ser conferido na exposição O caminho da praia, que fica até o dia 14 de novembro na Casa Paralela.

A aventura começou em 2011, entre os meses de setembro e ou-tubro. Neste período os fotógrafos davam início a uma caminhada de 622 quilômetros no litoral que une a foz do rio Mampituba, divisa com o estado de Santa Catarina, e a foz do Arroio Chuí, fronteira com o Uruguai.

Vento, maré alta, sol forte no rosto e chuva não foram obstáculos para estes dois aventureiros que le-varam um carrinho com alimentos, barraca e todo material necessário para caminhar durante 35 dias por uma areia plana. Para eles o mais im-portante era registrar tudo durante o trajeto percorrido pelo Litoral Sul. Os dois captaram oito mil imagens.

Este trabalho foi possível de ser desenvolvido, conta Ander-son Astor, devido ao resultado do financiamento por uma ação de crowdfunding.

ServiçoO quê: exposição O caminho da praia, dos fotógrafos Anderson Astor e Marcelo CuriaOnde: Casa Paralela, rua Uruguai 1.577, entre 15 de Novembro e AnchietaQuando: visitação até 14 de novembro, de terça a sexta-feira das 14h às 19hQuanto: entrada franca

Segunda etapa Este ano Marcelo e Anderson

após serem contemplados na 13ª edição do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, arrumaram as mochilas e deram início à segunda etapa da caminhada, só que desta vez o trajeto seria o litoral do Rio Grande do Norte. “Fizemos esta es-colha pela semelhança no nome dos estados e também para registrar as semelhanças e diferenças que mar-

cam duas áreas litorâneas de grande extensão”, destaca Anderson.

Desta vez os dois levaram ape-nas mochilas. Ao contrário do Sul, a orla é povoada, o que facilitou a alimentação e o pernoite dos fo-tógrafos que percorrem, desta vez, 487 quilômetros em 23 dias. Eles caminharam da praia de Tibau, divisa com o estado do Ceará, até a barra do rio Guaju, que marca a divisa com a Paraíba. Pelo caminho encontraram rochas, manguezais, piscinas naturais, recifes afetados por uma maré de grande amplitude, casas e empreendimentos abando-nados. Tudo foi fotografado, um registro de cinco mil imagens.

“A população do Norte do país é muito hospitaleira, no Sul as pessoas são mais fechadas, talvez por habitarem em áreas quase que desertas”, lembra Anderson.

Exposição Ao chegarem em Natal inicia-

ram a seleção do material para a exposição que seria realizada na cidade. Com a ajuda do curador Fernando Schmitt, cem imagens foram impressas para a mostra que já passou também Porto Alegre e agora chega a Pelotas.

“Difícil não tecer um paralelo entre rotas de peregrinação, onde, depois de tudo, viajantes e caminho seguem os mesmos completamente diferentes”, diz o curador.