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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS
CARLOS ALBERTO VANDERLEI VANGASSE
O VÓRTICE DO LIXO ELETRÔNICO NO INSTITUTO
FEDERAL DE ALAGOAS: PROLONGAMENTO DO
REAPROVEITAMENTO DE COMPONENTES
ELETRÔNICOS
Maceió-Alagoas 2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS
CARLOS ALBERTO VANDERLEI VANGASSE
O VÓRTICE DO LIXO ELETRÔNICO NO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS: PROLONGAMENTO DO
REAPROVEITAMENTO DE COMPONENTES ELETRÔNICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário CESMAC, na modalidade Profissional, como requisito para obtenção do título de Mestre, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Rogério Barbosa de Miranda
Maceió-Alagoas 2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DE SISTEMAS AMBIENTAIS
CARLOS ALBERTO VANDERLEI VANGASSE
O VÓRTICE DO LIXO ELETRÔNICO NO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS: PROLONGAMENTO DO REAPROVEITAMENTO
DE COMPONENTES ELETRÔNICOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário CESMAC, na modalidade Profissional, como requisito para obtenção do título de Mestre, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Rogério Barbosa de Miranda
Data da defesa: 3 de abril de 2020 BANCA EXAMINADORA Orientador: Prof. Dr. Paulo Rogério Barbosa de Miranda Examinador externo: Prof. Dr. Rômulo Pires Coelho Ferreira Examinador Interno: Prof. Dr. Selenobaldo Alexinaldo Cabral de Sant’anna Examinadora Interna: Profª. Drª Camila Calado Vasconcelos
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho, primeiramente, а Deus, pоr ser essencial еm minha
caminhada na vida; a mеυ pai, Alberto, minha mãе, Gilda, е às minhas irmãs
Cecília, Celeste e Rita. À minha esposa, Elissandra, meus filhos Arthur, Gabriel
e, minha filha, Elissa, que, cоm muito carinho, mе apoiaram, e não mediram
esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida. Dedico, também,
à gestão do curso de Mestrado em Análise de Sistemas Ambientais do CESMAC
e, às pessoas com quem convivi nesses espaços ao longo desses dois anos.
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo, agradeço a Deus por mais esta conquista. A presente
dissertação de mestrado não teria sido realizada sem o precioso apoio de
algumas pessoas. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador,
Professor Paulo Rogério, pela tranquilidade, empenho e paciência com que
sempre me orientou, sem nunca me desmotivar, na realização deste e todos os
outros trabalhos que realizei durante o curso de mestrado em Análise de
Sistemas Ambientais. Desejo, da mesma forma, agradecer a todos os meus
colegas do Mestrado da turma III, cujo apoio e amizade sempre estiveram
presentes em todos os momentos de um dos melhores períodos da minha vida.
Agradeço aos funcionários do CESMAC, que foram sempre muito
atenciosos e prestativos, aos colegas do IFAL, que me ajudaram a ultrapassar
um grande obstáculo. Por fim, quero agradecer à minha família, razão maior de
minha realização, pelo apoio incondicional que me deram e, em especial, à
minha esposa Elissandra, pelas incansáveis revisões ao longo da elaboração
deste trabalho.
RESUMO
As inovações tecnológicas facilitam as atividades da sociedade em geral, porém, são responsáveis pela obsolescência dos equipamentos eletrônicos e geram a problemática de como destinar corretamente esses equipamentos obsoletos, que compõem o chamado lixo eletrônico ou e-lixo. Tais avanços facilitaram, também, através das reestruturações de plataformas, as condições de trabalhos de recuperação, possibilitando reparos mais fáceis e rápidos nos equipamentos. Desse modo, a economia circular associada às técnicas de logística reversa surge como uma solução para diminuição da produção do e-lixo, dando a esse material descartado uma destinação responsável e correta. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar as atividades e os mecanismos de tratamento adotados no processo de descarte de equipamentos eletrônicos dentro de uma instituição federal de ensino no estado de Alagoas, Brasil. Foram realizadas análises de relatórios dos setores responsáveis pela gestão e execução de serviços de renovação, substituição e manutenção preventiva e corretiva de equipamentos eletrônicos nessa organização pública. A instituição em análise utiliza um número expressivo desses equipamentos em suas áreas administrativas e de ensino, como ambientes de trabalho das secretarias, salas de aulas e laboratórios técnicos. Foi observado que técnicas da logística reversa, embora sejam pouco aplicadas no órgão, mostraram resultados satisfatórios no tocante à recuperação de equipamentos defeituosos, destinados ao descarte, podendo ser utilizadas como mecanismo de redução da geração de lixo eletrônico na instituição. Porém, a falta de informações e o pouco conhecimento que se tem dessa técnica por parte dos setores da instituição podem ser considerados empecilhos para a aplicação mais ampla dessas práticas.
Palavras-Chave: Lixo eletrônico; Reaproveitamento do lixo eletrônico; Instituições públicas; Logística reversa.
ABSTRACT
As technological innovations facilitate as activities of society in general, however, they are responsible for the obsolescence of electronic equipment and generate a problem of how to correctly dispose of these obsolete equipment that make up e-waste. These advances also facilitate, through the restructuring of platforms, as conditions for recovery work that enable easier and faster repairs to equipment. Therefore, a circular economy associated with reverse techniques of reverse logistics as a solution to decrease the production of electronic waste or E-waste, to give a discarded material, or one of these equipment, a responsible and correct destination. Thus, this work aims to analyze how activities and treatment mechanisms adopted in the process of disposing of electronic equipment within a federal educational institution in the state of Alagoas, Brazil. Report reports were executed from the sectors responsible for the management and execution of electronic equipment maintenance services in the public organization. This analyzed public institution uses an expressive number of such equipment in its administrative areas and teaches as classrooms and technical laboratories. It was observed that reverse logistics techniques, although little applied in the agency, showed satisfactory results regarding the recovery of defective equipment, destined for disposal and can be used as a mechanism to reduce the generation of electronic waste in the institution. However, the lack of information and the little knowledge that this technique is on the part of the sectors of the institution, can be considered obstacles to a more comprehensive application of these practices.
Keywords: Electronic waste; Reuse of electronic waste; Public institutions; Reverse logistic.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sala de Armazenamento de bens inservíveis..................................27
Figura 2 – Dados relativos ao desfazimento de 2010.......................................30
Figura 3 – Equipamentos a serem descartados entre áreas............................30
Figura 4 – Percentual de equipamentos descartados por área........................31
Figura 5 - Resultado relativo ao desfazimento 2020........................................32
Figura 6 - Comparativo do desfazimento dos anos 2010 e 2020.....................33
Figura 7 – Acúmulo de máquinas em local inadequado...................................38
Figura 8 - Armazenamento de equipamentos para reuso................................40
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação dos REEE por categoria.......................................16
Quadro 2 - Substâncias químicas encontradas nos REEE..........................18
Quadro 3 - Total de equipamentos defeituosos a serem descartados no curso
de eletrônica..................................................................................................35
Quadro 4 - Total de equipamentos recuperados no curso de eletrônica.....35
Quadro 5 - Total de equipamentos reservados para reaproveitamento de
peças no curso de eletrônica........................................................................36
Quadro 6 - Medidas adotadas para descarte dos REEE.............................38
Quadro 7 - Periodicidade de descarte em Unidade Militar..........................39
Quadro 8 - Proposta de Ação.....................................................................41
LISTA DE SIGLAS
ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
ABRELPE Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
CRT Tubo de Raios Catódicos
CPU Unidade Central de Processamento
DVD Disco de Vídeo Digital
EEE Equipamentos Eletroeletrônicos
IFAL Instituto Federal de Alagoas
LCD Display de Cristal Líquido
LR Logística Reversa
MMA Ministério do Meio Ambiente
ONU Organização das Nações Unidas
ONUBR Organização das Nações Unidas Brasil
PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
REEE Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos
SEDAP Secretaria de Administração Pública
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
USP Universidade de São Paulo
UN Nações Unidas
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................16
2.1 Resíduo Eletrônico..............................................................................16
2.2 Logística Reversa................................................................................19
2.3 Logística Reversa e o Lixo Eletrônico...............................................21
2.4 Reciclagem do Lixo Eletrônico..........................................................22
3. MATERIAL E MÉTODO.......................................................................24
3.1 Local da Pesquisa..............................................................................24
3.2 Levantamento de equipamentos eletrônicos..................................25
3.3 Análise dos dados.............................................................................25
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................26
4.1Equipamentos eletroeletrônicos e colheita desses equipamentos no
IFAL................................................................................................................26
4.2 Acondicionamento de eletroeletrônicos no Campus Maceió........27
4.3 Práticas de incentivo ao reaproveitamento de equipamentos
componentes e peças eletrônicas no Campus..........................................33
4.4 Fatores que inibem ou promovem o processo de Logística Reversa
para o descarte dos equipamentos eletroeletrônicos no Campus..........36
5. CONCLUSÃO.........................................................................................43
6. REFERÊNCIAS.......................................................................................45
14
1 INTRODUÇÃO
O aumento populacional em centros urbanos tem como consequência o
aumento da produção de resíduos. Os processos industriais e seus avanços
tecnológicos de produção em curva de ascensão se traduzem em mais eficiência
e reduzido custo de fabricação, o que estimula o consumo, muitas vezes
exagerado, contribuindo, assim, para o aumento da produção de resíduos
(USHIZIMA; MARINS; MUNIZ, 2014).
Os Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE), nos países em
desenvolvimento, encontram-se em processo de plena expansão. Essa contínua
e crescente inovação tecnológica é fator determinante para o descarte destes
equipamentos que, em curto espaço de tempo, se tornam obsoletos em suas
funções (SIGRIST, 2015).
Estudos apontam que, no Brasil, em muitas associações de catadores, os
trabalhadores manuseiam indevidamente esses materiais eletrônicos
recicláveis, e, desconhecendo o potencial tóxico desses materiais, tentam extrair
metais pesados de forma artesanal (FRANCO; LANGE, 2011). O descarte sem
gerenciamento e controle adequados desses materiais obsoletos gera elevados
níveis de descarte de resíduos sólidos, causando grande impacto ambiental
(ROSA; TEIXEIRA, 2014).
Uma análise realizada em 2018 pela Associação Brasileira das Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), mostrou que, nesse ano,
foram geradas, no Brasil, cerca de 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos
urbanos, um aumento de quase 1% em relação a 2017, onde cerca de 92% (72,7
milhões) foram coletados, representando uma alta de 1,66% em comparação ao
ano anterior, o que mostra que a coleta aumentou num ritmo um pouco acima da
geração. Desse montante, 6,3 milhões de toneladas de resíduos ainda ficaram
sem coleta. Quando comparado com países da América Latina, o Brasil é
considerado campeão na geração de lixo, sendo responsável por 40% de um
total de 541 mil toneladas/dia de lixo gerado na região, segundo a ONU
(Organização das Nações Unidas) Meio Ambiente, um montante que chega a
representar 40% do total de lixo gerado na região.
O estudo global da Abrelpe (2018) apontou que, em todo o mundo, 02
bilhões de toneladas de resíduos sólidos são produzidas anualmente e que,
aproximadamente, 3 bilhões de pessoas, quase 50% da população mundial, não
contam com um serviço que possibilite uma destinação final adequada desses
15
resíduos. Nesses termos, o Brasil se assemelha a países desenvolvidos quando
se trata da produção de resíduos sólidos por habitante por ano, porém, ainda
tem um padrão de descarte equivalente ao de países pobres, com o envio
desses resíduos para lixões a céu aberto e pouco aproveitamento de recicláveis
(ABRELPE, 2016).
O fato é que, comumente, não se percebe a velocidade com que as
tecnologias são substituídas e, quase nunca chega a ser preocupante saber o
quanto uma bateria de celular, por exemplo, é prejudicial ao meio ambiente, bem
como os seus componentes como plástico e metais pesados (FERREIRA, 2017).
Em se tratando do descarte, armazenamento e reciclagem do lixo
eletrônico, este tema pode ser considerado um dos problemas de difícil
resolução para a sociedade moderna. Imaginemos todo o resíduo tecnológico
ou ”lixo eletrônico” gerado pelo descarte de equipamentos eletroeletrônicos, que
compreendem 4 linhas de produtos: a branca, a marrom, a azul, e linha verde
(ABDI, 2017) e que começa rapidamente a acumular em aterros sanitários,
causando grande preocupação por se tratar de um problema de saúde pública.
Somente a América Latina chegou a produzir, em 2014, 09% de todo o resíduo
eletrônico no planeta. O Brasil, por sua vez, chegou a gerar 1,4 milhão de
toneladas por ano (MITSUDA, 2017).
Em face dessa realidade, são consideradas de extrema importância
pesquisas voltadas para esse tema, devido ao depósito de substâncias tóxicas
e prejudiciais no meio ambiente em quantidades crescentes.
Transpondo essa problemática para a realidade do campus do IFAL em
Maceió e o grande número de material eletrônico retirado de atividade pelos mais
diversos tipos de problemas, sendo descartados anualmente, pretendemos
estudar os motivos que levaram a esse desuso e, qual o destino dado a esses
equipamentos, que não servem mais aos propósitos de seus usuários; e ainda,
como essas partes, componentes e peças estão sendo gerenciadas, e se
necessitam de cuidados especiais.
Pretendemos analisar os dados à luz das teorias de logística reversa e
economia circular. Com esse intuito, partimos do princípio de que pode ser
considerado vórtice todo e qualquer escoamento circular ou rotacional que
possua vorticidade, ou seja, uma certa quantidade de circulação ou rotação de
um determinado material em um determinado ambiente ou campo de
deslocamento. Portanto, este trabalho trata de analisar se existe
16
reaproveitamento de equipamentos e a busca da elaboração de mecanismo que
possibilite o reaproveitamento desses equipamentos que iriam para o “lixo” antes
do início do processo organizacional de desfazimento de bens. Dessa forma,
este trabalho pretende investigar as atividades executadas, a fim de promover
redução na geração de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos e os
mecanismos utilizados para o descarte desse material no Instituto Federal de
Alagoas, e propor um incremento convergente para o reaproveitamento e
prolongamento da vida útil dos materiais eletrônicos a que chamamos de “vórtice
do lixo eletrônico”.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esse capítulo apresenta a fundamentação teórica e a metodologia, tendo
como objetivo justificar a pesquisa desenvolvida. Esclarecendo, a princípio,
sobre o resíduo eletrônico, passando por elucidar qual a situação nacional e
estadual no que se refere ao tratamento dado aos resíduos eletrônicos e à
logística reversa e o gerenciamento dos resíduos eletroeletrônicos.
Perspectiva para o futuro na era do lixo eletrônico: de acordo com
Adeodato (2007), no processo evolutivo da civilização, iniciou-se a fabricação de
produtos com o objetivo de facilitar a vida, possibilitando conforto e agilidade,
com o passar do tempo e o crescimento populacional, houve o aumento da
necessidade de atender a tais anseios e, com a Revolução Industrial, veio a
possibilidade da produção de bens em larga escala. Em função de uma
urbanização crescente e acelerada, a quantidade de lixo produzida passou a ser
um grande problema para a população, até que, após meados do século XX,
houve o despertar para os impactos causados pelo desenvolvimento
descontrolado, levando o homem a se preocupar com o Meio Ambiente e o futuro
do planeta.
2.1 Resíduo eletrônico
No início da Revolução Industrial, o lixo era composto apenas por resíduos
orgânicos, ou seja, restos e sobras de alimentos. Atualmente, trata-se de todo e
qualquer material descartado e/ou rejeitado pela sociedade. A partir de 2016,
todos os materiais de consumo necessários para o perfeito funcionamento dos
equipamentos eletroeletrônicos, que se tornaram obsoletos ou inservíveis, são
considerados resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos ou REEE de
acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI,
2017), esses equipamentos podem ser divididos em quatro categorias:
Quadro 1 - Divisão dos REEE por categoria
Linha Marrom Linha Verde Linha Branca Linha Azul
Monitores Televisores DVD/VHS Equipamentos de áudio Câmeras e filmadoras
Desktops Laptops Impressoras Tablets e Celulares
Refrigeradores Fogões Lavadoras de roupa Lavadoras de louça e Condicionadores de ar
Batedeiras Liquidificadores Aspiradores de pó e cafeteiras
Fonte: ABDI (2017)
18
Tais equipamentos eletroeletrônicos são considerados resíduos ao final
de suas vidas úteis, considerando que foram esgotadas todas as possibilidades
de recuperação, atualização e reuso desses equipamentos (ABDI, 2017). De
acordo com a Organização das Nações Unidas do Brasil, em 2014, o Brasil
chegou a produzir 1,4 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, enquanto
no mundo foram produzidos 42 milhões de toneladas. Esse problema é ainda
maior no caso de países em desenvolvimento, devido à escassez de recursos
adequados para o tratamento de descarte desses materiais, provocando danos
ambientais e sociais.
Em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) por meio da
Lei nº 12.305, definiu os conceitos de Responsabilidade Compartilhada pelo
Ciclo de Vida dos Produtos, Logística Reversa e Acordo Setorial, onde, através
do artigo terceiro, inciso XII, define a Logística Reversa como sendo “(...)
Instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em
seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.” (BRASIL, 2010).
Segundo a Gestión Sostenible de Residuos de Aparatos Eléctricos y
Electrónicos en América Latina (2015), em 2014 o Brasil produziu 1,4 milhão de
toneladas de resíduos eletrônicos, deixando evidente a necessidade de um
planejamento capaz de executar, de forma eficaz e adequada, ações de
Logística Reversa para gerenciamento desses resíduos com foco na
sustentabilidade.
O lixo eletrônico é um desafio que se agrega aos problemas ambientais
da atualidade. Os atuais consumidores estão mais preocupados com a
satisfação de suas necessidades ao invés de refletir sobre as verdadeiras
consequências causadas pelo consumo que tende a crescer cada vez mais
(AFONSO, 2014).
Para Martendal e Santos (2014), o desenvolvimento de novas tecnologias
na produção impulsionou a produção, em grande escala, de produtos
eletroeletrônicos como televisores, projetores, notebooks, tablets, smartphones,
entre muitos outros. A popularização desses equipamentos, agregando sempre
eficientes e aprimoradas funções, elevou o nível de consumo desses produtos,
tornando os equipamentos obsoletos mais rapidamente e reduzindo sua via útil,
19
resultando numa curva de consumo ascendente, em que o público costuma
substituir e descartar seus aparelhos com mais facilidade e maior frequência,
ocasionando, assim, grandes alterações no meio ambiente.
Caumo e Abreu (2013) destacam custos inviáveis de manutenção desses
aparelhos em relação à aquisição de novos, bem como a dificuldade na obtenção
de peças novas para reposição como um dos fatores que também estimulam o
grande aumento do consumo. Com base no relatório divulgado pelo Programa
da ONU para o Meio Ambiente, PNUMA (2015), a indústria eletrônica gera até
42 milhões de toneladas de lixo eletrônico a cada ano. No ano de 2017, esse
número poderia chegar a 50 milhões de toneladas. Ainda de acordo com um
relatório da Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PACE), 2019, e
da Coalizão das Nações Unidas, com a continuidade do padrão de consumo
atual, a produção de lixo eletrônico está projetada para alcançar 120 milhões de
toneladas ao ano em 2050.
O portal eCycle destaca que, quando o descarte de resíduos
eletroeletrônicos é feito de forma inadequada pode causar sérias consequências
ao meio ambiente. As substâncias químicas contidas nos componentes
eletrônicos contaminam o solo, atingindo o lençol freático. Além disso, podem
ocasionar doenças graves nas pessoas que manipulam esses materiais nos
aterros sanitários e lixões. Os males provocados por substâncias utilizadas em
componentes e aparelhos eletrônicos como de TV, computadores e celulares,
classificam-se de acordo com o Laboratório de Sustentabilidade da USP, em:
Quadro 2 - Substâncias Químicas encontradas nos REEE
Material Onde é usado Danos
Chumbo Computadores, celulares,
televisores
Ao sistema nervoso e
sanguíneo
Cádmio Computadores, monitores de
tubo de raios catódicos, bateria
de laptop
Envenenamento, danos aos
ossos, rins e pulmões
Arsênico Usado em celulares Doenças de pele, prejudica o
sistema nervoso e pode causar
câncer no pulmão
Mercúrio Computadores, monitores e TV
de tela plana
Danos cerebrais e ao fígado
PVC Isolamento de condutores
elétricos
Se queimado e inalado, causa
problemas respiratórios
Berílio Computadores e celulares Câncer de pulmão
20
Retardantes de chamas Diversos componentes
eletrônicos, para prevenir
incêndios.
Desordens hormonais,
nervosas e reprodutivas
Fonte: Adaptado do portal ecycle. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/1830-lixo- eletronico-componentes-toxicos Acesso em: 01/02/2020.
A Organização O Eco (2016) afirma que a geração de lixo no Brasil
aumentou em função do crescimento populacional e, com isso, as cidades
começaram a apresentar dificuldades para implantar, coordenar e gerenciar os
resíduos gerados de modo sustentável. O gerenciamento desses resíduos de
forma incorreta compromete a qualidade de vida da população, pois, podem
causar enchentes por entupimento de galerias pluviais, contaminam o solo por
serem depositados em áreas preservadas sem as devidas precauções e a
emissão de gases tóxicos pela queima indevida. Por estes motivos, foi instituída
a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), que se refere ao
gerenciamento, em âmbito nacional, de resíduos sólidos, inclusive os materiais
perigosos.
2.2 Logística Reversa
A logística reversa é considerada uma das áreas da logística tradicional,
onde a responsabilidade pela destinação correta para o descarte dos produtos é
o próprio fabricante. Na logística tradicional, essa responsabilidade termina
quando os produtos comercializados chegam ao seu consumidor final
(PEREIRA; BARTHOLOMEU; TADEU; SILVA E CAMPOS, 2012).
O Ministério do Meio Ambiente (2016) destaca a importância da Logística
Reversa (LR) como um dos instrumentos de controle, pautando o quanto definido
no Art. 3º, inciso XII da PNRS.
O instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (PNRS, 2016, p?).
Para Leite (2009), a Logística Reversa é a área da Logística Empresarial
que organiza e controla as informações e o fluxo de logísticas correspondentes
ao retorno dos produtos de pós-consumo a um novo ciclo de negócios ou de
produção, por meio de canais de distribuição reversos, agregando a esses
21
produtos, valores de diversas naturezas, como: econômico, ecológico, legal,
entre outros.
A atividade de logística reversa é o resultado das elevadas e constantes
inovações tecnológicas, que têm como objetivo a otimização do uso de matérias-
primas primárias e do crescente número de consumidores mais conscientes do
uso ecologicamente correto desses materiais. Sendo assim, a logística reversa
é uma importante ferramenta em uma organização por tornar possível a
eficiência e sustentabilidade nos trabalhos de recuperação de equipamentos,
como a diminuição no impacto ambiental, com a redução do descarte desses
materiais (LAVEZ, SOUZA e LEITE, 2011).
Os produtos de pós-consumo são aqueles materiais, que, encerrada a sua
utilidade original, regressam ao ciclo produtivo e, podem ser classificados em
três subsistemas reversos: os canais reversos de reuso, de remanufatura e de
reciclagem (LEITE, 2009). I. Canais Reversos de Reuso: São produtos com
estado de vida em condições de uso. II. Canal de Remanufatura: São produtos
que podem ser reaproveitados, com a utilização de partes de outros
equipamentos com a mesma finalidade, através da substituição de alguns
componentes. III. Reciclagem: Este é o canal onde acontece a revalorização
dos materiais que constituem os produtos descartados que, após serem
retirados, são novamente transformados em matérias-primas para a produção
de novos equipamentos.
O processo de logística reversa consiste no retorno dos produtos
descartados, com pouco ou nenhum uso, à empresa fabricante. Esse retorno
pode ser ocasionado pelo aparecimento de defeitos, avarias de transportes,
entre outros. Além disso, podem estar relacionados aos processos comerciais
das empresas, como erros de pedidos, estoques obsoletos, entre outros (LEITE,
2009).
A logística reversa também pode ser feita por qualquer empresa que se
interessar pela realização dessa atividade, mesmo que não seja o fabricante.
Para tal, deve ser estudado o processo de destinação tomando devidos cuidados
com quem vai receber os produtos, evitando o descarte de forma inadequada
após o fim da sua vida útil, colocando-o novamente na cadeia produtiva,
reduzindo exploração dos recursos naturais e diminuindo custos com aquisição
de matéria-prima (CAUMO e ABREU, 2013).
22
Para a aplicação correta da logística reversa, o Ministério do Meio
Ambiente (2013), alerta que é necessário um acordo setorial de natureza
contratual entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, tendo por objetivo a implantação da responsabilidade
compartilhada sob o ciclo da vida dos produtos e que, sem esse acordo prévio e
o conhecimento local, regional ou nacional, o planejamento e ações adotadas
poderão ser inadequados e os benefícios da gestão de resíduos sólidos não
serão eficientes, podendo acarretar maiores prejuízos ambientais, econômicos
e sociais.
O PNRS cumpre a função precípua de apontar para a responsabilidade
das organizações em instituir o processo logístico reverso, como também
estabelece a integração dos municípios na gestão do lixo. Nesse contexto, as
empresas produtoras de eletroeletrônicos devem planejar a devolução,
reciclagem e destinação adequada desses materiais. Caberia às indústrias a
retirada desses produtos, por meio de um sistema logístico junto aos
comerciantes. Observe-se que o PNRS determina que os comerciantes devem
colocar à disposição dos consumidores locais específicos para a devolução
desses itens. Deste modo, podemos inferir que o compartilhamento de
responsabilidades é o ponto de partida para que a logística reversa funcione no
nosso país (VG RESÍDUOS, 2017).
2.3 Logística Reversa e o Lixo Eletrônico
Os equipamentos eletroeletrônicos e de informática são classificados
como bens duráveis por apresentarem uma condição de vida útil que dura, em
média, alguns anos e até algumas décadas (LEITE, 2009). Contudo, esses bens
duráveis são compostos por vários componentes com durações diferentes, e que
podem ser substituídos ao longo da vida útil, criando fluxos reversos em canais
próprios. Assim sendo, as organizações poderiam realizar a logística com
produtos fabricados por elas ou por outras organizações, como forma de
reutilizar o máximo de equipamentos ou produtos obsoletos (PARAÍSO,
SOARES e ALMEIDA, 2009).
Uma grande parte da disponibilização de produtos para a logística reversa
é causada, entre outros motivos, por obsolescência tecnológica ou defeito de
funcionamento, pelo status de aquisição de um produto mais moderno, por
acidentes no transporte do bem, onde os consumidores se desfazem destes
23
bens por meio de sistemas reversos em coletas informais ou através de doações
(LEITE, 2009).
Se faz necessário um papel mais efetivo por parte do governo com relação
à fiscalização dos produtos que possuem na sua composição materiais tóxicos
e metais pesados, na determinação da aplicação de mecanismos de logística
reversa e fomento à reutilização desses materiais, bem como ações que alertem
a população da importância da destinação adequada desses produtos por parte
das empresas, e estudos de redução de custos que tornem a prática mais
acessível (PARAÍSO, SOARES e ALMEIDA, 2009).
Um dos maiores entraves da logística reversa aplicada ao lixo eletrônico
é o alto custo correlato à uma adequada destinação, além de ser uma classe de
resíduos pulverizada em todo o país, acrescendo-se o problema das longas
distâncias, o que torna a coleta difícil e inviável economicamente (VIEIRA,
SOARES e SOARES, 2009; LAVEZ, SOUZA e LEITE, 2011).
2.4 Reciclagem do Lixo Eletrônico
De forma geral, reciclagem é um canal reverso de revalorização, em que
os materiais que fazem parte dos produtos descartados são extraídos e se
transformam em matérias-primas que serão reutilizadas na fabricação de novos
produtos (LEITE, 2009). Ampliando essa definição, Novaes (2011) cita que a
reciclagem prolonga a vida das fontes de bens naturais esgotáveis e reduz o
volume de resíduos, a saturação rápida dos aterros sanitários e promove a
geração de empregos; sendo tudo isso, parte de um processo mais abrangente
do gerenciamento de resíduos, que envolve quatro fases: coleta e transporte do
material; separação e limpeza; reprocessamento e fabricação de novos produtos
e comercialização dos novos produtos.
Para o Paraná Portal (2018), o descarte correto é de grande importância,
tanto para o processo da reciclagem que chega a movimentar cerca de R$ 12
bilhões por ano quanto para a preservação ambiental e, consequentemente, a
saúde da comunidade. No Brasil, ainda são desperdiçados R$ 8 bilhões pelo não
reaproveitamento de resíduos que são enviados aos lixões e aterros sanitários.
De acordo com ONUBR (2017), além de causar benefícios ou a saúde e ao meio
ambiente, podem ser criadas oportunidades econômicas por meio da reciclagem
de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, apenas recuperando os minérios
e materiais valiosos como o cobre, prata e ouro que fazem parte da composição
24
desses produtos. Para isso, será necessário investir em tecnologias próprias que
possibilitem a separação desses materiais (ECYCLE, 2016).
O processo de reciclagem do lixo eletrônico começa com a coleta e
triagem dos equipamentos descartados, quando são separados os materiais ou
equipamentos que ainda possuem condições de uso, daqueles que não
possuem condições de reaproveitamento. Em seguida, esses equipamentos são
desmontados para a separação das carcaças plásticas e metálicas, bateria,
vidros e placa de circuito, dando-se a destinação adequada a cada uma dessas
partes, segundo a eCycle (2016):
a) Carcaça: após separada por material, pode ser triturada de acordo com
a sua densidade, e ser vendida para empresas que utilizem esses polímeros. Os
materiais tóxicos devem ser acondicionados em tanques específicos e enviados
às empresas especializadas.
b) Baterias: devem ser separadas e enviadas a empresas de reciclagem
ou de descarte adequado para esse tipo de produto.
c) Vidros: devem ser separados de acordo com suas características; tanto
a tela de celular quanto os monitores, pois, dependendo da sua aplicação,
contêm substâncias diferentes como o chumbo ou arsênio; como também,
passar por trituração e tratamento, para serem vendidos como matéria-prima.
d) Placas de circuito impresso: O Brasil não possui tecnologia adequada
para reaproveitamento desse material. Nesse caso, são enviadas para países
que realizam esse tipo de serviço.
Em conformidade com o PNRS (MMA, 2012), a reciclagem pode ser
considerada o método mais vantajoso para se destinar os resíduos eletrônicos,
pois é possível economizar matéria-prima, energia, água, entre outros insumos.
Além disso, evita a extração de recursos naturais e a contaminação ambiental,
reduzindo também os custos de produção e gerando empregos.
25
3 MATERIAL E MÉTODO
A princípio, foi pesquisado nos registros do setor de patrimônio do IFAL
campus Maceió, quais os principais motivos registrados nas solicitações que
ocasionaram a devolução e/ou a renovação dos equipamentos eletrônicos de
informática no campus investigado.
A pesquisa teve um caráter quantitativo, em função do levantamento dos
dados relativos aos registros de equipamentos eletroeletrônicos oriundos de
laboratórios técnicos do campus e que, por sua vez, foram destinados ao
processo de desfazimento de bens realizado no ano de 2010 e o processo em
andamento para desfazimento em 2020, contendo o volume de material a ser
descartado. É importante salientar que esses foram os únicos registros de
desfazimento encontrados na Unidade investigada.
Considere-se, ainda, o perfil qualitativo dos equipamentos, quando foi
levado em conta o estado de conservação e funcionamento, onde são
observados problemas originados por desgastes mecânicos de peças, e avarias
causadas por impactos em decorrência da utilização nos laboratórios de aulas
práticas, ou apenas a obsolescência induzida, quando estão em condições de
uso e são substituídos por novos modelos mais eficientes e modernos.
3.1 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada no campus Maceió, do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnológica de Alagoas – IFAL. Localizado na cidade de
Maceió, capital do Estado de Alagoas. O campus Maceió foi escolhido para a
pesquisa por ser o mais antigo da rede federal no estado e, por ter
aproximadamente 25% do total de funcionários do Órgão, incluindo docentes e
funcionários administrativos, atendendo a alunos nos três horários de
funcionamento e cursos de nível médio/técnico e superior tecnológico, sendo,
assim, a maior representação dentre as unidades de ensino da rede federal
implantada no estado de Alagoas. A escolha pelo local do objeto de estudo se
justifica por ser o campus Maceió o mais antigo, e o maior em número de
funcionários, alunos e cursos oferecidos, e ainda pela facilidade de acesso aos
dados necessários à pesquisa. Assim, ao analisar a problemática do descarte
dos REEE na instituição, esta pesquisa também contribui para a compreensão
de práticas organizacionais voltadas ao descarte desse tipo de resíduo,
sugerindo proposta de ação que pode ser adotada para a realização de uma
26
forma de descarte adequada aos resíduos eletroeletrônicos gerados pelo
campus, servindo de base para aplicação nos outros campi do IFAL.
3.2 Levantamento de equipamentos eletrônicos
A pesquisa foi embasada em observações do atual processo de descarte
existente, consultas e análises realizadas em arquivos e registros dos processos
de desfazimento encontrados no Departamento de Patrimônio, responsável pela
baixa patrimonial dos equipamentos eletrônicos devolvidos pelas
coordenadorias de cursos e Departamentos de Informática, bem como em
registros administrativos acerca dos motivos e regras internas, periodicidade e
metodologias adotadas no processo de desfazimento desses equipamentos
eletrônicos, com o intuito de identificar características e peculiaridades do
processo de reuso e/ou descarte dos resíduos eletroeletrônicos no campus
Maceió, bem como sugerir algumas medidas que venham a melhorar a
realização deste processo. A proposta desse trabalho surgiu do interesse em
investigar, na instituição pública em que leciono, o tratamento dado ao processo
de desfazimento e descarte de resíduos eletroeletrônicos. Caso existisse esse
processo, pensamos em descrevê-lo e, não existindo, encontrar gargalos para
propor melhorias. Ademais, apesar do campus Maceió, inaugurado no ano de
1937, ter 83 anos de história, constatamos que houve apenas algumas iniciativas
ocasionais de reaproveitamento de alguns equipamentos, sem registros formais
nem trabalhos desenvolvidos na instituição voltados para as práticas do
reaproveitamento e/ou descarte de equipamentos eletroeletrônicos.
3.3 Análise dos Dados
Foi constatado que a instituição pública analisada utiliza um número
expressivo desses equipamentos em suas áreas administrativas e de ensino
como salas de aulas e laboratórios técnicos dos quais, muitos estavam sem
possibilidade de utilização nesses laboratórios por apresentarem defeitos de
funcionamento. Embora haja alguma aplicação de técnicas de logística reversa,
sendo praticada no Órgão, foi demonstrado resultado satisfatório no tocante a
recuperação desses equipamentos, proporcionando uma redução na geração de
resíduos eletrônicos e a criação de mais um espaço para realização de aulas
práticas, o que motivou um grande interesse dos colaboradores dessa pesquisa,
acerca da problemática desse estudo.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esse capítulo apresenta as informações coletadas por meio de pesquisa
de dados realizada no Departamento de Patrimônio do campus Maceió do
Instituto Federal de Alagoas, o que proporcionou uma visão geral sobre a
questão do que estava sendo investigado, permitindo, dessa forma, propor
medidas que venham sugerir mecanismos que auxiliem no reaproveitamento e
descarte adequado dos resíduos eletroeletrônicos gerados pela instituição.
4.1 Equipamentos eletroeletrônicos e coleta desses equipamentos no
IFAL
A princípio, foi pesquisado nos registros do Departamento de Patrimônio
do IFAL campus Maceió, quais os principais motivos que ocasionaram a
devolução e/ou a renovação dos equipamentos eletrônicos de informática nesse
campus. Foi constatado, de forma geral, que os equipamentos são devolvidos
por motivo de danos, uso indevido, obsolescência e defeitos diversos.
A partir das informações obtidas nas consultas aos arquivos do
Departamento de Patrimônio, foi identificado que a maioria dos equipamentos
eletroeletrônicos são equipamentos de informática como monitores e Unidade
Central de Processamento (CPU), além de condicionadores de ar, televisores e
instrumentos eletrônicos de medidas. O campus Maceió não tem programa de
coleta de equipamentos eletrônicos oriundos da comunidade, no entanto, o
Departamento de Patrimônio, recebe todo tipo de equipamento devolvido pelos
demais setores do Órgão quando estes não servem mais aos objetivos de
departamento de origem.
É importante salientar a necessidade do comprometimento da
Administração Pública no fomento à execução de práticas sustentáveis, sendo
responsável por gerenciar todo resíduo sólido gerado pelo Órgão, conforme
sugere o Ministério do Meio Ambiente (2013), oferecendo condições adequadas
para a realização da coleta, armazenamento e transporte, identificando aspectos
complicadores e facilitadores com o objetivo de formular estratégias mais
eficientes, quando necessário.
Desse modo, observa-se que o Instituto Federal de Alagoas - IFAL - não
está exercendo adequadamente o seu papel, no que se refere ao recolhimento
de equipamentos eletroeletrônicos, levando em consideração que este tipo de
resíduo sólido tende a crescer a cada ano, devido à obsolescência acelerada
28
desse tipo de equipamento. Com isso, se faz necessária, ainda mais, a adoção
de práticas que possibilitem o reaproveitamento desses equipamentos
eletroeletrônicos.
4.2 Acondicionamento de eletroeletrônicos no Campus Maceió
Quando os equipamentos eletrônicos se tornam inservíveis, obsoletos,
ou mesmo onerosos para um determinado departamento, fica a cargo da Chefia
deste enviá-lo para o Departamento de Patrimônio, o que, na maioria das vezes,
por motivo da falta de espaço suficiente e adequado para armazenamento, isso
não acontece.
Pode-se verificar que o depósito do Departamento de Patrimônio não
serve exclusivamente ao armazenamento de equipamentos eletrônicos; e, sim,
para todos os bens servíveis patrimoniados pertencentes ao campus como birôs,
estantes, cadeiras, carteiras etc., que têm condições de serem doados ou
inservíveis do campus Maceió, são armazenados no mesmo depósito.
Foi constatado que o depósito dos equipamentos armazenados para
descarte não é feito de forma adequada. Observamos que monitores de tubos,
do tipo Tubo de Raios Catódicos (CRT), que possuem um alto nível de chumbo
na sua composição e um alto grau de contaminação, são acondicionados por
sobreposição. Sem critérios de separação, não é possível identificar quais
equipamentos estão ou não funcionando, e, correm o risco de serem danificados
por quedas, o que dificulta a aplicação do mecanismo de reutilização adotado
pela logística reversa.
Figura 1. Sala de armazenamento de bens inservíveis
Fonte: O Autor (2018)
29
A ausência de um local para a realização de armazenamento exclusivo e
adequado para os resíduos eletrônicos, onde muitos deles são danificados
enquanto estão guardados, torna-se um grande obstáculo para o
reaproveitamento de equipamentos ou parte desses ou, até mesmo, para a
realização de um descarte ambientalmente correto, sendo que esse espaço
facilitaria o processo de triagem dos equipamentos (PAIVA; SERRA, 2014), ou
seja, facilitaria a separação dos equipamentos que oferecem condições de
serem recuperados, tornando maior, com sua reutilização, o ciclo de vida desses
equipamentos.
Sendo assim, e com base nos arquivos de memorandos pesquisados,
observou-se que os motivos incentivadores da substituição de equipamentos
eletrônicos e de informática inservíveis são ocasionados, principalmente, pelas
inovações tecnológicas que tornam esses equipamentos obsoletos e, em muitos
casos, onerosos ao departamento, pelo alto custo de reparação desses
equipamentos. Tais fatores contribuem para o aumento na produção do lixo
eletrônico que, muitas vezes, torna a substituição mais vantajosa do que a
atualização com novas peças.
A pesquisa constatou que não existe uma periodicidade específica para
renovação desse tipo de equipamento, a qual depende da demanda e da
disponibilidade de novos equipamentos. As diversas secretarias, departamentos,
laboratórios técnicos e salas de aula que compõem o espaço físico do IFAL são
os locais de utilização desses equipamentos. Quando os equipamentos
quebram, ficam obsoletos ou mesmo viram sucata, esses setores solicitam ao
departamento de patrimônio a reposição desses equipamentos. Caso esse
equipamento exista e/ou não esteja sendo utilizado em outro setor, o mesmo é
remanejado para atender ao setor solicitante, caso contrário, inicia-se um
processo de compra de novos equipamentos. Por outro lado, dependendo da
situação ou finalidade em que o equipamento está inserido, ele poderá ser usado
até o limite de sua vida útil.
Esses equipamentos são considerados bens duráveis compostos por
vários componentes com diferentes prazos de validade e que podem vir a ser
substituídos e/ou recuperados no decorrer de sua vida útil (LEITE, 2009), o que
explica o fato de não ocorrer uma periodicidade específica para renovação de
equipamentos eletrônicos na unidade investigada.
30
Quanto ao descarte desses aparelhos, apenas os cuidados institucionais
são aplicados a estes materiais. O Decreto n°99.658, de 30 de outubro de 1990,
Decreto n° 6.087 de 20 de abril de 2007 e a Instrução Normativa n°205 de 8 de
abril de 1988 SEDAP tratam desse tema, porém, não estão definidos padrões
para o procedimento de descarte por ocasião do envio desses equipamentos
para um destino final. Para o desfazimento de um bem durável ou permanente
no IFAL, é necessário que se abra um processo para baixa no patrimônio, cujo
destino geralmente é a doação. Por se tratarem de organizações públicas, os
aparelhos são enviados ao setor de Patrimônio, onde são avaliados e, os
aparelhos considerados sucatas são armazenados para posterior venda em
leilões públicos a empresas especializadas nesse tipo de material. Sendo assim,
foi constatado que a instituição não tem políticas voltadas para a problemática
do lixo eletrônico, permanecendo guardados, armazenados à espera de
oportunidades para que seja determinado seu destino final.
Uma das premissas da logística reversa é estabelecer canais de
comunicação entre as empresas e seus usuários, facilitando o acesso às
informações sobre o destino final dado aos seus equipamentos (VIEIRA,
SOARES e SOARES, 2009). Verificou-se nas unidades investigadas, que não
existe essa conexão, pois o fornecedor não tem acesso à destinação final dada
pelo IFAL a seus produtos. Com isso, podemos afirmar que as unidades
investigadas não fazem uso da atividade de logística reversa.
Como já foi citado, não existe uma periodicidade para a realização de
processos de desfazimento, doação ou liberação desses materiais a instituições
ou empresas de reciclagem, no entanto, durante a realização deste trabalho, foi
localizado nos arquivos a documentação do último processo de desfazimento,
realizado no período de 06 a 20 de julho de 2010. Tal processo culminou num
termo de desfazimento de bens inservíveis do campus Maceió do Instituto
Federal de Alagoas, onde se constata a realização de doação para entidades
filantrópicas do montante de material e equipamentos eletrônicos, cuja
quantidade está demonstrada na figura 02.
31
Figura 2 - Dados relativos ao desfazimento 2010
Fonte: Dados do Departamento do Patrimônio Campus Maceió (2010)
A partir das informações obtidas nas consultas de arquivos do
Departamento de Patrimônio, foi possível observar que a maioria do material
eletrônico devolvido para descarte dentro do campus Maceió é oriundo da área
de informática, como monitores e Unidade Central de Processamento (CPU),
além de condicionadores de ar, televisores e instrumentos eletrônicos de
medidas de laboratórios, como pode ser visto na figura abaixo.
Figura 3 - Equipamentos descartados por áreas no campus Maceió
Fonte: Departamento de Patrimônio campus Maceió (2010)
32
Figura 4 - Percentual de equipamentos descartados entre áreas
Fonte Departamento de Patrimônio campus Maceió (2010)
Com relação ao elevado número de equipamentos de informática, tal fato
pode ser atribuído às inovações tecnológicas ocorridas no período, ocasionando
a substituição dos dispositivos de saída, como monitores de computador que
utilizam a tela de tubo de raios catódicos CRT por monitores de tela de cristal
líquido LCD, e computadores por máquinas com maior capacidade de memória
e velocidade de processamento.
Ao final de 2019, um novo processo de desfazimento foi iniciado, o qual
encontra-se ainda em realização, onde espera-se que, com a conclusão dos
trabalhos, seja possível detectar a quantidade de resíduos gerados neste
período de aproximadamente 10 anos.
Com o início da realização desse novo processo de desfazimento, não foi
possível o acesso às informações referentes à quantidade de equipamentos a
serem descartados, pois, só após análise e parecer técnico acerca do estado de
conservação e funcionabilidade desses equipamentos é que eles são liberados
para descarte ou para reuso em outros setores da própria instituição. Esta
disponibilidade fica pendente até mesmo para uso em outros órgãos, como
sugere o programa Reuse, do governo federal, onde, através de um cadastro
nacional, ficam expostos e à disposição das entidades públicas ou privadas que
podem solicitar, sem ônus para a união, a doação desses equipamentos.
No entanto, foi possível apurar, através de pesquisa em relatórios gerados
pelo departamento de patrimônio do campus, a relação dos equipamentos que
foram enviados à comissão para análise e realização do processo de
desfazimento e, através de laudo técnico, serem liberados ou não para o
descarte. O gráfico abaixo mostra o quantitativo encontrado no relatório
fornecido pelo setor de patrimônio do campus Maceió.
33
Figura 5 - Resultado relativo ao desfazimento 2020
Fonte: Dados do Departamento de Patrimônio Campus Maceió (2020)
Fazendo um comparativo entre os dois processos de desfazimento,
podemos concluir que, em todos os casos, houve diminuição nos níveis de
descarte. Isso se deve às formas de gerenciamento dadas a cada uma das
classes de materiais aqui apresentadas, pois a pesquisa baseou-se no material
patrimoniado, e que se encontra em processo de descarte, sendo assim, não
foram considerados equipamentos em pleno funcionamento e uso, nem
equipamentos adquiridos por meio de contratos de locação, como impressoras,
e nem materiais que, por convenção, deixaram de ser bens permanentes e
passaram a ser bens de consumo, como teclados para computadores.
34
Figura 6 - Comparativo do desfazimento dos anos 2010 e 2020
Fonte: Dados do Departamento de Patrimônio Campus Maceió (2010;2020)
Conforme o exposto no gráfico, que traduz resultados conseguidos com
a realização deste trabalho, verificou-se quais os principais equipamentos ou
componentes eletrônicos descartados pelo campus do Instituto. Com isso,
pudemos detectar que foram descartados, no período, um grande número de
computadores e periféricos como teclados, mouses, monitores, estabilizadores
e CPUS. Constituídos por partes móveis, muitos poderiam ter sido recuperados
com a reposição dessas partes e reaproveitados, prolongando sua servibilidade
para a entidade.
4.3 Práticas de incentivo ao reaproveitamento de equipamentos
componentes e peças eletrônicas no Campus
As instituições de ensino são espaços comunitários e abertos que visam
o desenvolvimento de atividades voltadas para a educação e a prática do
desenvolvimento sustentável. Com isso, tentou-se identificar a existência de
alguma ação com práticas que viessem incentivar a reciclagem dos
Equipamentos Elétricos e Eletrônicos. No entanto, constatou-se que não
existiam ações voltadas à execução de trabalhos relacionados a práticas nesse
sentido, com execução de alguns trabalhos realizados pelo Departamento de
Tecnologia da Informação que, na medida do possível, dão suporte técnico na
solução de alguns problemas relacionados a essa área.
35
Por tais motivos e, com o intuito de atender aos propósitos da pesquisa
no tocante ao reaproveitamento e ao descarte de resíduos oriundos de
equipamentos e componentes eletroeletrônicos e de informática no instituto
Federal de Alagoas, foi constatado que não existem ações aplicadas ao descarte
deste tipo de material na instituição. Com isso, foram investigadas práticas já
adotadas e que estão sendo aplicadas em outras Instituições de Ensino do país,
para servirem de modelo nas ações a serem implantadas nos Campi do IFAL,
tornando possível a destinação dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos
de forma adequada.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por exemplo,
reaproveita peças de equipamento inservíveis, onde as partes e peças são
retiradas e guardadas para serem usadas na recuperação futura de outros
equipamentos. Foram inseridas, nos processos de licitação, exigências da
utilização de técnicas sustentáveis por parte dos fornecedores para compra de
novos equipamentos eletrônicos. No caso da aquisição de novos computadores,
essa fica condicionada à autorização de uma Superintendência Técnica do
campus, justificando a real necessidade, tornando mais racional esse
procedimento (SANTOS; 2018).
Por ocasião do início desta pesquisa, foi realizado um programa de
estágio aplicado no curso técnico em eletrônica do campus Maceió do Instituto
Federal de Alagoas, objetivando a conscientização dos alunos envolvidos sobre
um adequado reaproveitamento e descarte correto de equipamentos eletrônicos
com avarias, utilizando-se das técnicas de logística reversa e economia circular
para o reaproveitamento desse material na manutenção de equipamentos
defeituosos dentro da coordenação do curso. Alunos orientados por professores
executaram manutenção de equipamentos danificados em laboratórios que
seriam destinados ao departamento de patrimônio para a devida baixa
patrimonial e consequente descarte. Foi feito um levantamento da quantidade de
equipamentos defeituosos onde, a princípio, foi feita a contagem de cada tipo de
instrumento e depois pesagem de cada equipamento para se saber o peso total
de resíduo, independente do material que seria descartado, e a contribuição por
categoria de equipamento, a qual está demonstrada no quadro abaixo.
36
Quadro 3 - Total de equipamentos defeituosos a serem descartados no curso de eletrônica
Item Equipamento danificado Quantidade Kg
1 Osciloscópio 14 130
2 Multímetro de campo e bancada 18 13,5
3 Fontes de alimentação 24 127
4 Gerador de função 02 8
5 Unidade Central de Processamento CPU 03 34,5
6 Scanner (digitalizador) 01 3,5
Total de equipamentos a ser descartado 62 316,5
Fonte: O Autor (2020)
Com a execução dos serviços de manutenções corretivas realizados num
período de seis meses entre 2018 e 2019, por um aluno do curso com
acompanhamento de um professor supervisor e, um outro professor orientador
desse estágio, conseguiu-se recuperar vários equipamentos, os quais
retornaram em perfeito estado de funcionamento. Com o retorno desses
equipamentos ao uso, foi possível montar mais um laboratório de aulas práticas,
onde antes faltava espaço físico adequado para a realização dessas aulas.
O quadro 04 demonstra a quantidade de equipamentos recuperados e a
quantidade de lixo que deixou de ser gerado pelo reaproveitamento dos
equipamentos para uso em laboratório de aulas práticas.
Quadro 4 - Total de equipamentos recuperados no curso de eletrônica
Item Equipamento recuperados Quantidade Kg
1 Osciloscópio 11 103
2 Multímetro de campo e bancada 18 13,5
3 Fontes de alimentação 20 111
4 Gerador de função 02 8
5 Unidade Central de Processamento CPU 03 34,5
6 Scanner (digitalizador) 01 3,5
Total de equipamentos recuperados 55 273,5
Fonte: O Autor (2020)
Quando algum equipamento apresentava um problema que, seja pela
complexidade ou, mesmo, por falta de peças no mercado, pelo avançado tempo
37
de fabricação desses equipamentos, os torna inservíveis, são sacrificados para
reaproveitamento de peças e componentes. Nesses casos, tendo como base a
técnica da logística reversa, tais equipamentos são desmontados e suas partes
abastecem um almoxarifado técnico para fornecimento de peças de reposição
para equipamentos que apresentem defeito no futuro.
O quadro 05 mostra a quantidade de equipamentos que não puderam ser
recuperados, mas que, mesmo assim, tiveram destino controlado, evitando-se
gerar lixo eletrônico a ser descartado.
Quadro 5 - Total de equipamentos reservados para reaproveitamento de peças no curso de eletrônica
Item Equipamento recuperados Quantidade Kg
1 Osciloscópio 3 27
2 Multímetro de campo e bancada 4 16
Total de equipamentos para reaproveitamento de peças 7 43
Fonte: O Autor (2020)
Com isso, podemos observar que, após o experimento, os equipamentos
que não foram reaproveitados nos laboratórios foram destinados ao desmonte
para fornecimento de peças de reposição e, podemos afirmar que o total de lixo
eletrônico a ser descartado foi 0,0kg.
Através da pesquisa, constatou-se que, mesmo havendo o
reconhecimento da eficiência das técnicas utilizadas e a necessidade de se
implantar tecnologias como a logística reversa na manutenção de funcionamento
dos equipamentos eletroeletrônicos e de informática do Instituto Federal de
Alagoas, esse procedimento não é realizado de forma sistemática pela
instituição pública investigada.
4.4 Fatores que inibem ou promovem o processo de Logística Reversa
para o descarte dos equipamentos eletroeletrônicos no Campus
O principal empecilho para a adoção dessas tecnologias seria a falta de
uma resolução que formalize a realização desse tipo de trabalho de manutenção,
e que também realize de forma regular a coleta, segregação e destinação desses
materiais, após o desfazimento para envio aos departamentos responsáveis
para doações, leilão ou devolução aos fabricantes que são os responsáveis finais
desses resíduos.
38
Conforme a pesquisa foi avançando constatou-se, através da fala do
responsável pelo setor de Patrimônio, e que, posteriormente foi confirmado por
representantes de Departamentos de Patrimônio de outros campi, que as
maiores dificuldades em se realizar um trabalho com logística reversa de
resíduos eletrônicos no IFAL é o número de tombamento dos bens e a
disponibilidade dos funcionários para executar os procedimento necessários
para o cancelamento dos bens do sistema de controle, possibilitando a liberação
destes para que possam ser leiloados ou até mesmo doados a instituições
filantrópicas ou estações de reciclagem.
Algumas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas pelos próprios
gestores que, adotando procedimentos e normas para gestão dos equipamentos
eletroeletrônicos, definiriam cronograma para desfazimento de patrimônio,
facilitando, assim, o processo de reaproveitamento, reciclagem, doações
(RIBEIRO, 2017).
Com isso, ficou constatado que, dentro do campus Maceió, há uma
necessidade de adoção de mecanismos que possibilitem a adoção de práticas
relacionados à logística reversa, por outro lado, notou-se um interesse dos
gestores do IFAL em buscar soluções para a destinação desses resíduos
eletrônicos. Assim sendo, o Instituto Federal de Alagoas criou uma comissão
para elaboração de um Plano de Gerenciamento Ambiental, que tem o objetivo
de minimizar os efeitos negativos causados por estes equipamentos ao Meio
Ambiente devido ao descarte inadequado dos resíduos eletrônicos. Pois,
pertence às universidades e instituições de ensino a responsabilidade de
gerenciar os resíduos sólidos gerados por estas instituições, dando um destino
correto a esses resíduos (NATUME et. al., 2011).
Assim sendo, algumas instituições de ensino superior adotaram medidas
que minimizaram os impactos que o e-lixo por elas gerado causaria ao Meio
Ambiente. Um exemplo disso é a Universidade de São Paulo (USP), pioneira no
país no trato de resíduos eletroeletrônicos em instituições de ensino superior,
que implantou, em 2009, um centro de tratamento para resíduos
eletroeletrônicos. Outro exemplo é o Instituto Federal Fluminense (IFF), que vem
reaproveitando peças e equipamentos recondicionados para serem usados em
laboratórios de informática e de eletrônica (SANTOS, 2018). O quadro abaixo
resume as principais medidas adotadas em algumas universidades, com o
39
objetivo de melhor gerenciar os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos
produzidos dentro da instituição.
Quadro 6 - Medidas adotadas para descarte dos REEE
Universidade Federal do ABC
Recondiciona e distribui equipamentos para outros setores onde haja demanda - as peças que não servem são encaminhadas para os Centros de Recondicionamento e depois destinado às instituições cadastradas
Universidade Federal de Minas Gerais
A coleta do lixo eletrônico fica a cargo de empresas terceirizadas. As unidades solicitam o recolhimento ao Departamento de Gestão Ambiental.
Fonte: Adaptação da tabela de Matos (2018)
Foi constatado que, em alguns casos, em função do tamanho de alguns
equipamentos, como aparelhos condicionadores de ar, por não haver local com
espaço suficiente para abrigá-los, estes ficavam amontoados em locais abertos
e em contato com o solo, sem nenhuma proteção, enquanto aguardavam o
trâmite do processo de desfazimento. Como podemos observar na figura 07, a
princípio, o impacto é visual, contudo, o acúmulo de lixo atrai animais
peçonhentos e roedores e, por se tratar de lixo eletroeletrônico há, ainda, o risco
de impacto ambiental poluente, por possuírem componentes, partes e peças que
atuam na contaminação do lençol freático e rios.
Figura 7 - Acúmulo de máquinas em local inadequado
Fonte: O Autor (2018)
A falta de um local adequado para o armazenamento dos resíduos
eletrônicos é um grande obstáculo para o descarte ambientalmente correto,
40
sendo que um espaço adequado facilitaria o processo de triagem dos
equipamentos (PAIVA; SERRA, 2014), ou seja, agilizaria a etapa de separação
dos equipamentos que podem ser recuperados, aumentando, assim, o seu ciclo
de vida com a reutilização.
Assim como acontece em outros Institutos Federais, os equipamentos
eletrônicos que se tornam inservíveis, obsoletos, ou mesmo onerosos para um
departamento ficam a cargo de cada Chefe de Departamento, que devem enviá-
los para o almoxarifado do Departamento de Patrimônio, o que nem sempre
acontece, por não haver espaço suficiente para o armazenamento adequado,
onde tais equipamentos acabam dividindo espaço com os funcionários. Tal fato
poderia ser amenizado se esse processo de descarte fosse periodicamente
realizado, como acontece, por exemplo, na 13ª Companhia Comunicações
Mecanizadas da cidade de São Gabriel/RS, onde, segundo mostram dados da
pesquisa, com frequência são descartados os equipamentos eletrônicos daquela
unidade militar.
Quadro 7 - Periodicidade de descarte em Unidade Militar
A cada 6 meses
Uma vez por ano
A cada 2 anos
A cada 5 anos
Não costuma ser descartado
Monitores X
CPU X
Impressoras X
Copiadoras X
Roteadores X
Estabilizadores X
Telefones fixos X
TV X
DVD X
Notebook X
Teclados Mouses X
Fonte: Adaptação da Tabela da periodicidade aplicada 13ª Cia Com Mec de São Gabriel/RS (2016)
Contudo, em decorrência dos longos períodos, mesmo sendo elevado o
número de equipamentos eletrônicos obsoletos ou inservíveis, especialmente
41
computadores e seus periféricos, onde tais equipamentos podem ser doados,
mesmo de forma aperiódica, ficou constatado que o armazenamento dos
equipamentos que apresentam possibilidades de reuso é feito de forma
adequada à uma gestão de qualidade, como pode ser visto na figura abaixo.
Figura 8 - Armazenamento de equipamentos para reuso
Fonte: O Autor (2018)
Sendo assim, uma grande parte de todo o equipamento eletrônico e de
informática que, por algum motivo, é devolvido ao Departamento de Patrimônio
está sendo armazenado em depósito específico até que haja uma determinada
quantidade de equipamentos que possam ser encaminhados para descarte,
após análise feita pela comissão de desfazimento do Instituto.
A principal forma de descarte dos equipamentos eletrônicos realizada
pelas instituições públicas de ensino é a doação, sendo estes resíduos
caracterizados por uma grande quantidade de equipamentos obsoletos, que
permanecem armazenados por muito tempo no depósito (PAES, 2015). Porém,
por não haver um processo de fiscalização por parte dessas instituições de
ensino, a doação não garante uma destinação final ambientalmente correta
(ANDRADE, FONSECA e MATTOS, 2010).
Em resumo, o cenário dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos e
também dos materiais de informática nas Instituições Federais de Ensino é de
recondicionamento e reaproveitamento desses materiais nos diversos setores
das instituições. A prática do reaproveitamento garante a reutilização de
componentes e peças em outros equipamentos, prolongando sua vida útil.
Porém, não devendo ser a única medida adotada à realização para um descarte
adequado para esse tipo de material.
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Michele Matos (2018) sugere, em sua pesquisa, algumas ações
sustentáveis que podem vir a colaborar com um gerenciamento dos resíduos
eletroeletrônicos gerados pelas instituições de ensino. O quadro 08 abaixo
mostra as principais ações adotadas pela Universidade Federal de Sergipe para
gerenciamento de equipamentos eletroeletrônicos, dando a esse material uma
destinação ambientalmente adequada.
Quadro 8 - Proposta de Ação
Ação Meta Setor responsável
1. Montar equipe para gerenciamento dos REEE
Gerir ações voltadas ao descarte dos REEE
Núcleo de Gestão Ambiental e Divisão de Patrimônio
2. Levantamento dos equipamentos eletroeletrônicos do campus
Separar os equipamentos servíveis dos inservíveis
Divisão de Patrimônio
3. Cartilha de gestão de equipamentos eletroeletrônicos
Divulgar ações de sustentabilidade no campus
Núcleo de Gestão Ambiental e Pró-Reitoria de Planejamento
4. Manual de gestão de EEE para setores do campus
Facilitar o procedimento no momento de descartar os REEE
Núcleo de Gestão Ambiental e Pró-Reitoria de Planejamento
5. Determinar locais possíveis para acondicionar os REEE
Segregar os REEE dos demais bens
Divisão de Patrimônio e Pró Reitoria de Planejamento
6. Promover o processo de desfazimento
Maior celeridade ao processo de descarte dos EEE
Divisão de Patrimônio
7. Avaliar a possibilidades de reaproveitamento de peça
Proporcionar o aumento do ciclo de vida dos EEE com o conserto de Equipamentos
Núcleo de Tecnologia da Informação
8. Credenciar cooperativas com de reciclagem com experiência em REEE
Garantia de descarte ambientalmente correto
Núcleo de Gestão Ambiental e Pró-Reitoria de Planejamento
9. Fazer leilões direcionados REEE
Formação de lotes homogêneos de REEE
Divisão de Patrimônio
Fonte: Adaptado de Michele Matos (2018)
Esse plano poderia ser adotado como um instrumento a ser executado no
campus Maceió do Instituto Federal de Alagoas. Contudo, o desempenho destas
ações depende de uma visão de gestão voltada à sustentabilidade ambiental,
social e econômica, dadas as possibilidades de reutilização que o resíduo
eletrônico oferece.
Com a realização desta pesquisa, constatou-se que as inovações
tecnológicas, sem dúvida, agilizam as atividades diárias da sociedade em geral,
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oferecendo facilidades, eficiência, praticidade e aplicabilidades inimagináveis;
contudo, é fácil notar que a vida útil desses equipamentos modernos é inferior
aos mais antigos. Tais fatores, aliados à portabilidade, unificam várias funções
em um só produto, da beleza do design à facilidade nos mecanismos de acesso
e substituição, que são responsáveis pelo aumento acelerado do consumo de
equipamentos eletrônicos, gerando a problemática da destinação correta desses
equipamentos que compõem o lixo eletrônico.
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5 CONCLUSÃO
O lixo eletrônico é uma questão que vem se tornando um grande
problema, que necessita de soluções adequadas que venham garantir a
proteção do meio ambiente e a qualidade de vida presente e de futuras
gerações.
O principal objetivo deste trabalho foi investigar a existência de atividades
realizadas dentro do IFAL Maceió que viessem a promover a redução da geração
de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos e, averiguar qual o volume de
material descartado e os mecanismos utilizados para o reaproveitamento,
armazenamento e descarte desses materiais no Instituto Federal de Alagoas,
detectando e expondo possíveis problemas na execução desse processo, a fim
de propor um incremento convergente para o reaproveitamento e prolongamento
da vida útil dos equipamentos eletrônicos.
Através dessa pesquisa, pode-se concluir que a entidade educacional,
atualmente, estaria dando uma destinação final que não podemos considerar
adequada aos resíduos eletrônicos por ela gerado.
A problemática da geração de lixo eletrônico, bem como sua reutilização
na recuperação de outros equipamentos semelhantes, merece maior atenção
dentro do Instituto Federal de Alagoas, a fim de minimizar os efeitos causados
ao meio ambiente por este tipo de lixo. Como sugestão, seria oportuno, em
futuros estudos, a investigação em maior número de organizações públicas
similares, assim como averiguar o impacto financeiro proveniente da reutilização
desses materiais.
Para isso, podemos citar medidas que estão sendo tomadas, como a
criação de uma comissão de logística sustentável, cujo objetivo é elaborar regras
baseadas na AÇÃO Nº 12/2019 - SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, que
apresentou relatório de avaliação dos resultados da gestão, com o objetivo de
implementar e monitorar práticas de sustentabilidade no IFAL,
visando padronizar a forma de tratamento dada a todo lixo gerado pela instituição
em todas as suas unidades de ensino, incluindo o lixo eletrônico.
Outra medida seria a efetiva participação no programa reuse (reuse.gov),
decreto Nº 9.373, de 11 de maio de 2018, que dispõe sobre a alienação, a
cessão, a transferência, a destinação e a disposição final ambientalmente
adequadas de bens móveis no âmbito da administração pública federal direta,
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autárquica e fundacional, com a finalidade de integrar, as repartições públicas
de uma mesma região num cadastro, conectando quem tem a quem precisa,
onde são lançadas as disponibilidades de materiais e equipamentos destes
órgãos para serem utilizados por outros que tenham necessidade. Tais
sugestões seriam algumas das medidas adotadas pela instituição pública de
ensino, de modo a garantir a proteção do meio ambiente e a qualidade de vida
presente e de futuras gerações.
Toda reflexão sobre o rumo da civilização é válida, e serve para repensar
o fato de que as ações humanas precisam estar balizadas primordialmente pela
manutenção e sustentabilidade da vida neste planeta único, que reúne as
condições exatas para que seja possível nossa existência.
O ideal seria que soluções tecnológicas fossem pensadas e utilizadas
com mais critério, buscando, senão eliminar, ao menos minimizar aquilo que
geraria problemas para o futuro. A inteligência humana tem provado ser capaz
de feitos grandiosos, desde que pautada na responsabilidade e respeito aos
outros seres com os quais dividimos o espaço e dos quais somos
interdependentes.
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