A obrigação de Alimentos (2003 e ss)

Noção (art 2003º): sustento, alimentação, vestuário, instrução e educação; e mesmo depois da maioridade, se o filho ainda estiver a completar o estudos, segundo o artigo 18880º, CC. Tem como fonte a lei ou um contrato e é uma obrigação decretada por sentença judicial, caso não haja acordo entre as partes.

Medida dos alimentos (2004º)São prestados na necessidade daquele que deles carece e na medida da possibilidade daquele que os presta (relação direta entre necessidade de quem pede e a possibilidade de quem presta)

Modo de os prestar (2005)Em princípio através de prestações pecuniárias mensais. No entanto, admite-se que, se houver acordo ou motivos que os justifiquem (impossibilidade de pagar por parte de quem presta), possam ser prestados em espécie, como viver na casa de um dos pais.

Fonte/ Pessoas obrigadas a alimentos- Legal (2009º): O art 2009º elenca, por ordem preferencial (só se o de cima não puder prestar é que se vai pedir aos de baixo), consoante o grau de proximidade com o necessitado, os vinculados à prestação de alimentos. - Contratual (2014º): Exemplo de uma doação com cláusula modal de obrigação de prestação de alimentos

Regime- Enquanto não forem definitivamente fixados, pode o tribunal conceder alimentos provisórios, que serão taxados segundo o seu prudente arbítrio; estes alimentos provisórios não serão restituídos (artigo 2007º/1 e 2)- Irrenunciáveis, intransmissíveis e impenhoráveis (artigo 2008º/1 e 2)

Casos EspeciaisDivórcio e separação judicial de pessoas e bens (artigo 2016º)-artigo 2016º/1: Pode ser difícil para quem nunca trabalhou;-artigo 2016º/2: Qualquer dos cônjuges tem direito, caso necessite, independentemente do tipo de divórcio-artigo 2016º/3: Válvula de segurança2016º-A: Como fixar o montante de alimentos :

nº1: O que vem pedir alimentos não pode exigir o mesmo nível de vida que tinha antes, uma vez que os alimentos se traduzem no indispensável ao sustentonº2: Preferência na atribuição de alimentos (filhos com preferência sobre ex-cônjuges). Isto porque é possível, num caso de separação em que o marido saia de casa e a mulher fique com os filhos, vir mãe e filho propor ação de alimentos, ainda que o filho seja menor (lembrar artigo 1880º)

União de facto (artigo 2020º):Em caso de morte de um dos unidos, o outro tem direito a alimentos, caso não exista cônjuge do falecido, como é óbvio, era só o que faltava

Cessação da obrigação (artigos 2013º e 2019º)

Em caso de incumprimento:- Se não se tratar de uma impossibilidade do obrigado: Proposição de ação executiva; Só em último caso queixa crime (pois a sua não prestação constitui crime segundo o artigo 250º, Código Penal, onde se prevê uma sanção pecuniária compulsória para evitar a pena de prisão; possibilidade de não seguir para tribunal, desde que o obrigado regularize o cumprimento destas obrigações.- Se se tratar de uma impossibilidade: Estado criou um Fundo de Garantia dos Alimentos devidos a menores (Lei 75/98, regulada pelo DL 166/99) (artigo 169º, OTM). É como que uma prestação social que o Estado paga, para evitar retirar os filhos aos pais. No entanto, o Estado fica sub-rogado nos direitos do alimentado, podendo depois vir pedir o reembolso quando o impossibilitado deixar de o estar.- Professora defende que, em primeiro lugar, devem-se recorrer às pessoas mencionadas n artigo 2009º, CC antes de ser accionado este fundo;

Caso alguém venha pedir e não precise: Acusado por falsas declarações, podendo incorrer em responsabilidade penal