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OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE Relatório Mensal: Movimentação do emprego formal em junho e 1º semestre de 2010 no Rio Grande do Norte Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE Julho de 2010

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO …geo.dieese.org.br/rn/estudos/movimenta_2010_06.pdf · Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 9 2. O MERCADO

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OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DO RIO GRANDE DO NORTE

Relatório Mensal: Movimentação do emprego formal em junho

e 1º semestre de 2010 no Rio Grande do Norte

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE

Julho de 2010

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 2

EXPEDIENTE DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Governador do Estado do Rio Grande do Norte

Iberê Paiva Ferreira de Souza

Secretário de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social - SETHAS

José Gercino Saraiva Maia

Subsecretária do Trabalho - SETHAS:

Alcina Maria de Holanda Madruga

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 3

EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS

SOCIOECONÔMICOS - DIEESE

Direção Técnica

Clemente Ganz Lúcio – Diretor Técnico

Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento

José Silvestre Prado de Oliveira – Coordenador de Relações Sindicais

Francisco José Couceiro de Oliveira – Coordenador de Pesquisas

Nelson de Chueri Karam – Coordenador de Educação

Rosana de Freitas – Coordenadora Administrativa e Financeira

Coordenação Geral do Projeto

Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento

Ângela Maria Schwengber – Supervisor dos Observatórios do Trabalho

Maria Virgínia Ferreira Lopes– Técnico Responsável pelo Projeto

Equipe Executora

DIEESE

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Rua João Pessoa, nº 265, Edifício Mendes Carlos, Sala 208, CEP. 59.025-500

Fone: (84) 3211-2609 – Fax: (84) 3611-9824

E-mail: [email protected]

http://www.dieese.org.br

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 4

SUMÁRIO

Apresentação

05

1. Saldo de empregos formais no Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação

06

2. O mercado de trabalho formal no Rio Grande do Norte

09

3. Movimentação do emprego nas microrregiões do Rio Grande do Norte

19

Considerações finais 21

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 5

APRESENTAÇÃO

Este relatório é um dos produtos do projeto Observatório do Trabalho do Rio Grande do

Norte, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Trabalho, Habitação e Assistência Social –

SETHAS do Governo do Estado do Rio Grande do Norte em parceria com o Departamento

Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE (Contrato Nº. 011/2010 –

SETHAS/DIEESE).

O Observatório do Trabalho visa à produção de conhecimento sobre o mundo do trabalho

com o objetivo de subsidiar a construção de políticas públicas de emprego, trabalho e renda. Além

de orientar medidas de inserção no mercado de trabalho, as políticas devem, também, estimular e

promover iniciativas por partes das empresas, no sentido de ampliar e melhorar as condições de

admissão dos trabalhadores, com qualificação e requalificação.

Isto posto, o presente relatório detalha o perfil da movimentação no mercado de trabalho

formal no Rio Grande do Norte no mês de junho de 2010 e no saldo acumulado do 1º semestre de

2010, a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, registro

administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE.

No primeiro momento será apresentado um panorama nacional do mercado de trabalho

formal, apontando o perfil das vagas criadas no mês de junho e no 1º semestre de 2010 em duas

seções. Na primeira, destacamos o panorama geral da movimentação do mercado formal de

trabalho no Brasil, grandes regiões e unidades da federação. Na segunda, serão identificados os

elementos relevantes da movimentação do emprego formal no estado do Rio Grande do Norte,

segundo algumas características dos trabalhadores e das vagas, como gênero, grau de instrução,

idade e remuneração. A fim de propiciar um parâmetro de comparação, algumas informações

também serão apresentadas para anos anteriores.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 6

1. SALDO DE EMPREGOS FORMAIS NO BRASIL, GRANDES REGIÕES E UNIDADES

DA FEDERAÇÃO

Brasil apresenta o 2º melhor saldo para o mês junho na série do Caged

No mês de junho de 2010, de acordo com o CAGED, o Brasil gerou um saldo de 212.952

empregos formais, segundo melhor resultado para o mês1 na série histórica do CAGED. O melhor

resultado da série foi observado no mês junho de 2008, com 309.442 mil postos (Gráfico 1).

GRÁFICO 1 Saldo mensal do emprego nos meses de junho

Brasil, 2000 a 2010

142.884

108.571

133.346

125.795 207.895

195.536

155.455

181.667

309.442

119.495 212.952

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

Saldo

Fonte: MTE, CAGED. Elaboração: DIEESE.

No acumulado do 1º semestre de 2010, todas as Grandes Regiões apresentaram saldo de

emprego positivo, sendo que a Região Sudeste concentra parte significativa do total de empregos

gerados no país. A Região Sul aparece na sequência, também com forte geração de postos de

1 Análise se baseia na série do CAGED com início em janeiro de 1996, devido à revisão da base que a colocou sob a

nova codificação de Atividades Econômicas - CNAE/95.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 7

trabalho. Já as regiões Nordeste e Norte alcançam marcas mais tímidas. A Região Norte registra

saldos menores devido justamente ao tamanho de seu mercado de trabalho formal, bem menor que o

das demais regiões2. Já a Região Nordeste, que concentra o segundo maior estoque de vínculos

empregatícios do país em 2008, segundo a RAIS, não apresentou, neste primeiro semestre, uma

dinâmica de geração de empregos formais compatível com a sua participação neste estoque

(Gráfico 2).

GRÁFICO 2 Saldo de empregos

Brasil e Grandes Regiões, 1º semestre de 2008, 2009 e 2010

-100.000

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

900.000

Região Norte Região Nordeste Região Sudeste Região Sul Região Centro-Oeste

1º sem/2008 35.137 27.007 910.437 247.425 141.382

1º sem/2009 -10.163 -67.044 239.771 57.928 79.014

1º sem/2010 58.168 113.194 894.012 271.938 136.008

1º sem/2008 1º sem/2009 1º sem/2010

Fonte: MTE, CAGED

Elaboração: DIEESE.

De maneira geral, o saldo de empregos das unidades da federação em junho de 2010

correspondeu à concentração do estoque de vínculos empregatícios da RAIS, ou seja, aqueles

estados que possuem maior número de vínculos formais geraram mais empregos no mês. Em

relação ao mesmo mês do ano anterior, grande parte dos estados apresentou saldo superior em 2010,

2 Segundo a RAIS, a Região Norte é aquela que apresenta menor estoque de empregos formais em 2008, registrando

5,3% (aproximadamente 2 milhões) do total de empregos do país.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 8

visto que em junho de 2009 o país iniciava a retomada da dinâmica de geração de postos de trabalho

após a crise econômica que teve início em setembro de 2008.

O saldo de empregos acumulado do 1º semestre de 2010 foi mais positivo em relação ao

mesmo período do ano anterior para todos os estados, desta vez com influência direta dos

desligamentos ocorridos no início de 2009 ou retração das contratações devido à crise. Mesmo o

estado de Alagoas, que apresenta saldo negativo no primeiro semestre de 2010, devido à

sazonalidade da cultura da cana-de-açúcar no estado, eliminou menos postos de trabalho em relação

a 2009 (Tabela 1).

Os estados de São Paulo (545.743) e Minas Gerais (232.572) são responsáveis pelos

maiores saldos do semestre, seguidos à distância por Paraná e Rio Grande do Sul.

TABELA 1 Admitidos, desligados e saldo de empregos

Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação – jun/09, jun/10, 1º sem/09 e 1º sem/10

06/09 06/10 06/09 06/10 06/09 06/10 1º sem/09 1º sem/10

Região Norte 56.188 69.470 50.643 59.410 5.545 10.060 -10.163 58.168

Rondonia 11.245 13.242 8.273 11.123 2.972 2.119 14.364 16.734

Acre 2.351 2.822 1.839 2.235 512 587 1.302 1.767

Amazonas 13.293 17.064 12.309 14.623 984 2.441 -14.175 13.544

Roraima 1.039 1.382 1.046 1.204 -7 178 338 1.229

Para 21.326 26.289 20.269 22.896 1.057 3.393 -13.427 17.191

Amapa 1.640 1.999 1.816 1.895 -176 104 -459 1.292

Tocantins 5.294 6.672 5.091 5.434 203 1.238 1.894 6.411

Região Nordeste 174.297 213.159 149.227 175.794 25.070 37.365 -67.044 113.194

Maranhao 11.470 16.948 12.633 12.246 -1.163 4.702 -8.115 18.440

Piaui 7.436 9.734 5.200 6.863 2.236 2.871 2.846 13.236

Ceara 32.357 37.930 26.605 31.612 5.752 6.318 5.173 30.110

Rio Grande do Norte 11.645 15.549 10.909 12.879 736 2.670 -14.519 8.188

Paraiba 7.996 10.166 7.152 7.579 844 2.587 -7.554 1.237

Pernambuco 36.880 45.948 27.090 33.410 9.790 12.538 -27.072 9.932

Alagoas 6.685 6.883 6.659 6.950 26 -67 -39.406 -35.450

Sergipe 7.160 9.373 6.430 7.332 730 2.041 -1.495 6.167

Bahia 52.668 60.628 46.549 56.923 6.119 3.705 23.098 61.334

Região Sudeste 752.531 893.843 680.529 770.020 72.002 123.823 239.771 894.012

Minas Gerais 196.940 210.746 151.344 171.876 45.596 38.870 80.446 232.572

Espirito Santo 30.568 37.353 37.219 39.002 -6.651 -1.649 4.553 27.106

Rio de Janeiro 112.610 130.052 107.155 113.715 5.455 16.337 15.167 88.591

Sao Paulo 412.413 515.692 384.811 445.427 27.602 70.265 139.605 545.743

Região Sul 252.108 313.936 246.417 289.526 5.691 24.410 57.928 271.938

Parana 98.635 117.185 92.671 106.739 5.964 10.446 40.511 100.988

Santa Catarina 70.386 85.889 69.265 79.790 1.121 6.099 11.673 66.296

Rio Grande do Sul 83.087 110.862 84.481 102.997 -1.394 7.865 5.744 104.654

Região Centro-Oeste 121.225 132.671 110.038 115.377 11.187 17.294 79.014 136.008

Mato Grosso do Sul 18.713 21.628 16.776 18.451 1.937 3.177 12.813 20.584

Mato Grosso 29.945 31.769 24.492 26.482 5.453 5.287 13.296 24.686

Goias 48.025 53.886 40.677 45.813 7.348 8.073 44.920 70.155

Distrito Federal 24.542 25.388 28.093 24.631 -3.551 757 7.985 20.583

Total 1.356.349 1.623.079 1.236.854 1.410.127 119.495 212.952 299.506 1.473.320

Admitidos Desligados

Grandes Regiões/Estados

Saldo Saldo acumulado

Fonte: MTE, CAGED. Elaboração: DIEESE.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 9

2. O MERCADO DE TRABALHO FORMAL NO RIO GRANDE DO NORTE

O saldo de vagas no Rio Grande do Norte em junho é o 3º melhor para a série

No mês de junho de 2010, o Rio Grande do Norte registrou a geração de 2.670 vagas. No

mesmo período de 2009, o saldo foi positivo em 736 postos (Gráfico 3). Este saldo configurou-se

no terceiro melhor resultado para o mês na série histórica do CAGED para o estado. O melhor

resultado da série foi observado no mês junho de 2008, com 3.442 postos, seguido do ano de 2004,

com 3.266 vagas formais.

GRÁFICO 3 Saldo de empregos

Rio Grande do Norte - junho/2003 a junho /2010

-500

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

2.670

736

3.442

2.439

1.790

1.121

3.266

-466

Saldo

Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

O desempenho positivo na geração de empregos formais no 1º semestre de 2010 verificado

para o país e para o Rio Grande do Norte, também ocorreu na Região Metropolitana de Natal

(RMN) e na capital, com saldos positivos de 8.931 e 7.831 novos postos de trabalho,

respectivamente.

O resultado para a Região Metropolitana superou, inclusive, o saldo verificado para o

estado, indicando que o desempenho na geração de empregos nas demais regiões do estado não

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 10

acompanhou o mesmo ritmo desta localidade (Tabela 2). Tanto para RMN, quanto à capital os

resultados para o mês e o acumulado do semestre em 2010 superaram o mesmo período do ano

anterior, novamente sob impacto da crise econômica.

TABELA 2 Movimentação do emprego formal

Brasil, Região Nordeste, Rio Grande do Norte, RMN e Natal, Jun/09, Jun/10, 1º sem/09 e 1º sem/10

1º sem/09 ( C ) 1º sem/10 (D)

Brasil 119.495 212.952 299.506 1.473.320 78,2 391,9

Nordeste 25.070 37.365 -67.044 113.194 49,0 -

RN 736 2.670 -14.519 8.188 262,8 -

RMN -109 1.568 -6.416 8.931 - -

Natal -94 1.263 -3.842 7.831 - -

Localidade

Saldo Variação (%)

Jun/09 (A) Jun/10 (B)

Acumulado

B/A D/C

Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

A indústria de transformação, no mês de junho, apresentou maior saldo positivo de vagas no

Rio Grande do Norte

Quanto aos grandes setores de atividade econômica, em junho de 2010, o destaque na

geração de empregos formais foi a indústria de transformação, com 1.005 novos postos de trabalho.

Este saldo foi composto com uma participação relevante das indústrias de produtos alimentícios,

têxtil, calçados, minerais não metálicos e metalurgia.

Na sequência estão os setores de serviços e da agricultura, também com saldos positivos

significativos.

Já no acumulado do 1º semestre de 2010, a liderança na geração de empregos formais é do

setor da construção civil, seguido do setor de serviços, com 4.483 e 4.159 novos postos de trabalho,

respectivamente. O comércio e a indústria de transformação também apresentaram saldos positivos

elevados, com mais de mil novos empregos cada setor, sendo que na indústria de transformação o

subsetor que mais contribuiu para o saldo positivo elevado foi a indústria têxtil de vestuário e

artefatos de tecidos.

A agricultura, diferentemente do resultado de junho, no acumulado do 1º semestre de 2010,

registra a eliminação de 3.688 postos de trabalho no estado. Este resultado está vinculado à

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 11

sazonalidade de determinadas atividades ligadas ao setor3 que concentram os desligamentos no 1º e

as admissões no 2º. Além do impacto no saldo negativo para o setor da agricultura, estas atividades

também impactaram o subsetor indústria de produtos alimentícios, visto que algumas atividades da

cadeia da agricultura podem estar enquadradas nesta categoria da indústria de transformação

(Tabela 3).

Mesmo para os setores/subsetores que apresentaram saldo negativo no 1º semestre de 2010,

em comparação com o mesmo período do ano anterior o resultado foi mais favorável, na medida em

que os resultados do ano anterior ainda estavam sob impacto da crise econômica.

3 Desagregando as informações por atividade econômica, verifica-se que aquelas que registraram maiores saldos

negativos no 1º semestre de 2010 no Rio Grande do Norte foram: fabricação de álcool, cultivo de plantas de lavoura

temporária não especificadas anteriormente, cultivo de cana-de-açúcar e cultivo de frutas de lavoura permanente, exceto

laranja e uva.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 12

TABELA 3 Saldo de empregos, segundo setor/subsetor de atividade econômica

Rio Grande do Norte, Jun/09, Jun/10, 1º sem/09 e 1º sem/10

jun/09 jun/10 jun/09 jun/10 jun/09 jun/10 1o sem/09 1o sem/10

Extrativa mineral 91 170 151 93 -60 77 -230 208

Indústria de transformação 2.088 2.970 1.743 1.965 345 1.005 -6.123 1.310

Indústria de produtos minerais nao metálicos 180 453 211 310 -31 143 -319 526

Indústria metalúrgica 104 219 96 93 8 126 206 306

Indústria mecânica 14 28 28 71 -14 -43 -20 198

Indústria do material elétrico e de comunicaçoes 3 12 4 10 -1 2 -22 18

Indústria do material de transporte 5 4 13 3 -8 1 -1 39

Indústria da madeira e do mobiliário 43 51 75 39 -32 12 -94 76

Indústria do papel, papelao, editorial e gráfica 62 80 62 41 0 39 -92 51

Ind. da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas 38 14 15 23 23 -9 16 37

Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria, ... 69 74 70 86 -1 -12 -33 14

Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos 623 1.054 526 767 97 287 -1.880 2.056

Indústria de calçados 11 172 67 17 -56 155 -163 210

Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico 936 809 576 505 360 304 -3.721 -2.221

Serviços industriais de utilidade pública 50 62 57 40 -7 22 -795 174

Construçao civil 1.781 3.202 1.939 3.053 -158 149 -2.068 4.483

Comércio 3.060 3.693 2.889 3.430 171 263 -666 1.472

Comércio varejista 2.619 3.132 2.475 2.949 144 183 -455 1.208

Comércio atacadista 441 561 414 481 27 80 -211 264

Serviços 3.830 4.573 3.581 3.777 249 796 717 4.159

Instituiçoes de crédito, seguros e capitalizaçao 40 47 34 40 6 7 59 38

Com. e administraçao de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico... 1.331 1.450 1.206 1.156 125 294 -901 822

Transportes e comunicaçoes 254 306 274 262 -20 44 -55 479

Serv. de alojamento, alimentaçao, reparaçao, manutençao, redaçao, r... 1.561 2.023 1.548 1.722 13 301 219 1.158

Serviços médicos, odontológicos e veterinários 262 365 254 214 8 151 258 537

Ensino 382 382 265 383 117 -1 1.137 1.125

Administraçao pública direta e autárquica 21 13 16 14 5 -1 247 70

Agricultura, silvicultura, criaçao de animais, extrativismo vegetal... 724 866 533 507 191 359 -5.601 -3.688

Total 11.645 15.549 10.909 12.879 736 2.670 -14.519 8.188

Setor/subsetor de atividade econômica

Admitidos Desligados Saldo

Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 13

Em junho, saldo positivo é maior entre os homens, jovens e com ensino médio completo

Grande parte dos postos de trabalho formais gerados no Rio Grande do Norte em junho de

2010 foi ocupada por homens, correspondendo a 73,3% do saldo total. Esta predominância na

contratação de homens normalmente está associada aos setores de atividade que mais contrataram

no período. De maneira geral, a indústria de transformação e a agricultura – que apresentaram maior

saldo para o estado em junho – são setores com predominância de mão-de-obra masculina (Tabela

4).

Já para o acumulado do 1º semestre a diferença entre o saldo para homens e mulheres não é

tão expressiva quanto a verificada para o mês de junho. A proporção de trabalhadores no saldo total

é de 57,4%.

TABELA 4 Admitidos, desligados e saldo de empregos por sexo

Rio Grande do Norte, junho/10 e 1º sem/10

Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo

Masculino 11.231 9.272 1.959 61.682 56.976 4.706

Feminino 4.318 3.607 711 24.636 21.154 3.482

Total 15.549 12.879 2.670 86.318 78.130 8.188

Sexo

jun/10 1o sem/10

Fonte: MTE, CAGED. Elaboração: DIEESE.

A composição do saldo de empregos de junho por faixa etária indica que, com relação aos

empregos formais, ocorre uma predominância na contratação de trabalhadores jovens,

especialmente na faixa entre 18 a 24 anos, que atingiu saldo de 1.601 novos postos de trabalho. A

distância em relação ao saldo da segunda faixa etária com maior número de postos de trabalho

criados no mês é grande, mais de 1.000 trabalhadores se comparado com a faixa entre 30 e 39 anos

(Tabela 5). Para o acumulado do 1º semestre de 2010, o saldo de empregos para trabalhadores

jovens, somadas as faixas até 17 anos e entre 18 e 24 anos, atinge 6.558, enquanto as demais faixas

atingem números bem inferiores.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 14

TABELA 5 Admitidos, desligados e saldo de empregos por faixa etária

Rio Grande do Norte, junho/10 e 1º sem/10

Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo

Até 17 180 95 85 1.060 449 611

18 a 24 5.143 3.542 1.601 28.559 22.612 5.947

25 a 29 3.478 3.098 380 19.374 18.455 919

30 a 39 4.067 3.664 403 22.525 21.956 569

40 a 49 1.963 1.825 138 10.944 10.705 239

50 a 64 706 628 78 3.767 3.797 -30

65 ou mais 12 27 -15 89 156 -67

Total 15.549 12.879 2.670 86.318 78.130 8.188

Faixa etária

jun/10 1o sem/10

Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

Em junho, o saldo de empregos formais para a faixa de escolaridade ensino médio completo

foi o mais elevado (866 novos postos de trabalho). Entretanto, verificadas as faixas inferiores ao

médio completo, também foi representativa a contratação de trabalhadores com ensino fundamental

incompleto e completo, além da faixa ensino médio incompleto (Tabela 6).

No primeiro semestre de 2010, as faixas de escolaridade analfabeto e ensino fundamental

incompleto registraram saldos negativos. Este elevado desligamento de trabalhadores com este

perfil educacional pode estar relacionado aos desligamentos ocorridos no 1º semestre no setor da

agricultura que, predominantemente, é composto por trabalhadores de baixa escolaridade.

TABELA 6 Admitidos, desligados e saldo de empregos por grau de escolaridade

Rio Grande do Norte, junho/10 e 1º sem/10

Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo

Analfabeto 246 167 79 1.215 1.249 -34

Fundamental incompleto 3.615 3.094 521 19.056 21.121 -2.065

Fundamental completo 2.044 1.521 523 10.583 9.084 1.499

Médio incompleto 1.803 1.294 509 8.735 7.012 1.723

Médio completo 6.801 5.935 866 39.443 34.079 5.364

Superior incompleto 420 335 85 2.350 2.003 347

Superior completo 620 533 87 4.936 3.582 1.354

Mestrado 0 0 0 0 0 0

Doutorado 0 0 0 0 0 0

Total 15.549 12.879 2.670 86.318 78.130 8.188

Grau de escolaridade

jun/10 1o sem/10

Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

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A Tabela 7 apresenta informações sobre as famílias ocupacionais que apresentaram mais

admissões e desligamentos em junho de 2010 e sobre remuneração. A análise das famílias

ocupacionais indica que muitas delas se repetem, aparecendo na lista das 10 famílias com mais

admissões e com mais desligamentos – exceção apenas para os trabalhadores agrícolas na

fruticultura e para os trabalhadores nos serviços de coleta de resíduos nas admissões e porteiros e

recepcionistas no caso dos desligados. Os ajudantes de obras civis, por exemplo, apesar do elevado

número de admissões, também registra número elevado de trabalhadores desligados, assim como

operadores do comércio (inclusive em junho os desligamentos superaram as admissões para esta

família), trabalhadores de estrutura de alvenaria, entre outros. Esta característica destas famílias

ocupacionais pode indicar uma substituição constante de trabalhadores.

Quanto à remuneração, verifica-se que a massa salarial do conjunto dos admitidos em junho

alcançou R$ 9,8 milhões, enquanto a massa salarial dos desligados somou R$ 8,7 milhões,

representando um acréscimo de aproximadamente R$ 1 milhão na massa salarial resultante do

emprego formal no estado. Apesar do acréscimo na massa salarial, a remuneração média dos

admitidos (R$ 631,28) sofreu queda em relação aos desligados (R$ 679,70).

Esta diferença salarial ocorreu para todas as famílias ocupacionais que se repetiram entre as

10 com mais admissões e 10 com mais desligamentos. Mesmo para aquelas famílias que já

apresentavam salário de desligamento próximo ao salário mínimo o rebaixamento em relação aos

admitidos ocorreu, como no caso dos operadores de máquinas para costura, que registraram salário

de desligamento de R$ 529,39 e R$ 504,50 de admissão (inferior ao salário mínimo vigente de R$

510,00).

Proporcionalmente, a maior diferença entre os salários de admissão e desligamento ocorreu

entre os operadores do comércio, com salário de admissão representando 90,7% do salário dos

desligados. Na relação apresentada, os salários de admissão e desligamento mais próximos se

referem aos ajudantes de obras civis, mas que também já apresentavam salário de desligamento

reduzido, impossibilitando uma queda mais acentuada.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 16

TABELA 7 10 famílias ocupacionais com mais admissões e desligamentos por massa salarial e remuneração média

Rio Grande do Norte, junho/10

Famílias ocupacionais Admitidos Massa salarial Remuneração média

Proporção salário

admitidos/desligados

(%)

Total 15.549 9.815.835,00 631,28 92,9

Ajudantes de obras civis 2.003 1.060.147,00 529,28 98,5

Operadores do comércio em lojas e mercados 1.572 885.884,00 563,54 90,7

Trabalhadores de estruturas de alvenaria 946 605.040,00 639,58 96,6

Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 810 532.375,00 657,25 91,5

Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário 619 312.286,00 504,50 95,3

Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 466 243.191,00 521,87 95,0

Trabalhadores nos serviços de manutenção de edif icações 443 236.835,00 534,62 91,2

Trabalhadores agrícolas na fruticultura 421 224.703,00 533,74 -

Trab. nos serviços de coleta de resíduos, de limpeza e cons. de áreas públicas 312 169.224,00 542,38 -

Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 309 173.177,00 560,44 96,5

Desligados Massa salarial Remuneração média

Total 12.879 8.753.905,00 679,70 -

Ajudantes de obras civis 1.615 867.802,00 537,34 -

Operadores do comércio em lojas e mercados 1.574 978.239,00 621,50 -

Agentes, assistentes e auxiliares administrativos 800 574.355,00 717,94 -

Trabalhadores de estruturas de alvenaria 684 453.014,00 662,30 -

Trabalhadores nos serviços de manutenção de edif icações 540 316.676,00 586,44 -

Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário 363 192.168,00 529,39 -

Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 353 193.825,00 549,08 -

Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 307 178.386,00 581,06 -

Porteiros e vigias 279 161.704,00 579,58 -

Recepcionistas 235 135.981,00 578,64 - Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

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Do total de trabalhadores desligados em junho no Rio Grande do Norte, grande parte possui

tempo reduzido de permanência no emprego. Mais da metade não chegou a completar 1 ano no

emprego, sendo que, deste grupo, parte significativa (17,4% do total) não chegou a completar 3

meses. Outro grupo relevante de trabalhadores (18,4%) ficou na faixa entre 1 e 2 anos de

permanência no último emprego (Gráfico 4).

GRÁFICO 4 Desligados por tempo de permanência no emprego

Rio Grande do Norte, junho/10

De 1,0 a 2,9 meses

De 3,0 a 5,9 meses

De 6,0 a 11,9 meses

De 12,0 a 23,9 meses

De 24,0 a 35,9 meses

De 36,0 a 59,9 meses

De 60,0 a 119,9 meses

120 meses ou mais

Ignorado

2.244

2.177

2.825

2.370

1.170

931

677

178

307

Desligados

Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

Os estabelecimentos que mais contribuíram para o saldo mensal de empregos no estado em

junho foram os de menor porte – segundo o número de empregados. Aqueles com até 4 empregados

geraram 1.522 novos postos de trabalho em junho. Os estabelecimentos com mais de 1.000

empregados também registrou saldo positivo elevado, com 454 novos empregos. As demais faixas

de tamanho de estabelecimento registraram saldo bem inferior, incluindo saldo negativo para os

estabelecimentos entre 500 e 999 empregados (Tabela 8).

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 18

TABELA 8 Admitidos, desligados e saldo de empregos por tamanho de estabelecimento

Rio Grande do Norte, junho/10

Tamanho de estabelecimento Admitidos Desligados Saldo

Até 4 empregados 3.911 2.389 1.522

De 5 a 9 empregados 1.556 1.465 91

De 10 a 19 empregados 1.735 1.589 146

De 20 a 49 empregados 2.318 2.298 20

De 50 a 99 empregados 1.560 1.356 204

De 100 a 249 empregados 1.781 1.484 297

De 250 a 499 empregados 953 859 94

De 500 a 999 empregados 481 639 -158

1000 ou mais empregados 1.254 800 454

Total 15.549 12.879 2.670 Fonte: MTE, CAGED.

Elaboração: DIEESE.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 19

3. MOVIMENTAÇÃO DO EMPREGO NAS MICRORREGIÕES DO RIO GRANDE DO

NORTE

A distribuição do saldo de empregos em junho de 2010 entre as microrregiões do estado

ocorreu de forma diferenciada, acompanhando, de forma geral, o estoque de vínculos empregatícios

das microrregiões, ou seja, saldos mais elevados nas localidades onde existe maior concentração de

vínculos formais no estado. As microrregiões de Natal e Mossoró, que concentram

aproximadamente 70% do total de empregos formais do Rio Grande do Norte em 2008 (segundo a

RAIS4), registraram os maiores saldos positivos. A microrregião Litoral Sul também apresentou

saldo positivo significativo, acompanhando a lógica de distribuição do estoque de empregos formais

no estado. As demais microrregiões apresentaram saldos positivos menores e até mesmo negativos,

como Vale do Açu e Seridó Oriental.

Justificando o saldo positivo mais elevado para a Região Metropolitana de Natal em relação

ao estado no 1º semestre de 2010, conforme apresentado na Tabela 2, é possível verificar através da

Tabela 9 que microrregiões com saldo positivo em junho apresentam saldo negativo para o

acumulado do semestre. Novamente este resultado é influenciado pela dinâmica de admissões e

desligamentos na agricultura, uma vez que esta atividade ocorre quase que exclusivamente na

região não metropolitana do estado e que no 1º semestre os desligamentos predominaram.

4 Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego.

Contrato de Prestação de Serviços Nº. 011/2010 - SETHAS/DIEESE 20

TABELA 9 Admitidos, desligados e saldo de empregos por tamanho de estabelecimento

Rio Grande do Norte, junho/10

Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo

Mossoro 3.109 2.259 850 14.789 13.734 1.055

Chapada do Apodi 113 168 -55 781 1.052 -271

Medio Oeste 35 21 14 144 97 47

Vale do Acu 219 338 -119 2.009 2.321 -312

Serra de Sao Miguel 10 7 3 61 20 41

Pau dos Ferros 55 73 -18 480 363 117

Umarizal 22 5 17 82 38 44

Macau 153 141 12 815 853 -38

Angicos 27 10 17 158 72 86

Serra de Santana 48 18 30 178 206 -28

Serido Ocidental 362 283 79 1.977 1.638 339

Serido Oriental 401 518 -117 2.925 2.323 602

Baixa Verde 31 14 17 190 292 -102

Borborema Potiguar 150 128 22 822 647 175

Agreste Potiguar 203 149 54 1.011 852 159

Litoral Nordeste 103 101 2 529 742 -213

Macaiba 805 710 95 4.290 4.850 -560

Natal 9.214 7.738 1.476 53.464 44.029 9.435

Litoral Sul 489 198 291 1.613 4.001 -2.388

Total 15.549 12.879 2.670 86.318 78.130 8.188

jun/10 1o sem/10

Microrregião

Fonte: MTE, CAGED. Elaboração: DIEESE.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Região Nordeste e o estado do Rio Grande do Norte acompanharam, proporcionalmente,

o desempenho nacional de geração de postos de trabalho formais tanto no mês de junho quanto no

1º semestre de 2010, com saldos de empregos positivos para os dois períodos, sendo que a Região

Metropolitana de Natal contribuiu de forma mais intensa para o resultado verificado para o estado.

Esta concentração dos novos postos de trabalho na RM está ligada ao peso dos desligamentos

ocorridos no setor da agricultura no 1º semestre – atividade que ocorre predominantemente na

região não metropolitana do estado. A partir de junho esta diferença regional pode começar a ser

revertida na medida em que a agricultura volta a registrar saldo positivo significativo.

No que se refere às características pessoais dos trabalhadores é possível verificar, de

maneira geral, a predominância de homens, jovens e com ensino médio completo compondo o saldo

de empregos em 2010.

Outra característica verificada na movimentação do mercado de trabalho potiguar é o

elevado número de admissões e desligamentos para uma mesma ocupação. Este aspecto, somado

tempo reduzido de permanência no emprego e ao salário de admissão inferior ao salário de

desligamento, pode indicar a ocorrência de desligamentos visando a redução de custos das empresas

– fenômeno comum no mercado de trabalho brasileiro.

Outro destaque é para as micro empresas com até 4 empregados, que responde por grande

parte dos novos postos de trabalho gerados.