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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Manaus, AM – 4 a 7/9/2013 1 Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação 1 Patrícia AZAMBUJA 2 Silvano Alves Bezerra da SILVA 3 Carlos de Salles Soares NETO 4 Universidade Federal do Maranhão São Luís/MA RESUMO Como projeto-embrião do observatório de experiências expandidas em comunicação, pro- pomos a criação de um laboratório para pesquisa de novas possibilidades com conteúdos transmídia. A partir da estruturação de um espaço multidisciplinar permanente, para análise, reflexão e produção, temos como objetivo compreender mecanismos e estímulos diferen- ciados que atingem indivíduos expostos às multiplataformas convergentes (telas comple- mentares ou hipermidiáticas, por exemplo), ou mesmo, usuários responsáveis por criar seus próprios conteúdos. PALAVRAS-CHAVE: conteúdo multiplataforma; transmídia; produção; recepção. Algumas emissoras brasileiras de televisão já iniciaram o seu processo de transmis- são digital 5 , potencializando assim recursos de interatividade. Em paralelo às transfor- mações nos canais abertos, as SmartTVs (televisores conectados à internet) também vem desenvolvendo modelos de negócios promissores para produtores de conteúdo dispostos a enfrentar o desafio de criar para plataformas proprietárias em um mercado, ainda que pequeno, com grande potencial de crescimento e muito diversificado. 1 Trabalho apresentado no GP Teorias do Jornalismo do XIII Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento componente do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Professora Adjunta do Curso de Comunicação Social/ UFMA, Mestre em Artes Visuais/ UNESP e Doutora em Psicologia Social/ UERJ. Email: [email protected]. 3 Professor Adjunto do Curso de Comunicação Social/ UFMA, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e Diretor da TV UFMA. Email: [email protected]. 4 Professor Adjunto do Departamento de Informática/ UFMA, Doutor em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Coordenador do LAWS (Laboratório de Sistemas Web Avançados) e pesquisador associado do Laboratório TeleMídia da PUC-Rio. Email: [email protected]. 5 “A meta para a cobertura do sinal da TV digital no Brasil é de 100% do território nacional até 2016. Atualmente, 46,3% da população brasileira mora em municípios com acesso ao sinal da TV digital, que está presente em todos os estados brasileiros, mais especificamente em 437 municípios” Disponível no link: http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/08/transmissao-da-tv-digital-inclui-desde-imagem-e-som- interatividade.html).

Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação · Católica do Rio de Janeiro, Coordenador do LAWS (Laboratório de Sistemas Web Avançados) e pesquisador associado do

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Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação1

Patrícia AZAMBUJA2

Silvano Alves Bezerra da SILVA3

Carlos de Salles Soares NETO4

Universidade Federal do Maranhão – São Luís/MA

RESUMO

Como projeto-embrião do observatório de experiências expandidas em comunicação, pro-

pomos a criação de um laboratório para pesquisa de novas possibilidades com conteúdos

transmídia. A partir da estruturação de um espaço multidisciplinar permanente, para análise,

reflexão e produção, temos como objetivo compreender mecanismos e estímulos diferen-

ciados que atingem indivíduos expostos às multiplataformas convergentes (telas comple-

mentares ou hipermidiáticas, por exemplo), ou mesmo, usuários responsáveis por criar seus

próprios conteúdos.

PALAVRAS-CHAVE: conteúdo multiplataforma; transmídia; produção; recepção.

Algumas emissoras brasileiras de televisão já iniciaram o seu processo de transmis-

são digital5, potencializando assim recursos de interatividade. Em paralelo às transfor-

mações nos canais abertos, as SmartTVs (televisores conectados à internet) também vem

desenvolvendo modelos de negócios promissores para produtores de conteúdo dispostos a

enfrentar o desafio de criar para plataformas proprietárias em um mercado, ainda que

pequeno, com grande potencial de crescimento e muito diversificado.

1 Trabalho apresentado no GP Teorias do Jornalismo do XIII Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento

componente do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

2 Professora Adjunta do Curso de Comunicação Social/ UFMA, Mestre em Artes Visuais/ UNESP e Doutora em

Psicologia Social/ UERJ. Email: [email protected].

3 Professor Adjunto do Curso de Comunicação Social/ UFMA, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do

Vale do Rio dos Sinos e Diretor da TV UFMA. Email: [email protected].

4 Professor Adjunto do Departamento de Informática/ UFMA, Doutor em Informática pela Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro, Coordenador do LAWS (Laboratório de Sistemas Web Avançados) e pesquisador associado

do Laboratório TeleMídia da PUC-Rio. Email: [email protected].

5 “A meta para a cobertura do sinal da TV digital no Brasil é de 100% do território nacional até 2016. Atualmente, 46,3%

da população brasileira mora em municípios com acesso ao sinal da TV digital, que está presente em todos os estados

brasileiros, mais especificamente em 437 municípios” Disponível no link:

http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/08/transmissao-da-tv-digital-inclui-desde-imagem-e-som-

interatividade.html).

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Temos disponíveis hoje um complexo acervo de tecnologias e formas emergentes de

comunicação, que surgem e nos obrigam a repensar todo o processo: TVs por assinatura

que sofisticam o acesso ao conteúdo disponível - integrando diversas linguagens e plata-

formas; ou a internet que disponibiliza cada vez mais canais de retorno para conversação

fluida entre as programações em geral e as suas audiências. Hoje são muitas as formas de

convergência tecnológica disponíveis. E assim telespectadores já começam a acessar

informações sobre programas e, no que depender das previsões mais otimistas, em pouco

tempo, esse mesmo espectador de televisão já estará respondendo a testes, comprando

produtos, participando de enquetes, realizando operações bancárias, entre outras muitas

possibilidades. Utilizando para isso apenas o controle remoto.

Parece-nos urgente, portanto, uma maior proximidade entre as pesquisas científicas

já existentes, a gestão desses conteúdos e a sociedade. Até porque, se por um lado, já

possuímos tecnologias bem desenvolvidas e pesquisas bem encaminhadas na área de

Comunicação Social (planejamento de conteúdo e adequação à audiência) e Informática

(operacionalização técnica das aplicações); do outro, nos deparamos com a população, ou

até mesmo muitos profissionais, totalmente à margem dessas discussões.

Ainda nesse contexto há grande empenho hoje para o fortalecimento da TV Digital

Terrestre, no sentido em que possui potencial para oferecer mais democraticamente novos

serviços eletrônicos e aplicações interativas à sociedade, via televisão aberta e gratuita.

E assim, este projeto visa como primeira estratégia de trabalho, o desenvolvimento e

a observação, a partir de esforço transdisciplinar, de produtos para um mercado emergente:

aplicações para interação com conteúdos televisivos e testes de usabilidade com essas novas

tecnologias.

Espaço de observação

Tomando como exemplo algumas emissoras de televisão - na criação de setores de

pesquisa e desenvolvimento para novas mídias -, discutimos aqui também a importância de

estruturarmos um espaço com esta mesma finalidade, e integrar diferentes áreas da pesquisa

local, entre elas: comunicação, informática e design de interface. Para assim, viabilizarmos

formas de veiculação dos conteúdos já desenvolvidos.

Por outro lado, é urgente também a necessidade de criação de dispositivos capazes

de atingir e atrair a população de espectadores da TV aberta convencional, ou mesmo, com-

preender essa parcela de espectadores que já responde aos estímulos diferenciados ou inte-

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rage com os conteúdos disponibilizados. Às vezes, até mesmo cria seu próprio conteúdo. Se

para o “antigo” espectador só “assistir” era suficiente, o que se observa hoje são mudanças

consideráveis, quando se acrescenta o “interagir” ao processo. Dados disponibilizados pela

Revista Info (dezembro de 2012) confirmam:

43% dos brasileiros conectados navegam na web enquanto assistem TV. Desses,

70% buscam mais informações sobre o que estão vendo.

62% dos espectadores em todo mundo navegam em sites como Facebook ao assistir TV.

74% dos usuários conectados em 56 países assistem vídeos em PCs, tablets e

celulares (incluindo aí também conteúdos antes transmitidos exclusivamente pela

TV).

80% dizem que o consumo de vídeos na televisão e nos gadgets acontece com a

mesma frequência.

200 milhões de TV com acesso à internet estão em uso no mundo, e em 2017, serão

600 milhões.

Hoje os conteúdos ligados ao entretenimento ou à informação são distribuídos,

simultaneamente, por diferentes plataformas - primeira tela (TVs), segunda tela (notebooks)

ou terceira tela (smartphones) - o que vem tornando o processo de comunicação cada vez

mais complexo e fragmentado. Por esse motivo, em parceria com a TV Universitária, pro-

pomos a estruturação de um do laboratório de observação de usos expandidos em comuni-

cação, integrando, na prática, pesquisas e aprimoramento técnico para o desenvolvimento

do processo de comunicação.

Comunicação expandida e “seus” modos de uso

Conteúdos criados para veiculação em diferentes plataformas já fazem parte da cena

prática da comunicação contemporânea. Produções cinematográficas são complementadas

por informações disponíveis na web, séries televisivas compartilhadas via repositórios de

imagens na internet, assim como, a percepção da audiência televisiva é cada vez mais

influenciada pelos comentários sobre a programação, postados nas redes sociais, por

exemplo. O que vem demonstrando alterações profundas nos comportamentos e nos

processos da comunicação.

Em paralelo a esses fenômenos, a digitalização do sinal da TV aberta vem dando

margem ao desenvolvimento de sistemas que possibilitam a exibição de conteúdos intera-

tivos em paralelo à programação audiovisual convencionalmente transmitida. Assim, os

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bancos de dados complementares ao conteúdo tornam possível enriquecer a experiência de

assistir a TV, como por exemplo, nas situações observadas em algumas aplicações produzi-

das e disponibilizadas por emissoras nacionais (FIGURA 1). O que, de certo modo, já

evidencia a existência de um mercado de programação interativa em crescimento.

FIGURA 1 – Alguns aplicativos para televisão disponibilizam resumos dos programas, com informações sobre os perso-

nagens, galeria de fotos, próximo capítulo, feed de notícias, tempo e temperatura etc. ILUSTRAÇÕES DISPONÍVEIS NO

LINK: http://www.ztop.com.br/hands-on-ginga-para-tv-digital-2012-sim-ele-existe-e-funciona/

A diversificação da programação televisiva é crescente, inclusive ao considerar o

poder de escolha dos “antigos” espectadores, cada vez mais participativos; quando amplia-

se também a distribuição através de plataformas móveis, de recepção individualizada. A

partir desse cenário de possibilidades e novas criações, precisamos avaliar aspectos

relacionados ao conforto no uso, melhor acesso, diversidade nos serviços, cidadania e a

busca por soluções adequadas e atraentes a esses “novos usuários”. O que parece um

caminho inevitável, antes mesmo da veiculação final desses conteúdos.

A usabilidade – fator determinante à confiabilidade de qualquer interface de produto

– refere-se à facilidade de compreensão e aprendizagem para o usuário. Um aplicativo fácil

de aprender é fácil de usar, portanto, também fácil de memorizar, agradável e “lucrativo”.

Neste caso, pensar questões ligadas ao conformo visual ou de uso prático aparecem

como questões prioritárias, quando nesse momento, as situações de recepção - mesmo ao

considerarmos mudanças profundas nos comportamentos dos espectadores -, passam por

fases de transição. Um processo de readequação que precisa ser analisado e refletido.

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O Globo.com construiu em suas dependências, um laboratório de usabilidade sob

direção de Marcelo Povoa e coordenação de Mauro Pinheiro. Este foi o primeiro

da América Latina dedicado exclusivamente às questões de usabilidade. O projeto

desse laboratório partiu de um modelo sugerido por Jakob Nielsen em seu livro

Usability Engineering, de 1993 e nele são testados todos os produtos da empresa

antes de estarem disponíveis para o usuário final (TEIXEIRA, 2006, p.7).

Questões sobre usabilidade ou IHC (Interação Humano-Computador) surgiram com

a criação dos PCs, quando o acesso aos computadores saia do controle absoluto dos profis-

sionais especializados e passava também ao comando “doméstico”. A popularização da

informática alavancou a ampliação do número de dispositivos e consequente necessidade de

planejar criteriosamente em torno das ofertas que surgiam a partir de então. Pesquisadores

como Christian Brackmann (2010), Carlos Ferraz (2009), Alexandre Mendonça e Fernando

Crocomo (2009), Valdecir Becker (2006) e Lauro Teixeira (2006) começaram, portanto, a

discutir a usabilidade no contexto da Televisão Digital - sua transição para um novo modelo

de percepção e uso - e assim, a necessidade de oferecer condições para que espectadores

não-adaptados pudessem usufruir dos novos serviços e informações. Afinal, computador e

televisão não são, a priori, tecnologias compatíveis: computadores são usados geralmente

para atividades bem definidas, ao contrário da televisão, que ainda possui contexto de uso

basicamente ligado ao entretenimento passivo.

No entanto, se algumas pesquisas apontam o pouco interesse da população por

participar de forma mais ativa dos conteúdos de TV, por outro, essa mesma população faz

crescer o acesso à internet e a diversificação na oferta de serviços. O que só nos confirma a

urgência em refletirmos sobre as mudanças introduzidas pela convergência e hibridização

de mídias. Uma abordagem tão urgente como atual.

Principal tela da população mundial há muitos anos, a televisão caminha para o

desaparecimento. A novela e o futebol continuarão a ser o prato principal do

telespectador nacional. Mas, no futuro, o que define a TV como a sabemos se

tornará invisível. "A TV será definida como uma experiência, e não como um

aparelho eletrônico", diz V. Michael Bove, diretor do grupo de Mídias Baseadas

em Objetos do Laboratório de Mídia do MIT (Instituto de Tecnologia de

Massachusetts) [...] Assim, tela, controle remoto e o método de transmissão ten-

dem a ficar mais escondidos, a serviço do que o espectador deseja experimentar

[...] Isso significa que os métodos de transmissão -"broadcast" (feito pelos canais

tradicionais) e "streaming" (feito por serviços como o YouTube) - vão se

misturar. O telespectador não saberá (ou não precisará saber) por qual das duas

vias receberá seu programa preferido (ROMANI, 2013).

Enfim, o que se aponta é a diluição da materialidade específica de cada meio, como

os compreendemos em seu contexto massivo convencional, confirmando a hibridização,

que passa a valorizar as interfaces de mediação do conteúdo e as experiências de uso.

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Infraestrutura básica, instrumentos e “métodos”

O Laboratório de Usabilidade do CPqD - o mais completo do País - valida

soluções e aplicações em desktop, dispositivos móveis, televisão digital e

terminais ATM. Ele disponibiliza um ambiente para que o uso das tecnologias

possa ser observado, monitorado e analisado para identificar problemas e

dificuldades nas tarefas atribuídas a usuários de perfil variado [...] Permite

também a avaliação de aspectos relacionados à ergonomia e acessibilidade,

auxiliando na definição de soluções que serão projetadas para a oferta das

diversas categorias de serviços, atingindo usuários das mais diferentes categorias.

(Disponível no link http://www.cpqd.com.br/infraestrutura-laboratorial/4986-

laboratorio-de-usabilidade.html).

A infraestrutura básica para um laboratório de observação de usos prevê um espaço

reservado que permita aos pesquisadores observarem e entrevistarem os indivíduos6 no

momento de acesso às diversas plataformas e conteúdos (sala de testes); além de outra sala

para processamento dessas informações (sala de observação). Esses dois espaços estariam

separados não por paredes opacas, mas por um espelho falso (FIGURA 2).

FIGURA 2 – “O C.E.S.A.R tem praticado o conceito de design centrado no usuário desde 2003 [...] O Centro conta com

salas de testes e de controle, além de equipamento audiovisual como câmeras de HDTV, monitores para observação e

equipamento para acompanhamento”. INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NO LINK http://www.cesar.org.br/site/ laboratorios/usabilidade/

Além da infraestrutura básica, buscamos um conjunto de ferramentas metodológicas

aptas a analisar e diagnosticar soluções adequadas aos comportamentos complexos obser-

vados hoje a partir da convergência dos meios digitais em comunicação. O C.E.S.A.R -

“centro privado de inovação que utiliza engenharia avançada em Tecnologias da Informa-

ção e Comunicação (TICs) para solucionar problemas complexos para empresas e indústrias

6 O indivíduo receptor de mensagens televisuais – conhecido por sua natureza passiva, como telespectador –, a partir da

digitalização dos meios, começa a ser analisado por seu potencial imersivo e passa a ser denominado, entre outras coisas,

como: usuário, (SANTAELLA, 2004), interagente (PRIMO, 2003), interator (MURRAY, 2003) ou participador

(MACIEL, 2009). Para efeito deste trabalho, passaremos a chamá-lo de teleusuário (BRACKMANN, 2010).

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de diversos setores”7 - estabelece quatro etapas básicas para as criações centradas no usuá-

rio: 1) Pesquisa com Usuários: para identificação das suas necessidades, o Centro utiliza

estudos qualitativos, etnografia rápida, entrevistas em profundidade e outras; 2) Brainstorm:

a partir das informações coletadas na pesquisa, a equipe de trabalho passa para a etapa

seguinte; 3) Prototipação Rápida: design de protótipos; 4) Avaliação: testes sobre os

protótipos com usuários reais.

Em função da complexidade no campo de atuação com mídias digitais, refletimos

sobre a necessidade de aprofundar qualitativamente as observações de campo. Portanto, os

instrumentos de coleta inicialmente pensados - dentro do que se pretende como observação

participante - são os mais convencionais possíveis: diário de campo e entrevistas presen-

ciais. No entanto, buscamos na entrevista narrativa (EN) o ferramental necessário para

estimular e encorajar os entrevistados, chamados, assim como no campo etnográfico, de

informantes (JOVCHELOVITCH e BAUER, 2008, p.93). Especificamente no caso da EN,

classificada como qualitativa e considerada uma forma de entrevista não estruturada, há

uma grande resistência ao esquema pergunta-resposta. Por isso, um roteiro preliminar

existirá no sentido apenas de orientar o pesquisador na organização de suas demandas, e

não de conduzir a narrativa do informante, pois o intuito é conseguir uma versão mais

válida (quanto for possível) da sua perspectiva. “No modo pergunta-resposta, o entre-

vistador está impondo estruturas em um sentido tríplice: a) selecionando o tema e os tó-

picos; b) ordenando as perguntas; c) verbalizando as perguntas com sua própria linguagem”

(JOVCHELOVITCH e BAUER, 2008, p.95).

Seguimos também a orientação do texto O trabalho do antropólogo (2000), de Ro-

berto Cardoso de Oliveira, para assim conduzirmos nossos procedimentos no campo,

balizados por algumas etapas de apreensão dos fenômenos sociais: o olhar, o ouvir e o

escrever. Experiência similar foi descrita no artigo Zapping Hipermidiático: anotações

sobre metodologia para análise de aplicativos para televisão digital:

Já de início, na etapa do olhar, Roberto Cardoso de Oliveira (2000) chama a

atenção para a primeira experiência do pesquisador no campo: a “domesticação

teórica de seu olhar” (p.19). O objeto para o qual estamos dirigindo a nossa

atenção – nesse caso, a relação entre aplicativos para TV digital e alguns dos seus

usuários – será inevitavelmente alterado por nosso modo de visualizá-lo e por

todo o instrumental teórico que levamos para o campo de trabalho [...] As obser-

vações visuais do campo, orientadas por nossa “domesticação teórica” (OLI-

VEIRA, 2000, p.21), sugeriram momentos de interferência, para assim, ouvirmos

algo que pudesse encaminhar análises em torno dos fatos observados. Para

Roberto Cardoso de Oliveira (2000): o ouvir complementa o olhar (p.21) [...] Ao

7 Informações disponíveis no site do Centro, pelo link: http://www.cesar.org.br/site/areas-de-conhecimento/ userexperience/.

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considerar o olhar e o ouvir como atos cognitivos vinculados ao trabalho de

campo, resta para o ato de escrever a configuração final do produto, “isto é, de

trazer os fatos observados – vistos e ouvidos – para o plano do discurso”

(OLIVEIRA, 2000, p.25), para assim, criar condições de compartilhamento

(AZAMBUJA e MONTEIRO, 2011, p.6).

A fim de ampliar condições para o aprofundamento, as experiências da sala de testes

serão gravadas em vídeo, apostando em outras formas de interlocução entre pesquisador e

informante, para assim, contribuir com o levantamento de “boas questões” para as entre-

vistas narrativas (EN). Amplamente aceitas pela comunidade científica, as imagens audio-

visuais para Anne-Marie Pessis (2000, p.17) são registros “ainda mais ricos [que o desenho

ou a fotografia] por contar com a reprodução do tempo, do movimento e do som”. No

trabalho etnográfico, as ferramentas de coleta de imagens buscam a partir desta situação de

encontro, que a pesquisa de campo possa considerar, além da relação meramente ilustrativa,

“o processo de atribuição de significados produzidos pelos atores sociais” (BITTEN-

COURT, 2004, p.200). As interpretações podem assumir características mais reflexivas, ao

considerar a imagem um meio para se chegar às representações criadas pelo sujeito cognos-

cível no campo.

Sendo assim, as imagens gravadas em vídeo sem a presença física do pesquisador,

em alguns momentos, podem ser representativas no sentido em que podem trazer à tona

cenas nem sempre possíveis de serem observadas na relação formal entre entrevistador/

entrevistado.

Observamos na etnografia e nos estudos de recepção alternativas à necessidade de

contato direto com o campo no qual as mudanças estão sendo instituídas, “simulando” o

cenário - normalmente doméstico - e tentando aproximá-lo das situações “reais” das práti-

cas com a televisão: percepção dos aspectos culturais, das materialidades, maior disponibi-

lidade de tempo com os participantes, dispersão das interferências externas, comodidade no

momento da recepção etc. O objetivo final é, portanto, transformar o cenário da pesquisa

laboratorial em encontro dialógico entre pesquisador e informantes (MORLEY, 1992;

OROZCO GÓMEZ, 2005; AZAMBUJA, 2012).

Entretanto, ponderamos também em torno dos desafios metodológicos na passagem

da recepção televisiva para as novas mídias, ao separar dois momentos de recepção com a

televisão: antes e depois dos processos que incentivam a transmidiação e a interatividade.

Alguns pesquisadores afirmam que os desafios com a internet são ampliados, e nos con-

vocam a estarmos abertos às experiências de pesquisa com os chamados webmétodos

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(SANTAELLA e LEMOS, 2010; LOPES, 2011; RECUERO, 2012). Para alguns, etnografia

virtual ou netnografia (BRAGA, 2012; AMARAL, 2009; HINE, 2004).

A pesquisadora Lopes (2011) mantem sua preocupação focada no grau e no modo

de participação da audiência diante das situações complexas de multiplicação das

telas e modos de uso: da sua mobilidade, características e linguagem (AZAM-

BUJA e MONTEIRO, 2012, p.1282).

Assim, buscamos alinhavar um conjunto metodológico adequado à compreensão da

natureza complexa das múltiplas situações com convergência digital.

Resultados esperados

A parceria entre TV UFMA e Laboratório de Sistemas Avançados da Web – LAWS/

DEINFO/ UFMA vem no sentido promover uma fusão entre duas estruturas diferenciadas e

complementares. O LAWS, criado em 2007 vinculado ao Grupo de Pesquisa em Infor-

mática Aplicada (GIA), conta com uma infraestrutura de rede de alta velocidade, wireless,

estações servidoras, estações de trabalho fixas, assim como, equipe de assessoria técnica

altamente qualificada (entre doutores, mestrandos e graduandos).

Dessa cooperação entre LAWS e Departamento de Comunicação Social foram apre-

sentados resultados importantes: produtos inclusive premiados8 e publicados (AZAMBUJA,

2011; AZAMBUJA, 2008), além de alguns trabalhos multidisciplinares envolvendo moni-

tores do LAWS, alunos do Mestrado em Design/UFMA e da graduação do Curso de

Comunicação.

Por outro lado, a parceria com TV UFMA irá oferecer, além do espaço fixo para

instalação do laboratório, tecnologia para captação e edição de imagens, viabilizando,

portanto, produções de novas ideias e conteúdos. Outro fator importante, a TV UFMA

pretende estruturar condições reais para transmissão da interatividade, e assim tornar

possível a veiculação dos produtos planejados, criados e testados pelo grupo.

Experiências nesse sentido já vem sendo coordenadas pela Empresa Brasil de Co-

municação (EBC) - e suas parcerias -, desde 1012, quando deram início aos testes para a

implementação da TV Interativa na rede pública do país.

A etapa de testes, que terminou no final do último mês de março e que foi reali-

zada com 100 beneficiários do plano “Brasil Sem Miséria” e que assistiram, em

suas TVs, a primeira exibição de vídeos interativos é um projeto pioneiro que pre-

tende, de forma inédita, analisar a experiência dos telespectadores e dar um im-

8 1º lugar no Concurso de Inovação - Interatividade/Aplicativos, categoria Melhor Conceito/Trabalho de Pesquisa, no

Congresso da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET 2010 ). Título do trabalho: HiperTelejornal: roteiro

hipermidiático para telejornal e 1º Lugar Expocom/ Nacional (Categoria Áreas Emergentes - Modalidade Produto

Científico).

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pulso na implementação da interatividade através do Ginga no país. Para isso, ca-

da uma das famílias recebeu da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) um set-

top box, equipamento que, acoplado à TV, permitiu a interatividade no canal de

serviços do Governo Federal por meio do controle remoto (REVISTA SET, 2013,

p.28).

O projeto – que teve início em João Pessoa/PB – permitia ao telespectador assistir

ao canal da TV Câmara dos Deputados e acessar simultaneamente informações complemen-

tares sobre vagas de emprego, cursos de capacitação, entre serviços públicos em geral e

benefícios do Governo Federal. A experiência pioneira tinha com o objetivo testar e avaliar

os impactos da tecnologia de transmissão de interatividade via sinal de televisão nas

condições de vida dessas populações. Para André Barbosa, superintendente de Suporte e

Operações da Empresa Brasil de Comunicações (EBC):

Este é um projeto pioneiro, não só pela oportunidade de inclusão digital que

estamos dando a 100 famílias brasileiras, mas também porque será o primeiro a

ser avaliado pelos consultores do Banco Mundial que realizarão um projeto de

mensuração da experiência através do acompanhamento do trabalho, o que

permitirá ter pela primeira vez uma ideia do impacto social e uma visão

etnográfica real do impacto na recepção da TV Digital na América do Sul (apud

REVISTA SET, 2013, p.28).

Alguns desses resultados também estão relacionados à compreensão dos estímulos

necessários para esse novo momento da televisão (ou dos conteúdos convergentes a este

formato). Com a diversificação da grade de programação, a “disponibilização” de informa-

ções complementares, a complementação através de plataformas móveis e interativas, e

consequente mudança no comportamento dos espectadores, torna-se fundamental avaliar a

relação entre os conteúdos disponíveis e os contextos de recepção. Como já dissemos, nesse

cenário, parece-nos vital avaliar aspectos relacionados ao conforto no uso, melhor acesso, e

a busca por soluções adequadas e atraentes aos “novos usuários”. Colaborando, assim, com

o planejamento de novos conteúdos.

O resultado fundamental para nossa região, no entanto, é a sistematização dos pro-

cessos de avaliação desses conteúdos, a partir da instalação de um laboratório permanente

(e multidisciplinar) para observação de comportamentos em cenário transmídia.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Adriana; NATAL, Geórgia; VIANA, Lucina (2009). Apontamentos

metodológicos iniciais sobre a netnografia no contexto pesquisa em comunicação

digital e cibercultura. Trabalho apresentado ao GP Cibercultura, no XXXII Congresso

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