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OBSESSÃO NA MEDIUNIDADE FACILITADORA: STELA DIAMANTINO

OBSESSÃO NA MEDIUNIDADE FACILITADORA: STELA DIAMANTINO

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OBSESSÃO NA MEDIUNIDADE

FACILITADORA: STELA DIAMANTINO

Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de

quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.

Pedro (2 Pedro, 2:19)

1. A Prática mediúnica e a obsessão

Allan Kardec assinala que a obsessão “[...] é um dos maiores escolhos da mediunidade e também um dos mais freqüentes. Por isso

mesmo, não serão demais todos os esforços que se empreguem para combatê-

la”.

A obsessão simples acontece quando um Espírito malfazejo se impõe a uma pessoa e se interfere nos

atos comuns de sua existência. No caso do médium que trabalha num grupo mediúnico, o obsessor “[...] se

imiscui, a seu mau grado, nas comunicações que ele recebe, o impede de comunicar com outros Espíritos e se apresenta em lugar dos que são evocados. [...]”. A

despeito do estudo e dos cuidados relacionados ao trato com os Espíritos, o médium pode “[...] ser enganado por

um Espírito mentiroso. O melhor médium se acha exposto a isso, sobretudo, no começo, quando ainda lhe

falta a experiência necessária. [...] Pode-se, pois, ser enganado, sem estar obsidiado. A obsessão consiste na

tenacidade de um Espírito, do qual não consegue desembaraçar-se a pessoa sobre quem ele atua”.

Na obsessão simples, o médium sabe muito bem que se acha presa de um Espírito mentiroso e este não se

disfarça; de nenhuma forma dissimula suas más intenções e o seu propósito de contrariar. O médium

reconhece sem dificuldade a felonia e, como se mantém em guarda, raramente é enganado. Esse gênero de

obsessão é, portanto, apenas desagradável e não tem outro inconveniente, alem de opor obstáculo às

comunicações que se desejara receber de Espíritos sérios ou dos afeiçoados. Podem incluir-se nesta

categoria os casos de obsessão física, isto é, a que consiste nas manifestações ruidosas e obstinadas de

alguns Espíritos, que fazem se ouçam, espontaneamente, pancadas ou outros ruídos.

“A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de

certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium

fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste [...]” Trata-se de

uma situação estarrecedora, pois o médium realmente não consegue perceber o absurdo das

idéias transmitidas pelo Espírito. “[...] ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula”.

Ninguém esta isento da ação fascinante deste tipo de obsessor, pessoas cultas ou incultas.

Compreende-se facilmente toda a diferença que existe entre a obsessão simples e a fascinação; compreende-se também que os Espíritos que produzem esses dois efeitos devem diferir de caráter. Na primeira, o Espírito que se agarre à pessoa não passa de um importuno pela sua tenacidade e de quem aquela se impacienta por desembaraçar-se. Na segunda, a coisa à muito

diversa. Para chegar a tais fins, preciso é que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita,

porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido, senão por meio da máscara que toma e de um

falso aspecto de virtude. [...] Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que vêem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, em inspirar

ao seu interprete o afastamento de quem que lhe possa abrir os olhos.

Na subjugação o processo obsessivo é mais intenso. Diz respeito a “[...] uma constrição que paralisa a vontade

daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo”.

A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções

muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas: é uma como

fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.

Traduz-se, no médium escrevente, por uma necessidade incessante de escrever, ainda nos momentos menos

oportunos. [...] Vai, às vezes, mais longe a subjugação corporal; pode levar aos mais ridículos atos.

2. Sinais reveladores da obsessão nos médiuns

Os médiuns obsidiados, tenham ou não mediunidade ostensiva, devem ser amparados pelos companheiros do

grupo mediúnico do qual fazer parte. Nos casos de fascinação e subjugação, tais médiuns devem ser afastados

da prática mediúnica e encaminhados ao atendimento espiritual existente, usualmente, nas casas espíritas. É

importante que cada caso seja analisado cuidadosamente porque, mesmo na obsessão simples, em que a lucidez mental está preservada, há casos que se aconselha o afastamento do médium das atividades mediúnicas. As

situações mais graves devem “[...] ser tratados na órbita da psiquiatria, a fim de que a assistência medica seja tomada

na medida aconselhável”. Obviamente, cessadas as dificuldades, o trabalhador retorna às suas atividades no

grupo mediúnico.

Allan Kardec apresenta os seguintes sinais reveladores de obsessão em companheiros da equipe mediúnica.

1. “Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado [...]” Independentemente do tipo de mediunidade (psicografia, psicofonia, audiência, vidência, etc.), o médium passa a não ter controle sobre a própria mediunidade, deixando o Espírito se manifestar nos locais e momentos mais inoportunos.

2. “Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe”.

3. “Crença na infabilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas”.

4. “Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam”.

5. “Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis”

6. “Tomar a mal a critica das comunicações que recebe” “Necessidade incessante e inoportuna de escrever”

7. “Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar mau grado”.

8. “Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto”.

Espíritos desarmonizados, ainda presos às sensações da matéria, tem como hábito identificar componentes da reunião mediúnica, aproximar-se

deles e absorver as suas emanações vitais pelo conhecido processo de

vampirização.

Imprescindível, assim, viver em guarda contra as idéias fixas, opressivas ou aviltantes, que estabelecem, ao

redor de nós, maiores ou menores perturbações, sentenciando-nos à vala comum da frustração. Toda

forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa e inerte, que se rende, desajustada, às

sugestões inferiores que exploram sem defensiva. Usemos, desse modo, na garantia de nossa higiene

mento-psíquica, os anti-sépticos do Evangelho. Bondade para com todos, trabalho incansável no bem,

otimismo operante, dever irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa-vontade, esquecimento integral das

ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem o sustentáculo de nossa saúde espiritual.

É indispensável desconfiar de todas as promessas de facilidades sobre o mundo. [...] Em toda parte, existem discípulos

descuidados que aceitam o logro de aventureiros inconscientes. É que ainda não aprenderam a lição viva do trabalho próprio a que foram chamados para desenvolver atividade particular[...] Não

creias em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos. Deves saber que foste criado para

gloriosa ascensão, mas que só é fácil descer. Subir exige trabalho, paciência, perseverança, condições essenciais para o

encontro do amor e da sabedoria. Se alguém te fala em valor das facilidades, não acredites; é possível que o aventureiro esteja

descendo. Mas quando te façam ver perspectivas consoladoras, através do suor e do esforço pessoal, aceita os alvitres com

alegria. Aquele que compreende o tesouro oculto nos obstáculos, e dele se vale para enriquecer a vida, está subindo e é digno de

ser seguido.

Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua

própria concupiscência.

Tiago (Tiago, 1:14)

3. Prevenção das Obsessões

Há um ditado popular muito sábio que se aplica perfeitamente, à prevenção da obsessão: “é

preferível prevenir do que remediar”. Sabemos que a obsessão é “[...] o domínio que alguns

Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos

inferiores [imperfeitos], que procuram dominas”. A obsessão é um termo genérico, cujas

principais manifestações são denominadas obsessão simples, fascinação e subjugação

Na verdade, todas as obsessões estão relacionadas a problemas de ordem moral. Decorrem sempre de

uma imperfeição moral. Para combatê-la é preciso que se lhe

interponha uma causa moral, fortalecendo a alma, da mesma

forma que se fortifica o corpo para preveni-lo das enfermidades

Pululam em torno da Terra os mau Espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.

4. Recursos Desobsessivos Espíritas

Os recursos desobsessivos espíritas estão indicados para qualquer nível e natureza das obsessões. Podem ser

resumidos nos seguintes:

• A prece

• O passe

• A água magnetizada

• Explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita e irradiações mentais

• Atendimento fraterno pelo diálogo

• Apoio desobsessivo das reuniões mediúnicas

• A pratica da caridade

• Estudo doutrinário espírita

• Evangelho no lar

– CAP. IX)

A obsessão, no exercício da mediunidade, é alerta que não pode ser desconhecido,

constituindo chamamento à responsabilidade e ao dever.

Mesmo Jesus, o Médium Superior e Irretocável, viu-se a braços com obsessores, obsediados e tentações promovidas por mentes perversas do além-túmulo, para as quais a Sua foi sempre a

atitude de amor, energia e caridade, encaminhando-os ao Pai, de Quem procedem

todas as mercês e dádivas. Vianna de Carvalho

ARTE – CAP. IX)

1. KARDEC, Allan. O Livro dos médiuns, cap 23, item 238, p 317-318

2. ________, p 318

3. ________, item 239, p 318

4. ________,p 319.

5. ________, Item 240, 9 320.

6. ________, Item 242, p 321

7. ________, Item 243, p 321

8. ________, p 322

9. XAVIER, Francisco C. e VIEIRA, Waldo, Desobsessão. Cap 24, p 100

10.XAVIER, Francisco C. Caminho, verdade e vida. Cap 99 (Prometer)

11.XAVIER, Francisco C. Instruções Psicofônicas. Cap 34 (Parasitose mental)

12. Divaldo P. Franco – Médiuns e Mediunidades.Espirito Vianna de Carvalho