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    NDICE

    DEDICATRIAEM TORNO DA DESOBSESSOPROBLEMA DE EMERGNCIAINTRODUO

    PRIMEIRA PARTE - A OBSESSO

    CAPTULO 1 = AS INFLUENCIAOES ESPIRITUAISCAPTULO 2 = COMPANHIAS ESPIRITUAISCAPTULO 3 = O QUE A OBSESSOCAPTULO 4 = GRADAO DAS OBSESSESCAPTULO 5 = AS VRIAS EXPRESSES DE UM MESMO PROBLEMACAPTULO 6 = O QUE PREDISPE OBSESSOCAPTULO 7 = INVIGILNCIA: A PORTA PARA A OBSESSOCAPTULO 8 = A ESCRAVIZAO DO PENSAMENTOCAPTULO 9 = O PROCESSO OBSESSIVOCAPTULO 10 = AS CONSEQNCIAS DA OBSESSOCAPTULO 11 = O OBSIDIADO.CAPTULO 12 = A CRIANA OBSIDIADACAPTULO 13 = QUEM O OBSESSOR?CAPTULO 14 = MODO DE AO DO OBSESSORCAPTULO 15 = PARASITOSE ESPIRITUAL.CAPTULO 16 = OS OVIDES

    SEGUNDA PARTE A TERAPUTICA ESPRITA

    CAPTULO 17 = TRATAMENTO DAS OBSESSESCAPTULO 18 = O PROCESSO DE AUTODESOBSESSOCAPTULO 19 = O VALOR DA PRECECAPTULO 20 = A NECESSIDADE DA REFORMA INTERIORCAPTULO 21 = A AO DO PENSAMENTOCAPTULO 22 = O PODER DA VONTADECAPTULO 23 = A TERAPIA DA CARIDADECAPTULO 24 = OS RECURSOS ESPRITASCAPTULO 25 = ESCLARECIMENTO AO OBSIDIADOCAPTULO 26 = A IMPORTNCIA DA FLUDOTERAPIACAPTULO 27 = ORIENTAO FAMLIA DO OBSIDIADOCAPTULO 28 = CULTO DO EVANGELHO NO LAR

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    TERCEIRA PARTE - REUNIO DE DESOBSESSO

    CAPTULO 29 = A DESOBSESSOCAPTULO 30 = A IMPORTNCIA DA REUNIO DE DESOBSESSOCAPTULO 31 = ORAO E JEJUMCAPTULO 32 = EQUIPE DA DESOBSESSOCAPTULO 33 = O DIRIGENTECAPTULO 34 = O DOUTRINADORCAPTULO 35 = A AO DOS MDIUNSCAPTULO 36 = O MDIUM OBSIDIADOCAPTULO 37 = AO DO MUNDO ESPIRITUALCAPTULO 38 = O SONO DURANTE AS REUNIESCAPTULO 39 = O TRANSCURSO DAS REUNIES DE DESOBSESSOCAPTULO 40 = TIPOS DE ESPRITOS COMUNICANTESCAPTULO 41 = AO DOS OBSESSORES CONTRA OS GRUPOS ESPRITAS

    QUARTA PARTE - A DESOBSESSO NATURAL

    CAPTULO 42 = PROFILAXIA DAS OBSESSESCAPTULO 43 = O ANTDOTOCAPTULO 44 = A DESOBSESSO NATURAL

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    DEDICATRIA

    Ao querido amigo Divaldo Franco, pelo estmulo em todos os instantes, a minhagratido.

    Suely Caldas Shubert

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    EM TORNO DA DESOBSESSO

    Escrito em linguagem simples, clara, direta e objetiva, este livro aborda a complexatemtica do tratamento curativo e preventivo das obsesses, atravs do Espiritismocodificado por Allan Kardec.

    A autora, na Introduo, diz da sua experincia no trabalho de equipe, em centroesprita, no amplo terreno da desobsesso. Vinte e cinco anos passaram-se na ampulheta dotempo, durante os quais dedicou-se s tarefas crists de socorro a Espritos sofredores,encarnados e desencarnados.

    Mas, lendo-se e estudando-se o seu livro Obsesso/DesObsesso, sente-se queSuely Caldas Schubert palmilhou a estrada dos que nesse esforo de elucidao espiritual aprecederam, em vrias pocas, oferecendo-nos obras clarificadoras do conhecimentomedinico, no capitulo especfico da etiologia da alienao da mente. Por isso, a par daexperincia que possui, a autora escreveu fundamentada na familiaridade com o que debom e atualizado existe e pde ser transmitido aos leitores.

    Manoel Philomeno de Miranda (Esprito) ditou a Divaldo PGINA Franco, aos 20-7-1980, especialmente para este livro que estamos entregando ao pblico, em nome doDepartamento Editorial da FEB -, o interessante estudo que intitulou Problema deEmergncia.

    Este compndio foge teorizao excessiva e inovao sem proveito, destacando-se no informar e esclarecer, instruir e consolar, adequando e dosando os ensinos segundo odesdobra mento de roteiro inteligente aliado s necessidades da desobsesso.

    Emmanuel, prefaciando um livro de Andr Luiz, pelo lpis de Francisco CndidoXavier (), declarou que a desobsesso no caa a fenmeno e sim trabalho paciente doamor conjugado ao conhecimento e do raciocnio associado f, (...) e que se a ignornciareclama o devotamento de professores na escola e a psicopatologia espera pela abnegaodos mdicos que usam a palavra equilibrante nos gabinetes de anlise psicolgica, aalienao mental dos Espritos desencarnados exige o concurso fraterno de coraesamigos, com bastante entendimento e bastante amor para auxiliar nos templos espritas,atualmente dedicados recuperao do Cristianismo, em sua feio clara e simples. Daleitura da obra de que ora nos ocupamos se depreende que tal tambm o entendimento deSuely Caldas Schubert.

    Sendo de estudo da Obsesso e prtica da Desobsesso, este novo manual desdobra oassunto de maneira correta, precisa e sempre fraternal e amiga, permitindo que diferentesfaixas de lidadores da Mediunidade tenham acesso justo to nobre atividade espiritual.Por fim, queremos assinalar que o presente livro equivale, em certo sentido, a formaldesmentido de que exista no Brasil, quanto ao respectivo Movimento Esprita, aspirao oudiretriz elitista, pois ele satisfaz plenamente, se observadas as sugestes que contm, partealusiva s reunies e atividades de desobsesso, por pessoas e instituies do Espiritismo,do opsculo Orientao ao Centro Esprita (**).

    Rio de Janeiro (RJ), 4 de maio de 1981

    Francisco ThiesenPresidente da Federao Esprita Brasileira

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    () Desobsesso, 4 edio, FEB, 1979.(**) Aprovado pelo Conselho Federativo Nacional, da Federao Esprita Brasileira,

    constituindo concluses a respeito de estudos procedidos pelos Conselhos Zonais, em seus3 e 4 Ciclos, de 1975 a i1980. Est em 2 edio (1981).

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    PROBLEMA DE EMERGNCIA

    O problema da obsesso , cada vez, mais grave, generalizando-se numa verdadeiraepidemia, que assola as multides engalfinhadas em lutas tiranizantes.

    No havendo morte, no sentido de destruio da vida, o Esprito se despe como sereveste da matria com os valores que lhe so peculiares, resultado das prpriasexperincias.

    Amores e dios, afinidades e antipatias no se desfazem sob o passe de mgica dadesencarnao

    Cada indviduo prossegue fora do corpo, consoante viveu enquanto domiciliado namatria.

    Em razo disso, as atraes espirituais, por simpatia quanto por animosidade,vinculam os afetos como unem os adversrios no processo do continuum da vida.

    Os amores se sublimam no ministrio do auxilio recproco, enquanto os dios fazemque as criaturas se comburam nos incndios vorazes, que so sustentados pelo combustveldas paixes interiores.

    No somente o dio, porm, responde pela alienao por obsesso.Fatores outros, do passado e do presente espiritual de cada um, tornam-se a gnese

    vigorosa desse rude e necessrio mecanismo de depura o dos que delinqem... nao eposse; invejas perniciosas, acionando os mecanismos da destruio; mrbidos cimes, querastreiam aqueles que lhes padecem as injunes, insaciveis; calnias e traies, quedormiam, ignoradas, e a desencarnao despertou; avarezas da sordidez, que se permitem ainsnia de prosseguir arremetendo contra quem lhes ameace a mesquinhez; orgulhosdesvairados e suspeitas felinas, em concilibulos de loucura; toda uma vasta gama demotivos, injustificveis, certamente, fazem-se responsveis pelas ultrizes perturbaes queatormentam, desagregam, anulam ou levam ao suicdio muito maior nmero de incautos, doque se pode supor.

    Mecanismos obsessivos h, que se transferem de uma para outra existncia -prosseguindo, no interregno da desencarnao-reencarnao - em que os litigantes mudamsomente de posio - vtima-algoz, atormentado-atormentador -, sem que se desvinculemda urdidura do mal em que se enredam, at que as Soberanas Leis interfiram atravs dacompulsria da expiao libertadora para ambos.

    Pululam, por isso mesmo, em gigantesco e multiforme quadro, os desvarios porobsesso.Empenhar-se para minimizar-lhe os eleitos danosos na comunidade, socorrendo ascriaturas, na penosa injuno, tarefa de todos ns, desencarnados e encarnados.

    Iluminar conscincias com as diretrizes superiores da Doutrina Esprita, como terapiapreventiva, e, ao mesmo tempo, curadora junto aos que sofrem as difceis conjunturas;aplicar-se a psicoteraputica do passe, da gua magnetizada, do esclarecimento evanglico;socorrer-se desobsesso direta; em alguns casos recomendar-se a assistncia especializadada Medicina, so medidas que no devem, nem podem ser descuradas.

    O ministrio emergente, por ser um problema de urgncia, para o qual estoconvidados todos, especialmente os que se filiam s hastes do Espiritismo com Jesus e

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    tomaram conhecimento com as tcnicas, as lies doutrinrias a respeito de to graveenfermidade da alma.

    Assim considerando, saudamos, neste livro, mais um apelo veemente e oportuno parao estudo, entendimento e tomada de posio ante o problema, rogando a Jesus que abenoea sua autora e todos aqueles lidadores encarnados e desencarnados que a auxiliaram naelaborao do oportuno contributo de que ora nos enriquecemos, para o servio do bem.

    MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

    (Pgina psicografada pelo mdium Divaldo PGINA Franco, em 20/7/1980, no CentroEsprita Caminho da Redeno, em Salvador, Bahia.)

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    INTRODUO

    So de todos os tempos as obsesses.Flagelam os seres, ocasionando-lhes males que se mascaram com variada

    nomenclatura.Obsessos famosos esto assinalados pelos fastos da Histria como indivduos, no

    mnimo, excntricos.E, hoje em dia, a obsesso sutil ou ostensiva prossegue grassando, alastrando-se por

    toda parte.No nos admiramos que isto acontea e que a incidncia seja cada vez maior, pois,

    sabemos, atravs dos ensinamentos da Doutrina Esprita, que a obsesso existe porestarmos ainda eivados de sombras. Ela se alastra porque os seres humanos trazem em simesmos os germens da inferioridade, que so as matrizes predisponentes, facultando aincurso dos que se erigem em cobradores.

    Este o grande problema da Humanidade: o confronto entre os que devem e os que se julgam no direito de cobrar. E para que atinjam seus objetivos, utilizam-se de inmerosmtodos, buscando o acerto de contas.

    A Doutrina Esprita desvendou-nos os dramas que se desenrolam entre as duashumanidades a dos encarnados e a dos que esto na espiritualidade, presos ainda aopassado.

    Este o problema que analisamos neste livro: o entrechoque das paixes que oshomens cultivam em larga escala e que do origem obsesso.

    Anlise despretensiosa, simples como ns mesmas. Mas que pretende ser umacontribuio para o entendimento problemtica da obsesso.Tentamos materializar em letras tudo o que j vimos, vivemos e estudamos sobre o

    assunto. Faltam-nos, bem sabemos, recursos para um aprofundamento cientfico do tema.Por isto nosso trabalho apenas modesta contribuio. Estamos levantando o problemapara que outros, melhormente qualificados, o estudem em profundidade.

    Os fatos narrados fazem parte da nossa vivncia de quase 25 anos em reunies dedesobsesso. A maioria deles vivida no Centro Esprita lvon Costa (de Juiz de Fora),abenoada Casa, onde estamos desde os 11 anos de idade. (*)

    Temos cincia da nossa insignificncia e dos modestssimos recursos medinicos deque dispomos. Estamos conscientizadas de que o labor desobsessivo beneficiou-nos demaneira direta e efetiva. No obstante, a mediunidade, clarificada pela Doutrina Esprita,tem sido a bno maior em nossa existncia.

    Possam estas pginas servir de estmulo aos mdiuns que iniciam, aos mdiuns quetrabalham, aos que esto hesitantes, e, sobretudo dentro do tema enfocado, que sejam teisaos que trabalham (ou pretendam trabalhar) no abenoado ministrio da desobsesso.

    Que falem ao corao daquele que sofre a perseguio do passado. Esse passado quenos acompanha a todos.

    Leitor, meu irmo! Esta a mensagem que queremos transmitir-lhe: a de que aDoutrina Esprita nos possibilita a vitria na luta contra ns mesmos. A gigantesca batalhaentre a sombra e a luz. Por ora, estamos no claro-escuro a madrugada tentando vencer anoite.

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    Que possa raiar a manh de um novo dia, para todos ns.

    SUELY CALDAS SCHUBERT

    Juiz de Fora (MG). outubro de 1979

    (Os dois casos vividos na Casa Esprita, tradIcIonal Instituio de nossa cidade, foram-nos relatados por Maria lgns Micheis.

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    PRIMEIRA PARTEA OBSESSO

    1AS INFLUENCIAOES ESPIRITUAIS

    Influem os Espritos em nosso pensamento, e em nossos atos?.Muito mais do que imaginais. influem a tal ponto, que, de ordinrio, so eles que vos

    dirigem.

    (O Livro dos Espritos, Allan Kardec, questo 459.)

    A assertiva dos Espritos a Allan Kardec demonstra que, na maioria das vezes, estamostodos ns encarnados agindo sob a influncia de entidades espirituais que se afinamcom o nosso modo de pensar e de ser, ou em cujas faixas vibratrias respiramos.

    Isto no nos deve causar admirao, pois se analisarmos a questo sob o aspectopuramente terrestre chegaremos concluso de que vivemos em permanente sintonia comas pessoas que nos rodeiam, familiares ou no, das quais recebemos influenciaes atravsdas idias que exteriorizam, dos exemplos que nos so dados, e tambm que influenciamoscom a nossa personalidade e pontos de vista.

    Quando acontece de no conseguirmos exercer influncia sobre algum de nossoconvvio e que desejamos aja sob o nosso prisma pessoal, via de regra tentamos por todosos meios convenc-lo com argumentos persuasivos de diferente intensidade, a fim delograrmos o nosso intento.Natural, portanto, ocorra o mesmo com os habitantes do mundo espiritual, j que so elesos seres humanos desencarnados, no tendo mudado, pelo simples fato de deixarem oinvlucro carnal, a sua maneira de pensar e as caractersticas da sua personalidade.

    Assim, vamos encontrar desde a atuao benfica de Benfeitores e Amigos Espirituais, quebuscam encaminhar-nos para o bem, at os familiares que, vencendo o tmulo, desejamprosseguir gerindo os membros do seu cl familial, seja com bons ou maus intentos, bemcomo aqueles outros a quem prejudicamos com atos de maior ou menor gravidade, nesta ouem anteriores reencarnaes, e que nos procuram, no tempo e no espao, para cobrar adivida que contramos.Por sua vez, os que esto no plano extrafsico tambm se acham passveis das mesmasinfluenciaes, partidas de mentes que lhes compartilham o modo de pensar, ou de outrasque se situam em planos superiores, e, no caso de serem ainda de evoluo mediana ouinferior, de desafetos, de seres que se buscam intensamente pelo pensamento, num conbio

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    de vibraes e sentimentos incessantes. Essa permuta contnua e cabe a cada indivduoescolher, optar pela onda mental com que ir sintonizar.Portanto, a resposta dos Espritos a Kardec nos d uma noo exata do intercmbioexistente entre os seres humanos, seja ele inconsciente ou no, mas, de qualquer modo, reale constante.

    2COMPANHIAS ESPIRITUAIS

    (...) criando imagens fludicas, o pensamento se reflete no envoltrio perispirtico,como num espelho; toma nele corpo e a de certo modo se fotografa. (...) Desse modo queos mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltrio fludico; que uma almapode ler noutra alma como num livro e ver o que no perceptvel aos olhos do corpo.

    (A Gnese, Allan Kardec, captulo 14, Item 15.)

    A uma simples vibrao do nosso ser, a um pensamento emitido, por mais secreto nosparea, evidenciamos de imediato a faixa vibratria em que nos situamos, que ter prontarepercusso naqueles que esto na mesma freqncia vibracional. Assim, atrairemosaqueles que comungam conosco e que se identificam com a qualidade de nossa emissomental.

    Atravs desse processo, captando as nossas intenes, sentindo as emoes queexteriorizamos e lendo os nossos pensamentos que os Espritos se aproximam de ns e,no raro, passam a nos dirigir, comandando nossos atos. Isso se d imperceptivelmente.Afinizados conosco, querendo e pensando como ns, fcil se torna a identificao,ocorrendo ento que passamos a agir de comum acordo com eles, certos de que a sua anossa vontade tal a reciprocidade de sintonia existente.No entraremos na questo do livre-arbtrio, sobejamente conhecida dos espritas. Sabemosque a nossa vontade livre de aceitar ou no estas influenciaes. Que a deciso semprede nossa responsabilidade individual.O importante meditarmos a respeito de quanto somos influenciveis, e quo fracos evacilantes somos. O Espiritismo, levantando o vu dos mistrios, nos traz a explicao clarademonstrando-nos a verdade e, atravs desse conhecimento, nos d condies de vencer oserros e sobretudo de nos preservarmos de novas quedas.Fcil pois, aos Espritos, nos dirigirem. Isto acontece com os homens em geral, sejam elesmdiuns ostensivos ou no. que, como mdiuns, todos somos sensveis a essas aproximaes e ningum h que estejaabsolutamente livre de influenciaes espirituais. Escolher a nossa companhia espiritual de nossa exclusiva responsabilidade. Somos livres para a opo.No passado, sabemo-lo hoje, escolhemos o lado das sombras, trilhando caminhos tortuosos,tentadores, e que nos pareciam belos. Optamos pelo gozo material, escolhendo a estrada docrime, onde nos chafurdamos com a nossa loucura, enquanto fazamos sofrer os seres quede ns se aproximavam. Muitos de ns ouvimos a palavra do Cristo e tivemos a sagradaensancha de optar entre a luz e a sombra. Mas, aturdidos e ensandecidos, preferimosMamon e Csar.

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    Aps essa desastrosa deciso, que repercutiria em nosso mundo intimo, em tragdias dedores acerbas e sofrimentos prolongados pelos sculos a fora, fomos rolando, quais seixoslevados pela caudal de guas turbilhonantes, tendo junto a ns aqueles que elegemos comocompanheiros de jornada. At que chegamos, finalmente, ao porto seguro do Consolador.Toda essa trajetria est magnificamente narrada por Joanna de ngelis, no capitulo 24 doseu livro Aps a Tempestade. E ela nos adverte de que j no h mais tempo a perder:Estes so os momentos em que deveremos colimar realizaes perenes. Para tanto,resolvamo-nos em definitivo a produzir em profundidade, acercando-nos de Jesus e por Elenos deixando conduzir at o termo da jornada.

    Eis a opo que o Espiritismo nos faculta agora. Escolha consciente, amadurecida.Escolha feita por quem j sabe e conhece. Por isto mesmo muito mais responsvel.

    3O QUE A OBSESSO

    A obsesso a ao persistente que um Esprito mau exerce sobre um Indivduo.Apresenta caracteres muIto diversos, desde a simples influncia moral, sem perceptveissinais exteriores, at a perturbao completa do organismo e das faculdades mentais.

    (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, captulo 28, Item 81.)

    Obsesso do latim obsessione. Impertinncia, perseguio, vexao. Preocupao comdeterminada idia, que domina doentiamente o esprito, e resultante ou no de sentimentosrecalcados; idia fixa; mania. (1)Vulgarmente a palavra obsesso usada para significar idia fixa em alguma coisa, gerandoum estado mental doentio, da podendo advir manias, cacoetes, atitudes estranhas.Entre ns, espritas, o termo tem acepo mais profunda, tal como foi colocado peloCodificador. Confrontando a significao vulgar do vocbulo e a definio de Kardec,verificaremos que a preocupao com determinada idia, que domina doentiamente oesprito, pode tambm resultar da certeza da culpa existente nos recessos da mente,denotando realmente perseguio a traduzir-se na presena do obsessor que vemdesforrar-se do antigo algoz ou comparsa.Esclarece ainda o mestre lions: (...) a obsesso decorre sempre de uma imperfeiomoral, que d ascendncia a um Esprito mau. (...)Quase sempre a obsesso exprime vingana tomada por um Esprito e cuja origemfreqentemente se encontra nas relaes que o obsidiado manteve com o obsessor, emprecedente existncia. (2)Obsesso cobrana que bate s portas da alma um processo bilateral. Faz-sepresente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingana, sentindo-se ferido einjustiado, e de outro o devedor, trazendo impresso no seu perisprito as matrizes da culpa,do remorso ou do dio que no se extinguiu.

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    A obsesso, tanto vista do ngulo do obsidiado quanto do prisma do obsessor, somenteocorre porque os seres humanos ainda carregam em suas almas mais elevada taxa desombras que de luz. Enquanto isso ocorrer, haver obsessores e obsidiados: o domnionegativo de quem mentalmente mais forte, sobre o mais fraco; do credor sobre o devedor.E haver algozes e vtimas.Tal estado de coisas unicamente se harmonizar quando existirem apenas irmos que seamem.Resumindo, diremos: configura-se a obsesso toda vez que algum, encarnado oudesencarnado, exercer sobre outrem constriO mental negativa por um motivo qualquer atravs de simples sugesto, induo ou coao, com o objetivo de domnio processoesse que se repete continuamente, na Terra ou no Plano Espiritual inferior. E, porconseguinte, teremos o obsessor e o obsidiado.

    (1) Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa, Aurlio Buarque de Holanda Ferreira.(2) A Gnese, Allan Kardec, captulo 14, item 46, 22. edio FEB.

    4GRADAO DAS OBSESSES

    assim que somos, por vezes, loucos temporrios, grandes obsidiados de algunsminutos, alienados mentais em marcadas circunstncias de lugar ou de tempo, ou, ainda,doentes do raciocnio em crises peridicas, mdiuns lastimveis da desarmonia, pela nossapermanncia longa em reflexos condicionados Viciosos, adquirindo compromissos de graveteor nos atos menos felizes que praticamos, semi-inconscientemente, sugestionados unspelos outros, porquanto, perante a Lei, a nossa vontade responsvel em todos os nossosproblemas de sintonia.

    (Mecanismos da Mediunidade, Andr Luiz, psicografia de Francisco Cndido Xavier eWaldo Vieira, captulo 16.)

    O problema da obsesso reside, principalmente, no estado de sutileza em que possa-apresentar-se, de tal forma que no detectada com facilidade, passando muitas vezesinteiramente despercebida.So influenciaes espirituais sutis que levam a pessoa visada a procedimentos dos quais searrepender, provavelmente, quando conseguir refletir com algum equilbrio.No se julgue que, debaixo de tais influncias, as criaturas ajam como verdadeirasmarionetes, completamente destitudas de vontade prpria. Ocorre que os obsessoresvalem-se de processos com os quais acionam intenes recnditas, desejos imanifestos,ocultos nos refolhos do ser, mas que eles captam, aulando-os. O mais corriqueiro que apessoa se deixe levar pelo seu lado negativo, j que as sombras ainda tm maior o campo dedomnio nos seres humanos.No damos, na maioria das vezes, importncia alguma aos nossos estados emocionais, queoscilam bastante. Se ponderarmos, iremos constatar que, para o desequilbrio de nossasemoes, pequeninos nadas tornam-se agentes poderosos e fazem vacilar a nossa aparenteserenidade interior, levando-nos a estados de visvel turvao mental.

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    , sobretudo, no cotidiano, que se patenteiam tais possibilidades, mascaradas, comumente,com o nome de gnio forte. com essa desculpa aceita e generalizada por outrostantos seres humanos com igual fortaleza de gnio que procuramos justificar nossosdesvios de carter, quando assomamos a esta porta com a nossa m formao intima aexpressar-se na irritao, no mau humor, na ira, na maledicncia, e tantos outrosprocedimentos negativos.Dependendo da intensidade desses estados que nos iremos mostrar aos olhos de todoscomo doentes da alma, cuja insanidade temporria deixa entrever a nossa indignciaespiritual. Alienados por breves ou longos momentos, somos tal qual um vulco emerupo a vomitar lavas e estilhaos da matria que constitui o nosso mundo interior,vinculados a outros seres em anloga situao, medianeiros todos ns da desarmonia, dodesequilbrio e da loucura.O que se depreende da advertncia de Andr Luiz que somos os nicos responsveis pelassintonias infelizes do nosso hoje, graas sempre ao longo caminho de vcios quepalmilhamos ontem.Ao e reao. Causa e efeito. Hoje, choramos ao peso das aflies que ns mesmossemeamos. Agora, reclamamos pelos padecimentos obsessivos que nos atormentam a alma.Somos os atormentadores, agora atormentados, como nos fala Manoel Philomeno deMiranda.

    5AS VRIAS EXPRESSES DE UM MESMO PROBLEMA

    (...) existem problemas obsessivos em vrias expresses, como os de um encarnadosobre outro; de um desencarnado sobre outro; de um encarnado sobre um desencarnadogenericamente, deste sobre aquele. Manoel Philomeno de Miranda.

    (Sementes de Vida Eterna, Autores Diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco,captulo 30.)

    Obsesso um problema a expressar-se de vrias maneiras. Alm das relacionadas porManoel Philomeno de Miranda, acrescentaremos: a obsesso recproca e a auto-obsesso.

    ENCARNADO PARA ENCARNADO

    Pessoas obsidiando pessoas existem em grande nmero. Esto entre ns. Caracteriza-sepela capacidade que tm de dominar mentalmente aqueles que elegem como vitimas.Este domnio mascara-se com os nomes de cime, inveja, paixo, desejo de poder, orgulho,dio, e exercido, s vezes, de maneira to sutil que o dominado se julga extremamenteamado. At mesmo protegido.Essas obsesses correm por conta de um amor que se torna tiranizante, demasiadamentepossessivo, tolhendo e sufocando a liberdade do outro., por exemplo, o marido que limita a liberdade da esposa, mantendo-a sob o jugo de suavontade; a mulher que tiraniza o companheiro, escravizando-o aos seus caprichos; so ospais que se julgam no direito de governar os filhos, cerceando-lhes toda e qualquer

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    iniciativa; so aqueles que, em nome da amizade, influenciam o outro, mudando-lhe omodo de pensar, exercendo sempre a vontade mais forte o domnio sobre a que seapresentar mais passiva.So ainda as paixes escravizantes que, desequilibrando emocionalmente os seres, podemocasionar dramas dolorosos, configurados em pactos de suicdio, assassnios, etc.A dominao mental acontece no s no plano terrestre, isto , nas ocorrncias do dia-a-dia,mas prossegue principalmente durante o sono fsico, quando os seres assim comprometidosse defrontam em corpo astral, parcialmente libertos do corpo carnal, dando curso em maiorprofundidade ao conbio infeliz em que se permitiram enredar.O mesmo sucede sob o imprio do dio ou quaisquer outros sentimentos de ordem inferior.At mesmo dentro dos lares, na mesma famlia, onde se reencontram antigos desafetos,velhos companheiros do mal, comparsas de crimes nefandos, convocados pela JustiaDivina ao reajustamento. Entretanto, escravizados ao passado, deixam-se levar por antipatiae averso recprocas, que bem poucos conseguem superar de imediato. Surgem da muitasdas rixas familiares, j que esses Espritos, agora unidos pelos laos da consanginidade,prosseguem imantados s paixes do pretrito, emitindo vibraes inferiores e obsidiando-se mutuamente.So pas que recebem, como filhos, antigos obsessores. o obsessor de ontem que acolhenos braos, como rebento de sua carne, a vitima de antanho.E esses seres se entrelaam nos liames consangneos para que tenham a preciosa ensanchade modificar os prprios sentimentos, vencendo averses, rancores e mgoas.Reduzido, porm, ainda o nmero dos que conseguem triunfar, conquistando o verosentimento de fraternidade, tolerncia e amor.Sem embargo, a experincia vivida, custa de sacrifcios e lgrimas, ser para todos opasso inicial da longa e bela escalada, em busca do Pai que nos aguarda em Sua InfinitaMisericrdia.

    DESENCARNADO PARA DESENCARNADO

    Espritos que obsidiam Espritos. Desencarnados que dominam outros desencarnados, soexpresses de um mesmo drama que se desenrola tanto na Terra quanto no Plano Espiritualinferior.As humanidades se entrelaam: a dos seres incorpreos e a dos que retomaram a carne.Situaes que ocorrem na Crosta so, em grande parte, reflexos da odissia que sedesenvolve no Espao. E vice-versa.Os homens so os mesmos: carregam os seus vcios e paixes, as suas conquistas eexperincias onde quer que estejam.Por isso h no Alm-Tmulo obsesses entre Espritos. Por idnticos motivos das queocorrem na face da Terra.Em quase todos os processos obsessivos desencadeados pelo que j desencarnou, junto aoque ainda est preso ao veculo fsico, o obsessor cioso da cobrana costuma, em geral,aliciar outros Espritos para secund-lo em sua vingana. Tais ajudantes soinvariavelmente inferiores e de inteligncia menos desenvolvida que a de seus chefes. Asujeio mental a que se submetem tem suas origens no temor ou at em compromissos oudividas existentes entre eles, havendo casos em que o chefe os mantm sob hipnose processo anlogo, alis, ao utilizado com as vitimas encarnadas.

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    O jugo dos obsessores s possvel em razo da desarmonia vibratria de suas presas, ques alcanaro a liberdade quando modificarem a prpria direo mental. Certamenterecebem, tanto quanto os obsessores, vibraes amorosas e equilibradas dos BenfeitoresEspirituais, que lhes aguardam a renovao. Espritos endividados e compromissados entresi mesmos, atravs de associaes tenebrosas, de idntico padro vibratrio, se aglomeramem certas regies do Espao, obedecendo sintonia e lei de atrao, formando hordas queerram sem destino ou se fixam temporariamente, em cidades, colnias, ncleos, enfim, desombras e trevas. Tais ncleos tm dirigentes, que se proclamam juizes, julgadores,chamando a si a tarefa de distribuir justia aos Espritos igualmente culpados e tambmdevotados ao mal, OU endurecidos pela revolta e pela descrena. Na obra Libertao, deAndr Luiz, encontramos a descrio de uma dessas cidades e no livro Nos bastidores daObsesso, de Manoel Philomeno de Miranda, temos notcia tambm de um desses ncleostrevosos.A, nesses redutos das sombras, comete-se toda sorte de atrocidades e os Espritos aferradosao mal so julgados e condenados por outros ainda em piores condies. Torturasinimaginveis, crueldades, atos nefandos so praticados por esses seres que se afastaram,deliberadamente do bem. Esses agentes do mal, todavia, no esto abandonados pelamisericrdia do Senhor, e sempre que ofeream Condies propicias so balsamizadospelas luzes divinas a ensejar-lhes a transformao. Um dia retornaro ao aprisco, porquenenhuma das ovelhas se perder...

    DE ENCARNADO PARA DESENCARNADO

    A primeira vista, a obsesso do encarnado sobre o desencarnado pode parecer difcil oumais rara de acontecer. Mas, ao contrrio, fato comum, j que as criaturas humanas, emgeral por desconhecimento, vinculam-se obstinadamente aos entes amados que asprecederam no tmulo.Expresses de amor egosta e possessivo por parte dos que ainda esto na carne, redundamem fixao mental naqueles que desencarnaram, retendo-os s reminiscncias da vidaterrestre. Essas emisses mentais constantes, de dor, revolta, remorso e desequilbrioterminam por imantar o recem-desencarnado aos que ficaram na Terra, no lhes permitindoalcanar o equilbrio de que carece para enfrentar a nova situao.A inconformao e o desespero, pois, advindos da perda de um ente querido, podemtransformar-se em obsesso que ir afligi-lo e atorment-lo.Idntico processo se verifica quando o sentimento que domina o encarnado o do dio, darevolta, etc. bastante comum, tambm, que herdeiros insatisfeitos com a partilha dos bensdeterminada pelo morto se fixem mentalmente neste, com seus pensamentos deinconformao e rancor. As disputas de herana afetam dolorosamente os que j sedesprenderam dos liames carnais, se estes ainda no conquistaram posio espiritual deequilbrio. E, mesmo neste caso, a disputa entre os herdeiros em torno dos bens irconfrang-los e preocup-los.Ah! se os homens pensassem um pouco mais na vida alm da vida transitria, sededicassem mais ateno s coisas espirituais, se dessem mais valor aos bens eternos queconstituem o verdadeiro tesouro, se relembrassem os sublimes ensinamentos do Cristo,certamente haveria menos coraes infelizes a transitarem entre os dois planos, hesitando

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    entre a espiritualidade que lhes acena com novas perspectivas e as solicitaes inferioresque os atraem e os imantam retaguarda.

    DE DESENCARNADO PARA ENCARNADO

    a atuao malfica de um Esprito sobre um encarnado.O processo obsessivo entre os seres invisveis e os que esto encarnados parece ser o demaior incidncia.Evidentemente, por ser mais fcil ao desencarnado influenciar e dominar a mente daqueleque est limitado pelo veculo somtico.Agindo nas sombras, o obsessor tem, a seu favor, o fato de no ser visvel e nem semprepercebido ou pressentido pela sua vtima. Esta, incauta, imprevidente, desconhecendo at apossibilidade da sintonia entre os seres do Plano Espiritual e os da Esfera Terrestre, deixa-se induzir, sugestionar e dominar pelo perseguidor, que encontra em seu passado astomadas mentais que facultaro a conexo. Estas tomadas so os fatorespredisponentes, como a presena da culpa e do remorso. Nem sempre, contudo, o Espritoest consciente da sua influncia negativa sobre o encarnado. No raro, desconhecendo asua situao, pode, sem o saber, aproximar-se de uma pessoa com a qual se afinize e assimprejudic-la com suas vibraes. Outros o fazem intencionalmente; a maioria, com o intuitode perseguir ou vingar-Se, como veremos nos captulos seguintes.

    OBSESSO RECIPROCA

    A obsesso pode assumir ainda, em qualquer de suas expresses at agora mencionadas, acaracterstica de obsesso recproca.

    Na vida real fcil encontrar casos que confirmem isto. Assim como as almas afins evoltadas para o bem cultivam a convivncia amiga e fraterna, na qual buscam oenriquecimento espiritual que as possa nutrir e confortar, assim tambm, sob outro aspecto,as criaturas se procuram para locupletar-se das vibraes que permutam e nas quais secomprazem. Apenas, uma vez mais, uma questo de escolha.Andr Luiz, observando o caso de Librio que obsidiava a mulher por quem sentiapaixo, vampirizando-lhe o corpo fsico esclarece a respeito: O pensamento da irmencarnada que o nosso amigo vampiriza est presente nele, atormentando-o. Acham-seambos sintonizados na mesma onda. um caso de perseguio recproca. (...) enquanto nolhes modificamos as disposies espirituais (.. .) jazem no regime da escravido mtua, emque obsessores e obsidiados se nutrem das emanaes uns dos outros. (Grifo nosso.) (3)Essa caracterstica de reciprocidade transforma-se em verdadeira simbiose, quando doisseres passam a viver em regime de comunho de pensamentos e vibraes. Isto ocorre atmesmo entre os encarnados que se unem atravs do amor desequilibrado, mantendo umrelacionamento enervante.So as paixes avassaladoras que tornam os seres totalmente cegos a quaisquer outrosacontecimentos e interesses, fechando-se ambos num egosmo a dois, altamente

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    perturbador. Esses relacionamentos, via de regra, terminam em tragdias se um dosparceiros modificar o seu comportamento em relao ao outro.No raro, encontramos em nossas reunies casos de obsidiados que esto sendo tratados eque afirmam desejar livrar-se do jugo do obsessor. Quando este, entretanto, comunica-segaba-se de que o encarnado o chama insistentemente e diz precisar dele (obsessor), no sepodendo separar, pois necessitam um do outro. Alguns chegam mesmo a proclamar queentre ambos existe paixo, razo pela qual tm de permanecer juntos.Se o encarnado diz que pretende libertar-se, isto se deve ao fato de que fisicamente elesofre com tal situao. No ntimo, todavia, tem prazer em situar-se como vtima. Durante osono, por certo, busca a companhia do outro, comprazendo-se com a permuta de vibraese sensaes.

    A AUTO-OBSESSO

    O homem no raramente o obsessor de si mesmo (4), o que assevera o Codificador.Tal coisa, porm, bem poucos admitem. A grande maioria prefere lanar toda a culpa deseus tormentos e aflies aos Espritos, livrando-se, segundo julgam, de maioresresponsabilidades.Kardec vai mais longe e explica: Alguns estados doentios e certas aberraes que selanam conta de uma causa oculta, derivam do Esprito do prprio indivduo. (5)Tais pessoas esto ao nosso redor. So doentes da alma. Percorrem os consultrios mdicosem busca do diagnstico impossvel para a medicina terrena. So obsessores de si mesmos,vivendo um passado do qual no conseguem fugir. No poro de suas recordaes estovivos os fantasmas de suas vitimas, ou se reencontram com os a quem se acumpliciaram eque, quase sempre, os requisitam para a manuteno do conbio degradante de outrora.Esses, os auto-obsidiados graves e que se apresentam tambm subjugados por obsesseslamentveis. So os inimigos, as vitimas ou os comparsas a lhes baterem s portas da alma.Mas existem tambm aqueles que portam auto-obsesso sutil, mais difcil de ser detectada., no entanto, molstia que est grassando em larga escala atualmente.Um mdico esprita disse-nos, certa vez, que incalculvel o nmero de pessoas quecomparecem aos consultrios, queixando-se dos mais diversos males para os quais noexistem medicamentos eficazes e que so tipicamente portadores de auto-obsesso. Socultivadores de molstias fantasmas. Vivem voltados para si mesmos, preocupando-se emexcesso com a prpria sade (ou se descuidando dela), descobrindo sintomas, dramatizandoas ocorrncias mais corriqueiras do dia-a-dia, sofrendo por antecipao situaes que jamais chegaro a se realizar, flagelando-se com o cime, a inveja, o egosmo, o orgulho, odespotismo e transformando-se em doentes imaginrios, vtimas de si prprios,atormentados por si mesmos.Esse estado mental abre campo para os desencarnados menos felizes, que dele seaproveitam para se aproximarem, instalando-se, a sim, o desequilbrio por obsesso.

    (3) Nos Domnios da Mediunidade, Andr Luiz, psicografia de Francisco Cndido Xavier,captulo 14, 10 edio FEB.(4) Obras Pstumas, Allan Kardec, Primeira Parte, Manifestaes dos Espritos, Item 58,17.a cd. FEB.(5) J, ib

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    O QUE PREDISPE OBSESSO

    (...) as Imperfeies morais do azo ao dos Espritos obsessores.

    (O Livro dos Mdiuns, Allan Kardec, item 252.)

    Tal como acontece quando nos apresentamos com predisposio para um mal fsicoqualquer, assim tambm ocorre no campo espiritual.Pensamentos e estados emocionais negativos criam zonas mrbidas em nosso campomental, facultando a inoculao de pensamento alheio, que, virulento por ser de teorinferior , age em ns como se fora uma afeco mental, instalando-se em decorrncia oprocesso obsessivo.Somente existe a obsesso porque h endividados, criaturas que se procuram atravs dostempos para acertar os dbitos do passado.E somente existem esses processos dolorosos de resgate porque o homem ainda imperfeito, trazendo em si mesmo maior quota de sombras, mais pesada bagagem deinferioridade.Emergindo lentamente do limo da terra, da ganga da materialidade, s a muitos pesares edores est conseguindo alijar o fardo de imperfeies que carrega.

    Neste sentido, a obsesso vem sendo o acleo doloroso que o impele a maisrapidamente livrar-se do fardo da inferioridade.Manoel Philomeno de Miranda esclarece: Em toda obsesso, mesmo nos casos maissimples, o encarnado conduz em si mesmo os fatores predisponentes e preponderantes os dbitos morais a resgatar que facultam a alienao. (6)Este mesmo autor, em outra obra (Grilhes Partidos) refere-se a causas crmicas,aquelas que precedem vida atual e que vm impressas no psicossoma (ou perisprito) doenfermo, vinculadas pelos dbitos transatos queles a quem usurpou, abusou, prejudicou.

    *

    O caso de E... demonstra a existncia dessas causas crmicas, predispondo obsesso eenfermidades.E... desde a mocidade foi uma pessoa enfermia, sempre sofrendo de vrias doenas,principalmente de uma inexplicvel dor nas pernas, sem razes plausveis para a Medicina.Freqentando as reunies pblicas da Casa Esprita, durante anos, E... tornou-se com otempo participante de uma das reunies medinicas. Freqentadora assdua, compareciasemanalmente, mas sempre queixando-se de suas dores.Certo dia, teve a surpresa de assistir comunicao de um Esprito que disse ter sido seuescravo em existncia anterior e que havia morrido de fome e sede, depois de passar diasacorrentado, por sua ordem. Confessou persegui-la h anos e, aps ouvir as ponderaes dodoutrinador, disse que s a deixaria se ela lhe pedisse perdo. Apesar de conhecer omecanismo da reencarnao e da lei de causa e efeito, apesar de conhecer a lei de amor e osensinamentos evanglicos que o Espiritismo veio reviver, E... recusou-se a pedir perdo aum negro escravo, evidenciando todo o orgulho que ainda carrega dentro de si. que, narealidade, embora conhecendo a Doutrina Esprita, ainda no a sentia no corao.

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    Hoje, com avanada idade, a Sra. E... continua a carregar os seus males, agravadospela idade e pela persistncia no orgulho, principalmente padecendo de dores nas pernas,acorrentada que est ao seu passado, como escrava da prepotncia e do egosmo. Apesar detomar semanalmente o seu passe...

    (6) Nos Bastidores da Obsesso, Manoel Philomeno do Miranda, psicografia de DivaldoPereira Franco, Examinando a obsesso, 2 edio FEB.

    7INVIGILNCIA: A PORTA PARA A OBSESSO

    Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque no sabeis quando ser o tempo. Jesus.

    (Marcos, captulo 13, versculo 33.)

    A existncia dos fatores predisponentes causas crmicas facilitam a aproximaodos obsessores, que, entretanto, necessitam descobrir o momento propicio para a efetivaoda sintonia completa que almejam.

    Este momento tem o nome de invigilncia. a porta que se abre para o mundo intimo,facilitando a incurso de pensamentos estranhos, cuja finalidade sempre o conbiodegradante entre mentes desequilibradas, o inevitvel encontro entre credor e devedor, osquais no conseguiram resolver suas divergncias pelos caminhos do perdo e do amor.

    o instante em que o cobrador, finalmente, bate s portas da alma de quem lhe deve.E, sempre o faz, nessas circunstncias, pela agresso, que poder vir vestida de sutilezas,obedecendo a um plano habilmente traado ou de maneira frontal para atordoar edesequilibrar de vez a vitima de hoje.

    Momentos de invigilncia existem muitos. Todos os temos em incontveis ocasies.Citaremos alguns dos estados emocionais que representam invigilncia em nossa vida:

    revolta, dio, idias negativas de qualquer espcie, depresso, tristeza, desnimo,pessimismo, medo, cime, avareza, egosmo, ociosidade, irritao, impacincia,maledicncia, calnia, desregramentos sexuais, vcios fumo, lcool, txicos, etc.Adverte-nos Scheilla: Toda vez que um destes sinais venha a surgir no trnsito de nossasidias, a Lei Divina est presente, recomendando-nos a prudncia de parar no socorro daprece ou na luz do discernimento. (7)Um momento de invigilncia pode ocasionar srios problemas, se este for o instante em queo obsessor tentar conseguir a sintonia de que necessita para levar avante os seus planos devingana.Convm ressaltar que um minuto ou um instante de medo, revolta, impacincia, etc., nosignifica necessariamente que a pessoa esteja obsidiada. Mas, sim, que uma ocasio destaspoder ser utilizada pelo obsessor como ensejo que ele aguarda para insuflar na vtima assuas idias conturbadas. Desde que estes estados de invigilncia passem a ser constantes,repetindo-se e tornando-se uma atitude habitual, a obviamente estar configurada apredisposio para o processo obsessivo.RecordemO-nos de que qualquer idia fixa negativa que venha nos perturbaremocionalmente, sempre sinal de alarme, ante o qual deveremos fazer valer em nossa

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    vida o sbio ensinamento do Mestre: Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque no sabeisquando ser o tempo.

    (7) Ideal Esprita, Autores Diversos, psicografia de Francisco Cndido Xavier, captulo 27,7 edio CEC.

    8A ESCRAVIZAO DO PENSAMENTO

    Haver no homem alguma coisa que escape a todo constrangimento e pela qual gozeele de absoluta liberdade?

    No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que no h como pr-lhepeias. Pode-se-lhe deter o vo, porm, no aniquil-lo.

    (O Livro dos Espritos, Allan Kardec, questo 833.)

    Obsesso escravizao temporria do pensamento, imantando credores e devedores, queinconscientemente ou no se buscam pelas leis crmicas.Pelo pensamento ns nos libertamos ou nos escravizamos. O homem no tem sabido usar opensamento. Somente agora se est inteirando das suas prprias potencialidades. Somenteagora est comeando a descobrir que ele o que pensa. Que seus pensamentos so elemesmo, isto , expressam sua individualidade, a essncia mesma de que feito, com todasas peculiaridades que integram a sua personalidade.Unicamente agora o ser humano se est apercebendo de que se tem mantido cerceado, porter viciado o seu pensamento, acostumando-o a transitar apenas entre as baixas esferas, quevo dos instintos s paixes que o avassalam. Que se fez escravo destas, alimentando-sedos vcios e sendo por eles dominado.Somente com o desenrolar dos evos que o raciocnio humano est comeando a acionar oseu imenso cabedal para as mais altas finalidades do Esprito.Recebendo os sublimes ensinamentos de Jesus, ainda assim, habituado a manipular opensamento para faz-lo servir aos seus interesses egosticos, distorceu por quase doismilnios a mensagem clarificadora do Evangelho.Lentamente, a duras penas, as criaturas esto descobrindo as ilimitadas potencialidades quetm em si mesmas. Aos poucos esto-se dando conta de que cada ser um universo emminiatura, expansvel pelo pensamento e pelo sentimento e que possui como atributo aeternidade.A Doutrina Esprita, revivendo os ensinamentos do Cristo, tem contribudo,fundamentalmente, para despertar o homem para a Verdade. O Espiritismo veio ensinar alibertao do pensamento, jugulado ao peso imensurvel da servido material, mostrando aespiritualidade que existe em cada ser, a qual, at agora, a grande maioria preferiu ignorar.As obsesses so, pois, em realidade, escravizao temporria da mente. o vo dopensamento, de sbito detido, prisioneiro.

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    Mesmo o homem moderno, que se orgulha de suas conquistas, arranja mil pretextos paratornar-se escravo no s de si mesmo como tambm de outros homens, de situaes e at principalmente isto de coisas materiais, gabando-se, inclusive, dessas preferncias,completamente ignorante das verdadeiras metas da vida e dos reais valores.Jactando-se de viver no sculo 20, quando o avano do conhecimento atingiu culminncias jamais imaginadas, o homem, ainda assim, torna-se:Escravo dos vcios.Escravo do sexo.Escravo do dinheiro.Escravo do lazer.Escravo da mquina.Escravo de tudo, quando, negando a Deus, se permite a mais abjeta e dolorosa escravido: oseu auto-enclausuramento na masmorra sombria do egosmo avassalante.O Espiritismo veio ensinar o processo de libertao. O modo de se libertar de todas asservides inferiores.Mil formas de escravido e uma s forma de libertao: Jesus!Eu sou a Porta, disse Ele.A Verdade vos far livres...

    9O PROCESSO OBSESSIVO

    Justapondo-se sutilmente crebro a crebro, mente a mente, vontade dominante sobrevontade que se deixa dominar, rgo a rgo, atravs do perisprito pelo qual se Identificacom o encarnado, a cada cesso feita pelo hospedeiro, mais coercitiva se faz a presena dohspede, que se transforma em parasita insidioso...

    (Nos Bastidores da Obsesso, Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de DivaldoPereira Franco, Examinando a obsesso.)

    Encontrando em sua vitima os condicionamentos, a predisposio e as defesasdesguarnecidas, disso tudo se vale o obsessor para instalar a sua onda mental na mente dapessoa visada. A interferncia se d por processo anlogo ao que acontece no rdio, quandouma emissora clandestina passa a utilizar determinada freqncia operada por outra,prejudicando-lhe a transmisso. Essa interferncia estar tanto mais assegurada quanto maisforte, potente e constante ela se apresentar, at abafar quase por completo os sons emitidospela emissora burlada.

    O perseguidor age persistentemente para que se efetue a ligao, a sintonia mental,enviando os seus pensamentos, numa repetio constante, hipntica, mente da vitima,que, incauta, invigilante, assimila-os e reflete-os, deixando-se dominar pelas idias intrusas.Kardec explica que h tambm um envolvimento fludico: Na obsesso, o Esprito atuaexteriormente, com a ajuda do seu perisprito, que ele identifica com o do encarnado,ficando este afinal enlaado por uma como teia e constrangido a proceder contra a suavontade. (8)

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    H, pois, uma afinizao da aura de ambos, uma identificao, cujas razes se encontramnos compromissos do passado, possibilitando a sintonizao inicial, que, por carncia demritos morais do paciente e por sua invigilncia, transforma-se em obsesso.A principio, uma idia que o perseguidor emite e que, repetida, acaba por se fixar,perturbando o fluxo do pensamento de quem est sendo visado. Tendo a liberdade deescolha para refugar ou aceitar os pensamentos intrusos, a vtima geralmente se deixadominar, torna-se passiva, por trazer nos refolhos da conscincia a sensao da culpa ou,conforme o caso, por se comprazer no conbio mental que se est instalando.O obsessor atua na nsia de alcanar os seus intentos, certo de que a perseverana, aperseguio sem trguas, a constncia da manifestao de sua vontade subjugaro o seudevedor. uma guerra sem quartel, que no tem hora e nem local, que se processa de modosilencioso e s ocultas, tendo por campo de batalha as conscincias endividadas e comoarma o pensamento dos contendores. O obsessor usar de variados estratagemas, de tticasdiferentes, dependendo do seu grau de inteligncia. Aquele que est sendo perseguido pode,aparentemente, apresentar-se indefeso. Mas, mesmo o maior dos devedores, ter ao seualcance o escudo da prece e o amparo das Hostes de Luz, que lhe oferecem recursos para adefesa. A maioria, porm, fecha-se no poo de seus prprios erros, no enxergando asoportunidades sagradas de redeno que o Pai oferece. Afastando-se propositadamente daluz, deixar-se- envolver pelas trevas. Estas duraro at que a vtima se resolva a sair,finalmente, para a claridade de uma nova vida.

    *

    Andr Luiz, no livro Libertao, analisando a obsesso de Margarida, denominou-a decerco temporariamente organizado e observou que os obsessores atuavam de forma cruele meticulosa. Ao lado dela ficavam permanentemente Espritos hipnotizadores. Entre astcnicas utilizadas por eles, ressaltamos o que se poderia chamar de vibraes malficas,isto , energias desequilibrantes e perturbadoras que eram aplicadas pelos algozes com afinalidade de prostr-la, colocando-a completamente vencida.Alm da constrio mental, o perseguidor se utiliza tambm do envolvimento fludico, oque torna o paciente combalido, com as suas foras debilitadas, chegando at ao estado deprostrao total. Dessa forma ele no tem condies de lutar por si mesmo, cerceadomentalmente e enfraquecido fisicamente.Aps consolidar o cerco, o obsessor passa a controlar sua vtima por telepatia, favorecidaagora pela sintonia mental que se estabeleceu entre ambos. Essa comunho mental estreitae, ainda que a distncia, o perseguidor controla o perseguido, que age teleguiado pela mentemais forte.No podemos perder de vista que isto acontece porque os seres humanos, desviados dosretos caminhos, preferem situar-se mentalmente em faixas inferiores, escolhendo com essecomportamento as suas prprias companhias espirituais.

    (8) A Gnese, Allan Kardec, captulo 14, Item 47, 22 edio FEB.

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    AS CONSEQNCIAS DA OBSESSO

    A subjugao corporal, levada a certo grau, poder ter como conseqncia a loucura?Pode, a uma espcie de loucura cuja causa o mundo desconhece, mas que no tem

    relao alguma com a loucura ordinria. Entre os que so tidos por loucos, muitos h queapenas so subjugados; precisariam de um tratamento moral, enquanto que com ostratamentos corporais os tornam verdadeiros loucos. Quando os mdicos conhecerem bem oEspiritismo, sabero fazer essa distino e curaro mais doentes do que com as duchas.

    (O Livro dos Mdiuns, Allan Kardec, item 254, 6 questo.)

    Quando ultrapassam o limite de simples influenciaes, enraizando-se na mente davtima que passa a viver sob o domnio quase total do obsessor, as obsesses assumemcarter de subjugao ou possesso e ocasionam srios danos ao organismo do obsidiado.Surgem, assim, distrbios variados, difceis de serem diagnosticados com preciso edifceis at de serem constatados.

    Se refletirmos bem, iremos verificar que os problemas que acometem o obsidiado sobastante complexos e dolorosos.

    A obsesso a escravizao momentnea do pensamento, quando este se apresentatolhido na sua livre manifestao, em razo de onda mental alheia que o constringe eperturba, impedindo a sua expanso, o seu vo.Qualquer cativeiro doloroso. O cativeiro fsico apresenta a possibilidade de deixar libertoo pensamento do cativo. Na obsesso, entretanto, o ser torna-se escravo de maneiraintegral. a pior forma de servido. A mais pungente. E tambm a que mais nos toca ocorao.Quando uma criatura cai nas malhas do cativeiro fsico, mantm livre o seu pensamento,que de muitas formas se expande em sonhos, f e esperanas, tornando pelo menossuportvel o cerceamento material. Mas, nos processos obsessivos graves, a pessoa seapresenta aparentemente livre, porm, em realidade, est acorrentada, mentalmentedominada por seres invisveis que detm o vo do seu pensamento, isto , da manifestaoda prpria essncia da individualidade, do Esprito. Esse confinamento, essa priso, a maistriste, escura e solitria , pois, a mais cruel e a que mais faz sofrer.Soma-se influncia dos obsessores a sensao, a certeza do remorso, do passado que seergue como fantasma insepulto e que vem assombrar os dias presentes.Ento, realmente, o obsidiado prisioneiro em todos os sentidos, vencido ao peso detormentos inenarrveis que ele mesmo engendrou, e avana em sua asprrima caminhada,tentando evadir-se da miservel cela onde geme e chora, para o claro sol da liberdade.Na noite tempestuosa em que se debate, imaginemos, por um instante, o que representapara ele os recursos que a Doutrina Esprita lhe oferece. Somente o Espiritismo temcondies de dar a esses sofredores o alvio, a compreenso, o caminho para a liberdade. a chave que vem abrir as portas da masmorra pessoal e livrar da mais completa escravidono apenas os obsidiados, mas tambm os obsessores, que, afligindo e fazendo sofrer,automaticamente se aprisionam ao jugo do dio, que os converte tambm em escravos e emvtimas, tal como acontece queles a quem perseguem.

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    Encontramos no caso Ester, narrado por Manoel Philomeno de Miranda em sua obraGrilhes Partidos, o exemplo de obsesso em grau muito avanado, com caractersticasde possesso. O autor narra com detalhes os tormentos que a obsidiada enfrenta.

    Evidentemente so sofrimentos acerbos. Tolhida em seu pensamento, incapaz de seexteriorizar, a doente padece a aflio de sentir que uma figura apavorante (9) se intrometeem sua casa mental, roubando-lhe a paz, quebrando-lhe a resistncia e ocasionando, com oseu pensamento desequilibrado, alucinaes, vises terrveis que a enchem de terror.O medo que ento experimenta desestrutura-a psiquicamente, fazendo-a viver em clima deconstante pesadelo, do qual no consegue despertar.Se tenta agir, gritar, reagir, no tem foras, no comanda mais o seu prpriocomportamento e v-se perdida no cipoal de idias enlouquecedoras, que sabe no serem assuas, mas s quais tem que obedecer porque se sente dominada em todos os centros deregistro.A permanncia nesse estado lesa o organismo fsico, instalando-se nele enfermidades reais.Dessa forma, a obsesso pode ter como conseqncia, entre outras, a loucura, a epilepsia, aesquizofrenia, e levar ao suicdio, ou aos vcios em geral. (10)Temos presenciado muitos casos dolorosos, onde a aparente loucura mascara o verdadeiroquadro: a possesso.Certa vez, logo que iniciamos o trabalho desobsessivo, fomos chamada para aplicar umpasse. Segundo nos informaram, a doente, em crise de loucura, estava amarrada ao leito, afim de se evitar que se machucasse ou se matasse.Cercamo-nos de todos os cuidados espirituais que so imprescindveis num labor dessequilate. Fomos em companhia de pessoa bastante experiente nesses trabalhos. Chegando aolar da enferma, soubemos que ela era recm-casada e que subitamente passara a agir comolouca. Estava amarrada ao leito, completamente hebetada. Era um quadro triste de se ver.Fizemos a leitura de um trecho de O Evangelho segundo o Espiritismo, oramos eaplicamos o passe, trazendo alvio bastante acentuado doente, que se apresentou bemmais serena. Recebemos esclarecimento dos Benfeitores Espirituais de que o caso era depossesso e que a jovem senhora deveria ser tratada espiritualmente, recorrendo-se ainda teraputica mdica, evitando-se, porm, a sua internao, j que haveria possibilidade detrat-la em casa. Conseguiu-se, inclusive, que ela se acalmasse pouco aps a medicao.Entretanto, a famlia da paciente era absolutamente contrria ao tratamento espiritual emanifestou-se em franca oposio ao prosseguimento do trabalho de passes, bem como dequaisquer outras orientaes do Espiritismo. Afirmaram que apenas aceitaram o passenaquele momento, por se tratar de emergncia e por estarem chocados com a situao.Algum havia sugerido o Espiritismo como soluo urgenteDiante disso, silenciamos.No dia seguinte a doente foi internada numa casa especializada. Menos de 48 horas aps ainternao, desencarnou com uma parada cardaca.J se passaram vinte anos e no nos esquecemos dessa irm, que, conforme nos informaramos Amigos da Espiritualidade, foi amparada, esclarecida e hoje prossegue seu aprendizado,preparando-se para reencarnar. Seu obsessor antecedeu-a na esfera carnal, onde sereencontraro para o momento do perdo e da paz.

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    Andr Luiz apresenta-nos elucidao a respeito, sobretudo, das enfermidades psquicas

    clssicas: (...)na retaguarda dos desequilbrios mentais, sejam da ideao ou daafetividade, da ateno e da memria, tanto quanto por trs de enfermidades psquicasclssicas, como, por exemplo, as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias e aparania, as psicoses e neuroses de multifria expresso, permanecem s perturbaes daindividualidade transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam evoluomoral. (11)

    So pois enfermidades da alma a se refletirem no corpo fsico. Importa deixar bemclaro que no se deve confundir e generalizar, afirmando que tudo obsesso, que tudo provocado por obsessores, como tambm no se deve atribuir todas as nossas dificuldades ao dos Espritos perturbadores. E Kardec no deixou de nos advertir quanto a isto, a esseexagero to comum no meio esprita (12). Nem sempre os problemas so de origemespiritual. Pode ser at mesmo um processo de auto-obsesso, como j vimos.

    Tambm preciso no confundir esses estados com sintomas de mediunidade. Ocorrefreqentemente que muitos espritas de boa-vontade e bem-intencionados, pordesconhecimento, diante de pessoas portadoras de epilepsia, em quaisquer de suasmodalidades, afirmam tratar-se de mediunidade, sendo necessrio desenvolv-la. Taisenfermos so encaminhados sem mais delongas s reunies medinicas, onde no somentepersistem com seus problemas, mas ainda provocam desequilbrio nos trabalhos, j que noesto aptos a assumir as tarefas da mediunidade que requerem disciplina, estudo ediscernimento.

    Mediunidade no doena e nem os sinais de sua ecloso podem ser confundidos comenfermidades. H que se fazer distino entre uma enfermidade e os sintomas dodesabrochar da faculdade medinica. Conveniente, nesse como noutros casos, cuidar-se deexaminar as sndromes das enfermidades psiquitricas, a fim de no as confundir com ossintomas da mediunidade, no perodo inicial da manifestao, quando o mdium seencontra atormentado. (13)

    muito comum encontrarmos casos de carter misto onde se conjugam obsesso emales fsicos. O Esprito enfermo, endividado, plasma no seu envoltrio perispirtico osdesvios, as deformidades de que portador. Conseqentemente, renascer em corpo fsicoque por sua vez refletir as desarmonias preexistentes no Esprito.

    O Codificador, ciente dessa possibilidade, aconselhava, j em sua poca, que se deveriaaliar, nesses casos, o tratamento magntico ao mdico, O que se v, contudo, que muitosespritas, ignorando as ponderaes de Kardec, acostumaram-se a diagnosticarapressadamente, confundindo doena com mediunidade. E, como acham que tudo mediunidade, muitos aconselham logo a suspenso do tratamento mdico e da medicaoanticonvulsiva, o que poder acarretar srios danos ao enfermo. Os remdios que controlamas crises epilpticas no podem ser suspensos repentinamente, sob pena de o paciente ter oseu estado agravado.Mesmo que o caso seja misto, isto , fsico e espiritual, ainda assim, no se deveencaminhar sumariamente o enfermo ao exerccio das tarefas medinicas. Ele necessita sertratado espiritualmente, ser orientado para os recursos que a Doutrina Esprita coloca aoalcance de toda a Humanidade. Necessita promover a sua autodesobsesso. E, comomencionamos anteriormente, se est sob o domnio de obsessores, tem o seu pensamentocontrolado por eles, o que bvio, o principal motivo que obstar o desenvolvimento desua faculdade medinica.

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    Vejamos um caso de carter misto.D... padecia h longos anos de um processo misto de epilepsia e obsesso. Muito franzina,trazia no semblante as marcas do sofrimento. Sendo pessoa de poucos recursos, precisavatrabalhar, mas em razo do seu mal no se estabilizava em emprego algum.Quando vinham as crises epilpticas, D... totalmente inconsciente, levava quedas dolorosas.Certa vez, rolou do alto da escada, machucando-se bastante. Em outra, estando a passarroupa, caiu e resvalou o rosto no ferro eltrico, queimando-se na face. Em seu corpoapresentava sempre as contuses provenientes dos tombos de que freqentemente eravtima. Assim, era a vida dessa moa verdadeiro martrio.Passando a freqentar o Centro Esprita Ivon Costa, teve acentuada melhora com os passes,nas reunies pblicas.Feita a consulta espiritual, foi esclarecido que D... precisava de um tratamento mdicoaliado teraputica espiritual. Um mdico neurologista, que integrava a equipe dedesobsesso, prontificou-se a examin-la e prescrever a medicao. Efetuados os exames,D... relutava em aceitar o diagnstico. Mas, acabou concordando e comeou a usar osmedicamentos. Pela primeira vez, as crises desapareceram.

    Ao mesmo tempo era tratada espiritualmente. Constatou-se que a paciente eraatormentada por dezenas de obsessores. Em encarnao anterior havia sido pessoa de muitopoder e de grande perversidade. Antes da encarnao atual, tivera outra, em que renasceranum corpo disforme. A existncia de hoje representava o incio de sua recuperao, atravsdo ensejo de conhecer o Espiritismo e tambm de se mostrar regenerada aos seusperseguidores, propiciando oportunidade de reajustamento e perdo mtuo. Um nmeroexpressivo de seus obsessores foi esclarecido, em trabalho que se prolongou durante algunsanos.

    Entretanto, aps algum tempo de uso dos remdios, D... resolveu por si mesma einfluenciada, bvio, pelos obsessores suspend-los. As crises voltaram, mas a doenteafirmava ser o seu mal apenas espiritual. Estava condicionada a afirmativas desse teor, poisem todos os lugares que freqentara nunca lhe haviam alertado para o fato de ter tambmum componente fsico o seu problema. Aconselhada pelo mdico e pelos companheiros, eat pelo Mentor, ela voltou a usar a medicao. Mas, logo depois, suspendia-a novamente.D.... finalmente, parou por completo com o tratamento. Preferia dizer-se obsidiada. Durantetodos esses anos a paciente colaborou em pequenas tarefas no Centro, onde, alis, eraassdua e perseverante.

    Com o passar do tempo, como as crises no desaparecessem e as orientaescontinuassem a indicar o uso dos remdios, ela comeou a mostrar-se insatisfeita.Comentou que talvez fosse necessrio outro tipo de trabalho para o seu caso. Soube-se queestava sendo influenciada por uma pessoa que dizia ter soluo melhor para ela. E aospoucos deixou de comparecer ao Centro, indiferente a todos os conselhos.

    Recebemos notcias dessa irm, de vez em quando. Prossegue em sua vida desofrimentos, no tendo encontrado o alvio que almejava.

    Obsesses desse tipo so to complexas e profundas que o espao de uma encarnao muito pequeno para resolver tantos conflitos. S muito lentamente surgir a transformaodessas almas endividadas, por um processo de cicatrizao de dentro para fora. A cura nopoder ser efetivada por ningum, a no ser pelo prprio sofredor, funcionando encarnadose desencarnados que colaboram ajudando, quais enfermeiros abnegados, que ofertam oalgodo da solidariedade e do amor.

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    medida que a criatura for-se evangelizando, aprendendo a amar e perdoar, conquistandomritos, os seus algozes sero igualmente motivados para o reajuste.

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    No podemos deixar de mencionar que muitas pessoas acreditam ser os trabalhosdesobsessivos orientados pela Codificao Kardequiana mais fracos que aqueles efetuadospor outros processos. Fica patenteado com essa assertiva o desconhecimento absoluto doque seja realmente desobsesso. Pensam que o trabalho forte quando os mdiuns sedeixam jogar ao solo, contorcendo-se e portando-se desatinadamente. Quanto maior agritaria, a balbrdia, mais forte consideram a sesso. E, conseqentemente crem que osresultados so mais produtivos.Meditando sobre o assunto, no difcil verificar-se a fragilidade de tais argumentos. O quese v em sesses desse tipo so mdiuns sem nenhuma educao medinica, sem disciplinae, sobretudo, sem estudo, a servirem de instrumento a manifestaes de teor primitivo. inegvel que esses trabalhos podem apresentar benefcios na faixa de entendimento em quese situam, inclusive despertando conscincias para as verdades da vida alm da vida. Mas,afirmar-se que os labores da desobsesso nos moldes kardecistas so mais fracos eineficientes, carece de qualquer fundamento. Esquecem ou no sabem tais crticos que todotrabalho esprita essencialmente de renovao interior, visando cura da alma, no afrmulas imediatistas que adiam a soluo final, O Espiritismo, indo alm dos efeitos,remonta s causas do problema, s suas origens, para, no seu cerne, laborar profundamente,corrigindo, medicando e combatendo o mal pela raiz.Infere-se, pois, que o labor desobsessivo luz da Terceira Revelao tem por escopo a curadas almas, o reajuste dos seres comprometidos e endividados que se deixam enredar nasmalhas da obsesso, e no somente afastar os parceiros, adiando o entendimento e perdo.Para atingir esse objetivo sublime, no h necessidade de espetculos, de demonstraesbarulhentas, h sim necessidade da diretriz abenoada da Codificao Kardequiana.

    (9) Na maioria dos casos, no h apenas um obsessor mas vrios, j que ele alicia oscomparsas de que carece para melhor atingir os seus fins.(10) Uma pessoa pode ser levada aos vcios pela atuao de obsessores ou, ainda, de motoprprio, atraindo entidades infelizes que se utilizaro dela para se locupletarem.(11) Mecanismos da Mediunidade, Andr Luiz, psicografia de Francisco Cndido Xavier eWaldo Vieira, captulo 24, 4S ad. FEB.(12) O Livro dos Mdiuns, Allan Kardec, item 253, 42 ad, FEB.(13) Grilhes Partidos, Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo PereiraFranco, 1 edio Livraria Esprita Alvorada Editora.

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    O OBSIDIADO

    As imperfeies morais do obsidiado constituem, freqentemente, um obstculo sualibertao.

    (O Livro dos MdiunS, Allan Kardec, item 252.)

    Obsidiado Obsesso: Importunado, atormentado, perseguido. Individuo que se cratormentado, perseguido pelo Demnio. (14)Obsidiados todos ns o fomos ou ainda somos.Desde que no conseguimos a nossa liberdade completa; desde que ainda no temos a nossacarta de alforria para a eternidade; desde que caminhamos sob o guante de pesadas afliesque nos falam de um passado culposo e que ressumam sombras ao nosso redor; desde queainda no temos a plenitude da paz de conscincia e do dever cumprido; desde que somosforados, cerceados, limitados em nosso caminhar e constrangidos a suportar presenas quenos causam torturaS, inquietaes, lgrimas e preocupaes sem conto, porque, emrealidade, ainda somos prisioneiros de ns mesmos, tendo como carcereiros aqueles a quemdevemos. Estes, que hoje se com prazem em nos observar a nossa nuvem detestemunhas manter e forar a que permaneamos no crcere de sombras que ns mesmosconstrumos.Priso interior. Cela pessoal nos diz Joanna de ngelis onde grande maioria semantm sem lutar por sua libertao, acomodada aos vcios, cristalizada nos erros. Cela daqual o Espiritismo veio nos tirar, com seus ensinamentos que consolam, mas, sobretudo,que libertam.Obsidiados! Cada um deles traz consigo um infinito de problemas que no sabe precisar.Necessitam de nossa compreenso. Pedem-nos ouvidos atentos e caridosos, ansiandodesabafar os seus conflitos.Chegam aos magotes em nossas Casas Espritas. Vm em busca de alvio e conforto.Quando apresentam lucidez suficiente, procuram explicaes e respostas. Devemos estarpreparados para receb-los. E no apenas isto, mas acolh-los e trat-los com a caridadelegtima, orientando, encaminhando, clarificando os seus caminhos com as bnos que aTerceira Revelao nos proporciona. nosso dever esclarecer a esses irmos que o combate mais renhido que devero travar no contra o obsessor pois a este mister conquistar atravs do amor e do perdo , mas,sim, contra si mesmos. Peleja em que devem empenhar-se, no intuito de se modificarem, noanseio de moralizao, at que dem ao verdugo atual a demonstrao efetiva de suatransformao.Nestas condies, ele pode conseguir a conquista do obsessor que hoje o subjuga.Conquista esta progressiva, demorada, mas sublime, pois ao final encontrar-se-o frente afrente, j agora, intima-mente renovados e redimidos. Esse o nico caminho para alibertao.O obsidiado o algoz de ontem e que agora se apresenta como vtima. Ou ento ocomparsa de crimes, que o cmplice das sombras no quer perder, tudo fazendo por cerce-lo em sua trajetria.

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    As provaes que o afligem representam oportunidade de reajuste, alertando-o para anecessidade de se moralizar, porqanto, sentindo-se aulado pelo verdugo espiritual, maisdepressa se conscientizar da grandiosa tarefa a ser realizada: transformar o dio em amor,a vingana em perdo, e humilhar-se, para tambm ser perdoado.Voltando-se para o bem, conquistando valores morais, ter possibilidades de ir-seequilibrando, passando a emitir novas vibraes e atraindo outras de igual teor quelhe traro sade e paz.A sua transformao moral, a vivncia no bem, o cultivo dos reais valores da vidaverdadeira iro aos poucos anulando os condicionamentos para a dor, enquanto favoreceroa sua prpria harmonizao interior, que , sem dvida, fator de melhor sade fsica.Patenteia-se a a perfeio da Justia Divina que possibilita ao infrator redimir-se pelo bemque venha a realizar, adquirindo crditos que facilitaro a sua caminhada, abrindo-lhenovos horizontes.Por isto que a Doutrina Esprita a teraputica completa para obsidiados e obsessores,como de resto para todos os seres humanos. Desvendando o passado, demonstra o porqude dores e aflies- e abre perspectivas luminosas para o futuro.Nesta viso panormica de passado-presente-futuro desponta o Amor de Deus a sustentartodas as criaturas no carreiro da evoluo. A Justia do Pai equnime e ningum ficaimpune ou marginalizado diante de Suas Leis, mas, ela , sobretudo, feita de Amor eMisericrdia, possibilitando ao faltoso renovadas ensanchas de redeno e, desde que eledesperte para essa realidade, encontr-las- em seu caminho, e, se souber aproveit-las,aliviar seus dbitos, trazendo-lhe simultaneamente melhores condies espirituais.Sabendo que pode amenizar a dor, no s pela compreenso de suas causas, mas tambmpor intermdio de todo o bem que possa fazer, mais fcil se torna para o ser humano acaminhada. Embora profundamente vinculado ao pretrito e experimentando provaesamargas, ter na consoladora mensagem do Espiritismo esperanas novas e novo alentopara prosseguir.

    (14) Novo Dicionrio da Lngua portuguesa, Aurlio Buarque de Holanda Ferreira.

    12A CRIANA OBSIDIADA

    Alis, no racional considerar-se a infncia como um estado normal de inocncia.No se v em crianas dotadas dos piores instintos, numa Idade em que ainda nenhumainfluncia pode ter tido a educao?Donde a precoce perversidade, seno da inferioridade do Esprito, uma vez que a

    educao em nada contribuiu para isso?

    (O Livro dos Espritos, Allan Kardec questo 199-a.)

    Crianas obsidiadas suscitam em ns os mais profundos sentimentos de solidariedade ecomiserao.Tal como acontece ante as demais enfermidades que atormentam as crianas, tambmsentimos mpetos de proteg-las e alivi-las, desejando mesmo que nada as fizesse sofrer.

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    Pequeninos seres que se nos apresentam torturados, inquietos, padecentes de enfermidadesimpossveis de serem diagnosticadas, cujo choro aflito ou nervoso nos condi e impele prece imediata em seu benefcio, so muita vez obsidiados de bero. Outros se apresentamsumamente irrequietos, irritados desde que abrem os olhos para o mundo carnal. Aocrescer, apresentar-se-o como crianas-problema, que a Psicologia em vo procuraentender e explicar.So crianas que j nascem aprisionadas aves implumes em gaiolas sombrias ,trazendo nos olhos as vises dos panoramas apavorantes que tanto as inquietam. Soreminiscncias de vidas anteriores ou recordaes de tormentos que sofreram ou fizeramsofrer no plano extrafsico, antes de serem encaminhadas para um novo corpo. Conquanto anova existncia terrestre se apresente difcil e dolorosa, ela , sem qualquer dvida, bemmais suportvel que os sofrimentos que padeciam antes de reencarnar.O novo corpo atenua bastante as torturas que sofriam, torturas estas que tinham as suasnascentes em sua prpria conscincia que o remorso calcinava. Ou no dio e revolta em quese consumiam.E as bnos de oportunidades com que a reencarnao lhes favorece podero ser a toalmejada redeno para essas almas conturbadas.A Misericrdia Divina oferecer a tais seres instantes de refazimento, que lhes chegaro porvias indiretas e, sobretudo, reiterados chamamentos para que se redimam do passado,atravs da resignao, da pacincia e da humildade.Na obra Dramas da Obsesso, Bezerra de Menezes narra a vida de Leonel, que desde ainfncia apresentou crises violentas, evidenciando a quase possesso por desafetos dopretrito. Este mesmo Leonel, j adulto e casado, acompanhou a espinhosa existncia desua filha Alcina, que como ele era obsidiada desde o bero.Crianas que padecem obsesses devem ser tratadas em nossas instituies espritas atravsdo passe e da gua fluidificada, e imprescindvel que lhes dispensemos muita ateno eamor, a fim de que se sintam confiantes e seguras em nosso meio. Tentemos cativ-las commuito carinho, porque somente o amor conseguir refrigerar essas almas cansadas desofrimentos, ansiando por serem amadas.Fundamental, nesses casos, a orientao esprita aos pais, para que entendam melhor adificuldade que experimentam, tendo assim mais condies de ajudar o filho e a si prprios,visto que so, provavelmente, os cmplices ou desafetos do pretrito, agora reunidos emprovaes redentoras. Devem ser instrudos no sentido de que faam o Culto do Evangelhono Lar, favorecendo o ambiente em que vivem com os eflvios do Alto, que nunca faltaquele que recorre Misericrdia do Pai.A criana deve ser levada s aulas de Evangelizao Esprita, onde os ensinamentosministrados dar-lhe-o os esclarecimentos e o conforto de que tanto carece.*

    O nmero de crianas obsidiadas tem aumentado consideravelmente. H bem pouco tempochegaram s nossas mos, quase simultaneamente, cinco pedidos de orientao a crianasque se apresentavam todas com a mesma problemtica de ordem obsessiva.Um desses casos era gravssimo.Certa criana de trs anos e alguns meses vinha tentando o suicdio das mais diferentesmaneiras, o que lhe resultara, inclusive, ferimentos: um dia, jogou-se na piscina; em outro,atirou-se do alto do telhado, na varanda de sua casa; depois, quis atirar-se do carro em

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    movimento, o que levou os familiares a vigi-la dia e noite. Seu comportamento, de sbito,tornou-se estranho, maltratando especialmente a me, a quem dirigia palavras de baixocalo que os pais nunca imaginaram ser do seu conhecimento.Foram feitas reunies de desobsesso em seu benefcio, quando se verificaram as origensdo seu estado atual. Atormentada por muitos obsessores, seu comprometimento espiritual muito srio.As outras crianas mencionadas tinham sintomas semelhantes: acordavam no meio danoite, inconscientes, gritando, falando e rindo alto, no atendiam e nem respondiam aosfamiliares, nem mesmo dando acordo da presena destes.Todas so menores de cinco anos.Com a teraputica esprita completa, essas crianas melhoraram sensivelmente, sendo quetrs retornaram ao estado normal.

    13QUEM O OBSESSOR?

    Obsessores visveis e Invisveis so nossas prprias obras, espinheiros plantados pornossas mos.

    (Seara dos Mdiuns, Emmanuel, psicografia de Francisco Cndido Xavier,Obsessores.)

    Obsessor Do latim obsessor.. Aquele que causa a obsesso; que importuna. (15)O obsessor uma pessoa como ns.No um monstro teratolgico sado das trevas, onde tem a sua morada para todo osempre.No um ser diferente, que s vive de crueldades, nem um condenado sem remisso pelaJustia Divina.No um ser estranho a ns. Pelo contrrio. algum que privou de nossa convivncia, denossa intimidade, por vezes com estreitos laos afetivos. algum, talvez, a quem amamosoutrora. Ou um ser desesperado pelas crueldades que recebeu de ns, nesse passadoobumbroso, que a bno da reencarnao cobriu com os vus do esquecimento quasecompleto, em nosso prprio benefcio.O obsessor o irmo, a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamentecom a nossa participao.Muitos, por desconhecimento, transferiram para o obsessor os atributos do prpriodemnio, se este existisse.Entretanto, quantos de ns j no cometemos essas mesmas atrocidades que ele cometeagora? Quantos de ns j no alimentamos dios semelhantes? Quem est livre de trazernos escaninhos da conscincia a mesma inimaginvel tortura de um amor desvairado,doentio, que se fez dio e se converteu em taa de fel? Quem pode dizer qual seria a nossareao se vivssemos as tormentas que lhe corroem as profundezas da alma?O dio s no amor tem cura. o antdoto que anula os efeitos malficos, que neutraliza, e,sobretudo, transforma para o bem. Geralmente, o dio que impulsiona o ser humano

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    vingana. sempre um desf oro que se pretende tomar, como quem est pedindo contas aoutrem de atos julgados danosos aos seus interesses.A figura do obsessor realmente impressiona, pelos prejuzos que a sua aproximao esintonia podem ocasionar. E disto ele tira partido para mais facilmente assustar e coagir asua vtima. E esta, apresentando, em razo do seu passado, os condicionamentos quefacilitam a sintonia, traz, no mais recndito do seu ser, o medo desse confronto inevitvel ea certeza da prpria culpa, tornando-se presa passiva do seu algoz de agora.No fcil ao obsidiado amar o seu obsessor. No fcil perdo-lo. Mas, o que se tornanecessrio aprender.O Espiritismo, mostrando-nos toda a trajetria por ns percorrida e as vinculaes ecompromissos que adquirimos no decorrer de sucessivas reencarnaes; descortinando paranossas almas o que fomos, somos e poderemos ser mediante o uso do livre-arbtrio;desvendando as intrincadas questes do ser atravs da f racional, lcida e ativa, tornapossvel o que a ignorncia fazia parecer impossvel: perdoar e at aprender a amar aoobsessor.A Doutrina Esprita nos veio ensinar a Verdade e esta nos faz enxergar por dentro de nsmesmos. Ela nos desnuda perante a nossa prpria conscincia, pois o verdadeiro espritano teme o auto-exame, a auto-anlise, que lhe possibilitar conhecimento mais profundode deficincias, das sombras que existem dentro de cada um.Diante dessa conscientizao que nos lanamos reforma intima. Primeiro, o mergulhodentro do nosso eu, o reencontro doloroso mas essencial, quando contemplamos osescombros, as runas em que transformamos o que tnhamos de melhor. Depois dessaconstatao, a Doutrina estimula a reconstruo e, alm disso, muito mais: possibilita-nos efacilita a reedificao do universo interior.Essa uma faanha notvel, que unicamente o Consolador Prometido consegueproporcionar ao ser humano.Fato interessante acontece com o obsessor. Quando surge em nosso caminho, ele nosenxerga tal qual fomos ou somos. Ele nos conhece de longa data e no se iludir se hoje nosapresentamos com outra capa, outra face. Ele nos v tal como nos viu, quando nosdefrontamos no pretrito. Para ele, o tempo parou no instante em que foi feridomortalmente, no momento em que teve os seus sonhos destrudos e quando se sentiu tradoou injustiado. O tempo parou ali e, conseqentemente, aquele que est sendo perseguido tambm a mesma criatura, para a qual no haveria nenhum modo de mascarar-se, casotentasse.Mas, em se aproximando, com o tempo, ainda que nos observando atravs das lentes dorancor, ele acabar por notar as mudanas que ocorreram em nosso modo de ser, de pensare de agir se estas existirem realmente. E s atravs dessa constatao que seconseguir alguma coisa no sentido de conquist-lo e motiv-lo igualmente a umatransformao.Aquele que possui o conhecimento esprita ter enormes possibilidades de aprender aexercitar o perdo e o amor pelos seus inimigos. Tanto melhor quanto mais se lembrar deque o perseguidor assim se apresenta por ter sido levado, por quem hoje a vtima, aossofrimentos que deram origem ao dio e vingana.O obsessor , em ltima anlise, um irmo enfermo e infeliz. Dominado pela idia fixa(monoidesmo) de vingar-se, esquece-se de tudo o mais e passa a viver em funo daqueleque o alvo de seus planos. E, na execuo desses, o seu sofrimento ir-se- agravando

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    proporcionalmente s torturas que venha a infligir ao outro, o que acarretar para os seusdias futuros pesado nus do qual no conseguir escapar seno pela reforma ntima.Nenhuma etapa de sua desforra lhe dar a almejada felicidade e alegria, nem trar a paz porque tanto anseia, pois o mal geratriz de desequilbrios, frustraes e insuportvel solido.Existem obsessores de grande cultura e que, por isto mesmo, exercem amplo domnio sobreEspritos ignorantes e igualmente perversos ou endurecidos, que a eles se vinculam. So oscomParSaS de que carecem para a execuo de seus planos, estando sintonizados na mesmafaixa de interesses.Os obsessores, entretanto, no so totalmente maus, preciso que se diga. Como ningum absolutamente mau. So, antes, doentes da alma. Possuem sementes de bondade, recursospositivos que esto abafados, adormecidos.Obsessores e obsidiados so assim pessoas como ns. So seres que sofrem porque sedesmandaram entre si. So carentes de afeto, compreenso e amor. Seres infelizes, para osquais o Espiritismo veio trazer o consolo e a esperana de uma vida nova de amor e paz.Para eles, para toda a Humanidade ecoa a amorosa assertiva do Mestre: Eu no vim para o justo, mas para o pecador...

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    Nem todo obsessor tem conscincia do mal que est praticando. Existem aqueles que agempor amor, por zelo, pensando ajudar ou querendo apenas ficar junto do ser querido.O caso da Sra. O... demonstra isto.A Sra. O... viu-se de um instante para outro acometida de uma tristeza inexplicvel,seguindo-se-lhe um desnimo tambm difcil de ser entendido, por mais pesquisasse ascausas. Sentia-se sem foras, tendo que permanecer quase o dia todo no leito, em repouso.Chorava muito e no conseguia atinar com a razo de tanto abatimento. Foi examinada porvrios mdicos, que no acharam nenhum mal que justificasse o seu estado.Resolveu, em conseqncia disso, procurar a Casa Esprita para orientao e passes.Verificou-se estar sob influncia espiritual muito forte a entidade que a acompanhavaera a sua prpria irm, desencarnada h algum tempo, de maneira repentina e que haviasido pessoa muito boa, havendo inclusive entre elas uma afeio muito grande.Foi feito o esclarecimento da irm desencarnada, na reunio apropriada, e o resultado foiimediato. A Sra. O... curou-se, passando a levar uma vida normal.Casos como este existem em grande nmero e evidenciam o total despreparo das criaturaspara a morte.

    UM OBSESSOR SIMPTICOAlguns obsessores apresentam interessante faceta para os estudiosos do assunto.Foi o caso de certa entidade que se comunicou na reunio do Centro Esprita Ivon Costa.Muito educado, distinto, tratava ao esclarecedor com toda calma e gentileza. Dizia-se, naverdade, perseguindo a uma pessoa a quem odiava, mas no tinha raiva de mais ningum einclusive compreendia o nosSo papel ao tentarmos beneficiar a sua vtima. Acreditava emDeus, em Jesus, no amor, mas no tinha vontade de abandonar o seu intento.Mesmo com todos esses dados positivos de carter, o seu esclarecimento foi demorado,rendendo-se por fim evidncia do amor, diante da aproximao de um Esprito a quemmuito amava e que foi por ele visto durante os trabalhos.

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    (15) Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa, Aurlio Buarque de Holanda Ferreira.

    14MODO DE AO DO OBSESSOR

    Sutilmente, a principio, em delicado processo de hipnose, a Idia obsidente penetra amente do futuro hspede que, desguardado das reservas morais necessrias (...) comea adar guarida ao pensamento infeliz incorporando-o s prprias concepes e traumas quevm do passado, atravs de cujo comportamento cede lugar manifestao ingrata edominadora da alienao obsessiva. Manoel Philomeno de Miranda.

    (Sementes de Vida Eterna, Autores Diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco,captulo 30.)

    Consciente ou inconscientemente, usando ou no de artifcio e sutilezas, o obsessor agesempre aproveitando-se das brechas morais que encontra em sua vtima. Oscondicionamentos do pretrito so como ms a atra-lo, favorecendo a conexoimprescindvel ao processo obsessivo, que tanto pode comear no bero, como na infnciaou em qualquer fase da existncia daquele que alvo de seu interesse.Obsesses existem que, apenas, do prosseguimento, na Terra, obsesso preexistente noplano espiritual.H casos, em grande nmero, em que a ao do verdugo espiritual tem incio emdeterminada poca, apresentando-se de maneira declarada, ostensiva ou de modo sutil,quase imperceptvel, que vai num crescendo at o ponto em que se caracterizaperfeitamente o problema.Agindo na surdina, o obsessor se utiliza de todos os recursos ao seu alcance. Sabe que odomnio que exerce sobre a sua vtima tem as suas razes nos dramas do passado, em queambos se enredaram, gerando compromissos de parte a parte. Sente, mesmo que no tenhacultura, instintivamente, que poder interferir com o seu pensamento na mente daquele aquem persegue e tambm que a constncia, a repetio exercero uma espcie de hipnoseque o medo e o remorso favorecem, conseguindo assim uma sintonia cada vez maior, at asubjugao ou possesso, dependendo da gravidade de caso e das dvidas que envolvem ospersonagens.Nem sempre, porm, a ao do obsessor fria e calculista. Nem sempre ele age compremeditao e com requintes de crueldade. H obsesses, sim, que apresentam essascaractersticas, mas nem todas. Existem aquelas outras em que o algoz atua como queenlouquecido pela dor, pela angstia e sofrimentos. No tem condies de raciocinar comclareza e sofre at mais que o obsidiado. Sua ao desordenada, irrefletida e ele sabeapenas que deve ou tem de pedir contas ou se vingar daquele que o tornou infeliz. No temnoo de tempo, de lugar, s vezes, esqueceu-se do prprio nome, ensandecido pelastorturas que o vitimaram.Muitos no tm conscincia do mal que esto praticando. Podem estar sendo usados porobsessores mais inteligentes e mais cruis, que os atormentam, enquanto os obrigam a, por

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    sua vez, atormentarem os que so objeto de vingana ou dio. Obsessores que tambm soobsidiados, conforme comentamos no capitulo 5.Via de regra, os obsessores chefiam outros obsessores, que tanto podem ser seus cmplicespor vontade prpria ou uma espcie de escravos, dominados por processos anlogos aosusados com os obsidiados encarnados.Esses Espritos so empregados para garantir o cerco, intensificar a perturbao no s davtima como dos componentes do seu circulo familiar. Permanecem ao lado destes,acompanham-lhes os passos, vigiam-lhes os movimentos e tm a incumbncia de ocasionar-lhes problemas, mal-estar, confuses, o que conseguiro desde que a criatura visada no sedefenda com a luz da prece e o reforo de uma vida edificante, voltada para a prtica dacaridade e para o desejo constante do bem.Nos casos mais graves, utilizam-se dos ovides para vampirizao, o que resulta numaquesto bastante dolorosa e complexa de ser solucionada.Os obsessores valem-se dos instantes do sono fsico de suas vitimas para intensificarem aperseguio. Nestas ocasies, mostram-se como realmente so, no intuito de apavorar eexercer com