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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CÂMPUS LONDRINA CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL PAULA FERNANDA ALMEIDA GONÇALVES OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS VIA EXTRUSÃO A PARTIR DE PLA (ÁCIDO POLILÁTICO), AMIDO DE MANDIOCA, GLICEROL E BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LONDRINA 2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS LONDRINA

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL

PAULA FERNANDA ALMEIDA GONÇALVES

OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS VIA EXTRUSÃO A PARTIR DE

PLA (ÁCIDO POLILÁTICO), AMIDO DE MANDIOCA, GLICEROL E

BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LONDRINA

2013

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PAULA FERNANDA ALMEIDA GONÇALVES

OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS

POLIMÉRICOS BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS VIA EXTRUSÃO A

PARTIR DE PLA (ÁCIDO POLILÁTICO), AMIDO DE MANDIOCA,

GLICEROL E BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial, para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Cezar Ferreira

Co-orientador: Profa. Dra. Isabel Craveiro Moreira Colaboradora: Profa. Dra Suzana Mali de Oliveira

LONDRINA

2013

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Londrina Coordenação de Engenharia Ambiental

TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Monografia OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

BIODEGRADÁVEIS OBTIDOS VIA EXTRUSÃO A PARTIR DE PLA (ÁCIDO POLILÁTICO), AMIDO DE MANDIOCA, GLICEROL E BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

por

Paula Fernanda Almeida Gonçalves

Monografia apresentada no dia 15 de abril de 2013 ao Curso Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

____________________________________ Prof. Dra. Elisângela Corradini

(UTFPR)

____________________________________ Prof. Dra. Isabel Craveiro Moreira

(UTFPR)

____________________________________ Profa. Dr. Fabio Cezar Ferreira

(UTFPR) Orientador

__________________________________ Profa. Dra. Ligia Flávia Antunes Batista

Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Ambiental

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

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Dedico o presente trabalho à minha amada mãe, Dirce Almeida e seu

companheiro Assis dos Santos, e ao meu querido pai, Celso José Gonçalves e

sua esposa Emília Cirqueira, por todo o apoio emocional e financeiro oferecido

durante todo o período desta longa jornada acadêmica, desde o ensino

fundamental até a conclusão dessa etapa na minha vida.

À toda minha família amada, que me deu todo o suporte para conclusão

da graduação, em especial às minhas irmãs: Caroline, Brenda, Gyovanna, Bruna

e Rafaela, aos meus tios João Batista Cordeiro e Maria Eroni Cordeiro, sem os

quais nada teria sentido.

À memoria de Allan Nishioka e Paulo Sérgio Martins, que demonstraram

por meio de suas lutas para sobreviver, que, todo o momento é precioso e deve

ter seu valor devidamente reconhecido e aproveitado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder a maior dádiva: a vida.

E por toda força oferecida para vencer mais essa etapa da minha vida.

É com muita satisfação que agradeço a todos que se envolveram na

execução de mais essa etapa da minha formação acadêmica. Desde já, peço

desculpas se esquecer de algum nome que tenha contribuído na execução desse

trabalho, mas agradeço muito a todos pela colaboração.

Agradecimentos ao Prof. Dr. Fabio Cezar Ferreira pela confiança,

oportunidade e orientação deste trabalho.

Da mesma forma, agradeço carinhosamente à Profa. Dra. Isabel Craveiro

Moreira pela sua co-orientação neste trabalho, e por sua disposição neste tempo

em que desenvolvemos este. E ainda, agradeço muito a Profa. Dra. Suzana Mali

de Oliveira pela colaboração e por toda contribuição na execução do presente

trabalho.

A todos os técnicos(as) de laboratórios, tanto da Universidade Estadual

do Paraná, como da UTFPR, pela disponibilidade que demonstraram em me

ensinar, ajudar e executar as etapas deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Cláudio Takeo Ueno, a Prof. Dra. Patrícia Carneiro Lobo

Faria, a Prof. Dra. Lúcia Felicidade Dias, ao Prof. Dr. Fabiano Moreno Peres, ao

Prof. Msc Bruno de Oliveira Freitas, à Prof. Dra. Elisangela Corradini, à Prof. Dra.

Lígia Flávia Antunes Batista, pelas observações pertinentes e todos os

esclarecimentos de dúvidas que tive enquanto executava este trabalho. À Prof.

Dra. Gizilene Maria de Carvalho pelos espectros de infravermelho. Em especial, à

Dra. Tatiane Cristina Dal Bosco, que sempre esteve disposta a me ajudar,

aconselhar e orientar em todos os meus passos profissionais e pessoais.

Agradeço também a todos os professores da graduação que em algum

momento colaboraram, de forma direta ou indireta, no desenvolvimento e

execução do projeto e deste trabalho final de conclusão de curso, e, em especial

à banca examinadora, pela contribuição na avaliação deste trabalho.

Agradeço a minha família, que mesmo distante, sempre me apoiou e me

manteve firme nos momentos difíceis dessa etapa da minha vida.

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Sou grata também a todos os meus queridos amigos, que de alguma

forma estiveram envolvidos na execução do presente trabalho, e, além disso, que

compartilharam comigo vários momentos especiais nesse período acadêmico,

tanto dentro como fora da Universidade, sempre me mantendo firme e segura

para conseguir terminar a graduação de maneira honrosa. Dessa forma, é com

muito carinho que agradeço, em especial, todos os momentos compartilhados

durante todo o curso à: Alisson Boeing, Ana Carolina Jacobs, Arthur Rojo, Bruna

Fávaro, Carolina Arfelli, Daniel Moco, Edson Massi, Felipe Nunes, Fernanda

Mangili, Gabriel Barca, Isabela Machado, Lívia Buono, Lívia Deliberador, Marcela

Arfelli, Mariana Sbizzarro, Mônica Bertachi, Nariane Bernardo, Noelle Salsa,

Newmar Vernilo, Rafael Ciciliato, Vitor Alvares, Vitor Galdino, Vinícius Sichieri e

Tais Albertoni. Sendo que cada pessoa marcou, compartilhou e esteve ao meu

lado em diferentes momentos, seja de tristeza e de desafios, como de alegria e

felicidade. Muito obrigada pela paciência, amizade, carinho, compreensão e toda

ajuda oferecida durante essa longa jornada acadêmica, que foi muito especial em

minha vida. E mesmo sabendo que a distância irá separar-me de várias pessoas,

o sentimento que ficou marcado jamais será apagado.

Gostaria de agradecer também a todos os amigos que fiz durante a

execução do meu Estágio Curricular Obrigatório, realizado na EMBRAPA SOJA

(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), agradeço, dessa forma, a todos

os funcionários da empresa que contribuíram com a execução das atividades que

acrescentaram na minha formação profissional e pessoal. E ainda, em especial,

torno público o meu sentimento de gratidão: ao meu supervisor direto Sr. Cláudio

Briganó e também ao Moisés de Aquino, ao Igor Ayroza, à Maurícia Arruda, ao

Marcos Oliveira, ao “Marcão”, ao João Roberto, à Tamyres Degan e ao Tony

Degan, à Flávia Gonçalves, ao Bruno Teruo, à Kelly, ao Emídio, ao Reinaldo

Campos, Cristina, Guilherme, Ingrid, Camila, que não somente colaboraram com

o trabalho desenvolvido na empresa, mas que, além disso, me ampararam em

momentos de dificuldade durante o período do estágio juntamente com a

graduação.

Por fim, agradeço a todos pela colaboração direta ou indiretamente na

conclusão de mais esta etapa dessa longa jornada acadêmica.

Muito obrigada!

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“The earth has enough for all our needs, but only enough.”

(GANDHI, Maratma).

“A Terra tem o suficiente para todas as nossas

necessidades, mas somente o necessário.” (GANDHI,

Maratma).

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GONÇALVES, Paula Fernanda Almeida. Obtenção e caracterização de compósitos poliméricos biodegradáveis obtidos via extrusão a partir de PLA (ácido polilático), amido de mandioca, glicerol e bagaço de cana-de-açúcar. 2013. 83 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Ambiental). – Curso de Engenharia Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Londrina, 2013.

RESUMO

Há tempos é percebida a importância dos materias poliméricos no cotidiano das sociedades, uma vez que esses possuem diversas aplicações. Porém, pode-se afirmar que a grande maioria desses materiais são transformações de material plástico originários do petróleo. Além da utilização e do esgotamento de recursos naturais (petróleo), a maior preocupação relacionada a esses materiais consiste na destinação e disposição final desses materiais. De frente a tal problemática pode-se citar o estudo e desenvolvimento de novos materiais poliméricos biodegradáveis, como uma proposta para minimizar impactos e passivos ambientais. Portanto, este trabalho teve como objetivo a obtenção de compósitos poliméricos biodegradáveis via extrusão, produzidos por diferentes formulações de PLA (ácido polilático), amido de mandioca, bagaço de cana-de-açúcar (resíduo lignocelulósico) e glicerol, assim como a caracterização das suas propriedades físico-químicas e biodegradáveis. Os compósitos foram preparados com uma extrusora de laboratório e foram utilizadas quantidades variáveis de fibras e amido e quantidades fixas de glicerol e PLA, que resultou em 3 tipos de formulações (FC, F1 e F2). Os resultados indicaram que: (i) foi possível preparar compósitos tanto de amido de mandioca como com fibras provenientes do bagaço de cana-de-açúcar; (ii) espectros de FT-IR mostraram as estruturas das formulações após a incorporação do amido de mandioca, bagaço de cana-de-açúcar e glicerol; (iii) a densidade média de FC foi de 0,0148, F1 de 0,0175 e F2 0,0130 g/cm³. Somente o FC apresentou um coeficiente de variação maior que 10%, representando uma média dispersão de boa precisão, sendo que F1 e F2 apresentaram CV menor que 10%, onde o valor do erro é mínimo; (iv) a Formulação F2 apresentou a maior capacidade de absorção de água em todos os intervalos de tempo quando comparada às outras amostras (FC e F1); (v) o teste de biodegradabilidade apesar de sido simples e rápido (14 dias) apresentou resultados de perda de massa e a análise visual dos compósitos mostrou que todas as formulações apresentaram sinais de degradação com sua estrutura mais finas e quebradiças, mas a Formulação F2 foi a que apresentou mais pontos ou regiões de fragmentação e sinais de biodegradação, as amostras preparadas de PLA não apresentaram alterações. Este estudo mostrou-se importante, pois foi possível obter um material biodegradável, com adequadas e excelente taxa de biodegradação, além de ser composto de resíduo industrial de baixo valor agregado. Palavras-chave: Polímeros biodegradáveis. PLA (ácido polilático). Bagaço de cana-de-açúcar. Amido. Glicerol. Extrusão.

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GONÇALVES, Paula Fernanda Almeida. Obtainment and characterization of biodegradable polymer composites obtained by extrusion from PLA (polylactic acid), cassava starch, glycerol and sugar cane bagasse. 2013. 83 f. Course Conclusion work (Bachelor of Environmental Engineering). - Environmental Engineering Graduation, Federal Technological University of Parana (UTFPR). Londrina, 2013.

ABSTRACT

For a long time is perceived the importance of polymeric materials in the society daily life, once they have several applications. However, we can say that the vast majority of these materials are plastic material transformations originated from oil. In addition to the use and depletion of natural resources (oil), the greatest concern related to these materials is the destination and disposal of these materials. Facing such a problem it can be cited the study and development of new biodegradable polymeric materials, such as a proposal to minimize environmental impacts. Therefore, this work had as objective to obtain of biodegradable polymeric composites through extrusion, produced by different formulations of PLA (polylactic acid), cassava starch, sugar cane bagasse (lignocellulosic residue) and glycerol, as well as the characterization of their physico-chemical and biodegradable properties. The composites were prepared with a laboratory extruder and used varying amounts of starch and fiber and fixed amounts of glycerol and PLA, which resulted in 3 types of formulations (FC, F1 and F2). The results indicated that: (i) it was possible to prepare both composites of cassava starch as well as with fibres from sugar cane bagasse; (ii) FT-IR spectra showed the structures of the formulations after incorporation cassava starch, bagasse of sugar cane and glycerol; (iii) the average density of FC was 0.0148, F1 and F2 0.0130 0.0175. Only the FC has a coefficient of variation greater than 10 per cent, representing an average dispersion of good accuracy, and F1 and F2 presented CV less than 10 per cent, where the value of the error is minimal; (iv) The F2 formula presented the highest water absorption capacity at all intervals when compared to the other samples (FC and F1); (v) the biodegradability test, despite being simple and fast (14 days), presented results of mass loss and the visual analysis of composites showed that all the formulations showed signs of degradation based on their thinner and brittle structure, but the formulation was presented the F2 more points or regions of fragmentation and signs of biodegradation, the prepared specimens of PLA showed no changes. This study was important because it was possible to obtain a biodegradable material, with adequate and excellent biodegradation rate, in addition to being composed of industrial waste of low added value.

Keywords: Biodegradable polymers. PLA (Polylactic Acid). Sugar cane bagasse. Starch. Glycerol. Extrusion.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Reação de polimerização sintetizada......................................... 21 Figura 2 - Segmentação do Mercado de Transformados Plásticos Por

Aplicação / 2010..........................................................................

22 Figura 3 - Estrutura química do PLA............................................................ 26 Figura 4 - Processo de produção de PLA.................................................... 27 Figura 5 - Estereoisômeros do ácido lático.................................................. 27 Figura 6 - Cadeia de celulose....................................................................... 29 Figura 7 - A celulose..................................................................................... 29 Figura 8 - Estrutura química da amilose (a) e amilopectina (b).................... 30 Figura 9 - Estrutura química do glicerol........................................................ 32 Figura 10 - Coleta do resíduo industrial......................................................... 34

Figura 11 - PLA resin REVODE 201.............................................................. 35

Figura 12 - Bagaço de cana-de-açúcar seco................................................. 36 Figura 13 - Corte manual do bagaço de cana-de-açúcar seco...................... 37

Figura 14 - Bagaço de cana-de-açúcar seco cortado.................................... 37

Figura 15 - Moinho de facas do tipo “Thomas Wiley” – à esquerda e o processo de trituração do bagaço de cana-de-açúcar - à direita...........................................................................................

38 Figura 16 - Bagaço de cana-de-açúcar triturado............................................ 38 Figura 17 - Bagaço de cana-de-açúcar peneirado......................................... 39 Figura 18

- Fluxograma detalhado do processo de preparação do bagaço de cana-de-açúcar para extrusão................................................

39

Figura 19 - Pesagem em balança analítica do bagaço de cana-de-açúcar..........................................................................................

40

Figura 20 - Bagaço de cana-de-açúcar em dessecador................................ 40 Figura 21 - Preparação da Formulação FC................................................... 42 Figura 22 - Extrusora dupla-rosca de laboratório........................................ 43 Figura 23 - Extrusão dos compósitos.......................................... 43 Figura 24 - Preparação das amostras para determinação da CAA dos

compósitos produzidos................................................................

45 Figura 25 - Imersão das amostras em água destilada................................... 45 Figura 26 - Preparação dos compósitos para análise de

biodegradabilidade.......................................................................

46 Figura 27 - Inserção dos compósitos em leira de compostagem................... 48 Figura 28 - PLA puro, Formulação FC, F1 e F2............................................. 50 Figura 29 - Preparação das amostras para determinação da CAA dos

compósitos produzidos................................................................

45 Figura 30 - Análise da biodegradabilidade dos

compósitos após 4 dias................................................................

60 Figura 31 - Análise visual da biodegradabilidade do da Formulação F2

após 4 dias...................................................................................

61 Figura 32 - Análise visual da biodegradabilidade das Formulações FC, F1

e F2 após 14 dias

62

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Espectro de FT-IR do PLA (ácido polilático)........................... 51 Gráfico 2 - Espectro de FT-IR da Formulação FC.................................... 52 Gráfico 3 - Espectro de FT-IR da Formulação F1.................................... 53 Gráfico 4 - Espectro de FT-IR da Formulação F2.................................... 54 Gráfico 5 - Comparação entre os espectros de FT-IR do PLA e das

Formulações FC, F1 e F2......................................................

54

Gráfico 6 - Análise de variância da densidade das Formulações FC, F1 e F2.........................................................................................

57

Gráfico 7 - Capacidade de Absorção de água (CAA) das Formulações FC, F1 e F2............................................................................

59

Gráfico 8 - Análise de variância da análise de biodegradabilidade das médias das perdas de massa das Formulações FC, F1 e F2............................................................................................

64

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Resultados da capacidade de absorção de água (CAA) das amostras, em diferentes tempos (1, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 min).................................................................................

58 Quadro 2 - Cronograma das atividades desenvolvidas no TCC 1 e 2... 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Propriedades químicas do bagaço de cana-de-açúcar....... 29 Tabela 2 - Propriedades do PLA........................................................... 35 Tabela 3 - Formulações dos compósitos poliméricos........................... 41 Tabela 4 - Dimensões das amostras utilizadas para determinação de

absorção de água nos compósitos produzidos............................................................................

44

Tabela 5 - Dimensões das amostras FC, F1 e F2 para análise de densidade.............................................................................

46

Tabela 6 - Dimensões das amostras FC, F1 e F2 para análise de biodegradabilidade...............................................................

47

Tabela 7 - Massa das amostras FC, F1, F2 e PLA para análise de biodegradabilidade...............................................................

47

Tabela 8 - Teor de umidade do bagaço de cana-de-açúcar................................................................................... 49

Tabela 9 - Análise estatística do teor de umidade das amostras............................................................................... 49

Tabela 10 - Massa das Formulações FC, F1 e F2.................................. 55 Tabela 11 - Análise estatística das massas das Formulações FC, F1 e

F2......................................................................................... 55 Tabela 12 - Densidade obtida das amostras........................................... 56 Tabela 13 - Análise estatística da densidade das

amostras............................................................................... 56 Tabela 14 - Resultados da análise de variância referente aos valores

da CAA das Formulações FC, F1 e F2 nos diferentes tempos..................................................................................

60

Tabela 15 - Teste de Tukey para comparação da CAA das Formulações FC, F1 e F2 nos diferentes tempos..................................................................................

60

Tabela 16 - Massa das amostras FC, F1, F2 e PLA após 14 dias da análise de biodegradabilidade............................................ 62

Tabela 17 - Perda de massa das amostras FC, F1, F2 e PLA após 14 dias da análise de biodegradabilidade................................ 62

Tabela 18 - Análise estatística da perda de massa das amostras FC, F1, F2 e PLA após 14 dias da análise de biodegradabilidade...............................................................

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................ 15 1.2 OBJETIVOS GERAIS ................................................................................... 17 1.2.1 Objetivos Específicos ................................................................................. 17 1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA ........................................ 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 20 2.1 POLÍMEROS ................................................................................................ 20 2.2 MATERIAIS/PRODUTOS POLIMÉRICOS ................................................... 22 2.2.1 Polímeros Sintéticos ................................................................................... 23 2.2.2 Polímeros Biodegradáveis .......................................................................... 24 2.3 ÁCIDO POLILÁTICO OU POLIACTATO – PLA ............................................ 25 2.4 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ............................................................... 28 2.5 AMIDO .......................................................................................................... 30 2.6 GLICEROL .................................................................................................... 31 2.7 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS COMPÓSITOS BIOPOLIMÉRICOS ........ 33 3 MATERIAS E MÉTODOS ............................................................................. 34 3.1 MATERIAIS .................................................................................................. 34 3.2 MÉTODOS .................................................................................................... 36 3.2.1 Preparo do Bagaço de Cana-de-açúcar para Extrusão .............................. 36 3.2.2 Caracterização do Bagaço de Cana-de-açúcar .......................................... 40 3.2.2.1 Determinação do teor de umidade .......................................................... 40 3.2.3 Formulação e Preparação dos Compósitos ............................................... 41 3.2.4 Processo de Extrusão para Obtenção dos Compósitos..............................42 3.2.5 Caracterização dos Compósitos Produzidos .............................................. 44 3.2.5.1 Espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR) ................................ 44 3.2.5.2 Determinação da capacidade de absorção de água (CAA) ..................... 44 3.2.5.3 Densidade ............................................................................................... 45 3.2.5.4 Análise da biodegradabilidade ................................................................ 45 3.2.6 Análises Estatísticas dos Dados Obtidos ................................................... 48 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 49 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ....................... 49 4.1.1 Determinação do Teor de Umidade ........................................................... 40 4.2 FORMULAÇÃO DOS COMPÓSITOS........................................................... 50 4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS COMPÓSITOS ................................................... 51 4.3.1 Espectroscopia na Região do Infravermelho (FT-IR) ................................. 51 4.3.1.1 FT-IR do PLA (ácido polilático) ................................................................ 51 4.3.1.2 FT-IR da Formulação (FC) ...................................................................... 52 4.3.1.3 FT-IR das Formulações F1 e F2 ............................................................. 53 4.3.2 Densidade .................................................................................................. 55 4.3.3 Determicação da Capacidade de Absorção de Água (CAA) ...................... 57 4.3.4 Avaliação da Biodegradabilidade dos Compósitos ..................................... 60 5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 65 6 POSSÍVEIS FUTUROS TRABALHOS ......................................................... 67 7 CRONOGRAMA ........................................................................................... 68 7.1 ETAPAS ........................................................................................................ 69 7.1.1 1ª Etapa ...................................................................................................... 69

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7.1.2 2ª Etapa ...................................................................................................... 70 7.1.3 3ª Etapa ...................................................................................................... 70 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 71 APÊNDICES ....................................................................................................... 78

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1 INTRODUÇÃO

Nesse capítulo são abordados os seguintes temas: (i) contextualização, (ii)

objetivos gerais e específicos, (iii) justificativa e relevância da pesquisa; e (iv)

estrutura do trabalho.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Desde os primórdios, é percebida a importância dos materias poliméricos no

cotidiano das sociedades, uma vez que esses possuem diversas aplicações, como

por exemplo, em utensílios domésticos, embalagens, biomateriais, peças e

equipamentos automotivos, construção civil, entre outras (ROSA et al., 2000;

CANEVAROLO, 2002; SILVA et al., 2003; PIATTI et al., 2005). Porém, pode-se

afirmar que a grande maioria desses materiais são transformações de material

plástico originários do petróleo, devido às suas características, sendo utilizado em

praticamente todas as atividades econômicas e cotidianas (SINDIPLAST, 2011).

Nas últimas décadas é notório que o crescente aumento da urbanização, em

escala global, tem levado a um aumento na geração de resíduos, o qual hoje

representa um dos maiores impactos causado ao meio ambiente (KUMAR, 2010

apud BRITO, 2011). Dentro deste contexto, pode-se destacar a evolução no

descarte de materiais plásticos no Brasil e no mundo, originários de fontes não

renováveis e não biodegradáveis (CARR, 2007). Pesquisas realizadas apontam que

20% da composição da coleta seletiva de 443 municípios brasileiros são plásticos

(CEMPRE, 2010). Segundo o SINDPLAST (2011) tem-se que: “o consumo anual

médio per capita de plásticos no Brasil é de cerca de 30 kg/habitante e a tendência é

que esse indicador aumente”. Esse consumo pode chegar a 100 kg/habitante nos

países mais desenvolvidos. O consumo brasileiro de plásticos gira em torno de 6,2

milhões de toneladas e cresce cerca de 5% ao ano (SINDIPLAST, 2011).

A maior preocupação relacionada a esses materiais consiste na destinação

e disposição final desses materiais. Portanto, há tempos vem se desenvolvendo

novas tecnologias para o tratamento desses resíduos, sendo que as soluções mais

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utilizadas são o aterramento, incineração, reciclagem ou compostagem

(DASKALAPOULAS et al., 1997 apud CALVÃO, 2009).

De frente a tal problemática pode-se citar o estudo e desenvolvimento de

novos materiais poliméricos biodegradáveis, provenientes de fontes renováveis,

como uma proposta para minimizar impactos e passivos ambientais. A produção

desses materiais ecologicamente e ambientalmente corretos pode ser enxergada

como contribuinte para o desenvolvimento sustentável (BRITO, 2011). Sendo que tal

desenvolvimento citado pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e

Desenvolvimento (World Commissionon Enviromnment and Develpment – WCED) é

aquele que atende as necessidades da geração atual sem comprometer as

necessidades das futuras gerações, sendo designado como o desenvolvimento que

não esgota os recursos para o futuro (VARGAS, 2000; BLANCO, 2008; CALVÃO,

2009; KARAKOSTA, 2010 apud BRITO, 2011).

Segundo George (2001) apud Razera (2006),

A conscientização com relação a questões relacionadas ao impacto ambiental e desenvolvimento sustentável tem levado a renovação no interesse em materiais provenientes de fontes naturais, aumentando a introdução de novas matérias-primas e produtos (GEORGE, 2001 apud RAZERA, p.1).

Deste modo, pesquisas vêm sendo desenvolvidas em busca de polímeros

biodegradáveis que atendam as propriedades dos polímeros convencionais

sintéticos (principalmente em relação à resistência).

Um polímero biodegradável que tem sido bastante estudado nas últimas

décadas é o PLA (ácido polilático) (WANG et al., 2008), o qual possui propriedades

bastante semelhantes aos demais polímeros derivados do petróleo, tal como o

polipropileno. Porém, o custo de produção desse polímero é ainda bastante alto se

comparado aos demais polímeros sintéticos. De acordo com Pelicano et al. (2009),

“quando comparado ao polímero convencional, o alto custo na produção de

polímeros biodegradáveis dificulta muito o seu emprego para a maioria das

indústrias”.

Portanto, existem estudos referentes à adição de amido e também de fibras

de celulose em misturas poliméricas (blendas) que visam melhorar a

biodegradabilidade dos compósitos à base de PLA, bem como reduzir custos da

produção desses biopolímeros (SHIN et al., 2006; YU et al., 2006; WANG et al.,

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2008; VERCELHEZE et al., 2012; GARCÍA et al., 2012; MARAIS et al., 2012).

Essas pesquisas buscam avaliar as características e propriedades dos compósitos

produzidos.

1.2 OBEJTIVO GERAL

Esse trabalho teve como objetivo geral a obtenção de compósitos

poliméricos biodegradáveis via extrusão, produzidos por diferentes formulações de

PLA (ácido polilático), amido de mandioca, bagaço de cana-de-açúcar (resíduo

lignocelulósico) e glicerol, assim como a caracterização das suas propriedades

físico-químicas e biodegradáveis.

1.2.1 Objetivos Específicos

Preparar o bagaço de cana-de-açúcar para viabilizar o processo de

extrusão;

Caracterizar o bagaço de cana-de-açúcar, quanto ao seu teor de

umidade;

Desenvolver misturas poliméricas em diferentes formulações com as

matérias-primas: PLA (ácido polilático), amido de mandioca, bagaço de cana-de-

açúcar (resíduo lignocelulósico) e glicerol;

Caracterizar as propriedades: físico-químicas e biodegradáveis dos

compósitos produzidos;

Analisar estatisticamente as amostras, referentes às diferentes

formulações, a fim de avaliar qual apresenta melhores propriedades.

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1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Tendo em vista as mudanças globais atuais - referentes à preservação e

conservação do meio ambiente - como, por exemplo, o aumento significativo da

população mundial no decorrer dos anos, assim como o avanço urbano, o qual

representa uma das causas do aumento na geração de resíduos sólidos (CHUNG,

1998; CARR, 2007). Esses resíduos em sua maioria são de origem polimérica

(produtos plásticos), deste modo é notória a necessidade que novas tecnologias de

produção mais limpa e de prevenção à poluição sejam desenvolvidas, visando à

minimização de impactos ambientais, bem como a redução do uso dos recursos

naturais não renováveis (MELLO, 2002; CNTL, 2003; RENSI e SCHENINI, 2006).

Pode-se considerar que um dos maiores problemas ambientais atuais

consiste na desenfreada produção de resíduos sólidos por parte das atividades

antrópica, portanto é de extrema importância a busca por alternativas e soluções

que causem um menor impacto ambiental. Portanto neste contexto, o

desenvolvimento de produtos biodegradáveis, não tóxicos, de destinação final mais

simplificada, designados como material ecologicamente ou ambientalmente correto

pode ser considerado uma alternativa para minimizar a geração de resíduos

(NARAYAN, 1994; CAGLIARI, 2003).

Deste modo mostra-se evidente a relevância do presente estudo, pois a

produção e caracterização de novos compósitos biodegradáveis visa contribuir para

o desenvolvimento sustentável de novos produtos, tendo como consequência a

minimização de impactos ambientais e de utilização de recursos naturais a partir da

parcial ou total substituição de produtos sintéticos de origem não renovável por

produtos originários de recursos renováveis (ROSA et al., 2001).

De acordo com Konnig (1993) apud Almeida (2012):

O interesse em polímeros biodegradáveis tem crescido muito nos últimos anos em nível mundial. Apesar disso, o alto custo de produção dos biodegradáveis em comparação aos plásticos convencionais ainda tem se constituído num problema para ser resolvido (KONNIG, 1993 apud ALMEIDA, 2012).

Vale ressaltar que neste trabalho será utilizado resíduo de bagaço de cana-

de-açúcar e amido de mandioca como aditivo para a mistura polimérica, sendo que o

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primeiro mostra-se de extrema importância no âmbito ambiental, pois no Brasil e no

mundo a produção no setor sucroalcooleiro mostra-se ampla e essa atividade

produz um grande volume de resíduo, o qual neste trabalho será reaproveitado,

contribuindo na minimização do passivo ambiental; e o segundo é incorporado,

assim como o bagaço de cana-de-açúcar para reduzir custos de produção de PLA.

Por fim, outro ponto importante dessa pesquisa é a utilização de um método

de produção de materiais semelhante ao utilizado pelas indústrias de polímeros

sintéticos convencionais (plásticos), a extrusão. Segundo a SINDPLAST (2011) o

processo de extrusão: “é o mais importante processo de transformação de

plásticos”. Assim, é relevante destacar que as técnicas utilizadas no processo

produtivo do material biodegradável do presente trabalho são importantes para

possíveis aplicações e desenvolvimento de materiais no âmbito industrial.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo é apresentada uma breve revisão dos conceitos aplicáveis ao

estudo dos materiais poliméricos. Uma vez que o objetivo do presente trabalho é a

obtenção de um produto polimérico ecologicamente correto, serão apresentados os

aspectos importantes para a formulação de polímeros biodegradáveis, bem como os

subsídios relevantes para a obtenção desse material.

Deste modo, o enfoque dessa pesquisa será dado ao biopolímero PLA

(ácido polilático), ao resíduo de bagaço de cana-de-açúcar, ao amido de mandioca e

ao glicerol.

2.1 POLÍMEROS

Polímeros é um termo de origem grega que tem como significado: poli

(muitos) e meros (partes), portanto pode-se dizer que são compostos químicos

constituídos de muitas partes, e consequentemente suas massas moleculares são

elevadas. (REIS, 2010; SILVA et al., 2003; PIATTI et al., 2005; PAOLLI, 2008).

Sendo assim, esses compostos são estruturas macromoleculares procedentes,

muitas vezes, por ligações covalentes, ou interações intermoleculares ou

intramoleculares entre várias moléculas (monômeros) (CANEVAROLO, 2002; MANO

et al., 1999). Reis (2010) ressalta que: “todo polímero é uma macromolécula, porém

nem toda macromolécula é um polímero”.

De acordo com Lopes (2007) os polímeros fazem parte do cotidiano do

homem desde o período antes de cristo, porém o que se encontrava e acreditava na

época que tais materiais eram todos de origem natural, como por exemplo, os

polissacarídeos, as proteínas, a celulose, entre outros. Somente a partir do início do

século XX que o estudo dos polímeros foi realmente consolidado e os materias

macromoleculares passaram a ser não somente de origem natural, mas também

sintetizados pelo processo de polimerização (Figura 1), o qual foi instituído pelo

químico alemão Hermann Staudinger (1851- 1963), sendo este ainda o responsável

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pela formulação da tese que existem macromoléculas (HAGE, 1998; WAN, 2001;

LOPES, 2007).

Segundo Carr (2007) os polímeros são sintetizados por meio de reações de

polimerização a partir de reagentes monoméricos. Essas reações são classificadas

em: radicular, catiônica, aniônica, por catálise e por reação de condensação

(PAOLLI, 2008). A reação de ligação dos monômeros pode ocorrer de duas formas

principais sendo por adição ou por condensação (SILVA, 2003).

Figura 1 – Reação de Polimerização sintetizada. Fonte: Autoria Própria.

Os polímeros podem ser classificados quanto à constituição química dos

meros, os quais podem ser: homopolímeros ou copolímeros, no qual o primeiro é

originário de apenas um tipo de mero, o segundo é derivado de diferentes tipos de

meros. (SILVA e SILVA, 2003; SILVA, 2009; SINDIPLAST, 2011). Os polímeros que

contem massa molecular muito elevada são nomeados altos polímeros, enquanto os

de baixa massa molecular são designados do grego oligômeros (poucas partes).

(UFMG, 2005 apud CARR, 2007).

São também classificados quanto à origem do polímero, a qual pode ser

natural ou sintética. Entre os polímeros mais conhecidos e utilizados estão, segundo

SILVA (2003):

Naturais: borracha natural (cis-poliisopreno), a celulose, as proteínas, o

amido.

Sintéticos: polietileno, polipropileno, PET, entre outros.

Muitos polímeros são usualmente e mundialmente, conhecidos como

plásticos, porém não se pode afirmar que são todos, pois existem polímeros

constituídos nas estruturas corporais humanas, animais e vegetais, sendo que

podem ser materiais originalmente orgânicos ou sintéticos (WAN, 2001).

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A partir da descoberta da reação de formação dos polímeros foram

desencadeados desenvolvimentos, estudos, caracterizações e produções de novos

materiais poliméricos (Figura 2).

Figura 2 - Segmentação do Mercado de Transformados Plásticos Por Aplicação / 2010. Fonte: Anuário Indústria Química ABIQUIM (2010) apud ABIPLAST (2010).

2.2 MATERIAIS/PRODUTOS POLIMÉRICOS

Primeiramente faz-se necessário a conceituação do termo degradação e

biodegradação ou biodegradabilidade de materiais poliméricos.

Segundo Paolli (2008), degradação é:

“Qualquer reação química que altera a qualidade de interesse de um material polimérico ou de um composto polimérico. Como “qualidade de interesse” entende-se a característica inerente ao uso de um determinado artefato polimérico. Podem ser considerados, por exemplo, a flexibilidade, a resistência elétrica, o aspecto visual, a resistência mecânica, a dureza, etc.” (PAOLLI, 2008).

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O Conselho Integrado de Gerenciamento do Lixo (2007) define a

biodegradabilidade como um processo no qual todos os fragmentos de materiais são

consumidos por microrganismos como fonte de alimento (nutrientes) e de energia. O

processo de fragmentação biológica de materiais ocorre por meio da ação de

bactérias, fungos e/ou algas (PAOLLI, 2008; CALVÃO, 2009).

Segundo a NBR 15448-1 apud SINDIPLAST, 2011: “a biodegradação é a

degradação causada por atividade biológica de ocorrência natural, por ação

enzimática”.

Ao contrário dos materiais biodegradáveis, existem os resistentes ao método

biológico de degradação, conhecidos como não biodegradáveis (sintéticos), os quais

demoram longos períodos de tempo (10 a 100 anos) para serem degradados

abioticamente. Contudo, atualmente, esses tipos de materiais são mais comumente

encontrados no mercado.

Por conseguinte podemos entender melhor os produtos comerciais

poliméricos encontrados atualmente.

2.2.1 Polímeros Sintéticos

A maior parte de produtos poliméricos comercialmente encontrados hoje são

sintéticos, sendo que na maioria das vezes são derivados de fontes não renováveis,

como o petróleo. A utilização dessa fonte é explicada pelas suas excelentes

propriedades mecânicas e térmicas juntamente com a sua grande versatilidade

(CALABRIA, 2010).

Segundo Almeida (2012) os polímeros sintéticos podem ser considerados

como uma inovação tecnológica, popularmente conhecidos como plásticos, devido

as propriedades, como: resistência química e mecânica, leveza e por serem

utilizados em diversas aplicações como, por exemplo, em embalagens, próteses,

peças automotivas, tintas, entre outras milhares. Esses polímeros são encontrados

hoje em quase todos os produtos comerciais (WAN, 2001).

Em termos gerais, esses tipos de polímeros são geralmente hidrocarbonetos,

portanto as ligações químicas encontradas apresentam apenas átomos de carbono

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e hidrogênio, podendo possuir ramificações ou não (linear). Esse tipo de ligação

química nos materiais oferece resistência à degradação, pois são mais difíceis de

serem quebradas (CARR, 2007).

2.1.2 Polímeros Biodegradáveis

Os polímeros biodegradáveis são materiais degradáveis por meio da ação

de microrganismos (algas, bactérias, fungos) em um curto período de tempo (média

um ano, dependendo das características do polímero) (SILVA, 2003). Os

microrganismos utilizam os polímeros fragmentados por eles como fonte de alimento

e energia.

Cabe ainda ressaltar que o processo de biodegradação gera como produto

da decomposição desses materiais: água, CO2 (Dióxido de Carbono), outras fontes

de biomassa. (ZHANG, 2000 apud CALABRIA, 2010). Assim nota-se segundo o

Conselho Integrado de Gerenciamento do Lixo (2007) que a decomposição dos

“polímeros biologicamente degradáveis devem se comportar como outros materiais

orgânicos no solo, como por exemplo, folhas e gravetos, sem deixar quaisquer

partículas ou resíduos que possam prejudicar o solo”.

A estrutura molecular desses polímeros biodegradáveis, formados por

átomos de oxigênio, nitrogênio, carbono e hidrogênio oferece maior facilidade de

ação dos microrganismos no processo degradativo se comparada aos polímeros

constituídos por ligações mais fortes de carbono (CALVÃO, 2009).

Os polímeros biodegradáveis podem ser obtidos por meio de fontes

renováveis podendo ser naturais ou sintéticos segundo Silva (2003):

Naturais: são biopolímeros sintetizados pelos microrganismos e/ou

plantas. Ex: P[3HB] (Poli(hidroxibutirato)); amido de milho, trigo, mandioca, batata;

óleos de semente de linhaça; fibras lignocelulósicas, etc.

Sintéticos: são biopolímeros sintetizados por processos industriais,

obtidos através da fermentação de monômeros naturais, como por exemplo, ácido

polilático (PLA), polihidroxialcanoato (PHA) e polihidroxibutirato (PHB).

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Existem diversos fatores que influenciam nos processos de decomposição

biológica dos biopolímeros, bem como condições adequadas. Como citado, por

exemplo, alguns fatores relevantes, por Stevens (2002) apud Calvão (2009):

Forma de descarte (aterros, leiras de compostagem, por exemplo);

Presença ou não de microrganismos específicos;

Geração de enzimas apropriadas para a decomposição de polímeros

específicos;

Temperatura e pH;

Degradação aeróbia;

Nutrientes presentes, etc.

Deste modo, há décadas vêm sendo estudado o desenvolvimento de novos

materiais biodegradáveis, porém é notória a inviabilidade da produção, em larga

escala, de tais polímeros por indústrias, devido ao seu alto custo quando comparado

com os polímeros sintéticos convencionais (ROSA et al., 2001). Por tal motivo,

pesquisas vêm sendo desenvolvidas a fim de minimizar custos de produção de

materiais biopoliméricos, como por exemplo, a utilização de fibras de celulose e de

amido como aditivos naturais em diferentes formulações de produtos biodegradáveis

(BARHAM, 1984; STEVENS, 1999; GOGOLEWSKI, 1993 apud ROSA et al., 2001).

De acordo com Pelicano et al. (2009) o mercado mundial de polímeros

biodegradáveis teve um crescimento de 18.400 toneladas em 2006 para 24.350

toneladas em 2007 e tem-se a estimativa que essa produção chegue em 54.000

toneladas até 2012.

2.3 ÁCIDO POLILÁTICO – PLA

O Ácido Polilático (PLA), do inglês Poly (Lactic Acid), com nome dado pela

IUPAC de ácido 2-hidróxipropanóico (Figura 3), é da família dos poliésteres

alifáticos, termoplástico e resistentes (WANG et al., 2008), produzido por síntese

química do ácido lático por meio da fermentação bacteriana do amido ou de glicose

extraído do milho, entre outras vias de produção como, por exemplo, compostos

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facilmente convertidos a hexoses como amido de arroz, trigo batata, açúcares, etc.

(PRADELLA, 2006; LUNT, 1998; GUERRA, 2010; OLIVEIRA, 2006)

Figura 3 - Estrutura química do PLA. Fonte: PRADELLA, 2006

O processo de produção do PLA a partir de uma fonte de carbono ocorre em

duas etapas de acordo com Pradella (2006), sendo representado na Figura 4, no

qual uma é indireta, via lactato, resultando no poliactato e outra direta por meio da

polimerização por condensação, resultando no ácido lático, porém ambos os

produtos são denominados como PLA.

O processo de polimerização do ácido lático, que é uma molécula quiral1,

pode produzir dois isômeros ópticos: o levógiro (L-) e o dextrogiro (D-) ácido lático

(Figura 5) (LUNT, 1998; PRADELLA, 2006).

Segundo Wang et al. (2008), nas últimas décadas, tem sido estudado as

aplicações do PLA como polímero biodegradável em diversos materiais. Visto que

ele possui características comparáveis aos termoplásticos sintéticos derivados do

petróleo: poliestireno cristal (PS) e o poli (tereftalato de etileno) – PET

(principalmente a resistência mecânica).

Tem-se atualmente, que a principal aplicação do PLA produzido está no

desenvolvimento de embalagens, a qual representa cerca de 70%, e o restante está

no setor de fibras e têxteis, agricultura, eletrônicos, aparelhos e aparatos domésticos

(PRADELLA, 2006). O poli (L-ácido lático) (PLLA) vem sendo usado também na

área biomédica, em aplicações médicas, como biomateriais, devido à sua

característica de biocompatibilidade e bioreabsorção (JAHNO, 2005).

1 Molécula Quiral: molécula orgânica que contém pelo menos um carbono com quatro radicais

(ligantes) diferentes.

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Figura 4 - Processo de produção de PLA. Fonte: PRADELLA, 2006.

Figura 5 – Estereoisômeros do ácido lático. Fonte: Adaptado de LUNT, 1998.

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Porém, o PLA é mais caro que os polímeros convencionais derivados de

petróleo. (AURAS et.al., 2004 apud WANG et al., 2008). E observa-se que a

produção de PLA irá aumentar nos próximos anos, com a unidade fabril em Blair,

Nebraska, EUA, a qual pretende aumentar sua produção de 140.000 toneladas para

450.000 toneladas de PLA por ano. E ainda é esperado um aumento no uso desse

polímero em diversas aplicações já citadas (BALKCOM et al., 2002 apud OLIVEIRA,

2006).

2.4 BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

O bagaço de cana-de-açúcar é um resíduo do processamento e da moagem

da cana-de-açúcar para produção de açúcar e de biocombustíveis. De acordo com

levantamentos realizados, o Brasil atualmente é considerado como o maior produtor

de cana de açúcar, no qual sua produtividade média nos últimos anos mostrou um

aumento de 44 para 67 toneladas de produção de cana por hectare. De acordo com

a União da Indústria da Cana-De-Açúcar (UNICA) a projeção de moagem de cana-

de-açúcar de 533,50 milhões de toneladas na safra de 2011/2012 (AGÊNCIA

ESTADO, 2011). É relevante ressaltar que cada tonelada de cana-de-açúcar produz

aproximadamente 250 kg de bagaço e 204 kg de palhas e ponteiras com cerca de

50% de umidade (GURGEL, 2010; PAULA et al., 2009; MARABEZI, 2009;

CAMARGO, 2009).

Atualmente, frente a essa problemática, buscam-se alternativas para

minimizar tal passivo ambiental causado pela abundante produção de cana-de-

açúcar, tal como utilizar o bagaço de cana-de-açúcar como fonte de combustível de

caldeiras (RAICHER, 2011). São também encontradas pesquisas referentes à

incorporação desse resíduo na produção de polímeros, visando diminuir custos de

produção de polímeros, agregar valor ao resíduo, entre outras aplicações.

O bagaço de cana-de-açúcar é um material lignocelulósico fibroso, sendo

que, do ponto de vista físico, é constituído por aproximadamente 50% de umidade,

45% de estruturas fibrilares, sendo a estrutura de celulose a mais abundante em

quantidade (Figura 6 e 7), e 5% de extrativos e componentes inorgânicos

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(D’ALMEIDA, 1978; MARABEZI, 2009). As propriedades químicas do bagaço de

cana são mostradas na Tabela 1.

Figura 6 – Cadeia de celulose. Fonte: Geocities (2005) apud Rinald et al. (2008)

Figura 7 – A celulose. Fonte: Tecnicaindustrial (2013).

Tabela 1 – Propriedades químicas do bagaço de cana-de-açúcar

Propriedades químicas do bagaço (%)

Componente Bagaço integral Fibra Medula

Celulose 46,6 47 41,2

Polioses 25,2 25,1 26

α-celulose 38,3 40,4 -

Lignina 20,7 19,5 21,7

Extrativos 2,7 2,3 2,9

Solubilidade em H20 quente 4,1 3,4 4,2

Solubilidade em H2O fria 2,2 2,1 4,0

Solubilidade em NaOH 1% 34,9 32,0 36,1

Cinzas 2,6 1,4 5,4

Fonte: TRIANA at. al. (1990) apud GURGEL (2010).

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2.5 AMIDO

O produto amiláceo extraído das partes aéreas comestíveis dos vegetais é

designado como amido (ABAM, 2004). Sendo que esse constitui uma das mais

importantes reservas das plantas superiores, na qual o amido representa cerca de

60 a 75 % do peso da planta. É então considerado um polímero natural, pois possui

dois polissacarídeos, sendo a amilose e a amilopectina (Figura 8) (CARR, 2007).

Figura 8 – Estrutura química da amilose (a) e amilopectina (b). Fonte: Geocities (2005) apud Rinald et al. (2008).

O amido é encontrado como reserva de alimentos de plantas como o milho,

arroz, mandioca, e assim por diante e é armazenado em formas de grânulos.

Segundo Pradella (2006) o amido é armazenado nas plantas em formas de

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grânulos, no qual esses possuem propriedades hidrofílicas. Possui origem

renovável, o qual apresenta custo relativamente baixo. Sob condições de pressão e

temperatura e em presença de agente plastificante o amido pode ser gelatinizado, e

transformado em um fundido sob efeito de cisalhamento, sendo que tal produto é

designado como amido termoplástico. Esse pode ser empregado em diversas

aplicações, como é o caso em misturas poliméricas (RÓZ, 2003).

Esse produto possui usos abundantes, sendo utilizado no Brasil

principalmente em indústrias alimentícias, metalúrgicas, farmacêuticas, papel e

papelão, têxtil e outras (ABAM, 2004).

Atualmente, pesquisas vêm sendo desenvolvidas no intuito de se utilizar o

amido como um polímero biodegradável, associando-o com outros materiais

poliméricos (AVEROUS et al., 2001). Porém, segundo Carvalho (2002) a quantidade

limite que pode ser aplicada em misturas poliméricas é de 10%, a qual visa não

prejudicar as propriedades mecânicas do produto final da mistura.

No caso, o amido é associado ao PLA por ser um material barato e derivado de

fonte renovável, sendo completamente biocompatível e biodegradável. Sua pequena

estrutura granular o torna um bom preenchedor de partículas em muitos sistemas

poliméricos (JUN, 2000; AVEROUS et al., 2004; ZHAO et al., 2006, FAVIS et al.,

2003 apud WANG, 2008).

2.6 GLICEROL

Desde 1959, o glicerol, é reconhecido como uma substância atóxica e

possuí características de ser um líquido oleoso, incolor, viscoso e de sabor doce,

solúvel em água e álcool em quaisquer proporções e pouco solúvel em éter, acetato

de etila e dioxano e insolúvel em hidrocarbonetos. Quimicamente o glicerol é um tri-

álcool com 3 carbonos, é nomeado segundo a IUPAC como 1,2,3-propanotriol

(Figura 9) (ARRUDA et al., 2006).

A presença de três grupos hidroxila na estrutura do glicerol é responsável

pela solubilidade em água e sua natureza higroscópica, e sua geometria fornece o

ponto de partida para mecanismos de várias reações químicas com aplicações

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práticas. É uma molécula altamente flexível formando ligações de hidrogênio tanto

intra como intermoleculares (BARBOSA, 2004).

Figura 9 – Estrutura química do glicerol. Fonte: BARBOSA, 2004.

De acordo com Beltrão (2002), os processos de fabricação de glicerol são de

baixa complexidade tecnológica e permitindo seu emprego, tais como: (i) na

indústria química, como insumo para síntese de resinas, ésteres e plásticos; (ii) na

indústria farmacêutica, como componentes de cápsulas, medicamentos; (iii) em

cosméticos, por ser insípido, inodoro, tem sido amplamente utilizado como emoliente

e umectante em cremes para a pele, maquiagens em geral; (iv) na indústria

alimentícia, utilizado na composição de umectantes e conservação de bebidas e

alimentos como refrigerantes, balas, bolos, entre outros.

O glicerol é muito utilizado como agente plastificante em várias classes de

polímeros, e como plastificante ao polímero no caso do amido se deve a sua

compatibilidade (BASTIOLI, 1995; GUILBERT et.al., 1995).

Os plastificantes são empregados aos polímeros com o objetivo de melhorar

a processabilidade e aumentar a flexibilidade, sendo que apresentam massa

molecular menor em relação ao polímero, formando um material aparentemente

homogêneo, mais macio, mais flexível e mais fácil de processar do que o respectivo

polímero. Desta forma, o material resultante apresenta uma temperatura de

transição vítrea menor e maior volume livre do que o polímero sem plastificante

(MILES et al., 1975).

Uma possível forma de atuação dos plastificantes em polímeros envolve a

redução das forças intermoleculares das cadeias poliméricas pelas moléculas do

plastificante, pois estas atuam como um agente de lubrificação, permitindo que as

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macromoléculas deslizem umas sobre as outras mais livremente (GUIMARÃES et

al., 2006).

Com relação à miscibilidade com o polímero, o plastificante deve ser

compatível e permanecer no sistema. Isto implica em uma similaridade de forças

intermoleculares dos dois componentes. O peso molecular do plastificante deve ser

alto o suficiente para que não seja vaporizado durante o processamento (RABELLO,

2000).

2.7 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DOS COMPÓSITOS BIOPOLIMÉRICOS

As misturas poliméricas baseadas em diferentes formulações de compostos

provenientes de fontes renováveis são estudadas visando substituir, minimizar

custos, produzir produtos semelhantes aos de origem sintética de fontes não

renováveis.

Os produtos dessas misturas podem ser aplicados no setor das embalagens,

substituir plásticos, utensílios domésticos, produtos sustentáveis, ambientalmente

corretos.

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3 MATERIAS E MÉTODOS

Neste capítulo são apresentados os materiais, métodos experimentais

utilizados na obtenção dos compósitos poliméricos e as técnicas empregadas na

caracterização do material obtido via extrusão.

3.1 MATERIAIS

Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizadas as seguintes matérias-

primas: PLA (ácido polilático), amido de mandioca, bagaço de cana-de-açúcar

(resíduo agroindustrial) e glicerol.

O resíduo agroindustrial utilizado neste trabalho foi coletado da produção de

vendedores de caldo de cana do comércio local da cidade de Londrina, no dia 19 de

novembro de 2012 (Figura 10).

Figura 10 – Coleta do resíduo industrial. Fonte: Autoria própria.

O PLA utilizado no trabalho foi o “PLA resin REVODE 201” fornecido pela

empresa chinesa ZhejiangHisunBiomaterialsCo.,Ltd. (Figura 11), que possui

propriedades físicas de acordo com a Tabela 2.

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Foi utilizado no experimento o amido de mandioca da marca Yoki Alimentos

S.A. (Paranavaí - PR).

Como agente plastificante para a mistura polimérica foi utilizado o glicerol

fornecido pela Synth (Labsynth).

Figura 11 - PLA resin REVODE 201. Fonte: Empresa ZhejiangHisunBiomaterialsCo.,Ltd.

Tabela 2 - Propriedades do PLA

Propriedades do PRODUTO 201 (PLA REVODE) Métodos

Propriedades Físicas

Peso Específico (g/cm³) 1,25 ±0,05 GB/T1033-1986

Índice de Derretimento,

g/10min (190º C/2,16Kg) 10-30 GB/T3682-2000

Ponto de Fusão (oC) 140-150 GB/T19466.3-2004

Temperatura de Transição

Vítrea (oC)

54-60 GB/T19466.2-2004

Propriedades Mecânicas

Resistência à Tração

(MPa) ≥ 45 GB/T1040-1992

Alongamento na Ruptura

(%) ≥ 3,0 GB/T1040-1992

Resistência à Impactos

(KJ/m2, Izod) 3~5 GB/T1043-1992

Encolhimento na Moldagem 0,004 ISSO 294-4:2001

Fonte: Empresa ZhejiangHisunBiomaterialsCo.,Ltd. (2011).

Todos os reagentes utilizados nas análises tiveram grau analítico PA.

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3.2 MÉTODOS

3.2.1 Preparo do Bagaço de Cana-de-açúcar para Extrusão

O resíduo lignocelulósico coletado, bagaço de cana-de-açúcar, foi

submetido, primeiramente, a um procedimento de secagem, que ocorreu de forma

natural à luz solar, nas dependências da Universidade Tecnológica Federal do

Paraná (UTFPR), durante os dias 20, 21 e 22 de novembro de 2012, onde a

temperatura máxima foi de 33,2oC e mínima de 19,9oC, com umidade relativa média

para os três dias de 55,3%, no município de Londrina-PR (IAPAR, 2012) (Figura 12).

Figura 12 - Bagaço de cana-de-açúcar seco. Fonte: Autoria própria.

A granulometria do bagaço de cana-de-açúcar recomendada para realizar o

trabalho era de, aproximadamente, de 0,5 milímetros no mínimo, a fim de não

comprometer a extrusora a ser utilizada para a produção dos compósitos. E ainda

para que fosse possível submeter o resíduo a uma mistura polimérica.

Portanto, para obter a granulometria recomendada, observou-se que seria

necessário triturar o resíduo em um moinho específico. Para que fosse possível

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realizar esse processo foi necessário realizar o corte manual do bagaço de cana-de-

açúcar seco (Figura 13).

Figura 13 – Corte manual do bagaço de cana-de-açúcar seco. Fonte: Autoria própria.

Após o corte manual do material (Figura 14), esse foi submetido novamente

a um processo de secagem, porém, dessa vez, foi levado a uma estufa de

circulação de ar forçada à 65ºC ± 5ºC por um período de aproximadamente 24

horas.

Figura 14 - Bagaço de cana-de-açúcar seco cortado. Fonte: Autoria própria.

No dia seguinte, o material seco e cortado foi encaminhado ao Laboratório

de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de

Londrina, sendo submetido ao processo de trituração em um moinho de facas

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estacionário do tipo “Thomas Wiley”, utilizando-se peneiras de crivos com malha de

um milímetro, o material triturado foi acondicionado em um balde de 25 litros alocado

abaixo do moinho (Figura 15 e 16).

Figura 15 - Moinho de facas do tipo “Thomas Wiley” – à esquerda e o processo de trituração do Bagaço de cana-de-açúcar à direita.

Fonte: Autoria própria.

Figura 16 - Bagaço de cana-de-açúcar triturado. Fonte: Autoria própria.

Para atingir a granulometria do bagaço de cana-de-açúcar recomendada

para realizar o trabalho foi necessário utilizar peneiras de 0,5 mm a fim de retirar

fibras com tamanhos maiores que pudessem danificar o processo de extrusão

(Figura 17).

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Figura 17 - Bagaço de cana-de-açúcar peneirado. Fonte: Autoria própria.

Para demonstrar o processo de preparação do bagaço de cana-de-açúcar a

ser utilizado na mistura polimérica, para o processo de extrusão foi realizado um

fluxograma, que é mostrado na Figura 18.

Figura 18 – Fluxograma detalhado do processo de preparação do bagaço de cana-de-açúcar para extrusão. Fonte: Autoria própria.

COLETA DO RESÍDUO LIGNOCELULÓSICO

(BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR)

SECAGEM NATURAL

CORTE MANUAL

SECAGEM ARTIFICIAL

MOAGEM

PEINERAÇÃO

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3.2.2 Caracterização do Bagaço de Cana-de-açúcar

3.2.2.1 Determinação do teor de umidade

A determinação dos teores de umidade das amostras de bagaço de cana-

de-açúcar preparadas para o processo de extrusão, teve início a partir da pesagem

de aproximadamente cinco gramas, realizada em triplicata, em balança analítica

com tampa e previamente tarada (Figura 19).

Figura 19 - Pesagem em balança analítica do bagaço de cana-de-açúcar. Fonte: Autoria própria.

As amostras foram levadas a uma estufa (105º C 05ºC) por um período de

4 horas (ABNT, 1998). O material seco foi levado a um dessecador até atingir massa

constante de acordo com a ABNT NBR 9656 (1998) (Figura 20).

Figura 20 - Bagaço de cana-de-açúcar em dessecador. Fonte: Autoria própria.

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Assim, o teor de umidade do bagaço de cana-de-açúcar foi obtido por meio

da seguinte equação:

Teor de Umidade (%) = [(m0 – m1)/m1] x 100

Onde:

Teor de Umidade (%) – porcentagem de umidade

m0 – massa (g) da amostra úmida

m1 – massa (g) da amostra seca

3.2.3 Formulação e Preparação dos Compósitos

A produção dos compósitos foi estipulada utilizando três diferentes

proporções das matérias-primas para as misturas poliméricas (amido de mandioca,

bagaço de cana-de-açúcar, glicerol e PLA), as quais foram denominadas de:

Formulação Controle – FC (sem adição de bagaço de cana-de-açúcar), Formulações

F1 e F2 (com adição de bagaço de cana-de-açúcar, em diferentes quantidades), e

essas são apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3 – Formulações dos compósitos poliméricos.

FORMULAÇÕES FC FC (%) F1 F1 (%) F2 F2 (%)

Amido (g) 237,5 52,78 212,5 47,22 187,5 41,67

Bagaço de cana-de-açúcar

(g) 0 0,00 25 5,56 50 11,11

Glicerol (g) 112,5 25,00 112,5 25,00 112,5 25,00

PLA (g) 100 22,22 100 22,22 100 22,22

TOTAL (g) e (%) 450 100,00 450 100,00 450 100,00

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A preparação das misturas poliméricas teve início com a pesagem dos

componentes, sendo que primeiramente preparou-se a Formulação FC.

Inicialmente foram pesados o glicerol e o PLA, em suas devidas quantidades

previamente estabelecidas. Foi realizada a mistura dessas substâncias com o auxílio

de uma espátula e posteriormente foi adicionada a quantidade de amido de

mandioca para FC. Misturaram-se novamente os componentes até atingir uma

mistura homogênea (Figura 21).

Figura 21 – Preparação da Formulação FC. Fonte: Autoria própria.

A preparação de F1 e F2 seguiu o mesmo procedimento utilizado para FC,

só diferindo-se pela adição do bagaço de cana-de-açúcar por último, em suas

devidas quantidades estipulada anteriormente. Sendo que a adição do resíduo

lignocelulósico foi realizada após a mistura dos outros componentes, e ocorreu o

mesmo processo de homogeneização.

3.2.4 Processo de Extrusão para Obtenção dos Compósitos

Os compósitos poliméricos foram produzidos via extrusão, com uma

extrusora dupla-rosca de laboratório (Modelo BGM 0.20 330V, 60Hz, motor de 4kW),

composta por roscas com diâmetro de 250 mm, com 8 zonas de aquecimento para

produção de pellets e 9 para produção de filmes; sistema com ar interno para

formação do balão e anel de ar externo para resfriamento durante a formação dos

filmes com diâmetro de 150 a 300 mm, com 2 bobinas de acionamento pneumático;

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controladores e indicadores de temperatura digital microprocessados; controle

proporcional integral derivativo (PID) das zonas de aquecimento e refrigeração da

torre de resfriamento; bobinador automático e granulador com regulador de

velocidade. O perfil de temperatura utilizado para extrusão ficou na faixa dos 160°C

para o funcionamento do equipamento, 90°C no pé das roscas e a velocidade da

rosca foi de 50 rotações por minuto (rpm) (Figura 22).

Figura 22 - Extrusora dupla-rosca de laboratório. Fonte: Autoria própria.

As extrusões das três formulações ocorreram todas da mesma maneira, ou

seja, foi realizada a adição da mistura polimérica ao equipamento lentamente até a

formação dos compósitos poliméricos na saída do equipamento (Figura 23).

Figura 23 – Extrusão dos compósitos. Fonte: Autoria própria.

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3.2.5 Caracterização dos Compósitos Produzidos

3.2.5.1 Espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR)

Os compósitos estudados, bem como a matéria-prima de PLA tiveram suas

características estruturais analisadas pela técnica da espectroscopia vibracional na

região do infravermelho médio – faixa de varredura 400-4000 cm-1 e os espectros

registrados foram registrados em um espectrômetro de FT-IR, da Perkin Elmer.

3.2.5.2 Determinação da capacidade de absorção de água (CAA)

Para determinação da capacidade de absorção de água (CAA) das

formulações produzidas, todas as amostras dos compósitos poliméricos foram

preparadas, nas dimensões apresentadas na Tabela 4, com o auxílio de um

paquímetro (Figura 24).

Tabela 4 – Dimensões das amostras utilizadas para determinação de absorção de água nos compósitos produzidos.

Dimensões Diâmetro (m) Comprimento (m) Volume (cm³)

FC 0,003 0,03 7,06858

F1 0,0029 0,03 6,60520

F2 0,0028 0,03 6,15752

Segundo a ABNT NM-ISSO 535 (1999), as amostras foram pesadas e

imersas em água destilada por 1, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos (Figura 25). Após

tais períodos, o excesso de água foi removido com auxílio de um papel de seda, e

logo em seguida as amostras foram pesadas novamente. A quantidade de água

absorvida foi calculada pela diferença de massa (final e inicial) e expressa como a

massa da água absorvida pela massa da amostra original. Os valores obtidos foram

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referentes às médias de cinco determinações para cada formulação (VERCELHEZE

et al., 2012).

Figura 24 – Preparação das amostras para determinação Da CAA dos compósitos produzidos. Fonte: Autoria própria.

Figura 25 – Imersão das amostras em água destilada. Fonte: Autoria própria.

3.2.5.3 Densidade

A densidade foi obtida por meio da relação entre a massa e o volume dos

compósitos produzidos. Dessa forma, foram analisadas as médias dos valores de 10

determinações de cada formulação.

As dimensões de todos compósitos foram previamente medidos, com o

auxílio de um paquímetro, para a determinação da densidade de cada formulação

(Tabela 5).

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Tabela 5 – Dimensões das amostras FC, F1 e F2 para análise de densidade.

Dimensões Diâmetro (m) Comprimento (m) Volume (cm³)

FC 0,032 0,03 24,1274

F1 0,026 0,03 15,9278

F2 0,028 0,03 18,4725

3.2.5.4 Análise da biodegradabilidade

Primeiramente, foi realizada a preparação dos compósitos poliméricos (FC,

F1 e F2), assim como o PLA puro para serem analisados quanto a sua

biodegradação (Figura 26).

Figura 26 – Preparação dos compósitos para análise de biodegradabilidade. Fonte: Autoria própria.

Para este ensaio de biodegradação foram preparados cinco amostras de

cada formulação e também de PLA puro. Todas as amostras foram pesadas em

balança analítica e suas dimensões foram medidas com o uso de um paquímetro,

conforme apresentadas nas Tabelas 6 e 7.

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Tabela 6 – Dimensões das amostras FC, F1 e F2 para análise de biodegradabilidade.

Dimensões Diâmetro (m) Comprimento (m) Volume (cm³)

FC 0,00315 0,05 7,79311

F1 0,0026 0,05 5,30929

F2 0,0028 0,05 6,15752

Tabela 7 - Massa das amostras FC, F1, F2 e PLA para análise de biodegradabilidade.

MASSA (g) FC F1 F2 PLA

Amostra 1 0,5509 0,3562 0,3602 0,617

Amostra 2 0,5070 0,3913 0,377 0,9728

Amostra 3 0,5220 0,3922 0,3499 2,0756

Amostra 4 0,5705 0,3926 0,3674 1,7188

Amostra 5 0,5434 0,4136 0,3724 2,4544

Média 0,535725 0,397425 0,366675 1,56772

Para analisar a biodegradabilidade dos compósitos produzidos, assim como

do PLA puro, utilizou-se um composto orgânico em fase de humificação à base de

esterco de ovinos e materiais orgânicos de origem vegetal (podas de grama), ou

seja, os compósitos foram alocados, no dia 16 de março de 2013, no interior de uma

leira de compostagem (Figura 27). No dia da inserção dos materiais, a temperatura

ambiente era de aproximadamente 24oC e a temperatura no interior da leira era de

aproximadamente 27oC, as quais foram medidas com um Termômetro Digital tipo

Espeto da marca Incoterm.

As amostras foram avaliadas quanto ao aspecto visual e perda de massa

dos compósitos durante o período de 14 dias.

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Figura 27 – Inserção dos compósitos em leira de compostagem. Fonte: Autoria própria.

3.2.6 Análises Estatísticas dos Dados Obtidos

Os resultados numéricos obtidos, foram analisados sob condições

estatísticas, utilizando os conceitos aplicáveis dessa, como por exemplo, média,

desvio padrão, erro percentual, coeficiente de variação (CV) e gráficos estátiscos

para descrever o comportamento e as características dos compósitos produzidos.

Foram aplicados métodos de análise de variância (ANOVA) para avaliar e

comparar os valores e as médias obtidas das experimentações realizadas. Para isso

foi utilizado o teste de aceitação (Teste de Tukey), ao nível de 5% de significância.

As análises foram realizadas utilizando-se os programas estatísticos GraphPad

Prism 6.0 e o BioEstat 5.0.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos a partir do

desenvolvimento dos compósitos poliméricos, bem como suas análises e

discussões.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR

4.1.1 Determinação do Teor de Umidade

Os teores de umidade das amostras de bagaço de cana-de-açúcar,

preparadas para processo de extrusão, são apresentados na Tabela 8.

Com o auxílio do programa estatístico BioEstat 5.0 foi realizado a análise

descritiva dos dados quantitativos das amostras, a fim de avaliar o teor de umidade

das amostras de bagaço de cana-de-açúcar (Tabela 9).

Tabela 8 – Teor de umidades do bagaço-de-cana.

Amostras Massa úmida (m0) Massa seca (m1) Umidade (%)

Amostra 1 5,0020 4,4402 12,65

Amostra 2 4,9998 4,4650 11,98

Amostra 3 5,0050 4,5468 10,08

Tabela 9 – Análise estatística do teor de umidade das amostras.

Dados estastísticos Umidade (%)

Média Aritmética 11,57

Desvio padrão 1,3332

Erro padrão 0,7697

Coeficiente de variação (CV) 11,52%

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Em relação aos resultados dos teores de umidade das amostras nota-se que

a umidade média das amostras de bagaço de cana-de-açúcar foi de 11,57%, com

desvio padrão de 1,3332%, representando uma média dispersão de boa precisão,

ou seja, a media é representativa, pois o coeficiente de variação apresentou-se entre

10 e 20% (PIMENTEL GOMES, 2000).

Portanto, estes valores são compatíveis com os descritos na literatura

(NOLASCO et al., 1998).

4.2 FORMULAÇÃO DOS COMPÓSITOS

Os compósitos produzidos via extrusão apresentaram variações nas cores,

textura e no diâmetro. Sendo que a Formulação Controle apresentou uma cor mais

clara, próxima à cor “gelo” e com uma textura mais lisa que as Formulações F1 e F2,

que se mostraram com uma cor mais escura, próxima do marrom, devido à adição

da do bagaço de cana-de-açúcar, e seus diâmetros foram milimetricamente menores

que FC. Nas Formulações F1 e F2 percebem-se visualmente alguns pontos

características das fibras do resíduo incorporado (Figura 28).

Figura 28 – PLA puro, Formulação FC, F1 e F2. Fonte: Autoria própria.

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51

4.3 CARACTERIZAÇÃO DOS COMPÓSITOS

4.3.1 Espectroscopia na Região do Infravermelho Médio (FT-IR)

Foram obtidos e discutidos os resultados dos espectros de infravermelho

médio (FT-IR) para o PLA (ácido polilático), assim como para as formulações FC, F1

e F2. Além disso, foi realizada uma análise comparativa entre todos os espectros

nas subseções seguintes.

4.3.1.1 Espectro de FT-IR do PLA (ácido polilático)

A estrutura química do mero do PLA (Figura 3) apresenta como principal

função química o éster, portanto sugere que o seu espectro exponha os sinais

evidentes para este biopolímero (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Espectro de FT-IR do PLA (ácido polilático).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

500150025003500

Tra

ns

mit

ân

cia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

FT-IR DO PLA

1760 cm-1

1460 e 1389 cm-1

1190 e 1090 cm-1

2980 e 2940 cm-1

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52

Dessa forma, no espectro de FT-IR do PLA é possível perceber a presença

dos sinais de estiramento CH de carbono sp³ (CH3 e CH) em 2980 e 2940 cm-1,

assim como os sinais de dobramento CH de carbono sp³ (CH3 e CH) em 1460 e

1389 cm-1. O sinal referente à carbonila do éster (C=O) é evidenciado em 1760 cm-1

e os sinais em 1190 e 1090 cm-1 podem ser atribuídos às ligações C-O de ésteres.

Todos esses sinais são condizentes com a afirmação da função éster na estrutura

química do PLA.

4.3.1.2 Espectro de FT-IR da Formulação Controle (FC)

O espectro obtido da mistura polimérica da Formulação FC (amido de

mandioca, glicerol e PLA) (Gráfico 2) apresentou a presença de uma única banda

larga em 3350 cm-1, referente à deformação axial simétrica das hidroxilas (OH

associado), em ligações de hidrogênio intra e intermolecular, presente nas estruturas

químicas do glicerol e do amido.

Gráfico 2 – Espectro de FT-IR da Formulação Controle (FC).

Os sinais de 2954 e 2925 cm-1, referem-se às deformações axiais

assimétricas das ligações CH e CH2, assim como os sinais de 1450 e 1388 cm-1.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

5001000150020002500300035004000

Tra

ns

mit

ân

cia

(%

)

Número de onda (cm-1)

FT-IR da Formulação Controle

3350 cm-1 2954 e 2925 cm-1

1760 cm-1

1450 e 1388 cm-1

1084 e 1043cm-1

1185 cm-1

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53

O sinal atribuído em 1760 cm-1 é referente à ligação C=O, assim como o

sinal de 1185 cm-1 referente ao C-O característico de éster, porém mostrando-se em

menor intensidade que no espectro do PLA.

Percebe-se também um aumento na intensidade dos sinais de 1084 e 1043

cm-1 referentes às deformações axiais das ligações C-O de álcoois primários e

secundários, presentes na cadeia polimérica do amido.

Conclui-se que o esses sinais são condizentes com as estruturas do amido e

do glicerol incorporados ao PLA.

4.3.1.3 Espectro de FT-IR das Formulações F1 e F2

Nos espectros das formulações F1 e F2 (Gráfico 3 e 4) percebe-se

claramente que o sinal em aproximadamente de 3340 cm-1 referente ao OH de

álcoois tiveram sua intensidade aumentada, da mesma forma os sinais referentes do

C-O de álcoois primários e secundários também se sobressaíram. Isto pode ser

explicado pela inserção de fibras provenientes de bagaço de cana-de-açúcar, onde o

componente majoritário é a celulose.

Gráfico 3 – Espectro de FT-IR da Formulação F1.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

5001000150020002500300035004000

Tran

smit

ânci

a (%

)

Número de ondas (cm-1)

FT-IR FORMULAÇÃO F1

3340 cm-1

1760 cm-1

2954 e 2925 cm-1

1040 cm-1

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54

Gráfico 4 – Espectro de FT-IR da Formulação F2.

O gráfico 5 compara os quatro espectros, referente ao PLA e as formulações

Controle, F1 e F2.

Gráfico 5 – Comparação entre os espectros de FT-IR do PLA e das Formulações FC, F1 e F2.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

5001000150020002500300035004000

Tra

ns

mit

ân

cia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

FT-IR FORMULAÇÃO F2

3340 cm-1

2954 e 2925 cm-1

1760 cm-1

1040 cm-1

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

5001000150020002500300035004000

Tra

ns

mit

ân

cia

(%

)

Número de ondas (cm-1)

FT-IR PLA e FORMULAÇÕES FC, F1 e F2

F1

FC

PLA

F2

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55

4.3.2 Densidade

As três formulações tiveram suas massas pesadas em 10 determinações

(Tabela 10) e essas foram analisadas estatisticamente (Tabela 11).

Tabela 10 – Massa das Formulações FC, F1 e F2.

FORMULAÇÕES FC F1 F2

Massa (g)

0,35550 0,29820 0,23900

0,46880 0,28320 0,23790

0,31170 0,26100 0,20490

0,33100 0,28420 0,26550

0,31100 0,28150 0,27180

0,36460 0,27900 0,23100

0,38000 0,26180 0,24220

0,33860 0,31800 0,24880

0,31360 0,25350 0,22350

0,39890 0,27160 0,24600

Tabela 11 – Análise estatística das massas das Formulações FC, F1 e F2.

FC F1 F2

Média aritmética 0,3574 0,2792 0,2411

Desvio padrão 0,0493 0,0190 0,0193

Erro padrão 0,0156 0,0060 0,0061

Coeficiente de Variação (CV) 13,81% 6,82% 8,01%

Em relação aos resultados das massas pesadas das três formulações pode

perceber que a massa média de FC foi de 0,3574 gramas, F1 foi de 0,2792 gramas

e F2 0,2411 gramas, com desvio padrão de 0,0493, 0,0190 e 0,0193, para FC, F1 e

F2, respectivamente. Somente o FC apresentou um CV maior que 10%,

representando uma média dispersão de boa precisão, sendo que F1 e F2

apresentaram CV menor que 10%, onde o valor do erro é mínimo (PIMENTEL

GOMES, 2000).

A análise de densidade foi obtida por meio da relação entre a massa e o

volume do compósito produzido, e o resultado foi expresso em g/cm3 (Tabela 12).

Foram analisadas as 10 determinações, com dimensões apresentadas na Tabela 5,

em relação a estatística descritiva dos valores obtidos das amostras (Tabela 13).

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56

Tabela 12 – Densidade obtida das amostras.

FORMULAÇÕES FC F1 F2

Densidade (g/cm³)

0,01473 0,01872 0,01294

0,01943 0,01778 0,01288

0,01292 0,01639 0,01109

0,01372 0,01784 0,01437

0,01289 0,01767 0,01471

0,01511 0,01752 0,01251

0,01575 0,01644 0,01311

0,01403 0,01996 0,01347

0,01300 0,01592 0,01210

0,01653 0,01705 0,01332

Tabela 13 – Análise estatística da densidade das amostras.

FC F1 F2

Média aritmética 0,0148 0,0175 0,0130

Desvio padrão 0,0020 0,0012 0,0010

Erro padrão 0,0006 0,0004 0,0003

Coeficiente de Variação (CV) 13,81% 6,82% 8,01%

Em relação aos resultados das densidades obtidas das três formulações

pode percebe que a densidade média de FC foi de 0,0148 ± 0,002 g/cm3, F1 de

0,0175 ± 0,0012 g/cm3 e F2 0,0130 ± 0,001 g/cm3. Somente o FC apresentou um CV

maior que 10%, representando uma média dispersão de boa precisão, sendo que F1

e F2 apresentaram CV menor que 10%, onde o valor do erro é mínimo (PIMENTEL

GOMES, 2000).

Os dados obtidos também foram analisados pelo teste de Tukey de com-

paração de médias (p ≤ 0,05), com auxílio do software Biostat 5.3. Todos os valores

de densidade das amostras das 3 formulações diferiram-se entre si, pois

apresentaram p ≤ 0,05.

A menor densidade foi obtida na amostra F2 (F2 0,0130 ± 0,001 g/cm3),

pode observar que a adição das fibras levou ao decréscimo significativo (teste de

Tukey, p ≤ 0,05) da densidade nas amostras FC e F1. De acordo com Glenn et al.

(2001) apud Marengo et al. (2012) a densidade de espumas de amido decresce com

a adição de fibras. Possivelmente, a adição de fibras pode ter contribuído para o

reforço da matriz polimérica, levando a uma estrutura expandida mais estável

(MARENGO et al., 2012).

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57

O Gráfico 6 demonstra as diferenças significativas dos analisadas pelo teste

de Tukey de comparação de médias (p ≤ 0,05), Onde FC refere-se ao valor 1, F1 ao

2 e F2 ao 3.

Gráfico 6 – Análise de variância da densidade das Formulações FC, F1 e F2.

4.3.3 Determinação da Capacidade de Absorção de Água (CAA)

Todos os resultados de capacidade de absorção de água (CAA) das

amostras, realizada em diferentes tempos são apresentados no Quadro 1.

A Formulação F2 produzida com 50 gramas de bagaço de cana-de-açúcar

apresentou a maior capacidade de absorção de água em todos os tempos, quando

comparada às outras amostras (FC e F1). A Formulação Controle (FC) apresentou

os menores valores para a CAA, em todos os tempos, sendo que a Formulação F1

apresentou valores para a CAA menores que F2, porém maiores que FC (Quadro 1)

(Gráfico 7). Segundo Sjoqvist et al. (2010) apud Marengo et al. (2012), a formação

de espumas de menor densidade e estrutura porosa oferece uma maior CAA, como

foi observado neste trabalho.

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58

TEMPO

FC F1 F2

Massa Inicial

(g)

Massa Final (g)

Absorção (g)

Massa Inicial

(g)

Massa Final (g)

Absorção (g)

Massa Inicial

(g)

Massa Final (g)

Absorção (g)

1 Min

0,3520 0,3530 0,0010 0,2992 0,3003 0,0011 0,2290 0,2303 0,0013

0,3610 0,3617 0,0007 0,2834 0,2844 0,0010 0,2189 0,2203 0,0014

0,3350 0,3361 0,0011 0,2618 0,2627 0,0009 0,2879 0,2896 0,0017

0,3684 0,3692 0,0008 0,2857 0,2865 0,0008 0,2645 0,2657 0,0012

0,3254 0,3263 0,0009 0,2748 0,2761 0,0013 0,2748 0,2763 0,0015

5 Min

0,3265 0,3281 0,0016 0,2876 0,2894 0,0018 0,2219 0,2241 0,0022

0,3600 0,3618 0,0018 0,2975 0,2990 0,0015 0,2321 0,2340 0,0019

0,3359 0,3380 0,0021 0,3280 0,3302 0,0022 0,2496 0,2517 0,0021

0,3125 0,3137 0,0012 0,2511 0,2527 0,0016 0,2545 0,2564 0,0019

0,3514 0,3539 0,0025 0,2714 0,2735 0,0021 0,2326 0,2349 0,0023

10 Min

0,3257 0,3296 0,0039 0,2841 0,2877 0,0036 0,2466 0,2510 0,0044

0,4125 0,4153 0,0028 0,2795 0,2833 0,0038 0,2392 0,2438 0,0046

0,3642 0,3690 0,0048 0,2819 0,2864 0,0045 0,2279 0,2328 0,0049

0,3325 0,3365 0,0040 0,2799 0,2841 0,0042 0,2052 0,2100 0,0048

0,2932 0,2969 0,0037 0,2863 0,2909 0,0046 0,2708 0,2759 0,0051

15 Min

0,3215 0,3254 0,0039 0,3103 0,3148 0,0045 0,2290 0,2332 0,0042

0,3879 0,3916 0,0037 0,2971 0,3018 0,0047 0,2410 0,2456 0,0046

0,3452 0,3501 0,0049 0,2679 0,2715 0,0036 0,2489 0,2536 0,0047

0,3132 0,3183 0,0051 0,3182 0,3231 0,0049 0,2381 0,2434 0,0053

0,3698 0,3740 0,0042 0,3111 0,3163 0,0052 0,2032 0,2092 0,0060

20 Min

0,3412 0,3514 0,0102 0,2614 0,2735 0,0121 0,2536 0,2661 0,0125

0,4215 0,4315 0,0100 0,3495 0,3626 0,0131 0,2510 0,2628 0,0118

0,3966 0,4079 0,0113 0,2722 0,2831 0,0109 0,2322 0,2421 0,0099

0,3348 0,3447 0,0099 0,3136 0,3234 0,0098 0,2378 0,2491 0,0113

0,4058 0,4170 0,0112 0,3260 0,3365 0,0105 0,2190 0,2308 0,0118

25 Min

0,3184 0,3288 0,0104 0,3130 0,3240 0,0110 0,2256 0,2397 0,0141

0,3246 0,3365 0,0119 0,3124 0,3248 0,0124 0,2216 0,2344 0,0128

0,4082 0,4217 0,0135 0,2988 0,3126 0,0138 0,2690 0,2802 0,0112

0,3702 0,3812 0,0110 0,3606 0,3722 0,0116 0,2010 0,2133 0,0123

0,3242 0,3365 0,0123 0,2924 0,3036 0,0112 0,1846 0,1966 0,0120

30 Min

0,3966 0,4230 0,0264 0,3092 0,3318 0,0226 0,2338 0,2623 0,0285

0,3338 0,3482 0,0144 0,2794 0,2998 0,0204 0,2405 0,2545 0,0140

0,4375 0,4596 0,0221 0,3516 0,3732 0,0216 0,1950 0,2249 0,0299

0,3980 0,4175 0,0195 0,2715 0,2896 0,0181 0,2768 0,3001 0,0233

0,4312 0,4413 0,0101 0,2985 0,3257 0,0272 0,1842 0,2034 0,0192

Quadro 1 - Resultados da capacidade de absorção de água (CAA) das amostras, em diferentes tempos (1, 5, 10, 15, 20, 25 e 30 min).

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59

Gráfico 7 – Capacidade de Absorção de água (CAA) das Formulações FC, F1 e F2.

De acordo com Sjöqvis et al. (2010) apud Marengo (2012) polímeros que

são reforçados com fibras vegetais, a natureza hidrofílica destas fibras (decorrência

das hidroxilas presentes na celulose, hemicelulose e lignina) aumenta a capacidade

de absorção de água do material, quando comparado com o polímero isoladamente.

Portanto, os resultados obtidos estão de acordo com o que é proposto pelo autor

citado.

As amostras analisadas apresentaram alta capacidade de absorção de

água, tendo atingido ao final do experimento (30 min): FC 0,0264 g, F1 0,0272 g e

F2 0,0299 g de água absorvida. De acordo com Sjoqvist et al. (2010) e

Bouchonneau et al. (2010) apud Marengo et al. (2012), o aumento da porosidade de

um material faz com que tenha maior capacidade de sorção através do processo de

entrada da água nos espaços vazios.

Os dados obtidos também foram analisados pelo teste de Tukey de com-

paração de médias (Tabela 14), com auxílio do software GraphPad Prism 6.0. Todos

os valores de absorção de água nas amostras das 3 formulações nos diferentes

tempos diferiram-se entre si, pois apresentaram p ≤ 0,05 (Tabela 15).

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

0,035

0 5 10 15 20 25 30 35

Ab

so

rçã

o d

e á

gu

a (

g)

Tempo (minuto)

Capacidade de Absorção de Água (CAA) das Formulações FC, F1 e F2

FC

F1

F2

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60

Tabela 14 – Resultados da análise de variância referente aos valores da CAA das Formulações FC, F1 e F2 nos diferentes tempos.

Valor de P Significativo

Fator Formulação 0,0008 Sim

Fator Momento < 0.0001 Sim

Tabela 15 – Teste de Tukey para comparação da CAA das Formulações FC, F1 e F2 nos diferentes tempos.

a

M1 M5 M10 M15 M20 M25 M30

FC 0.0009 Aa 0.00184 Aa 0.00384 Aa 0.00436 Aa 0.01052 Ab 0.01182 Ab 0.0185 Ac

F1 0.00102 Aa 0.00184 Aa 0.00414 Aa 0.00458 Aa 0.01128 Ab 0.012 Ab 0.02198 Ac

F2 0.00142 Aa 0.00208 Aa 0.00476 Aa 0.00496 Aa 0.01146 Ab 0.01248 Ab 0.00348 Ba a

As médias apresentadas são as obtidas das observações originais seguidas das letras obtidas na comparação de médias a partir do Teste de Tukey. Letras maiúsculas iguais na coluna e letras minúsculas iguais na linha não diferem entre si de acordo com o Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. F0, F1, F2 = FC, F1 e F2, respectivamente. M1, M5, M10, M15, M20, M25, M30= 1, 5, 10, 15, 20, 25, 30 minutos, respectivamente.

4.3.4 Análise da Biodegradabilidade dos Compósitos

Os compósitos alocados na leira de compostagem foram analisados

visualmente no dia 20 de março de 2013, após 4 dias da inserção desses na

composteira (Figura 30).

Figura 30 – Análise da biodegradabilidade dos compósitos após 4 dias. Fonte: Autoria própria.

FC

F1

F2

PLA

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61

Os compósitos não apresentaram sinais de biodegradação, exceto o F2

(Figura 31). Tal fato pode ser explicado pelo curto período de contato amotra/solo.

Figura 31 – Análise visual da biodegradabilidade do da Formulação F2 após 4 dias.

Fonte: Autoria própria.

Os compósitos foram novamente analisados no dia 27 de março de 2013, ou

seja, 7 dias após a inserção desses na leira composteira. Não houve diferença visual

significativa do primeiro dia de análise, somente a Formulação F2 que apresentou

características de biodegradabilidade.

A última análise ocorreu no dia 30 de março de 2013, completando os 14

dias de incubação dos compósitos na leira composteira. A análise visual dos

compósitos após o período do ensaio de biodegradação mostrou que todas as

formulações apresentaram sinais de degradação (estrutura mais finas e

quebradiças), porém a Formulação F2 foi a que apresentou mais pontos ou regiões

de fragmentação e sinais de biodegradação. É importante ressaltar que todas as

amostras tiveram sua cor alterada em função do contato direto com o material de

ensaio utilizado (Figura 32).

As amostras preparadas de PLA não apresentou alteração, fato este pode

ser explicado por o material não deve ter tido contato com o composto e/ou

microorganismos. Portanto, o método de preparação das amostras de PLA foi

ineficaz, pois não obteve nenhum resultado.

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Figura 32 – Análise visual da biodegradabilidade das Formulações FC, F1 e F2 após 14 dias. Fonte: Autoria própria.

Todas as amostras foram novamente pesadas, após o período de 14 dias

(Tabela 16) e todas as formulações apresentaram perda de massa (Tabela 17).

Tabela 16 - Massa das amostras FC, F1, F2 e PLA após 14 dias da análise de biodegradabilidade.

MASSA (g) FC F1 F2

Amostra 1 0,5442 0,3562 0,1349

Amostra 2 0,4862 0,3913 0,2501

Amostra 3 0,4902 0,3922 0,2545

Amostra 4 0,5596 0,3926 0,1904

Amostra 5 0,5189 0,4136 0,1605

Tabela 17 – Perda de massa das amostras FC, F1, F2 e PLA após 14 dias da análise de biodegradabilidade.

Perda de massa (%) FC F1 F2

Amostra 1 1,216191686 10,05053341 62,5485841 2

Amostra 2 4,102564103 5,954510606 33,66047745

Amostra 3 6,091954023 8,847526772 27,26493284

Amostra 4 1,910604733 7,590422822 48,17637452

Amostra 5 4,508649245 7,591876209 56,90118153

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Os valores de perda de massa foram analisados estatisticamente, com o

auxílio do software BioEstat 5.0 (Tabela 18).

Tabela 18 – Análise estatística da perda de massa das amostras FC, F1, F2 e PLA após 14 dias da análise de biodegradabilidade.

FC F1 F2

Média aritmética 3,5660% 8,0070% 45,7103%

Desvio padrão 1,9886 1,5363 15,0023

Erro padrão 0,0006 0,6871 6,7092

Coeficiente de Variação (CV) 55,77% 19,19% 32,82%

Em relação aos resultados das perdas de massa obtidas das três

formulações percebe-se que a perda de massa média de FC foi de 3,5660 ±

1,9886%, F1 de 8,007 ± 1,5363% e F2 45,7103 ± 15,0023%. Todas as amostras

apresentaram um alto CV, representando uma alta dispersão (PIMENTEL GOMES,

2000). Essas perdas de massa podem ser atribuídas à biodegradação do amido e

das fibras.

Segundo a análise da Tabela 18, nota-se que a adição de amido de

mandioca e fibra colaborou para o processo de biodegradação, processo este

responsável pela perda de massa das formulações. E quanto maior a presença de

fibra (F2) maior será velocidade de biodegradação do composto.

Os dados obtidos também foram analisados pelo teste de Tukey de com-

paração de médias (ANOVA), com auxílio do software Biostat 5.3.

Entre a formulação FC e F1 não houve diferença significativa entre as

perdas de massa das amostras, porém comparando FC com F1 e F1 com F2, os

valores das perdas de massa das amostras diferiram-se entre si, pois apresentaram

p ≤ 0,05 (Gráfico 8).

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Gráfico 8 - Análise de variância da análise de biodegradabilidade das médias das perdas de massa das Formulações FC, F1 e F2.

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5 CONCLUSÃO

Neste trabalho, conclui-se que os compósitos poliméricos com a

incorporação de fibras provenientes do bagaço de cana-de-açúcar são viáveis de

serem produzidos do ponto de vista técnico. Foi possível verificar que as maiores

dificuldades para realização deste trabalho se deram na parte de preparação das

matérias-primas e realização das análises. Entretanto, a extrusão de misturas

poliméricas é um processo simples, requerendo apenas que as misturas estejam

homogeneizadas para que o processo extrusivo dos compósitos seja eficaz.

Observou-se que a mistura polimérica deve estar homogênea para que haja uma

extrusão eficaz dos compósitos.

Não foi possível estudar as propriedades mecânicas e térmicas dos

compósitos em virtude do curto prazo de realização deste trabalho, por tal motivo

Obtiveram-se compósitos aparentemente com menor rigidez que o PLA (ácido

polilático) a partir de uma análise visual. Provavelmente, as quantidades utilizadas

de amido e de bagaço de cana-de-açúcar influenciaram na interação química dos

materiais para a produção dos compósitos.

De acordo com o planejamento fatorial, os compósitos obtidos forneceram

resultados com aplicações específicas em cada formulação. É importante ressaltar

que neste trabalho não foi possível prever a utilização dos compósitos para qualquer

finalidade frente às não realização dos testes mecânicos e térmicos, por exemplo,

não foi possível afirmar que o compósito produzido pode substituir o PLA

efetivamente. Porém, foi possível notar que o aumento do teor de fibras na mistura

polimérica ocasionou um aumento no incremento de água devido ao caráter polar

dos polissacarídeos presentes nas fibras aumentando essa absorção, e pela

melhora dessa propriedade, possivelmente o compósito, se melhor estudado,

poderia ser utilizado como retentor de água. A adição de bagaço de cana resultou

em amostras menos densas e menos resistentes, e que apresentaram os maiores

valores de capacidade de absorção de água.

Por meio da análise dos resultados obtidos no trabalho e comparações com

as características de densidade, verificou-se que, a menor densidade foi obtida na

amostra F2, que continha maior quantidade de fibra incorporada no compósito.

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As análises de infravermelho tiveram bons resultados para os espectros

analisados, sendo que mostrou claramente os sinais (bandas) característicos das

estruturas químicas das formulações.

A análise visual e a perda de massa utilizadas neste trabalho mostraram-se

técnicas simples e muito úteis para avaliar a biodegradação de compostos

poliméricos biodegradáveis. Sendo que os resultados da análise da

biodegradabilidade em relação à perda de massa dos compósitos mostraram que

houve perdas de massa nas três formulações estudadas. Essas perdas de massa

podem ser atribuídas à biodegradação do amido e das fibras. Já a análise visual dos

compósitos após o período do ensaio de biodegradação mostra que todas as

formulações apresentaram sinais de degradação (estrutura mais finas e

quebradiças), sendo que a Formulação F2 foi a que apresentou mais pontos ou

regiões de fragmentação e sinais de biodegradação. É importante ressaltar que

todas as amostras tiveram sua cor alterada em função do contato direto com o solo

de ensaio utilizado. As amostras preparadas de PLA não apresentaram alteração,

fato este pode ser explicado por o material não deve ter tido contato com o solo e/ou

microorganismos presentes no solo. Portanto, o método de preparação das

amostras de PLA foi ineficaz, pois não obteve nenhum resultado.

Ao observar os parâmetros estudados neste trabalho, verifica-se que os

compósitos produzidos possuem características biodegradáveis e a importância da

continuidade do estudo para que seja possível prever possíveis utilidades para esse

tipo de mistura polimérica utilizada no trabalho (PLA/amido de

mandioca/glicerol/fibraslignocelulósicas).

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6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Todavia, o trabalho desenvolvido permite novas frentes de estudo, sendo

esses:

Continuar estudando novas formulações para o aprimoramento na

produção de compósitos mais resistentes, até que seja possível encontrar uma

formulação viável para produzir novos produtos, ou serem utilizadas para outros fins;

Estudar outras características dos compósitos para aperfeiçoar o estudo,

tais como: avaliar o grau de cristanilidade dos compósitos por difração de raio-X,

para obter o seu grau de cristanilidade; determinar as isotermas de sorção de água

das amostras dos compósitos produzidos; realizar ensaios de Tração para prever as

propriedades mecânicas dos compósitos; avaliar imagens microscopia óptica (MO) e

microscopia eletrônica de varredura (MEV) dos compósitos; realizar análise Térmica

(TGA/DTA) para avaliar a estabilidade térmica dos compósitos por termogravimetria

(TGA) e calorimetria diferencial de varredura (DTA);

Realizar um estudo mais detalhado da degradação biológica dos

compósitos.

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7 CRONOGRAMA

O cronograma das atividades desenvolvidas no trabalho de conclusão de

curso é apresentado no Quadro 2.

1o SEMESTRE 2012 - TCC 1

ATIVIDADES

MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Definição do Tema X X X X

Levantamento

Bibliográfico X X X X X X X X X X X X X X X

Definição dos Materiais

e Métodos X X

Desenvolvimento do

Pré-Projeto (TCC 1) X X X X

Entrega do Pré-Projeto

(TCC 1) X

1o SEMESTRE 2012 - TCC 1

ATIVIDADES AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Levantamento

Bibliográfico X X X X X X X X

Apresentação em Banca

do Pré-Projeto (TCC 1) X

Entrega da Versão final

Aprovada em Banca do

Pré-Projeto (TCC 1)

X

2º SEMESTRE 2012 - TCC 2

ATIVIDADES AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Levantamento

Bibliográfico

Experimentação

(Ensaios laboratoriais) X X X X X X

Desenvolvimento do

TCC 2 X X

Quadro 2: Cronograma das atividades desenvolvidas no TCC 1 e 2.

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(continua)

2º SEMESTRE 2012 - TCC 2

ATIVIDADES

JANEIRO

(2013)

FEVEREIRO

(2013)

MARÇO

(2013)

ABRIL

(2013)

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Levantamento

Bibliográfico X X X X X X X

Experimentação

(Ensaios laboratoriais) X X X X X X

Desenvolvimento do

TCC 2 X X X X X X X X X

Entrega do TCC 2 X

Apresentação em Banca

do TCC 2 X X

Entrega da Versão final

do TCC 2 Aprovada em

Banca

X

Quadro 2 - Cronograma das atividades desenvolvidas no TCC 1 e 2.

Portanto, esse trabalho de conclusão de curso final (TCC 2) teve como meta

ser desenvolvido no período de seis meses a contar do inicio do mês de outubro de

2012 e meados do mês de março de 2013.

As atividades contidas no cronograma mostrado no Quadro 2 são também

divididas em etapas para descrever melhor o andamento dessas.

7.1 ETAPAS

7.1.1 1ª Etapa

Coleta das matérias-primas – bagaço de cana-de-açúcar, PLA (ácido

polilático), amido e glicerol;

Avaliação das quantidades e qualidades dos materiais coletados;

Preparação do bagaço de cana-de-açúcar;

Caracterização do bagaço de cana-de-açúcar;

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O preparo bem como as avaliações dos materiais foram realizados nos

laboratórios de química orgânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,

câmpus Londrina.

Período de execução: outubro e novembro de 2012.

7.1.2 2ª Etapa

Estabelecimento das diferentes formulações a serem realizadas com

as matérias-primas;

Preparação dos compostos para atender as necessidades para a

mistura polimérica;

Extrusão dos materiais e obtenção dos compósitos poliméricos;

Caracterização das amostras dos compósitos obtidos;

Tabulação de dados.

Alguns equipamentos necessários para as experimentações acima foram

gentilmente cedidos pelo laboratório de Bioquímica da Universidade Estadual de

Londrina (UEL), formalizando uma parceria com tal faculdade e com a pesquisadora

e professora Dra. Suzana Mali de Oliveira.

Período de execução: dezembro de 2012 a março de 2013.

7.1.3 3ª Etapa

Análise estatística dos dados das amostras nas diferentes formulações;

Análise teórica dos dados de acordo com literaturas encontradas;

Formalização da melhor Formulação;

Propor aplicações para a Formulação com melhores propriedades

encontrada.

Período de execução: março de 2013.

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78

APÊNDICES

APÊNDICE A - Interação entre as Formulações ................................... 79 APÊNDICE B - Interação entre os Tempos............................................ 80

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79

APÊNDICE A – Interação entre as Formulações

Source of Variation

% of total variation P value

P value summary Significant?

Interaction 21,22 < 0.0001 **** Yes

Row Factor 2,377 0,0008 *** Yes

Column Factor 63,52 < 0.0001 **** Yes

1 minuto FC vs. F1 -0,00012 -0.003916 to 0.003676 No Ns

FC vs. F2 -0,00052 -0.004316 to 0.003276 No Ns

F1 vs. F2 -0,0004 -0.004196 to 0.003396 No Ns

5 minutos FC vs. F1 0 -0.003796 to 0.003796 No Ns

FC vs. F2 -0,00024 -0.004036 to 0.003556 No Ns

F1 vs. F2 -0,00024 -0.004036 to 0.003556 No Ns

10 minutos FC vs. F1 -0,0003 -0.004096 to 0.003496 No Ns

FC vs. F2 -0,00092 -0.004716 to 0.002876 No Ns

F1 vs. F2 -0,00062 -0.004416 to 0.003176 No Ns

15 minutos FC vs. F1 -0,00022 -0.004016 to 0.003576 No Ns

FC vs. F2 -0,0006 -0.004396 to 0.003196 No Ns

F1 vs. F2 -0,00038 -0.004176 to 0.003416 No Ns

20 minutos FC vs. F1 -0,00076 -0.004556 to 0.003036 No Ns

FC vs. F2 -0,00094 -0.004736 to 0.002856 No Ns

F1 vs. F2 -0,00018 -0.003976 to 0.003616 No Ns

25 minutos FC vs. F1 -0,00018 -0.003976 to 0.003616 No ns

FC vs. F2 -0,00066 -0.004456 to 0.003136 No ns

F1 vs. F2 -0,00048 -0.004276 to 0.003316 No ns

30 minutos

FC vs. F1 -0,00348 -0.007276 to 0.0003162 No ns

FC vs. F2 0,01502 0.01122 to 0.01882 Yes ****

F1 vs. F2 0,0185 0.01470 to 0.02230 Yes ****

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80

APÊNDICE B – Interação entre os Tempos

Source of Variation % of total variation P value

P value summary Significant?

Interaction 21,22 < 0.0001 **** Yes

Row Factor 2,377 0,0008 *** Yes

Column Factor 63,52 < 0.0001 **** Yes

FC

1 minuto vs. 5 minutos -0,00094 -0.005746 to 0.003866 No Ns

1 minuto vs. 10 minutos -0,00294 -0.007746 to 0.001866 No Ns

1 minuto vs. 15 minutos -0,00346 -0.008266 to 0.001346 No Ns

1 minuto vs. 20 minutos -0,00962 -0.01443 to -0.004814 Yes ****

1 minuto vs. 25 minutos -0,01092 -0.01573 to -0.006114 Yes ****

1 minuto vs. 30 minutos -0,0176 -0.02241 to -0.01279 Yes ****

5 minutos vs. 10 minutos -0,002 -0.006806 to 0.002806 No Ns

5 minutos vs. 15 minutos -0,00252 -0.007326 to 0.002286 No Ns

5 minutos vs. 20 minutos -0,00868 -0.01349 to -0.003874 Yes ****

5 minutos vs. 25 minutos -0,00998 -0.01479 to -0.005174 Yes ****

5 minutos vs. 30 minutos -0,01666 -0.02147 to -0.01185 Yes **** 10 minutos vs. 15 minutos -0,00052

-0.005326 to 0.004286 No Ns

10 minutos vs. 20 minutos -0,00668

-0.01149 to -0.001874 Yes **

10 minutos vs. 25 minutos -0,00798

-0.01279 to -0.003174 Yes ****

10 minutos vs. 30 minutos -0,01466

-0.01947 to -0.009854 Yes ****

15 minutos vs. 20 minutos -0,00616

-0.01097 to -0.001354 Yes **

15 minutos vs. 25 minutos -0,00746

-0.01227 to -0.002654 Yes ***

15 minutos vs. 30 minutos -0,01414

-0.01895 to -0.009334 Yes ****

20 minutos vs. 25 minutos -0,0013

-0.006106 to 0.003506 No Ns

20 minutos vs. 30 minutos -0,00798

-0.01279 to -0.003174 Yes ****

25 minutos vs. 30 minutos -0,00668

-0.01149 to -0.001874 Yes **

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81

F1

1 minuto vs. 5 minutos -0,00082 -0.005626 to 0.003986 No Ns

1 minuto vs. 10 minutos -0,00312 -0.007926 to 0.001686 No Ns

1 minuto vs. 15 minutos -0,00356 -0.008366 to 0.001246 No Ns

1 minuto vs. 20 minutos -0,01026 -0.01507 to -0.005454 Yes ****

1 minuto vs. 25 minutos -0,01098 -0.01579 to -0.006174 Yes ****

1 minuto vs. 30 minutos -0,02096 -0.02577 to -0.01615 Yes ****

5 minutos vs. 10 minutos -0,0023 -0.007106 to 0.002506 No Ns

5 minutos vs. 15 minutos -0,00274 -0.007546 to 0.002066 No Ns

5 minutos vs. 20 minutos -0,00944 -0.01425 to -0.004634 Yes ****

5 minutos vs. 25 minutos -0,01016 -0.01497 to -0.005354 Yes ****

5 minutos vs. 30 minutos -0,02014 -0.02495 to -0.01533 Yes **** 10 minutos vs. 15 minutos -0,00044

-0.005246 to 0.004366 No Ns

10 minutos vs. 20 minutos -0,00714

-0.01195 to -0.002334 Yes ***

10 minutos vs. 25 minutos -0,00786

-0.01267 to -0.003054 Yes ****

10 minutos vs. 30 minutos -0,01784 -0.02265 to -0.01303 Yes **** 15 minutos vs. 20 minutos -0,0067

-0.01151 to -0.001894 Yes **

15 minutos vs. 25 minutos -0,00742

-0.01223 to -0.002614 Yes ***

15 minutos vs. 30 minutos -0,0174 -0.02221 to -0.01259 Yes **** 20 minutos vs. 25 minutos -0,00072

-0.005526 to 0.004086 No Ns

20 minutos vs. 30 minutos -0,0107

-0.01551 to -0.005894 Yes ****

25 minutos vs. 30 minutos -0,00998

-0.01479 to -0.005174 Yes ****

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82

F2

1 minuto vs. 5 minutos -0,00066 -0.005466 to 0.004146 No Ns

1 minuto vs. 10 minutos -0,00334 -0.008146 to 0.001466 No Ns

1 minuto vs. 15 minutos -0,00354 -0.008346 to 0.001266 No Ns

1 minuto vs. 20 minutos -0,01004 -0.01485 to -0.005234 Yes ****

1 minuto vs. 25 minutos -0,01106 -0.01587 to -0.006254 Yes ****

1 minuto vs. 30 minutos -0,00206 -0.006866 to 0.002746 No Ns

5 minutos vs. 10 minutos -0,00268 -0.007486 to 0.002126 No Ns

5 minutos vs. 15 minutos -0,00288 -0.007686 to 0.001926 No Ns

5 minutos vs. 20 minutos -0,00938 -0.01419 to -0.004574 Yes ****

5 minutos vs. 25 minutos -0,0104 -0.01521 to -0.005594 Yes ****

5 minutos vs. 30 minutos -0,0014 -0.006206 to 0.003406 No Ns

10 minutos vs. 15 minutos -0,0002

-0.005006 to 0.004606 No Ns

10 minutos vs. 20 minutos -0,0067

-0.01151 to -0.001894 Yes **

10 minutos vs. 25 minutos -0,00772

-0.01253 to -0.002914 Yes ***

10 minutos vs. 30 minutos 0,00128

-0.003526 to 0.006086 No Ns

15 minutos vs. 20 minutos -0,0065

-0.01131 to -0.001694 Yes **

15 minutos vs. 25 minutos -0,00752

-0.01233 to -0.002714 Yes ***

15 minutos vs. 30 minutos 0,00148

-0.003326 to 0.006286 No Ns

20 minutos vs. 25 minutos -0,00102

-0.005826 to 0.003786 No Ns

20 minutos vs. 30 minutos 0,00798 0.003174 to 0.01279 Yes **** 25 minutos vs. 30 minutos 0,009 0.004194 to 0.01381 Yes ****