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1 MAGAZINE ANO II N º 56 LANÇAMENTOS + RESENHAS + SHOWS + MATÉRIAS + ENTREVISTAS ESSENCIAIS ENTREVISTA 3 REGISTROS DAS ENTRANHAS DO DOOM ENNUI FUNERAL FALLEN IDOL

October Doom Magazine Ed 56

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Revista Mensal com foco nas Artes Plasticas, Música e Entretenimento Underground. Download: https://goo.gl/diC3aa

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Page 1: October Doom Magazine Ed 56

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MAGAZINEANO IINº56

L A N Ç A M E N T O S + R E S E N H A S + S H O W S + M A T É R I A S + E N T R E V I S T A S

E N T E R T A I N M E N TESSENCIAIS ENTREVISTA3 REGISTROS DASENTRANHAS DO DOOM

ENNUIFUNERAL

FALLEN IDOL

Page 3: October Doom Magazine Ed 56

56MAR/2016Nº

EDITOR CHEFE: Morgan Gonçalves

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO: Fabrício Campos | Cielinszka Wielewski | Bruno Braga | Fernando Martinez | Gustav Zombetero | Merlin Oliveira

EDITOR DE ARTE:

Márcio Alvarenga [email protected]

COLABORADORES:

A October Doom Magazine é resultado da parceria e cooperação de alguns grupos e iniciativas independentes, que trabalham em função de um Underground Brasileiro mais forte e completo, além de vários individuos anônimos que contribuem compartilhando e disseminando este trabalho.

By October Doom Entertainemnt

issuu.com/octoberdoomzine/

octoberdoom.bandcamp.com/

Facebook.com/OctoberDoomOfficial

Facebook.com/FuneralWedding

Facebook.com/murro.org

EDITORIAL

CONTATO:[email protected]

Oque é que nós fazemos aqui?Essa é uma pergunta que algumas pessoas já devem ter se feito em algum momento deste a primeira vez que viram a October Doom Magazine.Apesar do nome, e exaltar o gênero

em todas as oportunidades possíveis, nossa revista não consiste em uma publicação voltada somente para o Doom Metal. Na verdade, ela é a maneira que encontramos para divulgar, compartilhar e aproximar tudo e todos que sentem esse amor pela música obscura, mesmo que esta música seja tão oculta e até marginalizada perante outras mídias do Rock e Metal.Aqui, O Doom é quem abre espaço para nossos irmãos do Black, Death, Shoe-gaze, Post Rock, Post Metal e vários outros gêneros e definidos e indefinidos que compartilham das mesmas dificuldades que nós. Por isso, não se assuste se hora ou outra, uma banda de outro gê-nero aparecer entre as páginas da nossa Revista, pois se ela ocupar qualquer espaço nesta publicação, é porque pensamos nos nossos leitores e acreditamos que este trabalho pode lhes acres-centar boas experiências sonoras, afinal de contas, esta é a ideia principal da October Doom Magazine: Conhecer e compartilhar este conhecimento com aqueles que caminham conosco.Preparamos uma edição cheia de conteúdo, varieda-de e informação para vocês, e esperamos que todos aproveitem e compartilhem todos os conteúdos que vocês estão prestes a ler.

Boa leitura

MORGAN GONÇALVES

Facebook.com/morgan.goncalves.1

EDITOR CHEFE

Aqui, O Doom é quem abre espaço para nossos irmãos.”

Page 4: October Doom Magazine Ed 56

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SUMÁRIO

38ESSENCIAIS

32ENTREVISTAALEXANDRE W. ANTUNES DO LACHRIMATORY

26ENTREVISTAHUMBERTO ZAMBRIN

FUNERAL DOOM

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18 ENTREVISTAFALLEN IDOL

FUNERAL DOOM

24RESENHA DO DEBUT ÁLBUM DO ENNUI

GOVERNATOR INSANE

ENTREVISTA12DIVISION HELLUBOUR TATARA, VOCAL E GUITARRA

Page 6: October Doom Magazine Ed 56

ENTREVISTA

UBOUR TATARAVOCAL/GUITARRA - DIVISION HELL

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QUANDO O METAL ESTÁ NA ALMA

A BANDA FORMADA EM 2010, EM CURITIBA, QUE LANÇOU RECENTEMENTE SEU ÁLBUM BLEEDING HATE,

EM ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA A OCTOBER DOOM MAGAZINE

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Temos tido boa resposta do publico e critica. Mas sabemos que temos muito a melhorar, e não deixamos as boas criticas subirem a cabeça e ficarmos na zona de conforto.”

facebook.com/OctoberDoomOfficial

O Division Hell segue a tradição do Sul do país de revelar gran-des nomes do som extremo underground.

A banda lançou um disco mara-vilhoso “Bleeding Hate”, que vêm figurando entre os melhores do ano pelo público e crítica. Vamos ver o que eles nos têm a dizer sobre a repercussão desse disco e sobre os planos futuros da banda.

POR Raphael Arizio

OD | A

7facebook.com/OctoberDoomOfficial

Ubour Tatara, VOCAL/GUITARRA - DIVISIONHELL

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RAPHAEL ARIZIO : COMO ESTÃO SENDO OS SHOWS DA TOUR DO “BLEEDING HATE”? COMO TEM SIDO A RESPOSTA DO PÚBLICO AOS SONS DO DISCO AO VIVO?

UBOUR TATARA: Esta sendo incrível! Shows com bom público, e a galera tem curtido, interagido e comprado o Cd e merchandising da banda! Não é fácil conseguir shows, mas todos que estão pintando estamos enca-rando com maior profissionalismo possível.

DEPOIS DE ALGUNS MESES DE SE LANÇAMENTO COMO ESTÁ SENDO A REPERCUSSÃO DO DISCO NOVO PERANTE O PÚ-BLICO E CRÍTICA?

UT: Temos tido boa resposta do publico e critica. Mas sabemos que temos muito a melhorar, e não dei-xamos as boas criticas subirem a cabeça e ficarmos na zona de con-forto, sempre discutimos como me-lhorar as coisas para o Division.

A BANDA LANÇOU UM CLIPE PARA A FAIXA “BLEEDING HATE” ANTES DO LANÇA-MENTO DO DISCO, COMO TEM SIDO A RESPOSTA PARA ELE, A BANDA PRETENDE LANÇAR MAIS ALGUM VÍDEO DE DI-VULGAÇÃO?

UT: O clipe foi muito foda, foi uma experiência muito legal passar o dia gravando, e tocando repetidas vezes a música! A resposta foi bem positiva, ficamos bem satisfeitos com o resultado final. E sim, já es-tamos pensando num novo clipe, quem sabe para o final do primeiro semestre.

O DIVISION HELL ABRIU O SHOW DO LENDÁRIO VADER, COMO FOI A EXPERIÊNCIA DE TOCAR COM UM DOS EXPO-ENTES DO ESTILO?

UT: Foi do caralho! Um bom público, casa legal, bons equipamentos. E ver os caras arregaçarem ao vivo foi animal também! Sempre é válido

abrir para grandes nomes, porque alcançamos um público que nor-malmente não alcançaríamos em shows menores. Obvio que tem o estresse de ser a banda de abertu-ra, mas isso vem com o pacote!

ENTREVISTAUBOUR TATARAVOCAL/GUITARRA - DIVISIONHELL

BLEEDINGHATE

2014

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FICHA

GÊNEROMetal, Death Metal

ORIGEMCuritiba, Paraná

MUITOS CRÍTICOS E FÃS CO-LOCARAM “BLEEDING HATE” COMO UM DOS MELHORES DISCOS DO ANO EM SUAS LISTAS, COMO A BANDA RE-CEBEU ESSA NOTÍCIA?

UT: Cara ficamos muito felizes em ver vários sites, críticos, jornalistas colocarem o Bleeding Hate com um dos melhores Cd’s de 2015! É o resultado de um intenso trampo, de quase três anos, e saber que as pessoas curitram, e o colocam nes-se patamar é incrível! Uma honra!

O SUL DO BRASIL TEM REVE-LADO AO LONGO DOS ANOS INÚMERAS BANDAS DE ME-TAL EXTREMO, ALGUMAS COM FAMA INTERNACIONAL COMO KRISIUN. QUAL É O SE-GREDO DE TANTAS BANDAS EXTREMAS DE QUALIDADE SURGIREM DO SUL DO PAÍS?

UT: Não acho que o Sul tenha algo especial, ou algum segredo. Aqui

no Sul temos bandas fodas assim como temos no Nordeste, Sudeste, e em todo o Brasil. O que falta é uma valorização geral para com as bandas. Mas isso é um processo lento, pois o Brasil não é um país que tenha uma cultura para Metal em geral. APESAR DE AINDA ESTAR EM TOUR DE LANÇAMENTO SE SEU MAIS RECENTE DISCO A BANDA JÁ TEM ALGUNS SONS NOVOS OU JÁ TEM A IDEIA DE COMPOR UM NOVO DISCO?

UT: Temos sim várias ideias para novas músicas. Agora em março começamos a focar um pouco nis-so, pois é um mês que não teremos show. Gostaríamos de lançar outro Full length até julho/2017. Mas va-mos ver como vão rolar as coisas.O som da banda resgata um Death Metal mais puxado para os anos 90 em contrapartida de muitas bandas que puxam mais para os anos 80. OD | A

9facebook.com/OctoberDoomOfficial

CURRENTMEMBERSUbourVocal e Guitara

Renato RiecheGuitarra

Hernan BorgesBaixo

Eduardo OliveraBateria

INTEGRANTES: Ubour: Vocal e Guitara, Renato Rieche: Guitarra, Hernan Borges: Baixo, Eduardo Olivera: Bateria.

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QUAIS SÃO AS INFLUÊNCIAS DA BANDA PARA COMPOR O SOM DO DIVISION HELL?

UT: Eu comecei a tocar nos anos 90, formei minha primeira banda em 1994, então curto muito o Metal pro-duzido nesta década. Acho que o De-ath Metal nos anos 90 se consolidou como um estilo forte, que veio para ficar, e realmente isso aconteceu, tivemos grandes lançamentos nos anos 90, discos importantíssimos para o estilo. Temos muitas influ-ências cara, mas acho que algumas mais latentes são Morbid Angel, Deicide, Krisiun, Malevolent Crea-tion, Slayer, Pantera, uma fase do Dream Theater, Hypocrisy, Dimmu Borgir, Gorefest, e por ai vai...

O DIVISION HELL APRESEN-TA UM SOM MUITO PESADO E RÁPIDO, MAS AO MESMO TEMPO MUITO BEM TRA-BALHADO E BEM TÉCNICO. COMO É FORMA DE COMPO-SIÇÃO DA BANDA? E COMO FAZEM PARA DOSAR ESSA PARTE DE TÉCNICA E PESO SEM SOAR DATADO.

UT: Normalmente eu componho os riffs sozinhos, e depois levo para o estúdio e junto com o Eduardo (batera), lapidamos e damos corpo à música. O Renato Rieche (guitar-

rista) também faz da mesma forma. Estamos pensando em mudar um pouco isso para o segundo disco, tipo compor mais juntos, princi-palmente as cordas, pois o Hernan (baixista) tem outras influências, o que pode resultar num som com mais identidade. Em relação ao som, não ficamos pirando muito se vai soar técnico, pesado, rápi-do, apenas fazemos os riffs, e se gostarmos, eles ficam. Temos a felicidade de algumas pessoas gos-tarem também, e apoiarem o som do Division!

ESPAÇO PARA CONSIDERA-ÇÕES FINAIS E AGRADECI-MENTOS

UT: Agradeço em nome do Division o espaço cedido, sem isso o caminho seria muito mais difícil! Agradeço a Black Legion pelo suporte. E quero agradecer imensamente aos nos-sos amigos Headbangers de todo Brasil, que curtem nosso trabalho, compram materiais, comparecem aos shows, e apoiam como podem o Division Hell. Vocês são fodas!Agradecemos a todas rádios, web rádios, sites, blogs, revistas e todos os meios que resenharam nosso disco, ou simplesmente colocaram uma nota. Tudo isso faz parte do quebra cabeças do Underground.HAIL DEATH METAL! OD | A

ENTREVISTAUBOUR TATARA

Ubour Tatara, VOCAL/GUITARRA - DIVISIONHELL

VOCAL/GUITARRA - DIVISIONHELL

Não ficamos pirando muito se vai soar técnico, pesado, rápido, apenas fazemos os riffs, e se gostarmos, eles ficam.”

LINKSwww.facebook.com/DivisionHellBrazil

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ENTREVISTAMERLIN OLIVEIRAGUITAR - GOVERNATOR INSANE

Um bate papo com um grande amigo, que além de movimentar a cena, liderando o MURRO, ainda encontra espaço para tocar em três bandas de BH. Merlin Oliveira, que lançou o primeiro Full da sua banda Governator Insane, Youth.

POR Morgan Gonçalves

MORGAN GONÇALVES: A BANDA NASCEU NO ANO DE 2012, EM BELO HORIZONTE, E NA ÉPOCA, A CANA NÃO TINHA TANTA EXPOSIÇÃO COMO TEM HOJE. COMO FORAM OS PRIMEIROS MO-MENTOS ATÉ A GOVERNATOR INSANE ESTABILIZAR SUA FORMAÇÃO?

MERLIN OLIVEIRA: Cara, quando a Governator Insane começou éramos eu, Lucas Lacerda, que foi o cara que começou o projeto comigo, Al-drin Salles, que hoje toca na KKFOS e Felipe Bianco. Pouco tempo de-pois o Lucas teve que sair da banda, abrindo espaço pro Ernane Maga-

lhães, que também não durou mui-to. Acabamos gravando nosso pri-meiro EP como um trio, eu, Aldrin e Felipe. Na época de lançamento recrutamos o Rodrigo Salles pra segunda guitarra. Hoje, lançando o YOUTH, apenas o Rodrigo sobrou dessa formação, que teve também acréscimo do Rodrigo Reinke e do Jon Alberth. Tamo juntos há quase um ano nessa nova formação e eu acredito que é a melhor fase da banda! OD | A

GOVERNATOR INSANE E A FORÇA DO STONER MINEIRO

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Merlin Oliveira, VOCAL/GUITARRA - GOVERNATOR INSANE

Tamo juntos há quase um ano nessa nova formação e eu acredito que é a melhor fase da banda! ”

FICHA

GÊNEROStoner Metal

ORIGEMBelo Horizonte, Minas Gerais

CURRENTMEMBERSMerlin OliveiraGuitarra/Vocal

Rodrigo SallesGuitarra

Rodrigo ReinkeBaixo/Vocal

Jon AlberthBateria

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E NAQUELE NÃO TÃO DIS-TANTE 2012, COMO ERAM AS OPORTUNIDADES PARA AS BANDAS DO UNDERGROUND MINEIRO?

MO: Cara, naquela época tudo era muito escasso! Eu acabei começan-do a me envolver com produção por causa disso, porque senti a neces-sidade de fazer as coisas aconte-cerem pra colocar a minha própria banda pra tocar. No mais, a gente fazia muitos shows no interior, prin-cipalmente na zona da mata, em cidades como Ervália, Muriaé, Tom-bos e Rio Pomba.

O PRIMEIRO EP QUE VOCÊ CITOU, N!, FOI LIBERADO EM 2014, E CONTINHA SEIS FAI-XAS. COMO FOI A PRESSÃO DO PÚBLICO SOBRE ESSE PRI-MEIRO REGISTRO DA BANDA?

MO: É difícil falar de forma con-clusiva sobre como foi a pressão naquela época, da mesma forma que é difícil falar sobre a recep-ção. Até então, nós praticamente não conhecíamos bandas do mesmo estilo e pessoas que cur-tiam esse nicho mais “stoner”. Já tínhamos alguma base de fãs, mas nada muito específico,

então acredito que os resultados foram um pouco menores do que poderiam ter sido se tivéssemos mais estrutura e estratégias de comunicação. De qualquer ma-neira houve alguma pressão aqui em Belo Horizonte e a recepção foi boa, dentro do que era pos-sível.

A BANDA COMPARTILHOU PALCO COM VÁRIAS BANDAS E EM VÁRIOS FESTIVAIS DO CENÁRIO BRASILEIRO. COMO ESSA EXPERIÊNCIA COLABO-ROU PARA O CRESCIMENTO DA GOVERNATOR INSANE?

ENTREVISTAMERLIN OLIVEIRAGUITAR - GOVERNATOR INSANE

GOVERNATOR INSANE no Lançamento do álbum Youth

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MO: Talvez isso tenha sido o fator de-cisivo para a banda. Ter tocado com bandas que éramos fãs de longa data nos deu muita energia e vontade de fazer acontecer. Falando também de forma mais pessoal, foi uma das coi-sas que me colocou no ramo de pro-dução, porque foi um dos momentos em que eu desenvolvi vários contatos e conheci muita gente que tinha os mesmos objetivos que eu.

EM 2015, COM O SURGIMEN-TO DO MURRO, TIVEMOS A IMPRESSÃO DE CRESCIMENTO DA CENA MINEIRA, SEJA DE BANDAS JÁ EXISTENTES, QUE ENCONTRARAM NO COLETIVO, MAIS UM APOIO PARA SEGUIR NESSA CAMINHADA, SEJA DE BANDAS NOVAS, QUE ENCON-TRARAM EM BANDAS LOCAIS, INSPIRAÇÃO PRA FAZER O QUE SEMPRE QUISERAM. O MURRO CONTRIBUIU DE ALGUMA FOR-MA PARA A BANDA?

MO: Com certeza! Quando o MURRO começou a se organizar a banda esta-va passando por um período

RESULTADO DA UNIÃO DAS BANDAS QUE CORREM

ATRÁS DENTRO DO CENÁRIO UNDERGROUND MINEIRO

MOVIMENTO UNDERGROUND ROCK’N’ROLL

https://www.facebook.com/murro.org/

https://twitter.com/MoviDoMurro

http://murro.org/

Merlin Oliveira, VOCAL/GUITARRA - GOVERNATOR INSANE

Eu acabei começando a me envolver com produção porque senti a necessidade de fazer as coisas acontecerem pra colocar a minha própria banda pra tocar.”

OD | A

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de reformulação. Isso foi um dos fatores que nos manteve ativos e presentes, mesmo que distantes, na cena de BH. A maioria dos nos-sos shows no último ano foram em eventos do MURRO e foi a partir do grupo que criamos alguns dos con-tatos mais importantes pra gente no momento.

O NOVO ÁLBUM DA BANDA, YOUTH, POSSUÍ OITO FAIXAS FORTES E COM UMA PEGADA ACELERADA. HÁ UM CONCEI-TO POR TRÁS DAS LETRAS DO DISCO OU SÃO PENSAMEN-TOS DESCONEXOS?

MO: Pro Youth nós escolhemos fai-xas que tratassem de temas mais ligados às frustrações e decepções da nossa juventude. Sendo assim, há músicas que falam sobre rela-cionamentos, drogas, incertezas quanto ao futuro, desequilíbrio emocional, raiva, insônia, dúvidas e várias outras temáticas pertinentes. A escolha das oito faixas, assim como a ordem das mesmas, foi uma coisa discutida durante muito tempo pra construir essa mensagem que queríamos passar.

AINDA FALANDO DE YOU-TH, O ÁLBUM FOI GRAVADO NO ESTÚDIO DA DESERTO

ELÉTRICO E EDITADO POR FABIO MAZZEU. COMO FOI ESSE PROCESSO DE PRÉ--PRODUÇÃO E GRAVAÇÃO DO DISCO?

MO: Foi muito bom gravar com o Fá-bio, que também participa tocando guitarra em Lies and Crimes e Clear Sky of Paradise. A gente se sentiu muito a vontade para adaptar ideias antigas e criar coisas novas de últi-ma hora. Foi tudo muito tranquilo, porque a gente sabia que nossas músicas estavam na mão de um amigo que podíamos confiar.

E QUANTO À ARTE DA CAPA, UMA DAS MAIS BONITAS QUE JÁ VI. DE ONDE VEM AQUE-LA ARTE, E O QUE ELA DEVE TRANSMITIR?

MO: A arte do disco é do Rafael Panegalli, um puta artista de Santa Catarina que comprou a nossa ideia e entendeu perfeitamente a ideia que queríamos transmitir. O con-ceito da arte é justamente um apa-nhado de todas essas frustrações e decepções juvenis, levando à im-pulsividade que por sua vez causa o desastre. A capa sintetiza bem a obra como um todo e com certeza é um grande diferencial, que chama muita atenção ao nosso trabalho.

NO ÚLTIMO DIA 27 A BANDA LANÇOU O ÁLBUM NO SHOW COM ZONBIZARRO, TEMPO PLASTICO E FODASTIC BREN-FERS. COMO FOI ESSA APRE-SENTAÇÃO?

MO: O show foi incrível e a respos-ta do público presente foi muito boa. Foi ótimo ter a companhia de grandes amigos e companheiros de MURRO, que só deixaram o evento mais do caralho. Tivemos o privilé-gio de contar com a participação do Fábio Mazzeu tocando guitarra em Lies and Crimes e Clear Sky of Pa-radise e da Kell Reis, do Sacrificed, cantando Lies and Crimes. Tocamos o álbum na integra e quem presen-ciou com certeza ficou tentado a ouvir o disco completo.

COM O LANÇAMENTO DO NOVO ÁLBUM, A GOVERNA-TOR TEM ALGUMA TURNÊ FORA DE MINAS GERAIS NOS PLANOS?

MO: Por enquanto nada certo, mas com certeza queremos rodar um pouco agora e mostrar nosso novo trabalho por aí. Queremos também dividir palco com várias bandas que gostamos e amigos de longa data que estão espalhados por todo o país. Planejamos também lançar

ENTREVISTAMERLIN OLIVEIRAGUITAR - GOVERNATOR INSANE

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mais material, como um clipe de uma das músicas do disco e regis-tros de shows que fizermos no futu-ro. Vem coisa boa, com certeza!

E NAS NOSSAS CONSIDERA-ÇÕES FINAIS, VOCÊ E TODA A BANDA PODEM DEIXAR AQUELA MENSAGEM PROS FÃS DA GOVERNATOR IN-SANE:

MO: Valeu demais, Morgan e todo o pessoal da October Doom por abrir esse espaço tão importante à quem trabalha no Underground. Com certeza a realidade de quem toca e trabalha com esse tipo de som, mais pesado e torto, não é fácil, mas acreditamos que o cenário tem mudado e se continuarmos com o esforço e o coletivismo muita coisa boa vai rolar! Valeu! OD | A

17facebook.com/OctoberDoomOfficial

PRIMEIRO ÁLBUM DO GOVERNATOR INSANE

YOUTH

2016

LINKShttps://www.facebook.com/GovernatorInsane

https://soundcloud.com/governatorinsane

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ENTREVISTAMÁRCIOSILVABAIXO - FALLEN IDOL

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QUANDO OS IDOLOS CAÍDOS REINAM

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F allen Idol nasceu do panteão dos ídolos caídos do doom metal nacional. Banda formada em 2012, na cidade de Arujá/SP. A banda que

tem grande influência nos ídolos dos anos 80 e 90 em especial Bla-ck Sabbath emana forte influência sobre a banda. Som da banda car-rega aquelas guitarras nostálgicas e carregadas dos anos 90 remon-tando os primórdios do Paradise Lost. A banda atualmente tem um cd lançado em 2015 que carrega o mesmo nome que a banda. Direto do submundo dos ídolos caídos, Fallen Idol no ODZ.

POR Fabricio Campos

FABRICIO CAMPOS: NAS MINHAS ENTREVISTAS SEMPRE GOSTO DE PER-GUNTAR SOBRE AS INFLU-ÊNCIAS DE CADA BANDA E COMO ELAS AFETARAM O TRABALHO DESSAS BAN-DAS. GOSTARIA DE SABER QUAIS SÃO AS INFLUÊN-CIAS DO FALLEN IDOL?

MÁRCIO SILVA: Nossa maior in-fluência como banda sempre foi e sempre será o Black Sabbath, o que é comum entre as bandas que tocam esse estilo. E tam-bém nomes como Candlemass, Cathedral, Cirith Ungol, Paradise Lost, Trouble, Celtic Frost, Iron Maiden, Manowar, Rainbow, Dust e várias outras. Gostamos mesmo dos riff masters como Tony Iommi, Leif Edling, Tom Warrior, Jerry Fogle do Cirith Ungol, entre outros.

facebook.com/OctoberDoomOfficial

FICHA

GÊNERODoom Metal, Heavy Metal

ORIGEMArujá, São Paulo

CURRENTMEMBERSRodrigo SittaGuitarra, Vocal

Márcio SilvaBaixo e Guitarra

Ulisses CamposBateria

OD | A

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COMO SURGIU O FALLEN IDOL? O QUE AS LETRAS DA BANDA RETRATAM? E QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDA-DES ENCONTRADAS PELA A BANDA?

MS: A banda surgiu da nossa amizade, que vem desde quando éramos moleques que moravam no mesmo bairro, frequentavam a mesma escola e começaram a cur-tir metal juntos, no início dos anos 1990. Por volta de 1995, formamos nossa primeira banda, que batizamos como Anno Mundi. Todos temos origens simples, de modo que era difícil o acesso a instrumentos e o que tínhamos eram violões. Foi assim que começamos a compor e aprender a tocar, nessa ordem. Tínhamos muitas músicas e muitos planos, mas essa banda acabou não saindo do papel, infelizmente. Cada um foi fazer o que devia fazer da vida e o projeto foi engavetado. Ainda assim, fizemos questão de gravar a música The Forgotten Page no primeiro CD, escrita em 1997 e só agora finalizada com solos e tudo, como forma de re-

lembrar aqueles primeiros dias. As letras podem falar basicamente sobre qualquer assunto, sem qual-quer tipo de amarra ou limitação. No primeiro disco os assuntos abordados eram voltados a temas mais obscuros como loucura, suicí-dio, solidão. Para o próximo disco, abordamos assuntos mais varia-dos, como aborto, drogas, guerras. Basicamente escrevemos sobre coisas que nos afetam no dia a dia. O PRIMEIRO TRABALHO DO FALLEN IDOL HOMÔNIMO, FOI LANÇADO EM JANEIRO DE 2015. COMO FOI O PROCESSO DE GRAVAÇÃO DO ÁLBUM? QUAL FOI A RECEPÇÃO DELE NO PAÍS?

MS: Nosso primeiro trabalho foi feito de forma bastante despreten-siosa, uma vez que nossa vontade era somente registrar o que valia a pena ser registrado do material que fizemos quando começamos o Anno Mundi. Era algo que faríamos para nós mesmos e, se mais al-guém curtisse seria lucro. O legal é que muita gente gostou e é por isso que estamos conversando agora.

octoberdoom.bandcamp.com/facebook.com/OctoberDoomEntertainment/

{

ENTREVISTAMÁRCIOSILVABAIXO - FALLEN IDOL

Márcio Silva, BAIXO - FALLEN IDOL

Nosso primeiro trabalho foi feito de forma bastante despretensiosa, uma vez que nossa vontade era somente registrar o que valia a pena ser registrado do material que fizemos quando começamos o Anno Mundi.”

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Sobre o processo em si, foi no final de 2012 que resolvemos encarar o projeto e começamos a ensaiar para reunir material para a grava-ção, fechando naquelas sete faixas. Gravamos em 2014 no Estúdio Ma-mute, do Paulo Abreu, um grande amigo que nos ajudou bastante e que chegou a fazer um show co-nosco, tocando as bases. Postamos no Bandcamp e no Youtube e pos-tamos em algumas comunidades do estilo no Facebook e a coisa foi se espalhando, ganhando elogios e curtidas de pessoas daqui e de países como Itália, França, Grécia e Polônia. Tivemos reviews bastante positivas, o que nos orgulhou mui-to e nos motivou a continuar, pois vimos que não era mais algo feito somente para nós.

F.C: RECENTEMENTE A BANDA FOI INCLUÍDA NADA COM-PILAÇÃO DA STONED UNION DOOMED INCLUINDO AS BANDAS: PANTANUM, DUNA, BRISA E CHAMA, BRAVE FACE THE DEVIL E I AM THE SUN EN-TRE AS VÁRIAS BANDAS QUE FAZEM PARTE DO CAST. COMO OCORREU A INCLUSÃO DA MÚSICA "SCARECROW" NESSA COMPILAÇÃO?

MS: Esse convite partiu do Gustav Zombetero, que é um cara espeta-cular, que pirou no som da banda assim que lançamos o disco e já nos escalou para tocar no festival da SUD que ele costumava organi-zar. Como na época não tínhamos intenção de tocar ao vivo,

A DOOMED BLOGFOR DOOMED PEOPLE {

FALLEN IDOL

2015

CONTRACAPA

OD | A

ARTE DA CAPA do primeiro registro do Fallen Idol

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ENTREVISTAMÁRCIOSILVABAIXO - FALLEN IDOL

ficamos relutantes em aceitar, mas ele foi persistente. É um cara que sempre esteve do nosso lado, então aceitamos o convite imediatamente e regravamos a faixa Scarecrow especialmente para a coletânea. Esperamos que a galera ouça e compartilhe não só o Fallen Idol, mas todas as bandas participantes, pois foram escolhidas a dedo por alguém que ama Doom Metal e en-tende do riscado.

VOCÊ TOCOU NA BANDA ANNO MUNDI ENTRE OS MEADOS 1995 A 1999. AVALIANDO A CENA DOS ANOS 90 E A PAR-TIR DO ANO 2000 QUAL A SUA OPINIÃO SOBRE A EVOLUÇÃO DO METAL E DO DOOM METAL NACIONAL DURANTE ESSE PE-RÍODO? E COMO É A CENA DE ARUJÁ/SP?

MS: Começando pela cena de Arujá, nos anos 90 éramos uns 20 ou 30 moleques entre 14 e 20 anos que se reuniam na praça do centro da cidade pra beber bebidas de origem nada confiável e tocar violão, bater papo, etc. O que rolava de vez em quando eram ensaios que viravam festas nas garagens dos amigos. Eventualmente íamos ver bandas e curtir som em cidades vizinhas como Guarulhos, Mogi das Cruzes e São Paulo. Hoje em dia eu não vivo mais lá, mas a principal mudança é que agora há bares com condi-ções de abrigar shows de qualquer

banda underground e a galera não precisa mais se reunir em praças. Recentemente tocamos lá, em um festival com Andralls e a banda po-lonesa de thrash metal Terrordome e até o RDP se apresentou por lá em 2015. Pena que me parece que tem menos fãs de metal agora do que havia antes. Sobre o Doom Me-tal, hoje em dia temos muito mais bandas do estilo do que naquela época e acho que isso ocorre com todos os estilos. São muitas bandas surgindo todos os dias e o fica até difícil acompanhar, mas hoje há ótimas bandas em atividade, como o Pesta, o Witching Altar, o Satur-ndust e o HellLight entre várias outras.

E SOBRE O FUTURO DA BANDA O QUE O FUTURO NÓS RESER-VA? ALGUM ÁLBUM, DEMO OU EP NOVO?

MS: Em 2016 teremos grandes novidades. Uma delas é a parti-cipação na coletânea da SUD, já citada anteriormente. Teremos o lançamento do nosso segundo CD, que já está em fase de mixagem e se chamará Seasons of Grief. No-vamente são sete faixas e estamos muito animados com o material, mas ainda não há data prevista para o lançamento oficial. E fecha-mos uma promissora parceria com a Black Legion Productions, então teremos mais algumas novidades em breve.

Márcio Silva, BAIXO - FALLEN IDOL

Éramos uns 20 ou 30 moleques entre 14 e 20 anos que se reuniam pra beber bebidas de origem nada confiável e tocar violão, bater papo, etc.”

NOVAMENTE AGRADEÇO A PARTICIPAÇÃO DA BANDA, GOSTARIA DE DEIXAR ALGUM RECADO PARA OS FÃS DA BANDA?

MS: Gostaríamos de agradecer a cada um que nos ajudou de alguma forma, seja resenhando o material ou mesmo curtindo e indicando para os amigos. Pessoas como o Gustav da SUD, o Leandro do blog A Música Continua a Mesma, o ACM da Roadie Crew, o Markus Goulart do site Metal-Maniac, o Vitor do blog Arte Metal e o próprio Morgan da ODZ são caras a quem temos muito a agradecer. E o nosso muito obrigado ao pesso-al da ODZ pela entrevista! OD | A

LINKShttps://www.facebook.com/fallenidoldoom/

https://fallenidol.bandcamp.com/releases

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[email protected]

PROJETO GRÁFICO DESIGN

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POR Guilherme Rocha

FALSVS ANNO DOMINI

ANO 2015Eu desconhecia totalmente o trabalho deste grupo oriundo da Georgia, país nada tradicio-nal em revelar

bandas de metal, não existe ne-nhum que eu consiga me lembrar de cabeça e se existe e não me recordo é porque a banda não deve ser tão boa quanto ENNUI. Desco-nhecendo a banda fui naturalmente procurar seus trabalhos anteriores para ter uma base e crítica com re-lação ao trabalho inteiro e as sobre as possíveis mudanças podem ter tomado. Não houve mudanças no

grosso do som, mas um amadu-recimento imenso entre The Last Way, que foi lançado em 2013 e seu mais recente trabalho que este sensacional Falsvs Anno Domini.

O trabalho anterior também é muito bom, seguindo muito mais a linha Funeral Doom que este trabalho mais recente, por ser muito mais pesado, mais grave, enquanto que Falsvs Anno Domini é um trabalho muito mais atmos-férico. Um fator importante que pode ter interferido nessa matu-ridade sonora pode ser a entrada do baterista Daniel Neagoe que é baterista de muitos outros grupos entre eles, Shape of Despair e Eye of Solitude. E a bateria certamente é um dos pontos fortes do grupo

https://www.facebook.com/FuneralWedding http://www.funeralwedding.com/

COLUNA

SOLITUDE PROD

neste trabalho, principalmente pelos pedais duplos que são muito bem evidenciados em praticamente todas as faixas, executados de ma-neira certeira, muito bem encaixa-dos seguidos de riffs marcantes, remetendo aos riffs cadenciados de Death Metal no estilo serrote hehe.

O DEBUT ÁLBUM DO TRIO ENNUI

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Os vocais ficam por conta de David Unsaved proporcionando urros cavernosos e profundos que por sua vez também executa as guitarras e teclados assim como Serj Shengelia. Ao meu ver os trabalhos de guitarra aliados aos teclados evoluíram muito com relação ao álbum anterior, pois é nítido a presença de muito mais atmosfera e ambientações diver-sificadas entre as duas guitarras e o teclado, muito diferente das músicas antigas onde não existia tanta ramificação.

Além de ser um dos me-lhores trabalhos de 2015 (uma

25facebook.com/OctoberDoomOfficial

FICHA

GÊNEROFuneral Doom, Death Metal

ORIGEMTbilisi, Geórgia

CURRENTMEMBERSDavid UnsavedGuitarra, vocal, Teclado

Serge ShengeliaGuitarra, vocal

Daniel NeagoeBateria, Baixo

pena que só pude escuta-lo agora em 2016) queria elogiar também não só a arte do logo do grupo como também a capa de seus álbuns que também são muito bonitas e servem de complemento visual para o som amargo e triste da banda. Indicado a todos os fãs de Doom sem restrição a ninguém. Tris-teza certa!

LINKShttps://www.facebook.com/bandEnnui/

https://ennuidoom.bandcamp.com/

TRACKLIST1. Forbidden Life 2. The Apostasy 3. The Stones Of The Timeless 4. When Our Light Dies Forever 5. No Home Beneath The Stars 6. Falsvs Anno Domini

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Attractha foi formada em 2007, na capital paulista, quando Ricardo Oliveira (guitarra) e Humberto Zam-brin (bateria) se juntaram para fazer um som fora dos

rótulos convencionais. Foram diversas mudanças no line up e até uma parada de um ano, para que as ideias encontrassem seu lugar. Este ano a banda prepara um novo lançamento, e para os fãs da música pesada, uma entrevista bem completa com o quarteto Attractha!

POR Morgan Gonçalves

ENTREVISTA

HUMBERTO ZAMBRINBATERIA/VOCAL - ATTRACTHA

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ATTRACTHA:SUOR, SANGUE E HEAVY METAL

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MORGAN GONÇALVES: OLÁ, MEUS CAROS, SEJAM BEM--VINDOS NA NOSSA REVISTA. EM 2007, QUANDO VOCÊS DE-CIDIRAM FORMAR O ATTRAC-THA, ERA PRA SER UM HOBBY OU VOCÊS JÁ PLANEJAVAM SEGUIR UM PERFIL PROFIS-SIONAL?

HUMBERTO ZAMBRIN: Olá Morgan!! Obrigado pelo espaço! Sim, quando começamos, lá em 2007, com as primeiras idéias sobre a banda a intenção sempre foi fazer o traba-lho da forma mais profissional pos-sível. Como não vivemos da banda, a tendência é que as pessoas pensem que tratamos como hobby, mas sempre colocamos na banda o mesmo empenho que qualquer profissional colocaria.

A BANDA TEM UMA SONO-RIDADE BEM PRÓXIMA DOS CLÁSSICOS DO HEAVY METAL, MAS PRA VOCÊS, QUAIS AS PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS DO ATTRACTHA?

HZ: Acho que podemos dizer que o resultado final é a combinação das diversas influencias de cada um, e nesse ponto somos bastante divergentes! (risos). Mas atualmente temos buscado um direcionamento comum nos baseando nas bandas mais modernas que também trazem os elementos básicos do bom e ve-lho Heavy Metal. Podemos destacar aqui o Stone Sour, o Adrenaline Mob, o Almah, entre outras bandas.

VOCÊS DEMORARAM A EN-CONTRAR UM VOCALISTA QUE

SE ENCAIXASSE NA PROPOSTA DA BANDA, E ISSO GEROU EM 2011, UMA PARADA NAS ATIVIDADES. COMO VOCÊS LIDAVAM COM ESSAS DIFI-CULDADES, E MAIS IMPOR-TANTE, COMO AS SUPERARAM E VOLTARAM COM NO ANO SEGUINTE?

HZ: Encontrar as pessoas corre-tas para uma banda é sempre um desafio aqui no Brasil. Mas hoje, quando olho para essa época, acho que os principais fatores eram que a banda estava começando do “zero" e sendo assim é muito difícil achar pessoas que queiram entrar no projeto e trabalhar duro, por que o começo é bem assim, você não tem nada e tem q construir toda a base. Outro fator é que nós estávamos meio que “fora" do cir-cuito do Metal Underground, por-tanto nossa rede de contatos era muito pequena, dificultando ainda mais achar as pessoas certas. Ficamos anos, literalmente, pro-curando cantores via anuncios de internet e te digo, é um desastre! Aparecia cada “figura" que você nem pode imaginar. Depois de tan-to tempo procurando, eu meio que desisti, achei que seria impossível. A volta foi interessante porque ao mesmo tempo que o Ricardo me procurou para retomarmos, um vocalista, que havia nos contactado no passado, (o Marcos) fez contato novamente comigo querendo de-senvolver o trabalho. Daí o trabalho evoluiu rapidamente, pois todos estavam focados nisso. Eu definiria isso tudo como sorte, ou destino, sei lá…

FICHA

GÊNEROHeavy/Death Metal

ORIGEMSão Paulo, SP

CURRENTMEMBERSCleber KrichinakVocal

Ricardo OliveiraGuitarra & vocal

Guilherme MomessoBaixo

Humberto ZambrinBateria e vocal

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facebook.com/OctoberDoomOfficial

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EM 2012, COM UMA FORMAÇÃO ESTÁVEL, LANÇARAM O PRI-MEIRO SINGLE “DARKNESS”, QUE SIMBOLIZAVA O INÍCIO DE UMA NOVA FASE. HÁ DIFEREN-ÇAS ENTRE IDEIA ORIGINAL PARA O ATTRACTHA E O RE-SULTADO DO PRIMEIRO REGIS-TRO DA BANDA?

HZ: Olha, eu acho que não. Na época houve mesmo surpresa! (risos). Quando fechamos a grava-ção e ouvimos tudo pela primeira vez, tivemos aquele momento: “Ah, é assim então que ficou nosso som!!”. Depois de anos tocando as coisas em ensaios, ouvir o material gravado foi muito gratificante.

COM A CONTINUIDADE DO TRABALHO, O EP “ENGRA-VED” FOI LANÇADO EM 2013, E APRESENTOU A BANDA PARA DIVERSOS CANAIS DA MÍDIA ESPECIALIZADA DENTRO E FORA DO BRASIL. COMO VO-CÊS AVALIAM A ACEITAÇÃO DO DISCO?

HZ: Melhor do que esperávamos! Essa pergunta é boa, por que o Engraved nasceu com a intenção de ser uma “demo" para procurar vocalistas, mas as coisas foram ficando tão boas que acabou viran-do um EP. E isso se confirmou nas críticas positivas que recebemos de vários lugares do mundo.

EM MARÇO DE 2014 O CLIPE DA MÚSICA “THE CHOICE” FOI LANÇADO. COMO FOI PRA VOCÊS, A EXPERIÊNCIA DESSE TRABALHO, QUE JÁ TEM MAIS DE 14 MIL VISUALIZAÇÕES?

HZ: Bom, como quase tudo na nossa história, isso também aconteceu por acaso. Nunca havíamos pen-sado em fazer um clipe de uma musica de um EP. Não me parecia uma boa opção…mas os sites fora do Brasil começaram a escrever nas resenhas positivamente sobre a banda e colocar notas de que não havia material em video ainda disponível. Isso nos alertou para o “mundo moderno” virtual e suas

ENTREVISTAHUMBERTO ZAMBRINBATERIA/VOCAL - ATTRACTHA

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necessidades. Daí tentamos fazer o melhor possível com um orçamento apertado. No final, eu gosto bastan-te do clipe, aprendemos muita coisa fazendo e acredito que um próximo vídeo vai ser mais bacana ainda.

EM 2014, MARCOS DE CANHA, VOCAL DO PRIMEIRO REGIS-TRO, DEIXOU O ATTRACTHA E O PLANO DE LANÇAR O DISCO DEU LUGAR ÀS AUDIÇÕES QUE TROUXE CLEBER KRICHINAK. O NOVO VOCALISTA TROUXE NOVOS ELEMENTOS PARA A SONORIDADE?

HZ: Sem dúvidas!! Acho que o pri-meiro ponto sobre isso é esclare-

cer que quando iniciamos a busca por um novo cantor, tínhamos em mente que queríamos algo diferen-te do que o Marcos fazia. Não por questões técnicas, nem nada, mas simplesmente porque achamos que seria uma oportunidade de evolu-ção e mudança no direcionamento musical.Durante o processo de compo-sição das novas musicas, perce-bemos que a sonoridade estava ficando cada vez mais pesada então julgamos que um novo vocalista deveria ter um perfil que somasse nesse sentido. O Cleber trouxe exatamente esse peso e “punch" que estávamos querendo! Humberto Zambrin , BATERIA/VOCAL - ATTRACTHA

Depois de anos tocando as coisas em ensaios, ouvir o material gravado foi muito gratificante.”

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ATTRACTHA É Cleber Krichinak (Vocal), Ricardo Oliveira (Guitarra & vocal), Guilherme Momesso (Baixo), Humberto Zambrin (Bateria e vocal)

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EM 2015 O PRIMEIRO SINAL DO FULL VEIO ATRAVÉS DO SINGLE “UNMASKED FILES”, QUE TRAZ UM POUCO MAIS DE PESO QUE OS REGISTROS ANTERIORES. PODEMOS ES-PERAR UM ÁLBUM TODO NES-SA LINHA?

HZ: Sim! Como mencionei, a sono-ridade atual está mais madura que na época do Engraved e mais pesa-da. Obviamente estamos trazendo vários elementos que estão lá no primeiro trabalho, mas o intuito de ter liberado Unmasked Files muito antes do álbum era exatamente mostrar um pouco do que está por vir, apresentando o Cleber, obvia-mente.

JÁ QUE FALAMOS SOBRE O PRÓXIMO ÁLBUM, QUANDO IRÃO INICIAR AS GRAVAÇÕES? ALGUMA PREVISÃO PARA LANÇA-LO?

HZ: Sim, muitas previsões e muitos planos! (risos). Estamos terminan-do de escrever as últimas musicas e gravar pequenas demos. A pré--produção começa em Abril e que-remos lançar o álbum até Julho, máximo Agosto. Em breve iremos anunciar algumas coisas legais

ENTREVISTAHUMBERTO ZAMBRINBATERIA/VOCAL - ATTRACTHA

com relação a isso, porque teremos um time “reforçado" trabalhando conosco nesse álbum!

O ATTRACTHA É DE SÃO PAU-LO, MAS HOJE ALCANÇA FÃS NO BRASIL TODO. QUE MEN-SAGEM VOCÊS GOSTARIAM DE MANDAR PRA ESSES FÃS E POSSÍVEIS FÃS QUE IRÃO CONHECER VOCÊS AQUI, PELA OCTOBER DOOM?

HZ: Eu acho que a principal mensa-gem não vale só para o Attractha, mas para o metal em geral no Brasil: precisamos que vocês todos ai, fãs do gênero, saiam de suas casas e participem do cenário mu-sical das suas cidades. Nós temos excelentes bandas aqui, de todos os sub-gêneros de metal mas não há tanta participação dos bangers fisicamente como virtualmente. Compareçam a shows, mostrem as bandas que curtirem aos seus amigos e faça a força do Metal aumentar. Para conhecer mais nosso trabalho, eu sempre indico nosso site oficial: www.attractha.com. De lá vocês podem nos seguir em qualquer outra mídia social da internet, mas esperamos conhecer cada um de vocês, cara a cara, nos nossos shows!

ENTÃO, MEUS CAROS, FOI UM GRANDE PRAZER CONHECER MELHOR O TRABALHO DE VO-CÊS, E AGRADEÇO PELO TEM-PO E ATENÇÃO DEDICADOS À NÓS. PARABÉNS E ESTOU ANSIOSO PELO FULL ÁLBUM. GRANDE ABRAÇO!

HZ: Nós é que agradecemos o espa-ço, o carinho e o profissionalismo de todos da October Doom! Um forte abraço a todos e espero que nos encontremos em breve!

FALLEN IDOL

2015

CONTRACAPA

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https://www.facebook.com/AttracthA

http://www.twitter.com/attractha

http://www.youtube.com/attractha

LINKS

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Precisamos que vocês todos ai, fãs do gênero, saiam de suas casas e participem do cenário musical das suas cidades. Nós temos excelentes bandas aqui, de todos os sub-gêneros de metal mas não há tanta participação dos bangers fisicamente como virtualmente. Humberto Zambrin , BATERIA/VOCAL - ATTRACTHA

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Olá público leitor, tudo bem? Para essa edição da O.D.M. optei por en-trevistar o Alexandre W. A., Gruitar-rista do Lachrimatory. Para quem não conhece, a banda Curitibana merece com certeza sua menção

na revista, por representar de forma bem original o Doom Metal no Sul do país. As músicas são bem características e ao ouvir, percebe-se o compro-metimento que se tem com as composições e o som bem elaborado, com pitadas de Doom Atmos-férico e Funeral Doom. Vale conferir o som dos caras! Boa leitura.

ENTREVISTAALEXANDREW. A.GUITARRA - LACHRIMATORY

POR Cielinszka Wielewski

TRANSIENT

2011

LACHRIMATORY:DOOM METAL SEM LIMITES

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CIELINSZKA WIELEWSKI: OLÁ ALEXANDRE, TUDO BEM? APRESENTE-SE AO PÚBLICO LEITOR.

ALEXANDRE W. ANTUNES: Olá, me chamo Alexandre W. A. Sou natural de Curitiba/PR e atualmente toco nas bandas Lachrimatory, Anmod (Death/Grind) e Deformed Slut (Brutal Death Metal).

O QUE VOCÊ TEM OUVIDO ULTIMAMENTE?

AWA: No Gênero metal escuto um pouco de tudo, principalmente bandas de Death Metal e Doom metal. Fora do metal, gosto de ouvir música experimental e algo de industrial.

COMO COMEÇOU O LACHRI-MATORY? CONTE-NOS A HIS-TÓRIA DA BANDA.

AWA: Bom, eu não sou um dos membros formadores da banda. Na época em que conheci o Lachri-matory, eu tocava em outra banda de Doom Metal chamada Perpetual Solitude, que durou por volta de 2 anos (2002-2004). Lembro que eu já havia visto o Lachrimatory em alguns shows e já tinha me sur-preendido pela qualidade sonora e composição das músicas. Foi quando em 2004 surgiu uma vaga de guitarrista no Lachrimatory e

entrei no grupo.A banda, iniciou-se em 1999 com Jonathan Youssef (baixista) e o Tiago M. Alvarez (guitarrista), e tinha o intuito de criar um som lento e atmosférico com influências de bandas do gênero. Foi quando conheceram o Ávila Schultz (vocal/teclado) e começaram a surgir as primeiras composições. Com a formação concluída na época e com outros integrantes, o Lachri-matory participou de uma série de shows pela cidade que resultou numa boa repercursão no cenário underground, com destaque para o evento Doom Metal Fest I com as bandas (Eternal Sorrow Lachrima-tory e My Suffering) realizado em Curitiba-PR no dia 15/11/2003.

QUAL SHOW QUE MAIS MAR-COU NA SUA OPINIÃO, A TRA-JETÓRIA DO LACHRIMATORY? POR QUÊ?

AWA: Sem dúvida alguma, foi no River Rock Festival em Santa Catarina em 2005, onde aconteceu o primeiro show do Lachrimatory fora do Paraná e conquistamos um feedback muito bom do público presente. Nessa época a banda ga-nhou grande destaque em divulga-ção e quem não conhecia a banda, passou a conhecer em outras 2 apresentações que tocamos no mesmo festival (edições de 2006 e 2009).

facebook.com/OctoberDoomOfficial 33

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A banda iniciou-se em 1999 com o intuito de criar um som lento e atmosférico com influências de bandas do gênero.” Alexandre W. A., GUITARRA - LACHRIMATORY

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Destaco aqui esses outros dois momentos marcantes que para mim foram os melhores do Lachri-matory:1. Em 2006, tocamos em um horário muito melhor do que em 2005 e lançamos o CD 'Anamnesic Voi-ces Phenomena'. Me recordo que vendemos mais de 30 cópias após o nosso show. 2. 2009 foi uma das melhores apresentações do Lachrimatory ao vivo e no River Rock Festival, divi-dindo o palco com o Krisiun, além de muitas outras bandas da cena underground.

DESTAQUE CINCO ÁLBUNS DE DOOM METAL BRASILEIROS QUE MARCARAM SUA VIDA:

AWA: Vou citar os que mais gosto e mais ouvi:- Eternal Sorrow - The Way Of Regret - Lugubrious Hymn - Serene Pain (Demo)- Pain Of Soul - Morpheus (Demo)- Silent Cry - Remembrance- Vulkro - Until the Umbral

QUAL SHOW DE DOOM METAL ASSISTIDO NO BRASIL QUE MAIS TE MARCOU? POR QUÊ?

AWA: O show que mais marcou com certeza foi o lançamento do CD 'Legacy' da banda Eternal Sorrow em Curitiba/PR juntamente com o Lachrimatory, em 2003.

VOCÊ FREQUENTOU ALGUNS SHOWS NO EXTERIOR. EM TERMOS DE PÚBLICO FRE-QUENTADOR, QUAIS DIFE-RENÇAS VOCÊ DESTACARIA?

AWA: A diferença principal sem dú-vida é o apoio do público às bandas underground, comprando material. No restante acredito que não muda muito ao compararmos o púbblico de lá com o público daqui.

O QUE PODEMOS ESPERAR DO LACHRIMATORY PARA O FU-TURO? O QUE ESTÃO APRON-TANDO?

AWA: Atualmente estamos gra-vando duas músicas, que pre-tendemos lançar e disponibilizar em nossos canais da web como um EP. Além disso temos muitas músicas novas, que já fazem parte do nosso repertório de shows e futuramente poderão ser gravadas no próximo álbum full do Lachri-matory.

ENTREVISTAALEXANDREW. A.GUITARRA - LACHRIMATORY

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A diferença principal sem dúvida é o apoio do público (frequentador de shows no exterior) às bandas underground, comprando material. ”Alexandre W. A., GUITARRA - LACHRIMATORY

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LEGENDAS

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Show de Lançamento do CD 'Legacy' da banda Eternal Sorrow. (Curitiba 28-06-2003)

7° River Rock Festival (Indaial-SC 12, 13, 14 -08-2005)

Doom Metal Fest I (Curitiba 15-11-2003)

11°River Rock Festival (Indaial-SC 7,8,9 -08-2009)

FICHA

GÊNERODeath/Doom Metal

ORIGEMCuritiba, Paraná

LINKS

facebook.com/OctoberDoomOfficial 35

FORMAÇÃO ATUAL da esquerda para a direita: Jonathan Youssef (baixo), Tiago Alvarez (guitarra), Ávila Schultz (vocais e teclado), Michael Siegwarth (bateria), Alexandre W.A (guitarra)

www.facebook.com/lachrimatory

www.lachrimatory.com Sanity to Decrease Demo 2001-2002

Anamnesic Voices Phenomena(2006)

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issuu.com/octoberdoomzine/ facebook.com/[email protected]

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Esta é a mais nova co-luna da October Doom Magazine, inaugurada na última edição pelo nosso pelo nosso amigo Gustav Zombetero, que

trouxe dois nomes imprescindíveis para o Doom Metal, Relentless e Pentagram, da banda Norte Americana. Neste segundo ato da Coluna Álbuns Essenciais, trago minha visão de essencialidade, re-lacionado ao Funeral Doom Metal.

O Funeral Doom é uma das várias vertentes do Doom Metal, e traz na essência, longas e densas melodias onde os riffs costumam

ESSENCIAIS

POR Morgan GonçalvesSKEPTICISM

ANO 1995STORMCROWFLEET

Além de ser um dos primeiros e mais importantes registros do Doom Metal, este também é o pri-meiro full álbum do Skepticism, lançado em 1995. O registro rende críticas impressionantes ainda hoje. A banda permanece em atividade, tendo lançado o disco Ordeal em se-tembro de 2015, porém, Stormcrow-fleet foi gravado no livro dos melho-res álbuns de todos os tempos.

1 - Sign of a Storm 10’10’’

2 - Pouring 08’45’’ 3 - By Silent Wings 07’03’’ 4 - The Rising of the Flames 11’28’’ 5 - The Gallant Crow 07’36’’

6 - The Everdarkgreen 12’15’’

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https://www.youtube.com/watch?v=lw11sJCwGqI

LINK

ser pesados e desacelerados, assim como a bateria, em ritmo lento, semelhante às Marchas Fúnebres, de onde o nome do subgênero foi retirado. Vocais gu-turais normalmente fazem parte das obras, que transmitem sem-pre um peso imenso de agonia, desespero e toda a sorte de sen-timentos obscuros e negativos, sendo um dos tipos de música mais soturno que eu conheço.

O gênero foi expresso pela primeira vez no início dos anos 90, sob os pesados vocais de Niko Skorpio, da banda Finlandesa Thergothon, em Stream from the Heavens; Matti Tilaeus, da tam-bém Finlandesa Skepticism, em stormcrowfleet e Einar Andre Fre-driksen, da Norueguesa Funeral, em Tragedies, e estes são os três magníficos, essenciais e pioneiros registros que desbravaram a mú-sica de forma que hoje o Brasil é celeiro de grandes bandas como HellLight, Lachrimatory, entre tan-tas outras. OD | A

OS MAIORES REGISTROS DO FUNERAL DOOM

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Stream from the Heavens é den-tre os três registros, o mais antigo. O Debut álbum do Thergothon, lançado em 1994 é por definição, o primeiro álbum completo composto sob os elementos do Funeral Doom, porém, em 1991, a banda já lançara sua pri-meira Demo, Fhtagn-nagh Yog-So-thoth,que seria portanto, o Primeiro registo de Funeral Doom Metal.

Infelizmente a banda não gravou outros registros, porém, Stream from the Heavens desafia o tempo, apresentando-se como uma das maiores, se não a maior autoridade em Doom Metal.

THERGOTHON

ANO 1994STREAM FROM THE HEAVENS

1 - Everlasting 06’07’’ 2 - Yet the Watchers Guard 08’56’’ 3 - The Unknown Kadath in the Cold Waste 03’49’’ 4 - Elemental 09’18’’ 5 - Who Rides the Astral Wings 07’56’’ 6 - Crying Blood / Crimson Snow 04’42’’

https://www.youtube.com/watch?v=sHeRrnn-Dbs

LINK

facebook.com/OctoberDoomOfficial 39

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ESSENCIAIS

FUNERAL

ANO 1995TRAGEDIES

Tragedies é o registro que fecha essa tríade de gigantes do Funeral Doom. O primeiro álbum da banda norueguesa Funeral foi lançado en-tre 94 e 95, porém, a banda já fazia Funeral Doom desde 1993, quando lançaram a Demo Tristesse. Estes primeiros registros da banda se diferenciam dos demais em dois aspectos:

Devido, provavelmente, às suas raízes na cultura nórdica, as músi-cas, sobretudo do álbum Tragedies, possuem uma forte influência de músicas renascentistas.

O vocal lírico de Toril Snyen, que rompe com a brutalidade do Gutural e leva ainda mais beleza e melanco-lia às músicas.

Tragedies foi também minha primeira experiência com o Funeral Doom, há mais de 10 anos, e per-manece pra mim, e para a maioria dos admiradores do gênero, como um dos melhores álbuns de Funeral Doom Metal de todos os Tempos.

A banda Funeral continua em atividade, e seu último registro foi Oratorium, lançado em 2012, porém a banda hoje executa uma sonori-dade mais relacionada com o Gothic Doom Metal.

Para os interessados conhecer um pouco mais, um dos fundadores do Funeral, Anders Eek, é fundador da banda Fallen, que segue uma li-nha semelhante ao álbum Tragedies, e lançou uma coletânea em 2015.

1 - Taarene 12’25’’ 2 - Under Ebony Shades 13’32’’ 3 - Demise 08’43’’ 4 - When Nightfall Clasps 14’20’’ 5 - Moment in Black 09’39’’

https://www.youtube.com/watch?v=4e4UxxVfKrs

LINK

Hoje, encontramos diversas bandas explorando o legado que esses três gigantes deixaram para o Doom Metal, quando apresentar essa so-noridade era muito mais difícil do que atualmente, e sem dúvidas, Skep-ticism, Thergothon e Funeral são dignas de toda admiração e respeito.

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Toda semana um novo vídeo

Acesse o canal e confira

ApresentaçãoRafael Sade

ProduçãoLast Time Produções

LastNews

/LastTimeProduções/LastTimeProduções

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Caligo é um quinteto oriundo da capital brasileira, após algum tempo de banda, enfim os caras lançaram

a sua 1ª demo intitulada “Templo da Descrença”. Uma junção de vários membros de outras bandas de Brasília, incluindo dos ITD que tiveram seu material resenhado aqui também. Os caras executam um Doom Metal cavernoso e mal-dito, com letras impetuosas sobre a existência humana, não é a toa que nesta demo foram incluídos trechos do nosso poeta Augusto dos Anjos. Após isso já é possível se nortear no tamanho azedume sonoro que invadirá a sua mente.

POR Gustav Zombetero

TEMPLO DA DESCRENÇAANO 2015INDEPENDENTE

“A Dor” abre os trabalhos, a marretação de Marra, a guitarra saliente de Walisson, o baixo ab-surdo de Sandro e a voz selvagem de Fellipe te iniciam no atordoa-mento sonoro.

A próxima faixa, “Ceifador”, é uma bela homenagem a nossa que-rida amiga Morte, neste momento é perceptível que os caras criaram a sua própria fórmula de fazer Doom Metal, pois não consigo relacionar o som deles com alguma outra banda. Lento e agonizante, uma perfeita harmonia pelo contexto!

Inicia-se a faixa título, você sente o seu cérebro pulsando ao acompanhar as notas macabras, o baixo saliente desta faixa é o ponto alto. Uma execução em perfeita

RESENHA

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harmonia. O foda é não entender muito bem o que diabos Fellipe está berrado, mas tudo bem, já tô acostumado com isso.

“Vitimas do Dualismo” é mu-nida dum riff clássico, a faixa com uma vibe mais obscura, talvez... Fellipe assume uma voz mais gutural. “Contradições” é a der-radeira, o que me faz pensar que esse play praticamente seguiu uma linha reta, aquela impressão que as faixas se interligam, são faixas curtas, bem diretas e sem firula. Uma demo que vale a pena ser apreciada!

LINKShttps://caligodoom.bandcamp.com/

1 - A Dor 04’16’’

2 - Ceifador 04’13’’

3 - Templo da Descrença 03’57’’

4 - Vítimas do Dualismo 03’42’’

5 - Contradições 03’36’’DA CAPITAL FEDERAL, CALIGO

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