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Lançamentos • Resenhas • Shows • Matérias • Entrevistas e Muito Mais. Edição numero 45, de 27 de outubro de 2015 Produzido e Distribuído por October Doom Entertainment Entrevista da Semana: A história e o novo álbum, O Sol Fulmina a Terra , do Entrevista da Semana: Miguel Santos fala sobre o novo álbum, do A Dream Of Poe. Funeral Wedding: Resenha do álbum To the Other , do Saturnalia Temple #Experimente Noala , denso e agressivo e Mammoth Storm , do guitarrista do Draconian

October Doom Magazine Edição 45 27 10 2015

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Publicação Semanal com Entrevistas, Resenhas, Shows e Lançamentos sobre tudo oque acontece no Cenário Underground no Brasil e o mundo! Download: https://goo.gl/656qcz

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Page 1: October Doom Magazine Edição 45 27 10 2015

Lançamentos • Resenhas • Shows • Matérias • Entrevistas e Muito Mais.

Edição numero 45, de 27 de outubro de 2015Produzido e Distribuído por October Doom Entertainment

Entrevista da Semana:A história e o novo álbum, O Sol Fulmina a Terra, do

Entrevista da Semana:

Miguel Santos fala sobre o novo álbum, do A Dream Of Poe.

Funeral Wedding:Resenha do álbum To the Other, do Saturnalia Temple

#ExperimenteNoala, denso e

agressivo e Mammoth Storm, do guitarrista

do Draconian

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EXPERIMENTE!O Som pesado e denso do Noala e Mammoth Storm,

projeto paralelo do guitarrista do Draconian

Agenda da Semana:Ultra Rock e Children of the

Sabbath movimentam o final de semana em Minas Gerais

CAPA:

SUMÁRIO:

Acompanhe as páginas do October Doom.

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Entrevista da Semana:Nihil, guitarrista do Abske Fides fala sobre o novo trabalho do trio Paulista: O Sol Fulmina a Terra, sobre os projetos paralelos dos integrantes da banda e a história do Abske Fides

Entrevista:Miguel Santos, da banda lusitana A Dream Of Poe revela detalhes sobre o segundo álbum da banda: An Infinity Emerged

Poesia Esquizofrênica:Texto enviado pela nossa

leitora Elaine Cardoso

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Funeral Wedding:Resenha do álbum To the Other, do Saturnalia Temple

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Edição 45. De 27 de Outubro à 02 de Novembro de 2015

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ENTREVISTA:

Uma das bandas mais respeitadas no cenário Doom brasileiro, Abske Fides foi formada em 2003. São, até aqui, uma demo, dois EP’s, um álbum completo e um 2 em 1, com dois EP’s remasterizado. Agora, o trio de São Paulo prepara novo álbum pra ser lançado ainda este ano, e é com Nihil, guitarrista do Abske Fides, que eu falo nesta edição da entrevista da semana!

O Sol Fulmina a Terra do

Morgan Gonçalves: Meu caro Nihil, finalmente tornamos essa entrevista possível. A banda lançou a primeira Demo Illness em 2004, que tinha fortes elementos do Black Metal, mas percebi que essa influência Black foi se perdendo no decorrer do tempo. Oque mudou no Abske Fides entre Illness e Apart of the World, lançado em 2006?

Nihil: Salve Morgan e October Doom! É verdade, penso que a passagem de Illness para Apart of the world marca definitivamente a transição do Abske Fides para o Doom Metal. Nunca deixamos de ouvir Black Metal, tampouco perdemos suas influências, mas esses elementos ficaram mais secundários dentro do novo som que começamos a fazer, esse mais marcado pelo andamento lento, a afinação baixa, o uso de duas guitarras e os vocais guturais. As letras, por sua vez, mantiveram o tom introspectivo e desolador que já existia em Illness. Essa transformação foi acontecendo meio que naturalmente ao longo dos ensaios entre 2004 e 2005 e durante todo o processo de composição. Penso que isso resulta da mistura de sons que estávamos ouvindo e de toda a atmosfera Doom que passou a nos cercar naquela época.

M.G:O segundo EP da banda foi lançado em 2009, pelo selo Norte Americano Beneath The Fog. Apesar de não ter sido muito divulgado, o trabalho é para mim, um dos melhores registros do trio. Como vocês chegaram no resultado final de Disenlightment?

Nihil: Disenlightment foi marcado por caminhos e muitos descaminhos. Marcou o primeiro registro com a nossa formação atual e a busca de um pouco de experimentação, muito por conta das novas

influências trazidas pelo N. Penso, portanto, que esse material é a “cara” do Abske Fides, uma banda essencialmente Doom, mas que frequentemente busca somar com elementos de outros gêneros e de outros recursos sonoros, estéticos, etc., coisa que ainda estava bem embrionária em Apart. Talvez isso explique o resultado final de Disenlightment: nova formação mais busca de experimentação. A produção do disco foi um pouco sofrida, muitos contratempos práticos durante as gravações e a mixagem, fora toda a péssima relação que tivemos com o selo na época e a sua fraca divulgação. Apesar disso, achamos um material um tanto especial, por isso resolvemos relançá-lo ano passado junto com Apart através de selos que confiamos.

Por: Morgan Gonçalves

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M.G: O álbum homônimo da banda saiu em 2012 e estabeleceu o Abske Fides como referência no gênero dentro e fora do Brasil. Como é para vocês, perceber a importância da banda para o cenário nacional?

Nihil: Acho que o Abske Fides, assim como qualquer banda, tem sua própria história, suas influências e jeitos de compor, tocar e harmonizar. Quando soltamos Apart from the World em 2006 já havia um cenário voltado para esse tipo de som com poucas, mas ótimas bandas que são até hoje grandes referências. Ao longo dos anos fomos ganhando nosso espaço e somando a esse underground trazendo nossas especificidades sonoras. Penso, portanto, que acabamos contribuindo para diversificar o gênero com as nossas próprias características. É bastante satisfatório estar ligado com artistas e pessoas numa grande rede e saber que sua música, em meio a um mar de bandas, ainda agrada alguns ouvidos. Não sei se respondi.

M.G: Se respondeu! É muito importante relembrar que todos os membros do Abske Fides têm seus projetos paralelos (Shyy, Death By Starvation, Afro Hooligans, Noala e Infamous Glory). Como vocês administram esses projetos?

Nihil: Da forma mais natural possível. O Infamous Glory é a banda principal do K. e existe desde 1999 tocando Death Metal, o Noala do N. também tem suas origens por aí, então essas bandas

funcionam meio como “instituições”. O Shyy é um lance mais meu que começou durante a fase de Disenlightment e que estou retomando agora com outra formação. O Afro Hooligans é experimentação eletrônica/sonora do N. com outros caras e o Death By Starvation é meio que o K., o M. (o baterista que toca com o Abske Fides ao vivo) e, mais recentemente, eu voltando às raízes do Black Metal. Tudo isso acontece de acordo com a sintonia das nossas agendas, vidas práticas e das nossas próprias vontades, por isso muitas vezes o tempo demorado para que as coisas aconteçam. O fato de estarmos envolvidos com isso e nos conhecermos há muito tempo também ajuda totalmente.

M.G: Como se respeitasse uma cadência de três anos entre os lançamentos, 2015 é o ano do novo álbum do Abske Fides. “O Sol Fulmina a Terra”, que já teve capa divulgada. Qual a história do novo trabalho?

(Capa do álbum O Sol Fulmina a Terra - Abske Fides - 2015)

Nihil: Esse disco está sendo realmente incrível para nós. Todo o processo, desde a criação dos primeiros riffs até a cereja do bolo, vem acontecendo segundo o nosso ritmo natural e sem qualquer tipo de pressão. Isso se dá também porque pela primeira vez estamos encabeçando todo o processo das gravações e da mixagem do disco, o que nos torna ainda mais livres para fazer o que quisermos e quando quisermos. Desde 2012 vínhamos estruturando as músicas e amadurecendo algumas ideias sobre nós mesmos, o que éramos, o que queríamos e o que estávamos fazendo. Agora veio o resultado. Acho que esse disco representa muito bem a nossa total sintonia.

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M.G: A gente soube que as letras do disco são em português. Como veio a decisão de usar nosso idioma para transmitir as ideias da banda para o público?

Nihil: Essa decisão acabou sendo imposta pela própria natureza da inspiração, do conteúdo e da forma das letras, pois buscamos muito inspiração em coisas feitas em língua portuguesa e no cenário histórico, literário e geográfico do Brasil. O sertão árido foi peça-chave nisso. Até chegamos a esboçar uma tradução das letras para o inglês, mas logo percebemos que isso acabaria limitando demais a força expressiva das músicas. Decidimos então que o mais coerente seria cantar em português.

M.G: Junto com o novo álbum, o Abske Fides apresenta uma nova estética visual, outrora Cinzenta e urbana. Neste novo momento da banda, as cores desérticas devem predominar nas imagens da banda. Como foi essa mudança?

Nihil: Isso também foi uma imposição das coisas que nos inspiraram nesse novo material. A fotografia preto e branco combina totalmente com meio urbano e era exatamente isso que queríamos para expressar nosso som e nossas letras no primeiro disco. Agora continuamos com o tom desolador, mas dessa vez o cenário é outro, mais árido, hostil e arcaico, o que combina totalmente com o desenho e com as cores “desérticas” que você destacou.

MG: É curioso que, ao mesmo tempo que a banda encontrou inspiração no sertão nordestino para o novo álbum, o Sudeste, e principalmente São Paulo, esteja sofrendo, em menor escala, claro, os mesmos males da falta d’água. Como vocês veem essa nova realidade da “terra da garoa”?

Nihil: Catastrófica, mas isso tem menos a ver com “fatores naturais” do que com uma política totalmente irresponsável há muitos anos mantida pelo governo de São Paulo. Agora é pagar a conta...

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M.G: A banda tem planos de Turnê? Onde podemos vê-los tocando as músicas do novo disco?

Nihil: Não temos planos para uma turnê ainda, mas tocaremos em Curitiba no final do ano (12/12) com os camaradas do Bullet Course, Cassandra e Pantanum.

M.G: Ainda sobre o conceito abordado pelo disco, vocês conseguem fazer links entre a atmosfera niilista dos álbuns anteriores e O Sol Fulmina a Terra?

Nihil: Totalmente. As sensações mais profundas expressas em O Sol Fulmina a Terra são muito parecidas com a do primeiro álbum, embora o cenário e as cores sejam outras. São formas diferentes de transmitir coisas similares como a desolação, a desorientação e a vertigem que sempre foram a nossa tônica.

M.G: Dois EP’s, dois álbuns e muitos fãs espalhados pelo mundo. Como vocês definem o Abske Fides até aqui?

Nihil: Três caras que se expressam para o mundo com guitarras, baixo, bateria e mais umas coisas...

M.G: Este é um espaço livre pra você e toda a banda deixarem suas mensagens para os fãs, agradecimentos, e o que mais vier à cabeça.

Nihil: Obrigado Morgan pelo interesse em nos entrevistar, vida longa ao ODM e seus projetos! Muito em breve soltaremos O Sol Fulmina a Terra em CD, mas antes devemos disponibilizar algo na internet. Apareçam no show em Curitiba.

M.G: E aqui, eu quero agradecer a participação de vocês nesta edição da revista. Parabéns pelo novo álbum e por tudo que o Abske Fides vem criando e se tornando no cenário brasileiro.

Discografia:

(Illness - 2004)

(...Apart of the World - 2006)

(Disenlightment - 2009)

(Abske Fides - 2009)

Para mais informações sobre o lançamento de O Sol Fulmina a Terra, e mais noticias do Abske Fides, acesse as páginas da banda:

Facebook.com/abskefidesofficial

Abskefides.bandcamp.com/

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(K: Vocal, bateria e baixo/Nihil: Guitarra/

N: Guitarra, Sintetizadores, violino e

vocal).

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#EXPERIMENTE:

Em atividade desde 2009, cujo principal objetivo é a experimentação sonora, com elementos que vão de Black Sabbath à Beatles. A banda é locada em São Paulo, e lançou em 2013 seu álbum completo, Humo (foto ao lado). Os integrantes da banda, Alessandro (O Cúmplice, Diáspora, Intifada), na guitarra; Estevão, nos teclados; Rodrigo (Presto?, Are You God?), na bateria; Sandro (Intifada, Queda e Morsa) no baixo e Marcos (Afro Hooligans, Abske Fides e Intifada), vocal e guitarra, e revelam que a banda encontra seu som entre frustrações, desolações e amargura, remetendo às mutações que transformaram cada um no que é hoje, pessoal e musicalmente. Atualmente a banda está trabalhando em um novo álbum, que deve ser lançado este ano. Conheça mais sobre o Noala nas páginas socias da banda:

Facebook.com/noalametal e Noala.bandcamp.com/

As habilidades de Daniel Arvidssont, guitarrista do Draconian no baixo do Mammoth Storm. A banda fundada em 2012 lançou sua primeira demo em 2013, no ano seguinte, o EP Rite of Ascension foi lançado, mas em 2015 a banda promete surpreender lançando Fornjot (foto ao Lado)na primeira semana de novembro através da Napalm Records. O trabalho desenvolvido pelo Mammoth Storm e a parceria com a Napalm Records resulta na Turnê em que a banda acompanha os alemães do Ahab em por dez shows pela Europa. Enfim, Mammoth Storm apresenta um som pesado, com riffs longos e um belo trabalho de distorção.Mais em:

Facebook.com/MammothStorm e Mammothstorm.bandcamp.com/

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Por: Leonardo Reis

Resenha da Semana

Banda: Saturnalia TempleÁlbum: To the OtherLançamento: Fev/2015Selo: Listenable Records

Tracklist: 1. Intro2. ZazelSorath3. To the Other4. Snow of Reason

5. March of Gha’agsheblah6. Black Sea of Power7. CrownedWithSeven8. Void

Mais em:

Facebook.com/saturnaliatemple

Saturnaliatemple.com

Com os melhores tipos de abordagem que uma banda pode ter, Saturnalia Temple adiquiriu muito bem influências (ocultismo e magia negra) para com suas letras. Algo bem evidente como inspiração vindoura das bandas de black metal que viriam a fazer muito sucesso no início dos anos noventa. Ainda mais após a repercussão dos atos “terroristas” aplicados perante as igrejas daquela região por algumas personalidades. Mas essa inspiração não é a toa já que a banda vem dali de perto, da Suécia. Um dos países onde boa parte das melhores bandas de metal vêm para massacrar os ouvidos dos metaleiros. “To the Other” é o segundo full-lenght da banda sueca. A banda que surgiu no ano de 2006 na cidade de Estocolmo, desde então nunca mais parou de progredir com sua característica principal, o Doom Fucking Sludge Metal! Ainda não tive a oportunidade de conferir os trabalhos anteriores, mas posso dar certeza que, a partir deste trabalho, a banda tem muitas características positivas e importantes que merecem ser citadas aqui. A começar pela sonoridade muito sombria que remete aos anos oitenta com o início do black metal, a sua evolução obscura e medonha (no bom sentido) na região da Noruega e companhia. Um som que ocmbina de maneira precisa com o clima frio e morto. As guitarras soam morticidade. Uma mixagem que nos passa melancolia; distorção mais que perfeita da guitarra. Lentidão e ao mesmo tempo uma cadência animadora, a ponto de dar tempo de curtir o momento e também a complexidade do trabalho do grupo sueco. Vocal grotesco junto com o âmbito escuro que as músicas nos lembram. A mixagem das músicas lembram uma época em que o black metal ainda tentava

se desgrudar do doom metal e vice-versa, para mais a frente, cada um seguir seu destino independente um do outro. O álbum contém nove canções (mas infelizmente consegui o material contendo oito canções. Então ficarei devendo a descrição do álbum com todas as canções presentes), sendo uma delas, provavelmente, faixa bônus. E duas das canções sendo intrumentais (a primeira faixa “Intro”, e a oitava faixa, “Void”). A quarta faixa “Snow of Reason” é uma das mais longas entre as demais, contendo quase oito minutos de duração. Simplificando, as canções não são tão cansativas; são diretas. O som é apresentado de maneira eficaz evitando a monotonia. Percebe-se também a distorção potente do contrabaixo, que dá às faixas um ar de poder eminente. Para terminar a linha de raciocínio perante ao belo trabalho do grupo sueco, gostaria de lembrar também que as canções se encaixam perfeitamente à uma longa madrugada em branco. A viagem transmitida pelas músicas são megalomaníacas ao ápice! Vale a pena, como sempre, dar uma conferida nesse excelente trabalho!

Tommie: Vocal & Guitarra/Peter: Baixo. Foto/Divulgação.

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A Dream Of Poe é uma banda que já faz parte do elenco que vem a minha cabeça, quando penso em bandas Doom com um certo toque especial. Tudo começou em 2011, quando, pesquisando sobre o poeta Norte Americano, conheci o álbum The Mirror of Deliverance, e como um álbum só é sempre muito pouco, fui me aprofundando na banda e me tornando um grande apreciador desse trabalho. Esta semana a banda Portuguesa lançou seu segundo álbum completo, An Infinity Emerged, e eu não podia deixar passar esse lançamento passar despercebido por aqui, então, convidei Miguel Santos para contar mais sobre o novo trabalho e como anda a cena no velho continente.

ENTREVISTA: Por: Morgan Gonçalves

Morgan Gonçalves: Seja bem-vindo, Miguel. Eu não sei se você sabe, mas já escrevi sobre a A Dream Of Poe por aqui, mas agora que você está lançando material novo, acho que é um bom momento para aprofundar meus conhecimentos sobre a Banda e compartilhar esse trabalho com os leitores da nossa revista.A primeira gravação da banda foi a demo Delirium Tremens, de 2006, que tinha um cover do The Cure (A Forest). Como foi esse princípio para o A Dream of Poe e por que escolher The Cure para homenagear com um cover?

Miguel Santos: Eu sou um grande apreciador de The Cure e a escolha de um tema deles foi algo muito natural. Poderia ter escolhido algo mais dentro do género de ADOP, algo mais obvio, mas gosto do desafio de criar a partir de algo que não tem praticamente nenhuma ligação ao som de adop torná-lo então num tema à imagem de adop. O mesmo se sucedeu com a cover de The Cure no EP Lady of Shalott e Morbid Death e My Dying Bride no EP Sorrow For The Lost Lenore.

M.G: No ano de 2008, a banda ainda estava bem ativa em Portugal, e participou do festival October Loud, que gerou o álbum ao vivo For a Glance of the Lost Lenore. Que lembranças você carrega daquele momento do ADOP?

Miguel Santos: Foram momentos muito especiais, lembro-me de todo o trabalho que antecedeu o concerto de forma a ter a garantia que tudo correria pelo melhor e que subiríamos ao palco prontos para uma execução imaculada. Atualmente continuo a trabalhar com o objetivo de quando subirmos novamente ao palco estaremos prontos para fazermos um excelente concerto.

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M.G: Em 2009, a banda lançou o primeiro EP, Sorrow for the Lost Lenore, e no ano seguinte, Lady of Shalott foi apresentado ao público e recebeu excelente crítica da mídia internacional. Nessa faze do A Dream Of Poe, notamos um grande amadurecimento sonoro. Como foi a produção desses EP’s, que começavam a elevar a banda dentre grandes nomes Europeus?

Miguel Santos: Foi uma evolução muito natural, deveu-se principalmente ao meu amadurecimento enquanto musico e pessoa tal como um maior conhecimento de técnicas de gravação. Embora os Eps tenham tido o seu lançamento com apenas um ano de diferença entre eles, a verdade é que os temas no Sorrow For The Lost Lenore foram escritos em 2006/2007 e pelo meio houveram três anos em que desenvolvi os meus conhecimentos que resultou depois então no Lady of Shalott e The Mirror of Deliverance.

M.G: 2011 foi a ano do aclamado The Mirror of Deliverance. O disco é claramente resultado dessa evolução notada no decorrer da existência do A Dream Of Poe. Como foi o retorno da mídia e do público sobre este trabalho pra você?

Miguel Santos: O retorno foi excelente! Muito além daquele que estava à espera! O álbum teve reviews mais que excelentes por parte da mídia, e por todos os cds que foram vendidos, por todos os comentários em vídeos no youtube e na nossa página do Facebook, além de todos os comentários e opiniões que nos foram dadas durante a nossa tournée europeia, julgo ser seguro de dizer que foi extremamente bem aceite! Espero sinceramente que An Infinity Emerged seja acolhido da mesma forma.

M.G: A Banda é portuguesa, mas hoje você reside em Edimburgo, Escócia. Como você administra essa distância?

Miguel Santos: É verdade, infelizmente pelo fato que me mudei para Edimburgo, tornou-se impossível e incomportável financeiramente manter todos os músicos que sempre me acompanharam. Foi uma decisão difícil, mas que, se o objetivo é levar a banda mais além e tocar ao vivo, seria o mais lógico a ser feito. Ainda assim, alguns músicos que me acompanharam anteriormente fizeram ainda parte das gravações do novo álbum, como é o caso do João Oliveira (bateria) e Nelso Fénix (solos). A nível de letras continuam e continuarão a ser feitas pelo Paulo Pacheco. Ao vivo atualmente a banda é composta por músicos locais, são eles: Kaivan Saraei (voz), James Skirving (guitarra), Joe Turned (baixo), Euan McPherson (bateria) e finalmente eu na guitarra.

M.G: Quando falamos em Doom Metal Lusitano, pensamos em Moonspell e ADOP, claro, e recentemente conheci uma banda chamada D.U.M, também de Portugal. Há mais opções ou as bandas Doom estão escassas por la?

Miguel Santos: Há imensas outras, talvez não tantas como outrora, mas ainda há bandas de grande valor como is Before The Rain, Insaniae, Why Angels Fall, Process of Guilt entre outras.

M.G: Falando do novo disco, An Infinity Emerged (foto abaixo) apresenta uma face mais suave do A Dream Of Poe. Por que você optou por explorar essa sonoridade mais melódica no novo álbum?

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Miguel Santos: Foi algo que aconteceu naturalmente. O meu processo de composição passa um pouco pelo improviso, não penso muito no que estou a fazer, deixo os riffs saírem naturalmente e depois vou trabalhando de forma a construir os temas solidamente. O facto de este álbum ser mais melódico, principalmente nas vozes, foi simplesmente um processo natural. Eu tinha desde o início planos para adicionar vozes guturais, chegamos até a gravar algumas mas chegamos à conclusão que só estávamos a forçar o uso das mesmas, por isso abandonamos a ideia do uso das mesmas.

M.G: Eu percebi que existe uma certa ligação entre The Mirror of Deliverance e An Infinity Emerged. Conta pra gente mais sobre essa relação.

Miguel Santos: De facto AIE segue a linha do TMOD, é a continuação da história. No TMOD a personagem procurava atingir um estado mais elevado de liberdade e consciência dos seus medos e inibições, no AIE a personagem começa o álbum derrotada (“The serum of defeat”), após tomar a consciência de que a prática é sempre mais complicada do que a teoria e que todo o conhecimento do mundo não o preparou para a experiência. O álbum é, no todo, simbolicamente um processo de destruição. Porque para construir por vezes é necessário destruir completamente o que já lá estava. Daí os temas de morte e assassínio, assim como a presença quase constante a referências a água.

M.G: E a relação entre o A Dram Of Poe e o Poeta Edgar, ainda existe essa ligação?

Miguel Santos: Embora desde a demo Delirium Tremens que não temos um tema em que a letra seja um poema de EAP, a verdade é que continua a ser uma inspiração tanto para mim como para o Paulo Pacheco. Nós decidimos por este caminho de forma a não nos limitar

demasiadamente o processo criativo. M.G: Com o lançamento do álbum novo, há alguma previsão de turnê de lançamento para An Infinity Emerged?

Miguel Santos: Nós estamos a trabalhar nesse sentido, temos algumas datas em mente mas à exceção de uma ou duas datas ainda não há nada de concreto. É nossa esperança que com este novo álbum possamos voltar a pisar vários palcos de festivais importantes dentro do Doom Metal.

M.G: Certeza que o A Dream Of Poe tem um bom número de fãs no Brasil, e mais certeza que esse número só tende a aumentar. Você tem alguma mensagem para esse público?

Miguel Santos: Agradeço por todo o apoio que tem dado a ADOP, sem o vosso apoio dificilmente hoje estaria a ter a oportunidade de poder comunicar convosco através desta entrevista! Embora difícil, pode ser que um dia tenha a oportunidade de tocar ao vivo para vocês e conhecer cada um de vós pessoalmente!

M.G: Disco novo sempre acarreta muitos desafios, e sempre soma muitas parcerias. Você tem algum agradecimento em especial, pelo lançamento de An Infinity Emerged?

Miguel Santos: Quero agradecer os todos os músicos que fizeram e fazem parte de A Dream of Poe pois sem eles esta evolução e este trabalho também não seria possível. Claro que também quero deixar um especial agradecimento

Discografia:

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à minha família e namorada pelo apoio incondicional que me tem dados durante estes 10 anos de ADOP! Um agradecimento também especial a nossa editora Solitude-Prod por ter acreditado em nós. Um obrigado a todas os fãs que me tem apoiado fazendo que a família adop fique cada vez maior, e claro obrigado a ti também por esta fantástica oportunidade! Doom on!Para mais informações sobre o A Dream Of Poe, acesse:

Facebook.com/dreamofpoe

Soundcloud.com/dreamofpoe

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Ultra Rock Festival 2015

AGENDA:29/Out

QuiO Ultra Rock Festival 2015 acontece entre os dias 29/10 e 01/11 passando por varginha, Juiz de Fora, Ouro Preto, com shows no sábado e domingo, e encerra em Belo Horizonte. Esta edição do evento divulga o lançamento do álbum It, da banda Tempo Plastico, que durante a turnê, se apresenta ao lado das bandas Tianastacia, Cachorro Grande e Eckolu, além de Roberta Brasileiro e The Junkie Dogs, que se apresentam no domingo, dia 1, em Ouro Preto.Mais em: Facebook.com/events/838213029624209/

31/Out

SábChildren Of Sabbath Especial Halloween

No sábado, dia 31, em Belo Horizonte, acontece o Children Of The Sabbath Especial de Halloween, no Stonehenge Rock Bar. O evento reúne bandas covers e autorais que tomam as sonoridades Sabbaticas como referência. As bandas confirmadas são: Banda Vol. 4, Dirty Grave e Astro Zombies.A casa abre às 21Hrs e as entrada custam R$ 18,00 masculino e R$ 16,00 femininoMais em Facebook.com/events/118691865149291/

POESIA ESQUIZOFRÊNICA Por: Sóror Z

SOB A FALANGE DE AGALIAREPTEis que surge na noite da Lua SangrentaSubindo os degraus do AstralA Falange de Agaliarept...O mundo padece na total escuridão escarlateLucifer observa deslumbrado a marcha do exército

Que varrerá o velho Aeón do bastardo ídolo cristitaFazendo renascer a verdadeira essência humanaNo revelar de seus mistérios.Seu elmo brilha, inspirando sua LegiãoArmadura forjada no mais puro enxofreReluz a glória triunfante do Inferno.Ele cavalga em um cavalo negro cerberurentoE todos as criaturas ao ouvir o seu trotarSe voltam para temê-lo.Despertem, escravos tangidos! A morte chegou para vocês!Avante guerreiros ungidos na LVX do Prometheus Libertado!Sob a Falange de AgaliareptAo lado de SatanachiaEsta noite o mundo morrerá para o gado de DeusE a glória Negra resplandecerá sobre o bastardoSolo da Criação!

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Expediente:October Doom Magazine

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